UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO AMBIENTAL EM MUNICÍPIOS

ALINE ZUNTINE DE RESENDE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A CONEXÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E

CIDADANIA

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

MEDIANEIRA
2018
 ALINE ZUNTINE DE RESENDE

EDUCACÃO AMBIENTAL: A CONEXÃO ENTRE MEIO

AMBIENTE E CIDADANIA

Monografia apresentada como requisito

parcial à obtenção do título de Especialista
na Pós Graduação em Gestão Ambiental em
Municípios – Pólo UAB do Município de
Cruzeiro do Oeste. Modalidade de Ensino a
Distância, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR – Campus
Medianeira.
Orientadora: Profa. Dra Luciane Maria Vieira
do Couto

MEDIANEIRA
2018
 Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Especialização em Gestão Ambiental em Municípios

TERMO DE APROVAÇÃO

Educação Ambiental: A conexão entre Meio Ambiente e Cidadania

Por
ALINE ZUNTINE DE RESENDE

Esta monografia foi apresentada às 08h00min horas do dia 25 de agosto de

2018, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Curso
de Especialização em Gestão Ambiental em Municípios – Pólo de Cruzeiro do
Oeste, Modalidade de Ensino a Distância, da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, Campus Medianeira. O candidato foi argüido pela Banca
Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação,
a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________
Profa. Dra. Luciane Maria Vieira do Couto
UTFPR – Câmpus Medianeira
(orientadora)

____________________________________
Prof Dr. Paulo Agenor Alves Bueno
UTFPR – Câmpus Medianeira

_________________________________________
Prof. Dr. José Hilário Deconte Ferreira
UTFPR – Câmpus Medianeira

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso-.

Dedico esta, bem como todas as
minhas demais conquistas a Deus,
por me presentear com uma família
que me incentiva e encoraja a lutar
por meus sonhos, aos meus amados
pais por todo apoio, minha irmã pela
parceria, e principalmente minha
filha, minha maior inspiração, força e
gratidão.
 AGRADECIMENTOS

Á Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os

obstáculos, por ter em meu coração o desejo e a força de vontade de lutar pelos
princípios que regem a vida no planeta, educação, amor e respeito por todo ser
vivo de sua criação.
Aos meus pais e familiares, por estarem comigo em todas as ocasiões,
me encorajando, auxiliando, orientando, enfim por toda assistência, dedicação e
incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e durante toda minha vida.
A minha orientadora professora Dra. Luciane Maria Vieira do Couto, pelas
orientações, esclarecimentos e paciência ao longo do desenvolvimento dessa
monografia.
Agradeço aos professores do curso de Especialização em Gestão
Ambiental em Municípios, professores da UTFPR, Campus Medianeira.

Agradeço aos tutores presenciais e a distância que nos auxiliaram no

decorrer da pós-graduação, em especial a tutora Olga Morelli Bandeira, por sua
presente preocupação e disponibilidade em ajudar todos os alunos deste curso.

Aos amigos e colegas de trabalho, pela compreensão e colaboração.

Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para
realização desta monografia.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode
começar agora e fazer um novo fim”. (CHICO XAVIER)
 RESUMO

RESENDE, Aline. Educação Ambiental A Conexão Entre Cidadania E Meio

Ambiente. 2018. 35. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em
Municípios).Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2018.

Este trabalho possui como temática a inserção de métodos de educação

ambiental para formar crianças em multiplicadores de práticas sustentáveis. A
crítica questão ambiental do nosso planeta vem ganhando espaço no cotidiano
das pessoas nos últimos anos. A conscientização da população
precisaacontecer desde a infância, pois nesse período são aprendidos e fixados
os valores de cada um, como o respeito ao próximo e ao ambiente.A educação
ambiental propõe formar cidadãos éticos em suas relações com a sociedade e o
meio ambiente. Assim, esse trabalho estabelece uma conexão entre o meio
ambiente e a sociedade, ensinando, instigando e capacitando crianças entre seis
e quatorze anos, através de atividades baseadas no processo de aprendizagem
que enfoque a realidade ambiental local e suas possíveis soluções a partir da
sustentabilidade. Os temas trabalhados envolvem interações ecológicas,
introduzindo diversas problemáticas ambientais relacionadas ao cotidiano
dessas crianças, vinculados a Secretaria Municipal de Meio Ambiente,
envolvendo conteúdos que possibilitem transformar a partir da Educação
Ambiental crianças capazes depropagar atitudes e ensinamentos
ambientalmente corretos. Este projeto proporcionou resultados otimizados e
viáveis para a melhoria da sociedade local, por meio de mudanças de
comportamentos e atitudes dos envolvidos neste processo de aprendizado,
viabilizando assim um ambiente conveniente ao meio ambiente e a sociedade,
uma conexão de sustentabilidade, proposta para a obtenção de valores e ações
ambientalmente corretas para formação da cidadania.

Palavras-chave:educação ambiental para crianças, multiplicadores, ensino

fundamental.
 ABSTRACT

RESENDE, Aline. Environmental Education the Connection between Citizenship

and the Environment.2018.35.Monograph (Specialization in Environmental
Management in Municipalities).UniversidadeTecnológicaFederal do Paraná,
Medianeira, 2018.

This work has as its theme the insertion of environmental education methods to
train children in multipliers of sustainable practices. The critical environmental
issue of our planet has been gaining space in the daily lives of people in recent
years. The awareness of the population must happen from childhood, because in
this period are learned and fixed the values of each one, such as respect for
others and the environment. Environmental education proposes to form ethical
citizens in their relations with society and the environment. Thus, this work
establishes a connection between the environment and society, teaching,
instigating and empowering children between six and fourteen years, through
activities based on the learning process that focuses on the local environmental
reality and its possible solutions based on sustainability. The topics covered
involve ecological interactions, introducing various environmental issues related
to the daily life of these children, linked to the Municipal Environment Department,
involving contents that make it possible to transform from Environmental
Education children capable of propagating environmentally correct attitudes and
teachings. This project has provided optimized and feasible results for the
improvement of local society, through changes in the behaviors and attitudes of
those involved in this learning process, thus enabling a convenient environment
for the environment and society, a connection of sustainability, a proposal for
obtaining of values and environmentally correct actions for the formation of
citizenship.

