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Capítulo 1 Centro Cirúrgico e Lavagem

O documento descreve os conceitos e procedimentos relacionados ao centro cirúrgico e lavagem de mãos, incluindo as três zonas do centro cirúrgico (proteção, limpa e estéril), assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização. Também detalha os passos para higienização simples e lavagem cirúrgica das mãos, incluindo o uso correto de escova, compressa e avental.
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Capítulo 1 Centro Cirúrgico e Lavagem

O documento descreve os conceitos e procedimentos relacionados ao centro cirúrgico e lavagem de mãos, incluindo as três zonas do centro cirúrgico (proteção, limpa e estéril), assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização. Também detalha os passos para higienização simples e lavagem cirúrgica das mãos, incluindo o uso correto de escova, compressa e avental.
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Monitoria de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental I

1
Centro Cirúrgico e Lavagem de Mãos

1.1 Ambientes do Centro Cirúrgico


O centro cirúrgico é um ambiente hospitalar composto por três zonas:
1. Zona de Proteção (Irrestrita): vestiários, área de transferência, expurgo e corredor periférico.
2. Zona Limpa (Semi-Restrita): conforto médico, secretaria, sala de recepção do paciente, sala
de recuperação pós-anestésica, almoxarifado, sala de acondicionamento de material
esterilizado, serviços auxiliares (anatomia patológica, radiologia) e lavabos.
3. Zona Estéril (Restrita): salas cirúrgicas.

Figura 1.1 Exemplo de um centro cirúrgico e suas zonas.

Cada zona do centro cirúrgico exige que o profissional esteja portando diferentes tipos de
vestimentas, para evitar contaminação do local. Assim sendo, divide-se da seguinte forma:
• Zona de Proteção: as vestes até então utilizadas serão trocadas pelas vestes habituais do
centro cirúrgico. Neste ambiente o profissional terá acesso aos materiais necessários para a
circulação na zona seguinte, a zona limpa, a qual requer paramentação especial.
• Zona Limpa: requer que o profissional esteja paramentado com pijama cirúrgico (composto
pela camisa e calça), propés e touca ou gorro.
• Zona Estéril: requer, além dos itens anteriores, a utilização da máscara cirúrgica, caso o LAP
de campos e/ou materiais cirúrgicos já se encontre aberto, tanto antes do início da cirurgia
quanto durante seu curso.
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1.2 Conceitos
1.2.11.2
Figura Assepsia
Da esquerda para a direita: pijama cirúrgico, máscara, propés, gorro e touca.
Conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de agentes infecciosos em locais
que não os contém (ambiente asséptico). Esse conceito engloba o preparo adequado do ambiente
cirúrgico, da equipe cirúrgica, do instrumental a ser utilizado e do campo operatório. É representada
pelo uso de avental cirúrgico, luvas estéreis, delimitação do campo operatório pelos campos
cirúrgicos estéreis e pelo uso de instrumentos cirúrgicos esterilizados.
Obs.: Os EPIs visam à proteção do profissional exposto ao risco biológico durante os
procedimentos cirúrgicos, enquanto que os equipamentos de finalidade asséptica promovem a
proteção do paciente, evitando o contato de microrganismos com a ferida operatória. Entretanto,
algumas vezes um mesmo equipamento pode ter os dois objetivos. A máscara cirúrgica, as luvas e o
avental cirúrgico, por exemplo, funcionam como EPI, mas também possuem finalidade asséptica. Por
outro lado, os óculos são apenas um EPI e os campos cirúrgicos tem apenas finalidade asséptica.
1.2.2 Antissepsia
Antissepsia é um conjunto de medidas utilizadas para inibir a colonização por
microrganismos patogênicos, por um determinado período de tempo, podendo ou não destruí-los.
Para isso, utilizam-se antissépticos / germicidas, por exemplo, álcool 70%, Clorexidina,
Polivinilpirrolidona-iodo – PVPI. A escovação cirúrgica das mãos e o preparo da área a ser operada
(pintura do paciente) são técnicas de antissepsia.
1.2.3 Desinfecção
Processo pelo qual se destrói particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua
toxina ou se inibe seu desenvolvimento, nas superfícies inanimadas, enquanto que a antissepsia é
destinada para tecidos vivos. Nem sempre os esporos são destruídos.
1.2.4 Esterilização
Processo de destruição de todas as formas de vida (bactérias, fungos, vírus, inclusive esporos)
de um objeto, mediante a aplicação de agentes físicos (calor úmido + pressão – autoclave; radiação –
raios alfa e gama) e/ou químicos (desinfetantes). Este conceito é absoluto, portanto o material é
estéril ou não, não cabendo a aplicação de meio termo.

