O Destino Do CEO
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O DESTINO DO CEO
CAROL MOURA
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Para todos que não acreditam na pessoa perfeita, mas mesmo assim esperam
por ela.
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Sumário SINOPSE:
PRÓLOGO
UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
CINCO
DASHIER
SEIS
SETE
DASHIER
OITO
NOVE
DASHIER
QUINN
DEZ
ONZE
DASHIER
DOZE
DASHIER
QUINN
TREZE
QUATORZE
QUINZE
NACIONAIS-ACHERON
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DEZESSEIS
DEZESSETE
DEZOITO
DEZENOVE
VINTE
DASHIER
VINTE E UM
VINTE E DOIS
VINTE E TRÊS
VINTE E QUATRO
DASHIER
QUINN
VINTE E CINCO
VINTE E SEIS
VINTE E SETE
DASHIER
VINTE E OITO
VINTE E NOVE
TRINTA
TRINTA E UM
TRINTA E DOIS
TRINTA E TRÊS
TRINTA E QUATRO
TRINTA E CINCO
DASHIER
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TRINTA E SEIS
TRINTA E SETE
TRINTA E OITO
TRINTE E NOVE
QUARENTA
DASHIER
QUINN
QUARENTA E UM
QUARENTA E DOIS
DASHIER
QUINN
QUARENTA E TRÊS
QUARENTA E QUATRO
EPÍLOGO
CAPÍTULO BÔNUS
CAPÍTULO BÔNUS II
AGRADECIMENTOS
PRÓLOGO
UM
OUTRAS OBRAS DA AUTORA
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SINOPSE:
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PRÓLOGO
— Dashier?
— Pai? Eu preciso de ajuda... — Imploro, já chorando. Levando a
mão ao meu nariz em uma tentativa de me livrar da breve coceira, percebo
que estou sangrando.
Acordei sobressaltado, abafando um grito dolorido.
Merda!
Levantei da cama imediatamente, iniciando a contagem para me
acalmar. Podia ouvir o temporal caindo do lado de fora, então tentei me
concentrar no barulho da chuva, já que o silêncio de dentro da minha casa
conseguia me deixar ainda mais ansioso. Sentia a ânsia, vontade, o querer
queimando debaixo da minha pele trêmula. Era assim sempre que eu tinha
um dia ansioso, sempre que os pesadelos vinham.
Sempre que as lembranças me torturavam.
Contei meus passos até a cozinha, tentando me concentrar em
qualquer coisa que me tirasse daquele desespero.
Abri a geladeira e peguei uma garrafa, sentindo minha garganta seca e
dolorida. Virei a água com desespero em minha boca, com o desejo de
aplacar a dor e o horror do pesadelo. Pensei em ir até o quarto de Hazel,
talvez uma boa olhada em meu filho me acalmaria, mas a vergonha e a culpa
não me permitiam ir até ele. Eu não merecia velar o seu sono. Não naquele
momento.
Caminhei até a janela da sala para ver o temporal cair. O barulho da
chuva nunca me acalmou, mas, naquele momento, ele me chamou, cantou
para mim, oferecendo um conforto que nunca havia oferecido antes. Abri a
cortina da janela que abrange toda a parede, de cima a baixo, e que me dava
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UM
Bom dia, NYC, são sete horas da manhã, dia dois de junho, segunda-
feira, e esta é a WNYC FM ao vivo, trazendo o melhor do rock para você.
— Desliga isso, Quinn.
— Não é aqui, é no vizinho, ele não sabe usar o telefone como
despertador, eu acho... O que diabos você está fazendo aqui, Kevin? — Saltei
da cama, alarmada, enquanto ouvia a introdução de uma música do Kansas na
rádio que acabara de me acordar. Pelo menos o vizinho tinha o rádio relógio
sintonizado em uma rádio boa, embora a altura fosse absurdamente
desnecessária. Eu amava meu apartamento, mas o fato da janela do meu
quarto ser praticamente grudada no prédio ao lado era realmente frustrante
pela manhã.
— Viemos juntos do evento ontem... — Apertei meus olhos, tentando
enxergá-lo enquanto ele contava como paramos nus em minha cama. Olhei
em volta, tentando encontrar meus óculos, e não os vi no local onde
costumava deixá-los. Voltei para Kevin e continuei me esforçando para
enxergar, sem sucesso. — Você me convidou para ficar...
Eu convidei?
Eu não me recordava de muito sobre ontem, depois que resolvi afogar
a minha frustração em uma garrafa de Patron.
Antes disso, certamente me lembrava.
A maldita chuva arruinando parte do meu evento. Cassandra não
ficaria feliz quando soubesse que meu lounge foi destruído, mas o que mais
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Até ontem.
— Que tal eu buscar o café da manhã e ficarmos na cama? Você disse
ontem à noite que hoje é sua folga.
Alerta vermelho, aí vamos nós.
— Kevin, o que aconteceu... — Comecei meu discurso, mas meu
hóspede revirou os olhos e me interrompeu: — Você não precisa dizer nada,
Quinn. Está tudo bem. Eu entendo. Você apenas me chamou, e eu vim de
bom grado depois da festa. Não significa nada. O café e o sexo extra eram
apenas uma oferta de diversão.
Oh! Ele começou a fazer aquela cara de Golden Retriever.
Não a cara de Golden, não a cara de Golden.
— Kevin, por favor, não me leve a mal, é só que... Me desculpe.
— Está tudo bem. — Sorriu enquanto juntava suas roupas e as vestia.
Meus olhos vagaram pelo seu belo corpo, e um suspiro saiu de mim. Eu
gostaria de querer mais de Kevin. Queria que ele pudesse preencher o vazio
que vinha crescendo em mim mais e mais. Mas eu não conseguia. Ele não era
o cara certo, mesmo que eu desejasse. A diversão era boa, o sexo era ótimo,
mas eu não conseguia seguir em frente com ele. Algo faltava para mim, mas
não era Kevin.
Torci para que ele não reclamasse para ninguém que pudesse espalhar
a informação de que eu saí com algum membro da equipe terceirizada.
Cassandra não estava feliz comigo, e isso poderia ser mais um motivo de
fúria. A dona da Class Eventos não estava facilitando as coisas para mim
desde que descobrira minha tentativa de obter a minha própria empresa. Ela
não dizia com todas as palavras, mas me via como uma ameaça em potencial,
uma vez que era a sua melhor organizadora. Ainda que, em nome da amizade
e da minha lealdade de anos, ela estivesse tentando com empenho não ser
amarga sobre a minha decisão, Cassie estava chateada por eu não querer
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meus, mas Low administrava para mim e o dinheiro ia para meus pais
guardarem. Eu não tinha nada a dizer sobre o que ele fazia e realmente nem
sabia quanto a confeitaria rendia. Eu amava a Bakery, mas não tinha
necessidade nenhuma de entrar para os negócios.
— Ei, Low! Por aqui tão cedo? — Cumprimentei assim que entrei no
local. O cheiro de café e doces me atingiu e me fez suspirar com satisfação.
— Muito engraçado. — Lowie saiu de trás do balcão e me abraçou.
— Sua mesa está reservada, senhorita Miles.
— Obrigada. O de sempre para nós. Ela já chegou? — Perguntei por
mamãe, olhando para nossa mesa de sempre, a mesa em que eu fazia o dever
de casa e, mais tarde, estudava para as provas da faculdade, fazia minhas
planilhas orçamentárias para a Class Events e que uma vez escrevi cartas de
amor para o Leonardo DiCaprio.
O quê? O cara tem um Oscar agora. Eu sabia que ele era um bom
partido desde aquela época.
— Ainda não, querida. – Low respondeu.
— Ela também não me atende. — Revirei os olhos.
— Como se sua mãe fosse atender ao telefone alguma vez. Ela nunca
anda com ele.
— Verdade. — Beijei o rosto de meu padrinho e andei até a minha
mesa reservada. — Onde está Shelly? — Perguntei, olhando o belo e bem
decorado balcão. A antiga máquina de café ainda estava lá para ornamentar a
mesa de preparo, bem ao lado da nova e mais bem equipada máquina de
expresso. Pequenos e delicados vasos com flores estavam colocados em
pontos estratégicos no balcão, dando graciosidade ao local.
–– Está lá atrás. Tivemos um probleminha com a máquina de fios de
ovos, e ela está com o técnico. Fique à vontade.
— Obrigada.
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volta.
— Bem, e você? Descendo para trabalhar com os mortais? —
Perguntei, percebendo que ela vinha da área VIP, a área do mezanino que
atendia a clientes que desejavam mais sossego e um atendimento
personalizado.
— Sim, ajudando por aqui, temos poucos figurões no andar de cima
hoje. — Olhei para a área e sorri ao ver o espaço quase vazio. — E você,
como está? — Perguntou e me analisou, levantando uma sobrancelha ao
notar o meu look do dia. Eu raramente aparecia vestida de forma tão
relaxada.
Geralmente estava vestida com um de meus ternos quando passava
por ali, com meus óculos discretos ou lentes de contato. Cara lavada, hastes
enormes de estudante nerd não eram coisas que eu apresentava a sociedade
havia algum tempo. Mesmo em meus dias de folga, eu costumava estar em
melhor aparência, ao menos para sair.
— Acordei um pouco atrasada hoje, embora esteja achando que vou
levar um cano no meu encontro. — Eu ri, apontando para o local vazio.
— Ela deve aparecer em breve. — Disse e em seguida se despediu,
voltando ao trabalho.
Voltei minha atenção para o telefone, e o tempo logo passou sem que
eu percebesse. Quando dou por mim, percebo que minha mãe estava atrasada
mais de uma hora, portanto ligo novamente, e ela finalmente atende.
— Querida, desculpe. Eu deveria ter ligado ontem para desmarcar,
mas esqueci.
— Sem problemas, mamãe. — Meu tom foi caloroso, ainda que eu
revirasse os olhos. — Está tudo bem?
— Oh, sim, desmarquei apenas porque tenho compromisso com
minhas amigas aqui e... — Claro que ela tem, penso e sorrio. Eu também já
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grande palavrão ao telefone. Se eu der para você, posso comer este bolo?
Qual é a idade deste garoto?
— Bem... eu... — Mas o menino já estava largando a nota amassada
de dólar no meio da mesa, pegando o garfo e espetando no bolo. — Posso
saber o seu nome?
— Eu não deveria dizer meu nome para os estranhos. — O menino
informou com a boca cheia.
— Mas comer bolo com eles está tudo bem? — Perguntei,
impressionada pela desenvoltura do pequeno homenzinho em minha frente.
— É, você está certa. — Esse garoto não é deste mundo. — Sou
Hazel.
— Olá, Hazel. Sou Quinn. — Sorri, encantada pelo garotinho
sardento e carismático que agia como adulto.
— Então, seu namorado a deixou esperando? — Ele me perguntou
enquanto pegava mais um pedaço do bolo. Quase não alcançava a mesa, mas
estava se saindo bem. — Eu posso te fazer companhia agora. Meu pai sempre
me ensina a tratar bem as damas.
— Oh, nã...
— Hazel? — Uma voz alta rompeu pela confeitaria, nos fazendo
pular de susto. — Hazel! — A voz ficou mais alta e se aproximou. — Hazel!
O garoto se encolheu antes de chamar o homem: — Aqui, papai.
De repente, aparece uma figura imponente e ...
Uau! Não consigo sequer começar.
Pisquei algumas vezes, tentando fazer meu cérebro ligar novamente.
Aquele homem não era como nenhum visto antes. Claro que o tempo não
parou literalmente, mas dentro de mim tudo parecia congelado. Quente, mas
congelado. Tudo, menos meus olhos, que o escaneavam de cima a baixo. O
terno obviamente caro caía em seu corpo perfeitamente, o cabelo era raspado
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e, pelo pouco que sobrava e pela barba, eu pude ver que eram castanhos
como os do filho, em um tom mais claro. Ele me olhou por alguns instantes e
rapidamente se virou para o filho.
— Onde você estava com a cabeça ao sair assim? — Deus! A voz
dele. Forte, máscula, rouca e que poderia fazer uma mulher pirar em
segundos. O tom grave de suas palavras me fazia imaginar coisas obviamente
inapropriadas de se pensar na frente de uma criança.
— Desculpe, papai. — O menino disse com tristeza.
— Você está em um local público, Haze, não pode simplesmente sair
assim de perto de mim. Eu estava surtando de pavor. — A voz do homem
aumentava a cada segundo, e mesmo que ele estivesse me excitando e me
deixando completamente atraída por ele, coloquei a atração de lado para
tentar amenizar a encrenca em que Hazel havia se enfiado.
— Você estava no telefone... — O menino tentou justificar.
— E? — O pai se alterou ainda mais.
— Hum... Senhor? — Chamei, interrompendo a troca entre pai e
filho. Os olhos do homem vagorosamente se voltaram para mim, me fazendo
perder o fôlego. Tão intensos e verdes quanto os do garotinho. Mais de perto,
eu conseguia ver a barba rala e quase loura, que deixava seu maxilar sexy
demais para o meu bem-estar. Espero não estar corando. Ele levantou a
sobrancelha, esperando que eu continuasse a falar. — Ele já entendeu. Não
entendeu, amigo? — Disse, tentando evitar uma cena ainda maior.
— Oh! Amigo? — O homem me olhou como se estivesse apavorado
antes de se voltar para o garoto. — Quantas vezes já avisei para não falar com
estranhos, Hazel?
— Desculpe, papai. Quinn me deu um pedaço de bolo, então... — O
menino tentou explicar, mas o pai logo o interrompeu: — Aceitando coisas
de estranhos também, Haze? — Brigou novamente.
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— Ei! — Levantei-me, sentindo que não deveria ter feito aquilo assim
que fiquei frente a frente com o homem: ele tinha bons trinta centímetros a
mais do que o meu um metro e sessenta. Ele cheirava bem também. O aroma
de perfume sofisticado misturado à sua respiração que exalava café forte me
deixou com as pernas bambas. — Acho que ele entendeu, você está
assustando ele. — Repreendi, mesmo sabendo que deveria estar calada. Ele
não estava realmente sendo bruto com o filho, estava alterado por ter se
assustado, e o menino parecia estar mais chateado do que com medo. Mas, de
alguma forma, algo em mim quis chamar a atenção daquele cara e fazer com
que ele parasse de brigar com o garotinho.
— Oh, sim? E por que você não volta para os seus estudos da
faculdade e me deixa cuidar do meu filho, garota?
Garota?
Ele me analisou de cima a baixo enquanto me chamava daquela
forma, e eu entendia seus motivos. Eu não parecia muito séria da forma como
estava vestida. Mas isso não era motivo para me julgar.
— Só porque estou vestida assim, não significa... — Os olhos do
homem continuaram analisando as minhas roupas e logo brilharam de forma
estranha para mim, vidrados. — Esqueça, eu apenas estou dizendo que seu
filho...
— Meu filho e eu estamos de saída. Certamente errei em pensar que
este local seria bem-frequentado. —Ele pegou o garoto pela mão. — Vamos,
amigo. — E andou para a porta de saída, me deixando plantada enquanto os
outros clientes assistiam a cena.
Lowie se aproximou, querendo saber se eu estava bem, mas eu apenas
me virei, pegando os cinco dólares do garoto e indo atrás deles na rua. Eles
estava se aproximando de um carro na calçada quando gritei: — Ei! — Os
dois travaram e se viraram, e eu me aproximei deles e abaixei em frente ao
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menino. — Foi muito doce o nosso encontro, seu pai lhe ensinou realmente a
tratar bem uma dama. Aqui. — Sorri e lhe entreguei o dinheiro, me
levantando antes de continuar. — O bolo fica por conta da casa, já que a
Bakery é da minha família. E certamente é um local bem-frequentado, já que
tem como cliente um garotinho tão lindo e educado como você. — Voltei
meus olhos para o menino e sorri. — Você sempre será bem-vindo, Hazel.
Voltei meu olhar para o pai do menino e tentei não me derreter diante
das duas esmeraldas que me vigiavam severamente.
— O senhor certamente também é. Tenham um ótimo dia. — O
homem ficou me olhando por um momento, seus olhos queimando nos meus,
os lábios cheios e rosados duros em uma linha reta, seu maxilar tenso. Pude
perceber que ele queria dizer algo, mas estava segurando. Eu o encarei da
mesma forma, esperando que ele dissesse o que queria, e imediatamente me
surpreendi com um desejo: que suas palavras fossem “me desculpe, pode me
dar seu telefone?”
E eu teria dado, com toda a certeza eu teria dado.
Mas ele nada disse. Dei as costas para os dois e voltei para dentro da
confeitaria, sentindo o meu coração batendo de forma acelerada e minha
boca, seca.
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DOIS
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redor. Nada.
Claro que eles não estariam na Bakery. Besteira.
— Fico feliz! Quer algo? Um chá? Bolo? Acabei de assar bons
folhados de bacon e fio de ovos.
— Oh, a máquina ficou boa, então?
— Hunf! — Ela desdenhou com sua mão gordinha. — Tivemos que
comprar outra. Mas é para o melhor. — Concluiu e sorriu, me direcionando a
uma mesa.
— Oh, não, não posso ficar. Passei apenas para um abraço.
— Tudo bem, leve algum muffin para você, então. — Ofereceu,
voltando para o balcão novamente.
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homem iniciou, mas não terminou sua frase, pois focalizou um ponto atrás de
mim. As mãos de Kevin logo serpentearam minha cintura e me puxaram para
ele, e eu imediatamente desgostei de sua atitude.
— Vamos? Vagou uma mesa para dois.
Encarei meu acompanhante, mas ele estava fitando o homem que eu
ainda não sabia o nome. Eu procurei me afastar um pouco, tentando falar
algo, mas não consegui. O homem estava fuzilando meu acompanhante com
os olhos, e seu maxilar perfeitamente lambível estava tenso.
— Kevin este é...
— Ei, D! — Um outro homem se aproximou, colocando a mão em
seu ombro. — Nossa mesa está pronta.
Ele se afastou em seguida, deixando brevemente o pai de Hazel, que
pegou sua bebida no balcão do bar e me olhou mais uma vez.
— Foi um prazer revê-la, Quinn.
E assim como surgiu, se foi. Pensei em ir atrás dele, mas não fui. Eu o
chamaria, e então o quê? O que eu falaria? Não fazia sentido. Mas eu não
poderia negar que a vontade estava lá. A vontade de saber o seu nome, saber
como estava o seu filho, saber o que ele tinha, que não saía da minha cabeça.
— Vamos, querida.
Lembrei-me de Kevin e imediatamente fiquei chateada pela forma
com que ele ainda estava agindo. Primeiro porque não era meu dono,
segundo porque eu não queria que o papai sexy pensasse que eu tinha
alguém.
O que eu estou pensando?
O cara provavelmente é casado.
Andamos na mesma direção que o senhor D foi com seu amigo. E,
para o meu total desespero, a mesa que fomos direcionados era exatamente ao
lado da mesa daquele homem.
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TRÊS
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esticou sua mão para mim e sorriu. Realmente um sorriso, simpático, largo e
divertido. Era lindo, e conseguia mudar todo o seu rosto. Os cantos de sua
boca se enrugavam assim como os de seus olhos. O deixava tão mais jovem.
— Dashier Colt. Presidente da Colt Company. E idealizador da feira que a
Class tão bem organizou.
Me. Mate. Agora.
Doce Jesus!
— Eu ainda não estou conseguindo acreditar. Eu... ugh... O que está
acontecendo? — A coerência mandou lembranças.
Seu sorriso era debochado, e seus olhos, extremamente brilhantes.
Como se ele estivesse satisfeito em me deixar desconfortável.
Que coisa!
— Você ainda não disse seu nome todo, Cupcake.
— Quinn. — Eu tentei fortemente não gaguejar nem desmaiar.
— Sim, eu sei que é Quinn. Você tem um nome depois deste. Certo?
— Miles.
— É um prazer finalmente conhecê-la formalmente, Quinn Miles. E
devo dizer: você realmente fez um excelente trabalho com o meu evento. —
Seus olhos escanearam o local antes de voltarem para mim. — Estou
realmente satisfeito. Com a feira. — Sua sobrancelha se levantou. — E com a
coincidência.
— Eu não tinha ideia... — Engoli em seco enquanto mantinha meus
olhos direcionados aos dele. — De que você é o chefe...
— Obviamente. — Ele riu de minha reação.
— Dash, cara! Estão procurando por você para algumas fotos. —
Reconheci o homem que se aproximava: era o mesmo que estava no Chipotle
quando vi Dashier pela última vez. — Eu conheço você. — Afirmou,
sorrindo para mim e depois para Dashier. — É a garota que estava no
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O evento terminou por volta das onze, mas o meu trabalho continuou
por muito mais tempo. Eu deveria estar exausta, mas não me sentia assim,
estava apenas excitada com o fato de que Dashier Colt, o papai sexy, disse
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que me veria novamente mais tarde naquela noite. A dor nos pés foi
esquecida, o casamento dos Mackenzie nem existia e a minha necessidade
por uma cama foi substituída por outra completamente diferente. Foi como
uma nova carga de adrenalina.
Enquanto eu dava ordens pelo meu ponto eletrônico para a equipe de
montagem e de seguranças, me embalava com a música que o pessoal de
áudio e vídeo nos cedeu enquanto desmontávamos a estrutura.
Vi Dashier passando de um lado para o outro, conversando com
pessoas diferentes e parecendo mais relaxado em comparação a quando
estava próximo ao homem que dizia ser o seu braço direito. Apesar disso,
eles pareciam amigos próximos. Quando eu passava por eles, o CEO da Colt
também sorria e me seguia com os olhos. Estávamos em uma constante
brincadeira, roubando sorrisos e fazendo promessas com os olhares.
Eu nada sabia sobre ele, nossos encontros até então tinham sido
turbulentos, e, mesmo assim, era como se eu o conhecesse há muito tempo,
como se eu compreendesse seus olhares e sinais.
Se eu não estivesse completamente enganada, diria que Dashier Colt
sabia que eu estava atraída por ele, e a recíproca era completamente
verdadeira.
— Quinn, a van está carregada. Virei mais tarde apenas para
acompanhar a desmontagem dos Box truss e das cabines de tradução
simultânea. — Um dos ajudantes informou.
— Perfeito. Obrigada. — Agradeci enquanto anotava a informação
dada em minha prancheta.
— Estamos liberados? — Perguntou o rapaz para mim, mas quem
respondeu foi outra pessoa: — Vocês, sim. — Ouvi atrás de mim a voz
inconfundível de Dashier. — A Srta. Miles, no entanto, tem alguns detalhes
para tratar comigo.
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havia ficado envergonhado, mais do que eu. Realmente, uma incógnita. Uma
hora, estava todo Don Juan, e no próximo momento, parecia um garoto da
escola. Inexperiente.
— Eu não pensei outra coisa. — Eu me defendi e sorri, sem graça. —
De qualquer forma, nesta hora é complicado encontrar um local para tomar
um café decente.
— Imagino que nenhum café seja bom o suficiente, uma vez que você
é dona daquele lugar. Por sinal, isso me faz perguntar: o que está realmente
fazendo aqui? — Percebi, pela primeira vez naquela noite, a sua
desconfiança. Se eu era dona da Upper, por que estaria trabalhando em seu
evento?
— Oh, a Upper Bakery não é de fato minha. Apenas tenho uma
pequena porcentagem. Meu pai se aposentou e foi morar em Jersey com
minha mãe, então vendeu para o meu padrinho. — Justifiquei rapidamente.
— Entendo. Eu fiquei confuso por um momento. — Respondeu,
trocando seu peso de um pé para o outro. Desconfortável. — Sobre aquele
dia...
— Sobre aquele dia... na Bakery. — Interrompi rapidamente. — Eu
não queria me intrometer entre você e seu filho. Eu apenas o vi assustado e
agi... por instinto? Eu não sei.
Seu olhar suavizou.
— Eu sou aquele que devo me desculpar com você. Eu estou me
adaptando a esta coisa de ser pai em tempo integral agora, e isso ainda me
deixa um pouco louco. E também o meu comportamento no Chipotle no
outro dia foi inaceitável. Me desculpe, Quinn.
O silêncio se fez sobre nós novamente. Olhei para os lados e notei que
estávamos completamente sozinhos.
— Tudo bem, Sr. Colt. — Respondi, sorrindo.
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entender.
— O que foi? — Perguntei a Dashier.
— Ele está apenas assustado. — Respondeu enquanto desabotoava os
botões de seu terno.
— Comigo?
— Com fato de você ter me feito rir tão... hum... tão alto.
— Você não costuma rir?
— Não. Não realmente.
— Isso é triste. — Falei mais baixo, focando em seus olhos. Dashier
respirou fundo e me olhou seriamente.
— Você não tem ideia do quanto. Jimmy? — Sua voz era tensa, quase
dura demais.
— Senhor?
— Para o Harlem.
— E o café? — Perguntei, me sentindo um pouco decepcionada.
— Eu não acho uma boa ideia.
Eu queria perguntar a razão daquela súbita mudança de planos, mas
ele parecia outro homem naquele momento. Então eu simplesmente me calei
e tentei ficar o mais confortável que pude até chegar em casa.
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QUATRO
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Deus me ajude.
Seu terno era azul em um tom escuro, mas, ainda assim, era claro
suficiente para destacar os seus olhos verdes. Não havia gravata, e os
primeiros botões da camisa estavam abertos. Seu sorriso era contido em
nossa direção.
— Adoro quando ele sorri para mim assim. — Suspirou Andreas. —
Brincadeira, sabemos para quem ele está sorrindo. — Seu tom brincalhão me
fez revirar os olhos e rir.
Quando nos aproximamos, Dash saiu da mesa e veio me
cumprimentar. Estendi minha mão para ele, na intenção de receber um aperto,
mas, no lugar disso, Dash me puxou para um abraço discreto.
— Como vai, Quinn? — Sua pergunta foi feita como se fosse um
segredo, e sua voz completamente excitante me arrepiou o corpo todo.
A noite seria longa.
— Estou ótima, Dashier. E como está Hazel? — Novamente surgiu o
brilho nos olhos quando eu perguntei pelo menino.
— Está bem, obrigado pela preocupação.
Andy puxou a cadeira para que eu sentasse e deixou a ao lado da
minha para que Cassie ocupasse quando chegasse. Dashier ficou de frente
para mim enquanto seu companheiro sentou ao seu lado.
Logo Cassie se juntou a nós, se desculpando pelo atraso. Nós fizemos
nossos pedidos, e apenas Cassandra bebeu algo alcoólico. Dashier pediu
água, Andy, Coca-Cola, e eu, suco de morango. Nossos pratos variaram entre
risoto e apenas salada, e a conversa fluiu profissionalmente, ainda que um
pouco descontraída.
— Tenho que parabenizar Quinn. — Andreas disse para Cassandra,
que estava derretida pelos seus flertes. — Ela foi maravilhosa no evento. Não
foi, D?
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CINCO
Rolei até a borda da minha cama, sentei e fiquei olhando para o chão
por um momento, esperando poder acordar adequadamente, mas lembrei do
constrangimento da noite anterior. Cassie havia me ligado, perguntando o que
havia acontecido, e não vi motivos para esconder dela a história toda. Ela
pediu apenas para que eu não comprometesse a Class.
Respirando fundo, fui até as janelas, em meu pequeno e charmoso
apartamento, e as abri, deixando a claridade invadir o local. Não era muita
luz, uma vez que meu apartamento era praticamente grudado no prédio ao
lado, mas era suficiente para saber que havia luminosidade lá fora. O verão
havia começado tímido, mas o sol estava mais quente do que o costume e
aparecendo mais vezes para a época. Eu gostava desta estação, mas minha
preferida era o outono, então eu teria que esperar por ele mais alguns meses.
Com o outono, apareciam mais casamentos, o clima nem tão frio e
nem tão quente era o preferido das noivas modernas. Seu dia especial
geralmente era ao ar livre e durante o dia. Esse era o tipo de casamento que
eu mais gostava de organizar. Além disso, no meio de novembro o ritmo dos
eventos começava a cair até serem praticamente inexistentes para mim.
Cassandra nunca me colocava em eventos natalinos, a menos que
envolvessem a Time Square, o que aconteceu apenas uma vez. Eu costumava
fazer mais trabalhos internos nesta época e ficava livre para as festas de final
de ano. O ritmo maluco de vários casamentos por mês só retornava mesmo
nos meses de abril e maio. Eu gostava daquele arranjo, as festas de final de
ano me deixavam animada para ficar com meus pais.
Dei um longo suspiro e iniciei o meu dia de folga. Tomei um banho
para me animar e procurei não me concentrar nos pensamentos que
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espreitavam a minha mente. Mas, ao olhar para meu closet e mais uma vez
resmungar sobre quão pequeno ele era para minhas roupas, lembrei
imediatamente da brincadeira que fiz com Jimmy, sobre seu nome não
combinar com o seu porte. Então me lembrei de Dashier, sua gargalhada, seu
sorriso aberto e relaxado. Seu peito se abrindo, e suas costas se espalhando no
assento do carro enquanto sua cabeça pendia para trás. Tão belo. Também
lembrei de seu olhar em minha direção, com aquele brilho intenso único. E
logo veio a noite anterior em minha mente, quando ele foi embora sem ter a
consideração de dizer adeus depois da nossa interação naquele jantar.
Balancei minha cabeça de um lado a outro, tentando focar minha atenção em
meu encontro com minha mãe.
Após me vestir, liguei para ela enquanto escovava meus dentes.
— Estou a caminho. — Cantarolou. — Cinnamon roll para você? Ou
cheesecake?
— Roll. — Foi o máximo que consegui responder com a boca cheia
de espuma de creme dental.
— Ok. Cinnamon roll e café esperando por você.
