2009 Echeburúa. Abuso Sexual en La Infancia - Victimas y Gresores
2009 Echeburúa. Abuso Sexual en La Infancia - Victimas y Gresores
Cristina Guerricaechevarría
ABUSO S E X U A L
E N L A INFANCIA:
VÍCTIMAS Y AGRESORES
U N E N F O Q U E CLÍNICO
Ariel *
A todos m i s colaboradores, por su
generosidad y confianza, que m e incitan
c o n sus preguntas e inquietudes a a b r i r
nuevos horizontes.
ENRIQUE ECHEBURÚA
A Paz, E n r i q u e y t o d o s u e q u i p o de
trabajo. C o n ellos he a p r e n d i d o a c o m -
p a g i n a r el trabajo r i g u r o s o c o n la amis-
1 / edición: e n e r o de 2 0 0 0 tad y el afecto.
5." impresión: j u n i o d e 2 0 0 9
CRISTINA GUERRICAECHEVARRÍA
C 2 0 0 0 : E n r i q u e Echeburúa
C r i s t i n a Guerricaechevarría
© 2 0 0 0 : C e n t r o R e i n a Sofía
para el Estudio de la V i o l e n c i a
D e r e c h o s e x c l u s i v o s d e e d i c i ó n e n español
r e s e n a d o s para t o d o el m u n d o :
€> 2 0 0 0 y 2 0 0 9 : E d i t o r i a l A r i e l . S. A .
Avda. Diagonal, 662-664 - 08034 Barcelona
I S B N 978-84-344-7477-2
I m p r e s o e n España p o r B o o k P r i n t D i g i t a l
Botánica, 176-178
08901 L'Hospitaiet de Llobregat
(Barcelona)
E l p a p e l u t i l i z a d o p a r a la impresión de este l i b r o
es c i e n p o r c i e n l i b r e d e c l o r o
y e s t á c a l i ñ c a d o c o m o papel ecológico.
ANTONIO MACHADO
{Campos de Castilla. C X X )
ÍNDICE
Introducción 1
PRIMERA PARTE x í
ASPECTOS CLÍNICOS
."i'j'.
CAPÍTULO 1 . Concepto de abuso sexual 9
1. Definición 9
2. Falsas c r e e n c i a s 11
3. Prevalencia 11
4. T i p o s de a b u s o s 14
5. S i t u a c i o n e s de a l t o riesgo 16
6. Detección d e l a b u s o s e x u a l 18
CAPÍTULO 2. A s p e c t o s jurídicos y f o r e n s e s 21
1. E l a b u s o s e x u a l e n el C ó d i g o P e n a l 21
2. C o n f i d e n c i a l i d a d , secreto p r o f e s i o n a l d e l t e r a -
p e u t a , notificación d e l o s a c t o s d e l i c t i v o s y ac-
tuación a n t e l o s t r i b u n a l e s de j u s t i c i a 25
3. Evaluación de l a v a l i d e z d e l t e s t i m o n i o . . . . 27
3 . 1 . L i m i t a c i o n e s del t e s t i m o n i o de los m e -
n o r e s víctimas de a b u s o s e x u a l 28
X ÍNDICE ÍNDICE XI
6. Conclusiones 9 9
PRÓLOGO
M e r e s u l t a m u y g r a t o p r o l o g a r este l i b r o d e E n r i q u e
Echeburúa y C r i s t i n a Guerricaechevarría. T e n g o múltiples
r a z o n e s . Destacaré u n a s pocas.
E n r i q u e Echeburúa es u n o de l o s psicólogos clínicos es-
pañoles de m a y o r proyección n a c i o n a l e i n t e r n a c i o n a l . E s
u n o d e l o s científicos más a c r e d i t a d o s p a r a t o m a r el t e s t i g o
de m a n o s de l o s P i n i l l o s , Secadas o C a r p i n t e r o . Y n o sólo
d i g o l o q u e a n t e c e d e p o r el c o n o c i m i e n t o q u e t e n g o d e s u
o b r a , s i n o p o r m i e x p e r i e n c i a p e r s o n a l . Echeburúa h a o f i c i a -
d o c o n g r a n d i g n i d a d d e asesor d e l Centro Reina Sofía para el
estudio de la violencia, q u e m e h o n r o e n d i r i g i r . Sus consejos
h a n s i d o s i e m p r e s a b i o s y eficaces.
C r i s t i n a Guerricaechevarría m e p a r e c e u n a espléndida
psicóloga clínica, c u y a i m p r o n t a está m u y m a r c a d a e n este
l i b r o . E s e x p e r t a e n el t r a t a m i e n t o d e las a g r e s i o n e s sexuales
y d e l a v i o l e n c i a f a m i l i a r , los t e m a s de este t e x t o . E s , además,
p e r s o n a a g r a d e c i d a c o n sus m a e s t r o s — E n r i q u e l o e s — y
n a d a r e s u l t a más p l a c e n t e r o p a r a p e r s o n a s c o m o y o q u e
c o m p r o b a r que sigue habiendo investigadores respetuosos
c o n sus f o r m a d o r e s .
Respecto del l i b r o , m e conformaré c o n d e c i r q u e empieza
de v e r d a d d o n d e l a mayoría t e r m i n a n . H a y m u c h o s l i b r o s
q u e a b o r d a n el t e m a d e l a b u s o s e x u a l . Pocos l o h a c e n desde
l a p e r s p e c t i v a de s u t r a t a m i e n t o . H a y , e n d e f i n i t i v a , m u c h a
teoría y p o c a práctica. E s t o n o o c u r r e e n e l caso d e este tex-
t o . E s u n a o b r a e m i n e n t e m e n t e clínica, c o n p r o t o c o l o s d e
actuación c l a r o s p a r a t r a t a r t a n t o a las víctimas c o m o a l o s
XIV ABUSO SEXUAL E N LA INFANCIA: VlCTIMAS Y AGRESORES
a g r e s o r e s . Además, l a p e r s p e c t i v a d e l t r a t a m i e n t o i n d i v i d u a l
se ve c o m p l e m e n t a d a c o n a p r o x i m a c i o n e s d e t e r a p i a d e
grupo.
L o d i c h o n o s i g n i f i c a , e n m o d o a l g u n o , q u e l a base c o n -
c e p t u a l sea e n d e b l e . T o d o l o c o n t r a r i o , es b r e v e , p e r o sólida.
N o se p i e r d e e n l o s v e r i c u e t o s teóricos e n q u e h a n ft*acasado
m u c h o s y serios i n t e n t o s anteriores. Esboza c o n trazos sufi-
cientes l o s conceptos necesarios p a r a hacer las p r o p u e s t a s
d e t r a t a m i e n t o , y es aquí d o n d e — a d i f e r e n c i a d e m u c h a s
a p r o x i m a c i o n e s clínicas a n t e r i o r e s — se e x t i e n d e e n las r e c e -
tas, s i n d e j a r n a d a p a r a sí. INTRODUCCIÓN
C r e o , p u e s , q u e Echeburúa y Guerricaechevarría h a n h e -
c h o c o n este l i b r o u n a e x c e l e n t e y n e c e s a r i a contribución
práctica a l área d e l a b u s o s e x u a l . E s a es m i o p i n i ó n y es se- • E l a b u s o s e x u a l a m e n o r e s es u n p r o b l e m a u n i v e r s a l q u e
g u r o q u e v a a s e r l a d e ustedes c u a n d o h a y a n c o m p l e t a d o l a está p r e s e n t e , d e u n a u o t r a f o r m a , e n t o d a s las c u l t u r a s y so-
l e c t u r a d e esta o b r a . ciedades y q u e constituye u n c o m p l e j o fenómeno resultante
'., ''• - de u n a c o m b i n a c i ó n d e f a c t o r e s i n d i v i d u a l e s , f a m i l i a r e s y
•- '• JOSÉ SANMARTÍN s o c i a l e s . L o q u e i m p o r t a es q u e , e n c u a l q u i e r caso, s u p o n e
Director del Centro Reina Sofía u n a i n t e r f e r e n c i a e n e l d e s a r r o l l o e v o l u t i v o d e l niño y p u e d e
para el Estudio de la Violencia d e j a r u n a s secuelas q u e n o s i e m p r e r e m i t e n c o n el p a s o d e l
;^ ' • • ( , ' • • • • • ' . ' "í • " tiempo.
N o es fácil d e t e r m i n a r s i e l a b u s o s e x u a l h a c r e c i d o e n
n u e s t r a época, c o m o c o n s e c u e n c i a d e l a pérdida d e l a c o h e -
sión f a m i l i a r y c o m o p a r e c e r e f l e j a r l o e l interés c r e c i e n t e
q u e este a s u n t o s u s c i t a e n l o s m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n y e n
las r e u n i o n e s d e p r o f e s i o n a l e s . N o s f a l t a n e s t u d i o s c o m p a -
r a t i v o s p a r a p o d e r p r e c i s a r l o . L o q u e sí está c l a r o es q u e ,
más allá d e l m a y o r o m e n o r a u m e n t o e n relación c o n épocas
p a s a d a s , a c t u a l m e n t e se c o n o c e más, a l m a r g e n d e q u e s i g a n
e x i s t i e n d o cifras negras q u e n o e m e r g e n a l e x t e r i o r . D e h e -
c h o , se c u e n t a c o n u n a m a y o r s e n s i b i l i d a d s o c i a l s o b r e este
t e m a , l o s i n s t r u m e n t o s d e detección s o n más f i n o s y l o s sec-
t o r e s i m p l i c a d o s (víctimas, p a d r e s , e d u c a d o r e s , e t c . ) están
m u c h o más a l t a n t o d e este p r o b l e m a . E n último término, e l
interés d e s a r r o l l a d o e n l o s últimos años es m u e s t r a d e u n as-
p e c t o p o s i t i v o : l a protección c r e c i e n t e a l a i n f a n c i a , e l r e c h a -
zo s o c i a l explícito a l a vulneración d e l a i n t i m i d a d d e l o s n i -
ños, e l d e s a r r o l l o d e p r o g r a m a s d e intervención y e l énfasis
p u e s t o e n l a prevención.
L a s tasas d e p r e v a l e n c i a señaladas e n relación c o n e l a b u -
2 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCU: VÍCTIMAS Y AGRESORES INTRODUCCIÓN 3
SO s e x u a l e n l a i n f a n c i a , e n l o s e s t u d i o s r e t r o s p e c t i v o s d e l a L o s a b u s a d o r e s d e niños, a l m a r g e n d e las d e f i c i e n c i a s
población a d u l t a l l e v a d o s a c a b o e n España y e n E E . U U . , os- p e r s o n a l e s y sociales q u e p r e s e n t a n , s o n personas m u c h o
c i l a n e n t r e el 15 % y el 30 % d e l a m u e s t r a e s t u d i a d a . E s t a s más i n t e g r a d a s e n l a s o c i e d a d q u e los v i o l a d o r e s . D e h e c h o ,
c i f r a s se r e f i e r e n a u n c o n c e p t o m u y a m p l i o de a b u s o ( c u a l - n p son delincuentes habituales, son menos violentos, n o co-
q u i e r c o n d u c t a n o c o n s e n t i d a c o n u n a finalidad explícita- m e t e n o t r o s d e l i t o s y , salvo excepciones, n o t i e n e n u n a c a r r e -
m e n t e sexual: desde u n roce i n t e n c i o n a d o hasta u n a pene- r a d e l i c t i v a q u e les h a y a l l e v a d o a prisión. P o r ello, n o figuran
tración a n a l o v a g i n a l ) . S i n e m b a r g o , desde u n a p e r s p e c t i v a e n l o s r e g i s t r o s p o l i c i a l e s y escapan m u c h o más fácilmente a l
clínica, q u e es e l e n f o q u e p r e d o m i n a n t e e n este l i b r o , l o q u e c o n t r o l j u d i c i a l ( G a r r i d o , S t a n g e l a n d y R e d o n d o , 1999).
i n t e r e s a e s p e c i a l m e n t e es e l a b u s o s e x u a l percibido, es d e c i r , L a agresión s e x u a l — y a sea c o n v i o l e n c i a física, c o a c -
e l t i p o d e c o n d u c t a s sexuales i m p u e s t a s q u e g e n e r a n u n g r a - c i ó n o s i m p l e p r e v a l i m i e n t o m o r a l , c o m o e n el c a s o d e l
d o d e m a l e s t a r s i g n i f i c a t i v o e n el niño y q u e i n t e r f i e r e n ne- a b u s o s e x u a l e n l a i n f a n c i a — es v i v e n c i a d a p o r l a v í c t i m a
g a t i v a m e n t e e n s u d e s a r r o l l o psicológico u l t e r i o r . C o n este c o m o u n a t e n t a d o n o c o n t r a s u sexo, s i n o p r i n c i p a l m e n t e
e n f o q u e más r e s t r i c t i v o , p e r o d e m a y o r significación clínica, c o n t r a s u integridad física y psicológica. Por ello, el abuso
l a tasa de p r e v a l e n c i a se p u e d e s i t u a r e n t r e e l 4 % y e l 8 % d e s e x u a l n o es s i n o u n a f o r m a más de v i c t i m i z a c i ó n e n l a i n -
l a población i n f a n t i l , q u e es u n a c i f r a n a d a desdeñable ( S a n - f a n c i a . A l m a r g e n d e a l g u n a s a l t e r a c i o n e s específicas e n l a s
martín, 1999). r e s p u e s t a s s e x u a l e s , las secuelas d e este t r a u m a s o n m u y s i -
E l a b u s o s e x u a l n o es sólo u n p r o b l e m a d e niñas. A l p a r e - m i l a r e s a las generadas p o r o t r o t i p o de v i c t i m i z a c i o n e s
cer, l o s c h i c o s se avergüenzan más y s o n más r e a c i o s a reve- ( m a l t r a t o físico, a b a n d o n o e m o c i o n a l , e t c . ) , q u e , a d e m á s ,
l a r l o o c u r r i d o q u e las c h i c a s p o r q u e , a l ser l o s a g r e s o r e s p u e d e n d a r s e e n a l g u n o s casos simultáneamente. P o r e l l o ,
v a r o n e s , se p o n e e n cuestión más fácilmente s u i d e n t i d a d se- l o s e f e c t o s p s i c o l ó g i c o s p r o d u c i d o s e n el m e n o r están refe-
x u a l . E n c u a l q u i e r caso, l a m a n e r a e n q u e l o s niños r e s p o n - r i d o s , c o m o e n l o s d e m á s t r a u m a s , a l a situación d e d e s a m -
d e n a n t e l a v i c t i m i z a c i ó n d e p e n d e de s u v u l n e r a b i l i d a d y d e p a r o e n q u e se e n c u e n t r a el niño. L a s r e s p u e s t a s d e t o d o
las c a p a c i d a d e s específicas q u e p r e s e n t a n e n s u c i c l o e v o l u - t i p o ( s o c i a l e s , f a m i l i a r e s , e d u c a t i v a s , terapéuticas, e t c . ) a
t i v o ( F i n k e l h o r , 1999). este r e t o d e b e n ser s i m i l a r e s a l a s p l a n t e a d a s e n o t r a s clases
L a r e a l i d a d de las a g r e s i o n e s sexuales e n l a i n f a n c i a es de v i c t i m i z a c i o n e s .
m u y d i s t i n t a d e las ideas p r e c o n c e b i d a s q u e se t i e n e n a l res- L a a l a r m a s o c i a l g e n e r a d a p o r el a b u s o sexual e n España
p e c t o y q u e a l i m e n t a n e l t e m o r a las p e r s o n a s d e s c o n o c i d a s . e n los últimos años h a o b l i g a d o a establecer u n a r e f o r m a d e l
L a m a y o r p a r t e de l o s a b u s o s sexuales o c u r r e n e n el s e n o d e l Có d ig o Penal de 1995. D e este m o d o , c o n l a L e y Orgánica
h o g a r y a d q u i e r e n l a f o r m a , h a b i t u a l m e n t e , de t o c a m i e n t o s 11/1999. d e 30 d e a b r i l (BOE de 1 de m a y o ) , se h a m o d i f i c a d o
y sexo f o r z a d o p o r p a r t e d e l p a d r e , l o s h e r m a n o s o e l a b u e l o . el Título V I I I d e l L i b r o I I d e l Código Penal, r e f e r i d o a l o s d e l i -
Este hecho, p o r o t r a parte, al q u e d a r c i r c u n s c r i t o m u y fre- t o s c o n t r a l a l i b e r t a d sexual, sólo 4 años después d e s u a p r o -
c u e n t e m e n t e a l ámbito de la f a m i l i a , d i f i c u l t a la i n t e r v e n - bación. E n c o n c r e t o , p o r l o q u e se r e f i e r e a l a b u s o s e x u a l d e
ción psicológica, j u d i c i a l o d e l o s s e r v i c i o s sociales, según m e n o r e s , se h a e l e v a d o l a e d a d de 12 a 13 años p a r a p o d e r te-
los casos, e i m p i d e l a protección a d e c u a d a d e l m e n o r . D i c h o n e r u n a relación sexual c o n s e n t i d a ( a r t . 181.2) y se h a i n t r o -
e n o t r a s p a l a b r a s , l a consideración d e l a f a m i l i a c o m o u n r e - d u c i d o el d e l i t o de corrupción de m e n o r e s ( a r t s . 187-190).
c i n t o p r i v a d o , a l i m e n t a d a p o r l a ideología d e q u e l a m u j e r es E n b u e n a m e d i d a , el interés r e c i e n t e p o r el e s t u d i o d e l
p r o p i e d a d d e l m a r i d o y l o s h i j o s p a t r i m o n i o de l o s p a d r e s , a b u s o s e x u a l e n l o s niños p r o c e d e d e las o b s e r v a c i o n e s clíni-
es u n obstáculo añadido p a r a l a detección de c u a l q u i e r t i p o cas h e c h a s e n l o s adultos. P o r u n l a d o , h a y a d u l t o s q u e p r e -
de m a l t r a t o a l o s niños y p a r a l a adopci ó n d e las m e d i d a s c o - s e n t a n p r o b l e m a s d e relación i n t e r p e r s o n a l y d i f i c u l t a d e s d e
r r e c t o r a s n e c e s a r i a s (Sanmartín, 1999). • • expresión a f e c t i v a e n relación c o n el a b u s o s e x u a l e x p e r i -
PRIMERA PARTE
ASPECTOS CLÍNICOS
CAPÍTULO 1
1. Defínicíón
L a t a r e a d e e n c o n t r a r u n a definición a d e c u a d a de a b u s o
s e x u a l es c o m p l e j a , p e r o r e s u l t a t r a s c e n d e n t e . De d i c h a d e f i -
nición d e p e n d e n c u e s t i o n e s d e t a n t a i m p o r t a n c i a c o m o l a de-
tección d e casos y las e s t i m a c i o n e s estadísticas d e l p r o b l e m a ,
así c o m o l a objetivación de las necesidades de t r a t a m i e n t o
p a r a las víctimas y l o s agresores. N o o b s t a n t e , hasta el m o -
mento, existen grandes dificultades para unificar criterios en
relación c o n l a definición. Se d i s c r e p a t a n t o a l d e t e r m i n a r l a
e d a d límite d e l a g r e s o r o d e l a víctima c o m o a l señalar las
c o n d u c t a s q u e se i n c l u y e n e n el a c t o a b u s i v o o e n las estrate-
gias u t i l i z a d a s p a r a c o m e t e r l o . A s i m i s m o s u r g e n también i m -
p o r t a n t e s d i f e r e n c i a s e n t r e las d e f i n i c i o n e s e m p l e a d a s p o r los
p r o f e s i o n a l e s d e l a s a l u d y las d e f i n i c i o n e s legales, s i e n d o las
p r i m e r a s m u c h o más a m p l i a s y las segundas d e carácter más
r e s t r i c t i v o (Echeburúa y Guerricaechevarría, 1998).
E n l o q u e se r e f i e r e a l a edad, a l g u n o s especialistas e x i -
gen, para considerar la existencia de abuso sexual, que el
a g r e s o r sea m a y o r q u e e l m e n o r , c o n u n a d i f e r e n c i a de c i n c o
años c u a n d o éste t e n g a m e n o s de d o c e , y de d i e z años s i s u -
p e r a d i c h a e d a d ( F i n k e l h o r , 1979; L ó p e z , 1992). O t r o s , s i n
e m b a r g o , n o t i e n e n e n c u e n t a esta v a r i a b l e y a q u e e l l o p u e d e
s e r v i r p a r a e n m a s c a r a r , e n a l g u n o s casos, los a b u s o s sexua-
les e n t r e m e n o r e s . D e s d e esta p e r s p e c t i v a , se hace más h i n -
1o ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 11
Indicadores Indicadores
Indicadores físicos comportamentales en la esfera sexual
Respecto a los delitos c o n t r a la l i b e r t a d sexual en l a i n - u n a perspectiva legal, comete abuso sexual el que, s i n v i o l e n -
fancia, u n aspecto de interés es que el período de prescrip- cia n i intimidación, atenta c o n t r a la l i b e r t a d sexual de u n a
ción de los delitos (tabla 2.4) cuenta a p a r t i r de la mayoría de persona, sea ésta m a y o r o menor. Aunque en el nuevo Códi-
edad del m e n o r , n o a p a r t i r de la comisión del delito. H a y jó- go Penal se h a n a m p l i a d o las conductas punibles a l abuso de
venes que se percatan del alcance psicológico y m o r a l de las a u t o r i d a d y a l engaño, se dejan s i n recoger otras formas
agresiones o abusos sufridos en la i n f a n c i a cuando alcanzan de presión más sutiles a través de las cuales puede conse-
la mayoría de edad, p o r ejemplo, c u a n d o c o m i e n z a n a tener guirse el c o n s e n t i m i e n t o de la víctima y que, s i n embargo,
relaciones afeetivo-eróticas. Si decidiesen denunciarlos y es- pueden p r o d u c i r unas consecuencias psicológicas t a n nega-
tuviese vigente el período general de prescrípción de los d e l i - tivas c o m o cuando hay u n a coacción explícita ( C l i m e n t y
tos fijado e n el Código Penal de 1995, n o podrían hacerlo. Pastor, 1996; Echeburúa y Guerricaechevarría, 1998). Por
Con los ca mbi o s i n t r o d u c i d o s en la Ley Orgánica 11/1999, ello, la p o s i b i l i d a d de d e m o s t r a r a nivel práctico la existen-
de 30 de a b r i l {BOE de 1 de mayo) (art. 3.°), de la R e f o r m a cia de abusos sexuales a u n m e n o r — y , p o r tanto , de conde-
del Código Penal referidos a los delitos c o n t r a la l i b e r t a d se- n a r al a b u s a d o r — es m u y l i m i t a d a y suele quedar r e s t r i n g i d a
xual, ahora sí es posible hacerlo (art. 132.1). frecuentemente a aquellos casos en los que existen pruebas
E n cuanto a la vista oral, hasta ahora era precisa l a con- físicas del contacto sexual (heridas en los genitales o desga-
frontación entre el presunto agresor y la víctima de abuso se- rros, restos de semen, etc.).
xual. A p a r t i r de ahora, según la reforma de los artículos 448, E n resumen, enei^buse-sexual siempre hay u n a relación
707 y 713 de l a Ley de E n j u i c i a m i e n t o C r i m i n a l , plasmada en de poder entre agresor.y.YÍctimar~ya,s^ po r que aquél posea
la Ley Orgánica 14/1999, de 9 de j u n i o {BOE de 10 de j u n i o ) , liña c a p a c i d a d de seducción o u n a e l e y a d a posición^lDCÍal y
la confrontación puede hacerse p o r sistemas audiovisuales o l a b ^ o l l Ñ o se puede descartarTsm emBargO; la'éxistencia
p o r medio de u n b i o m b o . De este m o d o , los careos c o n meno- —eso sí, m u c h o menos frecuente— del proceso inverso. L a
res van a tener u n carácter excepcional: se van a practicar sólo infancia perversa ha quedado representada e n Lolita, de V l a -
cuando el juez o el t r i b u n a l los consideren imprescindibles y d i m i r Nabokov, llevada al cine en 1962 p o r Stanley K u b r i c k ,
no lesivos, previo i n f o r m e pericial, para su interés. Con esta en donde se m u e s t r a la degradación y el h u n d i m i e n t o m o r a l
r e f o r m a de carácter procesal se trata de a m o i t i g u a r las conse- de u n h o m b r e m a d u r o enamorado y m a n i p u l a d o p o r u n a
cuencias que sobre la propia víctima o sobre los testigos me- casi niña.
nores de edad puede tener el desarrollo del proceso.
Por último (pero n o menos i m p o r t a n t e ) , conviene señalar
que n o siempre hay u n a correspondencia directa entre el 2. Confídencialidad, secreto profesional d e l terapeuta,
concepto psicológico y el jurídico de este p r o b l e m a . Desde notifícación de los actos delictivos y actuación ante
los t r i b u n a l e s de j u s t i c i a
T A B L A 2.4. Prescripción de los delitos
Según el artículo 39 del Código Deontológico del Colegio
Plazo de
O f i c i a l de Psicólogos de Cataluña, «la información recogida
Penas prescripción p o r el psicólogo en el ejercicio de s u profesión está sometida
a los derechos y deberes del secreto profesional, del que úni-
Prisión d e 10 a 15 años 15 años
camente está exento p o r expreso c o n s e n t i m i e n t o del cliente
Prisión d e 5 a 10 años 10 años
o. p o r supuestos legales».
R e s t a n t e s d e l i t o s graves 5 años
D e l i t o s m e n o s graves 3 años Sin embargo, a veces puede haber u n c o n f l i c t o entre el se-
creto profesional y el deber de denunciar a la justicia la c o m i -
26 ABUSO SEXUAL E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 27
sión de u n hecho delictivo. E n el Código Penal (art. 199.2) l a requiere u n a descripción y valoración de los hechos) e i n c l u -
vulneración del secreto profesional es u n delito ( a s i m i s m o so i n t e r v e n i r en la vista o r a l c o m o testigo cualificado (pero
la Constitución Española a m p a r a el derecho a la i n t i m i d a d , n o c o m o perito) para i n f o r m a r exclusivamente de los hechos
art. 18.1), excepto en los casos del deber de d e n u n c i a de d e l i - conocidos en el transcurso de la asistencia terapéutica que
tos y en la declaración c o m o testigo o p e r i t o en u n p roc e d i- sean relevantes para el p r o c e d i m i e n t o j u d i c i a l . A su vez, los
m i e n t o j u d i c i a l . Pero, a l m i s m o t i e m p o , en el Código Penal psicólogos forenses o los psicólogos que, s i n serlo, intervie-
(art. 450) se considera delito cuando u n a persona n o pone e n nen c o m o peritos en u n caso no pueden realizar intervencio-
c o n o c i m i e n t o de la a u t o r i d a d la comisión de u n acto d e l i c t i - nes terapéuticas e n ese m i s m o caso.
vo actual o próximo.
Esta m i s m a aparente contradicción aparece reflejada en
la Ley de E n j u i c i a m i e n t o C r i m i n a l . Según el artículo 262, los 3. Evaluación de l a validez d e l testimonio
que p o r razón de su cargo o profesión tengan n o t i c i a de a l -
gún delito público están obligados a d e n u n c i a r l o i n m e d i a t a - E n la a c t u a l i d a d hay u n interés creciente p o r el enfoque
mente al M i n i s t e r i o Fiscal, al juez o a la policía. S i n embar- jurídico del abuso sexual a menores, especialmente p o r lo
go, según el artículo 263, los profesionales que tienen secre- que se refiere a la validación de las denuncias. Esta preocu-
t o profesional —abogados y c u r a s — quedan excluidos de pación actual obedece a dos circunstancias: p o r u n lado, la
dicha obligatoriedad. g r a v e d a d o e las consecuencias derivádás"de la existencia de
Este c o n f l i c t o debe resolverse acudiendo al c o n f l i c t o en- este t i p o de delitos, t a n t o desde l a perspectiva legal c o m o
tre deberes p r o p i o del estado de necesidad (art. 20.5): c o m o de la psicológica y social, y, p o r o t r o , el a u m e n t o de las ale-
n o r m a general, debe prevalecer el secreto profesional (dere- gaciones falsas en los últimos años, reflejo, a su vez, del cre-
cho a la i n t i m i d a d del c i ud a d a n o ) , pero sin llevarlo hasta las c i m i e n t o del número de denuncias (Torres, 1995).
