Apostila Ufmt Administracao Publica Rafael Ravazolo
Apostila Ufmt Administracao Publica Rafael Ravazolo
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Administração
Aula XX
FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO
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A seguir, a figura que representa esse Processo Administrativo.
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Administração
Aula XX
Planejamento Estratégico
Planejamento Tático
É notório que, para o Planejamento Estratégico dar certo, cada área da organização deve fazer
sua parte.
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O Planejamento Tático é justamente o desdobramento do plano estratégico em cada unidade/
área/departamento/divisão (estratégias funcionais). Em outras palavras, os planos táticos são
responsabilidade dos gerentes funcionais (marketing, recursos humanos, produção, finanças
etc.) e traduzem as estratégias globais em ações especializadas, com o objetivo de otimizar
determinada área.
É, portanto, o planejamento desenvolvido no nível intermediário, de médio prazo, visando
aproximar o estratégico do operacional. Dessa forma, produz planos mais bem direcionados às
distintas atividades organizacionais.
Planejamento Operacional
Os planos operacionais especificam atividades e recursos que são necessários para a realização
dos objetivos.
A estratégia operacional é direcionada às unidades operacionais básicas, a cada atividade. É
o desdobramento dos planos táticos, seu foco está no curto prazo e, como o próprio nome já
define, está voltada especificamente às tarefas e operações realizadas no nível operacional, ou
seja, para o dia a dia da organização.
O processo de planejamento operacional compreende, basicamente, as seguintes etapas:
4. Avaliação dos riscos = que condições podem ameaçar as atividades e a realização dos
resultados?
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Administração – Níveis de Planejamento – Prof. Rafael Ravazolo
Resumo
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Slides – Níveis de Planejamento
Níveis / Tipos
de
Planejamento
• Questões comuns:
‒Quais são os níveis de planejamento;
‒Características de cada nível;
‒Comparações entre os níveis.
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ESTRATÉGICO
TÁTICO
(Funcional, Departamental)
OPERACIONAL
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Nível Estratégico
-Estratégia Institucional: macro-orientada – impacta toda a organização
Nível Tático
-Estratégias departamentais: desdobramento / tradução da estratégia
em cada unidade.
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Nível Operacional
-Estratégia operacional: micro-orientada, foco nas tarefas -
desdobramento final das estratégias
Contratação
Planejamento
Benefícios
de RH
Capacitação
Planejamento
Planejamento da Produção Alcance dos
Estratégico Objetivos
Planejamento
Fornecedores
Financeiro
Transporte
Planejamento Armazenagem
Logístico
Distribuição
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Administração
Aula XX
CICLO PDCA
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2. Executar (DO)
•• Treinar as pessoas;
•• Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
•• Coletar os dados para verificação do processo.
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Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo
Ciclo PDCA
• Questões comuns:
‒Conceitos gerais;
‒Para que é usado;
‒Diferenciação dos elementos de cada fase.
1
Ciclo PDCA
• Nomes comuns: ciclo ou roda de Shewhart,
de Deming, de melhoria contínua,
de controle. Inspeção Especificação
• Filosofia básica:
‒Kaizen = melhoria contínua Produção
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Ciclo PDCA
Ciclo PDCA
1) Planejar (PLAN): estudar o processo e planejar a
melhoria.
‒Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
‒Definir o método para alcançar os objetivos.
o Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação,
um cronograma etc.
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Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo
Ciclo PDCA
Ciclo PDCA
4) Agir corretivamente (ACT)
‒ Desvios: deve-se definir e implementar soluções e eliminar
suas causas;
‒ Tudo certo: implantar melhorias, ou seguir com o mesmo
planejamento.
‒ Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer
outra parte do ciclo.
• Curiosidade: Deming, na década de 80, modificou
seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act),
pois acreditava que a palavra check
enfatizava inspeção em vez de análise.
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Administração
ANÁLISE SWOT
A Análise SWOT (ou Matriz SWOT) é uma ferramenta e diagnóstico estratégico que consiste em
obter e analisar informações internas e externas à instituição para direcionar as decisões.
Através do diagnóstico a instituição capta e mantém atualizado o conhecimento em relação
ao ambiente e a si própria, identifica e monitora as variáveis que a afetam, se antecipa às
mudanças e se prepara para agir.
Há diversas metodologias utilizadas para realizar o diagnóstico estratégico (Matriz BCG, Modelo
das cinco forças de Porter, Matriz de Ansoff etc.), porém, na Administração Pública, a mais
utilizada é a Matriz SWOT.
O termo SWOT vem da iniciais das quatro palavras em inglês Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats, que significam Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. No Brasil
também recebe o nome de Matriz FOFA, devido à tradução.
S strengths (forças)
Análise Interna
W weaknesses (fraquezas)
O opportunities (oportunidades)
Análise Externa
T threats (ameaças)
No Planejamento Estratégico, a matriz SWOT é usada para fazer análise das relações do
ambiente externo (ameaças e oportunidades) com o potencial interno da organização (forças e
fraquezas).
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Análise Externa
Constitui o estudo relativo ao ambiente externo onde a organização está inserida e visa à
melhoria da capacidade de adaptação às mudanças.
O ambiente externo das organizações pode ser dividido em Ambiente da Tarefa, aquele mais
próximo da organização - concorrência, clientes, fornecedores, agências regulatórias etc., e
Ambiente Geral, comum a todas as organizações, independentemente do ramo de atividade –
variáveis políticas, econômicas, sociais, fiscais etc.
Trata-se, portanto, de uma análise das condições externas que circundam a organização e que
lhe impõem desafios/ameaças e oportunidades.
•• Ameaça – desafio externo – não é controlado pela organização – que vem de encontro
(contra) à estratégia. Suas consequências podem ser anuladas ou minoradas desde que
previstas em tempo hábil. Ex: golpe militar, crise cambial, mudança no governo, falta de
matéria-prima, etc.
•• Oportunidade – atributo externo – não é controlado pela organização – que vem ao encontro
(a favor) da estratégia e que pode ser positivo desde que reconhecido e aproveitado. Ex:
mudança na política governamental, opinião pública favorável, crescimento do país, etc.
Análise Interna
Aqui a organização passa a estudar a si própria. Sua análise e atenção se voltam para dentro,
para suas forças e fraquezas.
•• Forças – Pontos fortes – vantagem interna e controlável que coloca a organização em
posição favorável em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex: tecnologia,
integração organizacional, recursos financeiros, logística, incentivo à inovação, marca, etc.
•• Fraquezas – Pontos fracos – característica interna e controlável que coloca a organização
em posição de desvantagem em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex:
quadro desqualificado, instalações precárias, comunicação ineficiente, falta de recursos,
etc.
Matriz SWOT
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Administração – Análise SWOT – Prof. Rafael Ravazolo
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Slides – Análise SWOT
• Questões comuns:
‒Interpretação da Matriz SWOT;
‒Análise de casos.
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Matriz SWOT
Quatro estratégias
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Administração
Aula XX
Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser subdividi-
Especialização do Trabalho.
das em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das
Departamentalização.
tarefas?
A quem as pessoas/grupos vão se reportar? Cadeia de Comando - Hierarquia.
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com efi-
Amplitude de Controle.
ciência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Centralização e Descentralização.
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir
Formalização.
as pessoas?
Especialização do Trabalho
É viável, hoje em dia, uma pessoa sozinha criar e montar aviões?
A Divisão do Trabalho é a maneira pela qual um processo complexo é decomposto em uma série
de tarefas menores, e cada uma das quais é atribuída a uma pessoa ou grupo (departamento).
Uma atividade, em vez de ser realizada inteiramente por uma única pessoa, é dividida em um
certo número de etapas, cada uma das quais será realizada por um indivíduo diferente.
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A habilidade de um funcionário aumenta com a repetição de uma tarefa, sendo assim, tal
divisão gera maior produtividade, rendimento do pessoal envolvido, eficiência e, por fim,
redução dos custos de produção.
A Especialização é uma consequência da divisão do trabalho: cada unidade ou cargo passa a ter
funções e tarefas específicas e especializadas. Essencialmente, ela faz com que os indivíduos se
especializem em realizar parte de uma atividade em vez de realizar a atividade inteira.
A especialização pode dar-se em dois sentidos: vertical e horizontal.
A vertical caracteriza-se pelos níveis hierárquicos (chefia), pois, na medida em que ocorre a
especialização horizontal do trabalho, é necessário coordenar essas diferentes atividades e
funções. Ex.: Presidência, Diretoria-Geral, Gerências, Coordenadorias, etc.
A horizontal representa a tendência de criar departamentos especializados no mesmo nível
hierárquico, cada qual com suas funções e tarefas. Ex.: gerência de Marketing, gerência de
Produção, gerência de Recursos Humanos, etc.
A especialização tem limites. Em
determinados trabalhos, o excesso de
especialização chegou a um ponto em que
as deseconomias humanas (tédio, fadiga,
estresse, baixa produtividade, perda de
qualidade, aumento do absenteísmo e
da rotatividade) superavam em muito as
vantagens econômicas. Por isso, muitas
empresas descobriram que dar aos
funcionários diversas tarefas, permitindo
que eles realizassem uma atividade
completa, e colocá-los em equipes com
habilidades intercambiáveis, geralmente levava a resultados melhores e ao aumento da
satisfação com o trabalho.
Departamentalização
Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é necessário agrupar as atividades
para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. Esse agrupamento é chamado de
departamentalização.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais
e tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
Distintos critérios podem ser usados para criar departamentos, sendo os mais comuns: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e exigir o cumprimento de tarefas por
parte dos funcionários. A autoridade emana do superior para o subordinado, e este é obrigado
a realizar seus deveres.
A autoridade:
•• é alocada em posições da organização, e não em pessoas;
•• flui desde o topo até a base da organização - as posições do topo têm mais autoridade do
que as posições da base;
•• é aceita pelos subordinados devido à crença na cultura organizacional.
Tipos de autoridade:
Existem três tipos básicos de autoridade:
•• Autoridade linear, hierárquica, ou única – segue o princípio da unidade de comando: cada
pessoa deve ter apenas um superior a quem se reportar diretamente. Essa autoridade é
única e absoluta do superior aos seus subordinados. Um exemplo típico são as organizações
militares;
•• Autoridade funcional, ou dividida – tem como base a especialização, o conhecimento.
Cada subordinado reporta-se a vários superiores, de acordo com a especialidade de cada
um - autoridade é parcial e relativa. Nenhum superior tem autoridade total. Ex.: médicos
em um hospital;
•• Autoridade de Staff, ou de Assessoria – com base no aconselhamento e assessoramento,
visando orientar e dar suporte a decisões. Ex.: assessoria jurídica, assessoria de imprensa,
consultoria em gestão, etc.
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Responsabilidade
Dever de desempenhar a tarefa ou atividade, ou cumprir um dever para o qual se foi designado.
Dentro dos princípios da divisão do trabalho, especialização e hierarquia, cada departamento
ou cargo recebe uma determinada quantidade de responsabilidades. Nessa relação contratual,
tais áreas/cargos concordam em executar certos serviços em troca de retribuições ou
compensações financeiras.
Amplitude de Controle
Amplitude administrativa (ou amplitude de comando, ou de controle) é o número de
subordinados que um gestor tem sob seu comando/supervisão.
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
Centralização e Descentralização
Muito cuidado! Na disciplina de Administração os conceitos de Centralização e de
Descentralização são distintos daqueles utilizados no Direito Administrativo. Na Administração,
esses conceitos estão ligados ao poder, ou seja, se um chefe centraliza ou descentraliza seus
poderes de decisão e de comando.
O termo centralização se refere ao grau em que o processo decisório está concentrado em um
único ponto da organização. O conceito inclui apenas a autoridade formal, ou seja, os direitos
inerentes de uma posição.
Dizemos que uma organização é centralizada quando sua cúpula toma todas as decisões
essenciais com pouca ou nenhuma participação dos níveis inferiores. Por outro lado, quanto
maior a participação dos níveis inferiores no processo decisório, maior a descentralização.
Centralização
É a concentração do poder decisório no topo da organização. Isso facilita o controle e
coordenação das atividades, além de padronizar as decisões e torná-las mais consistentes com
os objetivos globais da instituição.
Parte do princípio de que as pessoas do topo usualmente são mais bem treinadas e preparadas
para decisões, eliminando esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduzindo
custos operacionais.
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As principais desvantagens da centralização são: as decisões ficam distanciadas dos fatos e
circunstâncias, pois os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes envolvidas e com
a situação operacional; maior demora na tomada de decisão, pois depende da disponibilidade
do gestor; as decisões passam pela cadeia escalar, dando margem a distorções e erros de
comunicação.
Descentralização
O poder decisório é deslocado para os níveis mais baixos da administração (fica distribuído pelos
diversos níveis hierárquicos). É uma tendência moderna, pois proporciona maior autonomia
aos cargos mais baixos e alivia a carga decisória da alta administração.
A descentralização altera a divisão do trabalho (e das decisões) entre os cargos e os
departamentos. Por causa disso, é mais duradoura e tem mais alcance que a delegação (que
ocorre entre pessoas).
As vantagens são: melhoria da qualidade das decisões, pois os gerentes médios ficam mais
próximos da operação e, portanto, conhecem melhor a realidade; melhoria no aproveitamento
das pessoas, com aumento da motivação, da criatividade e da autonomia; alivia os chefes
principais do excesso de trabalho decisório; agilidade e eficiência: a organização responde de
forma mais rápida.
As desvantagens são: falta de uniformidade das decisões; insuficiente aproveitamento dos
especialistas centrais; necessidade de maior estrutura de apoio.
Delegação
Delegação é a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da tarefa delegada.
A delegação pode alcançar apenas tarefas específicas ou um conjunto de tarefas.
Cuidado: não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a responsabilidade
final/do cargo. Diversos autores afirmam que a responsabilidade final do cargo não pode ser
delegada. Delega-se apenas a execução, ou seja, a responsabilidade pelo bom desempenho
de uma tarefa e a respectiva autoridade para executá-la. A responsabilidade final pelo
cumprimento permanece com o delegante e, dessa forma, ele é o verdadeiro responsável e
deve manter supervisão aos delegados para que cumpram as funções. No serviço público, há
previsão legal (leis, resoluções, regimentos internos) explicitando responsabilidades e o que
pode ou não ser delegado.
Algumas considerações importantes sobre delegação: a autoridade deve ser delegada até o
ponto, e na medida necessária, para a realização dos resultados esperados; a autoridade deve
ser proporcional ao nível de responsabilidade alocada no cargo e/ou função considerada; a
responsabilidade não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o subordinado podem livrar-se,
totalmente, de suas obrigações, designando outros para realizá-las; e a clareza na delegação é
fundamental, com designação precisa, entendida e aceita por todos os envolvidos no processo.
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
Técnicas de delegação:
•• Delegar a tarefa inteira, autoridade e responsabilidade (pela tarefa);
•• Delegar à pessoa certa – nem todas as pessoas têm capacidade e motivação;
•• Comunicação com o subordinado para esclarecer dúvidas e manter controle;
•• Avaliar e recompensar o desempenho.
No quadro a seguir são citadas as principais diferenças entre descentralizar e delegar.
DESCENTRALIZAÇÃO DELEGAÇÃO
•• Ligada ao cargo. •• Ligada à pessoa.
•• Geralmente atinge vários níveis •• Atinge um nível hierárquico.
hierárquicos. •• Caráter mais informal.
•• Caráter mais formal.
•• Menos pessoal. •• Mais pessoal.
•• Mais estável no tempo. •• Menos estável no tempo.
Formalização
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas.
Quando uma tarefa é muito padronizada, seu responsável tem pouca autonomia para decidir o
que, quando e como deve ser realizado. A padronização não apenas elimina a possibilidade de
os funcionários adotarem comportamentos alternativos, como também elimina a necessidade
de eles buscarem alternativas.
O grau de formalização pode variar muito entre as organizações e dentro de uma mesma
empresa.
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Slides – Princípios da Organização do Trabalho
Princípios da
Organização do Trabalho
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
Especialização
• Divisão do Trabalho: é a maneira pela qual um processo complexo
pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas, gerando
maior produtividade e rendimento do pessoal envolvido.
• Especialização: consequência da divisão do trabalho - cada órgão ou
cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.
‒ Vertical e Horizontal
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Especialização
• Limites: até que ponto as atividades podem ser subdivididas em
tarefas separadas?
Departamentalização
• Especialização Horizontal
• Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é
necessário agrupar as atividades para que as tarefas comuns
possam ser coordenadas.
• Departamentalizar = agrupar as atividades e correspondentes
recursos (humanos, materiais e tecnológicos) em unidades, de
acordo com um critério específico de homogeneidade.
• Que critérios usar para agrupar?
‒Critérios mais comuns: por função (funcional); por produtos
e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.
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Hierarquia - Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e de exigir
o cumprimento de tarefas por parte dos funcionários.
• É alocada em posições da organização e não em pessoas.
• Flui desde o topo até a base da organização.
• É aceita formalmente - racionalmente.
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Hierarquia – Tipos de Autoridade
o Autoridade linear, ou única;
o Autoridade funcional, ou dividida;
o Autoridade de Staff, ou de Assessoria.
Hierarquia - Responsabilidade
• Dever de desempenhar a tarefa / atividade / função para a qual
a pessoa foi designada.
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Amplitude de Controle
• Outros nomes: Amplitude administrativa, de comando.
• Número de subordinados que um gestor tem sob seu
comando/supervisão.
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Amplitude Administrativa
• Decisão importante: quantas pessoas cada chefe
pode dirigir com eficiência e eficácia?
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Centralização x Descentralização
• Cuidado: definição distinta no Direito Administrativo
• Na Administração = poder de decisão dentro da organização.
‒Onde está o poder formal de tomar decisões?
o Centralizar é concentrar o poder de decisão no topo da
hierarquia;
o Descentralizar é distribuir o poder de decisão nos
diferentes níveis hierárquicos.
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Centralização x Descentralização
• Centralização - maior concentração de poder decisório no topo.
• Vantagens:
‒ Facilita o controle e coordenação das atividades da organização;
‒ O chefe é quem usualmente está mais bem treinado e preparado;
‒ As decisões são mais consistentes com os objetivos globais da
organização;
‒ Elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz
custos operacionais.
• Desvantagens:
‒ As decisões ficam distanciadas dos fatos e circunstâncias;
‒ Os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes
envolvidas e com a situação;
‒ Maior demora na tomada de decisão;
‒ As decisões passam pela cadeia escalar, permitindo distorções e erros
no processo de comunicação dessas decisões.
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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo
Centralização x Descentralização
• Descentralização - menor concentração do poder decisório no
topo.
‒ É uma tendência nas organizações modernas.
• Vantagens:
‒ A decisão é delegada para pessoas/posições mais próximas da ação;
‒ Aumenta a eficiência, a motivação, a criatividade e a independência;
‒ Permite a formação de executivos locais mais motivados e
conscientes de seus resultados;
‒ Agilidade – a organização responde de forma mais rápida.
• Desvantagens:
‒ Falta de uniformidade das decisões;
‒ Insuficiente aproveitamento dos especialistas;
‒ Falta de equipe apropriada no campo de atividades.
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Delegação
• Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da
tarefa delegada.
‒ Não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a
final/do cargo.
o A responsabilidade final não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o
subordinado podem livrar-se totalmente de suas obrigações, designando
outros para realizá-las;
‒ Delegação na medida necessária para alcançar os resultados
esperados;
‒ A autoridade deve ser proporcional ao nível de responsabilidade do
cargo
‒ A clareza na delegação é fundamental.
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Descentralização X Delegação
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Formalização
• A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da
organização são padronizadas.
‒Tarefa muito padronizada = pouca autonomia; menor
possibilidade de os funcionários adotarem comportamentos
alternativos, como também elimina a necessidade de eles
buscarem alternativas.
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Administração
Aula XX
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
•• Sistema de Decisão: define a natureza das decisões, os responsáveis por elas e as formas
de decidir.
•• Sistema de Responsabilidades: distribuição das atividades nas organizações.
•• Sistema de Autoridade: distribuição de poder dentro das organizações – direito formal
que o ocupante de determinado cargo tem para dar ordens.
•• Sistema de Comunicação: forma de integração entre as diversas unidades da organização.
Modelos de organizações
Modelos são os estilos ou padrões de organizações existentes. Há diversos modelos descritos
na literatura, entretanto, pode-se dizer que suas características variam entre dois modelos
extremos: o mecanicista e o orgânico.
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Modelo Mecanicista
Estruturas mecanicistas têm esse nome porque buscam imitar o funcionamento automático
e padronizado das máquinas. As pessoas fazem trabalhos repetitivos, sem autonomia e sem
improvisação. O modelo mecanicista é chamado de burocrático, pois é tido como sinônimo da
burocracia racional-legal descrita por Max Weber.
São estruturas rígidas e altamente controladas, adequadas a condições ambientais
relativamente estáveis e previsíveis. Organizações deste tipo valorizam a lealdade e a obediência
aos superiores e à tradição.
O desenho é piramidal, verticalizado; as tarefas são
especializadas e precisas; regras, regulamentos e
procedimentos são bem definidos e estão escritos; a
hierarquia é rígida e a autoridade não pode ser questionada
– a fonte da autoridade é a posição da pessoa na estrutura
organizacional; a comunicação vertical é enfatizada;
o poder é centralizado e a responsabilidade pela
coordenação e a visão do todo pertencem exclusivamente
à alta administração.
Modelo Orgânico
Estruturas orgânicas têm esse nome porque imitam o comportamento dinâmico dos organismos
vivos.
Esse modelo é chamado pós-burocrático ou adhocrático* (de acordo com a demanda,
um modelo para cada situação), pois procura se adaptar a condições instáveis, mutáveis.
Ambientes assim oferecem problemas complexos que muitas vezes não podem ser resolvidos
com estruturas tradicionais.
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Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
capacidade de resolver problemas com autonomia e iniciativa é mais importante do que seguir
regras; a especialização é pequena (as tarefas têm escopo amplo e os cargos são definidos mais
em termos de resultados esperados do que de tarefas).
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior - su-
Predomínio da interação horizontal; confiança e
bordinado); relacionamento baseado em autori-
crença recíprocas.
dade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e amplo
Cargos ocupados por especialistas.
conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões centraliza- Hierarquia flexível; tomada de decisão descen-
da; pouca delegação. tralizada; delegação.
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•• Sistema de produção: nas empresas de produção em massa, o modelo mecanicista adapta-
se melhor; já a estrutura orgânica é mais apropriada quando o produto não é padronizado.
A figura a seguir mostra os determinantes e as consequências do desenho da estrutura.
Tipos de organização
Os diferentes tipos de organização são decorrência da estrutura organizacional, ou seja, da
arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos
membros da instituição. A estrutura é o esqueleto que sustenta e articula as partes integrantes.
Cada subdivisão recebe o nome de unidade, departamento, divisão, seção, equipe, grupo de
trabalho, etc.
Cada empresa/instituição monta sua estrutura em função dos objetivos. Apesar da enorme
variedade de organizações, os autores clássicos e neoclássicos definiram três tipos tradicionais:
linear, funcional e linha-staff.
Importante ressaltar que os três tipos dificilmente são encontrados em seu estado puro, afinal,
se tratam de modelos teóricos e, dessa forma, são simplificações da realidade.
Organização Linear
É a forma mais simples e antiga, originada dos exércitos e organizações eclesiásticas. O
nome “linear” é em função das linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade
entre superiores e subordinados, resultando num formato piramidal de organização. Cada
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Administração – Estrutura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
gerente recebe e transmite tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de
comunicação são rigidamente estabelecidas.
Típica de empresas pequenas, com baixa complexidade, mas pode ocorrer em médias e grandes
com tarefas padronizadas, rotineiras, repetitivas, onde a execução é mais importante que a
adaptação a mudanças, ou mesmo à qualidade dos produtos.
Características
•• Autoridade linear, única e absoluta do superior aos seus subordinados, ou seja, cada
subordinado reporta-se exclusivamente a um superior;
•• Linhas formais de comunicação vertical, de acordo com o organograma. Podem ser para
cima (órgão ou cargo superior) ou para baixo (órgão ou cargo inferior);
•• Centralização das decisões: a autoridade converge para a cúpula da organização;
•• Aspecto piramidal: quanto mais sobe na escala hierárquica, menor o número de órgãos ou
cargos. Quanto mais acima, mais generalização de conhecimento e centralização de poder;
quanto mais abaixo, mais especialização e delimitação das responsabilidades.
Vantagens
•• Estrutura simples e de fácil compreensão e implantação;
•• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos – nenhum órgão ou cargo interfere em
área alheia;
•• Estabilidade e disciplina garantidas pela centralização do controle e da decisão.
Desvantagens
•• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade, dificultando a inovação e
adaptação a novas circunstâncias;
•• A autoridade linear baseada no comando único e direto pode tornar-se autocrática,
dificultando o aproveitamento de boas ideias;
•• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados em suas atribuições na medida em
que tudo tem que passar por eles;
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•• Com o crescimento da organização, as linhas formais de comunicação se congestionam e
ficam lentas, pois tudo deve passar por elas.
