Mensagens 10 - Caderno de Atividades
Mensagens 10 - Caderno de Atividades
CADERNO DE
ATIVIDADES Célia Cameira
Fernanda Palma
Rui Palma
TESTES
Teste 1 – Poesia trovadoresca ........................................................................ 66
Teste 2 – Fernão Lopes – Crónica de D. João I ................................................... 70
Teste 3 – Gil Vicente ..................................................................................... 74
Teste 4 – Luís de Camões – Rimas................................................................... 81
Teste 5 – Luís de Camões – Os Lusíadas ........................................................... 85
Teste 6 – História trágico-marítima .................................................................. 89
GRAMATICA
Ficha 1
Variedades do português e crioulos
Croácia
Luxemburgo Ucrânia
Andorra
Galiza Roménia
Cabo Portugal Turquia
Verde Marrocos Japão
Macau
Senegal Goa
Filipinas
Guiné Índia
Venezuela Guiné-Bissau Equatorial Indonésia
Moçambique
Brasil Angola
Namíbia
Uruguai Suazilândia Timor
São Tomé Leste
e Príncipe
Austrália
Maurícias
0 2500 km
1.1 Identifica no mapa os nove países que constituem a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
Texto A Texto B
Desceram para o trapiche. A chuva entrava pelos buracos do teto, E a jovem me soprou segredos. Em verdade, eu
a maior parte dos meninos se amontoavam nos cantos onde ainda havia hoje sei que de sua garganta não saiu audível palavra.
telhado. O Professor tentara acender sua vela, mas o vento parecia brincar Mas no momento eu me deleitei com a miragem de
com ele, apagava-a de minuto a minuto. Afinal ele desistiu de ler essa sua voz. Meu pai olhava, surpreso, como meu rosto
noite e ficou peruando um jogo de sete-e-meio que o Gato bancava, mudava. Eu desabrotava, inflorescendo. Milagre,
ajudado por Boa-Vida, num canto. Moedas no chão, mas nenhum rumor neste mundo, é não acontecerem mais milagres?
desviava Pirulito das suas orações diante da Virgem e de Santo Antônio.
Mia Couto, «O padre surdo», in Estórias
Jorge Amado, Capitães da areia, 7.ª edição, Alfragide, Bis, 2012, p.101 abensonhadas, 10.ª edição, Alfragide, Editorial
Caminho, 2011, p.184
2.1 Relativamente à variedade europeia, reconhece, no texto A, uma diferença fonética, duas sintáticas e
duas lexicais.
..................................................................................................................................................
2.2 Identifica, no texto B, duas diferenças sintáticas e dois neologismos, relativamente à variedade europeia.
..................................................................................................................................................
4
Ficha 2
Processos fonológicos
d) i > aí .......................................................................................................................................
a) SEDERE > seer > ser ....................................... n) baralho > baralhar ............................................
b) FLORE- > frol > flor ......................................... o) LEGE- > lee > lei ................................................
c) OCULU- > oculo > oclo > olho ........................... p) ROTUNDU- > rodondo > redondo ............................
d) festa > festejo ............................................. q) LACUNA- > lagona > lagoa ....................................
g) massa > massinha ....................................... t) PERSICU- > pessicu > pêssego ..............................
h) IPSE- > esse ................................................. u) PLUVIA- > pluva > chuva ......................................
l) INFLARE > inchar ........................................... y) COLORARE- > coorar > corar ..................................
5
Ficha 3
Palavras divergentes e convergentes
1.1 Designa as palavras que têm formas atuais diferentes e provêm do mesmo étimo latino.
..................................................................................................................................................
1.2 Indica as vias pelas quais cada um dos vocábulos atuais surgiu.
..................................................................................................................................................
b) ATRIU-
c) INTEGRU-
d) SANARE-
e) CLAVE-
f) LAICU-
g) DUPLU-
h) RIGIDU-
i) LABORARE
j) LOCALE-
3. Atenta agora nas palavras RIDEO e RIVU- que deram origem a «rio» (nome e forma verbal).
3.1 Designa as palavras que provêm de étimos diferentes, mas que atualmente têm a mesma forma.
..................................................................................................................................................
