UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Alunos: Beatriz Andrade, Luana Andrade e Tiago Batista Semestre: Quarto
Departamento: Cincias Humanas Curso: Administrao
Disciplina: Direito do Trabalho e Previdncia Social Turno: Matutino
Germinal
O filme, produzido em 1993 e dirigido por Claude Berri, conta a histria de
Etienne e da famlia de Maheu, dando nfase ao trabalho nas minas de carvo e na
realidade trabalhista da poca, e tentando demonstrar, de forma fiel, os primeiros
movimentos de greve. Neste filme possvel observar muitas discrepncias entre o que
acontecia antigamente nas empresas e o que ocorre hoje. A maioria destas diferenas se
d graas evoluo do Direito do Trabalho, que, ao passar do tempo, concedeu ao
funcionrio uma maior proteo na relao desvantajosa entre empregado e empregador
onde claramente o empregador possui o maior poder.
Logo no incio do filme podemos ver Etienne conversando com um senhor
chamado de Boa-Morte (apelido obtido aps sobreviver diversas vezes a acidentes de
trabalho) para conseguir informaes acerca de empregos na rea. Nesta primeira cena
j possvel identificar algumas caractersticas que destoam da realidade trabalhista
atual, por exemplo: quando Boa-Morte fala de seu tempo de trabalho (comeou aos 8
anos e tem, a esta altura do filme, 58 anos) vemos que no existe o direito a
aposentadoria e nem uma idade mnima para se comear a trabalhar. Ainda nesta
conversa, observamos quando Boa-Morte cita diversas empresas de diferentes setores
em que os empregados estavam ameaando greves que no s os trabalhadores das
minas estavam passando por dificuldades (j comeamos a observar o surgimento do
movimento grevista) devido iminncia de uma diminuio salarial coisa que seria
impossvel hoje, pois, devido ao art. 7, inciso VI, da Constituio Federal, salvo
disposto em conveno ou acordo coletivo, direito dos trabalhadores a irredutibilidade
do salrio.
Tambm possvel constatar que o personagem Boa-Morte passa por
problemas de sade ocasionados pela exposio demasiada a um ambiente composto
por agentes nocivos sua sade - inserido na escurido das minas de carvo, inalando
fumaa, e em um ambiente extremamente sujo - e, ainda assim, ele continua a trabalhar
sem nenhuma interferncia nem do estado nem da prpria empresa para a qual ele
trabalha. Ainda sobre as condies insalubres (art. 189 da CLT) que o proletariado era
submetido nas minas, podemos identificar fatores como ventilao precria, goteiras,
solo desfavorvel para a movimentao dos carros que transportavam o carvo, riscos
de desabamentos e alagamentos, jornadas de 14 a 16 horas de trabalho, salrios
baixssimos e tinham que ver a famlia nas mesmas condies (pois todos tinham que
trabalhar para conseguir o sustento da casa). A CLT buscou resolver esses problemas
com o captulo V Da Segurana e Da Medicina do Trabalho: art. 156 e seus incisos: as
Delegacias Regionais do trabalho devem promover e fiscalizar as normas de segurana
e medicina do trabalho. Art. 166: a empresa deve fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteo individual adequado ao risco. Art.168: ser
obrigatrio exame mdico, por conta do empregador, entre outros.
Foi possvel concluir atravs dessa anlise do filme, como os trabalhadores de
antigamente eram tratados de forma precria e desrespeitosa. Ele ajuda a enxergar a
importncia que a CLT tem nos dias atuais. Os direitos que ela concede aos
trabalhadores so de extrema importncia para que as diferenas entre empregado e
empregador seja diminuda, e que, com isso, o trabalhador possa ter dignidade e uma
vida melhor, tendo direitos justos e proporcionais ao seu trabalho.