FUTURISMO
Em 20 de Fevereiro de 1909 foi lançado pelo poeta italiano Felippo
Tommaso Marinetti, no jornal francês Le Figaro, o Manifesto
Futurista. Este foi o ponta pé inicial para dar início a criação de um
movimento de cunho artístico e literário denominado Futurismo. O
Futurismo caracterizou-se principalmente pelo rompimento com a arte
e a cultura do passado, celebrando o progresso e a tecnologia
moderna, a vida urbana, a velocidade e a energia ao ponto de, os mais
extremos, exaltarem as armas e a violência. Os integrantes desse
estilo foram os grandes divulgadores do movimento, recorrendo a
palestras e a publicidade para dar visibilidade a este estilo.
O Manifesto Futurista deixou clara a rejeição dos futuristas ao passado
e a destruição de tudo o que era velho e venerado, ascendendo espaço
para o novo e o vital. Giacomo Balla (1871 – 1958), Carlo Carrà (1881
– 1966) e Umberto Boccioni (1882 – 916) estão entre os principais
expoentes desse movimento, além de Gino Severini (1883 – 1966) e
Luigi Russolo (1885 -1647).
Com frequência nas pinturas Futuristas aparecem cores vibrantes e
contrastantes, formas geométricas, sobreposição de imagens além do
uso do que os futuristas chamavam de linhas de força. O uso desses
recursos pretendia dar ideia de uma cena dinâmica, ou seja, o objeto
em ação. A ideia de movimento vigoroso e velocidade eram centrais
na poética do Futurismo. Os futuristas não estavam interessados em
representar um automóvel em suas pinturas, porém representar o
movimento do automóvel e a experiência de sua aceleração. Isso era
mais importante que detalhar sua forma ou o veículo parado.
Uma das mais impressionantes obras desse movimento artístico é
Dinamismo de um cão na coleira de autoria (1912) de Giacomo Balla.
Nela, Balla representa uma senhora passeando com seu cachorro onde
é possível perceber uma espécie de close-up dos movimentos dos
personagens. No quadro de formas simples e precisas, podem-se
apreender as diversas pinceladas que dão a sensação de movimento
das figuras. O cão assim como à senhora tem inúmeros traços, uns
transparente e outros opacos, que compõem as patas, o rabo, a coleira
e os pés criando uma magnífica expressão dinâmica do movimento.
O Futurismo influenciou diversos artistas que mais tarde vieram a
fundar outros estilos artísticos como o Cubismo, o Surrealismo e
o Dadaísmo. O movimento Futurista durou até aproximadamente a
década de 1930, quando foi se esvaziando com a Segunda Guerra
Mundial.
EXPRESSIONISMO
Podemos dizer que o Expressionismo foi o termo aplicado as
diferentes linguagens da arte no início de século XX. Pode-se classificar
o Expressionismo como um movimento heterogêneo, pois abarcou
artistas de diferentes nacionalidades, épocas e formação. Teve seu
auge no período correspondente a 1905 a 1920 aproximadamente, e
se compôs a partir de diferentes círculos artísticos ao mesmo tempo.
Muitos historiadores empregam esse termo para se referir as obras de
outros artistas que compunham a história da arte. Assim, é possível
encontrar as raízes do Expressionismo em obras de outras épocas
como Francis Bacon (1561 – 1626), Goya (1746 – 1828), Edvard
Munch (1863 – 1944) e Van Gogh (1853 - 1890), por exemplo, essas
podem ser descritas como expressionistas tantos pelos traços como
pela profundidade psicológica.
Os expressionistas usavam cores fortes e vibrantes, figuras destorcidas
e por vezes se utilizava da abstração para tratar temas como a
alienação, bem como, faziam uso emocional e simbólico da cor e da
linha. O Expressionismo é a arte dos extremos emocionais, da
inquietação e da espiritualidade. Podemos diferenciar o Expressionismo
do Impressionismo, pois em lugar de reproduzir uma impressão do
mundo que o cercava os expressionistas colocavam em suas obras
suas próprias conclusões e temperamentos sobre suas visões do
mundo. Assim o Expressionismo passou a se referir a um tipo de arte
produzido na Alemanha no início do século XX e disseminado para
outros países abrangendo diferentes artistas de diferentes tendências.
