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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CAMPUS DE SOBRAL
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

FRANCISCO EDGLEICE SIQUEIRA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA


IMPLANTAÇÃO DE LUMINÁRIAS LEDs EM TRECHOS DO SISTEMA DE
ILUMINAÇÃO PÚBLICA DA CIDADE DE FORQUILHA - CE

SOBRAL
2019
FRANCISCO EDGLEICE SIQUEIRA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO


DE LUMINÁRIAS LEDs EM TRECHOS DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA DA
CIDADE DE FORQUILHA - CE

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à


coordenação do Curso de Engenharia Elétrica
Campus de Sobral como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Eber de Castro Diniz.

SOBRAL
2019
___________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________
FRANCISCO EDGLEICE SIQUEIRA RODRIGUES

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO


DE LUMINÁRIAS LEDs EM TRECHOS DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA DA
CIDADE DE FORQUILHA - CE

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à


coordenação do Curso de Engenharia Elétrica
Campus de Sobral como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Elétrica.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Eber de Castro Diniz (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Prof. Esp. Lucivando Ribeiro de Araújo
Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________
Eng. Eletricista Halleno Vasconcelos Prado
B&Q Energia
A Deus, pela a vida e o dom da sabedoria.
Aos meus pais, Francisco e Maria.
Meus irmãos e amigos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a quem devo minha vida, por conceder-me


saúde, prosperidade, proteção a mim e minha família, aos meus amigos pela força para
prosseguir nas inúmeras vezes em que cogitei desistir.
Aos meus pais, Francisco das Chagas Rodrigues e Maria do Socorro de Siqueira
Rodrigues, pela educação, dedicação e carinho proporcionado ao longo destes anos
permitindo que conquistasse esse sonho. Agradeço a todos da minha família, pois estes foram
a base de meu caráter. Esta conquista não é somente minha, é nossa.
Ao Professor Dr. Eber de Castro Diniz, pelo apoio, paciência, boa vontade, auxilio
e conhecimento compartilhado.
Aos examinadores da banca, professor Esp. Lucivando Ribeiro de Araújo e ao
Engenheiro e amigo Halleno Vasconcelos Prado, pelo apoio nas correções, críticas
construtivas e sugestões.
A todos os amigos que fiz ao longo do curso de graduação especialmente,
Fernando Lima, Halleno Vasconcelos, Jefferson Cavalcante, Juraci Gomes e Wallison Souza
que em diversas formas ajudaram no desenvolvimento do meu trabalho. Não poderia deixar
de agradecer o secretário do curso João Paulo pela atenção e paciência e ao Germano Araújo
pelo companheirismo.
“Todos nesse mundo funcionam baseados no
seu próprio fuso horário.” Autor desconhecido.
RESUMO

Este trabalho apresenta uma análise da viabilidade econômica para substituição de luminárias
convencionais em algumas das principais vias públicas da cidade de Forquilha por luminárias
com tecnologia LED. Diante da demanda cada vez maior por energia elétrica e de tecnologias
mais eficientes na iluminação é importante avaliar a viabilidade da adoção de novas
tecnologias na iluminação pública, procurando reduzir os gastos e diminuir a demanda do
sistema. É apresentada uma metodologia capaz de realizar uma estimativa do consumo
energético com levantamento em campo de dados de consumo do sistema de iluminação
pública do município de Forquilha - Ce, em comparação com o consumo da proposta de
eficiência, e a aceitação da nova tecnologia com o auxílio de ferramentas econômicas TIR e
payback, estudar a viabilidade da implantação do projeto. Os resultados obtidos mostram que
com a mudança das luminárias com lâmpadas convencionais por luminárias LED, a demanda
de energia nos trechos analisado teve uma queda de 21,45 kW e uma redução no custo mensal
com energia de 48,58%, ou seja, quase a metade da energia atualmente consumida passa a ser
economizada. Levando em consideração o valor economizado, desconsiderando a mão-de-
obra e gastos com manutenção das luminárias existentes, foram realizadas simulações de
viabilidade econômica com as ferramentas TIR e payback e mostraram viabilidade econômica
do projeto.

Palavras-chave: Eficiência energética. Iluminação pública. LED. Análise de investimento.


ABSTRACT

This work presents an analysis of the economical feasibility of replacing conventional


luminaires in some of the main public thoroughfares in the city of Forquilha by LED
luminaires. Faced with the increasing demand for electricity and more efficient lighting
technologies, it is important to evaluate the feasibility of adopting new technologies in public
lighting, seeking to reduce costs and reduce system demand. It is presented a methodology
capable of estimating the energy consumption by surveying the consumption data of the
public lighting system in the municipality of Forquilha - Ce, in comparison to the
consumption of the efficiency proposal, and the acceptance of the new technology with the
help of TIR and payback economic tools, study the feasibility of project implementation. The
results show that with the change of luminaires with conventional lamps by LED luminaires,
the energy demand in the analyzed segments had a drop of 21.45 kW and a reduction in the
monthly cost with energy of 48.58%, that is, almost half of the energy currently consumed is
saved. Taking into account the economical value, disregarding the labor and maintenance
costs of the existing luminaires, economic viability simulations were performed with the TIR
and payback tools and showed economic viability of the project.

