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Trabalho de Historia Das Sociedades IV

1. O documento discute a sociedade moçambicana desde o período colonial até 1992, abordando temas como a construção social, nacionalismo, democracia e conflitos em estados africanos. 2. Durante o período colonial, a sociedade moçambicana foi profundamente transformada, com a abolição do tráfico de escravos e mudanças nas atividades econômicas. Isso levou à emergência de novas classes sociais e tensões entre colonizadores e colonizados. 3. O document
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Trabalho de Historia Das Sociedades IV

1. O documento discute a sociedade moçambicana desde o período colonial até 1992, abordando temas como a construção social, nacionalismo, democracia e conflitos em estados africanos. 2. Durante o período colonial, a sociedade moçambicana foi profundamente transformada, com a abolição do tráfico de escravos e mudanças nas atividades econômicas. Isso levou à emergência de novas classes sociais e tensões entre colonizadores e colonizados. 3. O document
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1

Conteúdo
1. Introdução....................................................................................................................................2

2. A construção social no período colonial......................................................................................3

2.1 A s classes sócias no período colonial.......................................................................................4

2.3 Situação sócio cultural após a independência de 1975 a 1992..................................................5

2.3.1 As mudanças sócio culturais com a criação do socialismo....................................................6

2.3.2 A alteração das políticas da Frelimo.......................................................................................7

3. Causas do sofrimento comum dos moçambicanos durante o período de dominação colonial....8

3.1 Requisito para com que as democracias africanas fossem legítimas.........................................9

O eleitor comum tem uma visão doméstica...................................................................................10

3.2 Diferença entre o poder tradicional e o poder dos políticos pós-independência.....................11

4. A democracia no Sudão, Marrocos, Chade e Nigéria................................................................12

4.3 A democracia no Chade...........................................................................................................13

5. Papel de Malangatana numa perspectiva nacionalista e pan-africanista...................................14

7. O papel da socialização na sociedade moçambicana.................................................................15

7.1 Critérios usados para a implantação das aldeias comunais em Moçambique..........................16

8. Relação existente entre NEPAD e o PARPA............................................................................18

9. Conclusão..................................................................................................................................19

10. Bibliografia..............................................................................................................................20
2

1. Introdução.
A colonização europeia em África e em Moçambique em particular, foi um dos motivos
principais para a pobreza extrema de África e a emancipação tardia dos povos neste continente.
Neste trabalho iremos tratar dos seguintes temas basilares: a construção social durante o período
colonial e entre 1975 a 1992; o nacionalismo e o pan-africanismo e o pan-arabismo no contexto
moçambicano; a democracia nos estados africanos; a guerra entre ruandeses e burundienses; as
bases de socialização em Moçambique e a relação entre NEPAD e PARPA.

Tratam se de temas de vital importância na medida em que nos ajuda a situar a realidade social e
económica de Moçambique actual partindo dos seus antecedentes históricos.

Em termos de estrutura, este trabalho apresente índice dos conteúdos abordados neste trabalho,
introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas de obras e instrumentos que
tornaram possível este trabalho.

Objectivo Geral.

 Analisar a sociedade moçambicana desde o período colonial até 1992 bem como a
questão das democracias e alguns conflitos nos estados africanos para além de conhecer o
nacionalismo e o pan-africanismo no contexto moçambicano.

Objectivos Específicos.

 Explicar a construção social no período colonial e entre 1975 a 1992;

 Descrever o pan-africanismo e o nacionalismo no contexto moçambicano;

 Interpretar as democracias africanas;

 Indicar as causas da guerra entre Burundi e Ruanda;

 Explicar as bases da socialização em Moçambique;

 Relacionar a NEPAD e PARPA.


3

Metodologia.

 Revisão bibliográfica.

2. A construção social no período colonial.


O processo social ocorrido desde os primeiros contactos entre africanos e europeus na costa de
África, alcançou o século XX com novos contornos de acordo com as conjunturas políticas e
sociais que eram erguidas no continente que culminaram em novas relações baseadas em novos
interesses.

Em Moçambique as transformações sociais durante o período colonial ocorreram de forma


diferente. O indico era um lugar de vasta rede comercial, dominada pelos árabes, swahiles, como
e o exemplo da ilha de Moçambique que tanto foi importante na altura do trafico de escravos.

Uma vez terminado o tráfico de escravos, a ilha perdeu seu grande atractivo e não era mais
interessante para os traficantes de escravos, que ali se estabeleceram. O tráfico em todo o território
de Moçambique havia se tornado ilegal em1842 e logo foi a vez da escravatura. A proibição do
trabalho escravo ocorreu em 1856, tornando se abolida a escravidão em 1869, ano em que o
código português entra em vigor[ CITATION Roc02 \l 1033 ].

Portanto, o fim da escravatura na ilha de Moçambique, os colonos não via no norte de


Moçambique tantas alternativas, razão que motivou a transferência do capital para Lourenço
Marques, actual Maputo.

