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Tendências Da Psicologia Na Atualidade

O documento descreve duas perspectivas da psicologia cognitivista: (1) a perspectiva computacional, que compara o cérebro e processos mentais a computadores, e (2) a perspectiva cultural de Jerome Bruner, que vê a mente como capaz de atribuir significado influenciado pela cultura através de narrativas.

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Tendências Da Psicologia Na Atualidade

O documento descreve duas perspectivas da psicologia cognitivista: (1) a perspectiva computacional, que compara o cérebro e processos mentais a computadores, e (2) a perspectiva cultural de Jerome Bruner, que vê a mente como capaz de atribuir significado influenciado pela cultura através de narrativas.

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Tendências da Psicologia na atualidade

Novas correntes da psicologia – A perspetiva cognitivista: computacional e cultural

O resgate da mente

Ler a pequena biografia de Jerome Bruner


– pág. 278

O movimento cognitivista constituiu uma revolução que pretendeu trazer a mente de


volta às ciências humanas. O objetivo consistiu na reintrodução da mente no seio da psicologia
mas este objetivo só foi conseguido após duas tentativas diferentes: uma de ordem
computacional e outra de ordem cultural.

Perspetiva computacional – ainda que pareça estranho, o aparecimento dos


computadores levou os psicólogos a entender melhor o funcionamento como o homem
recebe a informação e a organiza. O cérebro seria semelhante ao computador e os processos
mentais aos seus programas, (entrada e saída de informação). O funcionamento do
computador pode comparar-se ao funcionamento do cérebro humano. Baseado nesta analogia
os psicólogos cognitivistas começam a valorizar o modo como a informação é armazenada e
organizada internamente.

Inspirando-se nos modelos computacionais, os cognitivistas sublinham a necessidade


de estudar a mente reintroduzindo - a como objeto de estudo.

O desenvolvimento da cibernética e da informática não tiveram só efeitos na


organização social e na vida das pessoas, afetaram o modo como a psicologia organizou as
suas reflexões e investigações. Compreende-se que o comportamento humano não possa ser
um prolongamento do comportamento animal, que se analisaria de forma objetiva e rigorosa.
Compreende-se então as limitações do behaviorismo e assiste-se a um regresso à mente.
Começa então a vigorar a ideia de que o que fazemos e o modo como reagimos envolve um
conjunto de processos complexos que não são observáveis.

A mente trataria a informação armazenada, depois de recolhida no meio ambiente. O


modo de recolher, processar e transformar a informação é próximo do funcionamento dos
computadores: o cérebro corresponde ao hardware e os processos mentais ao software. A
comparação entre a maneira de funcionar da mente e a forma do funcionamento dos
computadores conduziu ao modelo de mente computacional, modelo que marcou as
investigações e estudos em várias áreas da psicologia. Registemos em esquema algumas delas:

 Perceção – como é que a informação é recolhida e chega até à mente?

 Cognição – como é que a informação é tratada, uma vez na mente?

 Memória – como é que a informação é armazenada?

 Aprendizagem – como é que a informação é adquirida?

1
 Inteligência – como é que, se criam representações que levam a ações mais
adequadas?

Procurou-se também perceber como é que a mente trabalha para resolver


problemas:
 que estratégias mentais utiliza?

 Quais são as consequências das operações mentais que conduzem à


resolução de um problema?

Perspetiva cultural

Jerome Bruner, não apreciou as influências vindas da cibernética e da informática,


considerando que o modelo computacional afastava a psicologia dos ideais que tinham
inspirado a revolução cognitivista. Assim, inicia um segundo movimento em que a
mente é equacionada de modo inovador, aquilo a que chamou psicologia cultural. O
autor foi citado milhares de vezes em livros e convénios de psicologia.

Leitura do texto 5 – página 280

Bruner encara a mente e a vida humana num sentido mais amplo considerando que o seu
estudo deve ter em conta múltiplas perspetivas. O ser humano é um produto de símbolos, um
construtor de significados e de sentidos.

Significado= aquilo que uma coisa exprime ou representa.

Importância dos significados

Na perspetiva da psicologia cultural, encara-se a mente como a capacidade de atribuir


significado à realidade. A atribuição de significado é um processo que resulta da interação
recíproca entre mente e cultura.

Segundo Bruner a mente não surgiu espontaneamente a criar e atribuir significado às


coisas. Ela foi-se constituindo no interior de uma comunidade cultural com dados e símbolos
linguísticos e com um conjunto de significados prévios destinados a interpretar o que se passa.

É o património partilhado de significados que se constitui como estruturante da


mente. Esta constitui a cultura e é constituída pela cultura. As interpretações ou significados
dos factos estão inseridos nos grandes contextos do conhecimento da História e da Cultura.
Por exemplo, há uma forma padronizada do Ocidente olhar o Islão e deste olhar para o
Ocidente. Somos para Bruner o resultado do processo de produção de significados, realizado
com o auxílio dos sistemas simbólicos da cultura.

Neste novo mentalismo, a mente é uma estrutura que se enraíza na cultura e ao


mesmo tempo se prolonga nos contextos culturais em que a pessoa se desenvolve.

2
A narrativa como construtora de identidade

Narrativa - relato de um facto, acontecimento ou sequência de eventos

As nossas experiências transformam-se em narrativas. Estas são uma espécie de intermediário


entre o Eu e o mundo social, são o espelho um do outro.

Eu – as narrativas refletem a pessoa que as narra;

Mundo social – as narrativas refletem a componente social, em virtude do Eu se ter


gerado no contato com as mentes que com ele convivem.

A narrativa revela a participação do narrador, fruto cultural e histórico, numa


comunidade que vê o mundo em função de um sistema de representações.

As narrativas traduzem identidades quer individuais quer sociais e têm que ser
tomadas em conta no estudo da mente. Estas narrativas de acordo com Bruner são a matéria
da vida daqueles cujo comportamento os psicólogos desejam estudar.

Em síntese: o objeto de estudo da psicologia para Bruner é o modo como o ser


humano constrói representações da realidade, como produz e é influenciado pelos
significados, pelas narrativas, modos esses, elaborados e partilhados por um dado meio
sociocultural.

O ser humano é um ser que constrói significados na sua relação com o mundo e que ao
mesmo tempo é produto das narrativas mediante as quais cada cultura se transmite aos seus
membros. As narrativas são as representações que cada comunidade cultural elabora sobre
como organizar a vida social, sobre os valores que são estimáveis, sobre as suas aquisições
fundamentais.

Somos para Bruner o resultado de processos de produção de significados, realizado


com o auxílio dos sistemas simbólicos da cultura. A mente constitui a cultura e é constituída
pela cultura, como já foi sublinhado.

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