0% encontró este documento útil (0 votos)
290 vistas234 páginas

El Pan Salvaje - Compress

Derechos de autor
© © All Rights Reserved
Nos tomamos en serio los derechos de los contenidos. Si sospechas que se trata de tu contenido, reclámalo aquí.
Formatos disponibles
Descarga como PDF, TXT o lee en línea desde Scribd
0% encontró este documento útil (0 votos)
290 vistas234 páginas

El Pan Salvaje - Compress

Derechos de autor
© © All Rights Reserved
Nos tomamos en serio los derechos de los contenidos. Si sospechas que se trata de tu contenido, reclámalo aquí.
Formatos disponibles
Descarga como PDF, TXT o lee en línea desde Scribd
Está en la página 1/ 234

Piero Camporesi

El pan salvaje
Traducción
de
R o b er t o R a sch ella
PIERO CAMPORESI

EL PAN SALVAJE

F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m ic a

M é x ic o - A r g e n t in a - B r a s il - C o l o m b i a - C h il e - E sp a ñ a
E s t a d o s U n id o s d e A m é r ic a - P e r ú - V e n e z u e l a
Primera edición en italiano, 1980
Primera edición en español, 1999

En tapa: El Bosco, E l carro d e h e n o , Museo del Prado, Madrid.

Título original: Il p a n e selvaggio

O 1980 Socictá Editrice II Mulino, Bolonia


Edición en español efectuada con la intermediación de la Agencia Literaria
Eulama
ISBN de la edición original: 88-15-00261-8

© 1999, Fondo de Cultura Económica de Argentina, S.A.


El Salvador 5665; 1414 Buenos Aires
Av. Picacho Ajusco 227; Delegación Tlalpan; 14200 M éxico D. F.

ISBN: 9 5 0 -5 5 7 - 2 7 6 - X

Im p r e s o e n A r g e n t in a
Hecho el depósito que previene la ley 11.723
A m is alum nos
INTRODUCCION

L a fu g a h a c ia lo s p a r a ís o s a r tif ic ia le s , h a c ia lo s m u n d o s “ a l r e v é s ” ,
h a c ia lo s im p o s ib le s s u e ñ o s d e c o m p e n s a c ió n d e la s m u ltitu d e s d e s­
t ro z a d a s y h a m b r ie n ta s d e lo s s ig lo s m o d e r n o s , n a c e d el c a r á c t e r de
u n a r e a lid a d in d ig n a d e se r v iv id a , d e la b a ja d is tr ib u c ió n d e lo s m e ­
d io s d e s u b s is te n c ia , d e las c a r e n c ia s y (p o r o p o s ic ió n ) d e lo s e x c e ­
so s a lim e n ta r io s , que lle v a n a una in te r p r e ta c ió n s o b r e s a lt a d a ,
in c o h e r e n te y e s p a s m ó d ic a d e la r e a lid a d , y ta m b ié n a la c o n s tr u c ­
c ió n de un m o d e lo d e e x is t e n c ia y d e u n a im a g e n d el m u n d o d ife r e n ­
c ia d a , d is tin t a d e la q u e e n lo s m is m o s t ie m p o s e la b o r a b a n
in te le c tu a le s r a c io n a lis t a s c o m o G a li le o , B a c o n y D e s c a r te s , q u e im ­
p la n t a r o n s ó lid o s la d r illo s e n la fa b r ic a c ió n d e u n a m á q u in a del
m u n d o , d e u n “ t a lle r ” fís ic o y m e n ta l re g u la d o p o r u n c o h e r e n te e n ­
g r a n a je m e c á n ic o y ló g ic o , p o r u n c o n ju n t o d e e n c a s tr e s y d e im p u l­
so s p e r fe c ta m e n te o rg á n ic o e in e x o r a b le en su ca rá c te r de
c o n d ic io n a n te .
E n c a m b io , e n lo s s e c to r e s b a jo s d e la s o c ie d a d “ c iv il” , en el su ­
b a lte r n o u n iv e r s o d e lo s h o m b r e s in s tr u m e n ta le s y “ m e c á n ic o s ” , ti­
r a n iz a d o p o r el u s o c o t id ia n o d e “ p a n e s in n o b le s ” , d o n d e la m e zcla
de c e r e a le s in fe r io r e s , a m e n u d o c o r r o m p id o s y d e t e r io r a d o s p o r
un a m a la c o n s e r v a c ió n o , c o m o su c e d ía fr e c u e n te m e n te , m ix tu r a d o s
(a u n d e m o d o d o lo s o ) c o n v e g e ta le s y g r a n o s t ó x ic o s y e s tu p e f a c ie n ­
te s , el r itm o s in o r d e n d e u n a e x is t e n c ia e n lo s u m b r a le s d e la a n i­
m a lid a d c o n t r ib u ía a d e lin e a r m o d e lo s p e r v e rtid o s y d e ó p tic a s
d e lir a n te s . L a d ic o t o m ía e n tr e “ el p a n d e p r ín c ip e s y d e g ra n d e s
m a e s tr o s ” y “ el p a n d e p e r r o s ” ' (d e s ta c a d a c o n e fic a c ia p o r G io v a n -

1 C». M. Savonarola, Trattato utilissimo di m ol te rególe, p er conservare la sa-


nitii, dich¡arando qual cose siano iitili da mangiare, e quali triste e medesima-
mente d i quelle che si hevono per Italia. Aggiontovi alcuni dubij m olto notabili,
Venecia, eredi di Gioanne Padovano, 1554 hoja 5, anverso-reverso.

9
10 EL PAN SALVAJE

ni M ic h e le S a v o n a r o la ,* “ fís ic o e x c e le n t ís im o ” d el e s tu d io d e P a d u a
d u r a n te la se g u n d a m ita d del s ig lo x v ) se t r a n s fo r m a en la m e tá fo r a
a lim e n ta r ia d e d o s s is te m a s c u ltu r a le s d is tin to s , q u e e n c u e n tr a n e n
e l p a n su lu g a r t ó p ic o . E n la s s o c ie d a d e s p o b r e s , el p a n , o b je t o p o li­
v a le n te d el c u a l d e p e n d e n la v id a , la m u e r te , e l s u e ñ o , se c o n v ie r te
e n s u je t o c u ltu r a l, p u n to e in s tr u m e n to c u lm in a n te , r e a l y s im b ó lic o ,
d e la e x is te n c ia m is m a , d e n s o e m p a s te p o lis é m ic o d e m ú ltip le s va­
le n c ia s , e n c u y o s e n o la fu n c ió n d e n u tr ic ió n s e e n t r e la z a c o n la te ­
r a p é u tic a (e n el p a n se m e z c la b a n la s h ie r b a s , las se m illa s , las
h a r in a s c u r a tiv a s ) y la s u g e s tió n m á g ic o -r itu a l c o n la lú d ic o -fa n tá s -
t ic a , e s tu p e fa c ie n te y n a r c o tiz a n te .
E l p a n d e a m a p o la s (la a m a p o la se c u ltiv a b a e n v a s ta s re g io n e s de
E u r o p a , c o n m é to d o s q u e h o y se ría n d e n o m in a d o s in d u stria le s ), el
p a n d is fra z a d o y m e jo r a d o c o n d r o g a s, a r o m a tiz a d o en e x c e s o c o n s e ­
m illa s d e c o r ia n d r o , de a n ís , d e c o m in o , c o n ace ire de s é s a m o , c o n t o ­
d o s lo s p o sib le s a g re g a d o s v o lu p tu o s o s q u e se p u e d e n h a lla r en un
“ re in o v e g e ta l” c o n el cu a l lo s h o m b r e s v iv ía n e n ín tim a fa m ilia rid a d ,
im p e n sa b le h o y ; o t a m b ié n , e n la s reg io n e s d o n d e se lo c u ltiv a b a , la
h a r in a d e se m illa s de c á ñ a m o , u tilizad a en la c o c in a p a ra p r e p a ra r
p a s ta s y p a n , y q u e “ h a c e p e rd er el in t e le c t o ” , g e n e ra n d o “ e b rie d a d
d o m é stic a y cie r ta e stu p id e z ” / se h a lla b a n e n tre lo s in s tr u m e n to s m ás
d ifu n d id o s y p o p u la re s e m p le a d o s p a ra tra n s ita r , d e sd e u n a c o n d ic ió n
h u m a n a c a s i in d ig n a d e vivir, h a s ta u n a d im e n sió n e s tu p e fa c ie n te y
p a r a n o id e a la q u e n o re s u lta a v e n tu ra d o c o n s id e ra r n o t a n to p r o g ra ­
m ad a desd e a r rib a (c o m o a veces se p u ed e su p o n e r), sin o m ás b ie n d e­
se ad a y b u scad a p o r las m ism a s p le b e s, m a c e ra d a s e n las e n fe rm e d a d e s,
el h a m b re , lo s m ie d o s n o c tu r n o s y las o b se s io n e s del d ía.
El v ia je c o le c tiv o p o r el s u e ñ o , p e rse g u id o a tra v é s d e la “ e b rie d a d
d o m é s tic a ” , c o n el a u x ilio de la s se m illa s y la s h ie r b a s a lu c in ó g e n a s ,

* Giovanni Michclc Savonarola (1384-1468): nacido en Padua, médico, pa­


tólogo y obstetra, abuelo del célebre Gerolamo Savonarola (n. del r.).

; Bartolomé Boldo, Libra della natura et virtú delle cose che nutriscotio et d e­
lle cose non naturali. Con alcune osservationi p er conservar la sanitá, et alcuni
quesiti bellissimi da notare. Raccolto d a diversi autori Greci, et Latim, et Arabi,
prim a p er M. Michel Savonarola m edico Padoano. Poi di nuovo con miglior or-
dine riform ato, accresciuto, et em endato, et quasi fatto un’altro, Venecia, Dome-
nico y Gio. Bañista Guerra, 1576, p. 34. Se trata de una amplia y profunda
revisión del Trattato de M. Savonarola.
IN TR O D U C C IÓ N

n a c id o d e u n tr a s fo n d o d e s u b a lim e n ta c ió n c r ó n ic a y, m u y a m e n u d o ,
d e h a m b re (q u e r e s u lta el m á s n a tu r a l y sim p le p r o d u c to r d e a lt e r a c io ­
n e s m e n t a le s y d e e s t a d o s d e e n s o ñ a c i ó n ) , a y u d a a e x p l i c a r la m a ­
n ife s ta c ió n d e d e lir io s m e n ta le s c o le c t iv o s , d e transe m a s iv o , de
e x p lo s io n e s c o r é u tic a s p r o d u c id a s p o r co m u n id a d e s y a ld e a s e n te ra s .
P e ro ta m b ié n p u e d e se r el c a m in o q u e n o s p e rm ita e n tre v e r u n a c o n s ­
tru c c ió n m e n ta l b if r o n te del m u n d o , n a c id a b a jo el s ig n o a m b ig u o y
e q u ív o c o d e la a m b iv a le n c ia , c o n d ic io n a d a p o r u n a a lu c in a d a y a lt e ­
rad a to m a d e c o n c ie n c ia d e la re a lid a d e n la q u e lo s p la n o s se h a n in ­
v e rtid o ; lo s u n iv e rsa le s h a n c a íd o , y e l m u n d o te rm in ó a capinculo ,
c o n la c a b e z a e n la tie rr a y lo s p ie s e n la s n u b e s, c o n u n a m e d id a a l­
te rad a del e s p a c io y d el tie m p o , en u n a g e o m e tría n o e u c lid e a n a y c o n
una p e rsp e ctiv a m á g ic o -o n íric a d o n d e la s r e la c io n e s y la s p r o p o r c io ­
n es a p a r e c e n r e g u la d a s p o r in s tr u m e n to s d e in d a g a c ió n y de m e d ic ió n
d is tin to s d e lo s p r a c tic a d o s e n la s á r e a s c u ltu ra le s en o tr o n iv el de r a ­
cio n a lid a d c lá s ic a q u e , sin e m b a r g o , n o lo g ra n su s tra e r s e d el to d o a la
c o n ta m in a c ió n in o c u la d a p o r la c u ltu r a del h a m b re .
Y a e sta a lt u r a d e la s c o s a s , r e s u lta e v id e n te q u e la p o b r e z a y lo s
b a jo s n iv e le s d e s u b s is te n c ia “ h a n in c id id o s o b r e la s c a t e g o r ía s ló g i­
c a s , de la s q u e u n a vez m á s se h a d e m o s t r a d o q u e n o s o n u n iv e r s a ­
le s, s in o g e n e r a d a s p o r la s s it u a c io n e s c u ltu r a le s ” (A . M . D i Ñ o la ),
in v a d ie n d o ta m b ié n el s e n tid o d e l t ie m p o , q u e e n el m u n d o d e la in ­
d ig e n cia n o se c o n ju g a e n fu tu r o (h e r e n c ia d e lo s r ic o s ) s in o ir ó n ic a ­
m e n te , p a r a c o n s u m ir s e e n e l p r e s e n t e o e n la o b s e s iv a r e p e tic ió n
d e un p a s a d o s ie m p r e id é n t ic o , q u e r e t o r n a d e m o d o in m u ta b le c o ­
m o u n a p e s a d illa p e r m a n e n te , d e fe c h a fija .
A sí c o m o m a ld ic ió n y p e s a d illa d e la c a r n e e n fe r m a y d e l e sp íritu
d e te r io r a d o e r a n lo s g u s a n o s q u e r o ía n la s v is c e r a s a ú n a n te s d e q u e
s o b r e v in ie r a la m u e r te , h u é s p e d e s p e r m a n e n te s d e u n c u e r p o s o c ia l
in f e c to , o b s e s ió n in e lim in a b le d e u n a v e r m in o s id a d g e n e r a l q u e , c o ­
m o u n a m e t á fo r a r e p u g n a n te , se p r o y e c t a b a s o b r e el “ p u e b lo a g u s a ­
n a d o ” d e a n d r a jo s o s y m e n d ig o s , o r u g a s v o r a c e s d e lo s g r a n e r o s de
lo s r ic o s . P e r o a d e m á s p r o y e c c ió n g lo b a l d e u n d ifu s o c a r á c t e r d e ­
m o n ía c o , d e u n a c o n t a m in a c ió n m a lig n a q u e , d is fra z a d a d e r e p e le n ­
te s in s e c to s y s ir v ié n d o s e d e la m á s c a r a d e in m u n d o s a n im a lc u la *
to m a b a p o s e s ió n d e lo s c u e r p o s y d e la s a lm a s , d e m o n iz á n d o la s y
e m b r u já n d o la s e n n o m b r e d e S a t a n á s .

Animalcula: se refiere a los animales sólo visibles por medios microscópi­


cos (n. del t.).
12 E L PAN SALVAJE

S e p e r fila el fa n ta s m a d e un a v a m p íric a s o c ie d a d d e o b s e s o s , q u e
e s c a p a d el s e n tid o a t o r m e n t a d o r de la brevitas vitae y d el m ie d o a la
m u e r t e , y q u e in te n ta c o n d e s e s p e r a c ió n y c r u e ld a d u n a p r o lo n g a ­
c ió n de la vid a m e d ia n te la s u c c ió n d e s a n g r e jo v e n , a b r ie n d o y c e ­
r r a n d o v e n a s del p r o p io c u e r p o y del c u e r p o a je n o , p o se íd a p o r un a
c u ltu r a c o r p o r a l n e u r ó t ic a m e n t e se n s ib le a la c ir c u la c ió n in te rn a de
lo s h u m o r e s y c o n v e n c id a d e la p r im a c ía a b s o lu ta de la b u e n a s a n ­
g re h u m a n a , c u y a “ a d m ir a b le v ir t u d ” n o s ó lo c u ra t o d a e n fe r m e d a d
s in o q u e r e tr a s a la m u e r te y d e v u e lv e la ju v e n tu d c u a n d o e s d e s tila ­
d a e n e l a la m b iq u e y c o n v e r tid a e n “ e lix ir d e v id a , es d e cir, e n fu e ­
g o v i ta l” , ‘ ta l c o m o e s c r ib ía el a u t o r a n ó n im o q u e se h a c ía p a s a r p o r
el g r a n G a b r ie le F a llo p io e n lo s Secreti diversi et m iracolosi.
L a p u r g a c ió n d e la s a n g r e y la e v a c u a c ió n d e la im p u re z a ( “ lo s
m a lo s g e n io s se m e z c la n c o n lo s h u m o r e s ” / r e c o r d a b a L e v in o L e n -
n io ) s e ñ a la b a n lo s m o m e n to s d e c is iv o s de to d a a c tiv id a d te r a p é u t i­
c a b a s a d a e n la e x p u ls ió n d e la c o r r u p c ió n y d e l m a l, p o rq u e

el tenebroso y negro humor mezclado con la sangre genera espíritus


horribles y, si no se purga la sangre, produce licantropía, miedos y
pensamientos malos, y así se ve a los hombres delirando y deleitán­
dose con los lugares fétidos y sucios, con las sepulturas y los cadáve­
res, porque el espíritu infecto desea cosas semejantes a él. s

A p re c ia d a d e sd e este á n g u lo , se d e lin e a la im a g e n d e u n a s o c ie d a d fe ­
b r il e in s o m n e q u e t r a t a b a d e c o n ju r a r la s v isita s n o c t u r n a s , la pre-

' Secreti diversi et m iracolosi. Raculti dal Falopia, et a ppr abatí da altri medi-
ci di gran fam a. Nuovamente ristampati. et á commun beneficio d i ciascuno, dis-
tinti in tre libn. N el prim o de' quah si contiene il m odo di fare diversi olii, cerotti
onguenti, ontioni, elettuarii, pillóle, et infiniti altri mcdicamenti. Nel secando
s ’insegna a fare diverse sor ti di vini, et acque m oh o salutifere. Nel te n a si con-
tengono alcuni importantissimi secreti di alchimia et altri secreti dilettevoh et cu-
riosi, Venezia, Alessandro Gardano, 1578, p. 346.
4 Levino l^nnio, Della com plessione del corpo hum ano libn due. Soturna­
m ente necessarij á tutti coloro, che studiano alia sanitá. Da quali a ciascuno sa-
ra agevole di conoscere perfettam ente la qualitá del corp o suo, e i movimenti
dell'animo, e il m odo del conservarsi del tutto sano, Venecia, Domenico Nicoli-
no, 1564, hoja 121, reverso.
* Tomasso Campanella, Del senso delle cose e della magia. Testo inédito ita­
liano con le varianti dei codici e delle due edizioni latine, a cargo de A. Bruera,
Bari, Laterza, 1925, p. 193.
IN TR O D UC C IÓ N

se n d a d e lo s h a b ita n t e s d e la n o c h e (p e s a d illa s , d u e n d e s , v a m p iro s ,


b r u ja s , lic á n tr o p o s ), y ta m b ié n in te n ta b a d e fe n d e rse d e la to r tu o s a
a g re sió n d e lo s s u e ñ o s h o rr ib le s q u e in s p ira b a n te m o r, c o n to d a u n a
fa r m a c o lo g ía p r o t e c t o r a c a p a z de in d u c ir a o lv id o y s e r e n id a d , d is­
p e n sa d o ra d e “ jo v i a lid a d ” y de “ c o r d ia lid a d ” , e u fo r iz a n te p a r a el c o ­
r a z ó n , p u r ific a d o r a de la sa n g r e , n a r c o tiz a n te y s u s c ita d o r a de
d e s m e m o r ia . Y q u e t a m b ié n a le ja r a la n e u r o s is d e fa r m a c o p e a c o m o
p a ra lle g a r a e c h a r m a n o a a lg u n a m ila g r o s a y g u a rd a d a r e c e ta q u e
o fr e c ie r a , p o r fin , la lla v e d e u n a e x is t e n c ia p r o te g id a , n o t r a b a jo s a ,
n o c o r r o m p id a p o r la s e n fe r m e d a d e s . E m p a p a d a s d e e sta d im e n sió n
n ig r o m á n tic a y a lq u im is ta d e a fin id a d e s , de s im p a tía s , d e s e n tid o s y
c o n s e n s o s e n t r e la s c o s a s y lo s e le m e n t o s , d e c o r r e s p o n d e n c ia s , de
r e la c io n e s a n a ló g ic a s , d e sign atu rae r e v e la d o r a s , la fa r m a c o p e a p o ­
p u la r y la d o c t a c o m p r e n d ía n p o r ig u a l e n su p r o p ia á r e a m á g ica
ta m b ié n la s r e c e ta s d e c o c in a e n la s q u e las p la n ta s e n c a n ta d a s e n t r a ­
b a n c o n to d a su p o te n c ia d e d e m o n is m o v e g e ta l. La a r te m is a , p o r
e je m p lo , p la n ta d e “ sig n ific a d o fe m e n in o , lu n a r y n o c t u r n o ” , e m ­
plead a “ p r in c ip a lm e n te p a r a el tr a t a m ie n t o d e la d is m e n o rr e a y de
lo s p a r to s d ifíc ile s ” " p o r la s trib u s d e A m é rica del N o r t e y a la cu a l
au n la h e r b o r is te r ía d el v ie jo c o n t in e n t e ju z g a b a p r o v id e n c ia l p a ra la
m a triz , e ra c o n s id e r a d a la h ie r b a c a b e z a de fa m ilia , de la c u a l d e s c e n ­
d ían p o r filia c ió n to d a s la s o tr a s , berbarunt m ater. “ P u r a ” , d e v a lo r
a b s o lu ta m e n te fe m e n in o , “ m u lti e a m m atricariam v o c a n t, p ra e cip u e
d o m in a e , q u ib u s ip sa e st th e s a u r u s , e t e x q u a c u m c á s e o , o v is e t. fa-
c iu n t to r te llo s te m p o r e fe s tiv ita tis s a n c ta e M a r ia e . U n d e e t q u a e d a m
d o m in a e e a m h e r b a m s a n c t a e M a r ia e v o c a n t ” I m u c h o s la lla m a n
m atricaria , p r in c ip a lm e n te la s m u je r e s , p a r a q u ie n e s e s u n te s o r o , y
h a c e n c o n e lla , m e z c lá n d o la c o n q u e s o , h u e v o s , e t c é te r a , t o r t il la s , en
lo s t ie m p o s d e la fe s tiv id a d d e s a n ta M a r í a . P o r e se m o tiv o la lla m a n
h ie rb a d e s a n ta M a r í a ] .7
T e s o r o d e la s m u je r e s , r e g u la d o r a del c ic lo fe m e n in o (g o b e r n a d a ,
p u e s, p o r la lu n a ), p r o t e c t o r a d e lo s ó r g a n o s d e la r e p r o d u c c ió n y de

‘ C. Lcvi-Strauss, L a pernee sauvage, París, 1962. (Ed. cast.: El pensamiento


salvaje, México, Fondo de Cultura Económica, 1984, p. 76.]
lo. Michclis Savonarolac, Practica maior. In qua m orbos omites, quibus sin-
gulae bumani corpons partes afficiuntur, ea diligentia, et arte pertractat, caque
üuxiliarum varietate et abundantia curare docet, ut ijs, qm medtcam artem exer-
cent, et summe conducat, et studiosissime expetenda vtdeatur, Vcnecia, luntas,
1559, hoja 25, anverso.
14 EL PAN SALVAJL

la fe c u n d id a d d e la m u je r, la m a n z a n illa (m a d re d e la s h ie r b a s ) , a s o ­
c ia d a en su “ v ir t u d ” b e n é fic a a l p o d e r s o b r e n a t u r a l de la m a d r e d el
O m n ip o t e n te y c o n s a g r a d a e n el b a u tis m o c r is t ia n o de la s h ie r b a s
c o n el n o m b r e de la V ir g e n (m atricaria ), se in g e ría r itu a lm e n te e n
u n a d e n s a c o m id a d e p o d e re s in d e s c ifr a b le s , e n el d ía en q u e e m a n a ­
ba la m á s a lta e n e r g ía t e r a p é u t ic a . Y t a m b ié n en su fo r m a , e s to s b u ­
ñ u e lo s s e m e ja b a n la lu n a m e d ia n a .
E n e s ta p e r s p e c tiv a d e f a r m a c o lo g í a m á g ic a in t e r p r e ta d a c o m o
s a p ie n c ia s e c r e t a , c a p a z d e d o ta r d e s a lu d , d e in v u ln e r a b ilid a d , d e
r iq u e z a ; e n e sta in s o m n e b ú s q u e d a d iu r n a d e r a íc e s d a d o r a s d e o l ­
v id o y de é x t a s is , d e s u e ñ o s y d e ju e g o s n o c t u r n o s , d e f iltr o s e m ­
b r u ja d o r e s y d e p o c io n e s n ig r o m á n t ic a s , la r e c e ta c u lin a r ia , la s
“ c o m p o s ic io n e s ” d e la s h e c h ic e r a s , la r e c e ta d el b o t i c a r i o , el u n ­
g ü e n t o d e l herbier , el r e m e d io d el un guen tarius p r á c t ic a m e n t e c o n ­
c u r r ía n a u n m is m o fin .
C o c in a d e lo im a g in a r io , a lim e n ta c ió n o n í r ic a , g a s t r o n o m ía e x ­
c o m u lg a d a ( c a n ib a le s c a , v a m p ír ic a , c o p r o f á g ic a ) , u n g ü e n to s y c a t a ­
p la s m a s h u m a n a s , a c e it e s s a c r ile g o s y u n c io n e s s a c r a s , jir o n e s de
“ m o m ia s ” y p o lv o s d e c r á n e o , p ó c im a s d e sangutn ibus , p a n e s lle ­
n o s d e se m illa s y d e p o lv o s q u e c o n c e d ía n o lv id o , h ie r b a s c o r d ia le s
y e u fo r iz a n te s , to r ta s a lu c in a n te s , r a íc e s e x c it a n te s y to r tilla s a fr o d i­
s ía c a s , a r o m a s y e flu v io s d e p la n ta s q u e e x p u ls a b a n a lo s d e m o n io s y
e r a n a n tíd o to s d e la m e la n c o lía ( “ b a ln e u m d ia b o li” ), “ c o n d im e n to s ”
y “ c o m p u e s to s ” e m b r u ja d o s c r e a b a n u n a red o n ír ic a , d e a lu c in a c io ­
n e s y d e p e r m a n e n te c a r á c t e r v isio n a rio q u e , a lte r a n d o m e d id a s , re la ­
c io n e s , p r o p o rc io n e s , te lo n e s , h a c ía q u e “ tre s d e d o s p a r e c ie r a n se is ,
y lo s n iñ o s , h o m b r e s a r m a d o s , y lo s h o m b r e s , g ig a n te s [ . . . ] C a d a
c o s a , m u c h o m á s g r a n d e q u e lo h a b it u a l, y a t o d o el m u n d o , d a r s e
v u e lta d e a r r ib a a b a j o ” .K S e o b s e r v a b a n v e r d a d e r a s m a t a n z a s y b a ­
t a lla s im a g in a r ia s , g u e r r e r o s fu r io s o s y á n g e le s v e n g a d o r e s “ r e p r e ­
s e n t a d o s en el a ir e ” , p o r q u e - t a l c o m o a s e v e r a b a c o n g ra v e d a d
T o m m a s o C a m p a n e ll a - “ la n a t u r a le z a es s a b ia y d e m o n í a c a ” y “ las
f u tu r a s c o s a s se p r e s ie n te n e n el a ir e ” .'* U n t e a tr o a é r e o q u e a n t ic i­
p a b a a lo s h o m b r e s lo s “ s ig n o s ” d e la s c o s a s q u e v e n d r ía n , u n a le c ­
t u r a s im b ó lic a d el fu tu r o h e c h a c o n la n a r iz h a c ia a r r ib a .
B r u je r ía d e m a s a s , e s p e c ia lm e n te a llí d o n d e la s c o s t u m b r e s e ra n

* Sabadino dcgli Aricnti, L e porretane, Barí, Laterza, 1914, p. 242.


* Campanella, D el senso delle cose, ob. cit., p. 192.
IN T R O D U C C IÓ N 15

“ rú s tic a s y s ilv e s t r e s ” , a llí d o n d e a lo s o b s e r v a d o r e s c iu d a d a n o s les


p a r e c ía q u e s u c e d ía n “ c o s a s n u e v a s e in a u d ita s , n o e s c u c h a d a s a c a ­
so d e sd e lo s t ie m p o s d e M e d e a e n c a n ta d o r a , c o n ta l fr e c u e n c ia y
c a n tid a d d e p e r s o n a s de to d a c la s e , q u o d vtx credibile est [q u e r esu l-
ra d ifíc il d e c r e e r| ” (M a r in S a n u t o ) . E n lu g a re s d e m o n t a ñ a m á s q u e
de lla n u r a , e s t é r ile s m á s q u e fé r tile s , h a b ita d o s p o r “ g e n te to d a p a ­
p u d a , c a s i t o d a d e fo r m e e n g r a d o s u m o , sin re g la a lg u n a d e vida c i ­
v iliz a d a ” , “ m á s d ia b ó lic o s q u e c r is t ia n o s ” , d o n d e lo s m is m o s
s a c e rd o te s “ e r a n lo s p r in c ip a lís im o s h is tr io n e s ” , d o n d e “ v ie jo s la s ­
c iv o s ” y “ m u je r e s p a p u d a s ” a p a r e c ía n “ c o n u n a b e lle z a m á s g ra n d e
que la d e P a r is o d e H e le n a ” . E n e s te a lp e s tr e y s a lv a je “ p a r a ís o te ­
rre stre p le n o d e t o d a s la s d e lic ia s d el m u n d o ” , a d o n d e se a r r ib a b a
c o n u n v ia je o c a b a lg a t a d e b r u ja s , lo s s a lv a je s p a p u d o s , t o n ific a d o s
p o r “ m a lv a s ía s | ...] p iñ o n e s , c a n e la y c o m p u e s t o s d e t o d o tip o [ . . . |
t o d o s jo c u n d o s y c o n s o la d o s ” p o d ía n c o n fu n d ir la im a g e n de
“ N u e s tra S e ñ o r a ” c o n u n “ s im u la c r o d ia b ó lic o ” .
E n r e a lid a d , n o s ó lo lo s d e fo rm e s h a b ita n te s d e lo s m o n te s o lo s
h o m b re s del b o s q u e s in o t a m b ié n la g e n te d e las a ld e a s o d e la s c iu ­
d ad es v iv ía n s u m e rg id o s en u n tie m p o d e e s p e r a , e n u n a a tm ó s fe r a
su sp en d id a y e m b r u ja d a d o n d e lo p o r t e n t o s o , lo m ila g r o s o , lo in s ó ­
lito p e r te n e c ía n a l o rd e n d e lo p o s ib le y de lo c o t id ia n o : la s a n ta y la
b ru ja (u n a s a n ta , a su m a n e r a , d e s ig n o d is tin to ) r e f le ja b a n la s d o s
ca r a s e q u ív o c a s , el d e re c h o y el rev é s de un a m ism a te n d e n c ia n e u r ó ­
tica a la s e p a r a c ió n r e s p e c to d e la r e a lid a d , al v ia je p o r lo im a g in a r io
y a l s a lto a lo v is io n a r io .
E l s a n to , el e x c é n t r ic o m a g o d el é x ta s is , d e c u e r p o m a c e r a d o p o r
los c ilic io s y la s p r iv a c io n e s , d e m e n te a lte ra d a p o r lo s a y u n o s c o m o
cie r to s e r m ita ñ o s q u e se g u ía n c o n vid a g r a c ia s a r a íc e s y h ie r b a s (¿ p e ­
ro c u á le s ? ), g o z a b a d e p o d e re s c h a m á n ic o s (tr a n c e s , le v ita c io n e s , c o ­
n o c im ie n to del le n g u a je d e lo s a n im a le s ...) . E l “ e n o r m e t e s o r o d e la
sa n tís im a p o b r e z a ” d el p a d re d e lo s Fraticelli* p r o d u c ía lo s m is m o s
e fe c to s de c o n m o v e d o r a le ja m ie n to d e la r e a lid a d , e x c it a b a la m ism a
ló g ica d e lo ir re a l y lo im p o s ib le , ta l c o m o su ce d ía a q u ie n e s su fría n
lla g a d o s p o r u n a p o b r e z a n o b u s c a d a , v íc tim a s d e u n a h o lg a z a n e ría
a lie n a d o r a , y q u e a s í c a ía n en a lu c in a c io n e s p a s m o s a s y e n a s o m b r o ­
sa s c o n t e m p la c io n e s d e m u n d o s ir re a le s.

Fraticelli: uno de los grupos de franciscanos seguidores del santo; texmal-


fnente, “hermanitos" (n. del t.)
16 EL PAN SALVAJE

El m in ú s c u lo S a n F r a n c is c o q u e , tr a n s fig u r a d o y c o n m o v id o , a r ­
d ie n te y e n r o je c id o , le v a n ta e n el a ir e y a r r o ja le jo s a l g ig a n te s c o h e r ­
m a n o M a s s e o (el e n a n o q u e se v u e lv e g ig a n te y v ic e v e r s a ); el lo c o
“ h o m b r e d e D io s ” d e A sís q u e , d e s n u d á n d o s e y a c o s t á n d o s e c o m o
un fa q u ir s o b r e la s p ie d r a s a r d ie n te s d e u n a c h im e n e a p a r a c o n v e r ­
t ir (e s d e cir, p a r a h a c e r p a s a r a o tr a ló g ic a ) a u n a “ m u je r b e llís im a
d e c u e r p o ” , p e r te n e c e n a la m is m a c u ltu ra del tr a s tr o c a m ie n t o en
q u e lo s a g r a d o o c u lt a b a el o t r o r o s t r o , el d el s a c r ile g io , c o n fu n d ie n ­
d o la c r e a c ió n c o n la d e s t r u c c ió n , el t o d o c o n la n a d a , lo p o s ib le c o n
lo im p o s ib le .
L o s p r e s tig io s o s exploits d e S a n F r a n c is c o , s u s e s p e c tá c u lo s d e fa -
q u ir is m o c o n fu e g o , p e r te n e c e n a l m is m o o r d e n d e l d is c u r s o q u e las
e x h ib ic io n e s d e c h a r la t a n e s p r a c t ic a d a s p o r lo s v e n d e d o r e s d e lo s a ­
g r a d o , c o n su s a m u le to s y su s r e z o s.
E n n o v ie m b re d e 1 5 0 9 , en F lo r e n c ia , u n e m b u s te r o v a g a b u n d o lla ­
m a d o “ el e s p a ñ o l” , q u e se s u b ía a l b a n c o p a r a v e n d e r o r a c io n e s y
q u e , c o m o b u e n p r e d ica d o r, d a b a el e je m p lo , e m p e z ó su e s p e c tá c u lo -
m e r c a d o d e lo s o b r e n a t u r a l d ic ie n d o :

“ Para que ustedes crean que ella es una santa que hace milagros, y
que es cierto lo que les digo, vengan y métanme en un horno calien­
te, y yo entraré en él con esta oración". Y finalmente fue arrojado al
horno por Santa Trinidad, con el pueblo que los seguía y muchos
ciudadanos poderosos [..,] Y llegado al panadero, dijo: “ Déme un
pan crudo” y lo tiró dentro del horno para demostrar que el homo
estaba caliente, y después se quitó la camisa y se subió los pantalo­
nes hasta las rodillas, y así entró en el horno hasta allá arriba, y se
quedó un poco, y llevó el pan en la mano y lo hizo rodar adentro. Y
comprobado que el horno estaba caliente, ya había sacado el pan, y
no se hizo mal alguno. Y fuera del horno, hizo que le dieran una rea
y la encendió, y así encendida, se la metió en la boca y allí la dejó
tanto tiempo que la tea se apagó; y más veces en el banco, y en más
días, sacaba una cantidad de velas encendidas y tenía las manos so­
bre ellas durante un buen espacio de tiempo, y después se las metía
en la boca así encendidas, y hasta que se apagaban. Y se lo vio ha­
cer muchas otras cosas del fuego: lavarse las manos en una sartén de
aceite que hervía sobre las llamas, muchas veces fue visto por todo
el pueblo. Y así vendía de aquellas oraciones todas las que podía ha­
cer: y digo que, entre rodas las cosas que jamás he visto [el observa­
IN TR O D U C C IÓ N 17

dor es Luca Landucci, boticario florentino| no he visto milagro más


grande que éste, si milagro es.'u

L o s lím ite s e n t r e re a lid a d e ir r e a lid a d , e n t r e p o s ib ilid a d e im p o s ib i­


lid a d , e n tr e lo s a c r o y lo p r o f a n o , e n tr e lo a b s t r a c t o y lo c o n c r e t o ,
e n tre lo s a n to y lo m a ld ito , e n t r e p u re z a y s u c ie d a d , e n t r e in d e c e n ­
cia y su b lim id a d s o n c o m o n u n c a lá b ile s e in c ie r to s . C a s i p o d ría d e ­
c ir s e q u e la a m b ig ü e d a d e s t r u c t u r a l d e la c u ltu r a fo lc ló r ic a , c o n su
ó p tic a b id im e n s io n a l y su in s tr u m e n ta c ió n m e n ta l de d o b le filo , in v a ­
día c o n su a n im is m o d e m ó n ic o a q u e llo s e s p a c io s d o n d e la cu ltu ra
“ s u p e rio r ” t r a t a b a d e e la b o r a r sis te m a s d e c o n o c im ie n to d is tin to s.
E n r e a lid a d , E u r o p a o c c id e n ta l, p o r lo m e n o s h a s ta e l s ig lo x v n ,
tie n e el a s p e c to d e u n a e n o r m e c a s a d e su e ñ o s d o n d e el r é g im e n d iu r­
n o tie n d e a c o n fu n d ir s e c o n el n o c t u r n o , c o n s u m id o r d e m ito lo g ía s
su rr e a lista s c u y a s s o m b r a s se p r o y e c ta n ta m b ié n s o b r e la o s c u ra p a ­
to lo g ía d e lo s h u m o r e s te ñ id o s d e tin ta y d e h o llín , p e r fe c c io n a n d o la
an tig u a fig u ra d el lic á n tr o p o , d el m e la n c ó lic o h ijo d e la c o r r u p c ió n
n o c tu r n a , d e s a n g r e e n fe r m a y p u tr e fa c ta q u e , a le já n d o s e d e la m á s ­
c a r a c a d a v é ric a q u e le h a b ía im p r e s o u n c a r á c t e r a t r a b i lia r io , c o n v ir ­
tié n d o lo e n m o d e lo lite r a r io d el M e d io e v o fr a n c é s , rev iv e en el
Bisclavret* d e M a r í a de F r a n c ia , m o n s tr u o d e sa n g r e y d e c a r n e s u r ­
g id o d e la s fa b u la c io n e s m é d ic a s d el A lto M e d io e v o :

Q ui lycan tbropia detinentur, noctli d o m o egressi, tupos ¡n óm nibus


im itantur e t d o ñ ee dies illucescat, á r e a defu nctorum m onum ento
p leru m q u e vagantur. H ac com ités ipsorum n o tae sunt, facies pallida,
ocu li a d videndum im becilli et sicci, lingua aridissim a, nulla in ore
saliva, sitis im m o d ic a ..."

(Quienes sufren licantropía, habiendo salido por la noche de su ca­

Luca landucci, Diario florentino dal 1450 a l 1516, continuato da un anoni-


mo fino al 1542, pubblicato sui codici della Comunale di Siena e della Marucellia-
na con annotazioni di lodoco del Badia, Florencia, Sansoni, 1883, pp. 299-300.
* Bisclavret: “El hombre lobo", una de las partes de los Lais de María de
Francia, que escribió en la corte inglesa a fines del siglo XII (n. del t.).
" Pauli Acginetae medici. Opera, loanne (¡uinterio Andernaco medico peri­
tísim o interprete, Eiusdem Guinterij, et Iani Comarij annotationes. Item Iacobi
Goupyli, et lacobi Dalcchampij scholia in eadem opera, Lyon, apud Guliel. Ro-
villium, sub scuto veneto, 1566, p. 253.
E L PAN SALVAJE

sa, imitan en todo a los lobos, y cuando amanece a menudo vaga­


bundean entre los monumentos de los muertos. Sus señales son el
rostro pálido, la mirada seca y enfermiza, la lengua muy enjuta, la
boca sin saliva, una sed desmesurada...]

L a E u ro p a de lo s s u e ñ o s y la s a lu c in a c io n e s n o c t u r n a s , r e a b s o r b id a
p o r el v é rtig o a n t r o p ó fa g o p a r a le la m e n te a l fa s c in a n te lla m a d o d e la
s a n g r e ( “ n o h a y c o s a ni a lim e n to - o b s e r v a b a G e r o la m o M a n fr e d i,
m é d ic o - a s t r ó lo g o b o lo ñ é s d e fin e s del sig lo X V - ta n c o n fo r m e a la
n u t r ic ió n d e l h o m b r e c o m o la c a r n e h u m a n a ” , 12 e s a E u r o p a q u e ,
c o m o h a in tu id o d e m o d o e sp lé n d id o J a c q u e s L e G o f f , r e c u r ría c o n s ­
t a n te m e n te a “ m e d ia d o r e s d e o lv id o ” , m á s q u e e n la b r u ja p r o f e s io ­
n a l, dom ina herbarum et ferarum , te n ía e n la s m u je re s d e c a s a , en las
m a d r e s , e n las a b u e la s , e n la s t ía s , en la s “ c o m a d r e s ” , e n la s n o d r i­
z a s q u e a m a m a n ta b a n a lo s n iñ o s , en las d u lc e s h e c h ic e r a s d o m é s ti­
c a s , la s p r im e ra s in ic ia d o r a s e n la s d e lic ia s a r tif ic ia le s , e n la
n a r c o tiz a n te d u lzu ra d e u n r ég im e n o n ír ic o h e c h iz a d o y m a n ip u la d o .
P o r lo m e n o s h asta fin e s del sig lo x v ili, en las c a m p a ñ a s ita lia n a s
c o n t in u ó la c o s t u m b r e d e p r o p in a r a lo s n iñ o s un p o c o in q u ie to s
“ h e r v id o de a m a p o l a ” : u n h á b it o la r g a m e n te d ifu n d id o ta m b ié n
en F ra n c ia , si te n e m o s en c u e n ta q u e , h a c ia m e d ia d o s d el sig lo XVUI, J .
R a u tin c o n s id e ra b a “ s ie m p re s o s p e c h o s o s lo s n a r c ó tic o s q u e |...| c o n
e x c e s iv a c o n tin u id a d se p r o p o r c io n a n a lo s n iñ o s p a r a c a l m a r l o s " ,'1
y el m é d ic o d e La usa na S im o n e A n d re a T is s o t, c é le b r e a u t o r d e lo s
Avis au peuple sur sa santé ( 1 7 6 0 ) , r e c o n o c ía q u e “ lo s r e m e d io s e x ­
tr a íd o s del o p io [ . . . ] d a d o s (a lo s n iñ o s ) s o n d e u n a a b s o lu ta n e c e s i­
d a d ” : 14 y resu lta in ú til r e c o r d a r a q u í la M edicina pauperum ( 1 6 4 1 ) ,
d e J e a n P r e v o st, s u p e rin te n d e n te del h u e r to b o t á n ic o d e P ad u a y m é-

11 Libro m tüulato II Perché, tradotto di latino m italiano, de l'eccell medico


et astrologo, M. Hieronirno di Manfredi. F.t dal istesso in assai luoghi dilucida-
to et illustrato. Con m ostrare le cagioni d ’infimte cose, appartancnti alia samtá.
Con la dichiaratione delle virtü d'a!cune herbe. Opera utilissima e necessanssi-
ma et d i nuovo ristampata e ripurgata di quelle cose, che havessero potutto of-
fendere il simplice animo del lettore, Venecia, Ventura di Salvador, 1588, p. 15.
'' Istruzioni sulla maniera di raccogliere i partí scritte dal celebre Sig. Rautin
per ordine del Ministero di Francia, de ora tradotte nella nostra volgar favella,
acció serrano d ’amm aestramento alie donne, che nella professione di com ari vo-
gliono esercitarsi, Venecia, Caroboli e Pompead, 1771, p. 113.
MAvis au peuple sur sa santé, ou Traite des maladies les plus fréquentes. par
Mr. Tissot... Nouvelle édition, augmentee de la desenption et de la cure de plu-
sieurs maladies, et prmcipalm ent de celles qui demandent d e prompts secours.
IN TR O D U C C IÓ N 19

J i c o de lo s e s tu d ia n te s d e e sa U n iv e r s id a d , a s í c o r n o Le médicin des
pauvres ( 1 6 6 9 ) , d e Pau l D u b é , e n c u a n t o p e r te n e c ie n te s a d o s á r e a s
y a d o s m o m e n to s c u ltu r a le s p a r c ia lm e n te d is tin to s .
E n el s ig lo X V II, e l b o t á n ic o d el G r a n d u q u e d e T o s c a n a , P a o lo
B o c c o n e , v i a je r o in f a tig a b le , s e ñ a la b a q u e la s m u je re s d e la M o r a v ia

para conciliar el sueño de los niños que gritan en la cuna o en la


cama, colocan cerca de ellos un puñado de solan u m h orten se, con
el que cada niño rápidamente se tranquiliza y se queda dormido.
La causa de este efecto debe atribuirse a los efluvios narcóticos y
también a que los poros de los niños son susceptibles y más aptos
que en los adultos para recibir la impresión de dichos efluvios de
la planta. 15

La c r e e n c ia d e q u e la s e m a n a c io n e s y lo s e flu v io s d e lo s a r o m a s y de
las e s e n c ia s v o lá tile s p a s a b a n r á p id a m e n te a t ra v é s d e lo s p o r o s y
e ran a b s o r b id a s c o n p r o n titu d c a s i in s ta n tá n e a e ra u n o d e lo s lu g a ­
res en q u e c o in c id ía n a la p e r fe c c ió n la sa b id u r ía de lo s d o c t o s y la
d o c trin a d e lo s c a m p e s in o s : d e sd e A lb e r to M a g n o , q u e c o n s id e ra b a
q u e lo s e flu v io s d el o p io , del e s t r a m o n io y d el a z a fr á n p o d ía n se r a b ­
s o rb id o s a la d is ta n c ia , h a s ta A m b r o is e P a r é , q u e , sin e m b a r g o , a s u ­
m ió u n a p o s ic ió n c r ític a s o b r e e sta quaestio en el D e vulneribus
sclopetorum , y a u n h a s ta F a llo p io , F io r a v a n ti, C a r d a n o e n D e subti-
litate o R o b e r t B o y le , a u t o r d e u n s in g u la r Tentamen porologicutn y
q u e , c o m o e n o tr a d e su s o b r a s , Specificoruin rem ediorum concordia
cum corpuscolari philosoph ia , n o s ó lo s o s tu v o la o p o r tu n id a d t e r a ­
p é u tica d e lle v a r s u s ta n c ia s m e d ic a m e n to s a s c o lg a d a s del c u e llo , sin o
qu e a fir m ó c o n so le m n id a d q u e se h a b ía c u r a d o d e u n a h e m o rr a g ia
sim p le m e n te t o m a n d o c o n la m a n o el m u sg o d e u n c r á n e o h u m a n o .
D e n t r o d e e s ta g e n e ra l c o n fia n z a en la a b s o r c ió n s im u ltá n e a a t r a ­
vés de lo s p o r o s , t a m b ié n e r a n a p r e c ia d o s lo s p u r g a n te s u m b ilic a le s,
lo s ep o m p h alia* q u e se a p lic a b a n s o b r e la p iel del v ie n tr e , m ie n tr a s

Ouvrage cotnposé en faveur des habitants d e la campagne, du peuple des vi-


lies, et de lous ceux qui en peuvent avoir faedem ent les conseds des médecins,
Lieja, Bassompierre et Van Den Berghen, 1763, p. 269.
" P. Boccone, Museo di física e di esperienze variato. e decorato di osserva-
zioni naturali, note medicinali, e raggionamenti secondo i principa de'm oderm ,
Vcnecia, G. B. Zuccato, 1697, p. 149.
* l'.pomphalia: todo preparado para aplicar sobre el ombligo (n. del t.).
20 EL PAN SALVAJE

se d ic e n te s m é d ic o s , c h a r la t a n e s , p r a c tic o n e s y h e r b o r is ta s e rr a n te s
v e n d ía n c o n é x ito “ s e c r e to s m ila g r o s o s p a ra h a c e r ir d e c u e rp o c o n
p o m a d a s y sin t o m a r n a d a p o r la b o c a ” . Y n o s ó lo e s to , sin o q u e la s
p o m a d a s , lo s a c e ite s , lo s u n g ü e n to s , lo s b á ls a m o s , la s c a t a p la s m a s y
lo s e m p la s to s o c u p a b a n un lu g a r p r iv ile g ia d o en la t ra n s m is ió n de
m e n s a je s fa r m a c o ló g ic o s , fu e ra n e llo s s a lu d a b le s o tó x ic o s . L a vieja
s o c ie d a d e s ta b a c o m p u e s ta p o r un m u ltitu d d e g e n te a c e ita d a , fr ic ­
c io n a d a , u n g id a , a r o m a t iz a d a , v io le n ta m e n te o lo r o s a o in s o p o r t a b le ­
m e n te h e d io n d a , d o n d e t o d o s e r a n r e c íp r o c a m e n t e u n ta d o s y
u n ta d o r e s , y s o b r e la c u a l d o m in a b a p e s a d a m e n te - c o m o h a s u b r a ­
y a d o L u d e n F e b v r e - el se n tid o d el o lf a t o . P o r lo m e n o s e n e ste a s ­
p e c to , la c a m p a n e llia n a C iudad del S o l n o tie n e n a d a d e u tó p ic a , y
a u n p a r e c e u n a n o rm a l r e la c ió n d e lo s h á b ito s d e c u a lq u ie r ciu d a d
eu rop ea:

En la preparación de las comidas son muy hábiles. Para condimen­


tarlas, les echan nuez moscada, miel, manteca y otros muchos aro­
mas fortificantes. Corrigen con ácidos la excesiva gordura. No
beben nada que previamente haya sido enfriado por la nieve o calen­
tado artificialmente (como acostumbran los chinosl, pues no necesi­
tan ayuda para favorecer el calor natural con ajo machacado,
vinagre, serpol, menta, basilicón y principalmente con ejercicios físi­
cos. Conocen además un secreto que, sin dolores y mediante proce­
dimientos suaves y admirables, renueva la vida cada siete años. '*

E n e s te a r o m á t ic o m u n d o d e p iel s e n s ib le y d e p o r o s m a g n é tic o s , p a ­
ra e v ita r q u e lo s la c t a n t e s c a y e r a n p re sa d e “ s u e ñ o s e s p a n to s o s ” , de
“ s u e ñ o s h o r r e n d o s ” , d e “ f a n t a s ía s ” q u e , “ e x c it a n d o lo s s u e ñ o s tu r ­
b a n el d e s c a n s o ” , la n o d r iz a , p o r su p a r te , d e b ía se g u ir u n a d ie ta
p a r tic u la r , c o m ie n d o “ le c h u g a e n so p a o e n e n s a la d a c o c id a y s e m i­
lla s d e a m a p o l a " , s u s t a n c ia s s e d a tiv a s q u e se t r a n s m itía n a l n iñ o
a m a m a n ta d o a tra v é s d e la le ch e . Y a d e m á s , c a d a n o c h e , ju n t o a la
c u n a , te n ía lu g a r el r itu a l d e la u n c ió n : la “ c r i a t u r a ” e r a “ u n g id a en
a m b a s sie n e s c o n u n g ü e n to p o p u le ó n (e n el c u a l se h a b ía n a m a lg a ­
m a d o la s y e m a s de á la m o c o n a m a p o la n e g ra , m a n d r á g o r a y s o la -

’* T. Campanelb, l¿i cittá d el solé e scelta d'alcune poesie filosofiche, a cargo


de A. Seroni, Milán, Feltrinelli. fEd. cast.: La imaginaria Ciudad del Sol, en Uto­
pías del Renacimiento, México, Fondo de Cultura Económica, 1995, p. 182.)
IN T R O D U C C IÓ N 21

n á c e a a n t ie p ilé p t ic a ) , a c e it e v io le ta , u n p o c o d e o p io , u n a p iz c a de
v in a g re , u n tá n d o s e t a m b ié n c o n la s m is m a s c o s a s la s n a r ic e s . “ M á s
e fic a z r e m e d io - a c o n s e ja b a el m é d ic o r o m a n o S c ip io n e M e r c u r i,
m u e rto e n 1 6 1 5 - c o n s is t e en h a c e r h e r v ir e n el a c e it e v io le ta la s e ­
m illa d e le c h u g a y la se m illa d e a m a p o la b la n c a , c o n u n p o c o d e a z a ­
frán y d e v in a g r e , u n g ie n d o c o n v e n d a s la s s ie n e s . T a m b ié n h a rá
bien un p o c o d e ja r a b e d e a m a p o la b la n c a c e r c a d e la n o c h e ” . ' 7
A si p r e p a ra d a y “ a d e r e z a d a ” , la c r ia t u r a e ra c o n fia d a a la o scu ra
b o ca d e la n o c h e . L a in ic ia c ió n en el s u e ñ o c o n t r o la d o , en la a r tif i­
c io sa d u lz u ra d e l s u e ñ o “ o p iá c e o ” , e m p e z a b a d e sd e lo s p a ñ a le s . D e s ­
de la p rim e ra in f a n c ia h a s ta la v e je z la n a r c o s is d o m in a b a s o b e r a n a .
E n el A n tidotarlo d el C o le g io m é d ic o b o lo ñ é s d e 1 7 7 1 , d o n d e se
a c o n s e ja n o f ic ia l m e n t e la s p ilu lae hystericae óptate ju n t o a la s pilu-
lae a d longam vitam , el r e c e ta r io m e d ie v a l c o n t r a el in s o m n io , de
N ic c o ló S a l e r n it a n o , a ú n o c u p a b a u n lu g a r d e h o n o r. L a c a n e l a , las
se m illa s d e b e le ñ o y d e a m a p o la b la n c a , la r a íz d e m a n d r á g o r a , la
nu ez m o s c a d a , lo s a c e it e s d e v io le ta s y d e r o s a s , el e n e b r o , el o p io
(a d e m á s d e la s s e m illa s d e v e r d o la g a , d e e n d ib ia y d e le c h u g a ) se
m e z c la n a l l í e n d o s is m a s iv a s . R equies m agna e ra el n o m b r e d e este
m e d ia d o r d e o lv id o y d e s u e ñ o , a m b ig u a y s in ie s tr a m e n te a lu s iv o .
P e ro a lg o n u e v o e s ta b a su c e d ie n d o : parce infantibus , a c o n s e ja b a n
las s o b r ia s y a u s te r a s in s tr u c c io n e s d e e ste fú n e b r e m e d ic a m e n to . El
n iñ o de J e a n - J a c q u e s R o u s s e a u e s t a b a n a c ie n d o c o n e s fu e rz o .

" La com m are o raccoglitricc, Vcnccia, G. Francesco Valvasense, 1686, p. 289.


I. LA “ M I S E R A B L E E N F E R M E D A D ”

“ O n e t a i t v r a i m e n t l a s d ’é t r e a u m o n d e ” ( “ N o s e n c o n t r á b a m o s r e a l ­
m e n t e c a n s a d o s d e e s t a r e n e l m u n d o ” ], a n o t a b a e n s u d i a r i o u n c u ­
r a r u r a l f r a n c é s e n e l s i g l o X V II,' i n t e r p r e t a n d o la d e s e s p e r a c i ó n d e
lo s p a r r o q u i a n o s m á s m i s e r a b l e s q u e m o r í a n d e h a m b r e e n s u a l d e a .
A c o m ie n z o s d el m is m o s ig lo , u n c a n ó n ig o b o lo ñ é s , G io v a n B a t ­
tista S e g n i, r e c o r d a b a q u e

en la Padua de 1529, todas las mañanas se encontraban por la ciu­


dad veinticinco o treinta muertos de hambre en los sumideros de las
calles. Los pobres no poseían efigie humana.1

U n a im a g e n h o r r ib le - p r o v e n ie n t e d e u n a d e la s m á s d o c t a s c iu d a ­
des d e E u r o p a - , q u e ilu m in a d e m o d o s in ie s t r o el ú lt im o e s ta d io de
un a a t o r m e n t a d a m e t a m o r fo s is , el la r g o y m is e r a b le v ia je h a c ia la
d e s tr u c c ió n d e l h o m b r e y el n a c im ie n t o e fím e r o d el h o m b r e -b e s tia
en c o t id ia n o c o n t a c t o c o n la b a s u r a , a t r a íd o p o r el e s p e jis m o de su
c a lo r t ib io y f e r m e n t a n t e , r e fu g io n a u s e a b u n d o p a r a q u ie n e s ta b a
o b lig a d o a d o r m ir d e s n u d o e n el e s t ié r c o l, c o m o u n m o d e r n o J o b .
E n lo s tie m p o s d e e s c a s e z , a u n d u r a n te la s m e n o s d e v a s ta d o r a s ,
lo s h a m b r ie n to s se t r a s f o r m a b a n e n g r o te s c o s s im u la c r o s d e se re s
h u m a n o s , e n m o m ia s a p e r g a m in a d a s e x h a u s t a s p o r el t r a b a jo d e s e ­
g u ir v iv ie n d o y p o r el e s fu e r z o in t o le r a b le d e m a n te n e r s e d e p ie.

Se ve a casi todos reducidos a una flacura deforme como si fueran


momias, de modo que |...| la piel habla, sostenida por los huesos

1 Cit. por J. Delumcau, lux peur en Occident (XIV-XVlll siecles). Una cité as-
siégée, París, Fayard, 1978, p. 164.
‘ G. B. Segni, Trattato sopra la carestía e fam e, sue cause, accidenti, provisio-
nt e reggimenti, varíe moltiphcationi, e sorte di pane. Discorsi filosofía, Bolonia,
G. Rossi, 1602, p. 53.

23
24 EL PAN SALVAJE

con escasísima carne. Y adonde quiera que vayas, sólo encuentras


por las calles tristeza, melancolía, debilidad, aflicción, miseria y
muerte.'

E n la s a ld e a s , en la s c iu d a d e s t r a n s id a s y c a la m ito s a s , se m o v ía n
c a n s a d a m e n t e s u c io s h a r a p o s h a b ita d o s p o r lá b ile s y e x te n u a d a s
s o m b r a s r e s e c a s p o r la s p r iv a c io n e s , m e ta fís ic a s p r e s e n c ia s y d e p r i­
m e n te s a le g o r ía s de la T r is te z a y d e la C o n s u n c ió n . El e s p a c io u r b a ­
n o se v o lv ía e n to n c e s s im ila r a un a a lu c in a n t e prom enade, re c o r rid a
- p a r a u s a r u n a im a g e n c a r a a u n c lá s ic o d el h a m b r e , S a n B a s i lio -
p o r h o m b r e s -a r a ñ a , d e e p id e r m is r e s e ca y c e n ic ie n t a , c o n lo s o jo s
e x c a v a d o s y c e r r a d o s en el fo n d o d e la s o je r a s , c o m o p u lp a s d e n u e ­
c e s d e s e c a d a s , e n t r e lo s h u e s o s . S u H om ilía dicta tem pore fam is et
siccitatis d e lin e a b a m a g is tr a lm e n te un r e t r a to d e l h a m b r ie n to q u e
e s t a r ía v ig e n te h a s ta el m o m e n to e n q u e la e s c a s e z d e ja r a d e a t o r ­
m e n ta r a O c c id e n te ; u n e s t e r e o tip o d r a m á tic o c u y a m e m o r ia v u e lv e
a su rg ir, in d e le b le , e n u n p a s a je fa m o s o d e la D ivina C om edia:

Esurientis m orbus, fam es scilicet, m iserabihs a ffe c tio est. H um ana-


m m calam itatum capul est fam es. M ors ontnium m isérrim a est, fi-
nem hunc sortiri /.../ Fam es vero a ffert supphciu m lentum , d o lo rem
longum , m orbuni intus insidentem a c delitescentem , m ortem sem p er
praesentem et sem per tardantem . N aturalem n am qu e hum orem ab-
sumit, refrigerat calorem , m olem corp oris contrabit, vires paulatim
exedit. C aro a ran ea e instar circum jacet ossibus. N on flo s inest in cu­
te. N am , consum pto sanguine, fugit ru bor; non adest albor, superfi­
cie p e r m aciem nigrescente; corpus livet, p a llo r e a tq u e nigritudine
p er m orbu m m isere adm istis; gem ía non sustentant, sed vi e t aegre
trahuntur. Vox tennis et languida; oculi in cavis suis debilitati, fru s­
tra in tbecis a c valvulis inclusi, tan quam nucei fructus intra putam i-
na arefacti. Venter vacuas, contractus, inform is, sine m ole, sine
naturali viscerum distensione, ossibus d o rsi adbaerescen s /.../ C oe-
git non p au cos saep en u m ero fam is angustia, térm in os etiam na tu rae
excutere, h om in em q u e vesci tribulium corp orib u s, et m atrem filium
qu em ex ventre protulit, ventre rursus im p ro b e ex cip ere.'

' I b íd ., p . 5 5 .
* Patrología graeca, 3 1 , III, c o l. 3 2 2 - 3 2 3 .
LA “ M ISERABLE E N FE R M E D A D " 25

(No hay duda de que el hambre es una miserable afección; la enfer­


medad de los hambrientos es la base de las calamidades humanas.
Todos los que reciben del destino este fin tienen una muy miserable
muerte... El hambre en verdad trae un lento suplicio, prolongado do­
lor, un mal que habita y se esconde en el interior, la muerte siempre
presente y que siempre demora. Puesto que consume los humores na­
turales, enfría el calor, contrae la masa corporal, devora paulatina­
mente las fuerzas. La carne rodea los huesos de modo que parece una
telaraña, no hay vello en la piel, como se ha agotado la sangre huye
el rubor del rostro, no hay ninguna blancura, la superficie se enne­
grece a causa de la delgadez, el cuerpo está amoratado, se mezclan
miserablemente la palidez y la negrura a causa de la enfermedad, las
rodillas no sostienen sino que se arrastran de una manera penosa
y violenta. La voz es tenue y lánguida, los ojos se debilitan en las
cuencas, encerrados en sus estuches como el fruto de la nuez en su
cáscara. El vientre está vacío, contraído, deforme, sin materia, sin la
natural extensión de las visceras. Los huesos se adhieren a la espal­
da... La angustia del hambre a menudo oprime a no pocos, y produ­
ce el fin, y se alimenta de los hombres miserables, y de la madre que
defectuosamente da a luz a su hijo.]

La m is m a c a r n e lív id a y e l m is m o c o lo r n e g ro del r o s t r o , la m ism a


facies p r e c a d a v é r ic a d e u n te s t im o n io fr a n c é s d e 1 6 8 3 : “ d e s m illie rs
de p a u v re s ( ...] a v e c d e s v isa g e s n o ir s , liv id e s, a tte n u e z c o m m e des
s q u e le tte s , la p lu p a r t s ’a p p u y a n t su r d e s b á t o n s et se t r a ín a n t c o m ­
m e ils p o u v a ie n t p o u r d e m a n d e r u n m o rc e a u d e p a in ” |miles d e p o ­
b re s | ...J c o n r o s t r o s o s c u r o s , lív id o s , te n u e s c o m o e s q u e le t o s , la
m a y o r ía d e e llo s s e a p o y a b a n e n b a s to n e s y se a r r a s t r a b a n c o m o p o ­
d ía n p a r a p e d ir u n p e d a z o d e p an | .s
U n a g r a n d e , t é tr ic a y d e s lu m b r a n te lite r a tu r a h a g r a b a d o e n un
a g u a fu e r te v e n e n o s o y c r u e l el to p o s e s c a lo f r ia n t e d e la e s c a se z . A
S a n B a s ilio le h a c e e c o P r o c o p io d e C e s a r e a q u e , en el s ig lo V I, lu e ­
g o d e B e lis a r io , p u d o v er d e c e r c a lo s h o r r o r e s d e la g u e rr a g o d o -b i­
z a n tin a , y tr a z ó d e e lla un te r r ib le g u ió n en u n a p á g in a m e m o r a b le :

Todos se volvían flacos y pálidos, y al faltarle el alimento a su car­


ne, según el antiguo adagio, ella se consumía a sí misma, y al predo­

Delumeu, L a peur en Occident..., ob. cit., p. 163.


EL PAN SALVAJE

minar la bilis sobre las fuerzas del cuerpo, éste tomaba un color ama­
rillento. Con el progreso del mal, todo humor disminuía en ellos, el
cutis adquiría aspecto de cuero y parecía adherirse a los huesos, y el
color fosco parecía también volverse negro haciéndolos semejar a
antorchas quemadas. En el rostro estaban como estupefactos, y ho­
rriblemente trastornados en la mirada. Algunos morían de inani­
ción; otros, de exceso de alimento, porque al haberse apagado en
ellos todo el calor natural de las visceras, si a alguien se le ocurría
nutrirlos hasta la saciedad y no de a poco por vez, como se hace con
los niños apenas nacidos, al no poder digerir ya la comida, mucho
más rápido llegaban a la muerte. Algunos hubo que bajo la violen­
cia del hambre se comieron el uno al otro, y también se dice que dos
mujeres de ciertos campos más allá de Rimini se comieron diecisiete
hombres: porque al haber sobrevivido solamente ellas en esa aldea,
quienes viajaban al lugar iban a vivir en las casas que ellas habita­
ban, y entonces los mataban mientras dormían, y se los comían.
Dicen también que el decimoctavo huésped se despertó cuando las
mujeres estaban por matarlo, y saltó sobre ellas, se enteró de toda la
historia y mató a las dos mujeres.
Así se dice que iban las cosas. Oprimidos por la necesidad del
hambre, si se encontraban con alguna hierba se echaban ávidos so­
bre ella, y de rodillas trataban de extraerla de la tierra, pero al no lo­
grarlo, porque sus fuerzas estaban totalmente agotadas, caían
muertos sobre la hierba y sobre las propias manos. Y tampoco ha­
bía quién los sepultara, porque nadie pensaba en hacerlo; pero no los
tocaba ningún pájaro de los tantos que suelen alimentarse de cadá­
veres porque nada había para ellos, en cuanto, como ya he dicho, el
hambre les había consumido antes rodas las carnes.*'

M u c h o s s ig lo s d e sp u é s, e n el t e r r ito r io r im in é s q u e h a b ía c o n o c id o
lo s h o r r o r e s g o d o -b iz a n tin o s , en u n a a ld e a u b ic a d a e n la in m e d ia ta
v e c in d a d de la “ lín e a g ó t i c a ” , d u r a n te el t e r r ib le in v ie rn o d e 1 9 4 3 -
1 9 4 4 , se v e r ific a r o n e p is o d io s d e fa e n a m ie n t o c la n d e s t in o y d e c o n ­
su m o d e s o ld a d o s m u e r to s . S u s c a r n e s , e n p a r te fr e s c a s y e n p a r te s a ­
la d a s , a y u d a r o n a r e s o lv e r la c r is is d e s u b s is te n c ia d e la p e q u e ñ a
c o m u n id a d del lu g ar, p r o p o r c io n a n d o u n a p r o v id e n c ia l r a c ió n d e
a lim e n to a lta m e n te p r o t e ic o . E x c e s o s e s p o r á d ic o s , e x tr a ñ o s a u n a

* I.a guerra gótica, lib. il, cap. 20, traducción de Domenico Comparetti.
LA "M ISER ABLE E N FE R M E D A D " 27

cu ltu ra 11 0 a n t r o p ó f a g a , p e r o e n lo s c u a le s , sin e m b a r g o , a l c a m b ia r
el c u a d r o g e n e r a l, s ie m p re se p o d ría recae r.
L a s g e n e ra c io n e s q u e n o s h an p re ce d id o , a c o s tu m b ra d a s a lu ch ar
co n tra p e río d o s d e e sc a se z p r á c tic a m e n te e n d é m ic o s , h a b ía n in te n ta d o
e la b o ra r u n a se rie d e praecepta contra fantem q u e ib a n del p a n to s ta ­
do h asta el h íg a d o a s a d o d e c u a lq u ie r a n im a l. E n lo s c a s o s d e e m e rg e n ­
cia a b s o lu ta , c o n t r a el h a m b re y la se d , se a c o n s e ja b a la o rin a .

Legim us /.../ quendam , ruittis aed ificioru m obrutum , cum nullam


vitae spem reliquant h ab eret, septem dies n o d e s q u e , s o la urina e p a ­
ta, fam etn a c sitim tolerasse.'

[Leemos... que alguien, apresado por las ruinas de un edificio, como no


tuviera ninguna esperanza de vida, durante siete días y sus noches ha­
biendo bebido solamente orina pudo sobreponerse al hambre y la sed.J

H a b ía q u ie n c r e ía e n las p íld o ra s d e A vicen a {globuli contra fament),


del ta m a ñ o d e u n a n u ez c o m ú n , s o b r e la b a s e d e a lm e n d ra s tritu r a d a s,
g rasa de v a c a líq u id a , a c e ite de v io le ta y ju g o d e r a íc e s d e m a lv a v isco ."
E n tre t o d a s la s a m e n a z a s q u e c o n c u r r ía n a l d is ip a rs e y a la d e s­
tr u c c ió n d el c u e r p o h u m a n o , el h a m b r e e ra la m á s c r u e l p e r o , c o m o
las o tr a s c a la m id a d e s , e s c a p a b a a t o d o m e c a n is m o d e c o n t r o l.
El s e n tid o d e la im p o te n c ia d el h o m b r e e n el g o b ie r n o d e su p r o ­
p io d e s tin o se a g u d iz a o s c u r a m e n te a fin e s del s ig lo X V I. E l a lm a m is­
m a n o p o d ía “ r e s is tir a l m u n d o , a l d ia b lo y a la c a r n e ” .v C o n d e n a d o
a s o p o r ta r , c o m o J o b , a d e m á s d e la s m is e ria s y lo s t r a b a jo s d e la
c o n d ic ió n h u m a n a , lo s fla g e lo s e n v ia d o s p o r D io s , y ta m b ié n a c o ­
m e r c o t id ia n a m e n t e el “ p a n d e lo s d o lo r e s ” , el h o m b r e - s o b r e q u ie n
p e sa b a la o s c u r a p r e o c u p a c ió n d e la v e je z y d e la m u e r te , d el ir re v e r ­
sib le c a m in o h a c ia la n a d a - , ta m b ié n d e b ía c u id a r s e d e lo s “ e n e m i­
g o s in t e s t in o s ” , d e la

discordia de los elementos en los cuatro humores que entre sí com­


baten: la cólera con la flema y la sangre con la melancolía. De las

Henrici Kantzovii, De conservando valetudine..., Amberes, Ex officina Ch-


ristophori l’lantini, 1580, p. 115.
* Ibíd., p . 1 1 4 .
' (». Maria Bonardo, Della miseria et Eccellenza della vita humana. Ragiona-
ntentt due, Venecia, Agustino Zoppini, 1586, hoja 4a.
E L PAN SALVAJE

cuales, si alguna vence, co m o resulta fácil que suceda, todo el tem ­


ple hu m ano se descom pone y ab re el cam in o a m il enferm edades,
de m odo que nu estros hum ores m ism os, en los que está fundada la
vida, son nuestros enem igos que entre si pugnan por nuestra des­
t ru c c ió n ... "■

A e sta in in te r ru m p id a b a t a lla in te r io r e n t r e lo s c u a tr o h u m o r e s se
o p o n ía la o fe n s a c o n t in u a y m o r ta l q u e , p a r a s o b r e v iv ir, el h o m b r e
d e b ía in flig ir a p la n ta s y a n im a le s .
U n u n iv e rso d e v io le n c ia y d e c o n flic t iv id a d p e r m a n e n te , p a ra
c o n s e r v a r , c o n la m u e r te d e la s c o s a s y el a s e s in a t o d e la n a tu r a le z a ,
u n a v id a in c ie rta y p r e c a r ia .

Vivim os gracias a la v iolencia, porqu e com em os por la violencia que


le hacem os a la tierra co n el sudor y co n el hierro a fin de que ella
nos dé el alim en to. N o s vestim os g racias a la violencia que les hace­
mos a los anim ales, d espoján d olos de su lana y de su piel y casi r o ­
bándoles su propia ropa. N os protegem os del frío y nos defendem os
de las tem pestades gracias a la violencia que ejercem os sobre las
p lantas y las piedras [ ...] N inguna co sa se ofrece ni nos hace bien de
propia voluntad, y tam p o co no so tros podem os vivir sin o co n la
muerte de las o tras c o s a s ... "

E l e s tu p r o , la v io le n c ia y el r o b o s ig n a b a n el o s c u r o y lu c tu o s o d e s­
t in o d el h o m b r e o b lig a d o a d e s tru ir y a v io le n t a r a to d a s las o tr a s
f o r m a s de la c r e a c ió n :

lo que hizo la naturaleza (p ájaro s, peces, árboles, hierbas y flores)


perece para m antener nuestra m isera vida, tan difícil y violento es
poder so ste n e rla... u

L a vid a e s ta b a fa ta lm e n te d e stin a d a a la c o r r u p c ió n y a la m u e rte


- é s a e ra la c r e e n c ia c o m ú n - p o r cu lp a d e lo s p r im o g e n ito r e s , A d án y
E v a : “ C o r p u s m o rti d e s tin a tu m e st p r o p te r p e c c a tu m ” . |E1 c u e rp o e s ­
tá d e s tin a d o a la m u e r te a c a u s a d el p e c a d o ). Y al p e c a d o o rig in a l se
LA “ M ISERABLE E N FE R M E D A D " 29

a g re g a b a n la c o t id ia n a a c c ió n d el d ia b lo y el d e s p r e c io d iv in o p o r las
e n o rm id a d e s q u e lo s h o m b r e s p e r p e tr a b a n . A e s ta p r im e ra y fu n d a ­
m e n tal c a u s a d e la e n fe r m e d a d y d e la m u e r te , se a ñ a d ía n la m a lig n a
in flu e n cia d e la s e s tr e lla s y la in q u ie ta co n v iv e n c ia de lo s h u m o r e s.

Q u em adm odu m enim m ors extrem um est ortmium m alorunt, qu ae


nos afflig ere in b a c vita possu nt, ita m ortis n om in e ontnes q u o q u e
aeru m nas et m iserias h u m an ae vitae com plectim ur. H uc accedunt
tiustra etiam errata, quae, dum c a ec a nostra voluntas im pulsa d iab o-
li in quaevis scelera ruit, tndies a nobts com m ittuntur et accuntulan-
tur. qu ibu s Detts a d iustam irant et indigitationem p rovocatu s, omnis
generis m o rb o s et calam itates in n os grassari sinit.
S ecunda causa m orboru m et destructionis d ep rav ation isqu e corpa-
runt n ostroru m est sinister et tnalevolus siderum caelestium inflttxus,
tem peram en toru m qu e in felicitas. 1'

|De igual m anera que la m uerte es, por cierto , el m ayor de tod o s los
m ales que pueden afligirnos en esta vida, y por ese m otivo ab raza­
m os tam bién todas las penas y las m iserias de la vida hu m ana. H as­
ta allí llegan nuestros errores, los que, cu ando nuestra ciega voluntad
por im pulso del d iab lo se precipita en un crim en, cu alquiera que sea,
son co m etid o s y acum ulados por n o so tros, y debido a ellos se provo­
ca la ju sta ira e indignación de D io s, nos alcanzan m o rb o s y calam i­
dades de to d o genero.
1.a segunda causa de las enferm edades, las destru cciones y las de­
pravaciones de nu estros cu erpos es el in flu jo siniestro y m alévolo de
los astro s celestes, y el in fortu n io de los elem entos.]

P ara e s c a p a r a e s te p é r fid o r o c ío q u e se a b a t ía s o b r e la c a b e z a d e lo s
m o rta le s , lo s r ic o s r e c u r r ía n a u n a c o s t o s a p e r o in ú til fa r m a c o p e a ,
p r e te n d ie n d o p o lv o s d e o r o y p ie d r a s p r e c io s a s m o lid a s e n la s d e s ti­
la c io n e s o a m a lg a m a d a s e n lo s m á s n o b le s e le c t u a r io s , c o m o el de
ja c in t o , u n a r e c e ta e n la c u a l se h a c ía n m á s d e n s a s la s “ v ir tu d e s ” de
las p ie d r a s m á s r a r a s .1-' M u c h o s , “ p a r a p r o lo n g a r la ju v e n tu d y r e -

" Rantzovii, ob. cit., p. 17.


'* Véase su receta en Tesoro delle gioie. Trattato curioso nel quale si dichiara
brevemente la virtu, qualitá e propicia delle g ioie..., Padua. P. P. Tozzi, 1626, pp.
195-197.
30 EL PAN SALVAJE

tr a s a r la v e je z , u san el v in o v ip e rin o y la c a r n e d e la v íb o r a p r e p a r a ­
d a , a d e re z a d a c o n o tr a s c o m id a s ” . ' * P a r a lo s “ p o b r e c it o s |...| p r iv a ­
d o s d e r iq u e z a s ” , " ’ la m e d ic in a e m p ír ic a y c h a r la t a n e s c a a c o n s e ja b a
r e c u r r ir a l a g u a rd ie n te : “ se p a n q u e la n a tu r a le z a del u n iv e r so n o ha
p r o d u c id o n a d a d e m á s m a r a v illo s a v irtu d q u e el v in o , d el c u a l, si
n o s o tr o s e x tr a e m o s el a lm a , es d e cir, la q u in ta e s e n c ia , lla m a d a a g u a
v id a , se p o d rá p e n s a r c u á n t a m a y o r u tilid a d p o s e e r á r e s p e c to d e d i­
c h o v in o y la s e s tu p e n d a s v irtu d e s q u e t ie n e , c r e o q u e y a e s t á n lle ­
n o s lo s d o c u m e n to s y c o n su o lo r p e n e tr a ta m b ié n a l u n iv e rso
a d e m á s del c u e r p o h u m a n o ” . 17
P o r e s o , p a r a lo s p o b r e s

oro potable, J...] licor maravilloso para retener a los que están cer­
ca de la muerte, y para dar fuerzas a los viejos y a los convalecien­
tes [ . . . r

A fin d e r e s ta u r a r la s fu e rz a s y r e te m p la r el c u e r p o c o n s u m id o , n a ­
d a m e jo r q u e la “ q u in ta e s e n c ia d e lo s c a p o n e s ” '" o b te n id a c o n la p u ­
t r e fa c c ió n d e la c a r n e en u n v a s o d e v id rio , s u m e r g id o d e sp u é s e n el
e s t ié r c o l d e c a b a llo . O t r o s “ c o lm a n y n u tr e n a la s g a llin a s c o n e lé ­
b o r o , y lu e g o d e e s ta s g a llin a s h a c e n c o m id a p a r a q u ie n e s q u ie r e n
r e ju v e n e c e r ” .20
E s t a b a n ta m b ié n lo s q u e c o n s id e r a b a n q u e la “ p r o lo n g a c ió n de la

G. Antonio Vignati, boloñes, Antidotarlo contro la peste, Bolonia, Clemen­


te Ferroni, 1630, p. 27.
14 I maravigliosi secreti di medicina, et chirurgia... raccolti dalla prattica de-
ll’eccellente medico e cirugico Gio. Battista Zapata, per Gioseppe Scientia ciru-
gico suo discepolo, Venecia, appresso Santo Lanza, 1629, p. 1. Para los ataques
contra los médicos “racionales”, véanse las obras del veronés Zefiriele Tomaso
Bovio, Flagello de'medici rationali, Venecia, Nicolini, 1583; Fulmine contro de-
‘m ed id putatitii rationali, Verona, Dalle Donne e A. De’Rossi, 1592; Melampi-
g o overo confusione de m ed id sofísti, Verona, G. Discepoli, 1585.
17 / maravigliosi secreti di m edicina..., cit., p. 3.
" Ibíd., p. 1.
|V Domcnico Auda, Breve com pendio di maravigliosi segreti..., Roma, per
Angelo Bernabó, 1660, p. 178.
10 Marsilio Ficino, Della vita sana, en Della religione ebristiana. O pera utilis-
sima, e dottissima, e dall'autore istesso tradotta in lingua toscana. htsiente con
due libri del m edesim o de! m antenere la sanitá et prolungare la vita p er le p er­
sone letterate, Florencia, Giunti, 1568, p. 109.
LA “ M ISERABLE EN FE R M E D A D ” 31

vida r e s u lta p o s ib le ” / 1 d e m o d o q u e se p u d ie ra in v e n ta r u n elixir vi-


tac, un a q u in ta e s e n c ia , u n o r o p o ta b le p a r a e x te n d e r la vid a in mag-
ttuni tem pus , “ ta l c o m o se lee q u e su ce d e c o n c ie r v o s , á g u ila s y
se r p ie n te s q u e , c o n su s p a r tic u la r e s h ie r b a s , h a n r e n o v a d o su s vi-

dasV\
L a t ie r r a p o d ía o c u lt a r s e c r e t o s m a r a v illo s o s y s e f a b u la b a s o b r e
un a ld e a n o a f o r t u n a d o , u n rusticus q u e

fod ien s lerram cunt a ratro vas aureum qu o d a m licore p len um adin-
venit; existinians rorem coeli, lavit se faciem , et bibit, co rp o re et b o -
m tate, spin tu et sapientiae roboratu s est, et d e b u lm lco factus est
baiulus regis... M

(cierta vez, mientras trabajaba la tierra con el arado, encontró una


vasija llena de licor, y creyendo que era rocío del cielo se lavó la ca­
ra y bebió, y se fortalecieron su cuerpo y su bondad, su espíritu y su
sabiduría, y de boyero se convirtió en mozo de cuerda del rey...]

C o r r ía la v o z d e q u e un a le m á n , a l b e b e r en t ie r r a s a r r a c e n a u n a o s ­
cu ra p ó c im a , “ u s q u e ad q u in g e n to s a n n o s v ita m su a m p r o lo n g a v it ”
[P r o lo n g ó su v id a h a s ta lle g a r a lo s q u in ie n to s a ñ o s ]. Y se in d ic a b a
en el p a n a l d e a b e ja s la c e le s tia l m e d ic in a id ó n e a a d vitam produ-
cendam.
M u c h o s se p r e g u n ta b a n si lo s e s p ír itu s (d e m o n io s y d u e n d e s ) p o ­
d ían “ p r o lo n g a r la vid a a lo s h o m b r e s , r e ju v e n e c e r a lo s v ie jo s , r e s u ­
c ita r a lo s m u e r t o s ” ; si e ra p o s ib le “ r e s ta u r a r la n a tu r a le z a e n v e je cid a
y g a s ta d a p o r el t ie m p o ” ,24 r e n o v a r la “ h u m e d a d r a d ic a l” , e x tr a e r la
sa n g r e v ie ja “ r e p o n ie n d o s a n g r e n u e v a [ . . . ] d e m o d o q u e el h o m b r e

11 (milio Cíetto, Diacamerun td est D ator Vitae. II principale dell singolan se-
greti di medicina afferm ato da gli anticbi filosofi ritrovarsi nelli capelli della ver-
gme pascale, b erba naturale, della quale bora trattando, si fa conoscere com e en
i fiori nascono le caste api, dal cui favo mete si cava medicina singolare, detta
oro putabile. O pera nova, Treviso, Grispoldi, 1623, p. 9.
" Ibíd.
“ Ibíd., p. 9-10.
'* Strozzi Cigogna, Palagio de gl'incanti, et delle gran meraviglie de gh spin-
ti. et ii¡ tutta la natura..., Vicenza, a d instanza di Roberto Meglietti, 1605, p.
390. Véase G. Bonomo, “I folletti nel folklore italiano”, en Studi demologici, Pa-
tamo, Flaccnvio, 1970, pp. 9.5-140.
32 EL PAN SALVAJE

c o r r o m p id o y c o n s u m id o n u n c a se a r r u in a r a ni d ie r a su s d e s p o jo s a
la m u e r t e ” .1'
E s m u y d ifíc il lle g a r a s a b e r si lo s d e m o n io s p u e d e n p r o lo n g a r la
vid a d e lo s h o m b r e s y lo g r a r q u e lo s v ie jo s d e b ilita d o s ya p o r la
a v a n z a d a e d a d re v e rd e z c a n y r e to r n e n a la e d a d p r ó s p e ra [ . . . ] Y la
r a z ó n e stá en q u e h a s ta a h o r a n o se h a e n c o n t r a d o p ie d r a , h ie r b a ,
r e m e d io u o tr a c o s a e n el m u n d o q u e p r o d u z c a e ste m a r a v illo s o
e f e c t o n a tu r a l d e r e ju v e n e c e r a l h o m b r e y p r o lo n g a r le la v id a .J
S in e m b a r g o , n o e n c u e n tr o r a z ó n d e q u e n o se p u e d a c r e e r q u e D io s
h a c r e a d o e n el m u n d o p á ja r o , p e z , a n im a l, p ie d r a , a , ju g o , h ie r b a ,
h u m o r , m in e r a l, a le g ría u o t r a c o s a q u e g u a rd e e n sí la v irtu d c a p a z
d e r e s ta b le c e r a l h o m b r e , d e a c r e c e n t a r su s fu e r z a s , d e r e s ta u r a r la
h u m e d a d r a d ic a l, v ig o r iz a r el c a lo r a r d ie n te , fo r t if i c a r la d is p o s ic ió n
g e n e r a l del c u e rp o y, e n s u m a , d e p r o lo n g a r la v i d a ...2"
M é d ic o s a u t o r iz a d o s c o m o C a r d a n o d e c ía n p ú b lic a m e n te q u e e n
el N u e v o M u n d o se h a b ía h a lla d o “ u n a fu e n te d e a g u a m u c h o m á s
p r e c io s a q u e el v in o , de la c u a l to d a p e r s o n a q u e b e b e , d e v ie jo se
v u e lv e jo v e n ” .27
T e s tim o n io s r e s p e ta b le s , q u e in f o r m a b a n o r a lm e n te y d e lo s q u e
n o e ra líc it o d u d a r ju r a b a n q u e a q u í y a llá v ie jo s c a s i c e n t e n a r io s h a ­
b ía n v isto c ó m o su c a b e llo s se v o lv ía n n e g r o s , y la s a r ru g a s d e s a p a ­
r e c ía n y lo s d ie n te s r e n a c ía n , y t a m b ié n v ie ja s a r r u g a d a s y d e c r é p ita s
se h a b ía n e n d u r e c id o d e g o lp e en la s m a m a s la r g a s y c o lg a n te s q u e
r e f lo r e c ía n en t o d o el c u e r p o .
C o m o la s a v e s d e H ib e r n ia ( “ ¿M ueren e n I rla n d a d u r a n te c in c o
m e s e s de nieve/ lo s p á ja r o s , y sin e m b a r g o a h o r a se le v a n ta n en a lt o
v u e lo " ) , : k del m is m o m o d o , c ie r t o s p u e b lo s d e la M o s c o v ia m á s im ­
p e n e tr a b le , v e n to sa y h e la d a , ro d o s lo s a ñ o s m o r ía n el 2 7 d e n o ­
v ie m b r e p a ra rev iv ir el 2 4 d e a b r il, y n o se s a b ía b ie n si e ra p o r
“ p r e s tig io d ia b ó lic o ” 2vo p o r s u e ñ o n a t u r a l, c o m o su c e d e c o n lo s li­
ro n e s .
A d e m á s , to d o s s a b ía n q u e el “ r é g im e n d e la s a lu d ” e n su m a y o r
p a r te e s ta b a c o n fia d o a la s “ c o s a s q u e g e n e ra n b u e n h u m o r y la u d a ­
b le s a n g r e ” :

•' Palagio de gl'incanti..., oh. cit., p. 390.


J* Ibíd., p. 388.
Ibíd., p. 390.
“ T. Cam panelia, Al so lé..., cd. Seroni, p. 276.
l* Palagio de g l’incanti..., ob. cit., p. 396.
LA "M IS E R A B L E E N FE R M E D A D " 33

Aquellos que entonces quieren conservar la salud y retrasar la vejez


deben usar las cosas que generan muy buena sangre espesa, y tam­
bién así con los otros humores, como dice Avicena hablando de la
canicie, al afirmar que ella se retrasa siempre que la sangre sea espe­
sa, grasa, caliente y viscosa; entonces, los cabellos son negros y, por
lo contrario, cuando la sangre es acuosa o tendiente a lo acuoso, en­
tonces los cabellos empiezan a volverse blancos. Pero las cosas que
generan buenísima sangre son los vinos aromáticos y suaves, la car­
ne de cabrito, capón, perdiz, faisán, pollos cebados, pavos reales.
De las hierbas, la borraja, la lechuga, y si estas cosas se cuecen en
pasteles o asadas sin caldo será mucho mejor, y también usar después
esos medicamentos que tienen la virtud de purificar la sangre, como
el ajenjo, la triferrina, maravillosos condimentos, jugo de fumaria,
oro, perlas, estudiando el médico aquellas cosas que son buenas pa­
ra digerir, porque allí está todo el fundamento, en cuanto la mala di­
gestión corrompe la sangre produciéndose humores deteriorados y
corrompidos (...)
Entonces, en la digestión está todo el fundam ento...u>

A u n q u e e r a n c o n o c id o s p o r t o d o s , m u y p o c a s p e r s o n a s p o d ía n p o ­
n e r e n p r á c t ic a e s o s e le m e n ta le s p r e c e p to s q u e in g r e s a b a n e n la e s fe ­
ra d e la s c o s a s “ n o n n a t u r a le s ” y q u e in flu ía n d e m o d o p o d e ro s o
s o b r e el p r o b le m a de tuenda valetudine: “ c ib u s e t p o tu s , m o tu s et
q u ie s , s o m n u s e t v ig ilia , in a n itio e t r e p le tio , a c d e n iq u e a n im i p a s-
s io n e s " (c o m id a y b e b id a , m o v im ie n to y q u ie tu d , s u e ñ o y v ig ilia ,
in a n ic ió n y s a c ie d a d , y e n fin , la s a fe c c io n e s d e l a lm a ) (G e o r g iu s P ic-
to r iu s).
La m is e ria y el h a m b r e p e r te n e c ía n , e n c a m b io , a la c a t e g o r ía de
las res n atu ralis , c o n v e r tid a s e n c r ó n ic a s y e n d é m ic a s e n O c c id e n te ,
e s p e c ia lm e n te e n tr e lo s s ig lo s X V I y XV III, y c o m o f e n ó m e n o s n o n a ­
tu ra le s d e p e n d ie n te s de la e c o n o m ía , d e la s t é c n ic a s p r o d u c tiv a s , de

Vaticinio et avertinienti per conservare la sanitá, e prolongar la vita huma­


na■ Raccolto per Lampridio Anguillara, da uno senttore antico arabo, detto
Elbymitar, Ferrara, Vittorio Baldini, 1589, pp. 18-19. “Se debe estar con alegría,
porque la alegría excita el calor natural y atempera los espíritus, y los vuelve más
puros, fortalece la virtud natural, rejuvenece el cuerpo, no de años sino de fuer­
zas, prolonga la vida, agudiza el intelecto y vuelve al hombre más apto para los
negocios** (Auda, Breve com pendio di maravigliosi segreti..., ob. cit., pp. 277-
E L PAN SALVAJE

la v o lu n ta d p o lític a de lo s g o b e r n a n t e s . L a p r e c a r ia r e la c ió n e n tre
p r o d u c c ió n y d e m o g r a fía , e n tr e h o m b r e s y r e c u r s o s a lim e n ta r io s ,
n u n c a e s tu v o ta n c o m p r o m e tid a c o m o e n la é p o c a e n q u e lo s c a m ­
p e s in o s c o n s tit u ía n la in m e n s a m a y o r ía d e la p o b la c ió n .
L a c a íd a d el h o m b r e e n la a n im a lid a d c o n s titu y e u n topos r e c u ­
r re n te e n lo s g ra n d e s y d r a m á tic o s fr e s c o s d e la e m e r g e n c ia d el a b a s ­
t e c im ie n to , un m o tiv o q u e , su p e ra n d o lo c o r p o r a l p a r a lle g a r a las
o r illa s d e lo in c o r p ó r e o , se a m p lía y se t r a n s fo r m a en el te m a del
h a m b r e , c o n v ir tié n d o s e e n u n m o m e n to e se n c ia l d e la meditatio mor-
tis y del a rs moriendi, y p a s a n d o del h a m b re a l H a m b r e . M o m e n to
d e c is iv o d e la te r r ib le lu c h a , n u n c a a q u ie t a d a , e n t r e V id a y M u e rte ,
d el conflictus e n tre in s tin to d e vid a y T h án atos , e n t r e la a b s o r c ió n f a ­
ta l d el e s té ril m u n d o d e la s s o m b r a s sin r isa y sin h a m b r e y e l b u lle n -
te h o rm ig u e r o d e la e x is t e n c ia , v o r a z m á q u in a d e v o r a d o r a .
E l h a m b r e , prim um movens b io ló g ic o p e ro ta m b ié n “ m is e ra b le
e n fe r m e d a d ” s o c ia l, a n te s a la d e la m u e r te q u e , s e n te n c ia b a n lo s d o c ­
to r e s , “ e st m o rb o r u m s u m m u m ” (es la m a y o r d e la s e n fe r m e d a d e s ],* 1
e ra la m á s e s tre c h a a lia d a d e la s e n fe r m e d a d e s e p id é m ic a s , p r o p ia s de
la s o c ie d a d e s q u e h a b ía n lle g a d o a la fa s e de o r g a n iz a c ió n e s ta ta l,
p e r o sin e m b a r g o d e ja b a n d e g ra d a r d e m o d o ir r e s p o n s a b le v a s to s
b o ls o n e s h u m a n o s , p o b r e s y s u p e rp o b la d o s .
E l p a s o d e la h is to r ia h a e s t a d o e s c a n d id o p o r la s a lt e r n a t iv a s de
la s e n fe r m e d a d e s y la s e p id e m ia s , y la vida s o c ia l se h a m o v id o en
s in to n ía c o n el r itm o d e la s le y e s e p id e m io ló g ic a s , la s c u a le s c o n s t i­
t u y e r o n , d u r a n te un la r g o p e r ío d o , u n o d e lo s m á s v a le d e r o s r e g u la ­
d o r e s d e l ju e g o d e m o g r á fic o .’2
E n la in tim id a d d e la r e p r e s e n t a c ió n del in f ie r n o d e lo s p o b r e s , es
c o n s ta n t e el m o tiv o d e la d e g r a d a c ió n físic a d el m is e r a b le h a m b r ie n ­
t o , p o r su m e t a m o r fo s is b e s tia l. A m e n u d o se t r a t a d e la s p á g in a s e s ­
c r it a s p o r m é d ic o s y s a c e r d o te s , la s c u a le s n o s p r o p o r c io n a n - c o n un
d r a m a tis m o e le v a d o y f e r o z - fr a g m e n to s d e “ c o s a s v iv id a s ” c o le c t i­
v a m e n te . Q u ie n e s a d ia r io se m o v ía n e n t r e h a m b r ie n to s y m o r ib u n ­
d o s h a n sid o lo s in té rp r e te s y lo s m e jo r e s te s tig o s d e la s o m b r ía
d e c a d e n c ia del in d iv id u o y d e la s m u ltitu d e s m is e r a b le s , c o n m a y o r

" Arcibaldi Pictarnii, Elementa medicinae phisico-m athem atica, Vcnecia, An-
tonium Bortoli, 1 7 3 3 , p. XVII. Las seis cosas “no naturales” representan un pa­
so obligado de la medicina galénica.
u Véase W. H. Me Neill, Plagues and peoples, («arden City, Nueva York, An­
chor Press, 1976.
LA “ M ISER ABLE E N FE R M E D A D " 35

e fic a c ia q u e lo s lit e r a t o s , e m p e ñ a d o s e n o tr a c la s e d e e je r c ic io s . Su s
vo ces c o in c id e n e n s u b r a y a r e l in t o le r a b le h e d o r d e lo s h a r a p ie n to s ,
el n a u s e a b u n d o y r e p e le n te o lo r d e la m is e r ia , in e lim in a b le c o m p a ­
ñ e ro de la c o n d ic ió n “ c a n in a ” :

Casi no tenían rostro humano (escribe un medico meridional en el


siglo xviil], de tan demacrados y flacos que eran, y además olían de
tal modo que, al acercarse a los ciudadanos, cuando daban vueltas
por las calles, las iglesias o los recintos públicos, les causaban un ins­
tantáneo aturdimiento y m areo."

En la e ra p r e in d u s tr ia l, el p a u p e r is m o fu e c o n t e n id o d e n t r o de lo s
m is m o s n iv e le s g r a c ia s a t o d o u n sis te m a de a y u d a y d e h o s p ita liz a ­
c ió n u r b a n a ( o b r a s p ía s , o b r a s p a r a lo s m e n d ig o s , a s ilo s d e v ie jo s ,
h o s p ic io s , h o s p it a le s , e t c .), q u e m a n tu v o c a s i e q u ilib r a d a la c a n tid a d
d e m is e r a b le s , s o b r e la c u a l in c id ía n , c o n u n p o r c e n ta je c o n s id e r a ­
b le , la m o r t a n d a d e p id é m ic a y la m o r b ilid a d d e la s v ie ja s p a to lo g ía s
e n d é m ic a s . E l c u a d r o , s u s t a n c ia lm e n te u n ifo r m e , e m p e z ó a c a m b ia r
c u a n d o , s u p e r a d o s lo s p r im e r o s d e c e n io s del s ig lo XV III, la s e p id e ­
m ia s , a s í c o m o la p e s te , r e t r o c e d ie r o n d e m o d o m is te r io s o h a s ta d e ­
s a p a r e c e r (y, a l r e s p e c t o , n o s e p u e d e c o n c e d e r d e m a s ia d o c r é d ito a
la te o r ía d e la a u t o in m u n iz a c ió n .) El c r e c im ie n to d e la p o b la c ió n se
h izo p r o g r e s iv o : m ie n tr a s el N o r t e d e Ita lia p a r e c e h a b e r p e r m a n e c i­
d o e s t a c io n a r io , e n el S u r el d e s a r r o llo d e m o g r á fic o c o n t e m p ló un
in c r e m e n to m u c h o m á s r á p id o . L a te n d e n c ia a l c r e c im ie n to d e m o ­
g r á fic o , c u y a s c a u s a s sig u e n s ie n d o p o c o c la r a s a u n p a r a lo s t é c n i­
c o s en la m a t e r ia , lle v ó a p r o f u n d a s in q u ie tu d e s s o c ia le s c u a n d o el
p a u p e r is m o a n d e n réginie y a n o p u d o s e r c o n t r o la d o p o r lo s t r a d i­
c io n a le s m e c a n is m o s d e p o d e r y se t r a n s fo r m ó e n u n a e x p lo s iv a
m e zcla r e v o lu c io n a r ia , c o n el e m p u je d e la s g ra n d e s m a s a s d e p o ­
b res, su b o cu p a d o s y d eso cu p a d o s.

