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Atividade - Prática Penal - Relaxamento de Prisão em Flagrante - Nathália Matos Lima - Odt

O documento é um pedido de relaxamento de prisão em flagrante de um cliente preso por dirigir sob efeito de álcool. Alega que a prisão é ilegal pois (1) o cliente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia violando o princípio da não autoincriminação, (2) a prova do teste é ilícita pois foi obtida de forma forçada, e (3) a autoridade policial não comunicou a prisão imediatamente ao juízo competente nem permitiu contato com advogado ou familiares do preso,

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Atividade - Prática Penal - Relaxamento de Prisão em Flagrante - Nathália Matos Lima - Odt

O documento é um pedido de relaxamento de prisão em flagrante de um cliente preso por dirigir sob efeito de álcool. Alega que a prisão é ilegal pois (1) o cliente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia violando o princípio da não autoincriminação, (2) a prova do teste é ilícita pois foi obtida de forma forçada, e (3) a autoridade policial não comunicou a prisão imediatamente ao juízo competente nem permitiu contato com advogado ou familiares do preso,

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da

Comarca de ____ do Estado de ____

JOSÉ ALVES, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em ...,


portador do RG nº ..., inscrito no CPF nº ..., residente e domiciliado no
endereço ..., através de seu advogado infra-assinado, com procuração em
anexo, vem, à presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DE
PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no art. 5º, LXV, da Constituição Federal
de 1988 e art. 310, inciso I, do Código de Processo Penal, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos: 

I-DOS FATOS

No dia 10.03.2011, José Alves estava dirigindo o seu carro após beber
01 litro de vinho. Na ocasião, policiais militares que estavam à procura de um
indivíduo foragido, abordaram o requerente, sendo que este saiu de seu carro
com forte odor de álcool e trôpego, oportunidade que os policiais lhe
compeliram a realizar o exame de alcoolemia, onde constatou-se a
concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões,
razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde
foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo
306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008.
No entanto, no Auto de Prisão em Flagrante, foi negado ao
requerente o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus
familiares. A sua prisão não fora comunicada ao juízo competente, tampouco à
Defensoria Pública, além de que os seus familiares não conseguiam lhe ver,
mesmo após ter passado dois dias da lavratura do Auto.

II-DO DIREITO
a) Do princípio da não autoincriminação

Os policiais compeliram o requerente a realizar o teste de alcoolemia.


No entanto, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. O ato
policial de compelir o requerente a realizar o teste de alcoolemia viola o
princípio da não autoincriminação compulsória, previsto no art. 5º, inciso
LXIII, da Constituição Federal de 1988.
Além de previsão constitucional, o princípio da não autoincriminação
está previsto no Pacto de São José da Costa Rica. Forçar o indivíduo a
produzir prova contra si, viola o decreto 678/92, em seu art. 8, 2, 'g'.
Logo, o auto de prisão em flagrante é nulo e a prisão deve ser
relaxada.

b) Da prova ilícita

O exame de alcoolemia produzido foi obtido através de uma colheita


forçada, o que torna prova ilícita, significando violação ao preceito
constitucional contido no art. 5º, inciso LVI, que aduz que são inadmissíveis
provas obtidas por meios ilícitos, além de violação ao art. 157, do Código de
Processo Penal.
Logo, tratando-se de prova que foi obtida por meio ilícito, o teste de
alcoolemia não pode servir de fundamento para a prisão do requerente, o que
torna a prisão ilegal.

c) Da comunicação da prisão

A autoridade policial não comunicou imediatamente a prisão do


requerente ao juízo competente e nem a sua família, o que viola os termos
do art. 5º, LXII, da Constituição Federal/88 e os termos do art. 306, caput, do
Código de Processo Penal.
Além disso, o delegado não encaminhou os autos à Defensoria
Pública, violando a determinação do art. 306, §1º, do Código de Processo
Penal, que exige o encaminhamento dos autos em até 24 horas após a
realização da prisão, caso o autuado não informe o nome de seu advogado.
Logo, o auto de prisão em flagrante é nulo, devendo a prisão ser
relaxada.

d) Do direito do preso de entrevistar-se com seu advogado e da


assistência da família

O delegado negou ao requerente o direito de entrevistar-se com


seu advogado, além de negar também o contato com seus familiares,
sendo que é assegurado pela Constituição Federal/88, em seu art. 5º, LXIII, o
direito do preso de ter assistência familiar e de entrevistar-se com seu
advogado.
Negar ao preso comunicação com seu defensor, além de violar
preceitos constitucionais, viola também aquilo previsto no art. 8, 2, 'd', do
Decreto 678/92, que garante o direito do indivíduo de comunicar-se livremente
com seu defensor.
Logo, o auto de prisão em flagrante é nulo, impondo-se o relaxamento
da prisão em flagrante.

III-DOS PEDIDOS

Venho nesta sede requer a Vossa Excelência o imediato


RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE ilegal e arbitrária pelas razões
de fato e de direito acima apresentadas, e, em especial, pelo que preconiza o
artigo 5, LXV da CF, com a consequente expedição do Alvará De Soltura, por
medida de Justiça.

Nestes termos,

Pede deferimento

Local..., data...

Advogado.
OAB n...

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