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Resolução 017 Educação Infantil

Este documento estabelece diretrizes curriculares para a Educação Infantil no sistema municipal de ensino de Planaltina-GO. Ele define a Educação Infantil como um direito das crianças de 0 a 5 anos e 11 meses e estabelece objetivos de aprendizagem em três faixas etárias. Também determina a carga horária mínima, a obrigatoriedade da matrícula para crianças de 4 e 5 anos, e a inclusão de crianças com deficiência.

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Resolução 017 Educação Infantil

Este documento estabelece diretrizes curriculares para a Educação Infantil no sistema municipal de ensino de Planaltina-GO. Ele define a Educação Infantil como um direito das crianças de 0 a 5 anos e 11 meses e estabelece objetivos de aprendizagem em três faixas etárias. Também determina a carga horária mínima, a obrigatoriedade da matrícula para crianças de 4 e 5 anos, e a inclusão de crianças com deficiência.

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RESOLUÇÃO – CME Nº 017, DE 22 DE JUNHO DE 2021.

Institui Diretrizes Curriculares da Educação


Infantil nas Unidades Escolares no Sistema
Municipal de Ensino.

O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE PLANALTINA-GO,


no uso de suas atribuições legais que lhe confere a Lei Municipal nº 801/10, de 06 de maio de
2010; com base nas determinações previstas na Lei Nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996;
no Art. 113 da Lei Orgânica do Município, de 17 de dezembro de 2013; Lei Nº 8.069/90, de
13 de julho de 1990 que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente; Resolução
CNE/CEB Nº 5, de 17 de dezembro de 2009 e; Lei Nº 12.796, de 4 de abril de 2013 (que
Altera a Lei nº 9.394/96 dispondo sobre a formação dos Profissionais da Educação e dá outras
providências); Base Nacional Comum Curricular - BNCC 2018; Resolução CEE/CP nº 08, de
06 de dezembro de 2018 - Documento Curricular Ampliado para Goiás - DC Goiás;

R E S O L V E:

CAPÍTULO I 
Da Educação Infantil

Art. 1º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, constitui-se


direito da criança de Creche bebês, 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem
pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete) meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas,
4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses; Pré-escola crianças pequenas 4 (quatro)
anos a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses, a quem o Poder Público e a família têm o dever de
atender.
§1º Considerando as particularidades do desenvolvimento da criança de creche
bebês, 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete)
meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas, 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos
e 11 (onze) meses, a Educação Infantil cumpre duas funções indispensáveis e indissociáveis:
cuidar e educar.
§2º O Sistema Municipal de Ensino deve envidar esforços promovendo ações
a partir das quais as Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil sejam dotadas de
condições para acolher as crianças, em estreita relação com a família, com agentes sociais e
com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente estabelecidos.

Art. 2º Reconhecendo as especificidades dos diferentes grupos etários que


constituem a etapa da Educação Infantil, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
estão sequencialmente organizados em 3 (três) grupos por faixa etária, que correspondem,
aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento
das crianças. Conforme especificado nos incisos abaixo. Todavia, esses grupos não podem ser
considerados de forma rígida, já que há diferenças de ritmo na aprendizagem e no
desenvolvimento das crianças que precisam ser consideradas na prática pedagógica:
I. creche:
a) bebês 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses;
b) crianças bem pequenas 1 (um) ano e 7 (sete) meses a 3 (três) anos e 11
(onze) meses;
II. pré-escola:
a) crianças pequenas 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses.

Art. 3º A Educação Infantil, a partir das interações e brincadeiras, deve


garantir 6 (seis) direitos de aprendizagem, considerando as diferentes experiências pelas quais
os bebês e as crianças aprendem e constroem sentidos sobre si,os outros e o mundo:
I. conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,
utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em
relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
II. brincar cotidianamente, de diversas formas, em diferentes espaços e
tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade e suas experiências
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
III. participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador, quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos,
decidindo e se posicionando.
IV. explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras,
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
V. expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio
dediferentes linguagens.
VI. conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural,
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na Unidade
Escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Art. 4º A Educação Infantil é oferecida em Creche a crianças e bebês de 0


(zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete) meses a 3
(três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas, 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos e 11
(onze) meses, em Instituições que se caracterizam como espaços não domésticos, constituindo
estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam, em jornada
integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgãos competentes do Sistema
Municipal de Ensino e submetidos a controle social, observando-se:
I. carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um
mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
II. atendimento à criança de, no mínimo, 04 (quatro) horas diárias para o turno
parcial e de 07 (sete) horas para a jornada integral, compreendendo o tempo total que a
criança permanece na Unidade Escolar.
III. controle de frequência, pela Unidade Escolar, para a Pré-Escola é exigida a
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;
IV. expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Art. 5º A Unidade Escolar que oferta a Educação Infantil e mantenha


simultaneamente o atendimento a crianças creche bebês, 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis)
meses; crianças bem pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete) meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses;
e crianças pequenas, 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses, constitui-se Centro
de Educação Infantil, com denominação própria e quando mantidas pelo Poder Público
Municipal, Centro Municipal de Educação Infantil - CMEI.
§1º A Educação Infantil Pré-Escola é ofertada em Unidades Escolares que
atendam a Educação Básica no Sistema Municipal de Ensino, respeitando-se a sua
especificidade.
§2º É dever do Poder Público Municipal garantir a oferta da Educação Infantil
pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção.
§3º É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam
4 (quatro) ou 5 (cinco) anos, conforme a data corte estabelecida na legislação nacional em
vigor.
§4º As crianças que completam 6 (seis) anos, após a data corte estabelecida na
legislação nacional em vigor, devem ser matriculadas na Educação Infantil.
§5º As crianças de 5 (cinco) anos de idade, independentemente do mês do seu
aniversário, que no percurso educacional estiveram matriculadas e frequentaram por mais de 2
(dois) anos a Pré-Escola, poderão, em caráter excepcional, prosseguir no seu percurso para o
Ensino Fundamental.
§6º As vagas para Creche e Pré-Escola devem ser oferecidas em Unidade
Escolar próxima às residências das crianças.
§7º As crianças com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento/transtorno do espectro autista e altas habilidades ou superdotação serão
incluídas preferencialmente, nos grupos constituídos nas Unidades Escolares que ofertam a
Educação Infantil, públicas e/ou privadas, respeitando-se o direito de atendimento adequado
em seus diferentes aspectos.

Art. 6º O Conselho Municipal de Educação expedirá Atos Autorizativos que


respaldam legalmente as Unidades Escolares, públicas e privadas, para o atendimento da
Educação Infantil, bem como, os critérios para organização do espaço físico, instalações,
equipamentos e a suspensão e/ou encerramento das atividades, devidamente regulamentados
em Resoluções específicas.
Parágrafo único. O não cumprimento dos prazos, bem como, das
determinações emanadas da legislação em vigor, implicará em notificação às Unidades
Escolares, e em caso de reincidência, mediante a gravidade do fato, será acionado o
Ministério Público. 
CAPÍTULO II
Da Finalidade e Do Objetivo

Art. 7º A Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral


da criança e de bebês de 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem pequenas, 1
(um) ano e 7 (sete) meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas, 4 (quatro)
anos a 5 (cinco) anos e 11 (onze) meses, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade.

Art. 8º A Educação Infantil tem por objetivo promover a inclusão social da


criança, propiciando-lhe o acesso à educação e sua participação nos diferentes bens culturais,
respeitando o princípio da diversidade, no intuito de favorecer a construção de subjetividades
criativas, críticas e autônomas.
Parágrafo único. O objetivo de que trata o caput do artigo deve ser alcançado
por meio da ampliação de relações da criança consigo, com outras pessoas, com a cultura e
com a natureza.

CAPÍTULO III
Da Proposta Político-Pedagógica

Art. 9º A Proposta Político-Pedagógica, base indispensável que orienta as


práticas de cuidado e educação nas Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil e a
relação com suas famílias, deve ser concebida, desenvolvida e avaliada pela equipe docente
respeitando os princípios éticos, políticos e estéticos definidos na legislação em vigor, em
articulação com a comunidade institucional e local.
§1º A Proposta Político-Pedagógica reveste-se de fundamental relevância e
impõe-se como instrumento particular de cada Unidade Escolar para desenvolver o currículo,
devendo ser revista e reformulada ao final de cada ano letivo, conforme normas estabelecidas
pelo órgão competente do Sistema Municipal de Ensino.
§2º A Proposta Político-Pedagógica da Unidade Escolar que oferta a Educação
Infantil deve ser avaliada por toda a equipe responsável pelo seu planejamento e execução
continuamente, com a finalidade de ajustá-la aos padrões qualitativos do atendimento que se
quer alcançar.
§3º Na transição para o Ensino Fundamental a Proposta Político-Pedagógica
deve prever formas para garantir a continuidade no processo de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças, respeitando as especificidades etárias, sem antecipação de
conteúdos que serão trabalhados no Ensino Fundamental. 

