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Resumo A2 - Procedimentos Especiais

O documento discute a ação de exigir contas, que permite que alguém exija que outra pessoa preste contas detalhadas sobre a administração de bens ou negócios. O processo é bifásico, com a primeira fase decidindo se há obrigação de prestar contas e a segunda analisando as contas apresentadas para verificar saldos. O réu pode reconhecer a obrigação, prestar contas, ou contestar, e o autor pode apresentar contas se o réu se omitir.

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Resumo A2 - Procedimentos Especiais

O documento discute a ação de exigir contas, que permite que alguém exija que outra pessoa preste contas detalhadas sobre a administração de bens ou negócios. O processo é bifásico, com a primeira fase decidindo se há obrigação de prestar contas e a segunda analisando as contas apresentadas para verificar saldos. O réu pode reconhecer a obrigação, prestar contas, ou contestar, e o autor pode apresentar contas se o réu se omitir.

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Ação de Exigir Contas

Existem relações jurídicas das quais resulta a obrigação de um dos envolvidos prestar contas a outrem.
Isso ocorre quando, por força dessa relação, um deles administra negócios ou interesses alheios, a
qualquer título. Aquele que o faz deve prestar contas, apresentar a indicação pormenorizada e detalhada
de todos os itens de crédito e débito de sua gestão, para que se possa verificar se, ao final, há saldo credor
ou devedor.
A prestação de contas serve para aclarar o resultado da gestão, permitindo que se verifique se há saldo
em favor de alguém. Quem administra negócios ou bens alheios pode receber valores que devem ser
entregues ao titular, e fazer despesas, que devem por este ser repostas. Só por meio dela
será possível verificar se há saldo em favor de algum dos envolvidos.
Não se admite a prestação de contas se não há necessidade de aclaramento. Quando já é possível saber
se há saldo credor ou devedor, sem a prestação de contas, não há interesse na ação, bastando que aquele
que tem crédito a seu favor ajuíze ação de cobrança, ou aquele que tem débito ajuíze ação de consignação
em pagamento.

Alguns exemplos de relações das quais resulta a obrigação de prestar contas


No Código Civil, podem ser mencionadas:
■ a obrigação do tutor e do curador, pela gestão de bens e negócios do tutelado ou curatelado (art. 1.756);
No Código de Processo Civil:
■ a do administrador da massa na insolvência;
No Direito Comercial:
■ nos contratos de sociedade, pois qualquer sócio pode pedir aos demais que prestem contas da sua
administração da sociedade;
■ o administrador da falência, que deve prestar contas de sua gestão.
Algumas situações específicas:
■ no condomínio em edifícios, o condomínio, representado pelo síndico, pode exigir contas da
Administradora. Já o síndico deve prestar contas à Assembleia Geral e ao Conselho Consultivo. Só se ele
não o fizer, e não forem tomadas providências, é que a ação poderá ser ajuizada pelos condôminos,
individualmente;

Legitimidade Ativa:
Pessoas que tem seus bens administrados pelo réu.
Legitimidade Passiva:
Pessoas que administram bens do autor.

Processo bifásico: Vem tratado no art. 550 do CPC.


A ação é proposta por aquele cujos bens foram administrados por outrem.
O que caracteriza o seu procedimento é a existência, em regra, de duas fases: a primeira, para que o juiz
decida sobre a existência ou não da obrigação de o réu prestar contas. Se o juiz decidir que não, o processo
encerra-se nessa fase(postulatória); mas se decidir que sim, haverá uma segunda(Fase de cobrança da
diferença), que servirá para que o réu preste as contas, e o juiz possa avaliar se o fez corretamente,
reconhecendo a existência de saldo credor ou devedor.