Keywords: Energy efficiency. Street lighting. Led. Investment analysis.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1  Temperatura de cor .......................................................................................... 17

Figura 2  Sistema de um circuito de iluminação básico................................................... 18

Figura 3  Exemplo de relé fotoelétrico ............................................................................. 19

Figura 4  Reator externo................................................................................................... 20

Figura 5  Luminária pública ........................................................................................... 21

Figura 6  Funcionamento interno de um LED ................................................................ 24

Figura 7  Estrutura básica de um luminária LED ............................................................ 25

Figura 8  Mapa do Estado do Ceará ................................................................................ 27

Figura 9  Demarcação dos trechos escolhidos para o levantamento ............................. 28

Figura 10  Composição em porcentagens por tipo e potência ......................................... 29

Figura 11  Luminária Pública LED da linha Uma ConexLED ......................................... 30

Figura 12  Luminária do tipo aberta ................................................................................. 30


LISTA DE TABELAS

Tabela 1  Descrição do sistema de iluminação pública nos trechos analisados ............ 29

Tabela 2  Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M90 ...... 31

Tabela 3  Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M150 .... 31

Tabela 4  Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M250 .... 32

Tabela 5  Demanda de potência ativa do sistema atual ................................................. 32

Tabela 6  Demanda de potência ativa do sistema proposto com luminárias LEDs ...... 33

Tabela 7  Estimativa do consumo de energia do sistema atual e do sistema proposto . 33

Tabela 8  Valor estimado total do projeto de substituição das luminárias .................... 34

Tabela 9  Cálculo da TIR .............................................................................................. 36


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 16
2.1 Conceitos e unidades utilizadas em iluminação ............................................. 16
2.1.1 Fluxo luminoso (lm) ......................................................................................... 16
2.1.2 Eficiência luminosa (lm/W) ............................................................................... 16
2.1.3 Iluminamento ou iluminância (lux) .................................................................. 16
2.1.4 Temperatura de cor (Kelvin) .............................................................................. 17
2.1.5 Índice de reprodução de cor (IRC) .................................................................... 17
2.1.6 Vida útil ............................................................................................................. 17
2.2 Componentes básicos de um sistema de iluminação pública ........................ 18
2.2.1 Relé Fotoelétrico ................................................................................................ 19
2.2.2 Reator .................................................................................................................. 19
2.2.3 Ignitores .............................................................................................................. 20
2.2.4 Braço de sustentação .......................................................................................... 20
2.2.5 Luminárias ......................................................................................................... 20
2.2.6 Suportes .............................................................................................................. 21
2.2.7 Lâmpadas ........................................................................................................... 21
2.2.7.1 Lâmpadas mistas ................................................................................................. 21
2.2.7.2 Lâmpadas a vapor de mercúrio .......................................................................... 22
2.2.7.3 Lâmpadas a vapor de sódio ................................................................................ 22
2.2.7.4 Lâmpadas a vapor metálico ................................................................................ 23
2.3 LEDs aplicado a iluminação pública .............................................................. 23
2.3.1 Luminárias LEDs para iluminação pública ..................................................... 23
2.4 Métodos de análise econômica de investimento ............................................. 25
2.4.1 Taxa interna de retorno (TIR) ........................................................................... 25
2.4.2 Tempo de retorno simples (Payback) 26
3 ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 27
3.1 O município de Forquilha - CE ..................................................................... 27
3.2 Diagnóstico da situação atual ........................................................................... 28
3.3 Descrição e detalhamento das novas luminárias LEDs a serem instaladas . 30
3.4 Estimativa da demanda e consumo de energia elétrica com a instalação 32
das novas luminárias LED ...............................................................................
3.5 Análise da viabilidade econômica entre o sistema convencional e o sistema
proposto com luminárias LED ......................................................................... 34
3.5.1 Análise do Payback ............................................................................................ 34
3.5.2 Análise da TIR ................................................................................................... 35
4 CONCLUSÕES ................................................................................................ 37
4.1 Trabalhos futuros .............................................................................................. 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38
APÊNDICE A – PLANILHA UTILIZADA PARA O LEVANTAMENTO DOS PONTOS
DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA .............................................................................................41
ANEXO A – ORÇAMENTO DAS LUMINÁRIAS LEDs ..................................................42
14

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o combate ao desperdício de energia e a eficiência energética


tem sido assuntos cada vez mais presentes no cenário mundial (NOGUEIRA, 2013), no Brasil
vem ganhando recentemente destaque devido à crise econômica.
No setor de iluminação pública, que está entre os pontos fundamentais para o
desenvolvimento social e econômico de uma região e que, atualmente, é realizada a partir de
diversas tecnologias como: lâmpadas de luz mista, a vapor de mercúrio e a vapor de sódio.
Apesar de terem sido consideradas uma evolução no campo da iluminação, há o desperdício
significativo de energia em consequência da baixa eficiência apresentada (EPE, 2014).
Dentro deste cenário de evolução tecnológica na iluminação, surge a tecnologia
LED (Light Emitting Diodo - diodos emissores de luz), apresentando enorme durabilidade e
eficiência energética. Atualmente é possível a utilização de LED em grande escala, pois além
de estar em desenvolvimento constante, apresenta um crescimento contínuo de eficiência
(RODRIGUES, 2012).
Apesar de haver estudos e pesquisas sobre a tecnologia LED, poucas pessoas
conhecem de fato como funcionam, levando em conta a princípio apenas o seu elevado custo
financeiro de implantação. Assim, é preciso considerar também os benefícios proporcionados
por altos índices de economia de energia, elevada vida útil e baixo fator de manutenção.
Tendo em vista os aspectos positivos que essa tecnologia pode oferecer, percebe-se uma
pequena utilização de lâmpadas á base de LED na iluminação pública. Com o constante
desenvolvimento tecnológico, a tendência é a mudança nesse cenário (FERREIRA, 2018).
Diante das vantagens da utilização de iluminação LED já expostas, o presente
trabalho teve como objetivo geral analisar a viabilidade econômica da aplicação de luminárias
LEDs em trechos da rede de iluminação pública do município de Forquilha - CE. Para isso
busca atingir os seguintes objetivos específicos: conhecer e apresentar as principais
tecnologias aplicadas nos sistemas de iluminação pública, realizar levantamento dos pontos de
iluminação para realização da pesquisa no local de estudo, apresentar um estudo simplificado
da substituição de luminárias convencionais existentes no local por luminárias LED e avaliar
a viabilidade econômica da substituição das luminárias.
A principal motivação para o desenvolvimento deste trabalho foi o desejo de
conhecer o custo x benefício acerca da aplicação de sistemas de iluminação pública utilizando
luminária LED na substituição do sistema convencional, que muitas vezes, são ineficientes
energeticamente e que utiliza equipamentos obsoletos ou inadequados para a via, ou seja, não
15