Keywords: environmental education for children, multipliers, elementary

education.
 LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Centro de atendimento: Espaço Criança ......................................... 19

Figura 2 - Aula a campo: Acompanhando a fiscalização da pesca predatória . 22
Figura 3 - Visita as margens do Rio Paraná, sobre materiais recicláveis dispersos
na natureza ...................................................................................................... 23
Figura 4 - Oficina educativa sobre a coleta seletiva ......................................... 23
Figura 5 - Visita as lagoas do Parque Nacional de Ilha Grande ....................... 24
Figura 6 - Aula a campo sobre as espécies de árvores nativas da região ....... 25
Figura 7 - Capacitação sobre a importância da água ....................................... 25
Figura 8 - Quiz educativo nas imediações do Centro de Atendimento Espaço
Criança ............................................................................................................. 26
Figura 9 - Dia a campo para conscientização a pescadores através da Barreira
de Pesca .......................................................................................................... 28
Figura 10 - Abordagem a pescadores, entrega de régua de peixes e sacos de
lixo .................................................................................................................... 28
Figura 11- Crianças participando da limpeza das Ilhas do PNIG .................... 29
Figura 12 - Montante de lixo retirado das ilhas na ação Rio + Limpo .............. 29
Figura 13 - Crianças educando os moradores sobre a separação de seus
resíduos ........................................................................................................... 30
Figura 14 - Plantio de nativas em área degradada, nas proximidades do
PNIG ................................................................................................................ 31
Figura 15 - Educação Ambiental nas pré-escolas municipais sobre água ....... 32
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 14
2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O INÍCIO DA DESAGRAÇÃO AMBIENTAL . 14
2.2 A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA E O MEIO AMBIENTAL...................... 16
2.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEITOS E EVOLUÇÕES ........................ 16
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 19
3.1LOCAL DA PESQUISA ............................................................................... 19
3.2 TIPO DE PESQUISA .................................................................................. 19
3.3 COLETA DE DADOS ................................................................................. 20
3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ....................................................... 21
3.5 ANÁLISES DE DADOS .............................................................................. 26
3.6 CONHECIMENTO EM PRÁTICA ............................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 33
4.1RESULTADOS DAS CAPACITAÇÕES ....................................................... 33
4.1.1 Barreira de Pesca .................................................................................. 33
4.1.2 Rio +Limpo ............................................................................................ 33
4.1.3 Coleta Seletiva....................................................................................... 33
4.1.4 Plantio de Nativas .................................................................................. 34
4.1.5 Economizando Água .............................................................................. 34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 35
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 36
 10

1 INTRODUÇÃO

A educação ambiental passou a tornar-se algo conveniente em meados

dos anos 60, quando a sociedade começou a perceber que o seu modo de vida
e a consideração ao meio ambiente estavam em desacordo, sem estabelecer
limites e critérios adequados.Anteriormente, alguns eventos demonstravam a
influência do crescimento desordenado na vida da população e na saúde do meio
ambiente, tidos como mal necessário para o progresso(Goldemberg, Barbosa
96).
Em conseqüência surgiram problemas ambientais de pequenas e
grandes dimensões em todo planeta Terra. (Hogan, 2007, p.16) descreve alguns
eventos de poluição atmosférica, como o que ocorreu no Vale do Meuse, na
Bélgica, em 1930, provocando a morte de 60 pessoas; em 1952, o smog em
Londres, conhecido como "A Névoa Matadora", que ocasionou mais de quatro
mil mortes, sendo o primeiro a promover a movimentação das autoridades de
saúde e a atenção quanto à qualidade do ar. Hogan 2007, p.19 ainda comenta
sobre alguns casos de contaminação de água, como o da Baía de Minamata no
Japão, em 1956, que até dezembro de 1974 registrou 107 mortes oficiais e quase
três mil casos em verificações.
Desde então diversos setores da sociedade se mobilizam para tentar
alcançar possíveis soluções e mudanças. Nessa perspectiva a Educação
Ambiental foi ganhando força, tornando-se a cada dia parte importante nas
dimensões da educação.
REIGOTA (2009), em seu livro “O que é Educação Ambiental”,
caracteriza Educação Ambiental como uma educação política, visto que a
mesma está comprometida com a ampliação da cidadania, da liberdade, da
autonomia e da intervenção direta dos cidadãos na busca de soluções e
alternativas que permita uma vivencia digna e voltada para o bem comum.
Atualmente a Educação Ambiental tem papel fundamental na formação
de pessoas para um novo modelo de sociedade. Sua importância está no sentido
de educar pessoas, para assegurar a sustentabilidade do planeta.
No Brasil, a primeira vez que a Educação Ambiental aparece na
legislação brasileira de modo integrado foi com a Lei 6938 de 1981 que institui a
 11

