SIMGEN 2007 Administracao Do Estresse
SIMGEN 2007 Administracao Do Estresse
Resumo
O tema relacionado à mudança organizacional tem sido cada vez mais explorado nos últimos
dias de hoje e este fato se deve, entre outros motivos, as pressões originadas pelo mercado,
as quais têm exigido que as empresas mudem constantemente para fazer frente a condições
competitivas. E é nesse ambiente que o estresse encontra um campo fértil entre os
colaboradores que têm uma vida repleta de desafios e nem sempre podem responder
adequadamente a esses estímulos. O presente estudo traz a tona à importância do estudo
acerca da Administração do Estresse para as empresas e neste caso específico, procura
analisar a gestão do estresse utilizada pela Empresa Vivo - RS. Para tanto, a presente
pesquisa teve como objetivo geral analisar como a empresa Vivo - RS está administrando o
estresse de seus funcionários do setor de vendas. De acordo com os procedimentos
metodológicos a pesquisa classifica-se como quali-quantitativa, descritiva e desenvolvida
através de um estudo de caso. Neste caso, a Empresa Vivo, traduziu o estresse como sendo
mais nos aspectos psicológicos e sociais do que físicos. Concluiu-se que a empresa utiliza-se
de estratégias que propiciaram minimizar e administrar o estresse ocasionado pela mudança
organizacional imposta a seus funcionários obtendo sucesso no desenvolvimento das mesmas.
1. Introdução
Nas últimas décadas, a vida dos trabalhadores está cada vez mais exigente e
estressante. Nas organizações, além da pressão com relação ao tempo de cumprimento de
metas estabelecidas, tanto pela a organização quanto por si próprio e a responsabilidade em
atingi-las, existe a necessidade de o profissional estar em busca de contínua atualização.
Em virtude destas pressões, o desgaste físico e emocional as quais as pessoas são
submetidas nas relações com o ambiente de trabalho é um fator muito significativo na
determinação de transtornos de saúde relacionados ao estresse, como é o caso das depressões,
ansiedade, transtorno de pânico, fobias e doenças psicogênicas (GOLEMAN, 1997).
Geralmente, no ambiente de trabalho das organizações, os estímulos estressantes são
muito variados e em grande quantidade. Pode-se experimentar ansiedade significativa diante
de descontentamentos com os colegas, diante da sobrecarga de trabalho, da corrida contra o
tempo, diante da insatisfação salarial ou da política de recursos humanos da empresa, entre
outras, e, dependendo da pessoa, até mesmo com tarefas rotineiras de sua própria função
dentro da empresa.
Muitos fatores emocionais relacionados ao próprio emprego na atualidade contribuem
para que as pessoas mantenham-se excessivamente estressadas, como por exemplo, a
sensação de instabilidade no emprego, a sensação de insuficiência profissional, a pressão para
comprovação de eficiência, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais, a
falta de visão sobre a relevância social do seu trabalho, a percepção de falta de
reconhecimento de seus esforços, entre outros.
Além disso, preocupações pessoais do funcionário não podem ser eliminadas
simplesmente ao entrar no seu posto de trabalho. Toda a história de vida da pessoa está junto
a ela em todos os momentos e quando ela esta no seu ambiente de trabalho não é diferente.
Seus conflitos, suas frustrações, suas desavenças conjugais, a preocupação com seus filhos,
seus interesses e necessidades pessoais, todos estes fatores estão presentes. Percebe-se então,
que a atividade profissional vem se sobrepondo a todas outras atividades humanas,
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estabelecendo-se á vida particular do trabalhador que acaba tendo seu tempo de lazer limitado
e muitas vezes sua vida familiar e social totalmente prejudicada.