Já no sul de Moçambique, o principal produto do comercio foi o marfim que não somente os
africanos mas também um pequeno numero de portugueses que chegaram a Moçambique.
Estabeleceu então Companhia de Feitorias de Lourenço Marques e Inhambane, embora tenha
sido abolida em 1830 devido o desinteresse dos portugueses em se estabelecer ali, bem como a
não colaboração das populações locais as exigências portuguesas em comprar o marfim a baixo
preço.

Com a rápida intensificação do fluxo migratório de africanos da região a actual África do sul
permitiu com que na segunda metade do século XIX surgissem as novas perspectivas no sul de
Moçambique. Inicialmente para as plantações de cana-de-açúcar, no Natal e logo depois para a
exploração de diamantes no Transval [ CITATION Roc02 \p 89 \l 1033 ] .

“A crescente ocupação colonial portuguesa da região sul de Moçambique ajudou Lourenço


Marques a ser legitimado distrito central de Moçambique” [ CITATION ZAM83 \p 253 \l 1033 ] . Com
4

as novas configurações regionais, o extremo sul ganhou um papel importante também nas
relações comerciais no indico.

De referir que Lourenço Marques, beneficiou se dos planos de urbanização organizados por uma
expedição de obras públicas em 1887, coordenados pelo engenheiro Joaquim José Machado, cujo
objectivo era a construção de infra-estruturas essenciais ao progresso urbano, como as obras de
saneamento, comunicação telegráficas estradas, caminho-de-ferro e instalação de serviços publico [
CITATION Roc02 \p 93 \l 1033 ].

A transição do centro político e económico do norte para o sul de Moçambique causaram


problemas graves no seio do grupo social que surgira ao norte.

2.1 A s classes sócias no período colonial.


Outra questão meramente social em Moçambique colonial foi a introdução do código civil
português em 1867. “Esse sistema considerava o grupo social vinculado a interpretação cultural
em Moçambique como cidadão português” [ CITATION MOU69 \l 1033 ] . De referir que este código
não era bem-vindo no olhar de António Enes, que na ideia dele será injusto tratar o africano da
mesma forma como o português, uma vez que cingia-se a descriminação e superioridade da raça
branca em relação ao negro.

Com o intuito de aumentar o prestígio dos brancos em relação aos negros moçambicanos, e com
forte influência de António Enes sugere o regulamento geral do trabalho indígena nas colónias
portuguesas, em 1914, que determinava a obrigatoriedade do trabalho aos indígenas tendo
chegado a tão baldado e crítico, Alvarado assimilado em 1917 (decreto numero 2/1917 apud
[ CITATION MOU69 \l 1033 ].

Esse decreto dividia a sociedade nas colónias em três categorias sócio jurídicas: o Assimilado
que era o africano considerado civilizado; o Indígena, o africano não civilizado; o não Indígena,
o Europeu. Era um estatuto que diferenciava ilegalmente a população de forma hierarquizada.

O Indígena, como categoria jurídica passa a existir para justificar e espaldar a exploração e os
interesses em geral da administração colonial, ou seja cravam se regras jurídicas e políticas
particularistas para tentar naturalizar uma inferioridade construída acerca do outro [ CITATION
CRU05 \l 1033 ].

Ressaltamos que o indígena e o assimilado, ambos tinham status inferior em relação ao não
indígena e trabalhavam a favor do europeu.
5

O descontentamento por parte dos moçambicanos e mestiços devido a esta exclusão social, levou
com que na segunda geração de um grupo de social de mestiços e pretos descendentes das
povoações do sul de Moçambique tais com os tsonga, bitongas, chopis e macuas e de europeus e
asiáticos fundaram em 1908 um núcleo recreativo, chamado Grémio Africano de Lourenço
Marques, que tinha por objectivo defender a proposta de valorização do africano diante das
imposições do governo colonial português.

“Assim as festas e as actividades recreativas se tornavam parte da institucionalização do


convívio desse grupo” [ CITATION Roc02 \p 182 \l 1033 ]. Para além do Grémio Africano, foi
fundado o jornal O Africano, ambos dirigidos por irmãos João e José Albasini.

Outros instrumentos literários que contestavam sobre as imposições do colonialismo português


foram o Brado Africano e o Clamor Africano. “O Brado Africano, que permaneceu em
circulação ate as vésperas da independência em 1974, sendo substituído por um certo espaço de
dois meses na década de 1930 pelo Clamor Africano devido a sua suspensão por sentença do
tribunal de relação”[ CITATION ZAM83 \p 76 \l 1033 ].

De ressaltar que Moçambique colonial, foi um palco de descriminação social e racial entre os
moçambicanos e os portugueses. O moçambicano era tido como um indivíduo não civilizado que
precisava lhe incutir a cultura europeia como forma de lhe civilizar, portanto o negro não tinha
privilégios e devia trabalhar para servir o português.

