Relatório de Estágio IFCE Campus Sobral Tecnologia em Irrigação e Drenagem 2020
Relatório de Estágio IFCE Campus Sobral Tecnologia em Irrigação e Drenagem 2020
WANDERCLEYSON DA SILVA
SOBRAL-CE
2020
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ –
IFCE – CAMPUS SOBRAL
COORDENAÇÃO DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM IRRIGAÇÃO E
DRENAGEM
WANDERCLEYSON DA SILVA
SOBRAL-CE
2020
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO REALIZADO
NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO
CEARÁ – CAMPUS SOBRAL
WANDERCLEYSON DA SILVA
__________________________________________
Profa. Dra. Maria Cristina Martins Ribeiro de Souza - IFCE/ Campus Sobral
(Professora Orientadora)
__________________________________________
Dr. Joilson Silva Lima – IFCE/ Campus Sobral
(Supervisor do Estágio)
____________________________________
Prof. Dr. José Roberto de Sá - UVA/Campus Betânia
(Examinador)
_________________________________________
Camila Rios Linhares
(Responsável pelo Setor de Estágio)
SOBRAL-CE
2020
A Deus, por estar sempre comigo nesta
caminhada. A minha família, por todo o apoio
e compreensão. Aos mestres, pela
dedicação em repassar os conhecimentos
adquiridos.
DEDICO E OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ser o Senhor da minha existência e me conduzir nesse
processo de formação acadêmica e de vida.
A minha família, pelo apoio e dedicação.
Agradeço aos professores do Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem,
do IFCE – Campus Sobral, pela paciência e dedicação ao transmitir de forma tão
competente os conhecimentos que foram adquiridos na minha vida acadêmica.
A orientadora Professora Da. Maria Cristina pela dedicação e empenho em
realizar suas atividades teóricas e práticas no campus, quer seja na pesquisa ou
extensão. Obrigado por todo conhecimento repassado.
Ao supervisor Joilson Silva Lima, pelo apoio dedicado durante a condução do
projeto.
Ao Prof. George Sampaio Martins que me deu a oportunidade de participar do
primeiro Projeto de Iniciação Científica. Obrigado pela confiança.
Agradeço a todos os funcionários do IFCE – Campus Sobral, ao servidor João
Mendes e ao Jéferson que colaboraram para a montagem estrutural do sistema de
irrigação, e o apoio e dedicação dado pelo servidor Dimitri Matos Silva, que ajudou
na orientação das análises de solos e elaboração do laudo de recomendação.
Ao Laboratório de Análise de Solo e Água para Irrigação, por todas as
amizades, oportunidades, atividades e projetos desenvolvidos neste espaço.
Ao Instituto Federal do Ceará, Campus Sobral pela minha formação e aos
meus amigos colegas de curso que direta e indiretamente colaboraram para que
este objetivo fosse alcançado. Muito Obrigado.
SUMÁRIO
RESUMO……....................................................................................……..07
IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO...........…………………….. 08
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA…………………………………………… 08
1. INTRODUÇÃO……................................................................................….09
2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO.……………………………………………….… 10
2.1 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………….10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………….10
3 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO………………………… 10
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO DE ESTÁGIO……...…13
4.1 MONTAGEM DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO………………………...…… 13
4.1.1 Preparação da Área…………………………………………………………... 13
4.1.2 Montagem do Sistema de Irrigação por Gotejamento…………………….. 14
4.1.3 Preparação dos Vasos……………………………………………………….. 16
4.1.4 Montagem da Estação de Bombeamento………………………………….. 18
4.2 ANÁLISE DO SOLO…………………………………………………………...18
4.2.1 Amostragem de Solo…………………………………………………………..18
4.2.2 Análise em Laboratório………………………………………………………..20
4.2.3 Interpretação de Resultados da Análise de Solo…………………….……. 32
4.3 ATIVIDADES EXTRACURRICULARES……………………………………. 39
4.3.1 Monitoria……………………………………………………………………….. 39
4.3.2 Artigos Científicos……………………………………………………………...39