Primeira fase
A petição inicial deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, cuidando o autor de expor com clareza as
razões pelas quais tem o direito de exigir contas do réu, e instruindo-a com os documentos comprobatórios
de seu direito. Na inicial, ele pedirá ao juiz que mande citar o réu para, no prazo de 15 dias, apresentá-las
ou contestar a ação. Citado, o réu poderá ter uma entre várias condutas possíveis:
■ pode reconhecer a obrigação de prestar contas, e já as apresentar, caso em que o juiz considerará
superada a primeira fase e passará, desde logo, à segunda. O juiz ouvirá o autor sobre as contas prestadas,
no prazo de 15 dias, e determinará as provas necessárias, podendo, se preciso, designar audiência de
instrução e julgamento. Ao final, proferirá sentença, na qual decidirá se há
saldo em favor de alguma das partes;
■ pode permanecer inerte, sem contestar nem prestar as contas solicitadas, caso em que o juiz, aplicando
ao réu os efeitos da revelia, julgará antecipadamente o mérito, determinando que o réu preste ao autor as
contas solicitadas, no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar;
■ pode apresentar resposta. Na contestação, o principal fundamento será a inexistência da obrigação de
prestar contas, seja porque a relação que havia entre as partes não a impõe, seja porque as contas já foram
prestadas extrajudicialmente. O juiz determinará as provas necessárias e, ao final, proferirá sentença. Caso
seja de procedência, o réu será condenado a prestar contas em 15 dias, sob pena de não lhe ser lícito
impugnar as que o autor apresentar. O réu poderá valer-se de reconvenção, desde que o objeto desta não
seja o reconhecimento de saldo em seu favor, já que para tanto não há necessidade de reconvir, dada a
natureza dúplice da ação. Mas a reconvenção pode ter outra finalidade. Por exemplo: o autor postula que
o réu seja condenado a prestar contas em razão de um contrato, e o réu reconvém para obter a declaração
de nulidade deste;
■ pode o réu contestar, negando a obrigação de prestar contas, mas, ao mesmo tempo, já apresentá-las.
O processo
passará desde logo à segunda fase, seguindo-se o procedimento do § 2º do art. 550. Ao apresentar as
contas, o réu reconheceu a obrigação, cumprindo apenas verificar se elas estão corretas e se há saldo em
favor dos litigantes.
Da decisão que encerra a primeira fase da ação de exigir contas
Como o pronunciamento judicial que condena o réu a prestar contas não põe fim ao processo, marcando
apenas a passagem para a segunda fase, o art. 550, § 5º, refere-se a ele como “decisão”.
Trata-se de decisão interlocutória de mérito, já que o juiz decide, por meio dela, se o réu deve ou não
contas ao autor, determinando que ele as preste. O recurso cabível será o de agravo de instrumento, com
fundamento no art. 1.015, II, do CPC. Há controvérsias sobre o momento oportuno para a condenação em
honorários advocatícios, em caso de procedência. Ao proferir a decisão condenando o réu a prestar contas,
o juiz o condenará ao pagamento de
honorários. Se ele as prestar, e o autor aceitá-las, não haverá a fixação de novos honorários,
correspondentes à segunda fase. Mas, se nesta surgir controvérsia — do que pode resultar a necessidade
de provas, como a pericial e a testemunhal — novos honorários deverão ser fixados.
Pode ocorrer, por exemplo, que o réu seja condenado na primeira fase a pagar honorários, porque se
recusou a fazê-lo. Mas que, na segunda fase, ele as preste assim que intimado, e que o autor as impugne,
reputando-as incorretas. Serão determinadas as provas necessárias e, se o juiz verificar que a razão estava
com o réu, será o autor condenado em honorários.
Segunda fase da ação de exigir contas
Tendo o réu sido condenado a prestar contas, passar-se-á à segunda fase, na qual ele será intimado para o
fazer, em 15 dias, sob pena de não poder impugnar as que forem apresentadas pelo autor.
O réu poderá tomar duas atitudes possíveis:
■ apresentar as contas, caso em que a segunda fase processar-se-á na forma do art. 550, § 2º, do CPC: o
autor será ouvido em quinze dias. Se quiser impugná-las, deverá fazê-lo de maneira específica e
fundamentada, referindo-se expressamente àqueles lançamentos com os quais não concorda. Feito isso, o
juiz determinará as provas necessárias e, ao final, julgará. Mas é preciso que
as contas sejam prestadas na forma do art. 551 do CPC. Se o réu apresentar contas, sem obedecer à forma
exigida por lei, o juiz não as considerará prestadas. Não é necessário que elas sejam apresentadas sob
forma mercantil, como exigia o CPC de 1973. Mas é preciso que o sejam de forma adequada,
especificando-se as receitas e os investimentos, se houver. Caso o autor apresente as contas, porque o réu
não as apresentou no prazo estabelecido pelo juiz, ele também deverá fazê-lo de forma adequada, já
instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os
investimentos, se houver;
■ não prestar as contas, caso em que se procederá na forma do art. 550, § 6º, 2ª parte do CPC: o autor as
apresentará no prazo de quinze dias, e elas serão julgadas ao prudente arbítrio do juiz, que poderá
determinar, se necessário, exame pericial contábil. O réu omisso perde o direito de apresentar contas e de
impugnar as que o autor apresentar. Mas isso não significa que o juiz vá
acolher as do autor. É preciso examiná-las e, se necessário, determinar as provas para formar a sua
convicção. Não pode o juiz permitir que o autor se valha da proibição de o réu impugná-las, para
perpetrar abusos, cobrando mais do que é devido. Na dúvida, o juiz determinará a realização de exame
pericial contábil.
Se o réu não prestar contas, e o autor também não as apresentar, o processo não terá como prosseguir.
Cumpre ao juiz intimar o autor para que dê andamento ao feito, sob pena de extinção sem resolução de
mérito.