Agradeci e, logo após, desliguei.
Eu me olhei no espelho e gostei do resultado, optando por um vestido
florido, solto e confortável. Sequei meus cabelos e os prendi em um rabo
firme. Continuava uma incógnita para mim onde estavam os meus óculos
novos, portanto me contentei com os meus antigos novamente.
**
Eu não precisei procurar por ela. Nossa mesa, não por sorte, sempre
estava disponível para nós. Shelly sempre a deixava livre. Sentei ao lado de
minha mãe e acenei para todos no balcão decorado da Bakery.
— Oi, mãe! — Abracei-a de lado e beijei seu rosto. Seu perfume
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cítrico era inconfundível, assim como a sua beleza conservada. Tudo isso era
natural para ela, como piscar. Mesmo seguindo meu pai na aposentadoria
antecipada, ela permanecia vaidosa e cuidava de si, todos os dias era como se
ela fosse aparecer em uma capa de revista, e ainda assim ela continuava com
o seu jeito acolhedor e maternal. Deus! Eu sentia falta de estar mais perto
dela.
— Olá, querida. — Apenas quando ouvi o seu cumprimento, senti
vontade de chorar. Minha mãe era tão delicada quando falava... Abraçando-a,
eu percebi o quanto me sentia sozinha. Respirei fundo, travando as lágrimas
que espreitavam pelos meus olhos, e me levantei, pegando o lugar em frente a
ela para que pudéssemos conversar. O cinnamon estava quentinho e cheio de
caramelo e amêndoas, como eu gostava. Macarons eram os meus doces
preferidos, sempre seriam, mas meus favoritos estavam tão longe, que eu me
contentava com cheesecakes e aqueles bolinhos de canela. Peguei a xícara de
café e tomei um gole para ajudar a descer a bola de angústia que parecia ter
se alojado há dias em minha garganta.
Quando meus olhos focalizaram mamãe, ela me analisava com
interesse e desconfiança.
— O que está acontecendo? — Perguntou sem rodeios. Seu tom
parecia testar as águas, e a suavidade em sua voz me fez relaxar por um breve
momento.
— Do que está falando? — Tentei me fazer de desentendida, mas
responder com outra pergunta só a deixava mais intrigada. Seus olhos se
apertaram ainda mais.
— Você está chateada. — Afirmou um pouco mais alto, pegando o
garfo e espetando seu pedaço de velvet.
— Eu? Não! — Mas, no momento em que eu disse não, a imagem de
Dashier olhando para mim enquanto bebia a sua água na noite anterior me
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bateu em cheio e minha voz falhou. Desviei meus olhos para o café e o bebi.
— É Cassandra? Ela não está aceitando bem os seus planos? —
Mamãe me perguntou com mais delicadeza e cuidado, como se estivesse
pisando em um terreno perigoso, e analisou cada uma das minhas reações
enquanto eu me preparava para falar. Sabia que ela estava testando os
assuntos para saber o que estava me incomodando. Eu precisava conversar,
mas se contasse a ela sobre Dashier, seria como assumir que eu estava
desenvolvendo sentimentos por ele, e eu sequer queria assumir para mim que
tais sentimentos estavam crescendo.
— Cass está melhor, ela entendeu que não sairei tão cedo da Class.
— Mas você sabe que pode. Você pode vender a sua parte da Bakery.
— Lá estava a solução simples novamente.
— Não é uma opção. — Neguei, buscando o garfo para finalmente
desfrutar do meu Cinnamon.
— Você vai levar pelo menos mais três anos para montar a sua
empresa. Com sorte.
— Está tudo bem. Eu tenho um bom dinheiro guardado, mãe. Não é
necessário vender a minha parte na Bakery.
— Seu pai vai entender você se quiser vender para realizar seu sonho.
— Insistiu novamente.
— Eu sei que ele entenderá, mamãe, eu só não quero entristecê-lo. O
fato de ele entender não diminuirá a sua decepção. O sonho dele era que eu
tomasse conta disto aqui, e eu não estou fazendo isso. Eu prefiro fazer desta
forma. Enquanto isso, adquiro mais experiência e fico mais conhecida no
mercado. Além do mais, vocês podem precisar dos rendimentos da Bakery.
— Temos dinheiro... — Ela tentou argumentar novamente,
sussurrando para que a entonação da sua voz não fosse ouvida pelos outros
no local. Mas, sinceramente, eu não estava com clima para discutir sobre
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aproximava.
— Senhorita Miles. — Ele sorriu comedidamente e se voltou para
Dashier. — Sylvia está no carro, senhor.
— Tudo bem, leve Haze, e eu já estou a caminho.
— Sim, senhor.
Quem é Sylvia?
Hazel beijou o rosto de minha mãe e correu para mim, beijando o meu
também.
— Até breve, Quinn.
— Até breve, Haze. — Beijei seu rosto, e novamente ele corou. Tão
incrivelmente fofo.
Voltando minha atenção para Dashier, suspirei, pronta para negar o
convite.
— Acho melhor não fazermos isso.
— Dê-me seu telefone. — Exigiu, puxando o seu do bolso e o
esticando para mim.
— Dashier...
— Dê-me seu número e me deixe convencê-la. — Seus olhos
brilhantes eram pidões.
Deus! Por que ele tem que me olhar assim?
— Descubra o meu número e você me terá para um encontro.
Desafiei.
— Está brincando comigo! — Suas sobrancelhas se levantaram e seus
olhos mostraram um brilho divertido. O sorriso de lado quase me fez tomar o
telefone de suas mãos e colocar o meu número ali naquele momento.
Logicamente que seria fácil para ele, mas uma brincadeira não faria mal a
ninguém.
— Entro em contato em breve, então. Até logo, Cupcake. — Disse ao
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de ter todo o nosso ritual realizado antes de partir. Mas Haze nunca fica sem a
minha atenção. Ele nunca ficaria sem a minha atenção novamente.
Eu seria o pai que não fui em seus primeiros anos de vida. Eu estaria
lá para ele. E Hazel era um menino tão bom e doce, que desde o primeiro
momento em que voltamos a nos falar, há dois anos, ele pareceu me aceitar.
Mesmo com pouco entendimento do que estava acontecendo, o menino me
aceitava e me via como o seu pai. Isso era mais do que eu poderia esperar
depois de tudo que ocorrera.
Durante muito tempo, desde a morte de Victoria, meu foco foi
melhorar e estar com meu filho. Eu não me permiti ter tempo para sequer
pensar em qualquer outra coisa. Queria dar a Hazel tudo o que eu não dei no
início de sua vida.
Eu estava bem com isso.
Até conhecer a maldita Quinn Cupcake Miles.
Fiquei louco quando perdi Hazel dentro da confeitaria. Se algo
acontecesse com ele, se ele se perdesse ou se machucasse, eu poderia nunca
mais vê-lo. O juiz o tiraria de mim por qualquer passo fora da linha que eu
desse no período de um ano. Isso não poderia acontecer.
Então, acredito que seja bastante justificável o fato de eu ter
enlouquecido e ter dado uma bronca nele. Mas uma certa garota se ergueu em
defesa do meu filho, uma criança que ela nunca tinha visto na vida, e eu...
Droga, eu nem mesmo sei descrever como me senti quando coloquei meus
olhos nela.
Cabelos bagunçados, óculos gigantescos, moletom, calças, tênis e
cara lavada.
Chame isso de: feita sob medida para o nerd da faculdade, Dashier
Colt.
Seus olhos azuis enormes, as sardas adoráveis em cima do seu nariz e
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entre nós, eu tive a certeza de que ele não era importante para ela. No entanto,
o fato de ela estar exercendo tanto poder sobre mim estava me deixando
desconfortável. Eu estava há um bom tempo fora desses jogos de flerte, e
parte de mim gostaria de voltar. Sentir novamente todas as sensações. Mas
não poderia. Era muito arriscado.
Então fiquei frustrado.
Muito.
Ao vê-la caminhar para o banheiro, me levantei sem ao menos
disfarçar e a segui. Aguardei que voltasse e fiz meu movimento. Seus olhos
diziam que me queria, mas ela era forte. Obstinada. Fui um imbecil com ela
naquela noite, e ela não deixou por menos novamente. Meu medo estava me
fazendo atacar para evitar que ela se aproximasse. Por quê? Outras mulheres
se aproximavam, e eu era educado em afastá-las, mas com Quinn era
diferente. Ela fazia eu me sentir completamente diferente, com medo. Medo
de mim.
Deus, eu a chamei de deslumbrada. Que babaca.
Mas ela não deixou por menos.
— Bem, e eu conheço o seu tipo. O tipo que nega atração quando há,
que não quer querer. Não se preocupe. Estou de saída. E me manterei longe
tanto quanto você se mantiver também, Dash.
Lembrei de suas palavras, sorrindo, ela sabia que existia atração entre
nós. Mas não me importei naquele momento, pois pensei que seria a última
vez que nos veríamos.
Até eu dar de cara com ela na Colt Fair.
Vê-la em seu uniforme de trabalho me deixou louco. Tudo bem, um
homem em abstinência há quatro anos é capaz de ter uma ereção por uma
árvore se ela tivesse curvas, mas, porra! Calças pretas coladas, blusa colada,
deixando todo o seu corpo curvilíneo exposto para mim enquanto ela subia e
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descia nas pontas de seus pés, feito uma bailarina empinando a sua bunda em
minha direção. Aquilo me deixou louco.
Era o mesmo que ver Quinn se esfregando em um pole dance, ainda
que não fosse a sua intenção.
Foi como se eu tivesse treze anos novamente. Uma porra de
adolescente com tesão.
Quinn ficou pasma quando descobriu que na verdade eu era dono da
Colt Company. Foi quase hilário vê-la descobrir que o Sr. Colt que ela
gostaria tanto de agradar era, na verdade, o cara que vinha sendo um
completo idiota com ela.
Então, eu acabei lhe convidando para tomar café comigo. Eu deveria
saber que já estava brincando com fogo, que já estava mais do que
interessado por ela. Mesmo Andy já sabia.
— Cara...
— Abra a sua boca e vou demitir você.
— Você não pode me demitir, sou seu braço direito.
Andreas Collins era meu melhor amigo e, sim, meu braço direito
também. Ele era o único além da minha família, Sylv e Jimmy que sabia da
minha merda. E, também, o único que não conseguiu se livrar de mim ou das
minhas lamúrias sobre Quinn Cupcake Miles.
Novamente, eu não fui a melhor pessoa com Quinn.
Ela havia me deixado relaxado e sorridente quando saímos do evento,
sua brincadeira com Jimmy me fez rir como há muito não acontecia. E
quando ela perguntou se eu não costumava rir, eu me lembrei dos motivos
pelos quais eu não o fazia mais. Então a levei para casa e me despedi,
esperando que aquela fosse realmente a última vez que eu a visse.
Mas eu não consegui me manter longe e inventei um jantar de
negócios para vê-la novamente. O contrato com a empresa de eventos que ela
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SEIS
“O Chipotle não nos traz uma boa lembrança, então pensei no Wined
Up. Sábado, 8 pm.”
Eu não precisava pensar nem por um segundo de quem poderia ser
aquela mensagem, aceitei o número no aplicativo de conversas e salvei em
minha agenda. Sabia que ele descobriria, mas, mesmo assim, resolvi brincar
com ele.
“Desculpe. Quem é você?”
Meu telefone apitou quase que imediatamente com a resposta.
“Desculpe, sou eu, Kevin, troquei meu número.”
Puta merda. Não era Dashier.
A decepção bateu com força em mim. Respirei fundo, ponderando o
que eu deveria dizer a ele. Eu não queria magoá-lo, mas tinha que colocar um
ponto final de vez naquela história.
“Ei, Kev. Infelizmente não posso sair com você.”
“É porque você vai sair com Dashier Colt?”
Como diabos ele sabia disso?
A resposta veio em seguida.
“Te peguei, Cupcake!”
— Filho da mãe!
Como diabos ele lembrava do nome de Kevin?
Meu telefone tocou no momento em que cheguei em casa. Olhei no
visor e vi que era ele. Sorrindo, atendi e sentei no sofá.
— Não foi engraçado. — Resmunguei enquanto tirava meus sapatos e
colocava meus pés para cima.
— Foi, um pouco. — Sua voz rouca e profunda estava sorridente. Eu
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gostava de saber que ele estava sorrindo, era sempre tão sério perto de mim.
— Como você lembra do nome do meu encontro daquele dia?
— Eu lembro de tudo daquele dia, Cupcake. — Por que suas palavras
sempre me causavam arrepios?
— Vai continuar me chamando assim? — Tirei meus óculos e a
borrachinha que estava em meu cabelo e suspirei, massageando meu couro
cabeludo com a mão livre.
— Você não gosta?
A verdade é que gostava. Muito. Algumas pessoas me chamavam de
Q no trabalho, e Quinn já era um nome tão pequeno, que parecia um apelido
por si só, portanto eu gostava que eles tivessem escolhido esse apelido, era
fofo.
— Eu gosto. — Respondi mais baixo, estava sorrindo feito uma boba.
— Bom, eu e Haze achamos que combina.
— Como ele está? — Perguntei, verdadeiramente interessada. Hazel
era uma criança adorável e extremamente inteligente.
— Apaixonado por você.
— Pare! — Meu tom saiu mais alto do que eu pretendia.
— Você o conquistou quando deu bolo para ele, agora só fala e
suspira por você.
— Então talvez não seja uma boa ideia eu sair com o pai dele, certo?
— Brinquei.
— Oh, não. É uma boa ideia você sair com o pai dele. Ele verá a
sedutora que você é e não terá esperanças. — Meu riso saiu meio engasgado.
— É brincadeira, Cupcake, Hazel apenas gosta muito de você. — Então a
linha ficou muda.
— Dashier?
— Me chame de Dash, se você quiser.
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— Ok, Dash.
— Sábado? — Ele perguntou, indo finalmente ao ponto.
— Bem, você descobriu o meu número.
— Foi fácil, e você sabe.
— Eu sei. — Ri. Ele só tinha que fazer uma ligação para a Class.
— Então?
— Estarei pronta às oito. — Ele conseguia ouvir o sorriso em minha
voz?
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quê?
— Este é um Rolls-Royce Ghost Serie II. — Ele explicou, orgulhoso.
— Esnobe. — Resmunguei.
— O quê? Não estou sendo esnobe.
— Talvez não. — Dei de ombros. — Afinal, você tem dinheiro para
brinquedos, então acho que está tudo bem. — Sorri para ele, mas quando vi
que seu sorriso era arrogante para mim, bufei, revirando os olhos. —
Comprar um carro de o quê? Duzentos mil dólares, não faz de você o rei de
Manhattan, Dashier Colt.
Jimmy gargalhou, fazendo Dash bufar e rir um pouco também.
— O que foi? — Perguntei ao motorista.
— É um pouco mais caro que isso, senhorita. — Jimmy riu um pouco
mais e olhou para Dashier com humor pelo retrovisor.
— Tudo bem, então você é um CEO nerd com muito dinheiro.
Continua não sendo o rei de Manhattan. Dashier riu.
— Eu sou, digo, um CEO nerd com muito dinheiro e um pouco
famoso também. Não o rei de Manhattan. Embora eu procure não fazer muito
alarde disso tudo.
— Por que um carro tão caro hoje, então?
Dashier ficou mudo e olhou para a rua. Eu acabei ficando muda
também. Se ele não queria falar, não forçaria.
Quando Jimmy finalmente estacionou, Dashier saiu do carro e
estendeu a mão para que eu a pegasse. Quando me puxou para fora do carro,
seus lábios colaram em minha orelha.
— Eu queria impressioná-la.
Seu hálito quente me fez tremer, e talvez eu possa ter gemido um
pouco também. Quando ele se separou de mim, olhei em seus olhos e vi
luxúria neles, mas seu corpo continuava extremamente tenso.
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favor.
O garçom ficou decepcionado, certamente isso seria um grande up na
sua comissão, mas não seria daquela vez. Dashier estava tentando me
impressionar com o seu dinheiro, eu não cairia nessa. Com um suspiro, Dash
assentiu para que o garçom me obedecesse, e assim o garoto foi embora com
a garrafa.
— Qual é o seu problema? Pensei que você fosse uma garota de gosto
sofisticado. — Ele parecia frustrado comigo.
— E por que você pensa isso? — Perguntei, analisando sua reação.
— Bem... Eu não sei. — Ele respondeu, me fazendo rir.
— Dashier, eu não sou assim. Adoraria dividir uma garrafa de um
bom e caro vinho com você, mas se você não bebe, não há necessidade de me
comprar uma garrafa de quatro mil dólares. — Olhei diretamente em seus
olhos e me aproximei um pouco mais. — Olha, não sei qual é o tipo de garota
que você leva em encontros, mas eu...
— Eu não tenho encontros, Quinn. — Ele me interrompeu.
— Como assim? — Pisquei, tentando entender.
— Eu não vou a encontros há pelos menos... Bem, nunca, se eu for
considerar a fase adulta apenas.
— Eu não entendo. Como você, um cara assim... — Apontei para ele,
que sorriu e levantou a sobrancelha para mim. — Não vai a encontros?
— Fui a poucos encontros na adolescência. Cinema, pipoca, me
renderam amassos no sofá ou no carro de meus pais, e depois, na faculdade,
conheci a mãe de Hazel. Nós tivemos um relacionamento por quase todo o
tempo em que estudei, montei a Colt Company e um pouco após ter me
formado. Um relacionamento... hum... conturbado. Se é que posso chamar de
relacionamento. E depois, não mais.
— Você é casado? — O medo da sua resposta estava quase me
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paralisando.
— Não, nunca fui casado. — Relaxei no mesmo momento. — Não há
ninguém.
— Ok. Conversa tensa para um primeiro encontro. — Joguei,
tentando limpar o ar.
— Eu concordo. — Dash respondeu, sua mandíbula estava tensa.
— Bem, eu vou ensiná-lo a levar uma garota para um encontro na
vida adulta. — Eu me aproximei dele e sorri quando notei o seu interesse em
aprender. — Você faz exatamente o mesmo de quando era adolescente. —
Ele bufou e voltou a ficar reto, pegando o cardápio. — Bem, comigo é assim,
pelo menos. Eu gosto de restaurantes, noites de vinho e tudo mais. Mas
cinema, maratona de séries, bons livros também fazem a minha cabeça,
senhor geek.
— Você é diferente. — Dash sorriu como se estivesse admirado
comigo.
— Isso é bom. — Respondi, piscando um pouco. Minhas lentes
estavam querendo me incomodar. — Eu gosto de ser diferente.
— Por que não veio de óculos?
— Eu... — O que eu diria? Que estava querendo parecer linda para
ele?
— Prefiro os óculos de nerd da Columbia. — Seus olhos verdes
brilhantes me fitaram intensamente. Olhei para ele, intrigada. — No dia em
que nos conhecemos, você estava com um moletom... — Ele engoliu em seco
e riu nervosamente. — De Columbia. E com os óculos... Achei você...
— Uma garota. — Completei o que pensei que seria a sua sentença.
— Achei você linda, Cupcake. — Seu sorriso tremeu, como se ele
estivesse um pouco envergonhado, e eu me perdi em seus olhos. O brilho me
hipnotizou, e suas palavras conseguiram me deixar ainda mais atraída por ele,
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lisonjeada por ter percebido a minha beleza mesmo não estando produzida.
Negando com a cabeça minimamente, pisquei algumas vezes e sorri,
sem graça.
— Eu vou ao banheiro. — Disse, sorrindo para ele, peguei minha
bolsa e saltei da cadeira de bar.
Quando voltei, eu usava meus óculos.
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outro.
E adivinha.
Eu já estava acostumada antes mesmo daquele beijo, como se já
tivesse beijado Dash inúmeras vezes antes.
Quando finalmente nos separamos, ficamos olhando e sorrindo um
para o outro. Dashier parecia aliviado com algo. Como se ele tivesse recebido
uma notícia após uma grande tensão na espera do resultado.
— Isso foi... bem. — Ele parecia um menino falando.
— Parece até seu primeiro beijo. — Brinquei, tentando descontrair.
— Foi ruim? — Era engraçado e surreal que um homem do seu porte
parecesse tão inseguro.
— Teve gosto de queijo. — Sorri, me aproximando novamente para
beijá-lo. — Mas definitivamente não foi ruim.
— Não? — Ele me beijou rapidamente, em seguida se separando de
mim.
— Não. Foi perfeito.
E realmente foi.
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Seu beijo era tão gostoso quanto ter seu corpo forte e quente colado ao meu.
Com um suspiro, Dashier pareceu se soltar e finalmente me tomou em seus
braços com mais força. O beijo foi brutal. Não era doce. Foi excitante,
molhado e me deixou louca.
Quando finalmente nossos lábios se separaram, nossas testas se
juntaram, eu estava pronta para convidá-lo para entrar, mas ele quebrou
minhas esperanças com uma pergunta ofegante: — Isso significa que tenho a
chance para um segundo encontro?
— Isso significa que você pode ter quantos encontros quiser. E Dash?
— Prefira o ciano.
— O quê?
— A mistura de verde e azul dá a cor ciano.
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SETE
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Eu malhava.
Malhava muito, a cada momento em que eu estivesse livre do trabalho
e de Haze. O boxe ajudava também. Socar coisas sempre ajudava quando eu
estava tendo um dia ansioso.
Foi uma das soluções para manter o controle sobre mim. Os gatilhos
eram vários, e eu os evitava como peste. Felizmente, tinha dado certo até
então. Eu conseguia evitar os gatilhos, e quando estava ansioso, descontava
tudo em minha bela e bem equipada academia. Com Quinn aparecendo, eu
tinha medo de que minhas fugas não resolvessem mais.
— Papai? — Haze apareceu na porta da academia, me fazendo parar
de socar o saco e ir até ele enquanto eu tirava minhas luvas.
— Bom dia, amigo! Você dormiu bem? — Ele assentiu enquanto
esfregava seus olhos. Seus cabelos era uma bagunça total, a cor era
exatamente como a minha, mas comportados e bonitos como os da mãe.
Ainda bem, se fossem como os meus estariam sendo raspados em breve.
— Uhum. Posso acordar Sylv? Estou com fome.
Eu me levantei e beijei a sua testa, pescando a toalha jogada na
cadeira ao lado da porta e o levando para descermos as escadas.
— Sylv não está em casa, amigo. Hoje é seu dia de folga.
— Podemos ir na loja de Quinn para o café, então? — Seus olhos de
repente estavam arregalados em expectativa.
— Hoje não, amigo. — Ele suspirou, tristonho. — Mas o que você
acha de um passeio no parque mais tarde?
— Tudo bem. Posso comer alguma coisa? — Ele era realmente um
bom menino. Leslie e Bernard tinham iniciado bem a sua criação.
— Claro, vamos lá. Vou fazer panquecas. — Falei com entusiasmo.
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passeio no Riverside. Estava calor, e Haze gostava de passear por lá, andar
em sua nova bicicleta.
Até então, eu não sentia falta de mais nada em minha vida, tendo meu
filho como prioridade. O foco me permitia clareza nos pensamentos e
principalmente uma vida saudável. Mas quando Quinn apareceu, uma nova
necessidade cresceu em mim, e eu não a negaria. Mas estava com medo.
Em uma troca de mensagens com meu terapeuta, Dr. Conerlly, deixei
isso claro. Tinha medo de deixar Quinn entrar. Ele disse que o medo era bom.
Medo me faria pensar antes de minhas ações, mas que eu não podia deixar de
tentar se eu finalmente estava disposto e aberto a um relacionamento.
Então lhe respondi que não estava disposto a encarar um
relacionamento.
Sua resposta veio como uma porrada na minha cara: “Então por que
você a convidou para ir ao parque com o seu filho?”
Boa pergunta.
Lucas Conerlly precisava de um bônus e um troféu por me aturar. Eu
era o seu paciente mais irritante, tinha certeza absoluta disso. O homem me
atendia no horário que fosse, por qualquer meio que fosse só para garantir o
meu bem-estar. E chamá-lo em um domingo foi ridículo, mas eu precisava de
um conselho.
Sylv havia me dito para proteger Haze. Não a trazer para casa se eu
não estivesse seguro. Eu estava fazendo o contrário. Por quê? Claro que não
estava trazendo ela para dentro de minha casa, mas certamente estava
expondo Haze a ela. Eu deveria ter esperado, aguardado o retorno de Sylvia,
e só assim ter chamado Quinn para sair novamente. Ela tinha entendido a
minha negativa. Por que eu voltei atrás?
Por que o fiz?
Porque eu queria, porra! Muito.
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bicicleta e correu em sua direção. Ela correu para ele também, me fazendo
sorrir, coisa que eu vinha fazendo com frequência ultimamente.
Ele parou de correr de repente e esticou sua mão em um gesto polido
para cumprimentá-la. Quinn se abaixou na sua frente e o abraçou.
Coisas aconteceram dentro de mim. Coisas boas. Senti meu coração
disparado. Eu não estava acostumado com isso, tais sentimentos poderiam me
tirar do controle. E eu era simplesmente atormentado com isso. Com este
medo.
Quando ela se aproximou de mãos dadas com Hazel, me levantei para
cumprimentá-la. Beijei seu rosto rapidamente, a fazendo suspirar e sorrir.
Seus olhos brilhavam através de seus óculos, na armação que eu achava
incrivelmente adoráveis.
— Olá, Cupcake. — Cumprimentei mais baixo.
— Ei, Danish.
— Danish? — Perguntei, achando graça no apelido repentino.
— Vim testando alguns apelidos para você no carro, já que você
parece não se desfazer do meu.
— Danish? — Indaguei novamente.
— Sim, é parecido com Dashier e é um pão doce muito... — Ela
travou, olhando para baixo, nos lembrando que havia um garotinho entre nós
observado. — E eu tenho um apelido para você também. — Disse, apontando
para Hazel.
— Você tem? — A voz de Haze subiu alguns oitavos em excitação, e
seus olhos brilhavam, dançando enquanto me encarava empolgado por
receber seu apelido.
— Eu tenho! — Quinn fez um mistério antes de revelar. — Você é
um Macaron.
— Eu sou?
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OITO
Eu sorri e suspirei como uma boba ao ler o cartão que havia chegado
junto de uma caixa com deliciosos macarons parisienses. E, puta merda, a
caixa era do Le Sublim’s, de Le Havre. Ele havia prestado atenção no que eu
havia dito sobre meu gosto ao longo da semana.
Depois de domingo, quando passeamos no River Park com Hazel,
combinamos de nos encontrarmos na segunda para tomar café da manhã
juntos na Bakery. Comemos, nos divertimos com Hazel e jogamos mais um
pouco nossa brincadeira de vinte perguntas.
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Sai daí!
— Hum... macarons! Adoro. — Ela pegou um vermelho e levou a
boca. Seus olhos ficaram no cartão. — Quem é Danish? E esta é a festa a
qual perdemos a conta?
— Eu imagino que sim. — Disse, indo para a minha mesa e
apontando a mesa de Doty para que ela se acomodasse.
— Você tem que ir. Quero saber como vai ser o evento.
— Sim, senhora. — Como se eu já não fosse de qualquer jeito.
— Quem é Danish, Quinn? — Cassandra perguntou novamente.
— Dashier Colt, Cass, é ele. — O sorriso no rosto dela dizia que não
estava surpresa.
— Apenas não estrague as coisas para mim, Q. No mais...
Ela roubou mais um macaron antes de sair da sala, me fazendo querer
arrancar o doce da mão dela.
Peguei a caixa e levei até Doty, oferecendo a ela sem muita vontade.
— Oh, eu agradeço, mas não. Obrigada.
— Vamos, experimente.
— Você não parecia muito feliz com ela pegando, então...
Observadora, gostei dela!
— Porque ela sequer me pediu, e eles são especiais, mas eu estou
oferecendo. Vamos, pegue.
— Especiais, hein?
— Sim, são franceses. Direto de Le Havre, especialmente para mim.
— Respondi com orgulho.
— Uau. — Ela pegou o doce e levou aos lábios sorrindo. — Um
namorado?
— Eu ainda não sei.
Eu não sabia se ele era meu namorado, mas eu tinha certeza de que eu
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NOVE
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Meu vestido era lindo e sexy. Optei pelo preto acetinado que colava
em meu corpo e separei uma máscara de renda com um belo bordado de
flores. Meus cabelos loiros foram presos em um coque elegante todo para
trás, sem nenhum fio solto, e a maquiagem era escura com batom vermelho
rubi. Eu me senti linda e poderosa. Estava ansiosa para que Dashier me visse
daquela forma.
Eu não havia visto ele desde antes da nossa troca de mensagens em
que ele me prometera prazer na noite do baile, nem mesmo na Bakery. Ele
não ligou ou mandou mensagens, eu enviei duas ou três, mas suas respostas
foram algo entre vácuo total e “desculpe, estou ocupado.’’
Eu realmente nem sabia se ainda estava convidada para o baile até a
noite anterior, quando meu telefone apitou.
“Busco você às oito.”
Tudo bem, pensei, um tanto chateada.
Qual era o seu objetivo em manter o convite, se ele estava tão
distante? Como sempre, eu não conseguia decifrar Dashier Colt. O homem
era quente e frio. Em um minuto, ele estava sorrindo e brincando comigo, no
próximo, seu rosto era tomado pela escuridão. Eu estava ficando louca com
isso.
A batida em minha porta me fez saltar em frente ao espelho. Eu me
olhei novamente e pisquei, umedecendo as lentes de contato, e chequei o meu
batom. A batida soou novamente, então comecei a andar em direção a porta,
tentando me controlar para não tremer.
Ao abrir a porta, me deparei com Dashier de smoking, segurando uma
tulipa laranja em sua mão esquerda.