4.3.3 Projetos de Extensão…………………………………………………………. 40
5 CONCLUSÕES………………………………………………………………. 40
6 REFERÊNCIAS………………………………………………………………. 40
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fachada principal do IFCE…………………………………………….. 8
Figura 2 - Área Experimental…………………………………………………….... 14
Figura 3 - Montagem base de alvenaria………………………………………….. 14
Figura 4 - Montagem linha principal………………………………………………. 15
Figura 5 - Montagem linhas secundárias…………………………………………. 15
Figura 6 - Teste altura dos vasos…………………………………………………. 16
Figura 7 - Tijolos para suporte dos vasos………………………………………... 16
Figura 8 - Preparação do substrato……………………………………………….. 17
Figura 9 - Vasos com o substrato…………………………………………………. 17
Figura 10 - Estação de bombeamento……………………………………………... 18
Figura 11 - Ferramentas utilizadas na coleta de solos……………………………. 19
Figura 12 - Destorroamento dos solos…………………………………………….. 19
Figura 13 - Identificação da amostra……………………………………………….. 20
Figura 14 - Processo de filtragem bomba de vácuo………………………………. 22
Figura 15 - Leitura Condutivímetro………………………………………………….. 22
Figura 16 - Extração com cloreto de potássio (KCL)……………………………... 23
Figura 17 - Determinação cálcio (KCL)…………………………………………….. 24
Figura 18 - Determinação Cálcio + Magnésio (KCL)……………………………... 25
Figura 19 - Determinação Alumínio………………………………………………... 26
Figura 20 - Extração fósforo com Mehich1………………………………………… 27
Figura 21 - Medição fotocolorímetro………………………………………………... 28
Figura 22 - Extração sódio com Mehlich-1…………………………………………. 28
Figura 23 - Agitador horizontal circular…………………………………………….. 30
Figura 24 - Determinação acidez potencial……………………………………….. 30
Figura 25 - Trituração do solo para análise carbono…………………………….. 31
Figura 26 - Chapa aquecedora com regulagem de temperatura………………. 31
Figura 27 - Determinação do carbono………………………………………………. 32
Figura 28 - Atividades práticas de monitoria………………………………………. 39
Figura 29 - XII CONNEPI…………………………………………………………….. 39
Figura 30 - Apresentação do projeto aos professores……………………………. 40
Tabela 1 - Laudo fertilidade do solo………………………………………………. 33
Tabela 2 - Recomendação de adubação Nitrogênio, Fósforo e Potássio…….. 37
RESUMO
Neste relatório, serão descritas as experiências que foram adquiridas durante os
meses de trabalho no Laboratório de Física e Química de Solos, como os trabalhos
de pesquisas, as atividades de campo e as análises realizadas.
A finalidade é relatar os conhecimentos da real situação desta profissão e sua
vivência em campo sob a orientação de um profissional da área.
O Estágio Supervisionado ocorreu no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará IFCE/Campus Sobral, sendo as atividades desenvolvidas, no
Laboratório de Solos e em outros espaços, dentro e fora da Instituição.
O laboratório dispõe de equipamentos, vidrarias e insumos para realização de
análises físicas e de fertilidade do solo, como análises granulométricas, pH,
condutividade elétrica, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, hidrogênio mais
alumínio, teor de matéria orgânica.
O estágio curricular teve como objetivo acompanhar as atividades desenvolvidas
dentro do laboratório de solo do IFCE/Campus Sobral, assim como a implantação e
o acompanhamento de um sistema de irrigação por gotejamento para o cultivo da
alface.
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA:
Nome: IFCE – Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Ceará/
Campus Sobral.
Endereço: Av. Dr. Guarany, nº 317.
Bairro: Derby Clube
Cidade: Sobral – CE
CEP: 62.042-030
Telefone: (88) 3112-8100
2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO
2.1 Objetivo geral
O estágio curricular teve como objetivo acompanhar as atividades
desenvolvidas dentro do Laboratório de Solo do IFCE/ - Campus Sobral, e a
implantação e montagem de um sistema de irrigação por gotejamento para a cultura
da alface.
2.2 Objetivos específicos
Instalação do Sistema de irrigação por gotejamento;
Preparo da área para a montagem do sistema;
Identificação e condução das necessidades nutricionais da alface realizando
as análises químicas do substrato onde será plantada a cultura;
Recomendação de adubação para a alface-crespa.
