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Mic Geografia

[1] Este documento discute métodos e técnicas de pesquisa para estudantes universitários. [2] Ele explica a diferença entre métodos e técnicas de pesquisa e fornece exemplos de cada um. [3] Além disso, o documento descreve vários métodos de abordagem de dados e conclusões para ajudar os estudantes em suas pesquisas.

Enviado por

Neto Lourenco
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Mic Geografia

[1] Este documento discute métodos e técnicas de pesquisa para estudantes universitários. [2] Ele explica a diferença entre métodos e técnicas de pesquisa e fornece exemplos de cada um. [3] Além disso, o documento descreve vários métodos de abordagem de dados e conclusões para ajudar os estudantes em suas pesquisas.

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Nome
Joaquina Rui Ricardo - 708211037

Curso: Geografia
Disciplina: MIC
Ano de Frequência: 1º Ano
Docente: Nelson Chetambala

Quelimane, Novembro de 2021


Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1.0.Introdução....................................................................................................................5

1.0.1.Objectivos.................................................................................................................5

1.0.2.Metodologia..............................................................................................................5

1.1.Métodos e Técnicas de Pesquisa.................................................................................6

1.2.Métodos de Procedimento...........................................................................................6

1.3.Técnicas.......................................................................................................................6

1.4.Tipos e Técnicas de Pesquisa......................................................................................7

1.5.Métodos de Análise e de abordagem do Conteúdo.....................................................8

2.0.E quanto aos métodos de abordagem dos dados, temos:...........................................13

2.1.Método Hipotético-dedutivo.....................................................................................17

3.0.Conclusão..................................................................................................................19

Referências bibliográficas...............................................................................................20
1.0.Introdução
O presente trabalho da cadeira de MIC tem como o tema métodos e técnicas de
pesquisa. A pesquisa científica é um caminho que todos os que amam e anelam pelo
conhecimento precisam trilhar. Toda pesquisa tem dimensões pessoais, sociais e
políticas, abrangendo a realidade e as necessidades de compreender o mundo e de
melhorá-lo a cada dia. Ao adentrar em um curso de graduação, o novo aluno é desafiado
a elaborar novas formas de construção do conhecimento e a pensar e a produzir
cientificamente. Agora, é-lhe exigido também trabalhar metodologicamente. Para isso,
esse aluno precisa organizar suas estratégias de trabalho, de leitura e de pesquisas. A
metodologia e as técnicas de pesquisa seguirão esse aluno pesquisador em toda a sua
trajetória, quer seja na graduação, quer seja na pós-graduação.

1.0.1.Objectivos
Geral

 Conhecer os métodos e técnicas de pesquisa

Específicos

 Identificar os tipos de métodos e de pesquisa;


 Descrever os diferentes tipos de métodos de pesquisa.

1.0.2.Metodologia
Para a elaboração do trabalho usou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica, que é
um apontamento geral sobre aos principais trabalhos já realizados, revestidos de
importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o
tema. Portanto, este método consistiu na escolha seletiva dos autores que abordam o
tema em estudo.

5
1.1.Métodos e Técnicas de Pesquisa
A maioria dos especialistas faz, hoje, uma distinção entre método e métodos, por se
situarem em níveis claramente distintos, no que se refere à sua inspiração filosófica, ao
seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou menos explicativa, à sua ação nas etapas
mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam. Lakatos,
Marconi, (2009).

Partindo do pressuposto dessa diferença, o método se caracteriza por uma abordagem


mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da
sociedade. É, portanto, denominado método de abordagem, que engloba o indutivo, o
dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialético. Lakatos, Marconi, (2009).

1.2.Métodos de Procedimento
Para Lakatos, Marconi, (2009). Constituem etapas mais concretas da investigação, com
finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos.
Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um
domínio particular. Nas ciências sociais os principais métodos de procedimento são:

 Histórico;
 Comparativo;
 Monográfico ou estudo de caso
 Estatístico;
 Tipológico;
 Funcionalista;
 Estruturalista.