Organização Funcional
É o tipo de organização em que se aplica o princípio funcional ou princípio da especialização.
Cada área é especializada em um determinado assunto, é a autoridade em um tema. Dessa
forma, ela presta seus serviços às demais áreas de acordo com sua especialidade.
É possível utilizar tal estrutura quando a organização tem uma equipe de especialistas bem
entrosada, orientada para resultados, e uma boa liderança.
Características
•• Autoridade funcional dividida: cada subordinado reporta-se a vários superiores
simultaneamente, de acordo com a especialidade de cada um;
•• Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados. A autoridade é parcial e
relativa, decorrente de sua especialidade e conhecimento;
•• Linhas diretas de comunicação, não demandam intermediação: foco na rapidez;
•• Descentralização das decisões para os órgãos especializados. Não é a hierarquia, mas a
especialização que promove a decisão.
Vantagens
•• Proporciona especialização e aperfeiçoamento;
•• Permite a melhor supervisão técnica possível;
•• Comunicações diretas, sem intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções;
•• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução: há uma
especialização do planejamento e do controle, bem como da execução, permitindo plena
concentração de cada atividade.
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Desvantagens
•• Não há unidade de mando, o que dificulta o controle das ações e a disciplina;
•• Subordinação múltipla pode gerar tensão e conflitos dentro da organização;
•• Concorrência entre os especialistas, cada um impondo seu ponto de vista de acordo com
sua área de atuação.
Organização Linha-Staff
É o resultado de uma combinação dos tipos de organização linear e funcional, buscando
aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as respectivas desvantagens. Nela coexistem os
órgãos de linha (execução) e de assessoria (apoio e consultoria), mantendo relações entre si.
As atividades de linha são aquelas intimamente ligadas aos objetivos da organização (áreas-
fim). As atividades de staff são as áreas-meio, ou seja, prestam serviços especializados que
servem de suporte às atividades-fim.
A autoridade para decidir e executar é
do órgão de linha. A área de staff apenas
assessora, sugere, dá apoio e presta serviços
especializados. A relação deve ser sinérgica,
pois a linha necessita do staff para poder
desenvolver suas atividades, enquanto o
staff necessita da linha para poder atuar.
É possível citar algumas atividades que são
tipicamente de staff**: gestão de pessoas,
orçamento, compras, almoxarifado,
manutenção, tecnologia da informação,
assessorias em geral (jurídica, contábil,
gestão), controle interno, etc.
**Obviamente há exceções, pois a definição de área-meio e área-fim varia de acordo com o
ramo de atuação, as políticas e os objetivos de cada empresa/instituição.
Características
•• Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional;
•• Coexistência de linhas formais de comunicação com linhas diretas;
•• Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores).
Vantagens
•• Melhor embasamento técnico e operacional para as decisões;
•• Agregar conhecimento novo e especializado à organização;
•• Facilita a utilização de especialistas;
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•• Possibilita a concentração de problemas específicos nos órgãos de staff, enquanto os órgãos
de linha ficam livres para executar as atividades-fim.
Desvantagens
•• Conflitos entre órgãos de linha e staff: experiências profissionais diversas, visões de
trabalho distintas, diferentes níveis de formação;
•• Dificuldade de manutenção do equilíbrio entre linha e staff.
Por equipes
Utiliza o conceito de equipe multidisciplinar, buscando delegar autoridade e dispersar a
responsabilidade (empowerment) por meio da criação de equipes participativas.
Essa estrutura desmonta as antigas barreiras departamentais e descentraliza o processo
decisório para as equipes, fazendo com que as pessoas tenham generalistas e especialistas.
É comum, em empresas de ponta, encontrar equipes autogerenciadas cuidando de unidades
estratégicas de negócios com total autonomia e liberdade. Nessa estrutura podem existir dois
tipos de equipes: a permanente, que funciona como uma área normal; e a cruzada, que é a
união de pessoas de vários departamentos funcionais para resolver problemas mútuos.
A equipe cruzada ajuda a reduzir a barreira entre os departamentos. Além, disso, o poder
delegado à equipe reduz o tempo de reação a mudanças externas. Outro benefício é a
motivação do funcionário, pois o trabalho na equipe cruzada é mais enriquecedor.
Organização em Rede
A rede é muito mais do que “uma organização” – é uma entidade que congrega os recursos de
inúmeras pessoas e, grupos e organizações. Os participantes da rede são autônomos entre si,
mas são dependentes da rede como um todo e podem ser parte de outras redes.
A organização desagrega as suas funções tradicionais e as transfere para empresas ou unidades
separadas que são interligadas por meio de uma pequena organização coordenadora, que
passa a ser o núcleo central. A companhia central retém o aspecto essencial do negócio,
enquanto transfere para terceiros as atividades que outras companhias podem fazer melhor
(produção, vendas, engenharia, contabilidade, propaganda, distribuição, etc.). Trata-se de
uma abordagem revolucionária, as fronteiras das atividades da organização vão se diluindo e
as formas organizacionais de uma empresa vão se misturando às atividades organizacionais
de outras, tornando difícil reconhecer onde começa e onde termina a organização em termos
tradicionais.
Há vários tipos de redes, cada tipo serve para uma finalidade.
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Comissão ou Colegiado
Comitê ou comissão é a reunião de vários profissionais, normalmente com conhecimentos
multidisciplinares, para emitir, por meio de discussão organizada, uma opinião a respeito de
um assunto previamente fixado.
São formados com objetivo de apurar situações ou tomar decisões colegiadas. Não é um órgão
da estrutura organizacional e pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos. Exemplos são algumas empresas (inclusive
públicas) que possuem Conselhos de Administração, Fiscais, etc.
Organização virtual
É uma estrutura que utiliza tecnologia da informação para unir, de forma dinâmica, pessoas e
demais recursos organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço físico e/ou ao
mesmo tempo para executar seus processos produtivos.
O atributo "virtual" é utilizado para denominar uma lógica organizacional na qual as fronteiras
de tempo, espaço geográfico, unidades organizacionais e acesso a informações são menos
importantes, enquanto o uso de tecnologias de comunicação e informação é considerado
altamente útil.
O grau de "virtualidade" depende da intensidade na utilização de tecnologias de informação e
comunicação para interagir com clientes externos ou internos, realizar negócios e operar como
um todo.
Uma segunda abordagem define uma organização
virtual como uma rede de organizações
independentes, que se unem em caráter temporário
através do uso de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim obter vantagem
competitiva. A organização virtual se comporta
como uma única empresa por meio da união das
competências essenciais de seus membros, que
podem ser instituições, empresas ou pessoas
especializadas.
Toda organização virtual é uma rede organizacional, mas nem toda rede organizacional é uma
organização virtual.
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Organograma
É a representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional (a apresentação
completa da estrutura organizacional só pode ser efetuada pelo manual de organização).
No organograma, ficam claramente evidenciadas as diversas unidades organizacionais (áreas,
departamentos), sua posição relativa na estrutura geral da empresa (hierarquia, especialidade)
e suas ligações (canais de comunicação).
Podem-se ter o organograma geral da empresa e os parciais dos departamentos.
•• Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da organização,
em unidades de direção, assessorias,
conselhos, gerências, departamentos, divisões,
setores, etc.
•• Autoridade e Hierarquia: as relações entre
superior e subordinado. A quantidade de
níveis verticais mostra a cadeia de comando,
ou seja, como a autoridade está distribuída
desde o diretor que tem mais autoridade, no
topo da estrutura, até o funcionário que tem
menos autoridade, na base da estrutura.
•• Canais de comunicação: as linhas verticais e
horizontais que ligam os retângulos mostram
as relações/comunicações entre as unidades
de trabalho. A linha contínua representa
autoridade, na vertical, e coordenação na
horizontal.
Dependendo da técnica de elaboração aplicada, o Organograma poderá evidenciar, além do
tipo de trabalho desenvolvido, mais: o detalhamento do tipo de trabalho; os cargos existentes;
os nomes dos titulares das unidades; a quantidade de pessoas por unidade; a relação funcional,
além da relação hierárquica.
Organograma Linear
Mostra a distribuição de
responsabilidade e de autoridade
em uma organização. Estrutura,
resumidamente, as atividades básicas
e os tipos de decisão relacionados
a cada unidade organizacional da
empresa.
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Revela a atividade/decisão de cada posição ou cargo, mostrando quem participa e em que grau
quando uma atividade/decisão deve ocorrer na empresa.
Organograma Vertical
Identifica, de forma sequencial, os
diversos cargos de chefia de uma empresa,
preferencialmente junto com o nome básico
da unidade organizacional (departamento,
seção).
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Slides – Estrutura Organizacional
Estrutura Organizacional
• Desenho da organização = resultado da identificação,
análise, ordenação e agrupamento das atividades, dos
recursos e das pessoas.
Estrutura Organizacional
• Inclui os sistemas de: decisão, responsabilidade,
autoridade e comunicação.
‒Formal: organograma + estatutos + regras.
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Modelos Estruturais
Modelos Estruturais
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula.
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior -
Predomínio da interação horizontal; confiança
subordinado); relacionamento baseado em
e crença recíprocas.
autoridade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e
Cargos ocupados por especialistas.
amplo conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões Hierarquia flexível; tomada de decisão
centralizada; pouca delegação. descentralizada; delegação.
4
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Fatores que influenciam a Estrutura
Tipos de Organização
• São decorrência da estrutura organizacional:
‒ autoridade, grau de delegação ou concentração de tarefas, linhas de
comando e de comunicação, centralização ou descentralização das
decisões, etc.
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Organização Linear
• Mais simples e antiga
• Autoridade linear, única – centralizadora e generalista
• Linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade entre superior e
subordinados
• Formato piramidal
Vantagens
• Estrutura simples, de fácil compreensão e implantação;
• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos e uma notável
precisão da jurisdição;
• Estabilidade e disciplina.
Desvantagens
• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade;
• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados;
• Com o crescimento da organização, as linhas formais de
comunicação se congestionam;
• As comunicações, por serem lineares, se tornam demoradas.
8
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Organização Funcional
• Princípio funcional – especialização
• Autoridade funcional – dividida - decisões descentralizadas
• Comunicação direta – rapidez
• Subordinação múltipla
Vantagens
• Proporciona o máximo de especialização na organização;
• Permite a melhor supervisão técnica possível;
• As comunicações diretas são mais rápidas e menos sujeitas a
distorções;
• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de
execução.
Desvantagens
• Perda da autoridade de comando;
• Subordinação múltipla - tendência à tensão e a conflitos;
• Tendência à concorrência entre os especialistas.
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Organização Linha-Staff
• Busca aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as
respectivas desvantagens – embasamento técnico e
operacional, uso de especialistas etc.
• Separação entre execução e assessoria.
• Conflito linha-staff
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Organização em rede
• Rede = entidade que congrega os recursos de inúmeras pessoas
e, grupos e organizações.
‒ Participantes são autônomos entre si, mas são dependentes da rede
como um todo e podem ser parte de outras redes.
‒ A organização transfere funções para empresas/unidades separadas;
‒ Fronteiras diluídas entre organizações: difícil reconhecer onde começa
e onde termina a organização em termos tradicionais.
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Comissão ou Colegiado
• Conselhos, comissões comitês:
‒formados para apurar situações ou tomar decisões
colegiadas.
‒Geralmente não é um órgão da estrutura organizacional;
‒Pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos.
14
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Virtual
• 1) Utiliza TIC para unir pessoas e demais recursos
organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço
físico e/ou ao mesmo tempo;
• 2) Rede de organizações independentes, que se unem em
caráter temporário através do uso
de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim
obter vantagem competitiva.
Organograma
• É a representação gráfica de determinados aspectos da
estrutura organizacional.
• Mostra:
‒ Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da
organização – divisões, departamentos, etc.
‒ Autoridade e Hierarquia: níveis verticais.
‒ Canais de comunicação: linhas verticais
(autoridade) e horizontais (coordenação).
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Organograma
17
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Administração
Aula XX
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Princípios da Departamentalização
1. Maior uso: o departamento que utiliza mais uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição;
2. Maior interesse: o departamento que tiver mais interesse sob uma atividade deve
supervisioná-la;
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Abordagens
Distintas abordagens podem ser utilizadas no desenho dos departamentos, sendo as mais
comuns a Funcional, a Divisional e a Matricial (somatório da funcional com a divisional). Além
dessas, há a abordagem em Equipe (equipes multifuncionais) e em Rede (redes de empresas),
as quais são explicadas no capítulo de Estrutura Organizacional.
A abordagem Funcional segue o princípio da especialização, separando departamentos de
acordo com a função desempenhada por cada um na organização (produção, finanças, RH,
vendas, etc.).
A abordagem Divisional segue o princípio das unidades de negócio autônomas (unidades
estratégicas de negócio) e cada gestor é responsável pelos resultados de sua unidade. Essa
abordagem cria departamentos autossuficientes - cada divisão possui suas próprias funções
operacionais (conjunto de especialistas, áreas funcionais), permitindo que atue de forma
praticamente autônoma, prestando contas apenas à cúpula administrativa da empresa. É
mais indicada em organizações que produzem diferentes produtos/serviços para diferentes
mercados/clientes, pois cada divisão focaliza um mercado/cliente independente. Dentro
de abordagem divisional existem variantes, que servem para alcançar diferentes resultados
esperados de uma organização e que se baseiam em: Produtos ou serviços, Localização
Geográfica, Clientes, Projetos, etc.
Essas duas abordagens definem os critérios (tipos) mais comuns de Departamentalização: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial; mista.
É a divisão lógica de acordo com as funções especializadas que são realizadas na organização.
Cada área (departamento) passa a ser responsável por uma função organizacional específica
(Marketing, RH, Finanças, Produção, Logística, etc.).
A Departamentalização Funcional cria áreas especializadas a partir do agrupamento de
funções ou atividades semelhantes, assim, todos os especialistas em determinada função
ficam reunidos: todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de
compras, e assim por diante.
É considerado o tipo mais comum encontrado nas empresas.
A organização foca em si mesma (introversão), sendo indicada para ambientes estáveis, de
poucas mudanças, com desempenho continuado e tarefas rotineiras. É utilizada, portanto, em
empresas cujas atividades sejam bastante repetitivas, altamente especializadas e com poucas
linhas de produtos/serviços.
O administrador principal tem pleno controle dos destinos da organização, entretanto, se o
tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir: excessiva especialização (novas
camadas funcionais e novos cargos especializados); estrutura tende a tornar-se complexa,
piramidal e feudal, acarretando um distanciamento dos objetivos principais.
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Vantagens
•• Agrupa vários especialistas de um mesmo assunto em uma mesma unidade;
•• Estabilidade nas atividades e relacionamentos;
•• Simplifica o treinamento e orienta as pessoas para uma função específica, concentrando
sua competência e habilidades técnicas;
•• Permite economia de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em
massa;
Desvantagens
•• Foco na especialidade em detrimento do objetivo organizacional global (cria feudos devido
à ênfase dos funcionários na própria especialidade);
•• Comunicação e cooperação deficiente entre departamentos;
•• Inadequada para ambiente e tecnologia em constante mudança, pois dificulta a adaptação
e a flexibilidade.
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Vantagens
•• Fortalece a especialização no produto: fixa a responsabilidade de cada departamento para
um produto/serviço ou linha de produto/serviço, pois cada uma dessas divisões funciona
como uma unidade de resultados;
•• Facilita a coordenação entre as diferentes áreas dentro de cada divisão: a preocupação
principal é o produto e as atividades das áreas envolvidas que dão pleno suporte;
•• Permite maior flexibilidade: as unidades produtivas podem ser maiores ou menores,
conforme as condições;
•• Facilita a inovação, pois requer cooperação e comunicação dos vários grupos que
contribuem para gerar o produto.
Desvantagens
•• Enfraquece a especialização funcional: dispersa os especialistas nas diversas divisões
orientadas para os produtos;
•• Gera custos operacionais elevados pela duplicidade de atividades, por isso não é indicada
para circunstâncias externas não mutáveis e para empresas com pouca variabilidade dos
produtos;
•• É difícil coordenar políticas gerais da organização;
•• Em situações de instabilidade externa, pode gerar temores e ansiedades na força de
trabalho de determinada linha de produto, em função da possibilidade de desemprego;
•• Pode desestabilizar a estrutura caso um gerente de produto adquira muito poder.
Tem ênfase territorial, na cobertura geográfica: cria departamentos tendo como critério os
locais onde o trabalho será desempenhado, ou então a área de mercado a ser servida pela
empresa. Todas atividades em determinado território são de responsabilidade de um gestor.
É utilizada geralmente por empresas que cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados
são extensos e diversificados (clientes e recursos dispersos), ou seja, quando as circunstâncias
externas indicam que o sucesso da organização depende particularmente do seu ajustamento
às condições e às necessidades de cada local e/ou região. A orientação da empresa, portanto, é
mercadológica (extroversão).
Exemplos: as empresas multinacionais têm este nome justamente por utilizarem a estratégia
geográfica para suas operações fora do país onde estão sediadas; lojas e empresas possuem
filiais em diversas localidades; agências bancárias; varas judiciais espalhadas pelo interior dos
estados.
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Vantagens
•• Foco mercadológico: amplia a área de atuação, atingindo maior número de clientes/
fornecedores;
•• Fortalece especialização quanto ao local: agilidade e vantagem competitiva pelo maior
conhecimento do local;
•• Permite fixar a responsabilidade de lucro e de desempenho no comportamento local ou
regional, além de encorajar os executivos a pensar em termos de sucesso de território;
•• As características da empresa podem acompanhar adequadamente as variações de
condições e características locais.
Desvantagens
•• Dificuldade de coordenar políticas gerais da organização: o enfoque territorial pode deixar
em segundo plano a coordenação da empresa como um todo (aspectos de planejamento,
execução e controle), em face do grau de liberdade e autonomia nas regiões;
•• Enfraquece especialização funcional: a preocupação estritamente territorial concentra-
se mais nos aspectos mercadológicos e de produção e quase não requer apoio dos
especialistas (staff) da matriz da empresa.
•• Duplicação de instalações e de funções;
•• Em situações de instabilidade externa em determinada região, pode gerar temores e
ansiedades na força de trabalho em função da possibilidade de desemprego ou prejuízo
funcional.
Vantagens
•• Atendimento personalizado: quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da
organização, ou seja, quando um tipo de cliente é o mais importante, e os produtos e
serviços devem ser adaptados às suas necessidades;
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•• Dispõe os executivos e todos os participantes da organização para satisfazer as necessidades
e os requisitos dos clientes;
•• Possibilita conhecimento e atendimento contínuo e rápido às necessidades específicas de
diferentes tipos de clientes.
Desvantagens
•• As demais atividades da organização – produção, finanças – podem se tornar secundárias
ou acessórias, em face da preocupação compulsiva com o cliente;
•• Os demais objetivos da organização – lucratividade, produtividade – podem ser deixados
de lado ou sacrificados;
•• Pode gerar conflitos com outras áreas em função de tratamentos preferenciais a certos
clientes.
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Vantagens
•• Fixa a responsabilidade e a união dos esforços dos em determinado processo;
•• Extrai vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do equipamento ou da
tecnologia. A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para o agrupamento
de unidades e posições.
•• Maior especificação dos recursos alocados;
•• Possibilidade de comunicação mais rápida de informações técnicas;
•• Melhor coordenação e avaliação de cada parte do processo;
•• Maiores níveis de produtividade e de qualidade.
Desvantagens
•• Possibilidade de perda da visão global da interligação entre diferentes processos.
•• Quando a tecnologia utilizada sofre mudanças e desenvolvimento revolucionários, a
ponto de alterar profundamente os processos;
•• Deve haver especial cuidado com a coordenação dos distintos processos.
Projeto é a união temporária de recursos (pessoas, materiais, finanças, tecnologia) para atingir
um objetivo, sendo realizado conforme parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos e
qualidade. Em outras palavras, projeto é um trabalho específico, com prazo para acabar e que,
para sua realização, exige um esforço concentrado de pessoas e recursos sob a responsabilidade
de um coordenador (gerente do projeto).
Exemplos de projetos: estádios de futebol, prédios, pontes, estradas, desenvolvimento de
novas tecnologias, etc.
A departamentalização por projetos, portanto, é utilizada em empresas cujos produtos/serviços
são complexos e envolvem grandes concentrações de recursos por um determinado tempo,
que exigem tecnologia sofisticada, especialistas de diversas áreas e grande coordenação das
atividades (por exemplo, uma construtora que realiza inúmeras obras ao mesmo tempo). É
uma estrutura organizacional flexível/mutável - capaz de adaptar-se às necessidades de cada
projeto – e focada em resultados.
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A departamentalização por Processos é semelhante à por produtos/serviços. A diferença
é que na departamentalização por produtos/serviços o foco é o produto final, enquanto na
abordagem por processos são focados os fluxos de trabalho em si, cada um gerando partes do
produto final.
Vantagens
•• Foco no resultado – permite melhor atendimento das necessidades dos clientes;
•• Alta responsabilização e engajamento da equipe e do gerente de projetos;
•• Permite a concentração de recursos e especialistas para realizar um trabalho complexo;
•• É uma estrutura organizacional flexível e mutável, que se adapta às necessidades de cada
projeto;
•• Melhoria no controle da execução – cumprimento de prazos e orçamentos.
Desvantagens
•• Isolamento da equipe no seu projeto - como cada equipe está focada em seu próprio
projeto, não há comprometimento com a empresa e há dificuldade de comunicação entre
os projetos realizados pela organização (dificuldade de coordenar políticas gerais);
•• Em projetos muito grandes, podem ocorrer dificuldades no gerenciamento da equipe;
•• Duplicação de esforços quando dois ou mais especialistas trabalham em um mesmo
problema ou assunto, mas em projetos diferentes;
•• Cada projeto é único, inédito, e envolve muitas habilidades e conhecimentos dispersos na
empresa ao longo de seu ciclo de execução. Assim, quando termina uma fase, ou mesmo
o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista;
Departamentalização Matricial
Chama-se matricial, pois combina dois ou mais tipos de departamentalização, formando uma
grade, conforme a figura a seguir.
Pode ser definida, também, como a combinação da abordagem divisional com a funcional, ou
então, conforme o tipo mais comum, a combinação da departamentalização funcional com a
de projetos.
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Vantagens
•• Maior versatilidade e otimização dos recursos;
•• Forma efetiva para conseguir resultados ou resolver problemas complexos;
•• Mais fortemente orientada para resultados;
•• Maior grau de especialização.
Desvantagens
•• Ambiguidade de papéis e relações das pessoas - conflito de interesses entre linha e projeto;
•• Duplicidade de autoridade e comando.
Departamentalização Mista
É praticamente impossível encontrar, na prática, a aplicação pura de um único tipo de
departamentalização em toda uma empresa. Geralmente encontrar-se uma reunião de diversos
tipos de departamentalização (abordagem multidivisional) em todos os níveis hierárquicos, a
qual se denomina Departamentalização Mista ou Combinada.
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Há outros tipos menos difundidos de departamentalização (por quantidade, por turno, por
área do conhecimento etc.), que acabam sendo cópias conceituais dos apresentados aqui e,
por isso, não foram detalhados.
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Slides – Departamentalização
Departamentalização
• O
que
é
departamentalizar;
Departamentalização
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Departamentalização
Departamentalizar
é
agrupar
as
a1vidades
e
correspondentes
recursos
(humanos,
materiais
e
tecnológicos)
em
unidades,
de
acordo
com
um
critério
específico
de
homogeneidade.
Departamentalização
Princípios:
Tipos/critérios:
1-‐
Maior
uso
• Funcional
2-‐
Maior
interesse
• Produtos
ou
Serviços
3-‐
Separação
do
controle
• Geográfica/Territorial
4-‐
Supressão
da
concorrência
• Clientes
• Processos
Abordagens:
• Projetos
1
–
Funcional:
especialização
por
função
• Matricial
e
Mista
2
–
Divisional:
unidades
autônomas
–
(mulAdivisional)
divisão
por
objeAvo/finalidade
• Outros:
quanAdade,
turno
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Departamentalização
por
função
(funcional)
•
Considerado
o
8po
mais
comum.
• Segue
o
princípio
da
especialização:
agrupa
as
a8vidades
de
acordo
com
as
funções
especializadas
desenvolvidas
dentro
da
organização.
• Indicada
para
situações
estáveis:
poucos
8pos
de
produtos,
a8vidades
repe88vas
e
altamente
especializadas,
com
pouca
mudança
e
pouca
necessidade
de
integração.
Departamentalização funcional
• Vantagens:
‒ Especialização:
agrupa
vários
especialistas
e
garante
pleno
uso
das
habilidades
técnicas
das
pessoas;
‒ Estabilidade
nas
a@vidades
e
relacionamentos;
‒ Simplifica
o
treinamento
e
orienta
as
pessoas
para
uma
a@vidade
específica,
concentrando
suas
competências.