normatizados e contribuir com informações relevantes a fim de se facilitar a aplicação dessa


tecnologia, a partir do conhecimento da viabilidade econômica.
Apresenta-se uma metodologia capaz de realizar uma estimativa do consumo
energético atual com levantamento em campo de dados do sistema de iluminação pública do
município de Forquilha - CE, e realizar uma comparação com o consumo da proposta de
eficiência, e aceitação ou não da nova tecnologia com o auxílio de ferramentas econômicas,
estudar a viabilidade da implantação do projeto.
O primeiro capítulo apresenta a introdução ao tema do trabalho, destacando a
importância da tecnologia LED, metodologia, objetivo geral e específico. O segundo capítulo
serão tratados os conceitos de iluminação pública, abrangendo seus equipamentos, grandezas
e unidades. Apresenta o LEDs, sua utilização e aplicação em iluminação pública e as
ferramentas utilizadas no cálculo de viabilidade. No terceiro capítulo foi realizado um estudo
de caso do município de Forquilha - Ce, buscando-se uma resposta se há ou não viabilidade
econômica na implantação de um sistema LED nas principais vias da cidade. No Capítulo 4
são apresentados os resultados obtidos no estudo e tecidas as considerações finais sobre o
estudo realizado, bem como sugeridas algumas propostas de trabalhos futuros.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A iluminação pública pode ser definida como um serviço que tem por objetivo
prover de luz ou claridade artificial aos logradouros públicos no período noturno ou em
eventuais períodos de escurecimento diurnos (ROSITO, 2009a).
Trata-se de um serviço essencial que possui influência direta na vida das pessoas e
no espaço urbano, pois contribui para a segurança da população e para o tráfego de veículos,
além, de favorecer muitas atividades humanas importantes, sejam elas econômicas ou de lazer
(CASA; VERONI, 1999).

2.1 Conceitos e unidades utilizadas em iluminação

A seguir serão apresentados alguns termos luminotécnicos e elétricos básicos


necessários para a compreensão dos demais capítulos deste trabalho.

2.1.1 Fluxo luminoso (lm)

Fluxo luminoso é definido como a quantidade luz produzido por uma fonte
luminosa, através da energia emitida por radiação em todas as direções. A unidade de medida
é o lúmen (lm) (FRÓES DA SILVA, 2006).

2.1.2 Eficiência luminosa (lm/W)

Eficiência luminosa é definida como a relação entre o fluxo luminoso total


emitido por uma fonte e a potência consumida, sua unidade é o lúmen por Watt (lm/W)
(COSTA, 2006).

2.1.3 Iluminamento ou iluminância (lux)

Iluminância é o fluxo luminoso que incide sobre uma determinada área da


superfície iluminada, sendo assim sua unidade é o lúmen por metro quadrado (lm/m²),
denominada lux (NISKIER, 2008).
17

2.1.4 Temperatura de cor (Kelvin)

Temperatura de cor é uma grandeza que expressa à aparência de cor emitida por
uma fonte luminosa. Quanto mais alto for o valor da temperatura de cor de uma fonte
luminosa mais branca será a luz emitida pela a mesma. O termo embora seja medido em
Kelvins, não tem qualquer relação com a temperatura física da fonte luminosa é apenas uma
analogia com a cor da luz emitida por um corpo nego quando aquecido (COSTA, 2006). É
usual classificar uma lâmpada em luz quente, neutra ou fria. A figura 1 mostra a escala de
temperatura de cor para esses três tipos de classificação.

Figura 1- Temperatura de cor

Fonte: Ideal iluminação (2018).

2.1.5 Índice de reprodução de cor (IRC)

O IRC é definido como a medida de aproximação entre a cor real de um objeto ou


superfície e sua aparência ao ser iluminado por uma fonte de luz artificial, sendo quantificado
em porcentagem de 0 a 100%. Uma fonte luminosa com IRC de 100%, por exemplo, é a que
apresenta as cores de um objeto com a máxima fidelidade e precisão (COPEL, 2012).

2.1.6 Vida útil (h)

Vida útil é o tempo, que uma lâmpada leva para atingir uma quantidade de luz
equivalente a 70% de seu valor inicial, devido à depreciação do fluxo luminoso e às queimas
ocorridas no período. A unidade de vida útil é o tempo, medido em horas (h) (ROSITO,
2009b).
18

2.2 Componentes básicos de um sistema de iluminação pública

O sistema de iluminação pública é caracterizado, não apenas pelo tipo e potência


da lâmpada utilizada, mas por todo um conjunto de equipamentos que juntos são responsáveis
por constituir a fonte luminosa. A saber, os componentes são classificados como Ativo
Imobilizado em Serviço (AIS), que é de responsabilidade dos municípios, e os ativos ligados,
à concessão das distribuidoras (CEPAM, 2013).
São de responsabilidade dos municípios e fazem parte do AIS, por exemplo,
luminárias, lâmpadas, relés fotoelétricos, reatores, braços de sustentação da luminária,
eletrodutos, caixas de passagem e condutores exclusivos para iluminação pública, enquanto os
postes e a rede de distribuição de energia elétrica são de responsabilidade da concessionária
(CEPAM, 2013).
A figura 2 mostra um esquema básico de montagem com as partes principais de
um circuito de iluminação pública.

Figura 2- Sistema de um circuito de iluminação básico

Fonte: Cepam (2013, com adaptação).


19

Serão apresentados a seguir, de forma simplificada, alguns dos principais


equipamentos que compõem o AIS.