1.3.Técnicas
Segundo Lakatos, Marconi, (2009). Considera como um conjunto de preceitos ou
processos de que se serve uma ciência, são, também, a habilidade para usar esses
preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Correspondem, portanto, à parte
prática de coleta de dados. Apresentam duas grandes divisões: documentação indireta,
abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e documentação direta. Esta última
subdivide-se em:

6
Observação direta intensiva, com as técnicas da:
Observação - utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que
se deseja estudar. Pode ser: Sistemática, Assistemática; Participante, Não-participante;
Individual, em Equipe; na Vida Real, em Laboratório;
entrevista - é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona
ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Tipos: Padronizada ou
Estruturada, Despadronizada ou Não-Estruturada, Painel. Lakatos & Marconi, (2009).

Observação direta extensiva, apresentando as técnicas:


 Questionário - constituído por uma série de perguntas que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador;
 Formulário - roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas
por ele com as respostas do pesquisado;
 Medidas de opinião e de atitudes - instrumento de "padronização", por meio do
qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a
finalidade de compará-las.

1.4.Tipos e Técnicas de Pesquisa


De acordo com Severino, (2008). Existem vários tipos de pesquisa. Essa variedade se
aplica a uma diversidade de áreas do conhecimento, quer seja tecnológico, quer seja
biológico, quer seja humanístico. O pesquisador, dependendo de seu problema e de seus
objetivos, deverá escolher o tipo de pesquisa que mais se adequa à sua pesquisa,
lembrando que nessa fase, o tipo de pesquisa é uma questão de escolha, mas essa
decisão deve ser pertinente e adequada. Em outro momento do curso, aprofundaremos a
questão dos tipos de pesquisa e as técnicas que podem ser utilizadas dentro de um
processo científico investigatório. Agora, cabe-nos dizer, de forma sucinta, os principais
tipos de pesquisa, existem várias formas de classificar as pesquisas, a depender da
natureza, da abordagem (assunto), do propósito (objetivo) e dos procedimentos
efetivados para alcançar os dados (meio). As formas clássicas de pesquisa estão
elencadas a seguir:

Do ponto de vista da natureza das pesquisas, estas podem ser:

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 Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
 Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática,
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses
locais.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, podem ser:

1.5.Métodos de Análise e de abordagem do Conteúdo


Ainda dentro da metodologia de uma pesquisa, existem outros elementos metodológicos
que devem ser delineados pelo pesquisador no planejamento prévio de sua pesquisa, que
são os Métodos de Análise dos dados e os Métodos de Abordagem dos conteúdos.

Quanto aos métodos de análise dos dados, ela pode ser:

Pesquisa Quantitativa

Este tipo de pesquisa parte do pressuposto de que seu objeto de estudo pode ser
quantificável, ou seja, traduzido em números, opiniões e informações contáveis. Após
isso, pode ser classificado e analisado sob vários ângulos e categorias. Este método de
análise faz uso de recursos e de técnicas estatísticas, tais como percentagem, média,
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, entre
outros tratamentos estatísticos. Na pesquisa quantitativa sempre se utilizam cálculos,
estatísticas, etc. Um bom exemplo é a pesquisa eleitoral. Nela, procura-se analisar os
números e os percentuais de eleitores e intenções de voto. Nesta modalidade, é comum
o uso de questionários, e um grande número de pessoas ou dados é contatado ou
numerado.

A pesquisa quantitativa considera o que pode ser quantificável, o que significa traduzir
em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão).

Pesquisa Qualitativa

Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um
vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode

8
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados
são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados
indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Ainda na Pesquisa Qualitativa o objeto de estudo não pode ser medido por números. Por
exemplo, a análise de crenças, situações, a natureza de algo, os valores de um grupo,
teorias, etc. Neste tipo, busca-se compreender causas e natureza de um fenômeno, por
exemplo, analisar a qualidade do ar em uma determinada região, etc.

Nesta modalidade de análise não se visa estabelecer generalizações, mas focar em como
os sujeitos constroem seus sentidos em torno dos conceitos nos seus diferentes
contextos. A pesquisa qualitativa é orientada para a análise de casos particulares e
concretos em um determinado tempo e em algum espaço geográfico. O objetivo da
pesquisa qualitativa é buscar interpretações sobre fenômenos particulares acerca do
sujeito em seu contexto. (Alves-Mazzoti et. al., 2007, p. 16; Flick, 2004, p. 19-31).