‒ Permite
economia
de
escala
pelo
uso
integrado
de
pessoas,
máquinas
e
produção
em
massa;
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Departamentalização funcional
• Desvantagens:
‒ Visão
parcial
da
organização:
foco
na
especialidade
em
detrimento
do
obje<vo
organizacional
global;
‒ Reduz
a
cooperação
e
comunicação
interdepartamental
–
a
ênfase
na
própria
área
cria
feudos
de
especialização;
‒ Dificulta
a
adaptação
e
a
flexibilidade:
inadequada
para
ambiente
e
tecnologia
em
constante
mudança;
‒ Se
o
tamanho
aumenta
muito,
pode
ocorrer
excessiva
especialização
(novas
camadas
funcionais
e
novos
cargos
especializados),
tornando
a
estrutura
complexa.
7
Departamentalização
por
produtos
ou
serviços
•
Orientada
para
resultados
dos
produtos/serviços.
• Indicada
quando
as
a:vidades
inerentes
a
cada
um
dos
produtos
ou
serviços
possuem
diferenciações
significa:vas
e,
por
isso,
fica
mais
fácil
administrar
cada
produto/serviço
individualmente.
• Indicada
para
circunstâncias
externas
mutáveis.
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Departamentalização
por
produtos
ou
serviços
• Vantagens:
‒ Fortalece
especialização
no
produto:
fixa
a
responsabilidade
de
cada
departamento
para
um
produto/serviço
ou
linha
de
produto/serviço;
‒ Facilita
a
coordenação
interdepartamental
dentro
da
divisão
–
a
preocupação
principal
é
o
produto;
‒ Permite
maior
flexibilidade:
as
unidades
produDvas
podem
ser
maiores
ou
menores,
conforme
as
condições;
‒ Facilita
a
inovação,
pois
requer
cooperação
e
comunicação
dos
vários
grupos
que
contribuem
para
gerar
o
produto;
10
74 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo
Departamentalização
geográfica
(territorial)
• Ênfase
territorial
–
cobertura
geográfica:
departamentos
de
acordo
com
o
local
de
trabalho
será
desempenhado,
ou
então
a
área
de
mercado
que
será
atendida
pela
empresa.
‒ Todas
aDvidades
em
determinado
território
são
de
responsabilidade
de
um
departamento/gestor.
• Indicada
quando
o
sucesso
da
organização
depende
do
ajuste
às
condições
e
às
necessidades
de
cada
local
e/ou
região.
11
Departamentalização
geográfica
• Vantagens:
‒ Foco
mercadológico:
amplia
a
área
de
atuação,
a=ngindo
maior
número
de
clientes
/
fornecedores;
‒ Fortalece
especialização
quanto
ao
local:
agilidade
e
vantagem
compe==va
pelo
maior
conhecimento
do
local;
‒ Permite
fixar
a
responsabilidade
de
lucro
e
de
desempenho
no
comportamento
local;
‒ Ações
mais
rápidas:
as
caracterís=cas
da
empresa
podem
acompanhar
adequadamente
as
variações
locais.
• Desvantagens:
‒ Dificuldade
de
coordenar
polí=cas
gerais
da
organização;
‒ Enfraquece
especialização
funcional;
‒ Duplicação
de
instalações
e
de
funções;
‒ Instabilidade
local
causa
temores.
12
www.acasadoconcurseiro.com.br 75
Departamentalização
por
Clientes
• Ênfase
nas
necessidades
de
cada
6po
de
cliente:
caracterís6cas
da
pessoa/grupo/empresa
para
quem
o
trabalho
é
executado.
• Indicada
quando
a
organização
atende
a
grupos
de
clientes
com
necessidades
bastante
dis6ntas
(de
acordo
com
idade,
sexo,
nível
socioeconômico,
etc.)
• Estruturação
“de
fora
pra
dentro”.
13
76 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo
Departamentalização
por
Processo
a4vidades
são
agrupadas
de
acordo
com
as
etapas
de
um
• As
processo
–
elos
de
uma
corrente.
• É
u4lizada
quando
o
produto
final
é
tão
complexo
que
se
faz
necessário
fabricá-‐lo
a
par4r
da
divisão
em
processos
menores.
• Estrutura
horizontal
–
coordenação
das
a4vidades.
15
www.acasadoconcurseiro.com.br 77
Departamentalização
por
Projeto
• Projeto
=
união
de
recursos
por
um
período
específico,
para
realizar
um
trabalho
específico,
sob
a
responsabilidade
de
um
coordenador.
• Indicada
para
produtos/serviços
complexos,
que
envolvem
grandes
concentrações
de
recursos
por
um
determinado
tempo,
que
exigem
tecnologia
sofisDcada,
especialistas
de
diversas
áreas
e
grande
coordenação
das
aDvidades.
‒ É
uma
estrutura
organizacional
flexível;
‒ As
aDvidades
e
as
pessoas
são
temporárias.
17
• Desvantagens:
‒ Isolamento
das
equipes
nos
projetos
–
falta
de
compromisso
com
a
empresa
e
de
comunicação
entre
projetos;
‒ Dificuldades
no
gerenciamento
da
equipe
em
grandes
projetos;
‒ Duplicação
de
esforços/especialistas;
‒ Incertezas
quanto
ao
futuro
quando
acaba
um
projeto.
78 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo
Departamentalização
Matricial
• Sobreposição
de
dois
ou
mais
7pos
de
departamentalização.
• Combina
dois
7pos
de
estrutura:
abordagem
divisional
e
funcional.
‒ Tipo
mais
comum:
funcional
+
projetos.
19
Departamentalização
Matricial
• Surgiu
porque
as
formas
tradicionais
não
eram
eficazes
em
a:vidades
complexas,
envolvendo
várias
áreas
do
conhecimento
e
prazos
restritos.
• Busca
aproveitar
vantagens
e
minimizar
desvantagens
das
estruturas
simples;
• As
unidades
de
trabalho
são
os
projetos,
enquanto
os
órgãos
permanentes
(funcionais)
atuam
como
prestadores
de
serviços;
‒ Alocação
temporária
de
pessoas
nos
projetos.
• Dupla
subordinação:
‒ Balanceada:
autoridade
dividida
‒ Forte
-‐
de
projetos:
maior
autoridade
para
o
gerente
de
projetos
‒ Fraca
-‐
funcional:
maior
autoridade
para
o
gerente
funcional
20
www.acasadoconcurseiro.com.br 79
Departamentalização
Matricial
21
Departamentalização
Matricial
• Vantagens
‒ Maior
versa7lidade
e
o7mização
dos
recursos
humanos;
‒ Forma
efe7va
para
conseguir
resultados
ou
resolver
problemas
complexos;
‒ Mais
fortemente
orientada
para
resultados;
‒ Maior
grau
de
especialização
nas
a7vidades.
• Desvantagens
‒ Dupla
subordinação:
o Conflito
linha/projeto
–
ambiguidade
de
papéis
das
pessoas.
o Duplicidade
de
autoridade
e
comando.
22
80 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Departamentalização – Prof. Rafael Ravazolo
Abordagem
Mul.divisional
Departamentalização
Mista
23
www.acasadoconcurseiro.com.br 81
Administração
Aula XX
DIREÇÃO
Níveis de
Níveis de direção Cargos Envolvidos Abrangência
organização
Diretores e altos A empresa ou áreas
Institucional - Global Direção
executivos da empresa
Intermediário - Gerentes e pessoal no Cada departamento ou
Gerência
Departamental meio do campo unidade da empresa
Supervisores e Cada grupo de pessoas
Operacional Supervisores
encarregados ou tarefas
www.acasadoconcurseiro.com.br 83
Há pouco tempo, um Departamento de Recursos Humanos atuava de forma mecanicista:
contratava profissionais com experiência e conhecimento técnico, cuidava da folha de
pagamento e pressupunha que bastava o poder hierárquico e o salário no final do mês para se
alcançar a obediência dos funcionários e os resultados esperados.
Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas
formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho e alcançar resultados para o pleno
atendimento das necessidades dos clientes. Devido a isso, o papel das pessoas nas organizações
foi revisto: deixaram de ser recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.
Em outras palavras, no início do processo de industrialização, as pessoas eram vistas como
um custo, um “mal necessário” às empresas. Hoje em dia, essa visão mudou e as pessoas são
vistas no ambiente de trabalho como: seres humanos, agentes ativos e inteligentes, parceiros
da organização.
Nesse contexto moderno, portanto, a Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização, capital este que contribui com
seus conhecimentos, habilidades e capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.
84 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Direção – Prof. Rafael Ravazolo
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Administração
Aula XX
CONTROLE
Abrangência do controle
O controle é algo universal: todas as atividades humanas fazem uso de algum tipo controle,
consciente ou inconscientemente.
www.acasadoconcurseiro.com.br 87
Nas organizações, o controle abrange todos os níveis organizacionais:
88 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Controle Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo
Momentos de controle
O Processo de Controle
O controle é um processo cíclico/repetitivo composto de quatro fases:
2. avaliação/mensuração do desempenho;
4. ação corretiva.
O controle deve ser visto como um processo sistêmico, no qual cada etapa influencia e é
influenciada pelas demais.
www.acasadoconcurseiro.com.br 89
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Conhecimento Específico
Segundo Chiavenato, o desempenho de cada organização deve ser considerado sob o ponto de
vista de eficiência e de eficácia, simultaneamente:
•• Eficiência está nos meios utilizados pela empresa (recursos, insumos, pessoas, processos,
etc.) para atingir seus objetivos. É uma relação entre os recursos aplicados e o produto final
obtido, entre o esforço e o resultado, entre entradas e saídas, entre o custo e o benefício
resultante.
•• Eficácia é uma medida do alcance de resultados. É uma relação entre os objetivos planeja-
dos e os objetivos que foram atingidos. Em termos econômicos, a eficácia de uma empresa
refere-se à sua capacidade de fornecer produtos ou serviços que satisfaçam as necessida-
des dos clientes.
Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser
eficiente em suas operações e pode não ser eficaz, ou vice-versa. Pode ser ineficiente em suas
operações e, apesar disso, ser eficaz, muito embora a eficácia seja bem melhor quando acom-
panhada da eficiência. Pode também não ser nem eficiente nem eficaz. O ideal seria uma em-
presa igualmente eficiente e eficaz, a qual se poderia dar o nome de excelência.
www.acasadoconcurseiro.com.br 91
Segundo o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública), a Gestão
do Desempenho “constitui um conjunto sistemático de ações que buscam definir o conjunto de
resultados a serem alcançados e os esforços e capacidades necessários para seu alcance.”
Com o objetivo de mensurar o desempenho, ou seja, aquilo que se deve realizar para se pro-
duzir um resultado significativo no futuro, o GesPública definiu um modelo de Cadeia de Valor.
A Cadeia de Valor é uma representação das atividades de uma organização, ou seja, o levanta-
mento de toda ação ou processo necessário para gerar ou entregar produtos ou serviços a um
beneficiário. Ela permite melhor visualização do valor ou do benefício agregado no processo,
sendo utilizada amplamente na definição dos resultados e impactos de organizações.
Os elementos da cadeia são insumos (inputs); processos e projetos (ações); produtos e serviços
(outputs); e impactos (outcomes). As dimensões de resultado da Cadeia são medidas por meio
de indicadores de eficiência, eficácia e efetividade.
Indicadores de Eficiência – mostram o quanto a organização utiliza de seus recursos para atin-
gir seus objetivos. A eficiência trata da relação entre resultados obtidos (outputs) e os recursos
consumidos (inputs), ou seja, é uma ênfase nos meios (processos, insumos, tempo, mão de
obra ou outros recursos), no modo de fazer as coisas. Ser eficiente é fazer bem alguma ativida-
de, é utilizar bem os recursos. Essa medida possui estreita relação com produtividade, ou seja,
com o quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados. A eficiência de um processo
será tanto maior quanto mais produtos forem entregues com a mesma quantidade de insu-
mos; ou os mesmos produtos e/ou serviços sejam obtidos com menor quantidade de recursos.
Exemplos de indicadores: custo, produtividade, tempo de processo, etc.
Indicadores de Eficácia – revelam o grau de alcance do resultado esperado (quantos resultados
foram obtidos em relação aos resultado esperados). A eficácia enfatiza os resultados e objeti-
vos (outputs), fazer as coisas certas, entregar a quantidade e a qualidade prometida. Uma vez
estabelecidos o referencial (linha de base) e as metas a serem alcançadas, utiliza-se indicado-
res de resultado para avaliar se essas foram atingidas ou superadas. Exemplos de indicadores:
quantidade, volume, qualidade, etc.
Indicadores de Efetividade – mostram o impacto final das ações (outcomes) no bem-estar de
uma comunidade: os efeitos positivos ou negativos, se houve mudanças socioeconômicas, am-
bientais ou institucionais decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou programa.
92 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conhecimento Específico – Eficiência, Eficácia e Efetividade – Prof. Rafael Ravazolo
Estão vinculados ao grau de satisfação e ao valor agregado. É o que realmente importa para
efeitos de transformação social. Exemplos de indicadores: índice de desenvolvimento humano
(IDH), PIB per capita, etc.
O Tribunal de Contas da União (TCU) utiliza uma definição semelhante ao GesPública.
Eficiência: relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos
insumos empregados para produzi-los, em determinado período, mantidos os padrões de quali-
dade. Essa dimensão se refere ao esforço do processo de transformação de insumos em produ-
tos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo total ou dos meios neces-
sários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou otimização da combinação de
insumos para maximizar o produto quando o gasto total está previamente fixado.
Eficácia: grau de alcance das metas programadas (bens e serviços) em determinado período,
independentemente dos custos implicados. O conceito de eficácia diz respeito à capacidade da
gestão de cumprir objetivos imediatos, traduzidos em metas de produção ou de atendimento,
ou seja, à capacidade de prover bens ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamen-
to das ações.
Efetividade: diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo. Refere-
-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de efeitos sobre
a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impactos esperados), tra-
duzidos pelos objetivos finalísticos da intervenção. Trata-se de verificar a ocorrência de mudan-
ças na população-alvo que se poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.
Quadro Resumo:
www.acasadoconcurseiro.com.br 93
SLIDES – EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE
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Administração
Aula XX
www.acasadoconcurseiro.com.br 95
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão Técnico de Administração.
Após começo conturbado do regime militar, houve rearticulação dos trabalhadores no final
da década de 70, formando a base que implementou um movimento denominado "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual): demarcada pela introdução dos primeiros programas de
gestão estratégica de pessoas atrelados ao planejamento estratégico das organizações.
O quadro a seguir mostra a transição da visão sobre as pessoas nas organizações.
A Gestão de Pessoas é o con-
junto de políticas e práticas ne-
cessárias para cuidar do capital
humano da organização, capi-
tal este que contribui com seus
conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos
objetivos institucionais.
Capital humano é o patrimônio
(inestimável) que uma organi-
zação pode reunir para alcançar
vantagens competitivas. Possui
dois aspectos principais:
•• Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como conhecimento (saber),
habilidade (saber fazer), julgamento (saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
•• Contexto: ambiente adequado para que os talentos se desenvolvam. É determinado por:
•• Arquitetura organizacional: desenho da organização e divisão do trabalho – deve ser
flexível, integrador e facilitador da comunicação entre as pessoas.
•• Cultura: conjunto de características que difere uma organização das outras. Deve
inspirar confiança, comprometimento e satisfação.
•• Estilo de gestão: liderança, coaching, delegação, empowerment.
Hoje vivemos na sociedade do conhecimento, na qual o talento humano e suas capacidades
são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho globalizado. Nota-se, também,
que o sucesso das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas, a
partir da identificação, do aproveitamento e do desenvolvimento do capital humano.
Nesse novo contexto, as pessoas são vistas no ambiente de trabalho como:
•• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e histórias particulares;
conhecimentos, habilidades e competências distintas.
•• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso capaz de dinamizar a organização, de
mudá-la, renová-la e torná-la competitiva.
•• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, as pessoas são capazes de
conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem beneficiadas.
•• Talentos: portadoras de competências essenciais ao sucesso organizacional, consideradas
o principal ativo, pois agregam inteligência (capital intelectual) ao negócio.
96 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
As políticas de GP referem-se às maneiras pelas quais a organização pretende lidar com seus
membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo (também) o
alcance dos objetivos individuais. Tais políticas são, portanto, como guias de ação que orientam
os processos de GP.
Dentre os objetivos da GP, pode-se destacar:
•• Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e motivadas para o alcance dos
objetivos organizacionais e individuais.
•• Desenvolver o capital humano e o capital intelectual – ativos intangíveis da organização;
•• Desenvolver a gestão do conhecimento: habilidades, competências e tecnologias aplicadas
de forma integrada para concretizar a missão e visão.
•• Formar competências essenciais que atendam às demandas dos diferentes stakeholders,
gerando vantagem competitiva.
Cabe, portanto, à moderna GP atuar nesse ambiente complexo, ajudando a organização a
realizar sua missão. Ela também gera competitividade à organização, proporciona pessoas
bem treinadas e motivadas, aumenta a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho,
mantém a qualidade de vida no trabalho, administra e impulsiona a mudança, mantém políticas
éticas e comportamento socialmente responsável.
GP como responsabilidade de Linha ou função de Staff
www.acasadoconcurseiro.com.br 97
O Macroprocesso de Gestão de Pessoas
A Gestão de Pessoas pode ser vista como um macroprocesso composto por diversos processos.
Tais processos, por sua vez, são compostos pelas distintas atividades que uma organização
realiza para gerenciar as pessoas:
•• Agregar pessoas/talentos à organização;
•• Integrar e orientar;
•• Modelar o trabalho (individual ou em equipe) para torná-lo significativo;
•• Avaliar o desempenho e melhorá-lo continuamente;
•• Recompensar pelo desempenho e alcance de resultados;
•• Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar feedback;
•• Treinar e desenvolver;
•• Proporcionar boas condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida;
Na literatura, não há consenso sobre o número de processos que compõem a gestão de pessoas.
Dessa forma, dependendo do autor, as atividades estarão agrupadas de formas distintas.
Modelo 1 - Dutra: três processos.
1. Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar e recolocar.
2. Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
3. Valorização: remunerar e premiar.
Modelo 2: Chiavenato: seis processos
1. Agregar: recrutamento e seleção.
2. Aplicar: modelagem do trabalho, orientação e avaliação do desempenho.
3. Recompensar: remuneração, benefícios e incentivos.
4. Desenvolver: treinamento, desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento.
5. Manter: higiene, segurança, qualidade de vida e relações sindicais.
6. Monitorar: bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.
Resumindo: a gestão de pessoas consiste na maneira pela qual uma instituição se organiza
para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, e, para isso, define princípios,
estratégias, políticas e práticas de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e
orienta os estilos de atuação dos gestores e das pessoas.
A seguir, um modelo de diagnóstico de Gestão de Pessoas.
98 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
www.acasadoconcurseiro.com.br 99
Slides – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas
O Papel da Área de RH
• Departamento de RH: mecanicista = contratações por experiência e
conhecimento técnico; folha de pagamento;
Antigamente poder hierárquico + salário = obediência dos funcionários e resultados.
• Sociedade do conhecimento.
• Talento e capacidades humanas são fatores competitivos no mercado de
trabalho globalizado.
Hoje • O sucesso depende do investimento nas pessoas, a partir da identificação,
do aproveitamento e do desenvolvimento do capital intelectual.
1
100 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
RH no Brasil
5 Fases:
1. Fase contábil (até 1930): custos
2. Fase legal (1930 - 1950): leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1964): função de RH adquire status
orgânico de gerência.
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão
Técnico de Administração. Início da articulação do "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual)
4
www.acasadoconcurseiro.com.br 101
Visão sobres as pessoas
102 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
Gestão de Pessoas
Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização,
capital este que contribui com seus conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.
Gestão de Pessoas
• Objetivos:
‒Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e
motivadas para alcançar os objetivos.
‒Desenvolver o capital humano e o capital intelectual.
‒Gerenciar o conhecimento: competências e tecnologias
aplicadas de forma integrada para concretizar a missão.
‒Formar competências essenciais que atendam às demandas
dos diferentes stakeholders.
www.acasadoconcurseiro.com.br 103
Gestão de Pessoas
• Outros conceitos:
‒Capital humano - patrimônio (inestimável) que uma
organização pode reunir.
o Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como
conhecimento (saber), habilidade (saber fazer), julgamento
(saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
o Contexto: ambiente adequado para que os talentos se
desenvolvam (arquitetura, cultura e estilos de gestão)
‒Capital Intelectual - tecnologia, informação, habilidades e
solução de problemas.
Papéis da GP
10
104 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
Papéis da GP
Tendência:
descentralizar as
decisões e ações de GP
rumo aos gerentes, que
se tornam os gestores
de pessoas.
11
www.acasadoconcurseiro.com.br 105
Passos da moderna GP
13
Passos da moderna GP
14
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Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo
16
www.acasadoconcurseiro.com.br 107
Diagnóstico
de Gestão
de Pessoas
17
108 www.acasadoconcurseiro.com.br
Gestão de Pessoas
MOTIVAÇÃO
Secundárias
(de
nível
superior)
Autorrealização
Estima
Necessidades
Sociais
Segurança
Primárias
(nível
inferior)
Fisiológicas
2
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Hierarquia das Necessidades – Maslow
• Contexto
do
trabalho/cargo
=
salário,
• O
trabalho
em
si
=
conteúdo
do
cargo
beneBcios,
8po
de
chefia
ou
e
natureza
das
tarefas
=
sen8mentos
supervisão,
condições
Bsicas
e
de
crescimento
individual,
ambientais
de
trabalho,
polí8cas
e
reconhecimento,
autorrealização,
diretrizes,
etc.
autonomia,
responsabilidade,
etc.
Presença de Ausência de
Fatores Fatores
Motivacionais Motivacionais
NÃO
SATISFAÇÃO SATISFAÇÃO
NÃO INSATISFAÇÃO
INSATISFAÇÃO
Presença de Ausência de
Fatores Fatores
Higiênicos Higiênicos
110 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX
LIDERANÇA
1. as motivações dos liderados – ela é legitimada pelo atendimento das expectativas do grupo
de liderados;
2. a tarefa ou missão – o que liga o líder aos seguidores é uma tarefa ou missão. Sem missão,
não há liderança; apenas influência ou popularidade;
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Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis dos Líderes
Poderes
Segundo French e Raven, existem cinco tipos de poder que um líder pode possuir:
•• Legítimo: autoridade formal, poder do cargo ocupado;
•• Coerção: poder de punição, temor;
•• Recompensa: poder de recompensar as atitudes, baseado nas necessidades;
•• Referência: carisma, identificação com o líder;
•• Perito ou Conhecimento: baseado na competência técnica, especialidade, aptidão.
Papéis (Mintzberg)
Henry Mintzberg criou uma classificação dos dez papéis dos gestores, dividindo-os em três
categorias:
112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo
2. Papéis de informação:
a) Monitor – receber e lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro da organização
e também entre pessoas e áreas.
c) Porta-voz – transmissão de informações para fora (ambiente).
3. Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador e planejador de mudanças.
b) Solucionador de problemas – gerenciador de turbulências e de distúrbios.
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos – tempo, pessoas, materiais etc.
www.acasadoconcurseiro.com.br 113
estratégias. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são
manifestações da habilidade conceitual.
A figura mostra que todos os gestores da organização devem ser, em certo sentido, gestores de
pessoas.
Henry Mintzberg também definiu algumas habilidades, associando-as diretamente aos
papéis gerenciais que criou: relacionamento com colegas; liderança; resolução de conflitos;
processamento de informações; tomar decisões em condições de ambiguidade; alocação de
recursos; empreendedor; capacidade de introspecção.
Teorias
As teorias relevam diferentes abordagens sobre o tema Liderança. Há três abordagens mais
comuns:
114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo
Teoria X e Y (McGregor)
É considerada, por alguns, uma teoria de liderança, por outros, uma teoria de motivação.
Douglas McGregor pôs em evidência a filosofia do gestor sobre a natureza humana e a sua
relação com a motivação dos subordinados.
Os gestores tendem a desenvolver um conjunto de crenças ou ideias sobre os empregados, as
quais podem ser divididas em dois grupos, com visões antagônicas – a Teoria X e a Teoria Y.
•• De acordo com os pressupostos da Teoria X, as pessoas: são preguiçosas e indolentes;
evitam o trabalho; evitam a responsabilidade para se sentirem mais seguras; precisam ser
controladas e dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa.
Se o gestor tem essa visão negativa das pessoas, ele tende a ser mais controlador e repressor, a
tratar os subordinados de modo mais rígido, a ser autocrático, a não delegar responsabilidades.
•• Nas pressuposições da Teoria Y, o trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou
descansar, portanto, as pessoas: são esforçadas e gostam de ter o que fazer; procuram
e aceitam responsabilidades e desafios; podem ser automotivadas e autodirigidas; são
criativas e competentes.
Como o gestor acredita no potencial dos funcionários, ele incentiva a participação, delega
poderes e cria um ambiente mais democrático e empreendedor.