" T. Fasano, Della febbrc epidem ica sofferta in Napoli l'anno 1764, Ñapóles,
Gíuseppc Raimondi, 1765, cit. por F. Venturi, 1764: "Napoli nell’anno della fa-
m e " , en R¡vista Storica Italiana, 1973 (L X X X V ), n. 2, p. 406.
II. E L P A N F U G IT IV O

Lo s in te le c tu a le s y lo s lit e r a t o s b a r r o c o s , ro z a d o s p o r la s a m e n a z a n ­
tes m u ltitu d e s d e m e n d ig o s y d e m o n ta ñ e s e s s in p a n , p o r la s d e s c o m ­
p u e sta s y u lu la n te s p r o c e s io n e s d el h a m b r e , se d e fe n d e r á n -s e g ú n su
tra d ic io n a l in c lin a c i ó n - d is p a r a n d o c ín ic a s y v e n e n o s a s a n d a n a d a s
so b r e la m a r e a d e lo s v a g a b u n d o s , c o n t r a la s “ h o rm ig a s d e s o c u p a ­
d a s ” .' É s te es el c a s o d e B a ld a s s a r r e B o n ifa c io , q u ie n e n 1 6 2 9 viv ió
en T r e v is o u n a a g ita d a c r is is d e p a u p e r is m o , la c u a l fu e r á p id a m e n ­
te tra d u c id a a lo s s o n e to s im p ia d o s o s y s u lfú r e o s de II paltoniere.
La a n g u s tia d e u n o s p o c o s a n t e el e n lo q u e c id o flu c tu a r p o r la s c a ­
lles d e lo s in n u m e r a b le s d e v o r a d o r e s de r e s to s d e c o m id a , lo s h o m ­
b r e s -o r u g a , lo s h o m b r e s -in s e c t o ; la a n s ie d a d d e lo s g ru p o s d e p o d e r
en r e la c ió n c o n la s g ra n d e s m a s a s a m e n a z a n te s , la in c o n t r o la d a p r o ­
life r a c ió n d e lo s m is e r a b le s , el e s p e c tr o d e u n a s o c ie d a d n e g a tiv a
q u e , r e s is te n te a la in t e g r a c ió n , a g ita la ilu so r ia b a n d e ra d e un a s o ­
cie d a d d e o p o s ic ió n , en lo s s o n e t o s d e B o n ifa c io d a n c u e r p o a la
im ag e n o b s e s iv a d e la m a re a c r e c ie n te , del a g u a q u e s u b e , ir re s is ti­
b le , p a r a p r o v o c a r la a s f ix ia fin a l. La te n sió n e n tr e la s c a s ta s se t r a s ­
lada a la s e r ie m e ta fó r ic a d e v e r s o s d e lo s q u e rez u m a el t e m e ro s o
d e sp r e c io d e lo s h o m b r e s d el p a n b la n c o h a c ia lo s h o m b r e s del pan
n e g ro o lo s q u e n o tie n e n p a n , lo s “ g o lp e a - p u e r t a s ” o lo s “ g a n a p a ­
n e s” *’ q u e e x te n d ía n “ la g ra n n u b e de p ic a ro s y d e t u n a n t e s ” , 1 a m e ­
n a z a d o re s c o m o u n a r a b io s a o la d e la n g o s ta s .
E n r e a lid a d , m á s a llá d el e fe c t o lit e r a r io y d e la d r a m a tiz a c ió n r i­
tu al d el t u m u lto y d el te m o r, la s tu r b u le n c ia s del p a u p e r is m o , si bien
p o d ía n s u s c ita r a n s ie d a d e s y h o r r o r e s , n o p a s a b a n d e s e r s a q u e o s in-

' li. Bonifacio, “II PaltoniereM, a cargo de G. Fulco, en Strumenti Critict,


1978, n. 36-37, p. 186.
Ibíd., p. 187.
1Ibíd., p. 185.

37
38 E L PAN SALVAJE

c o n t r o la d o s , in c a p a c e s d e tr a n s fo r m a r s e en a lg o m á s q u e u n a r a b io ­
sa a u n q u e c a ó t ic a y e fím e r a r e b e lió n . L o s e s t e r e o tip o s lin g ü ís tic o s de
la v io le n c ia y d e la r e v u e lta se t r a n s m ite n de sig lo en s ig lo d e a c u e r ­
d o c o n le ta n ía s d e d e s e s p e r a c ió n q u e tie n e n e n c o m ú n el m is m o t e n ­
s o y c o n c ita d o r e g is tr o : e s t o su ce d e e n el Libro del biad aiolo, del
s ig lo X IU , d o n d e la e s c a s e z h a b la c o n la s v o ce s del a q u e la r r e d a n te s ­
c o , c o m o su ce d e t a m b ié n e n lo s s o n e t o s de B o n ifa c io . P e r o sig u e n
sie n d o e s te r e o tip o s lin g ü ís tic o s , m ie n tr a s lo s m is m o s p r o t a g o n is ta s
d e la s r e b e lio n e s “ n o se m o s t r a b a n in te r e s a d o s e n c a m b ia r la s e s­
t r u c tu r a s de la s o c ie d a d en q u e v iv ía n ” /
E n u n a so c ie d a d fr a g m e n ta d a y c e r r a d a e n u n e le v a d ís im o n ú m e ­
ro d e c o r p o r a c io n e s , la n o c ió n d e “ c la s e ” n o p o d ía te n e r se n tid o a l ­
guno. Los status m e d ie v a le s fo r m a b a n la e s tr u c tu r a d e u n m u n d o e n
le n tís im a e v o lu c ió n , d o n d e la v id a c o le c tiv a se m o d ific a b a c o n e x t r e ­
m a d ific u lta d y, se d ir ía , c a s i c o n r e p u g n a n c ia . C a s ta s y c o r p o r a c io ­
n e s b lo q u e a b a n e l n a c im ie n to d e la id e a de “ c la s e ” , a b s o lu ta m e n te
d e c im o n ó n ic a . La lib e r a c ió n del “ m al d e v iv ir ” n o e ra p e rse g u id a p o ­
lític a m e n te s in o a tra v é s d e m é to d o s d e lib e r a c ió n d ir e c ta , c o m o el
d e sm e d id o u so d e b e b id a s a lc o h ó lic a s , p r á c tic a s s e x u a le s d e s e n fr e n a ­
d a s y “ s a lv a je s ” , fie s ta s r itu a le s , la tr a n s g r e s ió n p r iv a d a o g ru p a l
r e s p e c to d e la n o r m a c iv il o r e lig io s a . L o s s u e ñ o s n o e s tim u la b a n fe r­
m e n to s r e v o lu c io n a r io s , s in o v ia je s d e e v a s ió n fa n tá s tic a . L a s u to p ía s
- a u n la s m á s r a d ic a le s - se e sfu m a n e n la ta b u la c ió n d o c tr in a r ia y d e
p u ra s a p ie n c ia . T a m b ié n el g r a n m ito d e C u c a ñ a , a u n en el su e ñ o d i­
fu so d e la p o s e s ió n ig u a lita ria de lo s b ie n e s m a te r ia le s y de la p r o p ie ­
d a d , a u n e n el su e ñ o d e la e te r n a ju v e n tu d , del a m o r n o c o n t r o la d o
s o c ia lm e n te , del e ro s n o in s titu c io n a liz a d o , n u n c a se vu elve m o m e n ­
t o p r o v o c a d o r d e a u té n tic a r e n o v a c ió n p o lític a o s o c ia l.
E n lo s a ñ o s de in fa u s ta c o y u n t u r a , lo s p e q u e ñ o s p r o p ie t a r io s de
tie r r a s , o b lig a d o s a v e n d e r su s c a m p o s a la g r a n p r o p ie d a d a p r e c io s
d e u s u ra , te r m in a b a n m e n d ig a n d o p o r la s c a lle s . H a s ta el o lím p ic o
A lv is e C o r n a r o a m p lió e n o r m e m e n te su s y a e x te n s a s p r o p ie d a d e s
u tiliz a n d o a m e n u d o c o m o h o m b r e de c o n f i a n z a , m e d ia d o r y a g e n ­
te d e n e g o c io s , a A n g e lo B e o lc o , lla m a d o R u z a n t e ...*

* Keith TTiomas, Religión and the Decline o f Magtc, London, Penguín Books,
1971, p. 108, cit. por K. T., “Problemi sociali, conflitti individuali e stregoneria",
en Autores varios, La stregoneria in Europa, Bolonia, II Mulino, 1975, p. 214.
* Ruzante (1501-1542): actor y autor de comedias nacido en Padua, especia­
lizado en obras de ambiente campestre y popular (n. del t.).
E L PAN FUGITIVO 39

El p a n d e lo s p o b r e s , d e lo s r o t o s o s , d e lo s d e s o c u p a d o s , y e s p e ­
c ia lm e n te a q u e l d e q u ie n e s lo p r o d u c ía n , v íc tim a s d e u n a p a r a d ó ji­
ca ley e c o n ó m ic a y s o c ia l - e s d e cir, lo s c a m p e s in o s - e s s ie m p re un
pan en fu g a , in a p r e s a b le c o m o e n u n a p e s a d illa d e m o r a d a , d e d u r a ­
c ió n in t e r m in a b le . E n lo s a ñ o s m a lo s , e l tie m p o d e la s n u e v a s c o s e ­
c h a s , d el v e r a n o y d e su s fr u t o s , d e la e s t a c ió n e n q u e s e p o d ía
s a b o r e a r o t r a v ez el “ p a n n u e v o ” , ' se s o ñ a b a , en su s p ir a d a e s p e r a , a
p a r tir d el o t o ñ o a v a n z a d o .
E n el D ialo go facetissim o d e R u z a n t e , r e c it a d o d u r a n te la h a m ­
b ru n a d e 1 5 2 8 , M e n e g o c u e n ta , a y u d á n d o s e c o n lo s d e d o s , lo s m e ­
ses q u e lo s e p a r a n del p a n fu g itiv o :

Enero, febrero, marzo, abril, mayo y aun medio junio para el trigo
(Suspira.) ¡O h, no llegaremos más! Viejo, es un año bien largo es­
te. Yo sé que el pan huye de nosotros, sí, más que los gorriones del
halcón.*

El r e g is tr o c ó m ic o d e e s te d iá lo g o ( “ jo c o s í s i m o ” s ó lo p o r e u fe m is ­
m o ) sirv e ta m b ié n p a r a a le ja r a l te r r ib le a d v e r s a r io , el h a m b r e , e x o r ­
c iz á n d o lo c o n la r is a , y se d e s a h o g a , en u n a m p lio e im a g in a tiv o
r e p e r to r io e n la s a g rid u lc e s e in g e n io s a s fr a s e s d e lo s c a m p e s in o s , en
su s a r tif ic io s p e n s a d o s p a r a t r a t a r d e r e d u c ir la s n e c e s id a d e s a lim e n ­
ta ria s : t r á g ic a s c h a n z a s in v e n ta d a s p o r q u ie n tie n e la s c a r n e s t o r t u ­
ra d a s p o r la s c u ñ a s (la s “ p é n o le ” ) d el h a m b r e . E s ta c r u e l im a g e n ,
e x tr a íd a d e lo s h o r r o r e s de la s c á m a r a s de t o r t u r a , e s r á p id a m e n te
r e m o v id a y rid ic u liz a d a c o n lo s e x p e d ie n te s h a lla d o s p a r a t r a t a r d e
a p a r ta r o s u a v iz a r p o r lo m e n o s la s d u r a s le y e s d e la n e c e s id a d de
co m e r, d el fatu m fis io ló g ic o , p r o p o n ie n d o el u s o d e a s tr in g e n te s c o ­
m o la s s e r b a s , o la s u r r e a lis ta e s tr a ta g e m a d e ta p a r s e “ el a g u je r o de
a b a jo ” . D e e s e m o d o , lo s e x c r e m e n to s , a l n o p o d e r sa lir, h a b ría n
m a n te n id o lle n o s lo s in t e s t in o s ( “ le b u e le s t a r a e p in e ” ), n e u tr a liz a n ­
d o el h a m b r e (“ e sí n o v e g n e r a e p í t a n ta fa m e ” .)
P a r a d o ja a m a r g a , la e n fe r m e d a d e s b u s c a d a p a r a a p a g a r el h a m ­
b re p o r q u e , c o m o le e x p lic a M e n e g o a D u o z o ,

' buzante, Teatro. Primera edición completa. Texto, traducción y notas a car-
8° de Ludovico Zorzi, Turín, Einaudi, 1967, p. 697.
* Ibíd., p . 693.
40 EL PAN SALVAJE

Entonces trato de enfermarme, porque debo decir, compadre, cuan­


do estoy enfermo no me viene el hambre; y siempre que no me ven­
ga el hambre, yo no quiero otra cosa.’

In ú tilm e n te lo s m is e r a b le s d e lo s c a m p o s r e c it a b a n p r o v e r b io s fa ls a ­
m e n te g r a t ific a d o r e s , le t a n ía s s u rg id a s d el r e s ig n a d o y d e s c o n s o la d o
c o h a b it a r c o n el h a m b r e m ile n a r ia . T a m b ié n se s u s p ir a b a p o r la e s ­
t a c ió n de la s h ie r b a s , y n o s ó lo p o r la d e lo s c e r e a le s y la s le g u m in o ­
s a s : “ c o m o s e a , y a p a s ó t o d o e n e r o , y d e sp u é s a p a r e c e r á n las h ie r b a s
y lo s h o m b r e s r e c ib ir á n a y u d a ” .* L a s h ie r b a s lo s h a b r ía n a y u d a d o a
s o b r e v iv ir, y las y e m a s s e r ía n d e v o r a d a s a n t e s q u e la flo r y el fr u to :
y e m a s d e flo r d e lis, b r o t e s r u m ia d o s ju n t o a las h o ja s d e la s v id e s;
y el m is m o fin h a b r ía n d e s u fr ir lo s a b r o jo s , la s c le m á tid e s y a c a s o
t a m b ié n la h ie d r a ; c a s i tre s s ig lo s d e sp u é s de lo s a g r ic u lt o r e s fr iu la -
n o s d e s c rip to s p o r C a t e r in a P e r c o to , la “ b a r o n e s a c a m p e s in a ” , en el
Atino della fatne , en p r im a v e r a s e g a b a n el t r ig o to d a v ía v erd e p a ra
s o b r e v iv ir. A lte r n a n d o el r e g is tr o h ip e r r e a lis ta c o n el o n í r ic o , R u z a n -
te lle g a a c o m p o n e r u n a e x tr a o r d in a r ia im a g e n s u r r e a lis ta p a r a d ar
s e n tid o la r v a l a h o m b r e s -y a -c a s i- d ifu n to s , q u e h a n lle g a d o a u n a in ­
c o n s is t e n c ia e n lo s u m b r a le s d e la n a d a .

Sé que nos volveremos tan flacos como para parecer hombres muer­
tos que han sido suspendidos del humo, de tan finos y consumidos
que estaremos.''

E s te ballet d e h o m b r e s c o n s u m id o s , ta n fin o s y e v a n e s c e n te s c o m o
p a r a p o d e r s e r c o lg a d o s d e l h u m o , r á p id o e s c o r z o “ fu m is ta ” * d e a li­
g e r a m ie n to e n to d a e sta a lu c in a d a y g ra v e “ c o m ic id a d ” fá g ic a , s e ñ a ­
la u n o d e lo s m o m e n to s m á s r e f in a d o s d e u n a lite r a tu r a q u e h a
e x t r a íd o d el h a m b r e r e m a s , m o tiv o s , e s q u e m a s .
E l lím ite a lim e n ta r io e n t r e h o m b r e s y a n im a le s se h a c e ta n su til
q u e d e s a p a r e c e : el s o r g o , p o r e je m p lo - e l d iá lo g o e n tre e s to s d o s
b r a c e r o s h a m b r ie n to s e n c u e n tr a u n b r u ta l e c o e n la r e a l id a d - p a sa *

’ Ibíd.
* Ibíd., p. 695.
* Ibíd.
* Fumista: referencia al humo, pero también al carácter de alucinación del
texto citadu (n. del t.).
EL PAN FUGITIVO 4!

ba del c e r d o a l h o m b r e y, si f a lt a b a , e ra el a fr e c h o lo q u e se v o lv ía
“ bu en f o r r a je p a r a lo s h o m b r e s ” , d is u e lto e n el a g u a c a lie n te q u e se
v ertía e n sb iv iron , e n b e b e d e r o s p a r a lo s h o m b r e s -p u e r c o (p orci et
r u s t i d ), o b lig a d o s a c h a p o t e a r a llí c o m o a n im a le s q u e p r o d u c e n
c h a s q u id o s c o n la le n g u a (a ’ p areró m p orzi che slape).
R u z a n te a lc a n z a lo s e fe c t o s m á s p o d e r o s o s d e c o m ic id a d m a c a b r a
cu a n d o M e n e g o , u lt r a ja d o p o r el riv a l e n a m o r e s , s u p o n e su p r o p ia
d e s tru c c ió n p o r a u t o fa g ia : “ P e r o d e a lg ú n m o d o m e m a t a r é ... Y se ­
rá to d a v ía m e jo r , p o r q u e m e c o m e r é a m í m is m o , y a s í m o r ir é b ie n
s a tis f e c h o , a p e s a r d el h a m b r e ” ." ’ E l e fe c to g r o te s c o e stá lo g r a d o de
m a n e ra s o r p r e n d e n t e y e s d e u n a c o m ic id a d ir r e s is tib le (p o r lo m e ­
n o s p a r a n o s o t r o s ) ; a u n q u e el s e n tid o y la c la v e d e su le c tu r a p u ed en
m o d ific a r s e si t e n e m o s e n c u e n ta q u e fu e ra d el t e a t r o r e a lm e n t e se
d a b a n e p is o d io s d e e s te t ip o , a q u í s ó lo im a g in a d o s p a r a d iv e rs ió n
de lo s n o b le s o y e n t e s . L o s in f o r m e s d e lo s m is io n e r o s d e S a n V ic e n ­
te in s is te n e n la t r á g ic a r e a lid a d d e la a u t o fa g ia e n la F r a n c ia d el si­
g lo XVU.
L a c r is is d e a b a s te c im ie n t o d e q u e p a r te R u z a n te p a r a c o n s tr u ir
su D ialogo facetissim o et ridiculosissim o , “ r e c it a d o en F o s s o n d u ­
ra n te el a ñ o d e la h a m b r u n a d e 1 5 2 8 ” , e n c u e n tr a u n d r a m á tic o e c o
e n las a c t a s n o ta r ia le s d e la é p o c a (lle v a d a s a fo r t u n a d a m e n t e a la luz
de m o d o m e r ito r io p o r S a m b in y e x a m in a d a s c o n d o lo r o s a s e n s ib i­
lid ad p o r L .u d o v ico Z o r z i) , q u e p r o p o r c io n a n un d r a m á tic o c o n t r a ­
p u n to a l ju e g o te a tr a l q u e se r e a liz a b a p a r a a le g r a r a l p o d e r o s o
c o m it e n t e y p a t r ó n , o c u p a d o en a m p lia r su in g e n te p a t r im o n io en
tie rr a s a p r o v e c h a n d o la m is e r ia q u e o b lig a b a a q u e lo s p e q u e ñ o s
p r o p ie ta r io s y e n fite u t a s le v e n d ie r a n a b a jo p r e c io la s p r o p ie d a d e s
s o b r e la s c u a le s y a p e s a b a n g ra n d e s d e u d a s .
P e r m a n e c e in d e s c ifr a b le el m o d o d e g o c e d e u n a r e p r e s e n ta c ió n
t e a tr a l q u e , si b ie n en la fic c ió n e s c é n ic a , lle v a b a a lo s h a m b r ie n to s
a c o n v e rtirs e e n in s tr u m e n to d e d iv e rsió n y d e r e c re o p a r a q u ie n , a u n ­
q ue n o fu e ra el v e rd a d e ro h a m b re a d o r, se a p r o v e c h a b a a b u n d a n te m e n ­
te de la s c a la m id a d e s c a íd a s s o b r e la g e n te . La im p a s ib ilid a d m o ra l
de A lv ise C o r n a r o * y d e su a g e n te - d r a m a t u r g o R u z a n t e - m á s a llá de
in ú tile s c e n s u r a s s o c io m o r a lis t a s y d e je r e m ia d a s p o p u la r e s - n o s in ­

,u Ibíd., p. 709.
Alvise Cornaro (1475-1566): tratadista veneciano, ligado a la vida más re­
finada de ia época (n. del t.)
42 E L PAN SALVAJE

d ic a e n p r im e r lu g a r q u é d is tin ta se m o s t r a b a la s e n s ib ilid a d s o c ia l
e n u n a “ d u ra e d a d d e la c o n c ie n c ia y d e la r a z ó n , c o m o fu e el R e n a ­
c im ie n t o en su fin a l, c u a n d o a la c e le b r a d a lib e r a c ió n d el h o m b r e s u ­
c e d ía la id e a d e r e s p o n s a b ilid a d d e su d e s tin o h is tó r ic o y t e r r e n a l”
( Z o r z i ) ." A u n d e s c o n ta n d o la “ c r u e ld a d ” d e lo s tie m p o s y la d u r e ­
za d e la vid a d e q u ie n e s h e m o s p e r d id o la n o c ió n , e n v u e lto s e n lo s
m e c a n is m o s d e g a r a n tía y e n la p r o t e c t o r a tu te la c iv il m á s q u e s in ­
d ic a l, la r isa de C o r n a r o n o d e b e in t e r p r e ta r s e , p o r c ie r t o , c o m o un a
a u t o fla g e la c ió n d e tip o m a s o q u is t a , s in o a lo s u m o c o m o la c o m p la ­
c id a y d iv e rtid a r e s p u e sta a u n a o p r e s o r a c o n d ic ió n d e a n g u s tia de
u n “ b e n e f a c t o r ” q u e , a u n q u e de h e c h o a c t u a r a c o m o un u s u re r o ,
e ra c o n s c ie n t e de q u e c o n t r ib u ía a sa lv a r v id a s h u m a n a s .
L a r e a lid a d e m e r g e m is e r a b le y d r a m á tic a d e lo s r e g is tr o s n o ta r ia ­
le s , c o m o e n el c a s o d el q u e n o s d o c u m e n ta s o b r e d o s c ó n y u g e s de
R o s a t a q u e , “ v o le n te s sib i s u c c u r r e r e e t s u b v e n ire in ta m m a g n a n e -
c e s s it a te e t e x tr e m it a te v ic t u s , in ta n ta p e n u ria q u a n u lla m a io r fu it
u n q u a m , n e fa m e p e r e a n t c u m p a u p é r rim a su a f a m ilia ” (q u e rie n d o
s o c o r r e r y p r o p o r c io n a r a lim e n to en ta n g r a n d e y e x tr e m a n e c e s i­
d a d , en t a n ta p e n u ria q u e n u n c a h u b o u n a m a y o r , p a r a n o m o r ir de
h a m b r e c o n su p a u p é r rim a f a m ilia ], “ v e n d e n a C o r n a r o la p r o p ie ­
d ad ú til d e d o s c a m p o s a l p r e c io d e 1 0 d u c a d o s ” , p e r o r e c ib e n d e él
s ó lo 1 4 lir a s , p o r q u e las r e s ta n te s y a la s h a b ía n te n id o “ a n t e stip u -
la t io n e m p r e s e n tís c o n t r a c t u s ” (c o n a n te r io r id a d a la e la b o r a c ió n
d el p r e se n te c o n t r a t o ] ;12 o - c o m o n a r r a tr is te m e n te la m is e r a b le h is­
t o r ia d e M ic h e le P o la t o d e C o d e v ig o - “ v o le n s s ib i su c c u r e r e in t a n ­
ta p e n u ria v ictu s n e fa m e p e r e a t, c u m ia m d u o b u s m e n s ib u s p u b lic e
m e n d ic a r e sit c o a c t u s , p r o u t a p u d o m n e s d e e io n o titia m h a b e n te s
n o tis s im u m e s t, e t n o n h a b e n s a liu m m o d u m s ib i fa c c ie n d i et su b s-
te n ta n d i p a u p e r a m v ita m n isi p er v e n d itio n e m ” ” [d e s e a n d o p r o p o r ­
c io n a r a lim e n to e n ta n g r a n d e p e n u ria p a r a n o m o r ir d e h a m b r e ,
c o m o h a c ía d o s m e ses e s t a b a o b lig a d o a la m e n d ic id a d p ú b lic a , s ie n ­
d o c o n o c id a p o r to d o s e sa s it u a c ió n , n o tu v o o t r o m o d o d e s o s te n e r
su p o b r e vid a q u e p o r m e d io d e la v e n ta ] (r e c ib e tre s d u c a d o s p o r su
c a m p o , h a b ie n d o r e c ib id o ya a n te s s ie te ).
E l r o b o d e la s p r o p ie d a d e s e n t ie r r a s p o c o e x te n s a s , la e lim in a ­

" Ibíd., p. 1439.


,J Ibíd.
" Ibíd.
El. PAN FUGITIVO 43

c ió n d e lo s p e q u e ñ o s p r o p ie t a r io s , la in c o r p o r a c ió n d e la s n u ev a s
tie rr a s d e q u e h a b ía e n t r a d o e n p o s e s ió n c o n u n a e x p r o p ia c ió n n o
v io le n ta , ral c o m o s u c e d ía e n o t r o s lu g a r e s , p e r o s ie m p r e fr a u d u le n ­
ta y d is fr a z a d a d e in t e n c io n e s fila n tr ó p ic a s , e s u n a c o m p r o b a c ió n d e
la te sis d e M a u r ic e D o b b , s e g ú n la c u a l “ L a g r a n p r o p ie d a d c r e c e d e ­
v o r a n d o a la p e q u e ñ a ; y la c la s e c a p ita lis ta n a c ió n o d e la p a r s im o ­
n ia y d e la a b s tin e n c ia , s e g ú n la d e s c rip c ió n t r a d ic io n a l d e lo s
e c o n o m is t a s , s in o d e la e x p r o p ia c ió n d e o t r o s g r u p o s s o c ia le s r e a li­
z ad a g r a c ia s a la p o s ic ió n d e p r iv ile g io p o lític o o e c o n ó m ic o ” . 14
N a c e la d u d a d e q u e el t e ó r ic o d e la fru g a lid a d y la c o n t e n c ió n ,
C o r n a r o - v id a - s o b r ia , se sir v ie r a d e su e x c e s iv a m e n t e p r e d ic a d a id e o ­
lo g ía d e la t e m p e r a n c ia d ie té tic a p a r a c u b r ir u n p a n t a g r u é lic o a p e t i­
to de tie r r a s y d e c a m p o s .

'* Studies m tb e D evclopment o f Capital ¡sin, 1946 |Ed. cast.: Estudios sobre
*1 desarrollo del capitalismo , M adrid, Siglo XXI, 1988|.
III. C A N I B A L I S M O S A G R A D O Y P R O F A N O

En lo s t ie m p o s d e la G u e rr a d e lo s T r e in ta A ñ o s y d e la F r o n d a ,
c u a n d o la c o r t e z a de lo s á r b o le s y h a s ta la t ie r r a e ra n u tiliz a d a s c o n
la d e se s p e ra d a e s p e r a n z a d e p r o lo n g a r e n a lg u n a s h o r a s o d ía s la m i­
seria d e la e x is t e n c ia h u m a n a , t a m b ié n lo s d e s p o jo s d e la s b e s tia s
m u e r ta s d e p e s te , a u n q u e e n e s t a d o d e a v a n z a d a d e s c o m p o s ic ió n ,
e ra n a s a d o s p a r a a lis ta r a m is e r a b le s y a lu c in a n t e s c o m e n s a le s .
A lg u n o s h a b ita n t e s d e la P ic a r d ía r e f ir ie r o n : “ [ . . . ] lo q u e n o n o s
a tr e v ía m o s a d e c ir si n o lo h u b ié r a m o s v is t o , y q u e p r o v o c a b a h o ­
r r o r : se c o m e n lo s b r a z o s y la s m a n o s , y m u e re n e n la d e s e s p e ra ­
c ió n ” . 1
P e ro la a u t o fa g ia t a m p o c o d e b ía d e d e s c o n o c e r s e e n I ta lia , d a d o
q u e se filtr a d e s d e el t e a tr o d e R u z a n t e , d is fra z a d a d e t r a n q u iliz a d o r
a s p e c to c ó m ic o .
Sin d u d a , d u r a n te el s ig lo XVII e s t a s fo r m a s d e s e s p e ra d a s d e c a n i­
b a lis m o n o e r a n in fr e c u e n te s e n E u r o p a o c c id e n ta l. E n 1 6 3 7 , seg ú n
o tr o te s t im o n io fr a n c é s - p o r q u e F r a n c ia c o n s tit u ía u n p a ís p o b la d o
en d e m a s ía , e n r e la c ió n c o n la d is p o n ib ilid a d d e r e c u r s o s p r o t e ic o s -
“ b u s c a b a n la c a r r o ñ a d e lo s a n im a le s m u e r to s ; lo s c a m in o s e s ta b a n
c u b ie r to s d e g e n te q u e , e n su m a y o r ía , se e n c o n t r a b a e x h a u s t a d e d e ­
b ilid a d y m u r ié n d o s e |...| P o r ú lt im o , lle g a ro n a la c a r n e h u m a n a ” .2
P e r o , m á s a llá d el e s p a n to - n o ju s t ific a d o h is tó r ic a y a c a s o d ie té ­
t ic a m e n t e - , d e b e sin e m b a r g o s u s u r r a r s e u n m o d e r a d o e lo g io de la
a n t r o p o f a g ia , y n o t a n t o p o r g u s t o d e la p a r a d o ja c o m o p o r un r e ­
c o n o c im ie n to d e su e fe c tiv a c o n t r ib u c i ó n a l s a lv a m e n t o d e v id a s h u ­
m a n a s . El fa n ta s m a m a ld ito d e la b a ls a d e la M e d u s a n o p e rm ite
e x tr a v ío s m o r a lis t a s . L a “ q u a e s tio d e v ita p r o d u c e n d a ” , el p r o b le m a
del a lim e n to n e c e s a r io p a r a p r o lo n g a r la o s a lv a r la , h a c o n fo r m a d o
ab antiquo u n d e lic a d o c a p ít u lo d e la m e d ita c ió n filo s ó fic a y de la

' Delumcu, L a Iteur en O ccident..., ob. cit., p. 164.


; Ibíd.

45
46 E L PAN SALVAJE

c ie n c ia m é d ic a , y n o s ó lo un te o r e m a r e fe rid o a la p o lític a de a b a s ­
te c im ie n t o s o a la o r g a n iz a c ió n s o c ia l.
L a “ d u b it a t io ” d e te ó lo g o s y c a s u is ta s de lo s s ig lo s XV I y XVII
utrum aliquando licitum sit vesci carne hum ana (a c e r c a d e si es líc i­
t o c o m e r c a r n e h u m a n a ] , a n a liz a d a en lo s d o s c a s o s t ó p ic o s d el
c o n s u m o p r o d u c id o extra necessitatem (sin n e ce sid ad | , o b ie n in ex­
trema necessitate (en s it u a c ió n d e n e ce s id a d e x tr e m a ], c o n s tit u y e el
s ig n o d e u n a p r á c tic a m á s o m e n o s c la n d e s t in a , d e la n e c e s id a d de
“ e je r c e r v io le n c ia a la n a tu r a le z a y d e v e n c e r la r e p u g n a n c ia ( . . . ] de
a lim e n ta r s e d e c o m id a s a s q u e a n te s y d e a b o m in a b le s d e s e c h o s ” .*
H a m b r e n o “ o r d in a r ia " p e r o “ e x t r e m a ” , se g ú n la d e fin ic ió n del je ­
s u íta G io v a n S t e fa n o M e n o c h io , q u ie n en u n c a p ítu lo de su s Stuore
c o n tie n d e s o b r e “ a q u e llo s q u e , e stim u la d o s p o r el h a m b r e , o a ca u sa
d e b á r b a r a c o s tu m b r e , c o m e n c a r n e h u m a n a ; y si en a lg ú n c a s o se
p u e d e c o m e r sin p e c a d o ” / E l h a m b r e q u e e m p u ja a e ste e x c e s o e s la
q u e V irg ilio lla m a b a obscena , su v a r ia n te m á s c r u e l, a la cu a l Q u in ti-
lia n o d e fin ía de m o d o im p e c a b le c o m o corporis labes [ . . . ] deformissi-
m a m alorum ; v e rsió n p r o fa n a - n a c id a del e s ta d o d e n e c e s id a d - del
s a g r a d o b a n q u e te p r a c tic a d o p o r m u c h a s p o b la c io n e s d e la A n tig ü e ­
d a d , c o m o a q u e llo s m a s a g e ta s * q u e , se g ú n la n a r r a c ió n d e H e r ó d o to ,

cuando uno se vuelve viejo, todos los cercanos convienen en sacrifi­


carlo, y con él obtienen otro rebaño; y cocidas las carnes, lo devo­
ran. Y ellos estiman tal cosa como algo bienaventurado, pero al que
muere de enfermedad no lo comen, y lo entierran, reputando una
desgracia que no haya llegado al sacrificio.'

' G. S. Menochio, Stuore..., Venccia, per Stefano Monti, 1724, tomo II, p. 380.
* I b íd ., p . 3 8 0 - 3 8 1 .

* Masagetas: pueblos de origen escita que vivían entre el Caspio y el Aral, fi­
nalmente incorporados al imperio persa (n. del t.).
’ Le N ove Muse di E rodoto AUcartiasseo, tradotte ed ¡Ilústrate da Andrea
Mustoxidi Corcirese, Milán, Gio. B. Sonzogno, 1820, tomo I, p. 126. Según la
glosa del siglo XIV, se debería considerar que la putrefacción y el banquete de los
gusanos eran la “desgracia" tan temida. Efectivamente, Tommaso Garzoni escri­
be que “los masagetas se comían a sus familiares muertos pareciéndole más
honesta sepultura el vientre del hombre que el de los gusanos" (La piazza uni-
versale di tutte le professioui d el m ondo, Venecia, G. B. Somasco, 1587, p. 446).
“I.os escenitas -agregaba Garzoni- en la muerte de padre y madre acostumbra­
ban cantar y desgarrarles los cuerpos con los dientes, y mezclados con carne de
oveja se los comían” (ibíd.).
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O 47

M a ta n z a m a s iv a a t ra v é s d e la c u a l el g ru p o s a t is f a c ía el p r e c e p to
m á g ic o -p r o p ic ia t o r io y, a d e m á s , se lib e r a b a d e la s b o c a s e n e x c e s o ;
e q u ilib r a n d o el d é fic it d e p r o v is ió n lo g r a b a h a c e r s o b r e v iv ir a lo s
m ás jó v e n e s q u e , a su v e z, en u n sin g u la r tr á n s ito d e r e m e sa s e n tre
viv o s y m u e r t o s , s e r ía n u tiliz a d o s d e l m is m o m o d o ."
P e r s ig u ie n d o c o n m é t o d o y c o n r ig o r la e lim in a c ió n d e lo s v ie jo s ,
lo s h a b ita n t e s d e la isla d e C o s h a b ía n d e r r o ta d o a la v e je z h a c ie n ­
d o t r iu n fa r a la ju v e n tu d , c o m o c o n c ie r t a d is im u la d a c o m p la c e n c ia
c o n je t u r a b a s o b r e fu e n te s a n t ig u a s o t r o je s u íta , F ra n ^ o is P o m e y
- d o c t o c u lt o r d e d is c ip lin a s t a n a t o l ó g i c a s - e n su o b r a r e fe rid a a lo s
r itu a le s d e la m u e r te , Libitina seu de funeribus.

C oi a b slm eb a u t a lu cio /.../ Cum a p u d illos lege caveretur, ut sexa-


genaru voluntaria™ sibi m ortem acon tto iuferrent; nem pe, ne otiosi
¡nertesque consum erent a b a r ía , a d vitam ad olescen tíu m sustentan-
darn necessaria. ¡taq u e a e ta te a p u d illos fer e flo reb a n t universi, tatu­
q u e uullo in lo c o senectus erat, ut ei m ortem anteferrent.'

(Los habitantes de la isla de Cos evitaban el luto... entre ellos la ley dis­
ponía que los sexagenarios se provocaran la muerte voluntariamente
con veneno, de modo que no consumieran, ociosos c inactivos, los ali­
mentos necesarios para sustentar la vida de los jóvenes. Por eso entre
ellos casi todos eran jóvenes, y no se veían ancianos en ningún lugar,
porque éstos adelantaban su muerte.]

" También los p.»di de las Indias orientales seguían un rito no muy distinto: “To­
da vez que uno de ellos, hombre o bien mujer, se enferma, si se trata de hombre, los
más allegados y queridos suyos lo matan, diciendo que con esa enfermedad se les
corrompería la carne, y si el pobre niega que está enfermo, también lo matan sin
piedad alguna, y se lo comen; y si se trata de mujer, las más cercanas suyas le hacen
lo mismo, y el que llega a la vejez no se salva porque también es muerto y después
comido por los suyos; pero como se los mata al enfermarse, pocos de ellos se vuel­
ven viejos y de mucha edad" (Della Selva nnovata, de Pietro Messia, cuarta parte
agregada por Mambrin Roseo da Fabriano, Venecia, («. Imberti, 1638, p. 4).
' l.yon, A. Molin, 1659, pp. 170-171. La tanatología en el siglo XV conoce un
mayor interés. El tema del Harroco y la muerte ha atraído, aun recientemente, la
atención de los estudiosos. Aquí nos limitamos a recordar la obra de Francesco
Pcrucci, Pom pe funebri di tutte le nazioni d el m ondo. Raccolte dalle storie sagre
e profane, Vcrona, Rossi, 1646 (2); Ulissc Aldrovandi, De ritu sepeliendi apud
diversas nationes, Bolonia, Biblioteca Universitaria, vol. l (véase el Catalogo dei
•nanosentti di Ulisse Aldrovandi, a cargo de L. Frati, Bolonia, 1907).
48 EL PAN SALVAJE

E s ta s h ie r b a s v e n e n o s a s , d r o g a s fú n e b r e s d el r it o d e l s u ic id io e n m a ­
s a , fo r m a b a n p a r te del b a g a je c u ltu r a l d e la s a n tig u a s c iv iliz a c io n e s ;
la sardo n ia herba ta m b ié n e s r e c o r d a d a p o r V ir g ilio y p o r S o lin o .
E n el D e gubernatione D ei , a l c o m ie n z o d e a q u e l s é p tim o lib r o
q u e se a b r e s o b r e el e s c e n a r io r e lu m b r a n te de la p u n ic ió n de lo s “ vi-
tia R o m a n o r u m ” , c o n el c u a d r o d r a m á tic o d e l p a t r ic io r o m a n o q u e
d a n z a y ríe a l b o rd e d e l a b is m o ( “ m o r it u r et r id e t " ) m ie n tr a s to d o
se e stá d e r r u m b a n d o a lr e d e d o r e n tr e d e s t r u c c io n e s , m a ta n z a s y h o ­
r r o r e s , S a lv ia n o h a c e b r illa r la im a g e n d e a t u r d im ie n t o s y v é r tig o s
c o le c t iv o s c a u s a d o s p o r la a c c ió n d e “ h ie r b a s s a r d ó n ic a s ” : “ N o s , e t
in m e tu c a p t iv ita t is , lu d im u s ; e t p o s iti in m o r tis tim o r e , rid e m u s s a r ­
d o n i a s q u o d a m m o d o h e r b is o m n e m r o m a n u m p o p u lu m e sse sa tu -
r a tu m ” {N o s o t r o s , c u a n d o e s ta m o s a p r e s a d o s p o r el m ie d o , ju g a m o s ;
su m id o s en el t e m o r a la m u e r te , r e ím o s s a r d ó n ic o s , a c a u s a d e q u e
to d o el p u e b lo r o m a n o e s tá s a t u r a d o d e h ie r b a s ].
E n el s a c r if ic io r itu a l d e lo s v ie jo s , “ la r isa e s u n a c t o d e p ie d a d
q u e t r a n s fo r m a a la m u e r te e n n u e v o n a c im ie n t o ” ;" a n u la n d o el h o ­
m ic id io , p r o p ic ia b a el n a c im ie n t o d e n u e v a s v id a s , a b o lía el lla n t o y
el lu to y t r a n s fo r m a b a a l c r im e n y a la m u e r te e n u n a c a r c a ja d a c o ­
le c t iv a , a u n q u e la e lim in a c ió n d e lo s se r e s “ o tio s i in e r te s q u e ” e s ta b a
m o tiv a d a , e n p a r te , p o r la s d u r a s le y e s de la n e c e s id a d d e a b a s te c i­
m ie n to , p o r q u e la s r e s e rv a s a lim e n ta r ia s d e b ía n se r v ir p a ra la c o n ­
s e r v a c ió n del n ú c le o jo v e n y p r o d u c tiv o , y p o r lo t a n t o p a r a la
r e p r o d u c c ió n del g r u p o , de m o d o tal q u e e s e n ú c le o h a b ría d e se r
p r o te g id o y a lim e n ta d o a to d a c o s t a .
R is a y lla n t o , m u e r te y vida in d is o lu b le m e n te u n id a s e n la h is to ­
ria d e lo s h o m b r e s c o n fia d o s a l e t e r n o r itm o d e c r e a c ió n y c o r r u p ­
c i ó n , d e n a c im ie n to y d e s t r u c c ió n , d e m u e r te y r e n a c im ie n to , h a n
s id o im p u e s to s r e c ie n te m e n te a la a t e n c ió n d e O c c id e n te p o r p a r te
de la c u ltu r a e s la v a (P ro p p , B a jt ín , J a k o b s o n ) ; r ito s fu n e r a r io s en lo s
q u e el e le m e n to lú d ic o y p a r ó d ic o , el s a r c a s m o y la r is a , el u lt r a je a
la m u e r te se in s e r ta b a n e n u n a litu r g ia d ir ig id a al in c r e m e n to de la
vid a y d e su s fu e rz a s c o n t r a la g r a n a d v e r s a r ia s in ie s tr a y m is te r io ­
s a . R it o s - a g r e g u e m o s - d e p o s ita d o s e n el f o n d o d e la c u ltu r a fo lc ló ­
r ic a q u e sie m p re h a h e c h o d e la risa el a r m a m á s p o d e ro s a p a ra
c o n s o lid a r la vid a y h a c e r la t r iu n fa r s o b r e la m u e r te . Y e n lo s c u a le s
el m im o b u fo , el c a n t o p r o t e c t o r y la s c a r c a ja d a s c o n s tit u ía n la p a r ­

“ Vladimir Propp, Edipo alia luce del folclore, Turín. Einaudix, 1975, p. 59
[Ed. cast.: Edipo a la luz del folklore, Madrid, Fundamentos, 1982|.
C AN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O 49

te c e n t r a l d el m o m e n t o fú n e b r e , d e m o n iz a d o s p o r u n a c u ltu r a c le r i­
c a l y g ra v e , p o r n u e v o s m o d e lo s e c le s iá s t ic o s h o s tile s a la risa y a la
c o m ic id a d .
C u a n t o m á s se a le ja b a la c u ltu r a de lo s c lé r ig o s d el s e n tid o a g r a ­
r io de la v id a y d el r e n a c im ie n to e s tiv a l d e la n a t u r a le z a , t a n t o m á s
in te rfe ría en t o d o s lo s m o d o s d e la s e x e q u ia s c e le b r a d a s p o r la c u l­
tu ra a g r a r ia : “ C a r m in a d ia b ó lic a - i n c i t a b a e n el s ig lo IX el p a p a L e o -
ne IV en u n a h o m i l í a - q u a e su p e r m o r t u o s v u lg u s c a n ta r e s o le t, et
c a c h in n o s , q u o s e x e r c e n t , s u b c o n t e s t a t io n e o m n ip o te n tis D e i p r o h i­
b ir é " |P r o h ib id lo s d ia b ó lic o s p o e m a s q u e el v u lg o su e le c a n t a r a c e r ­
ca d e lo s m u e r t o s , y su s c a r c a ja d a s , b a jo el t e s t im o n io d e D io s
o m n ip o te n te | . E n lo s c a m p o s , sin e m b a r g o , a lg o d e e sta “ r is a ” ha
p e r m a n e c id o h a s ta el s ig lo X V III. S ó lo q u e r e m o s a g r e g a r q u e la tr a ­
d ic ió n c u lta d el e p it a fio se rio / a le g re , d e la r isa s o b r e la s tu m b a s , tie ­
n e su r a íz e n lo s r ito s fo lc ló r ic o s , y p a r a lim ita r n o s a a lg u n o s
e je m p lo s , se p u e d e n h o je a r lo s “ e p it a fio s jo c o s o s ” d e II Cim iterio
d e G io . F r a n c e s c o L o r e d a n o y d e P ie tr o M ic h ie le (V e n e c ia -B o lo n ia ,
1 6 6 6 ) o lo s Ep itaph ia ioco-seria de F r a n c is c u s S w e r tiu s ( C o lo n ia ,
1 6 2 3 ) y e x a m in a r lo s t e n ie n d o e n c u e n ta la risa r itu a l c a m p e s in a y
las b u fo n a d a s s o b r e lo s c a d á v e r e s d e v iu d a s y d e p a y a s o s c e r e m o n ia ­
les, de lo s c u a le s n o s ha q u e d a d o m e m o r ia e s c r it a en u n a p á g in a de
la Pratica agraria (u , 2 1 8 ) d e G . B a t a r r a ( “ a lr e d e d o r d el a ta ú d (...|
a v e c e s se o y e n c o s a s c o m o p a r a h a c e r m o r ir d e r i s a " ) y e n el ta r d ío
Episcopale bononiensis civitatis ( “ H a c e n r u id o s y g r it o s in d e c e n te s
e in m o d e r a d o s s o b r e la s e p u ltu r a , c o n t a n d o c o s a s r id ic u la s a lo s p re ­
se n te s |...| y e n el d ía d e la s s é p tim a s h a c e n lo m is m o ” ).
M u e r t e y r isa e s tá n e s tr e c h a m e n te e n la z a d a s en u n a in e s c in d ib le
re la c ió n d ia lé c tic a d e n tr o d e to d a s las c u ltu r a s d e t ip o a g r a r io q u e t ie ­
nen el n ú c le o p r o fu n d o d e su r e lig io sid a d e n el r e n a c im ie n to ve g e tal
y en la r e p r o d u c c ió n a tra v é s d e la s se m illa s/ m u e rto s. N o e s p o r c a ­
su a lid a d q u e el té r m in o hom o se lig a a hum us , y e n e se s e n tid o E m i-
le B e n v e n iste h a r e a c tiv a d o r e c ie n te m e n te el r e c u e rd o d e la r e la c ió n .
En la s c r ó n ic a s d el O r ie n t e e s la v o - p a r a n o r e f e r ir n o s a la s fa r s a s
c ó m ic a s d e la R e s u r r e c c ió n e s tu d ia d a s p o r R o m á n J a k o b s o n , d e las
cu a le s u n fr a g m e n to p a r a le lo e stá c o n s tit u id o p o r la v ita l e n e r g ía fe-
c u n d a d o r a im p líc ita e n la m e t á fo r a d el tip o “ r e s u r r e c c ió n d e la c a r ­
n e ” , ta n a p r e c ia d a p o r la n o v e la i t a l i a n a - se lee q u e

El sábado de Trinidad, en las aldeas y en los caseríos, hombres y mu­


jeres se reúnen en los cementerios y lloran sobre las tumbas con
so E L PAN SALVAJE

grandes lamentos. Después empiezan a exhibirse los juglares y los


bufones, y también ellos, terminado el llanto, comienzan a saltar, a
danzar y a golpear las manos, cantando canciones satánicas...'

L o s carm ina diabólica , o b je t o d e a n a te m a p o r p a r te d e L e o n e IV e


in te r d ic to s p o r R e g in o n e di P r ü m e n el D e syn odalibus causis et dis-
ciplinis ecclesiasticis (a lr e d e d o r del 9 0 0 ) , r e a p a r e c e n e n el E s te , y en
t o d o lu g a r d o n d e p o d a m o s d e c ir q u e la c u ltu r a a g r a r ia h a b ía c r e a ­
d o un s e n tid o b iv a le n te d e la vid a.
U n a v a r ie d a d de r a n ú n c u lo , p r o b a b le m e n te m e z c la d a c o n c ic u ta
y c o n o tr a s h ie r b a s m o r t ífe r a s e in fu s io n e s e s tu p e f a c ie n te s , p a r e c e
h a b e r s id o , seg ú n P ie r ro A n d r e a M a t t io li, e l in s tr u m e n t o d e la h e c a ­
to m b e g e n e ra l d e v ie jo s c o m e n t a d a p o r la s v o ce s d el p a s a d o :

el que en Cerdeña llaman Apio rústico, y algunos llaman Apium nsunt,


pues se cree que quienes lo comen mueren riendo, como dicen algunos
otros, a los cuales se Ies puede creer más, que al comer este Apio de Cer­
deña todos los nervios se retiran de tal modo que ensanchan y extien­
den la boca, y al morir el que lo come, se parece en el aspecto a uno
que ríe t_J Esta hierba, que se llama Sardonia, es realmente una espe­
cie de ranúnculo. Al ser bebida, o bien comida en los alimentos, hace
extraviar la mente, y haciendo retirar los labios de la boca, produce un
cierto espasmo que parece justamente que quienes la han comido ríen.1"

A d e c ir v e r d a d , o tr a s fu e n te s a n tig u a s (E lia n o , p o r e je m p lo ) n o e s ­
tá n d e a c u e r d o en c u a n t o a la s c o s tu m b r e s s a r d a s y re fie re n m o rta le s
a p a le o s a lo s p a d r e s v ie jo s , q u e se h a n v u e lto in ú tile s e im p r o d u c ti­
v o s (n u e s tra c iv iliz a c ió n a lg o s a b e a l r e s p e c to , e n la d e s o la c ió n de lo s
v ie jo s q u e h a n s a lid o d el m e c a n is m o p r o d u c t iv o ). L o s h é r u lo s * h a ­
b ía n lo g r a d o c o n d ic io n a r p e r fe c ta m e n te a lo s q u e ya n o e ra n jó v e ­

* Vladimir Propp, Fcste agrarie russe. Una nccrca storico-etnografica, Barí.


Dédalo libri, 1978, p. 53,
Dioscoride Pedacio, Libri tinque della historia et materia medicínale tra-
dotti in lingna volgare italiana, por M. Pietro Andrea Matthiolo sánese medi­
co..., Vcnecia, Nicoló de Bascarini, 1544, p. 204. Véase Galeottus Martius
narniensis. De doctrina promiscua, cap. x: “De cicuta herba ubi mors Socratis,
de hyoseyamo, et de herba sardonia et risu sardomeo”.
* Hérulos: pueblo radicado en Pomerania, miembro de la confederación sue­
va y partícipe de las invasiones del siglo V (n. del t.)
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O 51

n es, a l e x tr e m o d e q u e e llo s m is m o s p e d ía n a lo s m e n o s v ie jo s , s e ­
g ún n a r r a P r o c o p io e n el De bello gothico, el p e r m is o y el p riv ile g io
de d e ja r a lo s v iv o s , y s u b ía n e s p o n t á n e a m e n t e a la p ira q u e lo s q u e ­
m a r ía . E n c a m b io , lo s m a r s e lle s e s p r e fe ría n d is tr ib u ir g r a tis r a c io n e s
de c ic u ta a q u ie n e s la s s o lic it a b a n , p a r a a c e le r a r el fin d e la s m is e ­
rias y a b r ir p a s o a la fo r tu n a a d v e r s a , s ie m p re a l a c e c h o .
D el e x te r m in io d e lo s a n c ia n o s y d el a s e s in a t o d e la s v ie ja s h a n q u e ­
d a d o h u e lla s e n el r ito d e m e d ia c u a r e s m a q u e lle v a el n o m b r e de
Siegavie¡a. L a “ v ie ja in ú til” , “ la v e je s to r io m a la n d r ín a ” , c o m o c u e n ­
ta n lo s v o la n t e s r o m a ñ o lo s d el s ig lo x v ill, e s m u e r ta p o r c u a d rilla s
de jó v e n e s . L a fie s ta les p e r te n e c ía p o r c o m p le t o . L a v ie ja , ric a p e ro
a v a r a , e ra d e s a n g r a d a en t o t a l b e n e f ic io de la s a n g r e jo v e n . E n B o ­
lo n ia , la “ b ie n d o s v e c e s s e x a g e n a r ia y a r c h id e c r é p íta t o n t a ” r e s u l­
ta b a q u e m a d a v iv a , ta l c o m o c u e n ta u n a h o ja d el c a n ta h is t o r ia s
P ie tr o T e s ti el C ie g o , e n 1 6 6 7 , s o b r e la “ b r u je s c a “ d e la C a lle M a ­
yor. P e r o s ie m p r e e s la v o z d e G . C . C r o c e * la q u e c o n s e r v a m e jo r el
e c o d e la r itu a lid a d m á s r e m o t a , el e s tr e m e c im ie n to c o n t r o la d o del
a s e s in a to s o c ia l y d e la e lim in a c ió n r itu a l: “ C ie n v ie ja s h a n h a lla d o V
A rr u g a d a s , fla c a s y m al a c o s tu m b ra d a s ./ R e p u g n a n te s , r a n c ia s y
fe a s / Q u e y a p a r a n a d a sirv en ./ V a m o s , v a m o s , el q u e q u ie r a venir./
Y h a n p u e s to s u s n o m b re s/ T o d o s e n u n vaso,/ Y s a c a d o u n o a l a c a ­
so,/ Q u e en ta l h e c h o q u ie r a suplir./ V a m o s , v a m o s , el q u e q u ie r a v e ­
n i r . . . ” (Invito generale /.../ p er veder segare la vecchia).
E n tie m p o s m u c h o m á s c e r c a n o s a n o s o tr o s , u n in te le c tu a l p r e s ­
tig io s o c o m o M a r s i lio F ic in o , h ijo d e u n m é d ic o , e n el D e sanitate
tuenda , s ig u ie n d o u n u so u n iv e r s a lm e n te d ifu n d id o p r e s c r ib ía c o m o
re m e d io p a r a el a g o t a m ie n t o d e la e d a d se n il la in g e s tió n d e sa n g re
e x tr a íd a d e la s v e n a s d e lo s a d o le s c e n te s .

Los buenos médicos se esfuerzan por recrear y restaurar a quienes


son roídos y consumidos poco a poco por la fiebre tísica de la veje/,
con la sangre humana destilada y expuesta al fuego. Ahora bien,
¿por que no restauramos también a veces y aun retenemos en vida
con este licor mismo a las personas que ya a causa de la vejez están
medio muertas?

* Ctiulio Cesare Crocc (1550-1609): bolones, verdadero padre de la literatu­


ra dialectal de su ciudad, autor de las que luego serian famosas e imperecederas
creaciones: Bertoldo y liertoldino (n. del t.).
52 F.L PAN SALVAJE

Es una determinada, antigua y común opinión que ciertas viejas


llamadas brujas, chupan la sangre de los niños para rejuvenecer to­
do lo que pueden; por qué entonces nuestros viejos, que se encuen­
tran casi privados de todo socorro, no chupan la sangre de un joven
de gallardas fuerzas, que sea sano, alegre, equilibrado y con óptima
sangre, y por casualidad también abundante. Succiónese, entonces, a
modo de sanguijuela, o chupasangre, de la vena abierta del brazo iz­
quierdo (...) y cuando crece la luna."

“ M u m m ia sa n g u in e m m o rtu u m r e s o lv it” (la m o m ia d isu elve la san g re


d e lo s m u e r t o s j, e s c r ib ía G io v a n n i M ic h e le S a v o n a r o la e n la Practi­
ca m a jo r'1m ie n tr a s la “ q u in ta e s e n c ia d e s a n g r e h u m a n a " a m e n u d o
se e m p le a b a “ c o n t r a lo s m a le s d e s e s p e r a d o s ” . " El m á s a p r e c ia d o p o r
su s v irtu d e s t e r a p é u tic a s e ra el q u e se e x tr a ía e n p r im a v e r a , d e c u e r ­
p o s “ s a n o s , d e t e m p e r a m e n to c a lie n te y h ú m e d o [ . . . ) p o rq u e d ic h o s
h o m b r e s tie n e n la sa n g r e m á s p u r a q u e c u a lq u ie r o t r o te m p e r a m e n ­
t o , y s o n d e m e jo r y m á s g a lla r d a c o m p l e x i ó n q u e t o d o s lo s t e m ­
p e r a m e n t o s . A d v ie r to a d e m á s - a g r e g a b a fr a y F r a n c e s c o S ir e n a ,
fr a n c is c a n o , b o t ic a r io e n el c o n v e n to d e S. C r o c e e n P a v í a - q u e ,
s ie m p re q u e sea e x tr a íd a d e h o m b r e s d e t e m p e r a m e n to c a lie n te y
h ú m e d o , c o m o s o n lo s d e c a r n a z ó n b la n c a y r o ja y d e c u e r p o m á s
b ie n g r u e s o , la s a n g r e se r á p e r fe c t a , a u n c u a n d o n o tu v ie r a n el p e lo
c o lo r a d o ” . ' 4 El p o lv o d el c r á n e o d el h o m b r e se u s a b a en la te ra p ia
d e la e p ile p s ia ( “ C r a n ii h o m in is in p u lv e re m r e d a c ti d r a c h m a e x
a q u a b e t o n ic a e a s s u m p ta c o m it ia lib u s p r o d e s t ” (R e s u lta útil el c r á ­
n e o h u m a n o p u lv e riz a d o y s u m e rg id o e n u n d r a c m a d e a g u a d e b e ­
t ó n ic a d u r a n te lo s c o m i c i a l e s j) ."
Y q u e el p o lv o del c r á n e o c o n s tit u y e r a p o d e r o s a m e d ic in a c o n t r a
la e p ile p s ia fu e c o s a p e n s a d a la r g a m e n te , p o r lo m e n o s h a s ta m e d ia ­
d o s d el s ig lo X V I. L o s s o ld a d o s s u p e r s tic io s o s c r e ía n t a m b ié n q u e
“ c o n s ó lo b e b e r de o r d in a r io e n el c r á n e o h u m a n o , se v u e lv e in m u -

" Della vita sana, Florencia, Giunti, 1568, pp. 87-88.


11 Venecia, Giunti, 1559, hoja 175a.
" Vignati, Antidotarlo contro la peste, ob. cit., p. 7.
14 L'arte dello spetiale..., Pavía, Cíio. Ghidini, 1679, p. 86.
" Antidotarium generala a lo. lacobo Vueckero Basilíense nunc prinimn la-
boriosae congestiva, m ethodicae digestían, Basilea, per Eusebium Episcopium ct
Nicolai Frat. hacredes, 1580, p. 301.
CAN IBALISM O SAGRADO Y PROFAN O 53

ne a la p e r s o n a a n t e la s h e r id a s d e la s a r m a s " :1* u n a p r á c t ic a “ b á r ­
b a r a ” , si p e n s a m o s e n A lb o in o y R o s m u n d a ,* q u e h a a c o m p a ñ a d o
a las b a t a lla s d e la h is to r ia “ m o d e r n a ” .
S in e m b a r g o , n o to d o s lo s c r á n e o s e r a n c o n s id e r a d o s c o m o de
igual v a lo r ;

los que se roban en los cementerios, provenientes de personas muer-


ras naturalmente, no son para nada estimados (por los boticarios y
los médicos). Pero se preocupan especialmente por elegir cráneos ex­
traídos de hombres suprimidos por muerte violenta y que, purgados
y limpios de toda inmundicia, hayan estado algún tiempo al aire li­
bre, tal como sucede con los grandes bandidos a quienes la justicia,
para pública infamia, expone en jaulas de acero a la vista ajena en
las puertas de la ciudad. La razón de que, según ellos, esta elección
sea la mejor, está en que el cráneo de quien ha pasado a la otra vida
por muerte natural aparece absolutamente privado del espíritu con­
natural que se ha disipado en la enfermedad: en cambio, el de los
muertos con violencia conserva todavía parte de dicho espíritu y al
mismo tiempo de espíritu exterior, que a causa de esa muerte, según
dicen, están concentrados y casi escondidos en él.
Y entonces persiste el liquen de cráneo humano, el cual, al decir
de Olmonte, es una plantita que, por semillas caídas del aire, crece
en el cráneo mediante el nutritivo jugo de su alcohólico lico r...1'

El “ a r te in c o m p a r a b l e ” d e lo s m é d ic o s , se g ú n la e x a lta d a c o n c lu s ió n
d e C a m illo B r u n o r i, h a b ía e n c o n t r a d o en el c r á n e o h u m a n o el a d m i­
r a b le a r t if ic io c a p a z d e in f lig ir m e m o r a b le s o fe n s a s a la m u e rte :

Horrenda muerte, que implacable guerra


A todos intimas de uno y mil modos,
Y corriendo por las cuevas subterráneas,
Orgullosa caminas de tantos despojos muertos:

" Gamillo Brunori, II m edico p oeta ovvero la medicina esposta m versi e pro-
se itahane, Fabriano, Gregorio Mariotti, 1726, II, p. 374.
Alboino y Rosmunda; famoso rey de los longobardos y su segunda esposa.
Alborno fue invasor de Italia y quedó inmortalizado artísticamente por Torqua-
tü Tasso (n. del t.).
Ibíd.
54 EL PAN SALVAJE

De esos cráneo s m ondados, en los que se encierra


Elevada virtud, y que ahora son tus banderas,
M an o lunar, que tu so berbia entierra,
Sacó gran espada y co n tra ti m archó;
Y co n ella después llega en defensa
Del h om bre, y a él so co rre en ese lugar,
D onde él de hom bre verdadero ro stro ha tom ad o;
Y vencida enton ces tú huyes, y apartad a,
De rabia a la vez y de vergüenza encendida,
M aldices nuestra incom parable a r te ."

A q u a divina e ra el n o m b r e d e u n a d e s tila c ió n de c a d á v e r e s q u e n o
p o c o s m é d ic o s “ m a g n é tic a su a v irtu te m a x im o p e r e p r a e d ic a n t” |pre-
d ic a n la r g a m e n te su v irtu d m a g n é tica | . S e p r e p a r a b a sig u ie n d o e sta
re c e ta :

Totum cadaver cum ossibus, cam ib u s, visceribus (perem pti scilicet


m orte violenta) secetur in frustula m inutissim a, prob equ e subigantur
om nes co rp oris partes, ne quid m ancat in com m ixtu m , H inc dcstilla-
bis vice secu n d a."

JTodo el cadáver, co n sus huesos, carnes, visceras (naturalm ente falle­


cido de muerte violenta) se co rta en pequeñísim os pedazos, se amasan
perfectam ente todas las partes del cuerpo de m odo de que ninguna
permanezca sin mezclar, y entonces se destila por segunda vez.J

U n a p a sta (u n a esp e cie de c o m p r e s a ) “ in s ig n is [ . . . J e ffic a c ia in c u ra n -


d u m c a r b u n c u lis ” [in sig n e p o r su e fic a c ia p ara c u r a r el c a r b u n c lo ) se
p r e p a ra b a c o n in g re d ie n te s c a d a v é ric o s ( “ M u m m ia v ita e a le x ite r ia ” )
y en p a r tic u la r c o n la sa n g r e “ flo re n tis e t b c n e v a le n tis h o m in is ” [de
h o m b r e s flo re c ie n te s y sa lu d a b le s ). P a ra d is o lv e r lo s cá lc u lo s p a re cía
p e r fe c ta m e n te a p r o p ia d o u n “ a r c a n u m s a n g u in is h u m a n i” | arcan o de
sa n g r e h u m a n a ].2"

'"Ibíd., p. 375.
” Giovanni Schroder, P ham tacopoeia m edico-chymtca, sive tbesaurus phar-
m acologicus..., Francfort, Typis Joan. Górlini, 1677 (la primera edición es de
1646), p. 327.
* Ibíd., p. 324.
CAN IBALISM O SAGRADO Y PROFAN O 55

L a c a r n e d e “ m o m ia ” r e b a ja d a e n la le c h e d e p u é r p e ra e ra la b a s e
de la p r e p a r a c ió n d e u n a “ c a ta p la s m a h u m a n a ” c o n fe c c io n a d a en
C a rp í p o r la fa m ilia d e lo s B a r ig a z z i, un c la n de c ir u ja n o s - b a r b e r o s
de lo s c u a le s s u rg ió B e r e n g a r io , fa m o s o a n a t o m is t a d el G a b in e te b o ­
lo n e s, a u t o r d e D e fractu ra calvae sive cranei ( 1 5 1 8 ) .

Kntre las medicinas de uso externo nunca conocí nada igual a mi ca­
taplasma capital, llamada también humana porque en su composi­
ción entra una parte notable de sustancia humana, o mejor dicho de
cadáver. Siempre he oído de los más viejos de mi familia que el ca­
dáver utilizado para esta cataplasma debe ser de una parte de la ca­
beza del hombre, y este cadáver es carne humana seca. En Venecia
he visto cuerpos casi intactos de dicha momia. Por todo lo que
aprendí de mi padre y también por lo que he visto, los viejos de nues­
tra familia tenían en su casa una o más cabezas de tal momia, de
donde extraían alguna parte para la preparación de la cataplasma/1

En e sta d im e n s ió n - p a r a n o s o t r o s , c a s i a r q u e o ló g ic a - d e fa m ilia r i­
d ad e n t r e la c a r n e viva y la c a r n e r e s e c a d e lo s m u e r to s , la c o h a b it a ­
c ió n (q u e , o b v ia m e n t e , p r e s u p o n e u n a c o e x is t e n c ia e s p ir itu a l) c o n
v a lio s o s fr a g m e n to s d e c u e r p o s a p e r g a m in a d o s p o r la “ m u e r te s e ­
c a ” , la p r e s e n c ia d e c r á n e o s y d e h u e s o s , a p a r e c e n sin p r o d u c ir a l a r ­
m a , c o n fid e n c ia le s , c a s i n a t u r a le s . E n la v ie ja s o c ie d a d , el m u n d o de
lo s v iv o s e s t a b a u n id o a l d e lo s m u e r t o s p o r m il h ilo s . L a c e r c a n ía
d e las s o m b r a s , su s v o c e s , su s s e ñ a le s , su m is te r io s o le n g u a je c o n d i­
c io n a b a n la e x is te n c ia d e lo s t o d a v ía n o d ifu n to s .
El m is m o c e m e n te r io , e s p a c io p o liv a le n te u s a d o p a r a to d a s las a c ­
tiv id a d e s h u m a n a s (m u y a m e n u d o se rv ía t a m b ié n d e m e r c a d o ), e ra
un lu g a r m o r t u o r io y lú d ic o a la v e z, á r e a p r o te g id a p o r lo s h u e s o s
d e a lg ú n p o d e r o s o s a n to . D e n t r o d el “ s a g r a d o ” r e c in t o se c e le b r a ­
b an lo s r ito s d e la m u e r te y d e la v id a , d el lla n t o y d e la r is a , de lo
c o r p o r a l y lo e s p ir itu a l. L a d a n z a a c o m p a ñ a b a a l s e p e lio ; el la m e n ­
t o f ú n e b r e , a l b a n q u e te r itu a l. L a c u ltu r a fo lc ló r ic a , y en g e n e ra l la
so c ie d a d d e an d en régim e , te n ía c o n la m u e r te u n a r e la c ió n s a n a ­
m e n te a m b ig u a , n a t u r a lm e n t e “ e q u ív o c a ” , p o rq u e s e n tía q u e el r it-

1.a traducción se lee en Vittorio Putti, Berengario da Carpí. Saggio biográ­


fico e bibliográfico seguito dalla traduzione del “De Fractura calvae sive cranei”,
Bolonia, Cappclli, 1937, p. 317.
56 E l. PAN SALVAJE

m o a m b iv a le n te m u erte/ v id a c o n s tit u ía el o s c u r o y p o te n te p r in c ip io
d e lo h u m a n o . El “ o t r o m u n d o ” viv ía e n el m u n d o d e lo s v iv o s,
c o n s tit u ía el o t r o r o s t r o d e la e x is t e n c ia .
E n e sta c o n t in u a y v ita l p r e s e n c ia d e la m u e r te , la s c a t e g o r ía s de
lo “ m a c a b r o ” y d e lo “ lú g u b r e ” n o te n ía n el s e n t id o q u e h o y se les
a t r ib u y e . L a fr e c u e n t a c ió n c o n lo s p r o d u c to s d e la m u e r te y la c o n ­
fia n z a c a s i tá c t il c o n e llo s , c o n el c a d á v e r, c o n lo s h u e s o s , c o n el e n ­
fe r m o y c o n el m o r ib u n d o lle v a b a n a u n a r e la c ió n d is tin ta c o n el
c u e r p o h u m a n o . E se c u e r p o , e n su c a r á c t e r c a r n a l y fís ic o , e ra lu g ar
lím ite d o n d e se e n c o n t r a b a n la s a b id u r ía p o p u la r y la c u ltu r a “ c ie n ­
t í f i c a ” , e n u n s in c r e tis m o e n el q u e la s t r a d ic io n e s s e d is tin g u ía n c o n
e x tr e m a d ific u lta d . L a s r e c e ta s m é d ic a s , t a n t o d e la m e d ic in a p o p u ­
la r c o m o de la o f ic ia l , c o n fo r m a n to d a u n a se lv a de m ic r o te x t o s
d o n d e la e n c ic lo p e d ia t e r a p é u tic a d e la v ie ja s o c ie d a d , d e n tro d e la
c o m p lic a d a tr a m a d e la s “ s im p a tía s ” , d e la s “ r e p u ls io n e s ” , d e las
“ a fin id a d e s ” , “ rev e la el c a r á c t e r m á g ic o d e to d a p r á c t ic a r e fe rid a al
de conservanda valetudine” .
L a s r e c e ta s d e la e d a d p r e in d u s tr ia l p u e d e n s e r v ir p a r a r e s ta u ra r
el r o s t r o y el s e n tid o d e la m u e r te a n t ig u a , p a r a in t e r p r e ta r c o n m a ­
y o r p e r tin e n c ia la r e la c ió n c u e r p o -e n fe r m e d a d - m u e r te , p a ra s e n tir
d e m o d o m á s p a lp a b le el e s p e s o r c o r p o r a l y el c a r á c t e r fís ic o d e u n a
e x is t e n c ia q u e , en su s in c r e t is m o b if r o n t e , u tiliz a b a m ú s c u lo s y t r o ­
z o s d e m u e r to s p a r a c u r a r a lo s v iv o s. U n d a t o se d e s ta c a c o n g ra n
e v id e n c ia : la fa m ilia r id a d c o n la c a r n e h u m a n a y a n im a l, c o n la s d e­
y e c c io n e s d el c u e r p o h u m a n o , c o n lo s s u b p r o d u c t o s fis io ló g ic o s m ás
r e p u ls iv o s ; la d e se n v u e lta c o n fia n z a c o n lo m o r t u o r io , lo s u c io , lo
im p u r o , lo m a r c h it o , lo p ú tr id o y lo n a u s e a b u n d o .
B a s ta c o n h o je a r u n a p e q u e ñ a o b r a r e im p re s a v a r ia s v e c e s e n el
c u r s o d el s ig lo XVII, Le medicine che da tutti g l ’an im ali si pitó cava­
re a beneficio dell’uom o, altre volte intitolato il Z om ista, e Secreta­
rio de gl'an im alii - d e A le s s a n d r o V e n tu r in i, p a r a v e r c ó m o la lista
d e lo s a n im a le s m e d ic in a le s se a b r ía c o n la vo z “ h o m b r e ” (se g u id a
in m e d ia ta m e n te d e sp u é s p o r “ m u je r ” ), el p r im e r o d e to d o s lo s “ b r u ­
t o s ” t e r a p é u tic o s c o m o el p e r r o , el c e r d o , el c a b a llo , el lo b o , el lir ó n ,

u Hora accresciuto d'importanti secreti da Francesco Pignocatti, e di un Ín­


dice di tutte le infermitá per rrovar i medicamenti da risolverle, settima impres-
sione, Vcnecia, Curtí, 1680. Con otro título. Secretario degli antmali cioé secreti
medicinali, che dalle partí d'ogtti uno d'essi si cava, Milán, Filippo Ghisolfi,
1649.
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O 57

el c o n e jo , la m a r m o ta , la lie b re , la s a la m a n d r a , la ta rá n tu la , la a r a ñ a ...
H om o hontinis salus. T a n to c o n fin alid ad p re se rv ativ a o p r o filá ctica
c o m o e n p r o c e d im ie n to s c u ra tiv o s se u tiliz a b a n lo s c a b e llo s , el m e n s­
tru o , la le ch e y la m a n te c a de m u je r. E r a n aú n m ás n u m e ro sa s las “ v ir­
tu d e s” q u e se o b te n ía n del c u e r p o , a p a r tir de la “ m éd u la del o so
m u e r to ” , la “ g ra s a h u m a n a ” , la sa n g re , la c a r n e se c a d e las “ m o m ia s ” ,
lo s e x c r e m e n to s y la o rin a de h o m b r e s y d e n iñ o s, el su d or, las “ su cie ­
d a d e s de las o r e ja s ” , lo s “ m o c o s d e la s n a r ic e s ” , la “ s u c ie d a d que
a p a r e c e a lr e d e d o r del c u e llo de la verg a del h o m b r e ” (q u e d e b e ser fr ic ­
c io n a d a s o b r e la p in c h a d u ra d el e s c o r p ió n ), lo s “ te stíc u lo s d a d o s en
p o lv o a la m u je r d esp u és d e la m e n s tr u a c ió n ” p a ra h a c e rla c o n c e b ir, de
a c u e rd o c o n u n a r e c e ta a trib u id a a T r o tu la da S a le m o (sig lo XI).
D e lo s la b o r a t o r io s d e lo s b o t ic a r io s y lo s a r o m is ta s s a lía n u n ­
g ü e n to s , p o m a d a s , e lix ir e s , ja r a b e s , p íld o r a s , e le c t u a r io s : e la b o r a ­
c io n e s 11 0 d is tin t a s d e lo s filtr o s y lo s u n g ü e n to s q u e se a tr ib u ía n a
las b r u ja s , e n su “ r e p u g n a n te ” c o m p o s ic ió n .
L a s v irtu d e s d el “ v e r d a d e ro c o m p u e s t o d e la g r a s a h u m a n a ” (e fi­
c a z p a r a c u r a r g ra n c a n tid a d d e e n fe r m e d a d e s , “ to d a s u e rte d e c o r ­
te s y d e h e r id a s , m a g u llo n e s , lla g a s , e s c r ó fu la s , g a n g lio s in f la m a d o s ,
u n ta n d o f r ío c o n v e n d a s y a lg o d o n e s ; p a r a lo s h u m o r e s , se a p lic a c a ­
lie n te , c o n b o m b a s í e n la s o r e j a s . . . ” ), se g u ía n s ie n d o e n s a lz a d a s t o ­
Selva
d a v ía a c o m ie n z o s d el s ig lo p a s a d o , c o m o lo d e m u e s tr a la
medicínale in cui stanno ristretti varj segretí d ’erbe, le q u ali non ven-
gono sú m ate d a alcuni. Sperim entate da me P ie tr o P ig n o r o e dedica-
ti a beneficio universale ( B o lo n ia , a lia C o l o m b a , sin f e c h a , p ág . 8 ) .
L o s fa r m a c é u tic o s m á s fin o s y a u t o r iz a d o s c o m o G io v a n n i S c h r o -
d e r (n a c id o e n S a lz u ffe ln e n el a ñ o 1 6 0 0 , a c t iv o e n F r a n c f o r t , d o n ­
de m u r ió , e in d is c u tid a a u t o r id a d d e n t r o d e la fa r m a c o lo g ía ),^
d is tin g u ía n c u a t r o tip o s d e “ m o m ia s ” e le g id a s “ e x c a d a v e r e h o m in e
m o r t u o ” : 1) “ M u m m ia A r a b u m , q u a e e st liq u a m e n se u liq u o r c o n -
c r e tu s e x u d a n s in s e p u lc h r o e c a d a v e r ib u s a lo e , n iy r r h a , b a ls a m o q u e
c o n d it is ” [ M o m ia d e lo s á r a b e s , q u e h a y a sid o p r e p a ra d a e n el s e ­
p u lc r o c o n un líq u id o c o m p u e s t o p o r a lo e , m ir ra y b á ls a m o ); 2 )
“ A e g y p tio r u m , q u a e est liq u a m e n e x c a d a v e r ib u s p is s a p h a lt o c o n d i­
t is " (D e lo s e g ip c io s , d e c a d á v e r e s p r e p a r a d o s c o n p is a fa lt o - p e z
m e z c la d a c o n b r e a - ) ; 3 ) “ P is s a p h a ltu m f a c tit iu m ” 1F a b r ic a d a c o n
p is a fa lto | ; 4 ) “ C a d a v e r su b a r e n a s o lis a e s tu t o r r e f a c tu m ” (U n c a d á ­

Phjrm dcapuehi tnedico-chym ica..., ob. cit., p. 325.


58 EL PAN SALVAJE

v e r g u a r d a d o en el g ra n c a lo r b a jo el s u e lo d e a r e n a ]. A e s ta s c u a tr o
c a lid a d e s d e m o m ia se le s a g r e g a b a u n a “ m á s fr e s c a ” , c o n s titu id a
p o r un

cadaver hom inis ruffi, ititegrum, recerts, sine m acula, aut circiter an-
norum , m arte v iolenta interem ptum , p er d iem et n o ctem luminarium
radiis, sereno tom en tem p o re irradiatum . H i i / i i s carnes m usculosas
frustulatim conscinde, et con sp erg e pu lv ere m y rrh ae et tantillo sal-
tem aloes, p o stea im b ib e m aceran d o /.../ tándem in a ere siccion lo-
co q u e u m broso frusta suspensa siccescant. tune assim ilatur carni
fu m o duratae, sine fo e to re .1*

(las carnes y los músculos de un cadáver de un hombre pelirrojo que


aún tenga sangre en su interior, integro, reciente, sm mácula, o de
cerca de un año, que haya recibido una muerte violenta, iluminado
durante un día y una noche de tiempo sereno, con rayos de luz, y es­
parcidle polvo de mirra y aloe. Después, hacedlo macerar... dejadlo
secar al aire, en la sombra, de modo que sean asimiladas en la car­
ne, sin hedor, esas emanaciones.]

El u so d e la c a r n e h u m a n a n o s ó lo se a le n t a b a e n la te ra p ia m é d ic a
p o r la a u t o r id a d del g r a n R a s is , sin o q u e t a m b ié n h a s ta el s ig lo XVIII
se p r a c t ic ó p a r a la p r e p a r a c ió n d e c ie r t o s e lix ir e s y en la te ra p ia de
p a r á lis is y a p o p le jía s . P o r o t r o la d o , ta l u so in c lu ía la c a r n e a r o m a ­
t iz a d a y c o n e s p e c ia s d e lo s c a d á v e re s m o m if ic a d o s ,2’ o lo r o s o s de
b á ls a m o s y d e sig lo s : “ m u m m ia |...| n ih il e st a liu d q u a m c a r o c o r -
p o r is h u m a n i c u m p r e tio s is u n g u e n tis s e p u lti” |una m o m ia ... n o es
o tr a c o s a q u e c a r n e d e u n c u e r p o h u m a n o se p u lta d o c o n p r e c io s o s
u n g ü e n to s| , se g ú n la d e fin ic ió n d e L e o n a r d o L e s s io ,2B p r e s tig io s o
t e ó lo g o de la C o m p a ñ ía d e J e s ú s . P o r lo t a n to , r e s u lta b a m á s b ie n
a r d u o d e m o s t r a r la in o p o r t u n id a d m o ra l d e a b s te n e r s e d e e ste tip o
d e a lim e n ta c ió n “ in e x tr e m a n e c e s s ita te fa m is ” o “ e x tr e m a u rg e n te
fa m e ” , c o n a r g u m e n ta c io n e s e n ú ltim a in s ta n c ia in c o n s is te n te s . E n

14 Ibíd.
Véase la voz Mumie en el Allgemeines Lexicón der Kiinste und Wíssens­
eba ft en, Leipzig, 1721.
" De iustitia et iure caeterisque virtutibus cardinahbus..., Milán, Petri Marty-
ris Locar ni e lo. B. Bidcllum, 1613, p. 566.
C AN IBALISM O SAGRADO Y PROFAN O 59

e fe c to , la te o lo g ía m o ra l se e n c o n t r a b a m u y m o le s ta a l e n fr e n t a r e s ­
te p r o b le m a , y se v e ía o b lig a d a a a d u c ir m o tiv a c io n e s d e tip o s o fís ­
t ic o , de e s c a s o p e s o y a u t o r id a d . A n te el d e lir a n te v a c ío , d e p o c o
serv ía r e c o r d a r el p r in c ip io to t a lm e n t e a b s t r a c t o d e u n a a lim e n ta ­
ció n b a s a d a e n se r e s m á s b a jo s r e s p e c t o del h o m b r e , in f e r io r e s a él
en la je r a r q u ía f ís ic a , s ig u ie n d o el o rd e n n a tu r a l q u e q u ie r e a las
p la n ta s , a lim e n ta d a s c o n el ju g o d e la t ie r r a ; a lo s a n im a le s , n u tr id o s
de v e g e ta le s , y a lo s b r u t o s m á s p e r fe c t o s y m á s r o b u s t o s , d e a n im a ­
les m á s d é b ile s y m á s im p e r fe c to s .
T a m p o c o p o d ía te n e r m u c h o p e so la in tim id a c ió n te o ló g ic a d e q u e ,
co n la a n t r o p o fa g ia , “ c o n fu n d e r e tu r m ag n a e x p a r te d is tin c tio c o rp o -
ru m in r e s u r r e c t io n e ” [e n la r e s u r re c c ió n , h a b ría u n a g ra n c o n fu s ió n
e n tre la s p a r te s d el c u e r p o ].27
R e s is tir a l t a b ú a n t r o p ó f a g o n o r e s u lta b a fá c il e n c a s o d e d e se s­
p e ra d a n e c e s id a d , y e llo c o n m a y o r ra z ó n t e n ie n d o e n c u e n ta la s in ­
g u la r s e m e ja n z a d e s a b o r e n t r e la c a r n e h u m a n a y la d el c e r d o , seg ú n
d e c ía n q u ie n e s la s h a b ía n p r o b a d o . U n c lá s ic o de la m e d ic in a b iz a n ­
t in a , P a o lo H g in e ta , c u y a a u t o r id a d s ig u ió s ie n d o g ra n d e h a s ta m ás
a llá d el R e n a c im ie n to , h a b ía o b s e r v a d o q u e “ in te r a n im a lia q u a e pe-
d ib u s fid u n t c a r n e s , su illa m a iu s q u a m alii c ib i a lim e n tu m p r a e b e t
e o q u o d g u s tu e t o d o r e fa m ilia r it e r c u m h u m a n is c o r p o r ib u s s o r tita
e s t, u t n o n n u lli, q u i im p r u d e n te r h u m a n a s c a r n e s g u s t a r u n t , c o g n o -
v e r u n t” [e n tr e lo s a n im a le s q u e tie n e n p a ra s d e lo s c u a le s se c o m e la
c a r n e , lo s c e r d o s p r o p o r c io n a n , m á s q u e c u a le s q u ie r a o t r o s , u n a li­
m e n to fa m ilia r a l c u e r p o h u m a n o , y a q u e a lg u n o s q u e s in s a b e r lo
p r o b a r o n c a r n e s h u m a n a s , lo c o n o c ie r o n ] .2*
A isla d a y s in c o n t in u id a d p e r m a n e c ió la o p in ió n d e G ia m b a t tis ta
M o r e a li - m é d i c o d e R e g g io , a c t iv o en la p r im e ra m ita d del sig lo
X V iii- e n e l s e n t id o d e q u e la s c a r n e s h u m a n a s , y e s p e c ia lm e n te la d e
lo s a d o le s c e n te s , e x p id e n u n v io le n t o o lo r á c id o a g u s a n a d o , s im ila r
a l q u e a c o m p a ñ a a la c a r n e d e t e r n e r o .

Si nosotros tuviéramos un libro D e m ed ia n il A n tropophagorum [es­


cribía este doctor, que había construido una inédita teoría científica
sobre los gusanos y los olores], así como tenemos D e m edicina In-

Ibíd.
’ I’auli Acgmetae, O pera, loanne Guinterio Andernaco medico pentissimu
interprete, Lyon, apud (i. Rovillium, 1566, p. 101.
60 EL PAN SALVAJE

dorum , quizá sabríamos que las carnes humanas, y en especial las de


los muchachos, a veces poseen un olor semejante.3'

P e ro lo s h o m b r e s m o rib u n d o s d e h a m b re , m á s “ s o m b ra s de m u e rte ”
q u e se re s v iv ien tes, “ m a c ile n to s , a tra v e sa d o s y e sc u á lid o s p o r el m a le s­
ta r e x tr e m o [ . . . J s o m b ra s y n o cu e rp o s h u m a n o s " ," ' p o d ía n vo lv erse
c a r n ic e r o s n e c r ó fa g o s de o tr o s h o m b r e s , ta l c o m o , a u n re c ie n te m e n te ,
ha q u e d a d o d e m o stra d o en el d e sa s tre a é re o d e lo s A n d es.

Durante el pontificado de Stefano vil, al faltar todo lo que le es ne­


cesario al hombre para vivir, extintos los perros, las ratas, los gatos
con todos los otros animales que son más abominables, y como tam­
poco quedaron caballos ni otros jumentos, en Italia y en Francia mu­
chos aprendieron a comer carne humana, aunque tales comilonas
con ellos se hacían muy secretamente."

N u n c a s a b r e m o s c u á n t a s to n e la d a s d e c a r n e h u m a n a fu e ro n c o n s u ­
m id a s e n la e d a d m o d e r n a , a u n q u e la e x is t e n c ia d e e s ta s “ c o m ilo ­
n a s ” s e c r e ta s e stá fu e ra d e d is c u s ió n . Es la c la n d e s tin id a d lo q u e
v u e lv e n o c u a n t ific a b le a e s e c o n s u m o q u e , b a s ta n te d ifu n d id o , e stá
in d ir e c ta m e n te a t e s t ig u a d o p o r u n a g r a n c a n tid a d d e fá b u la s lle n a s
d e o g r o s , de d e v o r a d o r e s d e c a r n e d e c r is t ia n o s y de “ h o m b r e s se l­
v á t ic o s ” , y t a m b ié n p o r e p is o d io s p a r e c id o s y f r e c u e n te s e n lo s p o e ­
m a s c a b a lle r e s c o s d e lo s s ig lo s XV y XVI, p o r lo s g ig a n te s del Ciriffo
G a b a n e o , d e v o r a d o r d e n iñ o s , h a s ta a b a r c a r a l O g r o d el O rlando
in n am o rato o b ie n el d el Pentam erone , o el “ s a lv a je ” M a g o r t o del
M alm antile R acq u istato q u e , “ m á s n e g ro q u e la m e d ia n o c h e ” .

Tiene el hocico de oso y el cuello de cigüeña


Y una panza como un gran odre;
Camina sobre catapultas, y tiene boca de cloaca.
Que una tina de manzanas cocidas puede contener;
Pezuñas tiene de cerdo, y nariz de lechuza.

•“ Nuova Aggiunta a l tutovo Sistema del Moreali, publicada como apéndice a


Giam-Battista Moreali, Delle feb b ri maligne c contagióse. N uovo sistema teori-
co-prático..., Venecia, Giuscppc Corona, 1746, p. 282.
Ul Gio. Felice Astolfi, D ella officin a istorica..., Venecia, Scssa, 1622, p.
411.
" Ibíd., p p . 411-412.
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O

Que orina en la boca, y continuamente mana.

Le cubren los ojos los pelos de las cejas,


Y tiene cierta uña larga com o medio brazo;
A los hombres se come, y cuando a alguno agarra,
Por él se hace ese día un jueves graso,
Con toda golosina y francachela;
Que él hace primero con la sangre su morcilla,
1.a carne prepara en completo y buen bocado
Y con la piel se hace macarrones.

De los huesos fabrica después escarbadientes...

(Canto Séptimo, octavas 54-56)

La im a g e n d el o g r o , q u e p e sa la r g a m e n te s o b r e la c u ltu r a o c c id e n ta l
c o m o u n g ra v e r e m o r d im ie n t o , e s e x o r c iz a d a p o r m e d io d e la r e p r e ­
s e n ta c ió n c ó m ic o - g r o t e s c a , d e a c u e r d o c o n u n t íp ic o m e c a n is m o de
c ie r ta c u ltu r a c a p a z d e r e d u c ir a la c o n d ic ió n d e e s p a n ta jo p a r a n i­
ñ o s e sa p e s a d illa de la c o n c ie n c ia c o le c t iv a , in d u c id a p o r u n ta b ú re ­
lig io so c r is t ia n o , d e s c o n o c id o p a r a o tr a s so c ie d a d e s q u e c o n s id e r a n
al c a n ib a lis m o n o s ó lo e n el a s p e c to a lim e n ta r io . P a r e c e q u e lo s e u ­
r o p e o s se c o m ía n e n tr e e llo s s o la m e n t e e n c o n d ic io n e s d e e x tr e m a
n e c e s id a d , d u r a n t e lo s tr á g ic o s s it io s , la s h a m b r u n a s g ra v ís im a s o en
c a s o s d e d r a m á ti c o s n a u fr a g io s . R e s u lta t íp ic o el r e la to d e e s o s c in ­
c o s o ld a d o s e s p a ñ o le s q u e , “ e n c o n t r á n d o s e e n la s In d ia s e n la c o s ta
d e X a m o , lle g a r o n a ta l e x tr e m o d e h a m b r e q u e se c o m ie r o n el u n o
al o t r o , d e m o d o q u e a l fin a l q u e d ó u n o s o lo , p o r n o te n e r q u ie n se
lo c o m ie r a ” . ’2
R a r o e je m p lo d e s a b id u r ía e n m e d io d e ta n ta b e s tia lid a d e u r o p e a ,
M o n t a ig n e h a b ía in tu id o lo s ig u ie n te :

Circo que es más bárbaro comerse a un hombre vivo que comérselo


muerto; desgarrar por medio de suplicios y tormentos un cuerpo toda­
vía lleno de vida, asarlo lentamente y echarlo luego a los perros o a los
cerdos; esto no sólo lo hemos leído, sino que lo hemos visto reciente­
mente, y no es que se tratara de antiguos enemigos, sino de vecinos y

,J Ibíd., p. 415.
62 EL PAN SALVAJE

conciudadanos, con la circunstancia agravante de que para la comisión


de ral horror sirvieron la piedad y la religión. Eso es más bárbaro que
asar el cuerpo de un hombre y comérselo después de muerto."

C a s i en lo s m is m o s a ñ o s e n q u e M o n ta ig n e h a c ía e sta s o b s e r v a c io n e s ,
el “ lib e r t in o ” y “ n a t u r a lis t a " G ir o la m o C a r d a n o - l a d e fin ic ió n es de
M a r c B l o c h - a r rie s g a b a , en c a m b io , una e x p lic a c ió n de tip o m a te ria ­
lista d e la a n tro p o fa g ia d e lo s c a r ib e s , lo s in d íg e n a s d e las In d ia s O c ­
c id e n ta le s h a b itu a d o s a d e v o r a rse a lo s h ijo s c a lie n te s del v ien tre de
la s sie rv a s y a lo s e n e m ig o s c a p tu r a d o s en la b a t a lla , a lim e n ta d o s y c e ­
b a d o s - c o m o lo s c e r d o s en lo s c h iq u e r o s - en a d e c u a d o s r e c in to s . Se ­
g ú n el m é d ic o d e P a v ía , e n la b a s e d e e sta r itu a lid a d n o se h a lla b a n
t a n to el o d io e n tre las trib u s y las n e ce s id a d e s d e la g u e r r a , c o m o la
p o b re z a y la e sc a se z d e la s c a r n e s a n im a le s y el p la c e r de c o m e r un
“ p la t o ” de a lt o c o n te n id o p r o te ic o . G e n ia l in tu ic ió n q u e a n tic ip a en
m á s d e c u a tr o sig lo s la te o r ía d e M a rv in H a r r is , se g ú n la cu a l “ e s le ­
g ítim o d e sc rib ir a lo s s a c e r d o te s a z te c a s c o m o c a r n ic e r o s r itu a le s en
un sis te m a p a tr o c in a d o p o r el E s ta d o y d e s tin a d o a la p r o d u c c ió n y
r e d is trib u c ió n d e c a n tid a d e s c o n s id e ra b le s d e p r o te ín a s a n im a le s en
fo rm a de c a r n e h u m a n a ” . M

Ergo hunc ritum induxit odium (ut dixi) et bellum a c neccssitas, sed
am plificavit suavitas edulii et indígentia: nant ib i nullum quadrupes
erat animal, cuius caro suavis esset gustui, non sues, b o v es, pecudes,
caprae, cervi, equi, asinive. O b ¡nopiam igitur han c e o progressi sunt."

[Por lo tanto de allí el odio, según dicen, indujo la costumbre, asi co­
mo la guerra y la necesidad, y la aumentaron la suavidad del comes­
tible y la indigencia: pues si allí no había un animal cuadrúpedo cuya
carne fuera suave al gusto, si no había cerdos, ovejas, bueyes, cabras,
ciervos, caballos ni asnos, por consiguiente a causa de la escasez se
siguió con estas cosas].

" Montaigne, Essais, libro i, cap. 30 [Ed. cast.: Ensayos selectas, Buenos Ai­
res, Ceal, 1969, p. 19).
" Marvin Harris, Cannibals and Kings. The Origins o f Cultures, Nueva
York, 1977 (Ed. cast.: Caníbales y reyes. Los orígenes d e la cultura, Madrid,
Alianza, 1987, p. 1531.
" Hieronymi Cardani, De rerutn vanetate librt XV//, Aviñón, per Matthacum
Vinccntiuin, 1558, p. 851.
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O 63

Una e x p lic a c ió n e c o n ó m ic o -n a tu r a lis ta q u e t ie n e , a n t e t o d o , el m é ­


rito de n o c a e r e n la e x e c r a c ió n d e la s “ b á r b a r a s ” c o s t u m b r e s y q u e ,
aun e n su d e b ilid a d a n t r o p o ló g ic a , r e s u lta ju s t ific a d a p o r u n a m o ­
d e rn ísim a e ir r e p r o c h a b le ló g ic a d ie t é tic a . E n el fo n d o , ta m b ié n este
m é d ico d el R e n a c im ie n to t a r d ío h a b ía c o m p r e n d id o q u e la “ n e c e s i­
d ad (es) s o líc it a in v e n to r a d e t o d a s la s a r t e s ” y q u e el “ v ie n tr e (es)
el g ra n lim o s n e r o y el lib e r a l d a d o r d el e s p ír itu y d el in t e le c t o ” . “

Ninguna sociedad es profundamente buena, pero ninguna es absolu­


tamente mala [...] Tomemos el caso de la antropofagia, que de todas
(as prácticas salvajes es la que nos inspira más horror y desagrado.
Se deberá, en primer lugar, distinguir las formas propiamente ali­
mentarias, es decir, aquellas donde el apetito de carne humana se ex­
plica por la carencia de otro alimento animal, como ocurría en
ciertas islas polinesias. Ninguna sociedad está moralmente protegida
de tales crisis de hambre; el hambre puede llevar a los hombres a co­
mer cualquier cosa: el ejemplo reciente de los campos de exterminio
lo prueba.
Quedan entonces las formas de antropofagia que se pueden lla­
mar positivas, las que dependen de causas mágicas o religiosas. Por
ejemplo, la ingestión de una partícula del cuerpo de un ascendiente
o de un fragmento de un cadáver enemigo para permitir la incorpo­
ración de sus virtudes o la neutralización de su poder. Al margen de
que, por lo general, tales ritos se cumplen de manera muy discreta
-co n pequeñas cantidades de materia orgánica pulverizada o mezcla­
da con otros alimentos-, se reconocerá, aun cuando revistan formas
más francas, que la condenación moral de tales costumbres implica
o bien una creencia en la resurreción corporal -qu e será comprome­
tida por la destrucción material del cadáver- o bien la afirmación de
un lago entre el alma y el cuerpo, con su correspondiente dualismo.
Se trata de convicciones que tienen la misma naturaleza que aquellas
en nombre de las cuales se practica la consumación ritual, y que no
tenemos razón para preferir."