1.3 Lavagem das Mãos


1.3.1 Higienização Simples das Mãos
Tem como objetivo remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da
pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à
permanência e proliferação de microrganismos. A duração desse procedimento deve ser de 40 a 60
segundos, de acordo com a ANVISA. A Figura 1.3 ilustra o passo-a-passo.
Passo-a-passo
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia.
2. Aplicar na palma das mãos quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir toda a
superfície das mãos.
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si.
Monitoria de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental I

4. Esfregar uma palma da mão contra o dorso da mão oposta,


entrelaçando os dedos. Repetir o procedimento com a mão
oposta.
5. Entrelaçar os dedos para friccionar os espaços interdigitais.
6. Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão oposta,
segurando os dedos, com movimentos de vai e vem (gangorra).
Repetir com a outra mão. Nesse passo, é preciso atentar para
esfregar todo o dorso dos dedos e não apenas a falanges distais.
7. Esfregar um polegar com o auxílio da palma da mão oposta,
fazendo movimento circular. Repetir no outro polegar.
8. Friccionar as polpas digitais e unhas de uma mão contra a
palma da mão oposta, fechada em concha, fazendo movimentos
circulares. Repetir com a outra mão.
9. Esfregar o punho com o auxílio da palma da mão oposta, em
movimento circular, repetindo com o outro punho.
10. Enxaguar as mãos, retirando completamente os resíduos de
sabão. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira.
11. Secar as mãos com papel descartável. Inicia-se pelas mãos e
seguindo pelos punhos. Desprezar o papel toalha.

Figura 1.3 – Sequência da Higienização Simples das Mãos (ANVISA)

1.3.2 Desinquinação
É uma lavagem básica e rápida das mãos feita com sabão comum, sem critérios de ordem,
realizada antes da lavagem cirúrgica das mãos.

1.3.3 Lavagem Cirúrgica das Mãos (Antissepsia Cirúrgica)


Tem como finalidade eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota
residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional (manutenção dos efeitos da
inativação bacteriana por algumas horas). A duração deste procedimento deve ser de 3-5 minutos
para a primeira cirurgia e de 2-3 minutos para as cirurgias subsequentes, de acordo com a ANVISA.
Antes de iniciar a lavagem, o profissional deve colocar a máscara cirúrgica, pois após esse
procedimento não será mais possível tocar nenhum objeto contaminado.
Passo-a-passo
1. Realizar a desinquinação (lavagem básica com sabão, sem maiores critérios).
2. Molhar a esponja e ensaboar as mãos e antebraços, com a parte esponjosa da escova, fazendo
muita espuma para não secar durante a escovação.
3. Com as cerdas da escova, escovar na seguinte ordem, revezando os lados: unhas, palmas,
dorso das mãos, interdigitais (lembrar-se das regiões laterais do 1º e 5º quirodáctilos), e, por
fim, antebraços.
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4. Enxaguar mãos e antebraços, sem tocar a torneira, pia ou parede, removendo completamente
a espuma.
5. Dirigir-se à sala de cirurgia com as mãos elevadas.

Preceitos básicos da lavagem cirúrgica das mãos


1. Remover anéis, relógios, pulseiras e outros acessórios, antes da desinquinação.
2. Alternar a mão a cada passo da lavagem. Por exemplo: unhas da mão direita, unhas da mão
esquerda, palmas da mão direita, palmas da mão esquerda, etc.
3. Não é necessário escovar em apenas um sentido.
4. O enxague deve ser feito em apenas um sentido.
5. As mãos devem ser mantidas elevadas, acima dos cotovelos e abaixo da altura dos ombros.

1.4 Secagem das Mãos com Compressa


Após lavagem cirúrgica das mãos, o profissional deve seguir com as mãos elevadas para a
sala de cirurgia, direcionando-se ao LAP de aventais e compressas previamente aberto pelo auxiliar
de sala. A sala também possui outro LAP, contendo campos cirúrgicos (Figura 1.4).
Passo-a-passo
1. Com a compressa aberta, enxugar uma mão com um lado da compressa e a outra mão com o
outro lado da compressa, de maneira a remover todo o excesso de água.
2. Deslizar a compressa de uma mão para o antebraço em movimento rotatório.
3. Dobrar a compressa, utilizando apenas uma mão, deixando a porção que foi utilizada no
primeiro antebraço para dentro.
4. Trocar de mão e deslizar a compressa pelo outro antebraço em movimento rotatório.
5. Desprezar as compressas com as mãos erguidas.

Figura 1.4 – LAP de compressas e aventais à esquerda e LAP de campos cirúrgicos à direita.
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Referências
1. Marques, RG. Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. Guanabara Koogan; 2005.
2. Goffi, FS. Técnica Cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4ª
edição. São Paulo: Atheneu; 2007
3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do Paciente em
Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. 2009.
4. Moriya T, Pimenta Módena JL. Assepsia e Antissepsia: Técnicas de Esterilização. Medicina,
Ribeirão Preto. 2008; 41(3): 265-73

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