Art. 10. A Proposta Político-Pedagógica da Educação Infantil deve respeitar os


seguintes princípios: 
I. éticos - da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao
bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades;
II. políticos - dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito
à ordem democrática;
III. estéticos - da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de
expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. 

Art. 11. As Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil, em sua


Proposta Político-Pedagógica, devem prever condições para o trabalho coletivo e para a
organização de materiais, espaços e tempos que assegurem: 
I. a participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a
valorização de suas formas de organização; 
II. o estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local e de
mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes da comunidade; 
III. o reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades
individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e
crianças de diferentes idades;
IV. a acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções
para as crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento/transtorno do
espectro autista e altas habilidades ou superdotação;
V. o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com
as histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como, o combate ao racismo e à
discriminação;
VI. a dignidade da criança como pessoa humana e a proteção contra qualquer
forma de violência física ou simbólica e negligência no interior da Unidade Escolar ou
praticadas pela família, prevendo os encaminhamentos de violações para as instâncias
competentes. 

Art. 12. A Proposta Político-Pedagógica da Educação Infantil, de Unidade


Escolar que atendam crianças filhos(as) de agricultores familiares, extrativistas, assentados e
acampados da reforma agrária, devem: 
I. reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a
constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais; 
II. flexibilizar, se necessário, Calendário Escolar, rotinas e atividades
respeitando as diferenças quanto à atividade econômica dessas populações; 
III. valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção
de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural.

CAPÍTULO IV
Do Currículo e Práticas Pedagógicas

Art. 13. Na programação curricular a ser trabalhada na Educação Infantil


devem ser inseridos os eixos de trabalho contemplados na respectiva Matriz Curricular,
devidamente aprovada pelo órgão competente do Sistema Municipal de Ensino.
§1º O currículo da Educação Infantil deve ter base nacional comum, a ser
complementada, pelas Unidades Escolares que integram o Sistema Municipal de Ensino, por
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da
cultura, da economia e das crianças.
§2º As estratégias pedagógicas utilizadas nas Unidades Escolares que ofertam
a Educação Infantil devem contemplar atividades que evitem a monotonia, o exagero de
atividades de cunho acadêmico ou de disciplinamento estéril, considerando que, para muitas
crianças, a Creche e/ou Pré-Escola são os locais onde passam o maior número de horas do seu
dia.
§3º A organização curricular específica para a Educação Infantil tem o intuito
de orientar os Sistemas de Ensino, as instituições educacionais sejam públicas ou privadas, e o
trabalho do(a) professor(a), para que respeitem as singularidades das crianças, considerando
os seus modos próprios de aprender e agir no mundo.

Art. 14. As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da


Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo
experiências que: 
I. favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo
domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática
e musical; 
II. possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e
interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros
textuais orais e escritos; 
III. recriem, em contextos significativos para as crianças, relações
quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais; 
IV. ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades
individuais e coletivas; 
V. possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da
autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar; 
VI. possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos
culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e
reconhecimento da diversidade;
VII. promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da
biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos
recursos naturais; 
VIII. propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações
e tradições culturais brasileiras; 
IX. possibilitem a utilização de computadores e diversos recursos tecnológicos
e midiáticos. 

Art. 15. As Creches e Pré-Escolas, na elaboração da proposta curricular,


poderão considerar as diferentes formas de práticas pedagógicas, de acordo com suas
características, a orientação da Proposta Político-Pedagógica, suas escolhas coletivas e
particularidades pedagógicas, estabelecendo modos de integração dessas experiências, com
atenção às singularidades individuais e coletivas das crianças.