E stas h is té r ic a s “ r e a c c io n e s a flo r de p ie l" , ta l c o m o su b r a y a c o n ju s-

'* G. Felice Astolfi, Della officina iston ca..., ob. cit., p. 415.
' Tristes Trapiques, París, Plon, 1955 |Ed. cast.: Tristes trópicos, Buenos Ai­
res, Eudeba, 1970, p. 389].
64 E L PAN SALVAJE

ticia el a u t o r d e Tristes trópicos , “ n o r esiste n u n a a p r e c ia c ió n c o r r e c ­


ta d e lo s h e c h o s ” . L a n o c ió n d e b a r b a r ie e s ta n d u d o sa y c o rr o m p id a
q u e n o p u ed e o fr e c e r e n a b s o lu to u n p u n to d e r e fe re n c ia . Ju s ta m e n te
lo s tie m p o s q u e e x p e r im e n ta r o n h o r r o r p o r la “ b a r b a r ie ” de lo s “ p ri­
m itiv o s ” h a n sid o sa n g r ie n to s fu e ra d e to d a m e d id a ; y e s sig n ifica tiv o
o b s e r v a r al re s p e c to q u e el d is g u s to p o r lo s a lim e n to s b a s a d o s e n s a n ­
g re (m o r c illa , sa n g r e d e c e r d a fr ita , sa n g r e h e r v id a , e tc é te r a ) resu lta
p r o p io d e a ñ o s c o m o lo s a c t u a le s , e n q u e la s m a ta n z a s y el crim e n
c r u e n to se h a n c o n v e r tid o e n p r á c tic a y r ito c o tid ia n o s .
E n el fo n d o , la s c o n s id e r a c io n e s d e L é v i-S tr a u s s n o se o p o n e n a
las d e a m p lio s e s t r a t o s d el p e n s a m ie n to p r e c ie n t íf ic o y a u n a la s del
ilu m in is ta : e n la s p a la b r a s d el a n t r o p ó lo g o fr a n c é s se a d v ie rte n e c o s
a c a s o in c o n s c ie n te s d e C a r d a n o y d e te ó lo g o s c o m o L e s s io , u o tr o s
q u e se o c u p a r o n d e e s ta p a r tic u la r c a s u ís t ic a .
N o s o tr o s c r e e m o s p o d e r a f ir m a r t r a n q u ila m e n t e q u e el h o r r o r
p o r la a n t r o p o fa g ia y p o r la p a t r o fa g ia a d q u ie r e m a y o r c o n s is te n c ia
c u a n t o m á s se a le ja n la s s o c ie d a d e s d e lo s a g u ijo n e s d el h a m b re : las
so c ie d a d e s d e an d en régitne q u e lu c h a b a n c a s i d e c o n t in u o c o n las
m o r tífe r a s h a m b r u n a s n o s e n tía n p o r la s a n g r e y p o r la c a r n e h u m a ­
na e sa r e p u g n a n c ia “ in s tin tiv a ” t e o r iz a d a d e sp u é s e n O c c id e n te , y
q u e e s u n a e s c a p a to r ia d e e n c u b r im ie n t o y d e fa ls a c o n c ie n c ia . A f i­
n e s d el s ig lo XVI, de m o d o im p a s ib le , G io v a n n i B o te r o to m a b a n o ta
de q u e lo s h a b ita n t e s d e H ib e r n ia - o , c o m o o t r o s p r e fe r ía n lla m a r ­
la , d e I r l a n d a - q u e “ t o d a v ía tie n e n c a r a c t e r í s t ic a s a g re s te s y m u y
s a lv a je s J...| e s t im a b a n c o m o lo a b le el h e c h o d e c o m e r s e a lo s p r o ­
p io s p a d r e s m u e r t o s ” .**
E s n e c e s a r io r e c o n o c e r q u e e n la n u tr ic ió n d el h o m b r e el h e c h o
c u ltu r a l tie n e u n p e so p o r lo m e n o s ig u a l a l a lim e n ta r io p u r o y s im ­
p le . Y a el a b a t e R e y n a l - s e g u r o d e la “ p r e c io s a lib e r ta d d e la s lu ce s
fil o s ó f ic a s ” - ' 1' h a b ía h e c h o n o ta r q u e e x is t e n d o s fo r m a s d e a n t r o p o ­
fa g ia : u n a , r itu a l; la o t r a , d e c a r e n c ia a lim e n ta r ia .

Los brasileños |escribía| tienen una gran ambición por hacer prisio­
neros. Éstos son conducidos a la aldea de los vencedores, donde des-

,K Relatione universale d ell’isole fino al presente seo verte, Roma, G. Ferrari,


1595, p . 114.
" Storia filosófica e política degli stabilimenti, e d el cotm nercio degli Europei
nelle due Indie..., tradotta dal francese da Remigio Pupares nobile patrizio reg-
giano, 1776, vol. VI, p. 9.
CAN IBALISM O SAGRADO Y PROFAN O 65

pues se los niata y se los come con grandes ceremonias. La fiesta sue­
le ser larga, y durante su transcurso los viejos se ocupan de exhortar
a los jóvenes a que se conviertan en valientes guerreros, para exten­
der siempre más la gloria de su nación y para regalarse a menudo
una tan honrosa pitanza. Tal inclinación por la carne humana no los
lleva jamás a devorar a aquellos de sus enemigos que han muerto en
la acción: los brasileños se limitan a comer sólo a quienes caen vivos
en sus manos, a los cuales matan con algunas particulares formali­
dades.**

E n c a m b io , lo s je s u íta s e x h o r t a b a n a se n tir “ h o r r o r p o r la sa n g re
h u m a n a ” a q u ie n e s te n ía n u n a r e la c ió n d e g r a n fa m ilia r id a d c o n la
sa n g re : “ U n h o m b r e q u e e n e s a s r e g io n e s q u ie r a g u sta r, d e b e s e r c u ­
b ie r to d e s a n g r e ” , 4' e s c r ib ía el a b a t e R e y n a l: la s a n g r e e ra e s tr u c tu ­
ra p o r t a d o r a d e un r itu a l r e lig io s o y, p a r a lo s in d íg e n a s d e A m é rica
del S u r y d e A m é r ic a C e n t r a l, lo s “ s a c r if ic io s d e p r is io n e r o s " se e n ­
c o n t r a b a n c o n u n a in e lu d ib le n e c e s id a d m ít ic o -r itu a l: la p e r p e tu a ­
ció n , in in te rru m p id a en el tie m p o , del “ p rim e r a s e s in a to ” / 2 el recu e rd o
a c tiv o y fe c u n d o d e la m u e r te d el S e r p r im o r d ia l q u e h a b ía fu n d a d o
el ré g im e n c ó s m ic o q u e lo s g o b e r n a b a . E l r itu a l in h e r e n te a lo s “ íd o ­
lo s v iv o s ” , r e s e rv a d o p o r lo s p e r u a n o s a lo s p r is io n e r o s q u e , o b je t o
de r e v e re n c ia y d e c u lto , e r a n le n ta m e n te e n g o r d a d o s a n te s del s a c r i­
fic io , n o e s c a p ó a la a t e n c ió n d e G io v a n n i B o t e r o , q u e p u s o r e p e ti­
d a m e n te el a c e n t o s o b r e la “ r e p r e s e n t a c ió n ” , la “ c o m e d ia ” , la sa c ra
r itu a lid a d t e a tr a l q u e e n el ú ltim o a c t o se c o n v e r t ía en “ fie s ta y b a n ­
q u e te s o le m n e ” .4’

*• Ibíd, vol. ix (1777) p. 28.


41 Ibíd., p. 32.
4: M. Eliade, Les représentatiuns de la m orí chez les primitifs, en L a Morí et
l'Au-Delá, en “Cahiers de la Pierre qui vive”, París, Dcsclée de Brouwer, 1954,
p. 169.
" Delle relationi universali, parte quarta, Roma, G. Ferrari, 1596, pp. 9-10.
F.l rito -con alguna variante- se repetía entre los aztecas, donde las matanzas
eran más numerosas y compactas. Francesco Saverio Clavigero escribía: “si la
victima era un prisionero de guerra, después de sacrificarlo le cortaban la cabe­
za para conservarla en el esqueleto, y precipitaban el cuerpo por la escaleras en
el atrio inferior, donde el oficial o soldado que lo había apresado lo tomaba y se
lo llevaba a la casa para hacerlo cocinar y condimentar y darle un almuerzo con
él a sus amigos” (Storia antica del M essico..., Cesena. G. Biasini, 1780, II, pp.
46-47).
66 E L PAN SALVAJE

L o s a n tig u o s h a b ita n t e s d e N ic a r a g u a c e le b r a b a n la fie s ta d el d io s


M a íz c o n u n ritu a l d e fe r tilid a d b a s a d o e n la s a n g r ía c o le c tiv a .

Su estandarte es la im agen del d iab lo co lo cad a so bre una lanza, y lo


lleva el más honrad o y viejo sacerd o te. Los religiosos cam inan orde­
nadam ente y can tan d o hasta llegar ai lugar de la id o latría, y cuando
han arribad o extienden tap ices en el suelo y d erram an rosas y flores
para que el d iab lo no toqu e tierra. D etenid o el estandarte, cesa el
can to y em pieza la o ra ció n ; el prelado golpea palm as y hace la señal
de que todos se prov oqu en san grías; algunos por la lengua, o tro s por
los oídos y o tro s p o r el m iem bro v iril, según co m o lleva cada uno su
devoción, y después tom an la sangre en un papel y en el dedo y con
él refriegan la cara del d iab lo , co m o si fuera un o frecim iento.
D u rante las san grías, lo s jóven es pugnan entre sí y bailan en ho­
nor a la fiesta [ ...] En algunas de estas procesiones bendicen maíz y
lo asperjan con la sangre que se sacaran del m iem bro viril, lo repar­
ten co m o pan bend ito y después lo co m en .”

M a m b r in o R o s e o , de F a b r i a n o , h o m b r e d el s ig lo XVI, fu e c o t e r r á n e o
y c a s i c o e tá n e o d e a q u e l F r a n c e s c o P a n filo d a S a n s e v e r in o , n a c id o en
un a ciu d a d d o n d e la tr a d ic ió n , a u te n tic a d a p o r la a u to riz a d a a u n q u e
te n d e n c io sa p lu m a d e F la v io B io n d o ,* a t r ib u ía a s e c ta s h e r é tic a s r i­
to s sa n g r ie n to s y c a n ib a le s c o s , y q u e e n el p o e m ita Picenunt h a b ía
d e sc rip to lo s r ito s o r g iá s t ic o s en h o n o r d e la d io sa d e la v id a , q u e se
d e s a r r o lla b a n e n la s g r u ta s d e C u p r a m o n ta n a - M a s s a c c i o - y c u lm i­
n a b a n c o n la m u e r te y la in g e s tió n d e un n iñ o . La im p a s ib ilid a d d o ­
cu m e n ta l d e d ic h o M a m b r in o R o s e o es el sín to m a d e u n a c u ltu r a n o
p r o v in c ia l, en e x tr e m o d ú c til al i n t e r p r e t a r - c o m o h a b ía d ic h o A u b a -
n o B o e m o - “ o m n iu m g e n tiu m m o r e s ” [la s c o s t u m b r e s d e to d o s lo s
p u e b lo s ], y a la c u a l e ra e x tr a ñ a la id e a m u c h o m á s r e c ie n te d e p r o ­
g re so y d e s a r r o llo ilim ita d o s .

C uando entre sí g uerrean [escribe, im perturbable, M am b rin o R osco]


sus arm as son saetas, m azas y piedras, y sin piedad alguna se m atan

44 Della Selva rinovata di Pietro Messia, parte quarta, aggiunta da Mambrin


Roseo da Fabriano..., ob. cit., p. 31.

* Flavio Biondo (1392-1463): político e historiador, autor de una historia del


pueblo véneto (n. del t.).
CAN IBALISM O SAG RADO Y PROFAN O
67

y los vencidos son reservados para ser comidos, en cuanto de todas


las carnes la humana es en ellos de común uso, y la salan, tal como
nosotros lo hacemos con la de cerdo, y así colgada la tienen en sus
habitaciones. Viven largamente y es muy raro que se enfermen

Cuando comen las carne de los sacrificados, hacen grandísimos bai­


les y borracheras y fumadas, y entonces los sacerdotes toman vino
de ciruelas. ., .
Cuando el sacerdote unta las mejillas y la boca del ídolo con la
sangre del sacrificado, los otros cantan y el pueblo hace oraciones
con mucha devoción y lágrimas, y después caminan en procesión.

E n r e a lid a d - c o m o e s s a b i d o - la o b t u s a fe r o c id a d d e lo s p u e b lo s ib é ­
r ic o s , fa m o s a d e sd e la A n tig ü e d a d , c o n s tit u ía e l p e o r c a s o p o s ib le de
b a r b a r ie :

Hay quien pretende haber encontrado a algunos (entre los españo­


les) tan bárbaros, que habían acostumbrado a sus perros a que des­
cubrieran y se comieran a los salvajes; y otros que hasta habían
hecho voto de matar a doce indios por día en honor a los doce Após­
toles../’

A n te e s te e n o r m e g e n o c id io a p o s t ó lic o , t a n to la a n t r o p o fa g ia ritu a l
c o m o la p r a c t ic a d a p o r “ in c lin a c ió n a la c a r n e h u m a n a ” e n c u e n tra n
un a a b s o lu ta c o m p r e n s ió n . S in s e r a n t r o p ó lo g o , ta m b ié n el a b a te
R e y n a l s a b ía q u e d el “ h a m b r e v io le n t a , n in g u n a s o c ie d a d e sta m o ­
r a lm e n te p r o t e g id a " (L é v i-S tr a u s s );

el salvaje (anotaba Reynal] puede ser asaltado por un hambre cani­


na del mismo modo que el hombre civilizado [...] Todos los vicios
morales que llevan al robo al hombre civilizado, también deben lle­
var al salvaje al mismo delito. Ahora bien, el único robo que un sal­
vaje puede realizar es la vida de otro salvaje, al que él cree apto para
ser comido. El ocio es en todos lados una antropofagia; y desde tal
punto de vista, la antropofagia es más común en la sociedad que en

“ Ibíd., p . 8.
“ Ibíd., p . 3 0 . .
*' Storia filosófica e política degli stabilim enti..., ctt., vol. VI, pp. 40-41
E L PAN SALVAJE

el fondo de las selvas [...] si la opulencia es la madre de los vicios, la


miseria lo es de los delitos; y este principio no se verifica menos en
los bosques que en las ciudades [...] el hombre civilizado roba y ma­
ta para vivir; el salvaje mata para comer”.411

Ibld.,vol. ix, p. 30 y pássim.


IV. “ ...Y SE VAN P O R E L M U N D O
T O iM A N D O E L M A L C A M IN O ”

C u a n d o la s c r is is d e s u b s is te n c ia se h a c ía n m á s a g u d a s , e n lo s d r a ­
m á tic o s m o m e n t o s d e e m e r g e n c ia d e lo s a b a s te c im ie n t o s (p e r o la e s ­
c a s e z - a u n e n la v e r sió n s u a v iz a d a d e la “ n e c e s id a d ” y d e la p e n u ria ,
y m á s a llá d e lo s e x tr e m o s d e c o y u n t u r a m a lig n a y p e r v e rs a , m u y
fr e c u e n te s e n la e d a d i n d u s t r ia l- c o n s tit u ía u n h e c h o e s tr u c tu r a l c a ­
si p e r m a n e n te ), la a m e n a z a d o r a H o z del H a m b r e - c a s t i g o d iv in o ,
c o m o g r it a b a n y a m o n e s t a b a n lo s p r e d ic a d o r e s - p a lid e c ía y la c e r a ­
ba lo s r o s t r o s a t e r r o r iz a d o s d e lo s m á s d e s h e r e d a d o s , d e lo s m e n o s
p r o te g id o s y p r e s e rv a d o s . L a “ c a r e s t ía d e v id a ” - s e d e c ía e n a q u e ­
llo s t ie m p o s - h a c ía e n lo q u e c e r la c u rv a d e lo s p r e c io s , lle v a n d o lo s
a lim e n to s a u n n iv e l in a c c e s ib le p a r a lo s a r te s a n o s y lo s t r a b a ja d o ­
res de la c iu d a d , m ie n tr a s lo s á r id o s c a m p o s v e ía n a su s c u ltiv a d o ­
res (p o r lo g e n e r a l, s o b r e a b u n d a n te s e n r e la c ió n c o n la s b a ja s
“ r e n ta s ” d e la tie r r a ) e n fu ga h a c ia el c ie lo d e la s c iu d a d e s , d o n d e
im p lo r a b a n , n u e v o s m is e r a b le s , el p a n d e la c a r id a d p ú b lic a .
L a s c a s a s se v a c ia b a n d ía a d ía d e e n s e r e s ; “ c a c e r o la s ” y s a r te n e s
c a m b ia b a n d e d u e ñ o , se e m p e ñ a b a n la s r o p a s y la s s á b a n a s (e n t ie m ­
p o s d e e s c a s e z , u s u re r o s y e s p e c u la d o r e s e fe c t u a b a n n e g o c io s de
o r o ) ; el fu e g o se h a c ía c a d a vez m á s e s p e c tr a l h a s ta a p a g a r s e , y el
fr ío se d e s liz a b a , p u n z a n te , e n lo s in te rio r e s v a c ío s y d e s o la d o s .

Mala cosa es la escasez


que al hombre siempre hace penar,
y contra el deseo, ayunar,
Señor Dios, por qué no la echas [...]

He vendido las sábanas,


he empeñado las camisas,
de modo tal que a los ropavejeros
les he llevado la ropa,
con mi pena y mayor dolor

69
70 F.L PAN SALVAJE

sólo un pedazo de terliz


cubre esta carne mía.'

E sta d o lie n te “ c a r n e m í a ” h a sid o c u id a d o s a m e n te r e m o v id a ju n t o a


lo s “ la m e n t o s ” d e t a n to s a n ó n im o s “ p o b r e s h o m b r e s ” (a u n q u e in­
d ir e c to s , m e d ia d o s y a t e n u a d o s e n lo s d e s c a m a d o s t e s tim o n io s de
in té rp r e te s d e c a r á c t e r p o p u la r ), y n o s ó lo p o r u n a t r a d ic ió n lite ra ­
ria v u lg ar, s in o t a m b ié n p o r u n a e x é g e s is h is tó r ic o - c r ít ic a n o in te re ­
sad a e n in t e r p r e ta c io n e s d is tin ta s d e la s p u r a m e n te fo r m a le s . E ste
tip o de le c tu r a h a p r e fe r id o le v a n ta r in s ig n e s m o n u m e n to s a lo s “ b e ­
llo s m ie m b r o s ” y a s e m e ja n t e s s im u la c r o s fe m e n in o s , p r e c io s a m e n ­
te a le ja n d r in o s , m á s q u e e s c u c h a r e in t e r p r e ta r m e n s a je s lle g a d o s del
e s p a c io n o ilu s o r io s in o c o n c r e t a m e n t e d r a m á tic o d e la “ lite ra tu r a
m e n o r ” . P e ro lo s tie m p o s p a r e c e n y a in c lin a r s e a u n a r e c e p c ió n d is­
tin ta d e lo s m e n s a je s q u e n o s lle g a n d e lo s le ja n o s e m is o r e s p o b r e s ,
d e sd e la s c iu d a d e s de lo s h a r a p o s , d e sd e la s t ie r r a s del h a m b r e , d e s­
de la s c a v e r n a s d e la s e s c r ó f u la s y d e la r o ñ a .
L a s v o ce s e s c a s a s y d é b ile s d e lo s d e s e s p e ra d o s , d e lo s h a r a p ie n ­
to s , d e lo s m a r g in a d o s n u n c a h a n e n c o n t r a d o c a r t a d e c iu d a d a n ía en
el c a s tillo d e la s h is to r ia s lit e r a r ia s , d e sd e el R is o r g im e n t o * e n a d e ­
la n te , r e p ro d u c ié n d o s e a s í m is m a s d e n t r o d e l p r o p io m o d e lo e lit is ­
ta e n el q u e a p e n a s lo g r a b a n in t r o d u c ir s e , a u n q u e c o n fa s tid io y
s o s p e c h a , lo s lla m a d o s “ h u m ild e s ” m a n z o n ia n o s , c o n s id e r a d o s a
u n a lu z a m b ig u a e h ip ó c r it a , e s e n c ia lm e n te je s u ític a , m a n e ja d o s p o r
u n a c u ltu r a c la s is t a q u e lo s in s tr u m e n ta liz a b a e n la s m á s v a r ia d a s
s a ls a s id e o ló g ic a s , p a r a ig n o r a r lo s d e sp u é s c o m o c o m p o n e n t e s s o ­
c ia le s , a u n q u e se m o v ía h a s ta el á r e a e q u ív o c a d el p o p u lis m o .
T a m p o c o r e s u lta s o r p r e n d e n t e q u e la “ c u e s tió n d e la le n g u a ” , q u e
re n a c e p u n tu a lm e n te c o n c a d a g e n e r a c ió n , d e s e m p e ñ a ra u n p ap e l de
e n c u b r im ie n to m is tif ic a d o r e n e sta g ra n m e n tir a n a c io n a l p e r ió d ic a ­
m e n te r e in v e n ta d a p a r a m a r g in a r, ju n t o a lo s fo n e m a s y lo s m o r f e ­
m a s “ in f e r io r e s ” , ju n t o a la le n g u a d e lo s p o b r e s (u tiliz a d a a veces
e n fu n c ió n jo c o s a , r is ib le y “ n e n c ia le ” p o r la “ g r a n lit e r a t u r a ” ) la
r e a lid a d d e u n m u n d o q u e v iv ía a d u r a s p e n a s su a g r ia e x is te n c ia e n ­
tre te m p e s ta d e s d e a b a s te c im ie n t o , c a t á s t r o f e s s a n ita r ia s , c o n d ic ió n

1 Lam ento d e uno poveretto huom o sopra la carestía, sin lugar y sin fecha,
hoja 1 y ss.

* Rísorgtmento: período en el cual se desarrolló el proceso de unificación ita­


liana durante el siglo xix (n. del t.).
“ ...Y SF. VAN POR E L M U N D O TO M A N D O E L M A L C A M IN O " 71

se rv il, t r a b a jo s p r e c a r io s lin d a n te s c o n la m e n d ic id a d ( “ r e v e n d e d o ­
re s” , “ h ila n d e r o s " , “ v e n d e d o r e s d e a g u a r d ie n te ” , “ v e r d u le r o s ” ,
c h a n g a r in e s , “ lim p ia le tr in a s ” , “ c o la d o r e s ” . . . ) , s ie m p re a p u n to de
d e sliz a rse e n la “ t e n ta c ió n s o c i a l ” d e la v a g a n c ia y d e la m e n d icid a d
c u a n d o el t r a b a jo , a m e n u d o in g r a t o , d u r o sie m p re , n o a s e g u r a b a un
m ín im o v ita l, o c u a n d o lle g a b a n la d e s o c u p a c ió n y la c a r e s t ía .

Y m ás aún el d o lor m e aprem ia


al ver a mi niño
que me dice siem pre de hora en hora
“ Papá, un p oquito de p a n ” :
parece que el alm a se me saliera
al no poder dar ayuda
al p o brecito, ¡ah , m alvada suerte!
M ala co sa es la escasez.

Si de mi casa salgo
y por D ios pido un centav o
tod o s dicen: “ Ve, tra b a ja ” .
¡ “ Ve, tra b a ja ” !, ¡a h , feroz destino!
T ra b a jo n o encu entro para mi bien:
así me quedo co n la cabeza g acha,
ah, fortun a cruel y m alvada.
M ala co sa es la escasez.

N o tengo ya en casa ch ucherías;


las cacero las he vendido
y he vendido las sartenes,
m ondado estoy to d o y de to d o ...

M u ch as veces de las coles


los tro nco s so n para m í pan,
en la tierra hago agujeros
buscando raíces varias y ex trañ as
y co n ellas nos m o jam os lo s hocicos:
siem pre que hu biera todos los días
muy m al tam p o co sería.
M ala co sa es la escasez.2

•'Ibíd.
72 E L PAN SALVAJE

E n lo s p e o re s m o m e n to s d e c r is is p r o d u c tiv a s y d e e m e r g e n c ia de
a b a s te c im ie n t o , c u a n d o el t r a b a jo , c o m o el p a n , se a le ja b a d e lo s
“ t r a b a ja d o r e s ” u r b a n o s , t a m b ié n lo s m o n ta ñ e s e s b a ja b a n a la c iu ­
d a d , e m p u ja d o s p o r el e s p e jis m o d e m e jo r e s y m e n o s d u r a s c o n d i­
c io n e s d e v id a , y t e r m in a b a n e n g r o s a n d o el c o n t in e n t e n ad a
s u m e rg id o d e lo s s u b o c u p a d o s y lo s “ b r ib o n e s ” d e p la z a , lo s c h a n ­
g a riñ e s o c io s o s y lo s jo v e n c it o s lim o s n e ro s .

|...| infinitas familias de las montañas de Módena y de Reggio [se­


ñalaba una Provisión de limosnas boloñesa de mediados del siglo
XVl] fueron a vivir en Bolonia, y el padre de familia hace de peón en
la ciudad y manda a los cinco o seis hijos a mendigar: este hecho cau­
sa escasez, de casas, de pan, de vino y de otras cosas necesarias para
el alimento, y ante todo, sobreabundancia de mendigos.
Item , como se ha dicho de la ciudad, también en la comarca mu­
chos de los que serian aptos para el trabajo y para servir se arrojan
a esta holgazanería, y se ve a jóvenes hombres y mujeres de buen as­
pecto que sin embargo mendigan y que, para peor, adiestran a todos
los hijos en tal suciedad...'

D u r a n te lo s s ig lo s XVI y x v i i el b r ib ó n v iv e , p u e s , su e d a d d e o r o , c o n
t o d o su r e p e r t o r io d e “ fr a u d e s m is e r a b le s ” , c o n su s “ p ic a r d í a s " , c o n
la “ fic c ió n de lo s m ie m b r o s in ú tile s ” : “ el q u e m e jo r s a b e fin g ir - s e
d e c ía en B o lo n ia a m e d ia d o s d e l s ig lo X V I - m á s c o n s ig u e ” . E n G é n o -
v a , m e n d ic id a d , c r im in a lid a d ju v e n il, “ b r ib o n e r í a ” c o n s titu y e n un
m o d e lo s o c ia l n e g a tiv o q u e p r e o c u p a a l p o d e r p ú b lic o : lo s “ p e o n a -
c h o s ” se e n c a r n a n en “ c ie r t o s p ic a r o s v ilís im o s , q u e n o a p lic a d o s a
a r te a lg u n a y e n v ia d o s , p u e d e d e c ir s e , a la c a z a p o r lo s p a d r e s q u e
n o lo g r a n n u tr ir lo s , e n t r e lo s 1 0 y lo s 2 2 a ñ o s a p r o x im a d a m e n te , v a ­
g a n d o d e d ía y d e n o c h e p o r la c iu d a d , se m a n tie n e n c o n r a p iñ a s y
v ile z a s ” . E n c a m b io , lo s b r ib o n e s r e p r e s e n ta n “ u n a s u e rte d e v iv id o ­
re s q u e , e n e m ig o s d el t r a b a jo y r e s u e lto s a v iv ir a c o s t a de lo s o tr o s ,
van p id ie n d o lim o s n a s b a jo v a r ia s fo r m a s y p r e t e x t o s ...” / E l o fic io
de v iv ir a c o s t a d e lo s d e m á s se v u e lv e d ía t r a s d ía u n “ a r t e ” c a d a

’ Provisione elem osinaria per li poveri di qualunque sorte della cittá di Bolog-
tta, Bolonia, Anselmo Giacarelli, 1548; cit. por // libro d ei vagabottdi, a cargo
de Pietro Camporesi, Turín, Einaudi, 1980 (2), p. 410.
‘ Cit. por E. (¡rendí, “Pauperismo e albergo dei poveri nella Genova del Sei-
cento", en Rivista Storica Italiana, 1975 ( l x x x v i i ) , IV , p. 629.
“ ...Y SE VAN POR EL M U N D O TO M A N D O EL M A L C A M IN O ” 73

vez m á s s u til; m e n d ig o s fil ó s o f o s , r e y e s e r r a b u n d o s d is e r ta n s o b r e su


c o n d ic ió n p r iv ile g ia d a , y su tile s y d e s e n c a n ta d o s c o n o c e d o r e s de la
im p o stu r a p o lític a te o r iz a n s o b r e la p e n e tr a c ió n del fr a u d e e n to d o s
lo s n iv e le s, c o m o el m a q u ia v é lic o F r a n c e s c o V e t to r i, y r e c o n o c e n la
p r im a c ía d e la “ in d u s t r ia ” del e n g a ñ o , fo r m u la n d o id e o lo g ía s d e la
u n iv e rsa lid a d d e la “ c a n a lla ” , su c ó s m ic o a lie n t o , su in fin ita b e lle z a
y su s u b ic u a s m e t a m o r fo s is . S e a fir m a c o n v ig o r su in d is p e n sa b le
p r im a c ía e n la fo r m a c ió n d el h o m b r e y su in s u s titu ib le fu n c ió n en
¡as t é c n ic a s d e e la b o r a c ió n d e la in te lig e n c ia .

Y p o r esta variación el m undo se vuelve bello , el cereb ro de uno se


hace agudo para en co n trar el a rte nueva de engaño y el del o tro se
vuelve sutil para cuidarse del anterior. Y en e fe cto , tod o el m undo es
can allad a; y em pieza co n los religiosos y va transcurrien do en los ju­
risconsultos, en los m édicos, en los astrólo go s, en los príncipes secu­
lares, en los que están a su alrededor, en toda el arre y los ejercicios;
y de día en día toda co sa se hace más sutil y se a fin a.'

1.a plaza no es sino “ el Teatro de los hechos m u n d an o s", una escena


m ucho m ás amplia que el equívoco espacio constituido por la taber­
na, tem plo de los encuentros, de los enredos y de los engaños. Pero
tam bién ciertos hospitales, de noche, se transform aban en “círcu lo s"
o “recin tos” de presencias p oco tranquilizadoras, co m o puede vislum­
brarse a partir de ciertas páginas del Speculum cerretanorum,* donde
un grupo de acconi* vendedores am bulantes de im ágenes sacras, son
sorprendidos mientras juegan a los dados detrás de un cuadro que re­
presenta a M aría Virgen; o en la Serenata di Gian Pitocco,7 de G . C .
C ro ce, en la que el hospital se vuelve cálido sitio para amantes vaga­
bundos.

Sobre la escena de los có m ico s am bulantes se mueven som bras am ­

' Francesco Vettori, Viaggio m Alemagna (1 5 0 7 ), en Scritti storici e f/olitici,


a cargo de E. N iccolini, Barí, Laterza, 1 9 7 2 , p. 32.
' Teseo Pini, Speculum cerretanorum, en II libro dei vagabondi, ob. cit., pp.
38-39.
* Acconi: textualmente “chatas, pontones” (n. del t.).
Reimpresa en II libro dei vagabondi, ob. cit., pp. 336-342.
74 E L PAN SALVAJE

biguas de figuras equívocas, signo de una osmosis incontenible entre


ficción y representación de la ficción: Nottola (cuyo nombre evoca
repentinamente el mundo nocturno de los peleadores que Francesco
Fulvio Frugoni reproducirá con su neurótica y revuelta pluma), “fal­
so conde, tuerto y jorobado”, constituye el centro de atracción de L o
schiavetto (1612) de Giovan Battista Andreini* (el “Lelio” de los
Cómicos Fieles). F.ste repugnante “principe de los vividores” se ale­
ja “dando vueltas por todo el mundo” con Rampino y una banda de
ocho pordioseros “dignos de habitar las perreras (los hospitales, en
la jerga de los picaros) o las tabernas y de morir sobre la paja, ali­
mento de cucarachas y de gualdi (piojos)".*

La c o m e d ia de lo s v a g a b u n d o s se in s in ú a e n la o b r a d e lo s m e n d i­
g o s , h a c ie n d o del h o s p ic io y d el h o s p ita l u n o a s is d e la r e c r e a c ió n
del p ic a r o y un “ s a n t u a r io ” p a r a la d ir e c c ió n e s t r a t é g ic a d e la h o l­
g a z a n e r ía o r g a n iz a d a . E l fu e r te c a r á c t e r d ia le c ta l y je r g a l de é sta y
de m u c h a s o tr a s c o m e d ia s d el s ig lo XV I n a c id a s e n c o n t a c t o c o n un a
s o c ie d a d a b ig a r r a d a y p o lim ó r f ic a , a fir m a d e n u e v o la tra s g r e s ió n
e fe c tu a d a a la tr a d ic ió n te a tr a l e s c r ita y a su s c o n v e n c io n e s lin g ü ís ­
t ic a s . A q u í, c o m o e n o t r o s lu g a r e s , la “ e s c u e la d e l t r i v i o ” se c o n ­
v ie r te e n u n m o m e n to c u ltu r a l q u e , m á s a llá d e l e x p r e s io n is m o
lin g ü ís tic o (q u e , d e t o d o s m o d o s , c o n s tit u y e una de la s te n d e n c ia s de
fo n d o d e la lite r a tu r a p o p u la r ), e la b o r a p a r tic u la r e s c ó d ig o s e x p r e ­
s iv o s, a m e n u d o je r g a le s , p r o y e c c ió n d e u n c o r p o r a tiv is m o lin g ü ísti­
c o e n el q u e se r e f le ja n la e x tr e m a e s p e c ia liz a c ió n d e lo s o fic io s ,
líc ito s e ilíc it o s , y la a c e n t u a d a fr a g m e n ta c ió n s o c ia l.
L a K ossa del Vergato q u e s e o fr e c e c o m o m u je r d e s e r v ic io y “ b u s­
c a p a t r o n a en e sta c iu d a d ” , p id ie n d o t r a b a jo e n su “ le n g u a r ú s t ic a " ;
la Sim ona dalla Sam bu ca , q u e “ va b u s c a n d o p a r a h ila r en B o lo n ia ” ,
“ e n le n g u a r ú s tic a d e m o n t a ñ a ” ; la Filippa da C alcara , q u e d a v u el­
ta s p o r el m u n d o e n b u s c a de “ r o p a p a r a la v a r ” , e x p r e s a n a tra v é s de
la v o z r e fle ja d el c a n ta h is t o r ia s , in te r m e d ia r io e n el lím ite e n tr e o r a -
lid ad y a lfa b e tiz a c ió n , in té r p r e te d e la civilisation de I'ora l i té ^ la

* Giovan Battista Andreim (1578-1654): actor de la compañía de los celosos,


con el nombre de Lelio. Fue un comediógrafo prolífico, cifrado tanto en la tra­
dición como en la improvisación (n. del t.).
* G. B. Andreini, L o schiavetto, Milán, Pandolfo Malatesta, 1612, p. 16.
' Véase D. Fabre-J. Lacroix, La tradition orate du conte occitan, París, Pres-
ses Univcrsitaires de France, 1974, tomo I, p. 23 y ss.
“. ..Y SF. VAN l’O R E L M U N D O TO M A N D O EL M AL C A M IN O " 75

a m a r g a c in g r a ta e x ig e n c ia d e u n p e d a z o d e p a n , la d u r a c o n d ic ió n ,
“ g r it a d a ” p o r la s c a lle s , d e q u ie n o fr e c e su s p r o p io s se r v ic io s y su
p r o p io t r a b a jo e n el p r e c a r io m e r c a d o d e lo s b r a z o s .

La comente migratoria se trasladaba desde la montaña y el campo ha­


cia la ciudad, y tenía como resultado no solamente el alza de los alqui­
leres y de las mercaderías de primera necesidad, sino también la enorme
proliferación de bajos oficios, dañinos para la economía ciudadana, de
ocupaciones inciertas y precarias, fundamentalmente improductivas.

E n M ó d e n a , el g o b e r n a d o r , p o c o d e sp u é s de la m ita d del sig lo XIV,


la m e n ta b a q u e “ n o se e n c u e n tr a n y a o b r a s d e p e o n e s ” y h a n a u m e n ­
t a d o lo s p r e c io s d e la s “ c o s a s , p o r q u e c a s i t o d o s lo s c a m p e s in o s se
h a n d a d o a t r a b a ja r d e r e v e n d e d o re s y y a n o se p u e d e c o m p r a r n a ­
da q u e n o h a y a sid o re v e n d id o a n t e s d o s o tr e s v e c e s ” . 10
E s to s s e m im a r g in a d o s , “ p e n d u la re s e n tr e t r a b a jo p r o d u c tiv o y
t r a b a jo im p r o d u c t iv o ” , " la s m á s d e la s v e c e s t e r m in a b a n e n g r o s a n ­
d o el e jé r c it o ya d e m a s ia d o a b u lta d o d e lo s r o t o s o s y lo s m e n d ig o s,
a b a n d o n a n d o a la fa m ilia y c r e a n d o , d e h e c h o , n u e v a s v iu d a s y n u e ­
vos h u é r fa n o s ; el e s t e r e o tip o d el h u é r fa n o - o , m e jo r d ic h o , del n iñ o
a b a n d o n a d o p o r la m a d r e , a m e n u d o y a v iu d a , o p o r a m b o s p r o g e ­
n it o r e s - c o n s tit u y e u n a fig u ra t r á g ic a t a n t o e n la lite r a tu r a o ra l
c o m o e n la e s c r it a , y su p r e s e n c ia se v u e lv e m á s fr e c u e n te a p a r tir del
sig lo XVI: “ lo s p o b r e s , p a r a n o v e r a lo s h ijo s m u rié n d o s e de h a m b re
- e s t á en e s c e n a la M ó d e n a d e 1 6 0 1 - se v a n p o r el m u n d o to m a n d o
el m al c a m in o ” . 12
C u a n d o n o so n lo s p a d r e s lo s q u e v a n e n la d e s g ra c ia d a b ia p o r
el m u n d o , s o n lo s h ijo s q u ie n e s m e n d ig a n e n la s c iu d a d e s : el c r o n is ­
ta m o d e n é s G . B . S p a c c in i e s c r ib e a l r e s p e c to , e n 1 6 3 0 : “ h a n d e ja d o
lle g a r d e m a s ia d o s c a m p e s in o s a v iv ir a q u í y q u e a v e c e s t r a b a ja n de
p e o n e s o e n o t r o b a jo e je r c ic io , c o n u n a m a s a d e h ijo s a lo s q u e
m a n d a n a m e n d ig a r y d e lo s c u a le s e s tá n lle n a s la s ig le s ia s ” . "

G. L. Basini, L’uom o e il pane. Risorse, consumí e carenze alim entan della


popolazione m odenese nel Cmque e Seícenlo, Milán, Giuffre, 1970, p. 14.
" L Ferrante, “Tumulto di piú persone per causa del calo del pane... Saccheg-
g» c repressione a Bologna (1671, 1677)”, en Rtvista Storica Italiana, 1978 (X C ),
'V, p . 798.
11 Basini, L'uomo e il pan e..., ob. cit., p. 76.
" Ibíd., p . 83.
76 El. PAN SALVAJE

E n B o lo n ia , e n la se g u n d a m ita d del s ig lo X V I, c a s i un a c u a r ta p a r ­
te d e la p o b la c ió n e s t a b a d e s o c u p a d a : 1 6 m il e r a n lo s p o r d io s e r o s
q u e , s o b r e u n t o t a l d e 7 0 m il h a b i t a n t e s , d e a m b u la b a n p o r la s
c a lle s , a l p e r d u r a r la g r a v e c r is is m a n u fa c t u r e r a . L a Mh e z del p u e b lo
v u lg a rm e n te lla m a d a t r a p i t o s ” 14 y q u e e ra la “ ú ltim a c la s e de la p le ­
b e " c o n s tit u ía , ju n t o a lo s c h a n g a r in e s , el e s t r a t o s o c ia l m á s b a jo y
d e s a c re d ita d o . E llo s , a l d e c ir d e G ia c o m o C a s a n o v a , “ v a len to d a v ía
m e n o s q u e lo s lazzaron i d e N á p o le s ” . A lo s o jo s d e lo s v ia je r o s e x ­
t r a n je r o s , e s te “ b a jo p u e b lo ” p a r e c ía , p o r lo g e n e r a l, “ p o c o la b o r io ­
s o " , 1' p o c o a m a n t e d el t r a b a jo , r e s ig n a d o a lo p e o r. V a g a b u n d o s y
m e n d ig o s ib a n a in c r e m e n t a r el y a d e s b o r d a n te n ú m e r o d e su s “ fa ­
m é lic o s h a b ita n t e s ” , d e lo s d e s o c u p a d o s p e r m a n e n te s y d e lo s m is e ­
r a b le s e s t a c io n a le s . E n u n a sú p lic a q u e en 1 7 7 1 a lg u n o s se n a d o r e s
b o lo ñ e s e s e n v ia r o n a l p a p a C le m e n t e XIV , se lee:

La ciudad y la campaña están cubiertas de mendigos, los robos son fre­


cuentísimos y el libertinaje y la disolución se han convertido en un me­
dio de subsistencia, producido no sólo por la inclinación al ocio y a la
flojedad, sino, mucho más, por la falta de ocasiones de emplear los pro­
pios esfuerzos o de conseguir el dinero aunque sea sólo para el pan”.'*

L a s c a lle s d e la ciu d a d “ s e v e n , t a n t o d e d ía c o m o d e n o c h e , c u b ie r ­
ta s d e g e n te o c io s a d e to d a s la s e d a d e s y d e t o d o s e x o q u e b u sca p a n ,
ya s ó lo p id ie n d o lim o s n a , y a r o b a n d o o v e n d ie n d o su p r o p ia h o n ra
p ú b lic a m e n te y c o n e s c á n d a lo . A s í q u e , d e sd e la c a íd a d e la ta rd e
h a s ta la m e d ia n o c h e , p o r la s c a lle s y p o r la s p la z a s se h a c e p ú b lic o
t r á fic o d e d i s i p a c i ó n " .17

Cuando también en los palacios y aun en las cortes escaseaba o fal­


taba el pan, el problema se solucionaba fácilmente, acompañando la
carne con otra carne; pero cuando el hambre penetraba, más áspera
que nunca, en las casas de los campesinos, ellos trataban de sobrevi­
vir recurriendo a reemplazantes de la harina y dedicándose a una an­
gustiosa búsqueda de hierbas y raíces útiles para esc fin.

14 E. Piscitelli, “Le classi sociali a Bologna nel secolo xvill", en Nuova Rivis-
ta Storica, 1954, (xxxvm), n. 1, p. 105.
11 Ibíd., p . 102.
“ Ibíd., p . 109.
17 Ibíd., p p . 109-110.
“ ...Y SE VAN POR E L M UN D O TO M A N D O EL M AL C A M IN O " TI

Toman frutos [estribe Tomasino de'Bianchi, un cronista modenés de


la segunda mitad del siglo xv| de espinos blancos, chaga después (los
frutos del hojaranzo, comenta Gian Luigi Basini, que todavía han
conservado ese nombre en el dialecto de Módena|; los secan y los
muelen, y de esa harina toman tres partes y una de harina de trigo y
hacen pan [...) muchos niños van por los bosques buscando dichos
frutos...'*

E n 1 4 8 4 , e s te m is m o c r o n is t a o b s e r v a b a q u e a u n c a m p o de su
p r o p ie d a d h a b ía n e n t r a d o , e n t r e m u je r e s y n iñ o s , u n a s tr e in ta p e r­
so n as,

las cuales tomaban rosas, romero, p a n cu a rio , stu pion, p a v a n n a , ho­


jas de nabo [...] y todo junto cocían con un poco de aceite o de gra­
sa y con vinagre, agua en la sartén y sal, de esto comían (...] ”

S e m e ja n te s , e n e s te a s p e c to , a a q u e llo s c a m p e s in o s d e la G a lia m ás
d e s a r ro lla d a q u e , e n lo s t ie m p o s d e G r e g o r io d e T o u r s , t r a t a b a n de
“ h a c e r el p a n c o n c u a lq u ie r p r o d u c t o : ‘c o n se m illa s d e u v a , c o n f lo ­
res d e n o g a l e in c lu s o c o n r a íc e s d e h e le c h o * , y c u y o v ie n tr e se h in ­
c h a b a d e s m e s u r a d a m e n te p o r q u e s e h a b ía n v is to o b lig a d o s a c o m e r
la h ie r b a d e lo s c a m p o s " .w

'" Basini, L’uom o e il pan e..., ob. cit., pags. 64-65.


'* Ibíd. p. 65.
' G. Duby, Guerriers et paysans vil-xile siecle. Premier essur d e l'économie cu-
ropéenne, París, Gallimard, 1973 [Ed. cast.: Guerreros y campesinos. Desarrollo
inicial de la econom ía europea, Mcxico-Madrid, Siglo XXI, 1976, p. 37J.
V. “ S E P U D R I E R O N E N S U P R O P IO E X C R E M E N T O

E l d r a m a c o t id ia n o , si b ie n e s c a p a a l o jo d e la h is to r io g r a f ía q u e t r a ­
b a ja la r g o s p e r ío d o s , se s u s tr a e a ú n m á s , e n su d u ra r e a lid a d e x is -
t e n c ia l, a la v a lo r a c ió n c u a n t ita t iv a , a la s e r ia lid a d c o m p u ta r iz a d a
de lo s n ú m e r o s . L o s g r á fic o s , la s c u r v a s , la s t a b la s s ó lo sirv e n p a ra
c u a n t ific a r e n el tie m p o p r o b le m a s y d r a m a s c u y o t r a b a jo s o y d e s e s ­
p e r a d o s e n tid o d e b e r ía a p r e h e n d e r s e e n un p e r ío d o b r e v e , o a ú n r e ­
c o n s tr u ir s e e n el a r c o t e n d id o y v ib r a n te d e u n a jo r n a d a so la r.
S o la m e n te a s í s e r ía p o s ib le a n im a r e sa “ vid a v iv id a ” q u e , h u m illa d a
e ig n o ra d a p o r el a n á lis is c u a n t it a t iv o , sig u e s ie n d o u n o d e lo s p ri­
m a r io s y m á s s e d u c to r e s o b je t iv o s d e la h is to r io g r a f ía m á s s o fis tic a ­
d a , q u e t e o r iz a el c o n o c im ie n to d el p a s a d o d e n t r o d e la c la v e de
“ c ie n c ia d e lo v iv id o " . R e c ie n t e m e n t e , d o s d e lo s m á x im o s r e p re s e n ­
t a n te s it a lia n o s d e e sta te n d e n c ia h a n h e c h o p r o p ia u n a in e q u ív o c a
a fir m a c ió n d e S te v e n K a p la n , s e g ú n la c u a l el a b o r d a je d e lo s p e r ío ­
d o s la r g o s “ p u e d e g e n e r a r u n a h is to r ia s o c ia l a b s tr a c t a y h o m o g e -
n e iz a d a , sin c a r n e y sin s a n g r e , p o c o c o n v in c e n t e , a p e sa r d e su
e s t a t u to c ie n t í f ic o ” . 1
Si b ie n la r e c o n s t r u c c ió n d e sd e a d e n t r o d el d ía v iv id o p o r el p o ­
b re , a p arte su bjecti , c o n c ie r n e m á s a la in v e n c ió n lite r a r ia q u e a la
p e r s p e c tiv a d e la h is to r ia s o c ia l (e l a b a t e P a r in i* h a r e c o m p u e s to m i­
n u c io s a m e n te la jo r n a d a d el r ic o h a s ta p a d e c e r la s su tile s t e n ta c io ­

' C. Ginzburg y C. Poní, “II nomc e il come: scambio ineguale e mercato sto-
riografico”, en Q uadem i storici, 1979, n. 40, pp. 181-190. La cita de S. L. Ka­
plan en Bread, Politics and Political Econom y in the Reign n f l.oms XV , 1.a
Haya, Martinus Nijhoff, 1976, pp. X X -X X I.
* Giuseppe Parini (1729-1799): poeta insigne, que expresó los nuevos tiem­
pos de aproximación al mundo interior del hombre. El citado poema “La not-
te” apareció después de su muerte junto a “II vespro", completando la obra
iniciada en 1763 con el título general de “II giorno” (n. del t.).

79
F.L PAN SALVAJE

n e s d e la N otte ), la e x p e r ie n c ia in t e r io r d e la a m a r g a e x is te n c ia del
d e s p o s e íd o h a sid o in a d v e r tid a m e n te r o c a d a p o r c ie r t o s h e r o ic o s s a ­
c e r d o te s q u e p a s a r o n c a s i t o d a la vid a e n el c o n s u e lo c r is t ia n o y en
la subventio p au perum , c o n fr a te r n a l e in a g o ta b le a r r o jo .
U n o de e s t o s e x t r a o r d in a r io s e je m p lo s d e c a r id a d , n o m u y r a r o s
e n lo s a n a le s d e la p ie d a d m o d e r n a , fu e el c u r a b o lo ñ é s G iu lio C e s a ­
re L u ig i C a n a li ( 1 6 9 0 - 1 7 6 5 ) , p á r r o c o d e S . I s a ia , fu n d a d o r, e n tr e
o tr a s c o s a s , d el H o s p it a l d e lo s A b a n d o n a d o s , q u e tu v o un c o n t a c ­
to c o t id ia n o c o n lo s m e n d ig o s d e su c iu d a d , c o n “ lo s d e s a s tr e s d e lo s
m is e r a b le s ” - s e g ú n su s p r o p ia s p a l a b r a s - , c o n la s a m a r g a s fr u s tr a ­
c io n e s d e lo s m a r g in a d o s y lo s e x p lo t a d o s , c o n lo s “ t r a b a ja d o r e s ”
p o r e s c a s a p a g a cu y a la b o r p r o d u c tiv a s ó lo s e r v ía p a r a d is tin g u irlo s
m u y p o c o d e la m a r e a d e lo s h a r a p ie n t o s p r o p ia m e n te d ic h o s , un a
c la s e m á s s e n s ib le q u e c u a lq u ie r o tr a a la m u ta c ió n d e lo s p r e c io s y
a la d is m in u id a c a p a c id a d d e c o m p r a d e la m o n e d a .

¿Cuál es el pan que, para ellos, no está hecho de amargura? ¿Cuál


es el cáliz que no está mezclado con lágrimas? ¿Cuál es la ropa
que, para ellos, no está tejida con agudas espinas? Duermen, pero
sienten que su sueño es interrumpido por el frío, la suciedad, los
gritos, los vagidos y mil inquietudes más; trabajan, pero recibien­
do poco o ningún fruto de sus esfuerzos; rezan, pero no son escu­
chados; se lamentan y piden, pero no son admitidos ni creídos. Si
sirven, lo hacen para quien sólo les paga con injurias o con vilezas;
si tienen razón, se les dice que están equivocados; si son inocentes,
a pesar de ello deben callar y ocultarse como reos. Son pobres, y
es suficiente. Pasan los días, pero no pasan sus privaciones. Si cam­
bian las estaciones, pero solamente para renovarles padecimientos
e incomodidades (...) sobre los pobres siempre rige un gélido in­
vierno, y una oscura noche de dolor y de penas.1

U n a d e n sa e in d ig n a d a e lo c u e n c ia , n o in s ó lita e n t r e e s t o s h o m b r e s
d e la Ig le s ia q u e v iv ía n e n e s t r e c h o y e v a n g é lic o c o n t a c t o c o n lo s s e c ­
to r e s m á s b a jo s y d e s h e r e d a d o s : m á s a llá d e la t r a d ic ió n lite r a r io -s a -
c e r d o ta l del s e r m ó n , d e la p r é d ic a , d e la h o m ilía , e l e s tilo e n c r e s p a d o
de C a n a li h a c e in t u ir u n a s o c ia liz a c ió n d e la e s c r it u r a s o b r e la cu a l

•'(¡. C. L. Canali, La canta d el prosstm o celebrata, spiegata e prom ossa m piú


raggionamenti.. ., Bolonia, Caspa re de Franceschi, 1763, tomo II, p. 23.
“SE PUD RIERO N E N SU PROPIO E X C R E M E N T O "

se r e f r a c ta el c o n o c im ie n to “ v iv id o ” de la m u ltitu d , u n a re fle x ió n
s o b r e la “ c o m u n id a d ” , s o b r e el t r is te épos d e la p r iv a c ió n , d el d o lo r,
del m a l. L a s p á g in a s d e lo s p r e d ic a d o r e s y de lo s tr a t a d is t a s e c le s iá s ­
tic o s c o n s tit u y e n u n a im p o r ta n t e fu e n te p a r a la r e c o n s t r u c c ió n de la
p s ic o lo g ía p o p u la r y t a m b ié n d e la c u ltu r a , la s id e o lo g ía s , lo s m ito s
d e las c la s e s s u b a lt e r n a s , fu e n te s q u e - m u y i n ju s t a m e n t e - n o h a n s i­
d o e x p lo t a d a s p o r lo s sin e m b a r g o b e n e m é r ito s in v e s tig a d o r e s d e a r ­
c h iv o , q u e a v e c e s c a e n en la ilu s ió n s e u d o c ie n tífic a d e q u e un a se rie
d e d a to s m á s o m e n o s e x a c t o s , m á s o m e n o s c o m p r e n s ib le s , p u ed en
se r m á s c ie r t o s y m á s fa s c in a n te s q u e u n a p á g in a im p r e s a , o lv id a d a
n o p o r ig n o r a n c ia s in o p o r el r e c h a z o d e s d e ñ o s o e in e x p lic a b le h a ­
c ia u n t e x t o q u e n o c o m p o r t a el c a r á c t e r d e fu e n te e s c r it a , c u a n tifi-
c a b le e n c if r a s y e n ta b la s .
E n la B o lo n ia d e lo s p o b r e s d el s ig lo x v i, q u e t a m b ié n e s la B o lo ­
n ia d e B e n e d e tto X IV , a c a s o y a n o s e m o v ía n m á s la s fig u r a s to r v a s y
s a n g u in a ria s , lo s e s b ir r o s e s p e c ia liz a d o s e n la r e p re sió n d e la v a g a n ­
c ia y en la g u e rr a a lo s m is e ra b le s , c o m o a q u e l Tofalo zafo sbirro de
poveri m endichi' d el q u e ha q u e d a d o m e m o r ia en u n a c a n c io n c illa
c o m p u e s ta p o r u n o d e lo s ta n to s c a n ta h is t o r ia s a m b u la n te s en las
c iu d a d e s d e I ta lia , p r e c io s o s p a s a - p a la b r a s e in te rm e d ia rio s e n tre la
o ra lid a d d e la s m a s a s a n a lf a b e ta s y la e s c ritu r a del m u n d o a lf a b e ti­
z a d o . E llo s r e p re s e n ta b a n el m o m e n to e n q u e la p a la b ra su rg ía del
m a r del u so y d e la vida c o tid ia n a p a ra c o n v e rtirs e e n un v e h íc u lo de
e x p re s ió n d u r a d e ra d e s e n tim ie n to s , id e o lo g ía s y m ito lo g ía s q u e a
m e n u d o n o les r e s u lta b a n g r a t a s a lo s g ru p o s d o m in a n te s , y p a ra v o l­
verse in s tr u m e n to d e lu c h a , a u n q u e frá g il y p r e c a r io , c o n t r a un p o ­
d er q u e se se rv ía de la e s c ritu r a c o m o m e d io de r e g im e n ta c ió n y de
c o n tr o l d e la s m a s a s . “ Si b ie n la e s c r itu r a n o b a s tó p a ra c o n s o lid a r
lo s c o n o c im ie n to s - h a o b s e r v a d o c o n lu c id e z L é v i-S t r a u s s - e ra q u i­
z á s in d is p e n sa b le p a ra fo r t a le c e r la s d o m in a c io n e s .” 4
E s te T o f a lo , cu y a m u e r te fu e a c o g id a c o n e n tu s ia s m o p o r lo s m i­
s e r a b le s d e B o lo n ia ,

’ Lam ento nuovo sopra la anciata di Tofalo zafo sbirro d e poveri mendicbi
cosa bella e ridicolosa. Di nuovo data in luce per G tacom o Cieco Veronese, B o ­
lo n ia , V ilto rio B c n a c c i, 1 5 9 3 .
* Tristes trópicos, o b . c it., p . 2 9 7 . V c a s c J . G o o d y y J a n W a tt, “ L e c o n s e g u e n -
z c d e l T a l f a b e t i z z a z i o n e " , e n Linguaggio e societa. a c a r g o d e P . P . G ig lio li, B o lo ­
n i a , II M u l i n o , 1 9 7 3 , p p . 3 6 1 - 4 0 6 .
82 E L PAN SALVAJE

Era g rande de estatura,


Pero to d o lleno de bravura
Y una pierna desm edida
M á s que la otra grande tenía.
To fal zafo se ha m archado.

E s te “ e s p í a " y e s b ir r o , g ig a n te s c o y d e fo r m e , im a g e n d e p a to lo g ía
c r im in a l, se v a lía d e u n a v e rg a p a r a g o lp e a r a lo s p o b r e s q u e d e a m ­
b u la b a n p o r la c iu d a d . El t e m o r d e lo s v a g a b u n d o s b o lo ñ e s e s se
tr a n s p a r e n ta en la s p a la b r a s d el c a n ta h i s t o r ia s v e r o n é s q u e , e r r a n te
p o r o b lig a d o o f ic io , d e b ía c o n o c e r m u y b ie n de visu la m a ld a d p r o ­
fe s io n a l d e io s e s b ir r o s :

Él llevaba una verga en la m ano


Q u e al verla desde lejos
T o d o el pueblo se aso m b raba.
T o fal z a fo se ha m archado.

A cu a n to po bre en co n trab a
Po r tierra, que bu scab a,
Palizas a rodos daba
C on la verga que tem a.
To fal zafo se ha m archado.

U n “ h o m b r e ta n f u r ib u n d o ” , e s p e c ia liz a d o en t r a t a r a la tig a z o s a lo s
m is e ra b le s , c o m o p e r ro s ( “ p a liz a s a to d o s d a b a ” ) , “ Y a lo s p o b r e s
rep rim ir/ S o b r e la p a ja h a m u e r t o ” , a b a n d o n a d o p o r la p r o p ia m u ­
je r, c a z a d o r d e p o b r e c it o s y fu s tig a d o r “ a t r o c í s im o ” ,

Sus m ano s despiadadas


Q u e siem pre latigazos daban
A hora se han transfigurado
Y n o parece que él sea.
T o fal zafo se ha m archado.

D e s p u é s q u e el m o n s t r u o s o e s b ir r o h a m u e r t o , la B o lo n ia d e lo s p o ­
b re s la n z a u n g ra n s u s p ir o d e a liv io .
L o s p o b r e s , p a r a el p á r r o c o d e S. I s a ia , n o e r a n s ó lo lo s m e n d ig o s
s in o t a m b ié n lo s “ s ir v ie n te s ” n o r e t r ib u id o s , la s “ p o b r e s t r a b a ja d o ­
r a s ” e s c a s a m e n te r e m u n e r a d a s , lo s “ m ís e r o s o b r e r o s d e fr a u d a d o s ,
“ SE PUD RIERO N F.N SU PROPIO E X C R E M E N T O " 83

c o n lo s su d o r e s c o n lo s q u e a m a s a s t e is m á s s a b r o s o v u e s tro p a n o
h ic iste is m á s s u a v e la e x q u is it e z d e v u e s tro s m a n ja r e s ” :' lo s “ p r o p ie ­
ta r io s d e la t i e r r a ” (q u e e n B o lo n ia h a b ía n im p u e s to u n ré g im e n c o n ­
tr o la d o , y o r ie n t a d o a v a lo r iz a r la r e n ta de la t ie r r a , a b o lie n d o , de
h e c h o , t o d o m e r c a d o d e g r a n o s y m a n e já n d o lo a su p la c e r m e d ia n ­
te un c o m p lic a d o s is te m a d e v ín c u lo s e n la t a s a c ió n ) d e b e r ía n te m e r
a lg ú n d ía a lo s “ p a tr o n e s d el R e in o d e lo s C ie lo s J . . . J lo s p o b r e s , lo s
h u m ild e s , lo s q u e llo r a n , lo s h a m b r ie n to s ” / A u n q u e sin sa lirs e del
tr a d ic io n a l in t e r c la s is m o c a t ó l i c o , su m o rd a z d e n u n c ia d e la c la s e se ­
n a to r ia l y su p a t é tic o lla m a d o a la s o lid a r id a d , a ú n m á s p e n e tra n te s
y p e r tu r b a d o r e s a c a u s a d e l h e r o ís m o e je m p la r d e su v id a , lle v a n a
r e f le x io n a r s o b r e la g ra n a c c ió n d e e q u ilib r io r e a liz a d a p o r c ie r to s
e s t r a t o s d el c le r o r e s p e c to d e lo s d e s a s tr e s h u m a n o s p r o v o c a d o s p o r
u n a s o c ie d a d fu n d a d a e n la a r b it r a r ie d a d y la d e s ig u a ld a d , en la q u e
a m e n u d o lo s s e c to r e s p r iv ile g ia d o s fin g e n n o e s c u c h a r “ lo s la d rid o s
del v ie n tr e c o l é r i c o ” 7 d e la c a n a lla , n o v er a l “ v u lg o d e lo s m is e ra ­
b le s h e r id o y lla g a d o p o r el h a m b r e ” .* U n d ía , lo s r ic o s h a b r ía n de
re s p o n d e r p o r lo s “ a lim e n to s q u e h a n d e ja d o a g u s a n a r s e , p o r el p an
m o h o s o , p o r la s fr u ta s p o d r id a s , p o r el t r ig o o c u lt o e n lo s g ra n e r o s
y p u t r e f a c t o y, e n s u m a , p o r to d o tip o d e c o m id a y d e s u s te n to p e r­
d id o , en lu g a r d e d a r lo a lo s p o b r e s ” ."
El “ q u e jo s o s o n id o d e lo s t r a b a ja d o r e s ” - c o m o e s c r ib e el c u ra del
O r a t o r io G ia m b a t tis ta M e l lo n i , b ió g r a fo d e C a n a l i - , es d e cir, lo s la ­
m e n to s d e lo s o b r e r o s a s a la r ia d o s , n o lo d e ja r o n in s e n s ib le ; y él lu ­
c h ó ta m b ié n c o n in s tr u m e n to s “ p o lí t ic o s ” : p o r e je m p lo , en 1 7 5 8
e n v ió a m u c h o s m e r c a d e r e s a m ig o s s u y o s u n a c a r t a p r o to s in d ic a l
p a r a r e c la m a r le s su a t e n c ió n s o b r e el “ p o s ib le e q u ilib r io e n tr e lo s s a ­
la r io s , d e u n la d o , y lo s t r a b a jo s , d e l o t r o ” , p o rq u e “ a l h a b e r c r e c i­
d o n o ta b le m e n t e el e s fu e rz o e n lo s t r a b a jo s , p a r a n a d a h a b ía c r e c id o
el s a la r io ” . 1"
L o s d e s e q u ilib r io s d e la e c o n o m ía se r e f le ja b a n d u r a m e n te en la
p o b la c ió n o b r e r a d e u n a ciu d a d m a n u fa c t u r e r a c o m o B o lo n ia , d o n -

' L a carita del f)rossim o...t oh. cit., tomo II, p. 39.
* Ibíd.
' Ibíd., p. 32.
" Ibíd., p. 31.
’ Ibíd., p. 38.
1 Giambattista Melloni, Vita del Servo di D io Ciuho Cesare l-mgi Canali...,
Bolonia, Nella Stamperia del Longhi, 1777, pp. 238-239.
84 F.L PAN SALVAJE

de alrededor de la quinta p arte de los h ab itan tes eran “ h ilanderos” ,


es decir, o b rero s de la seda y del cá ñ a m o , actividades industriales
que entraro n en lenta pero in exo ra b le d eclin ación desde la segunda
mitad del siglo XVII. A llí, m ás que en o tros sitio s, la crisis de o cu p a ­
ción se hizo cada vez m ás grave - y el cu ad ro de pauperism o, m ás os­
curo y p reo cu p an te -, en co n co m ita n cia co n la pérdida de m uchas
tierras del “ b a jo ” , reconq u istad as por las aguas. Tal co m o los histo­
riadores han puesto a la luz desde hace tiem p o, una situ ación dra­
m ática y de p rofu ndo m alestar civ il, m uch o p eor que el estado de la
Bolonia de G . C. C roce. Para esta ciudad , el ilum inista siglo XVI co in ­
cide con una som bría depresión eco n ó m ica , co n una c a tá stro fe so ­
cial y m oral que tam bién se refleja en las telas del más grande pin tor
boloñés de la é p oca, G iuseppe M a ria C resp i, en esos S e tte s a c r a m e n -
ti donde la pincelada, in q u ie ta, lúgubre y o scu ra , refleja el dram a de
una ciudad postrada y sin esp eranza, para la cual “ las luces” era una
denom inación sin sentido y fuera del alcan ce de cu alq u ier im agina­
ció n , hasta de la m ás “ o p ia d a ” y delirante. El m atrim o n io de los no
ricos es allí celeb rad o en una atm ó sfera grave, sin alegría ni risas,
por dos esposos m adu ros, p reocup ados p or el fu tu ro o scu ro y pre­
c ario. Tam bién el hum or y el placer precoz eran un privilegio de los
ricos, que tra ta b a n de evitar, de tod os los m odos posibles, la realiza­
ción de m atrim onios juveniles entre los pobres y los subalternos.
En ciertas páginas de C anali -m á s allá de los preceptos de m iseri­
cord ia c o rp o ra l, c o m o el de “ vestir a los desnudos”- , a flo ra la indig­
nación hacia el grupo de poder de una ciudad todavía rica, a pesar
de la grave crisis de las m an u factu ras de la seda, que en los riguro­
sos inviernos perm ite, co n cín ica insensibilidad,

que se muera consumido por el hielo un hombre por faltarle con qué
cubrirse o por estar privado del fuego con el cual calentarse, y esto
|...| en una ciudad donde las columnas y los muros de tantas casas
y palacios están vestidos de rapices y de damascos, donde para su
propia persona miles y miles de ciudadanos hacen esquilar la lana de
muchas ovejas y hacen cortar la leña de más y más bosques."

“ Q u iero vestir a los pob res y n o a las m u rallas” , iba repitiendo has­
ta el can san cio el cura b o lo ñ és, co n las p a la b ra s del b eato Alessan-

" Canali, La carita del pros sim o..., ob. cit., tomo n, pp. 55-56.
“SE PU D RIERO N EN SU PROPIO E X C R E M E N T O " 85

d r o S a u li y s ig u ie n d o u n a lín e a d e o p o s ic ió n - e n la c u a l c o n a n t e r io ­
rid a d ta m b ié n se h a b ía e n c o n t r a d o el c a n ó n ig o S e g n i- a la p o lític a
de p r e s tig io s a c e r d o ta l y d e a p o y o a l p o d e r c o n s tit u id o , q u e n o era
n u ev a p a r a la Ig le sia b o lo ñ e s a p o s t e r io r al C o n c ilio d e T r e n t o . El c u ­
ra d e S. I s a ia c o n o c í a c e r c a el d r a m a d el “ v ie n tr e d e lo s p o b r e s ” , de
su s c a r n e s c o m id a s p o r la n ie v e y c a v a d a s p o r la tiñ a y lo s p io jo s ; el
in t o le r a b le fa s tid io p o r te n e r q u e “ lle v a r d e d ía la s r o p a s d el v e r a n o
en el c o r a z ó n del in v ie rn o , y e n el fu r o r d el v e r a n o , la s d el in v ie r­
n o ” . 12 U n c o n o c im ie n to d e lo s m e n d ig o s q u e e ra d e p r im e ra m a n o ,
n a c id o d e la c o t id ia n a m is ió n d e s o c o r r e r lo s , d e c o n f o r t a r lo s , de ves­
t ir lo s h a s ta c o n lo s p a ñ o s p r o p io s ; d e e n c o n t r a r le s u n r e fu g io , au n
e n su p o b r e y d e s g u a r n e c id a v iv ie n d a p a r a q u e , p á lid o s c a d á v e re s ,
n o t e r m in a r a n m u rie n d o e n la s c a ll e s o b a jo lo s g é lid o s p ó r t ic o s , g o l­
p e a d o s p o r el v ie n to t r a m o n t a n o , t e r r o r d e lo s “ p o b r e c it o s ” , que
d e sd e lo s p r im e r o s d ía s d e n o v ie m b r e - c o m o e n la c a n c ió n d e G . C .
C r o c e - 1’ e ra a n u n c ia d o , p a r a su e s p a n to y fla g e lo , p o r el e m b a ja d o r
d el fr ío , a q u e l G ia n ic c o q u e h a s ta h a c e a lg u n a s d é c a d a s to d a v ía e s ­
ta b a v iv o e n la je r g a d e lo s v a g a b u n d o s , in d ic a n d o la e s t a c ió n del
tie m p o in c le m e n te , o el h o m b r e c it o d e las n ie v e s:

|...| albergaba en su propia casa a los miserables, tanto forasteros


como boloñeses, casi siempre enfermos y abandonados |...J Albergó
durante cierto tiempo a un forastero leproso |...| recogió en su casa
a un pobre moribundo y lo hi/.o acomodar en su propio colchón.
Leo después en el Libro del Hospital de los Abandonados (narra Me*
lloni| que el 21 de agosto de 1741, un pobre viejo llamado Matteo,
hijo de Paolo Fiorini da M ontasio, llegado de Módena y encontrado
en estado de desamparo en las calles de Bolonia, fue recogido en la
casa de Canali. Tenía las piernas llagadas y agusanadas; el resto del
cuerpo, comido por innumerables y repugnantes animalitos, de mo­
do que por estas y por otras suciedades parecía más un monstruo
que un hombre (...) El 24 de enero del año siguiente recibió piado­
so refugio en la misma vivienda del párroco un pobre joven saboyar-
do, llamado Antonio di Gio, de Al bora, a quien habían encontrado

Ibíd., p. 57.
1' Lettera portata nuevam ente da Gianicco am basciatore del Frcddo a i po-
veretti avisandogli che ¡'Invento e p er viaggio p er venir a visitargli, e che stianu
parati, che il Mese di N ovem bre vol far l ’entrata, Bolonia, Bartolomeo Cochi,
1610 .
EL PAN SALVAJE

medio muerto bajo el pórtico de S. M aría della M orte. Lo hicieron


entrar en calor y acostarse en el lecho, le dieron los últimos sacra*
mentos y a la noche siguiente pasó a mejor vida.
Pero ya que su vivienda no era suficiente para su caridad, varias
veces alquiló habitaciones y casas £_] y finalmente fundó, con ayu­
da del Señor, el ya mencionado Hospital de los Abandonados.1*

A n te to d o , la g e n te d e la s m o n t a ñ a s - e s e “ jo v e n s a b o y a r d o ” a q u ie n
r e c o g ió , m o r ib u n d o , e ra s e g u r a m e n te u n e m ig r a n te e s t a c io n a l de
t r á n s ito p o r B o l o n i a - e n lo s a ñ o s d e g ra v e s p e n u ria s ib a a e n g ro s a r
las le g io n e s d e la m e n d ic id a d b o lo ñ e s a : b a ja b a n a la ciu d a d ric a y
o p u le n ta - a s í se c r e í a - “ n u m e r o s a s t r o p a s d e m o n ta ñ e s e s ( . . . ) de
m o d o q u e su v iv ie n d a y el a t r io y e l p ó r t ic o e x t e r io r e in te r io r se
v e ía n lle n o s d e e s to s m is e r a b l e s ” . E n lo s in v ie r n o s m á s c r u d o s , lo s
“ m o n ta ñ e s e s , q u e a n t e s se a lim e n ta b a n d e r a íc e s d e h ie r b a s , a h o r a ,
a l lle g a r la n ie v e , m o r ía n d e h a m b r e ” . ”
E s te c u r a , q u e v iv ía e n ta n e s t r e c h o y su fr id o c o n t a c t o c o n la m e n ­
d ic id a d , se v u e lv e u n g u ía p r e c io s o e n el o p r e s iv o p e r ip lo e n t o m o
d e las im p ia d o s a s m is e r ia s d e la h u m a n id a d d e c a d e n te c u a n d o p r o ­
y e c ta el h a z d e luz d e su lin t e r n a s o b r e lo s a s p e c to s m á s o c u lt o s d e
la vid a de lo s h a r a p ie n t o s : a s í su c e d e c o n e l te m a d el in s o m n io d e lo s
m is e ra b le s , en v irtu d d el r e c u r r e n t e y c a s i o b s e s iv o te m a d el m al
o lo r , el h e d o r, lo s h a r a p o s , la s s u c ia s c a r n e s lla g a d a s ( “ fo e d i u lc e ri-
b u s, t e tr o p e r u n iv e r su m c o r p u s h a b itu s p i r a n t e ” (d e s fig u ra d a s po r
ú lc e ra s , e x h a la n d o un o lo r t é tr ic o e n t o d o el c u e r p o ] , se h a b ía la ­
m e n ta d o y a L u d o v ic o V iv e s )lhy ta m b ié n p o r h e d o r el a ú n m á s t r a u ­
m a tiz a n te y t r a n s g r e s o r d el “ b u e n g u s t o ” d el s ig lo x v m , el d e lo s
c a lz o n e s s u c io s .

¿Y quién puede explicar todo lo que daña esc no poder conciliar el


sueño en las noches porque se dormía sobre un lecho más hediondo
que un basural o porque no había con qué cubrirse? Pero además,
¿quién podrá exagerar lo suficiente las incomodidades de la inmun­
dicia, del olor, de la flacura y la palidez, cuando los pobres están
obligados a llevar meses y meses los mismos calzones? ¿Qué bolsa

" M elloni, Vita del Servo di D io ..., ob. cit., p. 140.


" Ibíd., p. 138.
“ De subventione pauperum, a cargo de A. Saitta, Florencia, La Nuova Ita­
lia, 1 9 7 3 , p. 19.
“SE PUD RIERO N EN SU PROPIO E X C R E M E N T O ' 87

más hirsuta de capuchino, qué cilicio más áspero de penitente no se


deberá considerar más bien finísimo lino y delicada tela para sacer­
dotes en relación con ellos, teniendo en cuenta especialmente las in­
sufribles molestias que provocan en las carnes putrefactas, por así
decir, generadas por la sordidez?'7

La e s tr e m e c e d o r a e im p la c a b le le n te del c u ra b o lo ñ é s n o s o b lig a a
h u sm e a r, m á s q u e a o b s e r v a r , la s im á g e n e s d el in f ie r n o d e lo s p o b r e s ,
un in f ie r n o p u t r e f a c t o , s u c io d e m a l o lo r c o r p o r a l, d e h e c e s e s t a n c a ­
d a s y d e o r in a e n d e s c o m p o s ic ió n , y ta m b ié n lo s t é tr ic o s in te rio r e s
de su s c a s u c h a s ( “ lo s tu g u r io s , lo s h e n a r e s , la s c u e v a s , la s e rg á stu -
la s , lo s z a n jo n e s , lo s c a s i in f ie r n o s d e lo s p o b r e c it o s . ¡ O h , e s p e c tá c u ­
lo s - e x c l a m a - d e c o m p a s ió n y d e h o r r o r ! ¡C u á n t a s v e c e s e stu v e a
p u n to d e d e s m a y a r m e a c a u s a d e l h e d o r in t o le r a b le !” ),'* o lo s in fie r ­
n o s a b s o lu to s d e la s c á r c e le s p e r c ib id a s , c a m a l y v is c e r a lm e n te , c o ­
m o “ u n iv e r sa l s u p lic io d e t o d o s lo s s e n t id o s ” ,'* s o b r e lo s c u a le s , una
vez m á s , d o m in a o b s e s iv a la n a u s e a b u n d a p e r c e p c ió n d el o lo r y del
h e d o r q u e t o d o lo im p r e g n a n .

Aquellas inmundicias y aquellas heces, en las cuales es común nadar


y estar sumergidos, convertida casi la cárcel en una cloaca, ¿qué len­
gua y qué tinta será suficiente para describir la pena que siempre aca­
rrean quienes preferirían yacer sobre espinas o carbones encendidos,
más que sobre ellas? Y, sin embargo, se ven reducidos a tales extre­
mos de intolerable miseria que bien podría aplicárseles al pie de la
letra el dicho de Joel: “computruerunt jumenta in stercore suo" (las
bestias se pudrieron en su propio excremento|.i0

El d e s c e n s o a lo s in f ie r n o s n o p o d ía d e ja r d e p a s a r a tra v é s de lo s
“ lú g u b re s y e s p a n to s o s e s p e c tá c u lo s ” d el h o s p ita l “ t e a tr o d e h o ­
r r o r ” , “ r e s id e n c ia del lla n t o ” , “ d o m ic ilio d e la s a f li c c io n e s ” , “ t é tr i­
c a re g ió n d e la m u e r te : itt regione um brae m ortis " .2I S e e s ta n c a n en
lo s o s c u r o s c o r r e d o r e s , d o n d e lo s “ m is e r a b le s u lc e r a d o s e in c u ra b le s

” Canali, La carita del prossitno..., ob. cit., tomo II, p . 5 7 .


" Ibíd.
'* I b í d . , p . 7 1 .
“ I b íd ., p . 7 0 .
J' I b íd ., p . 9 1 .
E L PAN SALVAJF.

|...| lo s p o b r e c it o s ” y a c e n e n el “ o lo r y el h o r r o r d e su s lla g a s rep u g ­


n a n t e s ” (C . B . P ia z z a ):

o lor y hedores para el o lfa to , g ritos y lam entos para el o íd o , rostros


escuálidos y co n trah ech o s b ajo los o jo s. O tro s, a causa de la ardien­
te fiebre, pero de opuesta cualidad, tiem blan y rechinan los dientes.
A estos les golpean la cab eza hem icráneas insufribles; a aquéllos les
rom pen las co stillas y les atrav iesan las visceras agudas pleuritis. Al­
guien está por ahogarse en el excesivo ca ta rro , algún o tro piensa mil
veces en m orirse po r los ataques incesantes del asm a, pero nunca
m ucre. A llí, un h id róp ico lucha co n im paciencia co n tra la aguda sed;
allá, por el calo r in tern o se oye có m o muere un tísico |...|a
E stán las convulsiones y las co n traccio n es de los nervios, que sin
el tra b a jo del verdugo hacen sentir, no o b stan te , la violencia de las
ruedas y de los punzones; están las hernias inflam adas, los falsos ca ­
tarro s, las llagas que se han conv ertid o en fístulas, los tum ores enor­
mes para los que n o rige o tra m edicina que el hierro y el fuego ( ...l u
por los cuales, usando el hierro y el fuego, con dem asiado dura pe­
ro inevitable m etam o rfo sis, las enferm erías se vuelven calv arios; los
lech os, patíb ulo s; lo s m édicos | ...] carn icero s . 14

D e a m b u la b a n e n t r e lo s c a t r e s d e lo s m o r ib u n d o s e x tr a ñ o s c u r a s , lo s
p a d re s m in is tr o s de lo s e n fe r m o s , lla m a d o s d el “ b u e n m o r ir ” , sie r ­
v o s d e D io s q u e “ se e s p e c ia liz a n e n la c o n q u is t a y la p r e s a d e la s a l­
m a s " , c o m o d ic e M a r c e ll o M a n s i e n lo s C o nsigli p er ¡tintare a l buon
moriré. S in ie s t r o s , n e g r o s c o m o c u e r v o s , m a l v is to s p o r lo s e n fe r ­
m o s , d e te s ta d o s p o r lo s m o r ib u n d o s , t r a t a b a n d e c o n v e n c e r lo s de
q u e , a l se r la s e n fe r m e d a d e s s ó lo “ u n c a m in o r e g io p a r a ir a l c ie lo a
g o z a r d e la d iv in a E s e n c ia , n o d e b e n e x c u s a r s e d e n o s o tr o s o a b o ­
r r e c e r n o s , s in o a c e p t a r y s o p o r t a r c o n s a n to d e s e o ” . M e jo r m u e r to s ,
p e r o s a lv a d o s - e r a su l ó g i c a - , q u e v a g a b u n d o s y p e c a d o r e s . E n m u ­
c h o s , el “ s a n to d e s e o ” t a r d a b a e n m a n ife s t a r s e , y e ra u n a p e n a , p o r ­
q u e e n el fo n d o la s e n fe r m e d a d e s p o d ía n “ e v it a r la p o s ib ilid a d de
c a e r en a lg ú n g r a v ís im o p e c a d o ” , c o m o sig u e d ic ie n d o M a n s i.
E s te c u ra b o lo ñ é s d e “ t e m p e r a m e n to fo g o s o y m u y b il io s o ” , se

“ Ibíd., pp . 91-92.
l< Ibíd., p. 95.
J4 Ibíd., p . 92.
"SE PUD R IERO N E N SU PROPIO E X C R E M E N T O " 89

m o v ía d e d ía y d e n o c h e e n t r e lo s “ e n fe r m o s m á s r e p u g n a n te s ” / '
a u n q u e m o v e r s e , e s p e c ia lm e n te e n la v e je z , le c o s t a r a d o lo r e s d e sg a ­
rr a d o r e s , y s u fría el “ a t r o z y fr e c u e n te d e s c e n s o d e lo s in t e s t in o s ” , o
un a h e rn ia a la q u e un c in t o d e h ie r r o “ le d a b a u n d o lo r , h a sta un
m a r tir io in c o m p a r a b le m e n te s u p e r io r a to d a s su s p e n it e n c ia s ” ,2* en
lu g ar d e c o n t e n e r la ; a t o r m e n t a d o t a m b ié n d u r a n t e su s ú ltim o s a ñ o s
de m o d o in s o p o r t a b le p o r u n a “ s a r n a m o le s t ís im a ” , lite r a lm e n te se
d e sn u d a b a p a r a c u b r ir a lo s m á s n e c e s ita d o s , a l e x tr e m o d e q u e las
m u je re s d e la c a s a “ s o lía n o c u lt a r p o r lo m e n o s u n p a r d e c a lz o n e s
de te la p a r a te n e r lo s p r o n t o s e n ta le s c o n t in g e n c ia s ” .27
L o s v a g a b u n d o s b o lo ñ e s e s a q u ie n e s el in tré p id o c u r a d e S. Isaia
d a b a , c o n a d m ir a b le a r r o jo , su s c a lz o n e s e r a n c iu d a d a n o s d e te rc e ­
ra c la s e d e u n a ciu d a d d o n d e la d e c a d e n c ia e c o n ó m ic a y la d e c lin a ­
c ió n c o m e r c ia l d e m e d ia d o s d el s ig lo XVIII se h a c ía n s e n t ir c o n m a y o r
g ra v e d a d q u e en c u a lq u ie r o tr a p o b la c ió n d el E s t a d o d e la Ig le s ia .
E llo s s o n h e r m a n o s a ú n m á s d e s e s p e r a d o s y p o s t r a d o s q u e a q u e llo s
“ p o b r e c it o s ” d e la s ú ltim a s d é c a d a s d el d e c lin a n te s ig lo XVI q u e , c o n
la a y u d a d e la tip o g r a fía p o p u la r d e b a jo p r e c io , a u m e n ta n la fr e ­
c u e n c ia d e su s v o c e s , su rg id a s d e l s ile n c io d e la n a d a , g r a c ia s a la
m e d ia c ió n d e c a n ta h is t o r ia s c o m o G . C . C r o c e , V in c e n z o C ita r e d o
de U r b in o - a u t o r d e , e n tr e o t r a s c o s a s , la Speranza d e ’ poveri
( 1 5 8 8 ) - o G ia c o m o C ie c o d e V e r o n a , y d e m u c h o s o t r o s , a m e n u d o
a n ó n im o s . E n tr e é s t o s t a m b ié n e stá el a u t o r d e la O pera N uova. Do-
ve si contiene il lam ento della P overtá , sop ra la carestía dell'anno
159 2 ...:** a llí se h a b la , p o r e je m p lo , d el t r a b a jo p a r a c o n s e g u ir el
p a n , “ d e h e c h o c o m o lo s h u e v o s d e lo s p a ja r illo s ” , d el s e n tir s e “ p o ­
b r e c it o s ” en la s m a n o s d e u s u re r o s y a c a p a r a d o r e s , im p o te n te s y m i­
s e r a b le s ( “ P o b r e z a , b ie n m e n d ig a eres./ S o m o s e n tr e lo s lu c io s
p e c e c illo s ” ). P e r o to d o e s t o se a te n ú a en la a c e p t a c ió n d e la f a t a li­
d ad in e lu c ta b le d el h a m b r e e n v ia d a p a r a p u n ir lo s p o r su s “ p é r fid o s
p e c a d o s ” , y ta m b ié n en el o b s e q u io a l p o d e r c o n s tit u id o :

Y bien, p o brecitos, tom ad


este consejo lleno de amor:

Mclloni, Vita del Servo di D io..., ob. cit., p. 237.


24 Ibíd., p. 235.
17 Ibíd., p . 139.
Srampata in Fiorenza, in Torino, in Bergamo, in Verona e in Manrova, per
“O sanna Stampator Ducalc, s.f.
E L PAN SALVAJE

a los grandes sujetaos


y tenedlos a favor,
no sirváis dolorosos
a falsos cristos escrofulosos.
Paciencia, pobrecitos.

T o d a la c a n c io n c illa e s tá r itm a d a c o n e s ta o b s e s iv a a p e la c ió n a la
p a c ie n c ia y el a g u a n t e , p o r la e x h o r ta c ió n a d e s c o n fia r d e lo s fa ls o s
p r o f e ta s y lo s in tr ig a n te s p r o f e s io n a le s , p o r el e s t r e m e c e d o r lla m a d o
al g ra n v ia je a l R e in o d e la s S o m b r a s , p o r el a f lo r a r de v ie jo s m o ti­
v o s d el M e d io e v o t a r d í o , p o r el r e s u r g im ie n to d e lú g u b re s tr iu n fo s
de la m u e r te :

Llegará el fin de los días,


y el momento de morir;
orad, entonces, y vigilad,
porque a la hora de partir
nadie sabe dónde irán
viejos, jóvenes y muchachas.
Paciencia, pobrecitos.

Nada vale ser Señor,


ni patrón de gran ciudad,
que en este mundo todos se mueren,
de nada sirve riqueza,
quedan aquí tierras y comarcas,
las provincias y sus castillos.
Paciencia, pobrecitos.

E n r e a lid a d , e ra o p in ió n m u y d ifu n d id a q u e el h a m b r e y la p e ste


c o n s tit u ía n s ig n o s d e la c ó le r a d iv in a p r o v o c a d a p o r la s c o r r u p t a s y
n e fa s ta s c o s t u m b r e s d e lo s h o m b r e s . M u c h o s ju z g a b a n q u e el h a m ­
b re e ra p u e s ta e n m o v im ie n t o p o r c a u s a s n a t u r a le s , c o m o la “ d e si­
g u a ld a d d el tie m p o y la s a lt e r a d a s e s t a c io n e s ” ,21' p e r o lo s m á s , ni
siq u ie ra r o z a d o s p o r el a s p e c to p o lític o d e la d e sig u a l d is tr ib u c ió n
de lo s r e c u r s o s , c o n s id e r a b a n q u e se t r a t a b a d e la ira d iv in a q u e c a s ­
tig a b a lo s e x c e s o s , la s “ b o r r a c h e r a s , la s d is c o r d ia s y la s lib id in o s id a -

Preparamento del l’astarino, per ntedicarsi in questi sospeltosi tempi di pes­


te, Bolonia, per Gio. Rossi, 1577, p. 6.
“SE PUD RIERO N E N SU PROPIO E X C R E M E N T O "

d e s ". Una buena parte de la gente ju rab a que el ángel enviado por
D ios era el que generaba los flagelos, y no la “ c o rru p c ió n ” del aire,
“ los elem entos inferiores p u trefacto s” , el haberse alim entado de
“ pútridos peces” , la acción de “ infam es m in istro s” al servicio del
Tu rco o el ir y venir de las “ m ercad erías” .
El b oticario boloñés Pastarino estaba muy con ven cido al respecto.
En su P reparam ento... per m edicarsi in questi sosp ettosi tempi di
peste , m ientras notab a el frecuente estallido de la peste en las “ dos
ciudades m ás com erciales de Italia” ,'"ju ra b a que las “ m uchas iniqui­
dades [ ...] que se hacen en los negocios, en las m ercaderías y en los
tráfico s, m ueven a D ios a enviar sus trem endos flagelos, y particular­
m ente la p estilencia” . " A rom atario y predicador a la vez, exho rtaba
a sus conciudadanos a secar “ este cuerpo nuestro lleno de grasa y de
hum edad” '2 de acuerdo con el precepto galén ico “ C onvenir corpus
huiusmodi exsiccare, et siccum c o n serv are” (D e m anera que conviene
al cuerpo secarse, y m antenerse seco ], reforzado p o r la autoridad de
A vicena, según el cual “Sum m a curationis co ru m [de los enferm os de
fiebres pestilentesj est exsiccatio et op ortet quod cibi eoru m sint ex
desiccativis” [El m ejor m odo de cu rar la carn e es secarla, y conviene
que tam bién sus alim entos sean secos]. Predicador de sobriedad y de
abstinencia ( vivitur exiguo m elius [se vive m ejor con p oco]), este sin­
gular y am biguo boticario e x h o rtab a a destap ar el alm a antes que el
cuerpo, citand o a G aleno, cuando decía “ convenit opilationes porro-
rum ap erire” [Conviene ab rir los p o r o s]."

¿Y qué otra cosa son estas obstruidas porosidades, sino nuestros oí­
dos sordos a las predicaciones y nuestras bocas cerradas a las confe­
siones? Éstas se deben abrir, porque actuando de tal modo se
descubren las enfermedades, se manifiestan los malos humores, se
llega al conocimiento de nuestras pésimas cualidades y se las puede
curar mejor y con mayor facilidad l»,.] Ya hecho esto, es necesario,
finalmente, efectuar una buena evacuación, y hacer un gran esfuerzo
para evacuar todas las superfluidades que hay en nosotros; así tene­
mos la regla que nos ha dado Galeno: Convenit corpus superfluitati-
bus plettum evacuare [Conviene evacuar completamente al cuerpo de

Ibíd., p . 12.
" Ibíd., p . 11.
11 Ibíd., p . 15.
11 Ibíd., p. 16.
92 E L HAN SALVAJE

cosas superfluas]. Y también Aviccna |...J usa estas palabras: Mnltum


est utilis phlebotomia et solutio ac evacuatio vertíris ad curatioiiem
pestilentiae |La flebotomía es muy útil tanto para la disolución como
para evacuar el vientre, en la cura de la pestilencial.
Empecemos entonces (oh, conciudadanos míos) a evacuar todo es­
te cuerpo nuestro de toda superfluidad que allí se encuentre. Super-
fluos son los malos pensamientos, las reflexiones deshonestas, los
designios inicuos que ocupan la mente. Superfluas son las miradas
lascivas, los gestos maliciosos y las curiosidades que dominan los
ojos. Superfluas son las cosas vanas [...] superfluos son los razona­
mientos deshonestos, las palabras inmundas, las deformaciones, las
maledicencias, las blasfemias [...] Superflua es la propiedad ajena in­
justamente tenida. Y superfluo es también todo lo que podemos ha­
cer por el pobre y no lo hacemos (...]
Cuidémonos entonces de la ira divina, y con esta universal evacua­
ción del cuerpo (...) preparémonos para m edicam os...M

N o r e s u lta fá c il d e c ir h a s ta q u é p u n to fu e e s c u c h a d a la v o z d e este
b o t ic a r io b o lo ñ é s , a p a r e n te m e n te e x t r a ñ o e n el ju e g o de las c o m p a ­
r a c io n e s e x tr a v a g a n t e s y o s c ila n te s e n t r e c u ltu r a d e b o t ic a e id e o lo ­
g ía p a r r o q u ia l, a u t o r ta m b ié n d e u n a e x c é n t r ic a Instruttione sopra
la universal peste, e frenetico m orbo d 'am o re 15 d e d ic a d a a lo s “ jó v e ­
n e s e n a m o r a d o s b o lo ñ e s e s ” , d e q u ie n se d e c ía q u e e ra “ h o m b r e m a ­
d u r o d e a ñ o s , c a t ó lic o , m u y p r á c t ic o e n la s c o m p o s ic io n e s d e las
m e d ic in a s ” . P a s ta r in o in te r p r e ta a c a s o la o p in ió n d e lo s s e c to r e s in ­
te rm e d io s d e la d o c t o r a l c iu d a d en la q u e lo s b o t ic a r io s n o e r a n p o ­
c o s ni d e e s c a s o a lc a n c e , u n s e c to r lig a d o d o b le m e n te a lo s m é d ic o s ,
a lo s “ S e ñ o r e s n o b le s ” y a lo s m e r c a d e r e s , p a r a q u ie n e s p r e p a r a b a n
c o s t o s o s e le c t u a r io s y r e f in a d o s u n g ü e n to s , r ic o s en r a r e z a s c o n s e ­
g u id a s e n lo s m u n d o s v e g e ta le s , m in e r a le s y a n im a le s , y ta m b ié n en
el h o m b r e . El elettnario de sangninibns e ra u n a e sp e c ia lid a d d e la
b o tic a d e P a s ta r in o , a q u ie n el S e n a d o b o lo ñ é s le h a b ía c o n c e d id o el
p riv ile g io d e c o n f e c c io n a r p ú b lic a m e n te , c a d a 2 d e a g o s to , lo s a n t í­
d o to s c o n q u e la ciu d a d “ m a d r e d e lo s b u e n o s e s t u d io s ” p r e p a ra b a
las d e fe n s a s p a r a su s h a b ita n t e s c o m o si fu e ra n s o ld a d o s “ e n c e r r a ­
d o s en fu e rte y b ie n p r o v is to c a s t i l l o ” , p e r o p a r a o p o n e r s e a la o fe n ­
siv a d e la s p e ste s.

u Ibíd., p p . 1 6 - 1 7 .
” Bolonia, Gio. Kossi, 1584.
“SE PUD RIERO N EN SU PROPIO E X C R E M E N T O " 93

El m ovim iento de dinero alred ed or de las b o ticas de los farm acéu­


ticos era relevante: es sabid o que existían dos farm acopeas: una, pa­
ra los ricos -lle n a de rarezas c o sto sas c o m o el “á m b a r g ris”, la
"p ied ra b e zo ar” , la “ piedra de u n ico rn io ” , los rubíes y el o r o -, y
o tra , para los pobres, m ucho m ás m odesta y casi co m p letam en te ve­
getal. L a Fabrica de gli spetiali , de Prospero B orgaru cci (1 5 6 6 ); el
D ispen sarium , de C o rd o (1 5 5 4 ); el Thesaurus pharm alogicus , de
G iovan ni Schrod er; la Basílica chym ica , de C ro llio ; el T heatro d'ar-
cani , de L u dovico Locatelli, presuponían la existencia de com p rad o ­
res de ilim itada disponibilidad econ óm ica.
La a p ología del m édico que te jió P astarin o es, por lo ta n to , dema­
siado sospechosa co m o para resu ltar creíble, aun ignorando lo que
L eon ard o Fioravanti escribiera unos añ os antes en el Specchio di
scientia universale , a p rop ósito de la insop o rtab le vanidad doctoral
y la vacuidad del m édico togad o.

Al ser la medicina cosa divina, y creada de tal modo por la benigna


y poderosa mano de D ios, por ello se ve todos los días cómo los se­
ñores médicos (aunque el medicar sea un arte) no asignan precio al­
guno a sus trabajos, como suelen hacer todos los otros artistas; pero
exigen sin más la cortesía que se les da, como que, si actuaran de
otro modo, justamente se les podría asignar carácter de simoníacos
o de sacrilegos, como vendedores que así serian de ese algo santo y
divino que es la medicina...

T am bién G iu lio C esare Luigi C an ali particip ab a de esta visión del


m undo, m oralizante hasta la san tu rro n ería , que P astarin o , no desin­
teresad am ente, había ido p redicand o en su é p o ca. El párro co -teólo-
go de S. Isaia la vivía, en cam b io , con perfecta buena fe y con simple,
e spon táneo e ingenuo apego. Produce cierta im presión volver a en­
c o n tra r esta m oralizante tenebrosidad en las saltarin as can cion cillas
p ropias de la A rcad ia, rim ada en fáciles versos, que desplegaba el
teó lo g o -filán tro p o Canali - h i jo de su tiem po, en este a s p e c to - ino­
culand o en las form as m étricas del siglo XVIII una tem ática de la po­
breza e xtrañ a al “ buen gu sto” .

Llora, oh Bolonia,
Llora el hambre,

Pastarino, Preparam ento..., ob. cit., p. 14.


94 E L PAN SALVAJE

Pero m ás tu
Infam e culpa.
Y m ás que el mal
Q u e te rodea,
Esa que abunda
Tu iniquidad.
L lo ra tam bién a aquél,
Q u e te da
P obre mesa
Pan de dolor ( ...)
Si am argo alim en to
D u ro y repugnante
R om p e tus dientes
C o n grave horror,
D e tus culpas
Llega la dureza.
Llega la am argu ra,
Y el m al olor.
Falta el salario ,
Falta el tra b a jo ,
Porque el deco ro
A ntes f a lt ó ...'7

E n la B o lo n ia del s ig lo XVIII, la m u e r te tie n e el m is m o a s p e c to q u e en


o tr o s s ig lo s: su e s tilo e s é s e , a t e m p o r a l, in m u ta b le , litú r g ic o , d e lo s
e v e n to s fa ta le s , a je n o s a l c o n t r o l h u m a n o . L a Ig le sia p o se e su p le n o y
to ta l m o n o p o lio , y lo u sa sin p ie d a d . T a m b ié n C a n a li, c o m o to d o s lo s
o tr o s c u ra s , se sirv e de la s o m b r a d e Thánatos p a ra a te r r o r iz a r a rico s
y p o b r e s , c o n la o b se s iv a fije z a d e lo s lu c tu o s o s h o m b r e s d e n e g ro .

La M u erte tienes siem pre al lado.


Piensa en ella, herm ano m ío,
Perm anece ju n to a ru buen D io s, escapa al pecado.
Un día por el m al oprim ido
serás, y agonizante:

l' Raccolta delle sagre canzoni altre volte date in luce da Giidio Cesare Ca­
nali D ottor Tcologo Collegiatu, Lettor pubblico, e Curato di Sant’lsaia, Bolo­
nia, Lelio dalla Volpe, 1747, pp. 105-108. Canzonetta “Sopra la carestía".
“ SE PU D RIERO N fcN SU PROPIO E X C R E M E N T O " 95

¿Cómo harás, entre tantas angustias y penas?