Dois grupos, Die Brücke “A Ponte” (Fundado em 1905) e Der Blaue
Reiter “O Cavaleiro Azul” (fundado em 1911) constituíram as principais
manifestações do Expressionismo na Alemanha.
Com a pretensão de estabelecer uma ponte com as bases para uma
arte de futuro o primeiro grupo recebeu este nome de uma de seus
integrantes que eram compostos por: Ernst Ludwig Kirchner, Fritz
Bleyl, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff. Ao longo dos anos foi
recebendo outros artistas alemães e de outras nacionalidades. O grupo
A Ponte foi influenciado por artistas como Van Gogh, Gauguin e Munch,
além de se inspirarem no gótico alemão e na arte africana. Também
sofreram forte influência do Fauvismo, após visitarem uma exposição
de Matisse em Berlim em 1908.
O segundo grupo denominado O Cavaleiro Azul voltou o tema de suas
pinturas para uma área mais subjetiva e mística, buscando revelações
espirituais. Tiveram influência de Kandinsky e Jawlensky e usava uma
paleta diversa, com cores mais sutis que o primeiro grupo.
CUBISMO
O Cubismo foi um movimento artístico que teve como seus principais
expoentes e pioneiros Pablo Picasso e Georges Braque por volta de
1907, muito embora Cézanne tenha usado, já em 1901, múltiplos
pontos de vista numa única pintura. Fundado no início do século XX, o
Cubismo é considerado um dos movimentos mais influentes desse
período. Suas obras tratavam de maneira geométrica as formas da
natureza, assim a representação do universo visual passou a não ter
nenhuma obrigação com suas reais formas, no entanto não chegavam
à abstração, pois as imagens representadas ainda permaneciam
figurativas, ou seja, ainda eram reconhecíveis.
Além de seus percursores Pablo Picasso e Georges Braque, outros
artistas se destacaram nesse movimento que influenciou o mundo das
artes visuais significativamente, são eles: Albert Gleizes, Fernand
Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Robert Delaunay, Roger de La
Fresnaye, e Juan Gris.
Embora os temas das pinturas Cubistas tenham sido temas
convencionais como autos-retratos e natureza morta, o modo como os
artistas desse movimento representavam sua visão dos objetos era
considerado muito ousado, pois rompia como a perspectiva tradicional
e a linha de contorno.
Os cubistas utilizavam pontos de vistas diversos e cambiantes. Desse
modo, ao olharem para uma cadeira, por exemplo, a representavam
na pintura, por diferentes ângulos: de cima, de baixo, de lado ou de
cabeça para baixo. Assim, esses artistas tentavam capturar todos
esses pontos de vistas num mesmo plano. Essa é a principal
característica das pinturas cubistas.
Para tanto se apropriaram do uso das formas geométricas, das linhas
retas, da colagem e da perspectiva confusa. É possível dividir o
movimento cubista em duas linhas: Cubismo Sintético que se baseou
na observação, fragmentação e representação de um determinado
tema e o Cubismo Analítico que se baseou em técnicas voltadas a
colagem.
Não há como falar de Cubismo sem citar o nome do seu grande
expoente Pablo Picasso. A obra Les Demoiselles d''Avignon (As
Senhoritas de Avignon) de 1907 foi o marco zero do Cubismo,
rompendo com o clássico e influenciado pelas esculturas de origem
africanas. Nessa tela o autor tratou a nudez feminina, geralmente
marcada por curvas, com linhas retas, planos e formas geométricas.