E eu me tornei uma adolescente indo para o baile de primavera da
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escola.
— Oi. — Eu disse, o observando enquanto ele me analisava por
completo. Seus olhos estavam sérios e escuros, como eu nunca havia visto
antes. Sua garganta subia e descia, tentando engolir algo, e seus lábios
pareciam indecisos entre um sorriso e uma carranca. Eu me mantinha olhando
para ele, deixando que visse como minha respiração ficava mais rápida e meu
peito inflava em expectativa.
— Quinn, você está... Eu não sei como dizer isso... — Ele olhou em
meus olhos por um momento e o desejo cru estava lá. Eu realmente podia
visualizar ele me fodendo contra a parede naquele momento. Apertei a
máscara em minha mão, esperando por suas palavras. — Tão, tão linda. Você
é deslumbrante, Cupcake.
Me beije agora, Dashier. Me leve para dentro do meu apartamento e
me tome contra a porta. Implorei apenas dentro da minha mente.
Deus! Esse homem estava me enlouquecendo.
Como se um interruptor tivesse sido desligado, Dashier piscou,
respirou fundo e me ofereceu a única flor. Eu me recompus e sorri enquanto
levava a flor delicada até meus lábios.
— Obrigada. É linda. E você está lindo também. — Que verdade! Ele
estava lindo. A barba continuava por fazer, mais comprida agora. Seus
cabelos, cortados de forma quase militar, e seu rosto bem-alinhado eram
como a imagem perfeita do próprio Adônis. Seu smoking era belo, como
todos os seus ternos, e alguns detalhes mais brilhantes na lapela e na gravata
deixaram Dash ainda mais bonito. E, Cristo, o cheiro dele era algo que... puta
que pariu! Eu queria pedir permissão para lambê-lo. Ou lambê-lo sem
permissão mesmo.
— Bem, vamos. — Novamente o Dashier frio. Mas que porra!
Respirando fundo, assenti e me virei para fechar a porta. Nós
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Você já desejou por Uma noite sem fim Laçou a lua e as estrelas As
prendeu bem forte?
Já ficou sem fôlego e perguntou a si mesmo “Poderá algum dia ser
melhor que esta noite?”
Esta noite
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DEZ
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toda.
— Eu não estou com fome. — Respondeu, levando a mão em meu
cabelo e tirando um grampo do coque. — Eu comi bastante batom vermelho.
— Brincou, me fazendo bater em seu braço.
— Não tem graça. Eu estava frustrada e descarreguei no batom.
— Imagino que ele tenha acabado.
— Pare! — Bati mais uma vez, e Dash me puxou, me beijando
enquanto enfiava a mão em meu coque para tirar mais grampos.
— Quantos pregadores tem na sua cabeça? — Ele resmungou,
analisando meu penteado.
— Vários. E se você os tirar, ficarei com o cabelo duro. E feia.
Dashier continuou a tirar todos os grampos dos meus cabelos até que
eles estivessem soltos. Enfiei meus dedos em meu couro cabeludo, tentando
fazer os fios ficarem mais soltos e menos duros de laquê, e bufei.
— Viu? Duros.
— Sim. Mas é impossível você ficar feia, Cupcake. — Ele sussurrou
em meu ouvido. — De fato, você é a mulher mais linda que vi, eu não estou
mentindo.
Seu tom era rouco, e sua mão acariciava meu rosto enquanto seus
olhos perfuravam os meus, tamanha a sua intensidade.
Aproximei meus lábios novamente dos dele e me perdi ali. Enquanto
o carro se movimentava para o nosso destino, eu simplesmente me permiti
esquecer de tudo. Dashier sabia usar a sua boca, isso era inquestionável. Mas
sempre que a situação estava esquentando e a ponto do nosso beijo evoluir
para um toque mais ousado ou um gemido que denunciasse nossa excitação,
ele recuava.
Não aconteceria naquela noite. Ou...
Será que ele reservou um quarto no Four Seasons para nós? Eu me
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macarons, o cupcake, me levar ao bar apenas para tocar piano para mim...
Nada se encaixava. Nada se encaixava. Por que ele faria tudo aquilo
se não me quisesse por perto?
— Você está aérea. — A voz de Doty me fez saltar em minha cadeira.
Sua mesa estava completamente organizada, um vaso de flores estava
cuidadosamente colocado ao lado de um porta-retratos que ostentava a
imagem dela e sua cachorra, She-Ha. Ela era diferente de Mariah, era
educada, solícita e discreta. Discreta na maior parte do tempo, na verdade.
— Eu estou. — Suspirei, forçando um pouco mais a minha tristeza.
Era patético, realmente. Eu sempre fui uma pessoa de ir direto ao ponto, mas
aquela maldita solidão estava me deixando realmente esquisita, eu era outra
pessoa desde que conhecera Dashier. Queria uma amiga para partilhar o que
estava sentindo. Precisava de uma amiga, ou eu iria explodir.
— Quer falar?
Ela não precisou perguntar novamente.
Despejei tudo nela. Cantei como um pássaro. Desde o começo. Desde
a minha intenção de sair da Class para abrir minha própria empresa de
organização de casamentos até o momento em que recebi a mensagem
imbecil de Dashier.
— Bem... você quer eu diga o que você quer ouvir ou a verdade? —
Doty perguntou, sentando em sua mesa e balançando sua perna para frente e
para trás. Seus sapatos eram uma mistura de marrom com ciano, e aquela
merda também me fazia lembrar de Dash. A porra do detalhe de uma mistura
de azul e verde me fez lembrar da porcaria da cor preferida de Dashier Colt.
— Eu não sei... — Respondi, com medo de ouvir algo que eu
realmente não queria.
— Não tem problema, você sabe. Tanto um quanto o outro coincidem
na mesma opinião.
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queria atacar seu pescoço e lamber cada parte dele. Eu a queria por inteiro.
Fiquei excitado imediatamente e me odiei por isso.
Esse era o grande problema. Eu não era o homem que ela precisava.
E, de qualquer forma, ela foi esperta suficiente para escapar.
Era melhor assim.
Uma batida na porta me fez acordar dos pensamentos dolorosos e sair
de perto da minha janela com vista para quase toda Manhattan.
— Sr. Colt? — Uma das assistentes entrou em minha sala,
completamente corada.
Kimberly, apaixonada por mim. Segundo Andy, ela planejava nosso
casamento havia um bom tempo, e toda vez que eu me aproximava ou
chamava por ela, seu rosto ficava vermelho.
— Sim? — Perguntei, respirando fundo.
— Há, hum... uma entrega para o senhor.
— Tudo bem, pode entrar. — Ela abriu mais a porta, e o rapaz de
boné e colete amarelos entrou na sala com um buquê enorme de rosas
brancas.
— Tem certeza que é aqui? — Perguntei, me aproximando.
— Se o senhor é Dashier Colt, CEO nerd e sexy. — O rapaz disse,
visivelmente desconfortável com o apelido que fez o coração saltar em meu
peito como eu nunca havia sentido antes. Bem, não de uma forma boa. —
Então acredito que eu esteja no local certo.
Sem conseguir me segurar, caminhei rapidamente até as flores e as
peguei. Quando alcancei o topo do enorme buquê, percebi que havia
pequenos bonequinhos de personagens diferentes, alguns de Star Wars,
outros do Mario Bros, heróis da Marvel e da DC Comics. Todos colocados
minunciosamente no centro de cada uma das rosas brancas, com seus botões
completamente abertos. E um cartão grande, do tamanho de uma fotografia.
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Dashier, Eu não sei se você gosta de flores, essa é uma das muitas
coisas que não sei sobre você, mas, por mais que eu tente negar, eu
realmente quero saber. Quero conhecer. Então eu pensei: qual nerd não
gosta destes personagens?
Eu procurei por cada um deles e os escolhi apenas para você.
Este é um agradecimento pela noite maravilhosa que você me
proporcionou antes de tudo acontecer. E quero que saiba: eu posso te dar
tempo. Desde que você me dê honestidade e, bem, você. Quando chegar a
hora.
Sua, Quinn.
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DOZE
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Eu bufei, deitei minha cabeça sobre minhas mãos e fechei meus olhos
com força.
Eu queria me privar de ter Quinn para mim, eu queria mantê-la
afastada, mas eu simplesmente não conseguia me sentir bem com aquela
determinação.
Peguei o telefone e liguei para o consultório do meu médico, pedindo
uma consulta de urgência.
— Sim, temos horário para a próxima terça-feira, Sr. Colt. — Ela
não estava entendendo. Eu não passaria o final de semana naquela porra de
dilema, eu precisava me concentrar.
— Você não está entendendo. Peça ao Dr. Conerlly para cancelar a
sua agenda, eu pago todas as consultas dos cancelamentos se for necessário.
Eu apenas preciso vê-lo.
— Um momento, por gentileza, senhor.
A linha ficou muda e, de repente, a voz do meu médico falou comigo.
— Dashier? Algum problema?
— Eu preciso falar sobre a... hum... Quinn.
— Entendo.
— Precisa ser hoje.
— Consegue estar aqui em meia hora?
— Estarei aí em quinze minutos.
Lucas Conerlly era jovem, talvez tivesse um pouco mais de idade do
que eu, mas aparentemente regulávamos. Ele fora indicado para o meu caso
quando tudo aconteceu e desde então sabia de tudo o que se passava comigo,
inclusive Hazel, seus avós, aquelas pedras no meu sapato, e saberia sobre
Quinn também, tudo sobre ela.
Não havia muito tempo eu tinha lhe contado sobre essa garota que
habitava meus pensamentos, quão linda, sexy e inteligente ela era. E o
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— Bem, imagino então que Quinn Miles seja realmente alguém que
mereça a sua atenção. Uma sessão exclusiva apenas para discutir sobre esta
senhorita? — A sobrancelha levantada de Lucas me dizia que ele estava
brincando. — Vamos, Dashier. Você tem quarenta minutos para falar.
— Eu posso estar mais do que gostando de Quinn. — Suspirei, me
sentindo seguro para admitir isso ao meu psicólogo.
— Sim?
— Sim. Mas algo aconteceu há alguns dias. Um gatilho.
— Você está bem? — Sua voz mudou um tom, era muito sutil, Lucas
era realmente muito bom em esconder as suas reações. Uma característica
normal para alguém da sua profissão, mas foram quase cinco anos de
consultas, nos conhecíamos bem. Nos primeiros dois anos, nos
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passo.
— Eu gostaria de conversar, se estiver tudo bem para você. — Sua
voz era quase um sussurro. Ele parecia um garotinho novamente. Nestas
horas, eu queria colocá-lo em meu colo e embalá-lo em meus braços. Era
quase estúpido, levando em consideração toda a sua aparência, mas Dashier
era muito diferente por dentro. Sua insegurança não condizia com o seu
porte.
— Vem. — Eu disse, permitindo a sua entrada. — Eu vou apenas
vestir algo mais decente e volto. Você pode servir o, hum... suco de uva?
— Parte da história. — Balançou a garrafa em sua mão e sorrindo um
pouco sem graça.
— Ok, então você pode servir o suco, e tem sorvete. Eu vou vestir
calças.
Ele assentiu, mas logo deu um passo em minha direção e ofereceu o
pequeno buquê.
— São para você, a propósito.
— Obrigada. — Meu sorriso era imenso. Eu não era uma garota de
flores, mas eu definitivamente era uma garota de presentes com significados.
Eu as levei comigo e sorri ainda mais quando cheguei ao meu quarto.
Colocando-as em cima da cama, fui até o armário e peguei uma calça de
moletom folgada. Quando voltei, Dashier estava parado ao lado do sofá com
duas taças de suco de uva em sua mão.
Estendi minha mão em direção ao sofá e pedi que ele sentasse. Assim
que ele o fez, eu segui e me sentei de frente para ele enquanto notava seu
gesto de colocar as taças na mesinha de centro.
— Eu quero me desculpar sobre aquela noite e tentar explicar um
pouco o que houve. Preciso que você entenda que não posso dizer tudo,
Quinn. Eu...
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deslumbrado com o fato de não ser mais o garoto deslocado do ensino médio
e estar me tornando o rei do campus. Até mesmo os CAPA ZETA e qualquer
merda começavam a me venerar. Eu realmente fiquei famoso, tinha boa
aparência, tinha inteligência e dinheiro suficiente para conquistar as garotas.
As pessoas passaram a me admirar, e eu amava ser uma espécie de astro entre
eles.”
“No final do segundo ano, duas coisas aconteceram: a primeira foi
que consegui um dinheiro para investir em minha empresa com meu pai, que
estava muito orgulhoso de mim por estar me transformando em uma espécie
de rei.”
“Sendo filho de um figurão da Wall Street, você pode imaginar que
minha estreia não somente foi fácil como brilhante e rentável. Coloquei
Andreas para trabalhar comigo, o que naquela época era, na verdade,
trabalhar para mim. Eu continuava precisando prosperar, continuava
precisando me formar na faculdade, continuava querendo participar de todas
as festas que me era possível e, bem, impossível também. Então, eu
continuava usando drogas.”
“A segunda coisa foi que conheci a mãe de Hazel, e esta é a parte que
eu gostaria de deixar de fora. Por favor.”
Assenti rapidamente. Meu estômago se contorcia em dor pelo o que
eu estava escutando. Era chocante saber como fora a sua vida. Ele buscou
glamour por ter se sentido inferiorizado na escola. Embora ele não tenha feito
disso um grande drama, naquela época era difícil para ele. A cabeça de um
adolescente é difícil.
— O tempo passou, eu perdi um ano de faculdade por continuar na
loucura. Andy continuou me cobrindo, e finalmente consegui me formar,
mesmo sem honras e com notas vergonhosas. Eu já havia perdido a batalha
para o pó, mas eu me formei. No ano em que me formei, Victoria engravidou.
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Não queria que Haze me visse como uma invasora em seu lar.
— O mesmo que venho dizendo, que você é uma amiga especial. —
Explicou com simplicidade.
— Oh. — Não consegui disfarçar a minha decepção.
Dashier me olhou por um momento, então largou sua salada e puxou
sua cadeira bem próxima a minha, nossas pernas se encaixaram, e ele pegou
minhas mãos.
— Baby, eu tinha planejado contar para ele antes, mas com a questão
de Bernard, eu não quis dar a notícia e arriscar que ele diga algo que possa
fazer Bernard ficar alerta.
— Acha que ele interferiria?
— Acho que não quero que ele saiba da minha vida por agora, é isso.
Mas eu sabia que não era isso. Era parte do segredo que Dashier ainda
não havia compartilhado comigo, mas tudo bem. Eu estava aceitando e tendo
paciência. Teria paciência.
— Tudo bem. — Beijei seus lábios rapidamente.
— Obrigado por entender.
Assenti e beijei seus lábios com delicadeza. Eu só tinha que entender.
Não havia espaço em mim para o sentimento de dúvida. Outros sentimentos
já tinham tomado conta de tudo.
**
Minha primeira opção de vestuário para almoçar com Dash e Haze foi
um vestido vermelho de gola alta. Surpreendentemente estava um dia frio e
chuvoso e pensei que seria uma boa opção. Era bonito, elegante e sexy.
Mas então me lembrei que era um almoço de domingo com pai e
filho. Algo simples. Parecer sexy e toda elegante não combinaria com a
ocasião. Com Haze e Dashier, as coisas deveriam ser simples: doces na
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— Até o rapaz cego que canta no Central Park sabe que a namorada
dele é você, senhorita.
Tudo bem, agora eu estava agindo como uma adolescente apaixonada,
pois meu sorriso estava quase dividindo o meu rosto no meio.
— Ei, Jimmy, podemos passar na Upper Bakery, por favor? Quero
levar alguma sobremesa para os meus meninos. — Vesti meu moletom
rapidamente antes de entrar no carro.
— Claro, senhorita. — Respondeu o motorista pouco antes de fechar
a porta.
Ajeitei meus óculos em meu nariz e peguei meu telefone para olhar
minhas mensagens e pedir para meu padrinho preparar uma grande caixa de
doces para eu levar.
Cannolis.
Cupcakes.
Tortilhas.
Hum... seria uma orgia gastronômica.
Ok, nota mental para não falar e nem pensar na palavra orgia.
Eu me mantive focada em meu telefone enquanto Jimmy fazia o
caminho para a casa de Dashier. Quando finalmente o carro parou, estávamos
dentro do estacionamento de um prédio. Notei que o elevador era panorâmico
assim que começou a se movimentar após Jimmy digitar alguns números e
mostrar a vista Oeste de Manhattan. A visão do River Park era de tirar o
fôlego, percebi que Dashier morava perto do local em que nos encontramos
naquele domingo, após o nosso primeiro encontro oficial.
Quando finalmente havíamos parado, a voz feminina da ura do
elevador informou: cobertura. E eu tive que revirar os olhos.
Dashier era um homem simples quando estava comigo. Logicamente
havia ternos, carros, relógios e outras coisas caras, mas nada parecia se
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encaixar com ele. Nem mesmo um elevador falante que abria as portas e dava
direto para a sua casa sofisticada e pomposa. Quase parecia que ele se forçava
a gastar dinheiro para manter a sua posição de empresário rico.
Ao entrar, dei de cara com um ambiente amplo, sala de estar, jantar e
cozinha ficavam praticamente no mesmo lugar, mas a decoração dos
ambientes os separava perfeitamente. Era tudo em tons claros, branco,
marfim, creme, com algumas almofadas marrons no sofá apenas, dando
algum destaque e combinando com os poucos quadros e porta-retratos que
tinham o mesmo tom de marrom. Todo o lado que dava vista para o parque
era como seu escritório, tomado por vidros, com exceção de uma parte que
ostentava uma lareira branca de granito.
Olhei de relance para fora e tive a sensação de que conhecia algo
naquela visão, mas ignorei e continuei checando o belo lugar. Passando à sala
de jantar, havia uma escadaria que eu suspeitava dar para o segundo andar da
cobertura, uma vez que estávamos no último andar. A parte da cozinha eu
não conseguia ver de onde estava, apenas a bancada da ilha denunciava que
aquele era o local.
— Quinn! — O grito agudo de Hazel preencheu toda a sala quando
coloquei meus pés fora do elevador. — Você está aqui! Legal! — O menino
fofo me abraçou enquanto eu equilibrava a caixa de doces em minha mão.
— Ei, Hazel! Eu senti sua falta, amigo. — Minhas palavras foram
sussurradas apenas para o menino, mas a veracidade delas me assustou.
— Eu também! Estou feliz que veio me visitar. Venha, vamos ao meu
quarto, quero mostrar meus brinquedos e jogos.
Eu sorri e me levantei, passando a caixa de doces para as mãos de
Jimmy e olhando em volta enquanto tentava ver onde Dashier estava. Quando
o avistei na cozinha, andava de um lado para o outro como um perdido.
— Deixe-me apenas cumprimentar seu pai.
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ele. — Seus olhos me analisaram de perto, ele era tão parecido com o pai. ––
Ele estava chateado também.
— Sim, amigos brigam, às vezes... –– Tentei explicar enquanto
procurava adivinhar em que momento Hazel ouviu as conversas do pai.
— Namorados também brigam. — Respondeu ele como se não fosse
grande coisa, e realmente não era, a não ser pelo fato de que o menino havia
percebido mais do que deveria.
— Sim, também brigam. — Tentei ser a pessoa mais tranquila
possível.
— E vocês são namorados de novo?
Oh, merda!
— Haze, quem disse a você que seu pai e eu estamos namorando?
— Eu já sabia. Vocês se beijaram como namorados na Bakery.
Bem, merda! Eu não deveria estar sendo encurralada por um menino
de cinco anos de idade que conversava como se tivesse dez.
— Você está bem com seu pai e eu namorando?
— Eu acho que sim. Se eu for ficar mais perto de você... — Ele sorriu
animadamente. — Podemos jogar videogame agora? — Era tudo tão fácil e
simples no mundo das crianças. Olhei chocada para Hazel enquanto ele
esperava minha resposta com os controles em suas mãos.
— Claro. — Respondi, quando um vulto na porta me chamou
atenção. Dashier estava parado com a boca aberta e a face branca como
papel. Eu olhei em direção a Haze e arregalei meus olhos, tentando entender
o que estava acontecendo.
Como diabos seu filho sabe que estamos namorando?
Ele me olhou com a cara de quem dizia: Eu não tenho ideia, porra.
— Ei, pessoal! Hora do almoço. Haze, lave as mãos. — Dashier
anunciou. Haze rapidamente levantou e correu para o banheiro. Caminhei até
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um pesadelo naquela noite. Eu fui para a cozinha e vim para a janela olhar o
movimento da madrugada. Eu estava frustrado e nervoso, então pensei que
olhar pela janela tiraria meus pensamentos do pesadelo. Não sei por que, só
senti a necessidade. Então eu vi. Havia uma mulher naquele terraço. Você
estava com um copo na mão, deixando a chuva cair. Você parecia pensativa.
Eu não sei o motivo, mas comecei a idealizar uma história para você, uma
desculpa para você estar lá, criei até uma trilha sonora para aquela situação.
Parecia que você estava se sentindo sozinha.
— Eu estava me sentindo sozinha. — Eu sussurrei, olhando quase
apavorada para ele. — Não mais, no entanto. — Eu me virei em seus braços e
abri um sorriso.
— Bem, eu apenas acho que é o destino. Eu vi você lá e, de repente,
você está aqui, em meus braços. — Ele sorriu, maravilhado com a
constatação.
— Destino... — Sussurrei, me lembrando do que eu havia pensado
hoje mais cedo.
— Eu não costumo acreditar muito em acasos, mas acho que não
podemos chamar mais de coincidência o que aconteceu conosco. — Dash
brincou.
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— Está tudo bem? — Ele perguntou, mas seus olhos não saíam dos
meus seios, acumulados para cima devido a minha posição. Mordi meu lábio
e sorri fechando os olhos.
— Mais do que bem. E você? — Retribui a pergunta.
— Eu estou perfeito, Cupcake. — Sua cabeça desceu e seus lábios
tocaram a minha pele exposta, fazendo com que eu suspirasse e ele gemesse.
O rastro seguiu até o meu pescoço, próximo de minha orelha. — Eu estou tão
excitado... — Sussurrou antes de morder levemente a ponta dela.
— Deus! Não faça isso. Você vai me deixar louca. — Eu pedi,
agarrando seus ombros e o trazendo mais perto. — Eu quero tanto você... —
Dashier sorriu e levantou a cabeça, me beijando apaixonadamente.
— Eu quero você também, baby. Como eu quero, mas...
— Você não precisa se justificar, eu estou mais do que satisfeita em ir
devagar. Agora venha, volte a me deixar louca. — A risada ficou presa em
sua garganta, mas seus olhos eram tão amorosos quando me olhavam... Ele
era tão simples mesmo dentro da sua complexidade...
Dashier Colt estava apenas quebrado. Mas, ao contrário de muitos, ele
não estava negando seu conserto. Não estava evitando o meu querer.
Estava disposto a seguir comigo.
E eu o levaria. Para onde ele quisesse.
Da forma que ele pudesse.
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Pela manhã, quando acordei, percebi estar sozinha. Dashier tinha ido
embora, mas o sorriso em meu rosto estava engessado. Se ele foi, era porque
precisava ir.
Levantei e fui ao banheiro para um banho, precisava enfrentar o dia.
Eu tinha um evento para orçar, uma ordem de serviço de um coquetel
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importante para fazer e ainda uma equipe para designar neste evento. Eu
estava chateada que teria que trabalhar no próximo sábado. Doty iria também,
e disse que me cobriria se eu quisesse fugir assim que o evento começasse.
Eu ainda nem havia contado a Dash que não teríamos um sábado naqueles
dias que estaríamos longe de Hazel. Era ridículo eu ficar chateada por isso,
mas eu estava agindo como uma adolescente apaixonada, então meu
comportamento era explicável, ainda que não justificável. De repente, a porta
do meu apartamento bateu, e eu entrei em pânico. Dashier havia deixado
aberta? Ela trancava quando era batida por fora. Então, como...?
Saí rapidamente do banheiro e fui para a sala, dando de cara com um
Dashier de terno cinza escuro, camisa preta e banho tomado.
— Ei. — Ele sorriu, colocando uma sacola de papel pardo em cima da
bancada.
— Você voltou. — Afirmei, maravilhada com sua beleza.
— Eu tinha que me aprontar para o trabalho, mas queria tomar café
com você.
Eu corri para ele e o abracei. Deus! Ele cheirava tão bem...
Tão, tão bom...
— Bom dia, baby.
— Bom dia!
Sorri antes de beijá-lo.
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DEZESSEIS
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— Quinn? Responda!
— Desculpa. — Olhei para cima. — O que você precisa?
— Que você me dê alguma atenção aqui. Tenho duas solicitações que
não tenho ideia do que fazer com elas. — Resmungou.
— Tudo bem, envie para o meu e-mail, que eu verei.
— Obrigada.
“Minha casa ou sua casa?”, Dashier enviou.
“Não importa, embora a sua tenha um cinema no seu quarto”,
respondi, pensando em como seria rolar em sua cama enorme.
“A sua tem seu cheiro.”
Deus! Como pode ser tão... Ugh! Eu quero comê-lo.
“Meu cheiro pode ser facilmente incorporado à sua cama”,
barganhei.
“Fechado. Busco você no trabalho”, respondeu em seguida, me
fazendo rir. Mas então lembrei de um detalhe importante.
“Roupas para trabalhar. Preciso.”
“Providenciaremos. Até breve.”, respondeu depois de alguns
minutos.
Devo mandar um coração?
Porra, sim! Quero enviar um coração, então um coração será.
“♥”
Enviei sem qualquer arrependimento, mas com receio de que ele se
assustasse.
Logo recebi a resposta: “♥♥♥♥”
Sua resposta me fez saltar da cadeira e ficar de pé. Larguei meu
telefone em cima da mesa e tentei puxar algumas respirações.
Respire fundo. Profundamente, Quinn. Isso não quer dizer nada.
Corações são supérfluos e não valorizados hoje em dia.
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isso.
— Desculpe.
— Eu já esqueci. E desculpei. — Acariciei seu rosto e sorri. — Mas
acho um desperdício uma pessoa tão talentosa não tocar mais. E você tem um
espaço perfeito para colocar o piano. — Sorri, apontando para o local
novamente.
— E você me veria tocar? — Seu tom charmoso e sexy era baixo e
provocava arrepios pelo meu corpo todo.
— Eu adoraria vê-lo tocar. — Respirei fundo, o abraçando e beijando
seu queixo. Nossos corpos se esfregavam, e seu gemido foi quase dolorido.
— Está ficando difícil manter as coisas assim...
— Assim como?
— Inocentes. — Resmungou.
— Não haja como se o que estamos fazendo seja chato. Não é chato.
— Briguei com ele, nos separando e olhando em seus olhos. — Eu não vejo
nada de ruim ou errado no que estamos fazendo.
Dash sorriu, mas logo seu sorriso morreu.
— Eu realmente preciso daquele remédio. — Pegando a minha mão,
ele andou até a cozinha e abriu a geladeira. — Quer algo para beber?
— Estou bem. — Ele serviu água em copo e abriu um dos armários na
parte de cima, tirando uma caixa de plástico de dentro. Sentei, analisando
suas ações enquanto me perguntava sobre os remédios. Ele era um viciado,
logo deveria ser algo complicado para ele também.
— Você pode perguntar, Quinn. — Dash murmurou pouco antes de
virar dois comprimidos de ibuprofeno na boca e logo beber a água, me
olhando nos olhos.
— Como sabe?
— São anos lidando com pessoas tentando entender o meu vício e
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buscando saber como agir ao meu redor. — Ele sorriu, abaixando o copo.
Não parecia ofendido.
— Bem, como é para você lidar com medicamentos?
— Eu nunca precisei de nenhum medicamento forte depois que saí da
reabilitação. Os remédios que tomo para dor de cabeça ou para alguma dor
muscular são todos aprovados pelo meu médico, e os exercícios me ajudam a
manter o corpo e a mente saudáveis.
— Isso me fez lembrar: você não tem feito academia nestes dias? —
Perguntei, saltando da cadeira enquanto ele estendia a mão para eu segui-lo
até seu quarto.
— Eu faço. No horário do almoço. Há uma academia próxima ao
trabalho.
— Agora estou me sentindo uma preguiçosa. — Resmunguei.
— Seu trabalho é mais operacional do que o meu, você se cansa mais.
— Era fofo que ele estivesse tentando justificar a minha preguiça sem fim.
— Obrigada, mas eu sou preguiçosa e preciso fazer algo. Não tenho
problemas com alguns quilos a mais, mas minha saúde precisa ser cuidada.
— Suspirei.
— Acho incrível essa sua autoestima, sua consciência de si mesma.
— Seu tom trazia admiração. Eu sorri quando chegamos ao seu quarto, e ele
acendeu a luz. Dash me beijou rapidamente. — Eu vou tomar um banho
rápido. Fique à vontade para subir e olhar o terraço, se quiser.
Mordi meu lábio, segurando as palavras. Eu queria me oferecer para ir
com ele e teria feito isso se somente a minha vontade estivesse valendo
naquele momento, mas ele poderia ficar desconfortável.
Quando ele sumiu no corredor, fui até as escadas que davam para o
terraço e subi de dois em dois os degraus. Quando abri a porta, dei de cara
com um curto corredor. Com mais alguns passos, encontrei a academia. Suas
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frente para o outro em sua cama. Sua mão tirou meus óculos e logo voltou ao
meu rosto, me acariciando.
