Pécuex, m. Lea o heavivo Nye. Ie
Otlandi, Em P. (ogg) Let. Al] Gest0s oe
leijuca : d8 MS toA' nwo Dseunso.
Camhwas ! Edtoea da Vuicang 1994,
f.S5-6L (Colegio kefea totios).
Enrrona oa,
Eni Puccinell Orlandi (ore)
S. Aurows, J. Authier Revuz, A. Colinot,
J. Dubois, F. Gadet, J. Guilhownou,
P. Henry, J. Leon, D. Maldidier, JM. Marandin,
F, Maire, Cl. Normand, M. Pécheux, R. Robin
GESTOS DE LEITURA
DA HISTORIA NO DISCURSO
Homenagem a Denise Maldiier
mata:
ai ie oper Wot Ae
vec Be Ms Oca ap Rian
‘Siig ch Gl Saal
1774LER O ARQUIVO HOJE*
M. Pécheux
A historia dos rastros do
hhomem através de seus préprios.
Textos permanece em grande
‘parte desconhecida.
Michel de Certeau
propésito deste texto é o de examinar o desenvolvimento atual
das questdes que envolvem a andlise dos discursos, textos e arqui-
vos, interrogando sobre as relagdes entre 0 aspecto histérico ¢ psi-
coldgico (‘‘linguageiro” no sentido amplo) ligado a leitura de ar-
quivos, 0 aspecto matematico ¢ informatico ligado ao tratamento
dos documentos textuais € 0 avanco das pesquisas em lingilistica
formal.
A evolucdo, manifestamente bastante rapida, da pesquisa em
lingilistica sobre estas questdes, assim como a retomada do interes-
se pelos problemas de tratamento de textos, em particular pelo viés
— culturalmente ¢ politicamente problematico — dos “bancos de
dados”, estéo na origem desta reflexdo.
As aporias de uma seméntica puramente intralingiiistica (ou de
uma pragmatica insensivel as particularidades da lingua), e as refle-
xGes sobre a especificidade do arquivo textual, levam a pensar que
uma pesquisa multidisciplinar é indispensdvel para um acesso real-
mente fecundo.
O discursivo informaticamente marcado sob a forma dos “‘da-
dos textuais”” ndo tem, efetivamente, a mesma relagdo nos proce-
+ Este texto foi objeto de indmeras discussbes com Bernard Conein, Jean Jac-
{ques Courtine, Frangoise Gadet, Jacques Guilhaumou, Claudine Haroche, Paul Henry,
Mireille Lagarrigue, Jacqueline Leon, Denise Maldidier ¢ Jean-Marie Marandin.
35imenospice-matematizos que este ote tipo de dado, nat
teza quanttatva,wizados em esonomi, cm demografis, eis
‘orate
e forma qu exe dominio, qual sr consniete aqui cha-
marmos do discus rextua, 0 lugar em poteneia de um contro
to violeramentcontradvo: figura de Blase Pasa eleindo
0 mesmo tempo sobre qustes Floste colles esobe 0
Problems iscomatemdicos de seu tempo, ¢evoada de hom
{o pelo humanism contempersco, mat efereci a exe ant
teal de duplo sto ago basta para dsimolar © sismo ques a
plo dede a Era Clie entre eta das ultras gue trait
Scalar universtaria frances dena fesptvaiente oma
tera ea "cemien”
Ao longo de toda una tra das iis qu val do sca xv
‘ao séeulo Wx (ata de Auguste Corte tera de citnia — €
‘© positsme Lio, face aoe romantsmos, ds flosfias da Hie
‘aes disiptina da nterpretagio) eee dus cra 80 Pa
‘am dese distancia uma da outa, veiulando, cada una, n20So-
‘mente suas esperanas ese, com tambem sas mani «ses
{abus,ignorando de wma maneia mals ou menos dlberada ap
ra exsténcia da cura,
Por wadiio, os profsionst da ears de arquivos so “ite
1105" Qhitriadore,fi6ofes, pessoas deers) que to babito
{de contornar propria quest da letra rerlando-a num inp
{ost porgoepratieam cada un dele se propia eter (ingul &
tela) constuindo seu mundo de arauvos,
‘Als, foi asim que freqienterente em orn de nome pr
ios fundadores ~ em tore dos arquiostenuas, supa pos
fs implas (ae grupos, de escola, eat de “igreihas) gue
Seacotovlam numa relarso ambigua de concorrneia, de slang
Dari «de antagonismosdsfareads. Os grande debates memo
Falstas, ossices ou lterrios (al qual tssoam mo eipago ideo.
logioe eultural anes) 8005 ais Hequentemente etratrado
stravs dos confromtos sale amas, poses ou 8 ers, sobre
todo de trabalho. Mas, mesmo neste limo eat, a questo do.
