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Ciclo Do Ouro No Brasil

O documento descreve o Ciclo do Ouro no Brasil Colonial, que teve início no final do século XVII e perdurou até 1785. Grandes jazidas de ouro foram descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, atraindo milhares de pessoas para as regiões mineradoras. A exploração do ouro dinamizou a economia e sociedade brasileira, porém a Coroa Portuguesa onerava os mineradores com altos impostos. Isso levou a revoltas como a Guerra dos Emboabas.

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Ciclo Do Ouro No Brasil

O documento descreve o Ciclo do Ouro no Brasil Colonial, que teve início no final do século XVII e perdurou até 1785. Grandes jazidas de ouro foram descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, atraindo milhares de pessoas para as regiões mineradoras. A exploração do ouro dinamizou a economia e sociedade brasileira, porém a Coroa Portuguesa onerava os mineradores com altos impostos. Isso levou a revoltas como a Guerra dos Emboabas.

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DIRETORIA DE ENSINO – CAMPUS PESQUEIRA
IDENTIFICAÇÃO ALUNA/ALUNO:
PROFESSOR: Dr. Bartolomeu Cavalcanti CURSO:
MODALIDADE: Médio Integrado PERÍODO:
DISCIPLINA: História DATA:

CICLO DO OURO NO BRASIL

O ciclo do ouro é considerado o período em que a extração e exportação do ouro figurava como
principal atividade econômica na fase colonial do país e teve seu início no final do século XVII, época em
que as exportações do açúcar nordestino decaiam pela concorrência mundial do mercado consumidor.
Entre os anos de 1750 e 1770, Portugal passava dificuldades econômicas decorrentes da má
administração e de desastres naturais. Sofria, ainda, pressão por parte da Inglaterra que ao se
industrializar buscava consolidar seu mercado consumidor, impedindo países como Portugal de se
industrializar. Dessa forma, os ingleses buscavam manter a sua hegemonia mundial. Assim, a descoberta
de grandes quantidades de ouro no Brasil, tornava-se um motivo de esperanças de enriquecimento e
estabilidade econômica para os portugueses.
Sem espanto, notamos que os primeiros exploradores portugueses a procurarem ouro e metais
valiosos no Brasil, tinham o intuito de levá-los à metrópole, onde seriam desfrutados. Entretanto, estas
incursões pioneiras no litoral e interior da então colônia não ocasionaram muitos resultados, além do
conhecido, que foi a conquista do território.

CICLO DO OURO EM MINAS GERAIS

As grandes jazidas de ouro foram descobertas onde atualmente se encontram Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso, foram divididas em forma de lavras (lotes auríferos para exploração, a exemplo das
sesmarias latifundiárias de monocultura açucareira).
Durante o auge deste ciclo, no século XVIII, foi gerado um grande fluxo de pessoas e
mercadorias nas regiões das minas, desenvolvendo-as intelectual (chegada de ideias iluministas trazidas
pela elite recém intelectualizada) e economicamente (produção alimentar para subsistência e pequenas
manufaturas).
Pessoas de várias regiões da colônia e até da Europa partiram para o sertão, muito além do limite
de Tordesilhas. Em torno dos garimpos surgiram vilas e depois cidades. Uma sociedade urbana, o
aparecimento de uma classe média de pequenos artesãos e comerciantes. Nesse período, estima-se que a
população brasileira tenha passado de 300 mil para cerca de 3 milhões de pessoas
Com o advento da exploração aurífera, esta atividade passou a ser a mais lucrativa na colônia.
Com objetivo de realizar a fiscalização das áreas de mineração, com mais firmeza, a capital do Brasil
Colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763.
Atividades econômicas como a agricultura e a pecuária também tiveram o desenvolvimento
favorecido, por conta de todo o processo de ocupação das terras das áreas ricas em minério.
O ciclo do ouro perdurou até o ocaso do século XVIII, quando se esgotaram as minas,
aproximadamente em 1785, em pleno desenrolar da Revolução Industrial.

SOCIEDADE

O ciclo econômico da mineração dinamizou a sociedade brasileira. Diferente do ciclo do açúcar, a


riqueza proveniente do ouro não ficou concentrada nas mãos de um único grupo social.
Com o desenvolvimento de cidades como Vila Rica, Mariana, Diamantina, entre outras,
apareceram os comerciantes, artesãos, intelectuais, padres, funcionários públicos e outros profissionais
liberais.
Os escravos também ganharam importância, e muitos deles conquistaram junto a seus senhores o
direito à liberdade devido ao êxito das minerações. Eram denominados negros alforriados ou forros.
Outros compravam sua liberdade.
Um outro grupo que se destacou foi o dos tropeiros, que faziam comércio de alimentos e
mercadorias. Muitos faziam o transporte da carga entre Rio Grande do Sul e São Paulo, seguindo depois
para Minas Gerais.

CULTURA

O desenvolvimento da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais na colônia,


destacando-se a chamada escola mineira, geralmente ligada ao Barroco.
São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”,
em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.
Na música, destacou-se o estilo sacro do mineiro José Mesquita, além da música popular
representada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana.
Na literatura, se destacaram grandes poetas, como Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio
Gonzaga, entre outros.

EXPLORAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO OURO

Em 1702, ocorreu a criação da Intendência das Minas. Este órgão era encarregado de controlar a
exploração do ouro, cobrar impostos sobre a mineração, e julgar os crimes praticados na região em nome
da Coroa de Portugal.
Assim, quando um minerador descobria uma lavra, ele era obrigado por lei a comunicar
ao intendente das minas.
Depois de registrada, a mina era dividida em datas (lotes auríferos). O descobridor podia escolher
duas datas, uma ficava com a Coroa e as demais eram distribuídas entre os mineradores (as maiores para
quem tivesse mais escravos).
A Intendência também cobrava pesados impostos sobre tecidos, ferramentas, gêneros agrícolas,
homens escravizados, ouro.
O principal imposto criado pela Intendência sobre a extração de ouro foi o quinto (20 % para a
Coroa de todo o ouro encontrado). Contudo, era muito difícil controlar a cobrança, pois muitos
mineradores contrabandeavam o ouro: escondiam ouro nos saltos e solas das botas, entre doces e
salgados, dentro de estátuas de santos, nas roupas…
O Santo do Pau Oco – Você sabia que a expressão “santo do pau oco” deriva do contrabando de
ouro feito no interior de estátuas de santos?
Esse período representou o momento de maior abuso e dominação do Brasil pela metrópole, uma
vez que a Coroa portuguesa cobrava altos impostos sobre o minério extraído, os quais eram taxados
nas Casas de Fundição (criadas entre os anos de 1717 e 1719), onde as pepitas de ouro eram derretidas e
transformadas em barras e receberiam um selo que dariam legitimidade para ser negociado, pois havia
desvios e sonegações que, quando descobertos, eram penalizados duramente.

DIAMANTES

Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729 na região do rio
Jequitinhonha, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando
regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras
Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os
mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características
(pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando.
O seu principal centro produtor foi o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), na Comarca do Serro
do Frio, marcado, além do seu natural isolamento geográfico, pela severidade da igualdade legislação
diamantífera – materializada, por exemplo no chamado "Livro da Capa Verde" - e pelo rigor da
fiscalização da Metrópole. Em 1734 ali foi instituída a Intendência
dos Diamantes. No ano seguinte (1735), a extração foi proibida por
cinco anos, até que se encontrasse uma maneira mais eficaz de
controle por parte da Coroa, e, principalmente, até que se
recuperassem os preços internacionais do quilate, abalados pela
abundância da oferta.
Superada esta fase inicial, institui-se, em 1740, o sistema de
arrematação por contratos de monopólio, que perdurou até 1771. Os
historiadores indicam que, entre 1740 e 1770, foram extraídos mais
de 1.666.569 quilates, levando à queda, em 02%, do preço dos
diamantes no mercado mundial.
A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle
direto da Coroa. Este sistema perdurou até mesmo depois da
Independência do Brasil (1822), sendo a Real Extração extinta por
Decreto apenas em 1832. Estima-se que neste período, até 1810,
cerca de três milhões de quilates foram extraídos.

OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE CONTROLE FORAM:

 Quinto – 20% de toda a produção do ouro caberiam ao rei de Portugal;


 Derrama – uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano que deveria ser atingida como
meta pela colônia, caso contrário, penhoravam-se os bens dos senhores de lavras;
 Capitação – imposto pago pelo senhor de lavras por cada escravo que trabalhava em seus lotes.
Os altos impostos, as taxas, as punições e os abusos de poder político exercido pelos portugueses
sobre o povo que vivia na região e no Brasil como um todo, gerava conflitos que culminariam em várias
revoltas. Ao mesmo tempo, o Ciclo do Ouro trouxe um crescimento demográfico da colônia e
desenvolveu uma economia baseada na atividade pecuária em diversas regiões isoladas do território
brasileiro.
A economia baseada no ouro também derivou em pobreza e desigualdade, pois ao final deste ciclo,
a população ficou à margem da sociedade, tendo de se sujeitar à agricultura de subsistência para
sobreviver.
Após este período, o Brasil permanecia como simples exportador de produtos primários, estancado
neste ciclo vicioso e sem conseguir capacidade técnica capaz de promover o seu desenvolvimento
econômico.

AS REVOLTAS DO CICLO DO OURO

Fatos como as cobranças de impostos exorbitantes, as punições e também a fiscalização intensa


da Coroa Portuguesa deixaram a população muito revoltada. Por isso, aconteceram vários movimentos
de rebelião, como:

Guerra dos Emboabas

A Guerra dos Emboabas aconteceu entre os anos de 1707 e 1709, no estado de Minas Gerais. A
principal causa do movimento foi o embate entre os paulistas e os portugueses que brigavam pelo direito
de explorar o ouro na região das minas.
Os paulistas queriam ter mais direitos e benefícios sobre o ouro que tinham achado, por terem sido
os primeiros a descobrir as minas. Os portugueses então, chamados de forasteiros, queriam o direito de
exploração do ouro e chegaram a formar comunidades dentro da área já habitada pelos paulistas.
A utilização do termo “emboaba” era pejorativamente dirigida aos estrangeiros que tentaram
controlar a região tardiamente. Na língua tupi, essa expressão era originalmente utilizada pelos indígenas
para fazer menção a todo tipo de ave que tinha sua perna coberta de penas até os pés. Com o passar do
tempo, os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir aos forasteiros que, calçados de botas,
alcançavam a região interiorana atrás dos metais preciosos.