últimas consecuencias cuando estén en peligro l a v i d a o los A pesar de que, en la gran mayoría de los casos, los niños
derechos fundamentales de otra persona. Sólo se debe t ra ns - no suelen m e n t i r cuando realizan u n a denuncia de abuso se-
gredir el secreto profesional en el caso de delitos graves y ac- xual^ na.debé descartarse la p o s i b i l i d a d d e q u e esto o c u r r a .
tuales o f u t u r o s (no pasados). Por ello, la obligatoriedad le- S ^ ^ e c h o , sólo el_7% de las declaraciones resultan ser falsas
gal de n o t i f i c a r los casos conocidos de menores en situacio- (fenómeno de simuTariQÜl^^n eVnbai'gü, este porcentaje au-
nes de desprotección es polémica y debe ser flexible, sobre m e n t a considerablemente (hasta u n 35%) cuando las alega-
tod o cuando hay razones para considerar que ello va en c o n - ciones se p r o d u c e n en el contexto de u n d i v o r c i o co nfl i cti vo ,
t r a de los intereses del m e n o r (véase Subijana, 1997). con problemas de custodias o de régimen de visitas (Raskin
Respecto a la actuación ante ios tribunales de j u s t i c i a , y Y u i l l e , 1989; Thoennes y Tjaden, 1990). E n estas c i r c u n s -
debe tenerse en cuenta que la intervención clínica c o n u n a tancias los niños pueden ser objeto de utilización y de enga-
víctima es i n c o m p a t i b l e c o n la actuación c o m o forense o pe- ño p o r parte de u n cónyuge para h e r i r a o t r o o, en los casos
rito en el ámbito j u d i c i a l . A diferencia de los psicólogos clíni- de separación, para conseguir la custodia o cambios en el ré-
cos, los psicólogos forenses n o están sujetos a l secreto p r o - g i m e n de visitas. De este m o d o , ciertas conductas de expre-
fesional. Según el Código Deontológico Médico (cap. X I I , sión de cariño, c o m o caricia&.abesns, pueden..ser^nialiñtep^
preladas y sacadas de contexto p o r las figuras más próximas
art. 43.2), el terapeuta que lleva a cabo actividades asisten-
al niño ( U r r a , 1995). E n otros casos, son los deseos de ven-
ciales n o puede realizar informes periciales de sus pacientes.
ganza o la obtención de beneficios p o r parte de la víctima
E n to do caso, bajo r e q u e r i m i e n t o j u d i c i a l — y previa a u t o r i -
(salida del hogar, t r a t o preferente, etc.) los motivos que pue-
zación p o r parte de la víctima—, el psicólogo clínico puede
den d a r pie a u n falso t e s t i m o n i o .
realizar u n informe técnico (pero n o u n informe pericial, q u e
28 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 29
eléctrica de la p i e l , etc. (Riquelme y Martínez Selva, 1999). clónales, conductuales o h'sicas— c o i n c i d e n c o n aquellos
E l p r o c e d i m i e n t o más u t i l i z a d o desde esta perspectiva ha síntomas comúnmente considerados c o m o efectos del a b u -
sido el polígrafo. S i n embargo, los detectores de m e n t i r a s n o so sexual (Cantón y Cortés, 1997; B e r l i n e r y Conté, 1993;
m i d e n la v e r d a d o m e n t i r a del sujeto, sino l a emoción. Por Echeburúa y Guerricaechevarría, 1998) (véase tabla 1.3).
ello, las personas, cuando dicen l a verdad, pueden emocio-
narse. A su vez, los mentirosos entrenados pueden n o refle- 3.2.2. El análisis de la veracidad de la declaración
j a r emoción cuando m i e n t e n . Por o t r a parte, la simple posi^
^ i l i d a d de ser h a l l a d o culpable siendo inocenjj&pueaeipíwo- Se t r a t a de u n método complejo que tiene c o m o objeti-
Gar.más ansiedád^titífe-,lá.xÍ,e ser haHarflííulpable siéndolo vo d i f e r e n c i a r entre testimonios verdaderos y falsos ( U n -
realmente. Este fenómeno es l o que se_b^ d g u j a m i ^ d o - ^ l deutsch, 1989). Este método se basa en la hipótesis de que
í.«mnNdiX)tel9»7en r'ecúei-do del personaje creado p o r Sha- las declaraciones que se efectúan referidas a hechos reales
kespeare que llegó a m a t a r a su m u j e r f r u t o de los celos a l i n - (vividos) son c u a l i t a t i v a m e n t e distintas de las que son f r u t o
terpretar Otelo el m i e d o de ella (precisamente a ser c u l p a d a de la fabulación o de la fantasía. Este análisis está basado en
siendo inocente) c o m o la prueba evidente de que era c u l p a - dos criterios (Alonso-Quecuty, 1999): el criterio de realidad,
ble de serie i n f i e l (Vila, 1996). que se basa en la c a n t i d a d de detalles periféricos ( h a b i t u a l -
A s i m i s m o , la mayoría de los supuestos signos de engaño, mente m a y o r en las declaraciones verdaderas), y el criterio
c o m o las m i r a d a s furtivas, el e n r o j e c i m i e n t o de l a cara, la de secuencia, que hace referencia a la presencia de m o d i f i c a -
d e m o r a e n la contestación, las dudas en las respuestas o el ciones en la parte no nuclear del relato ( h a b i t u a l m e n t e más
nerviosismo general (gesticulación excesiva, m o v i m i e n t o s frecuentes en los testimonios veraces). E n concreto, el análi-
sis incluye los siguientes pasos (Steller y K o e h n k e n , 1989;
de las m a n o s o piernas, etc.), r a r a vez acompañan a las m e n -
Steller y B o y c h u c k , 1992):
tiras premeditadas.
E n consecuencia, a c l u a l m e n t e se u t i l i z a n t r e s ^ i f o q u e s
para la evaluación de la vaKdéz d e H e s t i r a o n i Q i E c h e B u r u a , a) Revisión cuidadosa de la información relevante
GuerricaeehevwTÍa-rVeg'á-Osés. 1998): en p i i j n e r lugar, Ips
protocolos de entrevista y l a presencia de indicadores fisicos^^ E n p r i m e r lugar, el entrevistador debe realizar u n a revi-
psicológlcory 5CT:tíí27es^rriiaEarrena~eí af.;"t99ó; VSzquez sión exhaustiva de l a información disponible del caso p o r las
M e z q ü í t i y X a l l e , 19^'7;>érezy Borras, 1996); en segiin^áhi^ vías a las que tenga acceso. Si bien se ha planteado la conve-
~^¡A¥y^^análisis de la veracidad de la dec/aracídM^y^entei^ niencia de que el psicólogo que se entreviste con el m e n o r
, \u^r^^snmnec^^ desconozca p o r c o m p l e t o la información sobre el caso para
t o d o c o ñ niñes~peqtrenQS^ éftlqs que el tes'tim^ítcrTCTbai-es garantizar u n a m a y o r objetividad (Underwager, Wakefíeld,
Legrand y E r i k s o n , 1986; W h i t e , S t r o m , Santilly y H a l p i n ,
,-jnás límitadór^^^^"^
1986), esta estrategia puede conllevar u n a i m p o r t a n t e pérdi-
3.2.1. La entrevista y la observación de indicadores da de información. Por ello, la entrevista semiestructurada
significativos con el m e n o r debe estar diseñada para n o perder la objetivi-
d a d y obtener, a s u vez, la máxima información posible.
L a entrevista psicológica es, j u n t o c o n l a observación, el
m e d i o f u n d a m e n t a l de valoración de los abusos sexuales a b) Entrevista semiestructurada con el niño
menores. L a entrevista p e r m i t e detectar los indicadores sig-
nificativos relacionados c o n la existencia de abusos sexuales La narrativa libre parece ser u n método diagnóstico más
y d e t e r m i n a r si las respuestas e m i t i d a s p o r el niño — e m o - sensible que u n a entrevista estructurada, pero resulta menos
32 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 33
riguroso. Por tanto, el entrevistador debe oscilar entre pregun- mostrarse cercano a l niño, sentándose a su lado y adaptándose
tas abiertas que p e r m i t a n la expresión de la espontaneidad y a su léxico. N o se deben realizar juicios n i críticas sobre su
preguntas directas que aclaren algún dato importante. Las pre- c o m p o r t a m i e n t o o el de sus padres. Por último, y con el objeti-
guntas deben ser cortas, contener una sola idea y construirse vo de evitar que el m e n o r repita la información en posteriores
bien gramaticalmente. E n ocasiones, es importante ayudar al sesiones o ante diferentes profesionales, así como de facilitar el
niño a establecer la secuencia cronológica de los hechos me- análisis de la narración, las entrevistas pueden grabarse, siem-
diante sucesos significativos para él (aniversarios, fiestas, etc.), pre que las circunstancias hagan aconsejable esta medida.
así como facilitar el recuerdo de determinados detalles me-
diante técnicas mnemónicas (por ejemplo, preguntándole si el c) Análisis de contenido de la entrevista
sospechoso le recuerda a alguien que conoce). Resulta útil
también r e c u r r i r durante la entrevista a preguntas que ayuden U n a vez recogida la información, se realiza el análisis del
a poner a prueba la capacidad de sugestionabilidad del niño, c o n t e n i d o de la declaración t r a n s c r i t a , c o n el objetivo de de-
además de que nos p e r m i t a n obtener información adicional t e r m i n a r la c r e d i b i l i d a d del t e s t i m o n i o ( H o r o w i t z , 1991;
del caso (SteUer y Boychuck. 1992; Urra, 1995). R a s k i n y Y u i l l e , 1989; Y u i l l e , 1988). E n concreto, Steller
A s i m i s m o , l a entrevista debe avanzar desde aspectos más (1989, 1992) p r o p o n e cinco categorías principales, que agru-
neutrales hacia cuestiones más significativas e m o c i o n a l - p a n en t o t a l a diecinueve criterios individuales:
mente para el m e n o r . Se puede comenzar c o m e n t a n d o te-
mas neutros (amigos, aficiones, etc.) c o n el p r i m e r objetivo — Características generales: los criterios que c o m p o n e n
de establecer u n a alianza terapéutica c o n el niño. Se trata de esta categoría se refieren a la declaración t o m a d a en su tota-
crear u n c l i m a de calidez y confianza. Una vez que se h a c o n - l i d a d y están orientados a v a l o r a r t a n t o la consistencia lógi-
seguido u n a b u e n a relación c o n el m e n o r , es necesario cen- ca del relato —es decir, la coherencia global al integrar toda
trarse en p r o m o v e r u n a descripción completa y detallada de la infonnación p r o p o r c i o n a d a p o r el m e n o r — , c o m o la
l o sucedido. a b u n d a n c i a de detalles aportados.
Cuando el entrevistador ha d e f i n i d o su papel y resaltado — Contenidos específicos: esta categoría engloba aque-
la i m p o r t a n c i a de que el m e n o r diga la verdad, se debe f a c i l i - llos criterios referidos a la riqueza de los contenidos concre-
t a r la narración espontánea de los hechos y p r o f u n d i z a r des- tos. Por ello, se i n c l u y e n t a n t o la descripción p o r parte de la
pués en el suceso mediante preguntas directas y cerradas víctima de d e t e r m i n a d o s contenidos específicos —acciones
que c l a r i f i q u e n determinados aspectos del relato y p e r m i t a n y reacciones propias y del agresor, interacciones verbales
la obtención de detalles precisos. entre ambos, etc.— c o m o la o c u r r e n c i a de algún incidente
Por último, es i m p o r t a n t e c o n c l u i r l a entrevista de u n a inesperado d u r a n t e la experiencia abusiva.
m a n e r a positiva: se puede volver a hablar de temas neutros o — Peculiaridades del contenido: estos criterios evalúan la
positivos p a r a el m e n o r y se le debe reforzar a éste p o r el es- presencia de detalles o referencias que a u m e n t a n la concre-
fuerzo realizado en la rememorización de los hechos, a pe- ción y viveza del relato. Se valora en este caso la referencia a
sar de la d i f i c u l t a d y la ansiedad que le ha p o d i d o generar el detalles poco habituales, superfinos o que no son c o m p r e n -
relatar algunos aspectos de la experiencia vivida. Se t r a t a , e n sibles para la víctima (aunque sí para el entrevistador), así
último término, de generar confianza en el niño y de f a c i l i t a r c o m o la descripción del estado e m o c i o n a l p r o p i o o del agre-
las posibles intervenciones futuras (Soria y Hernández, sor o del interés p o r parte del agresor hacia conductas sexua-
1994; A r r u a b a r r e n a , 1995). les o íntimas de la víctima o de él m i s m o .
Desde u n a perspectiva formal, la entrevista debe realizarse — Contenidos referentes a la motivación: se i n c l u y e n c r i -
en u n entorno relajado y tranquilo. E l entrevistador puede terios que p e r m i t e n extraer información sobre la motivación
34 ABUSO SEXUAL E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES
T A B L A 2.5. Crirerios para el análisis del contenido de la declaración
( S t e l l e r . 1992, m o d i f i c a d o )
del niño p a r a hacer l a revelación y que p e r m i t e n i g u a l m e n t e
evaluar el grado de c r e d i b i l i d a d . E n concreto, están o r i e n t a - Criieríos Aciaraciones
cia del relato c o n el sentido común y las normas sociales y V. Elementos específicos del abuso sufrido
c o n otras declaraciones y pruebas disponibles. T o d o ello es 19. Detalles característicos del Aportación de elementos cuya presencia está
abuso. empíricamente demostrada en este tipo de
lo que se d e n o m i n a la comprobación de la validez del testimo-
delitos.
nio (tabla 2.6) y que se detalla a continuación.
36 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCU: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 37
m o d o , el profesional puede realizar u n a estimación sobre l a menores c o n los muñecos anatómicos (Boat y Everson,
veracidad d e l t e s t i m o n i o del m e n o r y catalogar la decla- 1994. N o hay que o l v i d a r que su nivel de c o n o c i m i e n t o s se-
ración c o m o «veraz», «probablemente veraz», «dudosa», xuales puede estar mediatizado p o r otros factores, c o m o ,
« p o c o veraz» o « n o veraz». i p o r ejemplo, la exposición del niño a estímulos sexuales (pe-
lículas, vídeos o conductas sexuales entre los padres).
3.2.3. Los muñecos anatómicos y los dibujos Por último, el uso de este t i p o de elementos debe q u e d a r
r e s t r i n g i d o a expertos que los empleen correctamente e i n -
Este t i p o de muñecos, j u n t o c o n l a entrevista, h a n sido terpreten la interacción de los niños c o n ellos en el sentido
las técnicas más u t i l i z a d a s en la investigación del abuso se- adecuado sin dejarse llevar p o r ideas preconcebidas sobre la
x u a l en los niños más pequeños. Estos muñecos se c a r a c t e r i - o c u r r e n c i a o n o del abuso (Alonso-Quecuty, 1994).
zan p o r presentar los órganos sexuales detallados anatómi-
camente, t a n t o los que representan a niños c o m o los que en-
c a m a n a adultos. 3.3. CONCLUSIONES
Este p r o c e d i m i e n t o , así c o m o la utilización de dibujos tie-
nen la ventaja de que pueden ser empleados c o n niños meno- L a valoración del t e s t i m o n i o en los menores víctimas de
res de 6 años, en los que la obtención de información resulta abusos sexuales, especialmente si éstos son de corta edad,
m u y difícil debido a sus l i m i t a d a s habilidades verbales (Boat constituye u n reto en la práctica clínica y forense. A pesar de
y Everson, 1994). Por tanto, en general, es considerado u n que n o son frecuentes las m e n t i r a s en los menores respecto a
b u e n m e d i o de comunicación con los menores, así c o m o la existencia de u n a experiencia de abuso sexual, no resulta
u n mecanismo idóneo para e s t i m u l a r el recuerdo de d e t e r m i - sencillo d i s c e r n i r entre el límite de la realidad y la fantasía o
nados acontecimientos ( G o o d m a n y A m a n , 1990). la fabulación de los hechos, sobre t o d o c u a n d o media u n a
E n ocasiones, puede ser útil emplearlo tras la declaración inducción externa. Por o t r o lado, los abusos sexuales a me-
c o n el o b j e t i v o de obtener detalles específicos del abuso. nores, a l ser efectuados p o r personas m u y próximas, pueden
Para f a m i l i a r i z a r a l niño c o n los muñecos se puede desarro- ser objeto de chantaje p o r parte del agresor para que el niño
l l a r u n proceso de etiquetado de las partes del cuerpo. N o es oculte o tergiverse l o sucedido. Si además n o hay signos y se-
conveniente p o n e r n o m b r e a los muñecos, sino dejar que sea ñales extemos del abuso, la declaración de la víctima se
el niño q u i e n lo haga. N o obstante, se le puede p r e g u n t a r si constituye frecuentemente en el único t e s t i m o n i o ( U r r a ,
u n muñeco c o n c r e t o le recuerda a alguien que conoce. Por 1995).
o t r o lado, se le debe p e r m i t i r que c a m b i e la i d e n t i d a d de los -ALmargen de las circunstancias situacionales señaladas y
muñecos a lo largo de su relato.
de la i n f l u e n c i a de los procesos psicológicos básicos — l o s n i -
E n c u a l q u i e r caso, los muñecos anatómicos deben ser "ftos se diferencian en sus habilidades cognitivas y l a m e m o -
empleados más para hacer h a b l a r a l niño que para que de- «a-bumana está sujeta a errores, u o l v i d o s — , la validez de la
muestre c o n ellos lo que le sucedió (Alonso-Quecuty, 1994). revelación depende de factores propios del m e n o r (edad,
Es decir, la u t i l i d a d de estos muñecos es i d e n t i f i c a r los cono- e q u i l i b r i a e m o c i o n a l , c o n o c i m i e n t o s sexuales, sugestionabi-
c i m i e n t o s anatómicos del m e n o r y recoger datos en los j u e - l i d a d , capacidad.de fabulacíóh^tc.),^ero especialmente de
gos espontáneos, así c o m o p e r m i t i r la expresión de los he- los p r o c e d i m i e n t o s de evaluación u t i l i z a d o s y del recurso a
chos en menores o deficientes c o n dificultades de expresión otras fuentes de información c o m p l e m e n t a r i a s (familiares,
verbal. profesores, pediatras, etc.). S i n embargo, debe tenerse en
S i n e m b a r g o , hay que ser cautelosos para d e d u c i r la exis- cuenta que, en general, los niños son t a n capaces c o m o los
tencia de abusos a p a r t i r de las conductas realizadas p o r los adultos en el recuerdo y relato de su declaración.
40 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES
1.1.2. Modelo traumatogénico creencia en el niño de n o saber cómo reaccionar ante las d i -
versas situaciones planteadas en la v i d a real y de tener p o c o
Por ello, F i n k e l h o r (1988) p r o p o n e , a m o d o de a l t e r n a t i - c o n t r o l sobre sí m i s m o y sobre c u a n t o le sucede. T o d o ello
va, el modelo traumatogénico, que es más específico y según crea en la víctima u n a sensación de desamparo y u n t e m o r
el c u a l las razones explicativas del i m p a c t o psicológico s o n de l o que le pueda suceder e n el f u t u r o , provocando a c t i t u -
las siguientes: sexualización traumática, pérdida de c o n f i a n - des pasivas, poco asertivas y de r e t r a i m i e n t o .
za, indefensión y estigmatización. Estas c u a t r o variables
c o n s t i t u y e n la causa p r i n c i p a l del t r a u m a al d i s t o r s i o n a r el
autoconcepto, la visión sobre el m u n d o y las capacidades 1.2. CONSECUENCIAS PSICOLÓGICAS
afectivas de l a víctima. Estos factores se relacionan, a su vez,
c o n el desarrollo p o r parte del niño de u n estilo de a f r o n t a - E n la g r a n mayoría de los casos, el abuso sexual c o n s t i t u -
m i e n t o inadecuado y c o n el s u r g i m i e n t o de p r o b l e m a s de ye u n a experiencia traumática que repercute negativamente
c o n d u c t a ( F i n k e l h o r , 1997; López, 1993; Cortés y Cantón, en el estado psicológico de las víctimas. Es más, si n o r e c i -
1997): b e n u n t r a t a m i e n t o psicológico adecuado, s u malestar suele
c o n t i n u a r i n c l u s o en la edad adulta (Jumper. 1995).
a) La sexualización traumática hace referencia a la inter- E l límite t e m p o r a l referido a los d e n o m i n a d o s efectos a
ferencia del abuso e n el desarrollo sexual n o r m a l d e l niño. corto plazo o iniciales se suele situar en los dos años siguien-
Éste aprende a usar determinadas conductas sexuales c o m o tes a l suceso. A p a r t i r de ese m o m e n t o , se h a b l a de efectos a
estrategia para obtener beneficios o m a n i p u l a r a los demás y largo plazo.
adquiere aprendizajes deformados de la i m p o r t a n c i a y signi-
ficado de determinadas conductas sexuales, así c o m o concep- 1.2.1. A corto plazo
ciones erróneas sobre l a sexualidad y l a m o r a l sexual. Asimis-
m o , tiene dificultades para establecer relaciones de i n t i m i d a d Solamente u n 20T30 % de las víctimas permanecen esta-
y para integrar las dimensiones afectivas y eróticas. t)les, e m o c i o n a l m e n t e después de la agresión ( F i n k e l h o r .
b) L a pérdida de confianza puede n o sólo centrarse en la f986; López, 1992). E n t r e e n ? y eT40 % sufren cuadros clí-
relación c o n el agresor, sino generalizarse a las relaciones íucos establecidos, y el resto experimenta síntomas de u n o u
c o n el resto de l a f a m i l i a ( p o r n o haber logrado l i b r a r a la víc- otro tipo.
t i m a de estas experiencias), e i n c l u s o ampliarse a otras per- * ^ Los diferentes estudios realizados c o n víctimas de abusos
sonas, especialmente e n el contexto de las relaciones inter- sexuales (López, 1992; Kendall-Tackett, W i l l i a m s y F i n k e l -
personales. hor, 1993) c o i n c i d e n , en su g r a n mayoría, a l a hora de seña-
c) L a estigmatización es sentida c o m o c u l p a , vergüenza, lar los p r i n c i p a l e s efectos i n m e d i a t o s . U n resumen de estos
pérdida de valor, etc. Esta serie de connotaciones negativas síntomas queda recogido en la tabla 3.2. E n ella se señalan
se i n c o r p o r a n a la a u t o i m a g e n del niño y ejercen u n a p r o - las secuelas más comunes, así c o m o el período evolutivo ( i n -
f u n d a i n f l u e n c i a e n s u autoestima. T o d o ello puede llevar a faríciá o adolescencia) e n qué apairécéñr'^" '
una identificación c o n otros niveles estigmatizados de l a so- E l alcance de las consecuencias va a depender del grado
c i e d a d (drogadicción, prostitución). Por o t r o lado, el m a n t e - del s e n t i m i e n t o de c u l p a y de l a victlniización d e l niño p o r
n i m i e n t o en secreto del abuso sexual puede reforzar la idea parte de los padres, así c o m o de las estrategias de afronta-
de ser diferente y, c o n ello, a u m e n t a r el s e n t i m i e n t o de estig- m i e n t o d e q u e disponga l a - v i c t i m a . E n general, las niñas
matización (Cortés y Cantón. 1997). tienden a presentar reacciones ansioso-depresivas; los n i -
d) E l sentimiento de indefensión se traduce en u n a ños, fracaso escolar y dificultades inespecíficas de socializa-
46 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 47
TABLA 3.2. Principales consecw^^fin^ n Qorto plazo del al;}Liso sexual q£Qte.lQmaconciencia del alcance de la relación incestuosa.
iños y
en niños y'dSolescentes (Echeburúa y G u e m c a e c h e v a m a . 1 9 9 8 ) N o son p o r ello infrecuentes en este período conductas gra-
ves^ c o m o huidas de casa, c o n s u m o abusivo de al co ho l y d r o -
Período evoluñ\-o
Tipos de efeclos Síntomas
gSs e inc lu s o intentos de sui ci di o . '
^ ^ ^ ^ *
Físicos Problemas de sueño (pesadillas). Infancia y adolescencia.
Cambios en los hábitos de comida. Infancia y adolescencia. 1.2.2. A largo plazo
Pérdida del control de esfínteres. Infancia.
Conductuales Consumo de drogas o alcohol. Adolescencia. Los efectos a largo plazo son, c o m p a r a t i v a m e n t e , menos
-—^ Huidas del hogar. Adolescencia. frecuentes y están más desdibujados que las secuelas i n i c i a -
Conductas autolesivas o suicidas. Adolescencia.
Infancia.
les (Lópezer al. 1995). S i n embargo, la victimización i n f a n -
Hiperactividad.
Bajo rendimiento académico. Infancia y adolescencia. t i l constituye u n factor de riesgo i m p o r t a n t e de desarrollo
psicopatológico en la edad adulta (Barsky, W o o l , B a m e t t y
Emocionales Miedo generalizado. Infancia.
Infancia y adolescencia.
Cleary, 1994). Según el estudio de Hermán et al. (1986) c o n
H o s t i l i d a d y agresividad.
Culpa y vergüenza. Infancia y adolescencia. 205 mujeres c o n h i s t o r i a de incesto, el 50 % de las víctimas
Depresión. ^ , Infancia y adolescencia. consideraban que el abuso había tenido u n efecto negativo
Ansiedad. • * Infancia y adolescencia.
Infancia y adolescencia. en su desarrollo y, de hecho, el 77.6 % m o s t r a b a n algún sín-
Baja autoestima y sentimientos de es-
tigmatización. t o m a clínico. Los problemas disociativos — y , en concreto, l a
Rechazo del propio cuerpo. Infancia y adolescencia. amnesia psicógena— son relativamente frecuentes, t a n t o
Desconfianza y rencor hacia los adultos. Infancia y adolescencia.
Trastorno de estrés postraumático. Infancia y adolescencia. más c u a nt o más pequeño es el niño en el i n i c i o del abuso
(Vázquez M e z q u i t a y Calle, I 9 9 7 ) . \ f o r ^ t a n t o , a l menos en
Conocimiento sexual precoz o inapro- Infancia y adolescencia.
Sexuales u n a g r a n parte de los casos, el m e r o paso del t i e m p o n o i m -
piado para su edad.
Masturbación compulsiva. Infancia y adolescencia. p l i c a la resolución del t r a u m a , sino el tránsito de u n t i p o de
Excesiva curiosidad sexual. Infancia y adolescencia. sintomatología a otra, en fuQción d e l m o m e n t o evolutivo eñ
Conductas exhibicionistas. Infancia.
Adolescencia.
que se realice la evaluación.
Problemas de identidad sexual.
Según el estudio de EchéÜurúa, C o r r a l , Z u b i z a r r e t a y Sa-
Sociales Déficit en habilidades sociales. Infancia.
Retraimiento social. Infancia y adolescencia. rasua (1997), que refleja la experiencia clínica de los autores
Conductas antisociales. Adolescencia, en u n p r o g r a m a específico para este t i p o de pacientes, las
víctimas adultas de abuso sexual en la i n f a n c i a presentan u n
ción. De este m o d o , los niños tienen m a y o r p r o b a b i l i d a d i l e p e r f i l psicopatológico s i m i l a r al de las víctimas n o recientes
exte ri o riza r problemas de c o m p o r t a m i e n t o , c o m o , p o r de violación en la vida adulta, s i n que haya diferencias en el
t r a s t o r n o de estrés postraumático crónico n i en el resto de
ejemplo, agresiones sexuales y conductas violentas en gene-
las variables psicopatológicas estudiadas (ansiedad, miedos,
r a l (Bonner, 1999).
depresión e inadaptación) (tabla 3.3). Por ello, el t r a t a m i e n -
Respecto a l a edad, los niños m u y pequeños {en la etapa
to clínico u t i l i z a d o en este estudio para u n o y o t r o t i p o de
preescolar), al c o n t a r c o n u n r e p e r t o r i o l i m i t a d o de recursos
víctimas ha sido el m i s m o .
psicológicos, pueden m o s t r a r estrategias de negación y diso-
ciación. E n los niños u n poco mayores (en la fase de escola- E n la tabla 3.4. se presenta u n resumen de los principales
rización) son más frecuentes los sentimientos de c u l p a y de efectos negativos e n la vida adulta de las personas que pade-
vergüenza ante el suceso. E l abuso sexual adquiere u n a espe- cieron abusos sexuales en la i n f a n c i a o en la adolescencia, si
cial gravedad en la adolescencia porque el padre puede i n - bien no todas presentan todos los síntomas citados.
tentar el coito, existe u n riesgcv-real-de embarazo y-lí^*dale&. L a información actualmente d i s p o n i b l e n o p e r m i t e seña-
48 ABUSO SEXUAL E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 49
T A B L A 3.3. Medias (y desviaciones típicas) del trastorno de estrés T A B L A 3.4. Principales secuelas psicológicas en víctimas adultas
postraumático y de las demás variables psicopatológicas en victimas de abuso sexual en la infancia
adultas de abuso sexual en la infancia y en victimas no recientes (Echeburúa y Guerricaechevarría. 1 9 9 8 )
de agresiones sexuales en la vida adulta
(Echeburúa cía/.. 1 9 9 7 ) Tipos de
secuelas Síntomas
Grupo A' Grupo B"
(N = 9) fN= ¡I) Físicas D o l o r e s crónicos generales.
H i p o c o n d r í a y t r a s t o r n o s d e somatización.
X DT X (DT) t
A l t e r a c i o n e s d e l sueño ( p e s a d i l l a s ) .
Problemas gastrointestinales.
Escala de gravedad de Desórdenes a l i m e n t i c i o s , e s p e c i a l m e n t e b u l i m i a .
síntomas d e l t r a s t o r -
n o d e estrés p o s t r a u - Conductuales Intentos de suicidio.
mático C o n s u m o de d r o g a s y/o a l c o h o l .
( R a n g o : 0-51) 33 (4,63) 32.18 (5.43) 0,35 ( N S ) T r a s t o r n o d i s o c i a i i v o d e i d e n t i d a d ( p e r s o n a l i d a d múl-
tiple).
Depresión ( B D I )
( R a n g o : 0-63) 23.38 (7.59) 20,45 (9.11) 0.90 ( N S ) Emocionales Depresión.
Ansiedad.
Ansiedad (STAI-E) Baja autoestima.
( R a n g o : 0-60) 44.55 (10.12) 46.75 (5.84) 0,60 ( N S ) Estrés íxjstraumático.
Trastornos de personalidad.
Miedos (MFS-III) Desconfianza y m i e d o de los h o m b r e s .
(Rango: 45-225) 125,88 (23,97) 123,54 (29,63) 0.19 ( N S ) D i f i c u l t a d p a r a expresar o r e c i b i r sentimientos de ter-
n u r a y de i n t i m i d a d .
Inadaptación g l o b a l
(escala de a d a p t a c i ó n ) Sexuales F o b i a s o a v e r s i o n e s sexuales.
( R a n g o : 1-6) 5,33 (0.86) 4.72 (1.01) 1.42 ( N S ) F a l t a d e satisfacción s e x u a l .
A l t e r a c i o n e s e n l a motivación s e x u a l .
• Grupo A: Víctimas de abuso sexual en la infancia. T r a s t o r n o s d e l a activación s e x u a l y d e l o r g a s m o .