Segundo Flick (2004), Os métodos qualitativos podem ser decompostos, em linhas


gerais, em três abordagens de pesquisa: o interacionismo simbólico, que trata dos
estudos dos significados subjetivos e das atribuições particulares ao sentido de cada
pessoa; a etnometodologia, que trata das rotinas do cotidiano e sua produção; e por fim
as posturas estruturalistas ou psicanalíticas, que lidam com os processos inconscientes
psicológicos (indivíduo) e com o sociis (grupos de indivíduos).

Este método possibilita a análise de aspectos subjetivos e atingem motivações não


explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. (Andrade, 2003). É utilizada
quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão,
abrindo espaço para a interpretação. É uma pesquisa indutiva pela qual o pesquisador
desenvolve conceitos, ideias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados.

Este tipo de pesquisa é muito usado em ciências sociais e humanas, em que os dados
numéricos são relativamente pequenos e normalmente não são analisados com técnicas
estatísticas. Isso diferencia eas técnicas da de pesquisa de mercado quantitativa, pois
nesta última há um grande número de dados. É possível e comum que os métodos da
pesquisa qualitativa sejam uma introdução à pesquisa quantitativa, e vice-versa.

9
Na abordagem qualitativa, os dados numéricos existem, mas em menor número, e são
usados para definir um problema, gerar hipóteses, identificar a natureza do
problema,por exemplo. Por causa do baixo número de dados numéricos envolvidos, este
método não pode ser usado para generalizar toda uma população, muito embora possa
obter resultado preciso quando se trata de um grupo pontual e localizado. Na pesquisa
qualitativa é possível que se busque elementos afetivos, emotivos e inconscientes que
atravessam ou envolvem o objeto de estudo. Galliano, A. G. (1979).

Por fim, há muitas pesquisas que se utilizam das duas abordagens ao mesmo tempo, o
que é chamado de Pesquisa Quantitativa-Qualitativa.

Pesquisa bibliográfica

Utiliza-se de fontes e textos já pesquisados por outros autores. O pesquisador trabalha


em cima da contribuição bibliográfica já feita em livros, teses, artigos, e outros. Esta
será sua principal fonte de consulta e pesquisa.

Pesquisa documental

O pesquisador elege como fonte principal os documentos que têm relação com seu
objeto de pesquisa. Por exemplo: jornais, fotos, filmes, processos judiciários. Esta
pesquisa é muito comumente utilizada por historiadores.

Estudo de caso

O pesquisador tem como fonte principal os dados e as informações sobre a vida de


alguém ou de um grupo. Todas as as análises teóricas são feitas a partir de casos
específicos, tais como uma biografia, crônicas, memórias, trajetórias pessoais, etc..

Pesquisa etnográfica

O pesquisador procura entender os processos cotidianos através de um mergulho em um


determinado grupo social. É um mergulho microssocial (Severino, 1988, p.119). Dessa
forma, o pesquisador descreve o olhar para determinado grupo. Esta pesquisa é muito
utilizada por sociólogos, antropólogos e educadores.

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Pesquisa de campo

Nesta pesquisa, o objeto pesquisado é analisado em seu próprio ambiente. O


pesquisador coleta todas as informações do fenômeno em suas condições naturais,
observando-o sem qualquer intervenção. É uma pesquisa de natureza descritiva.
Rodrigues, W. C. (2007).

Pesquisa-ação

O termo já diz, ele “age” e “pesquisa” ao mesmo tempo. Nesta pesquisa, o agente
pesquisador se envolve e propõe intervenção em seu objeto de pesquisa. Assim, ele
analisa o comportamento do objeto frente às intervenções. É possível que o pesquisador
se surpreenda com os resultados encontrados e até mesmo com as mudanças realizadas
no objeto de pesquisa. Rodrigues, W. C. (2007).

Pesquisa participante

Aqui, o pesquisador apenas interage com o objeto de pesquisa. Seu propósito é ampliar
a visão sobre o objeto a partir dessa interação. Não há intervenção. Rodrigues, W. C.
(2007).

Pesquisa experimental

O objeto de pesquisa é manipulado em ambientes de controle onde todas as condições


naturais são reproduzidas. É muito utilizada em pesquisas de biologia, tecnologia,
dentre outros. Rodrigues, W. C. (2007).

Pesquisa exploratória

Visa desenvolver e/ou esclarecer conceitos. Alguns teóricos da metodologia a associam


à pesquisa explicativa, que por sua vez, analisa e registra os fenômenos de forma
qualitativa. Rodrigues, W. C. (2007).