COMEDO
b)
QUOMODO
CAPU-
c)
CAPULU-
PLICARE
d)
PRAEDICARE
TAEDA-
e)
TELA-
REGALE-
f)
REALE-
VIGILARE
g)
VELARE
6
Ficha 4
Processos regulares de formação de palavras –
derivação e composição
e) É possível formar novas palavras com afixos (derivação afixal), sem afixos (derivação não afi-
xal) ou integrando-as em classes ou subclasses diferentes (conversão ou derivação imprópria).
h) As palavras compostas são aquelas que se formam por associação de palavras, por associação
de vários radicais (ligados pelas vogais i ou o) ou por associação de radicais e palavras.
Derivação
por conversão/
por prefixação por
Palavra por prefixação por sufixação derivação não afixal
e sufixação parassíntese
imprópria
a) antebraço
b) cativeiro
c) folhagem
d) adoçar
e) bronquite
f) coelho
(n. comum) >
Coelho
(n. próprio)
g) abraçar > abraço
h) embainhar
i) destronar
j) alertar > alerta
k) reativar
.........................................................................................................................................................
7
5. A partir dos verbos «avisar», «trocar» e «destinar», forma nomes por derivação não afixal.
.........................................................................................................................................................
a) entrelinha 1. origem
b) beirão 2. atividade ou qualidade
c) inútil 3. transferência
d) fingimento 4. posição intermédia
e) transplantar 5. negação
7. Escreve frases que integrem as palavras indicadas em classes ou subclasses diferentes através do processo de
conversão. Segue o exemplo.
A cidade de Chaves (nome próprio) fica no norte do país.
a) chaves (nome comum) .....................................................................................................................
8. Todas as palavras que se seguem são formadas por composição. Analisa cada uma e refere se foi formada por
associação de palavras (P), por associação de vários radicais (R) (ligados pelas vogais i ou o) ou por associação
de radicais e palavras (R+P). Segue o exemplo.
associação de P + P;
a) maldizer ..................................................... e) megafone ....................................................
d) neurobiologia ..............................................
8.1 Procura num dicionário ou numa gramática e transcreve o sentido/valor dos radicais que constituem algu-
mas das palavras no exercício 8.
a) ...............................................................................................................................................
b) ...............................................................................................................................................
c) ...............................................................................................................................................
d) ...............................................................................................................................................
8
Ficha 5
Processos irregulares de formação de palavras
1. Completa o quadro seguinte com as palavras portuguesas correspondentes aos empréstimos mais frequente-
mente utilizados.
2. De acordo com o exemplo, cria duas frases que demonstrem o alargamento de sentido das palavras dadas
(extensão semântica).
a) elástico
As minhas calças são feitas de um tecido elástico.
.........................................................................................................
As meninas prendem o cabelo com um elástico.
.........................................................................................................
b) célula
.........................................................................................................
.........................................................................................................
c) onda
.........................................................................................................
d) estação
.........................................................................................................
.........................................................................................................
e) caracol
.........................................................................................................
.........................................................................................................
f) barra
.........................................................................................................
.........................................................................................................
3. Seleciona a frase que não contém um exemplo de extensão semântica. Justifica a tua resposta.
a) quatro empréstimos;
.............................................................................................
b) duas siglas;
.............................................................................................
c) uma amálgama.
.............................................................................................
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Acrónimos Siglas
a) NATO f) NB
b) FIFA g) ONG
c) OTAN h) CP
d) DECO i) LCD
e) APAV j) www
A primeira morada
A sua primeira morada foi uma estreita caverna, em verdade mais cavi-
dade que caverna, de teto baixo, descoberta num afloramento rochoso
ao norte do jardim do éden quando, desesperados, vagueavam à procura
de um abrigo. Ali puderam, finalmente, defender-se da queimação brutal
5 de um sol que em nada se parecia com aquela invariável benignidade de
temperatura a que estavam habituados, constante de noite e de dia, e em
qualquer época do ano.