— Você é linda... tão linda... — Ele parecia impressionado comigo,
como se estivesse vendo a coisa mais linda do mundo. — Você tira o meu ar
em qualquer momento. Qualquer ocasião, Quinn. Eu perco o ar quando você
está vestida com um moletom barato de universidade, quando está vestida
para trabalhar, quando você está conversando, tomando café da manhã ou
jogando videogame com o meu filho. Você me deixou absolutamente sem
fôlego quando usou aquele vestido no baile.
Seu olhar ficou triste, e ele prosseguiu: — E eu não consegui respirar
quando você foi embora naquela noite. Pensei que nunca mais teria a chance
de ter você. E depois, quando recebi as flores mais... Deus! Foram fofas! E
inusitadas, as mais inusitadas que vi em minha vida. E aí eu novamente não
pude encontrar ar. — Seu sorriso cresceu e seu rosto se aproximou. Seu olhar
caiu sobre meus olhos, e ele complementou: — Você constantemente me tira
o ar. Constantemente. — Ele deu ênfase a última palavra antes de me beijar
com carinho. Seu beijo era doce. Todo ele era doce.
Dashier, em todo o seu tamanho, corpo forte e rosto sério, era um
menino. Um menino doce e sensível. Ele perdera tanto para as drogas, que
fases da sua vida, as fases que ele deveria ter vivido intensamente, foram
esquecidas. Eu daria isso a ele. Estava disposta a ajudá-lo.
— Dash? — Minha voz embargou quando eu tentei falar.
— Hum?
Eu queria dizer a ele que estava apaixonada. Eu queria. Muito. Mas
algo travou, algo me disse que ainda não era o momento, e eu não queria que
ele se assustasse. Eu não estava acostumada a sentir medo dos meus
sentimentos, não estava mais acostumada a me reservar para preservar
alguém.
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o tive completamente relaxado, desci meu rosto e beijei o local exato do seu
coração. Esperei um pouco para ver sua reação, se ele diria algo, se me
empurraria, mas suas mãos subiram e acariciaram meus cabelos, me dizendo
que ele estava pronto para as sensações que eu estava disposta a dar a ele
naquele momento. Ele estava pronto para pegá-las, aceitá-las e senti-las.
Então minha língua delicadamente passou em sua pele. O ar saiu
pelos seus dentes, e suas mãos apertaram meus cabelos um pouco mais forte.
— Quinn? — Seu tom era baixo e rouco.
— Hum? — Perguntei sem tirar meus lábios do seu peito.
— Não pare, baby.
Sorri em seu peito, projetei minha língua e o lambi com mais força, o
fazendo se contorcer embaixo de mim. Subi em cima dele, deixando nossos
centros encostados, separados apenas por nossas roupas. Era suficiente por
ora. Movimentei-me para frente e para trás, sentindo a sua dureza roçando
contra a minha umidade, e gemi. As mãos de Dashier foram para os meus
quadris e os forçou a mexerem novamente enquanto fazíamos os movimentos
para frente e para trás, para cima e para baixo. Gememos, e meus lábios e
mãos não pararam de explorar seu peito perfeito e tonificado. Eu provei o
gosto de sua pele, chupei seus mamilos sensíveis e gozei com um gemido alto
quando nosso contato chegou ao fim. O ar estava quente e pesado quando
finalmente levantei minha cabeça para fitar seus olhos. Estavam brilhantes, e
o sorriso satisfeito em seus lábios.
— Tudo bem? — Perguntei.
— Tudo bem. — Ele sorriu, e eu fiquei tranquila. Não vi qualquer
escuridão ou aflição em seus olhos. Ele estava bem e satisfeito. — Eu só acho
que preciso de outro banho.
— É? — Foi minha sobrancelha quem levantou daquela vez. Eu ri
enquanto saía de cima dele.
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DEZESSETE
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Andy foi no carro dele, enquanto Doty, eu e Dash fomos com Jimmy.
O clube se chamava Invictus e ficava, logicamente, na Upper East. Era de
alto padrão e, segundo Dashier, tinha uma ala VIP gigantesca.
— Andy disse que gostaria de expandir seus investimentos. Ele e meu
pai tem conversado muito, já que ele cuida tanto dos meus investimentos
quanto dos de Andreas. Ele foi à boate na semana passada e, desde então, não
para de falar sobre isso. — Meu namorado explicou, acariciando minha mão.
Doty nos olhava com um sorriso bobo nos lábios.
— Você tem notícias de Haze? — Perguntei.
— Falei com ele logo após você ter partido esta manhã. Ele está bem,
disse que está se divertindo com Bernard e Leslie. Pediu para ficar um pouco
mais. — Seu tom era triste. — Acho que Bernard conseguiu o comprar de
alguma forma.
Fiz a pergunta na hora errada, Dash não estava a fim de falar sobre
como os pais de sua ex estavam se divertindo com seu filho.
— Ele é uma criança, baby. Ele gosta de ser mimado. Você o deixou
ficar?
— Eu não tinha outra alternativa, e ele parecia tão animado... — Pelo
seu tom, eu sabia que ele estava chateado, então resolvi mudar o assunto.
— Você vai dançar comigo, hoje?
— Eu não danço, Cupcake. — Sua resposta foi tão rápida, que parecia
que ele estava pronto para a minha pergunta.
Fiquei quieta e esperei até que estivéssemos fora do carro e em frente
ao clube para lhe dar uma resposta.
— Eu posso fazer você dançar, amor. — Sussurrei para ele. Seus
olhos se arregalaram minimamente quando ouviu eu o chamar de amor, mas
um doce sorriso de menino se fez em seus lábios, e novamente eu soube que
tudo estava bem.
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— Andy tinha pedido para reservar a área VIP aqui em cima para
analisarmos melhor o movimento, mas ele acabou se empolgando com festa e
com Doty, então eu pensei em virmos para cá para aproveitar.
Olhei em volta e apenas avistei um sofá e uma mesa.
— Quer algo para beber? Chamo o garçom pelo interfone.
— Não. — Eu me aproximei e colei meu corpo no dele. — Quero que
você faça comigo exatamente o que está passando na sua mente.
Seus olhos se apertaram, e um sorriso travesso dançou em seus lábios.
Dash me beijou e seguiu explorando minha boca com sua língua
enquanto caminhava e me empurrava para trás até que eu quase deitasse de
costas no sofá. Ele pegou seu blazer e estendeu no assento e depois voltou a
me beijar, me deitando sobre ele.
— Eu quero fazer você se sentir bem, amor. — Ele sussurrou, usando
as minhas palavras para mim com seus lindos olhos verdes brilhantes.
Tirando minha meia-calça e minha calcinha, ele se colocou entre
minhas pernas e as abriu, apoiando uma no encosto do sofá e a outra no chão.
Mais um beijo profundo e intenso, e então ele desceu. Sua língua descendo
em meu centro sem cerimônia e sem parar. Meu corpo todo se curvou, e um
gemido alto saiu dos meus lábios quando senti sua língua me lamber de um
ponto ao outro por toda a extensão do meu núcleo.
Merda. Ele era bom. Tão bom.
— Deus, Dashier!
Gemi enquanto sentia sua língua hábil brincar com minha boceta. Ele
a chupava sem reservas, sem qualquer restrição. Sua língua era forte e dura e
abrangia todo o meu ponto sensível. Eu ia explodir.
— Sim, baby. Sim! — Gritei mais alto quando meu orgasmo veio.
Minhas pernas tremeram e novamente aquela sensação agridoce em minha
língua veio.
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Foi delicioso.
Quando Dashier subiu novamente e me beijou, me fazendo provar o
meu próprio gosto, eu soltei: — Mal posso esperar para ter você dentro de
mim.
— Eu mal posso esperar também.
— Podemos arrumar isso agora. — Sorri, deslizando minhas mãos em
sua bunda.
— Não aqui, baby. — Ele me beijou delicadamente. — Quando eu
estiver dentro de você, será como você merece.
Seu sorriso era enorme e brilhante.
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DEZOITO
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— Claro.
— Foi um prazer te conhecer D...? — Kevin novamente quis bancar o
engraçadinho. — Desculpe, não consigo lembrar.
— Não importa. Meu nome não deveria ser relevante para você de
qualquer forma. — O sorriso dele era tranquilo enquanto falava. — O seu não
é para mim.
O braço de Dashier apertou meus ombros e me puxou para andarmos
para longe. Quando finalmente nos desvencilhamos das pessoas e chegamos
na rua, eu gargalhei.
— Oh, meu Deus! O que foi aquilo? — Eu gritei, ainda rindo. Dashier
ficou me olhando sem entender enquanto equilibrava as águas em sua mão
direita e pegava o telefone com a outra.
— O que foi? — Dashier ria da minha reação, mas não parecia
entender o que eu estava dizendo. — Jimmy? Estamos prontos. — Ele disse
ao telefone e desligou rapidamente. Quase imediatamente, eu vi os faróis do
Mercedes de Dash acenderem, e o carro começou a se movimentar em
direção a porta do clube.
— Você! O que você fez com Kevin... Deus!
— Ele é apenas um babaca. Você namorou ele? — Dashier
perguntou, me olhando como se eu fosse louca por me envolver com um cara
como Kevin. Não havia ciúmes em seu tom, aquilo era o mais incrível.
— Não tivemos nada sério. Mas a questão aqui é que você foi tão...
— Adulto? — Ele levantou a sobrancelha. — Vamos, Jimmy está
bem ali. — Disse, pegando a minha mão. Quando entramos no carro, ele me
puxou para ele e avisou ao motorista nosso destino.
— Sim, mas eu não esperava... Eu não sei. — Eu não conseguia
formular um argumento. — Geralmente o ser humano quer demarcar
território. É ridículo, claro, mas foi impressionante a forma como você lidou
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com ele...
Dash pareceu entender o que eu estava dizendo.
— Eu explico quando chegarmos, tudo bem? — Ele beijou meus
cabelos. — Depois de um banho, porque seu cabelo está com cheiro de
cigarro.
Eu me desencostei dele na hora.
— Desculpe. O cheiro traz...
— Meu problema com o cheiro é apenas o cheiro, baby. Fique
tranquila.
Eu precisava aprender a lidar com o vício dele. Não queria pisar em
ovos quando estava em sua companhia, mas também não o queria expor a
algum desconforto.
**
Assim que acendi a luz da sala, Dash me abraçou por trás e andou
comigo pela sala em direção ao sofá.
— Não, eu preciso de um banho, primeiro. Vai ficar cheiro no sofá.
— Eu travei e nos direcionei para o meu quarto.
— Isso significa que eu também preciso de um banho?
— Pode apostar que sim, senhor. — Sorri, me separando dele e
ligando a luz da pequena luminária ao lado da minha cama. — Meu chuveiro
não tem oito saídas de fluxo e nem gasta absurdos de água, o que é bem
importante, uma vez que estamos acabando com ela. Mas é decente.
— Tenho certeza que é tão bom quanto o meu.
— Você não deve afirmar isso, senhor Colt. — Rimos juntos da
comparação entre nossos banheiros.
— Estou sem roupa aqui, Cupcake.
— Me dê as suas e colocarei para lavar. Eu tenho uma bermuda
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DEZENOVE
Dia da preguiça.
Dia da preguiça é sempre uma delícia.
Aquele dia que você não tem hora para levantar, tomar banho, usar
maquiagem ou mesmo, comer.
Mas havia um motivo maior para eu amar o dia da preguiça naquele
domingo. Quando abri meus olhos, tomei ciência de que não estava sozinha
em minha cama. Bem, tinha algum tempo que eu não acordava sozinha na
minha cama, mas, naquele dia, especificamente, nem eu ou ele precisávamos
pular dela para sair cedo.
Era dia de namorar.
Eu sorri, sentindo o seu corpo quente colado ao meu e sua respiração
tranquila em minha nuca. Era um daqueles momentos em que gostaria que o
tempo parasse. Que o mundo não girasse mais, e eu pudesse ficar com ele
daquela forma para sempre.
Eu sei.
Estou agindo como uma adolescente novamente.
Não posso evitar.
— No que está pensando, Vossa Alteza? — A voz rouca e sonolenta
de Dashier me faz sorrir.
Lembrei da noite anterior, quando contei para ele o meu nome e ele
começou a fazer piadas idiotas, como se eu não tivesse escutado nenhuma
delas antes.
Quando ele me perguntou o meu segundo nome, eu quis matar
Dorothea. Vadia. Ela tinha sorte de não estar por perto e de provavelmente
estar transando com Andy.
Eu fiquei com mais raiva ao pensar que ela estava se dando bem
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naquela noite.
— Vamos, Cupcake. Não pode ser tão ruim. — Ele incentivou, noite
passada.
— Minha mãe tinha essa coisa pela realeza britânica. — Comecei,
revirando meus olhos.
— Sim?
— Meu nome do meio é Elizabeth. — Soltei, dando de ombros. Eu
tinha ouvido piadas o suficiente com o passar dos anos. Qualquer coisa que
Dashier dissesse não seria novidade.
— Quinn Elizabeth... Como Queen Elizabeth. Rainha Elizabeth? —
Sua sobrancelha se ergueu, e um sorriso sacana desabrochou em seus lábios
perfeitos.
— Meu pai se recusou que fosse Queen. Ele disse que eu não seria
chamada de um título de nobreza, então mamãe fez o trocadilho e ficou
Quinn.
De todas as reações que eu poderia esperar, Dashier me puxou para
seus braços e me beijou.
— Suponho que seja uma honra então, Vossa Alteza. — Disse,
imitando perfeitamente o sotaque britânico e me fazendo gargalhar.
— Seu inglês britânico é muito charmoso. — Brinquei.
— Oh, você não me ouviu dizendo Harry Potter ainda. — Eu
gargalhei ao ouvi-lo dizendo Harry “Potá”. Rimos até que as piadas foram
substituídas por beijos, beijos evoluíram para carícias e, bem...
pensando?
— Você mexe seus pés. Esfrega um no outro. — Respondeu se
aproximando mais e beijando meu ombro, suspirou, me abraçando mais forte.
— Sempre que nos deitamos ou nos sentamos e você fica pensativa, isso
acontece. A intensidade na qual você os esfrega define a seriedade dos seus
pensamentos — Olha, se ele não é observador? — Me virei em seus braços e
beijando seus lábios rapidamente. — O que mais você observou?
— Hum... — Ele iniciou, pensando. — Você sempre deixa um pé
para fora do edredom. Não importa quão frio esteja.
Eu gostava de equilibrar a temperatura do meu corpo dessa maneira,
mas me impressionava que ele prestasse atenção nestes detalhes.
— E você pode estar tomando uma xícara de café fumegante, mas em
seguida estará engolindo um copo de água gelada. Isso faz mal, a propósito.
— Ele acariciou o meu rosto. — Você enruga seu nariz tentando arrumar
seus óculos sem colocar as mãos.
— Estou impressionada, senhor Colt.
— E eu nem precisei gastar dinheiro com isso. — Ele piscou e sorriu,
quase fazendo com que eu me derretesse.
— Viu? Disse para você que eu era fácil. — Brinquei enquanto
colocava o café da manhã na bancada.
— Estou vendo que você é linda, Cupcake.
Enquanto tomávamos café, perguntei: — O que acha de um dia de
preguiça? Um dia para namorarmos, ficarmos juntos sem fazer nada... exceto
pela roupa, eu preciso guardar a minha. Mas poderíamos relaxar e...
— Você é a criatura mais linda que já vi na vida. Queria ter conhecido
você em Columbia.
— Você fez faculdade em Columbia? — Ele tinha falado da
faculdade, mas não tinha mencionado o nome dela. Honestamente, a história
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papai ao telefone. Ele falou algo, mas não consegui identificar. — Por favor,
o convide para vir passar o final de semana conosco, assim podemos
conhecê-lo.
— Eu não sei, vou conversar com ele.
— Tudo bem, não quero te segurar no telefone, querida. Amamos
você.
— Amo vocês também, mamãe.
Quando eu desliguei, Dashier ainda estava ao telefone, então pausei a
música ambiente antes que pudesse explodir na caixa de som novamente.
— Ei, filho? Eu preciso desligar agora. Hum... sim, ela está bem. —
Ele sorriu, olhando para mim. — Eu amo você, amigo. — Seus olhos
brilhavam enquanto falava com Hazel, e meu coração doía pela saudade que
ele sentia do filho e também da falta que eu sentia do menino. — Divirta-se e
traga um action para mim da Disney, sim? Peça a Sylv o cartão de crédito
que ela tem. Estou com saudades, amigo. Tchau.
Dash desligou e sorriu.
— Sua mãe?
Eu apenas assenti.
— Está tudo bem? — Ele me abraçou e eu suspirei. Era incrível como
não conseguíamos ficar fisicamente longe um do outro.
— Sim, ela queria confirmar a visita que eu prometi no final de
semana. — Disse e assisti a sua reação. — Neste final de semana.
— Legal. — Seu sorriso parecia sincero, mas todo o resto parecia
despencar, sua voz, seus olhos e seus ombros. Tínhamos mais dois finais de
semana juntos e sozinhos para nos conhecermos depois do bônus que os avós
de Hazel nos deram. Um dos finais de semana eu trabalhei, e no seguinte, eu
ficaria com meus pais... Claro que ele estava decepcionado.
— Minha mãe convidou você, digo, ela convidou o meu namorado.
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Ela ainda não sabe que já o conheceu, mas está ansiosa por sua presença. —
Sorri, tentando convidá-lo para ir junto comigo, e aguardei em expectativa.
— Conhecer seus pais? — Seus olhos estavam um pouco assustados.
— É muito cedo? — De repente, eu estava nervosa. Talvez ele não
quisesse envolver nossas famílias, não sabíamos até onde esse
relacionamento iria.
— Não... eu só... não sei como agir. Eu não faço isso... você sabe. —
Suspirou, cansado.
— Sim, não namora há muito tempo. — Confirmei. — Está tudo bem,
você não precisa.
— Eu nunca conheci os pais de ninguém, mas eu quero, baby. — Ele
beijou minha bochecha.
— Sim?
— Sim. Quero conhecer seus pais, e quero que conheça os meus
quando for o momento.
Feliz, assenti antes de beijar seus lábios.
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fazer.
— Cupcake? — Olhei em sua direção, vendo que ele se mantinha
concentrado na cafeteira.
— Hum?
— Acho que você deveria saber... — Continuou, mexendo com o
cenho franzido.
— Sim? — Perguntei, esperando o que ele tinha para me dizer.
Talvez a cafeteira estivesse com algum defeito.
— Estou completamente apaixonado por você.
E, desta forma, sem me olhar, sem me preparar e sem nenhuma
armação ou teatro para a declaração, Dashier Colt me fez a mulher mais feliz
do mundo.
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VINTE
DASHIER
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— Mas...
— Você quer voltar a tocar, eu quero ouvir você e acho que seria algo
legal para passar seu tempo com Haze, quando ele voltar.
— Eu acho que... Tudo bem, então. — Aceitei. Quinn se jogou em
meus braços e me beijou.
Nós escolhemos a Guitar Center para comprar o piano. Era branco, de
calda, realmente lindo e imponente. Ficaria perfeito em minha sala de estar.
— E esse é melhor do que o Steinway & Sons? — Quinn perguntou,
analisando o instrumento. Eu havia optado por um C. Bechstein alemão.
— Na verdade, eles estão no mesmo patamar, a diferença é que o
Stein é americano, e o C. é alemão, mas a qualidade e imponência de som são
as mesmas.
— Nossa! — Exclamou, olhando para mim de forma estranha.
— O quê? — Ri da sua reação, seus olhos eram brilhantes e vidrados,
olhando para mim.
— Você fica sexy falando de pianos. — Ela sussurrou.
— Você não me viu falando de games ainda, querida. — Brinquei, a
fazendo gemer.
— Pare com isso, ou usarei o moletom de Columbia novamente.
Foi a minha vez de gemer. Ela não jogava limpo, porra!
— Desculpe. Golpe baixo. — Disse e me beijou delicadamente, se
afastando. Segurei seus quadris e a mantive de frente para mim, nossos olhos
vidrados um no outro sem nem mesmo piscar. Uma troca de olhares intensa,
na qual dizíamos o que estávamos sentindo sem nem ao menos abrir nossas
bocas.
— Não precisa se desculpar, estamos realmente melhorando, não
estamos? — Disse depois de um tempo, me referindo às nossas atividades
sexuais. Realmente estávamos parecendo dois adolescentes planejando perder
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sair transando com todas as mulheres. Mas com a sua namorada, aquela que
você está apaixonado e praticamente vivendo no apartamento dela...
— Estamos levando as coisas devagar, e isso é tudo o que você
saberá.
— Não é tudo que saberei, você vai me dar mais detalhes. Sabe que
quer me contar. — Ele riu, me fazendo rir também.
— Contei a ela sobre a morte de Vicki. — Larguei a novidade com
um suspiro. Os olhos de Andy ficaram sérios.
— Como ela reagiu? — Seu tom era completamente outro quando
perguntou.
— Ela não fez perguntas, disse que sentia muito e me arrastou para
fazer compras.
— Sua garota é incrível, amigo. — O sorriso dele era enorme. — Fico
feliz que tenha encontrado alguém como ela.
— Vou conhecer seus pais no final de semana. — Informei,
orgulhoso.
— Uou! Isso é sério. — Andy analisou.
— É, é sério. Eu a amo, Andy. Acho que ela é a pessoa certa no
mundo para mim.
O semblante do meu amigo mudou novamente, e eu sabia o que ele
estava pensando.
No seu próprio coração partido.
— É a melhor sensação quando encontramos a pessoa certa. —
Afirmou.
— Você encontrará alguém novamente.
— Procurando, eu certamente estou. — Ele piscou e brincou comigo,
fazendo eu rolar os olhos. — Você se opõe a eu pedir um encontro com sua
secretária?
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VINTE E UM
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As batidas das portas do carro fizeram com que meus pais corressem
para fora de casa. Eles pararam na varanda, ao lado da porta, e aguardaram
enquanto Dashier pegava nossas malas para o final de semana e, em seguida,
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minha mala, pegando uma muda de roupa. — Não acredito, Dashier. Eu vou
tomar um banho. — Saí para o banheiro e cruzei o corredor da casa. Quando
fechei a porta atrás de mim, respirei fundo, tentando raciocinar. Dashier tinha
muita merda em sua vida, era normal que ele estivesse desconfiado.
Meu lado intransigente queria brigar com ele e dizer o quanto eu
estava aborrecida por ele pensar naquela hipótese. Se eu tivesse que contar
para meus pais que estava namorando com um homem cheio de merda em
seu passado, eu diria. Eu não tinha vergonha de Dashier.
Abri a porta novamente e voltei para quarto. Ele estava na cama com
os cotovelos apoiados em seus joelhos e as mãos no rosto. Ele levantou seus
olhos para os meus.
— Eu amo você e não tenho vergonha de quem é ou foi, mas você
precisa me dar algum crédito também. Eu não deveria estar falando que não
sinto vergonha do nosso relacionamento, você deveria enxergar isso sozinho.
E precisa dar o benefício da dúvida aos meus pais também, você não os
conhece, Dashier. Não sabe o que eles pensariam sobre eu namorar um
dependente em recuperação. Eles podem zelar pela filha deles, mas nunca
faltariam com respeito com você.
— Me desculpe. — Sua voz era quase um sussurro, seus ombros
caídos e o suspiro derrotado me mostraram que ele realmente estava
arrependido.
— Não se desculpe. Está tudo bem. Apenas pense sobre isso. —
Assim que concluí, fechei a porta e voltei para o banheiro.
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perguntou.
— Não anda. Eu acredito que ainda demorará mais alguns anos. Eu
não quero um empréstimo bancário.
Dashier me olhou, entendendo do que se tratava. Durante a semana,
conversamos sobre nossos empregos, e eu contei para ele sobre minha
vontade, mas deixei de fora o fato de que não era só vontade, e sim um plano.
— Besteira. Você pode vender a sua parte na Bakery. — Papai
informou, tentando passar a mensagem como se não fosse nada, embora eu
tenha o decepcionado bastante por não ter assumindo a empresa da família.
Vender a última porcentagem que tínhamos em nosso nome seria muito para
ele.
— Eu não vou vender minha parte na Bakery, pai.
— Por que não me contou que era mais do que uma simples vontade,
Quinn? — Dash pegou minha mão e apertou delicadamente, seu tom de voz
era baixo para que apenas eu escutasse.
— Eu não sei. Mas, sim, eu tenho meio que esse sonho.
— Eu poderia ajudar, você sabe. — Ele disse mais baixo,
educadamente, oferecendo de forma que não fosse um insulto para mim. Eu
ri.
— Oh, eu sei. Eu comecei a namorar um homem obscenamente rico
exatamente por isso.
Beijei seus lábios e acariciei seu rosto.
— Eu falo sério, Cupcake.
— Eu sei, querido. Eu agradeço. É muito doce, mas... nem preciso
terminar. Certo?
Dash assentiu e suspirou, deixando o assunto morrer. Ele sabia que
não era hora para aquilo, e eu agradeci sua compreensão. Papai entrou com o
bom e velho papo de futebol enquanto eu fui ajudar mamãe a limpar tudo.
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Mas assim que estava voltando para a sala, ouvi meu pai falando com
Dashier em outro tom, um muito menos descontraído.
— Apenas para que você saiba, eu mato você. — Congelei e ofeguei,
ouvindo.
— Eu sei que sim, senhor. — A voz de Dashier continuava calma.
— Ela é minha menina, e embora eu tenha morrido por dentro por ela
querer seguir outro caminho, eu tenho um orgulho imenso daquela mulher lá
dentro. Quinn merece nada menos do que o melhor, espero que você entenda
isso. Não machuque a minha filha, Colt. — Respirei fundo com o coração
dolorido pelo meu pai, mas também satisfeita em saber que ele sentia orgulho
de mim e me amava mesmo eu não seguindo o caminho que ele gostaria.
— Eu não pretendo, senhor.
— Ótimo. Agora pode me chamar de Eddie. — Sorri ao ouvir a
mudança no tom de voz do meu pai novamente.
— É um prazer conhecê-lo, Eddie. — Dashier jogou junto.
— Igualmente, filho.
Meu contentamento era imenso quando voltei para cozinha.
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dolorido.
— Eu pareço cansada, baby? — Perguntei, tentando não ser ríspida
com ele.
— É que...
Eu não deixei que ele falasse, me aproximei, abaixando a gola da sua
camisa e beijando seu peito.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, Cupcake, e eu quero ser o cara que realiza os
seus sonhos. — Sabia que ele estava falando da empresa que eu gostaria de
abrir, mas isso não estava em pauta. Não naquele momento.
— Você os realiza, baby. O tempo todo. — Disse, encerrando o
assunto com um beijo.
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VINTE E DOIS
Não tenho certeza do que foi que acabou com o humor de Dashier no
final do nosso passeio a Jersey.
Certamente não foram os meus pais. Eles trataram Dashier como se
fosse da família desde o momento em que chegamos. A tensão básica inicial
se fez, obviamente. Era praticamente obrigatório que meu pai mantivesse a
pose ao primeiro contato, mas, após, eram risos, histórias, brincadeiras e
carinho por parte de minha mãe. Ela procurava fazer qualquer coisa por Dash,
inclusive relembrar seus dias na cozinha da Bakery. Cappuccinos decorados e
cannolis para o seu genro.
Eu estava no céu.
E Dash parecia estar também, ele sorriu mais do que em qualquer
outro dia. Estava interessado em toda e qualquer história sobre a minha vida
e, mesmo que evasivamente, procurou responder a cada uma das perguntas
dos meus pais. Então eu estava descartando totalmente o quesito
hospitalidade da equação.
Após o nosso almoço no domingo, meus pais perguntaram se
poderíamos ficar mais um dia. Os Stevenson, amigos novos, gostariam de nos
conhecer. Eles fariam um jantar em sua casa e estavam nos convidando. De
alguma forma, eu me animei em ficar um pouco mais com minha família,
sentia falta das minhas conversas com minha mãe e estava feliz em matar a
saudade. Dashier apenas sorriu e me olhou com atenção, ele estava
procurando em mim a resposta.
— O que você acha, baby? — Ele me perguntou enquanto me
analisava com diversão. Ele podia ver através de mim. Sabia que eu estava
animada para ficar mais um pouco com meus pais.
— Eu não sei, tudo bem para você?
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foi dado para trás, e suas mãos deixaram meus quadris. — Foi uma
brincadeira, baby. Forma de falar. — Eu procurei consertar, mas Dashier já
estava fora do banheiro.
Eu olhei para o espelho e me deparei com meu rosto triste. Devolvi as
lentes e o fluído para a minha nécessaire e peguei o rímel para passar um
pouco mais, já que ia usar óculos. Queria que meus olhos não ficassem tão
apagados. Respirando fundo, eu fui para o quarto. Dashier estava olhando
para a janela com as mãos no bolso. Seus jeans bem cortados moldavam suas
pernas e bunda de forma deliciosa, a camiseta branca grudava em seu corpo,
deixando pouco para a imaginação. A barba estava maior, ele não a aparava
desde o início da semana, e eu o achava lindo daquela forma. Eu poderia
sentir seu cheiro forte, masculino e sofisticado. Ele deu um suspiro longo,
como se estivesse se preparando, e se virou para mim com um sorriso
contido.
— Você está linda, Cupcake.
— Quer falar sobre o que eu disse para deixar você tão chateado? —
Perguntei, dando a opção para ele.
— Não. Desculpe por aquilo. — Ele se aproximou, me abraçando. —
Não há do que se desculpar. Eu sou tão...
— Por favor, não. Isso, você se colocando para baixo, me deixa
chateada. Vamos mudar de assunto. — Eu me estiquei, beijando seus lábios.
— Você está lindo, Sr. Colt. — Ele sorriu, olhando em meus olhos.
— E você é simplesmente perfeita, Quinn Elizabeth. — Nós rimos da
sua piada batida e voltamos a nos beijar.
