Metodologia Científica – 2017/1 - 1º Bimestre
Cursos: Direito - Turmas: 1º Período
DATA: 03/03/2017
ATIVIDADE REENSINO - Conceito e importância da ciência; Espécies e níveis
do conhecimento humano.
A atividade tem por finalidade contribuir para a fixação do conhecimento científico.
Você não precisará postar a resposta desta atividade no Portal do Aluno, e não será
avaliado com nota. Contará como material disponível para contribuir no seu
aprendizado.
Faça uma leitura reflexiva sobre o texto exposto, selecionando as palavras que não
são do seu conhecimento (desconhecidas), dando-lhes o seu significado, e aplique as
seguintes técnicas de estudos:
Técnicas (análise e interpretação de texto);
Técnicas de redução de texto (sublinhar, esquematizar e resumir).
Faça um resumo. Faça sua anotação sobre os pontos mais interessantes (que
chamaram a sua atenção) do texto para que seja discutida em sala de aula.
A evolução da Ciência
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os mais capazes de
criar e transformar o conhecimento; somos os mais capazes de aplicar o que
aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento.
Somos os mais capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com
eles registrar nossas próprias experiências e passá-las para outros seres humanos.
Essas características diferenciam-nos dos patos, dos macacos e dos leões.
Ao criarmos este sistema de símbolos, ao longo da evolução da espécie
humana, permitimo-nos também ordenar melhor o pensamento, por consequência,
catalogar e prever os fenômenos que nos cercam.
Os egípcios tinham desenvolvido um saber técnico evoluído, principalmente
nas áreas de matemática, geometria e medicina, mas os gregos foram
provavelmente os primeiros a buscar o saber que não tivesse, necessariamente,
uma relação com a utilização prática. A preocupação dos precursores da filosofia
(filo = amigo + sofia (sóphos) = saber - amigo do saber) era buscar conhecer o
porquê e para que de tudo o que se pudesse pensar.
O conhecimento histórico dos seres humanos sempre teve uma forte
influência de crenças e dogmas religiosos. Na Idade Média, a Igreja Católica serviu
de marco referencial para praticamente todas as ideias discutidas, na Europa, na
época1. Exceto pelo clero, a população não participava do saber, já que os
documentos para consulta estavam presos nos mosteiros das ordens religiosas.
No período do Renascimento, aproximadamente entre o final do século XIII
e meados do século XVII, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e
produzir o conhecimento através das ideias. Neste período, as artes, de uma forma
geral, tomaram um impulso significativo. Michelangelo Buonarroti esculpiu a
“Estátua de David” e pintou o teto da “Capela Sistina”, na Itália; Thomas Morus
1
Leia o livro: O Nome da Rosa, de Umberto Eco, ou veja o filme originado do livro.
escreveu “A Utopia”2; Tommaso Campanella escreveu “A Cidade do Sol”; é de
Francis Bacon a autoria de “A Nova Atlântica”; de Voltaire, no período posterior,
denominado Iluminismo, é “Micrômegas”, caracterizando um pensamento não
descritivo da realidade, mas criador de uma realidade ideal, do dever ser.
Nos séculos XVII e XVIII, a burguesia assumiu uma característica própria
de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática.
Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que propôs “a luz da razão sobre
as trevas dos dogmas religiosos”. O pensador René Descartes mostrou ser a razão
a essência dos seres humanos, criando a célebre frase “penso, logo existo”. No
aspecto político, o movimento Iluminista expressou-se pela reivindicação de
escolha direta dos governantes através da vontade popular, na fórmula igualitária
um homem, um voto. Neste período, a partir de 1789, ocorreu a Revolução
Francesa, responsável pela implantação da fórmula.
O Método Científico surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento
para se chegar ao meio mais adequado de conhecer e controlar a natureza. Já no
fim do período do Renascimento, Francis Bacon pregava o método indutivo como
meio de se produzir o conhecimento. Este método entendia o conhecimento como
resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento
empírico. Por outro lado, através de seu Discurso sobre o método, René Descartes
defendeu o método dedutivo como aquele que possibilitaria a aquisição do
conhecimento através da elaboração lógica de hipóteses e da busca de sua
confirmação ou negação. A Igreja e o pensamento mágico cederam lugar a um
processo denominado, por alguns historiadores, de “laicização da sociedade”. Se a
Igreja trazia até o fim da Idade Média a hegemonia dos estudos e da explicação
dos fenômenos relacionados à vida, a partir do Renascimento e do Iluminismo, a
ciência tomou a frente deste processo.
No século XIX, a ciência passou a ter maior atenção, crescendo muito em
número de adeptos e pesquisadores. Parecia que tudo só tinha explicação através
da ciência. Como se o que não fosse científico não correspondesse à verdade. Se
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, foram perseguidos
pela Igreja em função de suas ideias sobre as coisas do mundo, o século XIX serviu
como referência de desenvolvimento do conhecimento científico em todas as áreas:
na sociologia, Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o
Positivismo, vindo logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou
explicar as relações sociais através das questões econômicas, resultando no
Materialismo Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia e feriu os
dogmas sacralizados pela religião com a “Teoria da Hereditariedade das Espécies,
ou Teoria da Evolução”. A ciência passou a assumir uma posição quase religiosa
diante das explicações dos fenômenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e
naturais.
Conhecemos a gênese da Ciência. Mas como o conhecimento tem sido
conceituado e como podemos compreendê-lo? Encontrem a resposta. Os
caminhos? Leiam, pesquisem, identifiquem, experimentem, comparem, avaliem,
internalizem e usem o conhecimento. Boa investigação!
Fonte: Texto extraído do livro Metodologia da pesquisa: guia prático / Fabiana
Kauark, Fernanda Castro Manhães e Carlos Henrique Medeiros. – Itabuna: Via
Litterarum, 2010, p.19.
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Utopia é um termo que deriva do grego, onde u = não + topos = lugar - em nenhum lugar.