2.3 Situação sócio cultural após a independência de 1975 a 1992.


As mudanças operadas em Moçambique pelo sistema de administração portuguesa em finais do
período colonial, não foram suficientemente abrangentes de modo a criarem uma elite negra
educada. Na altura da independência, Moçambique tinha uma população com uma percentagem
de 90% de analfabetos, um número reduzido de técnicos e pessoas com formação
superior[ CITATION MAZ95 \l 1033 ].

No geral, havia poucas pessoas preparadas para preencherem os lugares abruptamente deixados
pelos portugueses. É importante registar que o êxodo de portugueses e de alguns indianos neste
período entre a transição e a pós-independência, foi acompanhado por uma ‘sabotagem’ da
economia de Moçambique, que pode ser caracterizada pelo esvaziamento das contas bancárias,
fraudes na importação de mercadorias e exportações ilegais de bens (carros, tractores, maquinaria,
etc.)[ CITATION MAZ95 \l 1033 ].
6

Na mesma altura, empresas e bancos portugueses procederam ao repatriamento do activo e dos


saldos existentes, criando assim um rombo na economia de Moçambique.

Logo após os primeiros anos de independência, a África do Sul iniciou um processo de


repatriamento de trabalhadores moçambicanos com contratos nas minas, e o fluxo de recrutamento
de trabalhadores sofreu uma redução nos anos seguintes (de 120 000 para 40 000 num só ano)
[ CITATION MAZ95 \l 1033 ] .

Este processo foi acompanhado por um redireccionamento da utilização dos serviços dos portos
e caminho-de-ferro de Lourenço Marques, pela África do Sul (recorde-se que por altura da
independência nacional, mais de 90% dos serviços prestados pelos portos e caminhos de ferro de
Moçambique eram direccionados para os países vizinhos).

Em 1976,Moçambique adere às sanções das Nações Unidas contra a Rodésia (Zimbabwe) e


encerra as suas fronteiras com este país. ’O encerramento das fronteiras com a Rodésia, para
além das consequências económicas mencionadas, trouxe também um processo de
desestabilização a Moçambique” [ CITATION HAN97 \l 1033 ]

Duas das grandes áreas de investimento na área social, foram a saúde e a educação. Na
educação, tentando contrariar as políticas coloniais, criam-se condições para a entrada massiva
de crianças nas escolas primárias, e periodizaram-se estratégias para diminuir rapidamente os
índices de analfabetismo e promover a educação de adultos. Na área da saúde, criaram-se
programas de saúde rural, tentando assim estender a rede sanitária a todo o país e privilegiando a
medicina preventiva.

Uma leitura pelos dados estatísticos sobre as áreas sociais, mostra-nos que em 7 anos o número de
ingressos nas escolas primárias duplicou e que no mesmo período, quadruplicou o número de
postos sanitários. No seu processo de intervenção, com vista à massificarão dos serviços sociais, o
Estado procede à nacionalização da saúde, da educação, da habitação e dos serviços de advocacia
privada (1975), e mais tarde a outras intervenções no campo económico [ CITATION HAN97 \l
1033 ].

2.3.1 As mudanças sócio culturais com a criação do socialismo.

Com a criação do Partido Marxista-Leninista, em 1977, criaram-se também os ‘movimentos


democráticos de massas’ para enquadrar os trabalhadores, as mulheres, a juventude,
organizações criadas ‘de cima para baixo’ sob a tutela e orientação do Partido. Durante este
período, Moçambique estabelece relações com os países do Leste europeu, de quem recebe
7

inicialmente uma ajuda no campo militar. Recorde-se que os primeiros indícios de conflitos
armados haviam surgido em 1976.

Como diz [ CITATION HAN97 \l 1033 ], ”desde os anos 60, quando a FRELIMO iniciou a
guerra, pairava sobre ela a nuvem da guerra fria, com os Estados Unidos e a NATO ao lado de
Portugal, o que levou este movimento a aliar-se à União Soviética e à China”

A adesão de Moçambique ao processo de sanções contra a Rodésia e o encerramento das


fronteiras entre os dois países, abriu o caminho para uma história de hostilidades que havia de
durar até aos anos 90.

2.3.2 A alteração das políticas da Frelimo

A guerra, a seca e as calamidades naturais alargaram o âmbito das pressões internas para
alteração das políticas da FRELIMO. A situação económica e social sofria umas degradações
crescentes. Em algumas províncias era já visível o espectro da fome e era necessário mobilizar
recursos para o pagamento da dívida externa. Entrara-se já numa fase de ruptura do mercado,
com uma hegemonia do mercado negro e uma consequente baixa cambial

A estratégia socialista apresentava sinais evidentes de desmoronamento. Em contrapartida, as


conversações para adesão ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
avançavam progressivamente no cenário socioeconómico local, o que veio a resultar no
lançamento das reformas económicas. Em meados da década de 80, são visíveis os esforços da
FRELIMO no campo político e económico, para alterar as consequências negativas resultantes
da estratégia de desenvolvimento utilizada anteriormente.