De acordo com Stoner e Freeman (1999, p.415), o estresse nas organizações pode ser
definido como “a tensão e pressão resultante de quando o indivíduo acha que uma situação
apresenta exigências que ameaçam exceder suas capacitações ou seus recursos”. Assim sendo,
busca-se através deste trabalho analisar como a empresa Vivo - RS está administrando o
estresse de seus funcionários do setor de vendas, pois neste século, as organizações devem
tratar os interesses e necessidades dos seus colaboradores, não apenas como benefícios ou
caridade, mas como assunto estratégico de sobrevivência organizacional.
Para que esta força de trabalho possa produzir bem, tanto em termos físicos como
intelectuais, o estresse, precisa ser dosado de forma adequada, uma vez que este é um dos
principais fatores que determinam também a qualidade de uma organização.
De acordo com Certo (2003) há muitas razões válidas para o estudo do estresse, dentre
elas a constatação de que o estresse pode ter efeitos psicológicos e fisiológicos nocivos à
saúde dos funcionários e a suas contribuições para a eficiência da empresa. Outro ponto reside
em que o estresse é a principal causa de falta e afastamento do trabalho, fator este, que pode
limitar o potencial de êxito de uma empresa. Outro quesito refere-se ao funcionário estressado
poder afetar a segurança de outros trabalhadores ou até mesmo do público. Por fim, o autor
destaca que o estresse representa um custo muito significativo para as empresas. Algumas
estimativas indicam que o custo de problemas relacionados ao estresse para a economia norte-
americana chegou a 150 milhões de dólares por ano. (CERTO, 2003)
Robbins (2005), uma pesquisa realizada com funcionários norte-americanos, apresenta
dado que comprovam a presença do estresse no ambiente de trabalho, bem como sua
administração, tendo em vista que 54% dos entrevistados declararam ter excesso de carga no
trabalho; 55% estão subjugados pelo excesso de trabalho; 59% não ter tempo para refletir;
56% não ter tempo para construir suas tarefas e; 45% precisam realizar muitas tarefas
diferentes ao mesmo tempo.
Tendo em vista os dados apresentados anteriormente e a importância do tema
relacionado à administração do estresse, a presente pesquisa tem com problemática responder
ao seguinte questionamento: Como está sendo administrado o estresse dos funcionários da
área de vendas da empresa Vivo - RS?
Para responder tal questionamento o presente estudo tem como objetivo geral analisar
como a empresa Vivo - RS está administrando o estresse de seus funcionários do setor de
vendas. Visando o alcance de tal objetivo proposto, o estudo terá como objetivos específicos:
Identificar as principais fontes potenciais de estresse na visão dos funcionários da empresa
estudada; Destacar as principais conseqüências advindas do estresse na visão do público
pesquisado; Elencar quais ações estão sendo desenvolvidas pela organização em estudo, tendo
em vista a administração do estresse.
2. Referencial Teórico
O mundo mudou muito ultimamente. E com mais freqüência, sejam as pessoas ou
empresas passam por mudanças cada vez maiores. Por esta razão fala-se muito em mudanças
organizacionais que precisam acontecer nas empresas para que elas se mantenham ágeis e
competitivas no mercado, (CHIAVENATO, 2003). No entanto, percebe-se que cada
indivíduo apresenta o seu limiar de tolerância às pressões advindas destas mudanças, o que
caracteriza sua vulnerabilidade singular. Para tanto o presente trabalha abordará a seguir os
temas referentes a mudança organizacional e a administração do estresse.
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ao limite, despenca. O limite só pode ser estabelecido individualmente pelo modo com que
cada um responde a situações estressantes (ZAKABI, 2004).
Fonte: ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo. Prentice Hall, 2005. p. 440.
Outro ponto apresentado no modelo são as fontes potenciais de estresse. Estas fontes
são divididas em fatores ambientais, organizacionais e individuais. Como principais
conseqüências do estresse, o modelo resume em três categorias gerais: sintomas físicos,
psicológicos e comportamentais.
