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Medicao de Actividades Economicas PDF

O documento descreve os conceitos fundamentais das contas nacionais e da medição da atividade económica agregada. Em 3 frases: 1) As contas nacionais medem o valor agregado dos bens e serviços finais produzidos num país num determinado período, através de três óticas: produção, rendimentos e despesa. 2) A ótica da produção mede o PIB como a soma dos valores acrescentados brutos de cada setor; a ótica do rendimento como a soma dos rendimentos dos fatores de produção; e a ótica da
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O documento descreve os conceitos fundamentais das contas nacionais e da medição da atividade económica agregada. Em 3 frases: 1) As contas nacionais medem o valor agregado dos bens e serviços finais produzidos num país num determinado período, através de três óticas: produção, rendimentos e despesa. 2) A ótica da produção mede o PIB como a soma dos valores acrescentados brutos de cada setor; a ótica do rendimento como a soma dos rendimentos dos fatores de produção; e a ótica da
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2.

A Medição da Actividade Económica

Setembro 2007, [email protected]

Slides baseados no guião disponível no site da cadeira 1


2.1. Agentes, Operações, Fluxos e Stocks

A Macroeconomia analisa o comportamento agregado dos


agentes económicos

Agentes económicos: são classificados por sector


institucional, de acordo com o seu comportamento
económico, i.e., de acordo com as funções (operações)
económicas que desempenham e as fontes de recursos de
que dispõem.

2
Sectores Função Principal Recursos Principais
institucionais
Famílias Consumir. Remuneração do trabalho, rendimentos
(poupar) de propriedade, transferências efectua-
das por outros sectores.
Empresas Produzir bens e serviços mercantis Receitas provenientes da venda da
não financeiros. produção.
Estado Produzir serviços não mercantis(1) Pagamentos obrigatórios efectuados
(Administrações para a colectividade e efectuar pelos outros sectores: impostos directos
Públicas) operações de redistribuição do (IRS, IRC) e indirectos (IVA, s/
rendimento e da riqueza nacionais. produção, s/ importação) +
+ contribuições sociais
Instituições Realizar operações de intermediação Juros e outros recebimentos de serviços
Financeiras financeira. prestados (por ex., comissões).
Resto do Mundo Não é caracterizado por uma função ou recursos principais; agrupa as unidades
não residentes que efectuam operações com sectores institucionais residentes.(2)3
2.1. Agentes, Operações, Fluxos e Stocks
Variáveis fluxo: são medidas num dado intervalo de tempo;

Variáveis stock: são medidas num dado momento do tempo.

2.2. Contas Nacionais

Definição: Contabilidade Nacional é a representação


simplificada, quantificada e agregada das operações
económicas efectuadas por múltiplos agentes económicos,
num país ou região, durante um determinado período de
tempo.
4
2.2. Contas Nacionais
Funções: tratando-se de uma forma de descrever a realidade
económica, fornece evidência empírica no sentido de se:

(i) verificar/validar a teoria económica e efectuar previsões;

(ii) definir políticas económicas e avaliar a sua eficácia


(função que está na base do surgimento da CN);

(iii) estabelecer comparações entre diferentes economias


(surgimento de sistemas de contas normalizadas; ex.:
SEC).
Exs: www.ine.pt – dados estatísticos – bases de dados (tema: contas nacionais e regionais)

Bases de dados do Banco Mundial e da OCDE disponíveis na FEP

http://www.ggdc.net/maddison/ (historical statistics: PIB, PIB per capita, população)


5
Penn World Table: http://pwt.econ.upenn.edu/php_site/pwt_index.php (dados 1950-2004)
2.2. Contas Nacionais
(1) (2)
PIB ≡ Agregação do valor de mercado dos bens e serviços
(3) (4)
finais criados num território durante um determinado
(5)
período de tempo.