As pressões políticas no campo interno e externo e a necessidade de receber ajuda alimentar para
superar a crise económica e as consequências da guerra e das calamidades naturais levaram a
FRELIMO a redefinir a sua política externa. Em 1982 o governo ‘começou a cortejar os Estados
Unidos e a fazer a sua "viragem para o Ocidente [ CITATION HAN97 \l 1033 ]

Em 1984, assinou o ‘Acordo de Nkomati’ com a África do Sul, uma tentativa de cortar os apoios
da África do Sul à RENAMO. Com este acordo, criaram-se também alguns espaços para
negociações sobre a mão-de-obra moçambicana, e sobre o fornecimento da energia eléctrica de
Cabora-Bassa para a África do Sul.
8

Depois de uma fase de economia centralmente planificada, em 1985 dão-se os primeiros passos
para a sua liberalização, o que leva a uma transição.

2.3.3 Os primeiros indícios de liberalismo em Moçambique.

Visando reverter as tendências negativas do crescimento económico através de um reajustamento


estrutural, em 1987 é introduzido o Programa de Reabilitação Económica (PRE) e em 1990 o
Programa de Reabilitação Económica e Social (PRES).

O programa de ajustamento estrutural, é um pacote que envolve o livre comércio, a


desregulamentação e a privatização. O governo liberalizou os preços, praticamente terminou a
sua gestão do mercado, cortou o seu orçamento nos sectores sociais, e introduziu mudanças nas
políticas da saúde e da educação, onde foi estabelecido um sistema que atribui acesso com base no
rendimento[ CITATION HAN97 \l 1033 ].

As hostilidades entre a RENAMO e a FRELIMO, terminaram com a assinatura dos acordos de


paz assinadas em Roma no dia 4 de Outubro de 1992. Esta guerra de desestabilização política,
destruiu várias infra-estruturas sócio culturais construídas no tempo colonial.

3. Causas do sofrimento comum dos moçambicanos durante o período de dominação


colonial.
Tal como os demais processos nacionalistas, o nacionalismo moçambicano se caracterizou pela
articulação do mito e pragmatismo. Em relação ao mito, destaca-se a tese do Dr. Eduardo
Mondlane segundo a qual a “experiência colonial comum[ CITATION MON77 \p 107 \l
1033 ]”,
Em Moçambique, constitui a base histórica sobre a qual se deveria reconhecer a legitimidade
política do movimento nacionalista no país, representado pela Frelimo, como também da luta de
libertação nacional e da formação do estado independente.
Na essência, o mito deriva da concepção política adaptada pela FRELIMO segundo a qual, com a
sua fundação em 25 de Junho de 1962, na Tanzânia, ela se constituíra na única autoridade política,
cuja legitimidade na luta pela independência moçambicana e formação do estado-nação, era
justificada por ela ser a consagração contemporânea da luta secular da qual se tornara
herdeira[ CITATION MAZ95 \l 1033 ]:
A resistência histórica do nosso Povo à dominação estrangeira inicia-se com as primeiras
tentativas colonialistas de conquista e dominação dos Estados soberanos que existiam na nossa
Pátria. É na tradição da resistência multissecular que se enraíza o espírito patriótico do nosso
9

Povo, a linha patriótica da FRELIMO. Evocarmos, pois esta dimensão é relembrar uma herança
fundamental de que a FRELIMO se tornou a única e legítima herdeira e continuadora.
No segundo caso, em relação ao pragmatismo, referimo-nos ao paradigma do nacionalismo
autoritário, que se entende, neste texto, como sendo o projecto político da Frelimo de formação
do estado, que reconhece a condição legitimadora que reside na imaginação nacional.
Nesse Projecto de formação de estado em Moçambique, a imaginação nacional, figura como a
base social da moçambicanidade, apresentada no discurso político como o vínculo histórico ou
mítico da unidade nacional e justificativa da integridade territorial da ex-colónia[ CITATION
MON77 \l 1033 ].
Não obstante a importância atribuída na tese do Dr. Eduardo Mondlane, em relação à origem do
nacionalismo moçambicano, tanto quanto nos parece, o mito terá se revelado inaplicável, em
termos práticos, eventualmente, ao nível interno, como figura legitimadora do ideário de unidade
nacional e integridade territorial.

O nacionalismo moçambicano, como praticamente todo o nacionalismo africano, foi fruto directo
do colonialismo europeu. A base mais característica da unidade nacional
moçambicana é a experiência comum (em sofrer) do povo durante os últimos cem anos de
controlo colonial português no intuito de pacificar a pátria e alcançar a
independência[ CITATION MAZ95 \l 1033 ].

Uma das bases fundamentais da crescente exploração que Portugal quis implementar em
Moçambique após 1930, era a repreensão político fascista, que impediu o desenvolvimento de
organizações anticoloniais. A luta dos moçambicanos contra a dominação e exploração colonial
capitalista nunca esteve apagada. No entanto, ela foi adquirindo formas e dimensões diversas de
acordo com as circunstâncias da exploração e preensão colonial.