Política Nacional de Meio Ambiente. Esta lei posteriormente foi incorporada pela
Constituição Brasileira de 1988, a qual em seu artigo 225 (caput) determina que
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes
e futuras gerações”. Para garantir a efetividade desse direito, o Poder Público
fica incumbido de promover a EA em todos os níveis de ensino. Em 1991 é
iniciada a institucionalização da Educação Ambiental no MEC, pela portaria 678,
estabelecendo que a Educação Ambiental deve permear os currículos dos
diferentes níveis e modalidades de ensino.
Ainda no sentido da busca pela promoção da EA, em 1999 é criada a Lei
9795/99 que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), sendo criadas a Coordenação-geral de EA
(CGEA) no Ministério da Educação (MEC) e a diretoria de EA no Ministério do
Meio Ambiente (MMA). Acompanhando a Constituição, quase todos os Estados
estabeleceram disposições específicas sobre meio ambiente e quase todos
incluíram a EA entre os temas contemplados (BARBIERI, 2004, p.10). Pôr em
exercício uma EA em todos os estados e modalidades da educação, em
consenso com os resultados de discussões cultivadas em nível universal e com
a atual legislação, institui-se uma necessidade de dar soluções à gravidade dos
problemas socioambientais que afetam o planeta.
A partir desse entendimento, a Educação Ambiental participativa,
juntamente com as crianças e monitoras do centro de atendimento Espaço
Criança, tem como foco o envolvimento dos menores nas atividades a realizar-
se pela Secretaria de Municipal de Meio Ambiente do município de São Jorge do
Patrocínio, acontecimentos esses que enfoque a Educação Ambiental, como
forma de repasse de conhecimento entre crianças e adultos, uma construção
coletiva e de busca sustentável para com o local onde vivem.
A educação ambiental tornou-se lei em 27 de Abril de 1999, pela Lei N°
9.795 – Lei da Educação Ambiental, onde em seu Art. 2° afirma: "A educação
ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades
do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. É importante lembrar
 12

que o Brasil é o único país da América Latina que possui uma política nacional
específica para a Educação Ambiental.
A Educação Ambiental tem sido um componente importante para se
repensar as teorias e práticas que fundamentam as ações educativas, quer nos
contextos formais ou informais, orientado para solução dos problemas voltados
para realidade local, adequando-os ao público alvo e a realidade dos mesmos,
pois os problemas ambientais de acordo com Dias (2004) devem ser
compreendidos primeiramente em seu contexto local, e em seguida ser
entendida em seu contexto global. É importante que aconteça um procedimento
participativo constante, de modo que não seja unicamente informativo, é
indispensável a técnica, de caráter a ampliar e incutir uma consciência crítica
sobre a problemática ambiental.
A Educação Ambiental, enquanto procedimento vai além de trabalhos em
hortas, plantar árvores, separação de lixo e visitação a zoológicos, propende
instruir e praticar a redução do consumo e a busca por artigos mais ecológicos,
a fim de poupar e diminuir a geração de resíduos, perceber realmente o que é
ser sustentável, entender as relações do ser humano com o meio ambiente e
como é possível acarretar menos conflitos, entre ações, sempre respeitando a
natureza e todos os seus elementos.
O trabalho da Educação Ambiental deve ser levado adiante com base na
realidade sociocultural, procurando sempre despertar a autonomia, economia e
a responsabilidade. Têm por base o movimento, a música, as artes visuais, a
matemática, a linguagem oral e escrita, a natureza e sociedade, assuntos que
devem ser trabalhados constantemente, considerando ainda que as atividades
busquem uma conexão entre esses diversos eixos, oferecidos em umformato
conjunto com assuntos fundamentais para a promulgação da sustentabilidade.

1.1 OBJETIVO GERAL

Tomar conhecimento das problemáticas ambientais que assolam a

comunidade de São Jorge do Patrocínio-PR, buscando alternativas em
atuações que promovam a sustentabilidade através da educação ambiental,
 13

envolvendo crianças em um trabalho coletivo em parceria com a Secretaria de

Meio Ambiente Municipal.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1) Inserir crianças de um Centro de Atendimento Municipal, nas atividades de

multiplicação de Educação Ambiental.
2) Ocupar o tempo extracurricular das crianças participantes do projeto com
atividades educativas, que promovam situações de aprendizado para com a
cidadania ambiental.
3) Estimularas crianças para que percebam a importância da humanidade na
transformação do meio em que vivem e as interferências negativas que tem
causado à natureza.
 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A sobrevivência humana sempre esteve ligada ao meio natural. Mas com

o padrão desenvolvimentista de acumulação e concentração de capital, há um
processo de apropriação da natureza de forma inadequada, onde se retira dela
muito além do necessário ao sustento humano em nome do capitalismo,
provocando desequilíbrio na relação do homem com o meio natural, onde o
processo de degradação tem aumentado cada vez mais, comprometendo a
qualidade de vida da sociedade.
Desta maneira se faz necessário medidas urgentes de conscientização
que levem a gerar novos conceitos sobre a importância da preservação do meio
ambiente no dia-dia, e a educação ambiental é uma ferramenta que contribuirá
significativamente neste processo de conscientização, pois a E.A. segundo Dias
(2004, p. 523) é:

Processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam

consciência do seu meio ambiente e adquirem novos conhecimentos,
valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos
a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros (Dias 2004,
p 523).

A Educação Ambiental não se limita apenas no ganho de

conhecimentos, mas também, em fundamental, visa permitir um processo de
mudança de comportamento e aquisição de novos valores e conceitos
convergentes às necessidades do mundo atual, com as inter-relações e
interdependência, que se encontram inseridas entre o ambiente econômico,
social, cultural e humano.

2.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O INICIO DA DEGRADAÇAO AMBIENTAL

A história da degradação ambiental em nosso país começou à quinhentos

anos, quando através da exploração e dominação, o Brasil foi perdendo pouco
a pouco as riquezas naturais que aqui existiam, Schumacher e Hoppe afirmam
que a grande riqueza existente no território brasileiro por ocasião do seu
descobrimento levou os homens a apoderarem-se de tudo e a explorar de forma
 15

irracional os recursos naturais, abastecendo e enriquecendo todos aqueles que

administravam o Brasil colônia e muitos outros países que por interesse,
puramente econômico, também serviram-se do potencial da terra.
(SCHUMACHER, HOPPE, 1997, p. 01).