Ações Possessórias
A ação, para ser qualificada de possessória, tem de estar fundada na posse do autor, que foi, está sendo,
ou encontra-se em vias de ser agredida. Não interessa se o bem é de propriedade dele, mas se ele tem ou
teve posse, e se ela lhe foi tirada de forma indevida.
Espécies:
Reintegração de posse: esbulho: pressupõe que a vítima seja desapossada do bem, que o perca para o
autor da agressão. É o que ocorre quando há uma invasão e o possuidor é expulso da coisa;
Manutenção de Posse: turbação: pressupõe a prática de atos materiais concretos de agressão à posse,
mas sem desapossamento da vítima. Dificultar o uso da posse, causar obstáculos, barreiras. Por exemplo: o
agressor destrói o muro do imóvel da vítima; ou ingressa frequentemente, para subtrair frutas ou objetos
de dentro do imóvel;
Interdito Proibitório: ameaça: não há atos materiais concretos, mas o agressor manifesta a intenção de
consumar a agressão. Se ele vai até a divisa do imóvel, e ali se posta, armado, com outras pessoas, dando a
entender que vai invadir, há ameaça.
Fungibilidade: A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
Diante da possível dúvida sobre a natureza da agressão à posse, o legislador houve por bem considerar
fungíveis as ações possessórias.
Força Nova:
A ação de força nova é aquela intentada dentro do prazo de ano e um dia, a contar da data do esbulho
ou da turbação. Depois disso, poderá ser intentada, porém será procedimento comum.
O procedimento especial, examinado nos itens seguintes, só tem de particular a fase de liminar, que pode
ser deferida de plano ou após a audiência de justificação. Ultrapassada essa fase, prosseguir-se-á pelo
procedimento comum.
A liminar típica das ações possessórias é deferida sempre antes da ouvida do réu, antes que tenha tido
oportunidade de oferecer resposta (Inaudita Altera Parte).
Pode ser deferida:
■ de plano, assim que apresentada a inicial, desde que esteja de tal forma instruída que o juiz, em cognição
sumária, se convença do preenchimento dos requisitos do art. 561 do CPC. A liminar será dada antes que o
réu seja citado. O prazo de contestação, de 15 dias, correrá da data da juntada aos autos do mandado de
citação devidamente cumprido. Não é muito comum que a liminar seja deferida de plano, porque, tendo a
posse aspectos fáticos, nem sempre é possível, com a inicial, trazer todos os elementos para o
convencimento do juiz;
Após a audiência de justificação: Se o juiz quiser maiores esclarecimentos para apreciar a liminar, será
designada audiência de justificação. Sua finalidade é dar ao autor a oportunidade de produzir provas dos
requisitos da medida.
Com frequência, somente com prova oral se poderá apurar, ainda em cognição sumária, se o autor tem ou
teve mesmo a posse, e se houve o esbulho ou a turbação há até ano e dia.