José Saramago, Caim, 4.ª edição, Alfragide, Caminho, 2009, p. 23
2. Identifica a(s) subclasse(s) do nome a que pertence cada uma das palavras que se seguem.
3. Indica o conjunto de seres ou coisas da mesma espécie designado pelos seguintes nomes coletivos.
11
4. Lê as frases seguintes e classifica os adjetivos destacados quanto à subclasse.
12
Ficha 7
Verbo
A quadrilha
«Claro que não interessa! Estás para aí a gastar saliva, assim que se falou
no Museu Gulbenkian acobardaram-se todos.»
Alto aí, cobardes não. Renato sabia, Renato conhecia-os, podiam ter
medo, o medo óbvio de qualquer assaltante, só os loucos não teriam,
5 assalto era isso, uma angústia e um jogo, cara ou coroa, sorte ou azar,
a lei ou os fora-da-lei, xerife ou Billy the Kid, corsários ou marinha real,
gangsters ou detetives, taluda ou jogo branco, fortuna ou desgraça, vitó-
ria ou derrota, coitados dos vencidos. Sempre tinham jogado esse jogo,
esperava-os o perigo, levavam o medo, mas nunca Renato tivera uma ideia
10 assim, Renato, o Pacífico, tão cauteloso, tímido mesmo, acagaçado de
mexer em pistolas, agora a armar em bandido americano, de Chicago, upa,
upa, jamais quadrilha alguma, mesmo da América, se atreveria a uma excursão à Gulbenkian.
«Bem, desistimos?» Flávio desdenhoso, a espicaçar brios, ora esta, o Doutor também endoidecera, aquele
molezas, só livros, planos e palpites, e coisas que ninguém entendia, ópera, por exemplo, e quadros, quadros
15 desses dos pintores, freguês de exposições, às vezes na Gulbenkian, agora feitinho para ir à Gulbenkian e
trazer a exposição para casa.
Quem começava a excitar-se era Silvino: «Mas vocês têm algum plano para abarbatar as joias desse tal
Lalique?»
«Acabou a conversa. Eles têm medo...» Era Marlene, ajudando à festa […].
Mário Zambujal, Crónica dos bons malandros, 26.ª edição, Lisboa, Quetzal Editores, 1999, p. 15
1.1 Transcreve formas verbais do texto acima transcrito, tendo em conta a classificação seguinte.
a) Renato achou o assalto arriscado. 1. verbo transitivo indireto (com complemento oblíquo)
b) O Doutor não gostou da conversa do Renato. 2. verbo transitivo predicativo
c) Silvino fez uma questão importante ao gangue. 3. verbo transitivo indireto (com complemento indireto)
d) Marlene respondeu-lhe logo, sem hesitar. 4. verbo transitivo direto e indireto
13
3. Classifica o verbo destacado em cada frase quanto à seleção de complemento.
4. Lê com atenção as seguintes frases, que contêm complexos verbais, e as indicações relativas ao tipo de verbos
auxiliares que integram esses complexos.
4.2 Determina se as indicações relativas ao tipo de verbos auxiliares, entre parênteses, correspondem aos auxi-
liares que identificaste, indicando C, se a informação for correta, e I, se for incorreta.
C I
a) Os planos do assalto têm ocupado o grupo. (tempo)
b) O assalto será bem elaborado pela quadrilha. (aspeto)
c) O gangue começou a estudar as estratégias do assalto. (passiva)
d) Renato havia estado na Gulbenkian antes da conversa. (modo)
e) Marlene não devia responder assim ao Silvino. (tempo)
f) Renato disse: «Podem fazer uma pausa para café!». (modo)
5. Lê a anedota seguinte.
5.1 Identifica os verbos defetivos e classifica-os, quanto à sua flexão. Justifica a tua resposta.
...................................................................................................................................................