CANCLINI (1983, p.75) lembra que:

A penetração capitalista na América, na conquista e na colônia, fez-se

pela desarticulação do universo indígena e a reorganização do sistema
econômico e cultural pré-colombiano. Ao lado da privatização da terra
e do enfraquecimento dos laços de solidariedade comunitária,
acentuou-se a desigualdade socioeconômica e impôs-se um novo
sistema ideológico, isto é, com novos valores. (CANCLINI, 1983, p.75)

Faz-se necessário o resgate, junto à família, comunidades e escolas, de

valores sociais e ambientais, de respeito, solidariedade, compromisso,
comprometimento, amor, entre outros; para a recuperação de atitudes coerentes
e corretas frente à estas situações, uma vez que, a visão Antropocêntrica
das gerações de jovens e crianças, está cada dia mais acentuada, de forma que,
estes seres, já trazem enraizados em si a noção de natureza à disposição do ser
humano, e de comportamentos anti-ambientais.

Para MEDINA (1994, p.9):

...o ambiente se gera e se constrói ao longo do processo histórico de

ocupação e transformação do espaço por parte de uma sociedade.
Portanto, surge como síntese histórica das relações de intercâmbio
entre sociedade e natureza. (...) O homem entrou na história
acreditando ser o centro do universo, capaz de transformar a natureza
e de utilizar os recursos naturais para si, não somente abrangendo o
ecossistema e suas inter-relações. Pensou em sua sobrevivência,
progresso e conforto, e deixou de pensar que os recursos são
esgotáveis e que se a Terra ficar imprópria para a nossa moradia não
teremos para onde fugir. (MEDINA, 1994, p.9)

2.2 A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA E O MEIO AMBIENTE

 16

Na perspectiva ambiental temos a necessidade de implementação de

projetos de Educação Ambiental participativa para o conhecimento da realidade
e das necessidades da população. Só quando conhecemos, é que podemos
fazer algo para mudar nossa realidade, praticando cidadania.

Cidadania é um termo que designa a pessoa atribuída dos direitos e

deveres de cidadão, ou seja, de um indivíduo que vive e coabita na cidade, em
comunidade e com as normas criadas pela sociedade e também em nível de
negócios e decisões políticas. Nesse sentido vemos surgir também à
necessidade obvia de incluir o respeito ao meio ambiente como uma das
exigências consideradas como necessárias para um ser humano correto que
cumpre com seus deveres de cidadão respeitável.

FREIRE (2000) diz:

Nosso compromisso, enquanto cidadão nesta sociedade globalizada é

o de uma visão mais clara e ampla com a qualidade ambiental para um
presente e futuro próximo, onde o homem terá oportunidade a sua vez
e voz, tendo como vista não o espaço próximo de ação, mas também
o horizonte Planetário. (FREIRE, 2000).

Esta cidadania exigirá a intervenção e ação de cada sujeito na

participação no destino do planeta. Este desafio nos exige uma nova postura
frente às questões ambientais, repensemos nossas imagens mentais e que
revisemos, arbitrariamente, nossos conceitos.

2.3 EDUCACAO AMBIENTAL, CONCEITOS E EVOLUÇÃO

De acordo com Dias (2004), a evolução dos conceitos de Educação

Ambiental esteve diretamente relacionada á evolução do conceito de meio
ambiente e ao modo como este era percebido. Dessa forma podem-se analisar
vários conceitos de EA no decorrer da evolução.
Em 1969, a EA foi definida como um processo que deveria objetivar a
formação de cidadãos.
 17

Em 1970, a Internacional Union for theConservationofNature (IUCN)

definiu a EA como um processo de reconhecimento de valores e clarificação de
conceitos, voltado para o desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias
á compreensão e apreciação das inter-relações entre o homem, sua cultura e
seu entorno biofísico.
Em 1972, Mellows apresentou a AE como um processo no qual deveria
ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de preocupação com o
meio ambiente, baseado em um complexo e sensível entendimento das relações
do homem com o ambiente e a sua volta.
Em 1977, a conferência realizada em Tbilisi, definiu a AE como uma
dimensão dada ao conteúdo e á prática da educação, orientada para a resolução
dos problemas concretos do meio ambiente, através de um enfoque
interdisciplinar e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da
coletividade.
Em 1996, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), definiu a AE
como um processo de formação e informação, orientada para o 1 EA –
Abreviação de Educação Ambiental. 10 desenvolvimento da consciência crítica
sobre as questões ambientais e de atividade que levem á participação das
comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.
Em 1992, elaborados pela Comissão Internacional para preparação da
Rio-92, a EA se caracteriza por incorporar a dimensão socioeconômica, política,
cultural e histórica, não podendo basear-se em pautas rígidas e de aplicação
universal, devendo considerar as condições e o estágio de cada país, região e
comunidade, sob uma perspectiva holística. Assim sendo, a EA deve permitir a
compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a
interdependência entre os diversos elementos que conforma o ambiente, com
vista a utilizar racionalmente os recursos do meio, na satisfação material e
espiritual da sociedade, no presente o no futuro.
Em 2000, Minini relatou que a AE é um processo que consiste em
propiciar ás pessoa uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar
valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição
consciente e participativa, a respeito das questões relacionadas com a
conservação e adequada utilização dos recursos naturais, para a melhoria da
 18

qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo

desenfreado.
 19

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCAL DA PESQUISA

O presente trabalho é realizado com as crianças que freqüentam o Centro

de Atendimento Espaço Criança, estabelecimento municipal situado na Rua
Arnaldo Ferro N 400, Centro- São Jorge do Patrocínio PR, onde crianças que ao
encerrarem suas atividades escolares diárias, tanto nos períodos matutinos e
vespertinos, para não ficarem ociosas em casa ou freqüentando as ruas da
cidade, ficam alojadas nesse local até que seu responsável venha buscá-lo.
Porém as atividades propostas nesse projeto acontecerão nos mais
diversos ambientes, dentro e fora deste local, levando esses menores a
realidade ambiental de sua comunidade.