3.1 Requisito para com que as democracias africanas fossem legítimas.

 As mudanças que ocorrem com o decorrer do tempo fazem com que novas necessidades
apareçam, e com isso a democracia deve passar por uma fase adaptativa. Para existir democracia,
é necessário que haja um consentimento, visando o futuro do povo. “A base da democracia
legítima é a fé em constituições e eleições, acreditando na participação popular” (FILHO &
Gonçalves, 1978, p. 176).  
10

Democracia não deve ser classificada só como uma forma de governo, pois implica em uma
espécie de sociedade em que a ascensão humana é a finalidade, e a cooperação é o método mais
viável. “Para se viver democraticamente, o facto de ceder as pressões governamentais deve ser
anulado das atitudes populares” Ibidem (1978:178).

Os debates são consideráveis a partir do fato de que formulam pensamentos e elevam as ideias de
cada pessoa. A democracia baseada na participação activa conduz à capacidade de criação de
todos.

A grande maioria, vota pensando, tão-somente os seus interesses particulares (da sua pessoa, da
sua classe social ou do seu grupo económico), ou regionais (do município ou do estado) -
raramente com os olhos voltados, para os problemas da nação e nesta senda deveria ser o
contrário.

O eleitor comum tem uma visão doméstica, para não dizer pessoal, dos problemas da nação, e
é isto que tem contribuído para que os partidos de âmbito nacional, não passem em última
análise, de um grupo despreparado, formado por partidos regionais, portanto os governantes,
estão despreparados para exercer suas tarefas, não conseguindo cumprir suas promessas
eleitorais, deixando para trás o sonho de uma população de ver um país melhor sem tantas
desigualdades sociais.

Governar democraticamente, não se limita a encher de votos as urnas. Democracia é muito mais
do que isso, pois governar, envolve a vida dos cidadãos em suas actividades práticas, em busca do
bem comum, por meio da produção económica. A democracia prega a liberdade, a autonomia e o
desenvolvimento da personalidade individual, concedendo a cada pessoa uma parcela de
responsabilidade política[ CITATION FER94 \p 104 \l 1033 ].

Nos sistemas totalitários da direita ou da esquerda, o povo cumpre uma missão imposta por uma
minoria. Nos regimes democráticos, o povo vive a missão que ele próprio escolheu, em uma
sociedade aberta, sem limitações, a não ser as que decorrem da necessidade de manter a
segurança e a liberdade.

Se o povo não se encontra capacitado para viver dentro de um sistema liberal, como é a
democracia, surgirão como consequências dessa incapacidade, as crises periódicas ou
11

permanentes.   Hoje predominante em todas as sociedades, necessita rever alguns de seus


princípios básicos.

A democracia não se limita ao processo eleitoral, nem deve ser exercida apenas pela acção dos
políticos, mas, sim por toda sociedade. Inclusive os políticos devem agir democraticamente em
suas actividades individuais, na realização do bem comum. A democracia é um regime de governo
que exige cultura de seus governantes e governados[ CITATION FER94 \p 106 \l 1033 ].

Ele faz também severas críticas ao processo de prolongamento os princípios da democracia, a


todas as instituições sociais, quando deveriam limitar-se a política.

3.2 Diferença entre o poder tradicional e o poder dos políticos pós-independência.

Poder tradicional é uma expressão que faz parte de um campo semântico


histórico, compreende terminologias, tais como Tradição Oral ou simplesmente
“Tradição”[ CITATION For81 \p 521 \l 1033 ]. Em senso comum, Tradição significa
hábito, costumes, normas, valores culturais que se repetem no espaço e no
tempo.

Transportando esta acepção para o título e tema deste trabalho, tratar-se-á de um


poder que se repete no espaço e no tempo pelas autoridades consideradas
tradicionais ou gentílicas pela nomenclatura colonial e repetidas, adaptadas
pelos africanos no espaço político de seus territórios independentes.

As instituições do poder local têm a primazia de gestão da causa social dentro de limites
consagrados.

O poder passa a ser legitimado e visto como estando associado aos deuses, sendo exercido dentro
de um jogo de dominação espiritual e em respeito aos antepassados, como fortes mecanismos de
persuasão, imposição da autoridade por intermédio de rituais que levam à fidelidade e à submissão
das comunidades[ CITATION For81 \p 521 \l 1033 ].

Nas políticas pós-independência, desde 1975 aos nossos dias o poder dito
tradicional não é restituído ao espaço histórico pré-colonial.

“ Nas polí t i cas pós-i ndependênci a, as novas aut ori dades moçam bi canas não se
vi raram senão para o est abel eci m ent o de um só povo e um a só nação, no i nt ui t o
de não favore cer em t ri bal i sm os, regi onal i sm os polí t i co- mi l it ares, caract erí st i ca
fundam ent al dos pol ít i cos pós- independên ci a ” Ibidem (1981:522).
12

Os políticos de pós-independência optaram no modelo europeu de organização


política, herdado quase à letra pelos países africanos, aquando da proclamação
das independências, a saber: “a soberania reside nos povos e é representada pelo
Estado.
13

4. A democracia no Sudão, Marrocos, Chade e Nigéria.


A democracia nos países tem enfrentado problemas severos devido a ineficácia na realidade do
contexto africano, ligada a pobreza absoluta, analfabetismo diversidade cultural, entre outras
razoes.