14
6. Lê o excerto que se segue.
6.1 Classifica quanto à pessoa, ao número, ao tempo e ao modo as formas verbais destacadas no texto.
a) «conheci» ...............................................................................................................................
b) «desaparecia» .........................................................................................................................
c) «sei» ......................................................................................................................................
e) «pudesse» ..............................................................................................................................
f) «for» ......................................................................................................................................
f h j k
7. Completa as palavras cruzadas, com formas irregulares verbais.
Horizontais Verticais
a
a) 1. pessoa do plural do verbo
a
f) 2.ª pessoa do plural do verbo ter
fazer no condicional simples. no futuro do conjuntivo. b
15
Ficha 8
Advérbio e locução adverbial
1. Identifica, em cada uma das seguintes frases, o grupo frásico/frase que é modificado/a pelo advérbio destacado.
In Revista Expresso
Expresso,
s 8 de novembro de 2014
Tabela A
Quantidade
Frase Afirmação Negação Inclusão Exclusão Dúvida
e grau
a) Esta matéria é
assaz interessante.
b) Somente a Luísa
apareceu.
d) Acaso terá
recebido a carta?
e) Hoje, talvez
recebas uma visita.
f) Todos
compareceram
à aula, exceto a
Luísa.
g) Não gostaste
do livro?
Tabela B
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4. Indica se a função do advérbio/locução adverbial presente em cada
frase é interrogativa, conectiva ou relativa.
5. Seleciona a alínea cuja frase não contém um advérbio com valor conectivo.
5.1 Identifica a classe e a subclasse da palavra com valor conectivo que selecionaste como resposta.
....................................................................................................................................................
6. Sublinha os advérbios presentes nas frases seguintes e indica o grau em que se encontram.
18
Ficha 9
Interjeição e locução interjetiva
Bill Watterson, Progresso científico… uma treta!, 4.a edição, Lisboa, Gradiva, 2008, p. 85
1.1 Identifica as interjeições/locuções interjetivas presentes e indica o valor semântico que expressam.
....................................................................................................................................................
2. Identifica as interjeições/locuções interjetivas presentes nas frases seguintes e indica o que cada uma delas
exprime.
d) Outra vez? Safa! Estou a ficar farto das tuas asneiras! ..........................................................................
3. A mesma interjeição pode exprimir sentimentos variados, dependendo da situação em que é utilizada e da
entoação que se lhe dá.
3.1 Lê cada uma destas frases e indica o valor semântico que exprimem as interjeições destacadas.
a) Oh! Agora que me estava a divertir é que temos de ir para casa! .......................................................
b) Oh! Foi isto mesmo que pedi como prenda de aniversário! ..............................................................
d) Oh! Não pode ser! Ainda esta manhã falei com a Andreia e estava tudo bem! .....................................
4. Reescreve as frases, substituindo as palavras destacadas por interjeições ou locuções interjetivas, conforme o
exemplo.
- Ui, já é noite! - disse a mãe.
a) – Já é noite – disse a mãe admirada. ..................................................................................................
b) – Finalmente acabou o dia! – exclamaram os alunos, com alívio. ...........................................................
1. Lê o excerto seguinte.
O Enigma
Um envelope fechado é um enigma que contém outros enigmas no seu
interior. Aquele era grande, grosso, de papel manila, com o timbre do labo-
ratório impresso no ângulo inferior esquerdo. E antes de o abrir, enquanto o
segurava na mão e procurava ao mesmo tempo uma espátula entre os pincéis
5 e frascos de tinta e de verniz, Júlia estava muito longe de imaginar até que
ponto esse gesto ia transformar a sua vida.
Na realidade, já conhecia o conteúdo do envelope. Ou, como mais tarde veio a descobrir, julgava que
conhecia. Talvez por isso não sentiu nada de especial até retirar as cópias fotográficas e colocá-las em cima
da mesa, fitando-as vagamente aturdida e sustendo a respiração. Só nesse momento compreendeu que
10 A Partida de Xadrez ia ser algo mais do que simples rotina profissional. Na sua profissão, eram frequentes
as descobertas imprevistas em quadros, móveis ou encadernações de livros antigos. Seis anos a restaurar
obras de arte proporcionavam uma vasta experiência de traços e correções originais, retoques e pinturas
sobrepostas, até falsificações. Mas nunca, até àquele dia, uma inscrição oculta sob a pintura de um quadro:
três palavras reveladas pela fotografia com raios X.