Um fato que não pode ser desprezado é que os fatores de estresse são cumulativos,
tendo em vista que o estresse se intensifica e, para avaliar o nível de estresse enfrentado por
uma pessoa, tem-se que de somar todos os fatores de oportunidade, de limitações e de
demandas (ROBBINS, 2005).
Acerca das possíveis conseqüências causadas pelo estresse, Robbins (1999) tenta
dividi-las em duas partes: a primeira fase é do alarme, onde a pessoa identifica a ameaça física
ou psicológica através dos mais variados sintomas, tais como: dores de cabeça; pressão alta;
dores nos ombros e coluna; doenças cardíacas e distúrbios gástricos; nervosismo; ansiedade;
angústia; depressão; irritabilidade acentuada; reclamações e insatisfação no trabalho; abuso de
drogas; alienação; redução de relações interpessoais; aumento do absenteísmo e rotatividade;
diminuição na produtividade e na qualidade dos produtos e/ou serviços. A segunda fase é da
resistência, em que a pessoa se torna “elástica” às pressões criadas pela ameaça inicial. Nessa
fase, todos os sintomas anteriores desaparecem (WAGNER III, 2000, p. 124).
Sabendo-se que o estresse se faz notar de várias maneiras, compreender como o
estresse influencia no desempenho dos funcionários, bem como, no desempenho da própria
organização torna-se necessário. É neste sentido que a administração do estresse torna-se uma
importante ferramenta organizacional.
3. Metodologia de Pesquisa
A definição do método numa investigação científica não é só extremamente necessária
como, sobretudo, condição fundamental para o seu sucesso. Os procedimentos metodológicos
relacionam-se a forma e a estrutura que a pesquisa científica irá ter, de certo modo, dão uma
visão mais clara e precisa de como serão feitos o levantamento, seleção, tratamento e análise
dos dados.
Este capítulo descreve a metodologia de pesquisa empregada para a consecução dos
objetivos propostos no presente trabalho. Como estratégia de pesquisa adotou-se o método de
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estudo de caso, se configurará em um estudo de caso único em uma empresa, com uma única
unidade de análise, segundo a tipologia de Yin (2001).
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, optou-se pela pesquisa
qualitativa e quantitativa. Segundo Malhotra (2001), a pesquisa qualitativa visa alcançar a
compreensão qualitativa das razões e motivações subjacentes. A pesquisa qualitativa, para
Roesch (1999), é apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a
efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos,
ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção,
mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos.
A consolidação deste trabalho compreendeu duas etapas: exploratória e descritiva. A
primeira de caráter exploratório consistiu na tentativa de explicar a temática utilizando o
conhecimento disponível consubstanciado nas teorias formuladas por pesquisadores sobre os
pontos tratados (Yin, 2001), na qual se apresentarão tópicos acerca de temas relacionado a
mudança organizacional, estresse e administração de estresse. A segunda etapa compreendeu
a investigação de caráter descritivo em uma empresa, via aplicação de entrevistas entrevista,
com perguntas abertas e roteiro semi-estruturado, com o Gerente de Mercado responsável pela
área de vendas no varejo da Região Sul (Paraná/Santa Catarina/Rio Grande do Sul) da Vivo -
RS, com o objetivo de elencar quais ações estão sendo desenvolvidas pela organização em
estudo, tendo em vista a administração do estresse. Nesta etapa, a partir das variáveis
identificadas no referencial teórico, foi organizado um roteiro, que serviu de guia para as
entrevistas pessoais a serem realizadas junto aos atores envolvidos no processo.
Foi utilizada como método de investigação a entrevista pessoal, aplicadas ao executivo
da empresa, marcadas previamente no próprio local de trabalho do entrevistado. Nos termos
propostos por Yin (2001), as entrevistas caracterizam-se como entrevistas semi-estruturadas e
focadas. É semi-estruturada, por se utilizar um roteiro como estrutura dos principais pontos a
serem levantados, possibilitando uniformizar as questões a todos os pesquisados, e focada,
por estar orientada previamente para um foco estabelecido. Esse instrumento se configura em
uma das principais fontes de coleta das informações primárias.