Cumulação de Pedidos: pode haver comulação de pedidos, pugnando-se pela condenação do réu em
perdas e danos, cominação pecuniária, também conhecida por astreinte, bem como o desfazimento de
construção ou plantação feita em detrimento da posse, conforme dispõem os incisos do artigo 921, do
Código de Processo Civil.
Segundo Wambier, isso em nada descaracteriza a natureza possessória da ação. Como em todos os casos
de cumulação de pedidos, visa-se a economia processual, pois não seria lógico exigir que o possuidor
intentasse nova demanda, para obter tais desdobramentos da proteção possessória.
Pode ser quatro os pedidos feitos pelo autor na inicial possessória: a) proteção possessória; b) indenização
por perdas e danos; c) pena pela nova turbação ou esbulho; d) o desfazimento de plantação ou construção
feita em detrimento de sua posse.

Usucapião

Forma originária de aquisição da propriedade. Consiste em uma posse prolongada no tempo de um bem
móvel ou imóvel, acompanhada de certos requisitos e restrições estabelecidos pela lei.

Finalidade: Reconhecimento judicial da aquisição originária da propriedade pela posse qualificada.

Usucapião como procedimento comum: Em primeiro lugar, é importante salientar que o novo CPC não
prevê um procedimento especial para a ação de usucapião, apesar de a ela se referir nos artigos 246 e 259.
Assim sendo, passa a referida ação a se inserindo dentre as ações de procedimento comum.

Usucapião Extrajudicial:
Competência: Cartório de registro de imóveis da situação da coisa.
Esta norma criou a possibilidade do reconhecimento extrajudicial da usucapião, ou seja, sem precisar de
um processo judicial. Saliento que este procedimento é opcional e, se a parte quiser, pode optar pela via
judicial.
O procedimento será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em
que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado.
Importante destacar que a presença do advogado é obrigatória neste procedimento.

A) Documentos necessários:

I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores,
conforme o caso e suas circunstâncias;

II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de anotação de
responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos
reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos
imóveis confinantes;

III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente;

IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o
tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.

B) Notificação do Proprietário e confinantes:


Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse
será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento,
para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o seu silêncio como
discordância.

- Ciência dos Entes Federativos: O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito
Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou
pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido.

- Publicação de edital: O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de


grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se
manifestar em 15 (quinze) dias.
Registro de Aquisição do Imóvel: Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de
diligências na forma do § 5º deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da
concordância expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis
registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula,
se for o caso.

Independência entre pedido extrajudicial e Ação Judicial: A rejeição do pedido extrajudicial não impede o
ajuizamento de ação de usucapião.

Efeitos da Impugnação ao pedido extrajudicial: Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento


extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por
algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os
autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição
inicial para adequá-la ao procedimento comum."

Procedimento Monitório

A ideia da monitória é permitir ao credor de uma obrigação de pagar, de entregar coisa, ou de obrigação
de fazer ou não fazer, que esteja munido de prova escrita não dotada de força executiva, obter mais
rapidamente o título executivo judicial, quando o devedor não oferecer resistência.
No procedimento comum, quando o devedor não oferece resposta, o juiz, reconhecendo a revelia, profere
sentença, condenando-o ao cumprimento da obrigação. A sentença pode ser objeto de recurso, e só
quando contra ela não couber nenhum que seja dotado de efeito suspensivo, poderá ser executada. Na
monitória, a coisa se simplifica, porque se o réu não opuser resistência, o mandado inicial converte-se em
executivo. Passa-se diretamente da fase de conhecimento para a de execução, sem necessidade de
sentença ou qualquer tipo de decisão. O transcurso in albis do prazo de resposta do réu é bastante para
que, de pleno direito, o mandado inicial se converta em executivo. Se o réu
oferecer resistência, a monitória segue pelo procedimento comum, sendo necessária sentença que
examine as alegações das partes.
Finalidade: A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

Cabimento:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
Requisitos da petição Inicial:
Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.