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A pesquisa verificou que: grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior
volume de trabalho, mas também maior tensão, frustração e agressividade. Sob liderança
democrática, o nível de produção foi menor, porém com maior qualidade, satisfação e
comprometimento das pessoas. Sob liderança liberal, houve mau desempenho qualitativo e
quantitativo, com forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.
•• Líder orientado para o Funcionário: mais voltado para os aspectos humanos do trabalho,
com foco no relacionamento interpessoal e num ambiente de trabalho que proporcione o
desenvolvimento eficaz da equipe.
Os resultados da pesquisa foram favoráveis aos líderes orientados para os funcionários. Este
tipo de liderança obteve índices maiores de produtividade e de satisfação com o trabalho.
Likert também analisou quatro fatores da administração (processo de decisão, comunicações,
relacionamento interpessoal e sistemas de recompensas e punições) e, com base nos
resultados, definiu uma escala com quatro estilos de liderança:
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Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
A origem deste trabalho teve como base as pesquisas realizadas pelas Universidades de Ohio e
Michigan, que demonstravam duas dimensões do comportamento do líder que eram
considerados estilos opostos (foco nas pessoas X foco nas tarefas). Porém, com o
desenvolvimento das pesquisas sobre a liderança, verificou-se que as tarefas e as pessoas não
são polos opostos, mas limites (dimensões) de um mesmo território: o líder pode combinar os
dois estilos em seu comportamento, ou enfatizá-los simultaneamente, podendo ser eficaz ou
ineficaz tanto na dimensão da tarefa quanto na dimensão das pessoas.
Blake e Mouton desenvolveram a ideia da
Grade Gerencial (managerial grid, ou grade
da liderança) de acordo com esse modelo
explicativo de liderança. A grade gerencial
pressupõe que o administrador está sempre
voltado para dois assuntos: tarefa (a produção,
os resultados dos esforços) e pessoas (colegas e/
ou subordinados).
A grade é um diagrama que apresenta uma
variável relacionada à produção (eixo x), e
outra variável relacionada às pessoas (eixo
y), com intervalos ordenados de 1 a 9 (1 é a
menor intensidade; 9 a maior; 5 é um grau intermediário). A matriz bidimensional comporta
81 posições (nove por nove) ao longo da qual estão distribuídos os tipos de gerenciamento
identificados pelos pesquisadores.
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Teorias Situacionais
O verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob
condições extremamente variadas (contextos, ambientes, tarefas, objetivos, etc.).
Obs: alguns autores consideram esta teoria dentro da abordagem Comportamental, outros,
dentro da abordagem Contingencial.
Para criar este modelo, os autores se basearam no pressuposto de que a escolha de um estilo
de liderança eficaz está intimamente ligada a três fatores: forças no líder (sua experiência,
personalidade e conhecimento); forças nos subordinados (sua responsabilidade, educação e
habilidades); e forças na situação (a organização, a complexidade do ambiente e as situações
gerais).
Os líderes de sucesso seriam aqueles que conseguem colocar em evidencia as forças que são
mais importantes para o seu comportamento no momento adequado, bem como manter uma
boa interação com os subordinados, a organização e as pressões do ambiente.
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Tannenbaum e Schmidt criaram um continuum de liderança (uma espécie de régua) que
consiste em uma faixa composta de sete atitudes possíveis para um gerente.
As atitudes de um líder variam
conforme a situação. No
extremo esquerdo da régua, o
administrador (ou líder) toma as
decisões e apenas as anuncia; no
extremo direito, o administrador
toma decisões em acordo com os
subordinados.
Este Continuum de Comporta-
mento de Liderança (ou do Admi-
nistrador), portanto, estabelece
sete estilos que a liderança pode
seguir, de acordo com o grau de
centralização ou descentralização de poder decisório nas mãos do líder.
Modelo de Fiedler
O desempenho eficaz do grupo depende da combinação apropriada entre o estilo de interagir
do líder com seus subordinados e o grau em que a situação dá controle e poder de influência
ao líder.
Fiedler dividiu seu modelo em 3 etapas:
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Esta etapa está baseada na suposição do autor de que o estilo de liderança de cada pessoa é
único.
2. Definindo a situação: de acordo com o autor, três fatores situacionais chave determinam a
eficácia da liderança:
c) Poder da posição: o grau de influência que o líder tem sobre as variáveis de poder como
contratações, demissões, atos disciplinadores, promoções e aumentos de salário.
Cada uma destas variáveis recebe uma avaliação (boa/má, alto/baixo e forte/fraco
respectivamente), gerando 8 combinações.
Pesquisas realizadas identificaram os líderes orientados para a tarefa como tendo um melhor
desempenho em situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Líderes orientados para
relacionamentos se saíam melhor em situações moderadamente favoráveis.
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Modelo de Hersey & Blanchard
O modelo faz uma relação entre a maturidade do funcionário e a necessidade de ação por
parte do líder. O sucesso da liderança é alcançado por meio da escolha do estilo adequado, o
qual depende do nível de maturidade (prontidão) do funcionário.
A maturidade é definida como o desejo de realização, a vontade de aceitar responsabilidade e a
capacidade/experiência relacionada ao trabalho dos subordinados.
Hersey e Blanchard identificaram quatro estilos ou formas de liderança, caracterizados pela
representação da letra “E” e por palavras-chave: determinar (comando), persuadir (venda),
compartilhar (participação) e delegar. Esses estilos fazem correspondência com o nível de
maturidade dos subordinados, que variam do nível de pouca maturidade (M1), ao nível em que
os subordinados são capazes de assumir responsabilidades (M4).
A imaturidade (M1) deve ser gerenciada por meio do uso forte da autoridade e do foco nas
tarefas, com pouca ênfase no relacionamento (dar ordens - E1).
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Teoria 3D (Reddin)
Os modelos bidimensionais não vinham explicando a contento o processo de liderança. Alguns
pesquisadores, então, passaram a acrescentar uma terceira dimensão, ou variável de análise do
comportamento. A teoria de Reddin, ou da Eficácia Gerencial, tem esse nome justamente por
acrescentar uma 3ª dimensão, a Eficácia.
Segundo o autor, a principal função do administrador é ser eficaz (ou seja, atingir os resultados).
O administrador deve ser eficaz em uma variedade de situações e a sua eficácia poder ser
medida na proporção em que ele é capaz de transformar o seu estilo de maneira apropriada,
em situação de mudança.
As três habilidades gerencias básicas são:
•• Sensitividade situacional - É a habilidade para diagnosticar as situações e as forças que
jogam na situação.
•• Flexibilidade de estilo - É habilidade de se adequar às forças em jogo, devidamente
analisadas e diagnosticadas.
•• Destreza de gerência situacional - É a habilidade de gestão situacional, ou seja, a capacidade
de modificar a situação que deve ser modificada.
O modelo de Reddin parte dos dois elementos (Orientação para Tarefa e Orientação para
Relacionamentos) para definir quatro estilos gerenciais básicos:
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Não há um estilo ideal. Cada situação requer uma estratégia própria. O gerente deve modificar
seu estilo em conformidade com a exigência da situação, de forma a ser eficaz. Percebe-se,
portanto, que a Teoria 3D não dá uma direção (não propõe um estilo ideal), ela apenas ressalta
que o gerente deve buscar a eficácia.
Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e outro menos eficaz, dando lugar a
oito estilos gerenciais.
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Robert House defende que o líder eficaz deve esclarecer o caminho dos seguidores em direção
aos objetivos de trabalho, tornando essa jornada mais fácil ao reduzir os obstáculos e barreiras.
A responsabilidade do líder é aumentar a motivação dos funcionários para atingir objetivos
individuais e organizacionais.
Os líderes são flexíveis e podem assumir quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de
situação:
•• Apoiador (suportivo): atento às necessidades dos subordinados - é amigável e acessível;
•• Diretivo: dá a direção - organiza o trabalho e fornece instruções sobre a execução;
•• Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas decisões;
•• Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas desafiadoras para que os
subordinados ofereçam o melhor desempenho possível.
A teoria relaciona os quatro tipos de comportamentos dos líderes com dois fatores
contingenciais (características ambientais e dos funcionários), conforme figura a seguir.
Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar qual a realidade da situação. O desempenho
e a satisfação do funcionário tendem a ser positivamente influenciados quando o líder oferece
algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho. O líder será aceito pelos liderados
quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata ou futura. Caso o líder seja redundante
em relação às fontes ambientais ou incongruente com as características dos funcionários, esse
comportamento errado pode desmotivar o subordinado e tornar o líder ineficaz.
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Liderança Transacional x Transformacional x Carismática
James M. Burns desenvolveu um novo paradigma, abordando a liderança como uma relação
com troca de influências, onde a energia básica é o poder. O autor aborda dois grandes
conceitos sobre liderança: a Transformacional e a Transacional.
O líder Transacional, ou negociador, apela aos interesses, especialmente às necessidades
básicas dos seguidores. Ele promete recompensas (materiais ou psicológicas) para conseguir
que os seguidores (ou subordinados) trabalhem para realizar as metas. Ele guia ou motiva seus
seguidores na direção de metas estabelecidas, esclarecendo o papel e os requisitos da tarefa
e fornecendo recompensas positivas ou negativas de acordo com o sucesso do desempenho.
Seu comprometimento é dito de curto prazo e há prevalência de características do estereótipo
masculino: competitividade, autoridade hierárquica, alto controle do líder, resolução analítica
de problemas, determinação de objetivos e processos racionais de troca.
Líder Transacional
Recompensa contingente: Negocia recompensas pelo desempenho.
Administração por exceção (ativa): Observa desvios e corrige.
Adm. Por exceção (passiva): Intervêm apenas quando resultados não são alcançados.
Laissez - faire: adbica de responsabilidade, evita decisões.
Líder Transformacional
Influência idealizada - Carisma: Dá visão e sentido da missão, estimula orgulho.
Inspiração: Comunica altas expectativas e foca esforços.
Estímulo Intelectual: Promove inteligência, racionalidade.
Consideração individualizada: Dá atenção individual, personalizada.
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Slides – Liderança
Liderança
• Poderes
• Atividades (Fred Luthans) • TEORIAS
• Papéis (Mintzberg) ‒ Teoria dos Traços de Personalidade
‒ Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
• Habilidades Gerenciais (Katz) o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e
Mouton)
‒ Teorias Situacionais
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House)
1
Liderança
• Visão moderna: é a capacidade de influenciar o
comportamento de outra pessoa através da adesão da
mesma a um princípio, a uma meta ou a uma
determinada missão.
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Liderança – visão moderna
• É uma qualidade pessoal singular?
‒ Não. As características que levam uma pessoa a ser pessoa
aceita como líder em um grupo são limitadas a este grupo.
• É manipulação?
‒Não. Uma liderança autêntica deve ter como fundamentos a
ética e a confiança.
• McGregor: processo social complexo, produto de inúmeros fatores.
‒as motivações dos liderados – atendimento das expectativas do
grupo de liderados;
‒a tarefa ou missão – sem missão, não há liderança; apenas
influência ou popularidade;
‒o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações
e habilidades;
‒a conjuntura – contexto, meio organizacional.
3
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Poderes do líder
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Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis
• Henry Mintzberg – 10 papéis em 3 categorias
1 - Papéis interpessoais (relacionamento):
a) Figura de proa – símbolo, representante, R.P.
b) Líder – relação de influência.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.
2 - Papéis de informação:
a) Monitor – lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro
da organização.
c) Porta-voz – transmissão para fora (ambiente).
3 - Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador
b) Solucionador de problemas
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos 7
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Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
A partir da década de 40
Estilos X e Y - McGregor
• Também é uma teoria motivacional – filosofia do gestor
baseada em um conjunto de crenças sobre as pessoas.
Visão X Visão Y
As pessoas são esforçadas e gostam
As pessoas são ingênuas, de ter o que fazer; procuram e
preguiçosas e sem iniciativa; aceitam responsabilidades e
evitam trabalho e desafios; podem ser automotivadas
responsabilidade; precisam ser e autodirigidas; são criativas e
controladas e dirigidas. competentes.
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4 Estilos de Liderança – Likert
• Analisou quatro fatores da administração (processo de decisão,
comunicações, relacionamento interpessoal e sistemas de
recompensas e punições) e definiu uma escala com quatro
estilos de liderança:
‒1. Autoritário coercitivo
‒2. Autoritário benevolente
‒3. Consultivo
‒4. Participativo
15
16
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Quatro tipos de
estilos, a partir das
duas dimensões.
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Visão Bidimensional (Blake e Mouton)
• Liderança orientada para a
tarefa (trabalho, produção)
e para as pessoas.
‒ Tarefas e Pessoas não
são polos opostos, mas
limites (dimensões) de
um mesmo território;
• O líder pode combinar os
dois estilos em seu
comportamento, ou
enfatizá-los
simultaneamente.
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20
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Teorias Situacionais
Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
• Três forças (fatores situacionais):
no líder (experiência,
personalidade); nos subordinados
(responsabilidade, habilidades);
e forças na situação (complexidade
do ambiente e situações gerais).
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Teorias Situacionais: Modelo de Fiedler
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Maturidade do
seguidor
x
Uso da autoridade
pelo líder
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Teoria 3D - Reddin
• O gerente deve buscar a eficácia = atingir resultados em
diferentes situações;
‒ Não há um estilo ideal - cada situação
requer uma estratégia própria.
Teoria 3D - Reddin
• Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e
outro menos eficaz.
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Teoria 3D - Reddin
Eficaz Não Eficaz
Transigente: tolerante com algumas
Líder Executivo: voltado para resultados e atitudes ou comportamentos na equipe,
Integrado pessoas, é desafiador. correndo riscos de assumir atitudes
ambíguas, sem transmitir confiança.
Promotor: enfatiza comunicações livres, Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder desenvolvimento de talentos, trabalho postura agradável e sociável, dependente
Relacionado eficaz em equipe e transmissão irrestrita dos outros, não tem o foco na produção e
de confiança. nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, independência,
Líder energia, autoridade, comprometido com
ambição, iniciador - fixa tarefas e cobra
Dedicado qualidade, demonstra iniciativa e
resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial e
Líder envolvimentos, não emite opiniões ou
justo em suas análises e decisões,
Separado eficiente na manutenção de sistemas e
expressa posições, não coopera, não se
comunica com a equipe.
rotinas.
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Transacional x Transformacional x Carismático
Líder Transacional
Recompensa contingente: negocia recompensas pelo desempenho
Administração por exceção (ativa): observa desvios e corrige
Adm. por exceção (passiva): intervém apenas quando resultados não são
alcançados
Laissez-faire: abdica de responsabilidade, evita decisões
Líder Transformacional
Influência idealizada - carisma: dá visão e sentido da missão, estimula orgulho
Inspiração: comunica altas expectativas e foca esforços
Estímulo intelectual: promove inteligência, racionalidade
Consideração individualizada: dá atenção individual, personalizada
Líder Carismático
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Administração
Aula XX
GESTÃO DO DESEMPENHO
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•• de produção: informações objetivas sobre vendas, unidades produzidas, lucro etc.
•• pessoais: rotatividade, absenteísmo, reclamações, elogios etc.
•• subjetivos: perguntas qualitativas referentes ao comportamento, atitude, iniciativa,
liderança.
•• administração por objetivos: se o funcionário atingiu as metas e objetivos traçados
diretamente com seu superior.
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Relatórios
São procedimentos simples, nos quais os chefes são solicitados a dar um parecer sobre
o desempenho de seus subordinados. É rápido e favorece a livre expressão, porém são
incompletos e subjetivos, tornando difícil compilar os dados e gerar resultados mensuráveis.
Escalas gráficas
É um formulário no qual as linhas são fatores de avaliação e as colunas os graus. A seguir, dois
exemplos.
São fáceis de planejar e de compreender, permitem uma visão gráfica e global dos fatores de
avaliação envolvidos, permitem a comparação de resultados de vários funcionários.
Entretanto, podem ser superficiais e subjetivos (produzindo efeito de generalização das notas
– Halo), limitam os fatores de avaliação (sistema fechado, rígido), não há participação ativa do
funcionário e apenas o desempenho passado é analisado.
Escolha forçada
O avaliador recebe formulários organizados em blocos com duas ou quatro frases e é obrigado
a escolher uma ou duas que melhor expliquem o desempenho do avaliado, ou então uma que
melhor explique e outra que mais se distancie.
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Seu objetivo é eliminar a superficialidade, a generalização (efeito halo) e a subjetividade, tirando
a influência pessoal do avaliador. Além disso, não requer treinamento para sua aplicação.
Seus pontos fracos são a complexidade no planejamento e na construção do instrumento;
não proporciona uma visão global dos resultados; não provoca retroação nem permite
comparações; é pouco conclusiva e não há participação ativa do avaliado.
Pesquisa de campo
Um especialista em avaliação faz entrevistas padronizadas com a gerência imediata dos
avaliados. Nesses contatos obtém-se o máximo de informações sobre o desempenho do
empregado avaliado por meio de levantamento das causas, das origens e dos motivos do citado
desempenho. Além de possibilitar um diagnóstico seguro do avaliado, o método de pesquisa
de campo permite programar o desenvolvimento do funcionário em termos de carreira.
Suas vantagens são o envolvimento da chefia de linha e da função de staff na avaliação,
proporcionando profundidade e permitindo foco nos resultados e planejamento de ações para
o futuro (treinamento, orientação).
Porém, seu custo operacional é elevado (por exigir assessoria de especialistas), é um processo
lento e há pouca participação da avaliado.
Incidentes críticos
O avaliador faz registros do chamado comportamento crítico do avaliado, ou seja, das atitudes
extremas. Assim, toda vez que o funcionário realiza um trabalho – ou toma uma atitude – que
pode ser considerado muito bom ou muito ruim, o superior faz o registro.
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1 2 3 4 5
Acata ordens. X
Obedece regras. X
Aceita críticas construtivas. X
Coopera com os colegas. X
Produtividade. X
Conhecimento técnico. X
Comunicação. X
É uma forma simples de avaliar, porém burocratizada, trata as pessoas como homogêneas.
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Métodos modernos de avaliação
O foco da avaliação deixa de estar nas atitudes passadas e passa a focar no futuro.
Avaliação 360°
Esse sistema é mais compreensivo e as avaliações provém de múltiplas perspectivas, melhorando
a qualidade da informação. Participam da avaliação o próprio avaliado (autoavaliação) e todos
que o circundam (clientes internos e externos, gerente, outros gerentes, subordinados, colegas
de mesmo nível, colegas de outras áreas).
A avaliação 360 graus permite uma visão sistêmica do desempenho individual, pois, baseando-
se em diferentes opiniões, o colaborador terá uma visão mais abrangente de suas realizações, a
começar pela própria autoavaliação.
Entretanto, é administrativamente complexo combinar todas as avaliações, requer treinamento,
pode intimidar e provocar ressentimentos no avaliado e pode haver avaliações conflitivas sob
diferentes pontos de vista.
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Contraste: esse efeito tem duas distintas visões na literatura.
1. as características de uma pessoa são contrastadas com as de outra, em vez de comparadas
aos padrões de desempenho estabelecidos. Exemplo: o chefe acaba de fazer a avaliação
de um funcionário muito bem quisto. O próximo a ser avaliado será prejudicado, pois o
anterior foi excelente.
2. o chefe usa a percepção que tem de si mesmo como padrão de referência para observar o
desempenho dos servidores. Se os funcionários são diferentes dele (contraste), serão mal
avaliados; se forem parecidos com ele (semelhança), serão bem avaliados.
Expectação: é a tendência de criar ou encontrar em outra situação ou indivíduo aquilo que
realmente você espera num primeiro momento. O chefe “cria uma imagem” daquela pessoa e
depois fica procurando argumentos para tornar a imagem real.
Feedback
Dar e receber feedback (retorno, realimentação) constitui uma das habilidades interpessoais
imprescindíveis ao funcionamento produtivo de um grupo humano em qualquer contexto.
O feedback é uma característica marcante do processo de avaliação de desempenho, pois
informa de forma objetiva e frequente sobre o desempenho de uma pessoa. Tanto o feedback
positivo – elogios – como o negativo – críticas – devem ser exercitados, para fazer com que
as pessoas entendam como estão em relação ao seu trabalho ou ao seu comportamento,
permitindo, assim, que reflitam sobre sua atuação e adotem ações de melhoria.
Reações ao Feedback
Negação: não aceitação de que ele – avaliado – é uma pessoa que comete erros ou possui
déficits de competência.
Revolta: achar que está sendo perseguido. Nega veementemente seus erros ou disfunções,
a ponto de apresentar ações ou comportamentos indesejáveis (insatisfação, agressividade,
vitimização etc.)
Indiferença: acha que ninguém é perfeito e considera-se igual a qualquer outra pessoa, com
qualidades e defeitos.
Racionalização: procura refletir sobre seus pontos fortes e fracos e considera que pode
melhorar seu desempenho.
Aceitação: acha importante a figura do feedback, tanto o positivo quanto o negativo, e
considera uma forma de ajuda para crescimento e desenvolvimento.
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Punições
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Administração
Aula XX
GESTÃO DE CONFLITOS
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os colaboradores, além do fracasso dos administradores em atender aos anseios dos
subordinados.
2. Visão das Relações Humanas: o conflito é uma consequência natural e inevitável, não
sendo prejudicial.
3. Visão Interacionista: além de ser positivo, o conflito é necessário para que haja um
desempenho eficaz. Assim, há um encorajamento à manutenção de um nível mínimo de
conflito suficiente para viabilizar a existência do grupo.
Tipos de Conflitos
Três tipos: de relacionamento, de tarefas e de processo.
1. Conflito de relacionamento: baseado nas relações interpessoais. Em geral conflitos de
relacionamento são quase sempre disfuncionais, pois o atrito e as hostilidades aumentam
o choque de personalidades (egos), reduzem a compreensão mútua e diminuem a
racionalidade, impedindo a realização das tarefas.
2. Conflito de Tarefa: relacionado ao conteúdo e aos objetivos do trabalho (o que fazer).
Esse conflito é funcional quando seu nível fica em baixo e moderado porque estimula a
discussão de ideias que ajudam o trabalho do grupo e, consequentemente, tem um efeito
positivo no desempenho do mesmo.
3. Conflito de Processo: sobre como o trabalho é realizado (quem e como fazer). Para que
o conflito de processo seja produtivo, isto é funcional, seu nível deve ser baixo. Muita
discussão sobre quem deve fazer o que se torna disfuncional quando gera incertezas sobre
os papéis de cada um, aumenta o tempo de realização das tarefas e leva os membros ao
retrabalho.
Processo de Conflito
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•• Acomodação – cooperativo e não assertivo – alto grau de cooperação para suavizar as
coisas, mantendo sempre um clima de harmonia entre as pessoas. Permitir a satisfação dos
interesses da outra parte em detrimento de seus próprios interesses.
•• Compromisso (transigência) – também com aspectos assertivos e cooperativos, porém
cada parte aceita soluções razoáveis envolvendo ganhos e perdas. Busca a satisfação parcial
das necessidades das partes envolvidas e uma solução aceitável.
•• Colaboração (de solução de problemas) – altamente assertivo e cooperativo – relação
ganha-ganha. As partes em conflito buscam uma solução que, considerando as diferenças,
atenda a todos.
1. Estrutural: atua nas causas do conflito, ou seja, nas condições antecedentes. Grosso modo,
o conflito surge da diferenciação entre os grupos, da ambiguidade de papéis, de objetivos
concorrentes, de recursos compartilhados e da interdependência de atividades. Se esses
elementos puderem ser modificados, tanto as percepções quanto o conflito resultante
poderão ser devidamente controlados. Pode-se atuar sobre as condições que predispõem
ao surgimento do conflito da seguinte forma:
•• reduzindo a diferenciação entre os grupos;
•• interferindo nos recursos compartilhados;
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2. Processual: procura reduzir conflitos por meio da modificação do processo, isto é, de uma
intervenção no episódio do conflito. Ela pode ser utilizada por uma das partes em conflito,
por pessoas de fora ou ainda por uma terceira parte (como um consultor, um administrador
neutro ou um diretor da organização). Pode ser realizada de três maneiras diferentes:
•• desativação do conflito (reação cooperativa de uma das partes);
•• reunião de confrontação;
•• colaboração (ganha-ganha).
3. Mista: é a administração do conflito tanto nos aspectos estruturais quanto nos de processo
e inclui intervenções sobre a situação estrutural e sobre o episódio conflitivo. Permite duas
maneiras diferentes de interferência:
•• estabelecimento de regras para resolução do conflito;
•• criação de papéis integradores (de ligação).
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Conhecimento Específico
TRABALHO EM EQUIPE
Grupo é um conjunto de pessoas que podem ou não ter objetivos comuns, e que, em geral, se
reúnem por afinidades. No entanto o grupo não é uma equipe.
A equipe é mais que um grupo, pois nela as pessoas compreendem seus papéis e estão
engajadas para alcançar os objetivos de forma compartilhada. Além disso, a comunicação entre
os membros é verdadeira, as opiniões diferentes são estimuladas e há alto grau de participação
e interação dos componentes.