2.2.1 Relé Fotoelétrico

Este dispositivo controla o acendimento e o desligamento da lâmpada


automaticamente, de acordo com o nível de luz presente no ambiente (NOGUEIRA, 2013).
O acionamento automático em iluminação pública é muito importante, pois
elimina a necessidade de um operador para acender e apagar a lâmpada, bem como uso do fio-
piloto para o comando das lâmpadas. O fio piloto corresponde ao fio retorno que seria ligado
em um interruptor (SOUZA; COSTA, 2004). Na figura 3 é apresentado um modelo de um
relé.

Figura 3 – Exemplo de relé fotoelétrico

Fonte: Rosito (2009c).

2.2.2 Reator

O reator é um equipamento auxiliar e tem como objetivo limitar a corrente elétrica


na lâmpada. Além disso, é fundamental para fornecer as características elétricas adequadas,
garantindo a vida útil fornecida pelo fabricante (AGUERA, 2015; ROSITO, 2009c).
Seu uso é obrigatório e indispensável na iluminação com lâmpadas fluorescentes,
a vapor de mercúrio, sódio e metálico.
De acordo com o principio de funcionamento os reatores se dividem em
eletrônicos e magnéticos, e de acordo com o uso, em interno e externo, dependendo do tipo de
aplicação. Na figura 4 tem-se um exemplo de como é feita a conexão entre uma lâmpada e a
rede de energia elétrica por meio de um reator externo.
20

Figura 4 - Reator externo

Fonte: Ideal iluminação (2018).

2.2.3 Ignitores

Ignitor é um dispositivo eletrônico auxiliar utilizado juntamente com o reator, tem


por função gerar um pulso de tensão da ordem de 5000 V necessário para acionar lâmpadas a
vapor de sódio e a vapor metálico (PROCEL, 2011).

2.2.4 Braço de sustentação

São equipamentos, geralmente metálicos, utilizados para manter a luminária na


posição e altura desejada, além de servirem como eletroduto para os cabos de alimentação.
Os braços podem apresentar comprimentos e ângulos de inclinação diversos e
devem ser suficientemente resistentes mecanicamente para suportar o peso das luminárias e os
esforços provocados pelas mesmas sob ação de diferentes intensidades de ventos e vibrações,
além de serem fabricados com proteção contra corrosão (COPEL, 2012).

2.2.5 Luminárias

As luminárias têm a função de proteger a lâmpada em seu interior contra


variações climáticas e servir de suporte e intermédio de conexão entre as lâmpadas e a rede
elétrica, além, de distribuir, filtrar ou modificar a luz emitida pela lâmpada.
21

Há dois vários fatores relevantes na especificação e compra de luminárias para


iluminação pública. São eles: o difusor, cuja finalidade é direcionar a luz da lâmpada para os
objetos ou pessoas, sem ofuscar a visão; e o refletor, que geralmente é uma superfície
espelhada inserida no interior da luminária com a função de refletir e distribuir a luz para um
ponto específico, provocando um melhor aproveitamento da luz. Na figura 5 observa-se
internamente que a luminária tem a sua superfície espelhada.

Figura 5 - Luminária pública

Fonte: Empalux (2018).


2.2.6 Suportes

Os suportes são materiais utilizados para fixação ou instalação dos componentes


do circuito de iluminação pública, como por exemplo, terminal de pressão para fixar os
condutores, ou base para relé, além de parafusos, porcas e arruelas de pressão para fixação,
entre outros (AGUERA, 2015).

2.2.7 Lâmpadas

As lâmpadas são fontes de luz artificial que possuem o papel principal no


contexto de iluminação, o de iluminar. As lâmpadas se dividem em diferentes grupos de
acordo com seu princípio de funcionamento: lâmpadas incandescentes, lâmpadas
fluorescentes, lâmpadas de descarga e lâmpadas LED (NETO, 2017). Atualmente, as
lâmpadas de descarga são as mais utilizadas nos sistemas de iluminação pública (SCHUCH et
al., 2011).

2.2.7.1 Lâmpadas mistas

As lâmpadas mistas são lâmpadas com filamento incandescente, que utilizam


vapor de mercúrio em sua composição em um tubo de descarga.
22

Possuem característica construtiva que consiste em um bulbo preenchido com gás,


revestido na parede com fósforo, contendo um tubo de descarga em série com um filamento
de tungstênio, que produz fluxo luminoso e contribui para limitar a corrente elétrica da
lâmpada podendo, ser ligada diretamente à rede elétrica, sem a necessidade de reator. Devido
a essas características construtivas, estão disponíveis apenas na tensão de 220 V (ROSITO,
2009b).
Atualmente, esse tipo de lâmpada não é mais utilizado, pois possui uma eficiência
luminosa extremamente baixa, cerca de 28 lm/W. Além disso, possui uma vida útil de até
8.000 horas, tornando o seu uso inviável quando comparada a outras lâmpadas de descarga
(ROSITO, 2009b; BAKMAN, 2018).

2.2.7.2 Lâmpadas a vapor de mercúrio

A lâmpada a vapor de mercúrio é considerada um tipo de lâmpada pouco eficiente


e vem sendo gradativamente substituída pelas lâmpadas a vapor de sódio, vapor metálico ou
outras fontes mais eficientes (ROSITO, 2009b).
O seu princípio de funcionamento baseia-se na produção de luz através da
excitação de gases (como o argônio ou outro gás inerte) em um tubo provocada por corrente
elétrica e depende de um reator. A principal aplicação era a iluminação decorativa de praças e
ruas, pois valorizava as cores naturais do ambiente, como o verde do gramado e das árvores
(ROSITO, 2009b).
Também considerada pouco eficiente, apresenta eficiência de até 55 lm/W, e
índice de reprodução de cores na faixa dos 55%. Possui alta depreciação do fluxo luminoso ao
longo da vida útil, que é de até 15.000 horas (ROSITO, 2009b).