fara permaneeu quase sempre implica: hi, etree, Totes
es para se pensar qu os confiasexplcitosremetem em surdna
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m “A utra vertente da leitura de arquivo — sem a qual a primeira,
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‘temo aida nai gu o empress: © tande numero de
‘eos conta "eontnuos” paces «public, cont
itu sats da Ea sce eat nos da, sobre ea enincia
‘Nada pretest de “orgnaliadey beet pazamento des
sapuestencon drum lea cneaiada a ego de Un
tga drum re de um Eetao, ou de na empresa ="
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do arquivo encom fis nn ou comes supa or
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tic em, espontaneamente, pat igada a burocacia aminstat
a Isto nfo Impede que pesquisa ebenifieaspossan ser conduc
{ds com oaunio do computador, mas em eras conics Que se
tentaraexpitar mas ard, iterpretando-s no campo dscursvo
textual que aqui nos cance.
Feta ex evra, em consieragio ao lgtimo pont de oars
do "cientiico” (epugnando dia de ser brualentecomparado
‘um buroctata!, abe constatar que aformagio na dominant "le
Terria dos espeslisas da etura de arquivo foreceu muitas ve-
es prtero aos “ints” para expand um pouco mas o foo
Ge incompreensto que os separa. Hh fortes razdes que ns leva
‘Tpensar que, no contexto de Europa da década de 1980, a radio
fos grandes pratcantes 0 arquivo val se encontrar numa posi
fad vee mais dead, fae &prolferactoprevisive! dos "meiodos
fe ttaamentos de texte” indsdos pla dsordem informatica qe
Se prepara cn noses sociedaes. A arrogicia ea condescendéncia
{bic dos liertos” amen solos mas e mals lta e po:
Treameno face a paceteenordaz moda uli” dos ce
fists de argu, qe tm futuro dante dls.
‘Log, nos encontramos ate de uma nova dvsto do rab
tho de letra, una verdaeirareorganizagz social Uo taba i
tectum, uj consegléncins operat drecamente sobre
lasso de nosa soedade com sua propia memérie Histone.
No cee dn quests: a ambasidade fundamen da palavra
de onde itis que centendcia “aprender ler a csrver, ave
Nisa ao men tempo a apreenado de um sentido univoco isto
sas repay esas de uma sxepsla do pensamento (as famosas
‘Nvemanticopragidtcs da comunicass) eo rabetko sobre
‘rplurivocidade do sentido como condi esta de um deseo
‘iment lterpetntivo do peasamento!
"anereeta ambiicnde ets deetamente associa gua
ave dis reap & informatica
‘Crtament, a difusto maciga deta abre — sl certs condi
esque evocmos abo, concernentes hana dcusvoextal
St potblade de wa expansdo dos privgos“Iieréios”
Teturaaterpretatva cm amps stores onde (como, por exelo,
‘dscursoe poten de uma pate, polos de ours, 0 prov
9suenonen) a ia dae mos palate
Mat amb rane pl menos, a ames eit na
restr pte de png fete mrp es
trode eqronteaineas” to tae meted eae
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as plavras, das expresadere dos enunciaos. E uma das signif
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nunca Se ws nrmane spies eet te one
‘tors un epee sce a menana hse
redone pro emo hen kena Sees,
“Scone aegis
mito oie de Grr Caguben
Imlmeros fu} 8800s que se interrogam sobre os maifsos
de alguns civeuos polos, sobre certs métodes de plate
rapa de comportamertal, sobre os blancs de cata sole:
dlader de formal. Els acreditam discern miso a virtua
lide de uma extensgoprogramade de iricos sande, em
tikima anise, « normaiaedo do pensamento*
Fair hoje no interior dest situa, tomada nos qulproguds
(orolongadoreexploradspoliticamente) do dvareio ealural entre
eraos e“centsas, elevantar a queso da ture do arg
©
‘vo €etdo sat a0 mesmo tempo, 405 “tras” € 008 "sien
em pantcula, dae aos “iteratos: vost acteditam poder
ricar asim dstnca da adversidade que ameaca bistorieamente
{nea pesamento?Acedam poder kar fa emp ands
proteidos, na casa de seu mundo de argu parila?
TE tabi die aos “iets” outs, a quer chamam de
fabricate tizaores de insrumenos, voc seem pose it~
{dn por multo tempo ecaar & questo de saber para que woes 3
‘eo ¢ quem os tia?