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como gêmeos. O homem atrás deles destoava da vestimenta. Era alto, loiro e
usava um par de óculos elegantes e um terno azul-marinho, sua gravata era
rosa-claro e estava frouxa no colarinho. A mão de Dashier apertou a minha, e
seu corpo já rígido ficou ainda mais.
O que estava acontecendo?
— Fern, Eddie. Como estão? — Aquela que imaginei ser Rhonda
abriu espaço para que começássemos a entrar. — Quinn, você é tão linda...
Olhe, Stu, James, olhem esse rosto, esses olhos e cabelo. — Sua mão
rechonchuda acariciou alguns fios antes de me abraçar. — É um prazer
conhecê-la. Entre. Oh! — Ela olhou para Dashier e o mediu com olhos
sonhadores. — Eu não posso acreditar que você more em Nova Iorque. Seu
lugar é em Hollywood. Você tem a bela face de uma estrela de cinema.
Eu ri, assim como meus pais. Dashier sorriu um pouco, corado, e se
apresentou a todos.
— Quinn e Dashier, este é nosso filho, James. James é advogado e
está nos visitando. Querido, Fern nos contou que Quinn é organizadora de
eventos e o jovem Dashier...
— É CEO de uma grande empresa de games. Eu sei. — Os olhos de
James eram suaves quando ele disse, mas Dash continuou rígido ao meu lado.
— Vocês se conhecem? — Olhei para Dashier, que tinha o maxilar
apertado e olhava para o chão.
— Sim, eu prestei consultoria para o Sr. Colt. Prazer em revê-lo,
Dashier.
— Igualmente, James. — Mas eu tinha certeza que não existia
recíproca ali.
— Ora, se não é uma feliz coincidência? — Rhonda bateu palmas.
Yeah! Não.
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VINTE E TRÊS
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recebeu. Eu não quero pressionar você, mas preciso que você saiba que eu
estou ferida. Você está me machucando.
— Quinn... — Seus olhos eram tão sofridos...
— Vá resolver a sua merda, Dashier. — Minha voz era quase um
sussurro.
— Me perdoe, Cupcake.
— Volte ou ligue se você precisar. — Beijei seus lábios e sorri
tristemente antes de me virar e caminhar para o meu quarto.
Quando eu ouvi a porta se fechando na sala, eu me sentei na cama e
soltei um grito. Doía tanto não poder ajudá-lo... Doía que ele não me deixasse
entrar. Doía mais por não poder invadi-lo e arrancar todo o seu sofrimento.
Doía tanto, que eu queria sentir raiva, mas não conseguia. Medos e
inseguranças deviam ser respeitados e não julgados.
Minhas lágrimas caíam enquanto meus soluços ecoavam pelo meu
apartamento vazio. Então eu senti, suas mãos me puxando e me colocando
em seu colo.
Dashier não havia partido.
— Você não foi. — Eu me abracei nele com força, agradecendo
silenciosamente por ele não ter me deixado.
— Eu não fui. Não consegui. Não quando você está tão machucada...
Eu continuo fazendo tudo errado. — Seu tom era tão dolorido... Isso me fazia
ainda mais triste. — Me desculpe.
— Eu te amo, eu só quero amar você, salvar você de toda essa dor,
Dashier. Por favor, não me afaste. — Implorei antes de descer o meu rosto
para o dele e beijar os seus lábios com todo o amor que eu poderia lhe passar.
Nosso beijo se intensificou, e quando percebi, estávamos deitados na ponta
da minha cama, enroscados e apertados de forma tão firme, que eu poderia
dizer que fomos amarrados ali.
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vinha em primeiro lugar para ele. E o garoto vinha em primeiro lugar para
mim também. Eu sentia falta dele. De uma forma que doía.
— Ei, Sylv... Oi, amigo. Como está...? Haze? Filho? Por que está
chorando? — Seus olhos se arregalaram. — Não, amigo, não chore. É claro
que você vai voltar, filho. — Dashier estava vermelho e revoltado. — Amigo,
me escute. Vá para o seu quarto e arrume as suas coisas, Sylvia vai sair com
você daí hoje, ok? Ótimo. — Ele ficou mudo por um momento, seu cenho
estava franzido. Eu fui até meu pequeno armário e peguei meu roupão e o
coloquei. Dashier andava de um lado para o outro, e seu peito nu subia e
descia com dificuldade.
— Como ele foi capaz disso? É claro que estamos juntos! Conheci
seus pais esse final de semana... Como ele sabe? Tabloide? Eu sou CEO de
uma empresa de games, eu não sou um personagem de qualquer história
fictícia para adolescentes, Sylvia. — Ele olhou para mim e suspirou. — Ele
contratou alguém para me espionar... Claro que sim! Ele quer um deslize para
tirar meu filho de mim, mas não vai acontecer... Eu sei que ele está chateado,
você explicou algo a ele? O que você quer dizer? Eles deveriam estar de volta
hoje, ele perdeu aula? Ajude-o com as coisas, compre as passagens e me
informe o horário do primeiro voo. Obrigado, Sylv, eu vou ter uma conversa
com meu advogado. Não se preocupe com Bernard. Cuidarei dele. Até breve.
Dashier desligou e respirou fundo, me apertando mais em seus braços.
— Quer falar? — Perguntei com medo, não queria outra crise.
— Eu preciso falar. Mas deixe eu falar com Nate primeiro.
— Nate?
— Meu advogado.
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cama.
— Desculpe... — Ele olhou para o roupão.
— Nós teremos tempo. Nós temos tempo. — Garanti a ele que não
estava chateada por termos sido interrompidos. — Quero que entenda que
Hazel é importante para mim também, Dash, você não é o único que eu amo
nessa relação. — Ele sorriu e suspirou, puxando o meu rosto para o seu.
— É bom que se sinta assim. Hazel está com medo que eu o deixe
porque estamos namorando.
— O quê? — Quase gritei. — Mas ele falou comigo, parecia feliz...
Nós jogamos videogame e ...
— Bernard disse que eu provavelmente me casaria com você e
teríamos uma nova criança, que eu havia esquecido da mãe dele e que agora
esqueceria dele também. Eles não voltaram de Orlando ontem, Bernard
adiou. Sylvia não contou porque viu Haze no telefone ontem comigo e
pensou que ele estava me comunicando. Ele escolheu o dia de hoje para
envenenar a cabeça do meu filho.
— Que tipo de ser humano faria isso? Eu pensei que ele amasse o
neto.
— Ele ama, e ele está fazendo qualquer coisa para tirar o menino de
mim.
— Mas ele não percebe que está machucando o menino? — Eu estava
furiosa. Hazel estava sofrendo e tudo o que eu queria era abraçá-lo. — Que
tipo de avô faz uma coisa dessas?
— O tipo que não confia no pai da criança. Ele não confia em mim e
faz qualquer coisa para manter Haze longe. Ele pensa que eu vou ter uma
recaída. Ontem, quando recebi a ligação durante o jantar, era Bernard. Ele
disse que Haze lhe contou sobre a minha nova namorada. Queria saber sobre
você, quem era, o que fazia e que ia pedir ao advogado dele que exigisse um
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histórico seu.
— Ok. Eu não devo nada a ninguém, Dashier. Ele precisa que eu
converse com alguém sobre? Eu vou.
— Como você existe? — Dashier me olhou, espantado. — Sequer
pestanejou sobre a situação. Agora Bernard sabe da sua existência e vai tirar
conclusões erradas e você está levando como se não fosse um problema.
— Dash, eu amo você e quero ajudá-lo. Eu não devo nada a ninguém.
— Ele continuava me olhando, assustado. — E o mais importante: eu confio
em você.
Nós ficamos em silêncio por um tempo, apenas nossas respirações
podiam ser ouvidas e os sons da rua.
— Eu surtei um pouco quando você falou em bebês ontem à tarde.
Mas só porque me fez lembrar da minha reação quando soube que Vicki
estava grávida. Eu... não fui descente, não fiz o que um homem deve fazer.
Fiquei com medo, me desculpe.
— Está tudo bem, baby. — Tranquilizei.
Dash ficou calado por mais um tempo, e eu, como sempre, fui
paciente e esperei pelo restante da história.
— Depois, na casa dos Stevenson... — Ficou calado novamente antes
de respirar fundo e voltar a falar. — James Stevenson foi o primeiro
advogado designado para o meu caso quando todos os meus problemas com
drogas explodiram na minha cara e eu perdi a guarda de Hazel. — Ele
suspirou. — Ele é uma boa pessoa.
— Não pareceu pela sua reação.
— Eu fiquei envergonhado. E ele foi muito profissional não contando
nada a ninguém.
— O que aconteceu?
— Tentei suborná-lo para levar drogas na clínica de reabilitação
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— Jantar? Eu terei que esperar mais de vinte e quatro horas para ver o
meu crush menor de idade? Nunca! — Dash sorriu. — Amanhã, café da
manhã completo na Bakery por minha conta. — Eu pisquei e voltei a beijá-lo.
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VINTE E QUATRO
DASHIER
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QUINN
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saltou novamente. Não foi difícil encontrar Dashier e Hazel. Eles estavam no
chão do aeroporto, abraçados. Os olhos do menino estavam fechados, e ele
parecia sério enquanto abraçava seu pai. Quando seus olhos se abriram, foi
como se ele soubesse que eu estava ali. Sua atenção estava totalmente voltada
para mim. Eu senti medo por um momento, esperando a sua reação, mas os
olhos do menino brilharam para mim. Ele se separou de seu pai, correndo
para os meus braços como se estivesse com tanta saudade de mim, quanto eu
estava dele.
— Hazel. — Sussurrei, apertando ele em meus braços.
— Oi, Cupcake. — Ele sussurrou de volta e beijou meu rosto. — Eu
senti saudades.
— Eu também, querido. Eu também.
Dashier se aproximou, sorrindo ao lado de Sylvia. Eu olhei para ele,
me desculpando.
— Eu estava com saudades e com...
— Medo. — Ele terminou por mim.
— Você está com medo do que, Cupcake?
— De nós irmos comer pizza sem ela, acredita? — Dash interrompeu.
— Podemos ir ao Dino’s?
— Eu não pensaria em outro local, garoto. — Ele sorriu e pegou sua
mão em seguida. Haze pegou a minha e fomos juntos para o carro.
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Dashier foi um pouco exagerado e pediu quatro pizzas. Acho que ele
estava apenas nervoso e tentando compensar seu filho.
Quando chegamos, Haze correu para o seu quarto junto com Sylv e se
arrumou para tomar um banho. Assim que o menino sumiu da nossa visão, eu
me virei para me desculpar.
— Eu sinto muito. Eu apenas não queria que ele me odiasse, eu estava
com medo e ansiosa demais para esperar.
Dashier sorriu e me pegou em seus braços. Ele me beijou com
entrega, seus lábios se movendo com os meus, preenchendo minha boca com
sua língua ávida e doce.
Jesus, como uma pessoa podia ter seu próprio sabor?
— Eu me apaixono por você mais um pouco a cada dia, Quinn. Eu
amo você.
— Eu também te amo, baby. — Beijei seus lábios novamente de
forma rápida antes de irmos para cozinha e prepararmos tudo para comer
pizza. Preparamos os pratos e guardanapos junto com as pizzas no meio da
sala. Dash disse que seria melhor conversar com Haze de forma mais
descontraída, e eu concordei. Quando Sylv voltou com um Hazel cheiroso e
de pijamas felpudos do Capitão América, senti novamente meu coração se
aquecer. A sensação de que aquele menino era mais do que o filho do meu
namorado aumentava a cada segundo.
Comemos em silêncio por um momento, mas Dashier parecia ansioso
para tirar o assunto do nosso caminho, então simplesmente suspirou e falou:
— Haze, gostaríamos de conversar sobre o que o seu avô disse a você.
O menino largou a pizza com suas pequenas mãozinhas e olhou para
o seu pai e depois para mim.
— Sylv disse que não é verdade. — Ele disse, simplesmente. — E
você disse que o vovô se enganou.
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VINTE E CINCO
— Você sabe que não precisa fazer isso. — Seus braços circularam a
minha cintura enquanto eu continuava a lavar os copos que havíamos usado
no jantar.
— Eu quero. — Disse, simplesmente, engolindo em seco e tentando
fugir do que Hazel havia pedido.
— Então use a lavadora, é mais rápido. — Quando eu nada disse e
continuei, ele suspirou. — Baby, não fique tensa, ele é só um menino que está
se comparando a outras crianças, ele quer uma mãe. Já explicamos a ele que
não nos casaremos.
Deus! Por que doía tanto?
Por que não posso ser racional e ficar tranquila com essa explicação?
Dashier havia explicado pacientemente que adultos não casavam com
apenas três meses de namoro. Na verdade, menos do que isso, se não
contássemos todo o nosso “chove e não molha” do primeiro mês em que nos
conhecemos.
Eu deveria ser racional e não me sentir magoada. Era lógico.
Mas desde quando eu estava perto da lógica desde que me apaixonei
por aquele homem?
— Eu sei... eu só preciso... eu não sei, Dash. Eu só quero lavar a
louça. — Ele se separou de mim e se encostou no balcão para me analisar. —
E está ficando tarde, acho que eu deveria ir.
— O quê? Por quê? — Dash perguntou, nervoso. — Fique.
— É melhor eu ir, estou sem roupa aqui.
Tudo bem, eu estava sendo ridícula, mas não conseguia evitar. Estava
chateada, mas não estava tentando puni-lo. Por isso não queria ficar e dizer
algo que definitivamente me arrependeria depois.
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pela fatia de bolo que aguardava minha mãe. Era como se o destino o tivesse
colocado ali, naquele momento. Era para nos encontrarmos. Era para eu ter
encontrado e brigado com o seu pai.
Então me lembrei que um dia antes, apenas um dia antes, seu pai
havia me visto no terraço do prédio do outro lado da rua, tomando banho de
chuva enquanto eu estava frustrada e solitária.
Minhas intenções haviam mudado desde então. A empresa já não era
mais o meu sonho. Eu tinha mudado de sonhos. Claro que eu ainda queria
minha própria empresa, organizar os mais belos casamentos, porém já não era
o primeiro lugar na minha lista.
Então eu percebi porque ficara chateada quando Dashier foi tão
racional ao explicar sobre casamento para Haze. Em meu ser, dentro de mim,
eu sabia que era o que eu queria. Irracional ou não, cedo ou não. Nada antes
havia me tolhido de fazer o que eu quisesse ou dizer o que eu sentia.
Não seria agora.
Não por medo de ouvir não.
Não por medo de parecer precipitada.
Terminei meu banho rapidamente, me secando e colocando apenas o
roupão de banho de Dashier por cima do meu corpo nu. Abri a porta e
rapidamente e saí do banheiro. Vendo minha atitude tempestuosa, Dash
saltou da cama. Seus olhos analisaram o que eu vestia de cima a baixo.
— Eu quero que você saiba que eu quero me casar com você. Eu diria
que quero, agora, hoje, mas entendo a situação com Haze e o fato de que
você tenha que se firmar como pai. Eu só não vou esconder isso porque em
algum lugar algum imbecil um dia disse que há tempo pré-determinado para
isso. Não para mim. Não quando sei que o que sinto por você não vai mudar,
não quando não consigo me imaginar sem você ou sem aquele menino que eu
acabei de colocar para dormir no outro quarto e que desejei tão fortemente ser
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sua mãe enquanto ele se esforçava para não fechar seus olhos porque queria
ficar mais tempo acordado comigo. Não quando eu abriria mão de tudo para
ficar com vocês, mesmo sem que vocês me pedissem por isso. Eu amo você e
eu me amo demais para engolir esses sentimentos e não os compartilhar.
Dashier ficou olhando para mim com os olhos ternos, absorvendo
cada uma de minhas palavras.
— Você pode dizer algo. — Incentivei sem sair do lugar, esperando
para saber qual seria a sua reação. O que ele diria.
— Eu farei amor com você essa noite.
Tudo bem, não era a resposta que eu esperava sobre o assunto, mas,
definitivamente, era uma boa resposta.
Nós nos movemos como imãs, caminhando em direção ao outro, até
que estávamos nos beijando com força e paixão. Suas mãos estavam em meus
cabelos, segurando a minha cabeça enquanto eu alisava seu peito por cima da
fina camiseta branca que vestia. Ainda assim, eu podia sentir a dureza e o
calor da sua pele. Seus lábios eram macios e exigentes nos meus. Nenhuma
novidade, ele sempre me beijava com tanta entrega...
Nossas bocas se separaram, e seus olhos olharam para o nó do meu
roupão. Ele puxou as cordas e, delicadamente, abriu o tecido, olhando,
maravilhado, para o meu corpo, como se nunca o tivesse visto antes. Um
sorriso sexy brincou em seus lábios quando ele percebeu que eu não vestia
sequer uma calcinha. Suas mãos passaram por dentro do roupão, e seu olhar
ficou ainda mais intenso quando seus dedos tatearam meu quadril e me
puxaram para perto dele.
Seu sorriso torto e sacana se intensificou, trazendo uma sensação
conhecida dentro de mim. A expectativa sobre aquele momento foi
trabalhada desde o nosso primeiro contato mais íntimo. A ânsia e a excitação
sem fim naquele momento estavam no seu auge. E a espera finalmente havia
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acabado.
Suas mãos voltaram a alisar o meu corpo e empurraram o roupão para
que ele caísse aos nossos pés, me deixando completamente a sua mercê. Suas
palmas passearam, alisando a pele do meu colo e seios, até chegarem em
meus mamilos, os esfregando enquanto eu gemia baixinho sem tirar os olhos
dele.
Fogo.
Isso era o que eu via nele naquele momento.
Puro fogo.
Minhas mãos foram primeiro para o cós de sua calça de pijama, as
abaixei, levando sua roupa íntima junto. Ele chutou o restante da roupa
enquanto eu alisava sua bunda redonda e sedosa. Minhas mãos exploraram
suas costas nuas e trouxeram ele mais para perto de mim. Sua cabeça desceu
a minha altura, voltando a me beijar com desejo. Um suspiro longo se fez
enquanto ele nos virava. Demos alguns poucos passos antes de ele me colocar
calmamente em sua cama.
Dash sorriu para mim quando pegou meu pé direito e se ajoelhou na
cama enquanto beijava-o. Novamente a sensação se construía dentro de mim,
era como uma bola de energia pronta para explodir em meu ventre. Sentia a
minha carne tremer de uma forma que nunca havia sentido em toda a minha
vida.
Seus lábios desceram pelo meu tornozelo, beijando com a boca aberta
e às vezes lambendo a pele enquanto fazia seu caminho para o meu centro.
Quando sua boca estava em minha coxa, lambendo, chupando e mordendo,
seus dedos alisaram o meu núcleo, molhado, fazendo com que eu gemesse
mais alto.
— Dash... — Meus lábios mal se mexiam enquanto eu apreciava a sua
e língua lamber a parte interna de minha coxa, e seus dedos se divertirem em
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meu sexo. Quando sua cabeça virou, eu sabia qual seria o próximo ponto de
parada de sua língua, e ele não me decepcionou. Lambendo toda a extensão
do meu centro pulsante, achatando a sua língua e abrangendo toda a minha
zona sensível, ele fez com que eu me contorcesse na cama em puro êxtase.
— Oh! Tão, tão bom!
Suas mãos subiram para a minha barriga até chegarem em meus seios,
enquanto sua boca me devorava. Era como se ele estivesse beijando a minha
boca, seus lábios, língua e dentes se entregavam ao meu sexo molhado, me
tirando o ar. A satisfação crescia a cada segundo, meus gemidos ficaram mais
altos a medida em que eu sentia o orgasmo crescendo dentro de mim. Quando
finalmente explodi, exclamei o nome do homem que eu amava, fazendo-o
subir seus beijos demorados e deliciosos por minha barriga, seios e
finalmente, boca. Ele sorriu e beijou a ponta do meu nariz. Minhas mãos
alcançaram seu membro duro, e o ar saiu por entre os dentes dele. Acariciei
para cima e para baixo enquanto beijava seu pescoço e ombro. Seu quadril se
movimentou no ritmo das minhas mãos, e um gemido saiu dos seus lábios.
— Baby, estamos bem fazendo isso sem preservativo? Eu meio que
não tenho. — Sua voz era rouca e seus olhos estavam fechados.
Rolei, empurrando o seu corpo contra a cama e passei a beijar e
lamber o seu lindo corpo.
— Estamos bem. Estou protegida.
— Eu também, fiz muitos exames, estou limpo e... você sabe, eu não
tenho...
Achei engraçado o seu desconforto enquanto falava sobre a sua falta
de atividade sexual.
— Podemos parar. — Fui sincera. — Esperar, pedir entrega de
preservativo... O que deixar você confortável, Dashier.
— Eu confio em você. — Respondeu com firmeza. — Assim como
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VINTE E SEIS
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e me abaixei na sua frente, virando o seu belo e torturado rosto para mim.
Deus! Ele parecia devastado. — É um momento ansioso? — Ele assentiu
enquanto me olhava de forma desolada.
— Desculpe, eu não queria estragar a nossa noite...
Eu o beijei delicadamente, o calando.
— Está tudo bem. — Beijei mais uma vez. — Tudo está bem. Posso
fazer algo para ajudar? — Ele apenas negou com a cabeça. — Prefere ficar
sozinho? — Novamente a negativa. — Tudo bem, eu ficarei aqui com você.
Sem saber como agir, eu abri suas pernas e me coloquei entre elas.
Sentei e encostei em seu peito, pegando sua mão trêmula e nervosa e
moldando a minha por cima, e comecei a contagem junto com ele, meu dedo
em cima do dele, descendo e subindo. Espelhando o seu movimento. Foram
incontáveis minutos até que ele estivesse calmo.
Quando senti seus lábios beijando atrás da minha orelha, eu relaxei
mais meu corpo contra o dele.
— Foi o sexo? — Perguntei, sem cerimônia.
— Não. Eu tive um pesadelo. Eu sempre tenho, é só a intensidade e os
detalhes que mudam, e às vezes me deixam ansioso.
— Mas talvez...
— Não! Eu me recuso a deixar que o que tivemos mais cedo seja ruim
a ponto de...
— Não é ruim, mas é um gatilho. — Justifiquei.
— Amar você não é um gatilho. — Ele me virou para que pudesse me
olhar. — Foi maravilhoso. — Dash sorriu, e eu podia ver que a escuridão
estava longe dos seus olhos. — Eu sabia que poderia me deixar um pouco
mais sensível, mas está tudo bem. — Seus olhos se fecharam quando ele
falou, como se quisesse se convencer das suas palavras. Eu também não
queria ser um gatilho e muito menos motivo para a infelicidade de Dashier.
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— Mas você tem outras questões, não esqueça de Hazel. Isso pode de
alguma forma prejudicá-lo perante o juiz?
— Por que seria ruim namorar você? — Dash perguntou, rindo e
fazendo pouco de minha preocupação.
— Namorar eu não sei, mas colocar uma mulher em sua casa,
morando com você e seu filho pode ser complicado, baby.
Seu semblante se transformou quando ele finalmente entendeu o que
eu queria dizer.
Para nós não era cedo. Dashier e eu estávamos mais do que nunca
convencidos de que nos amávamos e de que seria para sempre. Entretanto a
sociedade em peso pensava que poucos meses de namoro não era tempo
suficiente para dois adultos decidirem se casar. Ou mesmo morarem juntos.
Perante os olhos da maioria, seríamos adolescentes inconsequentes. E nós
não poderíamos agir como adolescentes inconsequentes.
— Quando a audiência definitiva para ter a guarda de Haze
acontecerá?
— Mais alguns meses ainda. — Seu tom era decepcionado. Deus, eu
queria abraçá-lo.
— Não fique assim. Não é como se não fôssemos nos esgueirar todas
as noites. É só mais um pouco. É por Haze, devemos fazer o que for preciso
para protegê-lo.
Dash assentiu, pensativo, mas assim que Haze voltou, ele estava
relaxado novamente.
— Estamos prontos! — O menino avisou enquanto Sylv colocava seu
casaco e sorria.
— Tudo bem. — Dashier ligou para Jimmy, pedindo para que ele
trocasse o carro, pegasse um maior.
— Quantos carros você tem? — Perguntei.
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Baby, Eu sei que você não é uma garota de flores, mas eu tive
vontade de pessoalmente escolher as mais coloridas para você. É isso que
você tem feito comigo, tem deixado a minha vida colorida.
Eu não entendo de romance ou relacionamentos, por favor, me diga
se eu estiver fazendo algo de errado enquanto almoçarmos. Jimmy está
esperando por você.
Com amor, Dashier.
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VINTE E SETE
DASHIER
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— E por que você ainda não me largou aqui e foi ter o que quer? —
Sua sobrancelha se levantou para mim, e sua expressão era séria. — Quando
você precisava das suas doses, nada prendia você. Ninguém prendia você. —
Meu estômago deu uma volta. Ele tinha razão. Eu não hesitava. — É por isso
que o que você sente por Quinn é amor, não vício. Você tem ânsia por ela,
mas sabe que pode esperar para estar com ela mais tarde. Você tem
responsabilidades aqui e tem uma escolha. Ela não controla você, apenas te
ama também.
Eu olhei para meu amigo, absorvendo as suas palavras.
— Vou demitir Lucas, tenho um psicólogo de graça aqui. — Andy
riu, mas parou, me analisando por um tempo. — O quê?
— É bom ter você finalmente de volta, irmão. Eu estou feliz.
— Eu estou de volta há tempo...
— Não. Não estava. Você é Dashier Colt, completo, novamente.
Quinn é uma boa mulher. Você está feliz.
— Obrigado. — Disse, sorrindo e me sentindo mais leve. Andreas
tinha razão. Eu era um homem completo novamente. Quinn era o que faltava
para eu ser completamente feliz.
Andy se levantou para sair, mas antes de chegar à porta, parou e me
olhou.
— Sabe quando a necessidade bater e você quiser sair no meio do
expediente para tê-la em seus braços, mas não puder? — Assenti, tentando
descobrir o seu ponto. — Pegue o telefone e diga isso a ela. Ligue para ela.
Mande uma mensagem. Não faça o que eu fiz.
Assenti, entendendo o que meu amigo estava falando. A vida amorosa
de Andreas não foi exatamente maravilhosa.
— Tem visto Sophie? — Perguntei com cuidado. Ele apenas negou
com a cabeça e não continuou o assunto. Eu não poderia forçá-lo a falar.
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VINTE E OITO
Claro que Dashier não diria o motivo da sua tensão. Assim que o
telefone tocou e ele viu o visor, seu semblante mudou, e o clima também.
Mas nós dois nos forçamos para manter as aparências para Hazel, que parecia
mais uma bola de energia. Ele vinha se soltando cada vez mais. Era um
menino educado, mas finalmente estava se parecendo com uma criança.
Dashier havia me contado que tinha obtido a guarda provisória de Haze desde
o início do ano. Eles tiveram pouco tempo como pai e filho antes que eu
aparecesse, mas Haze parecia confortável com a minha presença. Na verdade,
ele parecia eufórico sempre que eu estava junto.
Nós jantamos na bancada da cozinha, Haze estava empolgado,
contando sobre Melanie Hillis novamente. Falava sobre como eles brincavam
no intervalo das aulas e faziam duplas nos trabalhos em sala. Ele voltou a
falar sobre a beleza e os cabelos grandes e cheios da menina para mim e para
o seu pai, que sorria.
Após a refeição, eu tirei a mesa e quis lavar a louça, mas Dashier me
proibiu, dizendo que a empregada cuidaria daquilo. Eu a tinha visto apenas
uma vez, sempre chegava e saía quando eu não estava. Assentindo, eu deixei
tudo como estava e me juntei aos meninos no quarto de Dash para assistir a
um desenho.
Haze optou pelo novo filme do Batman de Lego e nos aconchegamos
na enorme cama para assistir. Peguei no sono durante o filme, e quando
acordei, estava sozinha na cama. Virei-me, ainda sonolenta, e olhei o relógio.
Duas da manhã. Levantei e saí pelo corredor, sabendo onde eu encontraria
Dash, mas desta vez eu estava enganada.
Dashier não estava na sala. Nem em seu escritório.
Quando eu estava fazendo meu caminho para verificar no quarto de
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Hazel, parei imediatamente. Havia uma música, baixa, mas certamente era
dentro da cobertura. Então eu olhei para a escada além da sala de jantar.
Caminhei rapidamente até o topo da escada, pronta para subir. A música
ficou mais alta, confirmando minha suspeita.
Enquanto subia, identifiquei a música que tocava: era Sweet Dreams,
a versão pesada de Marilyn Manson. O que dizia muito sobre o seu humor.
Pesado.
Quando abri a porta, entrei rapidamente, tentando evitar o vazamento
do som para o resto da cobertura. Em seguida, me deparei com o pequeno
corredor de vidro. No final dele, havia a piscina do lado de fora, como já
havia visto anteriormente. Andei pelo corredor, analisando a sofisticação e
tecnologia dos equipamentos que Dashier mantinha. Dash não era exatamente
um esbanjador da sua fortuna, mas gostava de conforto e de seus brinquedos.
Videogames, computadores, televisões enormes e carros caríssimos. Era a
forma que ele poderia extrapolar, ou quase. Não muito tempo atrás, ele me
contou sobre como tinha que controlar até como ele gastava o seu dinheiro.
Seu vício poderia ser compensado em alguma compulsão, e compras poderia
ser uma delas.