Gnipo B-. Víctimas no recientes de violación en la edad adulta. C r e e n c i a d e ser v a l o r a d a p o r l o s demás únicamente
p o r el sexo.
l a r l a existencia de u n tínico síndrome específico ligado a la
Sociales P r o b l e m a s e n las r e l a c i o n e s i n t e r p e r s o n a l e s .
experiencia de abusos sexuales en la i n f a n c i a y adolescencia.
Aislamiento.
Los únicos fenómenos observados c o n m a y o r r e g u l a r i d a d
D i f i c u l t a d e s e n l a educación de l o s h i j o s .
son las alteraciones en la esfera sexual —inhibición erótica,
disfunciones sexuales y m e n o r capacidad de disfrute, espe-
c i a l m e n t e — , la depresión y el c o n j u n t o de síntomas caracte- pervigilante respecto a los hijos o, p o r el c o n t r a r i o , la adop-
rísticos del t r a s t o r n o de estrés postraumático, así c o m o u n ción de conductas de abuso o, cuando menos, de consenti-
c o n t r o l inadecuado de l a i r a (en el caso de los varones, volca- m i e n t o (Sepúlveda y Sepúlveda, 1999). S i n embargo, n i si-
da a l exterior e n f o r m a de violencia; en el de las mujeres, ca- quiera estos aspectos, que aparecen c o n relativa frecuencia,
nalizada en f o r m a de conductas autodestructivas). E n algu- constituyen u n fenómeno universal (Noguerol, 1997).
nas ocasiones, se ha detectado a más largo plazo (cuando las La m a y o r v u l n e r a b i l i d a d de u n a d u l t o víctima de abuso
víctimas se convierten en padres) u n a a c t i t u d obsesiva e h i - sexual e n l a i n f a n c i a a l t r a s t o r n o de estrés postraumático va
50 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 51
T A B L A 3.5. Factores de vulnerabilidad para el desarrollo de secuelas psi- en el impacto psicológico de la víctima ha sido djunciono:^
copatológicas en víctimas de abuso sexual infantil
í2?¿tlL°j^?„.feí??.%.' Híl^í2^3^£íi^^-£9Qiiliardisfunciona^
racterizado por la conflictividad y la falta de cohesión^ pue-
Factores de vulnerabilidad de aurnentar ja vinñeraFíTidad delniño a la continuidad del
aBúso y a las secuelas psicológicas derivadas del mismo
Tipo de abuso TCorféry t antón , 1 9 9 7 ) . .-.^^«^
— Abuso sexual frecuente y d u r a d e r o .
Por lo que respecta a \as carqcíerísticas del acto abusivo.
— E m p l e o de f u e r z a y d e a m e n a z a s .
— Penetración o r a l , a n a l o v a g i n a l . los resultados H e l a s investigaciones son concluyentes: la
pravedad" de las secuelas está en función de la frecuencia y
Agresor duración déla experiencis^ así como del empleo defustzjO- y dñ.
— Relación e s t r e c h a c o n e l a g r e s o r ( p a d r e , p r o f e s o r , etc.). amenazas o de la existencia de unaviolación propiamente di-
cEa1(penetración yagiixd^-dnaLab De este modo, c u a n - "
Reacción de la familia
— Ambiente familiar disfuncional.
to niás^a^ómco e intenso e,s,d. abuSttJOiayor es el desarrollo -4^
— Dudas sobre la existencia de los abusos p o r parte de personas s i g n i f i - de un sentimiento de indefensión y de vulnerabilidadj^jnás
cativas. probableTesültalá apáñ'cíón de síritorñas^ Respecto a la^ela-
— F a l t a d e a p o y o e m o c i o n a l t r a s l a revelación. ción'de la victima con el agresor, lo que importa no es tanto el
— R u p t u r a d e l a f a m i l i a t r a s l a revelación.
grado de parentesco entre ambos, s m o e l n i y e ^ ^
emocij^nal existente. De esta forma, a mayoTgrado de intP*
Red de apoyo social
— F a l t a d e a p o y o s o c i a l t r a s l a revelación. midad, mayor será el impacto psicgílógifp, que se puede
— Participación e n u n p r o c e s o j u d i c i a l . agravar si l a víctima n o recibe appyo de la familia o se ve
fífi'éré
obligada a laa ^a ^
bd d de oLnaagrr eels ohogar.
an c . b . S Por
abusos lado, p oco.,^
o t r o sexuales r lo ^J^^
say, 1986; R o w a n , Foy, Rodríguez y Ryan, 1994); e n otros, adol^scj^níes re.SHltan,..en.general. men^s^xi:aumaü.(,««-
p o r el c o n t r a r i o , es precisamente l a i n g e n u i d a d y l a falta de tes p a r a las víctimas qiie los efectuados p o r adultos (véanse
e n t e n d i m i e n t o f r u t o de su corta edad l o que protege a l niño ¿oi-tés y Cantón, 1997).
pequeño y favorece que el i m p a c t o sea m e n o r (véanse B e n d i - Por líltimo, n o se puede soslayar la i m p o r t a n c i a de las
xen, M u u s y Schei, 1994; M u r p h y , K i l p a t r i c k , A m i c k - M c - consecuencias derivadas de la revelación del abuso en el t i p o e
MuUan, V e r o n e n , F a d u h o v i c h , Best, Villeponteauz y Saun- intensidad de los síntomas experimentados. E l apoyo paren-
ders. 1988). U n a m a y o r edad, a su vez, a u m e n t a l a p r o b a b i l i - tai — d a r crédito al t e s t i m o n i o del m e n o r y protegerlo—, es-
dad de que se lleve a cabo la penetración y de que se emplee pecialmente de la m a d r e , es u n elemento clave para que las
la violencia física, ya que existe u n a m a y o r capacidad de re- víctimas m a n t e n g a n o recuperen su n i v e l de adaptación ge-
sistencia en la víctima. Por t o d o ello, n o es fácil resolver esta neral después de la revelación ( D u b o w i t z , Black, H a r r i n g t o n
cuestión s i n po ne r e n relación la edad del niño c o n otras va- y Verschoore, 1993; Spaccarelli y K i m , 1995). Pero n o siem-
riables relevantes, c o m o l a i d e n t i d a d del agresor o l a c r o n i c i - pre o c u r r e así. E n general, los niños más pequeños son creí-
d a d e i n t e n s i d a d del abuso. dos más fácilmente y c u entan, p o r ello, c o n m a y o r grado de
Por o t r a parte, respecto a l 5exo de l a víctirpa, los estudios apoyo. Probablemente l3_sensaci¿n^4e..fieíicreídQ§_es u n o
realizados hasta el m o m e n t o n o h a n p e r m i t i d o t a m p o c o lle- d e b s mejoresme^ianisutus para'pr&d€cij:ia£yQlución a la
gar a u n a conclusión d e f i n i t i v a acerca de si los niños y las n i - noiTiTítlídaÜ"de'Tos niños víctimas de abuso-sextraj?^—'
ñas se dif erenci a n en la gravedad o en el t i p o de s i n t o m a t o l o - PoTeícontf^To;UTKHñStfeCuada r e s p u e s t a t e í n t o r n o a
gía experimentada. L o q u e sí ha m o s t r a d o tener i m p o r t a n c i a la revelación del m e n o r , en.ftmción d e l injpacto provocado
54 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS ^ 55
poi^el d e s c u b r i m i e n t o del abuso, ensombrece el proceso-4e^ fuentes (víctima, padres, hermanos, profesores, médicos,
^u^eración.^ L a evolución psicológica negativa de la vícti- asistentes sociales, etc.) y en diversos ambientes (hogar y es-
n l í q u e afecta especialmente a la autoestima, va a depender cuela fundamentalmente), así c o m o u t i l i z a r distintos méto-
de diversas variables: las dudas suscitadas p o r el t e s t i m o n i o ; , dos de evaluación (entrevistas, cuestionarios, observación d i -
la significación afectiva de las personas incrédulas, y la f a l t a , recta e informes de otros profesionales) (O'Donohue y Elliot,
de apoyo e n i o c i o n a l y social. E n ocasiones, l a respuesta de 1991). E l objetivo i n m e d i a t o de la evaluación es garantizar l a
los padres ante l a revelación puede ser más intensa que l a del seguridad de la víctima y protegerla de u n nuevo abuso, de
p r o p i o niño, sobre t o d o e n los casos en que la m a d r e se per- otra f o r m a de m a l t r a t o o de las posibles amenazas p o r haber
cata del abuso sexual a su h i j o protagonizado p o r su p r o p i a revelado lo o c u r r i d o (Cantón y Cortés, 1997; Mas, 1995).
pareja. Los sentimientos de vergüenza y culpa, de cólera y
La entrevista psicológica es, j u n t o c o n la observación, el
pena, de m i e d o y ansiedad pueden afectar a los padres de t a l
m e d i o f u n d a m e n t a l de valoración de los abusos sexuales a
m a n e r a que se m u e s t r a n incapaces de proteger a l niño ade-
menores ( A r r u a b a r r e n a y De Paúl, 1996). De f o r m a general,
cuadamente y, en los casos más graves, pueden llegar i n c l u -
se puede d i s t i n g u i r entre las entrevistas orientadas a la i n -
so a c u l p a r l o de lo sucedido.
vestigación del delito sobre el m e n o r y las d i r i g i d a s a l a inter-
N o deja de ser significativa la influencia de situaciones de vención sobre el niño v i c t i m i z a d o . Las p r i m e r a s se c e n t r a n
estrés adicionales, c o m o consecuencia de la revelación del en la obtención de información detallada y precisa de lo ocu-
abuso, sobre la estabilidad emocional de la víctima. E n con- r r i d o , así c o m o en la evaluación de la c r e d i b i l i d a d del testi-
creto, l a posible r u p t u r a (legal o de hecho) de l a pareja, la sali- m o n i o del m e n o r (descrita en el cap. 2 de este l i b r o ) , m i e n -
da del agresor o de la víctima del hogar (única vía a veces para tras que las segundas pretenden detectar la i n f l u e n c i a del
garantizar su seguridad, pero que supone u n coste emocional abuso sobre el desarrollo psicosocial del niño para, poste-
y de adaptación i m p o r t a n t e ) y la implicación en u n proceso riormente, generar u n p l a n de intervención (Soria y Hernán-
j u d i c i a l ( c o n las posibles consecuencias penales para el a b u - dez, 1994).
sador) son ejemplos de estas situaciones. Respecto a l último „
L a utilización de los cuestionarios, j u n t o c o n la entrevis-
p u n t o señalado, los j u i c i o s largos, las testificaciones reitera-
ta al niño y a los padres, c o n la información p r o p o r c i o n a d a
das y los testimonios puestos en entredicho suponen u n a vic-^
p o r otras fuentes y c o n la h i s t o r i a clínica evolutiva p o s i b i l i -
timización secundaria y ofrecen u n peor.pronóstico.
t a n u n a exploración clínica integrada.
Por el c o n t r a r i o , unabuena-adaptadóruescplar-Cen-el ám-
académico, social.Q d e p o r t i v o ) y unas relaciones ade-
cuadas c o n el padre en la i n f a n c i a o c o n los chicos en la ado- 2.1. EVALUACIÓN DEL ABUSO SEXUAL, DE SU CONTEXTO
Jescencia, así c o m o e l a p o y o de u n a s amigas íntimas y de Y DEL IMPACTO FAMILIAR
Vuja_gareja, apropÍ2ida (incjusp-de-un~t]:abajo_gratificante),
tienen u n efecto posUivo sobre la autoe&timayrDíifííbug^ a E l contexto del acto abusivo n o se refiere solamente a las
a m o r t i g u a r él i m p a c t o de la victimizacién^l constituirse en _ características del suceso o a las circunstancias concretas
factores de protección., del m i s m o , sino también a l ambiente de l a f a m i l i a y de la co-
m u n i d a d a n t e r i o r a i abuso y que pudo haber c o n t r i b u i d o a
que éste tuviera l u g a r o ser responsable directo de los p r o -
2. Evaluación d e l abuso s e x u a l e n l a i n f a n c i a blemas que presenta fel niño, así como a las reacciones del
e n t o r n o ante la revelación.
L a evaluación del abuso sexual i n f a n t i l supone u n a tarea Por l o que se refiere a las características del acto abusivo,
compleja y a que requiere obtener información de múltiples el clínico debe v a l o r a r t a n t o la frecuencia, duración y c r o n i -
T
T A B L A 3.6. Características del abuso sexual (J): T A B L A 3.7. Características del abuso sexual (y 2):
circunstancias generales personas implicadas y tipo de conductas
Portal
Calle Tipo de conductas abusivas Exhibicionismo
Parque «Voyeurismo»
Coche Tocamientos
Otros Masturbación
Penetración o r a l
Penetración a n a l
E s p e c i f i c a r cuándo y c ó m o tenían Penetración v a g i n a l
Situación l u g a r los abusos Otras
c i d a d de los sucesos c o m o los lugares y circunstancias en excepcionales, a p a r t i r del relato del p r o p i o abusador (tabla
que éstos tienen o tenían lugar (tabla 3.6). Por o t r o lado, se 3.7). Las dos tablas señaladas en este párrafo están presenta-
deben conocer a las personas i m p l i c a d a s en el abuso, la rela- das e n u n f o r m a t o de entrevista estructurada.
ción de la víctima c o n ellas, las estrategias utilizadas p o r el La información sobre el contexto familiar se puede obtener
agresor (amenazas, promesas, regalos, etc.), así c o m o las mediante u n a entrevista c o n el niño y c o n sus padres y herma-
conductas abusivas llevadas a cabo (tocamientos, m a s t u r b a - nos. E n algunas ocasiones también puede recurrirse a otros
ción, penetración, etc.). Estos datos solamente pueden l o - profesionales que dispongan de información sobre el caso
grarse a través de la víctima m e d i a n t e entrevistas, dibujos o (asistentes sociales, pediatras, profesores, policías). Se trata
juegos, p o r ejemplo c o n muñecos anatómicos, o, en casos de valorar la situación f a m i l i a r a n t e r i o r al abuso (relaciones
58 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 59
c Eo V
Se trata u n a u t o i n f o r m e de 66 ítems {48 negativos y 18 po-
J3 3
2 2 S c_ -a sitivos) orientado a evaluar la depresión en niños de 9 a 16
a a n S 2
2w años. Presenta la característica de estar subdividida en seis
n ca o. " ía . subescalas que m i d e n diferentes aspectos de la depresión: res-
co m ™ 3
3 !• J ai
puestas afectivas (sentimientos y estados de h u m o r ) ; proble-
o o 51 mas sociales ( d i f i c u l t a d en las interacciones, aislamiento y so-
(J <J
ledad); autoestima (conceptos, actitudes y sentimientos hacia
u n o m i s m o ) ; preocupación por la muerte/salud (pensamientos
de muerte y enfermedad); sentimientos de culpa (culpabilidad
y autoinculpación); otros síntomas depresivos (es decir, otras
características de la depresión sin d e n o m i n a d o r común); áni-
mo y alegría (diversión y felicidad), y otros aspectos positivos
s S (es decir, otras características adaptativas).
21 a!
Además, tiene u n a versión a d u l t a paralela, la CDS-A, que
i2 3
p r o p o r c i o n a información sobre la depresión del niño obte-
nida sistemáticamente a través del profesor o de los padres.
Presenta u n a consistencia i n t e r n a satisfactoria, así c o m o
una homogeneidad entre sus escalas positivas y depresivas.
-o DA La CDS tiene u n coeficiente de fiabilidad alto (0,85-0,94)
A
y u n b u e n coeficiente de validez concurrente (0,84) c o n o t r a
•9 -2 escalas de depresión (en concreto, c o n el CDI de Kovacs y
j= - x¡ Beck). La adaptación española de este a u t o i n f o r m e está p u -
o blicada p o r Ediciones T E A .
(O "3
E E •a — Test Autoevaluativo Multifactorial de Adaptación infantil
A
(TAMAI) (Hernández, 1983)
s s
I B •s
I s
Tiene c o m o objetivo la evaluación de la inadaptación
2| I personal, social, escolar y f a m i l i a r , así c o m o también de las
ce CP < s
*i o o s actitudes educadoras de los padres. Ofrece la novedad de
« O « uS 0 c
a i> V u u
d i s t i n g u i r , en cada u n o de los aspectos clásicos de la inadap-
-5 o S o s 1 a.
tación, unos subfactores (infravaloración, regresión, falta de
o2e2 2
^ U a.-J o. disciplina, c o n f l i c t o c o n las normas, desconfianza social,
etcétera) que se asocian entre sí f o r m a n d o conglomerados,
Su. oí que p e r m i t e n d e t e r m i n a r las raíces de la inadaptación.
H 1
ü su E l c u e s t i o n a r i o se c ompo ne de 175 elementos. Está ela-
U borado para niños e n t r e S y 18 años, y el t i e m p o de aplica-
« u U UJ
62 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 63
ción oscila entre los 30 y los 40 m i n u t o s . E l índice de f i a b i l i - refiere a este último rango, c o n muestras clínicas y n o clíni-
d a d de l a escala es a l t o (0,87). cas (Del B a r r i o y Cerezo, 1993; M o r e n o y Del B a r r i o , 1991).
encontrar especialmente estresantes. Incluye dos subescalas: ridad del niño y evitar la o c u r r e n c i a de nuevos sucesos
miedos sexuales (ver escenas eróticas en la televisión, hablar (Brenner, 1987). E n este sentido, es necesario actuar t a n t o
sobre sexo, r e c i b i r caricias, etc.) e i n c o m o d i d a d interpersonal con la víctima y sus cuidadores c o m o c o n el agresor. E i c u i -
(decir no a u n adulto, a c u d i r a u n j u i c i o , etc). d a d o r debe g a r a n t i z a r la protección f u t u r a del niño, y el
ofensor c o m p r o m e t e r s e a n o volver a cometer el abuso (y si
es posible, a ponerse en t r a t a m i e n t o ) ; en caso c o n t r a r i o , se
3. T r a t a m i e n t o de l a s víctimas de a b u s o s e x u a l deben t o m a r las medidas legales que lo garanticen. Asimis-
m o es necesario asegurarse de la capacidad de la víctima
C o m o y a se ha visto en este m i s m o capítulo, el abuso se- para i n f o r m a r de m a n e r a i n m e d i a t a de posibles episodios
x u a l s u f r i d o e n la i n f a n c i a conlleva, en general, consecuen- ulteriores de abuso. Si esto n o es así, la intervención debe i r
cias a c o r t o plazo devastadoras para el f u n c i o n a m i e n t o psi- o r i e n t a d a a d o t a r al niño de las estrategias adecuadas para
cológico de la víctima, especialmente cuando el agresor es evitar posibles situaciones de agresión y, en todo caso, de las
u n m i e m b r o de la m i s m a f a m i l i a . A largo plazo, sus efectos habilidades necesarias para i n f o r m a r de su o c u r r e n c i a .
son más inciertos, si bien parece existir u n a cierta correla- A u n q u e el d e s c u b r i m i e n t o de u n a situación de abuso se-
ción entre la agresión sufrida en la i n f a n c i a y la aparición de xual i n f a n t i l requiere, en c u a l q u i e r caso, u n a rápida inter-
alteraciones emocionales o c o m p o r t a m e n t a l e s en la v i d a vención, determinadas características del e n t o r n o del me-
adulta (Echeburúa y Guerricaechevarría, 1999). Por ello, son n o r deberían conllevar p o r parte de las autoridades p e r t i -
m u c h a s las víctimas que requieren u n t r a t a m i e n t o psicológi- nentes u n a actuación i n m e d i a t a (en el m i s m o día, si es posi-
co p a r a superar las consecuencias derivadas de la experien- ble). E n este sentido, en 1996, una comisión i m p u l s a d a p o r
cia traumática. el decanato de los jueces de la c i u d a d de Valencia elaboró
N o obstante, la intervención terapéutica c o n las víctimas unos Criterios de actuación para valorar la urgencia o priori-
n o es siempre necesaria n i conveniente. N o todos los m e n o - dad de un caso de abuso sexual. Según este d o c u m e n t o , los
res afectados m a n i f i e s t a n síntomas psicopatológicos y, p o r principales c r i t e r i o s que definen una m a y o r urgencia de ac-
t a n t o , n o todos ellos requieren t r a t a m i e n t o . I n c l u s o la tera- tuación se refieren a los siguientes aspectos:
p i a puede i m p l i c a r , a l menos en algunos casos, u n a segunda
victimización. E n ocasiones, la edad t e m p r a n a de la víctima, 1. Convivencia actual del agresor c o n el niño.
sus características individuales, el apoyo f a m i l i a r o social 2. A c t i t u d pasiva o de rechazo del m e n o r p o r parte del
existentes, etc., protegen a l niño suficientemente del i m p a c - resto de la f a m i l i a .
t o negativo del suceso. Por ello, es i m p r e s c i n d i b l e u n a ade- 3. Gravedad del abuso.
cuada valoración de la existencia de secuelas derivadas de l a 4. Falta de supervisión que evite situaciones de riesgo.
experiencia abusiva y de su repercusión en la vida c o t i d i a n a
antes de plantearse la necesidad de l a intervención c o n la Por o t r o lado, c u a n d o la presencia acentuada de sínto-
víctima. Una supervisión o seguimiento cercano de la evolu- mas que i n t e r f i e r e n negativamente en la vida c o t i d i a n a del
ción del m e n o r , j u n t o c o n l a p o s i b i l i d a d de asesorar a los fa- niño hace aconsejable la terapia — q u e siempre debe ser lo
m i l i a r e s para p r o p o r c i o n a r a l niño el a m b i e n t e adecuado y más breve p o s i b l e — , es i m p o r t a n t e secuenciarla en distintas
de t r a t a r a l abusador, pueden ser suficientes, en algunos ca- fases y precisar las técnicas terapéuticas utilizadas, así c o m o
sos, p a r a garantizar el bienestar del m e n o r (Echeburúa y los contenidos psicológicos específicos que van a ser objeto
Guerricaechevarría, 1998). de intervención (tabla 3.9) (Guerricaechevarría y E c h e b u -
E n c u a l q u i e r caso, la intervención c o n este t i p o de vícti- rúa, 2000).
mas debe tener c o m o objetivo p r i o r i t a r i o garantizar la segu-
66 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 67
TABÚ 3.9. Fases y técnicas del proceso de intervención el agresor, disponen de estrategias eficaces para evitar su
nueva ocurrencia. Esto, además de g a r a n t i z a r la seguridad
• Fase educativa del niño en el f u t u r o , p r o p o r c i o n a a l m e n o r u n a sensación
de c o n t r o l y e l i m i n a el s e n t i m i e n t o de indefensión e i m p o -
• Fase terapéutica tencia que pueden haber desarrollado d u r a n t e la experiencia
— Desahogo emocional abusiva.
— Reevalución c o g n i t i v a
— E n t r e n a m i e n t o e n h a b i l i d a d e s sociales y asertívidad
— Autoexposición g r a d u a l y en vivo 3.1.2. Fase terapéutica
— E n t r e n a m i e n t o e n relajación
— E n t r e n a m i e n t o en c o n t r o l de la i r a E l segundo objetivo —más p r o p i a m e n t e terapéutico—
— Programación de actividades
debe centrarse en que el niño describa su experiencia de
abuso y los sentimientos derivados de ésta. Se trata de r o m -
per el secreto y el s e n t i m i e n t o de aislamiento que lo acompa-
ña. E n ocasiones, el recuerdo de la experiencia tiene c o m o fi-
3.1. FASES DEL TRATAMIENTO n a l i d a d e l i m i n a r estrategias de a f r o n t a m i e n t o inadecuadas
que el m e n o r ha puesto en m a r c h a ante la i m p o s i b i l i d a d de
3.1.1. Fase educativa a s i m i l a r lo sucedido.
^P-c&cicreto los,niños tienden a u t i l i z a r \adisacm:ión o
E n relación c o n l a prevención de futuros nuevos sucesos, la nggíj^rt^ágTá^xperierrcia c o m o mecanismos i n a p r o p i a -
el proceso de t r a t a m i e n t o de las secuelas del abuso debe i n - t t o r d e superacióij.a;ne-yxlTa-profó^ a l a víctima de u n
c l u i r , en p r i m e r lugar, u n a fase educativa. Se trata de u n a ac- t r a u m a que ño puede ser procesado adecuadamente e n l a
tuación p u r a m e n t e pedagógica a través de la c u a l el niño t;onciencia^_M£íiia»te4a^^ las emociones se sepa-
debe comprender t a n t o su p r o p i a sexualidad c o m o l a d e l f5ii de la cognición de lo o c u r r i d o : el niño n o niega la agre-
a d u l t o de u n a f o r m a eficaz, objetiva y adaptada a su nivel de sión, pero se muestra incapaz de sentir malestar o, en todo
edad. caso, lo a t r i b u y e a u n a causa distinta. S i el abuso es crónico,
A s i m i s m o , es f u n d a m e n t a l enseñar a l m e n o r a d i s t i n g u i r esto-ptjede generalizarse a otras situaciones e i n t e r f e r i r de
cuándo el acercamiento de u n adulto posee i n t e n c i o n a l i d a d l o r m a progresiva negativamente en la evolución n o r m a L d e l
sexual — y n o es u n a mera muestra de cariño— y a i d e n t i f i - m e n y (Vázquez M e z q u i t a , 1995).
car determinadas situaciones peligrosas asociadas a l a agre- E n otras ocasiones, s i n embargo, la víctima niega incluso
sión (estar sola e n la habitación, r e c i b i r peticiones insisten- la existencia de lo sucedido (negación total) o rebaja su i m -
tes para ayudarla a bañarse o a vestirse, etc.), así c o m o a portancia o gravedad (negación parcial). Esta respuesta se
poner en práctica las estrategias adecuadas para evitarlas encuentra claramente i n f l u i d a p o r la reacción del e n t o r n o
(decir no, p e d i r ayuda i n m e d i a t a m e n t e , contarlo, etc.) (Váz- ante el d e s c u b r i m i e n t o del abuso y se acentiía en función de
quez M e z q u i t a , 1995). las consecuencias que de ello se hayan derivado.
Se trata, e n definitiva, de que los niños c o m p r e n d a n qué Por ello, en estos casos, es necesario ayudar al niño a
son los abusos sexuales, quiénes son los que potencialmente reexperimentar los sentimientos habidos, a reconocer la i n -
pueden cometerlos (no exclusivamente los desconocidos) y tensidad de los m i s m o s y a d i s c r i m i n a r l o s adecuadamente
cómo actuar c u a n d o alguien pretende abusar de ellos. Es i m - (Mas, 1995). Se trata de que el m e n o r c o m p r e n d a que son
p o r t a n t e que e n t i e n d a n que, aunque ellos no son culpables emociones legítimas y p e r m i t i d a s , que, en realidad, consti-
de l o sucedido y l a responsabilidad recae enteramente sobre tuyen las reacciones normales a u n a situación fuera de lo ñor-
68 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 69
TABLA3 1 1 . Principales alteraciones experimentales a corto plazo ciones con otras personas e m o c i o n a l m e n t e significativas de
poJh^menores vicUmls de abuso sexual y gueson ob,ettvoterapéut^co su e n t o r n o con el objetivo de que, además de recuperar su
( E c h e b u r ú a y Guerricaechevarría. 1998, m o d i h c a d o ) confianza en los demás, mejore sus relaciones interpersona-
les y, en último término, su autoconcepto. E n algunos casos,
Tipo de alteración
Conducios alteradas puede ser conveniente llevar a cabo u n e n t r e n a m i e n t o en ha-
bilidades sociales a fin de facilitar el éxito del m e n o r en sus
1. S e n t i m i e n t o s de c u l p a .
Alteraciones cognitivas contactos interpersonales (véanse M i c h e l s o n , Sugai, W o o d y
2. D e s c o n f i a n z a h a c i a los a d u l t o s .
3. Autoconcepto negativo.
K a z d i n , 1987). Por o t r o lado, esta desconfianza afecta nega-
tivamente al i n i c i o o m a n t e n i m i e n t o de u n a relación de pa-
1. Ansiedad y miedos. reja cuando la víctima llega a la adolescencia y suele v e n i r
Alteraciones afectivas
2. Ira. derivada de pensamientos disfuncionales —estar siendo u t i -
3. Tristeza. lizada p o r la pareja, especialmente a nivel sexual, o estar
siendo engañada— que el terapeuta debe i d e n t i f i c a r y eli-
1. Ideas distorsionadas sobre la sexualidad.
Alteraciones sexuales minar.