Toda caduca esperanza
entonces caerá en olvido,
l.as pompas, el garbo, el brío, los grados, los puestos.
Los dineros guardados
Por tuerza habrá que de|ar
Y todo abandonar a otras manos.
El último adiós al hermano
A los hijos, y a la consorte
A las puertas de la Eternidad conviene dar.
Palidecer, jadear.
Lanzar frío sudor,
Delirando de dolor, y ansiosos
En torno del lecho están
Horribles monstruos airados
Desde arriba desencadenados: ¡oh tú, pobrecito!

Del día la luz se ha apagado,


La noche ya ha llegado,
La cosecha ha pasado, el juego ya terminó...'*

Lam ento della povertá p e r l ’estrem o freddo del presente anuo


E n el
1587 ™la v o z d e lo s d e s h e r e d a d o s , la d e s e s p e r a c ió n d e q u ie n en las
“ c u e v a s ” p a d e c ía ju n t o a la s v e ja c io n e s del fr ío lo s e s t r a g o s d e o s c u ­
r a s e n fe r m e d a d e s (lo s “ d o lo r e s e x t r a ñ o s ” ), el la m e n t o d e lo s “ p o ­
b r e c it o s ” (q u e h a b itu a lm e n t e s o n d is tin to s de lo s “ c iu d a d a n o s ” )
“ e n v u e lto s e n la p aja,/ su sp ira n d o ,/ c o n el c o r a z ó n d e s e o s o d e q u e
v u e lv a la p r i m a v e r a ...” , 4" d e lo s “ p o b r e s s a r n o s o s ” ,4' lo g r a n a lc a n ­
z a r n o s to d a v ía “ d ir e c t a m e n t e ” t a m b ié n p o r m e d io d el o b s e s iv o e s ­
tr ib illo , fr a g m e n to fu lm in a n te p e r o e s e n c ia l d e u n t r á g ic o y d o lo r o s o
“ le n g u a je o r a l " q u e in e r v a a q u e l c a r á c t e r d e “ v iv id o ” y a m e n c io n a ­
d o , sin el c u a l e s im p o s ib le u n v e r d a d e ro c o n t a c t o c o n el p a s a d o , y

Ibíd., pp. 127 y 129. Canzone D ella marte.


** En Autores Varios, Affamii e canzoni del padre di Bertoldo, a cargo de M.
Dursi, Bolonia, Alfa, 1967, pp. 115-17.
Lettera portata nuovamente d a Gianicco am basciatore d el freddo a i pove-
relli, ob. cit., hoja 3, anverso.
" Ibíd., hoja 3, reverso.
96 E L PAN SALVAJE

la h is to r ia se c o n v ie r t e e n m u e r to d o m in io de la c u a n t ific a c ió n c o m -
p u ta r iz a d a .

C u án to s son los que han vendido


H asta las plum as de sus lechos;
C u án to s van bu scando todavía
En las p uertas, en los ajen o s techos;
C u án to s niñ os descalzos
Dan m endigando vueltas,
Tem b land o b a jo los pórticos
Por este desh onesto frío.
Ay D io s m ío , qué frío es éste.
Bien d añados están los ciudadanos
Y padecen dolores e x trañ os,
Pero p eo r están los pobrecitos
Q u e n o pueden tener pan,
Y se m ueren en las cuevas.
Q u e a nadie tienen co nsigo ,
Sin ayuda ni consuelo,
Pero están co n ro stro triste.
Ay D io s m ío , qué frío es éste.4*

T a m b ié n el fr ío e ra u n “ f la g e lo ” - la m e n t a C r o c e - , u n o d e lo s ta n to s
fla g e lo s q u e a t o r m e n t a b a n la v id a -in f ie r n o d e lo s “ p o b r e c it o s ” , en
lo s d u r o s y d e s p ia d a d o s in v ie r n o s d el p a s a d o .

M u ch o s quem an las cam as,


Las sillas y las ban quetas,
Y las cestas y las paneras,
Los ban qu itos y los cajon es;
C u án tas m ujeres pobres,
Para o ponerse al cru d o hielo,
C o n la prenda b ajo el brazo
Van a pedir prestado.
Ay D io s m ío, qué frío es éste / 1

Lamento della povertá per l'estremo freddo del presente anno 1587, ob.
cit., p. 116.
41 Ibíd.
- S E PUD RIERO N E N SU PROPIO E X C R E M E N T O " 97

A la in c le m e n c ia d el c lim a se a g r e g a b a n la d u re z a de la vida s o c ia l y
el d r a m a d el a lq u ile r q u e lo s m e n o s s o lv e n te s n o p o d ía n p a g a r, a u n ­
q u e v iv ie r a n e n “ c u e v a s ” h ú m e d a s y e s c u á lid a s :

Ksios pobres miserables.


Con la mujer y los hijos,
No tienen fuego para calentarse,
Y tampoco pan para sustentarse;
Y a la noche y a la mañana
Están temblando de frío
A caballo de dos carbones.
Mala cosa el alquiler.
Alguien empeñó la capa,
Alguien el manto, alguien la sábana,
Otro el anillo de la mujer,
Está el que vendió la cama,
O las calzas y el jubón,
Los banzos y los cajones,
I.as sillas y la alacena.
Mala cosa el alquiler.44

44 Lam ento de'poveretti ¡ quali stanno a casa a pigione, e la convengono p a ­


itare, Bolonia, Cochi, 1617, hoja 1, anverso-reverso.
V I. “ E L M U N D O PATAS A R R IB A ”

Si bien el invierno era siem pre durísim o para los p o b res, en los años
de escasez la existencia se volvía aún m ás p enosa, y se veía a los más
indefensos “ yacer en el suelo, pobres y m iserab les” . B u scaban res­
gu ardo entre las p a ja s, sob re el heno, sobre la basu ra. A torm entados
por los sabañ o n es, destrozados p or la to s, infestados de p iojos y de
tiñ a, em an an d o hedores in sop ortab les, basu rales am bulan tes que de
la “ propia basu ra tam bién engordan/ co m o si fueran cu carach as o
gu san os” , panzas insatisfechas “ donde sucede que la basura sale y
después e n tra ” (B. B o n ifa cio ), cu an d o llegaba la buena estación y las
dentellad as del h am bre se aten u ab an y la escasez parecía derrotada,
ren acían lentam ente a la vida. La e xu lta ció n de los sobrevivientes
alim en tab a inju stificad os espejism os de futura salud, ro bu stez, vigor.
Se desvanecían las imágenes hum illantes de la postración y de la in a­
n ición .

Ya no se verá sobre la basura


A tantos pobrecitos, afligidos y lívidos,
Envueltos en la paja o en el heno.
Serán en el futuro los hombres fuertes,
Soberbios y robustos, serán vigorosos,
No débiles como antes y casi muertos;
Retornará a los rostros el buen c o lo r...1

La resurrección de los m endigos h am b rien to s, de los “ casi m uertos” ,


de cutis ce n icien to y reseco; el ab an d o n o del lecho de basura y el en­

1 G. C. Crocc, II solennissim o tn on fo dell'Abbondanza, per ¡a sua fertílissi-


ma éntrala nella cittá di Bologtia, il d i prim o d'agosto 1597. Con l ’am aro pian-
to, che fa la Carestía, nella dolorosa sua partita, in dialogo, Bolonia, G. B.
Bcllagamba, 1597, hoja 6, anverso.
100 E L PAN SALVAJL

v o lt o r io d e p a ja , s e ñ a la b a n el p r im e r m o m e n t o d e l r e t o r n o a u n a d i­
m e n s ió n s o c ia l m á s h u m a n a . P e r o , e n c a s o d e q u e fu e r a n p o s ib le s ,
la r e c u p e r a c ió n d e la s a lu d , el r e f lo r e c im ie n to d e l “ b u e n c o lo r ” d e ­
b ía n d e s e r in c ie r t o s , d ifíc ile s p a r a to d o s , im p o s ib le s p a r a m u c h o s .
L o s d e s a s tr e s d e u n a e p id e m ia d e h a m b r e , d e u n a e sc a se z d e s ie te
a ñ o s c o m o la q u e r e c r u d e c ió en b u e n a p a r te del n o r te d e I ta lia e n tre
1 5 9 0 y 1 5 9 7 , d e ja b a n h u e lla s d e m a s ia d o p r o f u n d a s c o m o p a r a q u e
p u d ie r a n s e r b o r r a d a s d e u n d ía a l o t r o . El “ t r iu n fo d e la a b u n d a n ­
c i a ” , ta l c o m o d e c ía el p o e m it a h o m ó n im o de G iu lio C e s a r e C r o c e
r e p ro d u c id o m á s a r r ib a , e ra s ó lo u n to p o s lit e r a r io , u n a h ip é r b o le
triu n fa lis ta c o n e s c a s o s e c o s e n la r e a lid a d de la s c o s a s . P a ra m u c h a
g e n te , el a c e le r a d o d e t e r io r o d e la sa lu d físic a y m e n ta l d u r a n te lo s
a ñ o s d e in a n ic ió n id io tiz a n te s e ñ a la b a u n p r o c e s o ir re v e r s ib le h a c ia
el d e s o rd e n y la d e g r a d a c ió n in te le c tu a l q u e la v u e lta a la “ n o r m a ” ,
a l b a jo n iv e l d e la s u b a lim e n ta c ió n c o t id ia n a , n o lo g r a b a e lim in a r.
D e l c a o s a lim e n ta r io se s a lía d e m o d o v a c ila n t e , c o m o d e u n a t o r ­
m e n ta d o la b e r in t o fis io l ó g ic o : m u y le n ta m e n te se e m e r g ía d e la b a ­
rro sa o sc u r id a d d el v ia je a l p a ís d e la s p r iv a c io n e s y d e la in d ig e n c ia .
L o s e s tr a g o s e n el c u e r p o e n fe r m o d e e sta s o c ie d a d a fie b r a d a e r a n a
m e n u d o ir r e p a r a b le s .
N o e s d e m a s ia d o a v e n tu r a d o , p o r lo t a n to , su p o n e r q u e la c u ltu ra
de la p o b r e z a (y a s í, c o n t o d o d e r e c h o , c a s i to d a la c u ltu r a fo lc ló r i­
c a ) n o r e p r e s e n ta r a a l m u n d o s in o c o n la fo rm a q u e su s in s tr u m e n ­
t o s d e c o n o c im ie n to le h a b ía n in d ic a d o . L o s e s t a t u to s c o g n itiv o s de
u n a c u ltu r a p o b r e d ifie r e n d e lo s e la b o r a d o s p o r la s e lite s in te le c tu a ­
le s, a u n q u e la s e s f e r a s d e c o n t a m in a c ió n , la s su g e r e n c ia s , la s in te rfe ­
r e n c ia s e n tr e u n a y o tr a p u e d e n s e r m ú ltip le s . L a ¡m ago m undi
e la b o r a d a p o r la s r e p r e s e n t a c io n e s m e n ta le s p o p u la r e s d e la e d ad
p r e in d u s tr ia l d ifie r e del m o d e lo c lá s ic o u tiliz a d o p o r lo s clerici y lo s
literati , y la s c a t e g o r ía s ló g ic a s a p a r e c e n d is tin t a s , a s í c o m o lo s c á ­
n o n e s e s t é tic o s , ya q u e u s u fr u c tú a n la r e a lid a d d e m o d o d iv e rg e n te .
L o b e llo , lo a r m ó n ic o , lo s im é tr ic o , lo g e o m é t r ic o n o c o in c id e n c o n
la ó p tic a p o p u la r d e lo d e fo r m e , lo d e s m e s u r a d o , lo h ip e r b ó lic o (o
lo m in ia tu r iz a d o ), lo m o n s t r u o s o , lo d e s b o r d a n t e , lo in fo r m e . La
im a g e n del m u n d o , v ista d e sd e a b a jo , se p e r fila in c ie r t a , d e s a f o r a d a ,
e q u ív o c a , ta m b a le a n t e y h e t e r o g é n e a , c o m o e n la s v isio n e s d e lo s
a lu c in a d o s y d e lo s p o s e íd o s : la s im á g e n e s p u e d e n in v e rtirs e ; la s fi­
g u ra s , d a rse v u e lta ; la s r e la c io n e s d e t ie m p o y d e e s p a c io , a lte r a r s e ;
el e d ific io m is m o del m u n d o , v o lv e rse ilu s io n is ta y fa ls o . E l o rd e n
n a tu r a l y d iv in o se d e s c o m p o n e y se a lt e r a , lo c a ó t i c o tr a s tr u e c a el
“ E L M U N D O PATAS AR R IBA"

o r d e n a m ie n to n a t u r a l, q u e p r e s u p o n e u n c e n t r o h a c ia el c u a l c o n ­
v e rg e en u n id a d to d a la in m e n s a p e r ife r ia . L a “ c o n c ie n c ia a la r g a d a "
d e s b o r d a p o r to d o s la d o s . E l m is m o e s c a n d ir del tie m p o c a m b ia d e
o r d e n d e r e f e r e n c ia : e l “ t ie m p o fu e ra d el t ie m p o ” se p la n te a c o m o
a n t im o d e lo d el “ tie m p o q u e e stá d e n t r o del t ie m p o ” , lo p r o g re s iv o
se a n u la e n lo r e g r e s iv o . L a c iu d a d d e B a lo r d ía , r e in o d e lo s h o lg a ­
z a n e s , viv e e n u n a m ito lo g ía d e r e f lu jo , a le ja d a d el tie m p o d e la h is­
t o r ia . E l s u e ñ o d e c o m p e n s a c ió n p r o y e c t a d o p o r la u to p ía p o p u la r
c o n q u is t a te r r ito r io s c a d a v ez m á s e x te n s o s , d o n d e la r a c io n a lid a d
“ s u p e r io r ” n o e n c u e n tr a y a lu g ar. E l m o d e lo c u ltu r a l fu n d a d o en las
c a t e g o r ía s ló g ic a s n o d o m in a e n e s ta s o c ie d a d d o n d e la “ h o lg a z a n e ­
r í a ” (el p u e b lo r e d u c id o a la c o n d ic ió n d e h o lg a z á n ) se c o n v ie r te en
el r e g is tr o in t e r p r e ta t iv o d e la h is to r ia , a n t íd o t o d e lo s v e n e n o s de
u n c u e r p o s o c ia l e n fe r m o , in ic u o , u n id im e n s io n a l. El p o b re / h o lg a ­
z á n vive e n el “ tie m p o d e la p e r e z a ” ,2 e n el tie m p o m e t a h is t ó r ic o de
la p r e v is ib ilid a d y d e la in s e g u rid a d in s titu c io n a liz a d a c o m o se g u r i­
d a d , s e p a r a d o d el t ie m p o d el t r a b a jo , d el r ie s g o d el fu tu r o y d el te ­
m o r a la h is to r ia . C u c a ñ a , e n la a lu c in a d a ló g ic a d e lo im p o s ib le , se
v u e lv e im a g e n p ilo to a p ta p a r a p e n e tr a r e n el c o s m o s m e n ta l d o n d e
lo n a tu r a l y lo rea l h a n sid o r e e m p la z a d o s p o r lo a r tif ic ia l y lo ir re ­
a l. E n e s te u n iv e r s o o n í r ic o , la s le y e s d e la m e c á n ic a y d e la físic a ya
n o tie n e n m á s s e n tid o : lo s m a c a r r o n e s , llu v ia c o m e s tib le , c a e n d e s­
d e el c ie lo ; la t ie r r a , n o t r a b a ja d a , p r o d u c e a d m ir a b le m e n te a lim e n ­
t o s p r e c o c id o s ; lo s á r b o le s n o e c h a n b r o t e s y h o ja s s in o ja m o n e s y
r o p a s ; lo s a n im a le s , v e r d u g o s d e sí m is m o s , se a s a n e s p o n tá n e a m e n ­
te p a ra c o n s u e lo d el v ie n tr e d e lo s h o m b r e s . A b o lid o el e s fu e r z o , su s­
p e n d id o el t ie m p o , b lo q u e a d a la fa ta l v e je z p o r la s fu e n te s de
ju v e n tu d , tr iu n fa n t e s la s m u je r e s , e n su fu lg o r c o r p o r a l, s o b r e lo s
m a r id o s d o m in a d o s y s o m e tid o s .
P e ro e s te o s c u r o p a ís d el o c io , d o n d e el r ie s g o h a s id o e x p u ls a d o ,
n o t o c a d o p o r las te m p e s ta d e s d e la h is to r ia , s in m ie d o y sin fu tu ro ,
a p a r e c e s u m e rg id o en u n a e s c e n o g r a f ía n o s ó lo o n ír ic a s in o fú n e b r e ,
e n u n m u n d o d o n d e la a b u n d a n c ia se r e f le ja e n el r o s t r o n e g a tiv o de
la e s te r ilid a d , d o n d e la n a tu r a le z a d a d a v u e lta d e lin e a p a s a je s in h u ­
m a n o s y m o n s t r u o s o s m á s a llá d e to d a ló g ic a p o s ib le y a le ja d a de
to d a p e r s p e c tiv a d e v id a : u n a n a tu r a le z a d o n d e lo a r tif ic ia l h a d es-

: E. De Martino, La fine del m ondo. Contributo all'analisi delle apocalissi


culturali, a cargo de C Gallini, Turin, Einaudi, 1977, p. 222.
102 E L PAN SALVAJE

tru id o lo n a t u r a l, in v ir t ié n d o lo , a lt e r a n d o su s le y e s b io ló g ic a s , lo s
tie m p o s d e m a d u r a c ió n d e lo s p r o d u c t o s , h a s ta el tie m p o de g e s t a ­
c ió n de lo s a n im a le s. U n a n a tu r a le z a q u e ha sid o sa c a d a d e su s g o zn e s,
un a n a tu r a le z a e n lo q u e c id a q u e h a c e a f lo r a r el s in ie s tr o r e c u e r d o del
a t o ló n d e la P o lin e s ia d o n d e , d e sp u é s d el g ra n ban g a t ó m i c o , la s t o r ­
tu g a s h a b ía n p e r d id o el s e n t id o in n a to d e la o r ie n t a c ió n y, e n lu g a r
de d ir ig irse h a c ia el a g u a y la v id a , le s d a b a n la e s p a ld a e n c a m in á n ­
d o se a la m u e rte .
S e g ú n el a r c ip r e s te c a t a lá n del s ig lo XIV B e r n a r t M e t g e , “ a llí [en
la isla d e C u cañ a| n o h a b ía D io s ni n a tu r a le z a , p o r q u e n o h a b ía o r ­
d en ni m e d id a , ni c o s a q u e fu e ra r a c i o n a l ” . C u c a ñ a te rm in a c o in c i­
d ie n d o c o n la d e s o la d a isla d e lo s m u e r to s , c o n el t r is te y lu c tu o s o
p a s a je d e la s c o s a s fu e ra d el t ie m p o , e n la e te r n a su s p e n s ió n d e las
ley es d e la e x is t e n c ia .

Aquí la mayor parte de los árboles estaba despojada de frutos y de


hojas, y por otro lado aparecía adornada de frutos y de hermosos
vestidos; y los árboles más antiguos y más importantes eran menos
altos que los de humilde origen; y lidiaban en noble/a el pino con el
arrayán; y el sauce no se saciaba de cargar frutos, mientras que el pe­
ral no tenía, y tampoco el manzano; el olivo estaba totalmente seco.
F.n este lugar no cantaba el ruiseñor, pero el cuco con voz clara
entonaba lamentos, tal como acostumbra; y la cigarra con el pájaro
nocturno que apoyaba su canto, y también cantaban de modo desa­
gradable los pájaros que suelen hacerlo de modo placentero. De es­
te bosque salían dos arroyos distintos en color, en movimiento y en
sabor, y cada uno de ellos tenía su propia naturaleza, porque el agua
del que poseía el aspecto y el gusto más agradables, cuando la hube
saboreado, me puso en peligro de muerte, pues el bebería me dio más
fuerte ardor y sed, cuanto más bebía.'

E n C u c a ñ a , e p ifa n ía d el m undus bw ersus , e l tie m p o fe liz v u e lv e , y


h a s ta q u e d a b lo q u e a d o . R e a p a r e c e e n u n c ír c u lo in m ó v il, a s í c o m o
las p a la b r a s r itm a d a s y o b s e s iv a s d e la s c a n tile n a s p r o p ic ia t o r ia s , de
lo s e n c a n ta m ie n to s y d e la s le t a n ía s c o m p o n e n s e r ie s d e p a la b r a s re­
to r n a n t e s , a d o r m e c e d o r a s , s e d a tiv a s , n a r c o tiz a n te s . L a p a la b r a de

1 Libre de Fortuna e Prudencia , cit. por G . C occhiara, II m ondo alia rovescia,


presentación de P. Camporesi, Turín, Boringhieri, 1981, pp. 143-144.
"F.L M U N D O PATAS AR R IBA" 103

c o n s u e lo del ju g la r es g o z a d a e n e sta d im e n s ió n v e r b a l p o r la p o b r e
g e n te , a la m a n e r a d e s u s titu to d e la s fr u s tr a c io n e s y la s m is e ria s p sí­
q u ic a s y c o r p o r a le s , c o m o p a la b r a o p ia d a q u e , ta m b ié n a tra v é s de
las té c n ic a s a n a f ó r ic a s d e la r e p e t ic ió n , d e la ru e d a de v o c a b lo s q u e
v u e lv e n c o m o la ru e d a d el t ie m p o , lib e r a d e lo c o t id ia n o , a b r e p a ­
r é n te s is , fic tic io s p e r o n e c e s a r io s , d e c o n s u e lo s e n tr e v is to s en su e ñ o s ,
s u s titu to s v e r b a le s y fó n ic o s de tr is te z a s e x is t e n c ia le s y d e m is e ria s
d el c u e r p o . El s u e ñ o de la a b u n d a n c ia h a c e su s p e n d e r m á g ic a m e n te ,
y a m o r tig u a y d e b ilita el a g u ijó n d e las v is c e r a s in s a tis fe c h a s .

|...J en los siglos XV y XVI, mucha gente estaba reducida a vivir, ante
todo, de “ lengua culta” , y a gozar con nombres en lugar de deleitar­
se con las cosas. Para ellos, esas enumeraciones “ suculentas" eran
como un pequeño resarcimiento de la miseria cotidiana. Pero hay
que hacerlo notar bien: ese resarcimiento obtenido a fuerza de pala­
bras sólo es posible si cierta ebriedad atenúa, en principio, el senti­
miento de la distancia que separa al sueño de la realidad, y la ebriedad
no puede ser aquí más que el fruto de la acumulación verbal. Cada tér­
mino de esas enumeraciones, tomado aisladamente, no es más que un
deseo o una mentira; es la magnífica abundancia, es el resplandor inin­
terrumpido de palabras cargadas de prestigiosos sabores, lo que crea
la ilusión. En ese estado de euforia provocado por el malabarismo con
las palabras, se termina por creer que se goza de las cosas/

E l a r tif ic io de la p a la b ra a b r e h o r iz o n te s d e c o n s u e lo a la in a n ic ió n
y a la c a t a t o n í a d el o y e n te . El bistrio turpis , el h o m b r e d e la spurci-
tia , el m e d ia d o r c o n t a m in a d o , to m a la m á s c a r a d el te ra p e u ta q u e
e je r c e p o s ib ilid a d e s d e c o n s u e lo . N o e s p o r c a s u a lid a d q u e el ju g lar,
e n d e te r m in a d o m o m e n to de su it in e r a r io h is tó r ic o , se a d e m o n iz a d o
h a s ta c o in c id ir c a s i p o r c o m p le t o c o n el lo c o .

El que tiene dinero


Señor es llamado,
El que no lo tiene
Es tratado de loco.

1 R. Gara pon, La fantaisie verbale et le com ique dans le tbéátre frunzáis du


mayen age á la fin du XVlle siecle, París, Collin, 1957, p. 87.
104 E L PAN SALVAJE

P o b r e z a y lo c u r a t e r m in a n c o in c id ie n d o , a s í c o m o el r o s t r o d el n iñ o
g o lp e a d o p o r la a tr e s ia d e d e s n u tr ic ió n - e l m al tlal sim iót, c o m o se
d e cía e n M ó d e n a - a p a r e c ía , a r r u g a d o e n su p iel d e c r é p ita s e m e ja n ­
te a l d e un v ie jo , se n il y m o n s t r u o s o m o n o .
E l r o s t r o in fo r m e d el puer/senes , c a r o a la s r e lig io n e s m is té r ic a s ,
se a p r o v e c h a b a a n iv el p o p u la r c o m o im a g e n c o n c r e t a d e tr a n s to r ­
n o del o r d e n n a tu r a l. C o l o c a b a n a l p e q u e ñ o d is tr ó f ic o se n il e n una
p a la , lo h o r n e a b a n e n el fu e g o t ib io y lo s a c a b a n tr e s v e c e s d e l h o r ­
n o c o n e l e x o r c is m o

Te ponen y te sacan del horno


y el mono queda en el horno.

L.a ló g ic a e q u ív o c a , e n ig m á t ic a , m a g m á tic a y r e v e rs ib le d e lo s e ste ­


r e o tip o s m e n ta le s f o lc ló r ic o s se p la n te a c o m o a n t im o d e lo c u ltu ra l
q u e , a c a u s a d e u n a su til f a s c in a c ió n , c o n t a m in a t a m b ié n la c u ltu ra
r a c io n a lis t a -a r is t o t é lic a . E n la v isió n fo lc ló r ic a d el m u n d o , c o n g e ­
n ia l a n a c r o n is m o h a c ia a d e la n t e , el e s p a c io se p r e s e n ta c o m o u n a d i­
m e n s ió n del t ie m p o , y el u n iv e r s o , c o m o u n lu g a r d e c a o s o r d e n a d o ,
d o n d e lo p o s ib le y lo im p o s ib le c o n v iv e n c o n el m is m o p o r c e n ta je de
p r o b a b ilid a d e s . E l t ie m p o e s tá d e t e n id o , o se m id e c o n el m e tro n o
a b s tr a c t o d el s u d o r y del t r a b a jo . El t e r r e n o q u e se p u e d e a r a r c o n
un a p a r e ja d e b u e y e s d e sd e el a lb a h a s ta el o c a s o se c o n v ie r te en una
jo r n a d a : u n a u n id a d d e tie m p o es s u s titu id a p o r u n a u n id a d d e su ­
p e r fic ie . L o s a ñ o s se c u e n ta n p o r lo s v a c ío s y p o r lo s lle n o s , c o n el
c o lu m p io d e la e s c a s e z y la a b u n d a n c ia . El “ a ñ o del h a m b r e ” es c o ­
lo ca d o en el c e n tr o del c a le n d a r io d e la p o b r e g e n te ; el “ día m á s la r g o ”
es el d ía en q u e se e stá s in c o m e r . El tie m p o se v u e lv e u n a v a r ia n te
d ila ta b le y r e s tr in g ib le , e s c a n d id a p o r la s p u ls io n e s del v ie n tr e , p o r
el a d e lg a z a r o el c o lm a r s e d e lo s in t e s t in o s o p o r el e s fu e rz o d el t r a ­
b a jo . A u n el c e r e m o n ia l a lim e n ta r io fo lc ló r ic o p r o p o n e u n a p r o v e ­
c h a m ie n t o d is tin to d el t ie m p o , a lt e r n a n d o la s la r g a s jo r n a d a s de
fru g a lís im a s d ie ta s y lo s r e g ím e n e s d e p u ra s u p e rv iv e n c ia e n lo s u m ­
b r a le s d e la in a n ic ió n c o n in t e r m in a b le s e x c e s o s r itu a le s , o r g ía s a li­
m e n ta ria s y á g a p e s c ic ló p e o s , d e so rd en y “ b o c h in c h e ” , c o n tra p u e s to s
al b a n q u e te s e ñ o r ia l c if r a d o e n lo s v a lo r e s e s t é tic o s , e n la c o c in a v i­
s u a liz a d a , p r o p ia d e u n a e x p o s ic ió n .
E n e sta ó p tic a d o n d e d o m in a n la p a r a d o ja y la im p o s ib ilid a d , t o ­
d o a s p e c to d el m u n d o p u e d e d a r s e v u e lta , to d a s e r ie p u e d e in te r p r e ­
ta rs e c o m o su c o n t r a r io , t o d o c o m ie n z o p u e d e in ic ia r s e d e sd e el fin a l,
•EL M UN D O PATAS ARRIBA" IOS

c o m o en el Pater noster in v e rtid o . E l u n iv e rso m is m o se v u elv e rev e r­


s ib le . El P a r a ís o se d is fra z a d e I n fie r n o , y v ice v e rsa . El “ m ila g r o ” se
c o n v ie r te e n e p ifa n ía d e o tr o s is te m a , d e un o rd e n su m e rg id o que
p u ed e d a rse a la luz. E n el m u n d o á double face d e lo q u e e stá d ad o
v u e lta , lo im p o s ib le sie m p re e s tá a p u n to d e to r n a r s e p o sib le . Es la
ló g ic a q u e a flo r a e n las v isio n e s y e n la s p e sa d illa s, e n el siste m a del
a b s u r d o y en a q u e lla s “ c o s a s lo c a s ” a q u e se r e fe ría t a m b ié n M a c h ia -
velli en u n a fa m o s a c a r t a . P e r o se t r a ta del m is m o m u n d o d a d o v u e l­
ta q u e el cafon e* m o lisa n o v isita b a en su e ñ o s cu a n d o se refu g ia b a en
el fa n ta s e o im p o sib le del “ m u n d o p a ta s a r r ib a ” , d e lira n d o s o b r e d e li­
c ia s im p r o b a b le s desp u és de h a b e r se lle n a d o el v ien tre d e “ p an y s a li­
v a ” ; cu a n d o le p are cía q u e v e ía p a sa r u n a p r o c e s ió n c o n lo s asn o s
a d e la n te y lo s c a b a llo s d e trás.
L a p le b e c a la b r e s a la n z a b a in ú tilm e n te su s e x o r c is m o s c o n t r a la
m is e ria :

Miseria maldita
vete al mar y ahógate:
ésta es carne bendita
y nada tienes que hacer con ella.
Carga y descarga, limosna y miseria
sarna y tiña
cuando tú me veas, que te caigas muerta.

E n el p a ís d e l h a m b r e ta m b ié n lo s a fe c to s m á s c a r o s a p a r e c e n t r a s ­
t o r n a d o s : se llo r a la m u e r te d e l a s n o , ú til p a r a lle v a r le ñ a , p e r o n o
la d e l v ie jo , in ú til p a d re : “ Se h u b ie r a m u e r t o p a p á y n o el a s n o ; el
a s n o lle v a la le ñ a y el p a d r e n o ” .'

La tierra nuestra se llama pobreza


donde se baila el baile del hambre

s a lm o d ia b a u n a c a n tile n a d e cafoni s a le n tin o s .

* Cafone: aldeano, villano, rústico (n. del t.).


' F.. De Martino, Furore Sim bolo Valore, introducción de L. M. Lomhardi Sa-
triani, Milán, Feltrinelli, 1980 (2), p. 174.
106 E L PAN SALVAJE

E ste p a n o r a m a s o c ia l e ra r e c o r r id o p o r a n s ia s y t e m o r e s p r o fu n d o s ,
p o r a lie n a n te s f r u s t r a c io n e s , p o r in c o n t r o la b le s y d e v o r a d o r a s e n fe r ­
m e d a d e s , p o r d e s o la d o r a s e p id e m ia s , p o r u n c a o s a lim e n t a r io
d o n d e lo s g r a n o s a lt e r a d o s y e s tu p e f a c ie n te s a lim e n ta b a n c r is is y e s ­
ta d o s d e h ip n o s is d e lir a n te s , y en el c u a l p o d ía n e x p lo t a r e p is o d io s
d e p o s e s ió n c o le c tiv a y e s t a lla r r e p e n tin o s fu r o r e s c o r é u tic o s . L o s lu ­
g a re s ta b ú , lo s m ás c o n ta m in a d o s p o r la a m b ig u a y a m b iv a le n te m ag ia
de lo s a g r a d o , p a r e c ía n la n z a r in flu e n c ia s p e r v e rs a s y d e s e n c a d e n a r
o s c u r a s e n e r g ía s . L a m is e r ia p s ic o ló g ic a , u n id a a l t o r m e n t o del c u e r ­
p o e n fe r m o , a c t u a b a c o m o d e t o n a n te d e e p ile p to id e s in s u rg e n c ia s
g ru p a le s , d e t u m u ltu o s o s y o n d u la n t e s p a r o x is m o s , a lo s c u a le s lo s
h o m b r e s e r a n a t r a íd o s y r e c h a z a d o s p o r c e n t r o s d e p o d e ro s a fa s c i­
n a c ió n , p o r lu g a r e s d e s a c r if ic io c o m o e l a lta r. E l transe p a t o ló g ic o
en q u e c a ía n g ru p o s e n t e r o s - c o m o se ve e n el e p is o d io r e la ta d o p o r
el c r o n is t a d el s ig lo XV G io v a n n i di M . P e d r i n o - c o n s tit u y e la a la r ­
m a n te s e ñ a l d e la lle g a d a d e u n m u n d o f e b r il, d e u n c u e r p o s o c ia l a l­
te r a d o e n el e q u ilib r io f is io ló g ic o y p s íq u ic o , d o n d e la “ m a r a v illa ”
p o d ía c o n fu n d ir s e c o n el “ m ila g r o ” y é s te , a su v e z , p a r e c e r “ m a li­
c i a ” , “ e n c a n ta m ie n to ” , “ d ia b ó lic o e x o r c is m o ” . L o s b a ile s a b o m in a ­
b le s d e lo s e n fe r m o s e n el in t e r io r d e la s ig le s ia s , d o n d e la tu rb ia
p re se n cia d el c o n t a m in a d o y d el im p u r o se u n ía a lo c o n s a g r a d o y
lo s o b r e n a t u r a l, d a b a n lu g a r a e s p e c ta c u la r e s , a lu c in a n t e s p erfor­
mances:

Por Romana, en 1383, se hablaba de un milagro aparecido en Faenza,


en la iglesia de San Piero, y fue casi a fines de mayo. F.n dicha iglesia
cerca de la plaza se dijo que una pintura, o bien un crucifijo, hacia mi­
lagros y curaba enfermos; y algún hombre dijo que lo vio; y, divulga­
da la fama, muchos enfermos del pueblo iban todos a la iglesia; y
cuando querían ir al altar, hombres y mujeres comenzaban a temblar
y a bailar como locos, moviéndose aquí y allá por la iglesia, y estaban
tres o cuatro días que podían ir al altar; y cuando alguna vez estaban
en el altar volvían atrás y caían, y se levantaban sin ayuda, y ninguno
fue liberado: y finalmente se vio que era por encanto de algún malo,
por diabólico exorcismo. Y cesó el concurso de la gente 1...)''

* Giovanni di M. Pedrino, Crónica del suo tem po, editada por G. Borghczio
y Marco Vattasso, con notas históricas de A. Pasini, Roma, Biblioteca Apostóli­
ca Vaticana, vol. II, 1934, p. 447.
“ F.L M UN D O PATAS AR R IBA" 107

E n ia F e r r a r a d e 1 5 9 6 - a n o t a b a el c r o n is t a m o d e n é s G io v a n B a ttis -
ta S p a c c i n i - “ h a y m u c h ís im o s e n fe r m o s y ta m b ié n s e m u e re n m u ­
c h o s , y se c r e e q u e e s p o r lo s m a lo s p a n e s q u e c o m e n , e s d e cir, de
h a b a s , a r v e ja s y c iz a ñ a p u r a ” .7 E l o s c u r o fa n ta s m a d el t ó x i c o a li­
m e n t a r io , d e la c r is is ta m b ié n m o rr a l p o r p a n m a lig n o , p e s a b a s o ­
b r e la c iu d a d d e lo s d u c a d o s y d e la s le g a c io n e s . E l p a n “ in n o b l e ”
a v e c e s p o d ía e s c o n d e r t r a m p a s e x t e r m in a d o r a s , a c a u s a d e la d e ­
lic tiv a in t e r v e n c ió n d e e s p e c u la d o r e s c í n ic o s , o b ie n - c o m o h a b ía
s u c e d id o e n M ó d e n a , en 1 5 9 2 - c o n d u c ir a d e le t é r e o s d e s liz a m ie n ­
t o s en la in s e n s a te z o b t u s a y d e lir a n t e d e la i n t o x ic a c ió n : p an e s
a d u lt e r a d o s p u e s to s en c ir c u la c ió n p o r lo s “ t r a n s m is o r e s ” d e la s a ­
lu d p ú b lic a , c r im in a le s a t e n ta d o s p r e p a r a d o s p o r a q u e llo s “ ju e c e s
en a b a s t e c im ie n t o s ” q u e d e b ía n s u p e r v is a r e l s a n o e q u ili b r io d e lo s
a b a s te c im ie n t o s d e la “ p la z a ” .

F.l día 2 1 , Domingo, llegando ya al Lunes, fue apresado Maese (la­


guna en el manuscrito] Forni, Juez en abastecimientos de la plaza de
Módena, junto con dos panaderos, el cual había hecho moler
cuarenta bolsas de cizaña para agregar a la harina de trigo y hacer
pan para la ciudad, de modo que los pobres que lo compraban que­
daban cizañeados de tal manera que estaban durante dos días muy
mal y a punto de enloquecer, y en este tiempo no podían trabajar y
no podían ayudar a sus familias.'

P r iv a d o s d e r a z ó n p o r u n t ie m p o o r ic o s d e h a m b r e p a r a s ie m p re ,
m u c h o s c a m p e s in o s p r e fe r ía n a b a n d o n a r la c a s a y d a r s e a l v a g a b u n ­
d e o a n t e s q u e a s is tir im p o te n te s a la a g o n ía d e lo s h ijo s . T r a n s f o r ­
m a d a e n “ c a s a d e la m u e r te ” , la c a b a ñ a se vu elv e tra m p a m o rtífe ra
y tu m b a p a r a lo s m á s in e r m e s :

hace pocos días (abril de 1601) en la región de Reggio (...] para no


ver morir de hambre ante sus propios ojos a sus tres hijitos, un cam­
pesino y su mujer los encerraron en la casa y se fueron con dios; pa­

’ G. B. Spaccini, Cronaca m odenese (1588-1636), a cargo de G. Bertoni, T.


Sandonnmi, P. E. Vidni, Módena, Ferraguti, vol. I, 19 1 1, p. 38.
' Ibíd., pp. 3-4.
108 EL PAN SALVAJE

sados tres dias, sus vecinos, al no verlos, se decidieron a tirar la puer­


ta ab ajo y e nco ntraron a dos hijos m uertos y al tercero que se esta­
ba muriendo con p aja en la bo ca, y en el fuego tenían un cald ero con
paja adentro hirviendo para hacerla más blanda y co m erla.’

* Spaccini, Cronaca modenese, M ódena, Ferraguti, 1919, vol. II, p. 177.


V II. LA “ C A R E S T ÍA D E LA V ID A ”
Y L O S “T IE M P O S DF. LA S O S P E C H A ”

E n tre la s p r im e r a s v íc tim a s d e la a v a n z a d a d e la e s c a s e z h a b ía a s a ­
la r ia d o s d e la c iu d a d , q u e a m e n u d o se h a lla b a n a l b o rd e d e la d e­
so c u p a c ió n , y ca m p e sin o s e n c o n tin u a lu ch a c o n el irre su e lto p ro b le m a
de la in s u fic ie n c ia d el p r o d u c to d e lo s c u ltiv o s . L o s c a m p e s in o s , en
p a r tic u la r , v e ía n n a c e r su h a m b r e -p u e d e d e c ir s e - d e la p ro p ia tie ­
r r a ; e llo s , q u e p a r a tr a t a r d e s o b r e v iv ir d e b ía n se r p la n ific a d o re s
a t e n to s , p r o g r a m a d o r e s a n s io s o s d e su fu tu ro c e r e a le r o , sie m p re v i­
v ía n e n la “ o b s e s ió n de la e s c a s e z ” . 1 E r a s u fic ie n te el c a p r ic h o de las
e s ta c io n e s p a r a h a c e r lo s r o d a r a l b o rd e d e la c a t á s t r o f e . E l te m o r al
fu tu ro a m e n a z a b a p e r m a n e n te m e n te a e s to s t r a b a ja d o r e s d e lo s
c a m p o s , “ d e s o c ia liz a d o s ” r e s p e c to d e lo s o b r e r o s d e la c iu d a d , y p o r
fo r tu n a e n c e r r a d o s e n u n u n iv e r so m á g ic o p r o p io , a r c a ic o , p r o t e c ­
t o r y, e n c ie r t o s e n tid o , tra n q u iliz a d o r.
D u r a n te la g r a n e sc a se z e m ilia n a y e n e sp e c ia l b o lo ñ e s a , cu y a s s i­
n ie s tr a s a n tic ip a c io n e s se h ic ie r o n se n tir d e sd e 1 5 9 0 y 1 5 9 1 - e s c a s e z
q u e r e c ru d e c ió d u r a n te o tr o s sie te a ñ o s , c o m o la s h a m b r u n a s b íb li­
c a s - , se g ú n la s p a la b r a s d e P o m p e o V iz a n i, a m ig o d e G iu lio C e sa re
C r o c e y p o r ta v o z d e la c la s e s e n a t o r ia l,

ya no se encontraba más a nadie que tuviera trigo en la casa como


para hacer pan para su familia; y aunque el Senado y muchos ciuda­
danos y mercaderes particulares hicieron todo el esfuerzo posible pa­
ra buscar y traer trigo extranjero, no pudieron evitar que murieran
de hambre, aun en las públicas calles, hasta diez mil pobrecitos de la
ciudad, y en la comarca, incluyendo a los campos, en total, más de
treinta mil campesinos, a quienes con sus grandes limosnas no po­
dían proveer según su demasiado grave necesidad; habiéndose visto
los pobres obligados por el hambre a comer muchas veces no sólo

1 Delumcau, La peur en O ccidcnt..., ob. cit., p. 162.

109
110 E L PAN SALVAJE

pan de toda clase de legumbres y de sémola, sino de raíces de hier­


bas y toda suerte de inmundicias, por más aborrecidas que fueran
por el sentido hum ano...1

A c a s o re s u lte m e jo r t r a t a r d e n o a v e r ig u a r q u é se o c u lt a b a b a jo es­
te r ó t u lo d e “ in m u n d ic ia s ” ; p e r o p o r c ie r r o n o e s fá c il o lv id a r una
p á g in a d el s a c e r d o te b o lo ñ é s G io v a n B a t tis ta S e g n i - e l m á s a t e n to y
s e n s ib le tr a t a d is t a del h a m b r e y d e su s h o r r ib le s e x c e s o s - ; u n a p á g i­
na q u e , e n su c o n ju n t o , n o es n u e v a , c o n su s u ite d e v a r ia d o s y h e ­
t e r o g é n e o s t e s t im o n io s e n s a r t a d o s , p e r o q u e ir r a d ia u n a to r v a luz
s o b r e p r á c t ic a s c a n ib a le s c a s n o r itu a le s , s o b r e c r u e le s y d e se s p e ra d o s
e x c e s o s a lim e n ta r io s q u e e r a n fr e c u e n t e s e n t ie m p o s n o ta n le ja n o s
y e n lu g a r e s q u e n a d a tie n e n d e m ít ic o s ni d e r e m o t o s .

Hermano Contratto escribe que en 89 0 el hambre fue tan cruel que


llevó a los hombres a comerse los unos a los otros. M atteo Palmieri
escribe que en 1396 el hambre fue tan grande que las turbas de men­
digas vivían de alimento humano, y apenas se mantenían. En el libro
11 de las S torie de'P olacchi, M artino Cromero dice que en 1315 tan
aguda hambre afligió a Polonia que no sólo de cadáveres sino del
mismo estiércol no se abstenían los hombres, y los padres se volvían
contra los hijos, y éstos contra aquéllos. En 1359, escribe Matteo
Palmieri, hubo tan grande hambre en Italia que comían carne huma­
na. En 5 6 7 también hubo hambre tan grande en Italia y especialmen­
te en Liguria que, según Paolo Diácono, muchas madres se comieron
a sus propios hijos [...J En 1006 Sigisberto escribe que hubo tan
grande hambre y mortandad juntas que, por el cansancio de llevar a
los hombres a la sepultura, a menudo los vivos con los muertos se
sepultaban... *

E l d e s c e n s o a la c o p r o f a g ia (el h o m b r e n o es u n o m n ív o r o in te g r a l),
el e m b r u t e c im ie n to y la in v e r s ió n fis io ló g ic a d e s e n c a d e n a n , en la g e ­
n e ra l c a t á s t r o f e d e la f r a c t u r a d a c o n d ic ió n h u m a n a , o d io s la te n te s y
r e n o v a d o s c o n f l ic t o s : la r e b e lió n d e lo s p a d r e s c o n t r a lo s h ijo s y la
in s u rg e n c ia d e lo s h ijo s c o n t r a lo s p a d r e s h a c e r e la m p a g u e a r en el

; P. Vi/ani, I due ultinti libri delle historie della sua patria, Bolonia, Eredi di
Gio. Rossi, 1608, p. 138.
' Segni, Trattato sopra la carestía e fam e..., ob. cit., p. 52.
la -CA REST IA D E LA V ID A" Y LOS "T IE M PO S DF. LA SO SPECH A" 11 1

s a g ra d o o m a ld ito 4 e s p a c io d o m é s t ic o el r e fu lg e n te la m p o de s in ie s ­
tro s c a r n a v a le s d e sa n g r e , d e c r u e le s d e s tr o n a m ie n to s y d e fu rib u n ­
d as a lt e r a c io n e s e n el in t e r io r d e la m ic r o s o c ie d a d fa m ilia r q u e
e sralla c o m o u n a c é lu la e n lo q u e c id a . F re n e s íe s a b e r r a n t e s in je r ta d o s
p o r el h a m b r e e n el flu ir d e u n a s a n g r e q u e d e g o lp e se ha c o n v e r t i­
do en e n e m ig a d e si m is m a : la c e r a c io n e s d el te jid o h u m a n o y d o m é s ­
tic o n o d is tin ta s d e la s p r o v o c a d a s p o r la p e s te , q u e d isu e lv e to d o
lazo a fe c tiv o y s o c ia l.

El hambre es más cruda que la peste, porque el hombre sufre mucho


más tiempo, pero la peste es más abominable en cuanto apenas nos
da tiempo a recoger la respiración, y nos quita la memoria, y nos
despoja de todo pensamiento de culpa, elimina a los confesores, los
notarios no vienen a escribir los testamentos, los médicos escapan,
los padres se fastidian con los hijos y éstos les vuelven las espaldas a
los padres, las madres abandonan a las criaturas y éstas evitan a las
madres, un familiar no conoce al otro, los amigos se vuelven enemi­
g o s...'

Lo s t e s ta m e n to s a q u e se r e f ie r e G . B . S e g n i p e r te n e c e n a l r itu a l de
la m u e r te d e lo s r ic o s , s o n e s o s “ p a s a p o r te s al m á s a l l á ” (L e G o ff)
que p re v e ía n a m p lia s d o ta c io n e s a fa v o r d e ig le s ia s y c o n v e n to s , t a ­
les q u e h ic ie r a n f a ll e c e r a l m o r ib u n d o c o n la c o n c ie n c ia e n p a z ,
s o c ia l y r e lig io s a m e n te lib r a d o d e to d a m a ld a d . L o s p o b r e s se d iv e r­
t ía n , a fa lta d e b ie n e s y d e lo s p r o b le m a s d e riv a d o s d e e llo s , r e p re ­
s e n ta n d o p a r o d ia s d e t e s t a m e n t o s , p a r a r e ír s e u n p o c o a c o s ta de
e ste a c t o s a g r a d o e n la r e lig ió n d e la s “ c o s a s ” , in d is p e n s a b le in s tr u ­
m e n to p a r a la t r a n s m is ió n d e la “ t e n e n c ia ” .
L a s a m a r g a s c o m p a r a c io n e s d el c u ra b o lo ñ é s d e lin e a n u n a je r a r ­
q u ía del d o lo r y el h o r r o r , y t a m b ié n u n d ia g ra m a d e la c e g u e ra h u ­
m a n a , s e m e ja n te a e se fr e n e s í d e m u e r te in d u c id o m is te r io s a m e n te
p o r a lg u n a s h u id iz a s p a t o lo g ía s del p a s a d o c o m o , p o r e je m p lo ,
a q u e lla e s p e c ie d e fr e n é tic a y a lu c in a n t e a t r a c c ió n p o r la d is o lu c ió n
q u e se t r a d u c ía e n u n a fu g a h a c ia la n a d a , en u n a c a r r e r a h a c ia el

' V é a s e E . B c n v e n i s t e , L e vocabulaire des ¡nstitutions itido-européennes. II


Pouvoir, droit, religión, P a r í s , L e s E d i t i o n s d e M i n u i t , 1 9 6 9 . [ E d . c a s i . : Vocabu­
lario de las instituciones indoeuropeas, M a d r i d , T a u r u s , 1 9 8 3 , p p . 2 0 1 y s s . |
G . B . S e e n i , D iscorso sopra la careslia, e farne. F e r r a r a , B e n e d c t t u M a m a­
d lo , 15 91 , p . 4 6 .
112 E L PAN SALVAJE

su ic id io c o le c t iv o tr a n s m it id o p o r el lla m a d o “ m a l m a z z u c c o ” q u e ,
" h a c ie n d o p e r d e r el s e n t id o a lo s e n fe r m o s , lo s c o n d u c ía to d a v ía al
ú ltim o fin y m u c h a s v e ce s a d a r s e m u e r te v o lu n ta r ia ” .h E se “ m a l m a -
z u c h ” q u e la r a b ia c a m p e s in a fr iu la n a h u b ie r a q u e r id o d e sv ia r e n el
s ig lo XVI d e sd e la c u e v a d e lo s “ L a v o r a d o r s ” a l p a la c io d e lo s s e ñ o ­
r e s , ju n t o a to d o s lo s o t r o s s ín t o m a s d e p r e s iv o s y c o n v u ls iv o s :
“ R a ib n e stiz z e v e le n el m a a l m azu ch/ M a l di s c le s e e di s c lo p la n c u u r
foiaal/ L a n ia d r e u le el m a d r o n e o g n i m aal/ A i S ig n ir s e in tiri in t ’ un
s c r u s u p .” 7
U n a e n fe r m e d a d d ifíc ilm e n te id e n t ific a b le , o s c u r a c o m o el “ m al
del la d r illo ” , el d e la “ h o r m ig a ” y t a n ta s o tr a s p a t o lo g ía s se ñ a la d a s
c o n té r m in o s h o y in c o m p r e n s ib le s . U n m al q u e p a r e c ía te n e r c a u s a s
d is tin ta s d e a q u e lla s h is te r ia s e p id é m ic a s , n o in fr e c u e n te s e n el p a s a ­
d o , c o m o la q u e d e s c r ib e a fin e s d el s ig lo XVIII u n m é d ic o fr a n c é s :
“ h a im p e r a d o ta m b ié n u n a a fe c c ió n m e la n c ó lic a , e s p e c ia lm e n te en
la s m u je re s , c u y o s ín t o m a p r in c ip a l e ra u n a b a r r a d e fu e g o q u e las
e n fe r m a s d e c ía n s e n t ir a t r a v é s d el h u e s o fr o n ta l. Y t o d a s te n ía n g a ­
n a s d e t ir a r s e a u n p o z o . . . ” .* Y L e o n a r d o F io r a v a n ti o b s e r v a b a q u e
las m u je r e s a fe c ta d a s p o r el m al “ d ic e n u n m a r d e lo c u r a s y h a c e n
m il t o n t e r í a s ” .* El u n iv e r s o d e l m ie d o p a r e c ía p r o lo n g a r s e in d e fin i­
d a m e n te h a c ia lím ite s c a d a vez m á s in c ie r t o s e in d e te r m in a d o s : p o r
e je m p lo , la s fu e n te s c o n c u e r d a n e n a s e g u r a r q u e el m ie d o a la p e ste
c o s e c h a b a v íc tim a s m á s n u m e r o s a s q u e la p e s te m is m a : “ m u c h o s
m u ere n d e h a m b r e , m ie d o y s u fr im ie n t o , y n o d e m a l” . 1"
L o s s u e ñ o s a t e r r o r iza d o re s d el in c o n s c ie n t e c o le c t iv o de la é p o c a
p r e in d u s tr ia l, c o m o el d e l c a r r o d e lo s m u e r to s , c o la b o r a b a n d e m o ­
d o p o d e r o s o e n la a p e r tu r a d el c a m in o a l “ p r a d o d e la m u e r te ” (M u -
r a to r i) e n tr e t e m o r e s y r e p u g n a n c ia s in c o n t e n ib le s y, en el c a s o
p u n tu a l d el c a r r o , p o s e ía n u n a c o r p ó r e a r iq u e z a p o lis é m ic a h o y
in a d v e r tib le , d e n tr o d el b ie n d o ta d o a lm a c é n d e lo s te r r o r e s p r o p io s
d el an d en régime. Y a s í,

* P. Vizani, Diece libri della historie della sua patria, Bolonia, Eredi di Gio.
Rossi, 1602, p. 45.5.
* “Ce fastu?”, 1965-1967, 1-6, p. 62.
* J.- Peter, Malati e malattie alia fine del xvm sécula, en Problem i di m étodo
star teo , a cargo de F. Braudel, Bari, l.aterza, 1973, p. 504.
* L. Fioravanti, Del Tesoro della rita humana, Vcnecia, Eredi di Melchior Ses-
sa, 1579, hoja 82, anverso.
,uCit. por Basini, L'uomo e il p a n e..., ob. cit., p. 83.
LA “CARESTIA DE LA VIDA“ Y LOS “ TIEM PO S D E LA SO SPECH A" 113

I js gallardas pasion es del alm a, en el reino del Contagio, pueden ser


llamadas los primeros sepultureros del hombre. Gritan aquí al uní­
sono todos los médicos que especialmente de la Cólera, de la Melan­
colía y del Terror se debe huir como de la Peste misma |...J Tucídidcs
cuenta que, en la gravísima peste por él descripta, más que los otros
sucumbían los melancólicos y los miedosos. Igual cosa han observa­
do en sus tiempos distintos médicos y, entre otros, Sennerto testimo­
nia que no pocos fueron asaltados por esta enfermedad sólo a causa
del Terror experimentado al mirar desde lejos, o bien sin verlo, sólo
al oír al Carro funesto que pasaba bajo las ventanas, en el cual eran
llevados los cadáveres de los extintos.
Otros, espantados por un solo Sueño funesto, han quedado tan
abatidos de corazón que, al caer enfermos, rechazaban todos los me­
dicamentos [...] Herida la imaginación y puestos en desordenado
movimiento los espíritus y los humores de algún espantoso espec­
táculo, muy fácilmente se contagia el veneno pestilencial, y también
sin peste se muere a veces de pura C onsternación y de Humor
N egro."

P e ro en lo s tie m p o s d e la S o s p e c h a , c u a n d o se o y e h a b la r d e “ c a s o s
de p e ste q u e , a u n q u e le ja n a , o b lig a a la s p r e c a u c io n e s d e las m e d i­
d as de s a n id a d y a lo s r a s t r illa je s o la s b a r r e r a s ; e n el té r m in o de
p o c o s d ía s d e b e n d e s te r r a r s e d e la C iu d a d , y a u n d e t o d o el E s ta d o ,
lo s b r ib o n e s , lo s v a g a b u n d o s , lo s g ita n o s , lo s p e d ig ü e ñ o s , lo s le p r o ­
so s, lo s a p e s ta d o s y t o d a s u e r te d e g e n te q u e n o e je r z a a r te a lg u n a y
qu e n o q u ie r a g a n a r s e el p a n m á s q u e c o n el d e m a s ia d o c ó m o d o m e ­
d io de la m e n d ic id a d ” : 12 el v a r io p in t o u n iv e r s o d e lo s m a r g in a le s,
m ira d o s ie m p re y e n t o d o s la d o s c o n s o s p e c h a y te m o r , se c o n v e r tía
en p o te n c ia l t r a n s m is o r del c o n t a g i o , e n v ia d o d e la e p id e m ia .

Y a los 12 días de mayo de 1498, los Oficiales de la enfermedad re­


corrieron los hospitales y echaron a los pobres, y cuando los encon­
traban por la ciudad los mandaban fuera de Florencia; e hicieron
algo aún más cruel, y encomendaron al arte de los Coraceros una

L. A. Muratori, Li tre governi político, medico ed ecclesiastico, utilissimi,


anzi nccessari in tempo di peste..., Milán, Vigoni e Gairolo, 1721 (3), p. 119.
U Ibíd., p. 21.
IH E L PAN SALVAJL

maroma con polca para pegarle latigazos a quien volviera. Y ello fue
considerado cosa cruel y remedio contrario.”

La e n fe r m e d a d p e s tile n te s e g a b a b u e n a p a r te d e su s v íc tim a s e n tr e la
g e n te m á s p o b r e : o b r e r o s , p e q u e ñ o s a r te s a n o s , m e n d ig o s d e la c iu ­
d a d ; e n tr e q u ie n e s n o d is p o n ía n d e m e d io s n e c e s a r io s p a r a a le ja r s e
r á p id a m e n te d e lo s c e n t r o s p o b la d o s :

cuando las ciudades están muy pobladas y las familias, especialmen­


te las de los pobres, hacinadas y amontonadas, aquí la peste hace in­
creíble estrago |...J Por ello, en las comarcas más pobladas y llenas
de habitantes pobres, ya entrado el mal, se ve en poco tiempo una
espantosa desolación.'4

L a s c o n d ic io n e s d e q u ie n e s e s t a b a n o b lig a d o s p o r la in d ig e n c ia a
p e r m a n e c e r en la c iu d a d (e n t o d o c a s o , lo s c a m p e s in o s lo s h u b ie ra n
r e c h a z a d o ) se v o lv ía n d ific ilís im a s ; la “ p o b r e g e n te ” c o r r ía el “ m a ­
n ifie s to p e lig ro d e m o r ir d e s p u é s , d e h a m b r e y d e p r iv a c io n e s ” . 1'

Permaneciendo entonces en la ciudad los mendigos, los artesanos y


tantos otros habituados a ganarse el pan en el día [...] y pudiendo,
por otro lado, buscar asilo en el campo sólo los que mejor estaban,
cada uno entiende que a la pobre gente de la ciudad le viene a faltar
quien le dé limosna y les suministre trabajo, y por lo tanto a ellos se
les achican el granero y la despensa de cada jornada, quedando to­
dos expuestos al cotidiano peligro de morirse de hambre, no menos
que de pestilencia."1

E n la “ c iu d a d c o n s t e r n a d a ” , d o m in a d a p o r la p e s a d illa del “ la z a r e ­
to / c a r n ic e r ía ” , 17 h u m e a n te y m a la m e n te o lo r o s a e n m e d io d e v a p o ­
re s d e a z u fr e , d e p e z , d e c u e r n o s d e b e s tia s (e s p e c ia lm e n te d e c h iv o ),
de z a p a t o s v ie jo s , d e p e lo s , d e u ñ a s , d e e s t ié r c o l d e b o v in o s ,

" l.anducci, Diario fiorentino dal 1450 a l 1516, ob. cit., p. 174.
" Muratori, Li tre goverm , ob. cit., p. 23.
11 Ibíd., P. 22.
Ibíd., p . 25.
,T Ibíd., p . 96.
LA “CARESTIA D E LA VID A" Y LOS “ TIEM PO S D E LA SO SPECH A" 115

es muy fácil debilitarse y m o rir de esp an to , al ver u o ír que los m i­


nistros de los lazaretos y los sepultureros dan vueltas alrededor con
rostros horribles, ropas extravag antes y voces que cau san espanto,
llevándose a enferm os y san os, a vivos y m u ertos, siem pre que haya
algo para ratear. Y' n o se puede decir qué ho rror inspira el frecuente
ruido de sus c a m p a n illa s ..."

U n m u n d o d o n d e s o p la b a n lo s tris te s v ie n to s d e la In s e g u r id a d , del
M ie d o y d e la S o s p e c h a , el t e r r o r d e la p e s te , m u ltip lic a n d o lo s “ a n ­
t íd o t o s ” , lo s “ p r e v e n t iv o s ” in te r n o s y e x te r n o s , lo s “ b o ls it a s ” , lo s
“ a m u le to s d e a r s é n ic o ” , t ó x ic o s o in o c u o s , te n ía c o m o in f a lta b le
c o n s e c u e n c ia el “ g r a n C a o s d e lo s P r e v e n tiv o s F a r m a c é u t ic o s ” .
En e sta d a n z a d e r e c e ta r io s c o n a r s é n ic o , c o n s u b lim a d o , c o n
m e r c u r io , c o n “ b o ls it a s a r o m á t ic a s c u r a tiv a s o p r e v e n tiv a s ” , la m a ­
g ia , la s p r á c t ic a s s u p e r s tic io s a s , la a s t r o lo g ía p r o t e c t o r a e m e rg ía n
n u e v a m e n te - s i es q u e a lg u n a vez h a b ía n sid o d e s e c h a d a s - c o n in u ­
s ita d a p o p u la r id a d y d e s e s p e r a d o ím p e tu . L a s “ a c titu d e s a r c a ic a s ”
dei m u n d o p o p u la r y el fo n d o m á g ic o d e su c u ltu r a d e s tru ía n ta m ­
b ié n la s in c o n s is te n te s b a r r e r a s r a c io n a le s d e u n a c ie n c ia m é d ic a c a ­
si s ie m p re lá b il y c o n t r a d ic t o r ia , v a c ila n te e n la o s c u r id a d .

Los astrólo go s y los su persticiosos han inventado m uchos sellos, m e­


dallas, boletines, an illo s, papeles y o tras co sas co n figuras, signos,
núm eros y palabras aun sagradas. A lgunos, especialm ente en Alema­
nia, ex altan y dan co m o m aravilloso preventivo un sapo seco o que­
m ado, reducido a cenizas y m etido en una bo lsita, que debe colgarse
del cu ello en tiem pos de co n tagio. O tro s , de m odo sem ejante, acon­
sejan llevar Mercurio bien cerrad o y sellad o co n cera en una nuez
( ... 1 y de él cu entan adm irables efectos. Según el parecer de o tro s, la
Esm eralda, el Z a fir o , el Ja c in to y o tras piedras co lgadas del cuello,
de m anera tal que toqu en la región externa al co ra z ó n , asustan tan­
to a la peste que ella n o se atreve a acercarse...**
V III. E L T IE M P O D E N O C H E

S i un e s p ír itu c a u t o y r a z o n a b le c o m o L o d o v ic o A n t o n io M u r a t o r i,
q u e e s c r ib e su t r a t a d o s o b r e la p e ste e n 1 7 1 0 , se d e d ic a la r g a m e n te
a t r a t a r el “ g o b ie r n o m é d ic o ” de la t e r r ib le e n fe r m e d a d , e s p o rq u e
a ú n a p r in c ip io s del s ig lo XVIII la m e n ta lid a d g e n e r a l e s ta b a p r o f u n ­
d a m e n te e m p a p a d a d e m a g ia , d e c r e e n c ia s o c u lt a s , d e su g e s tio n e s
ir re a le s, d e “ v o c e s ” y d e “ r u id o s " (p o r e je m p lo , lo s “ t r a n s m is o r e s ” ),
de “ e r r o r e s ” y d e “ p r e ju ic io s ” .
T o d a v ía te n ía g ra n r e p e r c u s ió n el p o p u la rG iardino fiorito di va­
rié curiositá, diviso in du e trattati. N e l prim o si contiene che cosa
siano fan tasm i, visioni, folletti, incantatori, stregoni, streghe, ciur-
m atori... ( 1 6 6 7 , 1 6 7 9 ) ; G io v a n n i M a r í a V in c e n ti h a b ía in d a g a d o
p o c o t ie m p o a n te s s o b r e II m ondo infestato dagli spiriti ( 1 6 6 7 ) y
H e n n ig u s G r o s iu s h a b ía r e c o g id o , e n la M agica de spectris et appa-
ritionum spiritum ( 1 6 5 6 ) , u n a m ir ía d a d e v o c e s y d e te s tim o n io s .
A p a r ic io n e s y e x tr a ñ o s r u id o s p r e n u n c ia b a n la m u e r te d e g ra n d e s
p e r s o n a je s (v é a se el t r a t a d o d e L . L a v a te r e n la Z u r ic h del ta r d ío si­
g lo XVI: D e spectris , lém ur ¡bus et m agnis atq ue insolitis fragoribus,
variisque praesagitation ibus, quae plerum que obitum hominum,
m agnas clades, m utationesque im periorum praecedunt , 1 5 7 0 ) . El
D iscours des spectres . . . , d e L e L o y e r, es de 1 5 8 6 ; el Traicté de l'ap-
parition des esprits , d e T a ille p ie d , s a le a l d e s p u n ta r el p r im e r a ñ o del
sig lo XVII; el D e m iraculis m ortuorum , d e L . C . G a r m a n , e n 1 7 0 9 .
“ R u id o s t e r r ib le s ” , “ e s t r é p ito im p e tu o s o y r e p lic a d o ” , “ e s tré p ito
i n s ó lit o " se d e c ía (y se e s c r ib ía ) q u e s a lía n e n F e r r a r a d el se p u lc r o d e
la B e a ta B e a t r ic e II d ’ E s te , n a c id a a c a s o e n la te r c e r a d é c a d a del si­
g lo XIII y c o n v e r t id a , c o n e l p a s o d e lo s a ñ o s , e n d e v o ta d e la “ p re ­
se r v a c ió n d e su se r e n ísim a e s t ir p e ” , a t e n tís im a e n “ p r e d e c ir lo s
a c o n t e c im ie n to s d e la f a m ilia y e n a d v e r tir c o n a n t ic ip a c ió n la s c a ­
la m id a d e s q u e a m e n a z a b a n a su c iu d a d . P r iv a d o o r á c u lo d e fa m ilia
y b a r ó m e tr o p ú b lic o a n t ic ip a d o r d e la h is to r ia c a la m ito s a , el e s tr é ­
p ito d e 1 7 0 9 y d e 1 7 1 1 fu e c o n s id e r a d o n o ta b le e n r e la c ió n c o n la

117
118 E L PAN SALVAJE

lle g a d a d e lo s e jé r c it o s e x t r a n je r o s |...| c o n la c é le b r e in u n d a c ió n de
t o d o s su s c a m p o s o , fin a lm e n t e , r e s p e c to d e d iv e rs o s in c e n d io s f a ­
m o s o s o c u r r id o s en lo s ú ltim o s a ñ o s ” .' A v e c e s , la “ p ie d ra se p u l­
c r a l ” d e la B e a ta n o se c o n f o r m a b a c o n h a c e r e l “ h a b itu a l e s t r e p ito ”
y, c o m o su c e d ió e n 1 5 0 4 y e n 1 5 0 5 , “ c a m b ió d u r a n t e c ie r t o tie m p o
d e c o l o r y se v o lv ió r o ja y d e s t iló p o r t o d a s p a r te s a b u n d a n t ís im o
lic o r ” .2
E n la Vita d e e sta g lo r io s a s a n ta d e E s te (t a m b ié n r e c o r d a d a p o r
L u d o v ic o A r io s t o ), r e im p re s a e n F e r r a r a e n 1 7 7 7 , lo s m e n s a je s s o ­
n o r o s d e la v irg e n b e n e d ic t in a s o n c u id a d o s a m e n t e s e le c io n a d o s e
in te rp r e ta d o s .

Este estrépito siempre se hace oír de varios modos, según la grave­


dad de los hechos por él prenunciados. En algunas ocasiones es en­
tendido por todas las monjas; en otras, por muchas, y algunas veces
por pocas religiosas cuyas habitaciones se hallan cerca del altar. La
que está a la vista de dicho altar cuando hace ruido, ve que la piedra
se mueve y tiembla como por un terremoto, y las que ven u oyen es­
to no experimentan temor sino un júbilo repentino acompañado de
cierto estupor, y entonces comprenden que se trata del estrépito he­
cho por la Santa, y no de cosa accidental o casual que produce el
temblor: y si fuera otra cosa, como suele darse de golpe, a todas por
cierto las asustaría.
Por más que no se sepa realmente cuál puede ser el hecho que ella
predice con tal rumor, sin embargo, de acuerdo con la diversidad de
los modos de golpear, y de acuerdo con la antigua práctica y con la
tradición de las monjas, se suele conjeturar sin posibilidad de enga­
ño. Si el accidente es mortal para la familia de Este, o si está por su­
ceder una mortandad grande en la ciudad o en el monasterio, y
especialmente si el golpe ha de tocar a alguna superiora, el estrépito
es como un derrumbamiento de piedras, al modo de un carro que,
cargado de ellas, al final de la carrera las tirara al suelo. Si después
se quiere avisar de alguna alegría común, a la familia o al monaste-

' Anónimo, Vita della Beata Beatrice secunda d ’Este fondatrice dell'insigne
monastero di S. Antonio in Ferrara della regola di S. Benedetto, Edi/.ione novis-
sima, Ferrara, G. Rinaldi, 1777, p. 125. Se trata de una reimpresión con algu­
nas modificaciones y agregados de la Vita escrita por Girolamo R.uuffaldi, el
conocido arcipreste de Cento, publicada en Venecia en 1723.
* Ibíd., p. 124.
EL T IEM PO DE N O C H E 119

rio, se oye como una impetuosa descarga de artillería que tiembla en


el aíre por rodo el monasterio; y si finalmente la desgracia anuncia­
da no es de muerte, sólo se oyen un retumbar y una conmoción que
hacen temblar la tierra como un carro que corre, pero al final no su­
cede el otro estrépito semejante al derrumbe de las piedras. Todo su­
cede en las ocasiones más señaladas. A veces, mucho tiempo antes, y
a menudo lo repite; en otras ocasiones, sólo tres o cuatro días antes
por una sola vez; y finalmente, en alguna otra oportunidad se ha he­
cho oír sólo en la víspera del acontecimiento, ya de día, ya de noche,
pero más a menudo en las horas de maitines, de nonas, de comple­
ta s ...'

R e lo j fú n e b r e , se ñ a l d el t ie m p o d e m u e r te e r a , e n c a m b io , el a r c a de
m a d e ra d e la B e a ta E u s to c h ia c u s to d ia d a en el m o n a s t e r io d e M o n ­
te V e r g in e en M e s s in a , e n e l c u a l, c o m o a d v e r tía M o n g it o r e {Dellu
Sicilia ricercata tielle cose p iú m em orabili , 1 7 4 2 ) , “ c u a n d o e stá c e r ­
c a d e la m u e r te a lg u n a m o n ja d e l lu g ar, se o y e g o lp e a r a l a r c a e n q u e
está e n c e r r a d a la B e a t a , a v is a n d o e l h e c h o c o n a n t ic ip a c ió n ; y n o ha
h a b id o n in g u n a q u e m u rie r a e n a q u e l m o n a s t e r io y n o h u b ie ra o íd o
el r e tu m b a r, y q u e n o a p r o v e c h a r a p a r a a p r e s t a r s e a la m u e r te ” .
B a sta b a un fa n ta s m a , u n a su p u e sta a p a r ic ió n e s p e c tr a l, p ara
a r r o ja r a u n a ciu d a d a l d e s o r d e n y a l m ie d o . P o d ía s u c e d e r q u e , n o
e n u n a p e r d id a a ld e a d el A p e n in o , s in o e n u n a c iu d a d d u c a l d e la lla ­
n u r a , e n M ó d e n a ; n o e n lo s s ig lo s “ b á r b a r o s ” d e la “ o s c u r a ” E d ad
M e d ia s in o e n el m o d e r n o s ig lo x v ill, y a e n c a m in o a l p r e ilu m in is-
m o , el m ie d o a un e s p e c tr o , p u e s to e n m o v im ie n to p o r o tr a m á s o s ­
c u ra a n g u s tia , p r o v o c a r a u n tr a u m a c o le c t iv o : ta n in te n s a e ra la
p o te n c ia d e la im a g in a c ió n .
L o s e sp íritu s, íg n e o s, a c u á tic o s , te rr e n o s , s u b te rr á n e o s , se o cu lta b a n
p o r to d o s la d o s: a lg u n o s de e llo s “ im p id en el trá n s ito a la co m id a y al
a lim e n to , o tr o s a lte ra n lo s h u m o r e s del c u e rp o c o m o lo s e sp íritu s íg­
n e o s q u e in fe cta n la sa n g re , lo s a é re o s la c ó le r a , lo s te rr e n o s la flem a,
lo s su b te rr á n e o s la m e la n c o lía , y a sí c o n su c o n tin u a d is co rd ia p ro v o ­
ca n d o lo r e s d e c a b e z a , d e sfa lle cim ie n to s del e s tó m a g o , c o n tr a c c ió n de
n e rv io s, te m b lo re s , a h o g o s , a r d o r e s d e r iñ o n e s, fie b re s, c a t a r r o s , p e sti­
le n c ia s y o tr o s m a le s s e m e ja n te s ” . E sp íritu s “ jo v ia le s ” , “ m e r c u r ia le s” ,
“ s a tu r n in o s ” , “ n o c tu r n o s ” , “ m e r id ia n o s” , s a b ía n “ d ó n d e se o c u lta b a n

Ibíd., pp. 119-121.


120 F.L PAN SALVAJE

las riq u e z a s, lo s te s o r o s , lo s lib ro s y cu a lq u ie r o tr a c o s a e s c o n d id a ” .


C o n “ v is io n e s , e n g a ñ o s , e s p e c tr o s y s u s t o s ” la s a p a r ic io n e s d e “ f a n ­
t a s m a s ” , “ a r m a to s t e s ” , “ m a d e r a s ” , “ e sp íritu s m a lig n o s ” d a b a n “ una
g ran in c o m o d id a d a la vida h u m a n a ” .
E u r in o m o , p r ín c ip e d e lo s e s p e c tr o s , “ a r m a d o d e la r g o s y a g u d o s
d ie n te s , d e c u e r p o lív id o y p ú tr id o c o m o el d e u n m u e r to , v e s tid o
c o n p iel d e z o r r o ” , “ a c o s t u m b r a b a a lim e n ta r s e d e c a r n e d e c a d á v e ­
r e s , y c o n ta l v o r a c id a d y g u la q u e d e v o r a la c a r n e y lo s h u e s o s de
u n a v e z ” . A p o r ta d o r e s d e “ n u e v o s m a le s ” , e r a n t a m b ié n “ in d ic io s
d e p e s tile n c ia s , d e r u in a s y d e to d a c a la m ito s a a d v e r s id a d ” , c o m o
lo s te rr e m o to s p r o v o c a d o s p o r lo s d u e n d es su b te r r á n e o s . E s to s seres
m a lv a d o s, “ tre m e n d o s e sp ír itu s d e la m u e rte y ru in a d e lo s h o m b r e s ” ,
a m e n u d o to m a b a n la fo rm a d e p e rro s n e g ro s, d e lo b o s , de m o n je s , de
v iejas.

En Parma hay una familia de muy nobles Torelli, que son señores de
un castillo, en el cual, debajo de una chimenea ya desde hace ciento
y mas años, se suele ver uno de estos espíritus en forma de una ho­
rrible vieja: y cada vez que este espectro aparece, alguno de los
miembros de dicha familia de los Torelli muere.'

“ E sp íritu s te n e b ro s o s |...| d e n o c h e h a c e n e stré p ito s p o r las c a s a s , p o r


lo s c e m e n te r io s de las ig le sias y p o r o tr o s lu g a re s d o n d e h ay an sid o s e ­
p u lta d o s o b ien a se s in a d o s h o m b r e s , y se e n c u e n tre n c a d á v e re s ” .
“ C u a n d o en g e n e ra l el m u n d o e s tá c u b ie r to d e t in ie b la s ” , lo s e s ­
p íritu s su e le n “ h a c e r e s t r é p ito s p o r la s c a s a s e n el s ile n c io d e la n o ­
c h e ” . D ic h o s e s p ír itu s p o d ía n t r a n s f o r m a r e n e s ta tu a s d e sa l lo s
c u e rp o s d e a n im a le s y d e h o m b r e s m u e r to s p o r e llo s m is m o s.
E n P a d u a - n a r r a b a F in c e lio , e l m é d ic o a le m á n e s tu d io s o d e la s
p e s te s , r e c o le c to r d e Wunderzeichen ( 1 5 5 6 ) y d e p ro d ig ia - fu e a p r e ­
s a d o u n “ lic á n tr o p o c o n fo r m a d e lo b o a l q u e se le c o r t a r o n lo s p ies
( . . . ) y d e in m e d ia to se c o n v ir t ió e n h o m b r e sin m a n o s y sin p ie s , c o n
g r a n d ís im o t e r r o r d e lo s o b s e r v a d o r e s ” . ’

* Palagio de gl'incanti..., o b. cit., p. 2 7 5 .


‘ Ibíd., p. 4 04. Véase S. Battaglia, II m ito d el licántropo nel “ Bhsclavret " di
Mana di Francia , en La coscienza letteraria del M edioevo , Ñapóles, Liguori,
1 9 6 5 , pp . 3 6 1 -3 8 9 .
E L T IE M P O DF. N O C H E 121

En el presente año 1713 hemos visto con nuestros propios ojos en


nuestra dudad los ruidos, los temores y las sangrías provocados por
la voz difundida de que en las noches aparecía un fantasma por la
comarca. Oh, muchos lo vieron, pero a ellos se lo hizo ver sólo la an­
terior Aprensión y Temor, que es una laboriosa pintora, especialmen­
te en tiempo de noche."

El “ tiem po de n o c h e " trazab a un lím ite im p alpable pero clarísim o


entre tiem po ap olín eo , virtu oso , lu m in o so, a ctiv o , y tiem po dem oni-
zado, vivido b a jo la bandera de la divinidad de la n o ch e, del desor­
den y del dios p ro tecto r de los ladron es, M ercu rio .

Se cuidarán de salir de noche (amonestaba con aprensión Sabba Cas-


tiglione, en sus R ic o rd i o v e r o a m m a e str a m e n ti (1 5 5 4 )] sino por
necesidad extrema, en primer lugar a causa de los escándalos, incon­
venientes y peligros que continuamente se derivan; después, por las va­
rias y diversas enfermedades que suelen generarse del aire nocturno en
los cuerpos humanos (...) Por cierto que salir de noche sin necesidad
no es otra cosa que perturbar el orden de la naturaleza.

El reino n o ctu rn o pertenecía a d elincuentes, m alvivientes y m alan ­


dantes, a las equ ívocas presencias que las tin ieblas cu b rían en su
profundo a n o n im ato sin ro stro , a los fan tasm as, a las som bras de los
m uertos que retorn aban entre los vivos, a los ín cu b o s, los duendes,
las bru jas que se deslizaban silenciosas ch upan d o la sangre de los ni­
ños o q ue, a cab allo de escob as y de h o rca s, se iban al sabba

q u a ed a m m ulierculae m servientes Satban ae dem ottum illusionibus


sedu ctae credunt et profiten tu r n octu m is horis cum D iana pagano-
rum d e a i/el Venere in m agna m ulierum m ultttndinem eqm tare et alia
nepban da agere /.../ párvulos a lacte m atris avellere, assare et conte-
dere; d o m o s p er cam inos sen fenestras intrare, et habitantes variis
m odis niequ itare...'

‘ Muratori, Li tre goverm ..., ob. cit., p. 90.


Martmo d’Arles, Tractatus d e superstitionibus, contra m aleficia seu sortíle­
g a i¡uae hodie vigent in o rbe terrarum, Roma, npud Vincentium Luchinum,
1559, hoja 5, anverso.
122 EL PAN SALVAJE

|Creen y declaran que algunas mujercitas servidoras de Satanás, se­


ducidas por ilusiones de los demonios, cabalgan con Diana, la diosa
de los paganos, o Venus en una gran multitud, y hacen otras cosas
nefastas... arrancan a los niños de la leche de sus madres, los asan y
los comen; entran en las casas por el camino o por la ventana, y de
diversos modos perturban a sus habitantes...]

E n la s t in ie b la s d e la s a ld e a s , a l b a ja r el s o l, se e le v a b a e l r e z o -e x o r ­
c is m o d e la m a d r e :

N e /.../ stn x nocturna p e r um bras


bauriat infantes, n ec ean t p er co m p ita larva.*

|Que las aves nocturnas no se lleven a los niños


a través de las sombras;
que los espectros no vayan por las plazas.]

F u rtiv a s, c ie r ta s m u je re s a n d a b a n “ d e sn u d a s d e n o c h e s o b r e lo s te ­
c h o s d e las ig le sias p a r a a llí d a r v u e lta la s t e ja s y v o lc a r las a lm a s de
lo s h o m b r e s ” .'' E n la v ís p e ra d el d o m in g o las c a m p e s in a s n o p e rm itía n
q u e “ n a d ie b e b a a g u a e n su c á n ta r o p o r a r r ib a o p o r a b a jo , d ic ie n d o
q u e si el ag u a es b e b id a d e e se m o d o , lo s m u e r to s v an a b e b e r de n o ­
c h e , y al e n c o n tr a r el a g u a a s í b e b id a , b la s fe m a n [ . . . ] E n el in v ie rn o ,
lo s s á b a d o s a la n o c h e la s m u je re s d e ja n el fu e g o e n c e n d id o p a r a q u e
lo s m u e r to s v a y a n , c o m o e lla s d ic e n , a c a le n ta r s e d e n o c h e ” ." 1
L o s c a m p e s in o s , d e la r g o s y s u a v e s p a s o s y o jo s d e g a to , p a lp a ­
b a n c a s i fís ic a m e n te lo s r itm o s , lo s f r a g m e n to s , la s b r iz n a s d e la s h o ­
ra s n o c t u r n a s , la s m e d ía n m ir a n d o la s e s tr e lla s c o n u n a s e n s ib ilid a d
ta n p r e c is a q u e h o y n o s p a r e c e r ía a s o m b r o s a .

" The Eclogues o f Baptista Mantuanus, introducción y notas por W. P. Mus-


tard, Baltimore, The Johns Hopkins Press, 1911, p. 105. Junto a la sangre de
murciélago, a las hierbas alucinógenas, a las “plantae soporiferae" (eleosclinum,
aconitum, frondes populnas, solanum somniferum...), al hollín, ingrediente fun­
damental en el unguento de las brujas era puerarum pmgucdo, la grasa de los niños.
Véase G. Aquilecchia, G. tí. Della Porta e l'lnqutsizione, en Scbede d i italiattis-
tica, Turín, Einaudi, 1876, p. 227.
* Prospero Domenico Maroni, D e superstitiosi in generale, en Decisiones pru-
dentiales casuum et quaesitorum conscientiae, Forlí, ex Typographia Fastorum
Eruditorum, 1702, p. 317.
10 Ibíd., p. 322.
E L T IE M P O D E N O C H E 123

D e s p u é s d el c r e p ú s c u lo v a g a b a n p o r lo s s e n d e r o s su m id o s en la
o s c u r id a d , v iv ie n d o c a s i u n a se g u n d a v id a , fin a lm e n te lib re s de to d o
c o n t r o l, y c o n el r e f le jo de la lin te rn a e c h a b a n a lo s n o c tá m b u lo s ,
r e a liz a n d o u n a a c tiv id a d q u e le s e s t a b a p r o h ib id a . El a u t o r a n ó n im o
del D e natura rusticorum h a b la de e llo s c o m o d e a n im a le s n o c t u r ­
n o s, h ijo s d el d e m o n io , “ d r a c o n e s m a le d ic ti” , m ó v ile s c o m o p á ja r o s
en su s a p o s t a m ie n t o s ,

Vagabundi sunt ut aves

m o v ié n d o s e en las tin ie b la s y ja d e a n d o m ó r b id a m e n t e c o n su s c a ­
p a s, c o m o b ú h o s q u e r e v o lo t e a n ,

N octe vadtint ut bubones.

A lc a n z a b a n r e c in to s s e c r e t o s p a r a a b a n d o n a r s e a ludí y saltationes
p r o h ib id a s : “ Se e n c u e n tr a n en c o r r illo s d is o lu to s y ju e g o s p r o h ib i­
d o s ” , d e c ía n lo s a n a t e m a s d e lo s s a c e r d o te s , o b s e s io n a d o s p o r el
fa n ta s m a d e la o rg ía a g r a r ia , el d e m ó n ic o s a b b a (“ lo s c o r r illo s d is o ­
lu to s ” ) y p o r su v a r ia n te lu n a r c o n fia d a a l c e t r o d e la S e ñ o r a d e la
N o ch e.
L a p r o m is c u a o r g ía n o c t u r n a , la in f o r m e y v e n é r e a c a r n ic e r ía , se
p r o lo n g ó , se g ú n p a r e c e , h a s ta el c o r a z ó n d e la e d a d m o d e r n a : el h u ­
m a n ista F r a n c e s c o P a n filo d a S a n s e v e r in o r e c o n s tr u y e e n m e tr o h e ­
ro ic o el c o n g r e s o n o c t u r n o (el sacrum p a g a n o ) q u e su c e d ía en lo s
r in c o n e s d e la s g r u ta s d el a n t ig u o M a s s a c c io ( C u p r a m o n t a n a ).

Curritur in Venereni (stupra nefan da) D eam ,


D epositis vivunt b ic baccba n a lia sacn s /.../
Itur in antra donius p e r anuca silentia n o ctis..."

|Realizan perversos estupros en nombre de la diosa Venus,


habiendo allí ofrecido sus objetos sagrados hacen sus bacanales...
acuden a los antros de la noche, amiga del silencio.)

Francisci Pamphili praesrantissimi poetae sanctoseverinatis, Picenum...


Maccrata, Sebastianus Martellinus, 1575, p. 47.
124 EL PAN SALVAJE

T a m b ié n e n lo s Citique canti, d e A r io s t o , p e n e tra el s o p lo n o c tu r n o


d e c r u e n t o s s a c r if ic io s s ilv e s tre s : e n el s e c r e t o d e la s g ru ta s y e n la
“ s o m b r a o s c u r a ” d e la se lv a , e n el b o s q u e d e “ e s p a n to p le n o ” , d o n ­
d e “ d e s e n fre n a d o s e s p ír itu s e in te m p e s tiv a / r e lig ió n a q u í d o m in io
t e n ía n ” ,

de sangre humana a Dioses no conocidos


se hacían impíos sacrificios y votos.

E n el r e in o d e M e d e a , S e ñ o r a d e la s h ie r b a s ( " p o r m e d io d e h ie r b a s
y d e e n c a n ta m ie n to s / d e la s H a d a s u n a e in m o r ta l e s t a b a h e c h a ” ),
seis d ía s de c a d a d ie z se r e p e tía el a n t ig u o r itu a l d e la o r g ía p r o p i­
c ia t o r ia d e fe r tilid a d y d e fe c u n d id a d . L a it á lic a M e lu s in a , la m u je r
s e r p ie n te d e la s le y e n d a s y d e la s c a n c io n e s p o p u la r e s q u e h a b la b a n
de ig u a n a s , d e aigu an e , d e “ a g u je r o d e la s an gu an e ” (la b o c a de u n a
d e la s g r u ta s h a b ita d a s p o r e s ta s h a d a s o n in fa s ), el h a d a - b r u ja q u e
c a d a s ie te d ía s t o m a b a la fo r m a d e s e r p ie n te (a n im a l c t ó n ic o p o r e x ­
c e le n c ia , g u a r d iá n d e lo s t e s o r o s e s c o n d id o s en el o s c u r o fo n d o d e la
t ie r r a ), c u s to d ia y s a c e r d o tis a d el á r b o l d e la v id a (t a n t o e n F e rr a ra
c o m o e n P a r m a , la im a g e n d el arb o r vitae d e fe n d id o p o r el d ra g ó n
e stá g u a rd a d a en lo s lu g a r e s m á s s a g r a d o s ), es la g ra n d ir e c to r a del
s a c r o r ito d e la fe c u n d id a d

Terminada la oración, hacían dos grupos,


de un lado uno, del otro, el otro sexo;
entonces, apagadas las luces, en carreras y en vuelos
llegaban al abominable encuentro;
y mezclarse las madres con los hijos,
y con las hermanas los hermanos a menudo sucedía:
y aquella usanza, que se inició entonces,
e n tr e lo s b o h e m io s p a r e c e q u e to d a v ía d u r a .

P o r o tr o la d o , lo s a p o lo g is t a s o r t o d o x o s a m e n u d o a tr ib u ía n rito s
o b s c e n o s y re p u g n a n te s a s e c ta s riv a le s. M ic h e le P s e llo , en el c u a r t o
c a p ítu lo del D e daem om on o p eratio n e,1 r e p ro c h a a lo s e u t iq u ia n o s *
lo s b a n q u e te s r itu a le s b a s a d o s en e x c r e m e n to s . S e g ú n F la v io B io n d o ,

u Migue, Patrología graeca, v ol. CXXII, c o l. 8 2 7 .


* Futiquiano: de Eutiques, heresiarca griega del siglo IV (n. del t.).
E L T IEM PO D E N O C H E 125

la se c ta de lo s Fraticelli d e las M a r c a s a c o s t u m b r a b a re u n ir se d e n o ­
ch e e n c ie r t a s c a v e r n a s o c u lt a s d e la r e g ió n de F a b r ia n o p a r a a b a n ­
d o n a rs e a m u y lic e n c io s a s e in c e s tu o s a s u n io n e s , c u y o s fr u to s , lo s
n iñ o s n a c id o s del in fa m e a c t o , e r a n a s a d o s y p u lv e riz a d o s :

se reúnen todos estos sacerdotes y los asan en las brasas, y hecho


polvo de ellos, los ponen en un vaso con vino, del cual hacen beber
después a los novicios de estos pérfidos sacrificios.1'

C o n tr a lo s g n ó s tic o s se f o r m u la b a n a c u s a c io n e s s e m e ja n te s , d e a c u e r ­
d o c o n un e s te r e o tip o fu n d a m e n ta lm e n te id é n tic o , y d is tin to s ó lo en
lo s d e ta lle s. R e s u lta e je m p la r u n p a s a je d e G a u d e n z io M e r u la , d o n d e
a tra v é s d el filtr o d e F la v io B io n d o , r e a p a re c e la a n tig u a a c u s a c ió n .

Y después de haber hecho ciertos sacrificios, apagando las luces, se


unen carnalmente juntos, algunos con la madre, algunos con la her­
mana o con la hija, sin respetar o sin hacer diferencias de consangui­
nidad o de parentesco. Luego, al final de los nueve meses, ellos
retornan con las estupradas mujeres al mismo lugar y, tomando a los
hijos paridos, los hieren en distintas partes dei cuerpo y de la sangre,
que les sale por varios lados, llenan con ella algunas garrafas y que­
man juntos los cuerpos de los niños, y tomando las cenizas de esos
cuerpos quemados, las mezclan con la sangre y hacen ciertos boca­
dillos y los llevan ocultos a todos los lugares adonde va n ...14

B r u je r ía d ia b ó lic o - c r i m in a l, r ito s h e r é tic o s , o r g ía s de fe r tilid a d ,


“ c o n g r e g a c io n e s ” d e b r u ja s y d e b r u jo s se c o n fu n d e n , c o m o e n un
c o m p lic a d o p a lim p s e s to o en la s m ú ltip le s e s t r a t ific a c io n e s g e o ló g i­
c a s d e u n a r o c a , e n u n e s t e r e o tip o ic o n o g r á fic o d o n d e el a q u e la r r e ,
el s a b b a , la c a b a lg a t a in f e r n a l y lo s ju e g o s d e D ia n a se c o n s u m e n t o ­
d o s - p a r a u s a r u n top os lit e r a r io c o m ú n a m u c h a s v o c e s - “ in te m -

" Roma ristaurata, et Italia illustrata, di Biondo da Forlí, tradotte in buona


lingua volgare per Lucio Fauno, Vcnecia, M. Tramezzino, 1548, hoja 126, an­
verso-reverso. Sobre el topos de la ingestión de niños sacrificados, véase N.
Cohn, II m ito di Satana e degli uotnim al suo servizio, en La stregoneria. Con-
fessioni c accuse ncll'analisi di ston ci e antropologi, a cargo de M. Douglas, Tu­
rín, Finaudi, 1980, pp. 41 y ss.
"G . Merula, Nuova selva di varia lettione, Vcnecia, Valvassori, 1559, p. 35.
126 E L PAN SALVAJE

p e s ta e n o c tis s il e n tio ” [e n el s ile n c io d e la n o c h e a v a n z a d a ]. N o c t u r ­


n o , p r e c e d id o p o r el s o n id o q u e jo s o d e lo s c u e r n o s , e ra el ch arivari*
q u e , en la s v ís p e ra s d e S. M a r t in o , c o n m o v ía la s n e b lin o s a s a ld e a s
d e la b a ja R o m a ñ a p a r a la “ fie s ta d e lo s c a b r í o s ” .
L a n o c h e , viv id a c o m o t ie m p o d e a n g u s tia , se p e r c ib ía e n e s tr ic ta
c o n t r a p o s ic ió n c o n la jo r n a d a s o la r , u n a e sp e c ie d e d ía a l ’enuers\ un
t ie m p o c r im in a l q u e se d e s b o r d a b a d e t o d o e s t a t u to , a l c u a l te n ía en
c u e n ta la ju r is p r u d e n c ia d e la E d a d M e d ia o el s ig lo XVIII p a r a a u ­
m e n t a r lo s r e a to s p o r p e c a d o s c o m e t id o s d e sp u é s d e la c a íd a d el s o l:
“ n o e s p a r a n a d a c a s u a l q u e la le g is la c ió n m e d ie v a l c a s tig a r a c o n
fu e rz a e x tr a o r d in a r ia lo s c r ím e n e s c o m e t id o s d u r a n te la n o c h e ” . 1’
P a r a la stercoratio n o c t u r n a d e lo s m u r o s y d e la s p u e r ta s , lo s e s t a ­
t u t o s d e la F e r r a r a d e 1 5 6 7 a d e la n t a b a n se v e ra s p e n a s .
El M ie d o e ra h ijo d e la n o c h e y del m u n d o de lo s m u e r to s ( “ M e -
tu s N o c t is e t E r e b i F iliu s ” e s c r ib ía el ju r is c o n s u lto P o lid o r o R ip a ) , y
ta m b ié n el E n g a ñ o ( “ D o liu s N o c t is F iliu s ” ) h a b ía s a lid o d e su s e n o .
A u n el F ra u d e e ra p a r to d e la n o c h e ( “ F r a u s N o c t is F ilia ” ), a s í c o ­
m o la P o b r e z a , la M is e r ia , el H a m b r e , la E n f e r m e d a d , la P a lid e z ...
El Tractatus de nocturno tem pore lh e ra u n o d e lo s t a n to s s ig n o s d e
la a t e n c ió n q u e u n a c u ltu r a s u rg id a d e u n p a ís d e s o m b r a s y d e
a p r e n s io n e s n o c tu r n a s d ir ig ía a l r e v e rs o del d ía , u n a c o m p le ja c e r t i­
fic a c ió n d e la in flu e n c ia d e las m ito lo g ía s f o lc ló r ic a s y, a la vez, del
im a g in a r io e r u d ito s o b r e la ju ris p ru d e n c ia y su s f a n ta s m a s d o c t r in a ­
le s , p r o fu n d a m e n te c o n t a g ia d a p o r r itu a le s m á g ic o -b r u je s c o s y p o r
le y e n d a s p o p u la r e s , t a n t o c o m o p a r a h a c e r la p a r e c e r m á s c e r c a n a a
u n a o s c u r a c ie n c ia d e lo s s u e ñ o s q u e a u n a n o r m a tiv a s o c ia l.
A t o d o e s te t e n e b r o s o m u n d o e s p e c tr a l v o m it a d o p o r el v ie n tr e
v is c o s o y o s c u r o d e la n o c h e , el b r u jo d e D io s , el m a g o d iv in o , im ­
p o n ía la r e s ta u r a c ió n d el o rd e n p e r tu r b a d o . G r a n c a z a d o r d e e s p ír i­
tu s s a t á n ic o s , p e r fe c t o c o n o c e d o r d e su s e s t r a t e g ia s , ju e g o s y
h e c h ic e r ía s , él r e s ta b le c ía la s o b e r a n ía d el V e r b o a tra v é s d e l e n c a n ­
ta m ie n t o d e la p a la b r a , c o n la p o te n c ia d e la le ta n ía m á g ic a .
Al p r e s e n ta r el Com pendio dell'arte essorcistica, et possihilitá dalle

* Charivari: eran bandas juveniles ligadas al culto de los muertos, y que en­
tre sus actividades solían cantar serenatas burlescas (n. del t.).
” J. Le Cíoff, citado por J.-L. Goglin, Les miserables datts l ’Occident m edie­
val, París, F.ditions du Scuil, 1976, p. 204.
'* Pavía, P Bartoli y O. Bordoni, 1601, p. 314.
F.L T IEM PO D E N O C H E 127

tnirabili, et stu pen d e o p eration i delli dem oni, et de i m alefici ( B o ­


lo n ia , G io v a n n i R o s s i, 1 5 8 2 ) , o b r a d el fr a n c is c a n o v ia d a n é s G ir o -
la m o M e n g h i, G iu lio C e s a r e C r o c e c o m p o n e d o s s o n e t o s h a s ta
h o y d e s c o n o c id o s q u e a t e s t ig u a n t a n t o la p o p u la r id a d d e d ic h o
“ a r t e ” c o m o la la r g a p r e s e n c ia d e e s t e f a m o s o f la g e la d o r d e d e m o ­
n io s y d e e s p e c t r o s n o c t u r n o s e n B o lo n ia :

Tiembla el Abismo, y con dolores infinitos


Del Aqueronte las hijas y de la noche
Lloran con los negros espíritus, y de interrumpidas
Voces resuena la ciudad de Ditc.
Porque sus impías fuerzas al mal unidas
Caen muertas, golpeadas y rotas;
Y sombra ya no hay en las oscuras grutas,
Que pueda dar a los mortales ásperas heridas...

