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Elemento Flexível de
Transmissão: Correia
1 – Tipos;
2 – Aplicação;
3 – Dimensionamento.
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1 – Tipos mais comuns de correias:
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Cordões:
Materiais que compõem
-Tiras de Poliamida correia de alta performance
- Aramida / Poliéster correias V-ribbed (Poli-V)
a correia Trapezoidal - V - Poliéster correias planas de alta performance;
- Fibra de vidro / aço correias dentadas
- Poliéster / fibra de vidro / aramida correias V
convencionais.
(Borracha sintética:
Neoprene)
Tecido de algodão
Náilon impregnado com
borracha sintética
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Razões que proporcionam a versatilidade e segurança na aplicação
Razões econômicas:
- padronização dos perfis (DIN 7753 / DIN 2215)
- facilidade de montagem e manutenção (a disposição é simples e o
acoplamento e o desacoplamento são de fácil execução);
- ausência de lubrificante;
- durabilidade, quando adequadamente projetadas e instaladas.
Razões de segurança:
- reduzem significativamente choques e vibrações devido à sua
flexibilidade e ao material que proporciona uma melhor absorção de
choques e amortecimento, evitando a sua propagação;
- limitam sobrecargas pela ação do deslizamento (podem funcionar
como “fusível mecânico”).
- funcionamento silencioso,
Razões de versatilidade:
- permitem grandes variações de velocidade (i recomendado ≤ 6);
- possibilitam rotações nos mesmo sentido (correia aberta) ou em
sentidos opostos (correia fechada)
- facilidade de variação de velocidade:
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Correia fechada:
- Possibilita a inversão do sentido da rotação;
- Evitar o roçamento das bordas da correia.
As transmissões por correias planas são utilizadas para eixos paralelos
ou para eixos reversos, enquanto que as correias em “V” somente
devem ser utilizadas para eixos paralelos.
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Arranjos que possibilta a variação de velocidade
Uma correia (metálica no caso dos automóveis) liga duas polias com sulco em
forma de “V” e largura variável. À medida em que as laterais de cada uma das
polias se afastam, por um sistema hidráulico, a correia afunda em seu sulco, como
se a polia tivesse menor diâmetro. Com as laterais mais próximas, ela corre mais na
periferia da polia, simulando um diâmetro maior.
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Fatores que afetam a vida e a capacidade de
transmitir potência das correias trapezoidais:
a) Encurvamento da correia em torno da polia:
um fator de grande importância na vida útil das correias, quanto menor o raio da
polia, maior a flexão da correia, provocando um maior esforço de tração nas fibras
externas da correia.
b) Tração inicial:
A tração inicial não deve ser muito grande, nem muito pequena, pois no primeiro
caso havera esforço excessivo na correia, bem como cargas elevadas nos mancais.
No segundo caso poderá haver escorregamento.
c) Força centrífuga:
Importante nas altas velocidades, provocando a tendência de separar a correia da
polia.
d) Velocidade:
Quanto maior a velocidade mais frequentemente um determinado trecho da correia
é flexionado em torno da polia. Assim para as mesmas condições de carga correia
durara menos quanto maior for a sua velocidade de trabalho.
f) Arco de contato:
Quanto menor o arco de contato, menor a capacidade de transmissão de potência da
correia. O arco de contato varia relativamente com os diâmetros das polias e a
distância entre centros.
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3- DIMENSIONAMENTO DAS TRANSMISSÕES
POR CORREIA EM “V”
Dados necessários: Procedimento para definir a correia
• Tipo de motor; a) Determinar potencia de projeto;
• Potência do motor; b) Escolha do perfil mais adequado;
• Rotação do motor; c) Cálculo da potencia transmitida por
• Tipo de máquina; uma correia;
• Rotação da máquina; d) Determinar número de correias;
• Distância entre centros; e) Determinar comprimento da
• Tempo de trabalho diário correia
da máquina.
3.1- Potência projetada Pp = Pmotor fs
1 cv = 735,5 W
1 hp = 747,7 W
Pp ≡ potência projetada (cv); 1 cv aprox. = 1 hp
Pmotor ≡ potência do motor (cv);
fs ≡ fator de serviço (adimensional). Conforme tabela 1ou 2.
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Fator de
serviço
(fs)
Tabela 1
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Fator de serviço (fs)
(continuação da tabela 1)
Fator de serviço leva em consideração:
- Arranque
- Tempo de funcionamento
- Tipo de carga (intermitente ou continua)
- Tipo de choque, etc...