- Indeferimento da petição Inicial: não atendidos os requisitos acima.

Falta de Idoneidade da Prova documental: Procedimento comum:


Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para,
querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
Expedição do mandado de pagamento (ou mandato monitório):
Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de
coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias
para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à
causa.
- Prazo: 15 dias para pagamento ou embargos + honorários de 5% sobre o valor da causa (sem
ressarcimento de custas processuais)
- Se não houver o pagamento ou oposição de embargos: constitui-se o título executivo judicial.
- Monitória contra a fazenda pública, sem pagamento, nem embargos – Remessa necessária: Está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:
Embargos: (defesa do réu na ação monitória)
- Desnecessidade de garantia do juízo
- defesa baseada na alegação de cobrança superior a devida: Não apontado o valor correto ou não
apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único
fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de
examinar a alegação de excesso.

 Embargos suspendem o mandato monitório até o julgamento em primeiro grau


 Cabimento de Reconvenção: Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o
oferecimento de reconvenção à reconvenção.
 Rejeição dos Embargos – Constituição de título executivo judicial: acolhe o pedido do autor e
condena o réu ao pagamento
 Resposta aos embargos: 15 dias prazo para o autor se manifestar
 Condenação por má-fé:
-Do autor: O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao
pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa.

- Do embargante: O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao
pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.

Ações de Família

Cabimento: O procedimento especial das ações de família, previsto nos arts. 693 e ss. do CPC, aplica-se ao
processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda,
visitação e filiação. Não se aplica aos procedimentos de jurisdição voluntária de divórcio e separação
consensuais, extinção consensual de união estável e alteração do regime de bens de patrimônio, que são
regulados pelos arts. 731 a 734 do CPC.
Incentivos a resolução consensual do conflito: Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos
para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas
de conhecimento para a mediação e conciliação.
- Possibilidade de suspensão do feito para resolução consensual:  requerimento das partes, o juiz pode
determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a
atendimento multidisciplinar.
Citação do réu:
- Citação desacompanhada da petição inicial: para que o réu possa comparecer desarmado para
audiência.

- Citação com antecedência de 15 dias da Audiência: pois as partes deveram na audiência estarem
acompanhadas de seus advogados ou defensores.

- Citação Pessoal: Será feita na pessoa do réu.

- Patrocínio por advogado ou defensor:


Audiência de mediação/conciliação: A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas
sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências
jurisdicionais para evitar o perecimento do direito.
Aplicação das normas de procedimento comum: Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de
então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335. 15 dias para resposta do réu.
Intervenção do MP: Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse
de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.
Abuso/alienação Parental: Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a
alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por
especialista.

Ações de Alimento
É a ação pela qual uma das partes, seja em ação de divórcio, anulação de casamento, dentre outras
causas, pleiteia que o outro o provenha com os meios necessários para a sua manutenção, cabendo ao juiz
determinar o quantum lhe parecer mais justo, considerando a proporção das necessidades do reclamante e
dos recursos da pessoa obrigada.

Finalidade: Promover a alimentação, moradia, educação, cultura e lazer ao alimentando de quem não pode
provê-las por si só.

Espécies de alimentos:
a) Alimentos provisórios – liminar ( medida de urgência)
b) Alimentos definitivos – decorrem da sentença -> Coisa julgada formal (pode ser proposta nova
ação)

Prova Pré- Constituída de Parentesco:  O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-
á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a
obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho,
profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.