2.2.7.3 Lâmpadas a vapor de sódio

A lâmpada a vapor de sódio tem princípio de funcionamento semelhante à vapor


de mercúrio, tendo como diferença básica a adição do sódio. Para seu funcionamento, além do
reator, é necessário o uso de um ignitor, que tem o objetivo de promover a partida na lâmpada
(ROSITO, 2009b).
A lâmpada a vapor de sódio emite uma luz amarelada, o que costuma deixar a
vegetação com aparência de queimado e causar um desconforto visual, resultado do baixo
índice de reprodução de cor, na faixa dos 25%, sua principal desvantagem. Sua eficiência é
23

considerada alta, podendo chegar a 140 lm/W, dependendo da potência e da qualidade de


tecnologia empregada na fabricação. Possui uma vida útil maior que os modelos
anteriormente apresentados, variando entre 16.000 e 32.000 horas (ROSITO, 2009b).
Por possuir vida útil superior aos outros modelos de lâmpada exibidos, é o tipo
mais utilizado na iluminação pública e externa, em locais onde a reprodução de cor não é um
fator muito relevante (NETO, 2017).

2.2.7.4 Lâmpadas a vapor metálico

A lâmpada a vapor metálico possui princípio de funcionamento similar às demais


lâmpadas de descarga, em que, a partir da descarga elétrica em um tubo contendo um gás a
luz é produzida. A única diferença é tipo de gás utilizado em sua composição, que, neste caso,
é formado por iodetos metálicos (ROSITO, 2009b).
A luz emitida por esse tipo de lâmpada é extremamente branca e brilhante e, para
funcionar, necessita de reator e ignitor. Essa lâmpada reúne algumas das vantagens das
lâmpadas de vapor de sódio com outras das lâmpadas de vapor de mercúrio, melhorando
especialmente o índice de reprodução de cor, em torno de 70% (ROSITO, 2009b).
Possui uma eficiência de até 100 lm/W e vida útil, cerca de 15.000 horas, bem
inferior à das lâmpadas vapor de sódio, sendo este seu principal ponto negativo (ROSITO,
2009b).

2.3 LEDs aplicados à iluminação pública

Os LEDs, ou diodos emissores de luz, são dispositivos eletrônicos semicondutores


constituídos de dois materiais diferentes, que formam uma junção do tipo PN, que permite
fluxo de corrente em apenas uma direção. Quando a junção PN é polarizada diretamente, as
lacunas (espaços determinados pela a falta de elétrons) do material do tipo P e os elétrons do
tipo N deslocam-se em direção à região de depleção, que é a área de transição entre os
materiais P e N. Essa recombinação gera energia que é liberada sob a forma de fótons de luz
(NOGUEIRA, 2013). A figura 6 mostra uma representação simplificada do processo de
emissão de luz em um LED.
24

Figura 6 - Funcionamento interno de um LED

Fonte: Bender (2012).

Os LEDs mais aplicados em iluminação são os de luz branca, os PC-LEDs


(Phosphor converted LEDs), que podem ser divididos em dois grupos: Os LEDs de alto
brilho, também conhecidos como HB-LEDs (High Brightness LEDs), que operam com baixos
níveis de potências, com correntes nominais típicas de 20 mA; E os LEDs de alta potência
HP-LEDs (High Power LEDs), que trabalham em níveis de potência mais elevados, com
correntes nominais típicas de 300 mA até 1,5A. Os HP-LEDs possuem maior fluxo luminoso
e eficácia luminosa, sendo mais eficaz do que os HB-LEDs, sendo os mais indicados para
aplicação em iluminação pública (RODRIGUES et al, 2011; SCHUCH et al., 2011).

2.3.1 Luminárias LEDs para iluminação pública

Na figura 7 é apresentada uma estrutura simplificada de uma luminária LED


destinada à iluminação pública, composta basicamente por quatro partes: LEDs, estrutura
óptica, carcaça e driver.
25

Figura 7 - Estrutura básica de uma luminária LED

Fonte: Rodrigues (2012, com adaptação).

A estrutura óptica é composta por lentes, colimadores e refletores que auxiliam o


ângulo de abertura do feixe luminoso emitida pelos LEDs, tornando a iluminação mais
uniforme e melhor distribuída. Em alguns modelos, o aumento da abertura do feixe luminoso
é realizado através da curvatura da superfície de montagem dos LEDs (RODRIGUES, 2012).
A estrutura de dissipação de calor geralmente faz parte da estrutura da carcaça da
luminária, e é responsável por fazer a transferência de calor gerado pela junção dos LEDs
para o ambiente (LIU et al., 2010).
O driver é o dispositivo eletrônico responsável pelo acionamento e controle dos
LEDs adequando o nível de controle da corrente de alimentação e, a potência dos mesmos.
Além disso, podem incorporar uma série de funcionalidades à luminária, como dimerização,
telecomunicação e etc (RODRIGUES, 2012).

2.4 Métodos de análise econômica de investimento

2.4.1 Taxa interna de retorno (TIR)

A Taxa interna de retorno (TIR) é o valor da taxa de desconto expressa em percentual


que demostra o quanto um projeto de investimento é capaz de ter lucro ou prejuízo dado um
período predeterminado (SAMANEZ, 2002).
Um projeto deveria ser aceito se o valor presente líquido do fluxo de caixa (VPL),
depois de descontados os recebimentos, superasse o das despesas. Ao considerar os
investimentos como valores negativos e os recebimentos como valores positivos, um projeto
de investimento só seria economicamente viável quando o VPL for maior ou igual a zero, ou
seja, VPL ≥0. A TIR é o valor da taxa de desconto que anula o VPL do fluxo de caixa de
investimento. A equação (1) define o cálculo da TIR.
26

N
FCT (1)
VPL= 0 = investimento inicial + T
T  0 (1  TIR )

Sendo,
= Fluxo de caixa (R$);
T = Período de investimento (ano).