Eu tentava não ver seus medos como exagero. Dash passou por coisas
que, mesmo que ele abrisse para mim, mesmo que me contasse tudo, eu ainda
não teria a ideia de como era senti-las na pele. Mas eu conseguia ver que os
cuidados dele eram muito mais sobre seu medo de ter uma recaída e perder
tudo, sobre o seu trauma, do que realmente sobre ter uma recaída. Dash era
controlado, corajoso e firme. Mesmo em suas contagens, mesmo suando e
tremendo em seus ataques de ansiedade, eu podia ver quão forte ele era. E eu
lembraria isso a ele sempre que pudesse.
Enquanto Marilyn Manson agora cantava Tainted Love, parei em
frente a academia quando o avistei através do vidro. Dashier subia e descia
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diferente, mais lenta. Seus olhos não eram assustados, mas duros e focados.
Esse era um novo Dashier que eu estava conhecendo.
— Você quer continuar sozinho?
Ele engoliu e me olhou por um momento, seus olhos desceram para o
meu corpo, eu estava com uma camiseta sua, larga e longa. Pude perceber o
momento em que sua raiva o deixou, não por todo exercício, mas sim quando
colocou os seus olhos em mim, finalmente me enxergando na sua frente.
Passando pelo meu corpo todo. Quando finalmente nossos olhos se
encontraram novamente, eu sabia que ele não queria continuar sozinho. Ele
queria que eu ficasse. Mais do que isso.
Eu andei rapidamente os poucos passos que nos separavam e me
joguei contra ele. Suas mãos desceram, passando por minha bunda,
encontrando o meio de minhas pernas e as abrindo e dando um impulso para
que eu subisse e enrolasse minhas coxas em seu quadril molhado de suor.
Seus lábios devoravam os meus, nossos dentes bateram, nossas línguas
brigavam e nossos gemidos ecoavam pela sala.
— Eu estou todo suado, baby. — Dash disse entre os beijos e gemidos
que trocávamos.
— Eu quero assim.
— Vamos para o quarto, tomar... Deus, Quinn... — Ele interrompeu
seu pensamento quando esfreguei meu núcleo nele.
— Eu quero assim, aqui. — Chorei, lambendo o suor salgado do seu
pescoço enquanto Dash andava até esmagar o meu corpo contra a parede de
vidro. — Sim! — Exclamei quando sua mão direita desceu entre minhas
pernas puxando a calcinha para o lado e enfiando seus dedos grandes em
mim. Era diferente.
Mais um passo em nossa relação.
Mais uma entrega.
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VINTE E NOVE
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sexo, mas que sempre vinha acompanhado de muitas drogas e que realmente
não aproveitou as verdadeiras sensações. Agora, ele queria tirar o atraso, e eu
estava contente em ajudar.
Ele continuava indo à terapia, estava tendo menos pesadelos, e eu o
notava cada vez mais solto na cama. Ele tinha algumas ressalvas, por
exemplo, exigia que nossos olhos sempre estivessem um no outro. Posições
de costas para ele, ou de lado, de quatro ele sempre negava e me fazia encarar
o seu rosto. Sexo mais bruto não era uma opção ainda. Dashier era forte,
constante e delicioso quando estava comigo, mas nunca violento. Eu entendia
aquilo como uma segurança para o sexo não se tornar um gatilho em seu
vício, e eu estava bem com suas ressalvas. Tínhamos muito tempo para
trabalharmos em nossa relação ainda. Todas as possibilidades e bem...
barreiras que as vezes tínhamos.
Lembrei da primeira vez em que lhe avisei que estava em meu
período menstrual e que provavelmente ele teria que esperar uma semana
para que pudéssemos voltar com nossas atividades. Seu beicinho se projetou
para frente como se eu tivesse colocado Dash de castigo, mas foi
estranhamente compreensivo e me perguntou se teria que fazer “essas coisas
que caras fazem para a garota quando ela está naqueles dias”. Respondi que
só se ele quisesse.
Qual é? Que garota não gosta de ser mimada?
E eu era mimada com carinho, mensagens, presentes, sexo doce,
cabelos lavados, um beijo roubado...
Dashier constantemente dizia que não tinha experiência em
relacionamentos, que mesmo antes das drogas nunca havia tido uma
namorada, mas ele estava lidando com tudo como um perito.
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TRINTA
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casa.
— Sim, você vai.
— Quero ajudar. — Insistiu.
— Vá dormir com Haze. É, hum... — suspirei e sorri para ele. —
Calmante. Realmente muito bom.
Novamente seus olhos brilhavam. Eu frequentemente pegava no sono
na cama de Hazel quando o colocava para dormir. Era uma cama confortável,
e o pequenino era quase tão bom quanto o seu pai na arte do cafuné.
— Eu amo você, Cupcake.
— E eu você, Danish. Agora vá, tente dormir, e tente manter seu filho
na cama também. É muito cedo.
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A mesa com petiscos estava posta, Haze estava brincando com meu
telefone e tirando fotos de toda a decoração. Dash olhava pensativo pela
janela. Pai e filho usavam praticamente a mesma roupa. Jeans e suéter azul. O
de Haze tinha flocos de neve bordados, o de Dash era liso e sem nenhum
detalhe. A gola alta o deixava elegante. Eu optei por um vestido de lã vinho,
me maquiei discretamente e fui proibida de usar lentes.
— Você me quer parecendo uma nerd, não é? — Brinquei com o seu
fetiche.
— Por mim, você estaria usando aquele maldito moletom, você sabe.
— Suas mãos subiram e desceram em meu quadril enquanto ele beijava a
ponta do meu nariz.
Mantive meus cabelos soltos e deixei de lado qualquer acessório,
exceto um par de brincos de brilhantes que eu sempre usava. Papai havia me
dado quando me formei no ensino médio. Era delicado e discreto. Caprichei
no salto, scarpins pretos e envernizados. Afinal, eu estaria recebendo meus
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É um prazer conhecê-la.
— Igualmente, senhora Colt. — Susan levantou a sobrancelha para
mim. — Desculpe, Susie.
— Ela realmente é linda, Dash. — A mulher se aproximou do filho e
o beijou no rosto.
— Eu sei. — Dash sorriu e piscou para mim, me fazendo sorrir de
volta.
— Vovô, essa é a Quinn, a namorada do papai e minha melhor amiga.
Estamos trabalhando para promover ela. — Haze disse empolgado, me
fazendo congelar.
— Oh, sim? Promover a quê? — Philip perguntou, olhando
animadamente para mim.
— A minha...
— Pai, deixe-me apresentar minha namorada para você. Quinn... —
Ele pegou a minha mão enquanto com o outro braço pegava Haze do colo do
avô. — Este é meu pai, Phil Colt. Pai, esta é Quinn Miles. — Aliviada por
Dash interromper Haze, eu estendi a mão, cumprimentando Philip com um
sorriso.
— É um prazer, Quinn.
— Todo meu, Phil.
O interfone tocou, e eu logo soube que eram meus pais. Dash
caminhou até o aparelho ao lado da porta para permitir a entrada deles
enquanto Haze monopolizava a atenção dos avós. Susie pegou a caixa de
presente que trouxe, e juntos foram até a árvore para acomodar os presentes.
— Que bela árvore. — Elogiou, sorrindo enquanto analisava toda a
decoração que eu havia feito.
— Foi a Quinn quem fez, eu e o papai ajudamos. — Hazel informou
alegre.
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TRINTA E UM
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Delicado, discreto, mas nada simples, tinha uma pedra na cor ciano. Os meus
olhos e os olhos de Hazel, ali, naquela pedra.
— Eu não quero decepcionar Haze quando ele acordar e perceber que
o Papai Noel não realizou o seu desejo, tanto quanto eu não quero ficar sem
você aqui todos os dias. Sem ter a garantia de que eu voltarei para casa e
verei suas roupas espalhadas, sentirei o cheiro dos seus brownies ou mesmo
ouvirei sua risada gostosa enquanto você se diverte com o meu filho. Droga,
Quinn, sabemos que ele nem é mais apenas meu.
Respirei fundo, vendo Dash sorridente e orgulhoso na minha frente.
Ele havia premeditado tudo. O desenho de Hazel... ele sabia!
— Eu nunca esquecerei do momento em que falei para você que
estava em dúvida sobre a minha cor favorita. Seus olhos e os olhos do meu
filho brigavam para serem escolhidos... — Foi a vez dos olhos de Dashier
marejarem. — Eu disse a você sobre a dúvida e você, naquele maldito
momento, com apenas uma frase, me fez entender que eu poderia amar sem
ter que escolher. Você disse...
— Ame o ciano. — Eu sussurrei.
— Sim. Mas você me disse mais do que isso, Quinn... — Ele soluçou,
emocionado. As lágrimas caíam em seu rosto, espelhando as minhas próprias.
— Você me disse que não me faria escolher. Que você dividiria. Entenderia e
amaria o que eu estivesse pronto a lhe dar. E isso... — Ele fungou e piscou
algumas vezes. — Isso apenas me fez viver e parar de sobreviver. Então... —
Ele se recompôs, deixou seus ombros mais retos e soltou um pigarro, se
preparando para fazer a pergunta que obviamente ele conhecia a resposta. —
Não importa o que enfrentaremos, faremos isso juntos. Eu sei que vou
conseguir, porque você estará ao meu lado. Quinn Elizabeth Miles, você
aceita ser a minha esposa?
— Sim! É claro que sim! — Respondi, sem conseguir evitar o meu
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TRINTA E DOIS
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fazendo rir.
— Bem... — Peguei a pequena caixa branca e entreguei a ele. —
Espero que goste. — Aguardei enquanto ele abria e analisava a pulseira de
couro marrom escuro com a pequena placa de titânio em cima. Eu mandara
gravar nela as palavras “O ciano te ama.”
— É lindo, baby! — Exclamou, tirando a pulseira da caixa. Ele
entregou a joia para que eu colocasse em seu pulso. — Vou usar sempre.
— Fico feliz que tenha gostado.
— Bem, eu também tenho um presente para você. — Informou,
pegando a sua própria caixa de joias.
— Mas você me deu o anel! — Exclamei.
— O noivado é um presente para mim, baby. Acredite. Aqui. —
Entregou-me a caixa. Brincos de diamantes de dois quilates brilharam diante
de mim.
— É lindo, Dashier. — Sussurrei, feliz.
— Fico feliz que tenha gostado. — Seus lábios vieram até os meus.
— Feliz Natal, Cupcake.
— Feliz Natal, Danish. — Então eu gritei. — Feliz Natal, Macaron!
— Feliz Natal, Cupcake! — Ouvimos ecoar pelo corredor.
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TRINTA E TRÊS
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direito?
— Mas eu terei um casamento com tudo o que tenho direito, pode
apostar seu dinheiro nisso, querido. Ele só não precisa ser um circo. —
Pisquei para ele, que sorriu para mim.
— Estou feliz em “apostar” meu dinheiro nisto, baby. — Dash sorriu,
empolgado.
Hazel exclamou um palavrão em seu quarto, interrompendo nossa
conversa.
— Ele não está conseguindo passar de uma fase no videogame. Mas
não deveria falar palavrão. Vou falar com ele... — Ele se moveu para ir até o
quarto do filho, mas eu o parei.
— Ele não costuma falar palavrão. Deixe-o, provavelmente ele nem
percebeu que disse. E merda não é realmente palavrão. Nós falamos
palavrões o tempo todo.
— Baby, somos adultos. E ...
— E ele é um garoto extremamente educado, Dash. Ele não sai
falando por aí. — Expliquei. — Ele se alterou com um jogo, deixe que ele
extravase. Não crie um robô. E palavrões são supervalorizados. Só são
palavrões porque a sociedade acha que devem ser. — Ele continuava me
olhando com uma expressão que eu não conseguia decifrar. — Não precisa
apoiar, mas acho que você deveria escolher suas batalhas. Se ele continuar,
então, sim, podemos conversar com ele... — Eu parei de repente, percebendo
o que eu estava fazendo. — Desculpe. Eu não deveria estar me metendo.
O sorriso de Dashier cresceu. Suas mãos pegaram meu rosto, e ele se
aproximou o máximo que podia sem que seus lábios tocassem os meus. Seus
olhos brilhavam em admiração para mim.
— Você deveria fazer o que você quer, sempre que quiser, baby.
Você está aqui agora, somos uma família. — Eu sorri e beijei seus lábios.
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Ele sabia como escolher suas músicas. The Jack, de AC/DC, começou a
tocar, e eu liguei a pequena lanterna, mirando a meio metro de distância de
mim, focando o chão. Andei no ritmo da música, seguindo para onde eu
levava a luz. Meus saltos batiam no piso com força, anunciando a minha
chegada.
Subi no deque elevado da piscina e me posicionei no meio do cenário,
derrubando o robe no chão. Eu conseguia ver os olhos sombrios e brilhantes
de excitação de Dashier. Ele era esperto, logo entendeu o meu objetivo, se
mexeu no futton e se colocou confortavelmente enquanto eu começava a
dançar, iluminando partes do meu corpo com a lanterna. Mexendo meus
quadris, comecei iluminando minha mão direita e desci pelo meu braço,
trocando para a outra mão e repetindo o mesmo gesto.
Desci pelos meus seios, os iluminando rapidamente e passando pela
barriga até chegar em minhas pernas e fazer o mesmo. Quando a pequena
lanterna subiu novamente, era hora de tirar a primeira peça. Rebolei meus
quadris e virei de costas, tirando a peça e deixando cair no chão. Juntei meus
cabelos e posicionei a luz da lanterna em minhas costas enquanto abria
minhas pernas e me abaixava até quase encostar minha bunda no chão. Ao
voltar, mantive meu traseiro empinado em sua direção enquanto iluminava ao
longe da minha coluna, logo soltando meus cabelos e voltando a iluminar
minhas pernas novamente, sem perder a batida da música. Então comecei a
brincar com a tira da minha calcinha indecente com meus dedos, puxando o
elástico enquanto com a outra mão iluminava o ponto em que brincava.
Parei, me virando para Dashier, e atirei a lanterna em sua direção. Ele
entendeu perfeitamente o que eu queria e passou a iluminar o meu corpo
enquanto eu me virava de costas novamente e abaixava minha pequena
calcinha. Sobraram apenas minhas meias 7/8 e os saltos, mas eu pretendia
brincar com ele exatamente assim. Dolorida e molhada, eu caminhei até ele e
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parei entre suas pernas, Dash tinha o rosto sério e os olhos selvagens.
— Posso tocar? — Perguntou com a sua voz rouca de desejo. Maneei
a cabeça em negação e me ajoelhei na frente dele. Sem tirar meus olhos dos
seus, eu abri o botão do seu jeans, puxei suas calças e cuecas boxer e depois
tirei sua camisa. Quando ele largou a lanterna ao seu lado, eu a peguei
novamente e coloquei em sua mão, mirando em minha direção enquanto
abria minha boca e colocava a ponta de seu pau dentro dela. Seus olhos
tremularam para fechar, mas ele resistiu.
Lambi todo o seu comprimento antes de envolvê-lo completamente
com minha boca e chupá-lo com força.
— Quinn! — Exclamou, levantando sua bunda sexy, fazendo com
que fosse mais fundo em minha garganta. — Deus! Que boca perfeita, baby.
Sua mão livre entrou nas mechas dos meus cabelos e segurou um
punhado com força enquanto eu subia e descia minha boca em seu pau
delicioso. Eu podia sentir minha excitação se acumulando entre minhas
pernas a medida que seus gemidos roucos enchiam o local.
— Pare, ou eu vou gozar em sua boca, baby.
Eu não queria que ele gozasse antes de mim, então obedeci e parei de
chupá-lo. Levantei e me sentei em cima dele, roçando nossos sexos. Dash
deixou a lanterna de lado novamente e desta vez eu também a dispensei. Eu
me movimentei para frente e para trás e deixei seu pau deslizar por meu sexo
até que ele encontrasse minha entrada quente. Deslizei para baixo com força,
rapidamente fazendo meu noivo chiar.
Ele estava com tensão, e eu também. Então por que continuar com a
tortura? Deslizei em seu membro com força, para cima e para baixo,
deixando nossos gemidos ecoarem cada vez mais alto. Os dedos dele se
apertaram em meus quadris enquanto eu segurava a sua cabeça contra meu
seio, o fazendo chupar com força. Meus soluços de tesão estavam cada vez
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mais altos, e quando não aguentei mais, me esfreguei com força em Dash.
Entendendo o que eu queria, suas mãos passaram a ditar o ritmo frenético e
duro dos meus quadris. Gozamos juntos, sentindo nossos corpos suados,
lustrosos, a atmosfera quente e pesada da calefação se misturava com o
cheiro de suor.
— Se eu não tivesse pedido você em casamento, pediria agora
mesmo. — Ele afirmou, me fazendo rir e beijá-lo, o gosto de suor estava
salgado em nossos lábios.
— Segundo round na piscina? — Perguntei, rindo.
— Agora, Cupcake. — Ainda conectados, Dash se levantou comigo
presa nele, caminhou até a piscina e pulou, nos mergulhando na água quente
pelo aquecimento.
Quando voltamos a superfície, rimos e nos beijamos antes de começar
novamente a nos amar feito loucos.
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TRINTA E QUATRO
— Você saiu da cama sem me dar bom dia. — Suas mãos circularam
minha cintura, e seu nariz foi direto para o meu pescoço, sua barba pinicou
meu ombro, fazendo cócegas.
— Você estava dormindo tão bem, que não quis acordá-lo. — Gemi
minha resposta.
— Depois do que aconteceu ontem, você pode me culpar por
desmaiar na cama? — Eu ri. Sim, nossa aventura no futton e na piscina foi
um pouco cansativa, mas deliciosa também.
— Se é isso que terei que fazer para você não escapar da cama com
pesadelos e malhar até a morte, então terei que buscar novas coreografias
para strip.
— Obrigado, você estava linda. Sexy e diabólica. — Seu tom era
irreverente, mas eu podia sentir a mínima tensão que passou pelo seu corpo
quando falei sobre dormir à noite toda.
— Bom dia, papai. Bom dia, Quinn! — Ouvimos Hazel andando até a
bancada e escalando o banco para se sentar. — Uou! Sempre teremos coisas
deliciosas para o café da manhã?
Eu estava um pouco empolgada demais nos últimos dias, a felicidade
de estar morando com os meus meninos me fez um pouco caseira demais.
Todos os dias, o café da manhã era um banquete. Muffins, panquecas, frutas
picadas, waffles, bacon, ovos. Eu fazia em pouca quantidade, mas sempre
fazia. E Dashier simplesmente tinha todos os tipos de máquinas para fazer
essas coisas. Era como se ele tivesse o seu próprio setor de eletrodomésticos.
— Pelo menos até as aulas voltarem, campeão. — Respondi,
deixando meu noivo para trás e levando o leite para a bancada.
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terraço e fiquei lá, assistindo aos fogos de artificio. Este ano estarei em um
camarote.
Os olhos de Dashier tomaram um foco diferente.
— Sim, nós realmente não falamos mais sobre isso. É algo que
precisamos discutir. — Ele disse seriamente para mim. — Onde fica esse
local? Qual é o valor dele, afinal?
— É o único prédio à venda duas quadras depois da Bakery. Eu não
quero falar sobre o quanto ele custa, mas, sim, tem muitas coisas que não
discutimos e precisamos, baby. — Seu olhar era triste quando eu soltei
minhas palavras nele, sem nenhum cuidado. Engoli em seco e olhei para ele.
Realmente não sabia de onde tinha vindo aquela enxurrada de palavras. Ele
queria falar do meu sonho, e eu trouxe à tona o seu pior pesadelo. Foi injusto.
— Desculpa. — Murmurei para que apenas ele ouvisse. Dash apenas assentiu
e tomou o seu café enquanto eu remexia a minha comida, me sentindo
completamente idiota por ter falado aquilo.
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TRINTA E CINCO
DASHIER
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comigo. Estávamos cada vez mais unidos, nos reconhecendo como pai e
filho, e isso era muito mais do que eu poderia esperar. Demorou tão pouco
tempo...
Lembrei-me do dia em que eu fui buscá-lo. Ele se manteve firme nos
braços de Leslie, mas após algumas palavras dela em seu ouvido, ele assentiu
e desceu do seu colo, abraçou Bernard, que sequer desviou os seus olhos
furiosos de mim, e depois veio para mim. Sua pequena mão pegou na minha,
e ele sorriu timidamente.
Estávamos nos encontrando sem supervisão havia seis meses antes de
finalmente o juiz permitir que eu pudesse levá-lo comigo. Nós brincávamos,
eu o levava nos melhores parques e lojas de brinquedos e o estragava. Dava
tudo o que ele queria apenas para ter o seu sorriso. Ele gostava de mim, mas
não me amava. Quando fomos para casa e mostrei a ele seu quarto,
educadamente ele agradeceu e se sentou em sua cama, analisando o local.
Meu filho não parecia uma criança, não agia como uma, mas ele estava
disposto. Mesmo com o seu avô o envenenando contra mim, ele ainda estava
me dando uma chance.
Quinn estava certa, Hazel precisava de auxilio psicológico. Ele fazia
acompanhamento com psicólogo quando veio para casa, e quando o
matriculei, ele tinha acompanhamento psicopedagógico na escola. Então
pensei que seria o suficiente, mas eu deveria saber que não era, ele precisava
de atenção apenas para ele.
A culpa novamente me tomou.
Será que o melhor para ele era ficar com Leslie e Bernard?
Não. Eu não podia pensar assim. Leslie me disse para não pensar
assim.
Gostaria de entender por que ela era boa para mim depois de tudo. Por
que ela não me odiava como Bernard?
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TRINTA E SEIS
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um show com a sua língua enquanto dizia o nome da mulher, que quando
percebi, estava atenta demais ao meu noivo. — Kat, esse é Dashier, meu
melhor amigo e meu chefe. — Piscou para Dashier, que revirou os olhos para
ele. — E esta bela garota aqui é Quinn, noiva de Dashier, — É um prazer. —
Katrina parecia ter propositalmente ignorado a parte em que Andy me
apresentava como noiva de Dashier, seus olhares provocantes para o meu
noivo quase me fizeram rir dela, quase.
Eu não queria fazer o tipo ciumenta, principalmente depois de Dashier
ter se mostrado tão confiante na noite em que dispensou Kevin do nosso pé.
Mas era uma questão de respeito, ela deveria ser esperta e não continuar
encarando o meu noivo na cara de seu acompanhante e na minha cara.
Dashier lhe cumprimentou educadamente e se voltou para mim.
— Quer beber algo, querida? — Apontou para a champanheira
próxima a nós, meus olhos fugiram rapidamente para saber onde Haze estava,
e quando vi que estava com Andy, relaxei e voltei minha atenção para
Dashier.
— Agua com gás. — Respondi.
— É ano-novo, você não precisa se privar de álcool por mim. Andy
não faz isso, eu consigo me segurar tranquilamente.
Eu sabia que sim, mas eu não me sentia bem bebendo perto dele.
— Eu não sinto falta, baby. — Levantei minha mão e toquei seu
rosto. Ele sorriu e se aproximou, beijando os meus lábios. Olhei novamente
para Hazel para saber se ele estava por perto.
— Eu fico feliz quando vejo você zelosa por ele. — Ele abriu meu
casaco e enfiou suas mãos por dentro, circulando a minha cintura. — Assim
está quase melhor. — Interrompeu seu raciocínio. Seu tom era rouco. Seus
dedos apertaram a minha cintura com um pouco mais de força, me fazendo
sorrir e sentir as sensações que ele sempre causava em mim. Seus lábios
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incomodada com a sua falta de respeito. Como eu disse: uma palavra minha,
e você será convidada a assistir ao show com o pessoal lá embaixo.
Katrina se afastou sem me dar qualquer resposta e por isso respirei
aliviada. Eu não queria uma cena ali, tampouco estragar a noite. Não muito
depois, Haze entrou correndo e jogou-se em meus braços.
— Quinn, papai disse que falta pouco para vermos a bola. — Olhei
para o enorme relógio da Times Square e sorri, percebendo que faltavam dez
minutos para a contagem e para o início do show. — Estou animado! — Seus
olhinhos brilhavam em excitação.
— Eu também, querido. — Mantive Hazel em meu colo enquanto
Dashier e Andy conversavam seriamente, um pouco mais distante. Entretanto
não pareciam muito empenhados em esconder o que estavam falando.
— Eu conversei com Haze, ele não vai contar. Também vou tentar
mantê-lo longe de Bernard, mas estou pensando em abrir o jogo com Leslie.
— Não entendo o que ela ainda faz com aquele homem. — Andy
bufou.
— Nem sempre ele foi assim, ele está ferido. — Dashier justificou
pelo homem. — Eu consigo entender seu ódio por mim.
— Dash, pare. — Andreas ordenou. — Já falamos sobre isso.
— Enfim, ele está passando dos limites com Hazel. As coisas que ele
falou para o menino... Ele disse que eu o largaria por Quinn quando passou
algumas semanas com eles em setembro, Andy. E ontem ele contou a Quinn
que Bernard disse que Vicki foi embora porque eu a machuquei. Ele está
minando a cabeça do meu filho. E eu não quero que ele se aproxime de
Quinn também.
— E você acha que Leslie pode convencê-lo? — O amigo perguntou,
interessado.
— Eu acho que ela pode tentar acalmá-lo. Lembrá-lo de que o
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psiquiatra e o juiz comprovaram que eu não sou uma ameaça para meu filho,
que eu não vou ter uma recaída. Eu nem sei o que é recaída, Andreas. Eu
nunca tive uma. Eu simplesmente fui ao fundo do poço, estraguei tudo e fui
internado. Por pouco, preso.
Preso?
Dashier quase foi preso?
— Mas não foi. E se fosse, não ficaria. Você sabe. — Andreas
respondeu, irritado com Dashier.
— O fato é que eu preciso abrir o jogo com Quinn. — Ambos se
moveram e olharam em minha direção, e eu desviei para o público,
conversando com Hazel. — Ela precisa saber de tudo.
— Concordo. Mas não é hora para isso, amigo. A contagem vai
começar em breve. Que tal nos encontrarmos amanhã para conversar? Papo
de homem. — Andy bateu no ombro de Dashier como incentivo. Eu me
sentia aliviada por ele ter com quem conversar, mas também me senti
excluída por não saber de tudo. Eu entendia e respeitava os motivos de
Dashier, mas não podia evitar ficar um pouco magoada, especialmente depois
do que eu havia escutado naquele momento.
Mas eu não me abateria, aquele momento era para festejar.
— Amanhã é aniversário da Quinn. E eu pretendo passar cada
segundo do dia mimando ela. — Revelou meu noivo, fazendo meu coração se
aquecer.
Uma explosão veio, e a contagem de vinte segundos começou. Eu
virei para os homens, que se aproximaram. Katrina já não era um furacão,
estava parada em um canto com um sorriso amarelo, tentando manter o pouco
de dignidade que lhe restava. Andy e Dash se aproximaram, e Dash me
abraçou enquanto eu continuava sustentando Haze nos meus braços
firmemente, embora ele estivesse pesando demais. Mas eu não queria largá-
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lo. Eu queria estar grudada na minha família no momento em que o ano novo
chegasse. E foi assim que aconteceu.
Quando a bola finalmente desceu, a voz de P!nk gritou “Feliz ano-
novo, Times Square”. Hazel saltou em meu colo desejando o mesmo. Olhei
para Dashier, que me fitava com seus olhos brilhantes, fixos nos meus.
— Feliz ano-novo, Cupcake. — Suas palavras eram carregadas de
emoção. — E feliz aniversário.
— Feliz ano-novo. — Repeti para ele, com um sorriso satisfeito.
— Eu amo você. Acredite. Eu amo. — Ele reafirmou, fazendo com
que eu me emocionasse.
— Eu acredito. E você precisa acreditar que meu amor por você é o
que me manterá ao seu lado.
Seu sorriso era triste, mas ele assentiu e beijou meus lábios
calmamente até que as mãozinhas de Hazel nos separaram.
— Tenho algo para você. — Dash tirou um pequeno saco de veludo
negro do bolso interno do seu sobretudo e o abriu. Meus braços continuavam
ocupados, segurando Haze, então ele tirou uma joia, parecia ser uma
gargantilha e a pendurou em seus dedos.
Um pequeno cupcake dourado pendia em um cordão fino e delicado.
Olhei para ele e sorri.
— É lindo! Obrigada. — Eu me aproximei, beijando os seus lábios, e
deixei que ele colocasse a joia em mim em seguida.
— Feliz Ano-Novo, papai!! — Gritou Haze, finalmente dispersando
do grande show de fotos. — Feliz Ano-Novo... — Começou, mas então
parou, pensativo. — Posso te chamar de mamãe?
Eu perdi o ar.
Dizer que nunca acreditei em destino, planos de Deus, outras vidas
seria mentira. Eu não teorizava ou pensava muito sobre o assunto para
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falou.
— Muitas vidas. — Peguei em sua mão e apertei.
— Sim, muitas vidas.
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fechei meus olhos e desabotoei botão por botão para ele. Nesse momento,
ouvi a primeira nota falhar e abri meus olhos rapidamente. Seus olhos
estavam em mim seus lábios estavam entreabertos enquanto suas mãos se
mantinham tocando sem parar.
— Venha aqui, baby. — Ordenou e assim eu fiz.
Caminhei os poucos centímetros que nos separavam, e uma de suas
mãos parou de tocar e me puxou para o seu colo, fazendo com que eu me
sentasse de frente para ele, colando meu corpo no seu. Nossos lábios
imediatamente se juntaram também. Concentrado e sem desviar seu olhar do
meu, Dashier me beijou e tocou a nossa trilha sonora ao mesmo tempo.
