0 notas0% acharam este documento útil (0 voto) 1K visualizações8 páginasW. R. Bion - Capítulo 1 - Ataques Ao Elo de Ligação
Capítulo pertencente ao livro "Estudos Psicanalíticos Revisados" de Wilfred Bion.
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ATAQUES AO ELO DE LIGACAO.
re
W.R. BION
Ese artigo foi originalmente apresentado perante a Sociedade Britinica
de Pricandlise em 20 de outubro de 1957'e foi publicnie pela primeira
Wez.em 1959 10 International Journal of Psycho-Analysis, 08 15,
faz a tudo aquilo que € sentido como tendo a
outro. E minha intencdo, neste artigo, mostrar 9
de ataque destrutivo na producto de determin
tas psicoses fronteirigas (Borderline),
Ge todos os ataques a objetos que sirvam de elo de ligasdo,
sigatificacio projetiva como © mecanismo empregao ela psique para
Se livrar dos fragmentos de ego produzidos por swe destrutividiade
Descrevi primeiramente al
Ordem ditada no pela eron
Mas pela necessidade de tomar tio
‘minha tese.
igura
So entre cles € determinad:
"ei com observacées teéricas si
foram extrafdos
=isreinen* 48405 ae, espero, nio prejudicarso a exatidfo da descrigio
A observagiio da
propensio do paciente a atacar 0 elo de ligagdo en«
ada pelo fato do analista ter de estabelecer urn clo
man 9 fazer por intermédio da comunicagto ver,
de experiéncia psicanaltica. Disso depends « win,
pensa-
mento verbal em meu artigo “Diferencigho entre ie ici
ingdo entre a personalidade psic6ti-
8 © a personalidadde nio-psicotiga”* Bion 1957) =
penile se concorde que, de fato, eram sui generis: tena See ‘mesmo sue
Scrido as descricSes que acabei de fazer,
Cxbressfo de desprezo por alguém que cle conside,
© semimental. Ele discordou, indicando que o setae que se
~96—
referia era exatamentc © oposto, Do que eu sabia desse paciente, achei
que sua corregdo nesse
que, para
vair-se de sua propria mente, Associagées itis mostraram que ele
sentia que cindia tio consciente diminutamente as boas interpretagGes
que Vinham de mim, estas se transformavam em urina mental que ento
Yazava descontroladamente. O sono era, portanto, insepardvel da incon.
citncia, que era cla prépria idéntica a um estado de demenciagéo imepard-
Nel Ble disse: “Estou seco agora”. Respondi que cle se sentia desperto ¢
capaz de pensar, mas que esse bom estado era apenas precariamente mac.
tido,
(aD Nessa sessio 0 paciente produzira material estimulado pela interrap-
sio do fim de semana anterior. Sua percepgio de tais estfmulos externos
tomara-se demonstravel num estigio relativamente recente da anélise
Anteriormente, 0 grau em que ele era capaz de aguilatar a realidade ene
luma questo aberta a conjeturas. Eu sabia que ele tinha comtato com a
realidade porque veio por deciséo prépria buscar andlise, mas dificilmente
se poderia inferir isso a partir de seu comportament® nas sessées, Quando
imerpretel algumas associagSes como uma evidéncia de que ele senia que
estivera,¢ ainda estav, presenciando um coito entre duas pessoas, agi
como se tivesse recebido um golpe violento. Na ocasigo, eu niio podia di-
2er exatamente onde ele experimentara 0 ataque ¢, mesmo retrospectiva,
mente, nio tenho uma idsia clara a respeito, Parecia l6gico super que o
chogue fora dado por minha interpretacdo € que, portanto, o golpe viers
de fora, mas tenho a impressio de que ele 0 sentiu como s2 tivesse deste.
