PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES
AULA 02
CONCEITOS, REGRA DE SITTER,
INSPEÇÃO
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CONCEITOS, DEFINIÇÕES E TERMINOLOGIAS
NORONHA (1986) ressalta que se pode chamar de:
• INCIDENTE
• Comportamento anômalo do concreto, de uma peça ou
de um conjunto de peças estruturais, causado por
deficiência própria ou por ações externas.
• ACIDENTE
• Colapso de uma peça ou de um conjunto de peças
estruturais, causado por deficiência própria do concreto
ou por ações externas.
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Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003),
entende-se:
• Capacidade resistente:
• É a resistência à ruptura.
• Desempenho em serviço:
• Consiste na capacidade de a estrutura manter-se em condições
plenas de utilização, não devendo apresentar danos que
comprometam em parte ou totalmente o uso para a qual foi
projetada.
• Durabilidade:
• Consiste na capacidade de a estrutura resistir às influências
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do
projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de
elaboração do projeto.
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Patologia – segundo Helene (1992)
• Pode se entendida como parte da Engenharia que estuda os
sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos
defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes
que compõem o diagnóstico do problema.
Terapia – segundo Helene (1992)
• Cabe estudar a correção e a solução desses problemas
patológicos.
• Para obter êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que
o estudo precedente, o diagnóstico da questão, tenha sido
bem conduzido.
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Falhas
• As edificações e seus materiais constituintes, como o
concreto armado, alvenarias e revestimentos, assim como as
criaturas humanas, podem:
Sofrer males congênitos;
Sofrer males adquiridos;
Sofrer acidentes durante a vida;
Prolongar seus aspectos estéticos, desde que tomados os
devidos cuidados (manutenções).
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• Segundo Noronha (1986)
São geralmente adquiridas por projetos inadequados ou
impraticáveis, métodos deficientes de execução, cargas
excessivas, mão de obra incompetente ou não
devidamente qualificada.
Como uma primeira classificação das origens e possíveis causas
das falhas temos:
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• Falhas congênitas – decorrentes da concepção do projeto
arquitetônico e/ou concepção do projeto estrutural ou ainda
proveniente de:
Erro ou engano de projeto;
Inobservância das normas por parte dos executores e
tecnologias.
• Falhas adquiridas durante a construção devido a:
Uso de materiais impróprios ou com características
diferentes das especificadas no projeto;
Adoção de métodos de execução e de equipamentos
inadequados.
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• Falhas ocorridas por causas acidentais como:
Carregamento excessivo acarretando em solicitações não
previstas;
Acidentes estruturais.
• Falhas adquiridas devido às condições de exposição.
Ação de agentes externos na edificação;
Uso inadequado da estrutura ou edifício.
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TRATAMENTO
• Segundo Liechtenstein (1986)
A prática profissional na análise desses problemas tem
sido muitas vezes caracterizada pela falta de uma
metodologia universalmente aceita.
São as intuições pessoais fundamentadas na experiência
que prevalecem e não podem ser transmitidas. Muitas
vezes é a “habilidade” que prevalece, no lugar do
método. A habilidade e a arte na Patologia das
Construções não podem ser expressas e sim no máximo
transmitidas a pessoas receptivas no trato pessoal.
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• Segundo Noronha (1986)
Ao eleger um sistema de reparo, ou seja, de tratamento,
o Engenheiro ainda deve considerar outros aspectos tais
como, disponibilidades locais, custo, etc.
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PREVENÇÃO
• Do ponto de vista econômico, Helene (1997) ressalta:
Os custos de intervenção na estrutura, para atingir um
certo nível de durabilidade e proteção, crescem
exponencialmente quanto mais tarde for essa
intervenção
A evolução desse custo pode ser assimilada ao de uma
progressão geométrica de razão 5, conhecida por “Lei dos
5” ou “Regra de Sitter”
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A figura mostra a evolução dos custos em função da fase
da vida da estrutura em que a intervenção seja feita.
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• Ainda segundo Helene (1997), o significado da Regra de Sitter
pode ser exposto conforme ocorra intervenção na fase:
Projeto:
• Toda medida tomada em nível de projeto com o objetivo
de aumentar a proteção e a durabilidade da estrutura
• Exemplos:
• aumentar o cobrimento da armadura
• reduzir a relação água / cimento do concreto
• aumentar o fck
• especificar certas adições ou tratamentos protetores
de superfície e outras tantas
• Implica um custo que pode ser associado ao número
1(um);
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Execução:
• Toda medida extra projeto, tomada durante a fase de execução
implica um custo 5 vezes superior ao custo que acarretaria
tomar uma medida equivalente na fase de projeto para obter-
se o mesmo nível final de durabilidade ou vida útil da estrutura.
• Exemplo: a decisão em obra de reduzir a relação água / cimento
para aumentar a durabilidade. A mesma medida tomada na
fase de projeto permitiria o redimensionamento automático da
estrutura considerando um novo concreto de resistência à
compressão mais elevada, de maior módulo de deformação e
de menor fluência. Esses predicados permitiriam reduzir as
dimensões dos componentes estruturais, reduzir as formas e o
volume de concreto, reduzir o peso próprio e reduzir as taxas
de armadura. Essas medidas tomadas em nível de obra, apesar
de eficazes e oportunas do ponto de vista da vida útil, não mais
podem propiciar economia e otimização da estrutura.
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Manutenção preventiva:
• As operações isoladas de manutenção do tipo pinturas
frequentes, limpezas de fachada sem beirais e sem
proteções, impermeabilizações de coberturas e
reservatórios mal projetados, e outras, necessárias a
assegurar as boas condições da estrutura durante o
período da sua vida útil, podem custar até 25 vezes mais
que medidas corretas tomadas na fase de projeto
estrutural ou arquitetônico.
• Por outro lado podem ser cinco vezes mais econômicas
que aguardar a estrutura apresentar problemas
patológicos evidentes que requeiram uma manutenção
corretiva.
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Manutenção corretiva
• Corresponde aos trabalhos de diagnóstico, reparo,
reforço e proteção das estruturas que já perderam sua
vida útil de projeto e apresentam manifestações
patológicas evidentes.
• A estas atividades pode-se associar um custo 125
vezes superior ao custo das medidas que poderiam e
deveriam ter sido tomadas na fase de projeto e que
implicariam um mesmo nível de durabilidade que se
estime dessa obra após essa intervenção corretiva.
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RISCOS DA INEXECUÇÃO DE UMA INSPEÇÃO
• Retomada de uma obra paralisada
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• Verificação de erros construtivos latentes
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• Verificação de erros construtivos latentes em obras novas
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• O conhecimento do sistema estrutural de uma edificação ou
a avaliação da sua condição se faz necessária principalmente
quando esta sofrerá uma reforma ou mudança de uso.
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• A supressão de uma simples alvenaria pode acarretar em
danos nas paredes de apartamentos imediatamente acima
e/ou abaixo do que está sendo reformado.
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• O desconhecimento do sistema estrutural e da história da
obra pode resultar em danos parciais ou irreversíveis na
edificação (colapso).
Edifício Liberdade - RJ
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• Colapso ou ruina quando da perda de desempenho em face à
negligência por parte dos gestores da edificação.
• A mesma preocupação pode ser adotada no caso das fachadas de
edifícios, que por sua vez, por estarem expostas, sofrem degradações e
envelhecimento de seus materiais constituintes, em face as
intempéries e com a queda do seu desempenho ou falhas graves
executivas.
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• No caso de manutenções preventivas.
Estrutura metálica corroída de
suporte dos brises em chapas ACM
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