UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO
Disciplina: Direito Ambiental: aspectos históricos, econômicos e políticos
Docente: Profa. Dra. Eliane Moreira
Discente: Juliana Coelho dos Santos
Data: 12/04/2019
Resenha do texto: HARDYN, Garret. La Tragedia de Los Bienes Comunes. In. El Cuidado
de Los Bienes Comum. ES: Gobierno y Manejo de Los Lagos y Bosques en La Amazonía.
Instituto Del Bien Comum: Peru, 2002, p. 33 a 47.
Sobre o autor1: Garret James Hardin (21/04/1915 – 14/09/2003) foi um ecologista americano
que se dedicou a estudar os impactos da população humana sobre a terra. Tornou-se bacharel
em Zoologia em 1936, pela Universidade de Chicago (EUA). Em 1941, concluiu o Ph.D em
Microbiologia, na Universidade de Stanford (EUA). Foi professor da Universidade da
Califórnia por mais de 30 (trinta) anos. Seu trabalho mais conhecido é o artigo intitulado “A
Tragédia dos Comuns”, de 1968.
Resenha: Hardin (2002) aborda no texto o problema demográfico e o qualifica como um
problema sem solução técnica. Esta solução, segundo o autor, requer o uso das técnicas das
ciências naturais e pouca ou nenhuma interferência dos valores humanos ou ideias de
moralidade.
Citando Malthus, Hardin (2002) afirma que a população tende a crescer de forma
exponencial e que, por outro lado, os bens materiais do mundo devem diminuir
incessantemente. Assim, entende que a miséria humana tende a crescer significativamente se
não for aceito, desde logo, o fato de que o mundo acessível à sociedade humana é finito.
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Sobre a biografia de Garret Hardin, consultar: <http://www.garretthardinsociety.org/gh/gh_cv.html>. Acesso
em 10 abr. 2019.
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O autor critica a Teoria de Bentham, de cunho utilitarista, a qual objetiva perseguir o
máximo proveito para o maior número possível. Para Hardin (2002), não é possível,
matematicamente, maximizar duas ou mais variáveis ao mesmo tempo. Além disso, o autor
entende que elevar ao máximo a população não eleva ao máximo a quantidade de bens. Logo,
o objetivo de Bentham, para Hardin (2002), é impossível.
Hardin (2002) indaga a respeito do máximo bem individual, indicando que os bens
são variáveis e não podem ser comparados entre si.
O autor aborda a tragédia da liberdade dos recursos comuns, ilustrando com um
exemplo de um pasto, no qual cada pastor age de modo a elevar ao máximo a sua utilidade.
Entretanto, é justamente nesse ponto que reside a tragédia, pois cada homem é levado a
alimentar a sua ganância ilimitadamente, em um mundo limitado. Por isso, Hardin (2002)
afirma que a liberdade dos recursos comuns é a ruína para toda a sociedade.
Para o autor, os recursos comuns só seriam justificáveis no contexto de uma baixa
densidade populacional, de modo que à medida que cresce a população, os recursos comuns
também devem deixar de existir. Cada restrição do uso dos bens comuns implicará na
restrição da liberdade pessoal de uma determinada pessoa, porém o uso indiscriminado, para
Hardin (2002) será a ruína de todos, sobretudo diante do fenômeno da superpopulação.
Como solução a esse problema, Hardin (2002) aduz que é necessário abandonar,
renunciar a liberdade de reprodução (procriação) e é papel da educação conscientizar a todos
a respeito da necessidade de abandonar essa liberdade. Somente assim, para o autor, será
possível pôr fim a este aspecto da tragédia dos recursos comuns.