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Terapia Cognitivo-Comportamental_ Hipnose e Neurociência
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Terapia Cognitivo-Comportamental: Hipnose e Neurociéncia
Hypnosis and Cognitive-Behavioral Therapy: hypnosis and neuroscience
leonardo Pereira Rodrigues' ¢ Manoel Feitosa Jiinior”
Resumo
O presente artigo tem como diretriz demonstrar © uso adequado da hipnose terapéutica
aplicada a terapia coguitivo-comportamental. Desmistificando rétulos errdneos a pritica
hipnética em psicologia e psicoterapia, permeando com um breve percurso historico do
desenvolvimento da hipnoterapia desde a proto-histéria até sua legalizagao pelo Conselho
Federal de Psicologia do Brasil. Outrossim, 0 capitulo, destaca a intervengao de um caso de
transtomo depressivo, nos moldes sugerido por Beck et al.(1979), bem como diseriminando 0
suporte de bases psiconeuroimunolégicas da agao da técnica hipnotica associada a terapia
cognitivo-comportamental
Palavras-chave: hipnose; terapia cognitivo-comportamental: neurociéneia cognitiva e
depressio.
Abstract
The present article has as line of direction to demonstrate the adequate use of therapeutically
applied hypnosis to the cognitive- Behavioral therapy. Demystifying, the erroneous labels of
the practices of hypnosis in psychology and psychotherapy. going through a brief historical
passage of the development of hypnotherapy since the proto-history until its legalization for
the Brazilian Federal Council of Psychology. Hence, the chapter detaches the intervention of a
case of depressive upheaval, in the approach suggested by Beck et al. (1979), as well as
discriminating the support of psychoneuroimmunologic bases of the action of the hypnosis
technique associated with the cognitive-behavioral therapy.
Key-words: hypnosis; cognitive-behavioral therapy: cognitive neuroscience and depression.
Fonte do original:
Revista Ciéncia: Comportamento e Cognigao. Ano 1, n.1 (jan-jul, 2007) Teresina: Sociedade
Piauiense de Psicologia Cognitiva e Comportamental. ISSN 1981-3287. p. 29-39.
Peiolopia da FACIE UESPI« Faculdade Santo Azotinho—
Professor Vsitane do Departamento de Puicoloia da UEPS,
* alcdlogs Clinica Hipncao, Professor eSuperszor Clinica doe Curae
FSA (CeresaaP)). ‘Puceoge Casco. Mesue em Picclona (PUC-SP) =
Fundador do Laboratei de Pesquisas coma Hipnoae da UEPB. Odentsloge,INTRODUGAO HISTORICA,
Gragas aos esforgos de pesquisadores do chamado fenémeno da hipnose, durante
séculos, mareadamente uo pasado, mas ainda hoje em menor énfase, 0 uso da hipnose tanto
na frea médica como na psicolégica traz o rango do misticismo que entio envolvia seus
conceitos. A despeito do suporte cientifico que respalda a sua pritica na_atualidade
compreende-se hoje os seus limites ¢ suas possibilidades na clinica psicolégica. Percebemos
que na atualidade a hipnoterapia ocupa amplo espago na conmunidade cientifica: tanto na
clinica médica quanto na psicologica.
Conforme Faria (1979) a principio a hipnose era exereida como uma pritica
mistica. Sao conhecidos hoje os classicos ‘templos do sono” do antigo Egito onde sacerdotes
usavam o poder hipnético para tratar os crentes fazendo-os adormecerem suavemente
ministrando-lhes passes magicos. Um baixo relevo encontrado em um sareéfago de Tebas
mostra um sacerdote em pleno ato de indugao hipnética de um paciente
Jé no século XVI de nossa era, 0 médico Paracelso, acreditava que a imaginagao e
a f8 eram capazes de modificar estados patolégicos e por esse motivo foi perseguido, Ainda
de acordo com Faria (op. cit., p. 6)
Tal perseguisto porém no impediu que através dos anos, homens de ciéacia,
ilsofos © teosofistas continuassem acreditando na existéncia de uma qualquer
“forga sobrenatural interior’ que nos fazia capazes de obter modificagoes sensiveis
tanto em nds mesmos como em outrem,
Na primeira metade do século XVIIL, precisamente no ano de 1734, © médico
austriaco Franciscus Antonius Mesmer acreditava que os astros exerciam alguma influéncia
no aparecimento e na cura de doengas. Mesmer atribuia uma propriedade dluidica subjacente a
perda da satide ou cura, O fnido ou magnetismo animal poderia ser usado juntamente com
metais, para fins terapéuticos. Mesmer alcangou grande fama na divulgagio das suas priticas
de cura, Popularizou sua idéia através de uma dontrina que ficon conhecida como
mesmerismo, na stia época muito em voga na sociedade parisiense. Mesmer chegava a atender130 pessoas ao mesmo tempo. Conta a historia, que ele se movia entre elas tocando-lhes com
metais fazendo a aplicagaio dos “fluidos” ou magnetismo animal (SHROUT, 1995). Mesmer
formou-se em medicina na cidade de Viena em 1766, ¢ apresentou como tese na conclusiio do
curso o trabalho intitulado “Dissertatio Phisico-Médiea de Planetarum Influsu”, Sua
conttibuigdio para o desenvolvimento ¢ maior compreensio da hipnose em nosso tempo €
indiscutivel.
Porém, o padre José Custédio de Faria (1756-1819) acreditava que o magnetismo
animal nao tina interferéncia de fluidos, pois era o sujeito em transe o tinico agente ativo.
Estabeleceu assim, a influéncia da cognigao neste estado.
E importante ressaltar que a palavra hipnose foi utilizada pela primeira vez por
um médico escocés de nome James Braid (1795-1860). Embora contemporaneo de Mesmer,
ino acreditava na tese do fluido magnético, pois os fendmenos mesméricos, segundo ele, nada
mais eram do que um estado decomente da fadiga sensorial, ou seja, um fendmeno
neurofisiolégico. Conforme Passos e Labate (1998, p. 4):
Braid apresentou em abril de 1842, seu primeiro trabalho, no qual foi empregada a
‘expresso Neuro-hipnotismo, da qual derivavam as palavras hipnotismo, hipnose,
hipnotizador, desipnotizagao (retirada do estado hipnstico).
No entanto, Braid viria rejeitar esta hipétese mais tarde, por descobrir que ©
fendmeno da hipnose decorria de uma absorgio mental em uma tinica idéia, sendo esta a sua
maior contribuigio a teoria da sugestio. Tentou mudar 0 nome “hipnose” para
“monoideismo”, ou seja, concentragao em uma tiniea idéia on ponto fixo de focalizagao
mental capaz de alterar um estado fisiolégico, mas nao logrou éxito, pois o termo hipnose jé
havia se popularizado, Essa preocupagao ¢ compreendida devido ao estigma preconceituoso e
distorcido que ficou acerca de hipnose e de sua concepgao errénea comum inclusive em nossa
atualidade. Enquanto diversos centros de referéucia do estudo da hipnose comprovam-na
como aplicagao de atividades cognitivas concentradas que modificam respostas fisiologicas ¢
comportamentais, respaldados pela teoria do condicionamento clissico ou respondente, assim
como, vertentes da neurociéncia especificamente a psicobiologia. Contudo, devemos atentar
conta o (pré)coneeito e auto-atwalizarmos na nova conesitualizagao em hipnoterapia.