‘do @ partir de dentro, O paciente freqiientemente experimentava o que
descrevia como uma punhalada que vinha de dentro. Sentou-se ¢ fleon a
fitar atentamente o espago. Eu disse que ele parecia cs
coisa, Respondeu que no consceuia enxergar o que vi
interpretar, a part
Pacientes de cujas andlises dependo
0 presente artigo, ocorreram episSdios em que os pacient
Ginages invis(veis-vistveis, Mais adiante exporei as razdes para supor
gue, nesse exemplo ¢ no anterior, mecanismos semelhantes estavam em
operacio,
iais da sessio, o paciente fez és comentérios
significado para mim, Falou enti
conhecera era compreensiv i imediats-
‘mente seguido de um movimento violento e convulsive que ele aparentou
~97-iiaque & punhalada que mencio
IF Sua atengio para © movimento,
ma forma que ignorow 0 ataque,
cheia de uma névoa azul, Um pouco de-
ido, mas que ele estava depri-
io por mim, Essa era uma
nsagdo de ser compreendido for
‘ome uma deserigao
‘Se minha interpretagio estava
n que estava ~, isso significava
ida, convertida em part
nti que a interpreta
mpretagdes pasteriores
ito da névoa era devido a reintrojecto e conver.
;Press3o ~ pareceram ter alidade para o paciente, embo-
(meventos posteriores fossem compattveis com a idéin de estarem cone.
tas,
terior, comegou com trés ou qua-
‘que estava quente, que seu trem estava lo
u tinta minutos. A impressio de
com a realidade confirmou-se
Geliberadamente nesses termos porque ele revelara, nia sessio antes
minhas interpretagées eram
is nuvens de probabilidade
estava tentando se livrar do sentimento de que
fato. Disse-Ihe que isso
~ 98,
(YD Metade da sessiio se passara em silencio. © paciente entio anunciou
que um pedago de ferro cafra no cho. A seguir, fer uma série de movi
‘mentos convulsivos em siléncio, como se estivesse se sentindo fisicamente
stacado a partir de dentro, Ew disse que cle nao conseg
contato comigo devido ao seu medo do gue se passava dentro de si, Ele o
confirmou dizendo que sentia que estava sendo assassinado. Ele
© que faria sem andlise, pois esta o deixara melhor. Diss se sen-
tia tio invejoso de si proprio e de mim, por sermos eapazes de trabathar
juntos para fazé-lo sentir-se melhor, que havia posto para dentro de si o
par que formAvamos como sendo um pedaco de ferro e um assoalho mor
05, que se encontravam nao para the dar vida, mas para assassind-lo
ficou muito ansioso ¢ disse que nio podia prosseguir. Disse-the que ele
Ssentia que niio conseguia prosseguir porque cle ou estava morto ou, entio,
vivo ¢ to invejoso que tinha que interromper a boa andlise. Houve uma
acentuada diminuigao da ansiedade, mas o restante da sessio foi tomado
Por comentérios isolados sobre fatos, 0 que, de novo, pareciam ser ums
{entativa de preservar © contato com a realidade externa como um métedio
de negacdo de suas fant
Caracterfsticas comuns aos exemplos mencionados
Escolhi esses epissdios porque o tema dominante em cada um deles era o
ataque. destrutivo a um elo de ligagio, No primeiro, o ataque foi expresso
através de um gaguejar que visava impedir o paciente de usar a linguagem
como um vinculo entre ele € eu, No segundo, 0 sono era encarado pelo
Paciente como sendo idéntico a uma identificagéo projetiva que prosse.
guia insensivel a qualquer tentativa posstvel de controle de sua parte. O
sono para ele significava que sua mente, diminutamente, esvafeese nam
Jomo agressivo de partfculas,
Os exemplos que fomeco aqui lansam luz sobre o sonhar esquizofré-
nico, © paciente psicdtico parece nio ter sonhos, ou pelo menos nio re
latar sonho algum, até que a andlise jé esteja relativamente ava
nnha impressio agora € de que esse perfodo aparentemente sem
lum fenémeno andlogo & alucinagio visu (vel
dos de material to diminutamente fr
suais no decorrer do sonho, ele
com os objetos invistv
que as fezes Ihe pares
experiéneias que chamamos de sonhos