4.1 A democracia no Sudão.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os sudaneses com maior grau de instrução passaram a
reivindicar a independência. Em 1953, o Reino Unido e o Egipto concordaram em conceder
autonomia gradual ao Sudão. Oficialmente, o país tornou-se independente em 1° de Janeiro de
1956. A democracia implementada no Sudão desde a independência, foi muito defeituosa como
em muitos países africanos.

Um dos grandes factores que dificulta a democracia no Sudão é: oportunidades de emprego de


algumas tribos em detrimento doutras, a corrupção dos dirigentes, ditaduras, fraudes eleitorais,
racismo entre tribos dentro duma nação, desnível económico dentro de um território e manutenção
no poder de forma vitalícia[ CITATION For81 \p 578 \l 1033 ] .

Desde a independência, o Sudão vem enfrentando problemas políticos e a guerra civil. A partir
do final da década de 1960, o chefe de governo foi mudado várias vezes. Em Outubro de 1969, o
major-general Gaafar al-Nimeiry assumiu o governo. Foi deposto por militares de esquerda em
Julho de 1971, mas reconquistou o poder em seguida. Em Outubro, elegeu-se presidente do
Sudão e firmou um acordo com os rebeldes do sul, concedendo certa autonomia à região.

4.2 A democracia no Marrocos.

Em 1943 surge no protectorado francês um partido de cunho separatista. O sultão Mohamed ben
Yusuf (Mohamed V) adere ao movimento nacionalista e dez anos depois é deposto pelos
franceses por não ter acatado sancionar medidas que lhe limitassem o poder. A Espanha não
havia sido consultada e negou-se a reconhecer a deposição de Yusuf, assim acolheu os patriotas
marroquinos em seu protectorado. A França, preocupada com a rebelião na Argélia, concedeu a
independência ao Marrocos em 2 de Março de 1956, e Mohamed ben Yusuf volta ao trono e no
mesmo ano a Espanha renuncia aos territórios de seu protectorado. “O Marrocos fica, então,
parcialmente unificado, sob o regime de monarquia constitucional em 1962, tendo também
reconhecido a legitimidade de suas fronteiras em tratados e acordos com a França e
Espanha”[ CITATION MOU69 \p 576 \l 1033 ].
14

Marrocos e um pais conservador, governado pelo rei Hassan, a maioria da população professam
a religião islâmica e actualmente na e membro da união africana por varias razoes de conflitos
com Sahara ocidental. A democracia marroquina e muito defeituosa [ CITATION For81 \p 576 \l
1033 ]

4.3 A democracia no Chade.


É importante ressaltar que em 1885, a Conferência de Berlim definiu as fronteiras do país e a
França o ocupou em 1900. A luta anticolonial inicia-se após a II Guerra Mundial, com a
formação do Partido Progressista do Chade (PPT). Em 1960,obtém a Independência, e François
Tombalbaye, do PPT, torna-se o primeiro presidente.

Um dos grandes factores que dificulta a democracia no Chade é: oportunidades de emprego de


algumas tribos em detrimento doutras, a corrupção dos dirigentes, ditaduras, fraudes eleitorais,
racismo entre tribos dentro duma nação, desnível económico dentro de um território e manutenção
no poder de forma vitalícia[ CITATION For81 \p 590 \l 1033 ] .

As guerras por outro lado inviabilizam a democracia no Chade, que criaram milhares de mortos
no país para não falarem de terem protagonizado o atraso no desenvolvimento económico.

4.4 A democracia na Nigéria.

A Companhia Real de Nigéria foi criada pelo governo britânico em 1886 e em 1901 a Nigéria
tornou-se protectorado britânico e colónia em 1914. “Devido ao crescimento do nacionalismo
nigeriano com o fim da Segunda Guerra Mundial, o governo britânico deu início a um processo
de transição da colónia até um governo próprio com base federal, concedendo à Nigéria
independência total em 1960” (Ibidem; 1981: 598).

Uns dos grandes factores que dificultam a democracia na Nigéria são: conflitos religiosos entre o
norte muçulmano e o sul cristão, oportunidade de emprego de algumas tribos em detrimento
doutras, a corrupção dos dirigentes, ditaduras, fraudes eleitorais, racismos entre tribos de uma
nação, desnível económico dentro de um território e manutenção no poder de forma vitalício
(Ibidem; 1981: 598-599).