Resumindo, um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
•• Clareza de objetivos e metas;
•• Percepção integrada e decisões conjuntas – desempenho coletivo;
•• Habilidades complementares;
•• Divisão de papéis, funções e liderança compartilhada – responsabilidades individuais e
mútuas
•• Definição da organização do trabalho e dos níveis de autonomia;
•• Relações efetivas entre si e com o líder (ajustes interpessoais, resolução de conflitos);
•• Comunicação efetiva, diversidade, engajamento ;
•• Sinergia positiva.
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A equipe não é a simples soma de indivíduos e comportamentos, ela assume configuração
própria que influencia nas ações e nos sentimentos de cada um, proporcionando sinergia,
coesão, cooperação e coordenação, simpatia, carinho, harmonia, satisfação.
O trabalho em equipe é valorizado, pois quase sempre produz melhores resultados do que o
trabalho individual. O conjunto de pessoas faz as equipes terem mais fontes de informação,
conhecimentos, criatividade e experiências. O trabalho em equipe incrementa a aprendizagem
e a satisfação das pessoas.
Tipos de Equipes
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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo
Uma equipe eficaz é resultado da combinação de três fatores: o contexto (recursos, estrutura,
clima, recompensas), a composição (personalidade dos membros, capacidade, diversidade,
tamanho, flexibilidade, preferências) e os processos de trabalho e de relacionamento (metas,
propósitos comuns, autoconfiança, nível de conflito).
As equipes devem ser estruturadas levando em consideração os perfis ou tendências pessoais
e personalidade dos indivíduos – uma equipe de líderes não pode progredir, pois onde todos
queiram liderar, a administração de conflitos ocupará a maior parte do tempo disponível para o
trabalho em equipe.
Diversos fatores interferem trabalho em equipe. Dentre os fatores positivos estão:
comportamento receptivo, empatia, cooperação, comunicação eficiente, visão estratégica,
relações ganha-ganha, assertividade* etc.
•• Assertividade – conjunto de recursos cognitivos e comportamentais, inatos ou
adquiridos, que permitem ao indivíduo afirmar-se social e profissionalmente sem
desrespeitar os direitos de outrem.
Dentre os fatores negativos: inclinação individualista ou excessivamente competitiva,
gerenciamento baseado em modelos hierárquicos e autoritários (liderança autocrática), falta
de objetivos definidos, sobreposição de ações, indefinição de atribuições, falta de tolerância
e cortesia, ausência de comunicação e de liderança eficaz, arrogância e soberba, falta de
disciplina, dificuldades de relacionamento interpessoal etc.
Percebe-se, portanto, que é necessário um conjunto de competências para o trabalho em
equipe. São elas:
•• Cooperar: participar voluntariamente, apoiar as decisões da equipe, fazer a sua parte;
•• Compartilhar informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre os processos;
•• Expressar expectativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros
do grupo, falando dos membros da equipe para os outros com aprovação. Apelar para a
racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polêmica nesses casos;
•• Estar disposto a aprender com os companheiros: valorizar a experiência dos outros, solicitar
dados e interagir pedindo e valorizando ideias;
•• Encorajar os outros: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho tanto dentro
como fora da equipe;
•• Construir um espírito de equipe: tomar atitudes especiais para promover um clima
amigável, moral alta e cooperação entre os membros da equipe;
•• Resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro da equipe e encorajar ou facilitar uma
solução construtiva para a equipe. Não esconder o problema, mas tentar resolvê-lo da
forma nas rápida possível.
Essas competências geram, por fim, os atributos das equipes de alta performance:
•• Participação – todos estão comprometidos com o empowerment e a autoajuda.
•• Responsabilidade – todos se sentem responsáveis pelos resultados do desempenho.
•• Clareza – todos compreendem e apoiam o propósito da equipe.
•• Interação – todos comunicam-se em um clima aberto e confiante.
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•• Flexibilidade – todos desejam mudar para melhorar o desempenho.
•• Foco – todos estão dedicados a alcançar expectativas de trabalho.
•• Criatividade – todos os talentos e ideias dos membros são usados para beneficiar a equipe.
•• Velocidade – todos agem prontamente sobre problemas e oportunidades.
Competência interpessoal
Toda e qualquer organização que queira obter êxito não admite mais o profissional individualista.
Competência interpessoal é a habilidade para lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação. É a capacidade de trabalhar
com eficácia como membro de uma equipe e de conseguir esforços cooperativos na direção
dos objetivos estabelecidos.
No relacionamento interpessoal, grande parte do sucesso depende da habilidade de lidar bem
com os sentimentos (seus e dos demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira
harmônica e produtiva.
A habilidade interpessoal é fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências, para
a cooperação e para o trabalho em equipe. Pessoas com essa habilidade são mais eficazes nas
situações de interação. Para utilizar esta habilidade em alto desempenho é necessário dar e
receber feedback de uma maneira eficaz, assertiva e autêntica, além de saber ouvir e reagir
positivamente às críticas.
No relacionamento interpessoal, feedback é a informação que se dá a uma pessoa sobre como
o comportamento dela está sendo percebido e como isto afeta a postura dos demais membros
de um grupo. Ele pode também ser utilizado para expressar como a atuação de um grupo está
afetando um ou mais de seus integrantes.
Competência interpessoal leva em conta três critérios: a percepção acurada da situação
interpessoal, das variáveis relevantes e da sua respectiva inter-relação; a habilidade de resolver
realmente os problemas, de tal modo que não haja regressões; as soluções alcançadas de
tal forma que as pessoas envolvidas continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo
menos, como quando começaram a resolver seus problemas.
Empowerment
Sua tradução seria algo como “empoderamento” e é basicamente uma delegação de autoridade.
É uma mudança organizacional com objetivo de ampliar o sistema decisório até o nível
hierárquico mais baixo, dando aos grupos de trabalho o poder e a autonomia na forma realizar
suas tarefas.
Significa, em última análise, o fortalecimento das pessoas com: responsabilidade por metas
e resultados (individuais e em equipe), liberdade para tomar decisões, busca pela melhoria
contínua, foco no cliente.
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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo
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SLIDES - TRABALHO EM EQUIPE
Trabalho em Equipe
Grupo é um conjunto de pessoas que interage para
compartilhar informações e tomar decisões para ajudar
cada membro.
X
Equipe é mais que um grupo:
‒ Sinergia positiva
‒ Desempenho coletivo e habilidades complementares
‒ Responsabilidades individuais e mútuas
‒ Comunicação efetiva
‒ Respeito à diversidade.
Trabalho em Equipe
• Um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
‒Clareza de objetivos e metas;
‒Percepção integrada e decisões conjuntas - desempenho
coletivo;
‒Habilidades complementares;
‒Divisão de papéis, funções e liderança compartilhada -
responsabilidades individuais e mútuas
‒Definição da organização do trabalho e dos níveis de
autonomia;
‒Relações efetivas entre si e com o líder (ajustes
interpessoais, resolução de conflitos);
‒Comunicação efetiva, engajamento;
‒Sinergia positiva.
2
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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo
Trabalho em Equipe
Trabalho em Equipe
• Vantagens:
‒Quase sempre produz melhores resultados do
que o trabalho individual.
‒O conjunto de pessoas faz as equipes terem mais
fontes de informação, conhecimentos,
criatividade e experiências.
‒O trabalho em equipe incrementa a
aprendizagem e a satisfação das pessoas.
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Tipos de Equipes - Robbins
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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo
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Roda de Equipe - Margerison e McCann
1. Assessoria: coletar e fornecer informações para toda equipe; o reportador faz com
que todos fiquem bem informados.
2. Inovação: criar e experimentar novas ideias; o inovador dá criatividade à equipe.
3. Promoção: identificar e explorar oportunidades; o promotor/explorador defende as
mudanças e as novas oportunidades.
4. Desenvolvimento: avaliar e verificar a aplicabilidade de novas abordagens.
5. Organização: estabelecer e implementar maneiras de fazer as coisas; faz com que as
coisas aconteçam.
6. Produção: concluir e entregar os resultados; o produtor é uma pessoa prática que
conduz as coisas até o fim (alcança metas, resultados).
7. Inspeção: controlar e auditar os sistemas de trabalho; controlador das ações para
evitar erros.
8. Manutenção: defender e preservar padrões e procedimentos; o mantenedor
assegura revisões regulares dos processos de qualidade, em busca de eficiência.
9. Ligação: coordenar e integrar todos os membros da equipe; o relacionador assegura
que todos trabalhem em conjunto.
Competência Interpessoal
• Habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da
situação.
• Importância do feedback
10
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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo
Empowerment
• Empoderamento = delegação de autoridade, autonomia
‒ ampliar o sistema decisório até o nível hierárquico mais baixo, dando aos grupos
de trabalho o poder e a autonomia na forma realizar suas tarefas.
‒ Fortalece as pessoas e gera maior satisfação por meio da responsabilidade por
metas e resultados (individuais e em equipe), liberdade para tomar decisões,
busca pela melhoria contínua, foco no cliente.
• Quatro bases principais:
‒ Poder – dar poder às pessoas, delegar autoridade e responsabilidade em todos os
níveis da organização, confiar, dar liberdade e autonomia de ação.
‒ Motivação – incentivar, reconhecer o bom trabalho, recompensar, participar nos
resultados.
‒ Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e
desenvolvimento pessoal e profissional, treinar, proporcionar informações e
compartilhar conhecimentos.
‒ Liderança - orientar as pessoas, definir objetivos e metas, avaliar o desempenho,
inspirar e abrir horizontes, proporcionar retroação. 11
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Administração
Aula XX
Processos
Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input, adiciona valor a
ele e fornece o output a um cliente específico. Esses inputs podem ser materiais, informações,
conhecimento, etc.
O conceito mais intuitivo de processo de trabalho, portanto, é o de transformação. Este conceito
remete a três elementos:
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O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) define processos
como um conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados ao cliente/
cidadão. Esse conceito amplia a ideia de processos como meros fluxos operacionais (sequências
de atividades) e destaca o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/cidadãos,
bem como a competência humana de tomar decisões.
O Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio (CBOK 3.0 - 2013) define processo
como uma agregação de atividades e comportamentos executados por humanos ou máquinas
para alcançar um ou mais resultados. Essas atividades inter-relacionadas solucionam uma
questão específica (entregam valor ao cliente ou apoiam/gerenciam outros processos) e são
governadas por regras de negócio. Esse trabalho pode ser ponta a ponta - interfuncional ou
interorganizacional.
Em suma, processos possuem o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/
cidadãos, exigem sincronia, transformam elementos, seguem orientações e consomem
recursos.
De acordo com a ISO 9001, para uma organização funcionar de maneira eficaz e eficiente,
ela tem que identificar e gerenciar numerosas atividades interligadas, possibilitando a
transformação de entradas em saídas. Frequentemente a saída de um processo é a entrada
para o processo seguinte.
Segundo essa visão, qualquer instituição é um “mar de processos” em contínua execução
pelas pessoas que compõem a força de trabalho. Estes processos interagem de tal forma que
os produtos/serviços de um constituem a entrada para outro.
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Glossário
•• BPM – Business Process Management: disciplina de gerenciamento de processos e um
conjunto de tecnologias habilitadoras.
•• BPMS – BPM Systems/Suite: Sistema de Gerenciamento de Processos de Negócio –
tecnologias que suportam e capacitam o gerenciamento de processos; aplicações
integradas de software para gerenciamento de processos de negócio.
•• BPMN – Business Process Modeling Notation: especificação para modelagem visual de
processos cujo objetivo é prover uma interface simples, mas poderosa, que possa ser
utilizada tanto por profissionais de processos e sistemas, como por usuários.
•• Gargalo: restrição na capacidade que cria uma fila.
•• Requisitos do Processo: é a tradução das necessidades e expectativas dos clientes e das
demais partes interessadas (stakeholders).
•• Não Conformidade: não atendimento a um requisito.
•• Handoff: qualquer ponto em um processo no qual o trabalho passa de um sistema, pessoa
ou grupo para outro. As atividades de handoff passam o controle do processo para outro
departamento ou organização (exemplo: transferir um cliente a outro departamento).
Tipos de Processos
Quanto aos tipos de processos existentes, a classificação mais comum é:
•• Processos Principais – entregam valor diretamente aos clientes. Representam as atividades
essenciais que uma organização desempenha para cumprir sua missão. São também
denominados processos finalísticos, primários, essenciais, de negócio. São processos
tipicamente ponta a ponta, tanto interfuncionais quanto interorganizacionais,
•• Processos de Apoio – dão suporte aos processos principais, aos gerenciais e a si mesmos,
fornecendo produtos, serviços e insumos que não alcançam diretamente o cliente. Também
chamados processos de suporte, meio, organizacionais. Podem ser classificados em quatro
grupos genéricos e comuns à maioria das organizações: suprimento; tecnologia; recursos
humanos; e infraestrutura. O fato de processos de suporte não gerarem diretamente valor
aos clientes não significa que não sejam importantes para a organização. Os processos
de suporte podem ser fundamentais e estratégicos à organização na medida em que
aumentam sua capacidade de efetivamente realizar os processos primários.
•• Processos Gerenciais – os processos de gerenciamento são utilizados para medir, monitorar
e controlar atividades de negócio. São as decisões da gerência, ligadas às estratégias e
ao estabelecimento de normas. Tais processos asseguram que um processo primário, ou
de suporte, atinja metas operacionais, financeiras, regulatórias e legais. Assim como os
processos de suporte, os processos de gerenciamento não agregam diretamente valor aos
clientes, mas são necessários para assegurar que a organização opere de maneira efetiva e
eficiente.
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Os processos de suporte e de gerenciamento são processos de informação e de decisão. Eles
podem ser verticais e horizontais:
2. Processos horizontais – são desenhados tendo como base o fluxo do trabalho intra e entre
as áreas. Os processos horizontais podem ser:
•• voluntários – ocorrem por meio do contato voluntário entre os membros do grupo;
•• formais – definidos previamente por meio de documentos formais;
•• coordenados – exigem times de organização mais complexa e formal.
Além dos tipos, os processos podem ser classificados de acordo com a hierarquia:
•• Macroprocessos – é um conjunto amplo de processos que, geralmente, envolve mais de
uma função da organização e causa impacto direto na vida desta;
•• Processos – conjunto de subprocessos/atividades inter-relacionadas ou interativas que
transforma insumos (entradas) em produtos (saídas);
•• Subprocessos – conjunto de tarefas/atividades realizando um objetivo específico em apoio
a um processo;
•• Atividades – conjunto de tarefas sequenciais ou simultâneas que geram resultados para o
processo ou subprocesso;
•• Principais: têm participação direta na criação do bem ou serviço.
•• Secundárias: não têm participação direta (infraestrutura, RH etc.).
•• Transversais: conjunto de várias especialidades, executadas em uma única operação,
com a finalidade de resolver problemas. Possuem caráter temporário ou provisório
•• Tarefas/operações – é uma decomposição ou detalhamento de uma atividade. É a menor
unidade de trabalho com significado executada por uma pessoa ou máquina.
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
de produtos não perecíveis (como vidro, plástico, borrachas), exigência de uma condução ética
dos negócios etc.
Não Conformidades
Mapeamento de Processos
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Fluxograma
É uma ferramenta gráfica (desenho) utilizada para se registrar um processo de maneira compacta,
através de alguns símbolos padronizados. Essa notação simples utiliza alguns símbolos gráficos
tais como retângulo, losango e flechas para indicar os passos de processamento.
O fluxograma oferece uma visão sistêmica do processo, mostra gargalos e oportunidades de
aperfeiçoamento, permite fixar limites com maior facilidade e definir o pessoal envolvido
nas atividades do processo, identificando muitas vezes clientes negligenciados em análises
anteriores.
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
www.acasadoconcurseiro.com.br 177
Para tornar a organização mais flexível, devem-se derrubar as barreiras departamentais e focar
os processos, pois assim o trabalho é sequenciado em termos de uma cadeia de relações entre
as diversas unidades da organização.
A estrutura horizontal dos processos propõe uma abordagem que fuja da organização
funcional (tradicional). Os departamentos são sócios, não concorrentes, por isso a gestão deve
ser orientada para identificar, desenhar (modelar), executar, documentar, medir, monitorar,
controlar e melhorar processos de negócio.
Vantagens
A bibliografia revela que a gestão por processos proporciona as seguintes vantagens, dentre
outras:
•• Alinhar estrategicamente a organização, compatibilizando os processos com a missão, a
visão e a estratégia;
•• Evidenciar as reais necessidades de alocação de recursos;
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Transformação de Processos
2. Redesenho: é diferente da Melhoria de Processos, pois toma uma perspectiva holística para
o processo (visão do todo, ponta a ponta) em vez de identificar e implementar pequenas
mudanças incrementais. Embora possa levar a mudanças significativas, essas mudanças
continuam a ser baseadas nos conceitos fundamentais do processo existente.
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4. Mudança de Paradigma: envolve inovar fortemente, buscar novas formas de fazer negócios.
Reengenharia e Mudança
Fator de Comparação Melhoria e Redesenho
de Paradigma
Nível de Mudança Incremental a Holística Radical e Sem Precedentes.
Ponto Inicial Processo " AS-IS" Quadro Branco, Novas Ideias
Frequência de Alteração Contínua Regular Eventual
Risco Baixo a Moderado Alto
Habilitador Primário Controle Estatístico Novos Paradigmas e Tecnoligias
Projetos x Processos
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Projetos Processos
Evento temporário Evento contínuo/cíclico
Equipe temporária Equipe fixa
Diferenças
Resultado único (singular) Resultado repetido
Pode modificar a organização Mantém a organização
Planejados, executados, monitorados e controlados
Realizados por pessoas
Semelhanças
Possuem restrições (tempo, recursos etc.)
Buscam atingir objetivos organizacionais e/ou estratégicos.
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Slides – Gestão de Processos
Gestão de Processos
• O que é processo?
• Tipos
• Hierarquia
• O que é Gestão por Processos?
• Gestão por Funções X Gestão por Processos
Processos
• Processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades
que toma um input, adiciona valor a ele e fornece o
output a um cliente específico.
‒ Inputs podem ser materiais, informações, conhecimento, etc.
Feedback
2
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Processos
• ISO 9001
‒Conjunto de atividades inter-relacionadas que transforma
insumos (entradas) em produtos (saídas).
• FNQ
‒Conjunto de atividades preestabelecidas que, quando
executadas numa determinada sequência, vão conduzir a
um resultado esperado, o qual assegura o atendimento das
necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes
interessadas.
3
Processos
• GesPública
‒Conjunto de decisões que transformam insumos em valores
gerados ao cliente/cidadão.
• SEGES – MPOG
‒Conjunto integrado e sincrônico de insumos, infraestruturas,
regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que
fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados.
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Processos
• CBOK 3.0 – 2013
‒É uma agregação de atividades e comportamentos
executados por humanos ou máquinas para alcançar um ou
mais resultados.
o Essas atividades inter-relacionadas solucionam uma questão
específica e são governadas por regras de negócio.
‒É um trabalho que entrega valor ao cliente ou
apoia/gerencia outros processos.
o Esse trabalho pode ser ponta a ponta, interfuncional e
interorganizacional.
Processos
• Características gerais:
‒Fronteiras (início e fim) e objetivos claros;
‒Utilizam insumos/recursos para a transformação;
‒Atividades interdependentes;
‒Exigem gerenciamento: planejamento, controle,
sincronização, responsáveis;
‒Resultados específicos e previsíveis;
‒Compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes;
‒Melhoria: mecanismos de feedback para a evolução contínua
- PDCA.
6
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Processos
• Se um Processo é um grupo de atividades realizadas
numa sequência lógica com o objetivo de produzir um
bem ou serviço que tem valor para um grupo específico
de clientes.
• Então as Organizações são mares de processos.
Glossário
• BPM - Business Process Management - disciplina de gerenciamento e um
conjunto de tecnologias habilitadoras.
• BPMS - BPM Systems/Suite
• BPMN - Business Process Modeling Notation
• Gargalo: restrição na capacidade que cria uma fila.
• Requisitos do Processo: é a tradução das necessidades e expectativas dos
clientes e das demais partes interessadas (stakeholders).
Processo deve agregar valor
• Não Conformidades: não atendimento a um requisito.
Devem ser tratadas
• Handoff: transferência de controle.
8
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Tipos de Processos
• Processos Principais do Negócio: primários, essenciais,
fim, finalísticos, de negócio.
‒ Entregam valor ao cliente.
‒ Ponta a ponta, interfuncional ou interorganizacional.
• Processos de Apoio: de suporte, meio, organizacionais, de
informação.
‒ Entregam valor a outros processos (não diretamente aos clientes).
• Processos Gerenciais: de gerenciamento, decisão, controle.
‒ Entregam valor a outros processos (não diretamente aos clientes).
‒ Servem para medir, monitorar, controlar e administrar
‒ Fazem a organização operar de acordo com seus objetivos.
Tipos de Processos
10
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
• Processos
• Subprocessos (?)
• Atividades
‒ Principais, secundárias, transversais (temporárias)
• Tarefas/operações
11
Mapeamento de Processos
Descrição gráfica do funcionamento de um processo.
• Objetivo: desenhar e representar uma sequência de processos,
subprocessos, atividades e tarefas, sendo necessário elaborar
um fluxograma para melhor entender, documentar e medir o
trabalho da organização.
‒ Coloca o processo em um gráfico (fluxograma) para orientação em
suas fases de avaliação, desenho e desenvolvimento.
‒ Auxilia na visualização do processo, no relacionamento de suas
variáveis e de outros participantes (pessoas, sistemas, eventos,
resultados etc.).
‒ Mapas de processo tipicamente fornecem uma visão abrangente de
todos os principais componentes do processo, mas variam de níveis
mais altos para mais baixos de detalhe.
12
www.acasadoconcurseiro.com.br 187
Diagrama x mapa x modelo
• Diagrama: notação simples; retrata os principais elementos de
um fluxo de processo, mas omite detalhes.
• Mapa: maior precisão e detalhes do que um diagrama; mostra
relacionamentos com outros elementos (atores, eventos,
resultados etc.).
• Modelo: maior precisão, mais dados do processo e mais dados
dos fatores que afetam seu desempenho;
‒a representação pode ser utilizada para mostrar o desempenho
do que está sendo modelado (simulação).
13
Fluxograma
• Ferramenta gráfica – desenho
• Técnica para se registrar um processo de maneira compacta,
através de alguns símbolos padronizados.
• Permite uma visão sistêmica do processo
• Mostra gargalos e oportunidades de aperfeiçoamento no
processo.
• Define o pessoal envolvido nas atividades do processo,
identificando muitas vezes clientes negligenciados em análises
anteriores.
• Permite fixar limites com maior facilidade.
14
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Fluxograma
15
Gestão de Processos
• Busca:
‒Melhorar a forma como o trabalho é realizado;
‒Utilizar eficientemente os insumos (eficiência);
‒Otimizar a sequência de atividades;
‒Objetivo final: gerar melhores produtos/serviços aos clientes.
16
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Gestão de Processos
• Princípios
‒Processos de negócios são recursos utilizados para criar
valor para os clientes finais.
‒Medir, monitorar, controlar e analisar os processos de
negócio permite criar valor consistentemente aos clientes.
‒Os processos de negócios devem constantemente ser
melhorados.
‒Tecnologia da Informação é um viabilizador essencial.
17
Gestão de Processos
• GesPública
‒A gestão de processos permite identificar o conjunto de
atividades capaz de:
1) gerar maior valor ao usuário/cliente que recebe um produto
ou serviço;
2) integrar e orientar para resultados as várias unidades
organizacionais;
3) auferir recursos e desenvolver competências para a
consecução dessas finalidades.
18
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
Gestão de Processos
• Motivos para gerenciar processos:
‒Demandas dos clientes;
‒Crescimento desordenado;
‒Excesso de burocracia e de níveis hierárquicos;
‒Estrutura organizacional de alto custo e de baixa capacidade de
realização;
‒Unidades administrativas não integradas;
‒Fusão / cisão / criação de órgãos;
‒Baixa produtividade em função de processos não documentados,
não entendidos da mesma forma por todos os envolvidos, não
controlados, não alinhados às necessidades dos clientes.
19
Gestão de Processos
20
www.acasadoconcurseiro.com.br 191
Gestão por Funções X Gestão por Processos
• Modelo tradicional = Estrutura Funcional (vertical)
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Administração – Gestão de Processos – Prof. Rafael Ravazolo
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Transformação de Processos
25
Processos x Projetos
26
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Administração
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
Folha/Lista de Verificação
Diagrama de Pareto
35
94%
97%
100%
•• Gráfico de barras verticais que dispõe a 30
84%
91%
informação de forma a tornar evidente e 78%
25
visual a prioridade de temas. 63%
20
38%
•• Usado para identificar e priorizar os 15
12
problemas/causas mais importantes. 10
8
5
•• Regra 80/20.
