Suplica a tranca ruas das almas
Eu creio em ti, Tranca Ruas, porque te sentindo sempre em torno de minha humilde
pessoa, eu sinto que ests presente nas mais estranhas regies de meu ser.
Eu te sentindo nas profundezas de minha alma, vives presente em minha vida
cotidiana, no meu olhar, no meu ouvir, nos meus gestos, nas minhas palavras.
Eu creio em Ti, Tranca Ruas, porque me dando a dor, d-me, tambm, foras para
suport-la e, proporcionando-me o sofrimento, concedes-me por tua bondade e justia,
oportunidade de redimir minhas faltas de vidas pretritas.
E redimindo-me, posso seguir-te e, um dia, sentir-te, compreender-te e viver tua
grandeza espiritual.
Eu creio em ti, Tranca Ruas e te conduzo comigo, nos meus xitos e nos meus
fracassos, nas minhas dores e nas minhas alegrias, no meu sorriso e nas minhas lgrimas.
Somente tu, Tranca Ruas, faz-me compreender a grandeza e mesquinhez das
criaturas humanas, compreendendo-as e as perdoando por amor a ti, Tranca Ruas.
Porque atendeste minhas splicas, meu mestre, meu amigo.
Quantas vezes me sufocaste o pranto.
Quantas vezes Tranca Ruas, deixando-me em troca a esperana, e f.
Eu creio em ti porque s como o ar que eu respiro e com ele a vida que em mim
palpita.
Porque sendo invisvel, eu te sinto, estando em silncio te ouo, porque s como a
brisa que embala a minha alma, que um dia conduzirs ao supremo senhor dos mundos.
Assim espero, mesmo com meus erros e acertos; conduzido por ti sei que chegarei
um dia ao sublime altar da eternidade e l saberei receber, com dignidade o prmio que me
estiver reservado. Seja qual for o valor, porque ser o que eu merecer.
Eu creio em ti, porque te sinto em toda a natureza: na terra, no ar, no infinito e at
na sutil flor sinto a tua presena, espargiando o aroma de seu prprio ser.
Eu creio em ti, Tranca Ruas, porque sinto teu poder na fala simples do humilde, do
injustiado que cr, em ti, do preso, do enfermo, do desesperado que confia em teu poder e
em tua justia, poder que iluminar com raios de sol o leito do paraltico, o cubculo do
presidirio.
Eu creio em ti, porque me socorreste no momento de aflio e desespero, porque me
ergueste quando sob o peso da intriga e da calnia todos me desprezavam, mas tu, Tranca
Ruas, mestre e amigo, me ergueste e apontaste o caminho a seguir-te. Eis-me aqui.
Por ti me reencontrei, e reencontrando-te, encontrei a mim mesmo.
Eu creio em ti, pois jamais me abandonaste e por isso esforo-me para seguir-te, ser
mais um humilde discpulo para tuas lies.
Pois longa e espinhosa tem sido a estrada que me indicaste, mas enorme a f que
em ti deposito e bem maior a compensao de seguir-te, ter-te como um mestre, um amigo.
Mas, meu Tranca Ruas, se um dia a aspereza da estrada que segues para me ajudar,
impuser um fim em meu frgil e insignificante ser, impedindo-me de chegar, ainda que
exausto, aos teus ps, eu te suplico: permita que, ao menos, por compaixo, que meus
ltimos passos sejam dados em tua direo, que eu caia, enfim, humildemente, tua
sombra, TRANCA RUAS.