Arturo Pérez-Reverte, A Tábua de Flandres, Alfragide, Edições ASA, 2009, p. 9
1.1 Retira do excerto todos os determinantes e pronomes e classifica-os quanto à sua subclasse.
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
3. Recorda as subclasses do pronome e completa as frases seguintes, de acordo com o solicitado entre parênteses.
f) «[…] tentando conjurar os seus fantasmas ao mesmo tempo que nos livra dos _____________ (pronome pos-
sessivo)».
20
4. Assinala a opção que permite obter uma afirmação correta.
................................................................................................
................................................................................................
................................................................................................
d) Todos os livros são do pai. Todos os livros foram oferecidos pela mãe.
................................................................................................
................................................................................................
21
Ficha 11
Quantificador numeral
1.1 Um quantificador numeral que expressa uma quantidade numérica está presente na frase
(D) Há uma década que não temos notícias da banda «Pólo Norte».
1.3 Um quantificador numeral que expressa frações não está presente na frase
2. Identifica o quantificador presente na tira e classifica-o, indicando se expressa uma quantidade numérica,
um múltiplo ou uma fração.
......................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................
......................................................................................................................................................
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3. Completa as frases seguintes com um complemento do verbo, iniciado por uma locução prepositiva.
1. Lê a notícia seguinte.
1.1 Distingue os dois se presentes no título, classificando-os quanto à classe e subclasse de palavras a que
pertencem.
...................................................................................................................................................
24
1.2 Completa o quadro com as conjunções/locuções conjuncionais destacadas e classifica-as quanto à sub-
classe a que pertencem.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
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3. Seleciona a única opção que permite obter uma afirmação verdadeira.
(A) O filme era tão cómico que não consegui conter uma gargalhada.
(B) Chegou a hora de apanhar o autocarro, que não quero chegar atrasada à reunião.
(D) Entusiasmado, ele contou-me, ali à frente de todos, que tinha ganhado o concurso.
(C) Partimos para Paris no sábado, porém não sabemos quando regressaremos.
3.5 A única frase em que a palavra caso é uma conjunção subordinativa condicional é
(A) Caso aches pertinente, podemos agendar uma reunião com os conselheiros.
(C) O meu filho não faz caso dos conselhos que lhe dou.
e) Como não tenho dinheiro para o meu projeto, vou recorrer ao crowdfunding. .............................................
26
Ficha 14
Funções sintáticas
1.2 Nem sempre o sujeito antecede o verbo. Transcreve uma frase em que o sujeito esteja posposto ao verbo.
...................................................................................................................................................
27
2. Atenta na primeira tira.
...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
3.1 Substitui o verbo do segundo balão de fala por outros dois da mesma subclasse.
...................................................................................................................................................
5. Seleciona a alínea adequada para classificar o constituinte sintático destacado em cada frase.
(B) vocativo
..........................................................................................................................................................
28
Ficha 15
Predicativo do complemento direto
Predicativo do
Exemplo Complemento direto
complemento direto
a) O povo considerou aquele homem um
aquele homem um traidor
traidor.
b) Todos julgaram o suspeito culpado pelos
crimes.
a) ............................................................... e) .............................................................
b) ............................................................... f) .............................................................
c) ............................................................... g) .............................................................
d) ...............................................................
6. Transforma as frases complexas em frases simples com complemento direto e predicativo do complemento
direto, como no exemplo seguinte.
a) O Manuel julgará que a colega é competente.
O Manuel julgará a colega competente.
.....................................................................................................................................................
b) O Miguel considera que a tarefa é excelente.
.....................................................................................................................................................
c) A Sara julgou que a amiga estava doente.
.....................................................................................................................................................
d) Os participantes acharam que o congresso fora um fracasso.
.....................................................................................................................................................
7. Transforma as frases passivas em frases ativas. De seguida, identifica os complementos diretos e os predicati-
vos do complemento direto das frases que reescreveste.
a) O mural foi considerado polémico.