(1) Unidade de medida comum → valor monetário


Preço de Mercado (produtos transaccionados em mercados “formais”)

(2) Necessidade de evitar dupla contagem


Não se mede a totalidade dos bens e serviços produzidos e trocados,
mas apenas o valor acrescentado bruto (VAB) em cada processo
produtivo:
VAB ≡ Produção (ou VBP) – Consumos Intermédios ≡ Valor dos bens
e serviços finais.
6
B&S finais vs B&S intermédios vs Bens de capital
2.2. Contas Nacionais
(1) (2)
PIB ≡ Agregação do valor de mercado dos bens e serviços
(3) (4)
finais criados num território durante um determinado
(5)
período de tempo.
(3) Criados (ou produzidos de novo)
Excluem-se as vendas de bens que foram produzidos em períodos
anteriores

(4) Delimitação espacial:


Território de localização dos factores de produção (território
económico nacional) → PIB
Critério de residência dos agentes proprietários dos factores de
produção → PNB
(5) Delimitação temporal
Sendo o PIB uma variável fluxo, reporta-se, por definição, a um 7
intervalo de tempo específico.
2.2. Contas Nacionais
Algumas limitações…

• Dados publicados com desfasamento temporal e sujeitos a


revisões;
• Lacunas e erros
– Economia informal/paralela/subterrânea

– Escassez de fontes

– Erros de medição

– Neste contexto…
• Prefere-se muitas vezes a análise das taxas de variação percentual à
análise dos níveis das variáveis
• As comparações entre países com estruturas e níveis de
desenvolvimento diferentes é muito falível, pois também os erros e
lacunas tendem a ser muito distintos 8
• Taxa de câmbio
2.2. Contas Nacionais
Circuito Económico e as Ópticas de Cálculo do PIB

Medição da actividade económica:

1) Montante de bens e serviços finais criados (produzidos de


novo) – óptica da produção;

ou

2) Rendimento recebido pelos factores de produção – óptica


do rendimento;

ou

3) Montante da despesa efectuada pelos consumidores finais


– óptica da despesa.
9
2.2. Contas Nacionais
Circuito económico (versão simplificada)
Remuneração do trabalho (100)

Trabalho

Pressuposto: Pressuposto:
as empresas as famílias
utilizam apenas Empresas Famílias gastam todo o
o factor trabalho seu rendimento
na produção (não poupam)

Produção (100)

Despesa em consumo (100)

10
Famílias +
Empresas Venda no mercado e Empresas
(função: produção)
remuneração
dos factores RI Sector Privado RLE + Transf.
Corr. Líquidas
Impostos Ind. Líq.
Subsídios (Ti) Resto do
Σ VABramos
Estado Impostos Dir. Mundo
C+I+G+X-Q T=Ti+Td +Cont. Seg. Soc.
= DI Líq. Transf. (Td)
T-G=Sg
Consumo Sg Rend.
C+I+G-Q Público (G) Disponível
Exportações Sector Privado
(X) C+I+G
Consumo Poupança (Sp)
Importações C+I Privado (C) (sector privado)
(Q)
Intermediação
Resto do Mundo Investimento (I)
Financeira
(X-Q) (empresas, famílias,
público,…)
(Sp-I) 11
2.2. Contas Nacionais
As três ópticas de cálculo do PIB correspondem a três fases
(momentos) distintas do Circuito Económico:

PIB ≈ Σ VAB ramos (somatório dos valores acrescentados


brutos)

≈ RI (somatório dos rendimentos dos factores de


produção)

≈ DI (somatório das vendas finais).

De forma mais rigorosa…

12
2.2. Contas Nacionais
Óptica da produção

PIBpm = Σ VAB ramos + Impostos Indirectos líquidos


de Subsídios (s/ produtos e s/ importação).

Valor de mercado dos bens e serviços finais criados


(produzidos de novo) dentro do território económico
nacional, durante um determinado período de tempo.