As crises políticas que se alastraram desde a independência provocaram ondas de greve a partir
de 1964 mesmo os altos funcionários públicos federais ficaram alarmados com o que se sucedia
no seu pai. Consequentemente, no princípio de 1964 jovens oficiais do exército aceitavam a levar
a efeito de um golpe de estado.
15

5. Papel de Malangatana numa perspectiva nacionalista e pan-africanista.


O sentimento de unidade nacionalista africana conduziu as nações que tinham obtido as
soberanias sobre os seus territórios a apoiar as demais lutas pela libertação. A solidariedade
ajudou os moçambicanos a enquadrar a sua luta no quadro mais global dos movimentos de
resistência da África.
Malangatana através das obras plásticas divulgou os valores africanos em geral e moçambicanos
em particular, além de fazer valer o modo de vida dos moçambicanos, veiculando através das
artes plásticos valores culturais, denunciando o racismo e as humilhações sofridas pelos
moçambicanos.
A difusão de artigos e poemas nos jornais possibilitou a transmissão de mensagens de contestação
e de afirmação nacionalista. É quando se destacam na música, nas obras plásticas, na poesia, nos
textos críticos jornalísticos e nas reivindicações, nomes como o de João Dias, Marcelino dos
Santos, Luís Bernardo Honwana, José Craveirinha, Noémia de Sousa, Bertina Lopes, Malangatana
Ngwenya e Alberto Chissano, entre outros (LABAN; 1998:243-346).
O papel da intelectualidade incluindo as artes plásticas moçambicana, incluindo as artes plásticas
de Malangatana foram preponderante para difundir os ideais de transformação e liberdade.
Consciente da necessidade de se opor à submissão imposta pelos colonizadores, a postura dos
intelectuais desencadeou o enfrentamento ao colonialismo e fez da expressão literária um meio
profícuo para contrapor a situação imposta na época.

6. Causas das guerras entre as tribos dos Ruandeses e Burundeses.

Os tutsis eram predominantemente pastoreios e apresentavam maior estatura. Os hutus, de pele


mais escura, e menor estrutura, tinham tradição agrícola. A partir da colonização sob o domínio
alemão, e posteriormente belga, esses dois povos tiveram sua organização modificada.
Os tutsis foram escolhidos para assumirem cargos da administração estatal, treinamento militar,
acesso exclusivo à educação, uma vez que as escolas peiam estatura mínima, visando impedir o
ingresso hutus.

A Guerra Civil do Burundi foi um conflito armado com duração de 1993 a 2005. A guerra civil foi
o resultado divisões étnicas de longa data entre os hutus e as tribos tutsis no Burundi. O conflito
começou após as primeiras eleições multipartidárias no país desde a independência da Bélgica em
1962 e é formalmente dado como finalizado com a tomada de posse de Pierre Nkurunziza, em
Agosto de 2005. O número de mortos estimado é de 300.000 mortos [ CITATION KIZ95 \l 1033 ].
16

Em 1959, os ressentimentos acumulados pelos hutus, no período colonial, explodem.

Nesta primeira rebelião, militares tutsis foram aprisionados e tiveram seus pés cortados a golpes
de tacão, com o objectivo de diminuir a diferença de estatura (e simbolicamente, diminuir as
diferenças sociais).

“Em 1962, Ruanda tornou-se independente e a minoria tutsi ficou a mercê dos hutus, sendo
obrigado a migrar para Uganda, a fim de organizarem uma nova tomada de poder” (Ibidem;
1995:276).

Este conflito se intensificou a partir de Abril de 1994, quando os presidentes de Ruanda e


Burundi, de etnia hutu, foram mortos em um atentado que derrubou o avião onde viajavam
juntos. Foi o estopim pata o genocídio com mais de 1 milhão de mortos e mais de 2 milhões de
refugiados. Em Julho de 1998, foi elaborado um acordo de cessar-fogo, com o estabelecimento
de um governo formado por representantes tutsis e hutus (Ibidem; 1995:277).

7. O papel da socialização na sociedade moçambicana.

A socialização, como processo de transmissão da cultura do grupo a que o indivíduo se encontra


ligado, inclui, naturalmente, a aprendizagem do modelo de organização social vigente.

O processo de socialização contribui para que os indivíduos se adeqúem e acomodem às normas


do grupo, o que passa pelo respeito das regras, dos papéis e estatutos socialmente reconhecidos
bem como pelo sistema de estratificação social vigente[ CITATION MAR06 \p 5 \l 1033 ].

 É através da interiorização gradual das normas e valores do grupo (socialização) que o indivíduo
é aceite como membro, com iguais direitos e deveres.  Um eficaz processo de socialização é um
factor indispensável à aceitação total das normas e valores do grupo, contribuindo para a sua
reprodução.
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 A socialização adquire também o estatuto de controlo social, na medida em que ela impede ou
dificulta que os indivíduos actuem de forma diferente da esperada, por tal actuação ser
«anormal» (Ibidem, 2006:9).

Mesmo que inconscientemente, os indivíduos autorregulam os seus comportamentos, agindo de


acordo com os quadros sociais em que foram socializados, a fim de não serem considerados
como marginais e de lhes não serem atribuídos todos os estigmas sociais que a marginalidade
confere.

 Porque impede o indivíduo de se afastar da norma, isto é, de ter comportamentos desviantes, a


socialização contribui para a reprodução social, assumindo a natureza de uma verdadeira forma
de controlo social[ CITATION MAR06 \p 10 \l 1033 ].