Figura 1 - Centro de Atendimento Municipal Espaço Criança

3.2 TIPOS DE PESQUISA

Conforme Antônio Carlos Gil, em seu livro Como elaborar projetos de

pesquisas (2002), as pesquisas no que se referem aos procedimentos práticos,
podem ter cunho bibliográfico, de campo, documental, experimental, de estudo
de caso, de pesquisa ação, participante, ex post-facto, de levantamento e de
corte.
 20

Nessa pesquisa a classificação mais coerente é a pesquisa-ação, onde

segundo Thiollent (1985, p. 14):

Um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada

em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo (THIOLLENT 1985, p.14)

A pesquisa-ação é uma metodologia muito utilizada em projetos de

pesquisa educacional. Segundo Thiollent (2002, p. 75 apud VAZQUEZ e
TONUZ, 2006, p. 2), “com a orientação metodológica da pesquisa-ação, os
pesquisadores em educação estariam em condição de produzir informações e
conhecimentos de uso mais efetivo, inclusive ao nível pedagógico”, o que
promoveria condições para ações e transformações de situações dentro da
própria escola.

Outros dois autores, Kemmis e Mc Taggart (1988, apud Elia e Sampaio,

2001, p. 248) desenvolvem esta forma de entrosamento da consideração de
pesquisa-ação com as seguintes palavras:

"Pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em uma auto-

reflexão coletiva empreendida pelos participantes de um grupo social
de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça de suas próprias
práticas sociais e educacionais, como também o seu entendimento
dessas práticas e de situações onde essas práticas acontecem. A
abordagem é de uma pesquisa-ação apenas quando ela é
colaborativa...” (KEMMIS e MC TAGGART,1988, apud Elia e Sampaio,
2001, p.248).

3.3 COLETA DE DADOS

Uma das fases mais importantes em uma pesquisa é a da coleta de

dados. Qualquer tipo de levantamento com o público deve ter o máximo de
cuidado na hora de coletar informações. As informações, levantamentos, e os
dados necessários para dar procedimento ao Projeto serão obtidos da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Turismo de São Jorge do Patrocínio – PR, através
de biólogos, técnicos e fiscais ambientais que ficaram sob a responsabilidade de
acompanhar, ensinar, capacitar e educar ambientalmente essas crianças
 21

durante o andamento do Projeto, para a coleta ou repasse das mais variadas

informações envolvendo a área ambiental.

3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Para o desenvolvimento do trabalho foram definidas linhas de direção.

Primeiramente diagnóstico dos problemas ambientais do município de São Jorge
do Patrocínio posteriormente o planejamento das estratégias de ação. E por fim
as ações de educação ambiental com as crianças do Centro de Atendimento
Espaço Criança.

1) Levantamento dos problemas ambientais:

O primeiro passo foi realizar um levantamento dos conceitos identificados

como problemas ambientais de maior relevância no município de São Jorge do
Patrocínio-PR, através da obtenção de informações como o histórico de
fiscalização ambiental, a colaboração da população na coleta seletiva, a difusão
de lixo nas áreas de preservação ambiental, atitudes da comunidade perante
uma provável escassez de água potável,fatos decorridos e vivenciados dentro
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que é o órgão ambiental responsável
pela gestão desses aspectos dentro do município, Esse levantamento envolveu
os funcionários deste departamento que articularam sobre algumas dificuldades
encontradas nos trabalhos do dia a dia sobre as informações acima descritas.

2) Planejamento estratégico da inserção da educação ambiental

O ponto de partida para cada caso foi definir a missão, ou seja, a forma
de trabalhar especificamente em cada situação. Definido nomeadamente cada
plano de ação analisou-se juntamente com as professoras e monitoras do Centro
de Atendimento Espaço Criança, os pontos positivos e negativos das crianças
em relação a esse planejamento, sendo que são peças importantes e essenciais
na execução desse projeto, com isso se atingirá maior assertividade na
condução das atividades desenvolvidas por esses menores.
 22

Algumas iniciativas importantes nesse aspecto aconteceram:

Crianças do Centro de Atendimento Espaço Criança observam
fiscalização ambiental realizada por agentes e fiscais da Secretaria de Meio
Ambiente da Prefeitura Municipal de São Jorge do Patrocínio, em parceria com
a Policia Militar, as margens do Rio Paraná, na ocasião, pescadores são
abordados e tem sua embarcação vistoriada, para constar se há irregularidades
como pesca predatória, ou espécies de peixes não permitidas, tal inconstância
faz com que aconteçam alterações no ambiente aquático, diminuindo a
produtividade pesqueira e comprometendo o equilíbrio ecológico desse
ecossistema.

Figura 2 - Aula a campo: Acompanhando a fiscalização da pesca predatória

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio.

Evento realizado em parceira aos órgãos ambientais na esfera Municipal

(prefeitura), Estadual (Instituto Ambiental do Paraná) e Federal (Instituto Chico
Mendes da Conservação da Biodiversidade) onde varias crianças do projeto teve
a oportunidade de acompanhar o trabalho voluntário realizado no local. O Evento
denominado Rio + Limpo, conta com a participação de voluntários que se
dispõem a recolher lixo das encostas das ilhas e margens do Rio Paraná.
 23

Figura 3 - Visita as margens do Rio Paraná, evento Rio+Limpo

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio.

Capacitação realizada com alunos do Centro de Atendimento Municipal

Espaço Criança, sobre coleta seletiva de materiais reciclados. Na ocasião as
crianças aprenderam a forma correta do descarta de resíduos solido domésticos,
separando devidamente os resíduos rejeito do reciclável. A coleta seletiva existe
no município há oito anos, porém o processo de educação Ambiental sobre este,
deve acontecer de forma contínua para que a população esteja atenta e não
cometa irregularidades na separação de seus resíduos.

