Pornografia e Masturbao
Por Pr. David Riker Consideraes iniciais Todo aquele que deseja viver a vontade de Deus para sua sexualidade e busca despir-se das velhas formas de auto satisfao, vai ter que encarar a pornografia e a masturbao como prticas serem abandonadas. Sempre teremos que lidar com nossos desejos. Ser cristo viver governado pelo Esprito e isso confrontar as concupiscncias da carne e dos olhos (1 Jo 2.16). O desejo sexual algo natural e foi criado por Deus, no entanto aps o pecado estamos em um cativeiro de corrupo (Rm 8.21), nossos anseios esto em desequilbrio e podem nos guiar a lugares de dor e cadeias. A pornografia e a masturbao so vistas por muitos, como prticas inocentes e divertidas, as quais no oferecem tantos problemas. Entretanto, h uma grande necessidade de enfrentamento destes comportamentos, pois so a base primordial de toda a imoralidade sexual difundida na sociedade e recorrente no corpo de Cristo. Tudo se inicia na mente. Eis o lugar onde a batalha na esfera sexual se inst-la, no existe ningum espiritual o suficiente para negligenciar o cuidado com o contedo dos seus pensamentos. Por isso estejamos atentos ao que entra em nossa mente e como tratamos nossas cobias. Afinal, so os pensamentos que norteiam nossas atitudes e fundamentam nosso sistema de crena. Por que pecado? A palavra de Deus clara em nos advertir sobre as obras da carne. So frutos que brotam de nossa natureza pecaminosa, ou seja, a origem de tais comportamentos doente. Nunca nos oferecer o melhor, o mais saudvel, apesar de sempre ser atrativo. Ento, do centro de nosso ser cado, que busca viver e se satisfazer independente de Deus, surgem, dentre outras coisas, obras como: prostituio, a impureza e a lascvia (Gl 5.19). So trs palavras relativas a rea sexual. Falam sobre a prtica do sexo fora da aliana do casamento (prostituio) e daquilo que no levado as vias de fato, mas que corrompe nosso interior (impureza e lascvia). Estes ltimos esto ligados diretamente a nossa mente e aos nosso desejos. A pornografia se constitui pecado por causa da cobia envolvida no processo de consumo dos materiais erticos, os quais passam a nos controlar. Muitos so virgens em seus corpos, porm suas mentes esto cheias de imagens impuras e seus desejos transformam-se em senhores de suas aes. Jesus considera isto um pecado to comprometedor quanto o ato sexual em si. Eu, porm, vos digo: qualquer que olhar para uma
mulher com inteno impura, no corao, j adulterou com ela. (Mt 5.28). A lascvia justamente esta inteno impura que
corrompe nossas mentes e condiciona novos e destrutivos comportamentos. Por isso o apstolo Paulo declarou aos filipenses: irmos, tudo o que verdadeiro, tudo o que respeitvel, tudo o que justo, tudo o que puro, tudo o que amvel, tudo o
que de boa fama, se alguma virtude h e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Fp 3.8).
Com relao masturbao, existem algumas polmicas sobre o julgamento moral desta atitude. Gostaramos de definir algumas coisas: a masturbao, na maioria absoluta dos casos, tambm envolve pensamentos lascivos, portanto o que falamos sobre a pornografia se aplica aqui; tal prtica praticada como uma espcie de fuga, ou seja, lanamos mo do prazer imediato e egosta para no lidar direta e sobriamente com questes emocionais legtimas que precisam ser confrontadas; uma forma infantil e pouco madura de tratar com nossos problemas; Alm disso, tanto a masturbao como a pornografia se apresentam como atividades viciantes, que nos prendem a um ciclo difcil de se romper. Diante destes fatos, o conselho de 1 Corntios 6.12 muito bem vindo: Todas as coisas me so lcitas, mas nem todas convm.