Desempenha, assim, um importante papel no processo de aceitação de uma sociedade


estratificada.

7.1 Critérios usados para a implantação das aldeias comunais em Moçambique.


Segundo [ CITATION SIT15 \p 59 \l 1033 ] os critérios usados para a implantação das aldeias
comunais em Moçambique são:

 A proximidade de vias de acesso: estradas ou picadas relativamente ao local da


implantação das aldeias comunais;
 Recursos naturais em água e terra;
 Distância em relação área de produção;
 Densidade e composição dos aglomerados humanos das aldeias: os critérios oficialmente
divulgados referiam que concentração média era de 500 famílias com 5 agregados e com
uma Porção de terra mínima de 30x40 metros.

7.2 Constrangimentos da política de socialização e democratização em Moçambique.

A reestruturação radical da economia, através do modelo de economia centralmente planificada


pelo Estado, estava longe de solucionar os problemas advenientes da tentativa de suprir a crise
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económica resultante da destruição da economia colonial e mostrou ser a menos adequada para a
solução dos problemas económicos e sociais existentes no país.
As medidas económicas preconizadas pelo Estado, tinham marginalizado os camponeses
familiares a favor do desenvolvimento de uma agricultura mecanizada, destruindo assim o sistema
que havia garantido a maior parte da produção para consumo interno e uma parte da produção para
exportação deste país. Era pois necessário repensar a estratégia e avaliar o papel a desempenhar
pelo Estado na gestão da economia (ADAM, 1997: 6-7).
A guerra, a seca e as calamidades naturais alargaram o âmbito das pressões internas para
alteração das políticas da FRELIMO. A situação económica e social sofria uma degradação
crescente. Em algumas províncias era já visível o espectro da fome e era necessário mobilizar
recursos para o pagamento da dívida externa.
As medidas de emergência para tentar suster a economia não poderiam ser permanentes. Era
difícil manter os níveis de emprego na indústria com baixos níveis de rendimento ou subsidiar a
improdutividade das machambas estatais e manter também os subsídios para a alimentação das
populações urbanas ou para as áreas sociais como a saúde, a habitação e a educação, que
acabaram por conduzir a uma deterioração destes serviços.
O estudo sobre a democratização em Moçambique decorre num momento em que o
País avança para um outro patamar crucial deste processo. Vinte e dois anos após as primeiras
eleições multipartidárias, Moçambique pode ser caracterizado como um País onde vigora
uma democracia eleitoral, com eleições regulares, livres e mais ou menos justas.

A consolidação das suas estruturas democráticas tem sido continuamente


posta em questão por uma cultura política caracterizada por estruturas neo-patrimoniais
e corrupção endémica, dentro do aparelho de Estado[ CITATION Jal02 \p 33 \l 1033 ].

Este facto, para além de possuir um impacto negativo no desenvolvimento sustentável do País, o
qual requer instituições políticas estáveis e responsáveis, afecta de igual modo as relações entre a
sociedade e o Estado, conduzindo à erosão da legitimidade deste último.
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8. Relação existente entre NEPAD e o PARPA.


As relações existentes entre NEPAD e PARPA são que as duas assentam no conjunto de relações
paralelas no que respeita a combate a pobreza absoluta.

Relações existentes entre a NEPAD e PARPA, juntam se desta maneira ao combate da pobreza;
as ambas partes incluindo ares de saúde, educação, agricultura, etc., e a NEPAD sem limitações
busca apoios externos para garantir credibilidade de seus projectos a longo prazo [ CITATION
SIT15 \l 1033 ].
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9. Conclusão.

A cultura Moçambicana, como a cultura africana em geral, continua a ser apenas associada à arte
tradicional. Trata-se de uma falsa ideia que muito tem contribuído para desvalorizar os seus
criadores e intérpretes contemporâneos. A cultura de Moçambique è uma amálgama, decorrentes,
principalmente, de sua história de Bantu, Swahili, e influência da cultura do colono Português, e
se expandiu desde a independência em Junho de 1975

Certo nacionalismo africano, levando ao exagero a defesa das raízes negras, tem igualmente
contribuído para limitar o desenvolvimento da própria cultura africana contemporânea na sua
enorme diversidade. Fenómeno em tudo idêntico ao que aconteceu na Europa no século XIX e
1ª.metade do século XX, quando cada país procurou criar uma espécie de arte nacional.

As dificuldades enfrentadas pela FRELIMO, como è o caso do fracasso de vários planos de


recuperação económica, a guerra de desestabilização política entre outras dificuldades bem como
a morte de Samora Machel, serviram de catalisadores pilares para a eclosão de multipartidarismo
em Moçambique e colocaram o fim do regime socialista.

A NEPAD e a PARPA surgem para combater a pobreza absoluta e impulsionar o


desenvolvimento do país em todos os níveis prioritários através da aplicação das suas estratégias.

10. Bibliografia
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