Revolta de Felipe dos Santos

A Revolta de Felipe dos Santos foi um movimento que, também, ficou conhecido como Revolta
de Vila Rica e aconteceu no ano de 1720, em Vila Rica. A principal causa do evento foi a insatisfação da
população, dos comerciantes e dos proprietários, por causa da rigidez na fiscalização portuguesa, os
impostos altos e também as punições.
Liderados pelo tropeiro Filipe dos Santos, reivindicavam o fechamento das casas de fundição. Um
grupo de mineiros resolveu atacar a casa do ouvidor-mor, principal autoridade judicial da região. Logo
em seguida, dirigiram-se para Vila do Carmo a fim de pressionar o governador da região, o Conde de
Assumar. Este, prometendo atender a demanda do grupo, conseguiu fazer os revoltosos retornaram à Vila
Rica a espera das suas ações. No entanto, isso serviu para que as tropas portuguesas se organizassem
contra os rebelados. No dia 14 de julho iniciou-se o conflito que prendeu vários participantes e condenou
Filipe dos Santos à morte e ao esquartejamento.

EXERCÍCIO

1. (PUC – SP) “Assim confabulam, os profetas, numa reunião fantástica, batida pelos ares de Minas.
Onde mais poderíamos conceber reunião igual, senão em terra mineira, que é o paradoxo mesmo, tão
mística que transforma em alfaias e púlpitos e genuflexórios a febre grosseira do diamante, do ouro e das
pedras de cor?” (ANDRADE, Carlos Drummond de. Colóquio das Estátuas. In: MELLO, S. Barroco
mineiro. São Paulo: Brasiliense, 1985.)
A origem desse traço contraditório que o poeta afirma caracterizar a sociedade mineira remete a um
contexto no qual houve:
a) a reafirmação bilateral do Tratado de Tordesilhas entra Portugal e Espanha e o crescimento da
miscigenação racial no ambiente colonial.
b) o rebaixamento na política de distribuição de terras na colônia e a vigência de uma concepção
racionalista de planejamento das cidades.
c) a diversificação das atividades produtivas na colônia e a construção de um conjunto artístico e
arquitetônico que singularizou a principal região da mineração.
d) o deslocamento do eixo produtivo do nordeste para as regiões centrais da colônia e o desenvolvimento
de uma estética que procurava reproduzir as construções românicas europeias.
e) a expansão do território colonial brasileiro e a introdução, em Minas, da arte conhecida como gótica,
especialmente na decoração dos interiores das igrejas.

2. Com a descoberta das minas de metais e pedras preciosas nos séculos XVII e XVIII, muitos colonos
aventureiros de outras capitanias do Brasil dirigiram-se à Capitania de São Paulo, onde, à época,
encontravam-se centros da mineração. A relação entre mineradores paulistas e aqueles que lá chegavam
passou a ficar tensa na primeira década do século XVIII, fato que deu origem a um confronto sangrento
conhecido como:
a) Guerra dos Emboabas
b) Guerra de Canudos
c) Revolta do Contestado
d) Guerra dos Tropeiros
e) Guerra do Distrito Diamantino

3. (Fuvest) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas
podemos destacar:
a) a urbanização da Amazônia, o início da produção do tabaco, a introdução do trabalho livre com os
imigrantes.
b) a introdução do tráfico africano, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra.
c) a industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba, a expansão da criação de
ovinos em Minas Gerais.
d) a preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários
europeus.
e) o aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio,
a mudança do eixo econômico para o Sul.

4. Leia o texto a seguir: “Entre 1740 e 1771, a região, inteiramente demarcada pelas autoridades e já
constituindo o 'distrito diamantino', foi entregue a contratadores, como o famoso João Fernandes de
Oliveira. Problemas de administração e contrabando crescente, além das sempre presentes dificuldades
de comercialização no mercado mundial, fizeram com que o Estado assumisse a exploração da área. A
Real Extração passou a ser regulamentada por um severo regimento, chamado “Livro da Capa Verde”,
ficando o distrito sob a responsabilidade de um intendente nomeado pelo governo metropolitano”.
(Wehling, Arno. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 213.)

O texto acima aponta uma mudança substancial na administração da extração de pedras preciosas na
região do Distrito Diamantino a partir de 1740. Essa mudança foi possível, sobretudo, pela instituição:
a) da Intendência das Minas
b) dos Regulamentos do Marquês de Pombal
c) dos Contratos de Monopólio
d) da Casa de Fundição
e) do sistema de capitação.

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