É importante lembrar que uma pesquisa pode trabalhar os elementos acima de forma
combinada, desde que isso seja pertinente e relevante ao estudo e condizente com a área
de atuação. Por exemplo, pode-se ter uma pesquisa de natureza principal
BIBLIOGRÁFICA conjugada a uma PESQUISA DE CAMPO ou a um ESTUDO DE
CASO.

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Ressalta-se ainda que, além dos diversos tipos de pesquisa, há também diversas técnicas
de pesquisa. Técnicas de pesquisa são procedimentos práticos e operacionais que se
aplicam durante a pesquisa. É importante ressaltar que as técnicas escolhidas pelo
pesquisador devem ser compatíveis com o tipo de pesquisa a que se propõe realizar e
também compatíveis com a área do conhecimento em que se situa. As principais
técnicas de pesquisa são:

a) Entrevista;
b) História de vida;
c) Observação;
d) Grupos de estudo;
e) Grupo focal;
f) Grupos de controle;
g) Documentação;
h) Testes;
i) Sociometria.

Tem sido uma tendência científica que cada área do conhecimento desenvolva e
aprofunde a teoria metodológica sobre cada tipo de pesquisa e de cada técnica de
pesquisa relativas à sua área. Por isso, o pesquisador, em seu planejamento científico,
deve se inteirar das teorias metodológicas mais específicas e mais adequadas ao seu
campo. Os livros mais conhecidos e mais usuais de metodologia científica de
graduação, normalmente são mais gerais e não aprofundam o uso específico de cada
pesquisa ou técnica. Mas é comum que cada área publique livros metodológicos mais
profundos e mais adequados. Cabe ao pesquisador buscar, conhecer e dominar a
metodologia que ele adotou para sua pesquisa, dentro da sua área do conhecimento.

Por exemplo, para um historiador, há uma variedade de métodos e técnicas específicos


para tratar da pesquisa em história. Assim, temos, dentro da História, obras
metodológicas específicas, como:

Barros, J. D. O projeto de pesquisa em História: da escolha do tema ao quadro teórico.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

Goldenberg, M. A arte de pesquisar. Como fazer pesquisa qualitativa em ciências


sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.

12
Vieira, M. P. A. et al. A pesquisa em História. São Paulo: Ática, 1991 (Série
Princípios).

Rodrigues, Márcia, B.F. Paradigmas para o século XXI: possibilidades de aplicação do


paradigma indiciário de corte psicanalítico às ciências humanas e sociais, In Revista
Passagens, vol. 6 - No. 2 - Maio a Agosto. Editorial 206. ISSN (on-line): 1984-2503.
2014.

Da mesma forma, outras áreas do conhecimento produzem literaturas metodológicas


específicas.

2.0.E quanto aos métodos de abordagem dos dados, temos:


Método Indutivo

A definição mais simples e mais comum sobre o método indutivo é: O método Indutivo
é uma modalidade de raciocínio que, a partir de premissas ou argumentos Particulares,
chega a conclusões Gerais ou universais. Daí, temos a fórmula minemônica:

(I=PG)

É o mais comum em pesquisas científicas, pois observa, registra, analisa e classifica


fatos específicos, tirando conclusões mais abertas e possíveis generalizações. O método
indutivo se estabelece com base na observação repetida de objetos ou acontecimentos da
mesma natureza, podendo chegar a conclusões para todos os objetos ou para eventos
natureza idêntica ou semelhante. Este método pode ser completo ou incompleto, o que
dependerá da conclusão a que se chega. Por isso, quanto maior a quantidade de
informações específicas a serem analisadas, maior será a probalidade das conclusões
serem completas.

A definição de Gewandsnajder nos esclarece sobre o que é indução: o processo pelo


qual – a partir de um certo número de observações, recolhidas de um conjunto de
objetos, fatos ou acontecimentos – concluímos algo aplicável a um conjunto mais amplo
ou a casos dos quais ainda não tivemos experiência” (Gewandsnajder 1989, p.41).

O desenvolvimento deste método se deu especialmente no contexto dos movimentos do


iluminismo e do empirismo da era moderna. Muitos nomes se destacaram nessas
formulações, tais como Galileu Galilei, Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Lockem,

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Davi Hume, dentre outros. Portanto, o método indutivo tem como fundamentação
básica as experiências, ou seja, a observação de casos concretos confirmadores dessa
realidade (Torres, 2008).