Minhas mãos foram para o seu rosto e acariciaram a sua barba enquanto
analisava a tempestade de emoções que passavam em seus olhos. De repente,
as notas ficaram mais baixas até que o silêncio, exceto pelos barulhos do
nosso beijo e respiração, tomou conta do lugar. Éramos apenas nós dois. Suas
mãos delicadamente tiraram a minha camiseta e acariciaram meus braços,
subindo até o meu pescoço. Seus dedos acariciaram minha pele como se fosse
a coisa mais preciosa que existisse no mundo.
— Eu nunca vou me cansar de você. Eu te amo tanto, Quinn...
Tanto... — Ele engoliu e continuou olhando para mim como se fosse a última
vez.
Ao me puxar para ele, tomou meus lábios, me calando e fazendo o
meu coração disparar e gritar dentro de mim. Senti como se literalmente fosse
explodir.
Levantando-se do banco em frente ao piano, ele me levou firmemente
em seu colo para o nosso quarto, me deitou na cama e tirou seus jeans e
camisa em seguida, deitando o seu corpo sobre meu. Seus lábios me beijaram
por inteira, cada centímetro da minha pele, causando arrepios, gemidos e
lágrimas. Quando seu corpo se fundiu com o meu, foi lento, carinhoso e
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TRINTA E SETE
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não minasse a cabeça do menino com o seu veneno e que Hazel deixasse
escapar qualquer informação sobre o nosso noivado. Não poderíamos levar
aquela situação adiante por muito mais tempo. Não deveríamos esconder
nosso noivado, poderia ser pior. Havia uma chance de virarmos tudo aquilo
contra nós.
Hazel estava mais feliz do que nunca. Fazia questão de me chamar de
mamãe, mas, às vezes, ainda escorregava me chamando de Quinn ou
Cupcake. Logo o tranquilizei, dizendo que não tinha problema, que quando
amamos, não importa o nome, apenas o que temos em nosso coração, e que
ele sempre poderia me dizer o que havia em seu coração.
Então, em uma noite na segunda semana de janeiro, estávamos
guardando os seus brinquedos para que fosse para cama, quando ele disse: —
Mamãe? — Chamou enquanto guardava um livro em sua estante, sem me
olhar. — Tenho algo em meu coração e gostaria de compartilhar. — Eu quase
ri de como ele era parecido com Dashier. Como ele falava de seus
sentimentos fazendo algo completamente displicente. Como se não fosse
grande coisa.
— Sim, baby. O que é? — Eu me sentei no chão e parei tudo o que
estava fazendo para ele saber que minha atenção era apenas dele naquele
momento. Eu não sabia de onde vinha tanta facilidade em meus atos como
mãe. Não havia gerado aquele menino, sequer tive tempo para me preparar
para a sua aparição, no entanto, eu sabia exatamente como agir em cada
situação. Era assustador, realmente.
— Quero apresentar você aos meus amigos da escola, mas estou com
medo. — Disse, olhando para um bonequinho do Mestre Yoda de sua
coleção.
— Me apresentar? Há algum evento na escola?
— Sim, é a minha vez de apresentar algo que eu goste muito. E eu
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gosto muito de você, mamãe. Mas meus amigos riram quando eu disse que
levaria você.
— E você está com medo de parecer bobo? — Perguntei, tentando
entender a sua cabecinha. Ele assentiu, mas nada disse. — Então eu acho que
teremos que preparar uma apresentação muito legal, então eles ficarão todos
impressionados comigo e com você. O que você acha?
Haze andou em minha direção e sorriu antes de me abraçar.
— Obrigada, Quinn... Mamãe. — Logo se desculpou.
Quando contei essa história para minha mãe, em nosso encontro
semanal na Upper Bakery, seu olhar era preocupado.
— Querida, eu sei que o que está acontecendo com você e Dashier é
arrebatador, sei que vocês estão completamente apaixonados, mas não estarei
fazendo o meu papel de mãe se não perguntar a você: as coisas não estão
sendo rápidas demais? Vocês não estão preocupados com Hazel?
— Hazel é nossa prioridade, mamãe. — Respondi, com firmeza.
— Sim, mas morar com Dashier depois de alguns meses de
relacionamento, com todos os poréns da vida dele... — Seu tom continuava
sendo doce. Senti que ela não estava me condenando, apenas cuidando de
mim.
— Estamos apaixonados, mas não tomamos essas decisões no
impulso, mãe. Acredite quando eu digo que todas as nossas decisões foram
muito pensadas. E decidimos que queremos ficar juntos. Dashier passou por
muito e não quer colocar a sua vida em espera. E Hazel, mamãe... —
Suspirei, tentando encontrar as palavras para lhe explicar. — Você não
acreditaria se eu dissesse que é algo de outra vida.
— Um encontro de almas? — Ela sorriu, e seus olhos brilharam,
marejando.
— Mãe?
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— Eu estou sendo apenas hipócrita, querida. Noivei com seu pai com
quatro meses de namoro e, com seis meses, eu estava casada, mas era uma
época diferente, e eu não quero que você sofra. — Eu sabia da história, é
claro, apenas não levantei o cartão do “você não tem moral”, porque eu não
era assim. Eu não costumava julgar.
— É claro que você sabia e não jogaria isso na minha cara. Você é
assim. — Mamãe disse, parecendo estar em sintonia com os meus
pensamentos. Fungou, pegando o guardanapo de papel e limpou os olhos e
enxugou o nariz. — É uma das coisas que Dashier mais ama em você.
— Ele disse isso? — Perguntei, animada. Sabia que havia pedido a
minha mão para meus pais, mas ele nunca disse realmente o que haviam
conversado.
— Oh, sim, querida. Ele listou os motivos pelos quais queria passar o
resto da vida com você, e o principal é que você acreditava nele. Que o
amava sem julgar. E Quinn? — Suas mãos pegaram as minhas por cima da
mesa. — Se terminar, não foi porque não deu certo. Dará certo pelo tempo
que vocês se amarem, e embora eu esteja preocupada com os seus corações,
acho que eu estaria muito mais preocupada com o seu sofrimento se você não
tentasse. Apenas, cuide-se, cuide de você e deles também.
Suas palavras me emocionaram. Devolvi o aperto de suas mãos e
funguei, tentando evitar as lágrimas. Claro que não consegui.
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TRINTA E OITO
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— Desculpe.
— Não há motivos para se desculpar. E, Dashier, ele não pode entrar
com um pedido de guarda baseado nisto.
— Não é por isso. — Ele olhou para as suas mãos. Olhei também e
percebi o que havia acontecido. Os nós inchados e vermelhos de seus dedos.
— Eu fiquei furioso pelas coisas que ele disse de você e o agredi.
— Deus! — Soltei junto com minha respiração. — Quão ruim?
Dashier fechou seus olhos e levou as mãos na cabeça, derrotado com
a minha pergunta. Envergonhado pela resposta que me daria.
— Seu nariz e boca estavam sangrando bastante quando ele conseguiu
dizer que estava abrindo um pedido de revogação da minha guarda provisória
de Hazel e que pediria a guarda para ele e Leslie.
Respirei fundo, tirando da minha cabeça a ideia de não ter Hazel
conosco.
— Você já ligou para Nate? — Ele assentiu.
— Liguei no momento em que Bernard deixou minha sala, escoltado
por seguranças. Mais tarde, quando eu estava voltando para a casa, Leslie me
ligou, avisando que Bernard estava indo a delegacia registrar uma ocorrência
contra mim. Ele precisa de provas, afinal de contas. Foi quando eu realmente
senti como... — Seus olhos se encheram de lágrimas. — Como se meu filho
estivesse escorrendo entre meus dedos.
Caminhei em sua direção e o abracei.
— Tudo dará certo. Nós vamos resolver isso.
— Estou com medo, Quinn. — Ele se agarrou a mim com tanta força,
que fiquei com medo de ser quebrada por um momento.
— Nós resolveremos, resolveremos isso, Dashier. Ninguém tirará
nosso menino de nós.
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suspiro longo, fechei meus olhos e aguarde por Dashier. Não demorou muito
tempo para ele me procurar. Quando finalmente senti sua presença, abri meus
olhos e me deparei com ele encostado na porta do banheiro, seus grossos
braços estavam cruzados e sua cabeça descansava no batente da porta.
Olheiras profundas apareceram rapidamente embaixo de seus olhos, e seu
rosto continuava inchado, mesmo assim ele conseguia tirar o meu fôlego.
— Vem tomar banho comigo. — Abri meus braços enquanto
convidava. Seus olhos não deixaram os meus enquanto ele se despia sem
dizer nada. Seu corpo musculoso e bem desenhado me deixaria com água na
boca se não fosse a situação em que nos encontrávamos. Não era hora para
prazer. Era momento de relaxarmos e nos apoiarmos um no outro.
O dia seguinte seria outro dia.
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pedaço de bolo. E faz um tempão, mas eu até lembro do gosto que tinha. —
Eu ri, olhando para ele e depois para os amiguinhos dele. — Ela me salvou de
levar uma bronca do meu pai também. — Eu gargalhei e olhei para Dashier,
que ria também. — Mamãe também joga videogame comigo e é muito ruim,
mas ela está sempre por perto, e é divertida. Eu amo a mamãe porque ela faz
meu pai sorrir e tocar piano e me ensinar a tocar também. — Todos ficamos
em silêncio, esperando o menino terminar, mas ele se manteve mudo até que
falou: — Fim.
O professor puxou as palmas para a turma e que seguiu aplaudindo
Hazel. Quando cessou, uma menina levantou a mão, e eu sabia quem era.
Sorri para Melanie Hillis, a menina de quem Hazel havia falado há algum
tempo. Ele tinha razão, ela era linda em sua pele marrom e cabelo black
power com um grande laço quadriculado preso a ele.
— Sim, Melanie. — O professor liberou.
— Você tem razão, Hazel, ela parece uma princesa.
Hazel assentiu, orgulhoso, e sorriu.
As perguntas direcionadas a mim eram as mais fofas possíveis. Desde
se eu era realmente uma princesa, até a dúvida de como eu era mãe de Hazel,
já que ele e seu pai me conheceram no mesmo momento. A inteligência
absurda, pelo visto, não era uma exclusividade de Hazel: todos eram
perspicazes.
Respondi mais algumas perguntas e contei uma história de quando eu
era menina e aprendi a fazer a receita dos cupcakes que eles estavam
comendo, deixando Hazel animado e Dashier me analisando com um sorriso
bobo. Seus olhos ainda eram tristes, mas eu podia ver que ele estava mais
relaxado. Talvez tudo tenha dado certo. Quando finalmente o sinal tocou, eu
relaxei e abracei Haze.
— Obrigado, mamãe! — Hazel pulou, me abraçando. Peguei ele no
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colo e o encaixei em meu quadril, andando com ele para fora do prédio. Senti
a mão de Dashier em minhas costas. Olhei para ele, que aproximou sua
cabeça da do filho, e sussurrou: — Eu te amo, Hazel.
Haze levantou a cabeça e sorriu para o pai.
— Eu também amo você, papai.
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TRINTE E NOVE
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e não deve estar aqui. Faça isso, ou eu chamarei a polícia agora para dar
queixa contra você. E você pode dar adeus a Hazel.
Hazel tremia em meus braços, encolhido ao ouvir a raiva na voz do
avô.
— Mamãe? — Sussurrou baixinho, me chamando.
— Vai ficar tudo bem. Vamos para o seu quarto, pequenino. — Eu
disse, andando em direção ao corredor.
— Eu disse para sair, vadia, isso é assunto de família! — Bernard
latiu, me fazendo travar no mesmo caminho.
Foi rápido. Dashier começou a andar na direção de Bernard, pronto
para agredir o homem, mas, de repente, Jimmy estava lá para segurar seu
chefe. Eu parei na frente de Dashier, tentando controlar o meu nervosismo.
Leslie segurava um braço de Bernard.
— Não. Fale. Dela. Assim! Nós vamos nos casar! — Dashier deu
informação demais. Ele precisava esfriar a cabeça.
— O quê? — Leslie soltou. — Vocês nem se conhecem...
— Que piada é essa? Você acha que eu vou deixar uma mulher
qualquer entrar na vida do meu neto? Ponha esta mulher para fora, ou eu
chamo a polícia. — Vociferou o homem.
Hazel continuava quieto, tremendo em meus braços enquanto eu
tentava fazer Dashier olhar para mim. Eu sabia o que Bernard Sanders estava
fazendo. Ele desejava medir força. Ele estava subjugando Dashier, o
lembrando quem tinha o poder ali. E eu não poderia ser o pivô daquilo. Não
poderia.
— Dashier, olhe para mim. — Pedi, baixo, seus olhos miraram
intensamente os meus. — Eu vou deixar Hazel em seu quarto e vou para
minha casa.
— Não, mamãe! — Hazel pediu rapidamente, sua voz estava trêmula.
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agarrou em mim, chorando enquanto pedia: — Por favor, não vá. Você não
vai voltar.
— Oh, eu vou! Eu prometo. Prometo que voltarei. — Repeti para o
menino. — Agora eu preciso que você seja corajoso, e fique aqui com Sylv,
ok?
Haze assentiu, mas eu podia ver o desespero em seus olhos. Olhei
para Sylv, e ela entendeu o que eu queria que ela fizesse.
— Haze, o que você acha de assistirmos aquele filme de vilões que
seu pai nunca deixa você assistir? — Hazel demorou para desviar o seu olhar
do meu. Eu tinha que dar crédito ao garoto, ele era maduro demais, mas
mesmo com alguma maturidade, ele não resistiu à proposta de Sylvia.
Dashier não o deixava ver filmes de terror, por mais que ele pedisse, então o
seu lado criança curiosa acabou ganhando da sua preocupação. Assentindo,
ele me deixou ir e se ajeitou na cama enquanto Sylv pegava o tablet e pareava
o filme com a enorme televisão.
Respirando fundo e um pouco, bem pouco, mais aliviada, eu saí do
quarto e fechei a porta atrás de mim, sendo atravessada com as palavras de
ódio sendo trocadas entre Dashier e Bernard.
— Que bem você acha que vai fazer a Hazel? Você fala barbaridades
para meu filho, acha que tem direitos sobre ele mesmo depois de eu ter
provado à justiça que sou capaz de ficar com e...
— Capaz? Você traz uma qualquer para dentro da sua casa, decide se
casar com ela, faz com que meu neto a chame de mãe e acha que isso é
saudável. — Bernard argumentou.
— Francamente, Dashier, você sabe como me sinto sobre a situação,
sabe que vivo em guerra com meu marido por sua causa, mas você passou
dos limites...
— Leslie, não é assim! — Exclamou meu noivo.
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tentando me controlar. Quando ele abriu, eu vi. Eu vi, mas queria não ter
visto.
— É verdade? — Perguntei mesmo sabendo a resposta.
— Quinn... — Ele respondeu com pesar e dor.
— É verdade, Dashier? — Perguntei novamente.
— Sim. — Seus olhos se encheram de lágrimas quando saiu a
resposta de sua boca. — Mas não da forma como ele está dizendo. Eu apenas
preciso...
Fechei meus olhos para não ver a sua reação quando me afastei. Dei
um passo para trás e me virei para a porta andando sem olhar para trás.
— Quinn...
Ouvi ele chamar, o tom sofrido e implorativo dele quase me fez
voltar. Um sussurro dolorido, me pedindo algo que eu não sabia o que era.
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QUARENTA
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lado, sabia que seus pesadelos, terapia, medos infinitos de sucumbir ao vício,
somados as palavras de Andy na noite de ano novo, eram a prova de que
Dashier não teria machucado Vicki intencionalmente.
Andy.
Pegando meu telefone cliquei em seu nome rapidamente. Ele atendeu
após algumas chamadas.
— Quinn! — Exclamou animado, como ele sempre era.
— Andy, preciso de ajuda. — Procurei forças para manter minha voz
tranquila, mas era impossível. Minhas lágrimas caíram a medida em que
soluçava. As portas do elevador se abriram e eu saí rapidamente do elevador
e parei no hall do prédio.
— Quinn? O que aconteceu? É o Dashier? Fale comigo! — A voz
dele estava desesperada.
— Ele matou ela? Matou, Andreas?
— Merda! — Foi a sua resposta.
— Matou? — Meu questionamento saiu alterado. Alto e estridente.
— Não Quinn! Ele não matou, ele acredita nisso, mas ele não matou.
Onde você está? Eu vou até você. Onde está ele? Ele está bem?
— Ele está na cobertura, com Bernard. Jimmy está lá também.
— Jimmy está com ele. — Seu tom era aliviado quando disse isso. —
Menos mal. Bernard... ugh! — Resmungou. — Eu vou até você.
— Não, eu só precisava de algum alívio. Saber disso.
— Você não sabe de tudo. — Constatou.
— Não. — Confirmei limpando as lágrimas em meu rosto com a
minha mão livre. — Eu precisava de uma esperança.
— Quinn, não desista dele. Ele é um bom homem, fez escolhas
erradas, e pagou por isso. Mas ele não é perigoso, ele não é um criminoso.
— Você não está mentindo para mim, está? Por favor, Andy. —
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Implorei enquanto sussurrava para ele. — Por favor, não minta para mim. Eu
amo ele, eu preciso que você esteja me dizendo a verdade.
Ele poderia mentir pelo amigo, mas eu precisava daquilo, eu
precisava juntar a sua declaração junto com todas as lembranças que eu tinha
de Dashier. Precisava de esperança para que eu tivesse ao menos coragem
para encarar meu noivo quando ele me contasse tudo.
— Eu estou. Prometo. Deixe que eu vá busca-la, Quinn.
— Não. Eu estou bem. Apenas fique atento para ajudar Dashier.
— Tudo bem. — Sua voz era tão tensa e triste. — Por favor, Quinn,
não desista. Será devastador para ele.
— Tchau, Andy. Obrigada. — Respondi e logo desliguei.
Era difícil chamar a voz da razão em um momento em que eu apenas
queria chorar e gritar para que ele me dissesse tudo de uma vez, mas Hazel
estava envolvido e tinha prioridade em tudo. Mais uma vez eu precisava me
recompor, depois eu lidaria com a minha dor.
Respirando fundo, me preparei para outra chamada.
— Senhorita...
— Não diga o meu nome, vai preocupar Dashier. — Interrompi
Jimmy antes que ele terminasse.
— Eles estão no escritório, senhorita. — Fechei meus olhos,
relaxando minimamente.
— Estão mais calmos? — Perguntei enquanto saía do Hall, andava
para a calçada e erguia minha mão para os táxis que passavam.
— Estão civilizados, senhorita. — Suspirei em alívio, já era alguma
coisa eles não gritarem quando Haze estava na casa.
— Tudo bem, Jimmy, apenas proteja-o. Por favor. — Minha voz
rachou um pouco. — E faça com que Dashier leia a mensagem que enviarei
para ele.
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DASHIER
Não!
Andei pelo quarto, olhando para ela, olhando para as paredes,
procurando eu não sabia o quê.
— Merda! Como isso foi acontecer? O que foi isso? Droga, Vicki!
Eu mal percebi o que estava fazendo quando peguei o telefone disquei
os números que eu há muito tempo ignorava quando ligava.
— Pai? Eu preciso de ajuda. — Implorei já chorando. Levando a mão
em meu nariz, tentando me livrar da breve coceira, percebi que estava
sangrando. — Eu matei alguém.
— Filho? Filho, acalme-se, conte o que aconteceu, eu estou a
caminho. — Meu pai prontamente disse. Peguei uma camiseta que estava
jogada em meu quarto e limpei meu nariz, que sangrava sem parar. Meu
coração estava disparado, e o desespero cada vez maior. — Dashier, fale
comigo. Dashier! — O corpo sem vida de Vicki foi a única coisa que eu vi
antes de apagar.
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pinta, ele não matou a sua filha, e ele acabou de me largar porque você impôs
a ele uma escolha que não precisava ser feita.
— Já chega! Saia da minha casa sua...
— Calado, Bernard! — Leslie gritou alto e de modo autoritário. — Eu
quero ouvir o que ela tem a dizer!
— Não na minha casa. — Bernard insistiu.
— Pois saia, esta é a minha casa também! Vicki era minha filha
também, e Hazel é meu neto também! — Eu queria gritar “Vai, Les!” para
aquela mulher, era como se ela tivesse acordado de um coma profundo. —
Agora sente-se. Deixe que ela diga o que precisa.
Nós nos sentamos, e eu respirei fundo antes de continuar: — Senhor e
senhora Sanders, eu sequer posso imaginar o que é perder um filho. — Engoli
em seco, me arrependendo de não ter aceitado nada de beber antes. — Eu de
fato só sei o que é ser mãe há pouco tempo...
— Você não é mãe... — Bernard tentou começar, os olhos tristes de
Leslie continuavam me olhando enquanto ela colocava a mão em seu braço
para que ele parasse de falar.
— Não importa o que vocês digam sobre isso. — Eu retruquei. — Eu
sou a mãe de Hazel. — Meus olhos turvaram com lágrimas assim que
lembrei do garotinho. — Eu de fato o amei primeiro, muito antes de amar
Dashier. Foi amor à primeira vista entre Hazel e eu. Aquele garotinho me deu
tantos sorrisos, tanto carinho e me encheu de ternura antes de me pedir para
amá-lo de volta, e eu sequer pude negar. — As lágrimas caíram e minha voz
quebrou. — Ele pediu ao Papai Noel que eu ficasse com ele e com seu pai, e
foi então que ele me pediu para me chamar de mamãe. Como você diz não
para uma criança que está implorando por algo que nunca teve? Não um
brinquedo, não um cãozinho, ele estava pedindo por uma família, ele estava
me fazendo querer coisas que eu nunca pensei antes...
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fora gerado. Então não estou pedindo para o senhor sorrir e abraçar Dashier
como um filho, ou mesmo gostar dele. Estou pedindo para o senhor dar para
sua filha a culpa que é dela tanto quanto o senhor vem dando a Dashier a
culpa dele.
Respirei fundo e funguei. Leslie levantou, pegando uma caixa de
lenço de papel da mesa ao lado da grande lareira ostentada na sala e me
ofereceu. Olhei para ela, que sorria ainda um pouco tensa, mas eu poderia
dizer que tinha quebrado uma barreira ali, ao menos com ela. Aceitei o lenço
e retirei meus óculos, limpando as lágrimas que escorriam.
Olhei para Bernard que agora tinha seu olhar para a pintura da filha,
eu quase podia ver as rodas girando em sua cabeça.
Eu me levantei. E fiquei de frente para Leslie, colocando meus óculos
novamente.
— Dashier terminou comigo, então eu realmente não sei se ainda
poderei ter contato com Hazel, mas gostaria de dizer à senhora que não queria
tomar o lugar da sua filha, apenas queria cuidar daquele menino e dar todo o
amor que ele merece. E mesmo eu não estando por perto, ele tem o amor
incondicional e a proteção de Dashier. Ele faz um trabalho incrível como pai
e merece estar com o filho dele.
Olhei para Bernard, que continuava com o olhar fixo na imagem da
filha.
— Quando o senhor disse que Vicki era diferente antes das drogas...
— ele desviou o seu olhar em minha direção. — O que o leva a pensar que
Dashier não era um bom rapaz antes das drogas? O que leva o senhor a ter
tanta certeza, depois de ele ter provado para os psicólogos e para a justiça que
tem plena capacidade de cuidar de Hazel, que ele não possa ficar com ele?
Tome para si a sua dor e a sua culpa, senhor, são quatro anos de sofrimento
pela perda da sua filha. Siga em frente. Perdoe Dashier e, principalmente,
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perdoe a si mesmo, Senhor Sanders. Nem sempre é possível ver o que está
acontecendo quando se está longe. Victoria tomou as suas próprias decisões,
siga em frente e pare de culpar Dashier. Tirar Hazel dele vai fazê-lo sofrer,
mas não vai trazer a sua filha de volta.
Eu deixei Bernard e Leslie e comecei a andar em direção a saída sem
olhar para trás.
— Quinn! — Ouvi a voz de Leslie e parei. Ao me virar, vi que ela
vinha em minha direção. — Espero que as coisas deem certo para você e
Dashier. E sobre Vicki... — Fungou, olhando para mim. — Dê a Hazel o
amor que ela não deu. Por favor. — Soluçou. Eu me aproximei e a abracei
com força. — Eu só estou cansada de tudo isso.
— Sinto muito por sua perda, Leslie. Por favor, me ajude, me ajude a
convencer Bernard a deixar Dashier e Hazel em paz. Juntos.
— Eu vou. — Ela fungou novamente enquanto colocava suas mãos
trêmulas em meu rosto. — Eu vou.
Saindo da casa dos Sanders, tudo o que eu pude fazer foi chorar
enquanto andava para a rua em busca de um táxi. As lágrimas caíam na
mesma intensidade em que os soluços rompiam por minha garganta.
Assim que cheguei na rua, estiquei a minha mão, chamando um táxi
que passava. Eu me senti aliviada por conseguir um rapidamente.
— Harlem, por favor. — Solicitei enquanto pegava meu telefone para
ver minhas mensagens.
Nada.
Ele não havia me ligado.
De repente, a insegurança me bateu. E se Dashier realmente pensasse
que não era o momento para estar comigo? E se ele quisesse realmente se
dedicar apenas ao filho?
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QUARENTA E QUATRO
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tentar fazer com que eles te deixassem em paz para viver com Hazel. Eles
precisam entender, assim como você, que a morte dela não foi culpa sua.
Dashier sorriu.
— Não foi. — Eu me senti aliviada quando vi em seus olhos que suas
palavras eram verdadeiras. Ele entendia, ele finalmente sabia que não
precisava mais carregar a culpa com ele. — Meu advogado está neste
momento indo fazer um acordo com Bernard, eu darei o quanto ele quiser. O
que ele quiser, se ele quiser minhas ações, minha empresa, tudo o que eu
tenho, eu dou a ele. Esta é a ordem. Mas não vou abrir mão de você ou de
nosso filho. Eu jamais farei você sofrer novamente, Cupcake.
Era surreal e quase cinematográfico que, em menos de vinte e quatro
horas, tanta coisa tivesse acontecido.
A voz do comandante saiu pelos autofalantes, nos informando que
estávamos liberados para desafivelar o cinto de segurança e circular na
aeronave. No momento em que ele disse isso, o comissário apareceu com um
grande sorriso.
— Você está dispensado por ora, amigo. — Meu noivo se levantou e
me pegou em seu colo, me levando em direção ao quarto pelo corredor
estreito. Quando meus pés travaram no corredor, eu gargalhei quando ele me
colocou no chão, mas logo me jogou em seu ombro para chegarmos onde
queria.
Assim que fui colocada na cama, fiquei séria, olhando em volta: mais
luxo. A cama poderia ser pequena, mas era extremamente confortável.
Avistei nossas malas em cima de uma bancada, e um pacote preto com
cabide, pendurado logo acima no suporte para toalhas.
— É o meu vestido de noiva? — Perguntei enquanto Dashier
começava a se despir. Sem tirar os olhos de mim, ele tirou a camiseta e
começou a desabotoar seu jeans.
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Eu estava no Le Sublim’s.
Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto uma senhora se
aproximava com um sorriso. Eu sequer conseguia prestar atenção no que ela
dizia. Apenas deixei que ela tirasse meu casaco e que o frio batesse em minha
pele exposta. Eu não me importava. As lembranças estavam me aquecendo o
suficiente.
Quando perguntei se ele tinha algum doce favorito e ele me pediu
uma sugestão. Eu disse a ele que sugeria macarons, os de Le Havre. Dashier
ouviu e compreendeu quão importante o Le Sublim’s era para mim. Ele não
só buscou macarons para mim, como, em um dia, organizou um casamento
lá. Não apenas para me agradar com algo extravagante, mas para me dizer
que faria qualquer coisa por mim.
Ele lembrou! De tudo! Caminhando até a porta, ouvi a pequena sineta
batendo. Glitter In The Air começou a tocar em algum local, enchendo ainda
mais o lugar de magia. As luzes baixas deixavam tudo ainda mais romântico,
e o cheiro delicioso de chocolate e macarons assados me fez sorrir para um
Dashier Colt parado do outro lado da sala, ao lado de uma mulher de terno e
cabelos curtos, que imaginei ser uma juíza. A senhora que tirou o meu casaco
me deu um buquê com pequenos action figures femininos em meio às minhas
rosas brancas, me fazendo gargalhar. Mulher Maravilha, Mulher Gato,
Mulher Gavião, Viúva Negra, Super Girl, até mesmo a Mulan, princesa da
Disney, estava lá. Todas estavam lá. Olhei para Dashier, que tinha o sorriso
mais largo e satisfeito que eu já havia visto em seu rosto. Sem esperar mais,
eu caminhei até ele. Enquanto P!nk cantava a nossa trilha, as memórias
assolavam a minha mente, e meu coração quase rasgava meu peito de tanta
felicidade.
No momento em que ficamos frente a frente, um para o outro, a juíza
iniciou nossa cerimônia. Com poucas palavras, passou para nós o momento
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EPÍLOGO
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a semana na Bakery do que minha mãe, mas tudo bem, eu gostava de ter
minha agenda cheia e era bom ver Lowie e Sally com mais frequência. Meus
pais continuavam felizes onde estavam, mas nos visitavam sempre que
podiam. Eles não aguentavam ficar muito tempo longe de Hazel.
E quem conseguia ficar longe daquele menino?
— A música ficou mais alta lá em cima, talvez seja interessante você
descobrir o que está acontecendo. — Sylvia sorriu, me fazendo voltar das
minhas belas memórias enquanto tirava a forma com a massa de cheesecake
da minha mão.
Com um suspiro, assenti e tirei o avental que estava vestindo.
Eu sabia porque Dashier estava malhando até a morte com música alta
o suficiente para destruir seus tímpanos.
Ele estava chateado. Muito.