VAB = VBP - CI

13
2.2. Contas Nacionais
Óptica da despesa

PIBpm = C + G + I + X – Q ( → DI)

Conjunto das utilizações de bens e serviços finais


criados no território económico nacional, avaliados a
preços de mercado, durante um determinado período
de tempo.
Utilizações finais: empregos de B&S que não
implicam a sua revenda durante o período em
causa (≠ CI)
14
2.2. Contas Nacionais
PIBpm = C + G + I + X – Q
Consumo: despesa em bens e serviços para satisfação
imediata de necessidades (privadas e colectivas):

• C (consumo privado): despesa das famílias em bens e


serviços finais, incluindo aqueles que são produzidos no
exterior

Inclui bens duradouros, não duradouros e serviços

• G (consumo colectivo): utilizações pela Administração


Pública para fornecer os serviços não mercantis que
proporcionam utilidade às famílias

Calculados pelo custo de prestação 15


2.2. Contas Nacionais
PIBpm = C + G + I + X – Q

Investimento (ou Formação Bruta de Capital, FBC):

• FBCF: bens duradouros adquiridos para serem


utilizados em processos produtivos por prazo superior a
um ano;

• Variação de Existências: (Sf – Si) de matérias-primas,


produtos acabados ou em curso de fabrico que não
fazem parte do capital fixo (investimento involuntário)

Garante que “óptica despesa ⇔ óptica produção”

Inclui não só a FBC das empresas (privadas ou públicas),


como também as operações de capital da Adm. Pública 16
2.2. Contas Nacionais
PIBpm = C + G + I + X – Q

Exportações e Importações:

As exportações são adicionadas à despesa total porque


representam despesa (feita pelo RM) em bens e serviços
finais criados no país

As importações são excluídas porque o consumo (público e


privado) e o investimento incluem bens importados

PIB inclui apenas despesa em B&S criados no país


17
2.2. Contas Nacionais
Óptica do rendimento

PIBpm = Rem. do trabalho + EBE + Impostos Indirectos


líquidos de Subsídios (s/ produção, s/ produtos,
incluindo IVA, e s/ importação).

Valor do conjunto dos rendimentos brutos gerados no


território económico nacional (pelos sectores
institucionais), avaliados a preços de mercado,
durante um dado período de tempo.
Remunerações do trabalho → geradas pela actividade
produtiva interna (não incluem remunerações provenientes
do Resto do Mundo) 18
2.2. Contas Nacionais
EBE (Excedente Bruto de Exploração): Rendimentos gerados
pelos factores produtivos na actividade económica interna,
à excepção das rem. do trabalho → Rendas, Juros e
Lucros
Rem. + EBE = PIBcf
PIB a custo de factores: somatório dos rendimentos devidos
pela utilização dos factores produtivos na actividade
económica interna

PIBpm = PIBcf + Ti – Z

Ti - Z constituem um rendimento para o Estado proveniente


da elevação do preço dos B&S no mercado relativamente ao19
custo de factores
2.2. Contas Nacionais
Equivalência entre as 3 ópticas:

O valor de mercado dos B&S criados durante um determinado período


de tempo é, por definição, igual ao montante que os agentes têm que
gastar para os comprar

Óptica da produção ⇔ Óptica da despesa

O que os vendedores dos bens e serviços finais recebem tem que ser
igual ao que os agentes que compram esses B&S gastam (óptica da
despesa). Por sua vez, aquilo que os vendedores dos bens e serviços
finais recebem iguala a totalidade do rendimento gerado pela
actividade económica, incluindo as remunerações auferidas pelos
trabalhadores, os impostos líquidos pagos ao Estado e o EBE (óptica
do rendimento)

20
Óptica da despesa ⇔ Óptica do rendimento
2.2. Contas Nacionais
Rendimento Disponível Bruto (RDB):

Rendimento que cada agente tem para afectar a consumo


e poupança, depois de efectuadas todas as operações de
distribuição e redistribuição de rendimento.