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Fator de serviço (fs) Tabela 2
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Perfil da correia
Trapezoidal
As correias industriais
trapezoidais
são fabricadas basicamente
com dois conjuntos de perfis:
Perfil Hi-Power (A, B, C,
D e E). Correias em V
convencionais
Tabela 3 Perfil HC ou PW (3V, 5V e
8 V). Correias em V estreitas
de grande capacidade.
Correia trapezoidal estreita de alto
rendimento: DIN 7753
Correia Trapezoidal clássica: DIN 2215
Correia trapezoidal estreita de alto
rendimento: USA – Standard RMA/MPTA
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3.2 - Perfil da Correia – Super HC
Após calcular a potência projetada, é necessário determinar o perfil da correia
conforme o Gráfico 1 (Correias Super HC) ou Gráfico 2 (Correias Hi-Power II).
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Perfil da Correia – HI-Power II
Gráfico 2
1730
1,5
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3.3 – Determinar os diâmetros das polias
O diâmetro da polia menor deve ser determinado por
meio da tabela 4 (Correias Super HC) ou tabela 5
(Correias Hi-Power II) em função da potência do motor
(cv) e da rotação do eixo mais rápido.
Norma NEMA MG-1-14.42 (junho / 1972)
Os valores do diâmetro mínimo encontrados nas tabelas
4 e 5 estão em “polegadas”, portanto, para obter o
diâmetro da polia em “mm” basta multiplicar o diâmetro
em polegadas por 25,4 mm:
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3.3 – Determinar os diâmetros das polias
Onde: D = diâmetro da polia maior [mm];
d = diâmetro da polia menor [mm];
npolia maior = rotação da polia maior [rpm];
npolia.menor = rotação da polia menor [rpm];
i = relação de transmissão [adimensional] do motor
Determinar o diâmetro maior
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1 hp = 747,7 W
1 cv = 735,5 W
Diferença= 12,2 W (1,6%)
Tabela 4:
Diâmetro
mínimo da polia
(Correias 3V, 5V
e V8)
Obs:
Dimensão dos
diâmetros estão
em polegadas.
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* Rotação para
motores de 50
ciclos
Tabela 5:
Diâmetro
mínimo da
polia
(Correias A, B,
C, D e E)
Obs:
Dimensão dos
diâmetros estão
em polegadas.
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3.4 – Determine o comprimento
experimental da correia (L)
Quando for necessário determinar a distância entre centros
preliminarmente, utiliza-se a seguinte fórmula:
C = ( 3 . d + D) / D
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3.5 – Escolha da correia adequada
O comprimento exato da correia é definido através da tabela 6
(Correias Super HC) ou tabela 7 (Correias Hi-Power II).
3.6 – Ajuste da distância entre centros – C(a)
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3V 5V
8V
Tabela 6
Comprimento
das correias
Super HC
(3V / 5V e 8V)
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Tabela 7 – Comprimento das correias Hi-Power II (A, B, C, D e E)
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Tabela 8 – Fator de correção da
distância entre centros (h)
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3.7- Determinação da potência transmitida pela correia (Ppc)
Ppc = (Pb + Pa) fcc fcac
Ppc - Capacidade de transmissão de potência por correia [cv];
Pb - Potência básica [cv]
Pa - Potência adicional [cv];
fcc - Fator de correção do comprimento [adimensional];
fcac - Fator de correção do arco de contato [adimensional].
Pb e Pa Tabela 9 - para Correias Hi-Power II e PowerBand
Hi-Power II (Perfil A),
Fator de correção do comprimento (fcc) Tabela 11
(Correias Super HC) e Tabela 12 (Correias Hi-Power II).
Fator de correção do arco de contato (fcac) Tabela 13
a partir do resultado da equação:
(D − d) / C(a)
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Tabela 9 – Potência Basica (Pb) e Potência Adicional (Pa) (cv)
por correia: Correias Hi-Power e PowerBand Hi-Power II
(tabela parcial)
d = 65
Perfil A i > 1,49
Pb – Capacidade de transmissão da correia (polias
1730 rpm 0,73 com o mesmo diâmetro) 0,33
Pa – é um fator de correção devido a diferença de
diâmetro das polias. Depende da rotação e relação
de transmissão
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Tabela 10 - Classificação de potência (CV) por correia
Correias Hi-Power e PowerBand Hi-Power II – Perfil A
d = 65
(tabela parcial)
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Tabela 11 - Fator de correção de comprimento
de correias Super HC (fcc)
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Tabela 12 - Fator de correção de comprimento
de correias Hi-Power II (fcc)
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Tabela 13 – Fator de correção do Arco de Contato (fcac)
0,12 173°
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3.8 - Determine o número de correias (nc)
nc = Pp / Ppc
nc ≡ número de correias [adimensional];
Pp ≡ potência projetada [cv];
Ppc ≡ capacidade de transmissão de potência por correia [cv].