Art. 16. Para estabelecer uma interlocução entre o direito da criança a construir
saberes e conhecimentos fundamentais associados às suas experiências e proporcionar o
acesso aos conhecimentos já sistematizados, a organização Curricular da Educação Infantil
está estruturada em 5 (cinco) Campos de Experiências, que se articulam de forma
intercomplementar:
I. O Eu,o Outro e o Nós;
II. Corpo, Gestos e Movimentos;
III. Traços, Sons, Cores e Formas;
IV. Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação;
V. Espaços,Tempos, Quantidades, Relações e Transformações.
§1º A partir dos direitos de aprendizagem, no âmbito dos Campos de
Experiências, são definidos os Objetivos de Aprendizagem Desenvolvimento, por faixa etária.
§2º Os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento devem considerar as
especificidades dos diferentes grupos etários que constituem a etapa da Educação Infantil:
bebês, 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete)
meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas, 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos
e 11 (onze) meses.

CAPÍTULO V
Do Regimento Escolar, Do Regime de Funcionamento, Da Avaliação e Organização

Art. 17. O Regimento Escolar de cada Unidade Escolar que oferta a Educação
Infantil deve, obrigatoriamente, estabelecer, de forma circunstanciada e exaustiva, as
condições pedagógicas possíveis para que a criança alcance seu desenvolvimento.

Art. 18. O regime de funcionamento das Unidades Escolares que ofertam a


Educação Infantil deve atender às necessidades da comunidade, em período integral ou
parcial, podendo ser ininterrupto no ano civil, respeitados os direitos trabalhistas ou
estatutários de seus funcionários e/ou empregados.

Art. 19. As Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil devem criar
procedimentos para o acompanhamento do trabalho pedagógico e da avaliação do
desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação,
garantindo: 
I. a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações
das crianças no cotidiano; 
II. utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças como:
relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, entre outros; 
III. a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de
estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança em seu
percurso escolar; 
IV. documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da
Unidade Escolar junto às crianças e seu processo de desenvolvimento e aprendizagem, em
especial, nos grupos de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos, tendo em vista a obrigatoriedade do ensino
nesta faixa etária. 

Art. 20. As Unidades Escolares devem organizar suas estratégias de avaliação


por meio de diagnóstico, acompanhamento contínuo e do registro descritivo das etapas
alcançadas nos cuidados e educação para crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, sem o objetivo
de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental.
§1º Os registros deverão ser feitos pelos professores responsáveis pelo grupo
de crianças, através de relatórios e/ou ficha de acompanhamento do desenvolvimento da
criança, realizado de forma contínua e permanente, conforme o disposto no Regimento
Escolar.
§2º Os pais e/ou responsáveis legais devem colaborar com os dados referentes
ao cotidiano da criança.
§3º É vedada a atribuição de notas e a retenção ou reprovação da criança nesta
etapa de ensino.

Art. 21. Os parâmetros para a organização de grupos decorrem das


especificidades da Proposta Político-Pedagógica, observada a seguinte relação
criança/professor:
Quantidade
Faixa Etária das Crianças Relação de Professor Máxima de
Grupo
(completos até 31 de março) Regente/Criança Crianças

01 Professor/
G1 Crianças a partir de 0 (zero) a 01 (um) ano 25
05 crianças
01 Professor/
G2 Crianças de 2 (dois) anos 30
10 crianças
01 Professor/
G3 Crianças de 3 (três) anos 30
15 crianças
01 Professor/
G4 Crianças de 4 (quatro) anos 20
20 crianças
01 Professor/
G5 Crianças de 5 (cinco) anos 25
25 crianças

§1º O monitor e/ou profissional de apoio escolar que atua na Educação Infantil,
na Rede Particular de Ensino, não substitui o professor nos seus impedimentos, havendo
ausência dos mesmos, um outro professor ficará responsável pelo respectivo agrupamento de
crianças.
§2º Cabe a Equipe Gestora da Unidade Escolar acompanhar e monitorar o
cumprimento das ações de cuidar e educar, bem como a efetivação dos direitos de
aprendizagem e desenvolvimento das crianças a serem executados pelo professor, conforme
orientação pedagógica da Superintendência Técnico Pedagógica e do serviço responsável pela
Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação.