Um escândalo para os padrões de arte daquele período. Picasso
estudava e observava a forma dos objetos com afinco captando todas
as suas possibilidades. A exploração de novos temas, cores, formas e
movimento marcaram os objetivos dos integrantes desse movimento,
transformando a arte para sempre
DADAISMO
Dada termo em francês que significa “cavalinho de pau” ou “brinquedo
de criança”. Esse foi o nome escolhido aleatoriamente pelos criadores
do movimento ao folhear um dicionário. Esse termo marca a falta de
sentido que pode ter a linguagem assim como a fala de um bebê,
salientando o caráter antirracional e de causalidade desse movimento
de vanguarda europeia. O acaso e o nonsense - que quer dizer sem
sentido - foram fundamentais nos conceitos dadaístas. Além disso, o
movimento mostrou-se radicalmente avesso a Primeira Guerra
Mundial, ao nacionalismo e ao materialismo que desencadeou o
combate, bem como os conceitos de arte vigentes na época.
O Dadaísmo, também conhecido como Movimento Dadá nasce após
o início da Primeira Guerra Mundial em 1916 em Zurique e tem como
seus principais expoentes Tristan Tzara, Marcel Duchamp, Hans (ou
Jean) Arp, Julius Evola, Francis Picabia, Kurt Schwitters, Max Ernst e
Man Ray.
Esses integrantes e outros propunham uma arte de protesto que
chocasse e provocasse a sociedade burguesa da época. Suas obras
visuais e literárias baseavam-se no acaso, no caos, na desordem e em
objetos e elementos de pouco valor, desconstruindo conceitos da arte
tradicional.
Kurt Schwitters compôs telas fazendo colagens aleatórias de recortes
e papeis que encontrava no cotidiano, como bilhetes de trem,
fotografias, selos e embrulhos. Assim o artista expressava a intensão
de criar um método de fazer arte que não lembrasse os métodos
artísticos tradicionais.
Duchamp com seus ready-mades utilizou objetos industrializados e do
cotidiano, assinando-os como se fossem de sua autoria, não os
trabalhava artisticamente, os considerava prontos assim como os
encontrava e exibia como obra de arte. Dessa maneira, objetos sem
valor artístico aparente alcançam a condição de obra de arte ao serem
retirados de seu contexto e expostos num espaço expositivo como um
museu ou galeria. Foi assim que Duchamp criou Roda de Bicicleta, de
1913, uma roda de bicicleta encaixada num banco. Seu mais famoso
ready-made, o Urinol, foi assinado pelo artista como “R Mutt”. Assim
como Kurt Schwitters, Duchamp também expressou sua rejeição e
renúncia aos tradicionais meios de se fazer arte da época, forçando o
público apreciador a refletir sobre essas questões.
O Dadaísmo abriu portas na década de 1920 para outros movimentos como
o Surrealismo.
SIMBOLISMO
O cientificismo e materialismo que predominava na sociedade européia
na Segunda metade do século XIX, não agradava os simbolistas.
O simbolismo reagia contra tudo que representava o materialismo
e racionalismo. Ao contrário, pregavam o subjetivismo, o misticismo e
a sugestão sensorial.
Tanto o Simbolismo quanto o Parnasianismo se preocupavam com a
linguagem, talvez porque esses dois movimentos tenham nascido na
França, na revista “Parnasse Contemporain” em 1866.
O simbolismo buscou uma linguagem que pudesse “sugerir” a
realidade, em vez de retratá-la de maneira tão óbvia como faziam
os realistas. Para “sugerir” a realidade, os simbolistas usavam
símbolos, imagens, metáforas, sinestesias*, recursos sonoros e
cromáticos (cor).
O precursor do simbolismo foi o poeta francês Charles
Baudelaire (1821 – 1867). Sua poesia buscava abordar temas como
miséria, prostituição, bêbados, freqüentadores desocupados das
tavernas, etc. Pode parecer estranho para muitos, mas ele via poesia
em todos esses assuntos.
Baudelaire deixou muitos seguidores pelo mundo afora.
OBS: Sinestesia é o cruzamento de campos sensoriais diferentes.
- Ex: Um perfume que evoca uma cor (olfato + visão)
- Um som que evoca uma imagem. (audição + visão)
CARACTERÍSTICAS
- Misticismo, religiosidade
- Desejo de transcendência e integração com o cosmos
- Interesse pelo inconsciente e subconsciente
- Subjetivismo
- Pessimismo
- Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte
- Retomada de elementos da tradição romântica
- Atração pela morte e elementos decadentes da condição humana