.................................................................................................................
b) As figuras humanas, com formas de intensa força teatral e visual, foram eleitas o
elemento fulcral do tríptico por Almada.
.................................................................................................................
30
Ficha 16
Complemento do nome
____ é a
id a __________
"A me d
A ______ ." B
"Se as portas ______________ e n sã o ________
dim
laubert
fossem limpas, tudo apareceria ao Gustave F
homem como realmente é: infinito."
William Blake
e
...................................................................................................................................................
2. Expande os grupos nominais com os respetivos complementos, cujo início está já destacado.
a) A ida para ......................................................................................................................................
b) O ecrã do .......................................................................................................................................
d) A destruição de ...............................................................................................................................
31
3. Substitui os grupos preposicionais entre parênteses por grupos adjetivais de significado equivalente.
d) Vários recursos financeiros e humanos são necessários ao desenvolvimento ______________ (da ciência).
...................................................................................................................................................
4.1 Seleciona a opção que corresponde ao grupo frásico que introduz complemento.
32
Ficha 17
Complemento do adjetivo
A B
apaz
"O modo mais eficaz homem é c
"Qualquer __ ; mas
________________ __ _ _ _ _______
_ _ idade
útil ________________ b u ir m o s para a felic
cont ri
eira é
é educares o teu filho." m a so ciedade int
d e u deuses."
c e rm o - n os com os
Ramalho Ortigão pare
ieu
Montesqu
C
róprio é um "Condenados
"O amor-p D
________________, conde-
balão cheio __,
_______ nados ________________, eis
_______ ades
q u a l sa e m tempest duas certezas."
do
picam."
quando o
Alfred de Vigny
Voltaire
2. Classifica sintaticamente os segmentos que estavam em falta para a completa interpretação dos enunciados.
..........................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
3. Expande os grupos adjetivais com os respetivos complementos, cujo início está já destacado.
1. Faz corresponder cada uma das orações destacadas na coluna A à sua classificação na coluna B.
Coluna A Coluna B
b) A Sofia não leu o livro todo, logo não 2. oração subordinada substantiva
terminou o trabalho. completiva
d) A fome era tanta que comeu com casca e 4. oração subordinada adjetiva relativa
tudo. restritiva
f) Passo pelo cinema e levo-te para casa. 6. oração subordinada adverbial consecutiva
34
3. Observa as orações destacadas nas frases seguintes.
i) Vou deitar-me, que estou muito cansada. ii) Reconheço que não é fácil.
(B) A oração i) é subordinada adverbial causal e a ii) é subordinada adjetiva relativa restritiva.
4. Todas as frases abaixo contêm uma oração subordinada condicional, à exceção de uma. Assinala-a.
(A) Desde que não tenhas muito trabalho, podes ir arrumando o escritório.
(C) A não ser que consigas sair cedo, eu estarei à tua espera no café.
5. Assinala as duas orações que não estão corretamente classificadas. De seguida, classifica-as corretamente.
(A) Encontrei ontem aqueles alunos que frequentam a minha academia de música.
(oração subordinada adjetiva relativa restritiva)
(B) Já que fazes boas sobremesas, encomendo-te uma sericaia com ameixa de Elvas.
(oração subordinada adverbial consecutiva)
(C) O José abriu a porta do carro para que a sua namorada entrasse.
(oração subordinada adverbial final)
(D) Fiz o bolo conforme a minha mãe indicou.
(oração subordinada adverbial comparativa)
(E) Disse-lhe naquele momento que permanecesse quieta.
(oração subordinada adverbial temporal)
6. Reescreve as frases seguintes, transformando cada par de frases simples numa frase complexa através da
conjunção ou locução indicada. Faz as alterações necessárias.
a) Tem bons condimentos. Está apetitosa! (conjunção coordenativa conclusiva)
......................................................................................................................................................
b) Não fumo. Fumar é prejudicial à saúde! (locução conjuncional subordinativa causal)
......................................................................................................................................................
c) A Joana falou alto. Toda a turma a ouviu. (conjunção subordinativa final)
......................................................................................................................................................
d) Vou sair. Telefono-te. (locução conjuncional subordinativa temporal)
......................................................................................................................................................
e) O desgosto foi enorme. Ela não desanimou. (conjunção subordinativa concessiva)
......................................................................................................................................................