Após, foi elaborado um questionário com perguntas fechadas o qual foi aplicado aos
funcionários da Vivo – RS na área de vendas no varejo (composto por vinte gerentes de conta
e três gerentes de seção) do Estado do Rio Grande do Sul, dividido em duas partes e
fundamentado nos objetivos da pesquisa. A primeira parte do questionário possui vinte
questões e teve como objetivo identificar as principais fontes potenciais de estresse na visão
dos funcionários da empresa estudada. A segunda parte do questionário possui cinco questões,
e teve como objetivo destacar as principais conseqüências advindas do estresse na visão do
público pesquisado.
Após os dados foram tabulados e a análise dos dados coletados junto à população
ocorreu de forma predominantemente quantitativa e qualitativa. Pretendeu-se realizar além da
análise, uma interpretação de discurso em relação às entrevistas e aos documentos e coletados,
de forma a relacionar os dados com a literatura já revisada.
4. Resultados da Pesquisa
Com o objetivo de analisar como a empresa Vivo - RS está administrando o estresse
de seus funcionários do setor de vendas a seguir serão apresentados os dados da presente
pesquisa que, primeiramente buscou identificar as principais fontes potenciais de estresse na
visão dos funcionários da empresa estudada além de destacar as principais conseqüências
advindas do estresse na visão dos funcionários da Vivo – RS na área de vendas no varejo,
composto por 20 gerentes de conta e 3 gerentes de seção, do Estado do Rio Grande do Sul,
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consciência da necessidade de estar preparado para as mudanças. Para tanto, analisa-se que
por ser uma empresa onde as mudanças ocorrem com muita freqüência, pois se trabalha com
alta tecnologia, seus funcionários estão preparados para estas mudanças no ambiente, tanto
externo como interno da organização.
No que se refere a questão 12 apresentada na tabela 02, , procurou-se analisar se o
colaborador sente-se estimulado e encorajado a buscar o auto desenvolvimento dentro da
Organização. Neste ponto, detectou-se que dentro da empresa Vivo-RS no varejo, há um
misto entre os que se sentem encorajados a buscar o seu aperfeiçoamento profissional e
aqueles funcionários que não visam este estímulo, com uma divisão clara das respostas acima.
No que se refere a questão 14, foi questionado se há o apoio dos colegas em relação ao
ambiente de trabalho em cada setor da empresa. Quanto ao apoio dos colegas, constata-se que
a maioria (60,8%) oferece condições para um bom ambiente dentro da Vivo-RS. A outra
parcela (39,1%) menciona que este mesmo ambiente é naturalmente favorável, mas em
determinadas situações e condições.
Na pergunta 15, procurou-se detectar as preocupações e obrigações de cada
funcionário da Empresa em relação à sua família, e a intensidade destas questões. Observa-se
que 73,9% dos funcionários, possuem obrigações e preocupações intensas com sua família,
uma vez que também reconhecem a necessidade de prover o sustento das mesmas com base
no seu desempenho junto à Organização.
Com relação a questão 16 são apresentados os resultados acerca do questionamento de
o quanto de influência há no desempenho profissional de cada um, com base nos seus
problemas pessoais. Nesta questão, destaca-se que há pouca influência dos problemas
pessoais em relação ao trabalho no desempenho, pois a grande maioria (87%) dos
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entrevistados menciona tratar-se de um fator administrável em sua vida, com rara ou nenhuma
influência profissional.
No que tange a questão 17 procurou-se identificar o quanto de preocupação há em
cada colaborador, quando a sua situação financeira não está muito sólida. Observou-se que
naturalmente as obrigações financeiras são fatores de preocupação para cada um, pois cerca
de 60% responderam tratar-se de uma questão que interfere de maneira significativa em sua
vida.