A p a r ic io n e s te r r o r íf ic a s , fa n ta s m a s , d u e n d e s , e n c a n ta m ie n to s y a lu c i­
n a c io n e s c o le c t iv a s d ila ta d a s p o r in c o n t r o la b le s r u id o s t u r b a b a n las
n o c h e s d e lo s h o m b r e s d e la e d a d “ m o d e r n a ” , ta n d ifíc ile s e in q u ie ­
ta s c o m o lo s d ía s ; e s tr e m e c im ie n to s y s u s to s q u e se a ñ a d ía n a l t e r r o r
de la p e s te , del h a m b r e y d e la g u e rra ( “ a b e llo , p e ste e t fa m e lib era
n o s D o m in e ” [lib é r a n o s , S e ñ o r , d e la g u e rr a , la p e ste y el h a m b re ]).
L o s e s p ír itu s d el m a l e r a n p a t r o n e s d e lo s e le m e n to s , á r b it r o s de
lo s e n ig m a s m e t e o r o ló g ic o s y c li m á ti c o s ; lo s d u e n d e s s u b te r r á n e o s
c o n s p ir a b a n c o n lo s t e r r e m o t o s p a r a a c r e c e n t a r la s a n g u s tia s h u m a ­
n a s . D e m o n io s , e s p e c tr o s y á n g e le s d e a m b u la b a n e n el c o r a z ó n de
la s t in ie b la s p o r la s c a lle s d e la s c iu d a d e s ( “ t o d o el p u e b lo - c u e n t a
S t r o z z i C i g o g n a - v e ía t o d a s la s n o c h e s c o n s u s p r o p io s o jo s u n o
de e s t o s e s p e c t r o s q u e , c o n u n á n g e l e n c i m a , ib a v a g a n d o p o r la
c iu d a d ” ) .17 L o s á n g e le s q u e b la n d ía n la s e s p a d a s e r a n a m e n a z a d o r a s
se ñ a le s d e c a la m id a d e s in m in e n te s . A lg u n a s p á g in a s d e P o m p e o V i-
zan i a b r e n u n m u e s tr a r io q u e , a u n q u e n o e stá c o m p le t o , r e s u lta m u y
r e p r e s e n ta tiv o d e lo s f la g e lo s n a tu r a le s y d e lo s t e m o r e s im a g in a r io s
q u e a t o r m e n t a b a n la e x is t e n c ia d e autrefois. E n u n a p á g in a d e la
c r ó n ic a b o lo ñ e s a r e fe rid a a l a ñ o 1 5 0 4 se r e g is tr a :

ya había comenzado una gran carestía [...] de modo tal que se oían
gritos y lamentos por todas partes. Además, los ciudadanos estaban

” Strozzi Cigogna, ob. cit., p. 275.


E L PAN SALVAJE

tristes porque a menudo veían algunos espantosos signos, que daban


indicios de dominante ruina, ya que soplaron tan fieros c impetuosos
vientos que destruyeron muchas casas y arrancaron árboles en gran
cantidad; y del mismo cielo bajaron tanta agua y tempestades acom-
panadas de tantos fulgores, truenos y rayos, que todos quedaban ató­
nitos. Apareció entonces algo maravilloso en los prados llamados de
Sala, a doce millas de Bolonia: en esos prados veíanse a mediodía des­
de lejos algunas sombras que, causadas por impresiones meteorológi­
cas, mostraban ser dieciocho o veinte hombres vestidos de color
blanco, rojo y negro, y parecía que estaban combatiendo entre ellos; y
cuando alguien, tratando de verlos en detalle, se les acercaba, no veía
cosa alguna; y a aquellos que se mantenían lejos, les parecía ver cómo
los que se habían acercado hablaban con los fantasmas, y los fantas­
mas aparecieron durante varios días, de modo que muchos ciudada­
nos curiosos fueron a verlos. En los mismos tiempos, ciertos frailes
recoletos que vivían en el convento de San Paolo llamado de la Obser­
vancia, ubicado en los Apeninos, a dos millas de la ciudad, referían
también que habían visto un Ángel sobre la ciudad de Bolonia ame­
nazando al pueblo con la espada en la mano. Y mientras los ciuda­
danos estaban llenos de confusión por estos hechos, Giovanni
Bentivogli se aprestaba a festejar.
En este año, en el mes de diciembre pareció que quería despuntar
la dulce primavera, pues hubo un tiempo tan placentero y un aire tan
suave que los árboles comenzaron a brotar y a producir sus floreci-
llas, y por todos lados se veían rosas, lirios, violetas y otras flores y
muchos frutos que al principio de la primavera suelen aparecer; pe­
ro de ellos se formaban muy poco buen juicio los hombres pruden­
tes, y hasta dudaban de que aquella insólita novedad no amenazara
alguna gran ruina. Y no fueron engañados para nada por su pensa­
miento, porque en el último día de ese año empezó de noche a
temblar la tierra y el temblor duró cerca de un cuarto de hora, pro­
vocando gran daño y ruina de casas en toda la ciudad, y los ciuda­
danos sintieron gran espanto; y estando asi cada uno atemorizado al
entrar el año 1505 y haciéndose más fuerte el terremoto, duró cua­
renta días, de modo que a cada hora se veían nuevas ruinas y agrie­
tamientos de iglesias, torres, palacios y, en suma, de casi todas las
casas de los ciudadanos, que tratando de escapar de la muerte [...)
vivían fuera de las casas, en los jardines y en los lugares descubier­
tos bajo las barracas, y los pabellones y muchos hasta en los odres
de vino (...)
EL T IE M P O D E N O C H E 129

Crecía también en este mismo tiempo la carestía de vida, y tanto


que muchos hombres pobres, al no encontrar con qué sustentarse,
morían de hambre, y cuando a veces algún panadero hacía pan pa­
ra venderlo, era necesario que los magistrados recurrieran a gente ar­
mada que lo defendiera, porque de otro modo hubiera sido
saqueado por el pueblo hambriento. También los campesinos, que
padecían la misma hambre, estaban obligados a comer las raíces de
las hierbas y otras cosas peores para alimentarse [...] Y cuando en el
mes de junio empezaron a madurar los granos, también empezó a
disminuir la escasez; y finalmente, al hacerse una buenísima cosecha,
hubo abundancia de todas las cosas. Pero, como en esc tiempo fue
descubierta la peste en muchas ciudades de Italia y al final también
en Bolonia, los ciudadanos no podían vivir sin grandes molestias,
por este hecho, y también por otra enfermedad llamada mal mazzuc-
co [...) De dicha enfermedad, además de gran cantidad de hombres
del pueblo, murieron dieciséis médicos, todos señores...1*

L o b o s h o m ic id a s e n el in v ie r n o , e n el v e r a n o o la s d e m o s q u ito s , de
m o s c a s , d e p u lg a s (d if u s o r a s d e la p e ste ) a t o r m e n t a b a n a lo s “ p o ­
b re s h o m b r e s ” d e lo s b u r g o s d e lo s A p e n in o s y d el F r iu li. P o r lo m e ­
n o s h a s ta el s ig lo XVIII, la im a g e n d el lo b o q u e d e g o lla b a n iñ o s y
a s e s in a b a h o m b r e s y o v e ja s fu e u n a p e s a d illa c o m ú n . E n e l F r iu li,
n u m e ro s o s preenti (e n c a n t a m ie n t o s ) so b r e v iv e n e n p r o c e s o s in q u is i­
to r ia le s a b ie r to s c o n t r a q u ie n e s b u s c a b a n u n a d e fe n s a m á g ic a a n te
e sta s b e s tia s y, e n g e n e r a l, a n t e la s fu e rz a s h o s tile s d e la in c o m p r e n ­
sib le n a t u r a le z a . L a p e ste a c e c h a b a s ie m p r e , ju n t o a l c ó le r a y la s fie ­
b res in te s tin a le s . L a m e d ic in a y la s p r á c t ic a s m á g ic a s - p o r e je m p lo ,
l«i r a íz d e e lé b o r o c o r t a d a y a p lic a d a a la s e x tr e m id a d e s d e lo s m ie m ­
b r o s - t r a t a b a n c o n fu s a m e n te d e a le ja r e n fe r m e d a d e s d e e tio lo g ía
d e s c o n o c id a . U n a p á g in a del m é d ic o S p in e lli e s c r ita e n 1 5 9 8 o fr e c e
un im p r e s io n a n te c u a d r o d e la d e s p ia d a d a d u re z a d e la v id a .

" Vizani, Diece libn delle historie della sua patria, ob. cit., pp. 452-455. Pa­
ra los ‘'síntomas de angustias colectivas”, véase B. Farolfi, Strutture agrarie e en-
si cittadina nel prim o Cm quecento bologrtese, Bolonia, Patrón, 1977, pp. 41 y
ss; Para los “signos” y los presagios proféticos, véase O. Niccoli, Profezie in
puzza. N ote sul profetism o p op olare nell'Italia del prim o Cm quecento, en
Quaderni storici", 1979, n. 4: Religioni delle classi popolari, a cargo de C.
Ginzburg, pp. 300-339.
130 EL PAN SALVAJE

Fori Julii (Cividale d el Friuli), hyertte tupi bestias relinquentes, ¡tueros,


bom inesque plurim os occiderunt; aestate calor et siccitas ntaxima, cu­
lices, pul ices et m uscae plurim ae erant, plurim aque arm enia ca p om a,
febres tertianae cum exhantem atibus et continuae invalescebant, quae
veuae sectioni levi aut purgatione, d iarrheaque colérica cito curabdn-
tur: calore vere et aestate augescente, feb res ardentiores, exhantem ata,
vermes, diarrbea et vomitus dderant, venae tdmen sectione restitue-
bantur. Pueri m orbillis et variolis coinquinati, licet sym ptom ata m ala
baberent, fere om ites salvabantur. Autumni p rincipio pestis cum feb re
sin ocha et putridd exoritur cum verm ibus et diarrhea exuberante: qui-
bus pulsas erant validi ínter initia, urinae aqu osae, capitis d o lo r maxi-
m us: dppdrentibus bubonibus, qui sem per m itiores fuerunt antracibus;
quibusdam ellebori radix in extrem itatibus infixd scissd prius carne
profuit: urinae tertia die, ut plurim um turbidae; qudrto m oriebantur
in fine pulsus obscu ri et debites, nec bezoar, nec armenus lapis profi-
cui fuere; m itior h a e c pestilentid ínter initia fuit, m ediocris et acerbior
im posterum grassabatur."

[En Cividale,* en invierno los lobos mataron a muchos otros anima­


les y a niños y hombres; en verano se sufría mucho calor y sequedad,
y había gran cantidad de mosquitos, pulgas y moscas, y atacaban las
fiebres tercianas y constantes que rápidamente eran curadas con una
pequeña incisión en la vena o una purga, y la diarrea colérica; con el
calor del verano que realmente aumentaba había fiebres más ardien­
tes, gusanos, diarrea y vómitos y no obstante se curaban con una in­
cisión en la vena. Casi todos los niños con diversas infecciones se
salvaban, aunque tuvieran muy malos síntomas. Al principios del
otoño aparecía la peste con fiebre pútrida, con gusanos y abundan­
te diarrea, la cual desde el comienzo produda orinas acuosas y terri­
ble dolor de cabeza: antiguamente era útil para algunos cortar una
raíz de eléboro y colocarla sobre la carne, en las extremidades. En el
tercer día la orina era muy turbia, en el cuarto día morían con pul­
saciones confusas y débiles, y no eran útiles ya ni el bezoar ni el
lapislázuli, y cuanto más suave era al principio esta peste, más peno­
sa era a medida que avanzaba].

* Cividale: primer ducado longobardo en Italia, que había sido fundado por
Julio César (N. del t.).
'* C itado por Moreali, Delle febbri maligne e contagióse..., ob. cit., p. 117.
EL T IEM PO D E N O C H E 131

E n tre b r e v e s p a r é n te s is d e r a r o s m o m e n to s d e t r a n q u ilid a d a n s io s a
y a s o m b r a d a , e n c u a n t o u n fla g e lo se a t e n u a b a o d e s a p a r e c ía , o tr o
a ú n m á s e s p a n to s o h a c ía p u n tu a lm e n te su e n t r a d a , e n un p e rv e rs o
a lte rn a r s e d e ilu s o r io s e s p e jis m o s d e q u ie tu d y d e s p ia d a d a s r á fa g a s
de h o r r ib le s c a la m id a d e s . L a p é r fid a régie d e m o n ía c a d e lo s a c o n t e ­
c im ie n to s h u m a n o s a g r e g a b a a la g r a n in tr ig a d el a z a r el p lu s d e la
c a t á s t r o fe s o c ia l c a s i p e r m a n e n te . A la s “ p e le a s , d is c u s io n e s , a s e s i­
n a t o s ” e n la s c iu d a d e s c o r r e s p o n d ía n c o m o e n u n e s p e jo la s “ c o n t i­
n u as m u e r te s , la s q u e m a s d e c a s a s , lo s e s t u p r o s , lo s r o b o s y o tr a s m il
su e rte s d e m a s a c r e s ” en la r e g ió n , a t o r m e n t a d a p o r lu c h a s y v e n g a n ­
zas s a n g r ie n t a s d e b a n d a s y c la n e s c a m p e s in o s , p o r “ m a lv a d o s m o r ­
t íf e r o s ” , p o r “ r u fia n e s ” , p o r “ a s e s in o s , la d r o n e s y b a n d id o s ” .2" La
douceur de vivre 21 del a n t ig u o ré g im e n e s un m ito g o z a d o s ó lo p o r
u n o s p o c o s a r is t ó c r a t a s p r iv ile g ia d o s , o p o r lo s “ t o n t o s d e la a ld e a ” ,
a fo r t u n a d a m e n t e t o c a d o s p o r el t r is te p r iv ile g io d e la d e m e n c ia , el
ú n ic o a c c e s ib le a lo s m is e ra b le s .

• V iz a n i, I due ulttmi libn delle historie della sita patria, o b . c i t . , p p . 8 1 -8 2 .


Difficulté d'étre et douceur de vivre,
’ V é a se E . L e R o y L a d u rie , e n P. W o lff
(e d .) Histoire du Languedoc, T o lo s a , P r i v a t , 1 9 6 7 , p p . 2 6 5 - 3 1 1.
I X . BA TA LLA S R IT U A L E S Y F U R O R E S P O P U L A R E S

C o n in v o lu n t a r ia p e r o p o r c ie r t o a m a r g a ir o n ía , m u c h o s ib a n d i­
c ie n d o y r e p itie n d o q u e el ú n ic o y v e r d a d e ro t e s o r o d e la p o b r e g e n ­
te, el thesaurus p auperu m , c o n s is t ía e n la c o n s e r v a c ió n d e la sa lu d .
M u c h o s p o b r e s , e n c a m b io , p r e fe r ía n la e n fe r m e d a d y la m u e r te a
u n a sa lu d q u e lo s h a b r ía o b lig a d o a v iv ir u n a vid a in s u fr ib le , a s o ­
p o rta r el in t o le r a b le t o r m e n t o d el h a m b r e . E n t o d o c a s o , el c u r s o de
las e n fe r m e d a d e s d e lo s c a m p e s in o s e ra m u y r á p id o : “ L a e n fe r m e ­
d ad d e lo s v illa n o s d u ra v e in tic u a t r o h o r a s : a la n o c h e el m é d ic o , a
la m a ñ a n a el S e ñ o r (e l V i á t i c o ) ” . T a n v e lo z , se v e , c o m o p a r a e n t r a r
en la t r is te “ s a b id u r ía ” d e l c a m p e s in o s ic ilia n o .
L a m edicina pauperum t r a t a b a d e a p lic a r te r a p ia s b a r a ta s , u s a n ­
do r e m e d io s p r e v e n tiv o s y c u r a t iv o s c u y a c o m p o s ic ió n n o re q u e ría
in g re d ie n te s r a r o s y c o s t o s o s . E l d o b le rie l m e d ic in a l lle v a b a , p o r un
la d o , a la c o m p lic a d a y c o s t o s ís im a t r ia c a d e lo s r ic o s , c o n s id e r a d a
p o r t e n t o s o r e m e d io p a r a c a s i t o d o s lo s m a le s , p a n a c e a u n iv e r s a l; y,
p o r o t r o la d o , a la “ t r ia c a d e lo s p o b r e s ” , c o m p u e s ta s ó lo d e h ie r ­
b a s . P a ra la g e n te d e “ e s t ó m a g o r o b u s t o y a c o s t u m b r a d a a lo s e s ­
fu e r z o s ” , c o m o lo s c a m p e s in o s y lo s c h a n g a r in e s , el g r a n p re v e n tiv o
de la s a lu d e ra el a jo , la “ t r ia c a d e lo s r ú s t ic o s ” , a p r o p ia d o p a r a g e n ­
te g ru e s a y m a t e r ia lis t a , s e le c c io n a d a a l r e v é s , d e la c u a l, se g ú n la
c ie n c ia d el t ie m p o , n o p o d ía n a c e r s in o u n a p r o g e n ie r ú s tic a y o b t u ­
sa , d a d o q u e “ n in g ú n h ijo n a c e q u e n o e x tr a ig a c a lid a d y t e m p e r a ­
m e n to d el a lim e n to q u e su s p a d r e s c o m ie r o n a n te s d e p r o c r e a r ” . D e
e ste s u p u e s to , q u e p a r e c e h a b e r e s t a d o m u y d ifu n d id o , d e riv a b a q u e

la carne de v aca, de novillo, de cerdo, el pan de grano r o jo , las ha­


bas, el q ueso, las aceitu n as, el vino tinto y o tras com idas gruesas fo r­
m an la sem illa gruesa y de m al tem peram en to: el h ijo que se generará
poseerá una gran fu erza, pero será fu rioso y de ingenio bestial. De
allí se da que entre los hom bres de aldea, resulta m ilagroso que uno
salga agudo de ingenio y ap to para las letras, especialm ente donde se

133
134 E L PAN SALVAJE

usan cumidas tan gruesas. Y por ello nacen tardos y groseros, a


causa de haber sido generados de tales alimentos. I.o contrario su­
cede en los ciudadanos cuyos hijos vemos que tienen más ingenio
y habilidad.'

P a r a s u e r t e d e lo s a ld e a n o s d e lla n u r a y d e lo s “ p e la g a t o s ” de
m o n t a ñ a , la m e d ic in a p o p u la r e r a m e n o s t ó x i c a y p r o b a b le m e n t e
m á s e fic a z q u e la d e lo s r i c o s . S in e m b a r g o , la m á s e fic a z d e la s t e ­
r a p ia s , la d ie t é tic a , e r a im p r a c t ic a b le t a n to p a r a u n o s c o m o p a r a
o t r o s . L o s p o b r e s d e la c iu d a d m u y a m e n u d o e s t a b a n o b lig a d o s a
in g e r ir a lim e n to s “ fé t id o s , p o d r id o s y a g u s a n a d o s [ . . . ] h a s ta d e r a ­
t o n e s , d e g u s a n o s , d e v íb o r a s o d e o t r o s a n im a le s r e p u g n a n te s y
a b o m i n a b l e s ” .2
E n c a m b io , lo s r ic o s , d e “ v ie n tre d ifíc il d e c o n t e n t a r ( . . . ) b e s tia
in s a c ia b l e ” p a r a c u y a s “ d e lic ia s ” e s n e c e s a r io q u e “ lo s c o c in e r o s se
g a s te n el c e r e b r o m á s c o n el e s tu d io q u e c o n el c a lo r del fu e g o , a fin
d e e s tim u la r el a p e t it o ” , se s u ic id a b a n e n la m e sa s e d u c id o s p o r el
“ e n c a n to o p r o b io s o " y p o r la s “ im p o s t u r a s ” d e la “ su til filo s o fía de
n u e s tr a g u la ” . ’ E l e x c e s o , p o r u n la d o ; la c a r e n c ia , p o r o tr o , tr a z a ­
b a n u n a s e p a r a c ió n in f r a n q u e a b le e n tr e sa lu d y e n fe r m e d a d : la s d ie ­
ta s m o n s tr u o s a m e n te h ip e r c a ló r ic a s (e n tr e s ie te y o c h o m il c a lo r ía s
d ia r ia s ) e ra n ta n m o r ta le s c o m o las d ie ta s g é lid a m e n te in c o n s is t e n ­
te s d e lo s p o b r e s , q u e n o lo g r a b a n a lc a n z a r el t e c h o m ín im o de m il
c a lo r ía s .
L a A b u n d a n c ia e ra la g ra n a u s e n te , y r a r o s e r a n lo s d ía s e n q u e
se p o d ía n e le v a r h im n o s p o r su r e t o r n o y p o r la d e r r o ta de la E s c a ­
se z : u n e je r c ic io ta m b ié n lit e r a r io , m o ld e a d o s o b r e el p o p u la r ís im o
e s q u e m a d el conflictus e n t r e C a r n a v a l y C u a r e s m a d o n d e , c o m o en
to d a s la s fo r m a s d e riv a d a s d e lo s r itu a le s f o lc ló r ic o s , e s ta b a n o s c u ­
r a m e n te p r e se n te s a r c a ic a s v a le n c ia s p r o t e c t o r a s . E n 1 5 9 7 , d esp u és
d e la b u e n a c o s e c h a e s tiv a l q u e p a r e c ió p o n e r fin a s ie te a ñ o s d e t r i­
b u la c io n e s , d u r a n te lo s c u a le s él m is m o fu e ra d u r a m e n te a fe c ta d o ,
G iu lio C e s a r e C r o c e e x a lta el r e t o r n o d e la a b u n d a n c ia a B o lo n ia ,
a la b a n d o al v ic e le g a d o O r a z io S p in o la p o r su d e c is iv a y v ic to r io s a

' G. Rosaccio, Fabrica universale deH'huomo sotto titoln di M ierosmo dichia-


rata..., Venecia, G, Imberti, 1627, pp. 45-46.
: Canali, La canta del prossim o..., ob. cit., It, p. 32.
‘ Ibíd., p. 42.
BATALLAS RITUALES Y FU RO RES POPULARES 135

in t e r v e n c ió n c o n t r a la s p e n u r ia s , d e la s c u a le s d ijo in ic ia lm e n t e :
“ la s p e n u r ia s p a s a d a s , q u e n o s ó lo h a n s a c u d id o el f o l l a je d e mi
d é b il p la n t a , s in o q u e h a n d e r r ib a d o á r b o l e s m á s s ó lid o s y n u d o ­
so s q u e e l m í o , d e s a r r a ig á n d o lo s d e sd e su s b a s e s ” . E n el c it a d o
d iá lo g o e n t r e A b u n d a n c ia y E s c a s e z , la in t e r v e n c ió n d e S p in o la se
d e s c r ib e c o m o fu n d a m e n t a l p a r a la s a lv a c ió n d e la c o m u n id a d , de
I 3 c u a l C r o c e se p r e s e n t a b a c o m o in t e r m e d ia r io y tr a n s m is o r , b a r ­
d o d e le g a d o a la e x p r e s i ó n d e la c o n c ie n c ia c o le c t iv a c iu d a d a n a .
F in a lm e n te v e n c e d o r a , la A b u n d a n c ia p u e d e h a c e r e s c u c h a r su v o z
v ib r a n te :

Crecer ha hecho el pan, al que tu insolencia


Había rebajado y disminuido tanto
Que apenas se veía su presencia;
Y si negro, mal cocido y peor fraguado
Fue ya, ahora han acordado los panaderos
Hacerlo bueno, blanco, grueso y bien envuelto;
Y abiertos han sido todos los graneros
Y lo que valía dieciseis vale ocho,
Que por el dolor se colgarán los avaros;
Ahora no se ve como en duelo
Expuesto en los mostradores, como antes.
Sino como nieve, blanco y bien cocido;
Las habas, que regían en alta cumbre,
Y que azúcar parecían a los artesanos,
Ahora poco más se aprecian o estiman;
Ahora, gracias a Dios, en estos llanos
Nieva la riqueza, y toda la campaña
Da cantidad inmensa de abundantes granos;
Así que Bolonia, gloriosa y magna
Será de nuevo en breve, y nunca más de hambre
Se oirá que alguien se queja o se lamenta:
Y tampoco se verá sobre la basura
A tantos miserables, afligidos y pálidos,
Envueltos en la paja o en el heno:
Serán en el futuro los hombres fuertes,
Fieros y robustos y serán vigorosos,
No débiles como antes o semimuertos;
Volverá a los rostros el buen color.
136 E L PAN SALVAJE

La fuerza en su lugar será repuesta,


Y en su estado el natural ca lo r...4

El cuadro, trazado por la A bundancia, corresponde a las octavas de


G irolam o A ccolti, a la Allegrezza de'poueri sop ra il cresrimento del
p an e ‘ ( “ De tritíceo tenem os tanta ab u n d an cia” ) y a 11 gran lamento
fatto da N icolotto Fornar da Pesara. Per non poter fare il pane picco-
lo e ñero com e prim a. Con ilgran dissim o pianto della Carestía nell’us-
cir di Bologna. N uevam ente com puesto por A lessandro de’M onti,*

Ahora que el pan fue hecho grueso,


Blanco y bello y aun bien cocido,
Sacadlo con el bizcocho,
Que no se pueden contentar.
Pobrecitos nosotros, los panaderos.
Pan escocés y de flor.
Con lo mejor de la harina,
De la noche a la mañana
Estamos obligados todos a hacer.., (hoja 1)
Tampoco cebada, y el moyuelo
no se vende, pero se tira... (hoja 2 , anverso)

Los p anaderos, ab o rrecid o s por los “ p o b re cito s” y a quienes todos


acu sab an de aprovechadores y h am breadores, frecuentem ente veían
que sus negocios eran asaltad o s por la m ultitu d, y saqu ead os; ju n to
a los usureros y a los recaudad ores de ga b ela s, eran los prim eros en
tener que rendir cuen tas a la fu ria popular, co m o en el ataqu e al h o r­
no de las C a ja s en agosto de 1 6 7 7 , en Bo lon ia:

Fue Taccon quien con seis muchachos


dio oscuridad al horno y asustó a la corte,
fue Tagliatclla quien abrió las puertas
del panadero y causó tanto estrépito.

4 II solennissimo trionfo deU'Abbondanza, per la sua fertilissima entrara ne­


lla Cittá di Bologna; il d i prim o d'Agosto 1597. Con l'atnaro pianto, che fá la
Carestía, nella dolorosa sua p ar tita, e n D i a l o g o , B o l o n i a , G i o . B a t t i s t a B e l l a g a m -
b a , 1 5 9 7 , h o ja s 5 , a n v e rs o y 6 , r e v e rs o .
' I m p r e s a e n R o m a y r e im p r e s a e n B o lo n ia p o r V itto r io B e n a c c i, 1 5 9 7 .
‘ B o lo n ia , V itto rio B e n a c c i, 1 6 0 3 .
BATALLAS RITUALES Y FU RO RES POPULARES 137

Fue Martarel quien con grandes excesos


desordenó, desvalijó con impía suerte
y al postillón le causó la muerre
tirando del balcón los colchones.
Bendito sea el Burgo de las Cajas
que a mujeres y niños les dio harina
sin peón que a casa la llevara.
Si tenía el tonelero más sólida ayuda
en el tonel echaba a montones
treinta o cuarenta cabríos cornudos.7

V e rso s a n ó n im o s , o b v ia m e n t e , n a c id o s s o b r e la o la d e l s a q u e o , m o ­
vid o s p o r u n a verve c a n a lle s c a y ja c t a n c i o s a , d e p e q u e ñ o épos p o ­
p u lar, c o n e s o s ju e g o s d e p a la b r a s in d ic a d o s p o r lo s s o b r e n o m b r e s
c o n q u e t o d o s lo s c o n o c í a n , “ T a g lia t e lla ” , “ M a t t a r e l ” (G h e r a r d o
T a c c o n i e ra u n t o n e le r o , “ r e t i r a d o ” d e sd e m e s e s a n t e s e n la b a s íli­
c a d e S . S t e f a n o , y ya c o n d e n a d o a l e x ilio ) : u n s o n e t o d ig n o d e T ir -
te o e le v a d o " e n c a li e n t e ” , e n p le n o ím p e tu d e la r e p e n tin a r e b e lió n
a z u z a d a p o r u n t o n e le r o , s o m e t id o a ju ic io , s o s p e c h o s o d e s o d o ­
m ía , e je m p lo ta m b ié n d e la " v a r i a n t e e n lo q u e c id a ” d el s o n e t o d e la
t r a d ic ió n c l á s i c a , u n s o n e t o -canaille r e in v e n t a d o e n fu n c ió n p r a g ­
m á t ic o -p o p u lis t a .
El fu r o r p o p u la r h a b ía e n t r a d o d e sd e t ie m p o a t r á s a lo s m u se o s
d e la lite r a tu r a r e a lis t a , ya c u a n d o é sta e x a m in a b a b a jo el a s p e c to de
lo s o f ic io s y d e la s p r o f e s io n e s el in m e n s o r e c e p tá c u lo d e la s a c t iv i­
d a d e s y d e la s p r e s e n c ia s h u m a n a s , y a c u a n d o se h a b ía e s p e c ia liz a ­
d o e n el a n á lis is tip o ló g ic o d e lo s d iv e rso s r o s t r o s d e la e s c a s e z . E n
ta n c o n c e n tr a d a a t m ó s fe r a d e t e n s io n e s s o c ia le s , d e m o tin e s y d e s a ­
qu eo s, n o puede a so m b ra r q u e G . B. S e g n i s a q u e a r a p o r su c u e n ta ,
co n d u reza, un a p á g in a d e G a r z o n i (p la g io s a ú n m á s e s p e c ta c u la r e s
se c o m e t e r ía n c o n d e se n v u e lta fr e c u e n c ia e n u n s ig lo e n el q u e la
p r o p ie d a d lit e r a r ia e ra u n a e x p r e s ió n d e s c o n o c id a ), u b ic á n d o la en
un e s c e n a r io “ v iv id o ” d e d e s o r d e n y d e fr a c t u r a s o c ia l , a u n q u e
a q u é lla p e r m a n e z c a e s e n c ia lm e n te c o m o u n exem plum , u n m o d e lo
r e t ó r ic o d el a b s t r a c t o te m a d e l fu r o r h u m a n o :

Permaneció como manuscrito, y ha reaparecido ahora gracias a las investi­


gaciones de L. Ferrante; fue publicado en el ensayo ya citado: “Tumulto di piú
persone per causa d el calo del p a n e ...” Saccheggi e repressione a Bologna (1671-
í 677), pp. 801-802, en nota.
138 EL PAN SALVAJE

Quien quiera ver ia miseria de la escase/ y el hambre presentes, fue­


ra de toda medida miserables, debería estar en ciertas ciudades y tie­
rras tiranizadas, donde las gabelas son más grandes que todo, y vería
cómo en almacenes y despachos el pan se pone negro como un car­
bón o duro como la piel de un asno, y de tal mezcla que (as avestru­
ces no lo padecerían, y tan pequeño que parece una bolita de
zaragatona, y tan caro que se auguran nnl males a quien es causa de
ello, y con tal gesto vendido que parece venir de la mano del verdu­
go, y ha sucedido a menudo que se necesitan palos, puñales y picas
para poder tenerlo, y es en tan escasa cantidad llevado afuera que las
pobres familias mueren de malestar y de hambre, maldiciendo a los
traidores, los usureros, los ricos tunantes y los asesinos recaudado­
res de gabelas que provocan una escasez tan cruel y tan inicua.
Escucharía gritar a todo el pueblo; a la plebe vería con razón en tu­
multo; a los pobrecitos, chillar en el aire; a los campesinos de los al­
rededores, exclamar a más no poder; a los hospitales, llenarse. Vería
las puertas de los ricos que se entonan con miserables voces, la pla­
za colmada de furores; los almacenes y despachos rodeados de gen­
te calamitosa e infeliz; gritando a la tierra y suspirando al aire,
gimiendo al cielo a causa de tantas penurias y de tan insoportable es­
casez. Escucharía acerca de tantos robos, de tantos ladronazgos, de
tantas destrucciones de graneros, de tantas vírgenes violadas por un
pedazo de pan, de tantos maridos que por un centavo se han hecho
infames voluntarios, hasta el punto de conocer realmente el dicho de
Regnicolo Foretano: “ En tiempos de gran escasez de pan, no hay me­
jor mercancía que la carne humana”. Lo que también quiso decir
Quintiliano (declam. 12) cuando decía N on habitan t sim ul p u d o r et
fam es.
Vería muchos homicidios de gente rica, tanto estrépito de armas
que todo temblaría. Las oficinas de impuestos están desvalijadas; los
almacenes, vaciados; los bancos, destruidos; los panaderos, apalea­
dos o expuestos en la picota, o sometidos al espectáculo público de
la cuerda, o colgados, llevados por pillos o glotones.'

' Segni, Trattato sopra la carestía e farne..., ob. cit., pp. 54-55.
X . “ M E D IC IN A P A U P E R U M ”

L a e s t r a t e g ia q u e e n el s ig lo X V II el p o d e r p o lític o a d o p tó p a r a p re ­
v e n ir la s tu m u ltu o s a s r e v u e lta s d e lo s h a r a p ie n t o s , d e lo s m e n d ig o s
* g o l p e a p u e r ta s ” , d e la “ c a n a lla q u e s ó lo c o m e y c a g a ” , d e lo s r o t o ­
so s “ q u e s ó lo n a c ie r o n p a r a t r a n s fo r m a r b o ca d o s/ e n s o r e t e s ” , p a r e ­
c id o s a “ p ú t r id o g u s a n o , o s ó r d id o c a r a c o l ” (d e s p u é s d e la “ a tro z
g u e rra d e lo s v illa n o s f . . . ] q u é su c e d e ría si a n o s o tr o s n o s to c a r a
g u e r r e a r c o n lo s m e n d ig o s ” , se p r e g u n ta b a B a ld a s s a r r e B o n ifa c io en
1 6 2 9 ) , p a r a im p e d ir lo s c ie g o s m o tin e s de lo s p o r d io s e r o s y “ la in ­
s o le n c ia d e t a n ta c a n a lla ” , se d e lin e a n ítid a m e n te a p a r tir d e la se ­
g u n d a m ita d d el s ig lo X V I: e x p u ls ió n , fu e ra d e la c iu d a d , d e lo s
m e n d ig o s d e la c a m p a ñ a , d e lo s c a m p e s in o s e m p u ja d o s p o r el h a m ­
b re a t r a s p o n e r la s m u ra lla s u r b a n a s y a b u s c a r a y u d a “ en la c iu d a d ,
d o n d e e s p e r a b a n e n c o n t r a r p o r lo m e n o s u n a lim e n to m á s h u m a n o ”
(M a n z o n i) e , in m e d ia ta m e n te d e sp u é s, in t e r n a c ió n d e lo s d e n o m in a ­
d o s pauperes agrestes en z o n a s c o n tr o la d a s . P a r a lo s p o b r e s d e c iu ­
d a d , h o s p ita liz a c ió n en m a s a e n h o sp ita le s g e n e ra le s y r e la n z a m ie n to
de la O b r a d e lo s M e n d ig o s , d e m o d o ta l q u e el e s p a c io u r b a n o re s u l­
ta s e n s ib le m e n te m o d ific a d o , c o n el n a c im ie n to de un a p e q u e ñ a c iu ­
dad de m is e ra b le s d e n tro d e la m is m a ciu d a d .
E s te a la r m a d o in te ré s d e la s c la s e s d ir ig e n te s y de la Ig le s ia , m a e s ­
tra ab an tiqu o d e la subventio p au peru m , d e u n a Ig le s ia q u e h a b ía
p u e s to e n la p o b r e z a el m á x im o d e c a p i ta l p ia d o s o y t e o ló g ic o , se
p e rfila - e n c u a n t o a B o l o n i a - e n u n a p á g in a r e fe r id a a l a ñ o 1 5 9 0
p e r te n e c ie n te a P o m p e o V iz a n i, e s c r it o r “ g e n tilh o m b r e ” , m u c h o
m ás c e r c a n o a lo s g ru p o s d ir ig e n te s q u e el c r o n is t a m o d e n é s S p a c c i-
ni y q u e , c o n v iv a y p a r tíc ip e a t e n c ió n , d e s c r ib ía el c a lv a r io d e las
c la s e s s u b a lt e r n a s :

El Distrito, descoso de proveer a las necesidades de los pobres, orde­


nó que los campesinos, que en gran cantidad concurrían a mendigar
por la ciudad, fueran enviados afuera; y que en distintos lugares de

139
140 EL PAN SALVAJE

la comarca elegidos al efecto todos los días se les dispensaran cuatro


onzas de arroz a cada uno |una ración aún más escasa que la que hoy
es frecuente en el sudeste asiático; realmente de hambre], para que
pudieran repararse del hambre hasta la llegada de la primavera; y
después hizo que los curas de las parroquias le dieran la lista de to­
dos los pobres más miserables de la ciudad y, reducidos a diez mil,
decidió sustentarlos con gran piedad durante ocho meses, es decir,
hasta la nueva cosecha; y por lo tanto, al haber hecho buena provi­
sión de trigo, habas y otras variadas suertes de legumbres, ordenó
que a todo el que mostrara una cierta medalla de cobre como con­
traseña, cada día se le proporcionaran cuatro panes con una mezcla
de un tercio de trigo y dos tercios de otro tipo de cebadas y de le­
gumbres |upan negro de plebeyo... de bribón y de campesino”, es­
cribía en aquellos años Garzoni]; y también ordenó que infinitos
pobrecitos, los cuales se hallaban enfermos y débiles a causa del
hambre y del malestar padecido, fueran recogidos y cuidados con
acrecentamiento de infinito número de camas, no sólo en los hospi­
tales donde ya antes se solía curar a los enfermos, sino en aquellos
elegidos para alojar a los peregrinos y en muchos otros que, al no
poderse cubrir las necesidades con los anteriores, fueron ordenados
entonces a esc solo efecto dentro y fuera de la ciudad.1

C u a n d o p o d ía n , lo s c a m p e s in o s e m ilia n o s h u ía n d e su s c a m p o s y
e m ig r a b a n a la s t ie r r a s m á s a llá d el P o , “ p o r q u e d ic e n q u e a l l í se h a ­
c e p a n g r u e s o ” . “ H a n p a r tid o c o n to d a s su s c o s a s y su s fa m ilia s y
h a n id o a e s ta b le c e r s e e n L o m b a r d ía y la m a y o r p a r te e n la re g ió n
d e P a v ía , a z a p a r en m a y o , p o r q u e d ic e n q u e d a n lo s ñ o q u is b ie n
h o r n e a d o s c o n e s p e c ia s y m a n t e c a , y m á s t o d a v ía q u e a su s v iñ e d o s
lo s a t a n c o n la s a lc h ic h a a m a r i l l a ..." / a n o t a b a c o n s a r c a s m o e ir o ­
n ía el c r o n is t a m o d e n é s T o m a s in o d e ’ B ia n c h i, q u e n o c r e ía e n el e s ­
p e jis m o d e la lo m b a r d a térra prom issionis , e n e l p a ís d e B e n g o d i, del
o t r o la d o del P o , en e l s u e ñ o d el “ p a n g r u e s o ” y d e lo s ñ o q u is b ie n
c o n d im e n ta d o s , a tr ib u ib le s n o se s a b e si a la im a g in a c ió n v is io n a r ia
d e lo s c a m p e s in o s h a m b r ie n to s , q u e lo s h a c e p a r tir e n b u s c a d el p a n -

1 Vizani, / due ultinti hbri delle historie della sua patria, ob. cit., pp. 138-
139.
1 Basini, L’uomo e d pane..., ob. cit., p. 14.
“ M ED ICINA PAUPERUM " 141

fa n ta s m a , o a l s a r c a s m o d el c r o n is t a c iu d a d a n o q u e ir o n iz a s o b r e la s
fa b u la c io n e s m a r a v illo s a s d e la p le b e d e s n u tr id a .
El s a r c a s m o d el c r o n is t a e s t a b a ju s t ific a d o . E l p a n y la p a z e ra n
b ie n r a r o s y d ifíc ile s p a r a t o d o s , y e n p a r tic u la r p a r a lo s m á s e x p u e s ­
to s , e n el c a m p o . L a s o la s d e fu g itiv o s p e r te n e c ía n a u n p a is a je h u ­
m a n o h a b itu a l, y, n a t u r a lm e n t e , ta m b ié n se e s c a p a b a n d e la p ro p ia
L o m b a r d ía . E n 1 4 8 3 , c o m o u n c a s o e n t r e t a n t o s , p a s a r o n p o r F lo ­
r e n c ia , d ir ig ié n d o s e h a c ia el su r, m ile s d e d e s b a n d a d o s .

Y en este tiempo, por miedo al hambre y a la gran guerra de Lom­


bardía, partían muchas familias. Pasaban por aquí muchas familias
e iban hacia Roma, de a cincuenta y ciento por vez, y entonces fue­
ron varios miles; y también hacia la Romaña pasaban muchos, y de
otros lugares. Se dice que fueron más de 30 mil personas.
Era una gran compasión ver pasar tanta pobreza, con un peque­
ño asno, con sus miserias de un caldero, una sartén y similar pobre­
za, de modo que hacían llorar a quien los veía descalzos y desnudos.'

La g u e r r a r e p a r t ía h a m b r e y m is e r ia c o n g r a n g e n e r o s id a d . M á s
a lia d e lo s A p e n in o s , un o b s e r v a d o r d e C e s e n a , m e n o s in c lin a d o a
la c o m p a s ió n q u e el p ío b o t i c a r i o f lo r e n tin o L u c a L a n d u c c i, s e ñ a ­
la b a q u e “ e s te a ñ o [ 1 4 8 3 J h u b o u n a e s c a s e z m u y g r a n d e en R o m a ­
ñ a y e n L o m b a r d ía p o r d ic h a s g u e r r a s . C e r c a d e 1 2 0 0 fa m ilia s
p a r tie r o n e s t e a ñ o d e L o m b a r d ía y se fu e r o n a la s M a r c a s ” .4 D u ­
r a n te el m is m o n e g r o a ñ o , G iu lia n o F a n ta g u z z i s e ñ a la b a e n su s
O cchurentie et N ove q u e “ p o r la e s c a s e z fu e r o n e x p u ls a d o s lo s f o ­
r a s t e r o s y lo s p o b r e s h o m b r e s d e R í m in i, C e s e n a , R a v e n a , F a e n z a
y C e r v ia , y m u c h o s se m u r ie r o n d e h a m b r e ” . 5 L a s d e fe n s a s in m u -
n it a r i a s d e la s a ld e a s y la s c iu d a d e s e x p e lía n d e l t e jid o s o c ia l a t o ­
d o s lo s e x t r a ñ o s , lo s n o in t e g r a d o s , lo s m a r g in a le s . V a g a b u n d o s y
“ p o b r e s h o m b r e s ” d e n u e v o e r a n e c h a d o s a l m a r g e n , d e sp u é s de
m u e r t o s : su s c a d á v e r e s e n c o n t r a b a n s e p u ltu r a fu e ra d e la c iu d a d ,
m á s a llá d e la s m u r a lla s .

Landucci, Diario florentino , ob. cit., p. 46.


' G. Fantaguzzi, Caos. Cronache cesenati del sec. XV pubbhcate ora per la pri­
ma í>olta di su i manoscritti con notizie e note. A cargo del doctor Dino Bazzoc-
cbi, Cesena, Tip. Bettini, 1 9 1 5 , p. 17.
Ibíd.
142 EL PAN SALVAJE

E l “ s o c o r r o a lim e n t a r io ” e n lo s tie m p o s “ d e m a y o r e s tre c h e z y


c a r e s t ía ” ,'' las “ m a t e r ia s a lim e n tic ia s ” ' (ta l c o m o se e x p r e s a b a , en su
s o m b r ío y c a p r ic h o s o le n g u a je , O v id io M o n t a lb a n i) in v e n ta d a s p o r
u n a u ltr a m ile n a r ia p r á c t ic a en la m á s in s a lu b r e y e n d e b le su p e rv i­
v e n c ia , c o m p r e n d ía n u n a v a s tís im a g a m a d e s u s titu to s del tr ig o ,
im a g in a d o s p a r a p r o d u c ir el a lim e n to q u e c o n s tit u ía el “ p r in c ip a l
fu n d a m e n to d e la n u tr ic ió n , y la p r im e r a in c ita c ió n a c o n s e r v a r la
v id a , el p a n ” :" y a s í lo e s c r ib ía N ic o ló S e r p e t r o e n II m ercato delle
m eraviglie della natura, overo historia naturale ( 1 6 5 3 ) . P r im e r o fu e ­
r o n lo s r e c e ta r io s d e la M agia naturalis d e G ia m b a t tis ta D e lla P o r ­
t a , * d o n d e se in d ic a b a n , e n tr e o tr a s c o s a s : “ q u ib u s m o d is v a ria
p a ñ is g e n e ra c o n fic i p o s s i n t ” , “ v a ria p a ñ is g e n e ra e x r a d ic ib u s c o n -
fe c ta , e t fr u c r ib u s ” , “ v a r ii p a n e m c o n fic ie n d i m o d i e x fr u m e n ta c e is
e t le g u m in ib u s l “ la fo r m a d e h a c e r d iv e rs o s tip o s de p a n ” , “ d iv e rso s
tip o s d e p a n e la b o r a d o s c o n r a íc e s y f r u t o s ” , “ lo s m o d o s d e h a c e r
p a n e s d e g ra n o s y le g u m b r e s ” |" D e s p u é s sig u ie r o n lo s “ s e c r e t o s ” d i­
v u lg a d o s p o r G . B . S e g n i en el D iscorso so p ra la carestía , e fam e
( 1 5 9 1 ) y en el Trattato so p ra la carestía e fam e ( 1 6 0 2 ) , h a s ta lleg ar,
e n el s ig lo XVIII, a la s o b r a s d e G io v a n n i T a r g io n i T o z z e tt i, la Istru-
zio n e... circa le varié m aniere d'accrescere il p an e con l'uso d'alcu-
ne sostan ze vegetabili... ( 1 7 6 7 ) , la A lim urgia o sia m odo di render

* II pane sovventivo spontenascente succedaneo intero d el pune ordinario,


uvero aumentante l'istesso pane di btade, breve discorsu teórico e prattico... a
grillustrissimi Signori Senatori di Bologna, Bolonia, Gio. Batt. Ferroni, 1648.
Con otra dedicatoria, este “discurso” es publicado de nuevo al año siguiente por
el mismo editor con el titulo de Urania, e Cerere pacifícate insieme. Discorso as­
trológica per l ’anno 1649. D ove si predicono le tem porance alterazioni d e gl'E-
lementi, e le dipendenze de i loro effetti. Aggiuntovi la norma delle operatiom
m edie m al i.
' Form olario econom ico cibario, e medicínale di m aterie pni facih, e di tumor
costo altrettanto buune, e valevoli, quanto le piti pretiose. Da teoriebe, e pratti-
che ragioni d e ’piü saggi antichi, e m od em í scrittori. Raccolto p er apra e studio
di Gio. Antonio Bumaldi bolognese (seudónimo de Ovidio Montalbani) dedíca­
lo aU'lllustrissima Congregatione sopra il G overno d ell’O pera Misericordissima
de'Poveri Mendicanti di Bologna, Bolonia, Giacomo Monti, 1654.
* Venccia, para Tomasini, p. 10.
* Giambattista Della Porta ( 1 5 3 5 - 1 6 1 5 ) : napolitano, científico e inventor, a
quien se le atribuye la creación de la cámara oscura. Fue tamhit’n autor de mu­
chas comedias, mezcla de realidad y magia (n. del t.).
* Ñapóles, Horatium Salvianum, 1 5 8 9 , pp. 9 3 -9 5 .
“ .M EDICINA PAUPF.RUM" 143

nteno grav i le carestie p ro p o sto per soIUevo dei p overi ( 1 7 6 7 ) , o la


“ M e m o r ia ” d e S a v e r io M a n e tt i D elle specie diverse di frum ento e di
parte... ( 1 7 6 6 ) . E n to d a s e s ta s o b r a s el in g e n io h u m a n o se h a e n c a ­
p r ic h a d o e n in f in it a s v a r ia n t e s , e n in n u m e r a b le s c o m b in a c io n e s d e
in g re d ie n te s p a r a la “ p a n if ic a c ió n ” .
E l a b r o jo a c u á t ic o , la b e llo ta (d e la c u a l se e x t r a ía ta m b ié n , c o m o
se ha s e g u id o h a c ie n d o h a s ta lo s p r im e r o s d e c e n io s d e e s te s ig lo c o n
la s e m illa d e h a y a y d e h a y u c o , a c e it e p a ra u so a lim e n ta r io ) , e l n a b o ,
la c o l, la g r a m a , el lu p ín , la c h ir iv ía , la r a d ic h a s a lv a je , lo s “ p iñ o n e s ” ,
la s s e m illa s d e a b e t o , la b a y a d e l la u r e l, el e s p á r r a g o s a lv a je , la a v e ­
lla n a , la s o r b a , el z a p a llo , la s h o ja s d e io s o lm o s , la s h a b a s , las d is ­
t in ta s le g u m b re s (p a r a n o h a b la r d e la s m e z c la s d e c e r e a le s in fe rio re s
c o m o el m ijo , el a lp is te , el c e n t e n o , la c e b a d a , el s o r g o ) , y e n g e n e ­
ral r o d a s la s r a íc e s “ m á s in o c e n te s y m á s s a b r o s a s ” " 'c o m p o n ía n el
in c re íb le r e s e r v o r io d e in g re d ie n te s im p r o p io s q u e , h e r v id o s , d e s e c a ­
d o s , m a c h a c a d o s , p a s a d o s p o r el c e d a z o , r e d u c id o s a h a r in a y v a r ia ­
d a m e n te m e z c la d o s , se c o n v e r t ía n e n u n in c ie r to y a p r o x im a t iv o
p a n , v a g a m e n t e a fín a l d e t r ig o .
J u n t o a la m edicina pauperum se te o r iz a t a m b ié n s o b r e u n a c o c i ­
na p a r a lo s p o b r e s ; u n a y o t r a , ú t ile s p a r a o b t e n e r “ m a t e r ia s m á s
fá c ile s y d e m e n o r c o s t o , t a n b u e n a s y v a le d e r a s c o m o la s m á s p r e ­
c io s a s ” , " s e g ú n a c o n s e ja b a a u t o r iz a d a m e n te el g r a c ia n e s c o d o c t o r
O v id io M o n t a lb a n i, v e r s á til y p o lim o r f o in te le c tu a l d e p a la c io que
en B o lo n ia ta m b ié n c u b r ió el c a r g o d e “ T r ib u n o de la P le b e ” .
E l “ a lim e n to r e g u la r m e n te c o m p a r t i d o ” y la s “ m e d ic in a s p r o ­
p o r c io n a lm e n t e d is tr ib u id a s ” , 12 ju n t o a la e q u ilib r a d a c o n ju n c i ó n de
las “ fa r m a c o lo g í a s ” y d e la s “ fó r m u la s d ie t é tic a s ” , d e b ía n lle v ar, se ­
g ú n la s in t e n c io n e s d e M o n t a lb a n i, a u n “ a r t if ic io e c o n ó m ic o m ás
fr u c t u o s o ” , a l a h o r r o d e m o n e d a y a la r a c io n a liz a c ió n d e lo s r e c u r ­
so s c iu d a d a n o s . E r a n e c e s a r io q u e d ie té tic a y fa r m a c o lo g ía a c tu a r a n
en e s t r e c h a c o la b o r a c ió n , d a n d o p r e fe r e n c ia a lo s p r o d u c t o s lo c a le s
m á s q u e a lo s “ in g re d ie n te s e x t r a n je r o s ” . L a t ie r r a , la “ G r a n M a d r e
de lo s V iv ie n te s ” , y a h a b ía p e n s a d o e n e s t o , d is tr ib u y e n d o c u id a d o ­
s a m e n te su s a n t íd o t o s a l a lc a n c e d e t o d o s , sin te n e r q u e r e c u r r ir a la
“ g ra n s e lv a d e lo s m e d ic a m e n to s e x t r a n je r o s ” .

Montalbani, II pane sow en tivo spontenascente..., ob. cit., p. 14.


' Montalbani. Formulario econ om ico cibano, e m edicínale..., ob. cit., p. 10.
•Ibid., p. 8 y pássim.
144 EL PAN SALVAJE

U n p r o g ra m a d e a u t a r q u ía m u n ic ip a l te n d ía a a h o r r a r “ m e ta l se ­
lla d o , q u e n o d e b e r ía se r d ifu n d id o te m e r a r ia m e n t e ” . La ú n ica e x c e p ­
c ió n e ra el s e n , u n a h ie r b a d e m ú ltip le s y p o r t e n t o s a s v irtu d e s, q u e
s u s c ita b a la in c o n d ic io n a l y d e lir a n te a d m ir a c ió n d e M o n t a lb a n i:

sim plícisim a en estado de pureza, pródiga de si misma p o r su gran


cantidad y por su b ajísim o precio y, en su m a, benefactora y salu da­
ble en grado ex tre m o , m ás que cu alquier o tra . D escubierta en el
m undo hace no m ás de seiscientos añ o s, ig norada, pues, po r H ip ó ­
crates, G alen o, A vicena, T eo frasto y los o tro s antig u os, y cu yas e fi­
cacias m ilagrosas son bien co n o cid as por tod o el m undo de los
doctos [ ...] Esta hierba ( ...] lim p ia, expurga y digiere lo s e x crem en ­
tos quem ad os, ex traíd o s hasta del cereb ro y de tod o s los sentidos,
co m o tam bién de las regiones del co razó n , de los pulm ones, del hí­
gado y de la m édula, sirviendo grandem ente en los m ales de esas p ar­
tes; no p oco co n traria a las fiebres m elancólicas y antiguas y a las
obstru cciones, co m o m adre de la alegría y de la prosperidad de todo
el cu erpo, al punto de que el árabe Serapión la recom endó co m o se­
dante de los d elirios, aquietadora de las perturbacion es de la m ente
y curativa de lo s nervios fatigados, de las sarnas co n escam as, pruri­
tos y pústulas, y tam bién de la epilepsia, finalm ente am iguísim a de
nuestros vitales princip ios. Y tam p o co aqu í term inan los elogios y
los encom ios de tan deseable planta, g randísim o o bsequ io de la D i­
vina M is e ric o rd ia ..."

L a h ie r b a “ e x tin g u e lo s c o lé r i c o s in c e n d io s y a le ja la s p it u it a r ia s p e ­
r e z a s ” , “ to d a im p u re z a s a r n o s a , u lc e ro s a y e le fa n t iá s ic a , p o r g ra n d e
q u e s e a , g r a c ia s a l se n se d is ip a ” , e x p e le la s “ m a te r ia s p r o v o c a d o r a s
d e m o r b o s ” : la “ hierba sen sa n a ” .
E sta fa r m a c o lo g ía del sig lo XVüI p ro d u ce u n a p ro s a s a b ia m e n te d e­
lir a n te , d ro g a d a p o r lo s p e n e tra n te s a r o m a s de las o s c u ra s b o tic a s de
lo s fa r m a c é u tic o s ; ta m b ié n el fr e n é tic o a m o r p o r el se n fu e e x c it a d o
p o r u n o d e lo s ta n to s d e lirio s to x ic o ló g ic o s d e a q u e llo s tie m p o s.
El Form olario economico cibario, e medicínale di materie piú facili,
e di minor costo altrettanto buone, e valevolí, quanto le piú pretíose
( 1 6 5 4 ) , d e d ic a d o p o r M o n ta lb a n i a la “ Ilu strís im a C o n g r e g a c ió n del
G o b ie r n o de la O b r a M is e ric o rd io s ís im a de lo s P o b r e s M e n d ic a n te s de

11 Ibíd., pp. 10-11.


“ M ED ICINA PAUPERUM " 145

B o lo n ia ” , sirv e p a ra e c h a r u n a m ira d a s o b r e la fa r m a c o lo g ía p o b r e ,
u tiliz a d a e n la s c u r a s d e lo s e s t r a t o s m á s m is e ra b le s de la p o b la c ió n
b o lo ñ e sa y, e n p a r tic u la r , d e lo s m e n d ig o s, en u n p e q u e ñ o c a b o t a je a
trav és d e la s a g u a s de u n a fa r m a c o lo g ía m á g ic a q u e llev a a l la b o r a ­
to r io d e la s b r u ja s .
El m u e s tr a r io d e lo s r e m e d io s , d e la s “ c o c c io n e s e in fu s io n e s h o s ­
p it a la r ia s ” , d e lo s a n t íd o t o s , lo s p o lv o s , lo s ó le o s y lo s a m u le to s se
a b r e c o n el e lo g io d el se n e c o n ó m ic o y c o n la r e c e ta d el “ m o d o d e
h a c e r p a n a lim e n tic io y s a n o e n tie m p o s e s c a s o s d e tr ig o , c o n u n a u ­
m e n to d e c ie n t o p o r tr e in t a y t o d a v ía m á s ” , o fr e c id a a l “ D ir e c t o r de
e c o n o m í a ” y a l t e s o r e r o , d e le g a d o s p a r a la “ c o n s e r v a c ió n ” del “ a m ­
p lísim o lu g a r ” , el “ in n u m e r a b le m e n te a m p lio H o s p ita l d e lo s P o b r e s
m e n d ic a n te s ” . A la “ t r ia c a m á x im a d e lo s p o b r e s ” , “ r á p id a m e n te
a c tiv a a to ta su bstan tia c o n t r a c u a lq u ie r v e n e n o o m a lig n a c u a li­
d a d ” , e s p e r a el lu g a r d e h o n o r , se g u id a p o r la “ t r ia c a p e q u e ñ a de lo s
p o b r e s ” , o “ m ie l d e e n e b r o ” , b a s a d a e n “ b a y a s de e n e b r o m a d u ra s ,
d e las c u a le s se sa c a e x p r im ie n d o el ju g o p a r a c o n d e n s a r lo a l s o l " .
Y n o p o d ía f a lt a r t a m p o c o u n “ e le c t u a r io h ip n ó t ic o r e f r ig e r a n te ” ,
h e c h o c o n s e m illa s y ja r a b e d e a m a p o la s y d e le c h u g a p a ra “ c o n c i­
lia r el s u e ñ o y s o c o r r e r en lo s a r d o r e s v e h e m e n te s d e la s fie b r e s ” ; un
“ e le c t u a r io a s m á t ic o " ( “ e x p e r t u m e t p r o p a u p e r ib u s s e c r e t u m ”
I p a r t ic u la r y e s p e c ia liz a d o a fa v o r d e lo s p o b r e s )); u n “ ja r a b e d e a la ­
z o r ” s o b r e la b a s e d e e s a s s e m illa s , s e m e ja n t e a l q u e d e s c rib e J e a n
P re v o st ( “ P r e v o z io ” ), “ e n el lib r o D e m edicina p au p e ru m ".
E x a m in a n d o e ste r e c e ta r io d e m e d ia d o s d el s ig lo XVII, a b u n d a n te
- p a r a el a c t u a l g u s to p o s v ic t o r ia n o - e n s u c ie d a d e s d e s a g r a d a b le s , se
in tu y e n la s m is e ria s d e lo s m e n d ig o s y lo s t o r m e n t o s d e su s c a r n e s
lla g a d a s e in f e c t a s . L a “ c o c c ió n d e p i o jo s ” d e b ía c o m b a t ir ju s t a m e n ­
te a lo s p io jo s , “ a n im a le s in f e c t o s ís im o s p a r a el h o m b r e ” , la v a n d o
“ t o d a s la s p a r te s del c u e r p o d e lo s e x c r e m e n to s q u e lo s g e n e r a n ” ; la
“c o c c ió n d e m a lv a v is c o ” s e e m p le a b a p a r a lim p ia r v a r ia s v e ce s a l
día la “ c a b e z a r o ñ o s a ” . A l e m p la s to u s a d o p a r a c u r a r a “ la g e n te in ­
fe c ta d a p o r e s ta p o r q u e r ía ” , o t r o s a g r e g a b a n e s t ié r c o l d e p a lo m o .
C o n tr a la s “ ú lc e r a s m a lig n a s , e s p e c ia lm e n te d e la s p ie r n a s , el m al
del lo b o , el c á n c e r ” se p r e s c r ib ía “ a g u a o c o c c ió n c ic a t r iz a n t e ” .
E l “ ju le p e r e s ta u r a d o r ” se u s a b a p a ra “ r e s ta u r a r a d m ir a b le m e n te
y m u y r á p id o la s fu e rz a s p e r d id a s ” ; la s “ ú lc e r a s d el p u lm ó n ” e ra n
c o n ju r a d a s c o n “ ja r a b e n e u m ó n i c o ” ; c o n lo s e m p la s to s d e h ie d r a se
t r a t a b a d e “ c u r a r lo s t u m o r e s d e to d o t ip o ” .
L a s a f li c c io n e s m e la n c ó lic a s , lo s s ín d r o m e s d e p r e s iv o s d e lo s p o ­
146 EL PAN SALVAJE

b r e s , su s “ viles h u m o r e s ” , s e c u r a b a n c o n la s “ p íld o r a s d e e lé b o r o ” ;
la m e la n c o lía m á s s o m b r ía , lo s “ h u m o r e s m á s t é tr ic o s q u e p e r tu r ­
b a n h a s ta el d is c u r s o ” , se r e p r im ía n c o n el “ e le c t u a r io m e la n a g o -
g o ” ; c o n el “ o jim ie l m e la n a g o g o ” se p u r g a b a “ e fic a z m e n te la
m e la n c o lía y el c a t a r r o d e la c a b e z a ” . A lo s le p r o s o s se les r e s e r v a ­
b a u n a c e it e p a r tic u la r ; p a r a lo s “ f r e n é tic o s ” se u s a b a el lla m a d o
“ a c e it e d e s ie te flo r e s ” ; p a r a lo s q u e te n ía n e s c r ó fu la s , el “ a c e it e t i­
r o id e o ” , u n a m e z c la b a s a d a e n “ p ó n t ic o s v iv o s n a c id o s de p o c o
t ie m p o , e s d e cir, sin p e lo , la g a r t o s p e q u e ñ o s ( . . . ) a s f ix ia d o s y m a c e ­
r a d o s , e x p u e s t o s a l s o l e n lo s d ía s c a n ic u la r e s ” . P e r fu m e s c o n t r a la
s o r d e r a , p e r fu m e s a n tiv e n é r e o s , p e r fu m e s p a ra lo s “ flu jo s d e se s p e ra ­
d o s ” , “ p a ra las h e rn ia s in te s tin a le s ” ; u n g ü e n to s c o n t r a la tiñ a , c o n tra
la s fie b re s c r ó n ic a s , c o n t r a la s q u e m a d u ra s ; p o lv o s a n tip o d a g r o s o s ,
c o n tr a lo s c á lc u lo s ( “ R e c e to p o lv o s d e m il p ies, es d e cir, d e e s o s a n i-
m a lit o s v u lg a rm e n te lla m a d o s c h a n c h it a s q u e a p a r e c e n d e b a jo d e
lo s v a s o s de t i e r r a . . . ” ); p o lv o h e c h o c o n u n “ s a p o g r a n d e v iv o y a l­
g u n o s c a m a r o n e s v iv o s [ . . . ] y a b r a s a r e n u n a o lla v id ria d a e n el h o r ­
n o ” c o n t r a el “ c á n c e r, p a r tic u la r m e n t e d e las m a m a s [ . . . ) , m is e ra b le
e n f e r m e d a d ” ; ó le o d e “ r a n a s y lo m b r ic e s h e r v id o |...| p a r a m itig a r
lo s d o lo r e s d e a r tic u la c io n e s , d e n e r v io s , p a r a la s h e r id a s , p ic a d u ra s
y ú lc e r a s m a lig n a s ” ; “ e m p la s to d el c o r a z ó n [...| p a r a a p lic a r s o b r e
la m a m a d e r e c h a , p a r a d e s p e r ta r la s fu e rz a s a d o r m e c id a s ” ; e m p la s ­
t o d e S a n B a s ilio , b a s a d o en c ic u ta “ a p lic a d a s o b r e el ú te ro o s o b r e
lo s g e n ita le s e n lo s fu r o r e s u te r in o s (n in fo m a n ía ) o en la s lu ju r ia s p a ­
t o ló g ic a s , p o rq u e a p a g a t o d o in c e n d io v e n é r e o ” ; “ e m p la s to d e s tr u c ­
t o r (...| p a r a c o lo c a r s o b r e lo s tu m o r e s m á s d u r o s d e m a d u r a r y de
r o m p e r ” ; “ e m p la s to e n la s fís tu la s ( . . . ) p a r a la s ú lc e r a s c o n fís t u la s ” .
V e n ía d e sp u é s la g a le r ía d e lo s a m u le to s : a q u e l c o n t r a la h in c h a ­
z ó n (tu m o r ) y el d o lo r d e la s h e m o r r o id e s , c o n s is t e n te en “ r a íc e s v e r ­
d e s d e filip é n d u la lle v a d a s e n c im a , d e m o d o ta l q u e to q u e n las
c a r n e s y se m a r c h ite n s o b r e e lla s : s e c r e t o d e “ un c ie r t o m é d ic o s ic i­
lia n o q u e lo p r a c t ic a b a e n R o m a ” ; “ h ie r b a v e r b e n a lle v a d a al c u e ­
llo , s o b r e la c a b e z a y s o b r e lo s m ie m b r o s ” , p a r a lo s d o lo r e s c r ó n ic o s
d e la c a b e z a y p a r a lo s d o lo r e s “ g o t o s o s ” ; c a b e z a s d e v íb o r a s “ q u e
h a y a n sid o a s f ix ia d a s c o n un la z o d e sed a c a r m e s í. É s t a s , d e sp u é s de
s e r b ie n d e s e c a d a s y c o lo c a d a s n u e v a m e n te d e n tr o de u n c e n d a l c a r ­
m e s í, d e b e n lle v a rs e e n el c u e llo ” p a r a m a n t e n e r a le ja d a la a n g in a ,
la scaran zia. C o n tr a la f ie b r e c u a r t a n a ,

Receto una araña viva encerrada dentro de una avellana colgada del
“ M ED ICINA PAUPERUM " 147

cuello. ítem algunos gusanos que nacen en la hierba d issaco o labio


de Venus, es decir, sgarzi de tintorero, animalitos que deben atarse
con un tro/o de tela delgada y colgarse del cuello del enfermo, que
harán admirable efecto.

É s to s e r a n , p u e s , lo s in s tr u m e n t o s f a r m a c o ló g ic o s q u e e n u n a d e las
c iu d a d e s m á s d o c t a s d e E u r o p a d e m e d ia d o s d el s ig lo X VII se u s a b a n
c o n t r a la s e n fe r m e d a d e s m á s d ifu n d id a s : “ s e c r e t o s ” y a m u le to s q u e
la c u ltu r a y la m e d ic in a p o p u la r h a b ía n p r a c t ic a d o d e sd e tie m p o s in ­
s o n d a b le s , y q u e se g u ía n s ie n d o p r o p u e s to s p o r la m e d ic in a to g a d a ,
q u e , p o r o tr a p a r te , se o b s t in a b a e n la e x ig e n c ia d e s a n c io n e s c o n t r a
q u ie n e s e je r c ía n el “ a r t e ” sin p e r m is o , c o m o e n el c a s o d e lo s c h a r ­
la ta n e s . L a in v e n c ió n d e la im p r e n t a , c o n t r a r ia m e n t e a la p r o f e c ía de
L e o n a r d o F io r a v a n ti, n o h a b ía d a d o a lo s s e c to r e s m á s b a jo s n u ev o s
in s tr u m e n to s d e c o n t r o l, p o r lo m e n o s e n el c o r t o p e r ío d o -m e d io ;
m á s a ú n , h a b ía a c e n t u a d o lo s d e sn iv e le s c u ltu r a le s , a n t e s q u e lle n a r ­
lo s. L o s m é d ic o s , ig n o r a n te s c o m o e n el p a s a d o , h a b ía n se g u id o s e n ­
t e n c ia n d o “ p o r a r r ib a y p o r a b a j o ” , y lo s gatlisin i n o h a b ía n a b ie r to
lo s o jo s .

Desde que esta bendita imprenta ha visto la luz, los libros se han
multiplicado de modo tal que cada uno puede estudiar, y más jún
porque la mayor parte se imprime en nuestra lengua materna: y así
los gattisim han abierto los ojos, porque cada uno puede ver y com­
prender por su propia cuenta, y nosotros los médicos ya no podemos
tirarle zanahorias a la gente como aquellos primeros antepasados
nuestros que hacían creer a los enfermos que los asnos volaban..."

A casi u n s ig lo d e d is ta n c ia d el s u e ñ o d e m a s ia d o o p tim is ta d e F io r a ­
v a n ti, lo s p o b r e s d e B o lo n ia se g u ía n d e a m b u la n d o c o n a r a ñ a s y c a ­
bezas d e v íb o r a s c o lg a d a s d el c u e llo . L a in v e n c ió n d e la im p r e n ta
h a b ía d a d o v ía lib re a la m á s s a lv a je c h a r la t a n e r ía y la “ c ie n c ia de
la m e d ic in a ” h a b ía t e r m in a d o “ p o c o a p o c o ( . . . ] e n el b u r d e l” . 1’

' Leonardo Fioravanti, Dell specchiu di scientia universale, Vcnecia, Eredi di


Marchio Sessa, 1583, p. 4 la.
" Ibíd., p. 41b.
X I. “ E S T R E C H E Z D E B O L S A ”

En a ñ o s d e g r a n d e p r e s ió n e c o n ó m ic a , c u a n d o el a g r io h u m o r is m o
de la C o m p a ñ ía d el A h o r r o h a b ía c o d ific a d o u n e s t ilo d e vid a q u e
p a ra m u c h a g e n te e ra m u y n e c e s a r io o b s e r v a r , s e g u ía le v a n tá n d o s e
la v o z d e a d m o n ic ió n d e P a r c o , q u e v e ía e n el h o m b r e “ a l m á s c ie ­
g o d e t o d o s lo s a n im a le s [ . . . ] u n a fu ria in s a c ia b le , u n c u e r p o m a t e ­
m á tic o sin p u n to s , u n a m a t e r ia p r im a sin p o te n c ia , et tándem
iumentum s in f r e n o ” . 1 E n e f e c t o , é l, en su g ra n im p e r fe c c ió n , a l c o n ­
t r a r io d e lo s a n im a le s (p a r o d ia d el hom o q uídam D eu s , d e F ie m o )
d e b ía v e s tir s e , c a le n ta r s e , e n c o n t r a r u n a c a s a y co m e r . P o r e llo , “ al
ser la P r iv a c ió n n o s ó lo p r in c ip io , s in o c a u s a d e t o d o d e le ite n u e s tr o
f . . . J e s n e c e s a r io a te n e r s e a la m o d e r a c ió n en t o d a s la s c o s a s ” 2 y
t a m b ié n a la T e m p e r a n c ia , n a t u r a lm e n t e , in t e r p r e ta n d o c o n re c titu d
las le y e s o c u lt a s d e la n a t u r a le z a , “ q u e d io ta m b ié n d o s o íd o s , d o s
o jo s , d o s f o s a s n a s a le s y d o s m a n o s a l h o m b r e , y u n a s o la b o c a , p a ­
ra q u e e s c u c h e m u c h o , m u c h o v e a , h u e la y to q u e m u c h o y h a b le y
c o m a p o c o , iuxta illud ‘C la u d e o s , e t c r e p it u m c o g e t e n e r e n a te s ’ ” . 1
E l c a m a le ó n e ra el a n im a l e m b le m á tic o d e la p e r fe c c ió n id e a l del
a h o r r o : “ d ir ía q u e el h o m b r e d e b ie r a n u tr ir s e d e a ir e , a l m o d o del
c a m a le ó n , p o r q u e a l s e r la r e s p ir a c ió n p r in c ip io d e la vid a y r e s p i­
r á n d o s e e n v irtu d d e l a ir e , ¿ q u ié n n o s a b e q u e el a ir e p o s e e el o fic io
de n u t r i r . . . ? ” / E s te a n im a l q u e se a lim e n ta d e a ir e , c iu d a d a n o d e la
“ d iv in a C iu d a d d e la M o d e r a c ió n ” , p o b la d a p o r “ f in ís im o s , a v a r í­
sim o s y m á s q u e a g a r r a d ís im o s S e ñ o r e s ” ' q u e a h o r r a n n o s ó lo e n la

Della fam osissim a Com pagnia della tesina. Dialogo, Capitoli e Ragiona-
ntcnti..., Venecia, L. Spincda, 1 6 1 0 , hoja 21a.
1 Ibíd., hojas 2 1 b -2 2 a .
' Ibíd., hoja 2 3a.
* Ibíd., hoja 22a.-b .
’ G. C. C roce, L e nozze di M . Trivello Foranti, e di M adonna Lesine de gli
Appuntati. C om edia, Bolonia, B. C ochi, 1620, p. 3.

149
150 E L PAN SALVAJE

c o m id a (u n h u ev o p o r f a m ilia ) s in o e n la r o p a , e n e l c a lz a d o , en el
d a r s e c a lo r , es u n a p e r fe c ta a n t ífr a s is d el c iu d a d a n o d e la ciu d a d
id e a l, p a r o d ia de las isla s fe lic e s d e lo s r e f o r m a d o r e s u to p is ta s d el s i­
g lo X V I, d e la s c iu d a d e s d el S o l y de la s c o m u n id a d e s d e s a b io s y d e
ju s t o s ; p o r q u e - e s c r i b í a G . C . C r o c e - “ el q u e n o e s a h o r r a ti v o , n o
p u e d e a c u m u la r c o s a s ” .'’ U n a ciu d a d d e á v id o s y m a n iá tic o s a c u m u ­
la d o r e s b u rg u e se s , a d ie s t r a d o s e n la s té c n ic a s d e l a h o r r o se g ú n lo s
p r in c ip io s d e la c o r p o r a c ió n e n q u e e l “ m a e s t r o ” t r a n s m it ía a lo s
“ n o v ic io s ” lo s s e c r e to s d e l a r te (d e a r r e g lá r s e la s ), c u y o s “ c a p ít u lo s ”
d e b ía n “ o b s e r v a r s e d e m o d o in v io la b le d e p a r te d e t o d o s lo s h e r m a ­
n o s ” , y h a s ta e n m a te r ia u x o r ia , p o rq u e

Si puedes permanecer casto, es mejor: pero si quieres mujer y no pue­


des estar sin ella, así como aquel romano la llamó "Malum necessa-
riunt”, tómala pequeña para no gastar en vestirla, y para hacer los
colchones, las sábanas y las frazadas del lecho que la cubran, más
pequeñas, si la grandeza de la dote como un rayo no apagara las ti­
nieblas de estos aspectos...’

U n a ciu d a d e n la q u e a u n el b a n q u e te m u sic a l se c e le b r a b a c o n la d i­
r e c c ió n d e “ M a d o n n a M o d e r a c ió n d e s p e n s e r a ’1," y M a e s e T ir a t o d o
G a n c h o r r á p id o , e n v e n a d e g e n e r o s id a d , p o d ía p e r m itir s e p r e s ta rle
a G a r f io , sie r v o d e M a d o n n a A h o r r o , “ u n c a r o z o d e c ir u e la p a r a t e ­
n e r lo e n la b o c a y q u ita r s e la s e d ” , 1* p e r o s ie m p re q u e se lo d e v o lv ie ­
r a , o in v ita r lo a su c a s a p a r a “ o le r un m e m b r ill o ” ; 10 u n a c iu d a d de
h o m b r e s “ a p la s ta d ís im o s y t a c a ñ í s im o s ” , " b ie n c a lific a d o s t a m b ié n
e n lo s n o m b r e s , c o m o P i to c c o R a s t r e lli, C o t ic o n c d e ’C o t ic o n i, T a n g -
h e r o V illa n i, L e s in ie r o F in e tt i, U n c in a to d eg li U n c in a ti, B r a n c a z io
S p ilo r c io n i, Q u o m o d o c u in q u e , T a c c a g n in o da C a r p i, T ir a q u e llo
R a s p o n i, T r u ff a ld in o d a G r a f f i g n a n o , G a b b in io d e ’G a b b in i, S e m -
p r e c a r p i, B r a n c a ilt u t t o , P r e s ta m e n te , T a c c a g n a , S o t t il e , F o r m ic o n e ,
M e t t in t a s c a , P ig n a s tr e tt o , S c o r t ic a n t e , C a r p io n e , A p r ilo c c h io , G r a -

* I b íd ., p. 5.
’ Della famosisstma Compagnia della Lesin a..., o b . c it., h o ja 7 3 a .- b .
’ L e ttozze d i M. Trivello Foranti..., o b . c it., p . 5 .
* I b í d . , p. 7.
,u I b í d . , p. 8 .
" I b í d . , p. 48.
“ E S T R E C H E Z D E BOLSA" 151

m ig n a n r e , S tr in g ifo r t e , t o d o s m a e s e s d e a la b a d a “ c o n c ie n c ia a h o r r a ­
t iv a ” . Y e n c a s o d e e n fe r m e d a d , u n c a p ít u lo d e la C o m p a ñ ía im p o ­
n ía q u e

cu an d o alguno de los herm anos se enferm e, no m ande llam ar de g ol­


pe al m éd ico, para no in com od arlo, m ás bien dem órese seis u o cho
días, haciendo m ientras ta n to buena dieta, para ver dónde quiere ir
la enferm edad. Sin em b arg o, podrá hacer co n o ce r la enferm edad a
lo s Señ ores V isitadores de la C om p añ ía, y ellos no faltarán a su ta­
rea: y n o sería raro que co n esta buena medida y entretenim iento, el
herm ano, sin g astar un so lo cen tav o, se libere del m al, co m o ha su­
cedid o m u chas veces, lux tu illud: “ R equiescat in p a ce ” . ' 2

L a c o n c ie n c ia a h o r r a tiv a se v a lía c o n e x tr e m a d e s e n v o ltu ra de la in ­


te lig e n c ia d e l a r r e b a t o , a s t u t a m e n t e b r ib o n e s c a , a p r o v e c h a n d o , del
m u n d o d e lo s p ic a r o s y lo s p o r d io s e r o s , t r u c o s , e x p e d ie n te s , t é c n i­
ca s q u e p e r te n e c ía n a l r e p e r to r io d e su tile z a s fr a u d u le n ta s . En la m a ­
n u scrita Galerín de Lesinanti, d o n d e c a s i ro d a la Ita lia de la p riv a c ió n
es r e p re se n ta d a e m b le m á tic a m e n te p o r m e z q u in a s fig u r a s, a d e m á s de
un m é d ic o b o lo ñ é s (M a e s e G r a m ig n a n te ) y un p a n a d e r o (M a e s e S o t-
tilc da P isa ), a p a r e c e n u n “ m ila n é s a lq u im is ta ” (M . G r ifa g n o ), un
m e rca d e r d e te la s de G a t t in a r a (M . A n u r in o ), u n “ m e n d ig o fa ls o ” (M .
C o r ria d o n i d e T r a b a c c h i) ...
L a s in v e n c io n e s p a r a “ v o lv e r g r a s a s la s s o p a s ” , p a r a h a c e r c o m ­
p ras s in p a g a r, p a r a r o b a r q u e s o c o n d e s tr e z a , p a r a c o n s e g u ir las
v e rd u ra s s in g a s t a r un a lir a ilu m in a n u n a I ta lia h a m b r e a d a y p ic a ­
r e s c a , h a b ita d a p o r g e n te q u e , c o n “ in g e n io a d m ir a b le ” , se a fa n a b a
en b u s c a r s e la vida a c o s ta d el p r ó jim o : e s p e jo d e u n a s o c ie d a d p o ­
bre d o n d e el in g e n io (ta m b ié n d o lo s o y fr a u d u le n to ) e ra u n a r tif ic io
n e c e s a rio e n la d u ra lu c h a p o r la e x is t e n c ia . D e e llo su rg e n p á g in a s
en la s q u e el r e b u s q u e c o t id ia n o se tr a n s fo r m a e n un a c o m e d ia p ic a ­
re s c a , in te r p r e ta d a p o r m á s c a r a s t a c a ñ a s , c o m o a q u e l “ P e d a n te ve-
ro n é s lla m a d o M . V a d ib e n e ” , p r e fig u r a c ió n de la e s c u e la -p e s a d illa ,
de ese t e m p lo d e l h a m b r e ju v e n il, d ia b ó lic a m e n t e o r g a n iz a d o p o r el
«nefab le d o c t o r C a b r a , e n la H istoria de la vida del Buscón llam ado
don Pablos, ejem plo de vagabu n d os y espejo de tacaños.

Della fam osissim a Com pagnia della Lesin a..., o b . c it., h o ja 16 a .


152 EL PAN SALVAJE

Este Pedante verones (cuenta Coticone de’CoticoníJ tenía jóvenes no


sólo en su escuela, sino también pensionados, y tenía muchos que le
pagaban bien. M. Vadibene sabía que los jóvenes siempre tienen
hambre, y para que no merendaran ni desayunaran, pensó llenarles
el vientre al almorzar, y les daba cosas para digerir, porque compra­
ba cada vez una panza de buey viejo, haciéndola cocer poco a fin de
que no se pudiera digerir rápido, y en consecuencia no les volviera el
apetito entre las comidas; y si alguien se quejaba de que 110 estuvie­
ra bien cocida, respondía que así debía ser la carne, diciendo el fran­
cés: “Pez cocido y carne cruda". Pero antes la hacía llenar siempre
de hierba ligeramente machucada, después la cortaba costilla por
costilla de un extremo al otro como se haría con un melón o zapa­
llo, y una de las costillas la repartía entre cuatro, diciendo: “ Hijos,
vean mi generosidad, que podría sacar el hueso, y se los dejo para
que se puedan entretener, ya que este pedazo de cosa representa una
esfera, y así comiendo todavía pueden alimentar vuestro intelecto”.
Kastcllantc: “ ¿De qué modo podria parecerse una costilla de buey a
una esfera?”
Coticone decía de este modo: “Vean, hijos, el hueso de esta costi­
lla y el huso del mundo, estas membranas que giran alrededor del
hueso son de dos colores, esta cinta de piel que circunda la carne es
el equinoccio, estos nerviecillos son las otras zonas, la carne es el
centro, y pueden decir que el zodíaco que roca a uno y otro tró­
pico donde se forman los solsticios es la carne que está unida a las
membranas”.”

L a vera regola per m antener si m agro con p och issim a spesa, scritta
da M esser Spilorcione d e ’Stitichi, C orrettore della nobilissim a Com-
p agn ia della te sin a a M . A goccbion Spo n tato su o C om pare. O pera
Utilisshna per tutti coloro che p atiscon o strettezza di b o rsa , c a p ít u ­
lo jo c o s o d e G . C . C r o c e , se in s e rta p e r fe c t a m e n t e e n el p e n o s o c l i ­
m a d e lo s a ñ o s a c a s o m á s m ís e r o s y d ifíc ile s q u e B o lo n ia h a y a
c o n o c id o ja m á s : la “ c ie n c ia d e a h o r r a r ” , M el id e a l s u b lim e del a y u ­
n o q u e lle g a h a s ta la t e o lo g ía h e r o ic a d e la n o g e n e r a c ió n , se ñ a la
ta m b ié n u n a fo rm a p a le o b u r g u e s a d e a c u m u la c ió n fu n d a d a n o en la

" Galería de'Lesinanti, Bolonia, Biblioteca Universitaria, Mss. 3878, cap. U,


T. VI., hojas 101 anvcrso-102 reverso.
14Della famosissima Compagttia della Lesitta..., ob. cit., hoja 56b.
-E S T R E C H E Z D E BO LSA"

e x p r o p ia c ió n d e o t r o s g r u p o s s o c ia le s , s in o e n la p r iv a c ió n , la a b s t i­
n e n c ia y el fr a u d e n e c e s a r io s p a r a ju n ta r , c o n s e r v a r y a u m e n ta r
a q u e lla “ r iq u e z a q u e c o n t a n ta s d ific u lta d e s y s u d o r se c o n q u i s t a ” . 1'

No os jactéis de tener muchos talentos.


Haced siempre de pobre y de mendigo
A fin de que las gentes no os maten1*

a m o n e s t a b a C r o c e , r e c o r d a n d o u n a p e r e n to r ia a d v e r te n c ia de la
C o m p a ñ ía d e l A h o r r o q u e p r e s c r ib ía q u e el s a b io p r o p ie t a r io “ c o n
ju sta y h o n r a d a in d u s tria p ie n s e , b u s q u e , in te n te y c o n s ig a h a c e r se
r ic o ” , s im u la n d o e s tr e c h e z y p o b r e z a p a r a e s c a p a r “ a to d a s u e rte de
t r a m p a s y d e e n g a ñ o s ” t e n d id o s p o r “ u n a g ra n c a n tid a d d e h o m b r e s
m e n d ig o s y o c io s o s ” , “ y a u n c o n t o d o in g e n io a p r o v e c h e la o c a s ió n
p a r a q u e ja r s e e n p ú b lic o y e n p r iv a d o d e la fo r t u n a , d e la m is e ria y
c a la m id a d e s su y a s : c o s a q u e se d ic e p a ra q u e n o e je c u te n d e sig n io
a lg u n o a l r e s p e c to t a n to lo s la d r o n e s c o m o lo s e s t a fa d o r e s , lo s a r r e ­
b a t a d o r e s , lo s r u fia n e s , lo s v a g a b u n d o s , lo s p a r ie n te s f r a c a s a d o s , y
t a m p o c o s e g u r id a d , c o r t e , e s p io n e s , h ip ó c r it a s o c o d ic io s o s ” . 1’
L o s in te n to s d e r e e m p la z a r la h a r in a de trig o p o r la s h ie r b a s n o
p o d ía n d e ja r d e se r e n c o m ia d o s p o r la b ib lia de lo s ta c a ñ o s ; a l r e s ­
p e cto se c u e n ta la p r o p u e s ta , n o lle v a d a a p u e r to , d e u n v irre y d e Ñ a ­
p ó le s q u e q u e r ía h a c e r p r o d u c ir u n p a n “ m e z c la d o c o n c ie r t a s ra íc e s
red u cid a s a p o lv o d e u n a h ie r b a q u e se e n c u e n tra en a b u n d a n c ia , a
fin de q u e el t r ig o , a l s e r c o n s u m id o m u c h o m e n o s , s o b r e a b u n d e " .

Pero aquellas gentes enemigas de nuestra elogiable profesión, en lugar


de reconocer ese notable beneficio y agradecérmelo, empezaron a pro­
testar y a alborotar, de modo que el sabio Virrey le impuso perpetuo
silencio y lo guardó pacientemente. Piénsese ahora que, en caso de que
el negocio hubiera tenido efecto, cuánto habría beneficiado a una y
otra parte; a él, de infinitas ganancias, y a los pueblos, de inestimable
ahorro y abundancia; porque, al tener ese pan bastante de amargo y
de desagradable, no se lo hubiera comido, y se habría hecho más grue­

11Ibíd., hoja 103a.


1.a vera regola per mantenerst m agro..., ob. cit., hoja 4, reverso.
Della fam osisstm a Com pagnia della Lesin a..., ob. cit., hoja 25a.
154 EL PAN SALVAJE

so y de mejor producto. Pero los insaciables derrochadores habituados


a nadar en la abundancia no quisieron prestar oídos...1*

A u n q u e la C o m p a ñ ía del A h o r r o ju g a b a c r u e lm e n te c o n la c u e s tió n ,
p a r a lo s “ in s a c ia b le s d e rr o c h a d o re s h a b itu a d o s a n a d a r e n la a b u n ­
d a n c ia ” (la s p le b e s u r b a n a s h a m b rie n ta s y lo s c a m p e s in o s su b a lim e n -
ta d o s ), el p an “ m ás g r u e s o ” e ra u n su e ñ o d r a m á tic a m e n te u rg e n te que
- c o m o y a se h a v i s t o - e m p u ja b a a la g e n te d e c a m p o a la b ú sq u e d a
p r o b le m á tic a , p o r n o d e cir o n ír ic a , d e la h o g a z a g ra n d e , b la n c a , sa­
b rosa.
L a s p le b e s m e r id io n a le s n o t e n ía n , p o r c ie r t o , n e c e s id a d d e las im ­
p r o b a b le s su g e r e n c ia s de u n v irre y p a r a t r a t a r d e s o b r e v iv ir c o n un
p a n a r t if ic ia l, c o n u n a m a r g o s u s t itu to d e m e z c la s q u e c o n s tit u ía n la
n o r m a p a r a la s p o b la c io n e s d el c a m p o y d e la m o n t a ñ a (c e re a le s in ­
fe r io r e s , h a b a s , b e llo t a s , c a s ta ñ a s , e t c .) , p o r q u e el p a n d e lo s p o b r e s
t a m b ié n e r a , e n tie m p o s m e n o s a t o r m e n t a d o s , u n p a n a b u n d a n t e ­
m e n te “ c o r t a d o ” : p e r se g u id a s - c o m o n a r r a n lo s t e s tim o n io s d e la
t e r r ib le e s c a s e z n a p o lit a n a o , m á s g e n e r a lm e n te , m e r id io n a l de
1 7 6 4 - “ p o r u n h a m b r e m o r b o s a y c a n in a ” , t r a t a b a n d e s o b r e v iv ir
r e c u r r ie n d o a d e s e s p e ra d o s e n g a ñ o s ( “ c o n t o d o , d e m á s a b o m in a b le
m o d o y c o n a r te m á s m a lig n a le q u it a b a n a q u ie n la n g u id e c ía el n e ­
c e s a r io a lim e n t o ” ), y sin e m b a r g o t e r m in a b a n “ m ís e r a m e n te e x te n ­
d id o s s o b r e el su e lo d e s n u d o , c o n a s p e c to d e t r is te z a , d e m a c r a d o s ,
h a r a p ie n t o s y r e s p ir a n d o m is e r ia s ” . 1''

" Ibíd., hoja 89a.


'* Cit. por Venturi, 1764: Napnli nell'anno della fam e, cit., p. 406.
X II. V É R T I G O S C O L E C T I V O S

L a je r a r q u ía d e lo s p a n e s y d e su s c a lid a d e s s a n c io n a b a , d e h e c h o ,
un lím ite s o c ia l ; el p a n r e p r e s e n ta b a u n statu s syntbol q u e c a lific a b a
u n a c o n d ic ió n h u m a n a y u n a c la s e , se g ú n su p a r tic u la r c o lo r , q u e v a-
r ia b a e n t o d a la g a m a d el n e g r o a l b la n c o , a n te s d e la in t r o d u c c ió n
del m a íz e n la p a n if ic a c ió n ; é s te m o d ific ó , a u n e n el c o lo r , a q u e lla t i­
r a n ía d e lo s c e r e a le s q u e se h a b ía p r o lo n g a d o d u r a n te m ile n io s e n ­
tre la s p o b la c io n e s d e O c c id e n te y d e t o d a s la s tie r r a s d o n d e lo s
g r a n o s c o n s tit u ía n el a lim e n to p r im a r io .
E n u n a s o c ie d a d c o m o la it a lia n a , s u s ta n c ia lm e n te lib re de ta b ú e s
r e fe r e n te s a la c o m id a , la a lim e n ta c ió n r e p r e s e n ta b a u n h e c h o p o lí­
tic o y s o c io e c o n ó m ic o , m á s q u e c u ltu r a l. N o se tie n e n o tic ia de p e r­
s o n a s q u e p r e fir ie r a n d e ja r s e m o r ir d e h a m b r e a n te s q u e t o c a r
a lim e n to s in t e r d ic t o s : a lo s u m o es p o s ib le m e d ir la g ra v e d a d d e la
e sc a se z a tr a v é s d e lo s s u s titu to s d e a lim e n to s q u e la g e n te a c e p ta b a
lle v a rse a la b o c a . T o d o , c o m o se h a v is t o ; a u n la s m a te r ia s m á s in ­
c r e íb le s y r e p u g n a n te s .
Q u ie n e s c o m ía n p an d e h a b a s (la g e n te d e c a m p o ) e ra n s o c ia lm e n ­
te in fe rio re s y d is tin to s d e lo s c o n s u m id o re s d e p an d e trig o , e s decir,
la g e n te d e c iu d a d . El a ñ e jo c o n f l ic t o c iu d a d -c a m p o se re p re se n ta b a
ta m b ié n su b specie alim entaria , v o lv ie n d o a rev iv ir la h o stilid a d e n tre
a ld e a n o s y c iu d a d a n o s y la p e r m a n e n te g u e rr illa , e n u n a su e rte d e v a ­
r ia n te a b a s te c e d o r a d e la s á tir a c o n t r a el a ld e a n o q u e s ó lo e n tie m p o s
de e sc a se z lle g a b a a un t e m p o r a r io a r m is tic io .
“ E n la s c iu d a d e s r e s id o ” , r e b a te c o n d e sd é n el “ p a n de t r ig o ” en
el C ontrasto d e G . C . C r o c e , q u e to m a su t ít u lo d e la d is p u ta a lim e n ­
ta ria e n t r e lo s d o s p a n e s , r e c h a z a n d o la a y u d a d el “ p a n d e h a b a s ” ,
de c o lo r “ m o r e n o ” , a lim e n to d e lo s “ m is e r a b le s ” d e lo s “ p o b r e c i-
llo s ” , “ t o s c o a l p a la d a r ” y d e d ifíc il d ig e s tió n , p e r o m á s “ d u lc e y s a ­
b r o s o ” q u e el p a n d e tr ig o :

155
156 EL PAN SALVAJE

Vuelve también a vivir en tu cueva


Que de tal socorro no me ocupo,
Siendo tus fuerzas débiles y vanas.
Tú eres en tu aspecto tan oscuro,
Que todos te escapan, al ser naturalmente
Difícil de digerir, rosco y duro (...)
Y el que aun a saborearte se atreve
Tres días parece llevar una piedra en el pecho,
Tanto tu alimento se hace áspero y duro [...J
Y en el padecer, y en el venirse abajo,
Quien lo sabe lo diga, si hay que penar,
Y si se queda después débil y laxo.
Pero yo vuelvo a replicarte
Que tú vuelves de afuera a los aldeanos,
Porque en lugar civil no has de estar.'

S in e m b a r g o , la n e c e s id a d o b lig a a l a r r o g a n t e p a n de c iu d a d a m it i­
g a r su o r g u llo a r is t o c r á t ic o y a a c e p t a r la a y u d a (te m p o r a r ia ) del
p a n d e a ld e a , p e ro d e sp u é s q u e e ste ú ltim o le p r o m e te v o lv e r, s u p e ­
r a d a la e m e r g e n c ia , a la s t ie r r a s d e sd e la s c u a le s h a b ía s a lid o p a ra
c o r r e r g e n e r o s a m e n te e n a y u d a d e lo s c iu d a d a n o s

Pan d e trigo
(...) sé en realidad que la penuria
De las malas cosechas ha sido
La que te ha hecho correr allí con furia.
Y entonces hasta la estación nueva
Estaremos juntos con perfecto amor,
Acaso la cosecha sea más buena.

Pan d e b a b as
Yo te prometo quedarme en mis límires
Y no venir más a mezclarme contigo,
Porque estoy mucho mejor entre los campesinos.
Los campesinos saben amasarme mejor,

' C*. C. Croce, Contrasto del pane di form ento e quello di fava p er la prece-
denza. Con un sonetto in D ialogo fra un Mastro e un Garzone sopra il pane
alloiato, Bolonia, Bartolomeo Cochi, 1617, hojas 1 reverso y 2 anverso.
VÉRTIG O S COLEC TIV O S

Y n o son co m o ellos tus panaderos,


Q ue só lo se o cupan de estropearm e.
A quél me hace g rande, grueso, redondo e ig u a l...1

La e s c a s e z d e lo s p a n e s n o b le s lle v a b a a p a n if ic a r sin d e m a s ia d a s
c o n t e m p la c io n e s p o r la c a lid a d d e la s m e z c la s , e n la s q u e e n tr a b a n
g r a m ín e a s d e se m illa s e s tu p e f a c ie n te s c o m o la c iz a ñ a y u n a v a r ie d a d
de é s ta , q u e e n la r e g ió n d e B o lo n ia lla m a b a n tragón y e n o t r o s lu ­
g a re s gittone o ghittone , h ie r b a d e g r a n o s n e g ro s u s a d a c o m o f o r r a ­
je o p a r a a lim e n ta c ió n d e g a llin a s y c a p o n e s , a lo s q u e le s a p r e s u r a b a
el e n g o r d e , sin p e r ju d ic a r lo s e n a b s o lu to . “ E l p a n q u e tie n e d e n tro
[la c iz a ñ a ], a d e m á s d e p e r tu r b a r la m e n te h a c ie n d o e s ta r c o m o b o ­
r r a c h o , p r o v o c a m u c h o s u e ñ o y t a m b ié n n á u s e a s ” .* A m e n u d o , en
las m e z c la s e n t r a b a n ta m b ié n lo s g r a n o s d e a lg a r r o b a , q u e p r o d u ­
c ía n h u m o r e s m e la n c ó lic o s , p e r o fr e c u e n te m e n te s u c e d ía q u e su s
v a in a s , s e m e ja n t e s a la s d e la s h a b a s , n o lle g a b a n s iq u ie r a a m a ­
d u rar.

Los aldeanos [con tab a M a ttio liJ reponen las vainas co n toda la plan­
ta para el ganado, aunque alguna vez he sabido de alguien que por
ham bre se co m ió la sem illa en la prim avera, todavía fresca en las vai­
nas, co m o se aco stu m bra com er las hab as y los g arban zos. Pero real­
m ente n o só lo son estas sem illas poco agradables al g usto, sino
tam bién m alas de digerir y co nstip ad o ras del c u e rp o ...4

U n o de lo s a s p e c to s c o la t e r a le s d e la e s c a s e z - d e l c u a l n o se h a t o ­
m a d o d e b id a c u e n ta — e s t a b a d a d o p o r la s o r p r e n d e n te d e c lin a c ió n
de u n a h ig ie n e m e n ta l y a o r g á n ic a m e n te p r e c a r ia y ta m b a le a n t e ,
p o rq u e ta m b ié n en la “ n o r m a lid a d ” lo s t o n t o s , id io ta s y c r e tin o s
c o n s tit u ía n u n a d e n s a y o m n ip r e s e n t e fa u n a h u m a n a , a l e x tr e m o de
q u e to d a a ld e a o b u r g o , a u n el m á s m in ú s c u lo , te n ía su to n t o . La
n ia la a lim e n ta c ió n a g r a v a b a la d e fic ie n c ia b io ló g ic a y u n e q u ilib r io
p s íq u ic o y a p r o f u n d a m e n te c o m p r o m e tid o p o r la s ífilis , el a lc o h o lis -

' Ibíd., hoja 3 anverso-reverso.