35
7. Divide as frases em orações e classifica-as.
j) Este espetáculo foi muito caro, embora tivesse sido muito bom!
.....................................................................................................................................................
36
Ficha 19
Pronominalização
1. Reescreve as seguintes frases retiradas/adaptadas do livro A tábua de Flandres, substituindo o elemento desta-
cado por um pronome pessoal. Procede às alterações necessárias.
d) «Um espelho veneziano de moldura dourada devolveu a Julia a sua própria imagem.»
.....................................................................................................................................................
l) «Sem saber muito bem porquê, isso fez Julia sentir-se vagamente incomodada.»
.....................................................................................................................................................
37
Ficha 20
Frase ativa e passiva
1. Lê o excerto seguinte.
Inovação
Suku-Nzambi criou aquele mundo. Aquele e outros, todos os mundos.
Suku-Nzambi, cansado, se pôs a dormir. E os homens saíram da Grande
Mãe Serpente, a que engole a própria cauda. Feti, o primeiro, no Centro
foi gerado pela serpente de água e da água saiu. Nambalisita, no Sul, do
5 ovo saiu, partindo a própria casca. Namutu e Samutu, os dois gémeos de
sexo diferente, pais dos homens do país lunda, da serpente mãe direta-
mente saíram.
Pepetela, Parábola do cágado velho, 7.ª edição, Lisboa, D. Quixote, 2006
1.1 Retira do excerto um exemplo de uma frase ativa e outro de uma frase passiva.
....................................................................................................................................................
2.2 A frase «As tradições foram deitadas para trás» transformada numa frase ativa é
(A) Deitavam para trás as tradições.
(B) Impossível de reescrever, pois não existe complemento agente da passiva.
(C) Deitam para trás as tradições.
(D) Deitaram para trás as tradições.
2.3 A frase «Nunca os seus lábios proferiram qualquer blasfémia contra os antepassados»
transformada numa frase passiva é
(A) Qualquer blasfémia contra os antepassados nunca foi proferida pelos seus lábios.
(B) Qualquer blasfémia nunca foi proferida pelos seus lábios contra os antepassados.
(C) Correta nas opções A e B.
(D) Incorreta nas opções A e B.
2.4 A frase «A sua decisão de ter Munakazi era irrevogável» transformada numa frase passiva é
(A) Irrevogável tinha sido a sua decisão de ter Munakazi.
(B) Irrevogável era a sua decisão de ter Munakazi.
(C) Irrevogável foi a sua decisão de ter Munakazi.
(D) Impossível de reescrever, pois não existe complemento direto.
38
3. Reescreve as frases retiradas/adaptadas do livro Parábola do cágado velho na ativa ou passiva, sempre que possível.
a) «Desse regato tiram a água para as nakas, onde verdejam os legumes e o milho de bandeiras brancas.»
.....................................................................................................................................................
h) «Os ngomas de guerra soavam [e os] jovens eram apanhados nos kimbos [pelo soba].»
.....................................................................................................................................................
i) «Aviões e canhões destruíram os kimbos e as gentes tornaram a se entranhar nas profundezas das Mundas
para sobreviver e lutar.»
.....................................................................................................................................................
j) «Ulume tem entendido as razões desta dura guerra contra a fome, o imposto e a palmatória.»
.....................................................................................................................................................
n) «Eles não perdiam agora nenhuma festa, para se desforrarem dos anos da guerra.»
.....................................................................................................................................................