Rendimento Disponível Bruto da Nação (RDBN):

1) Agregado ‘Interno’ → Agregado ‘Nacional':

PNBpm = PIBpm + RLE

RLE = remunerações do trabalho e rendimentos de


propriedade (R,J,L) recebidos do RM - remunerações do
trabalho e rendimentos de propriedade pagos ao RM
21
2.2. Contas Nacionais
PIB → valor acrescentado por todos os factores de produção
situados no território económico nacional (mesmo que
detidos por não residentes)

Território de localização dos factores de produção

PNB → valor acrescentado pelos factores de produção


detidos por residentes (mesmo que estejam situados fora
do TEN)

Residência dos proprietários dos factores de produção


22
2.2. Contas Nacionais

PIBpm vs PNBpm (Portugal, preços correntes, em milhões


de euros)
160000
150000
140000
130000
120000 PIBpm
110000 PNBpm

100000
90000
80000
96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06
19

19

19

19

20

20

20

20

20

20

20
Valores calculados com base no Relatório Anual do Banco de Portugal (2006) 23
2.2. Contas Nacionais
2) RDBN = PNBpm + Transferências Correntes Líquidas
do Exterior (transferências recebidas do RM -
transferências pagas ao RM).

ou

RDBN= PIBpm + RLE +Transferências Correntes Líquidas


do Exterior
Transferências Correntes: transferências unilaterais de
rendimento destinadas a financiar operações correntes
(normalmente despesas em consumo)

Transferências de Capital: consistem em transferências


unilaterais de património destinadas a financiar operações de
capital 24
2.2. Contas Nacionais
Utilização do Rendimento Disponível Bruto:
• Consumo Final Nacional (CFN = C+G): consumo final efectuado
pelos residentes de um dado país (incluindo o Estado), dentro e
fora do território económico nacional

• Poupança Bruta da Nação (SBN = Sp + Sg) = RDBN – CFN

Recursos da Nação disponíveis para financiar as Operações de


Capital:
• FBC (I) = FBCF + Var. Exist

• Aquisições Líquidas (de Cedências) de Activos Não Financeiros


Não Produzidos ao Resto do Mundo
• Activos corpóreos
25
• Activos incorpóreos
2.2. Contas Nacionais
Capacidade ou Necessidade de Financiamento da Nação

Cap./Nec. Financiamento Nação = SBN +


Transferências Capital Líquidas Recebidas do Exterior
- Operações de Capital

• Se > 0 ⇔ existe Capacidade de Financiamento, a qual


representa o montante líquido de recursos que a Nação
“põe à disposição do RM” para financiar operações de
capital.

• Se < 0 ⇔ existe Necessidade de Financiamento, a qual


representa o montante líquido de recursos que o RM “põe
à disposição” da Nação para financiar operações de
capital. 26
2.2. Contas Nacionais
Em resumo…
PIBpm
RLE + Transf. Correntes Líq. do Exterior

RDBN

CFN SBN Transf. Capital Líq. do Exterior

FBC
ALANFNP ao RM

Cap/Nec de Financiamento da Nação 27


2.2. Contas Nacionais
Contas Correntes com o Resto do Mundo

• Balança de Bens e Serviços (BBS) = X-Q (inclui BT);

• Balança de Transferências Correntes = Transf. corr. rec. do


RM - Transf. corr. pagas ao RM;

• Balança de Rendimentos = RLE = [Rendimentos de


propriedade e remunerações do trabalho rec. do RM] –
[Rendimentos de propriedade e remunerações do trabalho
pagos ao RM].

Balança Corrente = BBS + B. Transf. Cor + BR

Balança Corrente = - Poupança Externa (Sext)


28
2.2. Contas Nacionais
Identidade Contabilística Fundamental

I=S

Se (Sp + Sg) > I ⇒ Bal. Corrente > 0 ⇔ Sext < 0 ⇔ O país


vive abaixo das suas possibilidade

Se (Sp + Sg) < I ⇒ Bal. Corrente < 0 ⇔ Sext > 0 ⇔ O país


vive acima das suas possibilidades

Identidade Contabilística versus Relação Económica

29
Poupança, Investimento e Bal. Corrente em Portugal, em % PIB, preços correntes (1995-2005)

35,0%

30,0%
FORMAÇÃO BRUTA DE
CAPITAL
25,0%

20,0%
POUPANÇA NACIONAL
BRUTA
15,0%

10,0%

5,0%

0,0%
1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005
-5,0%

BALANÇA
-10,0% CORRENTE

-15,0%

30

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