' M . Savonarola-B. Boldo, Libro della natura et virtú delle cose ebe nutrisco-
p. 21.
I’ietro Andrea M attio li, D iscorsi ne' sei libri di P ed acio D ioscoride
A nazarbeo della m ateria m ed icín a le..., Venecia, N icco ló Pezzana, 1 7 4 4 , p.
340.
158 EL PAN SALVAJE

m o , e t c é te r a , y e s p e c ta c u la r m e n te d e t e r io r a d o . D e s d e m e d ia d o s del
s ig lo XV III so n m u y c o n o c id o s lo s e fe c t o s d e v a s ta d o r e s de la p e la g ra
s o b r e el e q u ilib r io m e n ta l y lo s d e t e r io r o s d e b id o s a la m o n o a lim e n -
t a c ió n b a s a d a e n m a í z ; e n c a m b i o , s o n ig n o r a d o s o c a s i n o o b ­
s e r v a d o s lo s e fe c to s p r o d u c id o s p o r h ie r b a s o g r a n o s a lie n a n te s y
e s tu p e fa c ie n te s . El fe n ó m e n o r e s u lta e x t r a o r d in a r io , y en m u c h o s a s ­
p e c t o s , c o n m o v e d o r : e s c o m o si u n m a l e f i c i o s e h u b ie r a a b a t i d o
s o b r e v a s t a s c o m u n id a d e s , e n c a n tá n d o la s y a d o r m e c ié n d o la s ; c o ­
m o si la s m u ltitu d e s se h u b ie r a n v u e lto p r e sa s d e u n c o lo s a l v é rtig o
s o ñ o lie n t o in d u c id o p o r u n a d r o g a c a m p e s t r e y fa m ilia r, v íc tim a s de
u n a t o n t a m ie n to c o le c t iv o q u e , a p e s a r d e s e r t e m p o r a r io , lle v a b a al
a b a n d o n o d el t r a b a jo y d e la s o c u p a c io n e s h a b itu a le s . In s o s p e c h a ­
d o s p a r a ís o s a r tif ic ia le s s e a b r ía n a lo s s u b a lim e n ta d o s y h a m b r ie n ­
t o s : el d o rm ir, el s u e ñ o , la to r p e z a , la d is m in u c ió n y la in c o h e r e n c ia
d e la s fu n c io n e s a f e r r a b a n a a m p lio s e s t r a t o s d e p o b la c ió n n o s ó lo
m a r g in a l, s in o a c tiv a y p r o d u c tiv a . Si b ie n n o e s c u a n t ita t iv a m e n te
d e m o s tr a b le el a u s e n tis m o d e lo s ta lle r e s d e a r te s a n o s y la s m a n u ­
fa c tu r a s de se d a y d e c á ñ a m o , n o fa lta n in d ic io s y a u n p r u e b a s q u e
p e r m ita n in ic ia r el e s tu d io d e u n a p r o b le m á tic a n u ev a y d e g r a n a c ­
t u a lid a d . Es d e s c o n c e r t a n t e e n c o n t r a r s e c o n u n a s o c ie d a d , n o le ja n a
e n el t ie m p o y m u y c e r c a n a e n el e s p a c io , a m p lia m e n t e e n v u e lta en
la n a r c o s is p r o v o c a d a p o r p a n a d u lte r a d o : d e s c u b r ir el m u n d o d e lo s
t r a b a ja d o r e s u r b a n o s s o m e tid o s a e s ta d o s f r e n é tic o s y d e a tu rd i­
m ie n to q u e en el c a m p o e r a n a ú n m á s fr e c u e n te s , s o b r e t o d o e n las
t ie r r a s d el “ b a j o ” , d o n d e el c u ltiv o d el c á ñ a m o e n to d a s su s fa s e s,
d e sd e el c a m p o h a s ta el m a c e r a d e r o y el te la r d o m é s t ic o , p r o d u c ie n ­
d o e fe c t o s a fr o d is ía c o s c o n t r ib u ía a a lim e n ta r u n a s e n s u a lid a d a g r a ­
r ia d e la c u a l la m e c a n iz a c ió n de lo s c a m p o s ha b o r r a d o to d o
v e s tig io .
L o s e fe c t o s d e la c iz a ñ a (el ¡vraie d e lo s fr a n c e s e s , d e t r a n s p a r e n ­
te e t im o lo g ía , ebriaca ), m e z c la d a en c a n tid a d e s e x c e s iv a s c o n el g r a ­
n o , e r a n c o n o c id o s d e sd e lo s tie m p o s m á s r e m o t o s . D e e lla s u rg ía un
p a n c iz a ñ e r o (el té r m in o e s d e C r o c e ) d e c o n s e c u e n c ia s d e v a s ta d o ­
r a s , m u y c o n o c id o p o r lo s b o t á n ic o s y lo s e s p e c ie r o s .

(...J el pan en el que aparezca una cantidad notable de ella hace


que los hombres, al comerlo, se vuelvan estúpidos y como borra­
chos, presos de gravísimo sueño, pero en Toscana nosotros Ison
consideraciones de Pietro Andrea M attioli de Siena| extraemos
con gran diligencia la cizaña de los forrajes, para escapar al da­
V ÉR TIG O S C O LEC TIV O S 159

ño que ella hace a la cabeza, emborrachando y haciendo dor­


mir.’

C u a n d o se p a n if ic a b a c o n d e s e s p e r a c ió n u tiliz a n d o la s m á s im p u ra s
y h e te r o g é n e a s m e z c la s , to d a s la s a v e n tu r a s v e n e n o s a s e r a n p o s ib le s ,
y la c iz a ñ a “ m a lig n a " (G . C . C r o c e )

por los muros


hace golpear la cabeza a menudo a las personas."

L a s m u ltitu d e s d e la e d a d p r e in d u s tr ia l, s o m e t id a s a c a r e n c ia s p r o ­
te ic a s y v ita m ín ic a s , m a l p r o te g id a s d e lo s a t a q u e s d e la s e n fe r m e d a ­
des in f e c c io s a s p o r d ie ta s p r e c a r ia s e in a d e c u a d a s , fla g e la d a s p o r el
“ fu e g o d e s a n A n t o n io ” p a r tic u la r m e n t e d ifu n d id o e n la s á r e a s de
c o n s u m o d el c e n t e n o , e x p u e s t a s a lo s r e p e n tin o s la tig a z o s d e las
c o n v u ls io n e s y d e la e p ile p s ia , a lo s d e lir io s d e la s fie b r e s , a la s lla ­
g as ir r it a d a s , a la s ú lc e r a s q u e r o ía n lo s t e jid o s , a la s g a n g r e n a s im ­
p la c a b le s y a la s r e p u g n a n te s e s c r ó fu la s , a lo s lo c o s r ig o d o n e s del
“ b a ile d e S a n V it o ” y d e la s e p id e m ia s c o r é u tic a s , a la p e r e n n e p e s a ­
d illa de la s lo m b r ic e s y de la s d ia r r e a s c o lé r i c a s , ta m b ié n p a d e c ía n
lo s e f e c t o s m a lé f ic o s d e lo s p a n e s “ in n o b l e s ” (P. A . M a t t io li) , lo s d e ­
lir io s t ó x i c o s d e la s im p u r a s m e z c o la n z a s d e f a r i n á c e o s , la id io -
t iz a c ió n , la e stu p id e z y el e m b o t a m ie n t o d e m e n c ia l del v e n e n o
a lim e n ta r io . U n e s c e n a r io a lu c in a n t e , e n e l q u e ju n t o a lo s m a n c o s ,
lo s c ie g o s , lo s q u e s u fría n e s c r ó fu la s y fís tu la s , lo s lla g a d o s , lo s tiñ o -
s o s , lo s l i s i a d o s , lo s h e c h i z a d o s , lo s p a p u d o s , lo s b a r r i g o n e s y
los h id r ó p ic o s , lo s “ c iz a ñ e a d o s ” y “ o p ia d o s ” , se m o v ía n to r p e s y d e ­
m e n te s, lo c o s y f r e n é tic o s , b o r r a c h o s c r ó n ic o s y e fím e r o s , b e o d o s de
v ino o - a l g o in c r e í b le - d e p a n .
A lu c in ó g e n o s y s o m n ífe r o s d e riv a d o s d e la a m a p o la , o p iá c e o s
d e stila d o s d e m a la c a lid a d y r ie s g o s o s u tiliz a d o s c o m o s e d a n te s y
a n a lg é s ic o s t a m b ié n p o r la medicina p au peru m , p o le n y fib r a s del
c á ñ a m o (u n a p la n ta c o n la q u e lo s c a m p e s in o s d el “ b a j o ” e m ilia n o
y r o m a ñ o lo v iv ía n e n e s tr e c h a y fa m ilia r s im b io s is ), d e lin e a n u n d r a ­
m á tic o p a n o r a m a h u m a n o , d e lir a n te o c a t a t ó n i c o , in e r te o e p ile p to i-

1 Ibíd., p. 2 7 6 .
* Croce, Contrasto del pane di formento e quello di fava..., ob. cir., hoja 2 re­
verso.
160 EL PAN SALVAJE

d e , g o lp e a d o p o r e l u s o c o n s c ie n r e o in v o lu n t a r io d e d r o g a s y de
p r o d u c t o s tó x ic o s .
N i a ú n lo s n iñ o s se s u s tr a ía n a e sta o la d e n a r c ó tic o s .

Cuando los niños se muestran un poco inquietos (escribía el anóni­


mo autor de las Istruzioni m ed ick e p e r le genti di cam pagna] cuan­
do no duermen, cuando les viene bien a las madres o a las nodrizas,
existe la costumbre de recurrir de inmediato a remedios que los ha­
gan dormir. Iniciado una vez este uso, por cada pequeño motivo se
les da el hervido de amapola, y se vuelve casi habitual dicho reme­
dio. Pero conviene advertir a esas personas que el uso demasiado fre­
cuente de somníferos es muy nocivo. Las observaciones médicas nos
enseñan que las personas más robustas contraen debilidad por el uso
demasiado repetido de estos remedios, y a veces una parálisis en los
miembros, una esterilidad en el espíritu.

U n h á b it o q u e s e p r a c t ic a b a d e s d e la r g o tie m p o a n t e s , r e g is tr a d o
t a m b ié n e n el E rb o lario vu lgare : “ I __] a lg u n o s d a n el p o lv o de
a m a p o la s a lo s n iñ o s m e z c la d o c o n le c h e , p a r a q u e d u e r m a n m e ­
jo r ” .’
H e r b o r is ta s , e s e n c ie r o s , d r o g u e r o s , f a r m a c é u tic o s y e s p a g ír ic o s se
o c u p a b a n d e re c o g e r, d e stila r , m a n ip u la r en in fu s io n e s y c o c c io n e s
la s h ie r b a s e n q u e la s “ m u je r c it a s ” d e c a m p o e r a n t a m b ié n e x p e r ta s
y s a g a c e s c o n o c e d o r a s . D e s d e el o p io , u s a d o p a r a a liv ia r lo s d o lo r e s ,
c a lm a r la t o s , p r e d is p o n e r a l s u e ñ o , h a s ta las o t r a s h ie r b a s e s tu p e fa ­
c ie n te s y d e lir a n te s c o m o el b e le ñ o , p o d e r o s o p a r a h a c e r “ d o r m ir y
d e lir a r ” ,1' lla m a d o “ h ie r b a a p o lí n e a ” p o r su p r o p ie d a d a lu c in a t o r ia
y v is io n a r ia , s u s c ita d o r a d e e s p ír itu p r o f é t ic o , d e s u e ñ o s e s p a n to s o s ,
d e p e s a d illa s t e r r o r íf ic a s ; h a s ta el " s o l a t r o f u r io s o ” , c u y a r a íz b e b i­
d a e n v in o en la m e d id a d e u n d r a c m a “ r e p re s e n ta v a n a m e n te a l in ­
te le c t o im á g e n e s de c o s a s r e a lm e n te a le g r e s , p e r o si se d u p lica su
p e so su m e a o tr o s e n é x ta s is d u r a n te tr e s d ía s ” ; 1" h a s ta la “ b e lla d o ­
n a ” q u e , si se c o m e su fr u t o , to r n a c o m o lo c o s y fu r io s o s a lo s h o m -

' Bassano, Remandini, 178.5, parte i, p. 25.


" Venecia, F. Bindoni, 1536, cap. “De lo papayero".
' Mattioli, Discorsi tte’ sei libri, ob. cit., p. 597.
Ibíd., p. 600.
VERTIG O S COLEC TIV O S 161

b r e s , s e m e ja n t e s a s í a lo s “ e n d e m o n ia d o s ” , " el r e in o v e g e ta l o fr e c ía
su s v e rd e s d e lir io s a la g e n te y a a q u e llo s p a r tic u la r e s c o n o c e d o r e s
d e lo s s e c r e t o s d e la n a tu r a le z a q u e se m o v ía n e n el g r a n “ te a tr o fa r ­
m a c é u ti c o ” c o n la su tile z a d el a lq u im is ta y la d o s ific a d a c a u te la del
b o t ic a r io , m a e s tr o e n el c o n o c im ie n t o d e t o d o lo q u e e n t r a b a en el
g ra n “ d is p e n s a r iu m siv e a n t id o t a n u m ” , s a b io m a n ip u la d o r de la
c ie n c ia d e la s h ie r b a s , d e la s “ v irtu d e s o c u l t a s " , d e la s “ a le g r ía s ” m i­
n e r a le s , d e lo s “ s im p lic iu m a r c a n a ” (ta l c o m o e s c r ib ía O s v a ld o C r o -
ll,o e n el Tractatus de sign aturis internis rerum, sen de vera et viva
an ato m ía m aioris et m inoris m undi).'1 T a m p o c o d e b e e x c lu ir s e - c o ­
m o a lg u ie n h a p e n s a d o - q u e la m is m a b r u je r ía e s tu v ie ra lig a d a a
p r o c e s o s a lu c in a to r io s a lc a n z a d o s c o n el u s o d e c ie r t a s h ie r b a s ( “ la
h ie r b a d e la s b r u ja s ” o b e lla d o n a , la d ig ita l, la h ie r b a d e la lo c u r a ,
la d a tu r a e s t r a m o n io , c o n o c id a e n F r a n c ia c o n el n o m b r e d e berbe
au x sorciers , de berbe des d ém o n iaq ues . . . ) , m ie n tr a s r e s u lta in d is c u ­
tib le la r e la c ió n e n tr e b r u je r ía , s u b a lim e n ta c ió n y h a m b r e , ta l c o m o
la h a b ía in tu id o el “ l o c o ” C a r d a n o . E n el c a p ít u lo d e d ic a d o a las
striges sen lam iae (a v e s n o c t u r n a s o la m ia s ], el g r a n m é d ic o lo m b a r ­
d o t r a z a b a u n id e n t ik it d e la b r u ja , q u e c o r r e s p o n d e al r o s t r o d e la
vieja p o b r e , d e s n u tr id a y “ f i ja d a ” d e m o d o m a n ía c o e n a lu c in a c i o ­
nes a t r a b i lia r ia s :

Sunt b a e m ulierculae m en dicae, m iserae, in vallibus victitantes cas-


taneis et agrestibus oler i bus, et nisi lactis qu ip p iam adesset, vivere
o m n in o non possent. Id eo etiam m acilentae, deform es, oculis em is-
sitiis, p a llidae, et suboscu rae, atram bilem a c m elan cb oliam ipso in­
tuito p raeferen tes. Sunt laa tu rn a e, am en tesqu e, a c parum a b bis
q u a e d a em o n io ten eri creduntur differunt; fix a e in suis opinionibus
/.../ L a b o r a r e autem eas atra e bilis m orb o , tum victus ratio, lum aé-
ris q u alitas, tum form a a tq u e effigies ipsa vultus et corporis, tum ver­
b a ipsa stu ltitiae..."

lE stas m u jercitas m endigas y m iserables se alim entan en los valles de


hierbas y verduras salv ajes y si n o hubiera algo de leche no podrían

" Ibíd., p. 6 0 3 . Véase S. M arszalkowicz, “ [.'elemento tossicologico nella stre-


goncria medievale” , en Lavori d i ston a della medicina compilati neU'anno acca-
demicu 1936-1937, Rom a, Arti grafiche Bedonia, 1938, pp. 80-93.
' Venccia, Com bi, 1643.
1 Cardani, De rerum varietate, ob. cit., pp. 7 3 4 -7 3 5 .
162 EL PAN SALVAJE

vivir en absoluto. Son, pues, macilentas, deformes, con los ojos sal­
tones, pálidas y opacas, y llevan en su propia mirada bilis negra y
melancolía. Son taciturnas y dementes, y diseminan cosas que se cree
que provienen del demonio, fijadas en sus opiniones... y que sufren
la enfermedad de la bilis negra, ya por su estilo de alimentación, ya
por la calidad del aire, ya por la forma y la apariencia misma de su
cuerpo y su rostro, ya por las mismas palabras de estupidez...]

H ie r b a s d e e fe c to s p e r tu r b a d o r e s , d ifu n d id a s t é c n ic a s a lu c in ó g e n a s ,
m a n ip u la c io n e s o n ir o p o ié tic a s , f a n ta s ía s s o b r e e x c ita d a s d e m ito s ,
fa b u la c io n e s , n a r r a c io n e s d e n s a s d e m irabilia ; v ia je s a lo s o b r e n a t u ­
r a l, c o s m o g r a f ía s f a n tá s tic a s , p a íse s y re in o s c o n s tr u id o s c o n el m is­
m o t e jid o d e q u e e s t á n h e c h o s lo s s u e ñ o s , el p a r a ís o id ílic o , J a u ja y
la s isla s d e la b e a t it u d ; f a n ta s ía s v is io n a r ia s , a lu c in a c io n e s m ile n a ris -
t a s , fa b u la c io n e s r e lig io s a s y b a lb u c e o s d e m e n c ia le s ; la su b lim a c ió n
d el id io ta y el r e s p e to -t e r r o r p o r el d e m e n te ; m á g ic a s d e s tila c io n e s
d e h ie r b a s d e p o d e re s e x t r a ñ o s , filtr o s y e n c a n ta m ie n to s ; d u e n d e s y
lic á n tr o p o s , “ ig u a n e ” , h a d a s y r e in a s del ju e g o ; M o r g a n a y M a g lo -
r ia , la re in a M a b , A r le q u ín y su b a n d a , lo s í n c u b o s y lo s s ú c u b o s ,
e n c a n ta d o r e s , m a g o s y a d iv in o s , la m e m o r ia n o s t á lg ic a d e la o rg ía
c o le c t iv a y del g ra n b a n q u e te s a b á t ic o ; la a n t r o p o f a g ia y el v a m p i-
r is m o , e l v u e lo n o c t u r n o y lo s c o n g r e s o s d e b r u ja s : el im a g in a r io
c o le c t iv o d e m ó n ic o y n o c t u r n o d e la s g e n e r a c io n e s d e la e d a d p re in -
d u s tr ia l n a c e d el m u n d o d el h a m b r e , d e la c a r e n c ia , de la fr u s t r a ­
c ió n , c o m o ilu s io n is ta c o m p e n s a c ió n d e la a lie n a c ió n e x is t e n c ia l.
L a d r o g a m á s e fic a z y p e r tu r b a d o r a , m á s a m a r g a y fe r o z , h a sid o
s ie m p r e el h a m b r e , p r o d u c t o r a d e in s o n d a b le s d e s c o m p e n s a c io n e s
p s íq u ic a s e im a g in a tiv a s : d e e sta a lu c in a c ió n fo r z a d a h a n su rg id o los
s u e ñ o s a d ic io n a le s y t r id im e n s io n a le s c o m p e n s a d o r e s de la m is e ria
d e la c o t id ia n id a d , d e la e s c u a lid e z d e la r a z ó n y d e lo s u ltr a je s p e r ­
p e tr a d o s c o n t in u a m e n te c o n t r a e x is t e n c ia s m is e r a b le s y p e r s o n a lid a ­
d e s in f a n tile s , de m o r b ilid a d p s íq u ic a c o n te n d e n c ia c o n v u ls iv a e
h is te r o id e , típ ic a s d e u n a s o c ie d a d a p la s ta d a p o r el p e s o d e lo s sta­
tus p ir a m id a le s , in m o d if ic a b le s p o r ley d iv in a y v o lu n ta d re a l. L o s
d e lito s , la s a lu c in a c io n e s , la s e x a lta c io n e s e x p e r im e n ta d a s p o r lo s
p r o t a g o n is ta s d e la n o v e la a u t o b io g r á fic a d e K n u t H a m s u n {Hatn-
bret 1 9 0 0 ) p u e d e n s e r v ir p a r a h a c e r n o s c o m p r e n d e r c u á l d e b e d e h a ­
b e r s id o la h ig ie n e m e n ta l d e lo s h a m b r ie n to s del an d en régime.
L a s o c ie d a d o c c id e n ta l, a l d e r r o ta r p o r lo m e n o s te m p o r a r ia m e n ­
te a l h a m b r e , h a d e s tr u id o lo s r e s e r v ó n o s o n í r ic o s q u e a lim e n ta b a n
VÉRTIG O S COLEC TIV O S 163

a q u e l a la r g a m ie n to d e la c o n c ie n c ia d e fo n d o ir r a c i o n a l y v is io n a r io ,
a lc a n z a d o p o r c ie r t a s tr ib u s in d ia s de A m é ric a d el N o r t e c o n el h á ­
b ito d el a y u n o a ú n a n te s q u e c o n el u so d e la m e s c a lin a . A l p r o h i­
b ir s e la s h ie r b a s a lu c in ó g e n a s h a n d e s a p a r e c id o las v e n ta ja s d e un a
''im a g e n d e l u n iv e r s o c o n fo n d o v i s io n a r io ” , 14 ju n t o a la s fo r m a s de
c o n c ie n c ia y d e c ie n c ia d is tin ta s d e a q u e lla s , u n id im e n s io n a le s , de la
r a c io n a lid a d .
T a m b ié n el p a n “ c iz a ñ e a d o ” c o n t r ib u ía al “ v i a je ” a L u b b e r la n d ,
e n la “ tie rr a d e B a lo r d ia ” :

[,..) el que te come después, tan ofendido


Queda, que bien y siempre va estúpido,
Como el que ha tenido un ataque.1*

Y a in e p to p a r a el t r a b a jo , t a m b a le a n t e y a t o n t a d o , e l t r a b a ja d o r ,
o b r e r o o a p r e n d iz , te n ía q u e c a m b ia r la tie n d a p o r la c a m a y d o rm ir
la r g a m e n te , p e r s ig u ie n d o su s f a n tá s tic o s s u e ñ o s g e n e r a d o s p o r el
p a n , q u e e m b o r r a c h a b a y h a c ía p e r d e r el ju ic io .
L o s e f e c t o s p a r a liz a d o r e s y n a r c o tiz a n te s d e e s te p a n a d u lte r a d o
so n d e s c r ip t o s e fic a z m e n te p o r el in t e r c a m b io d e fr a s e s e n tr e un
“ m a e s tr o ” y un “ a p r e n d iz ” e n el D ialogo fra un M aestro e un gar-
zone so p ra il p an e alloiato , d e G . C . C r o c e :

M. ¿Qué tienes que no trabajas, escrofuloso?


A. Mi querido maestro, no puedo trabajar.
M. ¿Por qué?
A. Porque siento que me camina alrededor
la cabeza justo como un molinillo.
M . ¿Tienes acaso encima una sombra de vasito,
Porque te veo todo tambalearte?
A. Si fuera ella, debería dejarle
Medio salario y razonar.
M . ¿Qué tienes entonces, que te has transtomado
Así en los ojos?

‘ K. Kcrényi, Prólogo a la edición italiana de II briccone divino, Milán, Bom-


P ia n i, 1 9 7 9 (2 ), P . 1 9 .
' G. C. Croce, Contrasto del pan e di form ento e quello di fava, ob. cit., ho­
la 2. reverso.
E L PAN SALVAJE

A. ¿Pero no ve usted
Que si tiemblo todo es que estoy cizañeado?
M. Oh, gran cosa es esta, si después
Que uno come, parece desatinado,
Loco, ebrio y tonto: ¡oh, desventurados de nosotros!
Arriba, ahora; si quieres curarte,
Ve, duerme un poco, que para tal enfermedad
Éste es el mejor remedio.'*

U n a s o c ie d a d ta n p r o f u n d a m e n te su m e rg id a e n u n a e s tre c h a e in e x ­
t r ic a b le r e la c ió n c o n h ie r b a s , b a y a s , r a íc e s y g r a n o s d e te r io r a d o s s o ­
b r e lo s c u a le s las a b u n d a n t e s lib a c io n e s h a c ía n d e sc e n d e r, a d e m á s ,
d ia r ia s r o c ia d a s d e a lc o h o l, c o n s tit u ía u n m u n d o c if r a d o en el p re ­
c a r io e q u ilib r io m e n ta l p r o p io de lo s g ru p o s in c lin a d o s a las d r o g a s ,
p a r a lo s q u e s ie m p re e stá a l a c e c h o la p e s a d illa d e la e sq u iz o fr e n ia .
U n a s o c ie d a d v is io n a r ia , d o n d e e s te c a r á c t e r n o e ra s o m e tid o a l c o n ­
tr o l lit ú r g ic o , c o m o s u c e d ía , en c a m b io , e n el s e n o d e las p o b la c io ­
n e s q u e h a c ía n u so r itu a l d e lo s a lu c in ó g e n o s p e r o q u e , p o r el
c o n t r a r io , p o d ía n e s t a lla r en c r is is r e p e n tin a s y fu r io s a s , e n e x c e s o s
in d u c id o s p o r in t o x ic a c io n e s c o le c t iv a s y e n d e lir io s a c a u s a del
h a m b r e . E l á c id o lis é r g ic o , u n e s tu p e fa c ie n te d e r iv a d o del h o n g o del
c e n t e n o , e ra se g u r a m e n te el a g e n te r e s p o n s a b le de c r is is y n e u ro s is
m o tr ic e s c o n o c id a s c o n el n o m b r e de “ b a ile d e S a n V i t o " . Y es s a b i­
d o q u e la c o m p o s ic ió n q u ím ic a d e e s te á c id o e s a fín a la d e la m e s-
c a li n a , el e s tu p e fa c ie n te q u e lo s in d io s d el N u e v o M u n d o e x tr a ía n
del p eyotl, e s d e cir, d e la r a íz d e u n c a c tu s .
A n o s o tr o s n o s r e s u lta d ifíc il c o m p r e n d e r lo s p r o fu n d o s c a m b io s
d e la c o n c ie n c ia c o le c t iv a q u e g o lp e a b a n a la s p o b la c io n e s s u b a li-
m e n ta d a s d el p a s a d o ; p e r o si se c o n s id e r a q u e el h a m b r e , c o m o la
m e s c a lin a , in h ib e la fo r m a c ió n d e la s e n z im a s ú tile s p a r a c o o r d in a r
el o r d e n a d o t r a b a jo d e l c e r e b r o y re d u c e la ta s a d e g lu c o s a n e c e s a ­
ria p a r a e ste ó r g a n o , q u e la n e c e s ita p a r a p o d e r t r a b a ja r , p r o d u c ie n ­
d o e n to n c e s a lu c in a c io n e s y te m b lo r e s d e m e n c ia le s , se p o d rá in tu ir
- a u n sin te n e r e n c u e n ta el a p o r t e d e lo s t ó x ic o s d e o rig e n v e g e t a l-
q u e a m p lio s e s t r a t o s d e la p o b la c ió n m á s p o b r e , a fe c ta d a p o r un
p r o f u n d o d e te r io r o d e la v o lu n ta d , d e s m o tiv a d a s o c ia lm e n t e y p ri-

' Ibíd., hoja 4, anverso.


VÉRTIGOS CO LEC TIV O S 165

v ad a d e in t e r é s p o r las “ c a u s a s ” m á s e le v a d a s y h u m a n a s , v iv ía en
un m u n d o d e e s c u á lid a a p a t ía in te le c tu a l y m o r a l, a lt e r a d a e n la s re­
la c io n e s d e t ie m p o y de e s p a c io , en un u n iv e r so d e p e r c e p c io n e s e x -
r r a s c n s o r ia le s t o t a lm e n t e ir r e a le s . U n in te le c tu a l q u e s a b ía d e d r o g a s
ha e s c r it o : “ C u a n d o el c e r e b r o se q u e d a sin a z ú c a r, el d e s n u tr id o e g o
se sie n te d é b il, se r e s is te a e m p r e n d e r lo s n e c e s a r io s q u e h a c e r e s y
p ie rd e t o d o su in te ré s p o r la s r e la c io n e s e s p a c ia le s y te m p o r a le s q u e
t a n to s ig n if ic a n p a r a u n o r g a n is m o d e s e o s o d e ir t ir a n d o e n e ste
m u n d o ” . 17
L o s t u m u lto s c a u s a d o s p o r la p o b r e z a r e p r e s e n t a b a n , e n e l fo n d o ,
e s t r e m e c im ie n t o s c o n v u ls iv o s d e tip o e p ile p to id e q u e - f u e r a del
tie m p o y d el e s p a c io , fu e ra d e t o d a e s tr a te g ia s o c ia l y p o l í t i c a - n o
te n ía n p o s ib ilid a d a lg u n a d e o r g a n iz a r s e e n r e v o lu c ió n .
O s c il a n d o e n t r e n a r c o s is y n e u r o s is , e n t r e h ip n o s is y fr e n e s í, la s o ­
c ie d a d p o b r e del p a s a d o se h u n d ía e n u n u n iv e r so f a n tá s tic o d e e le ­
v a d o p o te n c ia l. L o s d e lir io s n o c t u r n o s se s u m a b a n a la s e b r ie d a d e s
y o b s e s io n e s d iu r n a s p a r a c o n s tr u ir u n m á q u in a d e s u e ñ o s p a r tic u ­
la r m e n te a r tic u la d a q u e t o d a v ía e s p e r a el a b o r d a je d el p s ic o a n á lis is
so c ia l p a r a p e n e t r a r c o n m a y o r lu c id e z en el in t r in c a d o la b e r in t o
o n ír ic o del a n d é n regitne.
U n a p e q u e ñ a b io p s ia o n í r ic a , u n r e le v a m ie n to d e te jid o s a é re o s
h e c h o s d e n a d a , d e “ q u im e r a s , r a re z a s y f a n t a s ía s ” , p u e d e e fe c t u a r ­
se s o b r e lo s Sogtti fan tastich i della notte, e n lo s q u e G . C . C r o c e v ie r ­
te un m u e s tr a r io n o d e s d e ñ a b le d e lo s s u e ñ o s d e lo s h o m b r e s d e su
g e n e r a c ió n , su s p e n d id o s e n tr e c a íd a y le v ita c ió n , e n tr e v u e lo s a é re o s
y a b is m a le s , t o r tu o s o s r e c o r r id o s .

He salido a veces fuera de las puertas,


Y me he metido en antros y cavernas,
Hablando muchas veces con la Muerte.

He tenido la nariz trunca y las manos cortadas,


Los pies torcidos y un andar a rastras,
Que me parecía tener las piernas mutiladas.

A. Huxley, The Dours o f Perception. H eaven and Hell. [Ed. cast.: l¿»s
puertas de la percepción . Ciclo e infierno, Buenos Aires, Sudamericana, 1975,
P- 25.]
E L PAN SALVAJE

Ahora cabalgo en grupas de un carnero,


Ahora sobre un delfín me parece subir,
Ahora sobre un elefante, o también un león.

Casi todas las noches sueño que vuelo (...]

Fui por el aire la otra noche en vela,


Y sobre un alto monte quedé apresado,
Y fui arrojado a una bolsa de tela.

Flasta he soñado que las cigüeñas


Me han llevado a una oscura gruta
Y sepultado entre las carroñas.

A veces fui levantado en peso


Y llevado a un pozo, y el pozo se volvió
Linterna, y yo, una encendida tea (...)
A veces he caído hasta el fondo de un río,
Después me encontré en un barril,
Y abajo de un monte me deslicé redondo [,..|

De muchos oí decir que hicieron


Ciertos sueños tan horrendos y espantosos
Que a la mañana se volvieron lo co s..."1

« L a h ie r b a opbiusa - e s c r i b í a , e n el p e n ú ltim o d e c e n io d el s ig lo XVI,


u n v is io n a r io c o n t e m p o r á n e o d e G . C . C r o c e - a l b e b e r s e in d u c e a
g r a n t e r r o r y e s p a n to p o r la g ra n c a n tid a d d e se r p ie n te s q u e re p re ­
s e n ta a q u ie n la t o m a , a l p u n to d e lle v a r lo a d a r s e m u e r te a c a u sa
d el t e m o r d e s e r d e v o r a d o p o r e l l a s . . . ” . ' 1' S u b ie n d o d e sp u é s la d o sis ,
a g r e g a b a q u e la “ h ie r b a p otam an tin a , q u e se e n c u e n tr a en el r ío In ­
d o , a l s e r b e b id a h a c e e n lo q u e c e r a lo s h o m b r e s , r e p re s e n tá n d o le s
a n t e lo s o jo s c o s a s n o n a t u r a le s ” .20
L a z a r o G r a n d i, s e d ic e n te m é d ic o , p a r a m a n t e n e r a le ja d o s lo s “ te­

'* Bolonia, Eredi d el Cocbi, p. 4, reverso, y pássim.


” Gio. María Bonardo, La minera d el m ondo, Venecia, Antonio Turini, 1611.
hoja 42a. La primera edición es de 1589.
10 Ibíd., hoja 43a.
VÉRTIG O S CO LEC TIV O S 167

r rib le s s u e ñ o s ” , d iv u lg a b a a su vez u n “ s e c r e t o ” a b s u r d a m e n te im ­
p r o b a b le :

Cuídese de no tener al cuello una piedra de ónix cuando va a dor­


mir, porque dicha piedra posee virtudes naturales capaces de mover
los humores más malignos y al mismo tiempo de perturbarlos, al
punto de que, enviando después a la cabeza cualidades correspon­
dientes, despierta especies similares y provoca sueños espantosos.; ’

La e s m e r a ld a , e n c a m b io , si e ra c o lo c a d a e n la b o c a -t e s t im o n ia b a
G e r o la m o C a r d a n o en D e proprta vita - , a c a r r e a b a lib e r a c ió n del
d o lo r, d e s m e m o r ia y la r g o s p a r é n te s is d e o lv id o . S e g ú n A lb e r to
M a g n o , la p ie l d e a s n o c o lg a d a s o b r e la c u n a m a n te n ía a le ja d o s d e
lo s n iñ o s lo s te m o r e s n o c t u r n o s . “ E t si s u s p e n d itu r c o r u p u p a e a u t
o c u lu s , a u t c e r e b r u m su p ra se a d c o llu m s u u m , c o m f e r t o b liv io n i et
s u b tiliz z a t in te lle c tu m h o m in is ” ( Libellus de m irabilibus mundi). [Y
si se s u s p e n d e el c o r a z ó n o el o jo o el c e r e b r o p o r e n c im a d e é l, c o m ­
b a r e el o lv id o y h a c e m á s a g u d o el in t e le c t o del h o m b r e ( Pequeño li­
bro acerca de las co sas adm irables del m undo)].
L o s m a lo s h u m o r e s e r a n p o r t a d o r e s d e s u e ñ o s “ e x tr a v a g a n t e s y
h o r r ib le s ” , q u e la n z a b a n a la a n g u s tia a q u ie n e s m á s s u fr ía n la fa lta
de te m p la n z a h u m o r a l, la s v íc tim a s d e la n e g ra b ilis , lo s o s c u r o s h i­
p o c o n d r ía c o s .

Kse encontrarse entre muertos en las sepulturas y entre los miembros


de hombres descuartizados y no poder salir de allí, ese verse en ma­
nos de los ministros de la justicia condenado al último suplicio, ese
ver que el cielo se desploma y que de él llueven fuegos y rayos con
espantosos aspectos de extrañas figuras, ese estar en el fondo de to­
rres altísimas y oscurísimas, y no saber cómo salir y el estar oprimi­
dos entre la estrechez de dos paredes y no poder ya del ahogo
respirar, ese volver a mirarse sumergido en montañas de fango o de
otras suciedades o inmundicias, y ese volver a encontrarse en un ho­
rrible precipicio con inevitable peligro de caer, ese estar rodeado por
multitudes de serpientes, todas listas para devorarlo, o el verse per­
seguido por perros feroces y rabiosos o por otros feroces animales
esperando a cada momento ser destrozado o devorado por ellos, y

A lfabeto di secreti ntedicinali , Bolonia, Longhi, 1693, p. 2 38.


168 EL PAN SALVAJE

ese ver ante los propios ojos a las personas más queridas, muertas o
sometidas a agonía de muerte, o haberlas perdido y no poder ya en­
contrarlas de nuevo, y mil y otros sueños del mayor espanto que se
pueda imaginar, son cosas que producen tanta molestia y tanto ho­
rror que más bien el hombre elegiría la muerte o, por lo menos, tra­
taría de no cerrar los ojos para dorm ir...21

A la s p e s a d illa s d e la n o c h e o fr e c ía n u n a p e r fe c t a c o r r e s p o n d e n c ia
lo s “ e x tr a ñ o s p e n s a m ie n t o s ” , la s “ lo c u r a s ” , la s “ e x tr a ñ a s o p in io ­
n e s ” q u e d u r a n te el d ía a t o r m e n t a b a n a lo s e s p ír itu s s a t u r n in o s , c a í ­
d o s e n u n p e r m a n e n te in f ie r n o d e o b s e s io n e s y d e d e lir io s sin
r e s p ir o :

muchos, estimando estar muertos y no queriendo ya por ello ni co­


mer ni beber, han corrido manifiesto peligro de vida; otros no sólo
piensan que están muertos sino que están condenados al infierno;
hay quienes piensan que son perseguidos por grandes potentados, y
entonces se encierran en sus propias casas y no se quieren mover de
ellas de modo alguno; otros piensan que tienen un animal vivo en el
cuerpo; otros, que tienen algún absceso o llaga pútrida e incurable
en algún lado; otros, que tienen la cabeza de fragilísimo vidrio o que
se han vuelto rodos de vidrio, de barro o de piedra, o que se han
transformado en algún anim al...1’

El lím it e e n t r e v id a y s u e ñ o , e n tr e r e a lid a d y a lu c in a c i ó n , p r á c t ic a ­
m e n te h a b ía d e s a p a r e c id o : la s “ c o s a s fu e ra d e n a t u r a ” se h a b ía n in ­
t r o d u c id o e n la c o r r o m p id a n a tu r a le z a d el h o m b r e . El e s t u p o r y el
t e r r o r n a r c o tiz a n te e r a n y a lo s n e g ro s á n g e le s d el in s o m n io n e u r ó ­
t ic o .

u P. Z acchia, De' malí hipochondriaci, Rom a, per Vítale M ascardi, 1 6 4 4 , p.


44.
u Ibíd., p. 45.
X III. S U E Ñ O S H IP E R B Ó L IC O S

L a p r o fu n d a te n d e n c ia h is te r o id e , q u e a v e c e s e s ta lla b a e n fo rm a s de
h is te ria c o le c t iv a e p id é m ic a c u lm in a n te en c o n v u ls io n e s y p a rá lisis ,
d e lin e a la in q u ie ta facies in t e r io r d el h o m b r e c o m ú n d e la e d ad p re in -
d u s tria l, “ lig a d o p s ic o ló g ic a m e n te - c o m o h a o b s e r v a d o Je a n - P ie r r e
P e t e r - a u n a s u e rte d e in f a n c ia ” , d e un h o m b r e q u e “ n o se p e rte n e c e
del to d o a s í m is m o ” y q u e n o p u e d e “ e le g ir el p r o p io s e r s o c ia l” .'
L o s “ c o m p o n e n t e s h is té r ic o s d el c o m p o r t a m ie n to p o p u la r ” ,2 p o r
lo m e n o s e n F r a n c ia , e m p e z a r o n a d e c lin a r, se g ú n el m is m o e s tu d io ­
s o , d e sp u é s d e l 2 1 d e e n e r o d e 1 7 9 3 , c o n la e je c u c ió n d el “ p a d r e ” ;
p e ro e n I ta li a , d o n d e sin e m b a r g o n in g ú n p a d r e o p a p a fu e g u illo ti­
n a d o , la m o r b ilid a d p s íq u ic a d is m in u y ó d e m o d o n o t a b le , le n ta p e ­
ro c o n t in u a m e n te , c o n el d e s a r r o llo g lo b a l de la s o c ie d a d e n to d o s
su s a s p e c to s , d e sd e el h ig ié n ic o h a s ta el p o lític o .
C a d a e d a d c o n o c e su s e n fe r m e d a d e s , a u n q u e la q u e n o s o c u p a
p a r e c e u n v e r d a d e r o in c u b a d e r o d e m o n s t r u o s ,

Recrudeciendo más despiadadamente


La erisipela, con su sagrado fuego
Corría; y no menos la inflamada
Angina, y la punzante dolorosa
Pleuritis, y el Pujo que muerde,
Y del mismo modo la Tisis y la voraz
Ulceración maligna; y la Nefritis
Torva; pestes terribles de ver,
Y las Escrófulas y las Úlceras, que serpentean;
Y el trabajo cruel de comer sin digerir,
Y aquellos tubérculos que inflaman

1 Malati e m alattie alia fine d el XVIII secolo, ob. cit., p. 506.


: Ibíd.

169
170 EL PAN SALVAJE

Las glándulas, y después supuran.


Y el Cáncer, que está turgente de líquido
Mortífero, y el dolor de la Ciática
Que nunca da descanso; y la no última
Aflicción del Asma, que las visceras
Tuerce y anuda con intestina dificultad.
Entonces también, ahora por primera vez
Apareció el M orbo gálico de sucios
Abscesos horrendo, y de las engendradas
Suciedades, y de contrahecho aspecto,
El ígnito Carbunclo, y la ignominia
De las protuberancias, y prorrumpieron fuera de los antros
Infernales, execrable Elefantiasis, o el Pólipo
O aquel, que por sus llagas es informe,
Herpes; y el Mal de la Hormiga,
Que errante se hace poco a p oco ...'

L o s c o m p o n e n t e s h is té r ic o s r e p r e s e n ta r o n un h e c h o m o r b o s o in t e r ­
c la s is t a , q u e n o re s u lta c o r r e c t o a t r ib u ir s ó lo a la s c la s e s p o p u la r e s.
P o r o t r o la d o , a e s o s c o m p o n e n t e s d e b e a g re g a rs e el g r a v ís im o fe n ó ­
m e n o del m a l c a d u c o , lla m a d o t a m b ié n e p ile p s ia , m o r b o s a c r o ,
m o r b o h e r c ú le o , m o r b o d e lo s c o m ic io s , m a l m a e s tr o , g r a n m a l, m al
d e lo s lu n á tic o s . P e ro fu e r o n s o b r e t o d o lo s s e c to r e s p u d ie n te s lo s
q u e s u fr ie r o n d e a f e c c io n e s m e la n c ó lic a s o h ip o c o n d r ía c a s , a c o m p a ­
ñ a d a s d e c r is is d e p r e s iv a s , a u n q u e t a m b ié n la te n d e n c ia a l a ta q u e
h is te r o id e y c o n v u ls iv o s ó lo a r b it r a r ia m e n t e p u e d e u n irse a la m o r ­
b ilid a d n e r v io sa d e la s c la s e s s u b a lte r n a s : las c o n v u ls io n e s n o e ra n
s ó lo r e a c c io n e s a n te u n m a le s ta r s o c ia l, r e s p u e sta p a to ló g ic a a un a
a s f ix ia d e tip o a u t o r it a r io y je r á r q u ic o .
L a s fie b re s m a lig n a s q u e s a c u d ie r o n a R e g g io E m ilia en lo s a ñ o s
1 7 3 4 y 1 7 3 5 fu e ro n a c o m p a ñ a d a s d e v ó m it o y “ e v a c u a c i ó n ” de
lo m b r ic e s , d e s f a lle c im ie n to s , d e lir io s , n á u s e a s , s o p o r , d ia r r e a , sa n g re
p o r la s n a r ic e s , fa tig a y t o s , y p r e n u n c ia d a s p o r a b a t im ie n to , in q u ie ­
tu d , c o n fu s ió n d e m e n te , d o lo r d e c a b e z a y p e sa d e z e n lo s o jo s . P e­
r o si e x a m in a m o s la m in u c io s a h is to r ia q u e d e e lla s t r a z ó M o r e a li,

‘ / quattro libri delle cose botaniche del Padre Francesco Eulalia Savastano
della Compagina di Gesii. Colla tradm ione in verso sciolto italiano , d i C i i a m p i c -
t r o B e rg a n tín ! c h ie r ic o r e g o la r c ..., V c n e c ia , P ie tr o B a s s a g lia , 1 7 4 9 , p . 3 9 9 .
SUEÑOS H IPERBÓLICOS 171

a d v e r tir e m o s q u e lo s s u e ñ o s d e lo s e n fe r m o s a m e n u d o se p r e s e n ta ­
b a n c o n la fo r m a d e r e v a n c h a , d e m e g a lo m a n ía o n í r ic a ; v isio n e s, se
d ir ía , d e c o m p e n s a c ió n je r á r q u ic a d e la s fr u s t r a c io n e s s o c ia le s :

sueños hip erbó lico s, casi siem pre apropiados al ca rácte r de las per­
so n as; si eran religiosos, de m itras, de cap elo s, de abad ías, patriarca­
dos y dignidades sem ejantes: si eran seculares, de principados, reinos
y co sa s po r el estilo/

A e s te a p a r a t o fa s tu o s a m e n t e d e lir a n t e , t o d o v iv id o e n c la v e de
a v a n c e s o c ia l y je r á r q u ic o , se u n ía n

visiones de larvas, de horrendos espectros; y m il espantosos peligros,


especialm ente en tiem po de no ch e; eran cosas que sucedían todavía
cu an d o la fiebre se h abía alejad o , vale decir, en la co nv alecencia; de
m odo que en el fu ror del m al cada uno puede figurarse algo en o r­
den a lo que iba sucediendo. Y tan claras eran las visiones represen­
tadas que resultaba muy difícil persuadirlos en co n tra rio |...| En mi
enferm edad Jtam bién el m édico M o re a li, que se h abía enferm ado,
hab ía llegado ya a d O rci fa u ces J me fue de gran co nsu elo el Rev. P.
M ich elan g elo da R cg gio, ex Provincial de los C apuchinos J ...] que
co n sum o am or fingía expulsar a gente arm ad a, o a las fieras que yo
decía ver en los rincones de mi hab itación en a cto de am enazar mí
vida; y al ver al caritativ o religioso que extendía sus brazos y abría
la cap a y se a rro jab a para ale jar a quien m e quería ofender, aquellas
especies desvanecían | ...J El señor (lia n A ntonio Barbieri |...| en su
frenesí, g ritab a porque la gente al cam inar por la pieza pisaba gran
can tidad de diam antes desparram ados en el piso. Llegué cuando los
presentes se esforzaban por hacerle com prender su e x trav ío ; pero él,
siem pre g ritan d o m ás, para tranqu ilizarlo me hizo señalar el lugar
donde veía las piedras so ñad as, y prohibiéndoles a tod o s que se acer­
caran al sitio , lo calm c.*

V is io n e s y d e lir io s d e h o m b r e s d e s u e ñ o s t r a b a jo s o s , e x tr a v a g a n t e s ,
m e la n c ó lic o s , d e u n a s o c ie d a d c o n e le v a d a ta s a d e p o te n c ia l o n ír ic o

' M oreali, Delle feb bri maligne, e contagiase..., ob. cit., p. 12.
' Ibíd., pp. 12-13.
172 EL PAN SALVAJE

donde los fantasm as n octu rn o s “ espantosos y h o rrib le s”'’ p ertu rb a­


ban m alig n am en te el re p o so ; una so cied ad v isio n a ria que hab ía
elab o rad o en las vigilias de n och es largas y o p acas toda una farm a­
copea de hierbas y de an tíd o to s, co ccio n es, e lectu arios, ja ra b e s, ju ­
lepes, ro b in ias, sorb os, elixires, b o cad illos, m anos san tas, píldoras,
p astas, cord iales para “ im pedir los sueños m elan cólico s y d esagra­
d ab les” 7 e inducir ( im h tc e r e ) “ in som n io c la ro y a leg re” (D ella P or­
ta): m elisa, b o rra ja , to ro n jil, lengua de buey, an ís en aguas destiladas
o “ co n serv a s c o rd ia les y c a p ita le s co m o de ro sa s, de v io le ta s, de
b o rr a ja , de lengua de buey, de flores de n a ra n jo s, de b etó n ica , de flo ­
res de ro m ero, de s a lv ia ...” ," agregados a polvos de “ hueso de c o ra ­
zón de ciervo, polvos de perlas, de esm eraldas, de c o r a le s ...” .’
H ierb as idóneas para d om esticar y “ a ltera r tam bién los fan tas­
mas espantosos y horrib les, y p resen tarlos a la naturaleza en form a
más grata y p lacen tera” , siend o im p ro b able “ lo que se cuenta de los
egipcios y de los hindúes, es decir, que tengan algu n os m edicam en­
tos puros o com puestos co n la virtud de represen tar los sueños ale­
gres y p lacenteros co n fo rm e a lo que desea que sean quienes los
tienen” .
En el siglo X V II, la ob sesión por las unciones co in cid e con las téc­
nicas o n irop oiéticas, co n los exp erim en tos y los in ten to s de con d u ­
c ir las im ágenes de la irrealidad h acia fo rm a s ag rad ab les y
sed u ctoras, lejos de los esp an to s de las horas n octu rn as. Paolo Z ac-
c h ia, un especialista en síndrom es m e lan cólico s, pro to m éd ico p o n ti­
ficio y p ionero de la m edicina legal, escribe en el siglo XVHI:

Mucho menos daría fe a quienes, practicando algunas unciones o


poniendo debajo de la almohada alguna cosa, se convencen de hacer
ver los sueños que quieren, como cuenta un curioso autor sobre la
sangre de un pájaro llamado abubilla, del cual, si se untan las sienes
al ir a dormir, piensa que hace ver en sueños cosas maravillosas; y
cuenta el mismo (Cardano| que, poniendo debajo de la almohada de
alguien mientras duerme el corazón de un mono, se ven en sueños
una multitud de fieras, y al que sueña le parece que ellas lo laceran.
Otros autores |Della Portal colocan otras unciones para hacer ver en

* Zacchia, D e’ malí hipochondriaci..., ob. cit., p. 398.


? Ibíd., p. 397.
* Ibíd., p. 396.
* Ibíd.
SUEÑOS H IPERBÓLICO S 173

sueños cosas gratas, vagas y agradables, como la que se hace con lu­
go de opio, de hojas tiernas de álamo, de ácoro vulgar, de solatro, de
estramonio v de acónito, untando con ellas las sienes y la garganta.
Y otras cosas hacen otros que no están privadas de su efecto, y espe­
cialmente aquellas de que se servían los falsos sacerdotes de los In­
dios y otros bárbaros, dando a entender a los pueblos simples que en
sueños se veía a los Dioses y al Paraíso, y también como aquellas de
que se sirven las brujas, las cuales casi siempre, por virtud de tales
unciones, profundamente dormidas ven algunos sueños conformes a
su imaginación y piensan falsamente, por lo menos las más, que han
estado en convites y nupcias con los demonios y sus cortejos, gozan­
do allí de banquetes y de perversos placeres."'

La im a g e n d e l s a b b a c o m o d e lir io t o x ic o ló g ic o e s el ín d ic e m á s a la r ­
m a n te d el d e s o r d e n v is io n a r io d e u n a é p o c a q u e s u m a b a lo s d e lir io s
de la im a g in a c ió n a lo s t o r m e n t o s d e la s o s c u r a s e n fe r m e d a d e s in c u ­
r a b le s , q u e m e z c la b a lo s u n g ü e n to s ( “ la m ia r u m u n g u e n ta ” ) y lo s f il­
tro s d e m o n ía c o s d e lo s e x o r c is m o s ( “ te r r ib ile s , p o te n t is s im o s e t
e ff ic a c e s ” p a r a e r r a d ic a r lo s d ia b lo s -g u s a n o “ e c o r p o r ib u s o p p re s -
s is ” , in f a lib le s e n la “ e v e r s io d a e m o n iu m ” ), lo s e n c a n ta m ie n to s , lo s
v e n e n o s , la s r e c e ta s , ig u a lm e n te m á g ic a s y p r o p ia s d e la s b r u ja s , q u e
c o n te n ía n a c e it e s , e le c r u a r io s , p íld o r a s , p o lv o s d e m é d ic o s , e s p e c ie ­
r o s , f a r m a c é u tic o s , d r o g u e r o s , c h a r la t a n e s s a c r o s y p r o f a n o s , a m a l­
g a m a s o s c u r a s su rg id a s d el p o lis é m ic o v ie n tr e d el m o r t e r o . L a s
a n g u s tia s d el e s p ír itu , lig a d a s a lo s s u fr im ie n t o s d e la c a r n e , in s p ir a ­
b a n u n la m e n t o c a s i u n iv e r sa l:

Sería mejor ser extinguidos del todo


Por el fuego, que llevar así la vida
Entre gemidos continuos, si llamarse
Puede a ésa vida, que arrastran los hombres
Entre lentas muertes. ¿Cómo puede decirse
Que semblanza alguna tenga de vida
1.a que yace torpe; y por morbos
Destrozada, está expuesta a infectos
Remolinos?"

‘ 1Ibíd., pp. 398-399.


" Savastano, / quattro libn delle cose b otaniche..., ob. cit., p. 401.
174 EL TAN SALVAJE

¿E s p a r a a s o m b r a r s e q u e e n tr e ta n ta s c a t á s t r o f e s y d e s e s p e ra c io n e s ,
e n t r e t a n to s exitia y t a n to s fuñera (tris te s p a la b r a s q u e c a ía n c o m o
fú n e b r e s c a m p a n a d a s s o b r e lo s h o r r ib le s h e x á m e t r o s del je s u ita E u -
la lio S a v a s t a n o ), e n t r e t a n ta s “ le n ta s m u e r t e s ” y t ré m u la s v id a s , en
la d e s o la d a p e r sp e c tiv a d e la e s p e r a d el “ g r a n d ía d e l ú ltim o e s p a n ­
t o ” (T . T a s s o ) , lo s h o m b r e s s o ñ a r a n y q u is ie r a n s o ñ a r u n a tie rr a sin
m u e r te y s in m a l?
C o m o h a o b s e r v a d o K e ith T h o m a s ,

los hombres de la época no necesitaban complicadas investigaciones


demográficas para percibir la brevedad de la vida y la adversidad de
las circunstancias para su supervivencia: en 1635, un escritor seña­
laba: “Descubriremos que los muertos de entre 30 y 35 años son más
numerosos que los que han superado estas edades”, y también los
que seguían viviendo más allá de este límite podían prever una exis­
tencia signada por continuos sufrimientos físicos.u

A t a n to s m a le s o s c u r o s , d o lo r o s o s , in e x p lic a b le s , in c u r a b le s , fr e n te
a lo s c u a le s la m e d ic in a d o c t o r a l g a lé n ic a v a c ila b a e n la o s c u rid a d
d e la p r e s u n c ió n a c a d é m ic a , la s r e c e ta s y lo s “ s e c r e t o s ” d e la s v ie ja s
y d e la s m u je r e s , lo s r e m e d io s m a n u a le s d e lo s s a n g r a d o r e s , lo s c ir u ­
ja n o s y lo s c a s tr a d o r e s , lo s c u b ile te s y lo s u n g ü e n to s d e lo s c h a r la t a ­
n e s y lo s h e r b o r is ta s , a v e c e s la m e d ic in a p o p u la r y d o m é s tic a d e las
m a d r e s p r o p o r c io n a b a a lg ú n a liv io , y e ra sin d u d a m á s e fic a z q u e
u n a c ie n c ia n o e x p e r im e n ta l, a b s t r a c t a , t e ó r ic a y d e d u c tiv a . L a g e n ­
te del c a m p o y lo s a ld e a n o s “ tie n e n ta n ta e x p e r ie n c ia e n la s c o s a s
n a tu r a le s y c o n o c e n la v irtu d d e ra n ta s d r o g a s q u e se s a b e n m e d ic a r
d e m u c h a s c la s e s d e e n fe r m e d a d ” ; la s m u je r e s , se g ú n d ic e o tr a vez
L e o n a r d o F io r a v a n ti, “ p o s e e n tal p r á c t ic a d e lo s m e d ic a m e n to s q u e
s a b e n u n m u n d o d e r e m e d io s s a lu tíf e r o s ” . L o s p o b r e s “ m é d ic o s r a ­
c io n a le s ” , c o n to d a su im p o te n te y d is ta n t e g ra v e d a d d o c t o r a l, se
m o v ía n en la o s c u r id a d , s u p e ra d o s a m e n u d o n o s ó lo p o r lo s m é d i­
c o s e m p ír ic o s , s in o p o r la sim p le e x p e r ie n c ia d e g e n te a n a lf a b e ta ,
v ie ja s , m u je r z u e la s , c a m p e s in o s , a r te s a n o s :

¡en qué poco consiste la salud de los hombres! En realidad, es cosa


de hacernos enloquecer a todos nosotros, los médicos, y de mandar

,J Problcmi sociali, conflitti indii'iduali e stregonena., ob. cit., p. 204.


SUEÑOS H IPERBÓLICO S 175

a H ip ó crates y G alen o al dem onio y nunca m ás co n su ltarlo s, porque


las enferm edades p o r ello s consideradas casi incu rab les, una peque­
ña can tid ad de sim ples d escon ocidos para tod o el m undo las curan
co n gran facilidad y b rev ed ad ."

V iv ie n d o - p e r e n n e m e n t e a c e c h a d o s p o r lo s m o r b o s y e n la f a m ilia ­
r id a d d e lo s ex itu s- u n a “ v id a t e m p e s tu o s a e in c ie r t a ” (T . T a s s o ) , las
g e n e r a c io n e s d e l p a s a d o se h a b ía n a c o s t u m b r a d o , s in e m b a r g o , a
c o n v iv ir c o n la e n fe r m e d a d y a fr e c u e n t a r la a n t e s a la d e la n a d a , sa ­
b ie n d o q u e la e s p e r a n z a d e v iv ir la r g a m e n te e s t a b a a p e n a s m o tiv a ­
d a. N o o b s t a n t e , el m ie d o a la m u e r te n o im p e d ía la p o s ib ilid a d de
a p r e h e n d e r c o n to d a la p o s ib le in te n s id a d lo s p la c e r e s d e u n a vid a a
la q u e se s a b ía c o r t a y, e n t o d o c a s o , a tr ib u la d a y a g r ia . E l a c o s t u m -
b r a m ie n t o a la id e a d e la m u e r te n o le ja n a , la f a m ilia r id a d c o n su s
s ím b o lo s , h a b ía v a c u n a d o a la g e n te c o n t r a el t e m o r a la d e s tr u c c ió n
f ís ic a , a u n q u e n o c o n t r a el statu s de la s a lm a s p ost m ortem . E n lo s
d ías d e fie s ta , n u m e r o s o s y fr e c u e n te s , se c o m ía y se b a ila b a fr e n te a
la s ig le s ia s , lo s s a g r a r io s , lo s c e m e n te r io s , ju n t o a la s t u m b a s . M u ­
c h o s s ín o d o s d io c e s a n o s (c ita m o s u n o fe r r a r é s , d e 1 6 1 2 ) p r o h ib ía n
e n lo s c a m p o s “ c o m m e s s a t io n e s , e b r ie ta t e s , tr ip u d ia e t in a n e s o b s -
c e n a s q u e v o c i f e r a t io n e s ” (r e u n io n e s , b o r r a c h e r a s , d a n z a s e in ú tile s
y o b s c e n a s g rite ría s | .14 U n a “ o r d e n ” d e u n s ín o d o b o lo n e s d e 1 5 6 6
p r e s c r ib ía q u e en la “ v ig ilia o d ía s d e la fe s tiv id a d d e c a d a ig le sia n o
se h a g a n c u a d r illa o b a ile s o ju e g o s p ú b lic a m e n te e n la s c a lle s , p la ­
z a s, p r a d o s o c a m p o s c e r c a n o s a d ic h a ig le sia |__] Q u e e n e lla o su
c e m e n te r io n o se c o m a ni se b e b a , n o se d u e r m a , n o se g u a rd e g r a ­
n o , v in o , l e ñ a . . . ” . 1' E s t á , a d e m á s , el c a s o d e “ la s p otation es, la s c o n ­
s u m ic io n e s r itu a le s d e b e b id a s a lc o h ó lic a s - s e g ú n h a o b s e r v a d o
G e o rg e s D u b y - c o n la s q u e se p r e te n d ía a la vez e n t r e a b r ir la s p u e r ­
ta s de lo ig n o to y c im e n ta r la c o h e s ió n d e lo s g r u p o s d e d e fe n s a m u ­
t u a ” . 1*’

1L-. l'ioravanti, De capricct m edicinali, Vcnecia, Lodovico Avanzo, 1568, ho­


ja 118, anverso.
" Citado por C. Corrain-P. Zampini, “Documenti emografici c folklorici nei
Sinodi Diocesani deirEmilia-Romagna”, en Palestra del clero, n. 15, 16, 17,
agosto-setiembre 1964, p. 9, nota 56.
" Bpiscopale bononiensis civitatis et dtoecesis, Bolonia, Bcnacci, 1580, hoja
1 reverso.
‘ Guerreros y campesinos, ob. cit., p. 67.
176 E L PAN SALVAJE

L a n e g ra y lu c tu o s a fig u ra del s a c e rd o te se se n tía e in te rp r e ta b a en


la d o b le v a le n cia de “ lo q u e e stá c a r g a d o d e p r e se n c ia d iv in a ” y de “ lo
q u e e stá p r o h ib id o a l c o n t a c t o de lo s h o m b r e s ” (B e n v e n is te ). L a a m ­
big u a y te m id a p r e se n c ia del c u ra e ra e x o r c iz a d a p o n ie n d o “ en un a
m esa una p ie d ra a l lle g a r el n u ev o p á r r o c o , c u a n d o vay a p o r p rim e ra
vez a su c a s a , p a ra q u e n a d ie d e e sa c a s a o lu g ar m u e r a ” . 17
C u a n d o d e sp u é s a r r e c ia b a n m u e r te y e p id e m ia s , la s m u je re s del
cam po

tiran la /.apa sobre la iglesia, a fin de que ccsc la m ortandad d d pue­


blo, diciendo “m uera el cu ra y viva el p ueblo” . 1*

L a ¡d e a o b s e s iv a de la e n fe r m e d a d y la a m e n a z a o p r im e n te e in d is­
c u tib le d e la m u e r te p o r lo c o m ú n e r a n a c o g id a s p o r t o d o s , h a b itu a ­
d o s d e sd e sie m p re a la a c e p t a c ió n d e la c a t á s t r o f e in m in e n te e
in e lu c t a b le - a c e p t a c ió n a v e c e s d r a m á tic a , p e r o n o n e u r ó t i c a - S e r ía ,
p u e s , u n g ra v e e r r o r m e t o d o ló g ic o m e d ir el m ie d o a l d ía fin a l c o n la
s e n s ib ilid a d y lo s p a r á m e tr o s m e n ta le s d e n u e s tr o s t ie m p o s : e n la e ra
d e l “ d e n t r o d e p o c o " , n a d ie , ni s iq u ie r a p o r u n m o m e n t o , o lv id a ­
ba que

Nuestra vida es lúbrica y falaz,


M u erte tiene sus fuerzas so berbias y p ro n tas.”

Maroni, De superstittosi in generale..,, ob. cit., p. 323.


'“Ibíd., p. 317.
" Versos de Giovan Battista Refrigeri, en Ritnatori bolognesi d el Quattroccn-
to t a cargo de L. Frati, Bolonia, Romagnoli-DcU’Acqua, 1908, p. 94.
X IV . P A R A ÍSO S A R T IF IC IA L E S

Es e r r a d o s u p o n e r q u e se n e c e s ita lle g a r a l c a p ita lis m o d e c im o n ó n i­


c o o h a s ta el im p e r ia lis m o p a r a v e r su rg ir el p r o b le m a d e la d ifu sió n
m a s iv a de lo s d e riv a d o s d el o p io (q u e d e sp u é s s e r á la m o r f in a , y h oy,
la h e r o ín a ), d e stin a d a a n e u tr a liz a r el fu ro r d e las m u ltitu d e s y d e v o l­
v e rla s - a t r a v é s d el s u e ñ o - a la “ r a z ó n ” d e se a d a p o r lo s g ru p o s de
p o d e r. L a g u e r r a d el o p io c o n t r a C h in a , lo s B la c k P a n th e r s “ d o m a ­
d o s ” p o r la d r o g a , el “ r e f lu jo ” d e lo s e s tu d ia n te s e u r o p e o s y n o r t e a ­
m e r ic a n o s (a d m itie n d o q u e , se g ú n c r e e n a lg u n o s , lo s a lu c in ó g e n o s
p u e d a n s e r c o n v o c a d o s e n e s te ú ltim o c a s o ) c o n s titu y e n lo s e je m p lo s
m á s u t iliz a d o s , n o s a b e m o s c o n q u é p e r tin e n c ia , p a r a d e m o s tr a r c ó ­
m o el im p e r ia lis m o y el c a p i ta lis m o “ a v a n z a d o ” h a n u s a d o , p ara
im p o n e r su p r o p io o r d e n , a q u e llo s in s tr u m e n to s q u e lle v a n a l su e ñ o
c o le c t iv o y q u e d e b ilita n , c o n lo s “ v ia je s ” v is io n a r io s , el d e se o d e re ­
n o v a c ió n .
A u n q u e d e m o d o m á s im p r e c is o , g r o s e r o y “ n a t u r a l” , ta m b ié n la
ed ad p r e in d u s tr ia l h a c o n o c id o e s tr a te g ia s p o lític a s a lia d a s a la c u l­
tu ra m é d ic a , t a n t o p a r a a t e n u a r lo s e m b a te s del h a m b r e c o m o p a ra
c o n t e n e r lo s fu r o r e s de la p la z a . S e p u e d e s o n r e ír , p o r c ie r t o , a n te tan
d é b ile s e im p r o v is a d a s in te r v e n c io n e s , q u e p a r e c e n s u r r e a lis ta s y
p r o p ia s de a fic io n a d o s , p e ro n o p u ed e o lv id a r se q u e , en la te o r ía y en
la p r á c t ic a , u n “ t r a t a m ie n t o d el p o b r e ” c u r a d o c o n a n s io lít ic o s y
a lu c in ó g e n o s r e s p o n d ía a u n d e lib e r a d o p r o y e c t o m é d ic o - p o lít ic o .
L o s in t e n t o s m á s v a lio s o s y lo s m á s d e s a r r o lla d o s e x p e r im e n to s se
o rie n ta n h a c ia la c o n f e c c ió n d e p a n e s a d u lt e r a d o s , lig e ra m e n te a lu ­
c in a n te s y b la n d a m e n t e e s t u p e f a c ie n t e s , c o m o e s el c a s o d e aq u e l
“ p an d e a m a p o la s ” ,' e lo g ia d o ta m b ié n p o r M o n t a lb a n i y q u e , c o n o ­
cid o p o r la m e d ic in a g a lé n ic a c o m o h ip n ó t ic o , se d a n te d e la t o s a g u ­
da y d el c a t a r r o , t e r m in a c o n q u is t a n d o u n in u s ita d o e in q u ie ta n te

' Montalbani, II pane sow en tivo spontenascente..., ob. cit., p. 23.

177
178 EL PAN SALVAJE

lu g a r e n tr e lo s s u c e d á n e o s d el p a n d e t r ig o . E l p r o b le m a de lo s su s ­
titu to s d el p a n , se g ú n u n a te o r ía p e n s a d a p o r la c ie n c ia en sin to n ía
c o n e l p o d e r p o lític o , p o d ía r e s o lv e rs e , en p a r te , m e d ia n te la p r á c t i­
c a d e u n a p o lític a a lim e n ta r ia b a s a d a e n el u so c o m p a c t o d e a lu c i-
n ó g e n o s n o p e sa d o s, c o m o se d iría h o y : el p an “ d e c iz a ñ a ” te rm in a b a
p r o p o r c io n a n d o , p o r ló g ic a , el m o d e lo d el p an “ o p ia d o ” . L a te n ta ­
c ió n d e a lg u n o s g ru p o s d ir ig e n te s - p o r n o d e c ir “ la e s t r a t e g ia ” - a p a ­
r e n te m e n te c o n s is t ía e n la id e a d e u n a ciu d a d p o b la d a p o r e s tú p id o s ,
a n t e s q u e u n a ciu d a d c o n m o v id a p o r tu m u lto s y r e b e lio n e s , b a jo el
c o n s ta n t e t e m o r d e r e v u e lta s r a b io s a s y c ie g a s .
T a m b ié n el s ig lo XIX h a c o n o c id o p r o p u e s ta s s im ila r e s a la s q u e
h iz o M o n t a lb a n i en el x v il. E l m é d ic o y a n t r o p ó lo g o P a o lo M a n te -
g a z z a ( 1 8 3 1 - 1 9 1 0 ) , c o n t e m p o r á n e o d e K a r l M a r x , filá n tr o p o h u m a ­
n it a r io a m ig o d e las c la s e s s u b a lt e r n a s , p r o f e s o r u n iv e r s ita r io y
se n a d o r , e m in e n te r e p r e s e n ta n te de la “ c ie n c ia ” y d e la p o lític a o f i ­
c ia l d el R e in o d e I ta lia , e s t a b a p r o f u n d a m e n te c o n v e n c id o d e la n e ­
c e s id a d s o c ia l d e in t r o d u c ir e n tr e la s c la s e s d e s h e r e d a d a s , y en
e s p e c ia l e n la c la s e o b r e r a , e l u so de la s u c c ió n d e la h o ja d e c o c a ,
c u y o s b e n e f ic io s o s e fe c t o s h a b ía o b s e r v a d o p e r s o n a lm e n te d u r a n te
u n e s ta d a e n tr e lo s in d io s d el n o r o e s te a r g e n t in o .
L o s in te le c tu a le s de la e d a d b a r r o c a , e ru d ito s p e r o a t e n to s a la
r e a lid a d s o c ia l; lo s m é d ic o s , lo s m a t e m á t ic o s , lo s fil ó s o f o s , lo s h o m ­
b re s d e la Ig le s ia , h a b ía n lu c u b r a d o y m e d it a d o la r g a m e n te a c e r c a
d e u n f a n tá s tic o “ p a n s u s t itu tiv o e s p o n t á n e o ” , u n p a n s a lv a je de
m a le z a s y d e e ria le s q u e p u d ie r a r e e m p la z a r b ie n a l d e tr ig o . I g n o ­
ra n d o lo s m e c a n is m o s p o lític o s d el h a m b r e y sin d is c u tir siq u ie ra el
p r in c ip io d e la d e sig u a ld a d y el p r o b le m a d e la r e d is tr ib u c ió n d e lo s
b ie n e s y lo s r e c u r s o s , f a n ta s e a b a n d e m o d o a lu c in a d o y c o n u n a se ­
rie d a d a s o m b r o s a s o b r e e ste ir r e s u e lto te o r e m a d el h a m b r e , s o b r e
e s ta im p o s ib le in c ó g n ita a lim e n ta r ia . A ta n q u im é r ic a e s tra te g ia de
la in v e n c ió n y d e la o b t e n c ió n d e im p r o b a b le s s u c e d á n e o s d el p an de
trig o (o t a m b ié n de g r a n o s in f e r io r e s e “ in n o b l e s ” ) le fa lt a b a s ó lo
q u e se a c o n s e ja r a c o m o a lt e r n a t iv a d e a b a s te c im ie n t o e se p a n de
la n g o s ta s q u e lo s p u e b lo s de A r a b ia “ p a n if ic a b a n ” s ig u ie n d o la s im ­
p le in d ic a c ió n d e m a t a r la s , s e c a r la s al s o l y lu e g o r e d u c ir la s a h a r i­
n a . P o r o tr o la d o , el c a n ó n ig o G io v a n B a t tis ta S e g n i - e l m a y o r
t r a t a d is t a a c e r c a d el h a m b r e - c o m e n t a b a , im p a s ib le , a l r e s p e c to :

De lo que yo no me asombro para nada, habiendo leído que Moisés,


al elegir los alimentos con diligencia, permitió a los hebreos que las
PARAÍSOS ARTIFICIALES 179

comieran com o saludables. Y el Santo Precursor Juan Bautista en


el desierto las usaba con miel agreste. No me asombro, digo, por­
que secadas, se reducen cómodamente a harina, tienen leve sustan­
cia y contienen la humedad grasa que es común a todos los
animales. De modo que, molidas, amasadas y cocidas, deben de
hacer buen pan, óptimo aun para aquellas regiones y aquellos
hombres feroces y bestiales que no tienen otra cosa buena. Isidoro
dice que en algunos lugares las langostas saladas son la comida de
los pobres...:

C u a n d o t o d o e s c a s e a b a d e m o d o ir r e p a r a b le , n o q u e d a b a m á s q u e
e s p e r a r u n a in te r v e n c ió n s o b r e n a t u r a l, e n lo s “ s o c o r r o s p r e s ta d o s
m ila g r o s a m e n te p o r D io s y su s a lle g a d o s ” . L a fe , la c o n fia n z a en
D io s , p o d ía s e r el ú ltim o y d e s e s p e ra d o s u s t itu to : el O m n ip o t e n te le
q u itó el h a m b r e a su p u e b lo c o n el m a n á q u e h iz o c a e r d el c ie lo , h izo
q u e e n el m o n t e O r e b el p r o f e ta E lia s se a lim e n ta r a c o n p a n c o c id o
en la s c e n iz a s lle v a d a s p o r u n á n g e l. A su s o lit a r io p r o f e ta a c o s t u m ­
b r a b a m a n d a r le un c u e r v o , a la n o c h e y a la m a ñ a n a , p a r a q u e lo
a lim e n ta r a c o n p a n y c a r n e . O t r o p r o f e t a , E lís e o , g r a c ia s a la ay u d a
s o b r e n a t u r a l, c o n p o c o s p a n e s lo g r ó q u it a r le s el h a m b r e a c ie n p e r­
s o n a s ; o t r o s ie r v o d e D io s , E lia s , fu e e n v ia d o p o r el A ltís im o a q u e
m u ltip lic a r a la h a r in a y el a c e it e d e la v iu d a S a r e p t a n a , y el h ijo de
D io s e n p e r s o n a c o n v ir t ió el a g u a e n v in o y m u ltip lic ó lo s p a n e s en
las b o d a s d e C a n á ...
A q u ie n e s n o te n ía n u n a ilim ita d a c o n f i a n z a e n la s in t e r v e n c io ­
n e s s o b r e n a t u r a le s , el m é d ic o - filó s o fo -m a t e m á t ic o b o lo ñ é s O v id io
M o n t a lb a n i les h a c ía r e s ta lla r el m ila g r o d e u n a m ític a h ie r b a , r e m o ­
ta y c a s i in h a lla b le , la “ r a íz H ip i c e ” , u s a d a p o r lo s e s c ita s , q u e
“ m a n te n id a s o la e n la b o c a d u r a n te d o c e d ía s , a le ja a l h a m b r e ” , de
e fe c to s c a s i s e m e ja n te s a la h ie r b a d e la s “ In d ia s o c c id e n ta le s lla m a ­
da C acah e ” (la fr e u d ia n a “ c o c a ” ) a p r e c ia d a p o r lo s in d íg e n a s “ m ás
q u e el o r o ” y q u e “ lle v a d a e n la b o c a m a ta el h a m b r e y la s e d ” (G .
M . B o n a r d o ) , o a la “ n e g o t ia n a ” , c o n la c u a l lo s in d io s d e A m é rica
“ r e t r a s a b a n el h a m b r e y la s e d ” ; o la “ s p a r t a n t a ” , q u e lle v a d a en la
b o c a n o p e r m ite s e n tir ni h a m b r e n i se d : “ Y la c ic u t a a u n r a b io s a
h a m b r e / A b a tie n d o r e p r im e ” , h a b ía n a r r a d o T o r q u a to T a s s o e n el
M ondo créalo ( I I I , 1 0 9 1 - 1 0 9 2 ) , c a u tiv a d o p o r lo s p r o d ig io s d e lo s

Discorso sopra la carestía e fum e..., ob. cit., p. 44.


180 E L PAN SALVAJE

“ v e rd e s c la u s t r o s ” , e s c r u t a d o r d o c t o y lib r e s c o d e la s “ s a lv a je s e in ­
fe c u n d a s p la n t a s ” , d e lo s “ m o n s t r u o s h o r r e n d o s ” d el “ a d m ir a b le
m u n d o ” . T a m b ié n M o n t a lb a n i (p r e c u r s o r d e P a o lo M a n te g a z z a , o b ­
s e s io n a d o p o r la b ú sq u e d a d e la ra íz o d e la h o ja p o r t e n t o s a , del re ­
m e d io n a tu r a l id ó n e o p a r a c a lm a r la s d e n te lla d a s del h a m b re ) c r e ía
e n lo s p a r a ís o s a r tif ic ia le s q u e m á g ic a m e n te su rg ía n d e la n a d a g r a ­
c ia s a h ie r b a s t a u m a t ú r g ic a s . C o m o t o d o s lo s c e r e b r o s c u lto s d e su
t ie m p o , n o se s u s tr a ía a la s u g e s tió n d e la c o s m o g r a f ía fa n tá s tic a y
a la fa s c in a c ió n d e la m a g ia d e la s h ie r b a s (la g ra n S e ñ o r a d e la s H ie r ­
b a s e ra s ie m p re la b r u ja ) , q u e t a b u la b a a c e r c a d e e x tr a ñ o s p a n e s
p r e p a r a d o s c o n m a d e r a e n tr e lo s p u e b lo s d el n o r t e ; o c o n h a r in a de
p e s c a d o , c o m ú n e n tr e lo s ic t ív o r o s ; o c o n s e m illa s d e lo to (h ie rb a
a lu c in ó g e n a ) , a lim e n to h a b itu a l d e lo s p a s to r e s e g ip c io s ; q u e d e sp le ­
g a b a lo s p o r t e n t o s d el p a n d e s a g ú , u s a d o e n r e m o t a s isla s a l o r ie n ­
te d e M a la s ia , o del p a n d e t á r t a r o , u tiliz a d o e n u n a tie rr a u b ic a d a
“ m á s a llá d el N ilo ” . ' M irabilia q u e u n a s o c ie d a d e n in te n s o c o n t a c ­
t o c o n lo s h u e r t o s , lo s c a m p o s , lo s p r a d o s , a c o s t u m b r a d a a e s p e r a r
d e la s h ie r b a s el b ie n y el m a l, la sa lu d y el m a le f ic io , leía o e s c u c h a ­
b a c o n p la c e r v o lu p tu o s o y m e d ita b u n d a s e n s ib ilid a d .
E l “ m a y o d e A d o n is ” , e n la s le ja n a s I s la s A f o r t u n a d a s , c u n a de
la L o c u r a , se g ú n el M oriae encom ium d e E r a s m o , o lía a h ie rb a
“ m o ly ,* p á n a c e , n e p e n te , m e jo r a n a , a m b r o s ía , lo to , r o s a s , v i o le t a s " ;
g r a n p a r te d e e s ta s p la n ta s e ra n r ic a s e n v irtu d e s e s tu p e fa c ie n te s e
h ip n ó t ic a s . L a s h ie r b a s d e l r e in o d el p la c e r c o in c id ía n c o n la s “ d r o ­
g a s ” d e la lo c u r a , el o lv id o , la r isa .
L o s a n tig u o s h a b ía n c a n ta d o lo s p o d e re s d el h e le n io , q u e d is p e n ­
s a b a s e r e n id a d y a le g r ía , a q u e l nepenthes c o n s o la d o r q u e la b e lla
H e le n a , e d u c a d a en lo s s e c r e to s d e la fa r m a c o p e a e g ip c ia d e P o li-
d a m n a , h a c ía m e z c la r a T e lé m a c o , d is u e lto e n el d u lc e v in o :

fármaco infundió
contrario al llanto y a la ira, y que al olvido
inducía de toda fatiga y ocupación.

1 Gio. Lorenzo Anania, L'universale fabrica del m ondo overo cosm ografía,
Venecia, 1. Vidali, 1576, p. 156 y pássim. También G. C. Croce es autor de una
Cosm ografía poética en verso.
* Moly: planta de facultades mágicas según los griegos, la misma que Mer­
curio le dona a Uliscs en la O disea (N. del t.).
PARAÍSOS ARTIFICIALES 181

E l o p io e ra u n “ r e a c t i v o ” q u e “ in d u c e o lv id o d e la s c o s a s m e la n c ó ­
lic a s ” (G . M . B o n a r d o ). L o s m a g o s s ir io s b e b ía n la h ie r b a “ rh e a n g e -
lid e ” p a r a a d iv in a r.
E l p b árm ak o n h o m é r ic o “ m e z c la d o c o n el b e r m e jo h u m o r ” te n ía
ral p o d e r q u e a q u ie n lo b e b ie ra

todo ese día


lágrimas no le correrán por el rostro,
aun con la madre o el padre perdidos,
aun si hubiera visto delante de sus ojos
matar por espada al hijo o al hermano.

L.a tr ib u d e la s e s te p a s d e O r ie n t e - c u e n t a U e r ó d o t o e n el lib r o IV,


c a p . 7 4 , d e su s H isto ria s- se e m b r ia g a b a n c o n lo s e flu v io s del c á ñ a ­
m o in d io : “ lo s e s c ita s t o m a n la s e m illa d e d ic h a p la n ta d e cannabis ,
e n t r a n e n el r e c in t o , e s c u r r ié n d o s e b a jo lo s t a p ic e s , y e n t o n c e s e c h a n
las s e m illa s s o b r e la s p ie d r a s a r d ie n te s . L a s e m illa se q u e m a r á p id a ­
m e n te , y e x p a n d e e n t o r n o t a l y t a n to v a p o r q u e n o h a y b a ñ o té r m i­
c o g r ie g o c a p a z d e p r o d u c ir m a y o r e f e c t o . Y lo s e s c ita s , m ie n tr a s
t a n to , c o m o p u e s to s fu e ra d e s í p o r el p o d e r o s ís im o s u d o r ífe r o , g r i­
ta n d e a le g r í a ” .
A su v e z , la N atu ralis H isto ria , d e P lin io el V ie jo , r e fe ría la e x is ­
te n c ia d e u n a s h ie r b a s d a d o r a s d e ilaritatem : e r a n la gelatophyllida ,
la bestiateris, la oenotheris , a m ig a s d e lo s c o n v ite s , c o m o la len g u a
de b u e y , c u y a s v irtu d e s fu e r o n e x a lt a d a s p o r u n p r e c e p to d e la E s­
c u e la S a le r n it a n a

Vitu m em o rem cerehri dicu nt servare periti


vmuni p o ta tu m , q u o sit m acerata bugtossa.
I.detos co n v ita re d e c o c tio reddcre feriar.

[Dicen los expertos que la memoria conserva su fuerza


si se bebe vino en el cual se haya macerado lengua de buey.
Su cocción hace recuperar la alegría.J

R e m e d io c o n t r a la m e la n c o l ía , r e c o m e n d a d o t a m b ié n p o r A rn a ld o
di V illa n o v a , c o m o el a z a f r á n , e n e m ig o de lo s tr is te s h u m o r e s : e n el
Tesauro d e ’ rem edí secreti, E v o n o m o F ila n d r o a c o n s e ja b a a lo s p e r ­
se g u id o s p o r la b ilis n e g ra “ v in o a z a f r a n a d o , q u e d a la a le g ría y e x ­
p u lsa la m e la n c o l ía ” .
182 EL PAN SALVAJE

L a s p o s e s io n e s d e m o n ía c a s , a la m a n e r a d e lo s m a le f ic io s y lo s e n ­
v e n e n a m ie n to s , p o d ía n e n c o n t r a r e n la s h ie r b a s u n r e m e d io e fic a z .
La e n tr a d a del d ia b lo a l c u e r p o h u m a n o e ra la m á s t e r r ib le d e la s in ­
t o x ic a c io n e s , y e x ig ía la in te r v e n c ió n a u n d e a n t íd o t o s y d e “ m e d i-
c a m e n ta [ . . . J q u a e n o n so lu m v e n e ficiis m e d e n tu r, v e r u m e tia m sp iritu s
m a lo s e ijc iu n t ” (re m e d io s q u e n o s ó lo c u r a n lo s e n v e n e n a m ie n to s si­
n o q u e ta m b ié n v e r d a d e ra m e n te a h u y e n ta n a lo s m a lo s esp íritu s).'4 La
fig u ra del e x o r c is ta te n d ía a c o n fu n d ir s e c o n la d el t o x ic ó lo g o ; el h e r­
b o rista c o lo c a b a su s a b e r a d is p o s ic ió n del p ro fe s io n a l d e la e v a c u a ­
c ió n d e lo s d e m o n io s, d e la p u rg a del a lm a c o n t a m in a d a , d el b r u jo
q u e a r r o ja b a “ p o te n tis s im o s e t e ffic a c e s in m a lig n o s sp iritu s p ro p u l-
s a n d o s e t m a le fic ia a b e n e rg u m e n is p e lle n d a s [ . . . ] e x o r c is m o s ” [e x o r ­
c is m o s m u y p o te n te s y e fic a c e s p ara e x p u ls a r a lo s m a lo s e sp íritu s, y
q u e re c h a z a n lo s m a le fic io s d e lo s e n e r g ú m e n o s !.
E n el lib r o m de L a m inera del m ondo ( 1 5 8 9 ) , a llí d o n d e se e sp e ­
s a b a n e s t r a t o s d e b o t á n ic a fa n tá s tic a a la m a n e r a d e la s m ito lo g ía s
v e g e ta le s c it a d a s p o r P. A . M a r t io li e n la c a r t a a la a r c h id u q u e s a J u a ­
na d e A u s tr ia , G io v a n n i M a r ia B o n a r d o r e c o r d a b a q u e “ E l c o r a z o n -
c il lo a p lic a d o s o b r e lo s p o s e íd o s lo s lib e r a d e in m e d ia to ( . . . ) T a n t o
lo o d ia n lo s d ia b lo s q u e , a l q u e m a r s e y h a c e r h u m o c o n él en las c a ­
s a s , c u a n d o lo sie n te n , r á p id a m e n te e s c a p a n . A lg u n o s lo lla m a n c a -
z a d i a b l o s ...” .'
L a s flo r e s d e r o m e r o se c o n s id e r a b a n p o d e r o s o s a m u le to s : el q u e
la s llev a d el la d o “ q u e to q u e al c o r a z ó n , s ie m p r e c a m in a a le g re y d e
él h u y e n lo s d e m o n io s ” . El “ p a n p o r c in o , e n a q u e lla c a s a d o n d e e s­
t á , n o p e r m ite d a ñ o de e n c a n ta m ie n to o h e c h iz o a lg u n o ” .
H a b ía u n a h ie r b a lla m a d a m orsus diaboli , “ p o r q u e , s e g ú n a lg u ­
n o s , el d ia b lo tie n e u n a g r a n e n v id ia d e su v irtu d , y e n t o n c e s va c o ­
m ie n d o y r o y e n d o su s r a íc e s ” .
T a m b ié n lo s m á s o r t o d o x o s e x o r c is t a s d e la S a n ta Ig le s ia R o m a ­
n a , c o m o G ir o la m o M e n g h i - q u e r e a f ir m a b a la p r im a c ía d e la fó r-

' Battista Coüronchi, De m or bis veneficis ac veneficiis... ofms non m od o me-


dicis ac exorcistis apprim e utile a c necessarmm, sed ómnibus htterarum profes-
soribus iucundissimutn, Vcnecia, apud Franciscum de Franciscis senensem,
1 5 9 5 , hoja 95b. También en el Libro dimandato il Tesoro de' Povcri, de Fietro
Spano, las posesiones diabólicas se consideran, en buena parte, de competencia
de los médicos. Véase el cap. X X X V “ Contra lo male et demoni cioé fatura" (Ve-
necia, Giovanni Alvisi de Varesi, 1500).
’ Citam os de la edición de A ntonio Turini, Venecia 16 1 1 , hoja 4 0a. y pássim.
PARAISOS ARTIFICIALES 183

m u ía r e c ita d a e n el n o m b r e d e la S a n tís im a T r in id a d - r e c o n o c ía n la
u tilid a d d e “ ja r a b e s ( . . . ) y o t r o s b r e b a je s |__] p a r a s a c a r lo s m a lé f i­
c o s fu r o r e s d e lo s c u e r p o s s u je t o s a m a le f ic io y a e n c a n ta m ie n to ” . Se
a d m itía q u e lo s “ d e m o n io s p u e d e n s e r e x p u ls a d o s p o r las m e d ic i­
n a s ” a u n q u e “ n o te n g a n c u e rp o en el c u a l r e c ib a n la s im p re sio n e s de
las m e d ic in a s " .* 1 E r a , p u e s, m u y v a le d e ra la a r g u m e n ta c ió n co n s tr u id a
p o r R a im o n d o L u llo e n el D e quinta essentia , c u a n d o d e cía q u e el lí­
m ite e n tr e la s p o se sio n e s d e m o n ía c a s y la s a lu c in a c io n e s in d u cid a s p o r
el “ m al n e g r o ” e ra p r á c tic a m e n te in c ie rto . M e la n c ó lic o s , o b se s iv o s,
m a n iá tic o s , d e lir a n te s y e n d e m o n ia d o s , e n v u e lto s e n la fa ls e d a d de lo s
fa n ta s m a s n a c id o s d e las m ia s m a s d e lo s h u m o r e s c o r r o m p id o s y d e ­
s o rd e n a d o s , o p e n e tra d o s p o r lo s e sp íritu s del m a l, se d is tin g u ía n c o n
d ific u lta d , e n v u e lto s en la n ie b la de la a m b ig ü e d a d b ifr o n te .

Casi siempre los demonios se unen a los cuerpos humanos por la ma­
la disposición del humor melancólico corrompido e infecto, que for­
ma en la fantasía ciertas malas figuras negras, horribles y espantosas,
y perturba al intelecto. Además, los demonios suelen tomar estas for­
mas y vivir en los lugares oscuros, solitarios y sin luz; mientras que,
por virtud de la quintaesencia y de otras cosas, dicho humor es ex­
pulsado de los cuerpos, y así como el humor es causa de que los de­
monios a veces vayan a ese cuerpo, entonces se alejan junto a él (...)
Utiliza, pues, las medicinas y curarás a todo endemoniado, asustado
o melancólico, y especialmente si agregas a dichas medicinas la hier­
ba que se llama ipericón, también denominada fu g a daem om u m |...J
porque el humo de su semilla expulsa a todo demonio que se acer­
que al cuerpo, o bien a las viviendas.’

El A ntidotarlo contro li lietnoni ( 1 6 0 1 ) , d e A le s s io P o r r i, in d ic a en


su m is m o t ít u lo la c o n v e r g e n c ia e n t r e el a r te e x o r c is t a y la c ie n c ia d e
las h ie r b a s . El m é d ic o d e Im o la B a t tis ta C o d r o n c h i in d a g a , a su vez,
“ q u o m o d o re s n a tu r a le s a c s e n s ib ile s a g e r e p o s s in t in sp iritu s m a ­
lo s ” |lo s m o d o s c o m o p u e d e n a c t u a r e n lo s m a lo s e s p ír itu s la s c o s a s
n a tu r a le s y s e n s ib le s ),11 y en el t r a t a d o D e rnorbis veneficijs , o b r a útil

* G. Menghi, Com pendio delia rte essorcistica..., Bolonia, G. Rossi, 1582,


pp. 570 y 573.
’ C om pendio, ob. cit., pp. 571-572.
" De morhts veneficis et veneficijs..., ob. cit., hoja 191a.
184 EL PAN SALVAJE

p a r a m é d ic o s y e x o r c is t a s , c o m o él m is m o d ic e , r e s e rv a un c a p ít u lo
“ s im p lic ib u s , a c n o n n u llis c o m p o s ir is m e d ic a m e n tis su a f a c ú lt a te v e ­
n e fic ia c u r a n t ib u s a c d a e m o n e s e x p e lle n tib u s ” |a lo s m e d ic a m e n to s
s im p le s , n o c o m p le jo s , q u e tie n e n p o d e r p a ra c u r a r la s h e c h ic e r ía s y
e x p u ls a r a lo s d e m o n io s ). Y e s te e x p e r t o en t ó x ic o s e s c r ib e :

Nostri exorcistae ut daemones prodantur et etiam expellantur, pas-


sim ruta utuntur /.../ Inter hypericunt, " perfora tam ” vulgo dictam
ac daemones tanta videtur anthypatia, ut eius suffitu frequenter re-
cedant, quare nostri fugam daemonum appellant...’'

[Nuestros exorcistas, para que los demonios sean echados y expul­


sados por todas partes ungen con ruda |...J el vulgo la llama “expul-
sora”, y los demonios le tienen tanta antipatía que frecuentemente
retroceden ante su olor, por lo que producen la fuga de los demonios
para nosotros...)

A su v e z, el m é d ic o fr a n c é s P ie r re B o a is t u a u - q u e e n e l Théátre du
m onde ( 1 5 5 8 ) h a b ía d e s c r ip t o lo s m o n s t r u o s o s e x c e s o s p r o v o c a d o s
p o r el h a m b r e - e n su s H istoires prodigieuses ( 1 5 6 0 ) s e ñ a la b a a la
r a íz d e la “ h ie r b a d e o r o ” c o m o la h ie r b a c a p a z d e c u r a r a “ lo c o s ,
d e m o n ía c o s y o t r o s p o s e íd o s p o r el d e m o n io ” ; m ie n t r a s q u e , a p r o ­
p ó s it o d e la r u d a , J e a n T a x il, m á s p e r s p ic a z q u e C o d r o n c h i, c o n s i­
d era b a q u e,

siendo esta hierba muy propia para el humor melancólico, consu­


miendo los humores grasos y viscosos, sacando o disminuyendo más
bien al sujeto y al instrumento del cual el diablo se sirve [...] no pue­
de hacer lo que querría, y abandona por algún tiempo, hasta que el
humor sea de nuevo proporcional a su obra.10

C o n tr a la o fe n s iv a d e m o r b o s h u id iz o s y o s c u r o s , la s t é c n ic a s d e fe n ­
s iv a s , la s r e s p u e sta s te r a p é u t ic a s q u e d a b a n c o n fia d a s d e m o d o p re ­

* I b íd ., h o ja 19 2a.
10 C i t a d o p o r J . C é a r d , Folie et d ém ologie au XVle. Siécle, en Folie et déraison
á la Renaissance, B r u s e l a s , E d . d e l a U n i v e r s i d a d d e B r u s e l a s , 1 9 7 6 , p . 1 4 1 . V é a ­
s e A . D e l a t t e , Herbarius. Recberches sur le cerem onial usité chez les anciens
pou r la cucillette des simples et des plantes magiques , B i b l . d e l a F a c u l t a d d e F i ­
l o s o f í a y L e t r a s d e l a U n i v e r s i d a d d e L i e j a , 1 9 3 8 , f a c . L X X X i, p . 1 5 8 .
PARAISOS ARTIFICIALES 185

p o n d e r a n te a la v irg ilia n a “ p o te n c ia d e la s h ie r b a s ” y a “ su u so en
la m e d ic a c ió n ” , en c u y a a r te se h a b ía n e je r c it a d o “ n o s ó lo lo s m é d i­
c o s , s in o lo s rey e s y lo s h é r o e s ” . El “ c o n o c im ie n to p e r fe c t o d e las
h ie r b a s ” se g u ía s ie n d o e l b a lu a r t e p r e fe r id o d e u n a g u e rr a in te r m i­
n a b le , q u e s ie m p re se r e n o v a b a e n b a t a lla s c o n d ife r e n te s a lin e a ­
m ie n to s y t á c t ic a s , a m e d id a q u e se a g r e g a b a n n u e v a s p a to lo g ía s a
la s y a c o n o c id a s . P o r lo t a n to , e ra n e c e s a r io h a c e r

como en la guerra, donde, al encontrarse con nuevas estratagemas y


nuevas astucias militares, asi también es necesario encontrar nuevos
remedios a nuevos casos de enfermedad que nacen a cada hora."