5
2
2
1
1
1
0
Folgas
Elétrica
Pintura
Parafusos
Vidros
Motor
Chassi
Transporte
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Diagrama de Causa e Efeito
Histograma
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Administração – Ferramentas da Qualidade – Prof. Rafael Ravazolo
Fluxograma
Fluxograma Vertical
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Programa 5S
ServQual
198 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX
GESTÃO DE PROJETOS
Singularidade
Possui objetivos determinados, singulares/exclusivos e não repetitivos, algo que não havia
sido feito antes da mesma maneira. O resultado específico produzido, seja para caracterizar
a conclusão de uma fase do projeto, seja para finalizar o projeto todo, é chamado Entrega.
A entrega deve ser tangível, mensurável e de fácil comprovação, podendo ser: um produto,
um serviço, um documento, o desenvolvimento de algo, um novo processo de negócio, uma
mudança etc.
www.acasadoconcurseiro.com.br 199
Temporariedade
Temporário não significa necessariamente de curta duração. Pode durar um dia, ou anos, mas
possui cronograma com início e fim bem definidos (inclusive de suas fases), determinados em
função do problema a ser resolvido e das metas que se quer alcançar. Apesar de o projeto ser
temporário, geralmente seu resultado é duradouro. O término é alcançado quando os objetivos
tiverem sido atingidos, ou quando se concluir que esses objetivos não poderão ser atingidos,
ou quando o mesmo não for mais necessário e o projeto for encerrado.
Incerteza
Cada projeto tem algum grau de incerteza ao gerar produto ou serviço singular, pois sempre
há certo desconhecimento quanto à forma de atingir os objetivos ou de gerar os produtos e os
resultados esperados.
Elaboração Progressiva
A partir de um escopo definido e de um plano inicial, ao longo do projeto ocorrem melhorias e
maiores detalhamentos na medida em que estimativas mais exatas tornam-se disponíveis. Em
outras palavras, conforme o projeto evolui, a equipe poderá gerenciar com um maior nível de
detalhamento.
Stakeholders
O termo stakeholders é traduzido como partes interessadas. É qualquer indivíduo, grupo ou
organização que pode afetar, ser afetada, ou sentir-se afetada por uma decisão, atividade ou
resultado de um projeto. Podem estar ativamente envolvidas no projeto ou ter interesses que
possam ser positiva ou negativamente afetados pelo desempenho ou término do projeto.
Essas partes interessadas (positivas, negativas e neutras) devem ter suas expectativas alinhadas
desde antes da aprovação do projeto de forma a criar a coalização necessária à mudança trazida
pelo projeto.
O alinhamento das expectativas vai resultar na negociação do escopo possível para o projeto,
e que atenda à maioria dos interesses. Tais interesses devem ser gerenciados durante todo o
ciclo de vida do projeto, uma vez que os resultados esperados tendem a mudar com o tempo.
Exemplos de Stakeholders:
•• Gerente de projetos – a pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto.
•• Outros gerentes – caso seja uma estrutura com mais projetos ou áreas funcionais.
•• Cliente/usuário - quem utilizará o produto do projeto.
•• Fornecedores/parceiros comerciais.
•• Membros da equipe do projeto – grupo que executa o trabalho do projeto.
200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Projetos – Prof. Rafael Ravazolo
Recursos limitados
Um projeto depende de recursos, como qualquer atividade. Para realizar um planejamento
realista, a dimensão dos recursos (humanos, materiais, financeiros etc.) precisa ser conhecida
para não correr o risco de se fazer um planejamento fictício.
Responsabilidade
A definição das responsabilidades é importante tanto para poder alocar as pessoas com as suas
diversas funções dentro do projeto, quanto para conhecer as relações que o projeto tem com a
organização e o comprometimento das instâncias superiores e de outros envolvidos no projeto.
Interdisciplinaridade
Tanto faz se há uma pessoa no projeto ou milhares, o desenvolvimento de projetos requer
distintos conhecimentos, oriundos de diversas áreas. Além de técnicas específicas da área
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de projetos, ferramentas e conceitos de outras disciplinas tais como administração em geral,
planejamento, controle de qualidade, informática, estatística, custos e orçamentação etc.
Escopo (Abrangência)
É a descrição do trabalho necessário para gerar o produto ou serviço do projeto. Ele inclui: as
entregas do projeto - as saídas que compõem o produto ou serviço do projeto, os resultados
auxiliares etc.; as principais atividades necessárias para garantir a entrega desses produtos; as
premissas do projeto; os critérios de aceitação de produtos/serviços; as restrições; as exclusões
(não escopo - aquilo que não vai ser feito - também deve ser esclarecido, para evitar falsas
expectativas.
A correta descrição do escopo é fundamental para o sucesso do projeto, pois favorece a
realização de melhores estimativas de prazos, recursos, custos e riscos, e, com isso, previne a
ocorrência de mudanças constantes ou que poderiam ser evitadas por meio de planejamento.
O escopo deve ser claro para não ultrapassar as limitações que qualquer projeto tem, seja em
termos de competência institucional, seja pela complexidade do trabalho ou do objeto, seja
pelas mudanças que pretende implementar.
Ciclo de Vida
Ciclo de vida de um projeto é a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto.
Todo projeto começa com uma ideia e passa por diferentes fases antes de se concretizar; tais
ideias nascem de problemas, necessidades, encomendas de clientes ou da criatividade de
alguém.
O ciclo de vida de um projeto geralmente é composto por fases. As fases são divisões de um
projeto, nas quais o controle se torna fundamental para o gerenciamento efetivo do término de
uma entrega importante.
Ao final de cada fase, portanto, há uma entrega. Isso facilita o estudo e a aplicação das
técnicas de administração de projetos. O nome e a quantidade de fases são determinados pela
necessidade de gerenciamento e controle da organização e pela natureza e área de aplicação
do projeto. O entendimento do ciclo de vida permite visualizar todas as fases do projeto.
A seguir alguns modelos de Ciclo de Vida:
• Maximiano:
•• Fase 1 – Ideia; Concepção: ideia vira modelo mental.
•• Fase 2 – Desenho: o modelo mental transforma-se em um desenho detalhado do
produto.
•• Fase 3 – Desenvolvimento: o produto é gradativamente elaborado.
•• Fase 4 – Entrega: o produto é apresentado ao cliente.
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• Menezes:
•• Fase 1 – Conceitual:
•• Identificação de necessidades e/ou oportunidades;
•• Tradução dessas necessidades e/ou oportunidades em um problema;
•• Definição do problema;
•• Determinação dos objetivos e metas a serem alcançados;
•• Análise do ambiente;
•• Análise das potencialidades ou recursos;
•• Avaliação da viabilidade de atingimento dos objetivos;
•• Estimativa dos recursos necessários;
•• Elaboração da proposta e venda da ideia;
•• Avaliação e seleção com base na proposta submetida; e
•• Decisão quanto à execução do projeto (aprovação).
•• Fase 2 – Planejamento
•• Detalhamento das metas e dos objetivos, com base na proposta aprovada;
•• Definição do gerente da equipe;
•• Detalhamento das atividades e estruturação analítica do projeto;
•• Programação das atividades no tempo disponível e/ou necessário;
•• Determinação dos resultados tangíveis e seus respectivos momentos de alcance;
•• Definição dos recursos necessários: humanos, materiais, financeiros e tecnológicos;
•• Estabelecimento da estrutura orgânica formal a ser utilizada;
•• Estruturação do sistema de comunicação e de decisão a ser adotado;
•• Definição dos procedimentos de acompanhamento e controle durante a
implantação;
•• Treinamento dos envolvidos.
•• Fase 3 – Execução
•• Ativar a comunicação entre os membros da equipe do projeto;
•• Executar as etapas previstas e programadas;
•• Utilizar os recursos humanos e materiais, sempre que possível, dentro do que foi
programado (quantidade e períodos de utilização);
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•• Efetuar reprogramações no projeto segundo seu status quo e adotando os planos e
programas iniciais como diretrizes, eventualmente, mutáveis.
•• Fase 4 – Conclusão
•• Aceleração das atividades que, eventualmente, não tenham sido concluídas;
•• Realocação dos recursos humanos do projeto para outras atividades ou projetos;
•• Elaboração da memória técnica do projeto;
•• Elaboração de relatórios e transferência dos resultados finais do projeto;
•• Avaliações globais sobre o desempenho da equipe e os resultados alcançados;
•• Acompanhamento ex-post.
As fases do projeto geralmente são sequenciais, mas às vezes se sobrepõem. O nome e o
número dessas fases variam de acordo com a complexidade do projeto, mas todas elas podem
ser encaixadas em uma estrutura básica de quatro fases genéricas:
1. Início
2. Organização e Preparação
3. Execução do Trabalho
4. Encerramento
Essa estrutura genérica apresenta as seguintes características:
a) Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, aumentam gradualmente até seu valor
máximo na fase de execução e depois caem rapidamente quando o projeto é finalizado.
b) No início do projeto, o nível de incertezas é mais alto e, portanto, o risco de não atingir
os objetivos é maior. A incerteza geralmente diminui conforme o projeto continua. A
capacidade que as partes interessadas têm para influenciar as características finais do
produto do projeto também são maiores no início.
c) O custo de realizar mudanças no projeto é mais baixo no início (pouco recurso foi gasto e há
pouco executado) e torna-se cada vez maior. O custo das mudanças e da correção de erros,
portanto, aumenta conforme o projeto continua.
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A transição de uma fase para a outra envolve alguma forma de transferência técnica ou entrega,
que são revisadas e aprovadas antes que o trabalho seja iniciado na próxima fase. No entanto,
pode ocorrer de uma fase ser iniciada antes da aprovação das entregas da anterior, quando os
riscos envolvidos são considerados aceitáveis.
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Fases Sequenciais: uma fase só poderá iniciar depois que acabar a anterior. Essa abordagem
reduz incertezas, mas pode eliminar opções de redução do cronograma.
Fases Sobrepostas: a fase tem início antes do término da anterior. Às vezes, ela pode ser aplicada
como um exemplo da técnica de compressão de cronograma denominada paralelismo. As fases
sobrepostas podem aumentar o risco e resultar em retrabalho caso uma fase subsequente
progrida antes que informações precisas sejam disponibilizadas pela fase anterior.
Tipos de ciclos
São as diferentes formas de se planejar as fases do projeto. A diferença básica é o grau de
incerteza do ambiente.
•• Preditivo: totalmente planejado o mais cedo possível;
•• Iterativas ou Incremental: o planejamento da próxima fase é feito de acordo com o
avanço na fase atual e nas entregas. As fases do projeto (também chamadas de iterações)
intencionalmente repetem uma ou mais atividades de projeto à medida que a compreensão
do produto pela equipe do projeto aumenta. Iterações desenvolvem o produto através de
uma série de ciclos repetidos, enquanto os incrementos sucessivamente acrescentam à
funcionalidade do produto.
•• Adaptativo (métodos ágeis): é iterativo e incremental, porém é muito rápido. Os
métodos adaptativos geralmente são preferidos quando se lida com um ambiente em
rápida mutação, quando os requisitos e escopo são difíceis de definir antecipadamente, e
quando é possível definir pequenas melhorias incrementais que entregarão valor às partes
interessadas.
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Fracassos em Projetos
Funcional
É uma hierarquia em que
os funcionários são agrupa-
dos por especialidade, cada
uma com um superior bem
definido. As organizações
funcionais podem possuir
projetos, mas o escopo ge-
ralmente é restrito aos limi-
tes da função. Esse tipo de
estrutura reduz a coopera-
ção interdepartamental e dá
ênfase nas especialidades
em detrimento do objetivo
organizacional global.
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Por projetos
Os membros das equipes geralmen-
te são colocados juntos. A maior
parte dos recursos da organização
está envolvida nos projetos e os
gerentes de projeto possuem gran-
de independência e autoridade. As
organizações por projeto em geral
possuem outros departamentos,
mas esses grupos se reportam dire-
tamente ao gerente de projetos ou
oferecem serviços de suporte para
os diversos projetos.
A desvantagem reside no fato de que cada projeto é único, assim, quando termina uma fase, ou
mesmo o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista.
Matricial
Chama-se matricial, pois combina duas formas de estrutura formando uma espécie de grade.
Trata-se de uma estrutura mista, híbrida, que combina a departamentalização funcional com a
de projetos.
Matriz Fraca:
Mantém muitas das características de uma organização funcional e a função do gerente de
projetos é mais parecida com a de um coordenador ou facilitador que com a de um gerente.
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Matriz Forte:
Possui muitas das características da organização por projeto. Podem ter gerentes de projetos
com autoridade considerável e pessoal trabalhando para o projeto em tempo integral.
Matriz Balanceada:
Embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não fornece a ele autoridade
total e os recursos financeiros do projeto.
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Composta:
Combina diversas estruturas.
Quadro Resumo:
Gerenciamento de Projetos
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Cinco Grupos de Processos
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Nesse contexto, “boa prática” refere-se a um acordo geral de que a aplicação dos processos
de gerenciamento de projetos pode aumentar as chances de sucesso em uma ampla série de
projetos.
Isso não significa que os conhecimentos, as habilidades e os processos descritos sempre devem
ser aplicados de forma uniforme em todos os projetos. O gerente de projetos, em colaboração
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com a equipe de projetos, é responsável por determinar quais processos são apropriados e o
grau de rigor para cada um.
A equipe de projeto executa processos tanto de gerenciamento de projetos (pertencentes
às Áreas do Conhecimento e que garantem um fluxo eficaz do projeto), quanto orientados a
produtos (que especificam e criam o produto, estando ligados ao ciclo de vida e sendo variáveis
de acordo com cada projeto).
Processos de Gerenciamento
Segundo o PMBOK, uma das abordagens para conceituar a gestão de projeto considera os
processos que ocorrem no ciclo de vida do projeto visando à organização do trabalho. Nesse
aspecto, a gestão divide-se em cinco grupos de processos:
Processos de Iniciação
Atividades realizadas para definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto já existente,
obtendo-se autorização para tal.
São frequentemente realizados fora do escopo de controle do projeto pela organização ou
pelos processos de programa ou de portfólio, o que pode tornar os limites do projeto menos
evidentes para as entradas iniciais do projeto. Por exemplo, antes de começar as atividades do
Grupo de Processos de Iniciação, os requisitos ou as necessidades de negócios da organização
são documentados.
Nos processos de iniciação, o escopo inicial é definido, os recursos financeiros iniciais são
comprometidos e as partes interessadas são identificadas. Se ainda não foi designado, o
gerente de projetos será selecionado.
O Termo de Abertura do Projeto é um documento publicado pelo iniciador ou patrocinador do
projeto. Ele autoriza formalmente a existência de um projeto e concede ao gerente do projeto a
autoridade para aplicar os recursos organizacionais nas atividades do projeto. Quando o termo
de abertura é aprovado, portanto, o projeto se torna oficialmente autorizado. Embora a equipe
de gerenciamento possa ajudar a escrever o termo de abertura, a aprovação e o financiamento
são externos aos limites do projeto.
Processos de Planejamento
Estabelecem o escopo total, definem e refinam os objetivos e desenvolvem o curso de
ação necessário para alcançar esses objetivos. Em outras palavras, desenvolvem o plano de
gerenciamento e os documentos do projeto que serão usados para executá-lo.
À medida que mais informações ou características do projeto são coletadas e entendidas,
podem ser necessários planejamentos adicionais ou revisões (planejamento por ondas
sucessivas).
Os processos de planejamento englobam todas as áreas de conhecimento e têm como alguns
de seus resultados a coleta de requisitos, a definição do escopo, a criação da Estrutura Analítica
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do Projeto (EAD), o sequenciamento das atividades, a estimativa dos custos, analisar os riscos
etc.
Processos de Execução
Este grupo de processos envolve coordenar pessoas e recursos e também integrar e executar as
atividades do projeto em conformidade com o plano de gerenciamento, de forma a cumprir as
suas especificações.
Durante a execução do projeto, os resultados poderão requerer atualizações no planejamento
e mudanças nas linhas de base (mudanças nas durações das atividades, na produtividade e na
disponibilidade dos recursos, riscos imprevistos etc.).
Uma grande parte do orçamento do projeto será consumida na execução dos processos do
grupo de processos de execução.
Processos de Encerramento
Finalizam formalmente todas as atividades de um projeto ou de uma fase do projeto. Entregam
o produto terminado ou encerram um projeto cancelado.
No encerramento do projeto ou da fase, podem ocorrer, dentre as atividades: obtenção
da aceitação do cliente ou patrocinador; revisão pós-projeto/fase; documentar as lições
aprendidas e encerrar as aquisições.
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A próxima figura ilustra o nível de sobreposição dos grupos de processos em momentos
diferentes dentro de um projeto. Se o projeto estiver dividido em fases, os processos irão
interagir dentro de uma fase e também poderão atravessar várias fases do projeto.
Importante: os grupos de processos não são fases do projeto. Quando projetos complexos ou
de grande porte são separados em fases ou subprojetos distintos (ex: estudo de viabilidade,
design, protótipo, construção, teste, etc.), todos os grupos de processos normalmente seriam
repetidos para cada fase ou subprojeto.
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Conceitos Importantes
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Seleção de Projetos
Diferentes critérios podem ser utilizados para a seleção de projetos a serem executados.
•• Comerciais – relativos ao mercado – potencial de gerar resultados positivos para a
empresa. Ex: Potencial de faturamento e lucros; Taxa de crescimento das vendas; Avaliação
da concorrência; Distribuição do risco; Oportunidade de mudança no ramo de negócios;
Grau de inovação do produto.
•• Técnicos – viabilidade técnica (interna) para transformar a ideia em resultado. Ex:
Disponibilidade de capital; Capacidade de marketing da empresa; Capacidade industrial
da empresa; Capacidade da base tecnológica; Disponibilidade de matérias primas;
Competência gerencial.
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Equipe de Projetos
Equipe de projeto são as pessoas encarregadas da realização do projeto, da qual faz parte o
gestor do projeto.
Uma equipe de projeto tende a ser multidisciplinar e tem vida limitada à duração do projeto. É,
geralmente, bem distinta de uma equipe funcional que é permanente.
Deve ser dada atenção às características do projeto para a montagem da equipe de projeto,
pois uma equipe que tenha tido sucesso em determinado projeto pode não ser a ideal para
outro.
Os membros da equipe de projeto podem ter dedicação integral, parcial ou por atividade
específica. É sempre recomendado que a dedicação seja integral ao projeto, especialmente
para o substituto do gestor.
O servidor, alocado com dedicação parcial durante o período do projeto, terá atribuições
relativas às atividades de rotina e ao projeto. Quando o projeto necessitar de especialista em
apenas determinada fase, é indicada a participação por atividade.
Para que um projeto tenha sucesso, a equipe deve:
•• Selecionar os processos adequados e necessários ao cumprimento dos objetivos do projeto;
•• Usar uma abordagem definida que possa ser adotada para atender aos requisitos;
•• Cumprir os requisitos para atender às necessidades e às expectativas das partes
interessadas;
•• Obter equilíbrio entre as diversas demandas concorrentes de escopo, tempo, custo,
qualidade, recursos e riscos.
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Gerente de Projetos
Pessoa alocada pela organização executora para liderar a equipe e que é responsável
por alcançar os objetivos do projeto. É o responsável pela aplicação das competências,
conhecimentos, ferramentas e técnicas de projeto às atividades.
Dependendo da estrutura organizacional, um gerente de projetos pode ter independência ou se
reportar a um gerente funcional. Em outros casos, um gerente de projetos pode ser um dentre
vários e se reportar a um gerente de portfólios ou de programas que é, em última instância, o
responsável pelos projetos no âmbito da empresa.
O gerenciamento de projetos eficaz requer que o gerente tenha competências relacionadas às
seguintes dimensões:
•• Conhecimento: o que o gerente de projetos sabe sobre processos, ferramentas e técnicas
para as atividades de gestão de projetos;
•• Desempenho: o que o gerente de projetos é capaz de realizar enquanto aplica seu
conhecimento em gerenciamento de projetos. Ou seja, como o gerente de projetos aplica
seu conhecimento para atingir os requisitos do projeto;
•• Pessoais: refere-se ao comportamento do gerente. Abrange atitudes, personalidade e
liderança; a capacidade de orientar a equipe do projeto ao mesmo tempo em que atinge
objetivos e equilibra as restrições do mesmo.
Artefatos
Documento modelo em um formato predefinido, que fornece uma estrutura base para coletar,
organizar e apresentar informações e dados. Os artefatos podem reduzir o esforço necessário
para realizar um trabalho e aumentar a consistência dos resultados.
Ex: Termo de Abertura do Projeto - TAP, planilha de custos, cronograma, documentos de
comunicação, plano de gerenciamento, contratos etc.
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No contexto da EAP, o trabalho se refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado
do esforço*.
*quantidade de unidades de mão-de-obra necessárias para terminar uma atividade do
cronograma ou um componente da estrutura analítica do projeto. Normalmente expresso
como equipe-horas, equipe-dias ou equipe-semanas.
A EAP representa todo produto e trabalho do projeto (escopo total), inclusive o trabalho
de gerenciamento do mesmo. Todo o trabalho nos níveis mais baixos tem que escalar aos
níveis mais altos para que nada seja omitido e que nenhum trabalho extra seja executado.
Ocasionalmente, isso é chamado da regra dos 100%.
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•• Mitigar – redução, para níveis aceitáveis, da probabilidade e/ou do impacto de um evento
de risco adverso. Ex: adotar uma ação antecipada, escolher processos menos complexos,
fazer mais testes, escolher um fornecedor mais estável etc.
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Slides - Projetos
Projetos
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Projetos
x
Processos
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MODELO
IDEIA MENTAL
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Ciclo
de
Vida
-‐
Menezes
• Fase
1
–
Conceitual:
Iden2ficação
de
necessidades
e/ou
oportunidades;
Tradução
dessas
necessidades
e/ou
oportunidades
em
um
problema;
Definição
do
problema;
Determinação
dos
obje2vos
e
metas
a
serem
alcançados;
Análise
do
ambiente;
Análise
das
potencialidades
ou
recursos;
Avaliação
da
viabilidade
de
a2ngimento
dos
obje2vos;
Es2ma2va
dos
recursos
necessários;
Elaboração
da
proposta
e
venda
da
ideia;
Avaliação
e
seleção
com
base
na
proposta
subme2da;
e
Decisão
quanto
à
execução
do
projeto
(aprovação).
• Fase
2
–
Planejamento:
Detalhamento
das
metas
e
dos
obje2vos,
com
base
na
proposta
aprovada;
Definição
do
gerente
da
equipe;
Detalhamento
das
a2vidades
e
estruturação
analí2ca
do
projeto;
Programação
das
a2vidades
no
tempo
disponível
e/ou
necessário;
Determinação
dos
resultados
tangíveis
e
seus
respec2vos
momentos
de
alcance;
Definição
dos
recursos
necessários:
humanos,
materiais,
financeiros
e
tecnológicos;
Estabelecimento
da
estrutura
orgânica
formal
a
ser
u2lizada;
Estruturação
do
sistema
de
comunicação
e
de
decisão
a
ser
adotado;
Definição
dos
procedimentos
de
acompanhamento
e
controle
durante
a
implantação;
Treinamento
dos
envolvidos.
• Fase
3
–
Execução:
A2var
a
comunicação
entre
os
membros
da
equipe
do
projeto;
Executar
as
etapas
previstas
e
programadas;
U2lizar
os
recursos
humanos
e
materiais,
sempre
que
possível,
dentro
do
que
foi
programado
(quan2dade
e
períodos
de
u2lização);
Efetuar
reprogramações
no
projeto
segundo
seu
status
quo
e
adotando
os
planos
e
programas
iniciais
como
diretrizes,
eventualmente,
mutáveis.
• Fase
4
–
Conclusão:
Aceleração
das
a2vidades
que,
eventualmente,
não
tenham
sido
concluídas;
Realocação
dos
recursos
humanos
do
projeto
para
outras
a2vidades
ou
projetos;
Elaboração
da
memória
técnica
do
projeto;
Elaboração
de
relatórios
e
transferência
dos
resultados
finais
do
projeto;
Emissão
de
avaliações
globais
sobre
o
desempenho
da
equipe
do
projeto
e
os
resultados
alcançados;
Acompanhamento
ex-‐post.
7
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Fases
de
um
projeto
• Uma
fase
11
12
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13
14
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Projetos
15
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Estrutura
Organizacional
• Funcional
17
Estrutura
Organizacional
• Por
Projetos
18
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Estrutura
Organizacional
• Matricial
‒ Fraca
19
Estrutura
Organizacional
• Matricial
Forte
20
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Estrutura
Organizacional
• Matricial
Balanceada
21
Estrutura
Organizacional
• Composta
22
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Estrutura
Organizacional
–
quadro
resumo
23
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• Envolve:
‒ Iden3ficar
requisitos;
‒ Conjugar
necessidades,
preocupações
e
expecta3vas
dos
stakeholders;
‒ Garan3r
comunicação
efe3va
entre
as
partes
envolvidas;
‒ Alcançar
metas
e
criar
as
entregas
do
projeto;
‒ Balancear
restrições
que
competem
entre
si
(escopo,
qualidade,
cronograma,
orçamento,
recursos,
riscos
etc.)