No século XVI, Galileu Galilei iniciou o questionamento a despeito do procedimento


mais apropriado para se atingir conhecimentos seguros dos fenômenos naturais. Ele
teorizou o método denominado experimental, que infere leis gerais a partir de
observações de casos particulares. Já o filósofo Francis Bacon percebeu que somente
através da observação é que se torna possível conhecer algo novo. Assim, fundamentou
o método indutivo, no qual se privilegia a observação como um dos processos para se
atingir o conhecimento (Araújo, 2000). Francis Bacon dedicou-se à filosofia científica.
Em suas obras, ele discutiu sobre a origem das coisas e a natureza da matéria. Seu
método proposto foi o indutivo, pois Bacon partia da observação dos fatos, pela
experimentação daquilo que podia ser passível de observação. O empirismo científico
de Bacon despertou no homem o gosto pelo concreto e pela experiência.

O raciocínio indutivo teve grande influência no pensamento cientifico. Ele tem sido
considerado como o método das ciências naturais por excelência. No positivismo, foi
considerado como o método mais apropriado para investigação nas ciências sociais,pois
propunham aos que estudavam a sociedade que abandonassem a postura puramente
especulativa e se utilizassem da observação para atingir o conhecimento científico.
Assim, a partir da sua influência, muitas técnicas de coleta de dados e instrumentos de
medida foram construídos para mensurar os fenômenos sociais.

O método indutivo deve trabalhar em pelos menos 4 passos básicos:

 A observação de todos os fatos (para descobrir as causas do fato/ fenômeno);


 O registro de todos os fatos (para organizar os fatos/fenômenos);
 A análise e a classificação dos fatos (relação entre os fatos/fenômenos);
 A generalização dos fatos/fenômenos (generalização da relação entre fenômenos
e fatos semelhantes não observados). Por exemplo: observa-se que Pedro, José,
João, etc. são mortais; verifica-se a relação entre ser homem e ser mortal;
generaliza-se dizendo que todos os homens são mortais (Rodrigues, 2007).

Para Rodrigues, duas das leis criadas a partir desse raciocínio são:

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1ª lei – Dada as mesmas circunstâncias e mesmas causas de um fenômeno/fato, os
efeitos que se produzirão serão iguais. Ou seja, se as mesmas condições de um
fato/fenômeno forem iguais e se repetirem, significa que em futuras verificações
acontecerá o mesmo.

2ª lei - Afirma-se que o que é verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de


um sujeito, pode ser verdade para todo esse sujeito universal. Por isso, quanto mais
representativa a amostra, maior a força indutiva do argumento. Até que não apareça
nenhum outro fato ou fenômeno contrário, a sua aplicação é considerada válida. Assim,
para replicar uma indução basta que um fato ou fenômeno o contradiga (Rodrigues,
2007).

A principal crítica ao método indutivo consiste no salto indutivo que ele propõe, pois a
partir de afirmações sobre o passado e o presente não se pode fazer conclusões
absolutamente seguras sobre o futuro. Como Imaguire (2000) afirmou, a validade
universal de uma hipótese científica não pode ser verificada totalmente através de um
número finito de observações, medições e experimentos. E o autor Gewandsznajder
(1989, p. 44) comenta essa falha, em outras palavras, ao apontar que “o nível de
generalizações das leis e teorias científicas não nos permite estabelecer sua verdade por
simples observação”.

Na defesa do método, diversos autores se ancoram na teoria da probabilidade, a qual


possibilitaria indicar os graus de força de um argumento indutivo. A respeito dessa
teoria, pode-se dizer que:

Se os argumentos indutivos não garantem a verdade das conclusões, eles podem ser
usados, segundo os indutivistas, para garantir uma probabilidade, às vezes elevada, para
suas conclusões. Portanto, da observação de que alguns cisnes são brancos e de que o
Sol nasce todo dia, podemos inferir que é provável que todos os cisnes sejam brancos e
que o Sol nascerá amanhã (Gewandsznajder, 1989, p. 48).