Todas as coisas me so lcitas, mas eu no me deixarei dominar por nenhuma delas. No se deixar dominar uma atitude interior
baseada em uma conscincia guiada pelo Esprito. E, certamente, nos levar para mais perto da plenitude sexual que Deus tem pra ns. As dificuldades em enfrentar a pornografia e a masturbao
Existe uma nfase exagerada ao apelo sexual em toda a sociedade atual. A oferta do prazer sexual imediato esta ligada a nossa necessidade de intimidade e de satisfao. Temos vivido a erotizao de todos os processos de comunicao. A mdia, o marketing e o entretenimento descobriram no ertico uma ncora de lucro e de fidelizao de seus consumidores. No precisa ser scio de um clube pornogrfico ou assinante de uma revista desta natureza para se defronta com fortes apelos sexuais. O mundo cada vez mais promscuo e abertamente imoral. A pornografia esta absolutamente democratizada e faz movimentar uma grande industria que envolve milhares de pessoas. A internet inaugurou um novo paradigma quanto a este mundo. Na rede as pessoas so consumidoras e promotoras de imoralidade visual, fato que potencializa assustadoramente o alcance destes materiais. Os filhos de Deus, mesmo nascidos de novo, no esto isentos as tentaes relativas a pornografia e a masturbao. No estamos imunes guerra, mesmo que estejamos firmes e sinceramente comprometidos com Deus, seremos tentados. Por isso preciso entendermos a dinmica da teno sexual e confiarmos na graa de Deus sobre todas as coisas. Nunca, sob nenhuma justificativa, devemos confiar em ns mesmos ou em nossa posio de cristos maduros casados ou solteir os; Satans um agente destruidor e aprisionador da sexualidade e tem na pornografia e na masturbao portas abertas para atuar em nossas vidas. Uma das mais bem sucedidas estratgias de Satans passar desapercebido. Ele deseja ser ignorado para poder agir escondido. Paulo no ignorava seus ardis (2 Co 2.11) e nos alertou Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na fora
do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta no contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as foras espirituais do mal, nas regies celestes. (Ef 6. 10-12). Precisamos estar em Deus continuamente, o nosso
relacionamento com ele que nos capacitar a vencer dia a dia as ciladas do Maligno. O que seriam ciladas? So ambientes, situaes decisivas, nas quais existe um perigo, algo escondido, uma armadilha bem camuflada, uma proposta que parece boa, mas que no fim priso. O Diabo mestre em iluso e engano. Ele chamado de Pai
da mentira (Jo 8.44). Sempre nos promete satisfao e felicidade, depois nos d culpa e acusaes. Deus nos deu sua palavra,
seu amor e sua graa para vencermos a Satans. Nosso Pai muitssimo mais poderoso que o Diabo e quando estamos em suas mos podemos lutar com armas espirituais e recorrer sua graa qualquer que seja o resultado da batalha. Pornografia e masturbao por serem pecados sexuais precisam ser encarados como tal, segundo a perspectiva de 1 Co 6:18: Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que algum comete no afeta o corpo, mas a pessoa que comete
imoralidade sexual peca contra o seu prprio corpo. Ou seja, pecado sexual tem o poder de se tornar compulsivo. Quando o corpo
desencadeia o orgasmo, so liberadas substncias especficas que nos do as sensaes de prazer sexual. Uma vez repetido este processo de maneira recorrente, o corpo passa a experimentar certa dependncia dele. O prprio organismo se acostuma com tal prtica e passa a pedir por mais. Claro que a intensidade disto pode variar de pessoa para pessoa, e tambm outros fatores contribuem para o aprisionamento no ciclo vicioso do consumo de pornografia e de masturbao. muitssimo comum, ouvirmos relatos de indivduos que entraram em uma espiral descendente de promiscuidade cada vez mais forte e arriscada, a qual teve incio em um simples consumo de pornografia. Na verdade, temos um corpo sexual. E isto uma ddiva de Deus. Os processos do prazer sexual e as sensaes no so os erros, mas sim, a maneira como lidamos com eles. Se desrespeitarmos os limites de Deus sempre estaremos desvalorizando a beno da sexualidade. Estaremos diminuindo o potencial de satisfao que Deus tem pra ns. Enfrentando a pornografia e a masturbao: Graa, temor e libertao Para vencer o pecado precisamos entender o papel da Lei e o papel da Graa dentro do evangelho (2 Co 7:9-10). A lei serve para nos mostrar o pecado. Ela no tem misericrdia de ns. A sua funo revelar o quanto estamos longe dos padres divinos. A Lei boa e santa, porque este processo de conscientizao de nossa prpria iniqidade faz parte do enredo do evangelho. Precisamos saber que no agradaremos a Deus por ns mesmos, que nunca nossos esforos nos levaram a sua santidade. Enquanto no temos a real revelao de que somos pecadores incapazes de vencer o pecado sozinhos, no nos renderemos a graa do Pai. O problema que muitas vezes camos no poo do legalismo e da condenao. Acreditamos que nossa religiosidade nos levar a um lugar de super espiritualidade, na qual o no haver tentao sexual e nunca o acidente do pecado nos alcanar. Criamos uma expectativa idealizada que nos levar a frustrao. Meus filhinhos, escrevo isso a vocs para que no pequem.
Porm, se algum pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que correto; ele nos defende diante do Pai. por meio do prprio Jesus
Cristo que os nossos pecados so perdoados. E no somente os nossos, mas tambm os pecados do mundo inteiro. (1 Jo 2.1-2).