E portanto, buscar sacar sobre ste ponto as controntades
ceases com convient de causa so muda ~ en com
Siderepio a prodigor ignrsnsareafproca na qual se protere cada
tim respi Go out agulo de que os pals iam proveto
"ao faciment
‘as flor asim a uns¢ 8 oro, ne enttemeio, supe espe
car a psi gues memos petendemos ocupar: a psente re
Mato uate fa eric sonst Net
Aatingua como menlidae espeafca,constanenr contorna
{gpora ou reuadn pls Gs tras em vrei)
‘idem asi oferta ®
‘Na rela:
— A clara “tierra, por su famiiridade mesmo com ©
eto, transport consig etnias de Teitura que atravesar a
‘aeriadade do exo, sempre do come ingusticanent transpa
Tent, abretud os cisos dos istsiadoreseilofos.Ocaso dos
owes, romancityesrtores ete profisionalment dierent, na
‘rtd em que no ten peeidade da pura narasto de um es
‘Fimeno, ete itimos so forgados a "babiar” sus ling sem 36
‘Shmentarem em marca ervonbecer ala aparides sparse
{onde patos, funciona como mencOes, eerinis ov desi
ftsde, De maneia queso, feqbentement, os Poss ou toma
Sins que "to Sti” a0 igus. Alem disso.» eifuso das
Soittpes cence, om partir animes crecem, pe
Temenos em certs casos econbecmento ds iabigide da
Tngua como sonstituindo 9 sacontrnive do pense= Se tea pce
snes imine cme
Seine res ee
‘através das ilusdes da metalinguagem universal. poe.
er tas mee
cent ereerceae ord
cre nem do lado dos “‘cientistas" .
ee eer ee
eae
se ea
Sener cece nb
macabre che maf
cece era ce
fect ae Sle mtaronc Sent
Sau tS oa eeee
scat ttre ames see
dal, na medida em que, & deslize, a falha e a ambigiidade sfo cons-
Savor da Unga, €€ por a ue a gust do esd sure do in
© semido,excreve . Canguie,eseap a toda redo que
tena allio numa confgurgto orgie ox mene. As
‘mdguina tas ilente so migunas de rot lbs
rr dr eri erie a a
20 que tila se prope partir das de.
Seundon pow eduso fo
mem pode jogar com 0 snd, esto, simul, ment,
‘mar ua cade fi. . 18:7
Canguithem deita entender que s 6 homem ¢ asim capes
de jogar bre o sentido, € poraus. por esi, propria lingua
esse wer puso metaférco interno da
i fo quad a Tingua se scree na hitééa
@
ena ela entre nga como sistema sinc nine
inet panel de ope dscurividade coma nso 8
Hnguos mata na hori, qu consti or cera de um
trabalho de letra da argo.
‘Deve pont de sta tudo, om quae todo, cesta er explora
dos o ato do nga fol, «permantce,consieracmete subst
tila fin ods pojetos de letras de ari. Sei pore &
Titra de arquivo lcs” tenham acrditado qa sa di
Saou sono gui tansporando em erp
pola etl conceto ings (Por explo ode “sruura” ©
euro de Susur ov de tansfomagio™, empresa de
Emigy Ssh pr aut, a Contrdro, os pros cients” do
et de ext eam se confentag em inrodu pegiens
‘ron de andse morolopea ou, ai tranerse and,
{Enda em cus procedmenton masa obsstoexpliia & de tas
sora rpid ce obsiclos da ngue tral”, ara UNE
ee em prove de quad exastcs ders, o 8
enietos spcos aos a aaber os eis concepua Pui
Gadon dicen iia
"et dois ase clocad de ado oefeitgrlativamente
igen ao noc ups "terri "sob 0 FG
soaethatraade dango deaparec. Esta atsiaidade 0
‘Gani na mea setts sno um meio Tansparete, oF
(ea neo Sana emposada strats a ale insta a eprekar
“i propras ca
Et euninl a mtriade de gan duce
do argu qe urgent cosaga 0 objetivo ¢ de desta
1a needs Ge tabahos sobre o argu etal
Sakon as preceupte do istoriador tanto quanto a don
Su to matansteoeenico em sabe ae vale, face a8
a atres do rabao com 9 informa — cog, também
sae ermereneshtco, polticos eur lsat eas
Tess deere de ara.
ger ede aiidades verbs da pura deninci
snansea ds Seompurador nem se conteienas a campo da
Imes oe tor foro poo v's) as tae
‘elements pari, no rin! dos concer > ocedmentes,
sorte trabalho do penarento em combate con ua propane:
octura-esritura to arquivd sob suas dite.
rea ndaliade idolgias ecutra, conta ade oa
hag Isto supe ramen eonstals moce
o fitment quanto
eressanes © promissoras — por “objesnes
Qperaconat a curt prazorelatvamente ices devinge oe
Iuito pouco intereste [1 pelo menos cso se tale de ete
© arguivo textual,
{ile de dana oexecco desta tants de dopostve a
{ilagtes, de inderago et. qu dtivam mals de geitg one
trata edo sonho logicista de lingua idel que ds peoqung seen
2 Fundamental,
‘Tradusto: Mara das Gragas Lopes Morin do Amarat
NOTAS
‘Sepermin, or ana mes ccna ei
je {Bofors eapeimetam ov ema de
‘eco aanens art gua eae
Eran oe eae
‘tos enya abated "produto na” dear hears.
{eal fri ue ion ou pect ueace dre
‘Etter pute memati ga
‘Ss ingen tee cmasteene poten
2a penis does eta ‘ean, em