Estávamos tentando ter um bebê havia dois anos, e ele simplesmente
não vinha. Exames e testes foram feitos e tudo estava perfeitamente normal
conosco, apenas não era a hora. Até então. Eu tinha feito um exame de
farmácia no início da semana, e ele tinha dado positivo. Em segredo, marquei
uma visita ao meu ginecologista e fiz um exame. Aproximadamente seis
semanas. Mas eu não queria contar até que Hazel estivesse com os avós e
pudéssemos comemorar com estilo.
Dashier estava estressado e tenso. Depois de um longo tempo, as
dúvidas começavam a rodear a sua mente novamente. Eu sabia que meu
marido pensava que não conseguíamos ter outro bebê por um castigo do
destino.
Logo o destino, aquele que nos colocou juntos.
Como se ele não tivesse pago o suficiente pelos seus erros. A
ansiedade aparecia raramente, muito raramente. Geralmente era por uma
questão de trabalho que o estressava, mas nunca era tão forte ou por um
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mentindo, então por que ele continuava fazendo aquilo ao longo dos anos?
Homens.
Seis anos de relacionamento, e ele não havia aprendido ainda.
Levantei minha sobrancelha para ele, fazendo a minha melhor cara de “não
estou engolindo essa” e aguardei ele me dizer a verdade.
— Estava pensando em conseguirmos uma nova opinião... — Claro
que estávamos falando de engravidar. De novo.
— Não temos problema, Dashier. — Eu quase contei a ele. Mas
queria que fosse especial e queria mais uma noite quente e selvagem com o
meu marido antes que ele começasse a surtar com o bem-estar do bebê. Eu
conhecia Dashier, ele não seria o mesmo a partir do momento em que eu
dissesse as palavras.
— Então por que... — Virou, pegou sua toalha e passou por seu rosto
e corpo.
— Já conversamos sobre isso. — Interrompi. — Não está na hora.
Não é o momento. É simples. Somos jovens ainda...
Um suspiro dele me fez ficar quieta por alguns momentos antes que
eu me aproximasse e beijasse o meio de suas costas. Senti seu cheiro e, em
seguida, o gosto salgado do seu suor, o empurrei delicadamente e fiz com que
ele se virasse e olhasse para mim.
— Esqueça disso por mais algumas horas apenas, por favor? Vamos
ter um jantar agradável com nosso filho, o que já está neste mundo, pois ele
ficará fora por um mês inteiro. — Fechando os olhos, Dash assentiu. —
Agora me dê um beijo. — Pedi, fazendo ele sorrir.
Eu entendia a sua ânsia por ter um bebê. Estava ansiosa pela
maternidade também. Tínhamos um filho maravilhoso, mas nenhum de nós
tinha feito parte dos primeiros anos de vida dele e queríamos aquela
experiência. Eu ficaria triste se não tivéssemos um bebê em nosso destino,
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mas conseguiria viver em paz com isso também. Nós já éramos uma família.
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me abraçar.
— Estou bem, e você? — Correspondi seu abraço enquanto sorria
para Bernard. Ele ainda não ficava totalmente confortável na casa de Dashier;
— Olá, Bernard!
— Quinn, como está? — Bernard perguntou.
— Muito bem! Preparado para ser cansado pelo nosso pré-adolescente
aqui? — Baguncei os cabelos de Hazel, que riu e me abraçou, mas eu sabia
que ele estava catando o seu telefone atrás de mim, eu havia confiscado dele
para dar atenção aos seus avós. — Deixe aí, garoto, ou você fica sem
sobremesa. — Sussurrei para ele, que bufou e deixou o telefone de lado.
— Eu é que vou cansá-lo. — Bernard retrucou, rindo para o neto. —
Então, Dashier. Como andam os negócios?
— O de sempre... — Dash começou a conversa sobre os negócios
enquanto eu, Les e Hazel falávamos da viagem para a Disney. O garoto
estava empolgado para as novas atrações do parque.
Eu dei algumas instruções, e logo o jantar estava sendo servido.
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tesão. Ao me virar para que eu ficasse de frente para ele, Dash me pegou em
seu colo e me levou para nosso quanto. Jogando-me na cama, me fez
gargalhar enquanto eu tirava meus óculos e os jogava longe.
— Você me torturou a noite inteira, acho que vou fazer você pagar
por isso, Cupcake.
— Eu espero que sim. — Minha voz já estava sumindo, o encanto que
ele tinha sobre mim também não tinha mudado ao longo dos anos. Algo em
mim, talvez a esperança, ou a absoluta certeza, me dizia que nunca deixaria
de ter as mesmas sensações.
Pegando meus tornozelos, ele abriu minhas pernas e me puxou
rapidamente para a ponta da cama. Sem tirar os olhos de mim, Dashier
desabotoou meu jeans e tirou minha calça rapidamente. Eu tinha uma
calcinha simples de renda branca esperando por ele.
— Você sabe como eu me sinto com o branco, querida. — Gemeu
logo antes de começar a beijar o meu pé. Logicamente eu sabia o que o
branco fazia com ele. Desde a nossa lua de mel, quando ficamos dois dias
inteiros enfurnados em um quarto de hotel, em Le Havre, ele tinha
desenvolvido esse tesão louco por calcinha branca. E, combinando com o
moletom de Columbia... Bem, Dashier estava louco.
Ele lambeu a minha perna até chegar em meu centro quente, mas não
ficou ali, ele tinha que dar atenção a minha outra perna. Ele lambeu e chupou
cada centímetro da minha pele até que novamente estava em meu centro. O
calor já estava tornando insuportável eu permanecer com aquele moletom,
mas eu sabia que ele não me deixaria tirar. Era trabalho dele. Ajoelhado na
cama, ele tirou a própria camisa antes de voltar a dar atenção na parte que eu
necessitava.
Passando seu dedo médio por cima da calcinha, Dash sorriu quando
viu meu corpo se contorcer.
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todo. — Sua voz rouca e exigente solicitou enquanto eu procurava atrito entre
nossos sexos, para finalmente ter a minha liberação. Quando eu finalmente
amoleci e deixei meu corpo cair, um sorriso convencido dançava no rosto de
meu marido. Mas eu queria ver o sorriso satisfeito lá, então desvencilhei-me
dele e me virei ficando de quatro.
— Baby, você sabe que eu não aguento desta forma.
— Vem! — Ordenei. Dash se postou atrás de mim e deixou seu pau
dançar em meu núcleo escorregadio, para cima e para baixo, escapando e
alisando a minha outra entrada por alguns instantes, me deixando excitada e
louca por mais um orgasmo. Quando seu membro finalmente entrou em mim,
me preenchendo por inteiro, apertei meus olhos e levei minha mão ao meu
sexo dolorido e inchado, enquanto Dashier entrava e saída com ferocidade, na
esperança de mais um orgasmo.
Seus dedos pressionavam meus quadris com força enquanto ele
investia cada vez mais forte. Os gemidos dele ecoavam pelo quarto,
primitivos, brutos e sexies para caralho.
Ouvi-lo gemer e se entregar era quase tão prazeroso quanto o prazer
que ele realmente me proporcionava.
— Baby, eu vou...
— Goza para mim, vem, Dashier. — Mais duas investidas fortes, e
ele era todo gemidos altos e suspiros. Deitei de bruços na cama e, ainda
conectado em mim, Dashier deitou por cima.
— Eu te amo, esposa. E vou comprar um novo moletom de faculdade
para você, o seu está miserável. — Gargalhei com sua declaração.
Saindo de cima de mim, Dashier puxou meu corpo ainda mole e
sensível e me levou para o banheiro.
— Está melhor do que o último.
— Verdade. — Respondeu e me colocou dentro do boxe.
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FIM
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CAPÍTULO BÔNUS
bebê.
Era como se eu estivesse recebendo o meu último pedaço de
redenção. O que eu havia feito no passado estava no passado, mas sempre me
lembraria de tudo o que havia acontecido. O meu passado fazia parte de
quem eu era naquele momento. Se o meu passado fosse diferente, talvez eu
não tivesse Hazel, meu garoto inteligente, eu não teria Quinn, minha
Cupcake.
**
Nós não queríamos contar a Haze por telefone, então tivemos que
esperar o mês inteiro para dizer que ele ganharia um irmão ou irmãzinha.
Quando ele chegou, saltou pelas portas do elevador, correndo direto
para Quinn. Entretanto Hazel estava alto, grande, e correr para Quinn daquela
forma poderia machucar ela ou o bebê, então eu o interceptei no meio do
caminho.
— Pai! — Exclamou, rindo. — Você era o próximo.
— Eu estava com muitas saudades, garoto. — Justifiquei, ouvindo a
risada de Quinn.
— Oi, pai! — Cumprimentou, me abraçando novamente.
Oi, pai!
Ele não me chamava mais de papai, chutava a minha bunda em alguns
jogos de videogame, trocava mensagens de texto no telefone enquanto eu
estava falando com ele e estava pensando em meninas.
Meu garotinho estava crescendo rápido demais.
— Oi, amigo. — Haze se afastou e foi para a sua mãe. Beijou o rosto
de Quinn sem muito esforço, estava cada vez mais alto.
— Oi, mãe! Senti saudades. — Resmungou no pescoço dela.
— Eu senti também, querido. Morri de saudades. — Ela o abraçou
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CAPÍTULO BÔNUS II
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— Você vai adorar o que mandei fazer em seu quarto. Ele não é mais
um simples quarto, eu mandei reformar todo. Tem suas cores preferidas, uma
grande televisão para jogarmos aquele game que você gostou, e eu comprei
um monte de action figure para você. Tem um lugar novo que eu quero levá-
lo, dizem que servem ótimos cupcakes.
Eu amava cupcakes, eram pequenos, doces e alegres.
Soube o que aconteceu com meus pais em meu primeiro ano de vida
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quando eu tinha treze anos. Dizer que foi dramático e difícil seria mentira.
Meus pais, Dashier e Quinn, foram delicados ao me contarem sobre a morte
de minha mãe Victoria, e, à medida que cresci, fui entendendo exatamente o
que aconteceu. Eu nunca culpei meu pai por nada. Ele tinha carregado esse
remorso por tempo suficiente.
— Pai, nada nunca me fez amar você menos. Nem antes e nem depois
de tudo. O homem que você é para mim, para a mamãe e para a nossa Donut
é o modelo de homem que eu quero ser para a nova família que estou
formando com Courtney. Obrigado, pai. Amo você. — Seus lábios se
apertaram em uma linha reta, seus olhos se fecharam enquanto ele assentia
em minha direção, tentando conter a emoção. A mão delicada de minha mãe
alisou seu ombro. Vinte e um anos de casados, e seu amor e cumplicidade
nunca vacilaram. Nunca.
Olhei para a bela mulher que me encarava com os mesmos belos
olhos azuis de quando a conheci. Mamãe continuava linda, como um
cupcake. Enchendo nossas vidas de cor e doçura.
— Mamãe... — Parei para me concentrar e não chorar. — Você não
me deu a vida. Mas você me deu todos os meios para vivê-la da melhor
maneira possível. Amando. — Foi tudo o que consegui dizer sem começar a
chorar.
Courtney pegou minha mão e segurou com força, para apoiar o meu
discurso. Olhei para minha esposa e sorri em agradecimento antes de
continuar.
— Você me deu um pedaço de bolo. Meu primeiro beijo de uma bela
garota. — Toquei meu rosto no local que ela havia beijado. — Você me deu
passeios no parque, conversas divertidas, boa noite na hora de dormir. —
Funguei. — Me deu uma família, mamãe. Aceitou e amou meu pai e a mim
com desprendimento, sem julgamento... Você apenas nos pegou e nos amou.
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AGRADECIMENTOS
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ORANGE KISS
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PRÓLOGO
na sala para dar sensação de espaço e facilitar quando fôssemos nos maquiar,
e notei que a maquiagem que mais cedo eu havia aplicado com ajuda dele
agora estava me transformando em uma espécie de urso panda. Passei as
mãos no rosto, tentando me deixar menos horrenda, e gaguejei: – Ma-Mark.
– Oh, querida!
Ela me abraçou do jeito que pôde, sentando-se ao meu lado e me
mostrando que eu não precisaria contar nada para ela. Não naquele momento.
Minha amiga aceitou o fato de eu estar sofrendo e me deixou desabar sobre
seu ombro, pelo resto da noite.
Quando eu finalmente parei de chorar, levantei minha cabeça e
analisei o rastro de maquiagem, lágrimas e ranho na camiseta de Leeta, que
me olhava enquanto eu contava como tudo terminou. Antes que eu pudesse
começar a chorar novamente, Leeta se levantou e anunciou seu próximo
plano: – Vamos fazer uma mudança radical, baby. Amanhã, enquanto
estivermos no salão de beleza, vamos fazer de você uma nova Paige
McAvon, aquela que Mark Jamesen vai se arrepender pelo resto da vida por
ter dispensado.
Isso me trouxe até aqui, neste momento. Onde eu não sou mais
completamente morena, ainda que não completamente loira, e uso roupas que
eu nunca vestiria no meu dia a dia. Pensando agora, com mais clareza, não
passou vinte e quatro horas de meu rompimento, eu ainda deveria estar
chorando, e não me vestindo para ter uma foda paga.
Bem, continuo pensando que morrerei por causa da separação, mas
definitivamente minhas últimas vinte e quatro horas estavam perdendo feio o
concurso de pior dia para hoje.
Aquilo não daria certo.
Não poderia dar certo.
Forçar uma situação só me deixaria pior no final da noite, mas Leeta
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divertir.
– Eu não quero comprar um homem, Lee. Eu quero ficar em casa.
Isso não vai me ajudar. Não está ajudando agora. Eu preciso de tempo para
me curar.
Leeta se virou para mim e respirou fundo antes de falar.
– Sei que está machucada. Mas uma noite com outro cara vai te ajudar
a ver que o bundão do Mark não é o último homem da terra.
– Eu preciso transar para isso?
Outro suspiro cansado.
– Não, P. Você não precisa. Apenas vá e se divirta. Tente tirar a sua
mente da bunda daquele imbecil.
– Obrigada. – Disse, sorrindo aliviada.
– Yeah! Agora vamos.
Estava levemente frio enquanto o carro atingia velocidade na orla de
San Diego. Aproveitei o ar gelado que a velocidade do carro me
proporcionava para me livrar do cheiro de cigarros de canela e do perfume
doce de Rebecca.
Rodamos por apenas vinte minutos, até que Becca diminuiu a
velocidade e entrou em um recuo, parando logo em seguida.
– Chegamos! – Ela cantarolou ao mesmo tempo em que Leeta,
excitada, batia palmas.
Saí do carro junto com elas enquanto olhava o prédio em nossa frente.
Orange Kiss era o nome do local para o entretenimento exclusivamente
feminino, e isso era tudo o que eu sabia sobre ele. Podíamos ver apenas uma
sofisticada placa onde as iniciais O.K. estavam escritas em uma letra clássica
numa fachada toda negra. O local todo parecia muito sofisticado e discreto,
talvez fosse por isso que eu nunca tinha ouvido falar da boate antes de
Rebecca se gabar do quanto conhecia o local perfeito para me fazer esquecer
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Mark Jamesen.
Com exceção de nós, apenas o valet, que agora pegava as chaves do
carro de Rebecca, estava em frente ao clube. Ele nos desejou boa noite e
indicou a entrada. Caminhamos até o local indicado, enquanto Becca revirava
sua bolsa, tirava dois envelopes pretos e entregava para Lee e para mim. O
envelope tinha as iniciais O.K. em laranja e estava selado com um adesivo de
mesma cor, igual à da fachada. Quando chegamos a porta, Becca tocou o
interfone e Leeta me olhou animada, batendo palmas novamente.
– Lembre-se de três coisas – ela começou a me dizer – Você está
linda, você é sexy e você está proibida de dizer não. – Puxei minha boca para
o lado em uma careta preocupada, mas assenti. – Você está aqui para
esquecer aquele babaca e seguir em frente.
Ela tinha uma visão meio deformada das coisas. O fato de Mark
querer terminar as coisas comigo não faz dele um babaca. Embora eu
estivesse de coração partido, não poderia classificar meu ex assim. Além do
mais, eu estava ali para seguir em frente com um bando de outros babacas
com óleo perfumado pelo corpo, gravata borboleta e sunga asa delta. Como
você tira um cara da sua cabeça deixando outros tantos suados vestindo
tangas rebolarem em volta de você?
Vai entender...
– Boa noite, senhoritas. – Um homem jovem, de cabelos curtos em
um quase moicano vestindo um terno completamente negro, nos
cumprimentou com um sorriso largo. – Meu nome é Peter, sou o host do
clube. Posso ver seus convites?
Lee suspirou e grunhiu para Peter, que sorriu de forma sexy, para ela.
Certamente estava acostumado a ver mulheres se derretendo por ele.
Nós três estendemos nossos envelopes para ele, que prontamente
abriu e os verificou. Uma olhada séria para Rebecca, um sorriso e logo ele
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casa.
– Ouviram? Banho de suor. Nojo! – Resmunguei para Becca e Leeta.
– Não seja dramática. – Leeta murmurou de volta. Rebecca parecia
apenas séria demais, olhando para todos os lados.
– Como foi que descobriu esse lugar, Becca? – Lee perguntou,
assustando-a um pouco. – O que foi?
– Nada, é só que... Agora que estou aqui, eu meio que... estou com
medo...?
Rebecca com medo, era novidade para mim.
Mas eu a entendia, de qualquer forma. Quando uma pessoa não está
acostumada a desfilar neste tipo de ambiente, é meio normal isso, eu acho.
Mesmo se tratando de Rebecca, a rainha das festas, aquela que se jogava em
qualquer coisa perigosa e ilícita.
Olhei em volta, percebendo um pouco mais o local. O palco em “T”
era grande e se estendia por todo o salão, deixando espaço para as mesas e
alguns camarotes. Um lustre enorme de cristal ocupava quase todo o espaço
central do teto; as paredes eram aveludadas, em azul escuro, enquanto as
luzes, laranjas quase âmbar, davam o charme obscuro ao local.
Os sofás eram enormes, de couro negro, e cobriam praticamente todas
as laterais do clube. A cada lado do palco havia um sofisticado bar que, por
sua vez, era o local mais iluminado do clube, com banquetas altas e estofadas
em laranja. As mesas, de no máximo quatro lugares, eram redondas e de
vidro, e em cima de cada uma, havia um suporte sofisticado de vidro, em
forma de gota, com água dentro e uma grossa vela, também laranja,
queimando em seu interior. Ao lado, havia a carta de bebidas preta em letras
laranjas simples com as variedades de drinks da casa.
Como esperado, eles não vendiam cerveja. Eram apenas vinhos,
espumantes, coquetéis e bebidas quentes.
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Eu queria cerveja.
– Então? – Leeta insistiu com Becca.
– Uma amiga minha me falou do local. Ela disse que teria convites
quando eu quisesse. Eu nunca pensei em vir enquanto estava com Jason,
então terminamos e eu havia esquecido disso. Quando você me ligou falando
do problema de coração partido da P, pensei que seria uma boa oportunidade.
– Becca deu de ombros e voltou a olhar o menu.
– Boa noite, senhoritas. Bem-vindas ao Orange Kiss. Posso trazer
algo para vocês?
– Um Cosmo. – Leeta pediu primeiro.
– Martini. Dry, por favor. – Becca disse enquanto me passava a carta
de bebidas.
Eu analisei por alguns instantes a lista de bebidas e ansiei por uma
cerveja, mas eu já sabia que não tinha.
– Por que não há cervejas?
– Sendo um local para senhoras sofisticadas, o dono pensou que seria
melhor não colocar cerveja. É para manter a magia da coisa, eu acho. – O
garçom respondeu erguendo rapidamente os ombros e me olhou, aguardando
o meu pedido.
– Que merda ridícula. – Resmunguei.
– Tente ser legal e escolha uma bebida. – Leeta pediu em voz baixa.
– Apenas uma taça do espumante seco que você tiver. Obrigada. –
Sorri, entregando a carta e voltando minha atenção para a história de
Rebecca.
Mas ela não tocou mais no assunto e continuou olhando para todos os
lados. Realmente era uma novidade ver Becca desconfortável.
O local estava enchendo de mulheres rapidamente. Eu podia ver a
variedade de seres do sexo feminino que preenchia o espaço; garotas
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escandalosas, aparentando serem mais novas do que eu, mas que usavam
maquiagens para parecerem mais velhas, e excitadas de uma forma que
esperei não ter confundido esse clube com um show de Justin Bieber. Seus
gritinhos eram enervantes.
Vi mulheres mais velhas, em roupas sofisticadas; vi mulheres comuns
que pareciam ter saído de seus escritórios e resolvido relaxar aqui esta noite;
e vi mulheres que pareciam ter hora fixa todas as semanas na mesa de
cirurgia do Dr. Hollywood. Seus rostos esticados, tentando aparentar vinte
anos a menos, quando na realidade pareciam mais com tartarugas. Era
realmente patético ver aquelas mulheres.
Então eu lembrei do meu cabelo não natural. Claro que estava bonito,
mas eu o mudei na tentativa de fazer meu ex notar, mesmo que ele realmente
não fosse assistir nada daquilo de camarote, que eu poderia viver sem ele e
ter o homem que eu quisesse aos meus pés. Lembrei da minha maquiagem
forte, que eu usava raramente, mais precisamente em outubro, mais
precisamente dia trinta e um, quando era Halloween e eu poderia parecer
quem eu não era, sem nenhuma vergonha. Lembrei do meu vestido curto e
colado, que estava na moda e todas as garotas usavam para chamar a atenção
para o seu corpo.
Então eu soube.
Eu era como elas.
Quem eu pensava ser, para julgar cada uma daquelas mulheres?
Seus rostos esticados, seus cabelos pintados, suas tentativas de
esquecer algo, se divertir ou ainda suprir alguma tara que era apenas delas, eu
nada tinha a ver com isso e não tinha nenhum direito de julgá-las.
Nossas bebidas chegaram e continuamos conversando, até que as
poucas luzes existentes no local foram apagadas e ficamos iluminadas apenas
pela luz das velas no centro das mesas. Alorson Danse, uma música antiga,
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Se apaixonar?
Por um garoto de programa?
O que é isso? Uma Linda Mulher invertido?
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UM
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estava completamente solta, alegre e quente, muito quente. Não era pelos
homens, era a bebida mesmo.
Bem, até aquele momento.
– Então, senhoritas, preparadas para ele? – As mulheres gritaram com
toda a força, e eu as segui naquela euforia. Provavelmente era o álcool. Que
se dane! Aquilo era divertido. – Aí vem ele, donzelas em perigo. Nosso
príncipe encantado!
Eu não deveria ter bebido na hora em que aquela mulher estava
anunciando a próxima atração. Os cabelos de Leeta ficaram molhados de
espumante, tamanha foi a minha cuspida. Eu meio que me afoguei um pouco
também.
– Jesus, Paige! – Lee reclamou. – Chega de bebidas para você.
– Cala a boca. Príncipe Encantado? Sério? Que besteira!
Aquela merda não existia.
As mulheres histéricas pensavam ao contrário de mim. Príncipes
existiam, na opinião delas.
De repente, Only Hope, de Switchfoot, começou a tocar, me pegando
completamente de surpresa. Eu gostava da música e tudo, mas “Santa merda,
Batman!”. Era uma música de banda gospel tocando dentro de um antro de
perdição!
Papai ficaria orgulhoso!
Olhei para o palco e esperei que o prostituto aparecesse. Me
arrependi, deveria ter ido ao banheiro ou qualquer coisa parecida, pois, no
momento em que coloquei meus olhos naquele homem, não consegui mais
desviar.
Príncipe Encantado era... era... Porra! Ele era um Príncipe Encantado.
Sua presença no palco era leve, delicada e sensual, eu consegui perceber
cinco segundos depois de vê-lo.
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Seu nível de dança era o mesmo dos outros rapazes, mas ele tinha
charme e elegância, e eu não saberia dizer se era o personagem ou ele era
mesmo assim. O Príncipe esticou um pé para uma das mulheres grudadas ao
palco, e ela prontamente puxou sua bota. Ele andou até outra garota e fez o
mesmo, assim ficou sem a outra bota. Em dois giros em seu próprio eixo, ele
tirou a camisa, mostrando seu peitoral liso, musculoso e seus braços
totalmente tatuados. Suas orelhas carregavam alargadores, deixando-o com
toda a pinta de menino malvado. Era de tirar o fôlego.
– Cara, eu daria qualquer coisa para lamber aquele peito. – Deixei
escapar para as minhas amigas, que gargalharam. Becca ficou me olhando
por mais algum tempo. Eu não conseguia decifrar o seu rosto, mas ela parecia
me analisar. – O quê?
– Nada. – Ela riu. – Apenas parece que ligaram um botão em você.
Decidi não lhe responder, meu foco estava no príncipe.
Ele tinha o cabelo quase que totalmente raspado, mas, pela cor da
pele, eu poderia dizer que ele era loiro ou muito próximo disso. Talvez
castanho claro, eu não sabia, mas me peguei supondo. Me estiquei um pouco
mais para checar suas pernas assim que ele terminasse de arrancar suas calças
as jogasse para o público. Ele as atirou na direção da mesa ao lado da nossa, e
eu tive muita vontade de ir até a mesa arrancar das mãos da mulher que as
segurava agora. Jesus, eu tinha bebido demais.
Ele dançou com mais uma ou duas mulheres aleatórias, e se fosse
mensurar o tempo, eu diria que ele já estava dançando muito mais do que
seus amigos. Enquanto checava seu corpo se movimentando, bebi mais
algumas taças de espumante. O garçom nem esperava mais pelo meu pedido.
Eu não sabia ao certo, mas tinha certeza que minha conta nesse local seria um
rombo em meu orçamento.
De alguma forma, eu não me importava naquele momento.
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Eu tive que concordar com ela, estava sendo uma puta. Mas o que
mais eu deveria fazer ao ver aquela boca linda, grossa, perfeitamente
desenhada e cheia de dentes brancos, que com certeza tiveram uma relação
bem estreita com um aparelho ortodôntico?
– Talvez mais tarde, querida... – Ele disse, me levantando, me
colocando em seu ombro e caminhando de volta para o palco. A música foi
trocada no momento em que ele me colocou no chão e me virou, colando
minhas costas em seu peito e rodeando seus longos, tatuados e grossos braços
em volta de mim. – Agora vou fazer você dançar.
E ele fez.
Seu corpo apertado ao meu ondulou, fazendo com que seu pau
esfregasse em minha bunda e eu ficasse ainda mais quente por dentro.
Continuando o meu ataque de coragem, fechei os olhos e levantei meus
braços para cima, deixando eles descansarem em torno de seu pescoço.
– Você é uma delícia. – Ele disse em meu ouvindo, enviando arrepios
por todo o meu corpo. Meu baixo-ventre se contorceu e eu juntei mais
minhas pernas na tentativa de dar algum alívio ao desconforto que estava
sentindo. Eu poderia ter respondido, mas depois de gemer como uma atriz
pornô, resolvi deixar por isso mesmo.
Ele se esfregou em mim mais um pouco e me girou novamente, me
pondo de frente para ele e pegando minha mão. Me reverenciou e beijou os
nós dos meus dedos, e só então me direcionou novamente para a minha mesa.
Eu posso ter tropeçado.
Duas vezes.
– Sua vadia sortuda. Era para eu ter o pau dele roçando a minha
bunda, não você. – Becca disse com falsa raiva.
– Você não saberia aproveitar.
– Puta!
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Uma coisa boa de estar bêbada é que os saltos assassinos, que antes
faziam os meus pés doerem para cacete, agora me permitiam dançar, sapatear
ou mesmo correr. Senti que o uísque havia concluído totalmente o seu
objetivo em meu sistema, então continuei de forma mais descarada a flertar
com o meu Príncipe Encantado. Ele sorria para mim, me dava olhares de
cima a baixo, fazendo o meu corpo esquentar completamente. Somente o seu
olhar conseguia me deixar muito excitada, mas, ainda assim, não o suficiente
para cair em cima dele.
– Ok, chega! Eu vou chamar o bonitão para uma brincadeira. –
Rebecca disse, se virando e indo em direção a ele. Aparentemente, álcool não
poderia me dar coragem, mas ciúmes, sim. Me atravessei na frente dela e
segui mais rápido para encontrá-lo. Olhei para trás, notei Becca e Leeta rindo
de mim e lhes mostrei o meu dedo do meio, antes que finalmente me
aproximasse para falar com o Príncipe.
– Oi. – Disse, querendo me mostrar o mínimo embriagada possível.
– Olá, princesa. – Sua voz era completamente quente; ele parecia um
locutor de rádio. Agora, sem toda a música barulhenta, eu podia ouvir e quase
gozar com aquele som com muito mais facilidade. Porra!
– Oi... hum... Príncipe. – Disse, desajeitada.
– Posso ajudá-la?
– Arram. – Respondi, olhando para o copo dele. – Isto é álcool?
– Hum... sim. Cerveja.
– Oh! E por que você tem cerveja, e eu não? Tentei conseguir, mas
não me deram. – Eu disse, um tanto indignada enquanto arrancava o copo da
mão dele e bebia. Para sentir o gosto do líquido e, é claro, para criar coragem.
Porra, a minha ressaca seria digna de um pronto socorro.
– Bem, você não trabalha na casa... – Ele sorriu largamente,
mostrando profundas covinhas em cada face do rosto, me fazendo querer
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TRILOGIA ADEUS
Sem dizer Adeus
Aprender a dizer Adeus
Nunca mais dizer Adeus
VOLUMES ÚNICOS
Orange Kiss
Groupie
Para Roxanne, com amor
EM BREVE
Para sempre Madrinha
Andreas – Spin-Off de O destino do CEO
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Daniel é protagonista do romance “Improvável Amor”, a ser lançado pela
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