P e ro se c o n s id e r a b a q u e ta m b ié n la s h ie r b a s “ a d o le c e n d e v e je z y se
v u e lv e n lá n g u id a s ” 12 y q u e , c o m o to d o , e s t a b a n “ e x p u e s t a s a la s m u ­
t a c io n e s , y si n o s o n c u ltiv a d a s , p ie r d e n la v irtu d y la f o r m a ” . 1'
L o s “ a r c a n a ” d e lo s p r in c ip io s a c t iv o s p u r o s e ra n in v e s tig a d o s a
t ra v é s d e la s sign atu rae q u e in t e r p r e ta b a n su s v irtu d e s o c u lt a s . P o r
e llo , la c ie n c ia d e la s h ie r b a s e s t a b a lig a d a a la a s t r o ló g ic a , y un p e r ­
fe c to “ d r o g u e r o ” d e b ía te n e r e n c u e n ta la s c o n s te la c io n e s , lo s “ s itio s
y lo s a s p e c t o s ” d e la s e s t r e lla s : a lg u n o s , p a r a c a d a h ie r b a , r e m itía n
a la c o r r e s p o n d ie n t e fig u ra a s t r o ló g i c a . L o s v e g e ta le s v e n e n o s o s , c o ­
m o el a c ó n i t o , la c ic u t a o el e lé b o r o , e s t a b a n s u je t o s a la in flu e n c ia
n e fa s ta d e S a t u r n o , p la n e ta m aligntis p o r a n t o n o m a s ia . L a s p r o p ie ­
d a d e s fa r m a c o ló g ic a s d e la s h ie r b a s se c o n e c t a b a n e s tr e c h a m e n te
c o n la s in f lu e n c ia s d e l so l y d e la lu n a , y lo s m e d ic a m e n to s m is m o s
q u e d a b a n s e p a r a d o s en s o la r e s y lu n a re s .
L a lu n a , e n p a r tic u la r , e ra la v itr e a y a b s o r ta r e in a d e lo s “ p r in c i­
p io s p u r o s ” , c u y o p o d e r c o n d ic io n a b a t o d a la f a r m a c o p e a . D o ta d a
h a s ta de la p r o p ie d a d d e h a c e r c r e c e r o d e c r e c e r el h íg a d o d e la s la ­
g a r to s se g ú n el r itm o d e su s fa s e s , im p e r a b a d e m o d o in e lu c ta b le s o ­
b re la c o n s e r v a c ió n o la p u t r e f a c c ió n d e lo s v e g e ta le s:

todas las cosas que el farmacéutico hace para conservar durante lar­
go tiempo, las debe hacer al bajar la luna, para que no se corrompan

" Levino l.cnnio, D e gli occulti m tracoli e vari i ammaestramenti delle cose de­
lta natura, con probabili ragioni e artifiziosa congiettura conferm ati, Venecia,
Lodovíco Avanzi, 1560, hoja 81a.
11 Ibíd., hoja 79a.
" Ibíd., hoja 72a.
E L PAN SALVAJE

pronto, como recoger las raíces, las hierbas, las flores, las semillas.
Tomar parre de animales para conservar, hacer jugos (...]; hacer con­
servas y condimentos para que no hiervan de a poco o se arruinen
J...J Así, también los jarabes y los electuarios y todas las otras com­
posiciones y principalmente la triaca y el mitridato que, si bien bus­
can la fermentación (que es un hervir lentamente por el movimiento
de los espíritus internos [...]) a veces hierven con violencia. Y hemos
advertido que los jarabes y las composiciones líquidas van hirviendo
y crecen cuando crece la tun a...14

El ó p tim o f a r m a c é u tic o , a l “ b u s c a r su s p r in c ip io s p u r o s ” , d e b ía , p o r
lo t a n t o , t o m a r e n c u e n ta lo s “ a s p e c to s d e la s e s t r e ll a s ” , el “ e sta d o
d e la lu n a ” , la “ c o n s tit u c ió n d el a ir e ” , la “ p a r te d el d ía m á s a p ta p a ­
r a lo s p r e p a r a d o s ” , lo s “ lu g a r e s d o n d e se r e c o g e n la s p la n t a s ” ; v a ­
lo r a r el m e jo r m o d o d e r e c o g e r lo s “ lic o r e s c e le s tia le s ” c o m o el
m a n á y la m ie l, la e s t a c ió n a p r o p ia d a p a r a la c a p tu r a d e lo s a n im a ­
le s q u e p o se y e ra n p o d e re s te ra p é u tic o s . S e o r g a n iz ó un d e ta lla d o r i­
tu a l d e h o r a s , d e d ía s , de m e ses p a ra p e n e tra r e n el o d o r íf e r o c o ra z ó n
d e la “ b a s ilic a ” v e g e ta l, p a ra a d e n r ra r se e n lo s s e c re to s m a r a v illo s o s
del “ h o rtu s s a n ita tis ” .
L a lu n a , a n t e t o d o , d e b ía s e r la g u ía p e r e n to ria e in e lu d ib le de lo s
b u s c a d o r e s d e h ie r b a s . E lla e ra u n c o n c e n tr a d o d e p o te n c ia c ó s m i­
c a , u n s o l e n m in ia tu r a ; u n

sol pequeño, que hace en un mes todo lo que hace por año el sol, y
tiene sus cuatro tiempos. Hará su invierno desde su comienzo hasta
el primer cuarto, cuando volverá frío y húmedo el aire, y todas las
cosas sujetas, iguales. Después hará su primavera desde el primer
cuarto hasta el plenilunio, volviendo a las cosas cálidas, húmedas y
fermentantes. Después hará el verano desde el plenilunio hasta el se­
gundo cuarto, con más calor y sequedad que le concede el sol. Y fi­
nalmente hará su otoño frío y privado de humores desde el segundo
cuarto hasta el nuevo comienzo.'5

14 Pietro Castelli, Mem oríale per lo spetiale rom ano, Venezia, presso Ciio.
Francesco Valvasense, 1678, p. 311 y pássim.
'* lbíd., p. 3 11.
PARAÍSOS ARTIHC1AI.ES 187

P e r o c o n t r a la m u e r te t o d a v ía n o se h a b ía h a lla d o u n “ p r in c ip io p u ­
r o ” d e p o d e r d e fin itiv o y t o t a l p a r a d e r r o ta r la . C o m o e n el p o p u la r
C ontrasto che fa un ignorante sem plicista con la m orte, si b ie n el
m ie d o a m o r ir p u e d e s e r v e n c id o c u a n d o se e s tá e n p a z c o n D io s ,
“ h ie r b a s , ju g o s y u n g ü e n to s ” n o p u e d e n a p la z a r m á s q u e p o c o
tie m p o el t r iu n fo d e la m u e r te : “ G e g e n d e n T o d ist k e in K r a u t g e-
w a ch sen ” .*
La c u ltu r a de re herbaria, el c o n o c im ie n to d e la b o t á n ic a , el g u s­
to p o r lo s a r o m a s , las e s p e c ia s , la s d r o g a s , la p r á c t ic a y la m e d ita ­
c ió n e ru d ita h a b ía n p r o d u c id o , p o r u n la d o , u n a le g ió n d e g ra n d e s
b o t á n ic o s ; p o r o t r o , u n a m u ltitu d d e h a b ilís im o s “ h e r b o r is ta s ” ,
“ d r o g u e r o s ” , “ p e r fu m is ta s ” , d e s t ila d o r e s “ e s p a g ír ic o s ” . In herbis,
et in verbis et in lapúiibus sun t virtutes , se d e c ía p o r lo c o m ú n , en
un a e d a d e n q u e la sim p le c o m p o s ic ió n d e u n a e n s a la d a re q u e ría un
g ra n c o n o c im ie n to d e la s h ie r b a s , de su a r o m a y d e su s g u s to s e n t r e ­
la z a d o s . El c a r á c t e r s in c r é t ic o d e la c o c in a d e la E d a d M e d ia ta rd ía
- c o m o h a n o ta d o J a k o b s o n - s e c o r r e s p o n d e c o n el g u s to p o r la f a r ­
sa y la m e z c o la n z a lin g ü ís tic a , c o n la tr a m a y el e n c a b a lg a m ie n t o de
la s p a la b r a s : fa r s a , r e lle n o o c o m p u e s t o se d e n o m in a a l c o n ju n t o de
lo s in g re d ie n te s a r o m a t iz a d o s q u e c o n c u r r e n a l p la c e r d el p a la d a r , el
a r q u e tip o a lim e n ta r io q u e e stá e n lo s o r íg e n e s d e la c o m b in a c ió n lin ­
g ü ís tic a , q u e p r e sid e e l r e lle n o d e la s v o c e s y la s e lo c u c io n e s . L a
c o m p o s ic ió n d e u n a e n s a la d a r e q u e ría s u tile s d o s ific a c io n e s o lf a t i­
v as y g u s ta tiv a s de tip o a lq u ím ic o , lu c u b r a d a s fa c tu r a s p le n a s d e su ­
tile s r e f le x io n e s y d e in v e n c ió n c r e a d o r a . E s ta s p a n o p lia s v e g e ta le s,
e s t o s “ p a n e s c o n m e z c la s ( . . . ) e s d e cir, c o m id a s to t a lm e n t e c o m p u e s ­
t a s ” , se g ú n e x p r e s a b a M o n t a lb a n i, e r a n s ig n o s e m b le m á tic o s d e una
e d a d q u e c a p t a b a se n s u a lm e n te “ d e lir io s v e g e ta le s o l o r o s o s ” , h a s ta
lle g a r a lo s m á s e n r a r e c id o s v é r tig o s a r o m á t ic o s c o n la s e n s ib ilid a d
m a n ía c a y o b s e s iv a d e L o r e n z o M a g a lo t ti p o r lo s o lo r e s y la s e s e n ­
c ia s d e s tila d a s .
El m a r a v illo s o a r tif ic io d e la e n s a la d a , a r c a d o n d e se m e z c la b a n
las r e c ó n d ita s v irtu d e s d e s u s m e z c la d o s “ p r in c ip io s p u r o s ” , c o n s ti­
tu ía un p e q u e ñ o thesaurus d e h e d o n is m o y d e fa r m a c o lo g ía , u n a p e ­
q u e ñ a o b r a m a e s tr a d e a r te e fím e r a , a la m b ic a d a y p r e c io s a q u e

" Vcase G. Amalfi, A proposito di danze m acabre, en “Giambatcista Basilc.


Arthivio di letteratura popolarc”, I (1883), n. 8, pp. 59-60.
* “No crece ninguna hierba contra la muerte" (n. del t.).
E L PAN SALVAJE

- c o m o in d ic a b a n lo s f a r m a c é u t ic o s - r e q u e ría la r g a e x p e r ie n c ia e n el
“ a r te d e m a n ip u la r ” (F. F ó r m ic a ) , e n la c o m p lic a d a ars com binato­
ria d e in f in ita s v a r ia n te s . S a lv a t o r e M a s s o n io ( 1 5 5 9 - 1 6 2 9 ) c o m p o n e
un t r a t a d o d e 4 2 6 p á g in a s s o b r e e s ta p r e c a r ia y d e lic a d a “ p o é tic a ”
d e e n c a s tr e s v e g e ta le s , lla m a d o A rchidipno, o vero del'in salata e de
l'uso di essa ( 1 6 2 9 ) . C o s ta n z o F e lic i da P io b b ic o , p a r a c o n fo r m a r a l
“ g u s t o ” , a la “ c o c in a y a la m e s a ” d e U liss e A ld r o v a n d i, t r a t ó d e p e ­
n e t r a r c o n la lin te rn a d el n a t u r a lis t a e n e l in t r in c a d o “ la b e r in t o ” 17 de
las h ie r b a s c o m e s tib le s e n e n s a la d a .
E n a q u e llo s m is m o s a ñ o s , la F lora sive de florum cultura , d e G io -
v an B a t tis ta F e r r a r i, c o n lo s g r a b a d o s e je c u ta d o s s o b r e d ib u jo s de
P ie tr o B e r r e t tin i, G u id o R e n i y G r e u te r, y su t r a t a d o s o b r e lo s c í t r i­
c o s , H esperides ( 1 6 4 6 ) , e x te n d ía n el c o n o c im ie n to e m p ír ic o y t e r a ­
p é u tic o d e la s “ v irtu d e s a d m ir a b le s de la s h ie r b a s ” ( C a s t o r D u r a n te )
h a c ia e s p a c io s b o t á n ic o s c a d a vez m á s r a r o s , p e n e tr a n d o n o s ó lo lo s
s e c r e to s s in o ta m b ié n la s d e lic a d a s b e lle z a s d e e s e “ re g n u m v e g e ta -
b ile ” (E . K o e n ig ) q u e la s d o s I n d ia s , la o r ie n t a l y la o c c id e n ta l, se ­
g u ía n a c r e c e n t a n d o c o n “ d r o g a s m e d ic in a le s y o t r o s p r in c ip io s
p u ro s r a r í s im o s ” (C r is t u b a l A c o s t a ) y q u e el Tesoro m exicano de
1 6 5 1 e n c e r r a r á e n la s fa s c in a n te s c a ja s d e su s m a t e m á t ic o s ic o n o s
v e g e ta le s.

17Véase l.ettera sulle instílate. Lectio nona de fungís, presentación de F.. Cec-
chini, aporres de G. Arbizzoni, D. Bischi, G. Nonni, S. Star amella Petri, Urbino,
Accademia Kaffacilo, 1977, pp. 68 y 118. Del mismo médico y naturalista, véa­
se Lcttere a Ulisse Aldrovandi, a cargo de G. Nonni, Urbino, Quattro Venti,
1982.
XV. EL PAN DE AMAPOLAS

S e g ú n O v id io M o n t a lb a n i, h a s ta h a c e u n s ig lo y m e d io lo s b o lo ñ e -
se s d e lo s o r íg e n e s ( “ m ile s d e a ñ o s y a ” ) s e c o n s e r v a b a n “ a d m ir a b le ­
m e n te lo n g e v o s ” , g r a c ia s a la m o d e r a c ió n d e la m esa y a la
fru g a lid a d d e lo s a lim e n to s . P e ro e n 1 6 4 8 h a b r ía sid o e m p r e s a m u y
d ifíc il c o n v e n c e r a lo s d e s c e n d ie n te s d e a q u e llo s a u s te r o s p a tr ia r c a s
d e q u e se v o lv ie ra n o tr a v ez “ r iz ó fa g o s ” (a lim e n ta d o s c o n r a íc e s ) y
“ t o p ó f a g o s ” (a lim e n ta d o s d e r a to n e s ), a p e s a r d e q u e el h a m b re ,
“ m is e r a b le e n fe r m e d a d ” , h ic ie r a q u e e s o s tie m p o s fu e ra n e s p e c ia l­
m e n te “ p e n o s o s ” , y q u e c a d a d ía se v o lv ie ra n m á s a g u d a s la s “ p r e ­
s e n te s e s t r e c h e c e s u n iv e r s a le s d e trig o y d e c e b a d a s ” . L a m e m o r ia
- e s d e c ir , el Breve discorso teorico e prattico q u e e n 1 6 4 8 M o n t a l­
b a n i d ir ig ió a lo s “ S e ñ o r e s S e n a d o r e s d e B o lo n ia ” - , m á s a llá de una
o s t e n ta c ió n e x h ib ic io n is t a d e p e r e g r in a e r u d ic ió n , q u e r ía se r un in s ­
t r u m e n to o p e r a t iv o v á lid o p a r a a liv ia r a lo s “ o p r im id o s y a t e r r o r i­
z a d o s p o r la n e c e s id a d m a y o r ” , 1 in s tr u c c io n e s c o n c r e t a s p a r a d ar
a liv io a lo s h a m b r ie n to s y ta m b ié n p a r a “ e n s e ñ a r a la p o b r e z a ” las
e s t r a t a g e m a s n e c e s a r ia s p a r a la d e s e s p e ra d a lu c h a , p a r a la d ia ria
g u e rr a c o n t r a el h a m b r e . E v id e n te m e n te , e n tie m p o s c o n v u ls io n a ­
d o s , t o d a la r íg id a r e g la m e n ta c ió n d el m e r c a d o d e l p a n , to d a la c o m ­
p lic a d a Tariffa over Calm iero perpetuo del form ento (la d e n o m in a d a
“ T a r ifa J u s t i n i a n a ” d e 1 6 0 6 ) s a lt a b a ; y c o n e lla , to d o s lo s a r tif ic io ­
II Patine sovventivo sponte-
s o s m e c a n is m o s del m e r c a d o d el p a n .2
nascente succedaneo intero del p an e ordinario in d ic a a lo s b o lo ñ e s e s
fa m é lic o s y a n o el c a m in o d e lo s h o r n o s s in o el d e lo s c a m p o s , p ara

' M o n t a l b a n i , II pane sow enttvo spontenascente..., c i t . , p . 3 .


1 V é a s e A . G u e n z i , Un m ercato regolato: pane e fornai a Dologna nell’etá m o­
derna, e n “ Q u a d e m i s t o r i c i " , 1 9 7 8 , n . 3 7 , p p . 3 7 0 - 3 9 7 ; y d e l m i s m o a u t o r , ¡I
"calm iero d el form ento contrallo del prezzo d el pane e dtfesa della rendita te-
rriera a Bologna nei secoh X V II e X V » /, e n “ A n n a l i d e l l a F o n d a z i o n c L u i g i E i n a u -
d i " , 1 9 7 7 (X I), p p . 1 4 3 - 2 0 1 .

189
190 E L PAN SALVAJE

lina c a z a c o le c t iv a d el m ít ic o “ p a n s a l v a je " : d el m e r c a d o r e g u la d o
p o r la m a r c h a d e s e s p e ra d a h a c ia el c a o s v e g e ta l d e las h ie r b a s y de
la s r a íc e s c o m e s tib le s .
B a r r o c o “ tr ib u n o d e la p le b e ” , M o n t a lb a n i, q u e se h a b ía c o n v e r ­
tid o e n el “ m é d ic o a f o r t u n a d o y, a la vez, e n el d ig n a t a r io de lo s m ás
n e c e s ita d o s y h a m b r ie n to s ” , ’ p r e d ic a , fu s tig a n d o a lo s v a g o s y a lo s
p e r e z o s o s , c o n t r a lo s im p r u d e n te s r o t o s o s q u e s u e ñ a n , in v e te r a d o s
h o lg a z a n e s , c o n u n p a n fá c il y s e g u r o :

en tiempos de abundancia se apoltronan los pobres hombres, y pien­


san todos que se han vuelto ricos y que el pan correrá detrás de ellos,
y no ellos detrás del pan.4

Y c o m o p a r a lo s c a m p e s in o s d e R u z a n t e , a s í ta m b ié n p a r a lo s h a r a ­
p ie n to s d e la c iu d a d , p a r a la s “ m ir ía d a s m e n d ig a s ” ' b o lo ñ e s a s , la v i­
da y la s u p e rv iv e n c ia fís ic a t o m a b a n el a s p e c to d e u n a v a n a y a
m e n u d o m o r t a l p e r s e c u c ió n d e u n p a n p e r e n n e m e n te fu g itiv o , e n tr e
fr u s tr a c io n e s e x is t e n c ia le s e im a g in a r ia s c o m p e n s a c io n e s , q u e se e s ­
f u m a b a n e n la f á b u l a y e n e l m i t o . L a C o n s u n c i ó n h a b ía t o ­
m a d o p o s e s ió n d u r a d e r a d e lo s c u e r p o s “ d é b ile s ” , “ h a m b r e a d o s ” ,
“ d e s tr u id o s ” ; d e lo s “ m a l n u tr id o s ” ( C r o c e ) . E ra el s in ie s tr o a g e n te
de la p e r m a n e n te b a t a lla e n t r e c o n s e r v a c ió n y d e s t r u c c ió n f ís ic a , li­
b r a d a p o r la c a r n e en b u s c a d e r e p a r a r lo s d a ñ o s c o t id ia n o s in fe r i­
d o s a l a p a r a to c o r p o r a l y a su s ie m p r e p r e c a r io e q u ilib r io p o r el
c o n t in u o d e t e r io r o d e la s u s t a n c ia h u m a n a . Y e sa s u s ta n c ia h u m a n a
e s ta b a a m e n a z a d a p o r el h o r n o in te r n o q u e c o n s e r v a la vid a c o n el
c a lo r , p e r o q u e t a m b ié n s e c a , d e s h id r a ta , a p r e s u r a el e n v e je c im ie n ­
t o , se g ú n la ley im p la c a b le y la te n d e n c ia d e la d e g r a d a c ió n d e la
e n e r g ía , la ir r e v e r s ib le e n t r o p ía .

Diariamente se deben reparar los golpes mortales que en la lucha


continua de los elementos experimenta nuestra composición, quoti-
die morimur, qu otid ie com m u tam u r; nuestra sustancia es fluida, co­
mo el agua corriente, y puede disiparse como el humo fugaz al igual

1 II pane sovventivo spontenascente..., ob. cit., p. 4.


' Ibíd., p. 7.
‘ Ibíd., p. 7-8.
EL PAN D E AM APOLAS 191

que las sombras; el alimento es el que va deteniendo al agua, el que


ilumina la oscuridad y reconcilia las enemistades intestinas.*

P a la b r a s fú n e b r e s , de u n a ir r e p a r a b le y fa ta l t r is te z a , d e tim b r e ca si
s h a k e s p e a r e a n o , c o n el h á lit o d e la m e la n c o lía d e l G r a n B a r r o c o .
L o s a ñ o s d el h a m b r e se p r e s e n t a b a n e n la e s c e n a d el te a tr o de la m i­
s e r ia , e s c u á lid a m e n te lu c tu o s o s , b la n d ie n d o , c o m o la m u e r te , su h o z
a n iq u ila d o r a .

En este año veo que se preparan tragedias lúgubres más que otras co­
sas, que la palidez y el terror serán los más conspicuos personajes y
que los lamentos funestos recitarán illic habitant, p a v o rq u e, terror-
q u e et ieiuna fam es, pero para cerrarles la boca a tales monstruos, lo
mejor será rogar a Dios que quiera conceder a nuesrros pobres es-
cam in tem p o re opportu n o..,'7

E l g ra n in te r r o g a n te , la im p o s ib le c u a d r a tu r a d e l c ír c u lo , seg u ía s ie n ­
d o la b ú sq u e d a d e “ lo s s u fic ie n te s s u s t e n to s ” (M o n ta lb a n i) q u e a s e ­
g u ra r a n la s u p e rv iv e n c ia , a p t o s p a r a lib r a r u n a g u e rr a m ile n a ria q u e
sie m p re h a b ía v isto s u c u m b ir a lo s p o b r e s y se g a r “ la s d e ca d e n te s y
m is e ra b le s v id a s ” . E r a n e c e s a r io e n m a s c a r a r el p a n , p r o d u c ir “ p a n de
a m a p o la s ” , c o m o su g e ría M o n t a lb a n i, o a l m e n o s d e s p a c h a r el q u e
M a n z o n i h u b ie ra lla m a d o “ p a n a d u lt e r a d o ” :

Centenares y centenares de raíces diversas, brotes, frutos y semillas


de hierbas son comestibles, y pueden convertirse muy bien en ali­
mento, con un poco de artificio...*

E l e n m a s c a r a m ie n t o y la m e t a m o r fo s is d e lo s s a b o r e s , la d e s n a tu r a ­
liz a c ió n y el r e c ic la m ie n to d e las h ie r b a s, a u n d e las m á s d e sa g ra d a b le s,
a tra v é s de s e n c illa s o p e r a c io n e s de sim p le m a g ia n a tu r a l, p re v e ía n la
n e u tr a liz a c ió n d e la s h ie r b a s v e n e n o s a s , y la t é c n ic a n e c e s a ria p ara
v o lv e r a m a b le el g u s to d e la s r e p u g n a n te s . E l a r tif ic io d e d u c id o de
la “ m a g ia n a t u r a l” d e b ía m u ltip lic a r m ila g r o s a m e n t e lo s p a n e s , d e ­
m o n io e s o té r ic o d e la s p le b e s h a m b r ie n ta s . L a troiw aille , p o r c ie r to ,

" Ibíd., pp. 7-8.


’ Ibíd., p. 7.
’ Ibíd., p. 11.
192 E L PAN SALVAJE

n o e ra n u e v a ; y a V a le s io h a b ía h e c h o n o ta r q u e el p r o fe ta E lís e o
n e u tr a liz a b a el s a b o r a m a r g o d e la c o lo q u ín t id a m e z c lá n d o la c o n
o tr a s h a r in a s . H a s ta el g r a n G a le n o , en D e alim entorum facultati-
bus, h a b ía e n s e ñ a d o a “ e lim in a r d e t o d o m e d ic a m e n to lo s m á s in ­
tr a ta b le s Ip rin c ip io s p u r o s ], e s d e cir, el d r a g o y el a r o , la r a íz q u e lo s
n u e s tr o s lla m a n p an d e c u le b r a ” . E n su M agia n aturale , G ia m b a t tis -
ta D e lla P o r ta h a b ía d e d ic a d o un c a p ít u lo a la s t é c n ic a s n e c e s a ria s
p a ra p r e p a r a r “ v a r ia p a ñ is g e n e ra e x r a d ic ib u s c o n fe c ta e t fr u c ti-
b u s ” [d iv e rs o s tip o s d e p a n , e la b o r a d o s c o n r a íc e s y f r u t o s ],9 y el
m is m o M o n t a lb a n i n o ta b a q u e el m a g o n a p o lit a n o “ n o s ó lo d e lu -
p in e s , d el b u lb o d el a s f ó d e lo , s in o d el a r o m is m o e n s e ñ a a h a c e r p a n
e n tie m p o s d e e s c a s e z ” .
E l “ p a n d e a m a p o la s ” n o p e r te n e c ía , sin e m b a r g o , a la lis ta c a s i
ilim ita d a d e lo s s u s titu to s y d e lo s a g r e g a d o s s u g e r id o s p o r la e m e r ­
g e n c ia d e lo s a b a s te c im ie n t o s . El u s o d e las s e m illa s d e a m a p o la en
la s h a r in a s , p o r lo m e n o s e n c ie r t a s r e g io n e s , n o e ra un a n o v e d a d ,
s in o un a n o r m a l c o n v e n c ió n c u lin a r ia ; se a r o m a t iz a b a y e n r iq u e c ía
a l p a n c o n s e m illa s d e s é s a m o , d e a n ís , d e h in o jo , d e c o m in o , de
a m a p o la s a lv a je y sativ u s. * E n el Libro della natura et virtute delle
cose che nutriscono , B a r t o lo m e o B o ld o r e c o r d a b a q u e “ e s ú til m e z ­
c la r a l p a n , c o m o c o n d im e n to , la se m illa d e a m a p o la s ” ." ' P ie tr o A n ­
d re a M a tt io li h a b ía o b s e r v a d o q u e “ e n la s m o n t a ñ a s del T r e n t in o ,
las a ld e a n a s u s a n a b u n d a n t e m e n t e la h ie r b a d e la s a m a p o la s s a lv a ­
jes e n lo s a lim e n to s [ . . . ] y s e t r a ta d e a m a p o la s q u e se s ie m b r a n , de
tre s e s p e c ie s . L a b la n c a , d e la c u a l e n tr e lo s a n t ig u o s se c o m ía la se ­
m illa to s ta d a c o n m ie l a l fin a l d e la s c o m id a s . E sa es la q u e lo s a l­
d e a n o s a c o s t u m b r a n e s p a r c ir s o b r e la c o r t e z a d e su p a n , m o ja d a
a n te s e n h u e v o s b a t id o s [ . . . ] L a b la n c a e s m u y a b u n d a n te en to d a
T o s c a n a , y a m b a s e s p e c ie s d e la n e g r a , en L o m b a r d ía y en la s m o n ­
ta ñ a s del T r e n t in o , d o n d e se la s s ie m b r a e n tr e la s h a b a s e n e x te n s o s
c a m p o s . Y d e e sa s e m illa h a c e n a lg u n o s c o m id a s c o n p a s ta s , a las
c u a le s lla m a n ‘ p a v r a t o ’ , y la c o m e n h a s ta q u e d a r h a r t o s ” . "
L a s p r in c ip a le s v a r ie d a d e s d e a m a p o la e r a n c u ltiv a d a s e n e s c a la

’ Ñapóles, apud Horatium Salvianum, 1589, pp. 94-95.


* Sativus: cultivada, no salvaje (N. del t.).
Boldo, ob. cit., p. 33.
" Discorsi en' $ei libri di Pcdacia l)tascaride Anazarbeo, ob. cit., pp. 594-595.
F.L TAN D E AM APOLAS 193

‘ in d u s t r ia l” y p a r a u s o s a lim e n ta r io s . L a c o c in a y la e s p e c ie ría , la
c o c in e r a d e la c a s a y el b o t ic a r io , la s u t iliz a b a n e n a b u n d a n c ia . N o ­
d riz a s y la c t a n t e s la s c o n s u m ía n m u c h o ; s u e ñ o y e u fo r ia d e b ía n e s­
ta r a l a lc a n c e de to d o s , a u n d e lo s m á s p e q u e ñ o s . L a s p a p illa s c o n
c á ñ a m o y lo s b u ñ u e lo s d e h a r in a de lin o (la “ lin o s a ” ), c o n " m ie l y
p e b r e , m u e v e n lo s a p e t ito s v e n é r e o s ” . 12 L a s e m illa d e lin o “ e s u sad a
p o r lo s p o b r e s r ú s tic o s c o m o p ita n z a , m a c h a c a d a y f r it a , a g r e g á n d o ­
le m ie l” ;" s u e ñ o s y e x c it a c io n e s v e n é r e a s ta m b ié n p a r a el e r o s de lo s
a ld e a n o s .
G ia m b a t tis ta D e lla P o r t a , c ie n tí f ic o , e x p e r im e n ta d o r y, a la vez,
in v e n to r d e lo s m á s in c r e íb le s s e c r e t o s , c o m o b u e n e s tr a te g o te a tr a l
c a p r ic h o s o y lu n á tic o , e n tie m p o s e n q u e la c ie n c ia y el v o c a b u la r io
m ilita r e s se h a b ía n v u e lto c a s i u n h e c h o c u ltu r a l d e m a s a s , y c u a n ­
d o la s m e t á fo r a s de la le n g u a o r a l t o m a b a n in a d v e r tid a m e n te lo s c a ­
m in o s del a s e d io , del c h o q u e , d e l d u e lo , in t r o d u jo la e x tr a o r d in a r ia
te n s ió n e n tr e el g ra n G lo t ó n y eí H a m b r e , e n la c u a l la m á s c r u e l de
la s e n fe r m e d a d e s q u e p o d ía n a t a c a r a l h o m b r e q u e d a b a d e sh e c h a
s o b r e el c a m p o d e b a t a lla , d e stru id a p o r la fa m é lic a h ip é r b o le g la-
d ia t o r ia d el s u m o d e v o r a d o r .

Nos desafiamos juntos: el cerco fue un lago de caldo graso donde na­
daban capones, pollos, lechoncs, terneros y bueyes enteros; allí nos
zambullimos luchando con los dientes. Antes de que ella se comiera
un ternero, yo me atraqué con dos bueyes y las restantes riquezas; y
como todavía tenía apetito y no tenía qué comer, me la comí a ella:
así, ya no hubo más Hambre en el mundo, y yo soy su lugartenien­
te y tengo dos hambres en el cuerpo, la mía y la suya."

L a a lu c in a d a im a g e n d el h a m b r e v e n c id a p o r u n a m o n s tr u o s a v o r a ­
c id a d , e s d e cir, p o r el h a m b r e m is m a , p a r e c e la a le g r ía su rr e a lis ta de
la m á s d e se s p e ra d a a u t o fa g ia . E n el r e c e p tá c u lo fa n tá s tic o d e lo s s e c ­
to r e s m is e r a b le s c o n flu y e n la s “ h is to r ia s ” re a le s d e e x c e s o s m o n s ­
tr u o s o s q u e p r o d u c e n u n a p r o lif e r a c ió n d e s u e ñ o s o r a trá g ic a m e n te
s in ie s t r o s , o ra g r o te s c a m e n t e c ó m ic o s .

'• Libro della natura et virtute delle cose che nutriscono, ob. cit., p. 31.
" Ibíd.
11 G . Della Porta, Gli duoi fratelli rivali, acto i, escena ív, en Le Cotnmedie, a
cargo de V. Spampanato, Barí, l.aterza, 1910, vol. II, p. 216.
m E L PAN SALVAJE

P o r su la d o , la c ie n c ia to g a d a se o c u p a b a de im a g in a r in g e n io s o s
“ s e c r e t o s ” q u e a n iq u ila r a n el “ s a b o r b e s t ia l” d e la s r a íc e s b u lb o s a s
del p a n p o r c in o , d e s e s p e r a d o r e m e d io p a r a lo s “ m á s r ú s t ic o s ” y p a ­
ra lo s “ e x tr e m a d a m e n t e n e c e s ita d o s ” , o d e s tin a d o a v o lv e r tr a n q u i­
la m e n te c o m e s tib le s a u n la s m á s a m a r g a s e in s id io s a s h ie r b a s :

sin hacer milagros Ipromctía Montalbani] podemos quitarle el vene­


no a la cizaña, si antes de incorporarla al trigo fermentara sola en el
agua, y muy bien cocida, porque se volverá agradable y, sin perjui­
cio alguno, entrará a formar parte del pan de trigo. La cocción tiene
tanta fuerza que modifica y reduce a elogiable mediocridad todas las
cosas, al punto de que a veces ella sola basta para hacemos lograr el
deseado propósito: los mexicanos se comerían la muerte en el mo­
mento con su pan de yuca, al que llaman cazaui, si no fuera por la
cocción que le quita al jugo de esa raíz toda maligna cualidad. Qué­
dense bien tranquilos también los campesinos, que no recibirán da­
ño alguno de aquellas cosas que sepan cocer suficientemente...11

L a s r e c e ta s d e O v id io M o n t a lb a n i - a l i a s G io v a n n i A n t o n io B u rn al-
d i, e s tu d io s o n o p r o v in c ia l rei berbariae , c u y a Biblioteca botánico
e ra r e e d ita d a e n L a H a y a e n 1 7 4 0 , a s t r ó lo g o a g r a r i o - se d ir ig ía n , en
p r im e r lu g ar, a la g e n te d e la r e g ió n , h a b itu a d a d e sd e sie m p re a d e s­
c o n f i a r de lo s c o n s e jo s p r o v e n ie n te s d e la s c iu d a d e s , a c o m e r lo q u e
a b u n d a b a y a c u id a r s e c o m o p o d ía , r e c u r r ie n d o c o n m a y o r s e g u r i­
d a d a c h a r la t a n e s , m e d ic a s t r o s y h e c h ic e r a s , q u e a m é d ic o s . P o r o tr o
la d o , é s to s e ra n in h a lla b le s , o e s t a b a n d e m a s ia d o a le ja d o s c o m o p a ­
ra q u e su a s is te n c ia lo g r a r a c ie r t a e f ic a c ia . E n e sa é p o c a ( 1 6 4 9 ) , a
p o c a s d e c e n a s d e le g u a s d e B o lo n ia , u n c r o n is t a d e L u g o , el p a d re
fr a n c is c a n o G . B o n o li, o b s e r v a b a q u e lo s “ p o b r e s y e s p e c ia lm e n te
lo s d el c a m p o [ . . . J se v ie r o n o b lig a d o s [ . . . ] a a lim e n ta r s e n o s ó lo de
h o ja s y d e r a íc e s de h ie r b a s , s in o d e la s m is m a s h e ce s de p a lo m a s
m e z c la d a s c o n c ie r t a h a r in a , y c o m o é s t a s n o e r a n a lim e n to s a p r o ­
p ia d o s p a r a el m a n te n im ie n to d e lo s h o m b r e s , m u c h o s m o r ía n , y
c o n la s h ie r b a s e n la b o c a . . . ” . 1'1

** ¡I pane sow en tivo sponrenascenre..., ob. cir., p. 13.


" Storia di Lugo ed annessi, Faenza, Archi, 1732, p. 206.
XVI. LA “VOLUBLE Y VERMICULAR COLONIA”

“ L e jo s d e la c iu d a d , le jo s d e s a n id a d ” , d e c ía u n p r o v e r b io r e g is tr a ­
d o p o r G . C . C r o c e e n la Selva di esperienza. Y r e a lm e n te fu e ra de
lo s m u r o s se a b r ía u n e s p a c io n o p r o t e g id o , d o n d e la s e p id e m ia s g o l­
p e a b a n c o n m a y o r d u re z a q u e e n la s c iu d a d e s y la e s c a s e z r e c ru d e ­
cía m á s fe ro z q u e d e n t r o d e la s m u r a lla s u r b a n a s , y b a n d id o s ,
s o ld a d o s “ r e g u la r e s ” , g r u p o s d e d e s e r to r e s o d e d e s b a n d a d o s , a m e ­
n u d o u n id o s a b a n d a s d e v a g a b u n d o s , a s a lt a b a n y v io la b a n , q u e m a ­
ban y robaban, d ifu n d ie n d o te m o r e s y m ie d o s . A la p rim e ra
s o s p e c h a d e p e s te s , la s p u e r ta s d e la c iu d a d se a b r ía n p a r a e x p u ls a r
h a c ia lo s c a m p o s a “ b r ib o n e s , v a g a b u n d o s , g ita n o s , p o r d io s e r o s , le ­
p r o s o s , lla g a d o s , y t a l s u e rte d e g e n te q u e n o e je r c e a lg u n a a r te y q u e
n o q u ie r e p r o c u r a r s e el p a n s in o c o n el m e d io d e m a s ia d o c ó m o d o de
la m e n d ic id a d ” . 1 T r o p e le s d e m is e r a b le s , d e ir r e g u la r e s , d e m e n d i­
g o s , d e e n fe r m o s d e b ía n t o m a r e l c a m in o d e lo s c a m p o s : r e s u lta b a
p r im o r d ia l la n e c e s id a d d e “ a lig e r a r la c iu d a d d e h a b it a n t e s ” , de a le ­
ja r a lo s fo r a s te r o s y p o r d io s e r o s , c o n e x c e p c ió n d e lo s “ p o b r e s n a ­
t iv o s , y a c o n v e r t id o s e n c iu d a d a n o s d e la t i e r r a ” . S u c io s , ca si
sie m p re c o n lo s p ie s d e s n u d o s , la s p ie r n a s u lc e r a d a s , v a r ic o s a s y lla ­
g a d a s ; p o b r e m e n te a lim e n ta d o s ; m a la m e n te p r o t e g id o s p o r d ie ta s
in s u fic ie n te s y m o n ó to n a s ; r e s id e n te s e n “ c u e v a s ” h ú m e d a s y m al a i­
r e a d a s ; e n c o n t in u o y p r o m is c u o c o n t a c t o c o n c e r d o s y o v e ja s ; p e r ­
s is te n te s e n su s c r e e n c ia s (a u n e n la s m á s d a ñ in a s ) ; c o n el b a s u r a l
b a jo la s v e n ta n a s ; la s r o p a s b a s ta s ; in s u fic ie n t e s , r a r a s v e c e s la v a d a s ,
lo s p a r á s it o s e s p a r c id o s p o r t o d o s la d o s , e n la p ie l, e n lo s c a b e llo s ,
en la s c a m a s ; e s c a s a o in e x is t e n t e la v a jilla ; a m e n u d o a t a c a d o s p o r
fo r ú n c u lo s , h e r p e s, e c z e m a s , t iñ a , p ú s tu la s , in t o x ic a c io n e s d e b id a s a
c a r n e s d e a n im a le s e n fe r m o s , fie b re s m a lig n a s , p u lm o n ía s , r e s fr ío s
e p id é m ic o s , fie b re s m a lá r ic a s , fie b r e s “ s in o c a le s ” (el a n tig u o v o c a ­

1 Muratori, L i tre govem i, político, m edico e d ecclesiastico..., ob. cit., p. 21.

195
196 E L PAN SALVAJE

b u la r io m é d ic o in d ic a b a c o n e s te t é r m in o la s fie b r e s e s té n ic a s c o n t i­
n u a s y e le v a d a s , p r o v o c a d a s p o r d iv e rs o s a g e n te s ); fie b re s e ru p tiv a s ,
e s c r ó fu la s , fís tu la s , d ia r r e a s m o r t a le s (p o r n o r e f e r ir s e a las g ra n d e s
e p id e m ia s ; a la s e n fe r m e d a d e s p o r s u b a lim e n ta c ió n v ita m ín ic a , c o ­
m o el e s c o r b u t o y la p e la g r a ; a la s c r is is c o n v u ls iv a s , ta n fr e c u e n te s
e n el p a s a d o ; a la e p ile p s ia , la s m a n ía s su ic id a s , el c r e tin is m o e n d é ­
m ic o ) , lo s c a m p e s in o s , p a r a c o lm o d e su d e s v e n tu r a , v e ía n q u e o tr o s
m is e ra b le s se a c e r c a b a n a su s c h o z a s , lle v a n d o n u e v a s m is e ria s y v ie ­
jo s m o r b o s q u e se a g r e g a b a n a su in a g o ta b le d e p ó s ito d e m a le s y d e
a n g u s tia s .
P e r o lo s g ra n d e s e n e m ig o s o c u lt o s d e la s a lu d , d e lo s c u a le s d e ­
p e n d ía la s a n id a d o la e n fe r m e d a d , e r a n , p o r c o m ú n c o n v ic c ió n , lo s
v e rm e s o lo m b r ic e s , y n o s ó lo e n la c o n s id e r a c ió n d e la m e d ic in a p o ­
p u la r y a g r a r ia . L o s h o m b r e s d e la e d a d p r e in d u s tr ia l v iv ía n , m e t a ­
fó r ic a y c o n c r e t a m e n t e , e n u n u n iv e r s o d e g u s a n o s in im a g in a b le e n
n u e s tr o s d ía s. L a o b s e s ió n d e lo s v e r m e s , p r o f u n d a m e n t e a r r a ig a d a
e n la s in f r a e s tr u c tu r a s m e n t a le s , d a b a p o d e ro s a c o n s is t e n c ia a u n a
e sp e c ie de c o n t a g io c u ltu r a l d e l q u e p a r tic ip a b a ta m b ié n la m e d ic i­
n a o fic ia l. La “ v o lu b le y v e r m ic u la r c o l o n i a ” , á r b it r o c o le c t iv o e im ­
p r e v isib le de la s a lu d g e n e r a l, tir a n iz a b a a v ie jo s y n iñ o s , h o m b r e s y
m u je re s d e c u a lq u ie r e d a d y c o n d ic ió n . T o d o s lo s lle v a b a n e n su in ­
te rio r, p o r c a u s a s m is te r io s a s y s ie m p re o s c u r a s : c a s i im p o s ib le s d e
e lim in a r, a tr in c h e r a d o s en su s “ s a n tu a r io s ” , a g a r r a d o s d e las a n f r a c ­
tu o s id a d e s d e la s v is c e r a s , d u e ñ o s d e t o d o el t e r r it o r io c o m p r e n d id o
e n tr e la g a r g a n ta y lo s e s f ín t e r e s , n o d e b ía n s e r m o le s ta d o s n i ir r it a ­
d o s , s o p e n a d e q u e la s a lu d d el h u é s p e d c a y e r a e n el a b is m o de la
e n fe r m e d a d . L o s g u s a n o s , si se e n c o le r iz a b a n o e n fe r m a b a n , c o n t a ­
m in a b a n d e m o d o in e lu c t a b le la s a n g r e d el h u é s p e d ; p o r lo t a n to ,
d e b ía n s e r h a la g a d o s y t r a t a d o s c o n a p r o p ia d o s r e m e d io s , p a ra
r e c o b r a r d u lc e m e n te su e q u ilib r io p r im it iv o , a fin d e q u e el p o r ta d o r
n o m u r ie r a . M o r e a li te n ía la fir m ís im a o p in ió n d e q u e lo s e n fe r m o s
m is m o s , u n id o s c o n u n d o b le h ilo a la s lo m b r ic e s , se c u r a r ía n en
c u a n t o se c u r a r a n ta m b ié n e lla s .

Mientras los vermes están plácidamente en los intestinos sin ser irri­
tados, o allí viven en cantidad moderada, no acarrean mal alguno,
por I» menos sensible, y hasta son huéspedes pacíficos e inocentes;
pero si a veces, a causa de alimentos que se les proporcionan, se
entregan a la lujuria y se reproducen demasiado, o si son irritados
por algo ingrato o nocivo para ellos, tratan de cambiar de lugar, ale-
LA “V O L U BL E Y VER M IC U LA R C O L O N IA " 197

jándose hacia su nido natal o trepando hacia arriba o hacia el costa­


do, para buscar nueva salida y refugio; chocando a veces contra las
paredes de los intestinos, a veces las roen, o por lo menos las distien­
den con violencia, de lo que resulta dolor, como también por su so­
la contorsión y áspero entumecimiento nacen perniciosos síntomas y
a veces la muerte.1

G ia m b a t r is ta M o r e a li fu e m é d ic o titu la r e n S a s s u o lo d u r a n te tre c e
a ñ o s ; lla m a d o d e sp u é s a R e g g io E m ilia en 1 7 3 4 p o r u n a e p id e m ia
d e o s c u r a s f ie b r e s , c o n s tr u y ó u n “ s is te m a t e ó r ic o - p r á c t ic o ” p a ra d e ­
m o s t r a r c ó m o e n el “ p u e b lo v e r m ic u la r ” (V a llis n ie r i) se e s c o n d ía el
s e c r e t o d e la s a lu d . E se p u e b lo e r a “ h á b il p a r a c a u s a r m a le s in n u m e ­
r a b le s a lo s h o m b r e s y ( . . . ) p r iv a r lo s d e v id a ” , “ d e m o d o q u e p u ed e
c o n c lu ir s e c ie r t a m e n t e q u e , c o n f o r m e a la s e s t a c io n e s , te n e m o s en
n o s o tr o s m a y o r c a n tid a d de lo m b r ic e s , la s c u a le s , si so n d e sp re cia d a s,
p o d rá n o fe n d e r m a la m e n te ” . L a s a lte r a c io n e s d e la salu d p ro v e n ían
ju s ta m e n te d e las e v a c u a c io n e s y la s d e sc a rg a s d e las lo m b r ic e s d e n tro
del c u e rp o h u m a n o , a b s o r b id a s r á p id a m e n te p o r la sa n g r e c o n q u e e n ­
tra b a n e n c o n t a c t o :

si la descarga de las lombrices es de buena calidad, natural, no alte­


rada o corrompida, no tendrá fuerza para hacer el mínimo daño al
hombre, pero si es de una calidad mala, corrompida o maligna, in­
troducirá en nuestra sangre una inclemencia tal que producirá efec­
tos perniciosos (...) De todo ello se concluye que si los vermes son
sanos, plácidos y quietos, no nos traen el menor daño; y en prueba
de ello hemos visto que vermes aliq u an d o diutissim e in hum ano cor-
p o r e hospitari possu nt sitie n otabili n oxa, aut m olestia. Esta inocen­
te residencia suya entiendo que sólo puede provenir de un estado de
pcrfcctísima salud propia. Y si, para nuestra gran desgracia, las lom­
brices mismas se vuelven enfermizas o enferman gravemente, trans­
mitiendo, como suelen hacer, todo lo impuro y corrompido, por
cierto que aquella parte que se introducirá en la sangre con el quilo,
ya a su vez impuro y alterado, será hábil en ensuciar la masa sanguí­
nea, y de ese modo surgirán los males innumerables enunciados por
gravísimos autores. Que si dichos vermiculares excrementos son de
naturaleza acre y picante, súbitamente se despertarán los vómitos,

Moreali, Delle febbri maligne, e contagióse..., ob. cit., p. 27.


198 EL PAN SALVAJE

las cardialgías, los hipos, los tormentos de vientre, los dolores de ca­
beza, los vértigos, las convulsiones y la epilepsia. Por el contrario, si
dichos excrementos vermiculares son de una calidad viscosa y barro­
sa, inducida en la sangre y, por consiguiente, en toda la masa humo­
ral, una materia que vuelve de ordinario la sangre más grasa y
viscosa, capa/ de tapar los vasos más delgados y capilares obstruyén­
dolos, de tal obstrucción pueden sucederse rodos los achaques que
reconocen su origen en las fijaciones y los estancamientos, como se­
rían la angina, la pleuritis, los reumatismos, el síncope, los delirios,
la tristeza, la aflicción, la afonía, la parálisis, la apoplejía, las fiebres,
en general coagulativas y otros innumerables, gravísimos y peligro­
sísimos males.1

E s to s “ h a b ita n t e s i n t e r n o s ” , d u e ñ o s a b s o lu t o s d el e q u ilib r io h u m a ­
n o , h a b ía n p e n e tr a d o ta n p r o f u n d a m e n t e en la c o n c ie n c ia p o p u la r y
en la p r o b le m á tic a m é d ic a (d e la c u a l c o n s tit u ía n u n o s c u r o rebus),
q u e in s p ir a b a n c o s m o lo g ía s p o p u la r e s . L o s á n g e le s -g u s a n o c u a ja d o s
del q u e s o p r im o r d ia l a q u e s e r e fe ría h a b itu a lm e n t e M e n o c h io d u ­
r a n te lo s la r g o s in t e r r o g a t o r io s in q u is it o r ia le s , v o lv ía n a in tro d u c ir,
a la luz d e u n a r e lig ió n a n im is t a y m a t e r ia lis t a , la im a g e n d e la g ra n
p u t r e f a c c ió n v e r m ic u la r . Y a fu e ra n á n g e le s , d e m o n io s o d u e n d e s , e s ­
t o s se r e s su rg id o s p o r g e n e r a c ió n e s p o n tá n e a d e la m a te ria líq u id a
fu e ro n lo s n o b le s a n t e p a s a d o s d e u n a d e g e n e ra d a p r o g e n ie q u e se
h a b ía c o n v e r t id o a la r e lig ió n d el m a l, m a r io n e ta s o c u lt a s y m a lig ­
n a s d e d e m e n te s y o b s e s o s , a d e m á s d e t o r tu r a d o r e s d e n iñ o s , seg ú n
la m e jo r t r a d ic ió n d e la b r u je r ía .
“ E n el p r in c ip io e ra el g u s a n o ” , p r e d ic a b a la b ib lia d e lo s c a m p o s ,
y a u n el m á s ¡lu stre c lín ic o d el sig lo XVIU, E r m a n n o B o e rh a a v e , el “ m é ­
d ic o h o la n d é s ” de C a r i o G o ld o n i, r e c o n o c ía q u e “ n u llu m e n im a d e o
p e reg rin u m s y m p to m a , q u o d a lu m b r ic is in te rd u m n o n o r ia t u r ” (n o
e x is te n in g ú n sín to m a q u e n o te n g a su o rig e n e n la s lo m b r ic e s ]. C u a n ­
d o el p a c ie n te “ b e n e fic iu m h a b e b a t ” - e n c a s o s m u y r a r o s - p a r e c e q u e
lo s m é d ic o s e m p ír ic o s lo g r a b a n c o n s e g u ir e x tr a o r d in a r ia s e v a c u a c io ­
nes s e m e ja n te s a la q u e c o n t a b a G io s e p p e “ S c ie n t ia ” -d is c íp u lo y d e ­
v o to a s is te n te d e su “ g ra n p r e c e p t o r ” , G io v a n B a ttis ta Z a p a t a - ,
su ce d id a a u n a “ b e llís im a m u je r r o m a n a ” , q u e d e sp u é s del t r a ta m ie n ­
t o v e rm ífu g o v o lv ió a s e r “ m á s b e lla y g ru e sa q u e n u n c a ” .

Ibíd., pp. 53-54.


LA “ VO LUBLE Y VER M IC ULAR C O L O N IA " 199

Sabed que esta m añan a, cre o , m ás de cien gusanos de un palm o de


largo se han ido po r a b a jo -c o n ta b a la m ujer de p u e b lo -. Escucha­
do esto, me pareció casi im posible, y mi preceptor sonriendo hizo
traer la vasija, y y o, tom an d o un p alito y rem oviéndolo en la vasi|a,
creí que estaba m oviéndolo en una cazu ela llena de vemiicelli de pas­
ta co cid o s.4

N o r e s u lta d ifíc il to p a r s e e n lo s lib ro s d e lo s “ s e c r e t o s ” c o n n o tr u ­


c a d o s m o m e n to s de la v id a p o p u la r , a p r e h e n d id o s e n su s a s p e c to s
m á s c o r p o r a le s y r e a lis ta s : d e la o s c u r a p e n u m b r a d el p a s a d o su rg e n
fig u r a s a p a g a d a s , c a s i b o r r a d a s a u n e n la m e m o r ia p o r el in e x o r a b le
c o r r e r d el t ie m p o , p a r tic u la r m e n t e s e v e ro c o n la s c la s e s sin h is to ria .
M á s a llá d e e sta lín e a d e s o m b r a se v is lu m b ra n r o s t r o s r u g o s o s e x ­
c a v a d o s p o r lo s a ñ o s , v ie ja s s a b ia s q u e se d e sliz a n d e n t r o de las c a ­
s a s , c o m o la e s p a ñ o la q u e a p a r e c e e n lo s C apricci m e d i c i n a l de
L e o n a r d o F io r a v a n ti y q u e , h á b il c o n o c e d o r a d e h ie r b a s , re s o lv ió
c o n d e s c o n c e r t a n t e s e n c ille z u n c a s o c lí n i c o o s c u r o p a ra lo s m é d i­
c o s . D e s p u é s d e e n tra r , n o se s a b e c ó m o , e n la h a b ita c ió n d el r ic o p a ­
c ie n te , la “ v ie ja e s p a ñ o la r e n g a , c o n u n p e d a z o d e c a ñ a en la m a n o
p a r a ir m a n te n ié n d o s e d e p ie , y c o n su c o r o n a ” , h a h a b la d o b r e v e ­
m e n te c o n el e n fe r m o , y “ le h a d a d o u n a d r a c m a p a r a c o m p r a r un
c ie r t o p o lv o d e h ie r b a d e sle íd a e n c a ld o ( . . . ) e n p r e s e n c ia - c u e n t a
F i o r a v a n t i- de to d o s n o s o tr o s lo s m é d ic o s ; y la c o s a p a s ó c a s i c o m o
u n a c o m e d ia ” . El e n fe r m o , a p e s a r d e la s c a r c a ja d a s d e lo s e s c é p ti­
c o s m é d ic o s “ r a c io n a le s ” , lo g r ó c u ra r s e .
L e o n a r d o F io r a v a n ti, s ig u ie n d o el e je m p lo d el in q u ie to y g e n ia l
P a r a c e ls o , “ ib a c a m in a n d o el m u n d o ” p a r a a p r e n d e r sie m p re n u e ­
v o s “ s e c r e t o s ” y c o n q u is t a r lo s “ d o n e s d e la v e r d a d ” ; s e m e ja n te en
e ste e r r a b u n d o m o v e r se a lo s p a u lin o s q u e “ v an c a m in a n d o el m u n ­
d o d a n d o la g ra c ia d e S a n P a b lo ” , el v a g a b u n d o m é d ic o d e “ o rig e n
b o lo ñ é s ” se u n ía n o s ó lo a lo s “ d o c tís im o s m é d ic o s ” s in o , a n te t o ­
d o , a lo s “ s im p le s e m p ír ic o s ” y a to d a c la s e d e g e n te , fu e ra n “ v illa ­
n o s, p a s t o r e s , s o ld a d o s , r e lig io s a s , m u je r z u e la s ” .
E n t a n d e n s a g a le r ía d e g e n te d e c a d a s e c t o r o p r o f e s ió n , e n lo s
in n u m e r a b le s e n c u e n t r o s q u e h a c e n d e l Tesoro della vita untaría*

' I maravighosi secreti di m edian a e chirurgia, ob. cit., p. 57.


' Capricci medicinali, ob. cit., hoja 117 anverso.
" Venecia, heredi di Marco Sessa, 1570, hojas 25 reverso y 26 reverso y pássim.
200 E L PAN SALVAJE

u n a e x t r a o r d in a r ia y n o v e la d a b io g r a f í a , r ic a e n ntirabilia y p o r ­
t e n to s , e n t r e t a n t o s r o s t r o s , e m e r g e el d e u n v ie jo c ir u ja n o n a p o li­
t a n o (la c ir u g ía e ra u n a r t e m e c á n ic a c o n s id e r a d a m u y p o r d e b a jo
d e la n o b le m e d ic in a ) q u e “ a c t u a b a c o r t a n d o , s a c a n d o c a t a r a t a s y
c o s a s s e m e ja n t e s ” . E s t e c i r u ja n o , e x t r a y e n d o e l b a z o in f la m a d o e
in f e c t o , lo g r ó r e s o lv e r u n c a s o d e s e s p e r a d o y s a lv ó la vid a d e u n a
m u je r g rie g a .
B ie n p o c o s a b e m o s d e q u ie n e s e x tr a ía n c á lc u lo s o p r a c t ic a b a n
s a n g r ía s , d e lo s c ir u ja n o s , b a r b e r o s , c a s tr a d o r e s , h a b ilís im o s e n la
“ e x tr a c c i ó n d e p ie d r a s y c a t a r a t a s , e n c u r a r c a r n o s id a d e s y p a d e c i­
m ie n to s u r in a r io s (la e x t r a c c i ó n d e lo s c á lc u lo s d e la v e jig a ), je r in ­
g u e a r, c a s t r a r . . . ” .7 U n v a c ío e n la p u e s ta a p u n to d el o r g a n ig r a m a d e
la c u ltu r a p o p u la r : se n o s e s c a p a n el p e s o , el p a p e l s o c ia l y el v a lo r
c u ltu r a l d e e s te p r a g m a tis m o p a r a m é d ic o , b e n e m é r ito e n e l a liv io de
lo s s u fr im ie n to s d e la c a r n e , e m p ír ic o s q u e n u n c a e s c r ib ie r o n n a d a .
S ó lo n o s q u e d a n d e e llo s lo s n o m b r e s s e p u lta d o s e n lo s la b e r ín tic o s
a r c h iv o s d e la s o b r a s p ía s y d e lo s h o s p ita le s .
T a m b ié n la c u ltu r a d o c t o r a l a d v ir t ió lo q u e s ie m p re h a b ía n s a b i­
d o lo s s a lv a je s c a lib a n e s :

A verm ibus au tem ornnes p ro p em o d u m aegritudm es proventre pu-


tantur. Epilepsiae, vertigines, so p ores, deltria, convulsiones, dolores
capitis, syncopes, palpitation es, m aerores, pav ores, tusses, vomitus,
nauseae, diarrheae, singultus, punctiones, torm in a ventris, inquieta-
tiones, erosiones, tabes, feb res acu tae et chron icae, aliaequ e innúm e­
ra e affectiones.*

|T a m b ié n s e c r e e q u e c a s i to d a s la s e n fe rm e d a d e s e s tá n c a u s a d a s p o r
lo s g u s a n o s : e p ile p s ia s , v é rtig o s , s o p o re s , d e lir io s , la s c o n v u ls io n e s ,
d o lo re s d e c a b e z a , s in c o p e s , p a lp ita c io n e s , m a re o s , te m o re s , to s e s ,
v ó m ito s , n á u se a s, d ia rre a s , h ip o s, p u n z a d a s, c ó lic o s , in q u ie tu d e s,
m e la n c o lía s , f ie b r e s a g u d a s y c r ó n ic a s y o tr a s in n u m e r a b le s a f e c c io ­
n e s.]

' V é a s e L .. S a m o g g i a , Empirici, litotom i e oculisti negli O spedali della Vita e


delta Marte m Bologna nel 1600 e 1700, e n A u t o r e s v a r i o s , Sette secoli di vita
ospitahera in Bologna, B o l o n i a , C a p p e l l i , 1 9 6 0 , p p . 1 8 3 - 2 0 1 .
’ V é a s e e n M o r e a l i , Delle febb ri maligne, e contagióse..., o b . c i t . , p . 4 7 .
LA “ V O LUBLE Y VER M IC U LA R C O L O N IA " 201

A s im is m o la m e d ic in a to g a d a a t r ib u ía a las lo m b r ic e s la m a lé fic a p r i­
m a c ía e n c u a n t o a s u s c ita r la s p a to lo g ía s m á s v a r ia d a s . P e r o ella se
m u e s tra d u d o sa r e s p e c to de la p o s ib ilid a d de a t r ib u ir c a u s a s s o b r e ­
n a tu r a le s o bien p u r a m e n te fís ic a s a la r e b e lió n d e lo s g u sa n o s, o ra
c e r c a n a a las m o tiv a c io n e s d e la c u ltu ra s u b a lt e r n a , o r a ja c ta n c io s a ­
m e n te c r ític a d e las “ s u p e r s tic io n e s ” p o p u la r e s.

Certum est, saepissim e m orbo s grav lores etiam p ro incantatis hábitos a


vermibus unice ortos (.../ Datis insolentibus sym ptom atibus, d e inso-
lenti, licet n on statini, supem aturali causa cogitandum et novunatim d e
verminibus, in prim is vero in convulsívis m otibus: n otabile enim est b o c
potissim um, ut vermes ipsos esse inter sym ptom ata fascinatorum...'1

|E s c o s a c i e r t a q u e c o n m u c h ís im a f re c u e n c ia e n fe rm e d a d e s a ú n m ás
g rav es q u e se c o n s id e r a n c a u sa d a s p o r fó rm u la s m á g ic a s s ó lo e s tá n
o r ig in a d a s p o r lo s g u s a n o s ... H a b ié n d o s e p r e s e n ta d o s ín to m a s n o f re ­
c u e n te s s e p ie n s a q u e se d e b e a u n a c a u s a s o b r e n a tu r a l, p r in c ip a lm e n ­
te e n v e rd a d e n m o v im ie n to s c o n v u ls iv o s ; s in e m b a r g o lo p r in c ip a l e s
lo s ig u ie n te : lo s m is m o s g u s a n o s s e e n c u e n tr a n e n tr e lo s s ín to m a s a t r i ­
b u id o s a lo s h e c h ic e r o s .|

La r e la c ió n e n t r e c r is is c o n v u ls iv a s a g u d a s y e x p lo s ió n v e r m ic u la r es
s u b r a y a d a a v e c e s - e n e s t e c a s o , p o r H o f f m a n - p a r a d e s m e n tir lo
q u e v u lg a r m e n te se a t r ib u ía a h e c h iz o s d e b r u ja s , a e n c a n ta m ie n to s ,
a p o s e s io n e s d e m o n ía c a s .

P orro etiam non praetereu ndum , q u o d verm es, si n erveas túnicas tu­
tes tinorum graviter lancinant a c rodunt, m irabilia atq u e insólita,
q u a e a b im prudentiori vulgo incantationibus solen t adscribí, synip-
tom ata producunt: videlicet sunt inter ex em p la verm itantes, quos
convulsivae artuum a d stu porem usque tractiones, distensiones et iti-
credibiles circum gyrationes m iro torquent m o d o , m o x ap h on ia ten-
tantur, m o x aliena et m ate coh aeren tia cum m entis turbatione
loquuntur, strident dentibus, in fu rorem agitantur, d aem on ia s e vide­
ro asseverant: remittit tam en saepius h a ec sym ptom atum saevitia, si
nimirunt verm es a ro sio n e desistunt."1
202 E L PAN SALVAJE

[No se debe pasar por alto que los gusanos, si desgarran o raspan
gravemente las membranas nerviosas de los intestinos, producen sín­
tomas asombrosos y poco frecuentes a los cuales el vulgo, descono­
cedor, suele atribuir a encantamientos: entre ellos es evidente que se
encuentran los espasmos que tuercen las articulaciones de forma
convulsiva y las contraen de continuo, produciendo insensibilidad,
rigideces e increíbles torcimientos de sorprendente modo, y después
afonía y más tarde un habla enajenada y sin tino, con la mente per­
turbada, y suenan los dientes y se agitan presa del furor y aseguran
ver demonios, y al rigor de estos síntomas las más de las veces dis­
minuye si en efecto los gusanos cesan su corrosión.]

E l c u a d r o c lín ic o n o se d ife r e n c ia m u c h o d e u n c a s o d e p o s e s ió n d ia ­
b ó lic a , a u n q u e d e sp u é s se d e s c u b r a q u e lo s a g e n te s de t a n to d e sa s­
tre s o n la s lo m b r ic e s . P e r o el e s c e n a r io p a t o ló g ic o tie n d e a
c o m p lic a r s e en v irtu d d e in te r f e r e n c ia s y a n a lo g ía s d e riv a d a s d e s u ­
g e s tio n e s q u e h a n su r g id o d e u n a e s fe r a d is tin t a , d e h o n d o s n iv e le s
d e m o n ía c o s . S e d e c ía q u e el d ia b lo p r e fie r e p e n e t r a r e n el in t e r io r del
h o m b r e y t o m a r p o s e s ió n d e él d e m o d o d is im u la d o , b a jo la fo rm a
de in s e c to s ( an im alcu la ) r e p e le n te s y d e s a g r a d a b le s (“ s o rd id iss im a
a n im a lia |...|, s ó rd id a [ . . . ] e t h o m in u m g e n e ri in v isa a n im a lc u la ” ).
L o s d e m o n io s - e s c r i b e P e tr u s T h y r a c u s - " “ p o s s u n t su b sp e c ie
a r a n e i a u t m u sc a e in h o m in ib u s la te r e [ . . . ] ita su b s p e c ie c u iu s c u m -
q u e a n im a lis , e t ia in m u s c a a u t a r a n e o m i n o r i s ” : a r a ñ a s , m o s c a s ,
fórm ica nigra. B e lc e b ú e ra c o n s id e r a d o “ c o m e s to r m u s c a r u m ” ,
“ p r in c e p s m u s c a r u m ” , el s o b e r a n o d e la s m o s c a s - b r u ja s , d e la s ve-
tule rencagnatae , “ c o m e m o s c a s ” . 1*
A u n fu e ra d e e sta a t m ó s fe r a e m b r u ja d a , a la s m o s c a s , lo s m o s q u i­
to s , lo s t á b a n o s y o t r o s “ a n im a lito s t e d io s o s ” se lo s ju z g a b a “ c r e a ­
d o s p o r la n a tu r a le z a fu e ra d e in t e n c i ó n ” , y a lg u n o s lo s d e fin ía n
c o m o naturae p e cc ata ."
A c a s o ta m b ié n lo s v e r m e s r e s u lt a b a n a s im ila d o s in c o n s c ie n t e ­

11 I’etrus Thyracus, D aem oniaci b o c est de obsessis e spiritibus daemotíiorum


hom inibus..., Colonia, Ex Officina Mater. Cholini, 1598, pp. 8-9.
IJ Véase Lucia Lazzerini, Arleccbino. le m osche, le streghe e le origini d el tea­
tro populare., en “Studi Mcdiolatini e Volgari”, 1977 (X X V ), p. 110.
''A . Tassoni, De' pensieri diversi, libri dieci, Venecia, D. Mi loco, 1676, p.
283. Véase los “monstruos horrendos... vicio y culpa/ De la materia” (T. Tasso,
II M ondo créalo, vi, 1319-1322.
LA “ V O L U BL E Y VER M IC U LA R C O L O N IA " 203

m e n te a e s ta s p o s ib le s e n c a r n a c io n e s del d e m o n io . S a l o m ó n , m a g o y
e n c a n ta d o r q u e d o m in a b a a lo s e s p ír itu s , h a b ía lo g r a d o s u je ta r a l
g u s a n o Sham ir, a y u d a n te m ila g r o s o sin el c u a l el T e m p lo n u n c a h a ­
b r ía p o d id o c o n s tr u ir s e . D e m o n io s y á n g e le s , lo s v e rm e s s a lía n “ de
la m á s p e r fe c ta s u s ta n c ia d el in u n d o ” , 14 a g e n te s s e c r e to s d e la m a te ­
ria en fe r m e n t o . N o p o r c a s u a lid a d las lo m b r ic e s a p a r e c ía n e n tre lo s
“ s ig n a ” in e q u ív o c o s d e q u ie n e s e r a n o b je t o d e m a le f ic io , o de los
id io ta s , s e ñ a le s c ie r t a s d e la p r e s e n c ia d is im u la d a d el d ia b lo y d e la
e n m a s c a r a d a a c tiv id a d del g e n io m a lé f ic o de m il e s tr a ta g e m a s , del
g ra n t r a n s fo r m a d o r : “ A liq u ib u s ad o r ific iu m s t o m a c h i m o v e tu r
q u a e d a m re s a d m o d u m p ila e , a c si e s s e n t v e r m e s , a u t fo r m ic a e , a u t
r a n a e . Q u ib u s d a m a c c id it v o m itu s m a g n u s s t o m a c h i. A liq u ib u s m a -
x im a t o r tu r a in v i s c e r ib u s ...” [E n a lg u n o s se m u e v e c ir c u la r m e n te
en el e s t ó m a g o a lg u n a c o s a c o m o s ie n d o g u s a n o s , h o rm ig a s o
r a m a s ; a v e c e s se p r o d u c e u n g ra n v ó m it o ; a lg u n o s s u fre n u n a te r r i­
b le to r tu r a e n la s v i s c e r a s ...) .15
L a v o z d el b r u jo c r is t ia n o , d el im p la c a b le e x o r c is t a , s e a lz a b a te ­
r rib le p a r a g o lp e a r lo s c o n p o d e r o s o s a n a t e m a s y r e d u c ir lo s a p o lv o
in o c u o y e s t é r il, ju n t o a la m a lv a d a b a n d a d e la s o tr a s b e s tia s in fe r ­
n a le s:

E x o rciz o vos pestíferos verm es, m ures, aves, seu locustas, aut alia
anim alia. Per D eum Patrem onm ipoten tem , et Iesum Christum fi-
lium eius, et Spiritum sanctum a b u troqu e proced en tem , ut confes-
tim recedatis a b bis cam pis, seu vineis, vel aquis, n ec antplius in eis
babitetis. sed a d ea lo c a transeatis, in quibus nem ini n ocere possitis,
et ex p a rte om n ipoten tis D ei, et totius cu n a e coelestis et Ecclesiae
san ctae Dei, vos m aledicens q u o cu m q u e eritis sitis m aledicti, d efi­
cientes d e d ie in d iem in vos ipsos, et decrescentes, quatenus reliquiae
d e vobis nullo in lo c o inveniantur, nisi necessariae a d salutem et
usum um anum , q u o d praestare dignetur Ule, qu i venturus est indica­
re vivad et m ortuos et seculum p er ignem

MC. G in z b u rg , II form aggio e i vertni. II costno di un m agnaio del '500, T u -


r i n , K i n a u d i , 1976. [ H d . c a s i . :
El queso y los gusanos, Barcelona, M u c h n i k E d i ­
t o r e s 1981, p . 99. |
" H ie ro n y m u s M c n g u s, Eversio daemonunt e corponbus oppressis..., lio lo -
n ,a . - ip u d lo . R o s s iu m , 1588, p . 9.
“ I b í d , p . 539.
204 E L PAN SALVAJE

[O s ex orcizo , pestilentes gusan os, rato nes, aves, langostas u otros


anim ales, por D io s, Padre O m nipoten te, y Jesu cristo, su H ijo , y el Es­
píritu San to que proviene de uno y o tro , para que seáis expulsados de
estos cam pos, de estos vinos y aguas y no habitéis m ás en ellos, y que
en cam bio perm anezcáis en esos lugares en los cuales no podáis m a­
ta r a n ad ie, y en n o m b re de D io s O m n ip o ten te y de tod a la cu ria
celeste y de la San ta Iglesia de D io s, vosotros m aldicientes seáis m al­
ditos en cualquier lado que estéis, día a día m ás débiles y m enos en
núm ero, y que n o queden restos de vosotros en ningún lugar si no son
necesarios para la salud y el uso hu m ano, y que aquel que ha de ve­
nir considere que debéis estar m uertos po r el fuego de los siglos.]

E l fla g e lo d e lo s v e r m e s e r a , p u e s , te m id o p o r to d o s , e n c a r n a c ió n d e
fu e rz a s v is c o s a s y m a lé f ic a s , p r e s a g io y s ig n o d e e s c a s e z , d e p e s tile n ­
c ia s , d e fie b re s m a lig n a s , c o n t in u a s y d is c o n tin u a s . L o s h o m b r e s d e
lo s a n tig u o s e s ta d o s v iv ía n e n el t e m o r a lo s in s e c to s : la s m o s c a s , las
p u lg a s , la s c h in c h e s , lo s p io jo s , lo s “ v e r m e s q u e c o m e n el t r ig o sin
m a d u r a r ” , lo s v e rm e s q u e “ a r r u in a b a n c a m p o s e n t e r o s ” , 17 la s la n ­
g o s ta s .
U n a g ra n n u b e d e m o s c a s (m uscarum copia) p r e n u n c ió la p e ste de
1 6 1 3 e n L a u s a n a ; la s “ la n g o s t a s d e M ir á n d o la [ . . . ] a n te s d e la e p i­
d e m ia d e C a rp i c u b r ía n e n g r a n c a n tid a d el c i e l o ” . 1’'L a s e s ta c io n e s
h ú m e d a s y d e s ir o c o , lo s “ tie m p o s llu v io s o s y v ie n to s a u s tr a le s c o n
e s ta c io n e s p lá c id a s " , f a v o r e c e n y p r e c e d e n s ie m p re a la s e p id e m ia s
c o m o la p r o p a g a c ió n d e lo s in s e c t o s . “ L a e s c a s e z , la s g u e r r a s , la m a ­
sa d e lo s in s e c to s v is ib le s y fu e r a d e n o s o tr o s , s o n c o m o u n p r e sa g io
in f a lib le d e m a le s e p id é m ic o s y p e s tile n te s ” . 1''L a c o n tin u id a d en el
c lim a , el p e r d u ra r d el m is m o t ie m p o , a c a r r e a b a m o r b o s o p rim e n te s
y u n ifo r m e s , c o m o a n o ta b a B e n e d e tto S e lv á t ic o a p r o p ó s it o d e la
e p id e m ia d e 1 6 4 8 ; a la in c o n s ta n c ia del t ie m p o c o r r e s p o n d ía n e n fe r ­
m e d a d e s in c o n s ta n te s ( “ te m p o r ib u s in c o n s ta n tib u s , m o r b i e q u id e in
fiu n t in c o n s ta n te s ” ). P e r o c u a n d o a la inconstantia s u c e d ía la cons-
tan tia , o la inaequalitas u niform is , “ m o r b i s u p e rv e n ie n te s c o n s ta n ­
tes a p p a r e n r e t fe r e u n ifo r m e s , c u iu s m o d i s u n t fe b re s h o c t e m p o r e
g r a s s a n te s n o n B e rg o m i t a n tu m , sed B o n o n ia e , V e n e tiis , in F o r o J u -

r Moreali, Delle febb ri maligne, e contagióse..., ob. cit., p. 40.


" Ibíd., pp. 42-43.
'* Ibíd., p. 42.
LA “ VO LUBLE Y VER M IC U LA R C O L O N IA " 205

lie n s i, a g r o P a ta v ii, V ic e n tia e , e t fe r e u b iq u e lo c o r u m ” [las e n fe r m e ­


d a d e s q u e so b r e v ie n e n s o n c o n s ta n t e s y c a s i u n ifo r m e s , y e n tr e e lla s
se c u e n ta n la s fie b r e s q u e a v a n z a n e n e s te tie m p o n o s o lo en P é rg a-
m o s in o e n B o lo n ia , V e n e c ia , F o r o Ju lie n s e , lo s c a m p o s d e P a d u a ,
V ic e n z a y c a s i t o d o s lo s lu g a r e s ].* ’
E n tre lo s t a n to s t e r r o r e s p r o p io s d el an d e n réginie , e n t r e lo s o tr o s
“ sig n o s e s p a n to s o s y f e r o c e s ” (T . T a s s o ) d e la c a t á s t r o f e fin a l, el de
la m u ltip lic a c ió n d e lo s in s e c t o s , d ifu n d id o en t o d o s lo s e s t r a t o s s o ­
c ia le s , n o e ra s e g u r a m e n te el m e n o t, a d ife r e n c ia d el t e m o r a la m u l­
tip lic a c ió n d e lo s p o b r e s , de la a n g u s tia p o r la p r o lif e r a c ió n d e las
m a s a s m is e r a b le s q u e h o r r o r iz a b a a lo s s e c to r e s d e p o d e r, te m e ro s o s
d e u n a m a r e a d e in s e c to s h u m a n o s q u e su b ie r a h a s ta su m e rg ir lo s .
L a “ m a y o r fe c u n d id a d y p r o p a g a c ió n d e lo s in s e c t o s " y e s p e c ia l­
m e n te d e la s lo m b r ic e s - c o m o e n un fa m o s o film e , a p a r e n te m e n te de
cie n c ia f ic c ió n , q u e fo r m u ló la h ip ó te s is d e la re v u e lta u n iv e rsa l de los
i n s e c t o s - e ra o s c u r a m e n te te m id a , c o m o u n a p o s ib le c a t á s t r o fe g e n e ­
ral d e to d a la h u m a n id a d , d e v a s ta d a p o r lo s m o r b o s q u e in o cu la b a
su v e n e n o s o c o n t a c t o , d e v o r a d a en el in te r io r d e lo s c u e rp o s y en la
su p e rfic ie d e la s c a r n e s p o r u n re p e le n te a p o c a lip s is v e r m ic u la r :

y será ju stam ente ese tiem po en que se verá m u ltip licar más de lo o r­
dinario a tod o s los insectos en este gran M u nd o , y en tales circu ns­
tancias habrá una Epidem ia universal; m ientras en particular y
siem pre de co n tin u o se dan las afeccio nes y enferm edades verm icu­
lares; pues la enferm edad será enton ces particular y solam ente de
quien tenga verm es, cu ando alguien al com er, y viviendo m al, indu­
cirá cierta corruptela al estóm ago y a las prim eras vías, capaz de irri­
tar y de prod u cir n o tab le p erjuicio a las lom brices que están
tranqu ilas y quieras: y ello podrá ser equivalente a cu an to pueden
cau sar um versalm ente las g uerras, el ham b re, las lluvias, por enfer­
m ar el aire y cau sar un resfrío general.

“ G e n s p u s illa ” lo s v e r m e s, p e r o “ e x p u g n a tu d iff ic ill im a ” |especie


p e q u e ñ ís im a , p e ro m u y d ifíc il d e v e n c e r ] ,22 u n v e r d a d e ro r o m p e c a ­

■" Ibíd., p. 119.


Ihíd., p. 44.
” Giuseppe Donzelli, Teatro farm acéutico, dogm ático c spaginco, Venecia,
Andrea Poletti, 172S (20), pp. 505 y pássim.
206 E L PAN SALVAJE

b e z a s p a ra la f a r m a c o p e a g a lé n ic a : el specificum anthelminicum
“ o p tim u m ad a s c a r id e s e d u c e n d o s ” (ó p t im o p a r a e x p u ls a r a lo s
a s c á rid e s ] se e n c u e n t r a e n t o d o s lo s a n t id o ta r io s y e n to d o s lo s r e c e ­
ta r io s , p e r o a p a r e n te m e n te lo s r e s u lta d o s fu e ro n d e c e p c io n a n te s .
P o r lo c o m ú n se p e n s a b a q u e lo s v e r m e s e s t a b a n d o ta d o s d e “ a s t u ­
c ia y s a g a c id a d ” 2' y q u e se m o v ía n e n lo s m e a n d r o s d el c u e r p o h u ­
m a n o c o n un m a r a v illo s o c o n o c im ie n t o d el t e r r e n o ; e m p u ja d o s p o r
el h a m b r e , c u a n d o el c u e r p o q u e le s t o c a b a e n s u e r te e s t a b a , a su
v e z, e n a y u n a s y h a m b r ie n t o , s u b ía n d e n u e v o d e sd e la p ro fu n d id a d
d e la s v is c e r a s h a c ia la g a r g a n ta .

Y a muchos les ha parecido casi un milagro que las lombrices o ver­


mes, especialmente por ser largos y redondos, puedan subir y lleguen
a la garganta y salgan por la boca y por la nariz, acostumbrando ha­
cerlo cuando el hombre ha estado largo tiempo en ayunas. Porque en­
tonces roen el estómago y claman por comer, y no teniendo nada con
qué alimentarse ni sustentar su vida, suben y buscan la comida hasta
en el conducto de la garganta. Porque, a causa de una cierta sagacidad
o inclinación natural, sienten que la comida va al estómago por ese ca­
mino, y al ser la nariz un conducto que también entra por la gargan­
ta, se dirigen también allí y a través del estornudo salen, o bien se
sacan con los dedos. Es lo que he visto que sucede muchas veces en los
hombres sanos (...] Y también lo he visto en los enfermos...*4

T a n t o el h o m b r e s a n o c o m o el e n fe r m o e ra n se r e s v e r m in o s o s , r e c o ­
r rid o s e n su s c a n a le s in t e r io r e s p o r s u b r e p tic ia s c o lo n ia s d e lo m b r i­
c e s “ v a le n te s e t viv id i e t r e p tile s [s a lu d a b le s , v ig o ro s a s y r e p ta n te s ]” 1'
q u e lo s e s p e c íf ic o s a n t ie lm ín t ic o s t r a t a b a n d e v o lv e r “ lá n g u id a s " , de
e m p u ja r n u e v a m e n te h a c ia a b a jo y, p o s ib le m e n t e , d e m a t a r o d e e x ­
p e le r ( “ ad in f e r io r a d e flu e re c o g u n t u r et n e c a n tu r ” ).2” P e r o , v ita le s y
ca s i in d e s tr u c tib le s , e r a n e lla s m is m a s la s q u e a b a n d o n a b a n el c u e r ­
p o h u m a n o , en la in m in e n c ia d e la m u e r te : s ig n o y p r e s a g io c ie r t o s
de exitus , s e ñ a l in e q u ív o c a d el m a r a s m o fin a l, e ra la fu ga de la s c a r ­
n e s m o r ib u n d a s q u e c u m p lía n e s to s v is c o s o s y t e n a c e s h a b ita n t e s de
la s o s c u r a s , c a lie n te s y h ú m e d a s a n f r a c t u o s id a d e s d e l c u e r p o ,

;i Lennio, De gh occulti m iracoli..., ob. cit., hoja 87a.


•* Ibíd., hoja 87a.-h.
l' Donzclli, Teatro farm acéutico..., ob. cit., p. 505.
Ibíd.
LA "V O L U B L E Y VER M IC U LA R C O L O N IA " 207

cuando salen espontáneamente y sin ser empujados por virtud natu­


ral alguna, es signo mortal en un enfermo, porque vemos cómo a los
que están cerca de la muerte les sucede esto. Ya que, por una cierta
sagacidad natural, saben que el cuerpo ha de morir y no les dará más
el habitual alimento, y entonces se van.2’

L o s a n im a le s lo g r a b a n c a p t a r e in t e r p r e ta r c o n g r a n a n tic ip a c ió n
a q u e lla s o s c u r a s s e ñ a le s d e ru in a o de m u e r te q u e a lo s h o m b r e s les
se g u ía n s ie n d o in in te lig ib le s :

Esto se observa también en las casas que están por venirse abajo, de
las que escapan ratones y lirones, y se van a veces tres meses antes
de que ellas se arruinen.**

Im p r e s io n a n te s signa m ortis , lo s “ a n im a lito s ” c o n s e g u ía n p re v e r el


fu tu ro p r ó x im o , q u e a m e n u d o e s c a p a b a a la m ir a d a d e lo s h o m ­
b r e s , a su s e s c a s o s y p r e c a r io s in s tr u m e n to s d e c o n o c im ie n to de lo
rea l y lo p o s ib le :

Los piojos también, y las pulgas, al sentir que el cuerpo humano es­
tá por morir y que todos los miembros son abandonados por la san­
gre, escapan, o bien se dirigen a aquellos lugares donde más duran
el calor natural y la virtud de la sangre. Y esos sepultureros, o quie­
nes los cntierran, han observado que se reúnen alrededor de la boca
del estómago o debajo del mentón cerca del tubo de la garganta,
porque esas partes, al estar más cerca del corazón, retienen más el
calor que allí dura hasta el extremo aliento; cosa que algunos allega­
dos a un enfermo me han mostrado, y de inmediato dije que se tra­
taba de un signo infalible de que dicho enfermo moriría y que su
muerte no podía demorarse mucho.2*

S e ñ a le s d e o t r o t ip o , n o lu c tu o s a s , tra n s m it ía n e n la s t ie r r a s n ó r d i­
c a s lo s g r illo s d o m é s tic o s , a lo s q u e O la o M a g n o y su d iv u lg a d o r del
s ig lo XVI c o n s id e r a b a n “ v e r m e s a d iv in o s ” . L o s g r illo s

''De gli occulti m iracoli..., ob. cit., hoja 87b.


* Ibíd.
I b í d ., h o j a s 8 7 b . - 8 8 a .
208 E L PAN SALVAJE

en el invierno están sobre las chimeneas y emiten continuos cantos,


muy molestos especialmente para los forasteros, porque los del lugar
están acostumbrados a ellos. Y estos son vermes que adivinan, porque,
cuando saltando con mayor frecuencia hacia las luces, se acercan co­
locados sobre sus mesas, tanta más nieve y tempestades siguen.*"

F r a g m e n to s s o la r e s , h a b ita n t e s d e la o s c u r id a d , m is te r io s o c o n d u c ­
t o q u e p o n ía e n c o m u n i c a c i ó n el m ic r o c o s m o s d o m é s t ic o c o n la
in fin itu d de lo s c ie lo s , e s t o s v e r m e s p r e s a g ia b a n p e r tu r b a c io n e s a s ­
tr a le s y te m p e s ta d e s u r á n ic a s , a s í c o m o la s lo m b r ic e s e s c o n d id a s en
el c u e r p o h u m a n o p r e s e n t ía n d e s a s tr e s o r g á n ic o s y c a t á s t r o f e s f is io ­
ló g ic a s .
L a lu ch a c o n t r a lo s v e rm e s “ in t e r io r e s ” c o n s titu ía u n p r o b le m a s o ­
c ia l, p e r c ib id o c o m o un h e c h o d e p r im o rd ia l im p o r ta n c ia p o r c o m u ­
n id ad e s e n te r a s , g ra n d e s o p e q u e ñ a s : u n a su e rte d e g u e rra p o p u la r
c o n tr a e n e m ig o s s u b r e p tic io s y h u id iz o s q u e ta m b ié n re q u e ría a d e c u a ­
d a c o b e r tu ra e c o n ó m ic a . E n Ñ a p ó le s , e n la se g u n d a m ita d d el sig lo
X V I I , se re c u rría a l “ a c e it e ” d e lo s p a d re s b e n e d ic tin o s , s u b v e n c io n a ­
d o s en p a rte c o n lo s d in e r o s p ú b lic o s p a r a p r e p a ra r u n e s p e c ífic o c o m ­
p lic a d o y to r tu o s o , c o n el c u a l d e b ía n se r u n ta d o s lo s “ lu g ares
h a b itu a le s , c o m o so n el o m b lig o , lo s p u lso s y las fo n ta n e la s de la g a r ­
g a n ta ” .

Se suministra este aceite (escribía el barón y farmacólogo napolitano


Giuseppe Donzelli] de parte de los Reverendos Padres de San Bcne-
detto del monasterio de San Severino, y es de tal eficacia que allí con­
curre la mayor parre de esta ciudad, que en los tiempos pasados
asignó al citado monasterio una renta de ochenta escudos anuales,
como contribución a los gastos necesarios para componerlo.1'

E ra un recipe c o m p lic a d o y c o s to s o , u n p r o y e c to te ra p é u tico p ro b a b le ­


m e n te d e sp o ja d o de to d a re s p o n sa b ilid a d , un a su p e rm e d icin a d e m a n iá ­
tica s p ro p o rc io n e s, cu y a e stra tific a d a c o m p le jid a d , de idea n a c id a a la
so m b ra de un a id ea, seg ú n p rin cip io s de a c u m u la c ió n y de o p o s ic ió n ,
p ro p o rc io n a una cla v e a le g ó r ic a d e la im p e n e tra b ilid a d del e n ig m a v e r­
m ic u la r :

O la o M a g n o G o th o V e s c o v o d i U p s a la , Historia ilelle gen ti et della natura


delle cose settentrionaii, V e n c c i a , G i u n t i , 1 5 6 5 , p. 1 5 8 a.
" Teatro farm acéutico..., o b . c i t . , p . 4 5 9 .
l.A "V O L U B L E V VER M IC U LA R C O L O N IA " 209

Toma caro/os de duraznos, almendras amargas, cebollín, media li­


bra de vermes terrestres, cinco manípulos de genciana, díctamo blan­
co, raíces de fresno, de grama, de imperatoria y de peonía, hojas de
espino, cedoaria, azafrán, raíz de ácoro aromático, claveles, áloe,
galbano, coloquínrida, jengibre, nueces moscadas, cinamomo, pi­
mienta, incienso, carpobálsamo, dos onzas de corales rojos ana, sie­
te onzas y media de triaca elegida. Menta, ajenjo, abrótano, centaura
mayor, hojas de durazno, de puerro, de hinojo, de pilo, de orégano,
de ruda salvaje, de marrubio, de apio, de laurel, de tomillo, de sal­
via y de camedrio; romero, santónica, mejorana, betónica, cáscaras
de granado, medio manípulo de naranjas ana, semillas de apio, de
verdolaga, de llantén, de puerro, de lentisco, de membrillo, de hino­
jo, de repollos, de perejil y de tupines, centeno, es decir, germano,
porotos colorados, seis onzas de bayas de laurel ana; tres onzas de
cuerno de ciervo quemado, seis onzas de hiel de toro, una libra de
vinagre fuerte; seis onzas de aceite de almáciga, aceite mineral, de
laurel y de espiga ana, treinta y siete libras y media de aceite antiguo.
Se pone en maceración y se manipula según arre.1’

N in g ú n a c e it e a lc a n z a b a la g r a n d io s a m e z c o la n z a d el e s p e c íf ic o c o n ­
tra lo s v e r m e s , s ig n o d e la p r im a c ía f a r m a c o ló g ic a q u e le e sp e ra b a
en la lu c h a c o n t r a las p r o lif e r a c io n e s v e r m ic u la r e s . E n el teatro far­
m acéutico d o n d e se r e c it a b a el p r ó lo g o d r a m á ti c o d e la b a ta lla q u í­
m ic a c o n t r a el m a l, la s m á s la b e r ín tic a s y e s t r a t ific a d a s r e c e ta s
r e s p o n d ía n a c a s o a u n a h ip ó te s is d e m e d ic a m e n t o t o t a l, a u n m o d e ­
lo sim u la d o d e o c u lt a s y c o n flic t iv a s fu e r z a s , a d u e lo s e n tre e le m e n ­
to s y v irtu d e s s e c r e ta s . S im p a tía s y a n t ip a t ía s r e g u la b a n el ju e g o
a r c a n o d e la s a fin id a d e s , d e la s c o r r e s p o n d e n c ia s , d e la s r e p u g n a n ­
c ia s : lo s v e r m e s h u m a n o s se p o d ía n c u r a r ta m b ié n c o n el p o lv o de
la s lo m b r ic e s d e t ie r r a ; el v e n e n o d el e s c o r p ió n , c o n el m is m o ó le o
de e s c o r p io n e s o c o n v in o en el q u e se d is o lv ie ra su p o lv o . S ig u ie n ­
d o u n a ló g ic a m á g ic a , se s u m in is tr a b a a c e it e d e z o r r o a lo s e n fe r m o s
de p o d a g r a ; a c e ite d e r a n a s , a q u ie n e s s u fr ía n “ d o lo r e s a r t r ít ic o s ” y
c o n t r a e l in s o m n io ; a c e it e d e h o r m ig a s p a r a “ e s t im u la r lo s a p e tito s
v e n é r e o s , u n g ié n d o se c o n él lo s lu g a r e s inter anum et testes , y p o r
c o m p le t o la s b o ls a s d e lo s t e s t íc u lo s ” ; ó le o d e c a n tá r id a s “ p a r a e x ­
c it a r el c o i t o ” , a u n q u e “ el h a b e r v is to se g u ir d e sp u é s m u c h o s m a lo s
210 E L PAN SALVAJt

s ín to m a s ( . . . ) y h a s ta la m u e r te , h a h e c h o d e te n e r a l g ru p o e n el u so
d e la m e d ic in a d e ta n ú til m e d ic a m e n t o ” ; “ b á ls a m o v e n é r e o ” ( c a n ­
t á r id a s , h o r m ig a s , p e lit r e , e u f o r b i o ... e t c .) : “ c o n é s te se u n ta el
m ie m b r o y el n e r v io e n t r e lo s g e m e lo s y el p e r in e o , y el d e d o g r a n ­
d e d el pie d e r e c h o , y la v á n d o lo c e s a to d a g u e r r a ; a b u e n e n te n d e d o r ,
p o c a s p a la b r a s ( . . . ¡ ” , a c o n s e ja d o c á lid a m e n t e p o r el “ je fe e sp e c ia l
del A r c h ih o s p ita l d e S . S p ir it o d e R o m a " , el f r a n c is c a n o D o m e n ic o
A u d a ."
A sí, se v u e lv e c a d a v ez m á s s ó lid a y c o n s is t e n te la s o s p e c h a d e q u e
el d e lir io t o x ic o ló g ic o n o s ó lo in v is tie ra a q u ie n e s se p r e p a r a b a n p a ­
ra el “ v i a je ” s a b á tic o c o n u n g ü e n to s y p o c io n e s a lu c in a t o r ia s , s in o
q u e , en p a r tic u la r e n lo s “ e s p e c íf ic o s ” v e n é r e o s y a fr o d is ía c o s , e n ­
v o lv ie ra a a m p lio s e s t r a t o s d e u n a s o c ie d a d y a b a s ta n te in t o x ic a d a
p o r m il v e n e n o s , p o r la s a n g r e e n fe r m a y la c o n s p ir a c ió n d e lo s a l­
c a lo id e s .
T a m p o c o e ra p o s ib le t r a z a r u n a lín e a d iv is o r ia e n tre m e d ic in a y
c h a r la t a n e r ía e n u n m u n d o d o n d e la ilu s ió n m á g ic a d o m in a b a , p o ­
d e r o s a , y el G r a n V a g a b u n d o d e B a s ile a , el g e n ia l c h a r la t á n a u t o r
d el Labyrintus m edicorum errantium ( 1 5 3 8 ) , el “ d iv in o ” P a r a c e ls o
(L e o n a r d o F io r a v a n ti) , e n c o n t r a b a p o r t o d o s la d o s fie le s d is c íp u lo s
q u e d e p e n d ía n de su e n ig m á tic a p a la b r a d e v is io n a r io a lq u im is t a :

Una lombriz viva, atada sobre el panadizo, vulgarmente llamado


punticcio, dejándola estar hasta que muera, dice Paracelso que cura
de dicho mal.*4

E l g u s a n o q u e c u ra c o n el v is c o s o t o q u e de su c a r n e g e la tin o s a , la
lo m b r iz ta u m a tú r g ic a q u e e n c u e n t r a en la m u e r te su tr a n s fig u r a c ió n
b e n é f ic a , s e ñ a la la c u lm in a c ió n d e la m á g ic a p o te n c ia d el fe tic h e v e r­
m ic u la r.

" Breve com pendio di maravtgliosi segreti..., ob. cit., pp. 222-223.
" Teatro farm acéutico..., ob. cit., p. 457.
X V II. P Ú T R ID O S V E R M E S Y S Ó R D I D O S C A R A C O L E S

L o s v a g a b u n d o s y la s b a n d a s d e fu g itiv o s q u e r e c o r r ía n c a s i im p u ­
n e m e n te lo s c a m p o s , a lo la r g o y a lo a n c h o , e r a n c o n s id e r a d o s in ­
s e c to s v o r a c e s q u e lo s in f e c t a b a n :

pueblo independiente que no conocía ni ley ni religión, ni superior ni


policía: la impiedad, la sensualidad, el libertinaje era todo lo que rei­
naba en ellos; la mayor parte de los asesinatos, de los latrocinios y de
las violencias de día y de noche era obra de sus manos. Y esas gentes,
que su condición de pobres hacía objeto de la compasión de los fie­
les, eran, por sus costumbres corrompidas, por sus blasfemias y por
sus discursos insolentes, los más indignos de la ayuda del público.1

P a ra e sta “ n a c ió n lib e r tin a y h o lg a z a n a ” , c o m o se d e c ía m á s a llá de


lo s A lp e s , en 1 6 5 1 se h a b ía n c r e a d o lo s “ a lm a c e n e s d e la c a r id a d ” .
P ero en 1 7 6 4 , una M ém oire su r les v agabon d s et su r les mendiants
( a n ó n im a , a u n q u e d e b id a a la p lu m a d e G u illa u m e -F r a n « ;o is L e tro s -
ne) se g u ía d e s c r ib ié n d o la c o m o u n “ e s ta d o d e m a s ia d o c ó m o d o ” ,
q u e viv ía “ en el m e d io d e la s o c ie d a d sin s e r m ie m b r o de e lla ” :2 f la ­
g e lo d e lo s c a m p o s ( “ lo s v a g a b u n d o s y lo s m e n d ig o s s o n p a r a las
c a m p a ñ a s el fla g e lo m á s t e r r ib le ” ); e ra s e ñ a la d a a l p ú b lic o c o n d e s­
p r e c io , p a r a e x ig ir le y e s m á s d u r a s :

Son insectos voraces que las infectan y que las afligen, y que devo­
ran diariamente la subsistencia de los cultivadores. Son, para hablar

' L'Hópital general 1676, cit. por M. Foucault, Folie et déraison. Histoire de
la folie j l'áge classtque, París, Plon, 1961. |En castellano: Historia d e la locura
la época clásica, México, Fondo de Cultura Económica, 1976 (2), 11, p. 307.J
I.etrosne, M émoire sur les vagabonds et sur les mendiants, A. Soisson, et se
trouve a Paris chez P. G. Simón, Imprimcur du Parlement, 1764, p. 8.

211
212 EL PAN SALVAJE

sin rodeos, tro p as enem igas desparram adas so bre la superficie del te­
rritorio, que viven a h í co m o quieren, co m o en un país conquistado,
y que recogen verdaderas co n trib u cion es b ajo el nom bre de limosna
( ...J A m enudo n o se co n ten tan co n pedir; sustraen tod o lo que pue­
den y tod o les resulta bu eno: ropa b lan ca, vestidos, co rd ero s, aves de
co rral de todas las especies. C u and o recogieron provisiones, co m ­
pran vino en las tab e rn as y van a h acer festines en los bo sq u es...*

En I ta lia , el o d io n o e r a m e n o r h a c ia e s t a s “ b a n d a s d e la d r o n e s y
b r ib o n e s ” , e sta “ c h u s m a ” m á s v o r a z q u e lo s g u s a n o s ,

en sem blante hu m ano, ávidas o ru g as.'