Acaraú, Aracati, Baturité, Boa Viagem, Camocim, Canindé, Caucaia, Cedro, Crateús,
Crato, Fortaleza, Guaramiranga, Horizonte, Iguatu, Itapipoca, Jaguaribe,
Jaguaruana, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Morada Nova,
Paracuru, Pecém, Polo de Inovação Fortaleza, Quixadá, Sobral, Tabuleiro do Norte,
Tauá, Tianguá, Ubajara e Umirim. (IFCE, 2019).
A ampliação da presença do IFCE no interior do Ceará atende à meta do
programa de expansão da Rede Federal e leva em consideração a própria natureza
dos Institutos Federais, no que diz respeito à descentralização da oferta de
qualificação profissional, cujos propósitos incluem o crescimento socioeconômico de
cada região e a prevenção do êxodo de jovens estudantes para a capital do Estado.
O Campus Sobral surgiu a partir do Plano de Expansão – Fase II da Rede de
Ensino Tecnológico do país, planejamento realizado pelo Governo Federal em 2007.
Foram escolhidas 150 cidades/polos em todo o Brasil para ampliação dos Centros
Federais de Educação Tecnológica (CEFETs). Dessas, seis pertencem ao Estado
do Ceará, sendo uma delas Sobral.
Ainda em 2007, houve a chamada pública para que cada município
selecionado apresentasse as contrapartidas para a implantação das Unidades de
Ensino Descentralizadas (UnED) dos CEFETs. No caso de Sobral, o Governo do
Estado e a Prefeitura Municipal ofereceram a Faculdade de Tecnologia CENTEC
(FATEC/Sobral) e a partir daí iniciou-se o processo de transição para CEFET, com a
incorporação dos alunos e realização de concurso público para contratação de
professores e servidores, (IFCE, 2019).
A unidade está inserida na dinâmica local através das ações do ensino, da
pesquisa e da extensão. O IFCE, devido à interiorização do ensino, integra um
projeto de desenvolvimento social. Além disso, tem o desafio de formar a mão de
obra local, possibilitando que, com qualificação, ela se estabeleça na própria região,
(IFCE, 2019).
O Campus IFCE/Sobral, tem vários cursos oferecidos que dialogam com as
vocações da região. Dentro dessas vocações podemos destacar os cursos do Eixo
de Recursos Naturais, como o superior em Tecnologia em Irrigação e Drenagem, os
cursos Técnicos em Agropecuária e Fruticultura, (IFCE, 2019).
13
Figura 4 – Montagem linha principal com abraçadeiras galvanizadas “D” 3/4". Fonte: Próprio Autor
As linhas secundárias foram instaladas com o apoio de um soprador térmico.
Em seguida foi colocado piquetes de madeira no chão (Figura 5) fixados com o
auxílio de uma marreta, para servir de apoio as linhas secundárias de irrigação.
Figura 5 – Montagem linhas secundárias fixadas com abraçadeiras nos piquetes que foram fincados
no chão com uma marreta. Fonte: Próprio Autor.
São 16 linhas de irrigação de polietileno de ½” medindo 3,5 m cada. A distância
entre linhas mede 30 cm e entre vasos 25 cm, sendo cada linha contendo 12
gotejadores autocompensantes com vazão de 4 Litros/hora. As linhas secundárias
são conectadas a linha principal de 1” com o apoio de um conector em forma de t de
½” com o auxilio de abraçadeiras de metal tipo rosca.
Após a montagem das linhas secundárias foi feito o teste da altura dos vasos
(Figura 6) para depois posicioná-los próximo aos gotejadores.
16
Figura 6 – Teste altura dos vasos com as linhas laterais de irrigação. Fonte: Próprio Autor.
Para evitar que as ervas daninhas entrem pelos furos dos vasos, foram
colocados tijolos para apoiá-los facilitando o seu nivelamento (Figura 7).
Figura 8 – Preparação do substrato na proporção de 4x1(4 de solos pra 1 de esterco). Fonte: Próprio
Autor.
Após a mistura do substrato, foi realizado o enchimento dos vasos (Figura 9)
com o auxílio de uma pá e uma colher de pedreiro.