Resumo das características específicas do método indutivo:

• Parte de fatos e conhecimentos particulares para conclusões Gerais (I=PG);


• As conclusões são apenas prováveis;

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• Trabalha com a observação, o registro, a classificação e com análises de fatos ou
fenômenos específicos, e a partir disso chega a conclusões provavelmente
seguras;
• Dadas as mesmas circunstâncias e mesmas causas de um fenômeno ou fato, os
efeitos que se produzirão serão iguais;
• A verdade de muitas partes suficientemente enumeradas de um sujeito pode ser
verdade para todo esse sujeito universal.

Método Dedutivo

O método dedutivo tem suas bases a partir dos pensadores racionalistas Descartes,
Spinoza e Leibniz. Ele pressupõe que a razão pode conduzir ao conhecimento
verdadeiro. Na dedução, as premissas ou os argumentos são verdadeiros e
inquestionáveis, e o pesquisador os aplica a algo específico ou particular. Ou, utilizando
as palavras de Galliano (1979, p. 39), “a dedução consiste em tirar uma verdade
particular de uma verdade geral na qual ela está implícita”. Este tipo de raciocínio parte
do conhecido para o desconhecido com pequena margem de erro, desde que coerentes.
O método dedutivo possui grande aplicação em ciências como a Matemática e a Física,
cujos princípios podem ser enunciados como leis; no entanto nas demais ciências, seu
uso é bem mais restrito, dada a dificuldade para se obter argumentos gerais, cuja
veracidade ou certeza poderá ser posta em dúvida. Esta forma de raciocínio parte do
Geral para conclusões Particulares. A forma mnemônica de guardar este princípio é D
(dedução) = G (Geral) para o P (Particular):

D=GP De acordo com este método, partindo-se de teorias e leis gerais, pode-se chegar à
determinação ou previsão de fenômeno ou fatos particulares.

Exemplo de raciocínio dedutivo

 Todo homem é mortal (premissa geral e universal inquestionável).


 Pedro é homem (premissa particular).
 Logo, Pedro é mortal (Conclusão).

Perceba que o método dedutivo nos leva do conhecido para o desconhecido, o que nos
dá pouca margem de erro. No entanto, seu alcance é limitado, pois as nossas conclusões
não podem ultrapassar os argumentos. Metodologicamente falando, há uma relação
entre as premissas e a conclusão. Outra crítica que se faz a este método é que permite

16
concluir, de forma diferente, a mesma coisa. Ou seja, no exemplo acima, no momento
em que se aceita a verdade da proposição de que todo homem seja mortal, a afirmação
de que Pedro é mortal nada acrescenta ao raciocínio, uma vez que a verdade da
conclusão já se encontrava no argumento geral. O método dedutivo parte de um
conhecimento prévio. Esse conhecimento não pode derivar da observação repetida de
casos particulares, pois isso seria indução. Torres afirma que os críticos do método
dedutivo argumentam que esse raciocínio assemelha-se ao adotado pelos teólogos, que
partem de posições dogmáticas (Torres, 2008).

É por isso que muitos teóricos da metodologia afirmam que este tipo de método pode
induzir ao erro, como no exemplo abaixo: Todo homem se locomove sobre duas pernas
(premissa geral, mas questionável).

João é homem (premissa particular)..

Logo, João se locomove sobre duas pernas (Conclusão questionável).

Ainda que este processo de raciocínio seja lógico, pode não corresponder a uma
realidade, pois, no caso em questão, João faz uso de uma muleta, pois uma de suas
pernas fora amputada. A conclusão, portanto, não é verdadeira.

Resumo das características específicas do método dedutivo:

 Parte de fatos e conhecimentos Gerais para as conclusões Particulares (D=GP);


 Trabalha com premissas e argumentos já validados e verdadeiros. As premissas
ou argumentos são verdadeiros e inquestionáveis, e o pesquisador os aplica a
algo específico ou particular;
 É muito utilizado em ciências exatas, biológicas, físicas e matemáticas, pois
estas trabalham com conceitos e fórmulas universais já aceitas pela comunidade
científica.