Art. 22. As classes comuns de Educação Infantil que atendem a Educação


Especial obedecerão aos seguintes critérios: 
I. nas turmas de Educação Infantil na modalidade Creche de 0 (zero) a 3 (três)
anos será modulado profissional de apoio escolar exclusivo para esta modalidade, conforme
análise do Serviço responsável pela Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação;
II. o profissional de apoio escolar nas turmas de Educação Infantil na creche de
0 (zero) a 3 (três) anos será modulado com no máximo 3 (três) crianças para atendimento na
mesma turma, conforme análise do Serviço responsável pela Educação Especial da Secretaria
Municipal de Educação;
III. serão formadas turmas de Pré-Escola 4 (quatro) e 5 (cinco) anos com o
máximo de 20 (vinte) crianças, sendo até 3 (três) inclusivas com necessidades iguais e/ou
compatíveis.
IV. a modulação do profissional de apoio escolar na Educação Infantil na
modalidade Pré-Escola, Grupos de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos, será realizada após escolha de
turmas e análise do Serviço responsável pela Educação Especial da Secretaria Municipal de
Educação.

Art. 23. As Unidades Escolares que mantêm Creche e Pré-Escola, ao


solicitarem Autorização de Funcionamento para ministrar a o Nível de Educação Infantil,
devem indicar os grupos de crianças por idade conforme disposto nesta Resolução.
§1º Os grupos de crianças devem ser compatíveis com os recursos humanos e
com as instalações físicas da Unidade Escolar.
§2º A idade das crianças, o número total de horas de sua permanência na
Unidade Escolar e a parceria com as famílias são variáveis importantes no modo de se prever
a organização do cotidiano na Creche e Pré-Escola.

Art. 24. As salas de aula devem ser em número suficiente para atender as
crianças, obedecendo-se a proporção de 1,20m2 por aluno para organização das turmas,
devendo-se levar em conta a Proposta Político-Pedagógica e, preferencialmente, área igual ou
superior à 48m2, observando-se o número máximo de crianças/professor por turma.

CAPÍTULO VI
Dos Recursos Humanos

Art. 25. A Direção da Unidade Escolar que oferta a Educação Infantil deve ser
exercida por profissional com Licenciatura Plena em Pedagogia ou Pós-Graduação em áreas
afins ao referido curso, conforme legislação em vigor.
§1º As Mantenedoras devem promover ou viabilizar o acesso dos profissionais
e funcionários em exercício a cursos de aperfeiçoamento de modo a assegurar formação
continuada que atenda aos objetivos da Educação Infantil e às especificidades das crianças e
bebês, 0 (zero) a 1 (um) ano e 6 (seis) meses; crianças bem pequenas, 1 (um) ano e 7 (sete)
meses a 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e crianças pequenas, 4 (quatro) anos a 5 (cinco) anos
e 11 (onze) meses, conforme disposto na legislação vigente.
§2º A participação nos programas de formação continuada deve ser assegurada
pela Secretaria Municipal de Educação, bem como, pela Unidade Escolar, no caso das Escolas
Privadas, podendo ocorrer tanto no próprio Estabelecimento de Ensino, como fora dele, por
meio de estudos, reflexões compartilhadas, orientações pedagógicas, assessorias, cursos,
intercâmbios, seminários, simpósios, entre outras atividades alternativas.
§3º As funções de educar e cuidar de forma integrada da criança na faixa etária
de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade devem ser desenvolvidas por profissionais com
Licenciatura Plena em Pedagogia ou Normal Superior, admitida como formação mínima
exigida a oferecida em nível médio na modalidade Normal.
§4º Participação em ações que fomentem o desenvolvimento de hábitos
saudáveis, saúde e o bem-estar das crianças, atendendo suas necessidades físicas e biológicas.
Art. 26. As Mantenedoras das Unidades Escolares que ofertam a Educação
Infantil, integrantes das redes pública e privada, devem buscar assessoria de equipes
multiprofissionais para o atendimento específico dos grupos de crianças sob sua
responsabilidade.
§1º Os atendimentos efetuados deverão ser registrados em documentos
próprios e quando pertinente, arquivados na Unidade Escolar.
§2º As Mantenedoras das Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil
devem definir e implementar uma política de formação continuada, de modo a garantir
profissionais capacitados a atuarem na Educação Especial para a diversidade humana.