Figura 10 – Estação de bombeamentos ligados a duas caixas de 1000 litros. Fonte: Próprio Autor.
4.2 ANÁLISE DO SOLO
O processo de análise de solos pode ser dividido em três etapas: amostragem
do solo, análise em laboratório e interpretação dos resultados (RAIJ, 2011).
4.2.1 Amostragem de solo
A amostragem do solo é considerada a etapa mais crítica de todo o processo
de análise do solo, haja vista que uma pequena porção de terra representará alguns
hectares, e não há meios para se corrigir possíveis erros cometidos durante a
amostragem (RAIJ, 2011).
Os procedimentos para a amostragem de solo são:
Subdivisão da propriedade em glebas homogêneas, ou seja, pedaços de
solos uniformes;
Coleta das amostras de solo;
Escolha da profundidade de amostragem;
Uso de ferramentas para a amostragem;
Escolha da época e da frequência de amostragem.
Nas coletas de campo é necessário escolher o local certo considerando os
seguintes aspectos: a posição no relevo (solo de morro, encosta ou baixada), a cor
do solo, textura do solo, histórico de uso e manejo (culturas anteriores, calagens,
adubações, etc.), drenagem da área, presença de erosão, etc.
19
Figura 12 –Destorroamento dos solos em uma bancada com rolo de madeira e uma peneira de 20
mm. Fonte: Próprio Autor.
Após o destorroamento, a amostra é colocada em um recipiente e identificada
(Figura 13).
20
Determinação do pH
Normalmente, os solos brasileiros caracterizam-se por apresentar elevada
acidez.
O pH (Potencial Hidrogeniônico), é uma medida que indica o grau dessa
acidez, neutralidade ou basicidade de uma solução. É afetado por diversos fatores
como: material de origem, precipitação, decomposição da matéria orgânica,
vegetação nativa, tipo de cultura, profundidade do solo, adubação nitrogenada e
inundação. Sua medição é feita através de um aparelho chamado pH-metro,
(peagâmetro).
A alface não se desenvolve de forma adequada em solos com reação ácida
(pH<5,5) e também muito alcalino. Estas condições favorecem as deficiências e/ou a
toxidez mineral (YURI et al. 2016).
Boa parte das hortaliças prefere um pH do solo entre 6,0 a 6,5, mais isso é
relativo principalmente em função do tipo de solo, teor de matéria orgânica e espécie
considerada. A alface fica entre 6,0 a 6,8. A avaliação do solo da amostra dos vasos
foi feita obtendo os seguintes resultados para o pH, 7,70, caracterizando um solo
ligeiramente básico, podendo ser corrigido usando cal apagada ou dolomita para
reforçar o seu teor alcalino (Embrapa, 2007).
Determinação da condutividade elétrica
É uma medida indireta, que indica a quantidade de íons presente numa
solução, e essa quantidade de íons está associada à presença de potássio (K),
sódio (Na), cloro (Cl), etc, ou seja, a salinidade do solo.
A condutividade elétrica é importante para verificar se a planta não está
perdendo água para o solo em vez de absorver água do solo, diminuindo assim a
absorção de nutrientes pela planta. Também é fundamental realizar esta análise
antes da semeadura, já que se a semente encontrar um ambiente salino ela não
germinará comprometendo seu desenvolvimento.
A condutividade elétrica das praticas de laboratório foram realizadas iniciando
com a preparação do substrato.
Foram pesados 300 g de solo Terra Fina Seca ao Ar (TFSA) e colocados em béquer
de plástico de 1L. Em seguida foi adicionada água destilada em pequenas
quantidades, amassando a amostra com espátula de aço inoxidável, sendo
22
Figura 14 –Processo de filtragem do solo para obter o extrato de saturação através da bomba de
vácuo. Fonte: Próprio Autor.
O estrato de saturação que é o resultado do processo de filtragem, é colocado
em um béquer de 25 mL, para em seguida ser feita a leitura no condutivímetro
(Figura 15).
A alface apresenta resistência à água salina com condutividade elétrica de até
1,4 dSm-1 (AYERS; WESTCOT, 1991). Considerando-se uma condutividade elétrica
acima de 1.500 a 1.800 uS/cm já começa a ficar comprometida do ponto de vista de
pressão osmótica, ou seja, a planta pode perder água da célula para a solução do
solo. Nas análises do experimento, os resultados da ce chegaram a 0,57 dS/m,
caracterizando um solo favorável ao cultivo da alface.