“ C a n a lla ” q u e

m astica siem pre, y nunca cesa o descansa


de noche o de día, oscurezca o se ilum ine.
C o m o suele devo rar acelga o lechuga
pútrido verm e o sórd ido ca ra co l,
nos co n su m e, nos roe y nos devora,
y, cada vez m ás, se vuelve co lérica y feroz.1

“ O p a c a n u b e ” , “ t u r b a m a g n a ” , “ g r a n n u b a r r ó n ” , h o m o lo g a del fla ­
g e lo de lo s s a lt a m o n t e s q u e q u it a b a n to d a v id a a lo s c a m p o s , lo s p o ­
b r e s y lo s v a g a b u n d o s e r a n te m id o s y o d ia d o s , a l e x tr e m o d e h a c e r
in v o c a r u n a p e ste q u e , d ia b ó lic a m e d ic in a , lo s a n iq u ila r a

la b e llo ta sería verdadera triaca.'’

S i b ie n lo s m é d ic o s te m ía n la m u ltip lic a c ió n d e s a f o r a d a y sin c o n t r o l


d e lo s in s e c to s , o t r o s - y e n t r e e llo s B o n i f a c i o - v iv ía n e n la o b s e s ió n
d e q u e se p r o p a g a r a n lo s b r ib o n e s m e n d ic a n te s :

T an to s son é sto s, de co lo r de ceniza,

1 Ibíd., pp. 4 y 6 .
* Bonifacio, II Paltoniere, ob. cit., p. 182.
’ Ibíd., p p . 1 8 3 - 1 8 4 .
* Ibíd., p . 1 8 4 .
PÚTRIDOS V ER M ES Y SÓRDIDOS C AR AC O LES 213

pintados en el rostro, que no tienen refugios,


y parecen nacidos ex putri, y no por Venus,
y tampoco se encuentra contador que los cuente.
No hay quien pulule y germine más que ellos,
y en la propia basura también engordan
como si fueran cucarachas o gusanos.
Y aunque hambre horrible los extermine,
como cabezas de Hidra renaciendo, pasan
más allá de todos los finales y confines.'

El m iedo a que ellos em pezaran a co n ta rse , to m an d o concien cia de


sí m ism os, de su cantid ad y de su fuerza, se co n vertía en una “ pesa­
dilla c la sis ta ” (Fulco), un p roblem a p o lítico que podía desem bocar
en propuestas de an iq u ilam ien to, o bien, en la versión más blanda,
de con ten ció n y de n eutralización:

I.a multitud, también de cosas enfermas, se vuelve cada vez más sos­
pechosa; y muy bien dijo Catón siguiendo a Livio: A b m illo genere
non sum m um penculum est, si coetus esse sitias. De allí que los pig­
meos sabiamente matan en el huevo a las grullas enemigas, antes de
que ellas se multipliquen avanzando. Débiles son las escolopendras,
y de la patria echaron a los triarios;* débiles los ratones, y vaciaron
la isla de Cíiaro; débiles las ranas, y casi despoblaron Egipto; débiles
finalmente los conejos y los topos, y sin embargo éstos en Tesalia y
aquéllos en España minaron las ciudades. Los antiguos sostuvieron
muchas veces la guerra indigna de los esclavos; y hace poco tiempo
Fcrdinando Emperador sostuvo la atroz guerra de los aldeanos.
¿Qué pasaría ahora si nosotros tuviéramos que guerrear con los
mendicantes? Apparuit quantum perieulum im m ineret, si servi nos-
tri num erare nos coepissen t, dice Séneca, y tiene razón, porque Ate­
neo afirma que en Roma había un ciudadano que alimentaba a diez
o veinte mil esclavos f...l peligro a nosotros nos aplasta, si nuestros
mendigos se numeraran, al ser tantos ellos hoy en día, cuantas fue­
ron en tiempos de nuestros abuelos aquellas portentosas langostas
que con insólita nube empañaron el sol.*

7 Ibíd., p. 180.
T r ia r io s : s o l d a d o s v e t e r a n o s r e s e r v i s t a s d e la m ilic ia r o m a n a ( N . d e l t.) .

'I b í d . , pp. 171-172.


214 EL PAN SALVAJE

O t r o s in t e le c tu a le s , m e n o s fu r ib u n d o s y m á s e x p e r im e n ta d o s , c o m o
el b u rló n M o n t a ) b a n i, in d ic a b a n lo s lu g a r e s d o n d e e n c o n t r a r lo s
“ m il r e m e d io s a u x ilia r e s p a r a el h a m b r e ” ,' e n lo s “ lib e r a le s te s o r o s
d e la n a t u r a le z a ” , e n la s “ m á s s a lv a je s a la c e n a s ” , a c o n s e ja n d o la
b ú sq u e d a de la s h ie r b a s y d e la s r a íc e s d e la su p e rv iv e n c ia e n lo s s i­
tio s m á s a p a r ta d o s y n o c u ltiv a d o s . A c a s o se t r a t a b a d e u n in n o b le
tr u c o d e s tin a d o a a le ja r d el e s p a c io u r b a n o a lo s p o r d io s e r o s h a m ­
b r ie n to s , te m ib le s y, d e t o d o s m o d o s , s ie m p re fa s tid io s o s . N o e s p o ­
s ib le a f ir m a r c o n c e r te z a si se e s t a b a a n t e u n a su til a s tu c ia p ara
a lig e r a r la e c o n o m ía c iu d a d a n a d el p e so in ú til e im p r o d u c tiv o de lo s
“ m al a lim e n ta d o s ” , p e r o r e s u lta n e c e s a r io r e c o r d a r q u e e n c a s o de
e s c a s e z la s c a m p a ñ a s e r a n la s p r im e r a s e n s u fr ir el d r e n a je c a s i to ta l
d e su s r e c u r s o s e n b e n e f ic io d e la s c iu d a d e s , y q u e lo s c a m p e s in o s ,
c o n v e r t id o s e n “ s u c io s p e r e g r in o s ” , se v o lc a b a n (e s c r ib e M a n z o n i en
Ferm o e L u c ia) e n p á lid a p r o c e s ió n c a d a v é r ic a h a c ia lo s g ra n d e s
c e n t r o s , d e ja n d o su s c u e r p o s d e s h e c h o s e n lo s m á r g e n e s d e lo s c a m i­
n o s q u e lle v a b a n a la s a g lo m e r a c io n e s u r b a n a s .
“ P a u p e re s a g r e s t e s ” , lo s lla m a R ip a m o n t i e n la H istoria p atria , a
lo s q u e se a g r e g a b a n lo s “ m a io r e s d iv ite s q u e r u s t i d ” (lo s c a m p e s i­
n o s r ic o s ) , c o m o si fu e r a n c a s tig a d o s “ g le b is ijs d e m , q u a s im m o d ic o
la b o r e f a t ig a r a n t ” . 1" E n la s c a lle s d e la c iu d a d , lo s “ c o r p o r a ” d e lo s
v a g a b u n d o s r e s id e n te s , p e r o to d a v ía m á s lo s d e lo s n u e v o s m is e r a ­
b le s lle g a d o s a la c iu d a d o d e lo s h a m b r ie n to s c o y u n t u r a le s , “ c o n -
su m p ta e g e s ta t e c i b i , p r o c u m b e b a n t p a ss im siv e e r r a b a n t p er
c o m p it a , p er te m p la , e r r a b a n t q u e fa c ie c a d a v e r u m , e t c a d a v e r a
m o x f ie b a n t ” [c o n s u m id o s p o r la c a r e n c ia d e a lim e n to , s u c u m b ía n
p o r to d o s la d o s o d e a m b u la b a n p o r la s p la z a s , p o r lo s t e m p lo s , c o n
a s p e c to c a d a v é r ic o , y d e sp u é s se c o n v e r t ía n e n cad áv e re s| .

Muchos pobres [narra un cronista fosanés citado por NicohniJ se


han visto obligados a morir de hambre, y yo, el 30 de mayo [de
16 3 0 J, dirigiéndome de Fosano a la granja, encontré a un hombre sin
esperanzas de vida, que había perdido el habla y todo sentimiento, y
que por debilidad cayó pesadamente, es decir, con el rostro en tierra,
y al no poder moverse de allí, con la nariz y con la boca hizo un agu-

’ II pane sovventwo s p o n t e n a s c e n t e .ob. cit., p. 3.


Cit. por F. Nicolini, La carestía e le epidem ie del 1629, en Aspetti della vi-
ta italo-spagnola nel d u q u e e S ácen lo, Ñapóles, Cuida, 1934, p. 206.
Pl/TRID O S VERM ES Y SÓRDIDOS CARACOLES

jero en la tierra, y uno que estaba con él lo dio vuelta, y pocas horas
después expiró con las manos llenas de pasto."

E sta t e r r o r íf ic a im a g e n d e u n c a s i m u e r to q u e se a g ita co m o una ca ­


d a v é r ic a m a r io n e ta y e x c a v a c o n la b o c a y la n a r iz un pequeño agu­
je r o , r a s p a n d o la tie rr a c o n lo s d ie n te s , v u e lv e o c io s o s y a c a d é m ic o s
lo s c o n s e jo s de to d o s lo s q u e s e ñ a la b a n e n la c o s e c h a s a lv a je d e lo s
fr u to s d e la tie rr a n o c u ltiv a d a lo s p o s ib le s r e m e d io s a l a ta q u e del
h a m b r e , c o m o e n el c a s o d e M o n t a lb a n i.
E n r e a lid a d , lo s v a g a b u n d o s , a is la d o s o e n b a n d a s , e s ta b a n desd e
sie m p re a c o s t u m b r a d o s a v a g a r p o r lo s c a m p o s , ta m b ié n p o rq u e la s
ciu d a d e s le s c e r r a b a n la s p u e r ta s e n la c a r a , r e c h a z á n d o lo s h a c ia el
d e s ie r to c a m p e s t r e , d o n d e e llo s - c i t a m o s d e n u e v o la M ém oire de
L e t r o s n e - “ m e r o d e a n c o n t in u a m e n te ” . 12 L a n g o s ta s y r o e d o r e s , c o ­
m o y a e n lo s v e r s o s de B a ld a s s a r r e B o n ifa c io y d e L a b ia : a s í a p a r e ­
c ía n e llo s a lo s o jo s m a lé v o lo s d e lo s c iu d a d a n o s y d e lo s b u rg u e se s,
y t a m b ié n a M a n z o n i les p a r e c ie r o n , c o n su s “ m ir a d a s s in ie stra s
a b a t id o s y a u n t o r v o s ” (u n a lu z s in ie s tra n o d is c e r n ib le e n lo s “ p r o ­
fe s io n a le s ” p o b r e s d e la c iu d a d y q u e la M ém oire re s e rv a b a a lo s
m e n d ig o s d e la c a m p a ñ a ), s e m e ja n t e s a b e s tia s :

Aquí y allá junto a los muros, bajo aleros, montones de paja y de ras­
trojos machacados, aplastados, hediondos, llenos de inmundos an­
drajos, que habían servido en la noche de perreras a los mendigos
echados por el hambre a la ciudad, donde no tenían un refugio
donde reposar la cabeza. Muchos eran vistos royendo con repugnan­
te esfuerzo hierbas, raíces, cortezas, que habían recogido en los pra­
dos, en los bosques, como un sustento hasta llegar a la ciudad,
donde esperaban encontrar un alimento más humano."

La e x h o r ta c ió n d irig id a a l S e n a d o b o lo ñ é s p o r el to g a d o M o n t a lb a ­
ni a s u m e , p o r lo t a n t o , u n a s p e c to s in ie s t r o , el c a m in o h a c ia la m u e r ­
te se g u r a . E n e lla , M o n t a lb a n i lo s q u ie r e c o n v e n c e r d e q u e to m e n el
c a m in o d e lo s b o s q u e s o d e la s a b r a s s a lv a je s , in v it a c ió n q u e tie n e
to d o e l a ir e d e u n p é r fid o e n g a ñ o , d e u n a tra m p a in f e r n a l m e d ita d a
p a ra c o n d u c ir lo s a u n a s ile n c io s a tu m b a , a u n a a p a r ta d a d e s tru c c ió n

"Ibíd., p. 209.
“ M émoire sur les vagabonds et sur les mendiants, ob. dt., p. II.
' Fermo e Lucia, tomo iv, cap. i.
216 EL PAN SALVAJE

que librara a la ciudad , a los p ro p ietarios, a los poderosos, a los se­


nadores, de la m iserable ca n a lla , siem pre inclinada al tum u lto; de
sus gritos y de sus lam en to s, de sus cu erp o s llagados, del hedor, de
los harap os consum idos y sucios, verm es devoradores de “ acelga o
lechuga” , de “salv ad o ” , de “ tron co s y b e llo ta s” (B o n ifa cio ).

Aprenda de la hormiga el desocupado y mendigo, v ad e a d form icatn


o piger, les recuerda el Sabio (Salomón) y así él, fuera de privaciones,
no morirá de hambre (...] ¿faltan acaso los modos de vivir a quien
recurre con ayuda divina, que a nadie le falta, al piadoso pecho y a
las inagotables mamas de la gran Madre Antigua, la tierra?, vamos,
vamos, haz de oficios utilizar el ingenio y la mano para encontrar
nuevos sustitutos y sucedáneos del pan de Ceres, cuando Ccres jus­
tamente ha faltado a su deber con nosotros f ...]
Vayan, por lo tanto, mendigando de la tierra los mendigos todo lo
que es necesario para la vida, y no serán defraudados en su esperanza,
volviendo en paz y en buen momento ricamente remunerados por su
sufrimiento y humildad. 1.a naturaleza ha puesto le corrnde, es decir,
los espárragos salvajes, dice Plinio, en manos de cualquier hombre [...]
la misma naturaleza ha producido el lúpulo más frecuentemente don­
de no arraigan las vides (...] no a todos les está concedido poseer pro­
piedades y huertos, pero a nadie le está prohibido el recurso de las
selvas, donde con lícita rapiña se puede vivir con las hierbas incultas,
recogidas por quien sea. No se hallará para nada en estos lugares nues­
tros la raíz Hipice de los escitas, que guardada en la boca durante 132
días mantiene alejada al hambre; ni tampoco la raíz Índica, de que ha­
bla Ctesias,* y que, puesta en el vino, lo condensa de modo tal que
deviene maleable, como la cera; pero sí se hallarán raíces y hierbas
que volverán durables y también virtuosos los alimentos; Cibeles es
más liberal y piadosa en los bosques que en los huertos y jardines;
en los terrenos cultivados se muestra a menudo avara y aun cruel,
cosa que sabemos perfectamente en este año 1648. No basta con ha­
berla servido y engordado bien, porque ha sido sorda a las súplicas
de los cansados agricultores, y las orillas arboladas de los fosos, los
bordes como crines de los ríos y las superficies pintadas de los pra­
dos perpetuos conservan las vituallas. No creo que nos sean negadas
las malvas tan celebradas por Horacio y por M arcial

'*II pane sovventivo spontenascente.,., ob. cit., pp. 5 y 19-20.


* Ctesias: médico de la corte persa, también historiador, 400 años a.C (n. del t.).
PÚTRIDOS VER M ES Y SÓRDIDOS C A RACOLES 217

A u n d a n d o p o r d e s c o n ta d a la in f a lta b le c o m p la c e n c ia p o r la s c ita s
c lá s ic a s y lo s s ie m p re p r e s e n te s exem pla d e h ie r b a s s a n a s s a b r o s a s y
d e v a lo r n u tr itiv o , e x tr a íd o s d e u n a v a s ta y c o m p u e s ta lite r a tu r a b o ­
tá n ic a c lá s ic a y m o d e rn a (n o fa lt a n t a m b ié n r e fe r e n c ia s a l D e hones­
ta voluptate, d e P l a tin a ) ,* es d ifíc il lib e r a r s e d el s e n tid o fa s tid io s o de
u n a e s tu d ia d a p r o v o c a c ió n , c if r a d a c o n c ín ic a h ip o c r e s ía en la piel
d e ta n to s in m in e n te s c a d á v e r e s , o p o r lo m e n o s d e u n g r o te s c o y q u i­
m é r ic o in t e n t o d e c a n a liz a r h a c ia in e x is te n te s r e s e r v o r io s s a lv a je s ,
h a c ia o n ír ic a s a la c e n a s n a t u r a le s , a la s m a s a s d e lo s h a m b r ie n to s , a
la s “ m ir ía d a s d e m e n d ig o s ” , d e s v ia d a s en d ir e c c ió n d e lo s p a r a ís o s
a r tif ic ia le s d e la s s e lv a s , d e lo s v e rd e s d e s ie r to s d e lo s e r ia le s , d e la
b ú sq u e d a d e p r in c ip io s s im p le s c o m o la c o r o n ill a , la c o n d r ila , las le ­
c h u g a s s a lv a je s , la s a n a g á lid a s , la s a lm o r t a s , la s t a r a s a s , la s v e r d o la ­
g a s , lo s n e n ú fa r e s , p a r a p r e p a r a r m á s b ie n lo s “ p a n e s c o n m e z c la s ” ,
es d e cir, “ c o m id a s d e c o m p o s ic ió n t o t a l ” , H h ie r b a s a la s c u a le s , co n
a p r o p ia d a s “ fr it u r a s y c o c c io n e s v a r ia s , se p u d ie ra tr a n s m it ir el g u s­
to d e la c a r n e y del p e s c a d o ” . '* A d m ir a b le s a r tif ic io s d e lo s c o c in e ­
ro s b a r r o c o s y d e su s p r e s tig io s a s in v e n c io n e s a lu c in a t o r ia s q u e las
t u r b a s h a m b r ie n ta s , sin e m b a r g o , n u n c a h u b ie r a n te n id o tie m p o o
m o d o d e p r e p a ra r . Y t a m p o c o p o d ía p e n s a rs e , c o n el e je m p lo de
A te n e o , en p r o p o n e r la b ú s q u e d a d e u n a d e la s d o s c ie n ta s e sp e c ie s
d e g r a m a , “ la m á s a g re s te y s a lv a je c o m o p a r a h a c e r c o n su s ta llo s
a b u lta d o s un h u m ild e p e r o n o d e s a g r a d a b le p a n ” . 17
C ie n c ia lib r e s c a , la d el e x c é n t r ic o p o líg r a fo b o lo ñ é s , a le ja d a l o c a ­
m e n te d e t o d a p o s ib le r e fe r e n c ia a la s t r á g ic a s n e c e s id a d e s d e la s c l a ­
ses s u b a lt e r n a s ; p r o p u e s ta m a n ía c a d e un m é d ic o t o g a d o , n a c id a en
el m o m e n to e n q u e p o r la s c a lle s lo s g rito s d e lo s h a m b r ie n to s la c e ­
r a b a n el a ir e . E s tó lid a r e e n c a r n a c ió n c ie n tífic a d e a q u e l d o c t o r G r a -
z ia n o c o n v e r t id o e n el b la n c o p r e fe r id o d e la s á tir a p o p u la r d e una
c iu d a d q u e , a u n e n la in fin ita c a p a c id a d d e r e ír y d e b u r la r s e h a sta
d e lo s p r o p io s m a le s , se m o s t r a b a h o s til a la c ie n c ia v a c u a , p r e su n ­
t u o s a , d o c t o r a l, d e la c o r p o r a c ió n d e lo s m é d ic o s . S á tir a q u e p o d ía

* Platina: de verdadero nombre Bartolomco Sacchi di Piadena, miembro de


la Academia Romana del siglo X V , acusado junto a otros de conjura contra el
Papa (n. del t.).
" Ibíd., p. 21.
“ Ibíd.
17 Ibíd.
21S E l PAN SALVAJE

t o m a r el v u e lo a m a r g o d e la p r o t e s t a m á s e x tr e m is t a y fe r o z , c o m o
e n el c a s o d e C o s t a n t in o S a c a r d i n o - b u f ó n p a g a d o p o r la m a g is t r a ­
tu ra de lo s A n c ia n o s - y e s p a g ír ic o d e s tila d o r, u n o d e a q u e llo s gatti-
sin i d e L e o n a r d o F io r a v a n ti a c o s t u m b r a d o a r e p e tir, sig u ie n d o lo s
p a s o s del m a e s tr o , q u e “ el p a lo m a r h a a b ie r t o lo s o jo s ” , y q u e tre s
d é c a d a s a n te s de la s p á g in a s d e M o n t a lb a n i h a b ía e n s u c ia d o d u r a n ­
te tre s a ñ o s la s im á g e n e s s a c r a s d e la m u y p ía B o lo n ia d el c a r d e n a l
le g a d o , la ciu d a d p u e s ta b a jo el a m p a r o d e S a n P e tr o n io y la d u lce
p r o t e c c ió n d e la V ir g e n d e S a n L u c a . C o m o su c o t e r r á n e o U liss e A l-
d r o v a n d i, p e ro a c a s o sin su in s o m n e la b o r io s id a d c ie n tífic a , O v id io
M o n t a lb a n i in t e r p r e ta b a el lib r o d e la c r e a c ió n s in “ v e r ni d e m o s ­
t r a r ” , s in o c o n t e m p la n d o u n a “ n a tu r a le z a e s c r it a d e a r r ib a a b a j o ” y
r e g is tr á n d o la seg ú n el c a t á lo g o y a r e d a c ta d o p o r o t r o s , e n u n in in ­
t e r r u m p id o c o m e n t a r i o v e r b a l a u n a r e a lid a d n a tu r a l h e c h a de c o ­
s a s , d e o b je t o s y d e e s e n c ia s v e g e ta le s , c o m o la s h ie r b a s y la s r a íc e s
d el R e in o d e C e re s . T a m b ié n s o b r e él p e s a b a “ la in d if e r e n c ia c ió n e n ­
tre lo q u e es v isto y lo q u e e s le íd o , e n t r e lo o b s e r v a d o y lo r e f e r id o ”
(F o u c a u lt) , p r o p ia d e la fa s c in a n te epistem e p r e c ie n tíf ic a q u e c o n s ­
tru ía la s “ h is to r ia s n a t u r a le s ” (B a ld a s s a r r e P is a n e lli) m e z c la n d o r e a ­
lid a d y fa n ta s ía , c o s a v ista y c o s a le íd a .
S in e m b a r g o , a u n t e n ie n d o p r e s e n te la te la r a ñ a m e n ta l q u e a p r i­
s io n a b a el p e n s a m ie n to d e M o n t a lb a n i e n la la b e r ín tic a c á r c e l d e lo s
c o m e n t a r io s p e r p e tu o s , y t a m b ié n el e n o r m e d e s c a r te e n tr e la a lu c i­
n a c ió n p a r a c ie n t ífic a y la r e a lid a d c ir c u n d a n t e , r e s u lta d ifíc il lib r a r ­
se d e la s o s p e c h a d e q u e , a e s p a ld a s d e e sta fo r m a a lte ra d a de
c o n o c im ie n to , d e trá s d e la p a r a n o ia c ie n tífic a d e tas p a la b r a s y de
las c it a s , se p e r fila b a u n a m e d ita d a e s tr a te g ia p o lític a e n re la c ió n
c o n las c la s e s s u b a lt e r n a s y lo s d e n s o s y a m e n a z a n te s g ru p o s de p o ­
b la c ió n flu c tu a n te y m a r g in a d a . S in o lv id a r , p o r o tr a p a r te , q u e la
h a b itu a l a c u m u la c ió n d e la s p a la b r a s f o r m a b a a q u e lla Fabrica del
m ondo c o n s tr u id a s o b r e la ilu s ió n del V e r b o y s o b r e el e n g a ñ o d e lo s
s ig n ific a n te s d e s p o ja d o s d e s ig n if ic a d o . L a c u ltu r a u n iv e r s ita ria b o -
lo ñ e sa - p o r c ie r t o , n o ú n ic a en I t a l i a - 1* h a b ía e la b o r a d o u n a id e o lo ­
g ía d e c la s e d ir ig id a a s a n c io n a r la in f e r io r id a d b io ló g ic a d e los

'* Para la misma problemática aristocrática y clasista en Alessandro Piccolo-


mini y en Paolo Paruta, véase G. Benzoni, Gli affanni della cultura, ¡ntellettuali
e p á te t e tiell'Italia della Controriform a e barocca, Milán, Feltrinelli, 1978, p- 36
y ss.
PÚTRIDOS VERM ES Y SÓRDIDOS CARACOLES 219

h u m ild e s, a fin d e a p la s ta r lo s p o lític a m e n t e : u n a id e o lo g ía q u e p o s ­


t u la b a d o s r e g ím e n e s a lim e n ta r io s d is tin t o s , se g ú n la p e r te n e n c ia a
u n g ru p o d e p o d e r o a u n a c la s e d e d e s h e r e d a d o s . E n e s o s m is m o s
a ñ o s , T o r q u a to T a s s o , m a n e ja n d o la Política a r is t o t é lic a (I, 2 , 7 ) , in ­
sistía e n q u e la “ d ife r e n c ia e n t r e s ie r v o s y s e ñ o r e s e stá fu n d a d a e n la
n a t u r a le z a ” (11 padre di fam iglia).
D e s d e el p e n ú ltim o d e c e n io d el s ig lo X V I, el m é d ic o b o lo ñ é s B a l-
d a s s a rr e P is a n e lli h a b ía t e o r iz a d o u n d o b le r é g im e n n u tr itiv o y d ie ­
t é tic o s e g ú n la s d ife r e n c ia s s o c ia le s : c o m id a s a p r o p ia d a s p a r a las
p e r s o n a s r ú s tic a s y c o m id a s p a r a g e n tilh o m b r e s , p r o h ib id a s p ara
conflictos e n tre a lt a y b a ja c u ltu r a a q u í se p e r fila , p u e s,
a q u é lla s . E l
sub specie coquinaria. Si se h u b ie r a o lv id a d o o r o t o e se c ó d ig o a li­
m e n ta r io , la tr a n s g r e s ió n se h a b r ía t r a d u c id o e n e n fe r m e d a d p a r a el
in s o le n te d e v o r a d o r d e c o m id a s q u e n o le e s t a b a n d e s tin a d a s p o r la
n a tu r a le z a , y t a m p o c o p o r “ s u ” n a t u r a le z a . U n a e s p e c ie de m a lig n o
h a d o d ie t é tic o c u y o s o r d e n a m ie n to s n o se p o d ía n v io la r s in p e n a o
a flic c ió n c o r p o r a l. L a m e d ic in a b o lo ñ e s a - o , p o r lo m e n o s , u n a p a r ­
te de e l l a - a l c o n s tr u ir ta b ú e s a lim e n ta r io s se p o n e a l s e r v ic io d e un a
id e o lo g ía d e p o d e r y d e e n g a ñ o s o c ia l.

No se escribe del faisán otro perjuicio que el de provocar el asma a


las gentes rústicas. Que éstas se abstengan y que lo dejen para las
personas nobles y delicadas |...| I.os papafigos hacen volver tísicos a
los aldeanos. No se den a ellos tales aves, y que sean servidas a la
gente de bien.1''

E l p u e r r o , e n c a m b io , “ e l p e o r a lim e n to y el m á s d e te s ta b le y v ic io ­
so e s c o m id a de p e r s o n a s r ú s t ic a s ” .2"

De algún modo, también G. C. Croce recibió la influencia de esta ola


de ideología médica erigida sobre prejuicios seudocienrificos que di­
simulaban con bastante facilidad su origen político, duramente con­
trario a las clases populares y, coherentemente con esta ideología
clasista, hizo morir a Bertoldo en el momento en que ya no lograba
alimentarse con nabos y porotos.

B. Pisanelli, Tratlato della natura de' cibi e del b ere... con m olte belle his­
torie naturali, Bérgamo, per Comino Ventura, 1587, pp. 80 y 84.
1,1 Ibíd., p . 47.
E L PAN SALVAJE

E sta s b a r r e r a s so n f o r t a le c id a s y r e ite r a d a s p o r el fr iu la n o G iu s e p p e
R o s a c c io ( 1 5 3 0 - 1 6 2 0 ) , q u e e n la B o lo n ia d e p r in c ip io s d el s ig lo X V U
g o z a b a d e a m p lio p r e s tig io y c u y a s o b r a s se im p r im ía n r e p e tid a m e n ­
te. E n su M icrocosm o , s e n t e n c ia b a d e e s te m o d o :

La carne de vaca, de ternero y de cerdo, el pan de trigo rojo, las ha­


bas, el queso, las aceitunas, el vino tinto y los otros alimentos grue­
sos hacen la semilla gruesa y de mal temperamento: el hijo que se
genere tendrá la fuerza de un toro, pero será furioso y de ingenio
bestial. De allí se da que entre los hombres de aldea es un milagro
que alguien resulte agudo de ingenio o apto para las letras, especial­
mente donde se usan comidas tan gruesas. Y por ello nacen tardos y
groseros, a causa de haber sido generados de alimentos tales. Lo con­
trario de los ciudadanos, cuyas criaturas vemos que tienen más inge­
nio y habilidad.11

E n lo s m is m o s a ñ o s e n q u e M o n t a lb a n i e s ta b a a c t iv o , el m a rq u é s V in -
c e n z o T a ñ a r a , a u to r d e la Econom ía del cittadino in villa,21 v o lv ía a
a fir m a r la d is c rim in a c ió n d ie té tic a : de u n la d o , p an n e g ro p a ra la
“g e n te b a ja ” , “ p an n e g rís im o s ó lo d e m o y u e lo ” p a r a lo s p o b r e s , lo s
t r a b a ja d o r e s , lo s “ m a l n u tr id o s ” , y “ h a r in a del trig o m o ru n o [ . . . J c o ­
m id a s o la o m e z c la d a c o n o t r o trig o , h e c h a en p a n o en p o le n ta , c o n
la cu a l a le ja n el h a m b re e n in v ie rn o lo s r ú s t ic o s ” . D e u n la d o las “ b o ­
c a s de trig o ” ; del o tr o , la s “ b o c a s d e c e b a d a s ” .
En este p o lifó n ic o y c o n c e r t a d o d is c u r s o a v a r ia s v o ce s p e ro c o n
un a so la d ir e c c ió n , se in s e rta ta m b ié n la d e G iu lio C e s a r e C r o c e , a m ­
big u a y flu c tu a n te , v a c ila n te e in c ie rta . E l c a n ta h is t o r ia s b o lo ñ é s , p a ­
ra q u ie n se a b r ía n lo s g ra n d e s y fa s c in a n te s p a la c io s de lo s se n a d o r e s,
a u t o r ta m b ié n de r im a s s a c r a s y d e v o ta s , g r a t o a l p o d e ro s o y o m n i­
p re se n te p o d e r e c le s iá s tic o , lig a d o p o r t ra d ic ió n fa m ilia r al m u n d o a r­
te s a n o , au n sin p o d e r ig n o r a r la p r e se n c ia d el g ra n re s e rv o rio q u e
c o n s titu ía el p ú b lic o d e la a ld e a , n o d e s a p r o v e c h a b a la o c a s ió n de
u n irse a esta lín ea p o lític a e n la c u a l la in c o n s is te n c ia c ie n tífic a se e n ­
tre la z a b a c o n el c ín ic o y d e lib e r a d o p r o p ó s it o s a t ír ic o :

'' II M icrocosm o... nel quale si tratta brevem ente dell'anima vegetabile, sen -
sibile, e rationale dell'huomo, sua com plessione , e fisionom ía, delle infirmitá che
nascono in tune le parti d el co rp o , e loro cura, B o l o n i a , E r e d i d ’ A n t o n i o P i s a r r i ,
1 6 8 8 , p. 40 .
" V e n e c ia , G . B a ttis ta T r a m o n tin , 1 6 8 7 , p . 4 0 9 y p á s s im .
PÚTRIDOS VERM ES Y SÓRDIDOS CARACOLES 221

Todos los que dedican su obra al prójimo deberían ser al modo de pe­
ritos, y conocer antes el organismo de los enfermos y después aplicar­
les el remedio igual a su naturaleza, porque si quieren dar cualquier
medicina gentil por la boca a un aldeano, sin duda alguna lo obliga­
rán a que se haga rogar, de acuerdo con lo aquí dicho, en cuanto la na­
turaleza del aldeano está acostumbrada a comidas gruesas y rústicas,
según su naturaleza de aldeano.1'

C o r ría n m á s o m e n o s lo s m is m o s a ñ o s e n q u e el c a r d e n a l G a b rie le Pa-


le o tti s e ñ a la b a , en un d o c u m e n to e c le s iá s tic o d e 3 3 íte m e s , lo s n e fa s­
tos a b u s o s y v icio s d e lo s c a m p e s in o s , y d a b a u n a s a n c ió n p e ren to ria
y o fic ia l a s ig lo s d e s á tir a s , r is o ta d a s , b e fa s , in s u lto s , m a ld ic io n e s y d i­
fa m a c io n e s e n r e la c ió n c o n lo s a ld e a n o s.
E n e sta a t m ó s fe r a d e o b s t in a d a s o s p e c h a h a c ia e l c a m p o , se n tid o
c o m o e s p a c io s a lv a je , la “ p e n a u n iv e r s a l” in flig id a a lo s c iu d a d a n o s
"h a m b r ie n to s y d e stru id o s” p o r la “ e x tr e m a y h o rr ib le e sc a se z ” e s , a n ­
te t o d o , c o n m is e r a c ió n p o r la s d e s v e n tu ra s d e la “ c a la m ito s a c iu ­
d a d ” e in d ife r e n c ia p o r la s s u e rte s d e la c o m a r c a , d e p ó s ito de
a b a s te c im ie n t o s y d e a lim e n to s c o n q u e la ciu d a d d r e n a b a , p o r a m o r
o p o r fu e rz a , g r a n o s y v itu a lla s d e t o d o t ip o . P e r o en u n a e sc a se z de
m á s d e s ie te a ñ o s , c o m o la q u e se in ic ió o fic ia lm e n t e en 1 5 9 0 - e l
“ a ñ o del N o v e n ta ta n e s t r i c t o ”- , 14 in c lu s o las g e n te s d e ciu d a d “ p o -
b re cito s/ ta m b ié n in fe lic e s , tr is te s y d e s g r a c ia d o s ” , c o m o lo s lá z a ro s
del c a m p o , d e b ía n a lim e n ta r s e d e “ h ie r b a s a s p é r r im a s y a m a r g a s al
g u s t o ” , d e a lim e n to s “ tr is te s e in f e lic e s ” .

J ' La sollccita et stuiliosa Academia d e Golosi. Nella quale s'int endono tutte
le loro leccardissime scienze. Con un com pendio di tutti i buoni bocconi e vini
che sano com partí ti in tutte le cittá del m ondo. Et gli inventorí d el cucinare es-
se uh/ande, Bolonia, Vittorio Benacci, 1602, hoja 2, anverso.
14 Banchetto d e ’ Malcibati. C om edia dell'Académ ico Frusto. Recitata da gli
Affamati nella Cittá Calamitosa. Allí 15 del Mese dell'Estrema Miseria, l'Anno
delVAspra, et insoportabíle Necessitá. Opera di Giulio Cesare Croce, Ferrara,
per Vittorio Baldini, 1601, p. 4 y pássim.
XVIII. UNA CIUDAD DE MOMIAS

El Banchetto d e ' M alcibati r e f le jó el c o la p s o d e fin itiv o d el o r g u llo s o


m ito r e n a c e n tis ta d e la ciu d a d fe liz . S u m e rg id o e n u n a d e s o la d a a t ­
m ó s fe r a q u e el h u m o r n e g ro d el c a n ta h i s t o r ia s n o lo g r a a lig e ra r , tra e
a la e s c e n a s o m b r ía s y m e la n c ó lic a s fig u r a s e s p e c tr a le s , c o m o las de
m a e se A p e tito , m a d o n n a H a m b r e , m a e s e M a le s t a r , m a e s e P o c a c o s e -
c h a , m a e s e E s té r il, m a d o n n a E s c a s e z , s a c a d o s d el y a in s ó lit o d e p ó ­
s ito d e la s p e r s o n ific a c io n e s m e d ie v a le s , s í n t o m a s lit e r a r io s del
n e o fe u d a lis m o q u e r e t o r n a b a . T r á g ic a s p r e s e n c ia s a la s q u e el ju e g o
a le g ó r ic o n o lo g r a b a h a c e r o lv id a r , a s í c o m o t a m p o c o h a b ía c o n s e ­
g u id o a le ja r d e la v ie ja fig u r a d el “ ¡ o c u la t o r ” [g ra c io s o | el e s p e c tr o
de la m is e ria y d el e s c a r n io : “ H o m o jo c u la r ib u s in t e n t u s , c it o h a b e -
b it u x o r e m , c u i n o m e n e rit D e r is io ” [E l h o m b r e d e d ic a d o a la s c h a n ­
za s p r o n t o te n d rá u n a e sp o sa c u y o n o m b r e se r á B u r l a ) .1 Paupertas,
D erisio , la s s o m b r a s a fila d a s y a m a r g a s d e la f a m ilia d el ju g la r e v o ­
c a d a s p o r S a n B e r n a r d o , q u e m á s t a r d e r e e n c o n tr a r e m o s fie lm e n te
c e r c a n a s a l b u fó n b o lo ñ é s Z a f f a r in o ,2 s e d ic e n te h ijo d e “ S e r D e x a -
x io d ’ O g n i b e n e ” , m ie n tr a s a te s tig u a a fa v o r d e “ d o n n a P a u p e rta te
fig lia de T r ib u la z io n ” , c o n lo s t e s tim o n io s del “ E n lo q u e c id o , el R o ­
ñ o s o , el P i o jo s o c o n el P o c a c o m id a ” , a n t e p a s a d o s d e lo s d e s a r ra ig a ­
d o s m ie m b r o s d e las c o m p a ñ ía s d e lo s r e m e n d a d o s , lo s fr a c a s a d o s ,
lo s a r r u in a d o s , lo s m o lid o s , lo s c a r e c ie n t e s , fig u r a s c o n s u m id a s del
d e s a g r a d a b le te a tr o de la p r iv a c ió n y el h a m b re .
C o n lo s tr is te s y lív id o s s ig n o s d e la r e a lid a d m á s o s c u r a y d r a m á ­
tic a , tr á g ic a fa r s a m u c h o m á s c e r c a n a a l jeu m e d ie v a l q u e a la c o m e ­
dia r e n a c e n t is t a d e la c u a l p a r e c e h a b e r p e r d id o t o d o r e c u e rd o , el

' S. Bernardo, “De Cíubematione rei familiaris”, en E. Faral, Les jongleurs an


Moyen Age, París, Champion, 1910 (1), p. 278.
J “11 Testamenmm seu stentamentum”, en F.. Lcvi, Un gm llarc del Trecento:
Zaffarino, I.ioma, Giusti, 1915, pp. 65-76.

223
224 EL PAN SALVAJE

Bancbetto d e C r o c e c e le b r a el “ t r iu n fo d el h a m b r e ” , el “ m a le s ta r ” ,
la “ t r is te z a ” y la “ m e la n c o l ía ” . E s p e jo q u e r e f le ja la r e a lid a d ( “ p o r ­
q u e la in v e n c ió n n a c e d e lo v e r d a d e r o ” ) ,' e s ta p ie z a g r o te s c o -a le g ó ­
r ic a , o s c ila n te e n t r e lo s u rr e a l y lo h ip e r re a l en u n c lim a d e d r a m a
c o le c t iv o c e r c a n o a la s a c r a r e p r e s e n t a c ió n , o fr e c e u n a d e la s m á s
sin g u la re s v o ce s d el t e a tr o it a lia n o d e t o n o p o p u la r : e n é l, e n la e x -
te n u a d o ra a g o n ía d e t o d a u n a c iu d a d , e x te n d id a d u r a n te u n tie m p o
a b s u r d a m e n te la r g o , se r e f le ja n la s p a s io n e s y el c a lv a r io d el D io s
q u e se h a h e c h o c a r n e . L a s d é b ile s y r e s e c a s s o m b r a s d e lo s “ a flig i­
d o s ” , lo s “ d e s c o n te n t o s ” , lo s “ m a l v e s tid o s ” y lo s “ m a l c a lz a d o s ” ,
d e la s g r o te s c a s m a r io n e ta s r e d u c id a s a “ p u r o c a s c a j o ” (B o n if a c io ),
v a c ia d a s p o r el h a m b r e y a t o r m e n t a d a s p o r la s e n fe r m e d a d e s , re s u l­
ta n in e x o r a b le m e n te a b s o r b id a s a c a u s a d e la in e lu d ib le in fla c ió n
q u e n o s ó lo s a c u d e a lo s s e c to r e s m e d io -b a jo s a r te s a n a le s y a lo s p e ­
q u e ñ o s p r o p ie t a r io s : “ C u á n t o s n o h a n p o d id o te n e r lo s alq u ileres/
d e su s c a s a s , y c u á n t o s q u e h a n t e r m in a d o m a l/ m ís e r o s , sin c o n s u e ­
lo y d e s e s p e r a d o s ” ) , s in o ta m b ié n a lo s q u e “ c o n r ic o s v e s tid o s y
p o m p o so s/ s o lía n h a c e r d e s e ñ o r e s , y a h o r a e s tá n in scrip to s/ en la
lis ta d e lo s p o b r e s v e r g o n z o s o s ” /
L a s “ m o m ia s ” d e G . B . S c g n i, las “ d e s c a rn a d a s m o m ia s ” lo s “ e s­
q u e le to s ” de B . B o n ifa c io , lo s n iñ o s “ m u c h o m á s s e c o s q u e la s a n a t o ­
m ía s ” , d e G . C . C r o c e , p a r e c e n el e c o d e s c a m a d o d e la s m a ld icio n e s
de lo s h a m b rie n to s q u e , m o rib u n d o s , im p r e c a b a n c o n t r a lo s m ie m ­
b r o s q u e h a b ía n p r e ñ a d o a su s m a d r e s -p u ta s , n e g a n d o la vida a su
p ro p ia fu e n te .

Más descamados que todos los que vivieron pobremente


nunca se vieron momias o esqueletos,
y entonces con razón maldecían a aquellas vergas
que a sus madres preñaron,
y a ellas también, porque no cambiaron,
apenas fueron nacidos, las cunas por féretros;
y muchos, mientras las llamaban meretrices,
no pudiendo decirlo, muertos cayeron.
Observar sus caídas era espectáculo
demasiado funesto realmente, y demasiado horrible,
no encontrándose a los ásperos casos obstáculo.

1Hancbetto de' Male iba ti..., ob. cit., p. 5.


* Ibíd., p. 27.
UNA CIUDAD D E MOMIAS 225

Y esta tan tremenda y tan terrible


penuria será portento y será milagro
para las futuras edades siempre increíble/

C o n v e r tid a e n m u se o d el h o r r o r , u n h o r r o r n o n o c t u r n o y e s p e c tr a l,
s in o - l o q u e e s p e o r - s o la r , la c iu d a d -c e m e n t e r io -h o s p it a l e x h ib e en
la s p u e r ta s y e n la s c a lle s d e fo r m id a d e s t e r a t o ló g ic a s .

Y si vieran cuántos al solar rayo


están calentándose míseros y desgraciados,
que de hambre padecen grave ultraje.
Cuántos ciegos, cuántas viudas y niños
mucho más secos que los esqueletos,
yacen por tierra pobres y míseros.
Los llantos, los gritos, que en todas las calles
se oyen a menudo, y el golpear a las puertas,
y las diversas y extrañas enfermedades.
Las mejillas afligidas, pálidas y sin color,
que sólo representan para quien las ve
la imagen misma de la muerte../

L a m u e r te d e l in d iv id u o v ista e n el o tr o , el s e m e ja n t e , el v e c in o ; el
r e fle ja r s e d ia r io d e n u e s tr a le n ta y c o t id ia n a m u e r te , r e p ro d u c id o en
las c a r n e s d e lo s “ h a m b r ie n to s y d e s tru id o s c ir c u n d a n t e s ” , re d u c i­
d o s a la c o n d ic ió n de “ e m b u s t e r o s , v a g a b u n d o s , p o b r e s y m e n d i­
g o s ,” c r e a la s in ie s tra a t m ó s fe r a d e u n a ciu d a d q u e e stá c a m b ia n d o
de r o s t r o , a g o n iz a n te e n t r e lo s lla n t o s , lo s g r it o s y lo s g o lp e s en las
p u e r ta s ; la im a g e n d e u n d e s e s p e ra d o n a u fr a g io c o le c t iv o q u e to d o s
lo s a ñ o s se lle v a a l a b is m o c a d a v ez m á s v íc tim a s . Y s o b r e e s a s v íc ­
tim a s , c o m o c o r o la r io in e lu c t a b le d el h a m b r e , se h a n e n c a r n iz a d o
“ d iv e rsa s y e x tr a ñ a s e n fe r m e d a d e s ” , e n la s q u e lo s h o m b r e s , d iría
M a n z o n i, se v u e lv e n , “ el u n o d el o t r o , o b je t o y a n o d e p ie d a d s in o
de h o r r o r , m e z q u in o s t o d o s , y c a d a u n o a s o m b r a d o d e e n c o n tra r s e
e n m e d io d e t a n to s c o m p a ñ e r o s d e d e s e s p e r a c ió n , d e t a n to s riv ale s
de m e n d ic id a d ” .

II Paltonicre, o b . c i t . , p .
' B o n ifa c io , 189.
" Banchetto de' M alcibati..., o b . c i t . , p. 39 .
I b íd ., p . 3 .
226 EL PAN SALVAJE

L a O b r a d e lo s m e n d ic a n te s , el “ in f in it a m e n t e a m p lio h o s p ita l d e
lo s p o b r e s M e n d ic a n t e s ” ,’1 d ila ta p r o g r e s iv a m e n te d e n t r o y fu e ra d e
la s m u ra lla s su s tris te s h o s p ic io s ; la a s is te n c ia a lo s p o b r e s y lo s m e n ­
d ig o s se c o n v ie r te e n el m á s u rg e n te p r o b le m a d e lo s r e s p o n s a b le s
d el o rd e n c iu d a d a n o ; S a n ta M a r ía d e la P ie d a d , la e n o r m e ig le sia de
lo s m e n d ig o s , se in s tr u m e n ta c o m o u n s ilo d e p r e c a r ia m is e ric o r d ia
p o r lo s m is e ra b le s .
E l d o lie n te la m e n to d e G io v a n B a t tis ta S e g n i, su a m a r g a d e n u n ­
c ia , su m o r t a l d e s c o n fia n z a e n la s o c ie d a d d e la é p o c a , y el a p o c a líp ­
tic o a u g u r io de u n a “ p e ste g e n e r a l" q u e b o r r e y e x te r m in e a to d o s
lo s v iv o s o fr e c e n el m á s d r a m á tic o te s t im o n io d e u n a in c u r a b le c r i­
sis d e las c o n c ie n c ia s y d e la s in s titu c io n e s , d e u n a c a t á s t r o f e s o c ia l
y e c o n ó m ic a q u e se h a lla e n t r e la s m á s p r o f u n d a s e ir r e p a r a b le s .

Ay de mí, que si queremos discurrir de todos los estados de los hom­


bres, a todos los encontraremos dignos de esta hoz (el hambre), por­
que rodos han vuelto las espaldas a Dios y se han dejado apresar por
este mundo falaz.
Los príncipes se quieren equiparar a Dios; los jueces han expulsa­
do a la justicia de sus tribunales; los doctores no aconsejan más lo jus­
to; los abogados están llenos de engaños; los notarios son falsos y
mendaces; los mercaderes, ladrones; los artesanos, perjuros; los solda­
dos, asesinos; los padres, incorrectos; los hijos, sentinas de vicios; los
patrones, crueles; los siervos, plenos de fraude; los ricos, avaros; los
pobres, sin fe; los maridos, desleales; las mujeres, sin legítimo amor;
los laicos, blasfemadores; los religiosos, disolutos, y finalmente, bus­
que que busques en toda esta nuestra Italia, no encontrarás otra cosa
que abominaciones: se ha olvidado la fe civil y la cristiana. La civil,
porque ya no se observan promesas ni pactos entre los hombres. La
cristiana, porque no hay temor a Dios, ni reverencia por los santos, ni
devoción por las cosas sagradas. El culto de Dios, tanto interior como
exterior, se ha reducido casi a nada. La religión es convertida en fábu­
la por las gentes. La justicia se administra sólo contra los pobres, y los
poderosos, que merecen mil fuegos y mil cepos, no reciben castigo: las
traiciones abundan, los odios no se omiten, los buenos están oprimi­
dos, los soberbios se exaltan. En suma, nuestra soberbia, la de todos,
es tal que no reconocemos ya a Dios; se va de fiesta en la lujuria, la

" Montalbani, Formulario econotníco, cibario, e medicínale..., ob. cit., p. 4.


UNA CIUDAD D E M OM IAS 227

avaricia tiene su cetro en iodo; por ello, no debe asombrar que Cristo
tenga en su vengativa diestra la aguda hoz, porque ya no quiere ni pue­
de tolerar tanta confusión. Sin embargo, oh Italia, Cristo tiene la hoz
en la mano, todavía no la ha depuesto, no ha terminado por ahora tu
hambre. El que es tan ciego que no ve, el que es tan tonto como para
no pensar que el próximo año por fuerza será de escasez y acaso mu­
cho peor que el actual, porque gran parte de las tierras no han sido
sembradas, y los pobres agricultores se han comido las simientes, y
muchos han abandonado los campos, y así han muerto de disgusto, y
los saqueadores en muchos lugares han revuelto los sembradíos, ro­
bando y comiéndose a los animales, echando a los cultivadores o por
lo menos impidiéndoles que trabajen.
Y si no se actúa como se debe contra ellos, todos los días aumenta­
rán de cantidad, aunque hasta ahora existen los ejércitos, y asediando
a los estados serán igualmente depredadores de los pocos forrajes que
nazcan. ¿Qué harán entonces los príncipes? ¿Cómo vivirán los buenos
ciudadanos? ¿Cómo se defenderá toda Italia de quien quiera ocupar­
la? Yo sólo puedo creer que Dios mandará gentes muy lejanas a po­
seer estas delicias que nosotros no sabemos gozar ni defender, o con
una peste general quitará del mundo a todos estos fascinerosos y a la
vez a todos nosotros, ingratos, haciendo nacer hombres nuevos para
estos hermosos y deliciosos países, que sean verdaderos italianos y per­
fectos cristianos, merecedores de todo bien.*

I’ara el sacerdote b oloñés que busca las causas de la escasez en el C ie­


lo, m ientras C¡. C. C roce se lim ita a vivirla en la tierra y a describirla,
el airado O m nipotente, en lugar de m aná, ha enviado una especie de
m aligno veneno celestial que de una estación a otra se ha llevado to­
do alim ento, esterilizando de m odo fulm inante los cam pos con un
“ rocío pésim o y m aldito” , diam etralm ente opuesto, en su malignidad,
al m aná, y tam bién secando de igual m odo a todos los vegetales.

Este año que pasó, los astrólogos pronosticaban buena cosecha por
el favor de los signos celestiales |...| No hubo calor excesivo |...| no
faltaban gentes que trabajaran. Gracias a Dios, no conocíamos gue­
rra o asedios desde hace muchos años. Aun nuestros hombres se han
apoltronado tanto por las tropas tranquilas, que se dejan robar el co­

‘ Segni, Discorso sopra la carestía e fame, ob. cit., pp. 22-24.


E L PAN SALVAJE

razón en los cu erp o s por los lad rones y los saltead o res an tes que
desenfundar la espada para defender sus co sas. Langostas no han
aparecido, y tam p o co han predom inado diluciones de elem entales
cualidades. Q ueda enton ces por creer firm em ente que por divino ju i­
cio nos ha lle g a d o ...Iv

L a s c iu d a d e s y la s a ld e a s se v a n a g o t a n d o p r o g re s iv a m e n te b a jo la
lla m a d e u n fu e g o m a lig n o q u e la s q u e m a d ía t r a s d ía c o m o la lla ­
m a d e n t r o d e la h o r n a d a ; u n in m e n s o h o r n o c u e c e y d e se c a la s c a r ­
n es d e lo s v iv o s.

( ...) la piel de sus carnes se ha vuelto seca y arrugada por el ham bre,
pálida por el dolor, am arilla por el can san cio, extenuada por el esca­
so alim ento y sem ejante a la Penitencia por el padecer. Kl h o rn o ( ...)
cuando está bien calien te por el fuego, a tod o lo que se le pone de­
lante lo vuelve cenizas, o lo chupa y lo arrota a las piedras que lo fo r­
man. Asi la cara, la piel y la carne de esos h om bres se parecen a las
cenizas |...| F.sros m íseros pueblos tienen los ro stro s adustos, negros,
consum idos y carg ados de hollín, de ex ten u ació n , a causa de los co n ­
tinuos esfuerzos, del ham bre áspera, del escaso a lim e n to ..."

R o s tr o s e n n e g r e c id o s p o r la c o n s u n c ió n , q u e se h a n v u e lto o s c u ro s
c o m o el e x te r io r del c a ld e r o (el laveggio ), “ d e n t r o d el c u a l se c u e c e n
las c a r n e s ( . . . ) c o m o en el e x te r io r , t o c a d o a m e n u d o p o r la lla m a del
fu e g o , se vu elv e n e g ro , h o r r ib le y c a r g a d o de h o llín .
S in ie stra s m e ta m o rfo s is r e a liz a d a s p o r el h a m b r e s o b r e las c a r n e s y
so b r e la piel d e r e c a lc itr a n te s p e n ite n te s, d e trá s d e lo s cu a le s se p e rfi­
la la so m b ra d e la a u to d e s tr u c c ió n c a n ib a le s c a , e sb o z a d a en el m ito
o v id ia n o del tra n s g r e s o r del ta b ú v e g e tal: “ el q u e v io ló y c o r t ó el á r ­
bol de C e re s fu e g o lp e a d o p o r u n h a m b re tal q u e c o n s u m ió ro d as su s
fa c u lta d e s y d e sp u é s, fin a lm e n te , d e v o r ó su s p r o p ia s c a r n e s ” . " In prin­
cipio^ e n to d o c a s o , se t r a ta sie m p re d e u n a tra n s g r e sió n a la n o rm a
d iv in a : p a ra el c a n ó n ic o S e g n i, el a p o c a lip s is v e g e ta l, la r e b e lió n de la
n a tu ra le z a e n lo q u e c id a p o r v o lu n ta d d iv in a , y a h a b ía e m p e z a d o .

" Ibíd., pp. 19-20.


" Ibíd., p. 21.
w Ibíd.
MIbíd.
XIX. El. TRIUNFO DE LA POBREZA

E l 2 7 d e f e b r e r o d el a ñ o del S e ñ o r 1 5 8 1 , u n e x t r a ñ o y p o líc ro m o
c o r t e jo , s a lid o d el h o s p ita l d e la T r in id a d , c o n el p a p a G r e g o r io Xlll
fe liz m e n te r e in a n te , se m o v ió p o r la s c a lle s d e R o m a , b a jo la m ir a ­
d a so r p r e n d id a e in c ré d u la d e lo s r e s id e n te s , lo s fo r a s te r o s y lo s p e ­
r e g r in o s . D e s p le g á n d o s e le n ta m e n te a la luz d e la s a n t o r c h a s e n tre
c o r o s s a lm o d ia n te s y m ú sica d e d e sfile s, la in s ó lita p r o c e s ió n , “ e s­
p e c tá c u lo r e a lm e n te p ia d o s o , m a r a v illo s o y a c a s o n u n c a v i s t o " , se
a p r e s tó a s u b ir el C a m p id o g lio , e n sin g u la r “ t r iu n f o ” , a c o m p a ñ a d a
p o r “ in fin ita c a n tid a d d e g e n te , q u e h a b ía c o n c u r r id o n o s ó lo a n te
la m a r a v illa d el h e c h o , s in o a n t e la in d u lg e n c ia c o n c e d id a p o r n u e s ­
tr o S e ñ o r a to d o s lo s q u e se le u n ie r a n ” .

|...| precedía un estandarte ro|o, donde estaba pintada la santísima


Trinidad, acom pañ ado po r dos linternones; detrás m archaban mu­
chos prelados y señores, vestidos todos de saco ro jo co n bastones ro­
jos en la m ano, de acu erdo co n el uso de esa C on fraternidad |la
C on fraternidad de la Santísim a Trinidad de los C on valecientes y Pe­
regrinos). Después era llevado el santísim o C ru cifijo po r personas
vestidas tam bién de saco r o jo y descalzas, aco m pañ ad o por gran
cantidad de an torch as de cera blanca encendidas, por grandísima
can tidad de herm anos de la C om p añía vestidos de igual m odo y dis­
tintos co ro s que can tab an him nos y salm os en buena m úsica y can ­
co firm e. Term inado este grup o, seguía el de los pobres m endicantes,
co n arreglos y distinciones necesarias, y se veía cam in ar a los que es­
taban librem ente unidos; lo s cieg o s, g uiados, y los que estaban estro­
peados, arrastrados en carreta por los m ism os m endigos; seguían
cato rce carrozas cargadas de m uchos tan arruinados y enferm os que
no podían ser llevados de o tr o m odo. E sp ectáculo realm ente piado­
so , m aravilloso y aca so nunca visto de nada sem ejante. Finalm ente,
iban el cap istol, guardianes y o tro s oficiales de dicha confraternidad,

229
230 EL PAN SALVAJE

con infinita cantidad de gente (...) Eran los pobres mendicantes


ochocientos cincuenta, entre mujeres y varones, pequeños y grandes,
casi subiendo y bajando por el Campidoglio con mayor triunfo que
el de los antiguos romanos, y finalmente llegaron al deseado puerto
de San Sisro, donde fueron recibidos con gran piedad y caridad.1

El e x tr a o r d in a r io d e s file d e la G > r te d e lo s M ila g r o s r o m a n a re p re ­


s e n ta b a e n r e a lid a d s o la m e n t e u n a p e q u e ñ a p a r te d el h u id iz o e in a ­
s im ila b le m u n d o de lo s m e n d ic a n te s r e n u e n te s a la in t e g r a c ió n y a la
in t e r n a c ió n , ta l c o m o lo d e m u e s tr a la r á p id a d e c a d e n c ia de e s te h o s ­
p it a l, a p e s a r d e lo s in ú tile s in t e n t o s d e p o te n c ia r lo q u e h iz o S i x t o V:

por Roma |cn los años siguientes a la muerte de Sixto v) no se ve otra


cosa que pobres mendigos, y en tal cantidad que no se puede estar ni
caminar por las calles sin que el hombre sea rodeado continuamen­
te por ellos, con mala satisfacción del pueblo y de los mismos pobres
mendicantes, y en dicho hospital hay muy pocos y por la informa­
ción que poseo, entre pobres, ministros y sirvientes no se supera la
cantidad de ciento cincuenta personas, pero casi siempre son muchos
menos.2

La tra v e sía d e 1 5 8 1 t a m b ié n h a b ía sid o el e n s a y o g e n e ra l de un “ e s­


p e c tá c u lo ” q u e se fr a c t u r a b a d ia r ia m e n te en c a d a e sq u in a e n m il e s­
p e c tá c u lo s o fre c id o s p o r la m is e ria in g e n io sa : un g r a n d io so d e sfile
d o n d e la e n fe rm e d a d y la in fe lic id a d h a b ía n m o s tr a d o su g ra n p o te n ­
cia l te a tr a l, su e x tr a ñ a c a p a c id a d d e fa s c in a c ió n e je r c id a s o b r e lo s o jo s
de g e n te á v id a d e re p re s e n ta c io n e s del h o rro r. L a p o b re z a se v o lv ía
te a tr o de m a s a s , lis o n ja e s tre m e c e d o r a d e lo s s e n tid o s , e n c a n ta m ie n to
p e rv e rso de lo p ia d o so y lo re p e le n te . E l a s o m b r o d e lo s e sp e c ta d o re s
se re d o b la b a al v e r p u e s ta e n h ile r a , r e g im e n ta d a , d o m e s tic a d a , p o r lo
m e n o s a p a r e n te y m o m e n tá n e a m e n te , u n a p e q u e ñ a p a r te de las c o m ­
p a r s a s del c o lo s a l y c o t id ia n o e sp e c tá c u lo a l q u e n o e ra n e x tr a ñ a s la
“ v o lu n ta d d e p r a v a d a ” y la “ c e g u e ra d el in te le c to ” d e lo s v a g a b u n d o s,
a lo s q u e se a trib u ía n “ d e lito s e n o rm e s y e s c a n d a lo s o s , d e m o d o tal

1 Gamillo Fanucci, Trattato di tutte l'opere pie d el Taima cilla di Rom a, Ro­
ma, I.epido Faccij c Stefano Paolini, 1602, pp. 65-66.
* Ibíd., p. 67.
EL TR IU N FO D E LA PO BREZA 231

q u e el e je r c ic io d e la m e n d icid a d e n R o m a p o d ía se r lla m a d o escu ela


d e h u rto s , d e im p u re z a s , d e b la s fe m ia s , de d e se n fre n o s y de to d a su e r­
te de a b o m in a c io n e s ” .'
P e ro si el “ t e a tr o d e la b e n e f ic e n c ia r o m a n a ” 4 e ra el m á s a m p lio
d el g lo b o , si la “ r o m a n a p ie d a d y lo s se n o s fe c u n d o s d e la I g le s ia ” '
p a r e c ía n in a g o ta b le s , c a d a c iu d a d d el s ig lo X VII te n ía q u e d e fe n d e r ­
se de u n a “ m u ltitu d in m e n sa d e p le b e s ” / c u y o n ú m e ro se h a b ía
“ v u e lto ta n h o r r ib le q u e y a n o se p o d ía v iv ir ni e n la s c a lle s ni en las
ig le sia s ni en la s c a s a s , p o rq u e a d e m á s d e su c a r á c t e r in o p o r t u n o e s ­
t a b a n t a m b ié n la in s o le n c ia y la c o n f u s ió n ” . ' Y e s a s c iu d a d e s p e r te ­
n e c ía n a la “ p e q u e ñ a e d a d g la c ia l” / d e n sa d e c a t á s t r o f e s s o c ia le s
b a jo u n c ie lo lív id o , in c le m e n te y m a lig n o q u e , c o n el r ig o r d e su s te ­
m ib le s in v ie r n o s , r e d o b la b a el s u fr im ie n t o d e lo s p o b r e s e s q u e lé tic o s
y d e q u e m a d a p ie l e n n e g re c id a .
L o s h a r a p ie n to s

ya no se veían de a uno, sino que iban en enjambres, viejos misera­


bles que se caían de hambre; niños sin padre y sin madre, incapaces
de ganarse el pan de otro modo que haciendo bribonadas, a causa de
su edad y de la falta de orientación y de educación; mujeres de todo
ripo, pero particularmente de una raza de viudas deudoras, cuyos
maridos, echándose por desesperación una carabina sobre los hom­
bros, las habían dejado cargadas de hijos [...]; y finalmente una can­
tidad increíble de enfermos que se arrastraban como esqueletos que
expiraran en las calles públicas, ya convencidos claramente de que si
esperaban ser socorridos en sus casuchas y sobre la paja de sus pe­
rreras habrían muerto de ham breo de fiebre o a causa de las plagas,

1 1.a mendicitá proveduta, nella cittá di Rom a coll'ospizio publico, fondato


dalla pietá, e beneficenza di N ostro Signore Innocenzo xn P ontífice Massimo.
Con le risposte all'obiezioni contro simili fondazioni, Roma, nella stamperia di
Gio. Giacomo Komarek, 1693, p. 24.
1 Cario Bartolomeo Piazza, Euseuologio romano, overo delle opere pie di Ro­
ma, Roma, Domenico Antonio F.rcole, 1698 (2), p. IX.
’ Ibíd., p . XII.
" II m endicare abolito nella cittá di M ontalbano da un Pubblico Uffizio di Ca­
rita. Con la replica alie principah obiezioni che potrebbon farsi contro questo
Regolam ento, Florencia, Gio. Filippo Cccchi, 1693, p. 18.
’ Ibíd., p . 19.
" Fernand Braudel, Capitalismo e civiltá materiale, Turín, Einatidi, 1977, p. 47.
232 E L PAN SALVAJE

y entonces querían ver si el horror y la náusea les servían de reco­


mendación mejor que la caridad y la fe.
Y esto también era poco. Lo peor es que entre esta espantosa mul­
titud de verdaderos pobres, había otra más grande, y que provocaba
aún más temor, de pobres fingidos, de desocupados y de vagabun­
dos, que haciéndose un oficio de la bribonería, rodas sus manufac­
turas consistían en latrocinios, en deshonestidad, en blasfemias, en
impiedad y en toda clase de abominaciones."

“ O c i o ” , “ d e s a r r e g lo s ” , “ e s c a n d a lo s a in o p o r t u n id a d ” rig e n la vida
de lo s v a g a b u n d o s “ c a p a c e s d e c o m e t e r c u a lq u ie r d e lit o ” . 10 “ L le n o s
d e a s t u c ia y d e a r t if ic io s ” , “ v iv e n sin r e lig ió n y s in fe [ . . . ] e s t á n s ie m ­
p re en la s ig le sia s y n u n c a h a c e n a llí o r a c i ó n ( . . . ) d e s p r e c ia n lo s s a ­
c r a m e n t o s y c a s i n o c o n o c e n el d el m a t r im o n io , m e z c lá n d o s e lo s
u n o s c o n lo s o tr o s in d if e r e n t e m e n t e ...”
E llo s so n lo s p o b r e s “ fin g id o s ” y “ o c io s o s ” , p o b r e s “ lib e r t in o s ” , "
c o m o lo s d e fin ía c o n s o r p r e n d e n t e p e r fid ia e l a b a t e C a r io B a r to lo -
m e o P ia z z a , “ a m a n te s d e la lib e r t a d d e la h o lg a z a n e r ía [ . . . ] e x e n to s ,
c o n p r e te x to s fin g id o s y e n g a ñ o s o s , d e l fr e n o d e la s le y e s de lo s P r ín ­
c ip e s y d e la c r is t ia n a d is c ip lin a ; in s o p o r t a b le s e n t o n c e s p ú b lic a m e n ­
te , m o le s to s p a r a lo s in d iv id u o s , s o s p e c h o s o s p a r a el c o m e r c io ,
in o p o r tu n o s e n lo s te m p lo s y c o r r u p c ió n d e la s c iv ile s c o n v e r s a c io ­
n e s ” . 12 A e llo s , m alí p aitperes ,

las desfiguraciones del cuerpo, los miembros transtornados, las lla­


gas hechas fístulas, los remendados trapos, las contracciones de los
nervios, las equinosis aparentes, los extravíos, los temblores artifi­
ciosos, las estudiadas parálisis (...) les sirven de pingüe y diligente
patrimonio."

B ie n d is tin to s d e lo s p o b r e s a u t é n t ic o s , fideles et boni v e s tid o s c o n


la “ lib re a d e J e s u c r is t o ” , d e lo s “ p o b r e s d e la e s c u e la d e C r i s t o ” , 14

“ I b id ., pp. 19-20.
l.a mendicitii [¡roveduta, nella cittá di R om a..., o b . cit., p. 8 y pássim.
" Piazza, Euseuologio rom an o..., o b . cit., p. m.
11 I b í d . , p. IV.
" I b í d . , pp. I l l - i v .
" I b í d . , p. V.
EL TRIUNFO D E LA PO BREZA

“ la c e r a d o s , e n ju to s , d e sca rn a d o s, p á lid o s , m a c ile n t o s , c o n s u m i­


d o s " , " y de lo s c u a le s

la ceguera y los m iem bros m u tilados, y las ensangrentadas llagas y


los m olestos tum ores y el pan duro y escaso, y las laceradas ch aque­
tas, las vendas podridas, los viles harapos, los [ ...] g arfios, las mule­
tas son g lorio sos tro feo s de la ( ...) cristiana paciencia |...| médicos
de los ricos ( ...) ciru jan o s de los avaros ( ...) cau terios de la salud |...]
escaleras del paraíso (...| depositarios de las divinas m isericordias
|...|. ban cos de celestiales usuras |...] p orteros del C ielo [...| filóso­
fos del Evangelio [ ...] san gu ijuelas salu d ables.1'1

E l d e d o d el g r a n a c u s a d o r r o m a n o , id e ó lo g o d e la v ig o ro sa p o lític a de
b e n e fic e n c ia s o c ia l d e se a d a p o r In n o c e n z o x il, a p u n ta m á s a llá de las
m a s a s de h o lg a z a n e s en las c u a le s el “ p o b r e d e C r is t o ” se vu elv e ca d a
vez m á s r a r o , m ie n tr a s b a jo a q u e llo s h a r a p o s se a d iv in a n sie m p re m ás
n u m e ro s a s la s a la r m a n te s fig u r a s del v a g a b u n d o y d el c r im in a l. P o r ­
q u e , en r e a lid a d , va d irig id o c o n t r a to d o s q u ie n e s , h o m b r e s de o fic io s
in c ie rto s , a m e n u d o en el lím ite d e lo líc ito , n ó m a d a s y a m b u la n te s,
p e ro t a m b ié n s a ltim b a n q u is , t itir ite r o s , p r e stid ig ita d o re s y ju g la re s,
so n e c h a d o s in d is c r im in a d a m e n te a l c a ld e r o in fe rn a l d e lo s “ p o b r e s
v ic io s o s ” . 17
L a s o s p e c h a y la d e s c o n fia n z a , ju n t o a e llo s , g o lp e a n d u r a m e n te
t o d a la c u ltu r a p o p u la r , r e p r o b a d a y d e m o n iz a d a , c o m o sig n o de
u n a p o lític a c u ltu r a l de la Ig le s ia in m u t a b le d e sd e su s o ríg e n e s , c o n
la s m is m a s p a la b r a s d el im p la c a b le T e r tu lia n o a l c o n d e n a r a la “ r a ­
z a m al n a c id a ” , lo s “ p o b r e s fin g id o s ” d e su t ie m p o (d is tin to s d e lo s
“ m e n d ig o s v á lid o s ” ), “ m á r tire s m is e r a b le s d e S a t a n á s ” . 1* L a uagatio
e n s í m is m a e ra c o n s id e r a d a c o m o u n d e lito a ú n e n el s ig lo XVIil, y
n o s ó lo in crim inalibus , p e r o e x c lu s iv a m e n te p a r a el p o b r e , y n u n ca
p a r a el r ic o . A sí ta m b ié n , el o c io , ju z g a d o u n c r im e n p a r a el m is e r a ­
b le , n o lo e r a , p o r c ie r t o , p a r a el s e ñ o r . Parvi ju res suspenduntur,

" I b í d . , p . XI.
" I b íd ., p. V y pássim.
r I b íd ., p. iv.
234 E l. PAN SALVAJE

m agn i dim ittuntur... L a c r im in o lo g ía d e c la s e , c o m o se v e , n o e s una


in v e n c ió n d el c a p i ta lis m o a v a n z a d o .
L o s o f ic io s it in e r a n te s y m a ld ito s , lo s h o m b r e s “ v a g a b u n d o s ” ,
so n a le ja d o s (m ie n tr a s d e s p u n ta el fa n ta s m a n u n c a o lv id a d o d e la
“ fa m ilia d ia b o li” ) h a c ia la m a r g in a c ió n s o s p e c h o s a y n e fa s ta , h a c ia
la m a lv a d a “ p o b r e z a v i c io s a ” , r a m ific a d a , c o m o u n r e t o r c id o y lív i­
d o á r b o l d el m a l, e n " f a m i l i a s ” flu c t u a n t e s c o n t u m a c e s a la b e n e fi­
c e n c ia s o c ia l y a la in t e g r a c ió n , o la r e c lu s ió n fo r z a d a . L a a n tig u a
c o n d e n a e c le s iá s tic a c o n t r a lo s “ c ó m i c o s ” y la g e n te d e te a tr o v u e l­
ve a su rg ir, v e h e m e n te , e n p e r fe c t a c o h e r e n c ia c o n el p r o c e s o d e “ r a ­
c io n a liz a c ió n ” d e la lu c h a co n tra el vagabundeo y c o n tra un a
s o c ie d a d n e g a tiv a , e n o p o s ic ió n id e o ló g ic a a lo s m o d e lo s c u ltu ra le s
e lit is t a s , t u m o r d e in d if e r e n c ia r e lig io s a y d e d e s c r e im ie n to , e n c a r n a ­
d o en h a r a p ie n t o s “ lib e r t in o s ” d ifu s o re s d e t o d o c o n t a g io fís ic o y
m o r a l, a b y e c t o s y p e tu la n te s p o r t a d o r e s d e “ a t e ís m o ” , s im u la d o re s
d ia b ó lic o s d is p u e s to s a c a d a “ u n c ió n ” m o ra l y a c a d a “ v e n e n o ” es­
p ir itu a l.

astutos trotamundos, vagabundos holgazanes, mal nacidos bribones,


fastidiosos cantores errantes, artificiosos embusteros, engañosos char­
latanes, supersticiosos inventores de santidad, fraudulentos tram­
posos, vendedores de fábulas, traficantes de ficciones, hipócritas
poltrones y titiriteros picaros [...] a cuyas fortunas sirven de fondo la
malicia, la ficción, la astucia y el ateísmo: insolentes en las miserias,
audaces en sus harapos, fraudulentos en sus angustias, temerarios en
la desnudez, fastuosos en las desgracias, elocuentes en las abyecciones
y astutamente ingeniosos en sus interesados engaños.'”

En lo s u m b r a le s del s ig lo XVlll, la a n tig u a n o c ió n d e p o b r e z a p e rsis­


te c a s i sin c a m b io s , h a s ta c o n s tit u ir u n “ p r o f u n d o c o n d ic io n a m ie n ­
t o c u ltu r a l, q u e im p id e a lo s c o n t e m p o r á n e o s t o d o p e n s a m ie n to en
t é r m in o s p r o b le m á tic o s s o b r e lo s d a to s d e la in d ig e n c ia y to d o e s b o ­
z o in t e n c io n a l de a n á lis is d e lo s p r o c e s o s d e e m p o b r e c im ie n to ” .20
L o s v e r d a d e ro s p o b r e s c r is t ia n o s , lo s ú n ic o s c a p a c e s d e s e r d ig n o s de

” Ibíd.
( i . Severino Polica, "Stona clella povertá e storia dei ¡joven. A proposito d i
una imziatiua di Michel M ollat". en Studi M edievali, XVII (1 9 7 6 ), n. 1, p. 385.
E l. TR IU N F O D E LA PO BREZA 235

la “ c r is t ia n a e c o n o m í a ” y d e la c a r id a d a p o s t ó lic a , d e b ía n in te g r a r
un m o d e lo e s t e r e o tip a d o (el ú n ic o g r a t o a la I g le s ia ) d e p o b r e s h u ­
m ild e s , q u e se a r r a s t r a n , a q u ie s c e n t e s , “ c o n s u m id o s a d e n t r o p o r el
h a m b r e sin r u b o r a lg u n o ” ,21 v i e jo s , im p o te n te s , p e r s e g u id o s e n c a r n i­
z a d a m e n te p o r la d e s g r a c ia , m u tila d o s to r s o s h u m a n o s , c h a ta r r a de
to d a s la s g u e r r a s , c a r g a d o s d e h ijo s h a m b r ie n to s ,

maltratados por las ofensas de* la fortuna, yacentes con voces apaga­
das en la desnuda tierra, con el semblante afligido sobre los estercole­
ros, con las hundidas cavernas de los ojos extraviados, con las manos
tronchadas apenas capaces de súplica I...J con los troncos de los cuer­
pos habituados a las violencias, al hierro, al fuego, a las bombar­
das../a

P a ra lo s d ó c ile s , lo s m a n s o s , lo s in t e g r a d o s , e n tr e el fin a l d el s ig lo X V
y c o m ie n z o s d e l X V I, e n m u c h a s c iu d a d e s d e I ta lia se a b r ía n d e p a r
e n p a r la s p u e r ta s del h o s p ita l p ú b lic o ; h o s p ita l g e n e ra l e rig id o co n
la fin a lid a d d e “ d e s te r r a r p a r a s ie m p r e la m e n d ic id a d , y de so c o r r e r
e s p ir itu a l y t e m p o r a lm e n te c o n econom ía , c o n orden y co n m étodo
a to d o s lo s p o b r e s de u n a c iu d a d ” / '

Obras de piedad y de orden público, de socorro y de castigo, de ca­


ridad y de prevención, su aparente paradoja propone de hecho al his­
toriador el análisis profundizado de una contradicción: la de una
dedicación a los pobres que quiere realizarse justamente a través de
las estructuras sociales que han producido la pobreza.”

A s ilo s , r e f u g io s , p tocbotrop h ia , * g e r iá t r ic o s se a b r ía n c o n fa s tu o s a s
c e r e m o n ia s , c o n p o m p a s , c o n u n a s u c e s ió n d e a c tiv id a d e s e s p e c ta c u -

21 Euseuologio rom ano..., ob. cit., pp. xi-xn.


J- I b í d . , p . XII.
La mendicitá proveduta..., ob. cit., p. 1. El comienzo de esta obra fue re­
producido al pie de la letra por Andrea Guevarre, La mendicitá sbandita col sov-
venimento de' poveri..., Turín, Mairesse, 1717. También La mendicitá proveduta
nella cittá di Pisa..., Pisa, C. y E Bindi, 1714, sigue fielmente La mendicitá p ro­
veduta, nella cittá di Roma.
Stona della povertá e storia dei p overi..., ob. cit., p. 384.
* Ptocbotrophia: mantenimiento del pobre, ayuda (n. del t.).
236 E L PAN SALVAJE

la r e s ; e n tr e m is a s s o le m n e s , p r o c e s io n e s , m ú s ic a y b a n q u e te s : a n te s
de q u e lo s d e v o r a r a el h o s p ic io - p r is ió n , c a r it a tiv a m e n t e se o b s e q u ia ­
b a a lo s p o b r e s , p o r p r im e r a y ú ltim a v e z , la s d e lic ia s de lo s s e n tid o s
y la s b e a titu d e s d el e s p ír itu . S e r v id o s e n la m e sa p o r n o b le s m u je re s
y c a b a lle r o s ; la v a d a s y a s e a d a s d e su s “ in m u n d ic ia s ” las jó v e n e s ,
v e s tid a s d e n u e v o ; a n t e s d e l e n c ie r r o d e fin itiv o , a n t e s d e q u e s e h a ­
b itu a r a n a la c o m id a d el h o s p ic io (in fa lib le m e n te “ e s c a s a y a p r o p ia ­
da a su c o n d ic ió n ” 2'p a r a q u e lo s “ p o b r e s e n c e r r a d o s [ . . . ] n o se
a c o s t u m b r e n a l e x c e s o ” J,2* a c o m p a ñ a d o s lo s v a r o n e s p o b r e s “ p o r
un n iñ o c o n r o p a d e Á n g e l y c a d a m u je r p o r u n a V ir g e n c it a ” , d e s­
p u és d e c a n ta r s e u n s o le m n e te d e u m e m p e z a b a el ú ltim o a c t o , el
“ m á s b e llo d e e sta c e r e m o n ia , es d e cir, la c e n a p ú b lic a [ . . . ) e n la g ra n
p la z a , c o n u n a b u e n a c a n tid a d d e s o ld a d o s e n v ia d o s p o r S u E x c e le n ­
c ia a e ste e f e c t o ” .27

Se disponían dos mesas largas y anchas, una para ios varones y otra
para las mujeres, que formaban como un teatro. Las manteles y las
servilletas eran de los más finos que se puedan tener. En la cabecera
de las dos largas mesas había dos grandes aparadores, todos carga­
dos de platería, de jofainas y centros de mesa, y otros hermosísimos
vasos de plata. Las mesas fueron servidas tres veces en platos reales,
y cada una tenía veinticuatro platos para cada servicio. Todas las
Damas, con Su Excelencia Madama Deshays, se ocuparon de servir
a las hijas y a las pobres mujeres, así como todos los caballeros más
importantes, a los varones.
Mientras los pobres recibían esta caridad, se oían varios conciertos
de instrumentos musicales, de trompetas, h a u tb ois y otros, que avi­
varon cada vez más la fe que en dichos pobres gozaba Jesucristo.1*

“ Istruzioni, e rególe degli Ospizi Gctierali per li poveri da fondarst in tutti


gli Stati della S. R. Maestá del Re d i Sicilia... Di orditte della Medesitna Maestá,
Turín, G. Mairesse y G. Radix, 1717, p. 132.
J*Ibíd., p. 133.
r Stabilmiento d ell’Ospizio generale della carita nella cittá di Vercelli, Turín,
Radix y Mairesse, 1719, p. 13.
“ Ibíd., p. 14.
EL T R IU N FO D E LA PO BR EZA 237

La p o b r e z a u tiliz a d a c o m o m e c a n is m o te a tr a l tie n e en e s ta p la z a de
V e r c e lli ( 1 7 1 9 ) su a p o te o s is c o r e o g r á f ic a , su s u b lim a c ió n e s p e c ta c u ­
lar. M á s ta r d e ,

terminada la cena y rendidas las debidas gracias al Señor, cantaron


algunas laudes espirituales que habían aprendido en los días anterio­
res, y luego fueron conducidos de nuevo en procesión a su hospicio
donde, después de entrar a la iglesia y de recitar sus oraciones, cada
sexo fue llevado a su apartamento para que durmiera.1’

L u e g o d e lo s c a n t o s , la m ú s ic a , lo s r e z o s , el c e n t e lle a r d e la s p la ta s ,
la m a g n ific e n c ia d e lo s s e r v ic io s , c o m e n z a b a la la r g a n o c h e del sile n ­
c io y d el a y u n o . E n c e r r a d o s lo s v a g a b u n d o s , “ h o s p it a liz a d o s ” los
d e s g r a c ia d o s , r e tir a d a la p la t e r ía , la v a d o s lo s m a n te le s , a p a g a d a s las
lu c e s , r e c it a d o s lo s e x o r c is m o s lú s tr a le s , el g ra n d e s file se d e sh a c ía .
El e s p e c tá c u lo h a b ía t e r m in a d o ; la “ m e n d ic id a d h a b ía s id o d e s te rr a ­
d a ” ; lo s m o n s t r u o s , d e r r o ta d o s .

/.../ L o n g o ordin e victac


Post currum incedunt in n exae colla catenis
Innum erae pestes E reb i: q u aecu m q u e p rem eban t
Sub ¡uga P auperiem : vultus bin e sórdida, tardo
Scgnities trabitur passu, stm ilisque p aren ti
O tia progenies, sequitur q u a c m ulta p ro p ag o ,
Jurgid, querixae, quein sidiae, qu ean im i fu rores,
Et ven tris rapidi ingluvies. Indique, dolique,
Et jam detnisso pavitans a u dacia vultu /.../
Frausque ex o sa diem , scisso v elam m e, vultu
N uda patet scclerata su o : perjurio linguae
A tque latrocinio, hic tán dem nudo o r e patescunt.
Post currum in m ed io facies turpissim a, caecum
Velo intorta caput, prava ign oratio rem ití,
Insequitur, graditurque co m es teterrim a visu,
C ontem ptrix Superum , contem ptrix p érfid a legutn
¡m p ie ta s ...M
'

Ibíd.
“ Ibíd., en el apéndice, p. 22.
238 EL PAN SALVAJE

|Detrás del carro en una larga fila avanzan, vencidas,/ las innúmeras
pestes del Erebo, atadas del cuello con cadenas,/ todas las que
oprimían a los pobres con el yugo: aquí los sórdidos rostros,/ la
Pereza con lento paso, progenie del ocio similar/ a su genitor, y
siguen sus vástagos que son muchos/ las querellas y las riñas y las
envidias y las furias del ánimo/ y la glotonería y los juegos y los
engaños/ y la audacia ya con el rostro abatido.../ Y el fraude que
odia el día, con rasgada vestimenta/ la lengua perjura y los latrocin­
ios, aquí también/ con la cara desnuda sufren atrás del carro/ en
medio la cara horrible, la ciega cabeza envuelta en un velo,/ sigue la
Impiedad, despreciativa de los dioses, despreciando pérfida a las
leyes...]

S e g r e g a d o s lo s “ lib e r t in o s ” , e n c a d e n a d a s la s “ in n u m e r a e p e ste s E r e -
b i " , r e d u c id a s la s b o c a s d e lo s b r ib o n e s q u e v o m it a b a n o fe n s a s y
b la s fe m ia s al m o n ó to n o s ile n c io d e la ja c u la t o r ia d e v o ta m u rm u ra ­
da e n m e c á n ic a r e p e t ic ió n , la s o c ie d a d d e lo s ju s t o s y lo s b u e n o s , a
tra v é s d e la s v o c e s d e lo s e s tu d io s o s “ h u m a n io r u m lit te r a r u m ” , c e ­
le b r a b a c o n la in a u g u r a c ió n d e l H o s p ita l G e n e r a l (“ in so te n n i r e n a s-
ce n ti P t o c h o tr o p h ii in s t a u r a t io n e ” ) , ' 1 el a u s p ic ia d o r e t o r n o a l o rd e n ,
el “ fe s tu m n o v u m ” , el t r iu n fo d e la p o b r e z a o , m á s c o r r e c t a m e n t e ,
el t r iu n fo s o b r e la p o b r e z a : paupertatis trium phus.
ÍNDICE DE NOMBRES

Accolati, Girolamo: 136 Battarra, Giovanni: 49


Acosta, Cristúbai: 188 Bazzocchi, D.: 141
Alberto Magno: 167 Beatrice li d’Este, beata: 117
Alboino, Rey de los longobardos: Belisario: 25
53 Benedeto XIV, papa: 81
Aldrovandi, Ulisse: 4 7 , 188 Bentivogli, Giovanni, señor de
Amalfi, Gaetano: 187 Bolonia: 128
Anania, G. Lorenzo: 180 Benveniste, Emile: 110, 176
Andernaco, Joanncs Guinterius: 59 Benzoni, Gino: 218
Andreini, Giovan Battista: 74 Beolco, A., véase Ruzante
Anguillara, Lampridio: 33 Berengario: 55
Antonio di Gió: 85 Bergantini, Giampietro: 170
Anurino: 151 Bernardo: 223
A p etito, maese: 223 Berrettini, Pietro: 188
Arbizzoni, G.: 188 Bertoni, G .: 107
Arienti, Sabadini: 14 B ianchi, Tommasino de’: 7 7, 140
Ariosto, Ludovico: 118, 124 Bischi, D.: 188
Arlequín: 162 Bloch, Marc: 62
Arnaldo di Villanova: 181 Boaistuau, Pierre: 184
Astolfi, G. Felice: 60 Boccone, P.: 19
Ateneo: 217 Boemo, A.: 66
Aubano Boemo: 66 Bocrhaavc, Ermanno: 198
Auda, Domcnico: 3 0 , 33, 210 Boldo, B.: 10, 192
Bonardo, Giovanni M ana: 27, 179
Bacon: 9 Bonifacio, Baldassarrc: 37, 3 8, 139
Bajtín, M ijail: 48 Borgarucci, Prospero: 93
Barbieri, Gian Antonio: 171 Botero, Giovanni: 64, 65
Barigazzi: 55 Boyle, Richard: 19
Baruffaldi, G.: 118 Braudel, Femand: 231
Basilio, San: 25 Brunori, Gamillo: 53
Basini, Gian Luigi: 75, 112 Bumaldi, Giovanni Antonio, véase
Batraglia, Salvatore: 120 Montalbani, Ovidio

239
24U F.L PAN SALVAJE

Cabra, doctor: 151 Eliano: 50


Campanella, Tommaso: 12, 14, 20, Elíseo: 192
32 Eustochia: 119
Cainporesi, Piero: 102 Evonomo Filandro: 181
Canali, Giulio Cesare Luigi: 80, 84,
87, 93 Fabrc, Daniel: 74
Cardano, Girolamo: 19, 6 2 , 161 Fallopio, Gabriele: 12, 19
Carpí une, 143 Fantaguzzi, G.: 141
Cartcsio (Rene Descartes): 9 Fanucci, Camilo: 230
Casa nova, Giacomo: 76 Faral, Edmond: 223
Catón, M arco Porcio: 213 Farolfi, Bernardino: 129
Ccard, Jean: 184 Fauno, Lucio: 125
Citaredo, Vinccnzo: 89 Felici, C.: 188
Clavigcro, Francesco Savcrio: 65 Ferrante, Lucia: 75, 137
Codronchi, Battista: 182 Ferrari, Giovan Battista: 188
C.'omparetti, Domenico: 26 Ficino, Marsilio: 51, 149
Contratto, Hermano: 110 Filippa d a C alcara: 74
Cordo, Valerio: 93 Fincelio: 120
Cornaro, Alvise: 41 Fioravanti, Leonardo: 19, 93, 147,
Corrain, C : 175 199
Corriadoni de Trabacchi: 151 Flavio Biondo: 6 6 , 124
Crespi, Gioseppc Maria: 84 Fórmica, Francesco: 188
Croce, Giulio Cesare: 5 1 , 73, 84, Foucault, Michcl: 211
85, 89, 9 9 ,1 5 0 , 152 Frugoni, Francesco Fulvio: 74
Crollio, Osvaldo: 161 Fulco, Giorgio: 213
Crotnero, Martino: 110
Galeno: 91, 144, 192
Delatte, A.: 184 Garapon, R.: 103
Della Porta, Giambattista: 142, Garzoni, Tommaso: 4 6 , 137
192 G etto, Giulio: 31
Delumcau, Jean: 2 3 , 25, 109 Giacomo Cieco Veronese: 81
Di Ñola, A. M .: 11 Ginzburg, Cario: 79, 129, 203
Diácono, Paolo: 110 Goldoni, Cario: 198
Dobb, Maurice: 43 Goody, Jack: 81
Donzelli, Giuseppe: 2 0 5 , 208 G ram ignante, maese: 151
Duby, Georges: 77, 175 Grandi, Lazaro: 166
Duozo: 39 Grendi, Edoardo: 73
Durante, Castor: 188 Greuter: 188
G rifagito: 151
Fgineta, Paolo: 59 Grosius, Hennigus: 117
Eliade, Mircca: 65 Guenzi, Alberto: 189
í n d ic e d e n o m b r e s 241

Guevarre, Andrea: 235 Martino d’Arles: 101, 121


M arx, Karl: 178
Flamsun, Knut: 162 Massonio, Salvatorc: 188
Harris, Marvin: 62 Matthiolo, Pietro Andrea: 50, 157,
Helena: 180 160, 92
Heródoto: 46, 181 Me Neill, William H.: 34
Hipócrates: 144 Medea: 124
Hoffman, Friedrích: 201 Melloni, Giambattista: 83, 151, 86
Huxley, Aldous: 165 Melusina: 124
Menego: 39
Im p a z a to : 221 Menghi, Girolamo: 127, 182
Mengus, Hieronymus, véase
Jakobson, Román: 4 8 , 49, 187 Menghi, Girolamo
Juan Bautista, san: 179 Menochio, Giovan Stefano: 46,
198
Kaplan, Stcvcn L.: 79 Mercuri, S.: 21
Koenig, Emanuel: 188 Mercurio: 121, 180
Merula, Gaudenzio: 125
Lacroix, Jacques: 74 Messia, Pietro: 4 7
Landucci, L.: 17, 114, 141 Metge, B.: 102
Lavatcr, Loys: 117 Miehiele, Pietro: 48
Lszzerini, Lucia: 202 Mongitore: 119
Le Goff, Jacques: 18, 111 Montaigne, Michel: 61, 62
Lennio, Levino: 12, 185 Montalbani, Ovidio: 142, 177, 189
Leonc iv, papa: 49 Monti, Alessandro de: 136
Lessio, Leonardo: 59 M oreali, Giambattista: 59, 60, 130,
Letrosne, (¡uillaume-Franv'ois: 211 171
Levi, Fzio: 223 Morgana: 162
I.évy-Strauss, Claude: 13, 64, 67 M uratori, Ludovico Antonio: 112,
Livio, Tito: 213 117, 130
I.ullo, Raimondo: 183 Mustard, W.P.: 122
Mustoxidí, Andrea: 46
M ab: 162
Magalotti, I.oren/o: 187 Niccoli, Ottavia: 129
Magloria: 162 Nicolini, Fausto: 214
Manetti, Saverio: 143 Nonni, G.: 188
Mansi, M arcello: 88 Nottola: 74
Mantegazza, Paolo: 178
xManzoni, Alessandro: 139, 190 Olao Magno: 2 07
Maroni, Prospero Domenico: 122
Marszalkowicz, S.: 161 Paleotti, Gabricle: 221
242 EL PAN SALVAJE

Panfilo da Sanscverino, Francesco: Ripamonti: 214


123 Rosco, M .: 66
Paracelso, Filippo F.olo Teofrasto: Rossa del Vergato: 74
199, 240 Rosaccio, Giuseppe: 134, 22 0
Parini, Giuscppc: 79 Rousseau, jean-Jacqucs: 21
Paruta, Paolo: 218 Ruzante: 3 8, 3 9 ,4 5 , 190
Pastarino: 90, 91, 92
Vaupertas: 223 Samoggia, Luigi: 20 0
Pedacio, Dioscoride: 50 Sandonnini, T.: 107
Pedrino, G.: 106 Sanuto, M arin: 15
Perucci, F.: 4 7 Savastano, Francesco Eulalio: 174
Perer, Jean-Pierre: 112, 169 Savonarola, Giovanni Michele: 9,
Piazza, Cario Bartolomco: 88, 231 5 2 , 157
Piccolomini, Alessandro: 218 Scaramella Petri: 188
Pictorius, Georgius: 33 Schroder, Giovanni: 57, 93
Pietro Pignoro: 57 Segni, Giovan Battista: 2 3 , 8 5, 1 H
Pignocatri: 56 111
Pini, Teseo: 73 Selvático, Benedcrto: 204
Pisanclii, Baldassarrc: 219 Serpetro, Nicoló: 142
Písdtelli, Fnzo: 76 Sham ir. 203
Platina (Bartolomeo Sacchi): 2 1 7 Sigisberto: 110
Plinio el Viejo: 181 Sim ona d alla Sam bu ca: 74
Polato, Michclc: 42 Sirena, Francesco: 52
Polica: 234 Sixto V , papa: 230
Polidamna: 180 Solino: 48
Pomey, Fran<;ois: 47 Spaccini, Giovan Battista: 75, 107,
Poni, Cario: 79 108, 139
Porri, Alessio: 183 Spinelli: 129
Prevost, Jean (“Prevosio"): 145 Spinola, Orazio: 134
Procopio de Cesarea: 25, 51 Strozzi Cigogna: 127
Propp, Vladimir: 4 8 , 50 Swertius, Franciscus: 49
Psello, Michele: 124
Pupares, Remigio: 64 Tacconi, Gherardo: 137
Putti, V.: 55 Tagliatella: 136
Tañara, Vincenzo: 22 0
Quintiliano: 46 Tasso, Torquato: 5 3 , 175
Tassoni, Alessandro: 2 0 2
Rasis: 58 Taxil, Jean: 184
Refrigeri, G. B.: 176 Telémaco: 180
Reni, Guido: 188 Thomas, Keith: 38, 174
Reynal, abad: 64, 67 Thyracus, Petrus: 202
fNDICI- d e n o m b r e s 243

Tissor, S.A.: 18 Vignati, G. Antonio: 30


Tofalo zafo: 81, 82 Virgilio: 4 6 , 48
Torclli, familia: 120 Vives, Ludovico: 86
Trotula da Salcrno: 57 Vizani, Pompeo: 109, 110, 112,
Tucídidcs: 113 127, 139
Vucchrero, J . Jacobo: 52
Ulises: 18 0
Watt, Jan: 81
Vadibene: 151 Wolff, P.: 131
Valesio, F.: 191
Vallisnieri, Antonio: 197 Zacchia, Paolo: 168, 172-3
Venturi, Franco: 154 Zaffarino: 22 9
Venturini, A.: 56 Zampini, P.: 175
Vcttori, Francesco: 73 Zapata, G. Batista: 198
Vicini, P. H.: 107 Zorzi, Ludovico: 39, 41
ÍNDICE

I n t r o d u c c i ó n ................................. .............................................................................. 9

I. L a “ m is e r a b le e n fe r m e d a d ” .......................................................................... 23

II. E l p a n fu g itiv o ..................................................................................................... 37

III. C a n ib a lis m o s a g r a d o y p r o f a n o ............................................................ 45

IV. “ ...Y se v a n p o r el m u n d o t o m a n d o el m a l c a m in o ” .............. 69

V. “ S e p u d r ie r o n en su p r o p io e x c r e m e n t o ” ........................................... 79

V I. “ El m u n d o p a t a s a r r i b a ” ............................................................................ 99

V IL L a “ c a r e s t ía d e la v id a ” y lo s “ tie m p o s d e la s o s p e c h a ” ... 1 0 9

V III. E l t ie m p o de n o c h e ...................................................................................... 1 1 7

I X . B a t a lla s r itu a le s y fu r o r e s p o p u l a r e s ................................................. 1 3 3

X . “ M e d ic in a p a u p e r u m ” ................................................................................... 1 3 9

X I . “ E s tr e c h e z d e b o ls a ” ...................................................................................... 1 4 9

X I I . V é r tig o s c o l e c t i v o s ......................................................................................... 1 5 5

X I I I . S u e ñ o s h ip e r b ó l i c o s .................................................................................... 169

X IV . P a r a ís o s a r t i f i c i a l e s ...................................................................................... 1 7 7

X V . E l p a n d e a m a p o la s ...................................................................................... 1 8 9

X V I . La “ v o lu b le y v e r m ic u la r c o l o n i a ” ................................................... 1 9 5

245
246 E L PAN SALVAJE

X V I I . P ú tr id o s v e rm e s y s ó r d id o s c a r a c o le s ......................................... 2 1 1

X V I I I . U n a ciu d a d d e m o m i a s ........................................................................ 2 2 3

X I X . El tr iu n fo d e la p o b r e z a ......................................................................... 2 2 9

ín d ic e d e n o m b r e s .................................................................................................... 2 3 9
El libro E l p an salvaje,
de Piero Camporesi,
fue compuesto en caracteres Sabon en cuerpo lü
y corresponde a la primera edición en español,
que consta de una tirada de 1000 ejemplares.
Este ejemplar se terminó de imprimir y encuadernar
a partir del mes de julio de 1999 bajo norma Acervo,
en Fondo de Cultura Económica de Argentina, S.A.,
El Salvador 5665, Buenos Aires, Argentina.
E-mail: [email protected]

También podría gustarte