2. Actitudes negativas.
3. P r o b l e m a s e n l a orientación s e x u a l . Por o t r a parte, el autoconcepto negativo viene también
derivado de los s e n t i m i e n t o s de estigmatización y de inde-
1. Agresividad.
Alteraciones conductuales fensión característicos de los niños que h a n sido víctimas de
2. Comportamiento antisocial.
3. Aislamiento.
abuso sexual. Para m e j o r a r este aspecto, el terapeuta debe
t r a t a r de favorecer u n a imagen personal pjositiva y n o estig-
matizada. Intervenciones sencillas en el c u i d a d o c o r p o r a l y
la f o r m a de vestir, así c o m o la realización de ejercicio físico
n o signifíca h a b e r deseado la continuación de la experiencia y la implicación en actividades recreativas facilitan la conse-
abusiva. E n ocasiones, puede ser conveniente explicar a l a cución de este objetivo y, al m i s m o t i e m p o , e s t i m u l a n el sen-
víctima p o r qué algunos adultos t i e n e n relaciones sexuales t i d o de responsabilidad y c o n t r o l .
c o n niños (Cantón, 1997). E n este sentido, debe valorarse la presencia en la víctima
L a superación de la desconfianza de la víctima hacia los de u n s e n t i m i e n t o de «estar sucia» o de «estar marcada p a r a
demás requiere, en p r i m e r lugar, que el niño aprenda a dis- siempre» p o r l o sucedido. E n el caso de detectarse este t i p o
c r i m i n a r en quién puede confiar, s i n llegar a establecer ge- de creencias — l a segunda m u y frecuente también en meno-
neralizaciones erróneas. Se le debe a n i m a r a m a n t e n e r reía- res víctimas de malos t r a t o s — , deben reestructurarse c o g n i -
tivamente: el abuso sexual s u f r i d o constituye u n a experien-
cia negativa de su pasado que en ningún caso va a o l v i d a r ,
TKBUÍ 3.12. Ideas subyacentes a los sentimientos de culpa
pero cuyas consecuencias puede superar mediante el trata-
m i e n t o y el apoyo social y f a m i l i a r . E l m e n o r debe creer en la
— H a b e r a c e p t a d o « v o l u n t a r i a m e n t e » los a b u s o s . p o s i b i l i d a d de recuperarse y de l o g r a r u n a vida n o r m a l . Se
— H a b e r c e d i d o a los «chantajes» o a l a s a m e n a z a s d e l a g r e s o r . trata, en d e f i n i t i v a , de ayudar a la víctima a c o n t i n u a r ade-
— M a n t e n e r s e n t i m i e n t o s a m b i v a l e n t e s hacía e l a d u l t o .
lante con su v i d a (estudios, relaciones interpersonales, v i d a
— H a b e r d e s t r o z a d o a la f a m i l i a al revelar el secreto.
— H a b e r r e c i b i d o u n t r a t o p r e f e r e n t e r e s p e c t o a sus h e r m a n o s .
f a m i l i a r , etc.), proyectándole hacia el f u t u r o con u n énfasis
— Haber disfrutado ocasionalmente.
en los aspectos positivos existentes.
— Sentirse responsable de las m e d i d a s legales t o m a d a s c o n t r a el E n c u a n t o a las respuestas afectivas, la mayoría de las víc-
agresor. timas reaccionan con m i e d o , ansiedad, i r a y/o tristeza. A u n -
72 ABUSO SEXUAL E N LA I N F A N C U : VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 73
que estos sentimientos pueden considerarse c o m o u n a reac- TABLA 3.13. Paulas vara el tratamiento de los miedos asociados
ción adaptativa n o r m a l en u n a situación de estrés, p u e d e n a irse a dormir
T A B U 3.14. TAiunlX fafnpnjlirn-lfmmnífrri-'"''' "''l^n^ja^ máticos disfuncionales (por ejemplo, percatarse de que c o n
enjLeotrtmi do la «>ti la revelación del abuso se va ayudar a la f a m i l i a , n o a des-
(Echeburúa y Guerricaechevarría. 1998) t r u i r l a ) , así c o m o de elaborar u n p r o g r a m a de actividades
Técnicas terapéuticas
Indicaciones básicas recreativas que le ayuden a distraerse y a evitar la i n a c t i v i -
dad y la apatía características de los estados depresivos.
Suspensión temporal 1. Identifícar l o s i n d i c i o s d e i r a . Algunas estrategias complementarias para hacer frente a
2. A d v e r t i r a la o t r a persona i m p l i c a d a (pa- la tristeza pueden ser las siguientes: poner n o m b r e a lo que
dres, h e r m a n o s , compañeros, etc.).
ha o c u r r i d o ; señalar que el agresor es u n enfermo; y evitar la
3. A l e j a r s e física y psicológicamente d e l a s i -
venganza o el rencor hacia la madre.
tuación.
4. Regresar u n a vez c a l m a d o . Respecto a las alteraciones sexuales, es necesario interve-
n i r a varios niveles: p o r u n lado, p r o p o r c i o n a n d o i n f o r m a -
Distracción cognitiva 1. N o p r e s t a r atención a l o s i n d i c i o s d e i r a . ción sexual adecuada a la edad del niño; p o r o t r o , m o d i f i c a n -
2. O c u p a r su mente c o n otra actividad. Por do actitudes negativas e ideas distorsionadas sobre la sexua-
ejemplo:
l i d a d . Por ello, l a educación sexual debe abarcar u n a m p l i o
— concentrarse en lo que o c u r r e a su alre-
espectro de temas: desde unos c o n o c i m i e n t o s básicos de
dedor.
— p r a c t i c a r u n e j e r c i c i o físico o m e n t a l .
anatomía, en los casos precisos, hasta u n a información es-
— realizar respiraciones lentas y p r o f u n -
pecífica sobre los m i t o s , las enfermedades de transmisión
\ das.
sexual o la homosexualidad. Merece especial mención este
tíltimo p u n t o , sobre todo en el caso de niños mayores o ado-
1. Enseñar a los niños a h a b l a r s e a sí m i s m o s
Autoinstrucciones lescentes varones que h a n sido víctimas de abuso p o r parte
de o t r a m a n e r a . P o r e j e m p l o :
de u n a d u l t o de su m i s m o sexo. Es preciso explicarles, espe-
— « v o y a e s t a r tranquilo»;
— "¿qué es l o q u e t e n g o q u e hacer?»; cialmente c u a n d o a d m i t e n haber experimentado placer c o n
— «voy a d i s t r a e r m e c a n t a n d o u n a can- el contacto sexual, que lo o c u r r i d o n o denota u n a orienta-
ción»; ción homosexual (Cantón, 1997) n i supone u n d e t e r m i n i s m o
— « l o estoy consiguiendo». sobre su orientación sexual f u t u r a . A s i m i s m o el terapeuta
2. E n s a y a r y p r a c t i c a r las a u t o i n s t r u c c i o n e s debe i n c l u i r , también en los casos precisos, el e n t r e n a m i e n -
e n s i t u a c i o n e s reales. to e n habilidades de comunicación c o n las personas del sexo
opuesto.
También suelen ser frecuentes l o s sentimientos de pena Por o t r o lado, ofasionalmeiUe pueden, detectarse.y a e n j a
e n aquellos casos q u e i m p l i c a n el alejamiento y l a pérdida de adolescgnria, determinadas disfunciones sexuales (falta de
una persona i m p o r t a n t e (cuando el abusador es u n padre o "Héseo sexual, anorgasmia, vagi ni smo . etc.) que i m p i d e n el
u n allegado) en l a que se confiaba y a la que se quería. Este m a n t e n i m i e n t o de unas relaciones sexuales satisfactorias. Si
s e n t i m i e n t o suele c o n f u n d i r bastante al niño, que, al m i s m o al e l i m i n a r las ideas distorsionadas sobre l a sexualidad y la
t i e m p o , se siente encolerizado. Debe, p o r t a n t o , c o m p r e n d e r faJlajle. confianza hacia la pareja, estos problemas no r e m i -
que estos s e n t i m i e n t o s ambivalentes vienen derivados d e l ten, será necesario i n t e r v e n i r específicamente sobre ellos a
través^TSchicas o programas de t r a t a m i e n t o concretos (fo-
hecho de s u f r i r u n a experiencia traumática p r o d u c i d a p o r
calréácíón sensorial, r e c o n d i c i o n a m i e n t o orgásmico, ejerci-
u n a persona e m o c i o n a l m e n t e significativa. E n ocasiones,
cios musculares, etc.) (véase Labrador, 1994).
esta tristeza puede llevar al niño a la depresión o a l a deses-
' TTós problemas conductuales más frecuentes en las vícti-
peración. E n este sentido, se trata de entrenar a la víctima en
mas son la agresividad o el c o m p o r t a m i e n t o antisocial y el
la identiñcación y modificación de los pensamientos auto-
76 ABUSO S E X U A L E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S
ASPECTOS CLÍNICOS
77
aislamiento. Además, los menores afectados p o r u n abuso
E n c u a n t o a l f o r m a t o concreto, F u m i s s (1991) recomien-
p r o l o n g a d o pueden haber a p r e n d i d o a a s o c i a r l a relación i n -
da g r u p o s cerrados compuestos de entre 5 y 8 niños, y h o m o -
terpersonal c o n los contactos sexuales, lo que puede supo-
géneos e n c u a n t o a l a edad y a l nivel c o g n i t i v o y e m o c i o n a l .
nerles u n riesgo a d i c i o n a l de rechazo o de revictimización.
Los grupos m i x t o s , integrados p o r niños y niñas, también
A s i m i s m o , u n déficit frecuente entre estas víctimas es la ca-
h a n d e m o s t r a d o u n a l t o grado de eficacia, excepto en el caso
rencia de habilidades asertivas apropiadas. De esta manera, de los adolescentes, e n los que el t e m a sexual es más fácil de
m i e n t r a s unos se sienten i n t i m i d a d o s en las relaciones c o n t r a t a r en grupos del m i s m o sexo. L a duración de las sesiones
sus iguales, otros tienden a ser manifiestamente agresivos. debe ser m e n o r ( u n a h o r a ) e n el caso de niños e n edad prees-
Por ello, el t r a t a m i e n t o de las disfunciones interpersonales colar que e n el de niños mayores y adolescentes ( u n a h o r a y
requiere u n e n t r e n a m i e n t o en asertividad y en habilidades media). Generalmente, se p r o g r a m a n entre 6 y 12 sesiones
sociales ( B o l t o n er a/., 1989). p a r a cada g r u p o , c o n u n a p e r i o d i c i d a d r e g u l a r y que se pue-
Por último, el terapeuta debe llevar a cabo u n a i n t e r v e n - den r e t o m a r tras u n p e r i o d o de descanso si es necesario.
ción psicoeducativa, a m o d o de síntesis de las técnicas seña-
ladas a n t e r i o r m e n t e , orientada a c o n t r o l a r el riesgo de que
la víctima se convierta de m a y o r en u n agresor sexual.
1. ¿Abusadores s e x u a l e s o pedófilos?
ahínco que los perros a los huesos. A veces cuentan c o n cier- en el caso de su hijo, éste se sintiera molesto («no le hacía
tas estrategias de atracción (simpatía personal, c o m p o r t a - daño»), aunque la niña podía «notarlo más». Ramón ha teni-
do en el pasado experiencias sexuales muy variadas: con mu-
m i e n t o s infantiles, sintonía con los intereses de los niños,
jeres, con hombres y con un perro (el perro le hizo una fela-
entrega de regalos, etc.) y, desde este p u n t o de vista, actúan ción). Según cuenta, de muy pequeño fue abusado sexual-
c o m o el flautista de Hamelín. mente en dos ocasiones. Por otro lado, se masturba con fanta-
Desde u n a perspectiva cognitiva, los pedófilos conside- sías relacionadas con menores, principalmente con su sobri-
r a n sus conductas sexuales apropiadas y las p l a n i f i c a n con na. Asimismo son frecuentes las fantasías homosexuales. Él
cree que no tiene bien definida su orientación sexual. Le exci-
antelación. N o son infrecuentes en estos casos algunas dis-
tan las relaciones sexuales con animales, con dibujos de ni-
torsiones cognitivas, c o m o a t r i b u i r la c o n d u c t a a la seduc- ños, con el terapeuta, etc.
ción de los menores o considerar que este t i p o de c o m p o r t a - Ramón no considera que sea inadecuado tener relaciones
m i e n t o s son u n a f o r m a de educación sexual adecuada para sexuales con menores, pues cuando él las tuvo en su infancia,
los niños. Por ello, n o presentan sentimientos reales de c u l p a éstas no le han traumatizado e incluso le han resultado pla-
o vergüenza p o r sus actividades pedofílicas. centeras.
Los pedófilos p r i m a r i o s pueden m o s t r a r u n a f o b i a o re-
chazo al sexo en las relaciones c o n mujeres e i n c l u s o u n a b) Secundarios o situacionales
cierta aversión a las características sexuales secundarias de
las mujeres adultas, c o m o el desarrollo de los senos, el vello Son personas que t i e n e n contactos sexuales aislados con
en el p u b i s , etc. Los niños, al n o «exigir» condiciones c o m - niños, y éstos son reflejo de una situación de soledad o es-
pletas de v i r i l i d a d y potencia en la relación, «permiten» a l pe- trés. Las conductas habituales de estos sujetos son relacio-
dófilo realizar u n t i p o de acto sexual pobre e i n c o m p l e t o . nes sexuales con adultos, n o r m a l m e n t e heterosexuales, a u n -
Estos elementos a u t o a f i r m a n al agresor en u n a supuesta h i - que suelen aparecer alteraciones en el curso de éstas, c o m o
persexualidad, que, sin embargo, es p r i m a r i a y regresiva i m p o t e n c i a ocasional, falta de deseo y algún t i p o de tensión
(García-Andrade, 1994). o c o n f l i c t o con sus parejas.
E l o r i g e n de esta tendencia anómala puede estar relacio- A n i v e l c o g n i t i v o , suelen p e r c i b i r este t i p o de conductas
n a d o con el aprendizaje de actitudes extremas negativas ha- c o m o anómalas y las ejecutan de f o r m a episódica e i m p u l s i -
cia la sexualidad o con el abuso sexual s u f r i d o en la i n f a n c i a , va más que de u n m o d o p r e m e d i t a d o y persistente. N o es p o r
así c o m o c o n sentimientos de i n f e r i o r i d a d o con la i n c a p a c i - ello infrecuente la aparición p o s t e r i o r de intensos senti-
dad para establecer relaciones sociales y heterosexuales n o r - m i e n t o s de c u l p a y vergüenza.
males. A su vez, la repetición reiterada de masturbaciones Las conductas de abuso pueden ser u n m e d i o de c o m p e n -
acompañadas de fantasías pedofilicas tiende a m a n t e n e r sar la autoestima deficiente del sujeto o de d a r rienda suelta
este t r a s t o r n o . a u n a h o s t i l i d a d que n o puede liberarse p o r otras vías. Las si-
tuaciones de estrés, así c o m o el c o n s u m o excesivo de alcohol
Ramón, de 35 años, está casado y tiene un hijo de 8 años. o drogas, pueden intensificar, a m o d o de desencadenantes,
Reconoce la existencia de abusos sexuales a su sobrina de 6 este t i p o de conductas (Echeburúa et ai, 1995).
>. años y a su hijo de 8. Según Ramón, los episodios de abuso co-
menzaron hace más de un año y se han dado, en ambos casos, Manolo, de 50 años, está casado y tiene dos hijas, de 22 y
en 4 o 5 ocasiones. Tuvieron lugar en su domicilio y consistie- 15 años respectivamente. Reconoce la existencia de abusos
ron en caricias en los genitales de las víctimas, de duración sexuales a su hija menor desde hace aproximadamente 2
imprecisa, durante las cuales se sentía excitado. En alguna años. Los episodios de abuso se han dado en el domicilio fa-
ocasión se llegó a masturbar delante de los menores, aunque miliar, con una frecuencia elevada, y han consistido en toca-
sostiene que, de esto, su sobrina no se enteraba. No cree que. mientos y masturbación con el dedo. La niña, que tenía pro-
86 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 87
blemas en la espalda, le pedía con frecuencia que le diese ma- eróticas, si están asociadas casualmente o p o r alguna i n d u c -
sajes y él accedía a ello. Mientras él se los daba, le tocaba los ción o coacción e x t e m a a estímulos atípleos, pueden c o n f i -
pechos, la tripa y la espalda; en una ocasión llegó a acariciarle
incluso los genitales. Si se negaba a dárselos, la niña lloraba o g u r a r la orientación sexual f u t u r a . D i c h o en otras palabras,
se enfadaba. Tras los abusos, Manolo se sentía culpable y la asociación reiterada de las fantasías parañ'licas c o n el va-
avergonzado. Reconoce que lo que estaba sucediendo no era l o r g r a t i f i c a n t e de la masturbación, especialmente en los pe-
correcto y que él no supo darse cuenta de los límites. ríodos críticos del desarrollo (segunda i n f a n c i a y adolescen-
Por otro lado, las relaciones sexuales con su mujer no son cia), da l u g a r a u n proceso de c o n d i c i o n a m i e n t o que puede
del todo satisfactorias. Además, desde que ella tuvo la meno- ser responsable de la atracción sexual parafi'lica en l a v i d a
pausia, la frecuencia de contactos es muy baja. Por lo demás, adulta.
la historia sexual de Manolo no recoge otras experiencias se-
xuales desviadas ni tampoco ha mostrado nunca un interés Los agresores sexuales presentan u n c i e r t o grado de v u l -
homosexual. Insiste en que él necesita que haya afecto para n e r a b i l i d a d psicológica, que arranca frecuentemente de l a
poder tener relaciones sexuales. Las fantasías durante la mas- r u p t u r a de lazos entre padres e hijos. Los vínculos inseguros
turbación hacen referencia a películas o a imágenes eróticas entre padres e hijos generan en el niño u n a visión negativa
con mujeres adultas. Nunca ha tenido fantasías sexuales con sobre sí m i s m o y sobre los demás y f a c i l i t a n la aparíción de
niñas en general n i con su hija en particular.
u n a serie de efectos negativos: a) falta de autoestima; b) ha-
bilidades sociales inadecuadas; c) dificultades en la resolu-
ción de problemas; d) estrategias de a f r o n t a m i e n t o i n a p r o -
4. M o d e l o s explicativos piadas; e) p o c o c o n t r o l de la i r a , y / ) egoísmo y ausencia de
e m p a t i a . E n último término, el fracaso en crear relaciones
L a información d i s p o n i b l e respecto a las causas de l a pe- íntimas — m u c h o más si el sujeto ha sido él m i s m o víctima
d o f i l i a o d e l abuso sexual es m u y l i m i t a d a y, en ocasiones, de abuso s e x u a l — genera soledad crónica, egocentrismo y
c o n t r a d i c t o r i a . E n este apartado se hace u n a distinción en- agresividad, así c o m o u n a tendencia a abusar del a l c o h o l .
tre los factores causales, más b i e n remotos en la biografi'a P o r l o que a l a masturbación se refiere, los agresores se-
del sujeto, que podrían estar en el o r i g e n de estas conductas xuales se m a s t u r b a n a u n a edad más t e m p r a n a y c o n m a y o r
anómalas, y los factores precipitantes, más próximos en el frecuencia que los o t r o s varones. E l sexo, además de ser
t i e m p o , que p u e d e n a c t u a r a m o d o de desencadenantes de u n a fuente de placer, puede c o n v e r t i r s e en l a estrategia de
las c o n d u c t a s de abuso. a f r o n t a m i e n t o p r e f e r i d a para hacer frente a l m a l e s t a r e m o -
c i o n a l . Es decir, u n adolescente puede m a s t u r b a r s e p a r a
o b t e n e r placer sexual, pero también puede hacerlo p a r a o l -
4.1. FACTORES CAUSALES vidarse de u n disgusto o p a r a d a r salida a la r a b i a c o n t e n i -
da. De este m o d o , l a c o n d u c t a sexual queda f u e r t e m e n t e
N o se conoce c o n detalle el o r i g e n de la pedofilia. N o obs- r e f o r z a d a p o r m e d i o de la masturbación ( r e f o r z a m i e n t o
tante, l a existencia de trastornos de personalidad, sobre t o d o p o s i t i v o ) y c o m o m a n e r a de escapar de los p r o b l e m a s c o t i -
referidos a l c o n t r o l de los i m p u l s o s y el desarrollo de u n a d i a n o s ( r e f o r z a m i e n t o negativo).
a u t o i m a g e n deficiente en relación c o n u n a educación sexual L o que tiende a m a n t e n e r la c o n d u c t a desviada es el re-
c u l p a b i l i z a d o r a y negativa o c o n unos modelos f a m i l i a r e s c u e r d o activo de las fantasías anómalas de masturbación,
inadecuados, parecen desempeñar u n papel i m p o r t a n t e . U n c o n u n a atención selectiva a los aspectos positivos (el placer
factor de g r a n interés lo c o n s t i t u y e n las experiencias de o b t e n i d o ) y u n o l v i d o de los negativos ( c o m o el m i e d o a ser
aprendizaje observacional y directas en la i n f a n c i a y adoles- detenido o el pánico o resistencia de la víctima). A su vez,
cencia. E n concreto, las p r i m e r a s fantasías y excitaciones hay ciertos factores desinhibidores ( c o m o el abuso de a l -
88 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 89
c o h o l , l a i r r i t a b i l i d a d o la soledad) que t i e n d e n a hacer más para la terapia. Son m u y pocos los que acuden a la consulta.
probable la aparición de las conductas de abuso. De ellos, algunos buscan ayuda terapéutica p o r los problemas
emocionales asociados a las conductas sexuales, pero i a ma-
yoría lo hace p o r u n a presión j u d i c i a l , social o f a m i l i a r (Eche-
4,2. FACTORES PRECIPITANTES burúa y Guerricaechevarría, 2000). Por ello, y a l margen de la
efectividad de las técnicas utilizadas, la motivación de los su-
Según F i n k e l h o r (1984), el abuso sexual se produce real- jetos es m u y débil y el número de abandonos m u y alto (Eche-
mente c u a n d o c o i n c i d e n u n a serie de factores: burúa, Corral y A m o r , 1997). De este m o d o , resulta necesaria
la implicación de la madre o de otros familiares para asegurar
— Motivación alta para tener conductas sexuales c o n u n u n a protección total del menor.
menor, l o c u a l está asociado c o n frecuencia a l a carencia de N o r m a l m e n t e , los pedófilos niegan la autoría del c o m -
otras fuentes de gratificación sexual. p o r t a m i e n t o sexual, pero c u a n d o se ven obligados a recono-
— Superación de las i n h i b i c i o n e s i n t e r n a s para c o m e t e r cerla, a t r i b u y e n s u c o m p o r t a m i e n t o , e n l a mayoría de los ca-
el abuso sexual. Los desinhibidores extemos (alcohol) o i n - sos, a la seducción de la víctima. E n concreto, según l a expe-
t e m o s (distorsiones cognitivas) c o n t r i b u y e n a conseguir riencia clínica de los autores de este texto (que cuentan c o n
este objetivo. u n p r o g r a m a específico dedicado a este t i p o de pacientes),
— Eliminación de las i n h i b i c i o n e s extemas, l o c u a l se únicamente el 58 % (7 de u n t o t a l de 12) de los agresores se-
consigue p o r el alejamiento del niño de la m a d r e o de otras xuales derivados a este p r o g r a m a p o r los Servicios Sociales o
figuras protectoras o p o r la existencia de o p o r t u n i d a d e s p o r los juzgados en 1998 h a n reconocido la existencia de los
poco frecuentes de estar a solas c o n el niño. abusos sexuales y sólo el 42 % (5 de u n total de 12) h a n acep-
— Superación de la resistencia del niño, lo cual se l o g r a tado someterse a t r a t a m i e n t o psicológico (fig. 4.2).
p o r m e d i o de l a seducción o de otras formas —más o menos Éste es u n p u n t o c m c i a l . Los abusadores sexuales i n t r a -
s u t i l e s — de presión. familiares deben a d m i t i r su responsabilidad, estar de acuer-
5. T r a t a m i e n t o psicológico d e l o s ofensores s e x u a l e s
— o la presencia c o n t r o l a d a — de la víctima.
a) Prevención de nuevos episodios de abuso
— C o n t r o l d e estímulos.
T A B L A 4.3. Procedimiento de detección y modificación de distorsiones TABLA 4.4. Distorsiones cognitivas de los abusadores sexuales
cognitivas de los abusadores sexuales
— « L a v i c t i m a desea e l c o n t a c t o s e x u a l y l o b u s c a activamente.»
1. Explicación teórica p o r p a r t e d e l t e r a p e u t a d e l p a p e l d e las d i s t o r s i o - — « E l m e n o r d i s f r u t a c o n l a relación sexual.»
nes c o g n i t i v a s e n e l i n i c i o y m a n t e n i m i e n t o d e l o s a b u s o s . — « L o s c o n t a c t o s sexuales s o n u n a m u e s t r a d e c a r i ñ o . »
2. Descripción p o r e s c r i t o p o r p a n e d e l p a c i e n t e d e a l g u n o s e p i s o d i o s — « L o s c o n t a c t o s sexuales f o r m a n p a r t e d e l a educación s e x u a l d e l a
víctima.»
d e a b u s o ( e n c o n c r e t o d e tres d e e l l o s : el más h a b i t u a l , e l más g r a v e y
— « A l n o f o r z a r físicamente a l a víctima, ésta n o va d e s a r r o l l a r conse-
el último), c o n l a m a y o r c a n t i d a d posible de detalles, i n c l u y e n d o
c u e n c i a s psicopatológicas.»
r e a c c i o n e s , sensaciones, e m o c i o n e s y p e n s a m i e n t o s .
— « Y o también sufrí a b u s o s sexuales e n l a i n f a n c i a y n o m e h a o c u r r i d o
3. Análisis c o n j u n t o e n t r e e l t e r a p e u t a y el p a c i e n t e d e l r e l a t o e i d e n t i f i - n a d a m a l o p o r ello.»
cación d e l a s d i s t o r s i o n e s c o g n i t i v a s .
3. E n t r e n a m i e n t o e n relajación m u s c u l a r p r o g r e s i v a .
c) La supresión o reducción de los impulsos sexuales
inadecuados 4. E n t r e n a m i e n t o e n visualización.
p u l s i v i d a d erótica de los abusadores sexuales (sobre t o d o 6. Elaboración d e las escenas defínitivas e n las q u e el t e r a p e u t a añade
cuando éstos son pedófilos p r o p i a m e n t e ) (tabla 4.2) (Eche- u n final n e g a t i v o ( d e s c u b r i m i e n t o p o r f a m i l i a r e s , aparición d e l a p o -
licía, d e n u n c i a s , j u i c i o , etc.).
burúa eí a/., 1995).
U n a técnica aversiva m u y u t i l i z a d a actualmente es l a sen- 7. Aplicación d e l a técnica d e sensibilización e n c u b i e r t a .
sibilización encubierta, en la que el paciente se i m a g i n a estí-
94 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 95
ellas e n los m o m e n t o s de máximo riesgo c o n t r i b u y e a poten- jados del trastorno antisocial de la personalidad n i consumen
c i a r la eficacia de esta técnica. abusivamente drogas o alcohol (Walker y Meyer, 1981).
La sensibilización encubierta puede potenciarse en el papel
supresor de la excitación sexual cuando se aplica en las p r i - d) El aumento de la excitación heterosexual adecuada
meras fases de la conducta desviada (si se deja llegar a l perío- y de las habilidades sociales requeridas
do crítico, l a excitación sexual es prácticamente i n c o n t r o l a -
ble) y se u t i l i z a conjuntamente c o n las técnicas de c o n t r o l de L a técnica más u t i l i z a d a para conseguir este objetivo es
estímulos, es decir, con la implicación en conductas alternati- el recondicionamiento masturbatorio, que consta, a su vez,
vas incompatibles con la desviación sexual (desarrollar activi- del recondicionamiento orgásmico y de l a saciación de la
dades sociales, a c u d i r a lugares en donde hay más gente, etc.). masturbación. E n m u c h o s casos problemáticos la m a s t u r b a -
E l objetivo último es que los sujetos aprendan a a b a n d o n a r ción — u n a c o n d u c t a m u y g r a t i f i c a n t e — aparece asociada
las fantasías sexuales acerca de los menores. reiteradamente a l abuso sexual y tiende, p o r ello, a perpe-
tuarlo.
E x i s t e n , p o r o t r a p a r t e , los fármacos antiandrógenos,
c o m o el acetato de m e d r o x i p r o g e s t e r o n a ( n o m b r e c o m e r - E n la p r i m e r a fase de esta técnica — e l recondicionamien-
c i a l : Progevera) o el acetato de c i p r o t e r o n a ( n o m b r e co- to orgásmico— se trata de asociar la eyaculación m a s t u r b a -
m e r c i a l : Androcur) —más específicamente antiandróge- t o r i a a fantasías, imágenes o conductas sexuales adecuadas
n o — , que b l o q u e a n la síntesis de testosterona y r e d u c e n el con personas adultas. Si estos estímulos no le resultan exci-
i m p u l s o sexual y las fantasías d e l sujeto c u a n d o se e n c u e n - tantes, el sujeto puede comenzar la estimulación m a n u a l
t r a n exaltados patológicamente. c o n fantasías o imágenes inadecuadas para conseguir la ex-
citación necesaria. U n a vez conseguida la erección, y a p u n -
La reducción de testosterona es notable a dosis q u e osci-
to y a de la eyaculación, el sujeto debe cambiar de i m a g e n a
l a n de 75 a 600 mg/día (media: 400 m g ) en el caso de la Proge-
u n a fantasía a p r o p i a d a o ver u n a película socialmente acep-
vera y de 50 a 100 mg/día en el caso del Androcur. Este t r a t a -
tada ( p o r ejemplo, referida a u n a pareja de adultos que hace
m i e n t o puede prolongarse d u r a n t e v a r i o s meses e i n c l u s o
el a m o r c o n signos evidentes de t e r n u r a ) .
más t i e m p o . Conviene, sin embargo, c o n t r o l a r los efectos se-
c u n d a r i o s , c o m o la ganancia de peso, la hipertensión y otros E n las sesiones siguientes, el paciente debe r e t r o t r a e r el
síntomas similares a los de la menopausia ( r u b o r , exceso de c a m b i o de imágenes o de fantasías a fases anteriores d e n t r o
calor, sudoración n o c t u r n a , etc.) (Parré, 1991). de la secuencia de conductas que llevan a la masturbación.
S i e m p r e que haya v o l u n t a r i e d a d p o r parte d e l sujeto, es- De este m o d o , se llegan a generar imágenes heterosexuales
tos fármacos, j u n t o c o n la aplicación de técnicas c o g n i t i - cada vez c o n m a y o r anticipación a l m o m e n t o del orgasmo.