Figura 15 –Leitura da amostra no Condutivímetro para saber os níveis de salinidade do solo. Fonte:
Próprio Autor
23
Determinação do cálcio
O Cálcio (Ca) é um macronutriente catiônico muito importante para o
desenvolvimento das plantas, encontrado no solo na forma de carbonatos, sulfatos e
silicatos.
Na cultura da alface, o Ca é absorvido pela planta como cátion Ca 2+, pelo
fluxo de massa para as regiões de maior transpiração ou para as folhas mais velhas.
Na raiz, a deficiência não é muito comum em condições de campo.
As hortaliças como a alface são bastante exigentes em Ca, pois sua deficiência
interfere diretamente no produto consumido.
A deficiência de Ca na planta pode surgir quando o suprimento deste
nutriente em tecidos jovens, tais como folhas novas, fruto em desenvolvimento e
pontos de crescimento, for interrompido na fase crítica.
As condições que predispõem à deficiência de Ca são o rápido crescimento da
planta em temperaturas elevadas; baixo teor de água no solo; e antagonismo, ou
seja, competição com outros cátions no solo, como amônio, potássio e magnésio
(MAGALHÃES, 1988).
A principal prevenção à deficiência de Ca está na realização de uma calagem
adequada visando a diminuir a acidez do solo.
Para a realização da calagem é necessário fazer uma análise de solo para se
analisar a fertilidade desse solo.
No solo coletado, a análise de cálcio foi realizada, fazendo a extração com
uma solução extratora, em que o método do KCl 1 mol L -1 é o preferencial. (Figura
16).
Figura 16 –Extração do cálcio usando 100 ml de cloreto de potássio (KCL), com o auxílio de uma
proveta de 100 ml e um erlenmeyer de 125 ml. Fonte: Próprio Autor.
24
Figura 17 –Determinação cálcio com o indicador de ácido calcon carbônico + sulfato de sódio e a
titulação com a solução sal dissódico de EDTA 0,0125M. Fonte: Próprio Autor.
Os resultados obtidos foram 4,5 cmol c/kg, e serão utilizados na elaboração do
laudo para realizar as correções necessárias ao desenvolvimento da cultura.
Determinação do Magnésio
Os solos geralmente contêm teor de magnésio (Mg) inferior do que de cálcio,
pois o mesmo não é adsorvido tão fortemente pelas argilas e pela matéria orgânica,
sendo assim mais sujeito à lixiviação. Este elemento é absorvido pelas plantas como
cátion Mg2+. Uma vez dentro da planta, exerce várias funções.
O magnésio é o átomo central na molécula da clorofila, e assim, ele estar envolvido
ativamente na fotossíntese. A maior parte do magnésio nas plantas é encontrado na
clorofila.
Além desta, outras importantes funções são desempenhadas pelo Mg, como a
ativação enzimática, auxílio na respiração e no metabolismo do fosfato (FAQUIN,
1994; LOPES, 1998).
As plantas deficientes em magnésio apresentam nas bordas das folhas mais
velhas uma clorose que, dependendo da severidade, estende-se para o interior,
25
grupos carboxílicos dos ácidos fúlvicos e húmicos sendo ainda responsável pela
manutenção da biota no solo (LABORSOLO, 2017).
Nas análises em laboratório foi efetuada a amostra em branco sendo titulada
com a solução de sulfato ferroso amoniacal 0,05 mol L-1.
O processo de análise se iniciou tomando em torno de 20 gramas de terra fina
seca em estufa, que foi triturado em gral e em seguida pesada em balança
eletrônica obtendo a medida de massa aproximada de 0,5 g. (Figura 25).
Figura 27 –Determinação do carbono sendo titulado com a solução de sulfato ferroso amoniacal 0,1
mol L-1. Fonte: Próprio Autor.
4.2.3 Interpretação de resultados da análise de solo
A análise de solo para fins de recomendação de fertilizantes é um processo
no qual são utilizados métodos rápidos para estimar a disponibilidade de nutrientes.