3.9 – Verificação da velocidade periférica da correia (Vp)
Vp – velocidade periférica (m/s)
ω1 – velocidade angular da polia 1 (rad/s)
ω2 - velocidade angular da polia 2 (rad/s)
r1 – raio da polia 1 (m)
r2 – raio da polia 2 (m)
n1 – rotação da polia 1 (rpm)
n2 – rotação da polia 2 (rpm)
π – constante trigonométrica (3,141516..)
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3.9 – Verificação da velocidade periférica da correia (Vp)
αrad = arco de contato ou ângulo de abraçamento (rad)
α° = arco de contato ou ângulo de abraçamento (graus)
2.π .rad = 360°
1 rad = α°
1 rad = (π. α°) / 180°
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3.10 – Esforços na transmissão
F ≡ força resultante [N];
F1 ≡ força motriz [N];
F2 ≡ força resistiva [N];
FT ≡ força tangencial [N];
e ≡ base dos logaritmos neperianos e= 2,71...
μ ≡ coeficiente de atrito (correia/polia)
αrad ≡ arco de contato [rad].
Torque nas polias:
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3.11 – Força tangencial (Ft)
A força tangencial, que é constante na transmissão, pode ser determinada por meio
da polia menor ou da polia maior utilizando-se uma das equações seguintes:
F ≡ força resultante [N];
F1 ≡ força motriz [N];
F2 ≡ força resistiva [N];
FT ≡ força tangencial [N];
e ≡ base dos logaritmos neperianos e= 2,71..
μ ≡ coeficiente de atrito (correia/polia)
αrad ≡ arco de contato [rad].
Conforme Malconian – Elem Máquinas-pag.60
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Coeficiente de atrito (μ) – correia / polia
Tabela 14
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Exercício resolvido
O compressor de ar da figura é do tipo pistão, gira com rotação
nc = 810 rpm,acionado por um motor elétrico de CA de indução,
assíncrono, trifásico, com potência P = 1 cv (0,7355 kW) e rotação
nm = 1730 rpm, sendo a distância entre centros C = 600 mm.
-Considerar:
- serviço normal 8-10 h/dia,
- Utilizar correias Gates Hi-Power II, coeficiente de atrito
correia-polia μ = 0,25.
Determinar para a transmissão:
a) O número e a referência da(s) correia(s)
necessária(s) para a transmissão;
b) Os esforços atuantes na transmissão
(F1 – força motriz, F2 – força resistiva
e F – força resultante)
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Resolução:
1- Potência projetada: Pp = P motor . fs
fs= fator de serviço, ver tabela 1 ou 2 (pag.5 / 6)
Considerando: compressor do tipo pistão, serviço normal, motor CA
de indução fs= 1,5
Pp = 1 x 1,5 Pp = 1,5 cv
2- Perfil da correia
Considerando: correia Hi-Power II, rotação da polia motora nm=1730
rpm e a potência projetada Pp=1,5 cv
Ver gráfico 2 pag.9 Perfil “A”
3- Diametros das polias.
3.1- Diametro da polia motora (1)
Considerando: Pot.motor = 1 cv e rotação motor = 1730 rpm e
tabela 5 pag.15 dmin.2,2” = 56 mm
Diâmetro mínimo recomendado para esse tipo de correia é 65
mm, será o diâmetro da polia menor. d1 = 65 mm (ver tab.10 pag.23).
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3.2- Diâmetro da polia movida (2)
D2 = d1 . i d1 = 65 mm (adotado)
Relação de transmissão (i) = nmotor / ncompressor
i = 1730 / 810 i = 2,136
D2 = 65 . 2,136 = 138,84 D2= 140 mm
4- Comprimento das correias
Considerando entre centros
C = 600 mm, (tabela 7 pag.19)
A correia padronizada a ser
utilizada é A60 com comprimento
lc=1560mm (valor mais proximo
do 1524mm).