Y así debe hacerse hasta que todo el ciclo de las conductas
vo-conductuales, pueden estar i n d i c a d o s en el caso de pedó-
m a s t u r b a t o r i a s comience c o n las fantasías adecuadas.
filos reincidentes, que no tienen c o n t r o l sobre los i m p u l s o s o
que h a n fracasado con otros t r a t a m i e n t o s psicológicos. E n E n l a segunda fase de esta técnica — l a saciación de la
s u m a , la actuación de los fármacos puede i n h i b i r el deseo se- masturbación— el paciente, u n a vez conseguido el orgasmo,
x u a l al c o m i e n z o del t r a t a m i e n t o y f a c i l i t a r el establecimien- debe seguir masturbándose d u r a n t e 30 m i n u t o s a p r o x i m a -
t o de u n p r o g r a m a p r o p i a m e n t e psicológico, a l m i s m o t i e m - damente m i e n t r a s i m a g i n a o verbaliza repetidamente en voz
po que c o n s t i t u y e u n a protección social ( M a r s h a l l y B a r b a - alta el c o m p o n e n t e más excitante de la i m a g e n desviada ( p o r
ree, 1989). ejemplo, hacer caricias eróticas a u n a niña mientras está
d o r m i d a ) . Se trata, en último término, de asociar las fanta-
E n cualquier caso, estos fármacos sólo son efectivos cuan-
sías desviadas a u n a mínima activación y a u n a situación de
do los sujetos son víctimas de u n a activación sexual elevada,
malestar y a b u r r i m i e n t o ( M a r s h a l l y Barbaree, 1989). j
cuando n o hacen uso de l a violencia y cuando n o están aque-
96 A B U S O S E X U A L E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S
ASPECTOS CLÍNICOS
97
Por Otra parte, los déficit en las relaciones interpersona- TABLA 4.6.
Objeiivos terapéuticos y técnicas de intervención
les, j u n t o c o n aprendizajes tempranos e n la i n f a n c i a y ado-
lescencia, facilitan la adquisición de tendencias pedofílicas, Aspectos psicopatológicos
Técnicas terapéuticas
que, en el fondo, e n c u b r e n u n a autoestima erótica deficiente
y u n a inca pa cida d para establecer relaciones afectivo-eró- • Consumo abusivo de alcohol
— Programa de bebida controlada.
ticas normales c o n personas adultas. • Déñcit en el control de impulsos
Por ello, la supresión del i m p u l s o erótico anómalo y la ge- — Técnicas de autocontrol.
• Problemas de ansiedad o estrés — Técnicas de relajación.
neración de u n a atracción sexual n o r m a l ante personas
adultas en u n pedófilo n o g a r a n t i z a n unas relaciones satis- • Depresión
— Reestructuración cognitiva.
factorias c o n mujeres adultas. Desde esta perspectiva, el en- Planificación de actividades re-
t r e n a m i e n t o en habilidades sociales (véase Kelly, 1987) y las creativas.
técnicas reductoras de ansiedad social (véase. Echeburúa, • Problemas de pareja ' ••
— Terapia de pareja y entrena-
1995) c o n t r i b u y e n a a u m e n t a r la p r o b a b i l i d a d de relaciones miento en habilidades de co-
heterosexuales normalizadas y, p o r t a n t o , a canalizar de este municación.
m o d o los i m p u l s o s eróticos del sujeto, c o n u n a supresión (o,
c u a n d o menos, reducción) de las conductas parah'licas.
L.as correspondientes figuran en la tabla 4.6. Una descrip-
ción detallada de estas técnicas, j u n t o c o n u n d i a r i o de sesio-
e) El entrenamiento en autocontrol y solución nes, puede encontrarse en Echeburúa y C o r r a l (1998). E l i n -
de problemas terés de esta fase del p r o g r a m a radica e n que son los p r o b l e -
mas irresueltos o las situaciones de malestar los q u e actúan
U n aspecto c r u c i a l es la enseñanza de estrategisis de afron- frecuentemente c o m o factores precipitantes de l a recaída
t a m i e n t o prosociales. Se trata fundamentalmente de que el (Pithers, 1990).
sujeto n o necesite r e c u r r i r al sexo c o m o estrategia de afronta-
m i e n t o de la i r a o c o m o forma de búsqueda de poder o de O Mejora de la autoestima
control.
E n concreto, se debe facilitar al paciente la adquisición
Los sujetos deben referirse a sí mi smo s, no c o m o delin-
de medios efectivos para enfrentarse c o n éxito a los diversos cuentes sexuales, sino c o m o personas que han cometido un
p r o b l e m a s planteados (búsqueda de empleo, uso del t i e m p o delito sexual. La vergüenza (por ejemplo, «soy u n a mala per-
l i b r e , acceso a los recursos sociales y c o m u n i t a r i o s , etc.) y .sona») es u n obstáculo en el c a m i n o hacia el c a m b i o ; l a cul-
que son variables de unas personas a otras. E l p r o c e d i m i e n - pa ( p o r ejemplo, «he hecho cosas malas»), p o r el c o n t r a r i o ,
t o u t i l i z a d o es el análisis adecuado de dichos problemas, la lu facilita.
generación de las diversas soluciones posibles, el análisis de
E l a u m e n t o de la a u t oesti ma tiene efectos beneficiosos
las ventajas e inconvenientes de cada u n a de ellas, y, p o r últi- sobre otras áreas, c o m o l a mejora de l a empatia, el a u m e n t o
m o , l a t o m a de decisiones, así c o m o la evaluación p os t e rior de la i n t i m i d a d , l a disminución de la soledad y la reducción
de las m i s m a s . del interés p o r el sexo desviado.
Por o t r o lado, en la m a y o r i a de los casos, resulta necesa-
Las técnicas para m e j o r a r la autoestima pueden ser c o n -
rio i n t e r v e n i r sobre determinados aspectos psicopatológicos
ductuales, orientadas a la ejecución de tareas positivas con-
que aparecen frecuentemente asociados a los abusos sexua-
cretas, y cognitivas, centradas en la eliminación de distorsio-
les y que, en u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o , f a c i l i t a n su o c u r r e n -
nes en el pensamiento referidas a u n o m i s m o (tabla 4.7).
cia. Algunos objetivos terapéuticos y las técnicas psicológi-
98 ABUSO S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S ASPECTOS CLÍNICOS 99
les de adultos, p o r u n lado, y e n los pedófilos y abusadores de N o obstante, el pronóstico terapéutico depende, entre
niños, p o r o t r o . E n éstos lo que desencadena más ft*ecuente- Otras variables, del t i p o de abusador sexual. Así, p o r ejem-
mente la agresión sexual es la depresión; la agresión sexual plo, existen abusadores secundarios que tienen u n a m e n o r
de a d u l t o s , e n c a m b i o , está más b i e n m o t i v a d a p o r l a impul- p r o b a b i l i d a d de recaída si reconocen el p r o b l e m a y se ponen
sividad y la ira. en t r a t a m i e n t o . E l l o no es óbice para que en todos los casos
La motivación para el t r a t a m i e n t o de los abusadores se- deban analizarse otros factores significativos, c o m o la edad,
xuales es m u y escasa. A nivel c o g n i t i v o , s u e m p a t i a (capaci- los antecedentes psiquiátrico-penitenciarios, la integración
dad de s u f t i r c o n o ponerse en el l u g a r del o t r o ) es m u y l i m i - f a m i l i a r , el c o n s u m o de alcohol o drogas y los recursos psi-
tada. Tienden a j u s t i f i c a r su acción, b i e n negando la existen- cológicos y sociales disponibles.
c i a de l a m i s m a ( « n o ha sido un abuso sexual, ella lo quería», E l t r a t a m i e n t o de los pedófilos es complejo. E n p r i m e r l u -
«era simplemente una muestra de afecto») o culpando a l a víc- gar, porque el objetivo final no siempre debe ser necesaria-
t i m a de la acción {«ella se lo ha buscado»). mente la heterosexualidad. Puede ser más fácil ayudar a u n
Los abusadores sexuales de niños c u e n t a n c o n escasas pedófilo a d i r i g i r s u orientación sexual a l a homosexualidad
habilidades sociales, estrategias de afi'ontamiento inefecti- que a la heterosexualidad. E n segundo lugar, porque la inter-
vas, u n a m a y o r aceptación a c t i t u d i n a l de la violencia en t o - vención terapéutica no puede centrarse sólo en la eliminación
dos los ámbitos y , a l m i s m o t i e m p o , t i e n d e n a c o n s i d e r a r de l a conducta parafi'lica, sino que hay que desarrollar c o n -
que su acción n o c o m p o r t a ningún riesgo para la víctima. ductas sexuales y sociales orientadas a las relaciones n o r m a -
Los ofensores sexuales tienden a ser reincidentes. E n ge- les c o n las personas adultas y afrontar los problemas específi-
neral, la aparición de u n a conducta de abuso hace más proba- cos planteados. Y e n tercer lugar, porque —más allá de u n a
ble la aparición de otros c o m p o r t a m i e n t o s similares y en pe- cierta ingenuidad en el c o n t r o l e x t e m o — los p r o g r a m a s más
ríodos de t i e m p o cada vez más cortos. La excitación sexual eficaces son los que están basados en el a u t o c o n t r o l .
obtenida, el valor añadido de la transgresión de u n a n o r m a y Si b i e n se están haciendo esfuerzos p o r diseñar guías de
la i m p u n i d a d de la acción (en el caso de que así sea), así c o m o t r a t a m i e n t o concretas — u n a propuesta de nueve sesiones
una insensibilidad creciente ante el s u f r i m i e n t o ajeno, expli- individuales y de u n a sesión de pareja, de u n a h o r a de d u r a -
c a n l a reincidencia e n l a conducta, que, en t o d o caso, tiende a ción y c o n u n a p e r i o d i c i d a d semanal figura expuesta e n Fer-
reducirse, al menos habitualmente, c o n el a u m e n t o de edad nández-Montalvo y Echeburúa (1998)—, las perspectivas te-
del agresor ( M a r s h a l l y Barbaree, 1989). rapéuticas son menos halagüeñas en los ofensores sexuales
L a predicción de l a r e i n c i d e n c i a depende de diversos fac- que e n las víctimas. A l m a r g e n de que los resultados o b t e n i -
tores, entre ellos de la falta de r e c o n o c i m i e n t o de la ofensa, dos hasta la fecha no son del todo esperanzadores, conviene
de las alteraciones psicopatológicas, de! grado de violencia, proseguir con el desarrollo de p r o g r a m a s de t r a t a m i e n t o
del c o n s u m o de drogas y de los recursos psicológicos ( a u - cada vez más depurados, especialmente en el ámbito de los
toestima, c o n t r o l de la i r a , estrategias de solución de proble- abusadores sexuales i n t r a f a m i l i a r e s . E n estos casos, en
mas, etc.) y sociales (cohesión f a m i l i a r , adaptación l a b o r a l , los que el m e r o enfoque jurídico-penal puede ser u n elemen-
apoyo social, etc.) disponibles p o r parte d e l sujeto. E n c o n - to de d e s e q u i l i b r i o para el resto de la f a m i l i a , conviene c o m -
creto, p o r lo que a la pedofilia se refiere, la j u v e n t u d del agre- b i n a r el t r a t a m i e n t o de la víctima y la terapia del agresor c o n
sor, u n cociente intelectual bajo, la persistencia de fantasías el apoyo social a la f a m i l i a .
m a s t u r b a t o r i a s pedofilicas y el contacto genital c o n l a vícti- Por último, la escasa motivación para el t r a t a m i e n t o es el
m a i n f a n t i l , así c o m o la presencia simultánea de otros tras- escollo más difi'cil de salvar en estos sujetos. L a presencia de
t o m o s (toxicomanía, personalidad alterada, etc.), c o n s t i t u - un terapeuta varón, así c o m o la confrontación del agresor
yen los mayores predictores de recaída. ante el d o l o r de la víctima (mostrándole, p o r e j e m p l o , u n v i -
102 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S
CAPÍTULO 5
del m e n o r y sus p r o p i o s síntomas. N o se trata de a l a r m a r l o s TABLA 5.1. Pautas específicas de actuación para los cuidadores
a n t i c i p a n d o secuelas que pueden n o llegar a darse, sino de de una víctima de abuso sexual
facilitar la información necesaria sobre este t i p o de proble-
mas y sus efectos sobre las víctimas y los familiares, de acla- • Lo que se debe hacer: - ,
r a r las posibles preocupaciones y dudas planteadas y de p r o - — D e m o s t r a r q u e se l a cree y q u e se confía e n e l l a . . .
p o r c i o n a r las estrategias necesarias para afrontarlas y solu- — A p o y a r l a y f e l i c i t a r l a p o r s u valentía a l c o n t a r l o .
cionarlas. Se t r a t a , en último término, de r e d u c i r el i m p a c t o — E s c u c h a r l a c o n atención c u a n d o q u i e r a h a b l a r d e e l l o .
de los síntomas y, sobre todo, de evitar la cronifícación de — H a c e r l e saber q u e n o es r e s p o n s a b l e d e l o o c u r r i d o .
— O f r e c e r l e s e g u r i d a d y protección.
los m i s m o s .
— R e s p e t a r s u i n t i m i d a d y p e d i r l e p e r m i s o p a r a s o l i c i t a r a y u d a espe-
E n realidad, p o r l o que se refiere al apoyo específico que cializada.
se le debe p r o p o r c i o n a r al niño, los familiares de la víctima — I n f o r m a r l a d e las f u t u r a s a c t u a c i o n e s .
deben m o s t r a r l e , de f o r m a verbal y n o verbal, que le creen y >• .. •: • h
• Lo que no se debe hacer:
que puede c o n t a r con ellos para lo que les necesite. N o es
— Insistirle en que olvide lo sucedido.
adecuado pedirle al niño que olvide o que supere lo que pasó
— P r e s i o n a r l a p a r a q u e c u e n t e l o q u e pasó. ,
como si nada hubiese ocurrido, pero t a m p o c o se le debe pre- — R e s p o n s a b i l i z a r l a o c u l p a r l a d e los a b u s o s . ' : \.t' ••
sionar p a r a que hable. Lo realmente f u n d a m e n t a l en estos — R e c r i m i n a r l a p o r n o haberlo c o n t a d o antes. ' •t
casos es conseguir n o r m a l i z a r la v i d a del niño y restablecer, — A d o p t a r actitudes sobreprotectoras. r . ,
en la m e d i d a de l o posible, sus hábitos cotidianos (Mas,
1995), lo que constituye u n o de los mejores predictores de
mejoría. Estas indicaciones, j u n t o con u n e n t r e n a m i e n t o a
los padres en habilidades de observación y registro de las 2.3. ENTRENAMIENTO EN SOLUCIÓN DE PROBLEMAS
conductas del niño, así c o m o en las estrategias básicas de
adquisición de c o m p o r t a m i e n t o s positivos y de eliminación
E l p r o c e d i m i e n t o u t i l i z a d o es el análisis adecuado de los
de conductas desadaptativas, pueden ser suficientes, al me-
diversos problemas y preocupaciones, la generación de las
nos en m u c h o s casos, para favorecer la recuperación del
posibles soluciones, el análisis de las ventajas e inconvenien-
m e n o r (tabla 5.1) (Guerricaechevam'a y Echeburúa, 2000).
tes de cada u n a de ellas y, p o r último, la t o m a de decisiones,
así c o m o la evaluación posterior de ellas. E n concreto, se
debe f a c i l i t a r a los pacientes la adquisición de medios efecti-
2.2. REESTRUCTURACIÓN COGNITIVA vos para enfrentarse con éxito a los diversos problemas p l a n -
teados y que son variables de unas personas a otras.
Se trata de enseñar a los familiares del m e n o r a detectar Por o t r o lado, en la mayoría de los casos, resulta necesa-
los pensamientos disfuncionales que están en el o r i g e n de su rio i n t e r v e n i r sobre determinados aspectos psicopatológicos
malestar psicológico (sentimientos de responsabilidad, c u l - que se derivan frecuentemente del d e s c u b r i m i e n t o del a b u -
pa y vergüenza, sensación de fracaso e i m p o t e n c i a , etc.), con so. Además de los síntomas depresivos ya comentados, sue-
el objetivo de reevaluarlos y m o d i f i c a r l o s . len detectarse niveles altos de ansiedad p a r a los que suele ser
Del m i s m o m o d o , el terapeuta debe i d e n t i f i c a r y e l i m i n a r conveniente el aprendizaje de u n a técnica específica para su
aquellas ideas y atribuciones erróneas que suponen dudas c o n t r o l , c o m o el entrenamiento en relajación muscular pro-
respecto a la veracidad de la declaración del m e n o r , así gresiva.
c o m o respecto a sus propias capacidades para c u i d a r l o y
p r o p o r c i o n a r l e el apoyo necesario en el f u t u r o .
108 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES ASPECTOS CLÍNICOS 109
2.4. ENTRENAMIENTO EN TÉCNICAS DE CONTROL emplear los recursos c o m u n i t a r i o s para la solución de pro-
DE CONTINGENCIAS blemas psicosociales, c o m o el desempleo, la inadecuación de
la vivienda, los problemas legales, las deudas, etc.- que, en
Se t r a t a de p r o m o v e r las h a b i l i d a d e s necesarias p a r a el caso de n o resolverse satisfactoriamente, pueden p r o p i c i a r
m a n e j o adecuado de las conductas del m e n o r . Estas técni- la r e i n c i d e n c i a en el abuso.
cas, además de a y u d a r a m e j o r a r las conductas del niño,
p r o p o r c i o n a n a los padres u n a sensación p o s i t i v a de c o n -
t r o l y de estar a y u d a n d o a sus hijos. E n este sentido, el he-
cho de e s t a b i l i z a r las actividades c o t i d i a n a s d e l niño (es-
cuela, relaciones sociales, actividades recreativas, etc.) y de
d o t a r a sus c u i d a d o r e s de las h a b i l i d a d e s adecuadas p a r a
r e d u c i r el i m p a c t o de ciertos factores de estrés derivados de
la revelación d e l suceso, asegura, e n d e t e r m i n a d o s casos, ta
recuperación del m e n o r (Echeburúa y Guerricaechevarría,
1998).
Según Vázquez M e z q u i t a (1995), hay dos aspectos a d i -
cionales que deben tenerse en cuenta en l a terapia c o n la fa-
m i l i a : p o r u n lado, la posible negación del p r o b l e m a t a n t o
p o r parte del abusador c o m o del resto de los familiares; p o r
o t r o , la naturaleza de las relaciones entre el agresor y las per-
sonas significativas p a r a el niño.
L a negación de los familiares del e n t o r n o , cuando ésta se
da, tiene s u o r i g e n en el p r o f u n d o s e n t i m i e n t o de c u l p a que
éstos sienten p o r haber fallado e n la protección del niño, la
sensación de d o l o r relativa a l s u f r i m i e n t o o t r a u m a posible y
la preocupación p o r el f u t u r o desarrollo e m o c i o n a l del m e -
n o r . A s i m i s m o , aceptar lo o c u r r i d o supone a s u m i r la posible
separación del abusador, c o n las dificultades socioemocio-
nales añadidas. A l i g u a l que en la intervención c o n la vícti-
m a , es i m p o r t a n t e identifícar las ideas que p e r m i t e n explicar
la utilización de l a negación c o m o estrategia de a f r o n t a -
m i e n t o , modifícarlas y sustituirlas p o r otras que favorezcan
la aceptación del abuso.
Respecto a las relaciones familiares, el clínico debe cen-
trarse en la modificación de las pautas disfuncionales de re-
lación que e n el pasado p e r m i t i e r o n el abuso y en p r o m o v e r
una definición clara del r o l que cada m i e m b r o debe a s u m i r
d e n t r o de la f a m i l i a .
Por último, puede ser de interés, especialmente en los ca-
sos socialmente más desfavorecidos, enseñar a la f a m i l i a a
CAPÍTULO 6
CONCLUSIONES
Las consecuencias de la victimización a c o r t o plazo son, ción. Se trata de señalar algo t a n obvio c o m o que n o hay u n
en general, devastadoras para el f u n c i o n a m i e n t o psicológico p e r f i l único de víctima, que las diferencias individuales es-
de la víctima, sobre t o d o cuando el agresor es u n m i e m - tán presentes y que n o hay u n a respuesta invariable a u n a si-
b r o de l a m i s m a f a m i l i a . Las consecuencias a largo plazo s o n tuación traumática. Sólo de este m o d o se puede a b o r d a r u n a
más inciertas, si b i e n hay u n a cierta correlación entre el abu- t o m a de decisiones adecuada entre las d i s t i n t a s alternativas
so sexual s u f r i d o en la infancia y la aparición de alteraciones posibles y n o necesariamente excluyentes: el t r a t a m i e n t o de
emocionales o de c o m p o r t a m i e n t o s sexuales inadaptados e n la víctima, la salida del agresor del hogar, la separación del
la vida adulta. N o deja de ser significativo que u n 25 % de los m e n o r de los padres, el apoyo social a l a f a m i l i a , la terapia
niños abusados sexualmente se conviertan ellos m i s m o s en del agresor, etc. (Echeburúa y Guerricaechevarría, 1998).
abusadores c u a n d o llegan a ser adultos. £1 papel de los fac- De hecho, n o todas las víctimas requieren ser tratadas d i -
tores a m o r t i g u a d o r e s — f a m i l i a , relaciones sociales, autoes- rectamente. L a terapia puede i m p l i c a r , a l menos en algunos
t i m a , etc.— en la reducción del i m p a c t o psicológico parece casos, u n a segunda victimización. Sólo cuando hay unos
ser s u m a m e n t e i m p o r t a n t e , pero está aún p o r esclarecer. síntomas psicopatológicos concretos (ansiedad, depresión,
N o obstante, las secuelas del abuso sexual son similares a pesadillas, conductas anómalas, etc.) o u n grado de inadap-
las de o t r o t i p o de v i c t i m i z a c i o n e s . De este m o d o , más que tación i m p o r t a n t e a la vida c o t i d i a n a se j u s t i f i c a la interven-
respuestas específicas a t r a u m a s específicos, los diferentes ción terapéutica directa. Y en el caso de que ésta sea necesa-
tipos de victimización (castigo físico, abuso sexual, abando- ria, queda aún p o r c l a r i f i c a r el m o m e n t o adecuado de la m i s -
n o e m o c i o n a l , etc.) pueden d a r l u g a r a síntomas y pautas de m a y se carece aún de unas guías de t r a t a m i e n t o adaptadas a
conductas similares en niños de la m i s m a edad (Echeburúa la edad y a las necesidades específicas de cada víctima ( B o n -
y Guerricaechevam'a, 1999; F i n k e l h o r , 1997). E l único sín- ner, 1999). E n los demás casos, el apoyo f a m i l i a r , las relacio-
t o m a específico que diferencia a los niños abusados sexual- nes sociales, la reanudación de la v i d a c o t i d i a n a , etc., son su-
mente es u n a c o n d u c t a sexual i n a p r o p i a d a . ficientes c o m o factor de protección a l niño ( F i n k e l h o r y Ber-
N o es siempre fácil d e t e r m i n a r la validez del t e s t i m o n i o liner, 1995). De lo que se trata, en último término, es de n o
de los niños, sobre t o d o cuando éstos son m u y pequeños. m a g n i f i c a r la situación y de i n t r o d u c i r solamente los cam-
Pero, en general, los niños d i s t i n g u e n claramente los abusos bios que se consideren inevitables en la vida del menor.
sexuales de las muestras de afecto sanas y naturales. Rara E n c u a l q u i e r caso, la evaluación y el t r a t a m i e n t o de las
vez la fantasía del m e n o r construye historias de este t i p o fa- víctimas de abuso sexual i n f a n t i l son todavía unas áreas en
buladas, a n o ser que cuente c o n alguna inducción e x t e m a . desarrollo que presentan unas dificultades específicas y,
Por ello, es más frecuente el abuso oculto que el abuso inven- en cierto m o d o , insalvables. A diferencia de otros tipos de i n -
tado. De hecho, los niños, al sentirse avergonzados p o r lo tervención clínica e n los niños, el objetivo terapéutico n o es
o c u r r i d o , t i e n d e n c o n frecuencia a m a n t e n e r l o o c u l t o , c o n la u n t r a s t o r n o concreto, sino u n a experiencia emocional desa-
d i f i c u l t a d generada para e n c o n t r a r protección de i n m e d i a t o daptada (el abuso sexual), que no se l i m i t a a una serie de sín-
y c o n el riesgo añadido de u n a m a y o r interferencia en su cre- tomas o p r o b l e m a s c o m p o r t a m e n t a l e s (Bonner, 1999).
c i m i e n t o afectivo y en s u capacidad p o s t e r i o r de a m a r y ser Más allá del escepticismo planteado, el t r a t a m i e n t o del
amado de u n a f o r m a gratificante. De este m o d o , n o es r a r o agresor sexual es u n aspecto f u n d a m e n t a l en el enfoque inte-
descubrir el abuso sexual de f o r m a casual o cuando se con- g r a d o de este p r o b l e m a . Este objetivo n o está exento de d i f i -
sulta p o r u n m o t i v o aparentemente ajeno. cultades. S i bien se cuenta con t r a t a m i e n t o s efectivos, las es-
U n reto de f u t u r o es a h o n d a r en el c o n o c i m i e n t o de las trategias de negación del abuso y la escasa motivación p a r a
consecuencias psicopatológicas del abuso sexual y en el pa- el t r a t a m i e n t o son los obstáculos más difíciles de sortear en
pel m e d i a d o r de los factores de v u l n e r a b i l i d a d y de protec- estos sujetos. A l m a r g e n de los resultados obtenidos hasta la
114 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S
A S P E C T O S CLÍNICOS
115
CASOS CLÍNICOS
E n esta parte del l i b r o se van a exponer algunos casos clí-
nicos que los autores y sus colaboradores h a n visto y t r a t a d o
en e! m a r c o de u n p r o g r a m a específico para agresores y víc-
timas de agresiones sexuales. Los autores de'este texto agra-
decen especialmente la colaboración encontrada en t o d o
m o m e n t o y las discusiones clínicas con Belén Sarasua e Ire-
ne Z u b i z a r r e t a sobre los casos expuestos, así c o m o los datos
de la experiencia clínica aportados p o r Raúl Cenea y Javier
Femández-Montalvo.
Más que presentar unas historias clínicas completas (que
el lector interesado puede e n c o n t r a r en o t r o s lugares, c o m o ,
por ejemplo, en Femández-Montalvo y Echeburúa, 1998, en
el caso de u n agresor, o en Z u b i z a r r e t a , Echeburúa, Sarasua
y C o r r a l , 1998, en el caso de u n a víctima), el objetivo de esta
sección es, s i m p l e m e n t e , m o s t r a r algunos ejemplos de la ca-
suística registrada.
Los datos de identificación de los casos expuestos están
modificados a f i n de preservar la i n t i m i d a d de los pacientes.
1. Víctimas de abuso s e x u a l
da. A s i m i s m o se registra u n a mejoría del estado de ánimo • I n v e n t a r i o de Depresión de Beck (BDI; Beck, 1961).
que está asociada c o n las consecuencias positivas derivadas • I n v e n t a r i o de Depresión de H a m i l t o n {HRS. H a m i l t o n ,
de u n estilo de a f r o n t a m i e n t o más eficaz ante las s i t u a c i o - 1980).
nes de la vida c o t i d i a n a . Las relaciones c o n su n o v i o son • Cuestionario de Miedos asociados c o n las agresiones
a h o r a satisfactorias: es ya capaz de expresar y r e c i b i r senti- sexuales {MFS-IH: V e r o n e n y K i l p a t r i c k , 1980).
m i e n t o s de t e r n u r a y ha superado las difícultades sexuales • Escala de A u t o e s t i m a {AE; Rosenberg, 1965).
relacionadas c o n el vaginismo y la dispareunia. • Escala de Inadaptación (Echeburúa y C o r r a l , 1987).
Tras el t r a t a m i e n t o se plantea u n c o n t r o l de s e g u i m i e n t o
periódico d u r a n t e u n año c o n el objetivo de evaluar el m a n - c) Resultados de la evaluación
t e n i m i e n t o de los logros terapéuticos a lo largo del t i e m p o y
de p r e v e n i r posibles situaciones de riesgo p a r a su estabili- E n c u a n t o a la agresión sexual s u f r i d a , hace u n mes — u n
d a d psicológica. viernes p o r la tarde, en c o n c r e t o — , c u a n d o la paciente se e n -
contraba con u n g r u p o de compañeros del i n s t i t u t o , fue for-
zada bajo amenazas p o r dos de ellos a realizarles u n a fela-
1.2. CASO N." 2 : SUSANA ción. Tras la agresión, la paciente regresó a su casa y ocultó
lo sucedido p o r vergüenza. Pero el lunes, ante la perspectiva
a) Motivo de consulta . - * ; de tener que a c u d i r de nuevo a la escuela, se lo contó a s u
madre. Ésta se puso en contacto de i n m e d i a t o c o n la policía
Susana, de 14 años, soltera y n a t u r a l de Santander, acude y c o n los Servicios Sociales de su l o c a l i d a d . N o obstante, fi-
a consulta acompañada de su madre en m a r z o de 1999. La nalmente, no d e n u n c i a r o n lo sucedido p o r m i e d o a represa-
víctima h a sido derivada p o r los Servicios Sociales d e l A y u n - lias hacia la m e n o r p o r parte de los agresores y ante la i m p o -
t a m i e n t o de su l o c a l i d a d de residencia c o n el objetivo de va- s i b i l i d a d de p r o b a r legalmente el d e l i t o cometido.
l o r a r el estado psicológico de l a m e n o r tras haber s u f r i d o Por o t r a parte, los agresores —dos chicos con u n a c i e r t a
una agresión sexual, así c o m o de p r o p o r c i o n a r l e , en caso de capacidad de liderazgo en el instituto—• r e l a t a r o n lo o c u r r i -
ser necesario, el t r a t a m i e n t o psicológico o p o r t u n o . do (tergiversándolo y o c u l t a n d o el carácter forzado de l a r e -
lación) c o m o una hazaña a u n g r u p o n u m e r o s o de compañe-
b) Evaluación psicológica ros de la clase, lo c u a l tuvo u n carácter especialmente h u m i -
llante p a r a la víctima.