Um resultado de análise de solo, mesmo obtido por um método que se
correlacione com o crescimento da planta, tem sua interpretação limitada caso não
se disponha dos padrões de comparação. Os padrões de comparação são obtidos
em experimentos de campo, nos quais se avalia, prioritariamente, a produção das
culturas em relação aos teores do nutriente medidos no solo. Este procedimento
denomina-se calibração (SOBRAL et al. 2015).
As tabelas com as classes de interpretação de resultados podem variar em
função dos métodos de extração utilizados pelos laboratórios. Portanto os critérios
de interpretação não são únicos e variam, notadamente entre estados.
Contudo, desde que o método de análise seja o mesmo, a interpretação dos
resultados pode ser realizada com base na consulta a tabelas de diferentes estados
(FURTINI NETO et al., 2001).
33
Identificação da
Carbono Mat. Org. pH Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Sódio
Amostra
Lab. No. Cliente g/kg mg/kg cmolc/kg
Amostra
4,04 6,98 7,7 138,0 0,153 4,5 0,59 0,130
01
Muito
Médio Alto Médio
Alto
Hidrogênio
Alumínio + SB CTC V PST m CE
Alumínio
cmolc/kg % dS/m
CTC= SB+(H++Al3+)
Capacidade de Troca de Cátions = Soma de Bases+Hidrogênio+Alumínio
CTC = 5,373 + 0
CTC = 5,373
Índice de saturação por base (V%)
O conhecimento da percentagem de saturação por bases é muito importante
para conhecer o nível de fertilidade do solo. Um solo que apresenta baixo V%
significa que existe uma maior adsorção de Al³ + e H+ e quantidades menores dos
cátions básicos Ca²+, Mg²+ e K+, adsorvidos nos coloides do solo. Costuma-se dizer
que o solo que apresentar a percentagem de saturação por bases (V%) maior que
50% é considerado um solo fértil. Solos com V menor que 50% seriam chamados de
solos não férteis ou de baixa fertilidade. Os solos com V maior que 50% seriam
chamados de “eutróficos” ou férteis. São solos ricos em nutrientes, especialmente
Ca. A CTC destes solos armazena mais da metade dos cátions básicos. Os solos
com V% menor que 50% seriam os solos “distróficos” ou pouco férteis (GISMONTI,
2012).
V(%) = (100xSB)/CTC
V=(100X5,373)/5,373
V = 100
Índice de saturação por alumínio trocável (Al3+)
Conhecida, também, pela letra “m”, leva em consideração o teor de alumínio
trocável do solo e a Capacidade de Troca de Cátions Efetiva, ou seja, os valores de
Al³ e CTC. O valor “m” é expresso em %. O valor "m" nos dá uma ideia de quanto
dos pontos de troca estão ocupados pelo Al³ ou quanto da CTC efetiva está ocupada
pelo alumínio trocável ou, acidez trocável. Solos que apresentam valores muito alto
de "m%" provocam sérias limitações no desenvolvimento das plantas e na
produtividade das lavouras. Alguns recomendam que quando o valor m% é maior
que 20, a calagem torna-se necessária, imperiosa. Alguns autores, mais exigentes,
usam valor m% maior que 10. Quanto mais ácido é um solo, maior o teor de Al³
trocável, menor soma de cátions trocáveis, maior saturação de Al (GISMONTI,
2012).
35
M = 100xAl3+/SB+Al3+
M = (100X0)/(5,373+0)
M=0
Porcentagem de Sódio Trocável (PST)
Avalia a quantidade de sódio que existe no solo em percentual.
PST = 100xNa+/CTC
PST = (100X0,130)/5,373
PST = 2,41%
Correção do Solo
A correção dos solos ácidos se faz necessária por cinco razões:
a) elevar o pH do solo a nível satisfatório de modo a propiciar um melhor
desenvolvimento da cultura;
b) corrigir deficiências de cálcio e magnésio;
c) eliminar toxidez do alumínio trocável;
d) melhorar o ambiente físico para as raízes;
e) melhorar o aproveitamento dos fertilizantes.
Deste modo, a calagem é importante tanto na correção da acidez do solo e
toxidez de alumínio como na nutrição das plantas. Vale lembrar que calcário em
demasia é tão prejudicial quanto a sua não utilização (AQUINO et al.,1993).