2.4.2 Tempo de retorno simples (Payback)

O Tempo de retorno simples (Payback) representa o período de tempo necessário


para recuperação do investimento. Para o cálculo deste indicador, são necessárias duas
informações: os custos de implantação do sistema e a economia anual relativo ao investimento
(SAMANEZ, 2002).
Custos (2)
Payback  (anos)
Benefícios

Onde,
Custos = Custo total do projeto (R$);
Benefícios = Economia anual proporcionada pelo investimento (R$/ano).
27

3 ESTUDO DE CASO

O objetivo deste estudo de caso é saber se é viável economicamente a substituição


das luminárias convencionais existentes em alguns trechos do sistema de iluminação pública
do município de Forquilha - Ce, por luminárias utilizando LEDs. Para tanto foram levantadas
informações do município, as cargas na iluminação pública de algumas vias públicas da
cidade e o modelo da luminária a ser proposta nos cálculos da viabilidade. Essa substituição
será simulada considerando a condição de retrofit, ou seja, a simples troca de um modelo de
luminária por outra, mantendo as características da instalação existente, não sendo previsto
cálculos luminotécnicos das vias públicas.

3.1 O município de Forquilha - CE

A cidade de Forquilha é um município brasileiro que fica localizada na região


noroeste do estado do Ceará. Pertence à Região Metropolitana de Sobral (RMS), em seus 517
km² de área total moram 21.786 habitantes (IBGE, 2010).
O mapa do estado do Ceará é mostrado na figura 8, sendo destacada a cidade de
Forquilha - Ce.

Figura 8 - Mapa do Estado do Ceará

Fonte: Wikipédia (2018, com adaptação).


28

De acordo com IPECE (2015), as principais atividades econômicas são


respectivamente: administração pública, comércio, indústria e transformação, agricultura de
subsistência e pesca artesanal.
Seu índice FIRJAN de desenvolvimento municipal (IFDM) é de 0,6977. Este
índice, medido na escala de zero a um, trata-se da análise do desenvolvimento
socioeconômico de um munícipio levando em consideração três áreas: emprego& renda,
educação e saúde (FIRJAN, 2018).
Em relação à eficiência energética o município não possui um plano de gestão
energética municipal. No entanto, há o interesse da Prefeitura pelo investimento em projetos
de conservação de energia. Atualmente, avalia-se a possibilidade de investimentos em
projetos de retrofit das luminárias existentes na iluminação pública municipal por luminárias
LED.

3.2 Diagnóstico da situação atual

Para o estudo foram selecionadas cinco principais vias da cidade de Forquilha


para realizar o levantamento completo de todo o sistema de iluminação pública existente no
local. No total foram selecionados cinco vias do município, que foram divididas por trechos.
A figura 9 mostra o mapa da cidade de Forquilha, em destaque, os trechos indicados para a
realização do levantamento das cargas.

Figura 9 - Demarcação dos trechos escolhidos para o levantamento.

Fonte: Google Earth Pro (2018, com adaptações).


29

O processo de levantamento de dados foi realizado através de visitas aos locais e


com ajuda de uma planilha foram colhidos os dados observados em campo. O modelo da
planilha encontra-se no APÊNDICE A. O resultado final desse levantamento foi repassado à
tabela 1 a seguir:

Tabela 1 - Descrição do sistema de iluminação pública nos trechos analisados


Tipo de Fabricante Potência Perdas no Fluxo Quantidade
lâmpada nominal (W) reator (W) luminoso (lm)
Vapor de sódio G-Ligth 150 20 15.290 12
Vapor de sódio G-Ligth 250 25 27.163 41
Vapor de sódio G-Ligth 400 40 47.781 9
Vapor Metálico G-Ligth 150 12 15.000 37
Vapor Metálico G-Ligth 250 25 21.000 71
Vapor Metálico G-Ligth 400 35 35.000 5
Total de luminárias 175

Fonte: O Autor (2018).

Através dos dados da tabela 1, percebe-se que há o uso predominante de lâmpadas


de vapor metálico de 250 W nos trechos em que foi realizado o levantamento do sistema de
iluminação pública de Forquilha, correspondendo a 41% o total. Os percentuais das outras
lâmpadas podem ser vistos na figura 10, logo abaixo:

Figura 10 - Composição em porcentagens por tipo de lâmpada e potência

Fonte: O Autor (2018).


30

3.3 Descrição e detalhamento das novas luminárias LEDs a serem instaladas

Para a definição da luminária LED a ser utilizada no estudo de viabilidade, foram


realizadas busca de fabricantes nacionais de referência no mercado de iluminação, e, dentre
esses foram escolhidos os produtos da empresa ConexLED, da linha Una, cujo modelo da
luminária é mostrada na figura 11.

Figura 11 - Luminária Pública LED da linha Una ConexLED.

Fonte: Extraído de ConexLed (2018).


A partir da definição do modelo, foram analisadas a potência de cada produto e o
fluxo luminoso total da luminária, para que houvesse uma equivalência com o modelo atual
apresentado na tabela 1. Como a maioria das luminárias existentes nos trechos onde foi
realizado o levantamento é do tipo aberta com reator instalado de forma externa como
mostrado na figura 12 e, de acordo com Rosito (2009b) estes tipos de luminária possui
rendimento luminotécnico entre 40% e 55 %. Para efeitos de escolha da luminária LED
equivalente, será adotada uma perda do fluxo total de 50% para cada tipo de lâmpada.

Figura 12 - Luminária do tipo aberta

Fonte: O Autor (2018).


31

Para a substituição das luminárias convencionais com potência de 150 W, foi


escolhida a luminária pública LED da linha Una ConexLED de modelo CLU-M90. Os dados
técnicos referentes este modelo de luminária encontra-se na tabela 2.