Nos dados apresentados na questão 18, buscou-se saber se o funcionário sente-se
prejudicado pela falta de oportunidades em crescer dentro da Empresa. Ressalta-se que mais
da metade dos funcionários (56,5%), nunca se sentiram prejudicados nas oportunidades que
tiveram em processos seletivos da empresa e mais de 39% sentiram algum prejuízo “às
vezes”, ficando uma mínima parcela (4,3%) de pessoas que se julgam injustiçadas ou
prejudicadas.
Os dados acerca de qual o nível de frustração dos colaboradores da Organização
quanto ao não alcance dos seus objetivos é o que se buscou identificar na questão 19. Analisa-
se que 60,9% dos funcionários do varejo da empresa Vivo-RS, sentem-se às vezes frustrados
quando não alcançam os objetivos e os demais (39,1%) apresentam alto índice de frustração,
o que comprova o comprometimento de todos com o sucesso da Empresa.
Na questão 20 apresentada na tabela 03, visou-se descobrir o quanto os colaboradores
conseguem lidar com suas emoções. Como pode-se observar, a maioria dos funcionários,
consegue lidar bem com suas emoções, ou seja, estão aptos a desempenharem suas funções e
conscientes de que a busca de seu equilíbrio é fundamental para seu próprio sucesso.
Observou-se que mais de 60%, ou seja, percentual semelhante à tabela 21, praticamente nunca
apresentaram sintomas psicológicos que viessem a afetar em seu trabalho, com os mesmos
26,1% citando que “às vezes” ocorreram estes transtornos em sua vida.
O próximo item analisado na questão 23 procurou identificar qual o aumento da
produtividade sob pressão. Percebe-se que a minoria com 26,1% dos colaboradores, concorda
que há um aumento de produtividade sob pressão, mas igual percentual comenta que
“raramente” há influência no seu trabalho por esta suposta “pressão”.
Na questão 24, buscou-se identificar qual o percentual de colaboradores da Empresa
que já se ausentaram do trabalho por problemas físicos ou psicológicos, advindos de elevados
níveis de estresse. Observou-se que a grande maioria (95,7%), nunca teve que se afastarem
por problemas físicos ou psicológicos advindos de um estresse, comprovando-se que as
táticas utilizadas pelas chefias da Vivo-RS no Varejo são um exemplo quando o assunto é
oferecer condições apropriadas para cada profissional desempenhar suas atividades dentro da
Organização.
Para finalizar a questão 25 apresentada na tabela 03, buscou-se identificar se o estresse
“saudável” colabora para o crescimento de cada um, estimulando-o a desenvolver-se dentro
da Empresa. Neste ponto ressalta-se que 61% dos entrevistados asseguram que este nível de
estresse suportável colabora de alguma maneira para o seu crescimento enquanto cerca de um
terço afirma que “nunca” teve importância no seu trabalho, uma vez que já busca o seu
aperfeiçoamento diariamente na Empresa, com ou sem o agravamento de seus níveis de
estresse e ansiedade profissional.
Para tanto se destaca que, Wagner III e Hollenbeck (2000) afirmam que a incerteza
que uma pessoa tem em relação a enfrentar um desafio é que gera o estresse e não o medo de
obter um resultado negativo. Mesmo porque um desafio não precisa ser tido como negativo
para gerar estresse. Afinal, o estresse também pode estar associado a desafios ou
oportunidades positivas, é o chamado eustress.
4.3 O que a Vivo está fazendo para Administrar o Estresse no Ambiente de Trabalho.
No presente trabalho, procurou-se analisar principalmente os fatores que podem
ocasionar o estresse em funcionários em uma grande organização do setor de
telecomunicações do Brasil, buscando desta forma, colaborar efetivamente para a diminuição
dos fatores de risco que possam levar a este quadro e consequentemente, melhorar o
rendimento de pessoas saudáveis e motivadas. Para tanto, como parte da presente pesquisa,
foi realizada uma entrevista com o Sr. Eduardo Mansur, Gerente de Área no Varejo da Vivo
no estado da Região Sul do Brasil, profissional com ampla vivência no ramo e situando em
alta posição de liderança dentro da empresa em estudo.