2.1.Método Hipotético-dedutivo
Com suas raízes a partir do filósofo René Descartes (1596-1650), que estabeleceu um
método baseado na matemática e na razão, e chegou a afirmar que “a ideia que existe
em mim” permite deduzir que, mesmo sendo concebida como inata, permite a
elaboração de novas ideias pelo exercício do método. Ou seja, a premissa geral deve ser
testada e experimentada, pois há possibilidades hipotéticas de ela não ser totalmente
17
verdadeira. Seu ponto de partida é a formulação de hipóteses, a partir das quais os
resultados obtidos podem ser deduzidos com base nas quais se podem fazer previsões
que, por sua vez, podem ser confirmadas ou refutadas. Enquanto no método dedutivo
procura-se a todo custo confirmar a hipótese, no hipotético-dedutivo, ao contrário,
procuram-se evidências empíricas para derrubá-las. O pesquisador que não conseguir
demonstrar qualquer caso concreto capaz de falsear a hipótese, terá, então, que
corroborar com o já deduzido anteriormente. Nesse caso, a hipótese mostra-se válida,
pois superou todos os testes, mas não definitivamente confirmada, já que a qualquer
momento pode surgir um fato que a invalide.

O método hipotético-dedutivo deve passar por estas fases:

 Elaboração de um problema;
 Observação cuidadosa das hipóteses (princípios do método indutivo);
 Testes das premissas em busca do que pode falsear a hipótese;
 Corroboração ou não as hipóteses anteriormente formuladas.

Note que este método se funde com o indutivo. Ele não se limita a generalização, mas
lança-se ao empirismo das observações que segue o caminho das teorias e leis. Feitos
esses testes de premissas, os resultados podem ser confirmados ou negados. Resumo das
características específicas do método Hipotético-dedutivo:

 A premissa geral deve ser testada e experimentada, pois há possibilidades


hipotéticas de ela não ser totalmente verdadeira;
 Formulam-se hipóteses e ao mesmo tempo tenta-se derrubá-la através da
indução.

Considerações sobre o uso dos métodos

Gewandsznajder (1989) nos aponta o fato de que o conhecimento científico é


conjectural, uma vez que verdades inquestionáveis não existem e que uma teoria pode
ser refutada e substituída por outra mais adequada. O conhecimento não segue um
roteiro previsível com procedimentos definidos e infalíveis. A pesquisa científica se
caracteriza como um processo permanente de busca e investigação.

Assim, “não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo
mundo das investigações científicas” (Silva e Menezes, 2001, p. 28). Elas propõem

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empregar mais de um método na pesquisa, e amplia as possibilidades para se realizar
uma análise e se obter respostas para os problemas a serem estudados. Assim, podemos
utilizar todos os métodos em todas as formas de ciência e de conhecimento de maneira
complementar.

3.0.Conclusão
Apôs ter feito o trabalho destacou-se que os métodos e técnicas de pesquisa deve passar
por uma fase preparatória de planejamento devendo-se estabelecer certas diretrizes de
ação e fixar-se uma estratégia global. A realização deste trabalho prévio é
imprescindível. A ciência se apresenta como um processo de investigação que procura
atingir conhecimentos sistematizados e seguros. Para alcançar este objetivo é necessário
que se planeje o processo de investigação, isto é, traçar o curso de ação a ser seguido no
processo da investigação científica. Não é, porém, necessários que se sigam normas
rígidas. A flexibilidade deve ser a característica principal neste planejamento de
pesquisa, para que as estratégias previstas não bloqueiem a criatividade e a imaginação
crítica do investigador.

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Referências bibliográficas
Alves-Mazzotti, Alda Judith, Gewandsznajder, Fernando. (2001). O método nas
ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo:
Pioneira.

Araujo, S. C. (2000). Métodos de Pesquisa. Universidade Católica de Brasília,

Andrade, Maria Margarida de. (2003). Introdução à metodologia do trabalho científico.


6.ed. São Paulo: Atlas,

Descartes, René. (1978). O discurso sobre o método. São Paulo: Hemus.

Flick, U. (2004). Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2ed. Porto Alegre: Bookman.

Galliano, A. G. (1979). O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Harbra,

Gewandsznajder, F. O que é o Método Científico. (1989). Pioneira Editora, São Paulo.


Lakatos, Eva Maria; Marconi, Marina Andrade. (2009). Metodologia do trabalho
Científico. São Paulo: Atlas,

Rodrigues, W. C. (2007). Metodologia Científica. FAETEC/IST Paracambi,

Silva, E. L.; Menezes, E. M. (2001). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de


Dissertação. Florianópolis, 3ª Ed. UFSC.

Severino, Antônio Joaquim. (2008). Metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Cortez.

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