Figura 4 - Oficina educativa sobre a coleta seletiva

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio
 24

Neste dia a campo, proporcionado pela Secretaria Municipal de Meio

Ambiente, as crianças inseridas no Projeto visitaram uma das lagoas do Parque
Nacional de Ilha Grande, Lagoa Xambrê, o maior ecossistema aquático neste
aspecto do Parque. Contemplaram as belezas cênicas desta Unidade de
Conservação Federal e aprenderam sobre a importância de conservar e
preservar este local que é berçário dos peixes nativos do Rio Paraná, com
explanações sobre como acontece o período de reprodução dos peixes
chamado de piracema. O ciclo de reprodução dos peixes de piracema acontece
todos os anos e representa um exemplo de luta pela vida. Os peixes que não
migram, não amadurecem seu processo hormonal e conseqüentemente não se
reproduzem, o que não contribui para a perpetuação da vida.

Figura 5 - Visita as lagoas do Parque Nacional de Ilha Grande

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio.

Para adquirir conhecimento sobre as arvores nativas da região, as

crianças do Projeto visitaram o Viveiro Municipal, conheceram uma vasta
variedade de espécies, o processo de reprodução dessas mudas até seu plantio
e a importância de se cultivar e preservar as espécies nativas cuja presença é
natural, ou seja, árvores que a natureza gerou e fez evoluir em um determinado
ambiente.
 25

Figura 6 - Aula a campo sobre as espécies de árvores nativas da região.

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio.

Palestra realizada com os alunos do Centro de Atendimento Espaço

Criança para aprender boas pratica sobre o uso consciente da água potável.
Medidas de como cuidar e economizar água, para que não aconteçam
problemas futuros, já que a vida no planeta gera em torno de água, e sua
escassez pode ocasionar grande percas na biodiversidade.

Figura 7 - Capacitação sobre a importância da água

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio
 26

3.5 ANÁLISES DOS DADOS DA PRIMEIRA FASE

Nesta fase analisamos os elementos alcançados nos primeiros passos do

trabalho, para constatar depois de cumpridas as etapas iniciais propostas na
metodologia referente ao aprendizado das crianças engranzadas no Projeto de
educação ambiental se essas obtiveram resultados satisfatórios no decorrer das
atividades realizadas.Enquadrando-se dentro dos aspectos de uma pesquisa-
ação, o método usado para essa analise aconteceu através de uma enquete com
questões ambientais aplicada nas crianças por meio de um quis recreativo,
denominado pelos menores de “torta na cara”, onde uma competiu com a outra
em níveis de conhecimento e aprendizado.
Tomando como base os objetivos transcritos como metas para a
conclusão deste trabalho, as perguntas basearam-se nos principais assuntos
debatidos nas capacitações, aulas de campo e oficinas:

 Pesca predatória
 Coleta seletiva
 Arvores Nativas da Região
 Água
 Parque Nacional de Ilha Grande

Figura 8 - Quis educativo, com torta na cara

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio
 27

Por meio desta atividade atingimos pontos positivos para a continuação

do trabalho, pode-se aferir a demonstração de interesse das crianças através do
acentuado número de acertos no quis, da mesma forma que avaliamos o formato
de aprendizado proposto e aplicado, como satisfatório perante o resultado obtido
nessa atividade. A partir desta, as crianças foram selecionadas de acordo com
seus acertos para a próxima etapa: repassar os ensinamentos, promovendo atos
de cidadania e sustentabilidade.

3.6 CONHECIMENTO EM PRATICA

Após as crianças se aperfeiçoarem nas boas praticas em

sustentabilidade, foram desenvolvidas várias atividades em educação ambiental
em parceria com aos menores do Centro de Atendimento Espaço Criança,
equipe de monitores e a comunidade local, após as devidas capacitações, tais
atividades resultaram ações viáveis e ambientalmente corretas, onde as crianças
se envolveram diretamente demonstrando todo o aprendizado adquirido.

1) Barreira de Pesca

A Barreira de Pesca é um trabalho organizado as margens do Rio Paraná

para fins de conscientização de pescadores e turistas que freqüentam esse local.
As crianças após acompanharem os trabalhos realizados pelos ficais ambientais
da Secretaria de Meio Ambiente de São Jorge do Patrocínio nas fiscalizações
ambientais sobre pesca predatória (um dos problemas ambientais que afetam
esse município) participam ativamente da ação de Educação Ambiental para
com os pescadores, entregando a régua de peixes e explicando aos mesmos,
sobre os danos que acarretam a pesca predatória.
 28

Figura 9 - Dia a campo para conscientização a pescadores

Fonte: SEMMA de São Jorge do Patrocínio

Figura 10- Abordagem a pescadores, entrega de régua de peixes e sacos e sacos de lixo.
Fonte: SEMMA de São Jorge do Patrocínio

2) Rio + Limpo

Essa ação visa promover um arrastão em todas as margens do

arquipélago do Parque Nacional de Ilha Grande, recolhendo resíduos e demais
materiais que degradam e poluem os rios que banham as ilhas (um dos
 29

problemas de grande impacto local). As crianças inseridas no Projeto, após

participar da primeira etapa dessa ação observando o trabalho desenvolvido por
voluntários, policiais, agentes e ficais ambientais, participaram ativamente da
segunda etapa dessa ação. Tiveram a oportunidade de desenvolver um trabalho
em conjunto a polícia ambiental da região, retirando da natureza toneladas de
resíduos que contaminam e degradam esse ecossistema.