25
26
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Gestão
de
Projetos
• PMBOK
explora
três
conceitos
centrais:
‒ Ciclo
de
vida
do
projeto;
‒ Processo
de
administrar
projetos;
‒ Áreas
do
conhecimento.
47
processos
Cinco
Grupos
de
Processos
Dez
Áreas
de
Conhecimento
27
28
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29
• Importante:
os
grupos
de
processos
não
são
fases
do
projeto;
eles
podem
ocorrer
em
cada
uma
das
fases;
30
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Processos
de
Gerenciamento
31
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Outros
conceitos
importantes
Programas x Por*ólio
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Programas x Por*ólio
Programas x Por*ólio
38
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Critérios
seleção
de
projetos
• Comerciais
–
rela4vos
ao
mercado
–
potencial
de
gerar
resultados
posi4vos
para
a
empresa
‒ Ex:
Potencial
de
faturamento
e
lucros;
Taxa
de
crescimento
das
vendas;
Avaliação
da
concorrência;
Distribuição
do
risco;
Oportunidade
de
mudança
no
ramo
de
negócios;
Grau
de
inovação
do
produto.
• Técnicos
–
viabilidade
técnica
(interna)
para
transformar
a
ideia
em
resultado
‒ Ex:
Disponibilidade
de
capital;
Capacidade
de
marke4ng
da
empresa;
Capacidade
industrial
da
empresa;
Capacidade
da
base
tecnológica;
Disponibilidade
de
matérias
primas;
Competência
gerencial
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Artefatos
• Documento
modelo
em
um
formato
predefinido,
que
fornece
uma
estrutura
base
para
coletar,
organizar
e
apresentar
informações
e
dados.
‒ Artefatos
podem
reduzir
o
esforço
necessário
para
realizar
um
trabalho
e
aumentar
a
consistência
dos
resultados.
‒ Ex:
TAP,
planilha
de
custos,
cronograma,
documentos
de
comunicação,
plano
de
gerenciamento,
contratos
etc.
43
• Pacote
de
Trabalho
=
nível
mais
baixo
na
EAP
=
ponto
em
que
o
custo
e
a
duração
das
a,vidades
podem
ser
bem
es,mados
e
gerenciados.
• Esforço=
quan,dade
de
unidades
de
mão-‐de-‐obra
necessárias
para
terminar
uma
a,vidade
do
cronograma
ou
um
componente
da
E44AP.
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Administração Pública
Durante a maior parte do século XX, o Brasil empreendeu uma continuada tentativa de moder-
nização das estruturas e processos do aparelho de Estado.
Respondendo a transformações mundiais econômicas e sociais, esse esforço se desenvolveu
ora de forma assistemática (ações pontuais), ora de forma mais sistêmica, por meio das refor-
mas realizadas pelo governo federal.
Apesar de não haver unanimidade na literatura especializada, pode-se dizer, de maneira geral,
que o Brasil passou por duas principais reformas administrativas, caracterizadas pela forte ten-
tativa de mudança na forma de administração pública:
•• A primeira buscou a transição do modelo Patrimonialista para o Burocrático.
•• A segunda procurou evoluir do modelo Burocrático-Patrimonialista para o Gerencial.
Bresser-Pereira resume muito bem os sobressaltos das reformas administrativas brasileiras. A
crise da administração pública burocrática começou ainda no regime militar, não apenas por-
que este não foi capaz de extirpar o patrimonialismo que sempre a vitimou, mas também por-
que esse regime, ao invés de consolidar uma burocracia profissional no país, através da redefi-
nição das carreiras e de um processo sistemático de abertura de concursos públicos para a alta
administração, preferiu o caminho mais curto do recrutamento de administradores através das
empresas estatais.
Esta estratégia oportunista do regime militar, que resolveu adotar o caminho mais fácil da con-
tratação de altos administradores através das empresas, inviabilizou a construção no país de
uma burocracia civil forte, nos moldes que a reforma de 1936 propunha. A crise agravou-se,
entretanto, a partir da Constituição de 1988, quando se salta para o extremo oposto e a admi-
nistração pública brasileira passa a sofrer do mal oposto: o enrijecimento burocrático extremo.
As consequências da sobrevivência do patrimonialismo e do enrijecimento burocrático, muitas
vezes perversamente misturados, são o alto custo e a baixa qualidade da administração pública
brasileira.
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Entender as transformações do Estado brasileiro exige, previamente, saber o contexto geral do
período pré-1930:
•• Economia mercantil-agrária (produtos primários para exportação);
•• Política oligárquica (política dos governadores, coronelismo);
•• Administração patrimonialista (nepotismo, clientelismo, prebendas etc.) com alguns traços
liberais.
Este modelo patrimonialista de Estado começou a ruir devido a uma sucessão de acontecimen-
tos no final da década de 1920:
•• A crise de 1929 arruinou a maioria dos fazendeiros de café, fazendo-os
perder força e, por consequência, diminuindo seu apoio ao governo;
•• A quebra de lógica da “Política Café com Leite”;
•• O assassinato do Presidente da Paraíba, João Pessoa;
•• A Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas ao poder.
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Somente em 1936, com a criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil e de Comissões
de Eficiência em cada ministério, houve a primeira reforma significativa na busca de sair do mo-
delo patrimonialista, que perdurava desde os tempos do Brasil colônia.
Seguindo as tendências europeias e americanas (que já haviam feito suas reformas no século
anterior – civil service reform), o modelo de administração estatal pretendido pela reforma de
1936 foi a burocracia, nos moldes weberianos.
Em 1937, Getúlio instituiu o Estado Novo: fechou o Congresso; dissolveu os partidos políticos;
outorgou nova Constituição e passou a governar de modo ditatorial até o final da Segunda
Guerra Mundial, em 1945. A ditadura de Vargas foi um período de grande expansão, com refor-
mas impostas “de cima para baixo”.
O grande marco dessa reforma administrativa foi a criação do Departamento Administrativo
do Serviço Público (DASP), pelo decreto-lei n. 579 de 1938. As principais atribuições eram:
•• Realizar estudos detalhados de repartições, departamentos e estabelecimentos públicos
para determinar as modificações a serem feitas em vários campos: dotação orçamentária,
distribuição, processos de trabalho, relações entre os órgãos e relações com o público.
•• Fiscalizar a execução do orçamento, juntamente com o presidente da República.
•• Organizar anualmente a proposta orçamentária a ser enviada à Câmara dos Deputados.
•• Cuidar da organização dos concursos públicos para cargos federais do Poder Executivo.
•• Aperfeiçoar os servidores civis da União.
•• Auxiliar o presidente no exame dos projetos de lei submetidos à sanção
•• Fixar padrões para os materiais usados no serviço público.
O DASP deveria ser um órgão normativo, de coordenação e controle, encarregado de univer-
salizar procedimentos, mas enfrentou problemas, entre eles o fato de o Estado ser visto como
oportunidade de empregos com vagas preenchidas por meio de indicações pessoais.
Apesar dos esforços de Vargas e de diversas melhorias implantadas, a lógica clientelista dos
empregos públicos nunca foi totalmente erradicada. Em suma, o Estado brasileiro se moderni-
zava administrativamente, mas continuava carregando antigas práticas patrimonialistas.
Ao longo do período entre 1930 e 1945 fortaleceu-se a tendência de centralização na adminis-
tração do País (poder da União sobre os estados). Após 1937, o Estado passou a assumir feições
ainda mais intervencionistas (Estado interventor). Além de sua expansão e ação centralizadora,
houve a criação de autarquias* (Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs) e de empresas
que definiram a base futura para o estado desenvolvimentista.
* Pode parecer um paradoxo, mas alguns autores consideram a criação dessa au-
tarquia um primeiro sinal de administração Gerencial, em pleno período de reforma
burocrática, pois uma autarquia representa a descentralização do poder do Estado.
Em suma, a reforma administrativa do Estado Novo foi o primeiro esforço sistemático de su-
peração do patrimonialismo. Foi uma ação deliberada e ambiciosa para burocratizar o Estado
brasileiro, que buscava introduzir no aparelho administrativo do país a centralização, a impes-
soalidade, a hierarquia, o sistema de mérito, a separação entre o público e o privado. Visava
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constituir uma administração pública mais racional e eficiente, que pudesse assumir seu papel
na condução do processo de desenvolvimento.
É importante ressaltar, no entanto, que a implementação dos princípios do modelo burocrático
nunca foi completa. A burocracia cumpriu o papel de frear a lógica patrimonialista, porém, não
conseguiu acabar de vez com suas práticas.
Os dois modelos passaram a coexistir, pois o Estado ainda fazia concessões ao velho
patrimonialismo, que na democracia nascente assumia a forma de clientelismo.
2.2. Décadas de 50 a 90
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I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
V – Controle.
O DL 200/67 era uma espécie de lei orgânica da administração pública, fixando princípios, es-
tabelecendo conceitos, balizando estruturas, determinando providências e definindo preceitos
claros de organização e funcionamento da máquina administrativa.
Os principais pontos da DL 200/67 são:
•• Instituição dos princípios do planejamento, da coordenação, da descentralização, da dele-
gação de competência e do controle;
•• Definição de programas de duração plurianual e do orçamento-programa anual como ba-
ses para a atividade do Estado.
Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a programas gerais, se-
toriais e regionais de duração plurianual, elaborados através dos órgãos de planeja-
mento, sob a orientação e a coordenação superiores do Presidente da República.
Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará
a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de
roteiro à execução coordenada do programa anual.
Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e ao orça-
mento-programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidos em conso-
nância com a programação financeira de desembolso.
•• Distinção entre a administração direta — os ministérios e demais órgãos diretamente su-
bordinados ao presidente da República — e a indireta, constituída pelos órgãos descentra-
lizados — autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista;
•• Garantia de autonomia para as autarquias, sociedades de economia mista, fundações e
empresas públicas.
•• Fortalecimento e flexibilização do sistema do mérito – nas unidades descentralizadas foram
utilizados empregados celetistas, submetidos ao regime privado de contratação de traba-
lho (sem concurso).
•• Fixação da estrutura do Poder Executivo federal, indicando os órgãos de assistência imedia-
ta do presidente da República e distribuindo os ministérios entre os setores político, eco-
nômico, social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos essenciais comuns
aos diversos ministérios – reagrupamento de departamentos, divisões e serviços em 16
ministérios;
•• Definição das bases do controle externo e interno.
•• Estabelecimento de normas mais flexíveis de aquisição e contratação de bens e serviços;
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•• Desenho dos sistemas de atividades auxiliares – pessoal, orçamento, estatística, adminis-
tração financeira, contabilidade e auditoria e serviços gerais.
Embora tenha se verificado um crescimento na administração direta, sobretudo com o aumen-
to do número de ministérios que foram desmembrados de outros, a marca maior do modelo foi
mesmo a expansão da administração indireta.
Essa expansão buscava maior agilidade e flexibilidade de atuação dessas entidades, melhor
atendimento às demandas do Estado e da sociedade, facilidade de aporte de recursos e, natu-
ralmente, facilidade de recrutamento, seleção e remuneração.
Isso resultou no fenômeno da dicotomia entre o “Estado tecnocrático e moderno” das instân-
cias da administração indireta e o “Estado burocrático, formal e defasado” da administração
direta.
Com a crise política e econômica de meados dos anos 70 e a transição democrática de 84, a re-
forma ficou inacabada e, com isso, o Decreto-Lei no 200/67 deixou sequelas negativas.
Em primeiro lugar, o ingresso de funcionários sem concurso público permitiu a reprodução de
velhas práticas patrimonialistas. Surgiu uma elite burocrática pública de alta qualidade – con-
tratada principalmente através de empresas estatais-, bem preparada, bem paga, que teve um
papel fundamental na execução dos projetos de desenvolvimento industrial.
Em segundo lugar, a negligência com a administração direta – rígida – que não sofreu mudan-
ças significativas na vigência do decreto, deixou de realizar concursos e de desenvolver carrei-
ras de altos administradores e, por consequência, enfraqueceu o núcleo estratégico do Estado.
Os militares abandonaram o poder deixando como saldo um país em crise.
Em setembro de 1985, é lançado o primeiro programa de
reformas do governo Sarney, que tinha três objetivos prin-
cipais: racionalização das estruturas administrativas, for-
mulação de uma política de recursos humanos e conten-
ção de gastos públicos.
Quanto à estrutura, o que se pretendia era fortalecer a ad-
ministração direta com base na assertiva de que ela tinha
sido negligenciada em detrimento da administração indi-
reta. Foi criada, por exemplo, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com o intuito
de formar novos dirigentes.
Houve a tentativa de resgatar o sistema de mérito, elaboração um novo plano de carreira, uma
revisão do estatuto do funcionalismo e um plano de retribuições. O governo, porém, fracassou
em tais tentativas.
A Constituição de 1988 produziu avanços significativos, particularmente no que se refere à de-
mocratização da esfera pública e aos avanços sociais. Atendendo aos clamores de participação
nas decisões públicas, foram institucionalizados mecanismos de democracia direta, favorecen-
do um maior controle social da gestão estatal, incentivou-se a descentralização político-admi-
nistrativa e resgatou-se a importância da função de planejamento.
Outro grande mérito foi a exigência de concurso público para entrada no serviço público, redu-
zindo substancialmente o empreguismo que tradicionalmente caracterizou o Estado.
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A crise do Estado pode ser vista sob distintas óticas:
1. Crise fiscal – devido ao excesso de gastos, o Estado passa a ser devedor e perde continua-
mente crédito; consequentemente, falta dinheiro para investir em serviços.
2. Falência do modelo intervencionista do Estado, que deixa de atender às demandas sociais;
3. Ineficácia do sistema (burocrático) da Administração do Estado.
As reformas econômicas e o ajuste fiscal ganharam impulso no governo Collor. Esse governo foi
contraditório: ao mesmo tempo em que iniciou as necessárias reformas orientadas para o mer-
cado, foi equivocado na Administração Pública, ao confundir reforma do Estado com corte de
funcionários, redução dos salários reais e diminuição do tamanho do Estado a qualquer custo.
Porém, na década de 90, as propostas de ajuste oriundas do
modelo neoliberal de Estado mínimo mostraram-se irrealistas
e houve a percepção de que a estagnação econômica era pro-
vocada pela crise do Estado. Nesse momento, ganhou força o
tema da reforma do Estado, ou então da sua reconstrução de
forma que ele não apenas garantisse a propriedade e os con-
tratos, mas também exercesse seu papel complementar ao
mercado na coordenação da economia e na busca da redução
das desigualdades sociais.
Segundo Bresser Pereira, se a proposta de um Estado mínimo
não é realista, e se o fator básico subjacente à desaceleração
econômica e ao aumento dos níveis de desemprego é a cri-
se do Estado, a conclusão só pode ser uma: o caminho para
resolver a crise não é provocar o definhamento do Estado,
enfraquecê-lo ainda mais do que já está enfraquecido, mas
reconstruí-lo, reformá-lo.
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2.3.2. Estratégias
O PDRAE abordava três dimensões estratégicas, as quais deveriam ser levadas em consideração
simultaneamente para o sucesso da implantação do Modelo Gerencial:
1. Dimensão institucional-legal: alterar e/ou criar leis e instituições para adequar o Estado ao
modelo gerencial. A operacionalização das mudanças pretendidas exige, a priori, o aper-
feiçoamento do sistema jurídico-legal, notadamente de ordem constitucional, de maneira
a remover os constrangimentos existentes que impedem a adoção de uma administração
ágil e com maior grau de autonomia. Neste sentido, a reforma contempla a proposição de
emendas constitucionais, como a reforma tributária e a reforma da previdência.
2. Dimensão cultural: sepultar de vez o patrimonialismo e passar por uma transição burocrá-
tica–gerencial.
3. Dimensão gestão: colocar em prática as novas ideias gerenciais e oferecer à comunidade
um serviço público mais barato, com um melhor controle e uma melhor qualidade (exce-
lência no serviço público).
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Administração
Aula XX
Legislação aplicável
Recursos Patrimoniais
A IN 205/88 define material como “Designação genérica de equipamentos, componentes,
sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados
ou passíveis de emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente
de qualquer fator, bem como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas,
acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis”.
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Material é, em suma, todo bem que pode ser contado, registrado e que tem por função
atender às necessidades de produção ou de prestação de serviço de uma organização pública
ou privada.
Conforme Pozo (2010), os recursos patrimoniais de uma organização compreendem instalações,
máquinas, equipamentos e veículos que fazem possível sua existência, ou seja, sua operação.
São todos os bens necessários para a empresa operar, criar valor e proporcionar satisfação
ao cliente. Os recursos patrimoniais, na análise contábil da empresa, fazem parte do ativo
imobilizado.
Essa definição faz uma clara distinção entre os recursos patrimoniais (imóveis e materiais
de natureza duradoura dentro da organização) e os demais materiais de natureza transitória
(matérias-primas, produtos acabados, etc.).
Recursos patrimoniais: pertencem ao ativo imobilizado, que é composto por bens e direitos de
natureza permanente que são utilizados para a manutenção das atividades normais da empresa,
servindo à sua estrutura. A empresa não pretende vender esses bens, ou seja, não há intenção de
transformá-los em dinheiro no curto prazo. Exemplos: terrenos, imóveis, equipamentos, móveis,
veículos, ferramentas.
– Podem ser móveis ou imóveis (patrimônio mobiliário ou imobiliário).
Demais bens materiais: são os estoques que pertencem ao ativo circulante, aquele que está
constantemente em giro, movimento, circulação. É composto por bens e direitos que a empresa
consegue realizar (transformar) em dinheiro até o final do exercício seguinte (no curto prazo).
Exemplos: estoques de matérias-primas, de produtos em fabricação, de produtos acabados.
1. Material de Consumo = aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei n.
4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois
anos;
2. Material Permanente = aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua
identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. Para o correto
enquadramento, a mesma Portaria n° 448 define a adoção de cinco condições excludentes
para a identificação do material permanente, sendo classificado como material de consumo
aquele que se enquadrar em um ou mais itens dos que se seguem:
I – Durabilidade: quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições
de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;
II – Fragilidade: material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou
deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
III – Perecibilidade: material sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou
perde sua característica normal de uso;
IV – Incorporabilidade: quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser
retirado sem prejuízo das características do principal;
V – Transformabilidade: quando adquirido para fim de transformação.
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Administração – Noções de Administração de Recursos Materiais – Prof. Rafael Ravazolo
Verificadas as condições acima citadas, outro parâmetro que complementa a definição final
da classificação é se o bem está sendo adquirido especificamente para compor o acervo
patrimonial da Instituição - nestas circunstâncias, este material deve ser classificado sempre
como um bem permanente.
Em suma, os Recursos Patrimoniais (ou bens patrimoniais) representam o conjunto de bens
imóveis e móveis que diferem dos demais recursos materiais pelos seguintes motivos:
•• Possuem natureza relativamente permanente;
•• São utilizados na operacionalização da produção;
•• São adquiridos esporadicamente;
•• Sofrem desgaste de uso e obsolescência;
•• Necessitam de manutenção.
•• Seu objetivo não é ser colocado à venda/comercialização.
Os três tipos de alterações mais frequentes nos recursos patrimoniais são:
•• Adição: aquisição de unidade/equipamento novo, ou ampliação de um ativo já
existente. Ex: construção de um prédio novo.
•• Benfeitoria: melhoria de um item para melhorar a produção. Ex: reforma de uma
fábrica.
•• Substituição: troca de um item por outro de mesmo tipo por motivo de modernização.
Ex: maquinário mais moderno no lugar de outro obsoleto.
IN 205/88
DA AQUISIÇÃO
2. As compras de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade
específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento
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de Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes
repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais,
(delegacias, distritos, etc.).
RACIONALIZAÇÃO
2.1. É recomendável que as unidades supracitadas centralizem as aquisições de material de uso
comum, a fim de obter maior economicidade, evitando-se a proliferação indesejável de outros
setores de compras.
2.2. A descrição do material para o Pedido de Compra deverá ser elaborada através dos
métodos:
2.2.1. Descritivo, que identifica com clareza o item através da enumeração de suas
características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando sua
perfeita caracterização para a boa orientação do processo licitatório e deverá ser utilizada
com absoluta prioridade, sempre que possível;
2.2.2. Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do material, aliado
ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabricante, não representando
necessariamente preferência de marca.
2.3. Quando se tratar de descrição de material que exija maiores conhecimentos técnicos,
poderão ser juntados ao pedido os elementos necessários, tais como: modelos, gráficos,
desenhos, prospectos, amostras, etc.
2.4. Todo pedido de aquisição só deverá ser processado após verificação da inexistência,
no almoxarifado, do material solicitado ou de similar, ou sucedâneo que possa atender às
necessidades do usuário.
2.5. Deve ser evitada a compra volumosa de materiais sujeitos, num curto espaço de tempo,
à perda de suas características normais de uso, também daqueles propensos ao obsoletismo
(por exemplo: gêneros alimentícios, esferográficas, fitas impressoras em geral, corretivos para
datilografia, papel carbono e impressos sujeitos serem alterados ou suprimidos, etc.).
DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO
3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no local
previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a responsabilidade
pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos
almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido,
caso em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de recebimento,
o registro de entrada do material será sempre no Almoxarifado.
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a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do
contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou
vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no
art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a
especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente
aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante
termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou serviço, nem a ético-profissional pela perfeita execução do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;
III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde
que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de
funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Tombamento
Tombamento é a operação de registro, oficialização de que um bem está sob a tutela do Estado.
É o procedimento administrativo que consiste em cadastrar o bem adquirido, discriminando as
características, especificações, valor de aquisição e demais informações.
O tombamento, portanto, envolve a escrituração - o processo de inclusão do bem através da sua
identificação e valor, no acervo do órgão. A incorporação do bem é realizada por lançamento
contábil no sistema utilizado pela Administração Pública, após registros de entrada nos sistemas
de gerenciamento do Almoxarifado e do Patrimônio.
O Tombamento dos materiais permanentes é normalmente executado pelo almoxarifado,
atribuindo-se a cada material um número de registro patrimonial sequencial, individualizando
cada um dos bens. Esta determinação atende à IN 205/88:
7.13. Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais permanentes
receberão números sequenciais de registro patrimonial.
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7.13.2. Para o material bibliográfico, o número de registro patrimonial poderá ser aposto
mediante carimbo.
Caso ocorra o extravio de um bem patrimonial, independente da apuração através do processo
administrativo, o bem adquirido para reposição receberá uma nova numeração. O antigo bem
será descarregado.
DA ARMAZENAGEM
4. A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preservação do material
adquirido, a fim de suprir adequada mente as necessidades operacionais das unidades
integrantes da estrutura do órgão ou entidade.
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4.1. Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros são:
a) os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo, e protegidos contra a ação
dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos;
b) os materiais estocados há mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar, (primeiro a
entrar, primeiro a sair - PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento do estoque;
c) os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido
inventário;
d) os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em lugar de fácil
acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação
deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição;
e) os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso utilizar
corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;
f) a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos
extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combater a incêndio
(Corpo de Bombeiros);
g) os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de
facilitar a movimentação e inventário;
h) os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das
estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a
movimentação;
i) os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quando
houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização;
j) a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso
ao local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item,
permitindo a fácil e rápida leitura de identificação e das demais informações registradas;
l) quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das
pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento
(distância de 70 cm aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes).
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5.1.3. O fornecimento por Requisição é o processo mais comum, pelo qual se entrega o
material ao usuário mediante apresentação de uma requisição (pedido de material) de uso
interno no órgão ou entidade.
5.2 As requisições/fornecimentos deverão ser feitos de acordo com:
a) as tabelas de provisão;
b) catálogo de material, em uso no órgão ou entidade.
5.3 As quantidades de materiais a serem fornecidos deverão ser controladas, levando-se em
conta o consumo médio mensal dessas unidades usuárias, nos 12 (doze) últimos meses.
5.4. Nas remessas de material para unidades de outras localidades, o setor remetente, quando
utilizar transporte de terceiros, deverá atentar para o seguinte:
a) grau de fragilidade ou perecibilidade do material;
b) meio de transporte mais apropriado;
c) valor do material, para fins de seguro pela transportadora; e
d) nome e endereço detalhado do destinatário de forma a facilitar o desembaraço da
mercadoria ou a entrega direta a esse destinatário.
5.5. A guia de remessa de material (ou nota de transferência), além de outros dados informativos
julgados necessários, deverá conter:
a) descrição padronizada do material;
b) quantidade;
c) unidade de medida;
d) preços (unitário e total);
e) número de volumes;
f) peso;
g) acondicionamento e embalagem; e
h) grau de fragilidade ou perecibilidade do material.
5.6. O remetente comunicará, pela via mais rápida, a remessa de qualquer material, e o
destinatário, da mesma forma, acusará o recebimento.
5.7. Para atendimento das requisições de material cujo estoque já se tenha exaurido, caberá ao
setor de controle de estoques encaminhar o respectivo pedido de compra ao setor competente
para as devidas providências.
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DA CARGA E DESCARGA
6. Para fins desta I.N., considera-se:
a) carga - a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de material pelo seu consignatário;
b) descarga - a transferência desta responsabilidade.