Tabela 2- Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M90

Luminária Pública LED Modular CLU-M90


Potência nominal 92 W
Fluxo luminoso da luminária 10.727 lm
Eficiência 117 lm/W
Vida útil 50.000 horas
Temperatura de cor 5.000 K
Equivalência 150 W Convencional
Preço unitário R$ 1.146,91
Fonte: ConexLED (2018). Datasheet CLU-90.

Em substituição as luminárias convencionais com potência de 250 W foi


escolhido a luminária LED da linha Una ConexLED de modelo CLU-M150. Os dados
técnicos referentes este modelo de luminária encontra-se na tabela 3.

Tabela 3- Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M150.

Luminária Pública LED Modular CLU-M150.


Potência nominal 139 W
Fluxo luminoso da luminária 16.697 lm
Eficiência 145 lm/W
Vida útil 50.000 horas
Temperatura de cor 5.000 K
Equivalência 250 W Convencional
Preço unitário R$ 1.210,54
Fonte: ConexLED (2018). Datasheet CLU-150.

Em substituição das luminárias convencionais com potência de 400 W foi


escolhida a luminária pública LED da linha Uma ConexLED de modelo CLU-M250. Os
dados técnicos referentes este modelo de luminária encontra-se na tabela 4.
32

Tabela 4 - Dados técnicos e características da Luminária Pública LED CLU-M250.

Luminária Pública LED CLU-M250


Potência nominal 217 W
Fluxo luminoso da luminária 25.150 lm
Eficiência 150 lm/W
Vida útil 50.000 horas
Temperatura de cor 5.000 K
Equivalência 400 W Convencional
Preço unitário R$ 1.736,26
Fonte: ConexLED (2018). Datasheet CLU-250.

3.4 Estimativa da demanda e consumo de energia elétrica com a instalação das novas
luminárias LED

Este estudo prevê a substituição de todos os de 175 pontos de iluminação pelas


luminárias LED descritas na seção 3.3. A tabela 5 apresenta os dados de potência do sistema
existente.
Tabela 5 - Demanda de potência ativa do sistema atual
Tipo de lâmpada Quantidade Potência Perdas no Potência+ Potência
nominal reator (W) Perda no Total
(W) reator (W) (kW)
Vapor de sódio 12 150 20 170 2,04
Vapor de sódio 41 250 25 275 11,28
Vapor de sódio 9 400 40 440 3,96
Vapor Metálico 37 150 12 162 5,99
Vapor Metálico 71 250 25 275 19,53
Vapor Metálico 5 400 35 435 2,18
Carga instalada (kW) 44,97

Fonte: O Autor (2018).

Com base nos dados apresentados na tabela 5, a tabela 6 apresenta a estimativa de


potência do sistema proposto com luminárias LEDs.
33

Tabela 6- Demanda de potência ativa do sistema proposto com luminárias LEDs


Modelo da luminária Quantidade Potência Nominal (W) Potência total (kW)
CLU-M90 49 92 4,508
CLU-M120 112 139 15,568
CLU-M200 14 217 3,038
Carga instalada (kW) 23,12

Fonte: O Autor (2018).

Esses dados mostram que, em relação ao sistema atual com luminárias


convencionais, o sistema proposto com luminárias LEDs demanda 48,58% menos potência
ativa, ou seja, quase metade da demanda atual é reduzida. Seguindo esse mesmo raciocínio, é
possível estimar também a economia obtida com consumo de energia elétrica entre os
sistemas, como apresentado na tabela 7.

Tabela 7 - Estimativa do consumo de energia do sistema atual e do sistema proposto


Tipo de Potência Horas/Dia kWh (Dia) KWh MWh
Luminária Instalada (kW) (hrs) (Mês) (Ano)
Luminárias 44,97 12 539,64 16.189,2 196,9686
convencionais
Luminárias 23,12 12 277,44 8.323,2 101,2656
LED

Fonte: O Autor (2018).

Na tabela 7, observa-se que a estimativa de consumo diário é baseada no


funcionamento do sistema durante 12 horas, período estimado das 18 horas à 6 horas da
manhã do dia seguinte. O consumo mensal é a multiplicação da estimativa diária em kWh por
30 e o anual por 365. Como a potência demandada pelas luminárias LEDs é menor que as
existentes, considerando a substituição de todos os 175 pontos de iluminação é obtido uma
economia de aproximadamente 7.866 kWh por mês ou 95,703 MWh por ano.
34

3.5 Análise da viabilidade econômica entre o sistema convencional e o sistema proposto


com luminárias LED.

Considerando os dados de demanda de potência obtidos na seção anterior, podem-


se estimar, em termos financeiros, o consumo mensal do sistema atual com lâmpadas
convencionais e do sistema proposto com luminárias LEDs, levando em consideração o valor
da tarifa de iluminação pública B4a de R$ 0,3710/kWh aplicada pela concessionária local, a
Enel Distribuição, com PIS/COFINS e ICMS (ANEEL, 2018).
Os dados que foram estimados no subitem 3.4 apontam uma redução de 7.866
kWh por mês no consumo de energia ativa após a implantação das luminárias LEDs.
Considerando a atual tarifa aplicada de R$ 0,3710/kWh tem-se uma economia de R$ 2.918,29
por mês. Do mesmo modo, anualmente, uma redução no consumo de energia de 95,703
MWh, tem-se uma economia de R$ 35.505,81.
Também se pode calcular o capital que seria investido na compra das novas
luminárias, desconsiderando o custo com a mão-de-obra, e lembrando que a substituição é
feita de forma retrofit, os dados da tabela 8 estimam o valor aproximado do projeto levando
em consideração o orçamento informado pelo fabricante das luminárias, podendo ser
consultado através do ANEXO A.

Tabela 8 - Valor estimado total do projeto de substituição das luminárias


Modelo da luminária Quantidade Preço unitário (R$)
CLU-M90 49 1.146,91
CLU-M150 112 1.210,54
CLU-M250 14 1.736,26
Preço total (R$) 216.086,71

Fonte: O Autor (2018).