Figura 11: Crianças participando da limpeza das Ilhas do PNIG

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio

Figura 12- Montante de lixo retirado das Ilhas do PNIG

Fonte: SEMMA São Jorge do Patrocínio
 30

3) Coleta Seletiva

Os resíduos sólidos domésticos são um dos problemas ambientais em

São Jorge do Patrocínio de grande relevância, apesar de possuir uma sistemade
coleta seletiva consolidado a 08 anos no município, a população precisa ser
advertida através da Educação Ambiental, para que não haja mistura de
resíduos, pois há sempre novos moradores que não conhecem esses sistema
ou para que não caiam no esquecimento de como funciona esse importante
processo de realizar corretamente a separação dos resíduos sólidos que podem
ser recicláveis ou reaproveitados,dos orgânicos e rejeitos que tem sua
destinação direta na vala do aterro Sanitário Municipal
Após a capacitação e a explicação minuciosa de um folder sobre coleta
seletiva na cidade, as crianças, acompanhadas por monitoras e ficais ambientais
percorreram as ruas da cidade, entregando a população o folheto informativo e
mostrando a seriedade de se praticar corretamente a coleta seletiva.

Figura 13- Crianças educando os moradores sobre a separação de seus resíduos

Fonte: SEMMA de São Jorge do Patrocínio.

4) Plantio de Nativas
 31

As crianças tiveram a oportunidade de colaborar ativamente de um plantio

de mudas em uma área degradada nas proximidades do Parque Nacional de Ilha
Grande e em outra ocasião participaram do reflorestamento do Bosque
Municipal, ambas as atividades com mudas nativas.

Figura 14: Plantio de nativas em área degradada, nas proximidades do PNIG

Fonte: SEMMA de São Jorge do Patrocínio

5) Economizando Água

Diante do conhecimento proposto em palestra oferecida pela Secretaria

de Meio Ambiente sobre a importância da água, as crianças do projeto se
desempenharam para demonstrar que elas estão preocupadas com o futuro
desse bem finito que garante a sobrevivência de quase todas as espécies de
vida na Terra.
Por meio de cartazes e imagens ilustrativas e com muito conhecimento
sobre economia de água, exerceram um ótimo trabalho em ação de aprendizado,
tendo como foco aos órgãos públicos e escolas do município, conversando com
as pessoas sobre o uso racional de água e como é importante preservar para o
futuro.
 32

Figura 15: Educação Ambiental nas pré-escolas municipais sobre água

Fonte: SEMMA de São Jorge do Patrocínio
 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 RESULTADOS DAS CAPACITAÇÕES

Constatamos que a falta de informações e conhecimentos notórios no

cotidiano da população é que acarreta escolha por conceitos ambientalmente
errados, os quais através da pratica em Educação Ambiental, foram ajustados e
repassados a comunidade abordada, a forma correta de desenvolver e exercitar
novos hábitos, costumes e decisões.
Trabalhos realizados em parceria com as crianças co Centro de
Atendimento Espaço Criança:

4.1.1 BARREIRA DE PESCA

Gerando resultados satisfatórios, quando os pescadores surpreendidos

pelo trabalho e desempenho das crianças, firmaram o compromisso de trazer de
volta seu lixo e pescar dentro das normas permitidas, o qual foi realmente
conceituado pelos ficais ambientais com uma melhora significativa nas
fiscalizações posteriores.

4.1.2 RIO + LIMPO

É constatado como uma atividade de grande valia para aprimorar o

instinto de preservação que este projeto esta proporcionando a essas crianças,
sendo que após a inserção desta pratica concreta na natureza, as mesmas se
motivaram ainda mais na realização das atividades em prol ao meio ambiente.

4.1.3 COLETA SELETIVA

Os resultados gerados nesta ação podem ser notados no resultado final

da coleta dos resíduos do município, quando atingem o aterro sanitário e o
Centro Municipal de Triagem, uma melhora expressiva na condição de
separação dos resíduos gerados, tanto nos dispostos a reciclagem, quanto na
diminuição desses materiais dentro da vala do Aterro Sanitário Municipal. A
 34

educação Ambiental nesse aspecto deve ser algo contínuo e permanente para
que a coleta seletiva reflita de forma positiva no seu processo final.

4.1.4 PLANTIO DE NATIVAS

O resultado dessa ação é reduzir o índice de desmatamento e

intensificar as atividades de educação ambiental conscientizando as crianças e
adultos de que conservar a natureza é a melhor escolha. Na ocasião as crianças
participaram de todo o processo do plantio, desde a abertura dos ‘berços’ (como
são chamados os buracos que receberam as mudas), aplicação do composto
orgânico e plantio das mudas. Todas as mudas usadas no plantio são nativas
produzidas no viveiro.

4.1.5 ECONOMIZANDO ÁGUA

Um impulso positivo foi suscitado nesta obra, onde as crianças provaram

através do seu próprio trabalho que estão preocupadas com o futuro da vida no
planeta.
 35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mudanças de valores, iniciativas populares, formulação de políticas, e

estratégias de ação, estão subordinados a medidas para promover a
sustentabilidade. A educação ambiental é a possibilidade grandiosa de
interferência neste processo para modificar e transformar a vida, seu meio físico
natural, sua relação e inter-relação homem-sociedade, e assim participar da
construção de mundo melhor.
No Primeiro estágio, esse trabalho proporcionou aos envolvidos a
compreensão de um problema ambiental significativo, direcionando a formação
de opiniões que podem despertar o desejo de agir em prol de soluções para a
situação vivenciada. É dessa formação de opinião e do desejo de atuar e, assim,
concretizar ações a favor de uma causa coletiva que o indivíduo passa a exercer
sua cidadania, transformando conhecimento adquirido em atitudes de
procedência para com a sociedade.
Por outro lado às pessoas atingidas por essa ação de cidadania se
demonstram estimuladas por esse processo solidário de mudança de hábitos
para o bem comum da coletividade, e como resultados do empenho dessas
ações, boas práticas de sustentabilidade são inseridas na comunidade local,
atingindo e beneficiando a esfera econômica, social e ecológica.
 36

REFERÊNCIAS

BARBIERI, J. C. (2004). Educação ambiental e a gestão ambiental em cursos

de graduação em administração: objetivos, desafios e propostas. Revista
de Administração Pública, 38(6), 919-946.
Disponívelem<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6766.>
Acesso em 15 de abril de 2018.

BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do

Brasil. Brasília, 5 de outubro de 1988.Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>
Acesso em 10 de abril de 2018.

CANCLINI, Nestor Garcia. As culturas populares no capitalismo. São Paulo.

Editora Brasiliense, 1983. apud QUADROS. A, 2007 Educação Ambiental:
iniciativas populares e cidadania. Disponível em:<
raraca.ufsm.br/websites/unidadedeapoio/download/alessandra.pdf> Acesso em:
10 abril de 2018.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9.ed.

São Paulo: Gaia, 2004. p.551.apud PELICIONI, M. C.F Educação Ambiental,
Qualidade de vida e sustentabilidade. Saúde e Sociedade 7 (2):19-31, 1998
Disponível em http:<//www.scielo.br/pdf/sausoc/v7n2/03> Acesso em: 09 de abril
de 2018.

FREIRE, P. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros

escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000. apud LOPES T. C. Souza,
Educação Ambiental como Estratégia de Sensibilização Ambiental em
umaEscola de Ensino Médio, Angicos/RN. Disponível em:<
http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/232/arquivos/Thais%20C
ristina%20de%20Souza%20Lopes%20TCC_BDM_BCAUFERSA%202011.2.pd
f> Acesso em: 20 de abril de 2018.

Gil, Antônio Carlos, 1946. Como elaborar projetos de pesquisa. Antônio Carlos
Gil. - 5. ed. - São Paulo : Atlas, 2008 apud SANTOS. G. José Carlos, Tipos de
Pesquisas. Disponível em:<
http://www.oficinadapesquisa.com.br/APOSTILAS/METODOL/_OF.TIPOS_PES
QUISA.PDF> Acesso em: 13 abril de 2018.

GOLDEMBERG, J.; BARBOSA, L. M. A legislação ambiental no Brasil e em

São Paulo. Tricontinental Editora, Rio de Janeiro, n.96, nov. 2004. Disponível
 37

em < http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=954> Acesso em: 20 de

abril de 2018.

HOGAN, Daniel. Joseph. Dinâmica populacional e mudança ambiental:

cenários para o desenvolvimento brasileiro.1ª edição Campinas, dezembro
de 2007. Disponível em: <http://www.unfpa.org.br/Arquivos/livro_dinamica.pdf >.
Acesso em: 10 de Abril de 2018.

KEMMIS e MC TAGGART,1988,( apud Elia e Sampaio, 2001, p.248). Pesquisa

Ação. Barcelona: Laertes, 1988.
Disponível em < https://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Pesquisa-
A%C3%A7%C3%A3o/722353.html> Acesso em: 19 de abril de 2018.

MEDINA, N.(apud BORTONCELLO & ROSITO, vol.(2), n°2, p. 297 –302, 2011)
Educação ambiental: Uma nova perspectiva. Série Cadernos Pedagógicos.
Cuiabá: Secretaria Municipal de Educação e Universidade Federal do Mato
Grosso, 1994. Disponível em< file:///C:/Users/Aline/Downloads/2770-10719-2-
PB.pdf> Acesso em: 20 de abril de 2018.

MELLOWS, C. ( apud ROSA & ROSA, vol.(1), n°1, p. 108 – 121, Monografias
Ambientais) Environmental Education and the Search for Objectives.
Environmental Education: the Present and the Future Trends. Portsmouth,
nº 6. 1972. Disponível em:< file:///C:/Users/Aline/Downloads/2294-8403-2-
PB.pdf> Acesso em: 10 de abril de 2018.

MININI, apud DIAS, G. F. D. Educação Ambiental – Princípios e práticas. São

Paulo, Gaia, 2000.
Disponível em: <http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1268.> Acesso em
23 de abril de 2018.

MMA. GOV. BR, Conceitos de Educação Ambiental. Disponível em

<http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-
ambiental/conceito.html> Acesso em 21 de abril de 2018.

REIGOTA, M. A Educação Ambiental frente aos desafios apresentados

pelos discursos contemporâneos sobre a natureza Educação e Pesquisa,
São Paulo, v.36, n.2, p. 539-553, maio/ago. 2010. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/ep/v36n2/a08v36n2.pdf> Acesso em: 19 de abril de
2018.

SCHUMACHER. M, V.HOPPE, J. M. A complexidade dos ecossistemas.

Porto Alegre: Pallotti, 1997. apud QUADROS. A, 2007 Educação Ambiental:
 38

iniciativas populares e cidadania. Disponível em:<

raraca.ufsm.br/websites/unidadedeapoio/download/alessandra.pdf> Acesso em:
10 abril de 2018.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo:

Cortez, 2008. 108 p. apud RUFINO. B.L.G e DARIDO. S.C A pesquisa-ação
como forma de investigação no âmbito da educação física escolar.
Disponívelem:<https://arquivo.sepq.org.br/IV-SIPEQ/Anais/artigos/89.pdf>
Acesso em: 13 abril de 2018.

THIOLENT, Michel (2002, p. 75 apud VAZQUEZ e TONUZ, 2006, p. 2 _____

Pesquisa ação nas organizações. São Paulo: Atlas, 1997.Disponível em:<
https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/pesquisa-acao.htm>
Acesso em:19 abril de 2018.

WIKIPÉDIA.ORG. BR, Desenvolvimento Sustentável, Disponível em:<

https://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel> Acesso em:
25 abril de 2018