Obviamente o desejo de Deus que no pequemos, mas temos que est certo de que se pecarmos o seu amor por ns no acabou. Jesus vive para interceder por ns. Ele nos defende perante o tribunal de Deus e com seu sangue lava todo pecado. Renda-se a essa certeza. A segurana da graa que nos alcana mesmo quando no merecemos. Tire o jugo do legalismo sobre os seus ombros e confie no sacrifcio de Jesus. Deus nos chama confisso e ao arrependimento no importa o quanto temos pecado. E, isso s desta forma por causa da sua grande misericrdia (Is 1:18, 2 Co 7.9-10); A Sua correo parte essencial do amor. No podemos confundir correo com rejeio. Filho meu, no menosprezes a correo que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele s
reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e aoita a todo filho a quem recebe. para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho h que o pai no corrige? Mas, se estais sem correo, de que todos se tm tornado participantes, logo, sois bastardos e no filhos. (Hb 12:5-8); Deus Pai perfeito. Repreende na medida correta e quando o faz
nunca sustenta a motivao de nos condenar ou prejudicar. Portanto, no podemos ter medo dele mesmo diante da correo. Como reagimos depois que camos no pecado da pornografia ou da masturbao? Tentamos nos esconder do Pai? Genesis captulo 3 fala sobre isso. Depois do pecado de Ado e Eva, eles no conseguiam se mostrar para Deus tinham vergonha e medo. Mesmo diante da insistncia do Senhor, no respondiam suas perguntas de maneira sincera. Alm de sempre culpar outros por seus feitos. Muitas vezes nossas oraes so iguais. Criamos uma retrica decorada pra falar com nosso Pai e achamos que Ele esta sempre prestes a nos condenar e destruir. Deus sabe de tudo que j fizemos e nos ama mesmo assim. Ele quer nos levantar e purificar. Mesmo tendo acesso ao perdo de Deus, no podemos usar isso como uma permisso para pecar. O temor do Senhor, compreendido da maneira certa, nos ensina a nos afastar do mal e a honrar a Deus com nossos corpos. Temer a Deus respeitlo como Senhor e buscar obedec-lo motivados pelo Seu amor por ns; Trilhando neste caminho temos libertao; A graa nos educa a no pecar. Lidando com a tentao Tentao sexual uma constante na vida crist. E, no se constitui pecado, antes a gestao do pecado. Tiago 1:14 15 diz: Mas as pessoas so tentadas quando so atradas e enganadas pelos seus prprios maus desejos. Ento esses desejos
fazem com que o pecado nasa, e o pecado, quando j est maduro, produz a morte. Temos que ter em mente que o prprio
Jesus foi tentado e quem o levou ao deserto com este propsito foi o Esprito Santo (Mt 4.1). A tentao no pecado. Ento, no devo me condenar simplesmente pelo fato de estar passando por ela. Espere ser tentado e saiba com fugir. Saiba abortar o pecado. Identifique as situaes em que a tentao sexual se potencializa. Por vezes, o pecado sexual aparece como fonte de alvio para carncias emocionais (solido, frustrao, ansiedade, raiva, tristeza, etc); Clame a Deus no momento da tentao e creia que Ele no esta contra voc. Encontre-o em meio s suas fraquezas (2 Co 12:10); Quando vemos em ns surgir a luta da tentao, infelizmente, a ltima coisa que pensamos em orar. Erro fatal. A culpa antecipada pelo pecado que nem se consumou ainda nos envergonha. Enquanto isso a bblia afirma que Jesus, o sumo sacerdote, se compadece de nossas fraquezas e est pronto para nos socorrer. Achegue-se, confiadamente, ao trono da graa de onde vem o poder para obedecer (Hb 4. 15-16). possvel termos medidas radicais e preventivas quanto a fugir e a evitar ambientes de tentao sexual (Mt 5:27 -30). Existem ambientes, hbitos, amizades que precisam ser abandonadas por voc. Isso no negocivel. O que nossos olhos vem, por onde nossos ps andam, com quem compartilhamos nosso tempo, por onde navegamos na internet iro influenciar nossa deciso de obedecer a Deus. necessrio nos associarmos a algum de confiana, com o qual prestaremos conta. Andar sozinho aumentar o nosso risco de quedas. Abra-mo de sua reputao ou de suas mascaras e conte as suas lutas e quedas para algum espiritualmente maduro. Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e faam orao uns pelos outros, para que vocs sejam curados. A
orao de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder. (Tg 5.16).
A mente precisa passar por uma purificao, mediante a rejeio e substituio de pensamentos impuros por meio da orao e da Palavra de Deus; Este processo leva tempo, mas a chave para transformao. transformai-vos pela renovao da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus. (Rm 12.2).
Renda-se ao Senhor. Adore a Ele. Entregue tudo diante da Sua presena. Voc no consegue vencer nada sozinho. Mas, a verdade que Ele nunca te deixou sozinho, Seu amor maior que as falhas e seu poder liberta-nos graciosamente. Referncias Bibliogrficas DAVIES, Bob. Vencendo a pornografia. Exodus Brasil. DAVIES, Bob & RENTZEL, Lori. Restaurando a identidade. Ed. Mundo Cristo. So Paulo-SP. 2004. LAASER, Mark. O pecado secreto. Ed. Luz e Vida. Curitiba-PR. 1996. MEDINGER. Alan. Novos Caminhos. Regeneration Book. Londrina PR. 2001. GRZYBOWSKI, Carlos. Macho e fmea os criou. Ed. Ultimato. Viosa-MG. 1998. GALLAGHER, Steve. Fora das profundezas do pecado sexual. Ed. Propsito Eterno. Braslia. 2005