3.5.1 Análise do Payback

Está análise levará em consideração os resultados obtidos na seção 3.5


visando avaliar a viabilidade financeira. Neste caso o cálculo do payback se dá utilizando
como custos, valor inicial do investimento total na compra das luminárias (tabela 8) e como
benefícios o valor do consumo de energia economizado anualmente, como calculado no item
anterior. Não foi considerado o valor economizado com manutenção das luminárias visto que
35

esse processo é realizado somente quando as luminárias ou equipamentos encontram com


algum tipo de defeito, seja por vandalismo, como, por exemplo a quebra de lente das
luminárias, ou que foram furtadas de seus locais de instalação. Como se trata de um parâmetro
muito volátil optou-se por não calcular o payback prevendo essas intervenções de
manutenção. Assim, utilizando a expressão 2, o payback simples, ou tempo de recuperação de
capital de investimento será de:
Custos R$216.086, 71
Payback    6, 08(anos )
Benefícios R$35.505,81

É possível notar com o resultado obtido que o projeto de implantação das


luminárias LEDs possui um tempo de retorno de aproximadamente 6 anos, que equivale a 72
meses. Logo é possível concluir que o tempo de retorno do investimento feito na compra das
luminárias é inferior ao tempo de operação desses equipamentos levando em consideração a
informação do fabricante, é estimado em 50 mil horas, ou seja, se for considerado o
funcionamento do sistema durante 12 horas diárias, o tempo de funcionamento das luminárias
é de aproximadamente, 11 anos e meio. Portanto, o investimento mostra-se bastante favorável,
já que garante o retorno de todo o investimento realizado.

3.5.2 Análise da TIR

A TIR será calculada levando-se em consideração o valor do investimento inicial


com a compra das luminárias LEDs e a economia de energia obtida através da troca do
sistema atual pelo o novo sistema de iluminação, como feito anteriormente no estudo do
payback. Além disso, foi considerado o retorno de investimento para o horizonte de 12 anos, a
uma taxa de desconto de 8% a.a, conforme orienta a chamada pública para o programa de
eficiência energética da ENEL Ceará de 2018 (ENEL, 2018).
Com os resultados obtidos no item anterior, foi calculado a TIR do projeto
utilizando-se da função TIR (taxa interna de retornos) no programa Excel®. A tabela 9 mostra
o valor inicial do projeto, os valores do fluxo anual de benefícios e o resultado encontrado
para a TIR.
36

Tabela 9 - Cálculo da TIR


Investimento Inicial R$ - 216.086,71
Tempo (ano) Fluxo de Caixa ( )
1 R$ 35.505,81
2 R$ 35.505,81
3 R$ 35.505,81
4 R$ 35.505,81
5 R$ 35.505,81
6 R$ 35.505,81
7 R$ 35.505,81
8 R$ 35.505,81
9 R$ 35.505,81
10 R$ 35.505,81
11 R$ 35.505,81
12 R$ 35.505,81
TIR 12,33%
Fonte: O Autor (2018).

Através do cálculo da TIR é possível concluir que o projeto de substituição das


luminárias apresenta um valor de 12,33%, um pouco acima do valor da taxa de juros para
investimentos em projetos de iluminação pública, indicando assim expectativa de retorno
financeiro.
37

4 CONCLUSÕES

Neste trabalho foi analisada a substituição das luminárias convencionais


existentes em alguns trechos do sistema de iluminação pública do município de Forquilha -
Ce por luminárias que utilizam a tecnologia LED. A substituição foi realizada de forma direta
e os custos com mão-de-obra e o valor economizado com manutenção para tal foram
desconsideradas.
Os resultados apresentados no capítulo 3 mostram, que a troca das luminárias
convencionais de vapor de sódio e vapor metálico por luminárias LED é considerada
vantajosa, levando em consideração apenas o valor economizado com energia reduzindo
quase pela metade a demanda do sistema, gerando uma economia de 95,703 MWh de
potência ativa por ano. O cálculo do payback simples mostrou que o tempo de retorno de
investimento seria de 6 anos, dentro da vida útil do sistema de mais ou menos 11 anos ou 50
mil horas. O cálculo da TIR apresentou o valor de 12,33 % bem acima da taxa de desconto do
projeto, significando um retorno de todo o custo investido no projeto.
Conforme apresentado no presente trabalho, entende-se como viável a
substituição das atuais luminárias de vapor de sódio e vapor metálico por suas equivalentes
em LEDs nos trechos estudados do sistema de iluminação pública da cidade de Forquilha -
CE. Além das vantagens econômicas apresentadas por tal substituição, tem-se que a
tecnologia LED de fato constitui um novo marco em eficiência energética para iluminação. A
eficiência energética que tem se mostrado como um dos assuntos mais abordados nos últimos
anos, onde cada vez é maior o número de estudos apontando para um cenário de escassez de
falta de recursos naturais, afetando assim a produção de energia que apresenta uma demanda
crescente.

4.1 Trabalhos Futuros

Para trabalhos futuros recomenda-se realizar o estudo luminotécnico das ruas e


avenidas dos trechos escolhidos, analisar com outras ferramentas de cálculo de engenharia
econômica a viabilidade econômica levando em consideração outras variáveis que não foram
lavadas em consideração, por exemplo, a satisfação da sociedade e avaliar o uso de luminárias
LEDs em iluminação pública associada a fontes alternativas de energia, como por exemplo,
painéis solares e refazer o estudo de viabilidade levando em consideração o custo com mão-
de-obra.
38

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39

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41

APÊNDICE A – PLANILHA UTILIZADA PARA O LEVANTAMENTO DOS


PONTOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Rua
Ponto Tipo de lâmpada Potência (W) Perda no Reator (W) Observações
42

ANEXO A – ORÇAMENTO DAS LUMINÁRIAS LEDs

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