Además de la entrevista clínica, los instrumentos de medi- Con a n t e r i o r i d a d a este hecho, la paciente presentaba
da utilizados en la evaluación psicológica son los siguientes: una buena adaptación a la v i d a c o t i d i a n a , n o tenía p r o b l e -
mas en sus relaciones familiares y sociales y n o había r e c i b i -
— Entrevista S e m i e s t r u c t u r a d a para Víctimas de Agresio- do ningún t i p o de t r a t a m i e n t o psicológico o psiquiátrico.
nes Sexuales. Respecto a la evaluación del i m p a c t o psicológico s u f r i d o
— Escala de Gravedad de Síntomas del T r a s t o r n o de Estrés por la agresión, los resultados ponen de manifiesto que l a p a -
Postraumático (Echeburúa, C o r r a l , A m o r , Z u b i z a r r e t a y ciente, sin llegar a c u m p l i r los criterios requeridos para el d i a g -
Sarasua, 1997). nóstico del trastorno de estrés postraumático, presenta, s i n
— Evaluación de variables psicopatológicas específicas: embargo, sintomatología significativa en las siguientes áreas:
— Entrenamiento en pautas específicas de actuación frente a proteger de situaciones de riesgo a s u h i j a de 8 años de edad,
los sucesos posteriores asociados c o n la agresión sexual que ha s u f r i d o , supuestamente, abusos sexuales cometidos
(dudas sobre l a conveniencia de l a d e n u n c i a , c o n t a c t o s p o r el padre de la niña.
c o n otros profesionales, acoso de los agresores y reacción E n la a c t u a l i d a d Rosa convive c o n sus dos hijos ( u n c h i c o
de los compañeros de clase h a c i a s u hija). de 1 6 años y u n a niña de 8 ) y c o n su madre. Se encuentra se-
parada de s u m a r i d o desde n o v i e m b r e de 1 9 9 8 .
f) Resultados del tratamiento
b) Objetivos de ¡a intervención
E n la evaluación realizada tras el t r a t a m i e n t o se registra
u n a mejoría i m p o r t a n t e en todas las áreas evaluadas. Los re- L a intervención psicológica tiene c o m o finalidad p r i o r i -
sultados obtenidos c o n la m e n o r p o n e n de m a n i f i e s t o u n a t a r i a conseguir dos metas. E n p r i m e r lugar, g a r a n t i z a r la ca-
disminución d e l n i v e l de ansiedad y d e l a frecuencia de pen- p a c i d a d de la paciente para proteger y c u b r i r de manera ade-
samientos i n t r u s i v o s asociados a la situación v i v i d a . A s i m i s - cuada las necesidades básicas de l a m e n o r . Y, en segundo l u -
m o se observa l a desaparición de los pensamientos d i s f u n - gar, superar las consecuencias psicológicas derivadas del
cionales detectados y u n estilo de a f r o n t a m i e n t o más eficaz abuso sexual e x p e r i m e n t a d o p o r la m e n o r y p r o p o r c i o n a r l e
ante las situaciones de l a v i d a c o t i d i a n a . las estrategias adecuadas para afrontarlas.
Tras el t r a t a m i e n t o se plantea u n periodo de s e g u i m i e n t o E n este caso n o se ha considerado conveniente t r a t a r d i -
d u r a n t e u n año c o n el objetivo de evaluar el m a n t e n i m i e n t o rectamente a la niña p o r q u e n o presenta u n a sintomatología
de los logros terapéuticos a lo largo del t i e m p o y de prevenir psicopatológica. Someterla a t r a t a m i e n t o en estas c i r c u n s -
posibles situaciones de riesgo para su estabilidad psicológica. tancias hubiese sido u n a f o r m a de victimización secundaria.
c) Evaluación psicológica ; .w .
2. F a m i l i a r e s d e víctimas
1-a evaluación psicológica está orientada a dos objetivos
E n este a p a r t a d o se expone u n caso c o r r e s p o n d i e n t e a la fundamentales: en p r i m e r lugar, a valorar el e n t o r n o f a m i -
valoración psicológica de u n a m a d r e y de su c a p a c i d a d de liar, en concreto, la a c t i t u d de Rosa hacia la existencia de los
protección de u n a hija de 8 años p a r a preservarla d e nuevos posibles abusos sexuales sufridos p o r su hija y su capacidad
abusos p o r p a r t e de s u ex m a r i d o . de protección respecto a la m e n o r ; y, en segundo lugar, a
evaluar los síntomas psicológicos derivados de la situación
vivida.
2.1. CASO N." 3 : ROSA Los i n s t r u m e n t o s empleados h a n sido los siguientes:
— Evaluación de variables psicopatológicas específicas: años de edad) y consistieron en tocamientos. Según el testi-
m o n i o de la madre, t u v i e r o n lugar en casa de los abuelos pa-
• I n v e n t a r i o de Ansiedad Estado-Rasgo (STAI; Spielber- ternos. A l volver a casa, l a niña se mostró m u y alterada y ner-
ger, 1970). viosa c o n accesos c o n t i n u o s de l l a n t o . La paciente, a l n o
• I n v e n t a r i o de Depresión de Beck (5£>/; Beck, 1961). c o m p r e n d e r lo que sucedía, la llevó i n m e d i a t a m e n t e a
• I n v e n t a r i o de Depresión de H a m i l t o n {HRS; H a m i l t o n , Urgencias y fue allí donde la niña reveló los abusos.
1980). Desde ese m o m e n t o , la niña no volvió a ver al agresor has-
• Escala de A u to es t i m a (A£; Rosenberg, 1965). ta que, año y medio más tarde, se encontraron en el p o r t a l de
• Escala de Inadaptación (Echeburúa y C o r r a l , 1987). su casa. La reacción de la m e n o r fue de entusiasmo e ilusión
p o r ver a su padre. Dicha reacción confundió a la paciente y le
d) Resultados de la evaluación hizo d u d a r de que realmente se hubiesen p r o d u c i d o los abu-
sos. Este hecho, j u n t o c o n la promesa p o r parte del agresor de
Respecto a la historia clínica, los resultados de l a evalua- demostrar que todo era falso y de que se había cometido u n
ción psicológica p o n e n de manifiesto que la paciente ha s u - error, propició la segunda reconciliación. A l cabo de dos
fi-ido malos tratos fi'sicos y psicológicos p o r parte de Isis dos años, a l percatarse de que su m a r i d o no había cambiado y de
parejas que h a t e n i d o . que no había demostrado la falsedad de los abusos, la pacien-
L a paciente — u n a m u j e r insegura y poco asertiva— se te decidió separarse, esta vez de forma definitiva.
casó embarazada a los 17 años c o n s u p r i m e r m a r i d o , d e l D u r a n t e el p e r i o d o de reconciliación, la paciente recono-
que se separó a l año (al poco t i e m p o de nacer su p r i m e r h i j o ) ce haber t e n i d o u n a a c t i t u d de vigilancia constante hacia su
debido a la existencia de malos tratos físicos graves. A los 21 hija y su m a r i d o y asegura que el abuso no p u d o volver a p r o -
años conoció a su segunda pareja, c o n la que empezó a con- ducirse.
v i v i r . A los tres años de relación, t u v i e r o n a la niña y se casa- E n la a c t u a l i d a d , n o pone en d u d a la p o s i b i l i d a d de la
r o n . A p a r t i r de ese m o m e n t o , la relación c o n s u m a r i d o existencia de los abusos pasados p o r parte de su pareja y per-
— u n h o m b r e obsesionado p o r el sexo, tanto en sus relacio- cibe la gravedad de los hechos.
nes c o m o en sus conversaciones— se deterioró y aparecie-
Por o t r o lado, en c u a n t o a la situación familiar actual, la
r o n conductas de m a l t r a t o físico y psicológico. Hace c u a t r o
paciente —más t r a n q u i l a desde la separación y con u n a bue-
años la paciente decidió separarse y fiie, tras u n a de las es-
na relación c o n su m a d r e , que la ayuda en las tareas domés-
tancias de l a niña c o n su padre, c u a n d o sucedieron los a b u -
t i c a s — m u e s t r a u n a gran preocupación p o r el bienestar de
sos. D u r a n t e año y medio la paciente n o tuvo contacto algu-
sus hijos, t a n t o a nivel físico (alimentación, sueño y cuida-
no c o n su pareja, hasta que se p r o d u j o u n a reconciliación.
dos fi'sicos) c o m o afectivo (atención, demostraciones de ca-
A l cabo de u n o s pocos meses, s i n embargo, l a paciente se riño, etc.). E l desarrollo evolutivo de ambos menores ha sido
percató de que nada había c a m b i a d o y decidió p o ne r fín a la t o t a l m e n t e n o r m a l y n o se detectan dificultades en las d i s t i n -
relación. E n ese m o m e n t o de la separación se p r o d u j o u n a tas áreas de su v i d a c o t i d i a n a ( r e n d i m i e n t o escolar, relacio-
situación de acoso, c o n amenazas e i n c l us o varias agresio- nes sociales, juegos y t i e m p o de ocio, etc.). A s i m i s m o , las re-
nes hacia la paciente. Finalmente, d u r a n t e el mes de j u n i o laciones entre los m i e m b r o s del sistema f a m i l i a r parecen
del presente año, fírmaron el acuerdo de medidas provisio- m u y positivas.
nales y se concretó legalmente la separación. E n c u a nt o a la evaluación psicopatológica. no se detectan
Por lo que se refíere a los abusos sexuales sufridos p o r la síntomas susceptibles de t r a t a m i e n t o y n o parecen existir si-
m e n o r p o r parte de s u padre, parece que se p r o d u j e r o n e n tuaciones de riesgo p a r a su i n t e g r i d a d física y psicológica
u n a única ocasión (la niña contaba entonces c o n c u a t r o tras la separación. - • , ,, .
132 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCU: VÍCTIMAS Y AGRESORES CASOS CLÍNICOS 133
L a paciente ha m o s t r a d o u n a a c t i t u d colaboradora y la E n este apartado figuran los casos de varios agresores se-
evolución de l a intervención ha sido satisfactoria. N o obs- xuales, tanto i n t r a c o m o extrafamiliares y t a n t o preferencia-
tante, a lo largo del proceso terapéutico, que se ha p r o l o n g a - Ies c o m o situacionales.
d o d u r a n t e 6 sesiones, se ha visto o b l i g a d a a cancelar varías
citas debido a u n grave p r o b l e m a físico de su hijo (alteracio-
nes gastrointestinales que h a n requerído l a hospitalización) 3.1. CASO N.''4: M I G U E L
y a diversas complicaciones médicas sobrevenidas.
E l c o n t e n i d o de l a intervención, además de l a valoración a) Motivo de consulta
descrita, se ha centrado básicamente en u n asesoramiento
psicoeducativo o r i e n t a d o a p r o p o r c i o n a r l a información ne- M i g u e l , de 5 0 años, n a t u r a l de Logroño, que está casado
cesaria sobre el abuso sexual y sus efectos sobre las víctimas desde hace 2 4 y tiene dos hijas de 2 2 y 1 5 años, acude a c o n -
y l o s f a m i l i a r e s , así c o m o a a c l a r a r las posibles preocupacio- sulta en septiembre de 1 9 9 6 . Viene derivado p o r la t r a b a -
nes y dudas surgidas. A s i m i s m o se le h a n i n d i c a d o pautas de j a d o r a social de su zona c o n el objetivo de r e c i b i r t r a t a m i e n -
actuación específicas para el manejo de posibles c o m p l i c a - t o psicológico p o r haber abusado sexualmente de la hija
ciones futuras, especialmente p o r lo que se refiere a p r e g u n - menor.
tas de la m e n o r sobre lo sucedido o a aspectos relacionados Los abusos se h a n detectado en el colegio donde estudia
c o n la sexualidad o las relaciones interpersonales. la m e n o r . L a víctima se d i o cuenta de que la relación con su
padre n o era n o r m a l a paríir de i n i c i a r u n a relación afectiva
f) Conclusiones c o n u n chico. Por ello, se lo contó a unas amigas y éstas se
a l a r m a r o n ante lo o c u r r i d o . U n a de ellas l o comentó a l e d u -
L a evaluación pone de m a n i f i e s t o que a c t u a l m e n t e n o cador del centro y éste remitió el asunto a la trabajadora so-
existe u n a situación de riesgo para la m e n o r . L a c o n d u c t a de c i a l correspondiente, q u i e n , p o r su parte, u n a vez evaluada
la paciente es a p r o p i a d a en relación c o n l a educación y c u i - la gravedad del caso, l o derivó a la consulta, donde se inició
dados de sus hijos y se observa u n a a c t i t u d de protección ha- el t r a t a m i e n t o t a n t o de ta víctima — c o n el objetivo de valo-
cia los m i s m o s . rar su estado y de ayudarla a superar las consecuencias del
Por o t r o lado, la existencia de u n a c u e r d o legal firmado i m p a c t o psicológico s u f r i d o — c o m o del a u t o r de los abusos.
p o r los padres de la m e n o r que i m p i d e a l agresor e n t r a r en
c o n t a c t o d i r e c t o c o n la niña hasta q u e tenga 1 6 años, j u n t o b) Evaluación psicológica
c o n l a firme resolución de l a m a d r e de n o volver c o n s u a n t i -
g u a pareja, p e r m i t e garantizar, a l m e n o s hasta c i e r t o p u n t o , Además de u n a entrevista general y de otra específica so-
la s e g u r i d a d de l a niña respecto a l a o c u r r e n c i a de futuros bre conductas sexuales, se u t i l i z a r o n los siguientes i n s t r u -
nuevos abusos. mentos de evaluación:
Este aspecto, u n i d o a la e s t a b i l i d a d psicológica de la
niña, a l a m b i e n t e de n o r m a l i d a d en e l que se encuentra, a — SCL-90-R (Derogatis, 1 9 7 5 ) .
la c o r t a edad e n la que el abuso t u v o l u g a r y al hecho de que — Inventario de Depresión de Beck (BDI) (Beck, Rush,
se p r o d u j e r a en u n a única ocasión y s i n violencia física n i pe- S h a w y Emery, 1 9 8 3 ) .
netración, pueden considerarse c o m o predictores del m a n — Inventario de Ansiedad Estado-Rasgo (STAI) (Spielber-
t e n i m i e n t o del b u e n estado psicológico de la m e n o r . ger, Gorsuch y Lushene, 1 9 7 0 ) .
134 A B U S O S E X U A L E N L A I N F A N C U : VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S C A S O S CLÍNICOS 135
h i j a n u n c a h a sido u n a sustitución de las relaciones sexua- pulsos sexuales ofensivos en relación c o n su hija. No fue
les c o n s u m u j e r . necesaria la utilización de técnicas d i r i g i d a s a l a u m e n t o
Por o t r a parle, los resultados de la evaluación psicológica de la excitación heterosexual adecuada — c o m o el recon-
reflejan la presencia, en general, de síntomas psicopatológi- d i c i o n a m i e n t o m a s t u r b a t o r i o , p o r ejemplo—, puesto que
cos acentuados y, más en concreto, de unos niveles de ansie- el estado del paciente en este aspecto era adecuado.
dad m u y elevados (STAI = 41), así c o m o de u n bajo ajuste m a - — Intervención educativa sobre la relación de padre a hija.
rital (MAT = 77). Asimismo, el nivel de inadaptación a la vida Estaba o r i e n t a d a a p r o p o r c i o n a r a l paciente información
cotidiana es m u y elevado. T o d o ello es fruto de la situación acerca de las necesidades de u n a adolescente de la edad
personal p o r la que está pasando en estos momentos. S i n e m - de su hija y de cómo se debían a f r o n t a r p o r parte de los
bargo, la motivación del paciente ante el t r a t a m i e n t o es alta. padres dichas necesidades. A s i m i s m o se incidió en la ma-
Por último, la evaluación de la c o n d u c t a sexual hace des- nifestación adecuada de muestras de afecto hacia su hija,
c a r t a r l a existencia de u n a pedofilia preferencial (orientación a pesar de lo que había o c u r r i d o . Este hecho era especial-
sexual d i r i g i d a p r i m a r i a m e n t e a niños, s i n apenas interés mente i m p o r t a n t e , puesto que el paciente presentaba u n a
p o r los adultos). E l nivel de excitación heterosexual del pa- c o n d u c t a excesivamente distante hacia su hija desde que
ciente es adecuado y n o se observan signos indicativos de habían salido a la l u z los hechos.
u n a excitación sexual general desviada. — Estrategias generales de prevención de recaídas. Estaban
enfocadas al análisis de la p o s i b i l i d a d de m o s t r a r nue-
d) Tratamiento psicológico vamente las conductas de abuso en u n f u t u r o , p r i n c i p a l -
mente en circunstancias de estrés o de e n f r e n t a m i e n t o
E l p r o g r a m a terapéutico constó de nueve sesiones i n d i v i - f o r t u i t o a situaciones que le r e c o r d a r a n los hechos ante-
duales y de u n a sesión de pareja, de u n a h o r a de duración y riores, así c o m o a la necesidad de p o n e r en m a r c h a , si
c o n u n a p e r i o d i c i d a d semanal, y corrió a cargo de u n psicó- esto o c u r r i e r a , las técnicas aprendidas en la consulta.
logo clínico. Las principales técnicas utilizadas f u e r o n las si-
guientes: e) Resultados del tratamiento
— Reestructuración cognitiva: el objetivo era que el paciente Los resultados se v a l o r a r o n en función de si existían o n o
a s u m i e r a su p r o p i a responsabilidad sobre lo o c u r r i d o , abusos, así c o m o si en algún m o m e n t o el paciente había te-
así c o m o que e l i m i n a r a las justificaciones c o n t i n u a s refe- n i d o algún t i p o de fantasías o deseos de contactos sexuales
ridas a que era s u hija la que buscaba esta situación y a con su hija. E n este sentido, el paciente, a l c o n c l u i r el trata-
que a él n o le quedaba más r e m e d i o que acceder a ello. m i e n t o y en los diversos seguimientos llevados a cabo hasta
A s i m i s m o se t r a t a b a de exponerle los efectos que pueden u n año después de la terapia, n o había vuelto a tener n i n g u -
presentarse en su hija a medio-largo plazo c o m o conse- na c o n d u c t a sexual n i ningún t i p o de excitación relacionada
cuencia de este t i p o de sucesos. con los abusos.
— Control de estímulos: el objetivo en este caso era i m p e d i r Por o t r o lado, se había p r o d u c i d o una mejoría significati-
c u a l q u i e r situación de riesgo que facilitara los abusos. va en las variables psicopatológicas asociadas. E n concreto,
Así, se le d i e r o n instrucciones a l paciente para que evita- los niveles elevados de ansiedad y de inadaptación a la v i d a
ra estar a solas c o n la hija en casa, para que no e n t r a r a en c o t i d i a n a que presentaba el paciente i n i c i a l m e n t e habían
la habitación de ella y para que n o p r o p i c i a r a n i n g u n a si- d i s m i n u i d o considerablemente d u r a n t e el t r a t a m i e n t o y los
tuación peligrosa. períodos de seguimiento. Por o t r a parte, el ajuste m a r i t a l h a -
— Sensibilización encubierta: la meta era e l i m i n a r los i m - bía m e j o r a d o de f o r m a significativa.
138 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES CASOS CLÍNICOS 139
3.2. CASO N." 5: ALBERTO semanal. La víctima era u n a adolescente de 16 años que acu-
día c o n frecuencia a l b a r del que el paciente es dueño. Según
a) Motivo de consulta el sujeto, la m e n o r consintió en t o d o m o m e n t o los contactos
sexuales e incluso fue ella l a que le p r o p u s o mantenerlos.
Alberto, de 58 años, n a t u r a l de Málaga, casado desde A s i m i s m o , siempre según el relato del paciente, n o era él el
hace 3 5 y c o n tres hijos, acude a c o n s u l t a en o c t u b r e de 1998, único, sino que la chica mantenía relaciones sexuales c o n
enviado p o r el juzgado, para t r a t a m i e n t o psicológico c o m o c u a t r o o cinco adultos de su e n t o r n o de f o r m a regular.
condición de c u m p l i m i e n t o o b l i g a t o r i o para la suspensión A d m i t e que, en algunas ocasiones, le d i o d i n e r o , tabaco o pe-
de la sentencia p o r u n d e l i t o c o n t i n u a d o de estupro.' queños regalos, pero niega que fuera u n pago n i que lo hicie-
Los abusos sexuales salieron a la l u z a p a r t i r de u n a de- ra de f o r m a h a b i t u a l .
n u n c i a presentada p o r la menor. Según la declaración de Alberto, la chica —procedente de
una f a m i l i a m u y problemática y con grandes carencias afecti-
b) Evaluación psicológica vas— se sentía i m p o r t a n t e ante sus amigas por mantener u n a
relación t a n estrecha c o n el dueño del local. Reconoce que,
Además de u n a entrevista general y de o t r a específica so- c o n el paso del t i e m p o , él empezó a sentir r e m o r d i m i e n t o s
bre conductas sexuales, se u t i l i z a r o n los siguientes i n s t r u - p o r su c o m p o r t a m i e n t o y que fue él quien puso f i n a la rela-
m e n t o s de evaluación: ción. La m e n o r se ofendió p o r la r u p t u r a y durante u n t i e m p o
acudió al b a r a insultarle e incluso llegó a pegar patadas a la
— I n v e n t a r i o de Depresión de Beck {BDI) (Beck, R u s h , puerta de entrada y a u n a máquina recreativa, p o r lo que
S h a w y E m e r y , 1983). Alberto se vio obligado a expulsarla de! establecimiento. Fue
— I n v e n t a r i o de Ansiedad Estado-Rasgo (STAI) (Spielber- tras este incidente cuando la chica interpuso la denuncia.
ger, G o r s u c h y Lushene, 1970). E n c u a n t o a sus circunstancias actuales y pasadas, el pa-
— Escala de A u t o e s t i m a (AE) (Rosenberg, 1965). ciente describe u n b u e n n i v e l de ajuste psicosocial previo a
— Escala de Inadaptación (Echeburúa y Corral, 1987Ü). los abusos. Tiene u n empleo estable y buenas relaciones so-
— Test de Ajuste M a r i t a l (MAT) (Locke y Wallace, 1959). ciales. Niega la existencia de antecedentes de abuso sexual y
de conductas sexuales i n a p r o p i a d a s , n i siquiera a n i v e l de
L a evaluación psicológica del paciente se llevó a cabo d u - fantasías. Sus relaciones familiares anteriores a la d e n u n c i a
rante 3 sesiones. eran satisfactorias. E n c u a n t o a la relación de pareja, es más
bien pobre y c o n escasos contactos sexuales. A s i m i s m o la
c) Resultados de la evaluación m u j e r manifiesta problemas crónicos de t i p o ansioso-depre-
sivo e h i p o c o n d r i a c o , p o r los que recibe medicación desde
E n relación c o n los abusos sexuales cometidos, el pacien- hace años. E l paciente recurre a la masturbación con u n a
te reconoce su existencia y describe que consistieron en be- cierta frecuencia, pero las fantasías son adecuadas.
sos, caricias y penetración (tanto vaginal c o m o o r a l y anal),
Por otra parte, los resultados de la evaluación psicológica
que se e x t e n d i e r o n a lo largo de u n año con u n a frecuencia
ponen de manifiesto que n o existe u n a orientación sexual pe-
doh'lica de t i p o p r i m a r i o o preferencial, pero sí numerosas
1, E s t a categoría jurídica —derogada en el nuevo Código Penal de 1995 e incorpo-
rada a la categoría de «abuso sexual»— estaba vigcnlc en el anterior, con arreglo al cual se ideas erróneas y cogniciones distorsionadas relacionadas c o n
juzgó a esta perdona. Comeifa estupro quien tenia acceso c a m a l con una persona de edad las relaciones sexuales c o n menores («a las adolescentes les
coniprendida entre los doce v los dieciocho años si se hacia valer de su superioridad y si
utilizaba engaño para ello (en el caso de que l a vfctima tuviera entre doce y diecisíis
gustan los hombres m a d u r o s porque los de su edad son a b u -
años). rridos», «son experiencias que siempre les van a venir bien».
140 ABUSO SEXUAL EN LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y AGRESORES CASOS CLÍNICOS 141
«es u n a f o r m a de aprender para ellas», etc.) que favorecieron tuación de riesgo q u e f a c i l i t a r a los abusos. Así, el sujeto
la aparición y m a n t e n i m i e n t o de los abusos sexuales. debía comprometerse a n o m a n t e n e r ningún t i p o de rela-
Respecto a otras variables psicopatológicas asociadas, pre- ción c o n la chica — n i siquiera p o r u n a compasión m a l
senta u n nivel relativamente alto de ansiedad (STAI = 3 2 ) . N o e n t e n d i d a — y se le d i e r o n instrucciones para que, en el
se detecta la presencia de sintomatología depresiva significati- caso de que ella llevase la i n i c i a t i v a para e n t r a r en c o n -
va y su autoestima es adecuada. Asimismo se pone de m a n i - tacto c o n él, fuera él q u i e n m a r c a r a los límites.
fiesto u n relativamente bajo ajuste m a r i t a l actual (MAT = 9 2 ) — Estrategias generales de prevención de recaídas. Estuvieron
en su relación de pareja, que está asociado, especialmente, a l enfocadas a l análisis de la p o s i b i l i d a d de manifestar nue-
descubrimiento de los abusos sexuales con la menor. vamente conductas de abuso en u n futuro. Precisamente,
a l ser el paciente dueño de u n b a r cercano a u n i n s t i t u t o y
d) Intervención psicológica tener p o r ello frecuentes contactos con niños y adolescen-
tes, se le entrenó e n habilidades para manejar determina-
A l a c u d i r el paciente a l a c o n s u l t a p o r m a n d a t o j u d i c i a l , das situaciones en sus relaciones c o n los clientes menores
la motivación para el t r a t a m i e n t o era escasa. S i n embargo, a de edad y para m a r c a r unos límites claros c o n ellos.
m e d i d a que se h i z o consciente del p r o b l e m a y que estableció
u n a relación de e m p a t i a adecuada c o n el terapeuta — u n psi- e) Resultados de la intervención
cólogo clínico—, la colaboración fue en a u m e n t o y se i m p l i -
có activamente en el t r a t a m i e n t o . E l paciente acudió de f o r m a regular a las 1 4 sesiones p r o -
' E l p r o g r a m a terapéutico constó de catorce sesiones, c o n gramadas. Se implicó positivamente y cumplió de f o r m a
u n a p e r i o d i c i d a d semanal, de u n a hora, c o n u n a duración adecuada las pautas terapéuticas proporcionadas.
t o t a l de 4 meses. Las principales técnicas u t i l i z a d a s f u e r o n Los resultados obtenidos tras el t r a t a m i e n t o fueron satis-
las siguientes: i factorios según los objetivos previstos. De hecho, h a n desa-
parecido las distorsiones cognitivas relacionadas con los
— Reestructuración cognitiva. E l objetivo era que el pacien- abusos sexuales y se le h a n p r o p o r c i o n a d o pautas de c o n -
te a s u m i e r a s u p r o p i a responsabilidad sobre lo o c u r r i d o d u c t a adecuadas, que lleva a cabo de f o r m a apropiada, fren-
y que desaparecieran las justificaciones c o n t i n u a s referi- te a posibles situaciones de riesgo en el f u t u r o .
das a que había sido la m e n o r la que había buscado la re- Respecto a la sintomatología asociada, se ha reducido el n i -
lación y d i s f r u t a b a c o n ella. Se trataba de que el sujeto vel de ansiedad y ha mejorado su ajuste en el ámbito de pareja.
fuera consciente y se responsabilizara de que, indepen- Tras l a evaluación p o s t r a t a m i e n t o se h a i n i c i a d o u n a fase
d i e n t e m e n t e de que ella t a buscara o no, debía ser él el de seguimiento, que tendrá u n a duración a p r o x i m a d a de u n
que pusiera límites a la relación c o n u n a adolescente. Se año c o n evaluaciones mensuales, c o n el objetivo de v a l o r a r
le expusieron los m o t i v o s p o r los que u n a m e n o r puede el m a n t e n i m i e n t o de los logros terapéuticos.
buscar relaciones sexuales c o n adultos: búsqueda de
afecto, obtención de u n estatus p r i v i l e g i a d o ante las a m i -
gas, consecución de d i n e r o o regalos, etc. A s i m i s m o , se le 3.3. CASO N." 6 : IGNACIO
m o s t r a r o n los efectos a m e d i o y largo plazo que este t i p o
de sucesos pueden generar en la víctima y se insistió en la a) Motivo de consulta
inadecuación de mantener relaciones sexuales c o n cual-
quier menor. I g n a c i o , soltero, de 3 0 años, n a t u r a l de San Sebastián,
— Control de estímulos. L a m e t a era i m p e d i r c u a l q u i e r si- acude a c o n s u l t a en d i c i e m b r e de 1 9 9 8 para someterse a t r a -
142 A B U S O S E X U A L E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S C A S O S CLÍNICOS 143
ble y sus contactos sexuales, a l m a r g e n de los abusos, se h a n E l p r o g r a m a terapéutico, llevado a cabo p o r u n psicólogo
l i m i t a d o a relaciones c o n p r o s t i t u t a s e n dos ocasiones. P o r clínico, constó de 17 sesiones en régimen a m b u l a t o r i o , c o n
o t r o lado, refiere haber sido víctima de abuso sexual p o r par- una p e r i o d i c i d a d semanal y u n a duración total de 4 meses.
te de u n h e r m a n o — l e obligó a m a s t u r b a r l e — c u a n d o conta- Las p r i n c i p a l e s técnicas utilizadas fueron las siguientes:
ba 10 años. Recuerda esta experiencia c o m o algo m u y desa-
gradable y negativo. — Control de estímulos. E l objetivo era prevenir situacio-
Por lo que se refiere a la evaluación psicológica realizada, nes de riesgo que p u d i e r a n p r o p i c i a r la o c u r r e n c i a de
los resultados i n d i c a n la existencia de u n a pedofilia prefe- nuevos abusos. Se d i e r o n instrucciones estrictas a l pa-
rencia! de t i p o homosexual, si bien aparece de f o r m a esporá- ciente para que evitara c u a l q u i e r t i p o de contacto c o n
dica u n a e x c i t a b i l i d a d sexual c o n mujeres adultas. Asimis- menores ( i n c l u i d o s los juegos y actividades recreativas
m o , se detectan numerosas ideas erróneas y cogniciones dis- que p r a c t i c a b a c o n ellos), así c o m o l a realización de a c t i -
torsionadas («son mayores de 12 años y saben b i e n lo que vidades asociadas a aspectos sexuales o pornográficos
hacen», «lo hacen también entre ellos», «son ellos los q u e lo (ver películas eróticas, visitar los sex-shops o la sección
buscan», e t c ) , así c o m o fantasías sexuales inadecuadas y re- de películas pornográficas de los vídeo-clubs, etc.). Se
currentes que favorecen l a existencia de las conductas se- trataba de r e d u c i r la excitación sexual del paciente.
xuales abusivas. — Reestructuración cognitiva. E l objetivo se centraba en
Por o t r a p a r t e , el paciente presenta u n grado de m a d u r e z que el paciente asumiera su absoluta responsabilidad so-
e m o c i o n a l y cognitiva deficiente y u n a i m p o r t a n t e carencia bre los contactos sexuales y que se e l i m i n a r a n las justifica-
de habilidades de comunicación y de manejo de las relacio- ciones referidas a lo que a los chicos les gustaba o a l o que
nes interpersonales. T o d o ello c o n t r i b u y e a que se desen- buscaban («si se lo explico y aceptan, no les fuerzo», «al-
vuelva c o n m a y o r c o m o d i d a d en relaciones con personas de gunos van buscando este t i p o de relaciones», etc.). Se re-
edad i n f e r i o r a la suya. A s i m i s m o , se detectan rasgos p r o p i o s saltó el papel que estas distorsiones desempeñan c o m o
del t r a s t o r n o límite de personalidad — a u n q u e n o llega a disparadores de u n a conducta inapropiada ante la presen-
cia de u n i m p u l s o sexual intenso. A s i m i s m o se enfatizó la
c u m p l i r los c r i t e r i o s mínimos exigidos para el diagnóstico,
incapacidad de los chicos para consentir de f o r m a «madu-
según el DSM-IV—, que se caracteriza p o r u n patrón general
ra» y se expusieron las consecuencias negativas que este
de i n e s t a b i l i d a d en las relaciones interpersonales y u n a g r a n
t i p o de abusos pueden tener para ellos a corto y a largo
r e a c t i v i d a d e n el ámbito afectivo, así c o m o p o r u n a gran i m -
plazo.
pulsividad.