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5- Ajuste da distância entre centros (Ca)
5.1- Comprimento de ajuste
5.2- Fator de correção da distância entre centros (h)
Ver tabela 8
Temos h=0,03
5.3- Distância entre centros ajustada (Ca)
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6- Capacidade de transmissão de potência por correia (Ppc)
Ppc = (0,73+0,33).0,97.0,986
Ppc = 1 cv
6.1- Fator de correção de comprimento de correias Hi-Power II (fcc)
Tabela 12 - Correia A-60 - perfil A fcc = 0,97
6.2- Fator de correção do arco de contato (fcac)
Tabela 13 fcac = ??? Se faz necessário
0,02 a interpolação dos valores
0,02
0,10 -------- 0,99 0,10 – 0,02
0,12 -------- x 0,02 – x
0,1 0,20 -------- 0,97 X= 0,02 x 0,02 / 0,1= 0,004
fcac = 0,99 - 0,004 fcac = 0,986
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7- Número de correias necessárias para transmissão (nc)
nc = Pp / Ppc 1,5/ 1 nc = 1,5
Serão utilizados duas correias A-60 Gates Hi-Power II na transmissão.
8- Esforços na transmissão
8.1- Torque no motor (polia 1):
8.2- Força tangencial (FT)
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8.3- Esforços F1 e F2
.αrad
Coeficiente de atrito (μ) correia-polia = 0,25
e= 2,71828... (base logaritmos neperianos)
α rad – ângulo de abraçamento Tabela 13 α = ?? graus , Se faz
necessário a interpolação dos valores
Executando a interpolação temos α = 173° transformar para radianos.
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Resolução:
-Cálculo F1 e F2
8.4- Carga resultante
F = 345 N
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Influências na vida da corrreia
- O ângulo de abraçamento deve ser maior que 120° na
polia menor.
Gráfico 3
Tabela 15
Influência da temperatura
na vida da correia
100% da vida = trabalho a 70° C
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Exercícios propostos
1- A máquina Policorte, representada na figura abaixo, é acionada por um motor
assíncrono,de indução, trifásico, com P = 2 cv (~1,5 kW) e n = 1720 rpm. As
polias possuem respectivamente d1 = 100 mm e d2 = 120 mm. A distância entre
centros é de 400 mm devido a restrições de manuseio, porem possui liberdade de
pequeno ajuste. A referida máquina será submetida a um trabalho diário de 8 a 10
horas. Devido a estratégia da empresa que envolve custos e armazenagem,
optou se em utilizar correia Gates Hi-Power II para realizar a transmissão de
movimento e torque entre o motor elétrico e o policorte.
Para completar o projeto da referida máquina se faz necessário que você defina o
número e o tipo de correias necessários para a transmissão. Lembrando que
devemos utilizar comprimento de correias padronizados.
Respostas:
a) Pp = 2,6 cv b) Perfil “A” c) i = 1,2
d) l = 1145 mm (comprimento calculado)
e) lc = 1175 mm (compr. padronizado) tabela
f) C = 415 mm (aprox.)
g) Ppc = 2,7 cv / correia
h) 1 correia ref.A45
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2- Um motor elétrico, assíncrono, de indução, trifásico, com potência P = 5
cv (3,7 kW) e rotação nm = 1710 rpm aciona o compressor do tipo pistão,
de um sistema de refrigeração que tem rotação prevista em nc = 805 rpm.
Considerar para a transmissão: distância entre centros C = 600 mm,
serviço normal (8-10 h/dia), correias em V Gates Hi-Power II e coeficiente
de atrito correia-polia μ = 0,25.
- Determinar para a transmissão:
a) O número e a referência das correias necessários para a transmissão;
b) Os esforços atuantes: F1, F2 e F.
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Bibliografia:
• Dobrovolski. V – Elementos de Máquinas – Domus I –
pag.251.
• Collins, J.A – Projeto Mecânico de Elementos de
Máquinas – 1ª edição
• Budynas, R.G e Nisbett, J.K – Elementos de Máquinas de
Shigley, Projeto de Engenharia Mecânica – 8ª edição.
• Niemann – Elementos de Máquinas – Vol.I – edição 1971
• Catálogo da Good Year – Cálculos e recomendações
para correias de transmissão de potência em “V”.
OBRIGADO