Partindo-se da constatação de que as organizações que incentivam seus funcionários a
se manter em um ambiente de grandes competitividades, tanto internas como externas, nunca
estarão livres do estresse, procurou-se detectar se a empresa Vivo tem como prática o
incentivo de competitividade, de que forma ocorre este incentivo e como é percebida pela
empresa a relação entre o estímulo a competitividade como possível causa de estresse. Com
relação a este ponto, de acordo com o Gerente de Área de Varejo da Região Sul do País da
Vivo, a empresa esta inserida em um dos mercados mais competitivos existentes hoje, ou seja,
esta busca pela ampliação da participação na sua área é uma exigência no mundo globalizado
e faz parte do dia-a-dia não somente da Vivo, mas de toda e qualquer organização que procura
satisfazer seus clientes e, obviamente, crescer com esta postura. Desta forma, torna-se
impossível para os funcionários da empresa ficarem a parte desta realidade e não viverem
esta competitividade. Neste sentido, a competitividade é estimulada pela empresa através
metas de captação e rentabilidade definidas por seus gestores. A empresa acredita que a
competitividade não esteja intrinsecamente ligada ao estresse, e liga este ao resultado da
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5. Conclusões
No atual ambiente, as organizações podem apoiar ou desencorajar o crescimento e
desenvolvimento de todos os envolvidos no processo, tendo em vista que muitas outras
características organizacionais interagem com as diferenças individuais para influenciar o
comportamento na organização. Neste contexto em todas as organizações essas características
incluem as fontes de estresse. Neste sentido, estes estímulos chamados estressores, podem
produzir alguma combinação de frustração e ansiedade, o que pode variar de pessoa para
pessoa.
Tendo em vista o tema relacionado a administração de estresse, a presente pesquisa
teve como objetivo analisar como a empresa Vivo - RS está administrando o estresse de seus
funcionários do setor de vendas, e primeiramente procurou identificar as principais fontes
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potenciais de estresse na visão dos funcionários da empresa estudada. Neste ponto detectou-se
que os principais fatores ambientais que influenciam no estresse dos pesquisados está
relacionado às mudanças no ambiente político, ambiental e tecnológico respectivamente, no
qual estão inseridos. No que se refere aos fatores organizacionais destaca-se como pontos
chaves a dificuldade de desenvolvimento de habilidades de liderança além das exigências
advindas do trabalho. Quanto aos fatores individuais, ressaltam-se como fontes potenciais de
estresse as obrigações com a família, seguido das preocupações com as obrigações
financeiras.
No que se referem as principais conseqüências advindas do estresse na visão do
público pesquisado destaca-se que, não se observou conseqüências físicas e psicológicas
negativas advindas do estresse. Outro ponto a ser considerado é o estresse ter sido
considerado por uma parcela considerável dos pesquisados como um estímulo ao aumento da
produtividade individual.
Com relação às ações que estão sendo desenvolvidas pela organização em
estudo, tendo em vista a administração do estresse, ·à empresa acredita que a competitividade
não está ligada ao estresse, e sim ao fracasso ou a não adaptação do individuo ao meio
competitivo e que a capacidade em suportar o estresse seja de responsabilidade de cada
profissional. No entanto, ao comprometer-se com seus colaboradores, procura disponibilizar
os recursos necessários para que cada indivíduo possa realizar com qualidade seu trabalho,
possibilitando assim um bom ambiente para a realização de seus objetivos, como forma de
motivar os colaboradores e assegurar que os mesmos tenham sempre a percepção de que a
organização depende muito do esforço e desempenho de cada um.
6. Referências
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Disponível em: http://www.anpad.org.br/. Acesso em: 09 maio de 2007.
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