Respecto a otras variables psicopatológicas asocia- — Entrenamiento en actividades gratificantes alternativas.
das, presenta u n nivel relativamente elevado de ansiedad Se instó a! paciente a que realizara o t r o t i p o de activida-
(STAI-E = 35) y síntomas depresivos n o m u y acentuados des reforzantes para él y ajenas a cuestiones sexuales o
{BDI = 14). S i n embargo, el paciente n o percibe u n malestar relacionadas c o n menores. Ante su falta de ideas, se recu-
psicológico significativo. rrió a u n l i s t a d o previamente elaborado p o r el terapeuta
y el sujeto fue seleccionando aquellas opciones que le re-
d) Tratamiento psicológico sultaban más apetecibles. Cada semana el paciente debía
llevar a cabo varias de estas actividades alternativas y
A pesar de que el sujeto acudió p o r m a n d a t o j u d i c i a l — n o anotarlas en u n a hoja de registro.
p o r i n i c i a t i v a p r o p i a — , el total r e c o n o c i m i e n t o del proble- — Sensibilización encubierta y recondicionamiento orgásmi-
m a p o r parte de I g n a c i o facilitó s u colaboración y s u i m p l i - co. L a meta era e l i m i n a r los i m p u l s o s sexuales ofensi-
cación activa en el t r a t a m i e n t o . vos c o n relación a menores, así c o m o a u m e n t a r la excita-
146 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S C A S O S CLÍNICOS 147
OJOS D E LLUVIA
JAVIER URRA
Defensor del Menor
en la Comunidad de Madrid
Presidente de la Red Europea
de Defensores del Menor
Y, s i n embargo, estas niñas y niños viven atenazados p o r f u n d a m e n t a l etapa de su v i d a que es l a i n f a n c i a , que su co-
el s o b r e c o g i m i e n t o angustioso de la insondable noche, de l a r r e c t a evolución y maduración n o pueden ser enfangadas
puerta que se abre, de la sombra que acecha, p o r la p a l a b r a p o r q u i e n entiende que todo le pertenece.
cálida y persuasiva que, al r e c i b i r u n i m p l o r a n t e NO. se c o n -
S o n l a presión social, la repulsa colectiva, la r e p u g n a n -
vierte en p r o f u n d a m e n t e amenazadora.
cia v i s c e r a l y r a z o n a d a , las que permitirán que el legislador
Estos adultos, m a l llamados padres, tíos o abuelos, que n o sólo p r o p u l s e u n a s leyes y n o r m a s atentas y cálidas c o n
h a n hecho añicos la máxima que reza que el m e j o r d o n la víctima y d u r a s , a l t i e m p o que r e h a b i l i t a d o r a s , c o n el
que se puede d a r es u n a infancia feliz, n o escuchan el per- agresor; s i n o que a r b i t r e m u c h a s más medidas preventivas
suasivo lenguaje de las lágrimas. que i n c i d a n e n el e n t o r n o d e l niño, e n s u b a r r i o , en s u h o -
L a vida, c o m o si fuera u n río, va dejando sedimentos, a gar, m e d i a n t e educadores de f a m i l i a , escuelas de padres,
veces hondos vacíos, abismos insondables; es el caso de esas etcétera; q u e se supervise el a b s e n t i s m o escolar, síntoma en
niñas o niños (ya entiende q u i e n esto lee que estoy u t i l i z a n - ocasiones de actividades laborales ocultas que p u n t u a l -
do el género i n d i s t i n t a m e n t e ) que, en su afán de colaborar, m e n t e se r e f i e r e n a la utilización sexual de l a i n f a n c i a ; q u e
ponen en el sobre que escriben notas a l cartero, de su piso, se p o t e n c i e la policía de menores e n pueblos y ciudades;
calle, c i u d a d , país, continente y m u n d o . Niños alegres, que que se d o t e de m e d i o s materiales y h u m a n o s a j u z g a d o s y
se fían y que u n día que quedará m a r c a d o a fuego e n su me- fiscalías de menores, y específicamente de psicólogos, q u e
m o r i a s u f r e n el abuso de o t r o u otros menores, llamémosles v a l o r e n las declaraciones de niños y jóvenes, de t r a b a j a d o -
niños ¿por qué no? res sociales y educadores; q u e se amplíe l a r e d de atención
Este epílogo es, o intenta ser, u n íntimo monólogo c o m - en los servicios sociales, de f o r m a q u e la víctima n o vuelva a
p a r t i d o c o n usted en el u m b r a l del silencio. ser v i c t i m i z a d a , alejada del h o g a r a l p u n t o que p e r c i b a q u e
«Tengo ganas de lágrimas» ( F e m a n d o Pessoa). la p r o s c r i t a ha sido ella; que se a r b i t r e u n p r o c e d i m i e n t o j u -
A n t e t a n t o s y t a n t o s j i r o n e s de v i d a — l o s más o c u l t o s , d i c i a l u r g e n t e , donde de v e r d a d p r i m e el m e j o r interés d e l
c a l l a d o s , s i l e n c i a d o s , que h a c e n z o z o b r a r el ser, l a m i r a d a niño, p a r a q u e n o tenga que v e r b a l i z a r y r e c o r d a r c o n t i n u a -
c o n l a que se captará la geografía y las i n t e n c i o n e s d e l m e n t e los dañinos hechos a los que fue o b l i g a d o , n i sopor-
resto d e l paisaje h u m a n o — , n o cabe s i n o regenerar l a so- t a r la m i r a d a a m e n a z a d o r a d e l agresor ( s i n p o r ello v u l n e -
ciedad. r a r el esencial p r i n c i p i o de la presunción de i n o c e n c i a ) ,
E l destino de la violencia tiene que ser su f i n . d o n d e se d e t e r m i n e c l a r a m e n t e , nítidamente, que hay u n o
Y n o me refiero a esa respuesta acalorada, s i m p l i s t a , que (o v a r i o s ) c u l p a b l e s y u n i n o c e n t e ( u n a víctima), y se a h u -
nace del p u e b l o l l a n o i n d i g n a d o que grita, que solicita la na- yente c u a l q u i e r a t i s b o i n t e n c i o n a d o de c o n n i v e n c i a .
vaja «capacutos» (o «capacerdos»). Pero hay más, muchísimo más, q u e se puede, que se h a
L o que se precisa es acabar c o n la m e z q u i n d a d m o r a l , de hacer p a r a p r e v e n i r y , en su caso, cauterizar las p r o f u n -
t r a n s m i t i r a t a m b o r batiente que la emónea tolerancia i l i m i - das cicatrices de conductas q u e nos m u e s t r a n la mísera, n o
tada, i n t e r p r e t a d a c o m o el derecho a los propios gustos y la n a t u r a l y saludable, desnudez h u m a n a .
apetencias, acaba favoreciendo a quienes disponen del po- H a y q u e f o r m a r a los niños en sus derechos, deben c o n o -
der e n cada situación, a los fuertes, a los que pagan para cer algunas posibles c m d a s realidades p a r a no estar t o t a l -
p r o s t i t u i r o c o n s u m i r pomografi'a i n f a n t i l . mente desprotegidos. S i n caer en p o s i c i o n a m i e n t o s p a r a n o i -
Hay que b a r r e r de la conciencia colectiva c u a l q u i e r atis- cos, en el hogar, en l a escuela i n f a n t i l , en el colegio, hay q u e
b o de errónea p a t r i a potestad e i n c u l c a r que toda niña y niño a b o r d a r el tema de los m a l o s tratos y, d e n t r o de ellos, l o s
es u n c i u d a d a n o de pleno derecho, que deben respetarse ple- abusos sexuales.
n a m e n t e sus decisiones, que hay que proteger esa c o r t a y
N o se d u d e , se puede hacer c o n m a t e r i a l y profesionales
152 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 153
adecuados. E l Defensor del M e n o r ha p r o p i c i a d o el naci- co, que tiene en sus manos la l a b o r terapéutica y r e p a r a d o r a
m i e n t o de u n a serie de «Cuentos p a r a hablar»; u n o de ellos c o n q u i e n ha s u f r i d o las conductas del que n o sabe respetar
trata de los abusos sexuales a menores. Lleva p o r título El se- n i respetarse, o la tarea a llevar en la prisión y más tarde e n
creto de Ana. está p u b l i c a d o p o r ediciones P.A.U. E n su p r i - régimen abierto c o n el agresor para conseguir que i n t e r i o r i -
mera parte, y c o n u n cuerpo de letra pequeño (poco a t r a c t i v o ce y ponga en práctica lo d i c h o p o r W i l d e : «Vivimos en el cie-
para los niños), se dirige a padres y maestros para acercar no, pero algunos levantamos los ojos hacia las estrellas.»
esta h e r r a m i e n t a c o n la que a f r o n t a r t a n complejo tema; en Sí, deseo t r a n s m i t i r c o m o Defensor del M e n o r al pedófilo
la segunda, y p o r m e d i o de u n cómic, los receptores son los y a q u i e n c o n él se encuentra, o padece, que le espera la cár-
niños. cel y u n c u m p l i m i e n t o total de la pena.
También hemos editado u n folleto en colaboración c o n la E n septiembre de 1996, cuando juré el cargo, hice públi-
Asociación Madrileña para la Prevención de los Malos Tra- co m i c o m p r o m i s o de i m p u l s a r la modificación del Títu-
tos en l a I n f a n c i a , que, entre otras cosas, explica ¿qué es el lo V I H del L i b r o I I del Código Penal, para a m p l i a r y endur e-
m a l t r a t o infantil?, ¿cómo podemos detectarlo? Y señala los cer s u c o n t e n i d o .
servicios a los que se puede a c u d i r si se aprecia algún caso de J u n t o a otras instituciones, se ha conseguido, al i n c l u i r s e
maltrato infantil. el término corrupción a menores, que no puede subsumirse
D i c h a publicación se i n i c i a c o n unas palabras en las que en el de prostitución, c o m o u l t e r i o r m e n t e ratificó el T r i b u -
digo: nal S u p r e m o en distintas sentencias. Corrupción debe i n t e r -
pretarse c o m o u n a clasificación nosológica de t i p o psicoló-
Una sonrisa rota gico, que busca defender al m e n o r de conductas de a d u l t o s
Una lágrima que brota sin saber por qué que, p o r su edad, pueden dañar su correcta maduración y
• ' • Un rictus de tristeza i . i- evolución, protegidas en nuestra Constitución Española. N o
Una mirada perdida tiene p o r qué conllevar pago económico.
Unas manos huérfanas C o n l a introducción del concepto de corrupción, el j u z g a -
; ' ¡Cuánto dolor inocente víctima de un d o r cuenta c o n u n más a m p l i o abanico de posibilidades san-
inmisericorde agresor y de un cionadoras, lo que se constata de f o r m a incontestable al ana-
cobarde que calla! lizar sentencias c o m o las d e l tristemente l l a m a d o Duque de
Feria.
Q u i e n tiene el h o n o r de realizar este epílogo se h a preo- Pero es que, además, las penas a i m p o n e r a los agresores
cupado desde antaño p o r estas conductas abusadoras, que sexuales se h a n m o d i f i c a d o , para obviamente aumentar l as.
nos sitúan e n el crepúsculo de la r a c i o n a l i d a d . H a i n t e n t a d o ¡Señoras y señores!, n o estamos habl ando del robo de u n
investigar y d i v u l g a r para p r o m o v e r u n a conjura científica, bolso. E n m a r z o de 1999, recibíamos una denuncia: e n el
c o m o se constata en sus libros: Persona, Sociedad y Ley. Ma- hospital Severo Ochoa de M a d r i d , acababa de nacer u n a
nual de Psicología Forense; Adolescentes en conflicto; Meno- bebé de u n a niña de 14 años, f r u t o de los abusos (llámese,
res, la transformación de la realidad; Justicia con menores y q u i e r a n o n o , violación) ocasionados p o r su padre. Se p u d o
jóvenes; Violencia, memoria amarga; Psicología jurídica del científicamente c o m p r o b a r la veracidad de la «paternidad»
menor; Niños y no tan niños. Por lo que, siguiendo a Antón (en el sentido peyorativamente a n i m a l ) . Se entregó a la bebé
Chejov (La brevedad es hermana del talento), no v o y a dete- en adopción y se sancionó c o m o se merece a l susodicho.
nerme en aspectos t a n relevantes c o m o el trabajo del psicó- Referencio este caso p orque precisamos que los abusado-
logo, ya sea forense, para d e t e r m i n a r la c r e d i b i l i d a d del tes- res vayan a la cárcel y que la sociedad sepa que esto o c u r r e ,
t i m o n i o de la presunta víctima, ya sea el del psicólogo clíni- que n o m a l v i v i m o s en u n a total indefensión. H e pedido a los
154 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 155
medios de comunicación que se hagan eco, n o sólo de los su- una facultad democrática f u n d a m e n t a l , cual es el ejercicio
cesos morbosos, sino del daño y perspectiva de la víctima y del sufragio universal; t a m p o c o se les deja c o n d u c i r ; n i ca-
de la sanción al verdugo. zar; n i trabajar; n i beber alcohol; n i a c u d i r a ciertos espec-
L a modificación del Código Penal ha i n c l u i d o algo fianda- táculos; n i . . . Es más, a veces se les obliga a realizar activida-
m e n t a l para la ética ciudadana, la e x t r a t e r r i t o r i a l i d a d , t a m - des, c o m o o c u r r e c o n la escolaridad hasta los 16 años.
bién en los casos de pomografi'a. Además, si u n señor va a Pues b i e n , el Código Penal de 1995 a d m i t e que u n niño o
una agencia de viajes (que las hay) a conseguir u n billete niña de 12 años y u n día dé c o n s e n t i m i e n t o para tener rela-
p a r a viajar, p o r ejemplo, a T a i l a n d i a para d i s f i n t a r de u n eu- ciones sexuales c o n adultos. ¿Consentimiento?, ¿qué quiere
femístico t u r i s m o sexual, debe saber que, si se puede demos- decir?, ¿saben, pueden a n t i c i p a r las consecuencias de esa re-
t r a r que ha tenido relaciones sexuales c o n u n m e n o r de 13 lación? N o .
años, c u a n d o vuelva a España será d u r a m e n t e sancionado, y Ésta n o es u n a m e d i d a progresista, n i liberadora, es u n
eso para que recapacite sobre el h o m b r e rico-niña p o b r e y riesgo innecesario, u n a puerta semiabierta para que algunos
eluda p o s i c i o n a m i e n t o s fariseos o mecanismos defensivos abusadores expliquen ante el juez que «el niño consintió» y
del nauseabundo t i p o del «con mi dinero, pudo cenar esa no- queden en l i b e r t a d , a l t i e m p o que i n o c u l a n en el pequeño
che» o «no sabe lo desarrolladitas que están allí». (porque pequeños son c o n 12 años) u n t e r r i b l e s e n t i m i e n t o
Soy consciente de que estoy h i l a n d o unas palabras n o de c o - c u l p a b i l i d a d .
asépticas, n o neutras, n o propias de u n técnico, de u n clíni- Y n o debe ser así. E l niño vivencia a l a d u l t o , en esas situa-
co, y así es. E s c r i b o c o m o u n a persona que tiene la p r o f u n d a ciones, c o m o u n a lápida que le cae encima.
responsabilidad y la inmensa suerte de defender a l a i n f a n - H e m o s conseguido que la edad de c o n s e n t i m i e n t o suba
cia, de decir a m u c h o s bastardos ¡basta!, n o a d m i t i m o s vues- de 12 a 13 años; es algo, va en la buena dirección, pero nos si-
tras pretensiones que dañan el presente y f u t u r o de nuestros gue dejando insatisfechos. Habíamos propuesto los 14 años,
niños. edad que supone u n c a m b i o psicológico y que sirve de límite
Por eso llevamos l u c h a n d o tres años para que a u m e n t e la para aspectos jurídicos, c o m o la p o s i b i l i d a d de co ntr aer m a -
edad en que u n niño puede d a r su c o n s e n t i m i e n t o p a r a tener t r i m o n i o (con el c o n s e n t i m i e n t o de padres y juez). E d a d
relaciones sexuales c o n adultos. también que propuse en el Congreso de los Diputados p a r a
Repito, c o n adultos. Nadie busca p r o h i b i r o c e n s u r a r las que sea sujeto de la Ley — q u e esperemos se l l a m e — de Justi-
relaciones sexuales entre iguales, entre niños. cia Juvenil, pues antes sería competencia de los servicios so-
Nadie t a m p o c o desea penalizar a la etnia gitana, q u e se ciales.
une s e n t i m e n t a l m e n t e antes. M i r e n , creo que estarán de acuerdo c o n m i g o . Cuando u n
No, n o es el propósito que u n j o v e n de 18 años q u e tiene a d u l t o quiere a u n niño t a n t o que desea tener relaciones se-
relaciones c o n u n a chica de 15 sufra el choque c o n t r a l a le- xuales c o n él, l o que tiene que hacer es esperar, así de fácil.
gislación penal. Lo c o n t r a r i o es u n abuso, u n d o m i n i o , que nace en muchas
Que n o , que n o se haga demagogia c o n temas t a n i m p o r - ocasiones de la p r o p i a i n m a d u r e z afectiva o i m p o t e n c i a del
tantes. adulto.
L a r e a l i d a d es que el Código Penal de 1995, u n código de Dejemos que los niños sean niños, n o los carguemos de
la l i b e r t a d , dejó algunas lagunas o (^ángulos muertos » e n esta responsabilidades y decisiones, que estudien, que d i s f m t e n
sensible rea li da d. de l a naturaleza, que jueguen. Cada día se vive más años,
Porque seamos sinceros, a los jóvenes, c u a n d o se les tute- m u c h o s más. Repito: ¿por qué se pretende acortar la ya cor-
la, se les protege p o r lo que entendemos su b i e n , se les l i m i - tísima etapa i n f a n t i l ?
t a n derechos. Fíjense en que n o se les p e r m i t e hacer uso de Las modificaciones obradas en el Código Penal y en l a
156 A B U S O S E X U A L E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 157
que, cuando salen a la luz, sean interrogados bajo sospecha, el convenio suscrito c o n el Colegio de Psicólogos, se le p r o p i -
en lugar de escuchados c o n t e r n u r a y desde la p r o x i m i d a d . ció apoyo psicológico.
Queda m u c h o p o r hacer, hay que perseguir la p o r n o g r a - O t r a queja planteada p o r u n a m a d r e i n f o r m a b a de la po-
fía i n f a n t i l . A l g u i e n argumentará que el c o n s u m o de este s i b i l i d a d de i n t e r p o n e r querella c r i m i n a l c o n t r a o t r a m a d r e
m a t e r i a l p o r los adultos es u n derecho de éstos, que si en p o r las acusaciones públicas que había v e r t i d o co ntr a su
algo daña, el afectado será q u i e n lo visiona. N o es verdad; l a h i j o , ya que habían p r o d u c i d o graves trastornos en la vida
pornografía i n f a n t i l atenta c o n t r a el h o n o r y la i n t i m i d a d de familiar.
los niños expuestos, fotografíados, grabados; sean de aquí, o Respecto a las 21 denuncias formuladas e n 1997 p o r a b u -
de lejos. sos sexuales de adultos, es de reseñar que desgraciadamente
Los niños n o tienen patrias, son niños y han de ser todos la mayoría se h a n p r o d u c i d o en el ámbito f a m i l i a r .
protegidos. Señalemos que en tres ocasiones las madres de una m e n o r
L a l i b e r t a d de expresión es u n derecho f u n d a m e n t a l so- d e n u n c i a r o n la situación de riesgo de su hija, p o r supuesta
comisión de abusos sexuales por parte del progenitor, en
bre el que se sustentan otros; es i r r e n u n c i a b l e , pero n u n c a
la celebración del régimen de visitas, lo que se comunicó a la
debe c o n f u n d i r s e c o n lo que es apología del delito, algo que
Sección de Menores de la Fiscalía del T r i b u n a l Superior de
claramente es perseguible y que se encuentra en algunos ví-
Justicia de M a d r i d . E n u n o de los casos se concluyó situación
deos, en I n t e r n e t , o en revistas. U n a cosa b i e n diferenciada
de riesgo de la niña de 5 años, prohibiéndose el contacto c o n
es el arte y o t r a la b u r d a plasmación o incitación de conduc-
el padre; en los otros dos, se m a n t u v o u n régimen de visitas
tas socialmente reprobadas ante las que se ha de proceder
restringido a favor del padre.
judicialmente.
E n la práctica forense hemos encontrado u n número sig- E n el expediente de queja 16.273/97, la interesada c o m -
pareció ante esta Institución mediante escrito de queja, tras
n i f i c a t i v o de casos en que abusadores de niños h a n potencia-
presentar denuncia ante el G r u p o de Menores, por los pre-
do sus conductas c o n estos materiales, o violadores de muje-
suntos abusos sexuales cometidos a su hija m e n o r p o r su ex
res que h a n r a c i o n a l i z a d o su agresión desde textos que e m i -
m a r i d o . La interesada refiere el p r o b l e m a del retraso en la
ten el falso y peligrosísimo mensaje: acuando la mujer dice
realización de u n examen p e r i c i a l a su hija, dada la a c u m u l a -
no, quiere decir sí».
ción de trabajo en la Clínica Médico-Forense, donde, según
Vamo s ahora, si le parece, a c o m e n t a r brevísimamente
i n f o r m a , el plazo m e d i o de espera para la realización de las
algunos de los casos que, referentes a los abusos sexuales,
pruebas periciales es de diez meses.
llegan al Defensor del M e n o r . H e buscado c o n la elección d a r
una a m p l i a visión de la problemática. Considerando este Defensor que la ausencia de c r i t e r i o s
de p r i o r i d a d en la elaboración de los i nfo r mes relativos a
E n 1997 f u e r o n 6 las denuncias p o r abusos sexuales entre
menores de edad no lleva consigo sino u n agravamiento de
iguales. la situación ya penosa de las víctimas de abusos sexuales, se
Destacaré p a r a la reflexión aquella en que l a Fiscalía de acordó d a r traslado a la Fiscalía del T r i b u n a l Superior de
Menores procedió obviamente a l archivo de las diligencias Justicia de M a d r i d , q u i e n acordó dar cuenta de la queja al
p o r ser los presuntos agresores menores de doce años. L a Fiscal General del Estado. Posteriormente se recibió escrito
p r e g u n t a es: ¿intervienen los servicios sociales, los centros de la Dirección General de Relaciones c o n la Administración
de s alud mental?, ¿o se espera a que r e i n c i d a n para inter- de Justicia, explicando las medidas acordadas, entre ellas la
venir? creación de más plazas de psicólogos en las Clínicas Médi-
E n o t r o caso, c u a t r o adolescentes de quince años habían co-Forenses y la dotación de las mismas.
agredido a u n a m e n o r de doce. L a m e n o r h u b o de someterse Se h a n registrado también tres expedientes en los cuales
a pruebas de embarazo. Desde el Defensor del M e nor, y dado
160 A B U S O S E X U A L E N LA INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 161
m i n a r o n c o n la detención de seis personas presuntamente De las de adultos destacamos tres denuncias a profeso-
i m p l i c a d a s en los hechos, que pasaron de i n m e d i a t o a dispo- res. E n otras dos ocasiones la queja es c o n t r a forenses, p o r
sición j u d i c i a l . A este respecto debe señalarse la p o s i b i l i d a d entender que sus versiones en el p r o c e d i m i e n t o j u d i c i a l
de que los mayores de setenta años e l u d a n el c u m p l i m i e n - p o r abusos sexuales a su hija fueron c o n t r a d i c t o r i a s . Una de-
t o de la pena p r i v a t i v a de l i b e r t a d , lo cual resulta a l a r m a n t e n u n c i a refíere que su hija fue obligada a prostituirse. Y o t r a ,
socialmente, máxime teniendo en c u e n t a l a cada vez m a y o r que e n u n a casa u n a m u j e r reúne a m u c h o s menores, sospe-
esperanza de v i d a que p e r m i t e llegar a la edad de setenta c h a n d o que mantenga relaciones sexuales c o n ellos o los u t i -
años en plenas facultades, n o siempre, c o m o se ve, b i e n usa- lice e n pornografía i n f a n t i l , dándoles d i n e r o y hachís.
das hacia los demás, n o importándoles n i la manifiesta dis- Estos expedientes se m a n t i e n e n abiertos cuando esto se
minución psíquica de sus víctimas, c o m o claramente refle- redacta y están siendo investigados.
j a n sus rostros, razón p o r la cual quizás deba estudiarse l a Va m os concluyendo esta última parte de la obra, que n o
legislación sobre la m a t e r i a . ha buscado c o m p e n d i a r o r e c a p i t u l a r l o d i c h o , pero sí refe-
E n el expediente 729/98 se d e n u n c i a b a l a actividad presu- rir sucesos e ideas relacionados c o n la parte central del v o l u -
m i b l e m e n t e delictiva de u n padre que prostituía a sus dos h i - m e n , y lo hacemos desde la «rabiosa actualidad» — s i e m p r e
jas menores de edad a través de I n t e r n e t . E n el curso de l a i n - efímera— y a veces sangrante.
vestigación, este C o mis i o n a d o de la Asamblea de M a d r i d so- E l 26 de o c t u b r e de 1999 en el d i a r i o El Mundo aparecía
licitó i n f o r m e a l a B r i g a d a P r o v i n c i a l de l a Policía J u d i c i a l u n t i t u l a r : «Un juez que pide el indulto para el padre que violó
( G r u p o de Menores). Verificada la falsedad de la d e n u n c i a , a su hijo justifica esta decisión.»
se procedió a cerrar el expediente de queja. M u c h a s voces, imágenes, palabras escritas, debates, ter-
E l expediente 695/98, dado su carácter más genérico, d i o tulias, se h a n agolpado. Demagogias, reflexiones, críticas,
l u g a r a la celebración de diversas reuniones c o n m i e m b r o s t o d o entrecruzado.
de la Asociación «Acción c o n t r a l a Pornografía Infantil», en E l hecho aconteció en Posadas, l o c a l i d a d cordobesa d o n -
las que, además de a p o r t a r las fírmas en las que f u n d a m e n - de reside la f a m i l i a .
taban su queja, rea l iza r o n diversas propuestas de t i p o n o r - L a m a d r e oyó u n g r i t o de su h i j o de 4 años y fue c o r r i e n d o
mativo. al c u a r t o de baño, donde el padre y el h i j o se estaban d u -
E n i n f o r m e r e q u e r i d o p o r el Congreso de los D i p u t a d o s , c h a n d o j u n t o s . E l padre d i j o que el pequeño se había caído y
en l a fase previa a l a remisión a las Cortes Generales del Pro- que se le había i n t r o d u c i d o p o r el a n o el bote del gel. N o obs-
yecto de Ley de R e f o r m a del Texto Penal, este C o m i s i o n a d o , tante, el médico q u e l o atendió destacó q u e los desgarros
desde u n a óptica garantista de los Derechos de la I n f a n c i a , anales del pequeño eran los típicos de u n a agresión sexual.
estimó conveniente que se i n c l u y e r a u n t i p o específíco de E l Juez, Juan Ramón Berdugo, en la p r o p i a sentencia
apología de los delitos c o n t r a la l i b e r t a d e i n d e m n i d a d se- subrayó que la versión del padre, tras las pruebas médicas
xual en los que los menores sean víctimas, estableciéndose la que se p r a c t i c a r o n en el j u i c i o , «es totalmente irreal e imposi-
punición de d i c h a conducta en relación c o n la l i b e r t a d de ex- ble de creer.»
presión, c o n f o r m e a lo establecido en el artículo 18.2 del Có- E l caso surgió s i n que m e d i a r a d e n u n c i a f a m i l i a r . Fue el
d i g o Penal, para entenderla c o m o u n a f o r m a de provocación médico que atendió a l pequeño en el h o s p i t a l q u i e n d i o parte
o incitación directa a la comisión de d e l i t o . al Juzgado de G u a r d i a .