6.1. Toda movimentação de entrada e saída de carga deve ser objeto de registro, quer trate de
material de consumo nos almoxarifados, quer trate de equipamento ou material permanente
em uso pelo setor competente. Em ambos os casos, a ocorrência de tais registros está
condicionada à apresentação de documentos que os justifiquem.
6.2. O material será considerado em carga, no almoxarifado, com o seu registro, após o
cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.
6.3. Quando obtido através de doação, cessão ou permuta, o material será incluído em carga, à
vista do respectivo termo ou processo.
6.4. A inclusão em carga do material produzido pelo órgão sistêmico será realizada à vista de
processo regular, com base na apropriação de custos feita pela unidade produtora ou, à falta
destes, na valoração efetuada por comissão especial, designada para este fim.
6.5. O valor do bem produzido pelo órgão sistêmico será igual à soma dos custos estimados para
matéria-prima, mão-de-obra, desgaste de equipamentos, energia consumida na produção, etc.
6.5. 1. A descarga, que se efetivará com a transferência de responsabilidade pela guarda do
material:
a) deverá, quando viável, ser precedida de exame do mesmo, realizado, por comissão especial;
b) será, como regra geral, baseada em processo regular, onde constem todos os detalhes do
material (descrição, estado de conservação, preço, data de inclusão em carga, destino da
matéria-prima eventualmente aproveitável e demais informações);
c) decorrerá, no caso de material de consumo, pelo atendimento às requisições internas, e em
qualquer caso, por cessão, venda, permuta, doação, inutilização, abandono (para aqueles
materiais sem nenhum valor econômico) e furto ou roubo.
6.5.2. Face ao resultado do exame mencionado na alínea "a" deste subitem, o dirigente
do Departamento de Administração ou da unidade equivalente aquilatará da necessidade
de autorizar a descarga do material ou a sua recuperação, que, ainda, se houver indício
de irregularidade na avaria ou desaparecimento desse material, mandar proceder a
Sindicância e/ou Inquérito para apuração de responsabilidades, ressalvado o que dispõe o
item 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/83.
6.6. Em princípio, não deverá ser feita descarga isolada das peças ou partes de material que,
para efeito de carga tenham sido registradas com a unidade "jogo", "conjunto", "coleção", mas
sim providenciada a sua recuperação ou substituição por outras com as mesmas características,
de modo que fique assegurada, satisfatoriamente, a reconstituição da mencionada unidade.
6.6.1. Na impossibilidade dessa recuperação ou substituição, deverá ser feita, no registro
do instrumento de controle do material, a observação de que ficou incompleto(a) o(a)
"jogo", "conjunto", "coleção"; anotando-se as faltas e os documentos que as consignaram.
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SANEAMENTO DE MATERIAL
7. Esta atividade visa a otimização física dos materiais em estoque ou em uso decorrente da
simplificação de variedades, reutilização, recuperação e movimentação daqueles considerados
ociosos ou recuperáveis, bem como a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis.
7.1. Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Estas atividades são
responsáveis pela identificação dos itens ativos e inativos.
7.1.1. Consideram-se itens ativos - aqueles requisitados regularmente em um dado período
estipulado pelo órgão ou entidade.
7.1.2. Consideram-se itens inativos - aqueles não movimentados em um certo período
estipulado pelo órgão ou entidade e comprovadamente desnecessários para utilização
nestes.
7.2. O setor de controle de estoques, com base nos resultados obtidos em face da Revisão e
Análise efetuadas promoverá o levantamento dos itens, realizando pesquisas junto às unidades
integrantes da estrutura do órgão ou entidade, com a finalidade de constatar se há ou não a
necessidade desses itens naqueles setores.
7.2.1. Estas atividades também são responsáveis pelo registro sistemático de todas as
informações que envolvem um item de material. Este registro deverá ser feito de modo a
permitir um fácil acesso aos dados pretendidos, bem como, deverá conter dispositivos de
"Alerta" para situações não desejadas.
7.3. O controle deverá sempre satisfazer as seguintes condições:
a) fácil acesso às informações;
b) atualização num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o registro.
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TIPOS DE CONTROLES
7.4. Generalizar o controle seria, além de dispendioso, às vezes impossível quando a quantidade
e diversidade são elevadas. Deste modo, o controle deve ser feito de maneira diferente para
cada item de acordo com o grau de importância, valor relativo, dificuldades no ressuprimento.
7.4.1. Estes controles podem ser:
a) registro de pedidos de fornecimento (requisições);
b) acompanhamento periódico;
c) acompanhamento a cada movimentação.
7.4.2 Em se tratando de itens que envolvam valores elevados ou de importância vital para a
organização, à medida que são requisitados deve-se observar o Intervalo de Aquisição para
que não ocorram faltas e consequentemente ruptura do estoque.
RENOVAÇÃO DE ESTOQUE
7.5 O acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de quando e quanto comprar
deverão ocorrer em função da aplicação das fórmulas constantes do subitem 7.7.
7.6 Os fatores de Ressuprimento são definidos:
a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo nos últimos 12 meses;
b) Tempo de Aquisição (T) - período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o
recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês);
c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre duas aquisições normais e
sucessivas;
d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quantidade de material a ser mantida
em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para um certo período
ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. É aplicável
tão somente aos itens indispensáveis aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se
multiplicando o consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que
deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T;
e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque, suficiente
para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem,
disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição,
perecimento, obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do
Consumo Médio Mensal pelo intervalo de Aquisição;
f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão
de um pedido de compra, visando a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando
ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aquisição;
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DA MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE
7.9. A movimentação de material entre o almoxarifado e outro depósito ou unidade
requisitante deverá ser precedida sempre de registro no competente instrumento de controle
(ficha de prateleira, ficha de estoque, listagens processadas em computador) à vista de guia de
transferência, nota de requisição ou de outros documentos de descarga.
7.10. Ao Departamento de Administração ou unidade equivalente compete ainda: supervisionar
e controlar a distribuição racional do material requisitado, promovendo os cortes necessários
nos pedidos de fornecimento das unidades usuárias, em função do consumo médio apurado
em série histórica anterior que tenha servido de suporte para a projeção de estoque vigente
com finalidade de evitar, sempre que possível, a demanda reprimida e a consequente ruptura
de estoque.
7.11. Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser distribuído à unidade
requisitante sem a respectiva carga, que se efetiva com o competente Termo de Responsabilidade,
assinado pelo consignatário, ressalvados aqueles de pequeno valor econômico, que deverão
ser relacionados (relação carga), consoante dispõe a I.N./SEDAP nº142/83.
7.12. Cumpre ao Departamento de Administração ou unidade equivalente no que concerne
ao material distribuído, cuidar da sua localização, recolhimento, manutenção e redistribuição,
assim como da emissão dos competentes Termos de Responsabilidade que deverão conter os
elementos necessários à perfeita caracterização do mesmo.
7.13. Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais permanentes
receberão números sequenciais de registro patrimonial.
7.13.1. O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante gravação,
fixação de plaqueta ou etiqueta apropriada.
7.13.2. Para o material bibliográfico, o número de registro patrimonial poderá ser aposto
mediante carimbo.
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7.13.3. Em caso de redistribuição de equipamento ou material permanente, o termo de
responsabilidade deverá ser atualizado fazendo-se dele constar a nova localização, e seu
estado de conservação e a assinatura do novo consignatário.
7.13.4. Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser movimentado, ainda
que, sob a responsabilidade do mesmo consignatário, sem prévia ciência do Departamento
de Administração ou da unidade equivalente.
7.13.5. Todo equipamento ou material permanente somente poderá ser movimentado de
uma unidade organizacional para outra, através do Departamento de Administração ou da
unidade equivalente.
7.13.6. Compete ao Departamento de Administração ou unidade equivalente promover
previamente o levantamento dos equipamentos e materiais permanentemente em uso
junto aos seus consignatários, com a finalidade de constatar os aspectos quantitativos e
qualitativos desses.
7.13.7. O consignatário, independentemente de levantamento, deverá comunicar ao
Departamento de Administração ou unidade equivalente qualquer irregularidade de
funcionamento ou danificação nos materiais sob sua responsabilidade.
7.13.8. O Departamento de Administração ou unidade equivalente providenciará a
recuperação do material danificado sempre que verificar a sua viabilidade econômica e
oportunidade.
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b) inicial - realizado quando da criação de uma unidade gestora, para identificação e registro
dos bens sob sua responsabilidade;
c) de transferência de responsabilidade- realizado quando da mudança do dirigente de uma
unidade gestora;
d) de extinção ou transformação - realizado quando da extinção ou transformação da unidade
gestora;
e) eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade gestora ou
por iniciativa do órgão fiscalizador.
8.1.1. Nos inventários destinados a atender às exigências do órgão fiscalizador (SISTEMA
DE CONTROLE INTERNO), os bens móveis (material de consumo, equipamento, material
permanente e semoventes) serão agrupados segundo as categorias patrimoniais constantes
do plano de Contas Único (I.N./STN nº 23/86).
8.2. No inventário analítico, para a perfeita caracterização do material, figurarão:
a) descrição padronizada;
b) número de registro;
c) valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado ou preço de avaliação);
d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecuperável);
e) outros elementos julgados necessários.
8.2.1. O material de pequeno valor econômico que tiver seu custo de controle evidentemente
superior ao risco da perda poderá ser controlado através do simples relacionamento de material
(relação carga), de acordo com o estabelecido no item 3 da I.N./DASP nº142/83.
8.2.2. O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido será
avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo
estado de conservação e a preço de mercado.
8.3. Sem prejuízo de outras normas de controle dos sistemas competentes, o Departamento
de Administração ou unidade equivalente poderá utilizar como instrumento gerencial o
Inventário Rotativo, que consiste no levantamento rotativo, contínuo e seletivo dos materiais
existentes em estoque ou daqueles permanentes distribuídos para uso, feito de acordo com
uma programação de forma á que todos os itens sejam recenseados ao longo do exercício.
8.3.1. Poderá também ser utilizado o Inventário por Amostragens para um acervo de grande
porte. Esta modalidade alternativa consiste no levantamento em bases mensais, de amostras
de itens de material de um determinado grupo ou classe, e inferir os resultados para os demais
itens do mesmo grupo ou classe.
8.4. Os inventários físicos de cunho gerencial, no âmbito do SISG deverão ser efetuados por
Comissão designada pelo Diretor do Departamento de Administração ou unidade equivalente,
ressalvado aqueles de prestação de contas, que deverão se subordinar às normas do Sistema
de Controle Interno.
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Outros aspectos relevantes sobre Inventários
Na administração pública, por força legal, o inventário deve ser feito ao menos uma vez por
ano.
Periodicamente, deve-se efetuar inventários, ou seja, contagens físicas dos itens em estoque,
para verificar:
•• Diferenças nas quantidades entre estoque físico e o estoque contábil;
•• Diferenças nos valores entre o estoque físico e o estoque contábil;
•• Apuração do valor total de estoque físico e contábil.
Inventário físico permite o ajuste dos dados escriturais com o saldo físico do acervo patrimonial
em cada unidade, o levantamento da situação dos bens em uso e a necessidade de manutenção
ou reparos, a verificação da disponibilidade dos bens da unidade, bem como o saneamento do
acervo.
Os inventários podem ser:
Gerais (totais, periódicos): Contagem de todos os itens em estoque de uma só vez. Geralmente
realizados no final de cada exercício fiscal (ano). Normalmente é realizada a parada operacional
e administrativa total da empresa, para não haver interferências ou erros. Requer um bom
planejamento e muito pessoal (nem sempre especializado).
Rotativos: são aqueles realizados parcialmente e continuamente, segundo uma determinada
programação de tempo. Ex.: diariamente é contada uma parte do estoque e os eventuais
ajustes são feitos. Não há a necessidade de paralisação operacional, e o pessoal é especializado.
Permite ganho de tempo e o gasto é mínimo.
Uma das técnicas mais comuns de contagem cíclica consiste na classificação dos itens de
acordo com a Curva ABC. Então, cada classe de inventario é quantificada e, após, é definida a
periodicidade de contagem de acordo com a importância dos itens. Exemplo:
•• Classe A (mais importante) - 100 itens, que devem ser contados uma vez por mês; o total
de contagens no ano será 12 x 100 = 1200 contagens.
•• Classe B (intermediária) - 200 itens, que devem ser contados semestralmente; o total de
contagens no ano será de 200 x 2 = 400 contagens.
•• Classe C (menos importante) - 700 itens, que devem ser contados uma vez por ano; 700
contagens no ano.
•• A soma dos totais de cada classe (1200+400+700) dividido pelo número de dias úteis do
ano dará a quantidade de contagem diária a ser executada. Supondo que um ano tenha 210
dias úteis, a quantidade diária de contagens será (1200+400+700) / 210 = 11 contagens.
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deverá ser contado duas vezes, mesmo que a segunda seja por amostragem. Se houver
diferenças, deverá ser contado a terceira vez.
Princípios do Inventário
São princípios que devem ser observados quando da execução do inventário:
•• Instantaneidade: determina o momento (dia e hora) para realizar o levantamento do
inventário;
•• Oportunidade (tempestividade): estabelece que o tempo de execução do trabalho de
levantamento deve ser o mínimo possível. A exatidão dos dados está intimamente ligada à
proximidade da realização do trabalho;
•• Especificação: define a forma pela qual os elementos devem ser classificados,
individualizados e agrupados dentro da mesma espécie;
•• Homogeneidade: elege um denominador comum para expressar uma ideia valorativa de
todos os elementos, em geral a moeda corrente;
•• Integridade: determina que, uma vez fixados os limites do inventário, todos os elementos
patrimoniais compreendidos deverão ser objeto do levantamento;
•• Uniformidade: determina o estabelecimento das mesmas normas, estruturação e critérios
gerais para a confecção de todos os inventários, ano após ano, de forma a permitir
comparações entre eles.
Fases do Inventário
3. Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento patrimonial. Os
critérios de avaliação dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo. A
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atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua
natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade.
Outra medida de avaliação para a área de gestão dos estoques é o nível de serviço ou nível de
atendimento. É um indicador da eficácia do estoque em atender às solicitações dos usuários.
Quanto mais requisições forem atendidas dentro dos parâmetros solicitados (quantidades e
especificações), maior será o nível de serviço. Da mesma forma que a acurácia nos controles,
quanto mais próximo da unidade se encontrar o índice no nível de atendimento, mais eficaz
estará sendo o atendimento do estoque.
DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO
9. É obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar pela
sua boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se avariar.
9.1. Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de bens móveis do acervo,
compete ao Departamento de Administração, ou unidade equivalente organizar, planejar e
operacionalizar um plano integrado de manutenção e recuperação para todos os equipamentos
e materiais permanentes em uso no órgão ou entidade, objetivando o melhor desempenho
possível e uma maior longevidade desses.
9.2. A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos de cada
equipamento ou material permanente, de forma mais racional e econômica possível para o
órgão ou entidade.
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9.3. A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida com o bem
móvel orçar no máximo a 50% (cinquenta por cento) do seu valor estimado no mercado; se
considerado antieconômico ou irrecuperável, o material será alienado, de conformidade com o
disposto na legislação vigente.
DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAÇÃO
10. Todo servidor público poderá ser chamado à responsabilidade pelo desaparecimento
do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo dano que, dolosa ou
culposamente, causar a qualquer material, esteja ou não sob sua guarda.
10.1. É dever do servidor comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer irregularidade
ocorrida com o material entregue aos seus cuidados.
10.2. O documento básico para ensejar exame do material e/ou averiguação de causas da
irregularidade havida com o mesmo, será a comunicação do responsável pelo bem, de maneira
circunstanciada, por escrito, sem prejuízo de participações verbais, que, informalmente,
antecipam a ciência, pelo administrador, dos fatos ocorridos.
10.2.1. Recebida a comunicação, o dirigente do Departamento de Administração ou da unidade
equivalente, após a avaliação da ocorrência poderá:
a) concluir que a perda das características ou avaria do material decorreu do uso normal ou de
outros fatores que independem da ação do consignatário ou usuário;
b) identificar, desde logo, o(s) responsável(eis) pelo dano causado ao material, sujeitando-o(s)
às providências constantes do subitem 10.3.;
c) designar comissão especial para apuração da irregularidade, cujo relatório deverá abordar
os seguintes tópicos, orientando, assim, o julgamento quanto à responsabilidade do(s)
envolvido(s) no evento:
•• a ocorrência e suas circunstâncias;
•• estado em que se encontra o material;
•• valor do material, de aquisição, arbitrado e valor de avaliação;
•• possibilidade de recuperação do material e, em caso negativo, se há matéria-prima a
aproveitar;
•• sugestão sobre o destino a ser dado ao material; e,
•• grau de responsabilidade da(s) pessoa (s) envolvida (s).
10.3. Caracterizada a existência de responsável (eis) pela avaria ou desaparecimento do material
(alíneas b e c do subitem 10.2.1.), ficará(ão) esse(s) responsável(eis) sujeito(s), conforme o caso
e além de outras penas que forem julgadas cabíveis, a:
a) arcar com as despesas de recuperação do material; ou
b) substituir o material por outro com as mesmas características; ou
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c) indenizar, em dinheiro, esse material, a preço de mercado, valor que deverá ser apurado em
processo regular através de comissão especial designada pelo dirigente do Departamento
de Administração ou da unidade equivalente.
10.3.1. Da mesma forma, quando se tratar de material cuja unidade seja "jogo", "conjunto",
"coleção", suas peças ou partes danificadas deverão ser recuperadas ou substituídas por outras
com as mesmas características, ou na impossibilidade dessa recuperação ou substituição,
indenizadas, em dinheiro, de acordo com o disposto no subitem 10.3.(alínea c).
10.4. Quando se tratar de material de procedência estrangeira, a indenização será feita com
base no valor da reposição (considerando-se a conversão ao câmbio vigente na data da
indenização).
10.5. Quando não for (em), de pronto, identificado(s) responsável(eis) pelo desaparecimento ou
dano do material, o detentor da carga solicitará ao chefe imediatas providências para abertura
de sindicâncias, por comissão incumbida de apurar responsabilidade pelo fato e comunicação
ao órgão de Controle Interno, visando assegurar o respectivo ressarcimento à Fazenda Pública
(art. 84, do Decreto-Lei nº200/67).
10.6. Não deverá ser objeto de sindicância, nos casos de extravio, etc., o material de valor
econômico, nos termos do subitem 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/ 83.
10.7. Todo servidor ao ser desvinculado do cargo, função ou emprego, deverá passar a
responsabilidade do material sob sua guarda a outrem, salvo em casos de força maior, quando:
a) impossibilitado de fazer, pessoalmente, a passagem de responsabilidade do material,
poderá o servidor delegar a terceiros essa incumbência; ou
b) não tendo esse procedido na forma da alínea anterior, poderá ser designado servidor do
órgão, ou instituída comissão especial pelo dirigente do Departamento de Administração
ou da unidade equivalente, nos casos de cargas mais vultosas, para conferência e passagem
do material.
10.7.1. Caberá ao órgão cujo servidor estiver deixando o cargo, função ou emprego, tomar as
providências preliminares para a passagem de responsabilidade, indicando, inclusive, o nome
de seu substituto ao setor de controle do material permanente.
10.7.2. A passagem de responsabilidade deverá ser feita obrigatoriamente, à vista da verificação
física de cada material permanente e lavratura de novo Termo de Responsabilidade.
10.8. Na hipótese de ocorrer qualquer pendência ou irregularidade caberá ao dirigente do
Departamento de Administração ou da unidade equivalente adotar as providências cabíveis
necessárias à apuração e imputação de responsabilidade.
DA CESSÃO E ALIENAÇÃO
11. A cessão consiste na movimentação de material do Acervo, com transferência de posse,
gratuita, com troca de responsabilidade, de um órgão para outro, dentro do âmbito da
Administração Federal Direta.
11.1. A Alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do material
mediante, venda, permuta ou doação.
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11.2. Compete ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente, sem prejuízo de
outras orientações que possam advir do órgão central do Sistema de Serviços Gerais - SISG:
11.2.1. Colocar à disposição, para cessão, o material identificado como inativo nos almoxarifados
e os outros bens móveis distribuídos, considerados ociosos.
11.2.2. Providenciar a alienação do material considerado antieconômico e irrecuperável.
Decreto 99658/90
A seguir, os principais pontos do Decreto 99658/90, que regula o reaproveitamento, a
movimentação, a alienação e outras formas de desfazimento de material no âmbito da
Administração Pública Federal.
Art. 3º Para fins deste decreto, considera-se:
I – material – designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios,
veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas
atividades dos órgãos e entidades públicas federais, independente de qualquer fator;
II – transferência – modalidade de movimentação de material, com troca de responsabilidade,
de uma unidade organizacional para outra, dentro do mesmo órgão ou entidade;
III – cessão – modalidade de movimentação de material do acervo, com transferência gratuita
de posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes
de qualquer dos demais Poderes da União;
IV – alienação – operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante
venda, permuta ou doação;
V – outras formas de desfazimento - renúncia ao direito de propriedade do material, mediante
inutilização ou abandono.
Parágrafo único. O material considerado genericamente inservível, para a repartição, órgão ou
entidade que detém sua posse ou propriedade, deve ser classificado como:
a) ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;
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b) recuperável – quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinquenta por
cento de seu valor de mercado;
c) antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em
virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;
d) irrecuperável – quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a
perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação.
Art. 4º O material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele
necessitem.
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Parágrafo único. No interesse público, devidamente justificado pela autoridade competente,
o material disponível a ser permutado poderá entrar como parte do pagamento de outro a ser
adquirido, condição que deverá constar do edital de licitação ou do convite.
Art. 15. A doação, presentes razões de interesse social, poderá ser efetuada pelos órgãos integrantes
da Administração Pública Federal direta, pelas autarquias e fundações, após a avaliação de sua
oportunidade e conveniência, relativamente à escolha de outra forma de alienação, podendo
ocorrer, em favor dos órgãos e entidades a seguir indicados, quando se tratar de material:
I – ocioso ou recuperável, para outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta,
autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer dos demais Poderes da
União;
II – antieconômico, para os Estados e Municípios mais carentes, Distrito Federal, empresas
públicas, sociedades de economia mista e instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade
pública pelo Governo Federal;
III – irrecuperável, para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo
Governo Federal.
IV – adquirido com recursos de convênio celebrado com Estado, Território, Distrito Federal ou
Município e que, a critério do Ministro de Estado, do dirigente da autarquia ou fundação, seja
necessário à continuação de programa governamental, após a extinção do convênio, para a
respectiva entidade conveniente.
Art. 16. Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado como
irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga patrimonial e sua inutilização ou
abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que
serão incorporados ao patrimônio.
1º A inutilização consiste na destruição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital
para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a
Administração Pública Federal.
2º A inutilização, sempre que necessário, será feita mediante audiência dos setores
especializados, de forma a ter sua eficácia assegurada.
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DISPOSIÇÕES FINAIS
12. Nenhum material deverá ser liberado aos usuários, antes de cumpridas as formalidades
de recebimento, aceitação e registro no competente instrumento de controle (ficha de
prateleira, ficha de estoque, listagens).
14. As comissões especiais de que trata esta I.N., deverão ser constituídas de, no mínimo, três
servidores do órgão ou entidade, e serão instituídas pelo Diretor do Departamento de
Administração ou unidade equivalente e, no caso de impedimento desse, pela Autoridade
Administrativa a que ele estiver subordinado.
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1. Os equipamentos e as instalações desgastam-se com o uso, necessitando cada vez mais de
manutenção e aumentando os custos operacionais.
Depreciação
Depreciação de um bem patrimonial é a perda de valor que ele tem decorrente de seu uso no
tempo, obsolescência ou deterioração. Essa depreciação é controlada e regulada pela Receita
Federal, mediante instruções normativas em função do bem e de seu uso diário. A forma com
que iremos efetuar a depreciação do bem está, também, diretamente relacionada com seu uso
e sua classificação fiscal.
O sistema de depreciação que é aceito pela Receita Federal é o método linear, ou seja, aquele
em que o bem é depreciado em partes iguais durante sua vida útil. Consiste em dividir o
valor total do bem de Ativo em partes iguais, contabilizando uma parte por mês até a total
desvalorização do mesmo.
A vida útil de um bem irá depender das quantidades de horas que ele operará por dia. Uma
empresa pode operar 8 horas, 16 horas ou 24 horas por dia, tudo dependendo de seus recursos
e carteira de pedidos; em função do sistema de trabalho das empresas, a vida útil de um bem
em especial terá tempo de depreciação diferente em diferentes empresas.
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A depreciação do bem poderá mudar no transcorrer de operação de uma empresa caso mude a
quantidade de uso diário do equipamento mediante laudo pericial de órgão competente.
A depreciação linear é feita por meio da seguinte fórmula: D = (Vi – Vr) / Pu
D = Depreciação
Vi = Valor inicial do bem
Vr = Valor residual do bem
Pu = Período útil de vida do bem
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