CAPÍTULO VII
Da Supervisão

Art. 27. A supervisão, que compreende o acompanhamento e avaliação


sistemática do funcionamento da Unidade Escolar, é de responsabilidade das
Superintendências de Inspeção Escolar e Técnico-Pedagógica da Secretaria Municipal de
Educação, a quem compete velar pela observância das leis de ensino e das decisões do
Conselho Municipal de Educação.

Art. 28. Compete às Superintendências de Inspeção Escolar e Técnico-


Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, definir e implementar procedimentos de
supervisão, avaliação e controle das Unidades Escolares que ofertam a Educação Infantil, na
perspectiva de aprimoramento da qualidade do processo educacional.
Parágrafo único. Os procedimentos adotados pela equipe multiprofissional
devem fundamentar a elaboração dos Relatórios de Avaliação Anual das Unidades Escolares,
documentos formulados pelas Superintendências de Inspeção Escolar e Técnico-Pedagógica
da Secretaria Municipal de Educação, conforme legislação em vigor, indispensáveis à
concessão dos Atos de Credenciamento, Autorização e Renovação da Autorização de
Funcionamento dos referidos estabelecimentos de ensino, conforme legislação pertinente.

Art. 29. As Superintendências de Inspeção Escolar e Técnico-Pedagógica


compete acompanhar e avaliar:
I. o cumprimento da legislação educacional vigente;
II. a execução do Regimento Escolar e da Proposta Político-Pedagógica;
III. condições de atendimento e permanência das crianças na Unidade Escolar;
IV. o processo de melhoria da qualidade dos serviços prestados;
V. a qualidade dos espaços físicos, instalações, equipamentos e a adequação as
suas finalidades;
VI. a regularidade dos registros de documentação escolar e arquivo;
VII. a elaboração de relatórios de registro da vida escolar da criança,
bimestralmente e/ou trimestralmente, na Educação Infantil para acompanhar a declaração
provisória, em caso de transferência, sem a finalidade de promoção.

Art. 30. A supervisão cabe também propor às autoridades competentes o


cessar efeitos dos Atos Autorizativos, bem como, a suspensão e/ou encerramento das
atividades, comprovadas irregularidades que comprometam o seu funcionamento e quando
verificado o não cumprimento do que dispõe a legislação em vigor.
Parágrafo único. Apuradas as irregularidades, serão aplicadas sanções em
conformidade com o que estabelece a legislação vigente, assegurando-se o direito de ampla
defesa ao estabelecimento de ensino.

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Gerais

Art. 31. As Unidades Escolares, sob jurisdição do Conselho Municipal de


Educação, devem adaptar seu Regimento Escolar aos precisos termos desta Resolução, a fim
de obterem seus Atos Autorizativos.

Art. 32. Nas Unidades Escolares em que comprovadamente não for assegurada
a vaga na Educação Infantil às crianças que completarem 6 (seis) anos de idade após o dia 31
(trinta e um) de março, a completar até o final do ano letivo em curso, compete ao Poder
Público Municipal viabilizar a matrícula do educando no 1º ano do Ensino Fundamental. 

Art. 33. As dúvidas e os casos omissos nesta Resolução serão resolvidos pelo
Conselho Municipal de Educação.

Art. 34. A presente Resolução entra em vigor após homologação da Secretaria


Municipal de Educação e publicação no sítio da Prefeitura Municipal de Planaltina-Goiás,
revogadas a Resolução CME Nº 035, de 18 de maio de 2015 e as disposições em contrário.

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE


PLANALTINA, em Planaltina-GO, aos 28 dias do mês de junho de 2021.

MARINALDA LOPES RIBEIRO


PRESIDENTE
Decreto nº 1465/2020

CONSELHEIROS
ANGELA CRISTINA DE OLIVEIRA RODRIGUES
ANÍVEA ARAÚJO COSTA
APARECIDA FERREIRA DE SOUZA
BIATRIZ DIAS RODRIGUES BEZERRA
EVA MÁRCIA SILVA FONTES
GILMAR FRANCISCO BARRENSE
JOÃO PIRES NOGUEIRA
LUZIENE LOPES GOMES
MARIA LUIZA FERREIRA PIMENTEL SILVA
MARIA MÁRCIA SILVA
ROSENY PIRES RIOS
UZELINA DA SILVA LEAL BATISTA

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