E n 1999, y hasta noviembre, se h a n r e c i b i d o e n el Defen- Desde que se inició la investigación ,se retiró la tutela a
sor del M e n o r 12 quejas p o r abusos sexuales. Dos de ellas ha- los padres, p o r l o que el pequeño vive desde entonces con sus
cen referencia a niños pequeños que h a n sido obligados p o r tíos m a t e m o s .
otros menores de más edad a realizarles felaciones. E l T r i b u n a l juzgó y condenó a siete años a Francisco G.
166 A B U S O S E X U A L E N LA I N F A N C I A : VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 167
j u i c i o en el que el pequeño fue c o r r i e n d o hacia su padre, a l L a aplicación de! Derecho Penal Español sigue estando
que n o veía desde hacía u n año y m e d i o . claramente de espaldas a la víctima. Y entonces ¿cómo con-
A r g u m e n t a m o s . Pues claro que el niño le quiere, ¿pero t a r c o n la sociedad?, ¿cómo sorprenderse de algunas res-
qué se espera de un niño de 4 años? puestas viscerales de q u i e n es agredido — s i es que puede?
H a y que escuchar a los psicólogos y psiquiatras expertos. Hemos leído que esta sentencia es u n a aberración jurídi-
E n estos temas, legisladores, jueces, medios de c o m u n i c a - ca: n o lo c o m p a r t i m o s . Que i n t r o d u c e u n r e l a t i v i s m o ina-
ción, deben d a r la palabra a los auténticos peritos y n o a la ceptable en la consideración del delito: quizás t a m p o c o .
opinión b i e n i n t e n c i o n a d a de los vecinos, o a la respuesta Pero sí creemos que v i c t i m i z a a toda la sociedad y, más espe-
que nace de u n a apreciación sensible, bondadosa, subjetiva. cíficamente, a todos los niños.
Claro que se q u i e r e n . Los psicólogos y psiquiatras f o r e n - E n este caso, el r e s a r c i m i e n t o a la víctima nos hace pre-
ses le podrían haber d i c h o que las f a m i l i a s incestuosas se g u n t a m o s : ¿quién tiene capacidad para conceder el perdón?
suelen caracterizar p o r ser irreprochables externamente y E n u n a situación en l a que el padre es el d o m i n a d o r y
m o s t r a r u n gran cariño entre los m i e m b r o s . el niño en todos los sentidos dependiente, ¿cabe i n d u l t a r
L a sentencia recoge que «Francisco G. M. es de intachable a q u i e n ha abusado también e n todos los sentidos d e l hijo?
conducta, gozando del afecto y consideración por parte de sus Recordemos que el b i e n a proteger no es el padre, sino el
convecinos, asi como del cariño de su esposa e hijos». niño.
Respecto a las relaciones familiares, pues lo dicho. E n Es más, pensando en el p r o p i o agresor, ¿no tiene derecho
cuanto a lo de intachable, ¡hombre!, recordemos que la mis- a pagar con su pérdida de l i b e r t a d su conducta, para r e i n c o r -
m a sentencia recoge que violó a su hijo y ocultó el hecho c o n porarse a la sociedad s i n interrogantes n i «debe» en s u cuen-
la probable c o m p l i c i d a d de la madre. Nada más, n i nada me- ta histórica?
nos. Desde luego, repugna la sensibilidad de l a sociedad civil. Los casos de este t i p o r e q u i e r e n el apoyo psicológico con-
Claro que c u a n d o se encarcela a u n p a d r e de f a m i l i a se t i n u a d o a l h i j o , a l t i e m p o q u e u n a intervención terapéutica
p r o d u c e n daños, pero de ahí a d a r i m p u n i d a d a los padres de especifica en prisión c o n el padre (algo m u y c o m p l i c a d o ,
f a m i l i a que cometen delitos dista u n a b i s m o . pues n o ha a s u m i d o su participación en la acción d e l i c t i v a ) ;
Para eso están los Servicios Sociales de l o s A y u n t a m i e n - y, p o s t e r i o r m e n t e , c o n todos los m i e m b r o s fami l i ar es para
tos y Comunidades Autónomas, para a p o y a r en todos los as- restablecer u n a s relaciones respetuosas y sanas.
pectos a la f a m i l i a , y también los vecinos y l o s m i e m b r o s de L a sociedad e n general, los vecinos en p a r t i c u l a r , n o se
la f a m i l i a extensa, todos, i n c l u i d a la m a d r e , para trabajar, creen (no q u i e r e n creer) los abusos sexuales a los niños, has-
para ayudar, pero que nadie f o r m u l e el c r i t e r i o de que la u n i - ta que chocan d e frente c o n a l g u i e n que padece enfermeda-
dad p a t e m o - f i l i a l o m a r i t a l debe estar p o r e n c i m a de los de- des de transmisión sexual.
rechos del niño, del superior interés del m e n o r . E l 28-10-1999, en el e d i t o r i a l de ABC, se puede leer: «[...]
N o sancionar este incesto deja en el subconsciente colec- los motivos por los que se pide el indulto son social y jurídica-
tivo l a impresión de que estas conductas n o están penali- mente regresivos porque someten el reproche que merecía una
zadas. agresión entre familiares al juicio de la familia y de la propia
Una sentencia de este tipo, ¿qué efecto t i e n e en el resto de víctima [...] de cuatro años. Decir que el niño quiere a su pa-
ciudadanos, e n los que creen en el Estado d e Derecho? ¿Y en dre, como motivo de indulto, no es más que la constatación de
los que, incentivados p o r instituciones c o m o la del Defensor una relación afectiva muy normal entre víctimas y agresores,
del M e n o r , h a n pensado d e n u n c i a r situaciones preocupan- de la que éstos se sirven para cometer y ocultar la agresión. E s
tes al o t r o lado de la pared? Porque, de esta f o r m a : ¿cómo se la "coartada del afecto ", como la ha definido con acierto Javier
protege u n niño de 4 años cuyo agresor está en casa? Urra, Defensor del Menor de la Comunidad de Madrid. Ese
170 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 171
afecto es lo que hace más reprochable si cabe —no menos— el Este a u t o r e s t i m a que los c r i t e r i o s ex temo s de a l t o riesgo
delito, por la fractura de los sentimientos naturales que se su- son: «Cuando el niño vive sin alguno de sus progenitores.
ponen en la relación patemo-filiah. Cuando el niño manifiesta que el matrimonio de los padres no
N o l o d u d e n , estos agresores se p o r t a n b i e n e n l a calle y es feliz o es conflictivo. Cuando la madre no puede atender al
también en la cárcel — c u a n d o ingresan en ella—. Pero los hijo (enferma o por permanecer fuera del hogar). Cuando el
niños los sufren reiteradamente en silencio. niño señala tener una relación basada en la disciplina puniti-
Y eso que, c o m o dice l a socióloga de l a Asociación de va impuesta por los padres.»
Asistencia a Mujeres Violadas, Encamación Roig, «desde Está c o m p r o b a d o q u e los niños más susceptibles de su-
1996 los menores han comenzado a denunciar las agresiones f r i r m a l t r a t o sexual son aquellos que también son m a l t r a t a -
sexuales». dos de otras formas.
E n todo caso, existe u n a clara c o m p l i c i d a d social c o n t r a Y recuérdese que autoridades en l a m a t e r i a , c o m o Ste-
las víctimas de los abusos sexuales, c o m o expresaba en el ller, a f i r m a n que «las alegaciones realizadas por niños son en
d i a r i o El País el 9 de n o v i e m b r e de 1999 Jesús Palacios: «una su mayoría verdaderas, al menos en un 70 % de los casos».
de las claves del abuso sexual es el secreto». L o que o c u r r e es que, ante el tabú de la relación sexual
E l también psicólogo Félix López refleja que u n 2 0 % de entre a d u l t o s y niños, las personas se protegen. Cuando la
españoles mayores de edad r e c i b i e r o n abusos sexuales antes realidad hace innegable que ha sido transgredido, m i n i m i -
de los 16 años. zan, n i e g a n o desplazan l a responsabilidad a l niño, señalán-
De los abusadores encarcelados, a p r o x i m a d a m e n t e u n dole c o m o posible a u t o r de falsedad.
3 0 % l o están p o r a g r e d i r a menores, p e r o debe tenerse e n Algunas esposas o compañeras sentimentales se separan
cuenta que esta tipología de delito es, c o n m u c h o , la menos de su pareja, a l darse a conocer el m o t i v o de su detención,
denunciada. L o que sí está c o m p r o b a d o es que los agresores c o n d u c t a q u e se i n c r e m e n t a si el abusado es u n a hija o h i j o .
de estas características, cuando c u m p l e n los 5 0 años, bus- Pero, c o m o a f i r m a Blanca Vázquez, «normalmente la fa-
can siempre a los menores c o m o víctimas. milia incestuosa se adhiere fuertemente al tabú de hablar del
E n este t e m a i m p e r a n estereotipos r a d i c a l m e n t e falsos, incesto, a la vez que se encuentra transgrediendo directamente
del t i p o : es un abuso infrecuente; se comete en lugares ptibli- ia prohibición de realizarlo. La madre de la familia incestuosa
cos por personas desconocidas; lo realizan personas desequili- suele conocer el incesto, aunque lo ignore, evitando cualquier
bradas con problemas conductuales; son actos aislados; sólo verbalización al respecto y manteniendo siempre una duda».
ocurre en los niveles económicos deprimidos; lo padecen pri- T o d o lo a n t e d i c h o conlleva la disimulación, que la mayo-
mordialmente los adolescentes. ría de las veces se m a t e ria liza en la retracción de la d e n u n -
L a r e a l i d a d es que los más agraviados son los niños de to- cia. Casi s i e m p r e estas retractaciones son falsas, lo que lógi-
das las clases sociales; lo sufren c o n reiteración en el p r o p i o camente va a traer consigo unas consecuencias traumáticas
hogar, p o r personas a las que tienen m u c h o afecto y de las más devastadoras, pues el niño víctima de u n a insondable
que dependen, que además se c o m p o r t a n c o m o buenos ve- desprotección se ve obligado a declararse m e n t i r o s o .
cinos. Los abusadores de estas características suelen ser varo-
Según F i n k e l h o r : «El abuso más extendido es el palpar o nes, casi en s u t o t a l i d a d cuando la víctima es u n a nina y en 2
acariciar al niño encima o debajo de la ropa; sigue el tocamien- de cada 3 casos, c u a n d o lo es u n niño.
to de órganos genitales; después el comercio sexual; menos el E l incesto p a d r e - h i j o n o es u n a rareza. E l incesto m a -
sexo oral o anal; más infrecuente es el coito vaginal, que se pro- dre-hijo, el d e n o m i n a d o g r a n incesto, es casi desconocido
duce en actos esporádicos o en el contexto del abuso crónico p o r l o q u e c o n l l e v a de tabú, pero, p o r lo apreciado en m i de-
familiar.» . ... s a r r o l l o p r o f e s i o n a l , trae consigo unas consecuencias gra-
172 A B U S O S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 173
vísimas p a r a el m e n o r , e n la mayoría de los casos irrever- superficial y siempre son relativos a la satisfacción propia del
sibles. adulto [...]. Siempre encontramos una cierta dosis de sadismo
Por cierto, que las lesiones de carácter psíquico que sufre en el pedófdo.»
la víctima n o se c o n t e m p l a n m u y específicamente en las sen- E l n i v e l i n t e l e c t u a l , de estudios y l a b o r a l de los padres
tencias. agresores (al menos de los detectados y encarcelados) es
bajo o m u y bajo, beben m u c h o al co ho l y n o suelen recono-
Y las secuelas a c o r t o plazo, siguiendo a Glaser, son:
cer el d e l i t o c o m e t i d o .
«Confusión y ansiedad. Culpa, angustia y depresión, sexuali-
dad inapropiada (suelen sexualizar sus relaciones). Dependen- E n ellos se aprecia: ausencia de c u l p a b i l i d a d , en ocasio-
cia emocional. Posiciones prematuramente adultas.» nes presentan p a r a n o i a o t r a s t o r n o ansioso-depresivo, psi-
Las secuelas a largo plazo son descritas p o r P r i b o r y D i n - cosis, t r a s t o r n o obsesivo-compulsivo. Bajo nivel de toleran-
cia a la frustración, d i f i c u l t a d para c o n t r o l a r las emociones.
w i d d i e c o m o «altas tasas de trastorno de ansiedad (ataque de
I n m a d u r e z en la integración simbólica de la sexualidad y
pánico, agorafobia, síndrome de estrés postraumático y fo-
disminución de la potencia sexual.
bias), depresión y abuso de alcohol*.
E l t r a t a m i e n t o del niño ha de buscar, en p r i m e r lugar, Respecto a los agresores de menores desconocidos, en su
prevenir que siga o c u r r i e n d o el abuso; m i n i m i z a r las conse- m a y o r número, son toxicómanos, destacando el al co ho l
c o m o el tóxico de m a y o r consumo. S i n embargo, debe tener-
cuencias emocionales; superar en l a m e d i d a de l o posible el
se presente que son responsables de sus actos, pues actúan
t r a u m a . Desde el rigor científico no está consensuado que
c o n plena consciencia. Su personalidad es psicopática, c o n
u n objetivo de l a t e r a p i a sea l a reconciliación de los hijos c o n
d i f i c u l t a d para desarrollar sentimientos de empatia; carecen
los padres abusadores. L a intervención se debe realizar i n i -
en gran m e d i d a de frenos i n h i b i t o r i o s . S o n m u y r e i n c i d e n -
c i a l m e n t e c o n el niño de f o r m a i n d i v i d u a l , mientras se efec-
tes: m i e n t r a s tengan éxito, seguirán r e p i t i e n d o . A p r o x i m a -
túa en paralelo c o n los otros m i e m b r o s familiares (el agresor
damente, el 50 % reconocen el delito c o m e t i d o , pero piensan
recibirá la psicoterapia en la cárcel), para a l fin poder reali-
m u y p o c o en la víctima.
zar u n t r a t a m i e n t o g r u p a l , de c o n j u n t o .
Respecto a l agresor, el p r o b l e m a nace de su negación de Y es que sólo el 30 % de los presos p o r agresión sexual (de
implicación e n los hechos, l o que le evita u n a c u l p a b i l i d a d todos los tipos) a f i r m a sentir el daño causado. E n los p r i m e -
más a m p l i a , el t e m o r a la crítica abierta y a la cárcel, el aisla- ros años de cárcel, sienten rabia, confusión o deseos de ven-
m i e n t o , la pérdida de relaciones interpersonales [...]. Pero ganza; c o n el t i e m p o , algunos reflexionan, i n t e r i o r i z a n y
piensan en la víctima.
i m p i d e el t r a t a m i e n t o y la desvinculación a t a n aberrante
conducta. Y sin embargo, el t r a t a m i e n t o psicológico realiza- Cuando están reclusos, suelen m o s t r a r buena co nducta,
d o de u n a f o r m a especializada y m u y c o n t i n u a d a e n el t i e m - son c u m p l i d o r e s c o n l a n o r m a t i v a y colaboradores en la ac-
po sería i m p r e s c i n d i b l e para valorar su posible reinserción t i v i d a d d i a r i a . No suelen verbalizar si algún i n t e r n o o en g r u -
social. po h a n i n t e n t a d o lesionarles a causa del delito i m p u t a d o . E n
Si p r o f u n d i z a m o s en el análisis, nos encontramos c o n algún caso c o m e n t a n que n o pueden salir solos al p a t i o . A l
que, c o m o expone Blanca Vázquez, «se ha detectado a lo lar- a u t o r de estas líneas algunos agresores sexuales (de mujeres
go de la psicoterapia que los pedófilos casi invariablemente vi- adultas) le h a n expresado q u e el número ha a u m e n t a d o tan-
vencian a sus padres como ausentes, no geográficamente, sino t o que el resto de los presos «ya no se atreven con ellos.»
emocionalmente; de forma paralela, describen madres omni- Por último, trataremos la triste r e a l i d a d de los agresores
presentes, de alguna forma intensivas y dominantes». menores de 18 años, que suelen actuar mediante el asalto ca-
«Aunque se argumentan frecuentemente sentimientos de llejero, en ocasiones usando a r m a blanca. Es común que,
afecto hacia el niño, éstos no aparecen más que de forma muy además de abusar sexualmente, roben; c o n a n t e r i o r i d a d
174 ABUSO S E X U A L E N L A INFANCIA: VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S EPÍLOGO 175
Echeburúa, E. y Guerricaechevarría, C. ( 1 9 9 8 ) : «Abuso sexual en la Finkelhor, D. y Berliner, L. ( 1 9 9 5 ) ; «Research on the treatment of se-
infancia», en M. A. Vallejo (ed.). Manual de terapia de conducta xually abused children: A review and recommendations», Ameri-
(vol. 2 ) , Madrid, Dykinson. can Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 34, 1408-1423.
— ( 1 9 9 9 ) : «Abuso sexual en la infancia: factores de riesgo y conse- Finkelhor, D., Hotaling, G., Lewis, I . A. y Smith, C. ( 1 9 9 0 ) : «Sexual abu-
cuencias psicológicas», en J. Sanmartín (ed.). Violencia contra se in a national survey of adult men and women: prevalence, cha-
niños, Barcelona, Ariel. racteristics and risk factors», Child Abuse and Neglect. 1 4 , 1 9 - 2 8 .
— ( 2 0 0 0 ) : «Tratamiento psicológico de los abusadores sexuales», Fundación ANAR ( 1 9 9 9 ) : «Informe sobre malos tratos y agresiones
en J. A. Díaz-Huertas, J. Casado y C. Martínez (eds.). Abuso se- sexuales a menores», Madrid (manuscrito sin publicar).
xual en la infancia. Madrid, Díaz de Santos. Fumiss, T. ( 1 9 9 1 ) : The multi-professional handbook of child sexual
Echeburúa, E., Guerricaechevarria, C. y Vega-Osés, A. ( 1 9 9 8 ) : «Eva- abuse, Londres, Routledge.
luación de la validez del testimonio de víctimas de abuso sexual García, M. y Magaz, A. ( 1 9 9 7 ) : Escala Magallanes de Adaptación. Ma-
en la infancia». Revista Española de Psiquiatría Forense, Psicolo- drid, Albor-Cohs.
gía Forense y Criminología, 5 , 7 - 1 6 . García-Andrade, J. A. ( 1 9 9 4 ) : Lo que me contaron los muertos. Ma-
Elliott, M-, Browne, K. y Kilcoyne, J. ( 1 9 9 5 ) : «Child sexual abuse drid, Temas de Hoy.
prevention: What offenders tell us», Child Abuse and Neglect. 1 9 . Garrido, V.. Stangeland. P. y Redondo, S. ( 1 9 9 9 ) : Principios de crimi-
579-594. nología. Valencia, Tirant Lo Blanch.
Parré, J. (1991): «Parafilias: psicopatología y tratamiento». Cuader- Gil, A. ( 1 9 9 7 ) : «Los delincuentes sexuales en las prisiones», en
nos de Medicina Psicosomática. 17, 28-41. M. Lameiras y A. López (eds.). Sexualidad y salud, Santiago de
Fernández-Mentalvo, J . y Echeburúa, E. ( 1 9 9 8 ) : «Tratamiento cogni- Compostela, Tórculo.
tivo-conductual de los abusadores sexuales intrafamiliares: estu- Gilham, B. ( 1 9 9 1 ) : The facts about child sexual abuse. Londres, Cas-
dio de un caso». Análisis y Modificación de Conducta. 2 4 , 3 0 3 - 3 2 7 . sel Educational Limited.
Fine, C. G. ( 1 9 9 7 ) ; «Un modelo de terapia cognitiva para ei trata- Gillis, J.S. ( 1 9 8 0 ) : Manual for the Child Anxiety Scale. Champaign,
miento del trastorno disociativo de identidad y de problemas si- Illinois, Institute for Personality and Ability Testing (versión es-
milares» . en V. E. Caballo (ed.). Manual para el tratamiento cogni- pañola. TEA, 1 9 8 9 ) .
tivo-conductual de los trastornos psicológicos (vol. 1), Madrid, Si- Goenaga, R. ( 1 9 9 7 ) : «Delitos contra la libertad sexual». Cuaderno del
glo X X I . Instituto Vasco de Criminología. 10, 95-120.
Finkelhor, D. ( 1 9 7 9 ) : Sexually Victimized Children. Hueva York, Free Goodman, G. S. y Aman, C. ( 1 9 9 0 ) : «Children's use of anatomically
Press detailed dolls to recount and event», Child Development, 61
— (1984): Child sexual abuse: New theory and research. Nueva York. 1859-1871.
The Free Press. Goodman, G. S., Rudy, L., Bottoms, B, L. y Aman, C. ( 1 9 9 0 ) : «Chil-
— (1986): A sourcebook on child sexual abuse. Beverly Hills, Sage. dren's memory and conceras: Ecological issues in the study of
— (1988): «The trauma of child sexual abuse: Two models», en G. children's eyewitness testimony», en R. Fivush y Hudson (eds.),
E. Wyatt y G. J. Powell (eds.), Lasting effects of child sexual abuse. Knowing and remembering in young children, Nueva York, Cam-
Newbury Park, USA, SAGE Publications. bridge University Press.
— ( 1 9 9 3 ) : «Epidemiological factors in the clinical identification of Goodman, G. S. y Schwartz-Kenney, B. ( 1 9 9 2 ) : «Why knowing a
child sexual abuse. Special issue: Clinical recognition of sexually child's age is not enought; influences of cognitive, social and
abused children», Child Abuse and Neglect, 1 7 , 6 7 - 7 0 . emotional factors on children testimony», en H. R. Dent y R. Flin
— ( 1 9 9 7 ) : «The victimization of children and youth: Developmental (eds.), Children as witnesses, Chichester, Wiley and Sons.
victimology», en R. C. Davis, A. J. Lurigio y W. G. Skogan (eds.), Griffin, M. G., Resick, P. A. y Mechanic, M. B. ( 1 9 9 7 ) : «Objective as-
Victims of crime, Thousand Oaks, CA, Sage Publications. sessment of perítraumatic dissociation: psychophysiological in-
— ( 1 9 9 9 ) : «Victimología infantil», en J. Sanmartín (ed.). Violencia dicatoTS», American Journal of Psychiatry, 154, 1081-1088.
contra niños, Barcelona, Ariel. Guerricaechevarría, C. y Echeburúa, E. ( 2 0 0 0 ) : «Tratamiento psico-
Finkelhor, D. y Asdigian, N. L. ( 1 9 9 6 ) : «Risk factors for youth victi- lógico de los menores víctimas de abuso sexual», en J. A. Díaz-
mization: Beyond a lifestyles theoretical approach», Violence and Huertas, J. Casado y C. Martínez (eds.). Abuso sexual en la infan-
Victims. 11, 3-20. cia, Madrid, Díaz de Santos.
182 A B U S O S E X U A L E N L A I N F A N C U : VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S
R E F E R E N C I A S BIBLIOGRÁFICAS 183
Hartman. C . R.. y Burgess, A. W. (1989): «Sexual abuse of children: — (1997): «Abuso sexual: un problema desconocido», en J. Casado,
causes and consequences». en D. Cicchetti y V. Carlson (eds.), J. A. Díaz y C. Mariínez (eds.). Niños maltratados, Madrid, Díaz
Child maltreatment: theory and research on the causes and conse- de Santos.
quences of child abuse and neglect. Cambridge, Cambridge Uni- López, F. y Del Campo, A. (1997): Prevención de abusos sexuales a
versity Press. menores. Guia para padres y madres. Salamanca, Amarú.
— (1993): «Information processingoftrauma».CftiWAÍJM5eíiM£Í//e- López, F., Hernández, A. y Carpintero, E. (1995): «Los abusos sexua-
glect. 17, 47-58. les de menores: Concepto, prevalencia y efectos», Infancia y
Hermán. J . , Russell, D. y Trocki, K. (1986): «Long-term effects of in- Aprendizaje, 71, 77-98.
cestuous abuse in childhood», American Journal of Psychiatry. Loranger, A. W. (1996): Examen Internacional de los Trastornos de la
143. 1293-1296. Personalidad (IPDE). Madrid, Méditor.
Hernández, P. (1983): Rendimiento, adaptación e intervención psi- MacCarthy, B. W. (1992): «Acercamiento cognitivo-conductual al
coeducativa. La Laguna, Servicio de Publicaciones de la Univer- tratamiento de familias incestuosas», en S. M. Stith, M. B. Wi-
sidad. lliams y K. Rosen (eds.), Psicosociología de la violencia en el ho-
Horowitz, S. W. (1991): «Empirical support for statement validity gar, Bilbao, Descleé de Brower.
assessment», Behavioral Assessment. 13, 293-391. Madansky, D. (1996): «Abusos sexuales», en S. Parker y B. Zucker-
Jackson. H. y Nuttall, R. (1993): «Clinicians responses to sexual abu- man (ed.). Pediatría del comportamiento y del desarrollo. Barcelo-
se allegations», C/ÍI7ÍÍ A¿M5e and Neg/ecr, 17, 127-144. na, Masson.
Jumper, S. A. (1995): «A meta-analysis of the relationship of child Marshall, W. L. y Barbaree, H. (1989): «Sexual violence». en K. Ho-
sexual abuse to adult psychological adjustment», Child Abuse wells y C. HoUin (eds.), Clinical approaches to violence, Nueva
and Neglect. 19, 715-728. York, Wiley.
Kelly, J. E. (1987): Entrenamiento de las habilidades sociales, Bilbao, Marshall, W. L. y Fernández. Y. M. (1997): «Enfoques cogniti-
Desclée de Brouwer. vo-conductuales para las parafilias: el tratamiento de la delin-
Kendall-Tackett, K. A., Williams, 1. M. y Finkelhor, D. (1993): cuencia sexual», en V. E. Caballo (ed.). Manual para el tratamien-
«Impact of sexual abuse on children: a review and synthesis of re- to cognitivo-conductual de los trastornos psicológicos (vol. 1). Ma-
cent empirical studies», ftyc/io/ogíca/BMÍfeím, 113, 164-180. drid. Siglo X X I .
Kilpatrick, A. C. (1992): Long-range effects of child and adolescent se- Mas, B. (1995): «Trastorno de estrés postraumático: el abuso sexual
xual experiences: myths, mores, and menaces. Nueva Jersey, Lau- infantil y su tratamiento», en J. M. Buceta y A. M. Bueno (eds.).
rence Earlbaum Associates. Psicología y salud: control del estrés y trastornos asociados. Ma-
Labrador, F. J. (1994): Disfunciones sexuales, Madrid, Fundación drid, Dykinson.
Universidad-Empresa. Méndez. X. y Maciá, A. (1990): Modificación de conducta con niños v
Lanyon, R. I . (1986): «Theory and treatment i n child molestation», adolescentes, Madrid, Pirámide.
Journal of Consulting and Clinical Psychology. 54, 176-182. Michelson, L., Sugai, D.. Wood, R. y Kazdin, A. (1987); Las habilida-
Lawson, C. (1993): «Mother-son sexual abuse: rare or underrepor- des sociales en la infancia. Evaluación y tratamiento. Barcelona,
ted? A critique of the research», Child Abuse and Neglect, 17, Martínez Roca (original, 1983).
261-269. Moreno. C. y Del Barrio, V. (1991): Baremos del Chil Behavior Check
López, F. (1989): «Los abusos sexuales a menores». Cuadernos de List (CBCL) de Achenbach en niños españoles de 4-5 años, comu-
Medicina Psicosomática, 10, 7-15. nicación presentada al I I I Congreso de Evaluación Psicológica,
— (1992): Abuso sexual de menores, Madrid, Dirección General de Barcelona.
Protección Jurídica del Menor. Mullen. P. E., Martin, J., Anderson, J. C, Romans, S. E. y Herbison, G.
— (1993): «La intervención educativa y terapéutica en los casos de P. (1994): «The effect of child abuse on social, interpersonal and se-
abusos sexuales de menores», en J. F. Navarro, A. y F. J. Bustaman- xual function in adult Ufe». British Journal of Psychiatry, 165, 35-47.
te (eds.). Ensayos y conferencias sobre prevención e intervención en Murphy, S. M., Kilpatrick. D. G., Amick-McmuUan. A., Veronen.
salud mental. Salamanca. Universidad de Salamanca. I. J., Paduhovich, J., Best, C. L., Villeponteauz. I . A., y Saunders,
— (1995): Prevención de los abusos sexuales de menores y educación B. E. (1988): «Current psychological functioning of child sexual
sexual. Salamanca, Amarú. assault survivors». Journal of Interpersonal Violence. 3, 55-79.
184 A B U S O S E X U A L E N L A I N F A N C U : VÍCTIMAS Y A G R E S O R E S R E F E R E N C I A S BIBLIOGRÁFICAS 185