Exceções: Dispensar-se-á a produção inicial de documentos probatórios;

I - quando existente em notas, registros, repartições ou estabelecimentos públicos e ocorrer impedimento


ou demora em extrair certidões.
II - quando estiverem em poder do obrigado, as prestações alimentícias ou de terceiro residente em lugar
incerto ou não sabido.

Prisão Civil do Devedor: Pois quando priva de alimentos, priva o desenvolvimento da criança.
- Pacto de san Jose da costa rica: direitos Humanos
- Parâmetros da prisão:  No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação
alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará
intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo.
- Prostesto da Dúvida: Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não
prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará
protestar o pronunciamento judicial
- Inadimplemento Inescusável:  Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de
pagar justificará o inadimplemento.
- Prisão de 01 a 03 meses em regime fechado, separado de presos comum:  Se o executado não pagar
ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial
na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.A prisão será cumprida em
regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
- Prisão não exime o pagamento: O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das
prestações vencidas e vincendas.
- Pagamento suspende a ordem de prisão: Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o
cumprimento da ordem de prisão.
- Débito que autoriza a prisão: (3 parcelas em atraso)  O débito alimentar que autoriza a prisão civil do
alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que se vencerem no curso do processo.
- Execução proposta no domicilio do exequente:  o exequente pode promover o cumprimento da
sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
(Alimentando)
- Rito Alternativo de cumprimento de sentença da execução de quantia certa: quando tem acesso as
contas do devedor O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde
logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do
executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a
que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.

Ação de Despejo (Imóvel urbano)


Finalidade: ação para reaver o imóvel. Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do
locador para reaver o imóvel é a de despejo. Desocupação do imóvel pelo locatário.
Legitimidade:
a) Ativa: Locador (não precisa ser o proprietário, qualquer pessoa que tenha posse sobre o imóvel
b) Passiva: locatário e fiador
Cumulação de pedidos: desocupação do imóvel + aluguéis + encargos da locação + multa contratual +
juros.
Liminar:
- Desocupação em 15 dias
- caucionamento do juízo: 3 aluguéis
- Poder geral de cautela?

Sentença:
A) Prazo para desocupação:
- Tempo entre citação e sentença – ou = 4 meses: 30 dias para desocupar
- Tempo entre citação e sentença + 4 meses: 15 dias para desocupar.
- Por falta de pagamento: 15 dias para desocupar
- Estabelecimento de Ensino autorizados: de 06 meses a 01 ano (Prazo + estendido) de forma a não
prejudicar os alunos.
- Hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, de saúde, asilos =, entidades religiosas: 1 ano
(supremacia do interesse público)
* Tempo entre citação e sentença + que 1 ano: desocupação em 6 meses.

Ação Renovatória
Finalidade: Proteção do estabelecimento empresarial desenvolvido pelo locatário.
Requisitos Cumulativos:
- Vigência ou soma dos contratos + ou igual a 5 anos.
- Atuar no mesmo ramo de atividade por 03 anos.
Legitimidade:
- Ativa: Locatário do imóvel comercial, sublocatário, cessionário, sócio, a empresa locatária quanto pessoa
jurídica.
- Passiva: Locador
Notificação do locatário: De 01 ano a 06 meses antes do fim do contrato por prazo determinado. Se não
decai, prazo decadencial.
Provas Necessárias: I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; Os 5 anos e 3
anos no mesmo ramo
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; recibo
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia;
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação;
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indicação
do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e,
tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de
identidade, comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual idoneidade
financeira; 

VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança,
autorizado por seu cônjuge, se casado for;
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao proprietário.

Defesa do Locador: A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita,
quanto à matéria de fato, ao      seguinte: I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a
valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar;
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores;
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52).

Sentença:

- Improcedência: Mandado de despejo: Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição de
mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, se houver
pedido na contestação.
* Não efetivação de proposta melhor de terceiro: este e o réu respondem solidariamente pelo dano
emergente, lucro cessante e dano moral.

- Improcedência + não utilização do imóvel ou locador explora mesma atividade do locatário: locatário
pode ingressar com ação indenizatória.

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