Métodos utilizados para a determinação da necessidade de calcário (NC)
Inúmeros métodos têm sido descritos na literatura, com objetivo de estimar a
quantidade de calcário a ser aplicada (NC). O método padrão consiste na incubação
do solo com quantidades crescentes de corretivo, recaindo a dose naquela
quantidade que eleva o pH do solo ao valor mais adequado (AQUINO et al.,1993).
Embora preciso, não é utilizado nos trabalhos de rotina, por ser muito demorado e
consumidor de material e de mão de obra. No entanto, é utilizado como padrão para
calibração de outros métodos. Nos trabalhos rotineiros, são utilizados os seguintes
métodos:
a) teores de alumínio trocável e/ou cálcio + magnésio trocáveis;
b) tampão SMP1;
c) saturação de bases.
1 A sigla que identificam o método se referem aos criadores do método:
Shoemaker, Mac lean e Pratt (SMP).
36
Fonte de fósforo
As necessidades de fósforo podem ser supridas através dos fertilizantes fosfatados
como o superfosfato simples:
Superfosfato simples – 17% P2O5
Fonte de potássio
Este suprimento de potássio é feito com a adição ao solo dos fertilizantes
potássicos. Entre eles temos o cloreto de potássio.
Cloreto de potássio – 60% K2O
Na cultura da alface a adubação foi feita seguindo as recomendações de
adubação para o Estado do Ceara.
De acordo com os dados mostrados na análise de solo (tabela 1), existe uma
quantidade bem alta de fósforo, sendo exigido apenas a recomendação para o
potássio P e o nitrogênio N. Essa adubação será feita baseado nos resultados
apresentados pela Tabela 2, adaptada do Manual de Recomendações de adubação
e calagem para o Estado do Ceará.
Tabela 2 – Recomendação de adubação Nitrogênio, Fósforo e Potássio para a alface
P2O5 K2O
ÉPOCA N P no solo mg/dm3 K no solo mmolc/dm3
0-7,1 7,2-14,2 >14,2 0 – 0,8 0,9-1,6 >1,7
g/m2
Plantio 4 25 15 8 8 5 3
Cobertura 9 - - - 8 6 3
Para fazer o cálculo da adubação é necessário utilizar uma regra de trés
simples, que consiste em descobrir um valor não identificado, por meio de outros
três, sendo importante agrupar as grandezas da mesma espécie em duas colunas.
É necessário também converter o potássio (K) da Tabela 1 em cmolc/kg para
mmolc/dm3 multiplicando o valor por 10 para em seguida poder efetuar o calculo de
adubação utilizando os valores convertidos do potássio da Tabela 2.
Cálculo adubação plantio
Fonte de nitrogênio plantio
Qual a quantidade de ureia para fornecer 4 g/m 2 de N?
100 g de ureia..................................45g de N
X de ureia..................................…...4g de N
38
Figura 30 – Apresentação do projeto de extensão aos professores das escolas públicas distrito
Jaibaras Sobral CE. Fonte: Próprio Autor.
5. CONCLUSÕES
O Estágio Curricular possibilitou a integração da formação acadêmica com os
trabalhos realizados pelo profissional no ambiente de trabalho.
O estágio é essencial, pois permitiu ao aluno vivenciar na prática alguns
conhecimentos que foram repassados em sala de aula.
Através das atividades executadas, foi possível aprender a instalar um
sistema de irrigação, além de realizar as praticas de laboratório como as analises de
solo, bem como os projetos de pesquisas e extensão, que serão de fundamental
importancia para a vida do profissional.
Diante desses aspectos é possível destacar que o estágio facilita o
aprendizado do aluno, pois antecipa essa vivência laboral, que será realizada após a
formação do estudante quando estiver atuando no mundo do trabalho.
41
6. REFERÊNCIAS
LOPES, A.S. Manual de fertilidade do solo. Piracicaba: Fundação Cargill, 1998. l77p
TEIXEIRA, P. C. et al. Manual de métodos de análise de solo. 3ª. ed. rev. e ampl.
– Brasília, DF : Embrapa, 2017. 574 p. : il. color.