39
Ficha 21
Arcaísmos e neologismos
~
De algu
uas cousas particulares notaveis que há na cidade do Pequim
Esta cidade do Pequim de que promety dar mais algùa informaçaõ da que tenho dada, he de tal maneyra,
& tais saõ as cousas della, que quasi me arrependo do que tenho prometido, porque realmente não sey por
onde comece a cumprir minha promessa […]. [Tem] segundo os Chins nos affirmaraõ, tres mil & oitocen-
tas casas dos seus pagodes, em que continuamente se sacrifica hùa muyto grande quantidade de aues, & de
5 animais siluestres […]. Destes pagodes que digo ha muytos edificios muyto sumptuosos, principalmente os
das religioùs em que viuem os menigrepos, & conquiais & talagrepos, que são os sacerdotes das quatro
seitas de Xaca & Amida, & Gizon, & Canom […]. As ruas ordinarias desta cidade saõ todas muyto com-
pridas & largas […]. Affirma tambù este liuro, que tem cùto & vinte praças nobres, em cada hùa das quais
se faz cada mez hùa feira, […] que nùas caixas como de bufarinheyros vendião quantas cousas se podem
10 nomear, […] peças de sedas, brocados, tellas, & roupas de linho, & de algodão, & de pelles de martas, &
arminhos, & de almizcre, aguila, porcelanas finas, peças douro, & de prata, aljofre, perolas, ouro em pó,
& em barras, […]. […] cousas de ferro, aço, chùbo, cobre, estanho, latão, coral, alaqueca, cristal pedra
de fogo, azougue, vermelhão, marfim, crauo, noz, maça, gègiure, canella, pimenta, tamarinho, cardu-
momo tincal, anil, mel, cera, sandalo, açucar, conseruas mãtimento de fruitas, […]. […] tem esta cidade
15 cento & sessenta casas de açougues em cada hùa auia […] vitella, carneyro, bode, porco, cauallo, bufara,
bara, tigre, leão, cão, mulato, burro, zeura, anta, lontra, texugo, & finalmente todo o animal a que se
pode pór nome, […].
Fernão Mendes Pinto, Peregrinação, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1983, pp. 309-311
(texto adaptado e com supressões)
1.1 Relativamente ao contexto histórico-linguístico do ano da primeira edição da obra (1614), classifica as
palavras destacadas como arcaísmos ou neologismos, justificando a tua opção.
....................................................................................................................................................
1.3 Identifica o vocábulo que já caiu em desuso em português europeu, mas é usado no registo corrente da
variedade brasileira.
....................................................................................................................................................
40
Ficha 22
Denotação e conotação
1.1 Palavras/expressões denotativas são aquelas que, no contexto em que estão inseridas, apresentam
1.2 Palavras/expressões conotativas são aquelas que, no contexto em que se inserem, apresentam
a) ...................................................................... b) ......................................................................
a)..................................................................................................................................................
b) .................................................................................................................................................
3. Em cada alínea, sublinha a palavra que é utilizada no seu sentido conotativo e, depois, escreve uma frase em
que lhe atribuas claramente um outro sentido mais objetivo.
41
Ficha 23
Monossemia e polissemia
Palavra Palavra
Frase
monossémica polissémica
2. Faz corresponder a palavra polissémica destacada (coluna A) ao seu significado (coluna B), de acordo com o
contexto.
a) O menino lançou uma estrela de papel 1. Astro que tem luz própria.
c) Ela é uma estrela da sétima arte. 3. Pessoa que serve de referência a alguém.
a) ......................................................................................................................................................
b) ......................................................................................................................................................
c) ......................................................................................................................................................
d) ......................................................................................................................................................
4. Um dos conjuntos seguintes integra apenas palavras monossémicas. Seleciona a opção correta.
42
Ficha 24
Relações semânticas entre palavras
d) As palavras com significados semelhantes que podem ser usadas no mesmo contexto designam-se por
_________________.
e) As palavras com um significado mais geral relativamente a outras de significado mais específico designam-
se por _________________.
f) As palavras cujo significado é mais específico relativamente a outras de significado mais geral designam-se
por _________________.
As cidades e a memória
Partindo-se dali e andando dias em para levante, encontra-se em Diomira,
cidade com sessenta cúpulas de prata, estátuas de bronze de todos os deuses,
ruas pavimentadas a estanho, um teatro de cristal e um galo de ouro que
canta no alto de uma torre todas as manhãs. Todas estas belezas o viajante
5 já as conhece por tê-las visto noutras cidades. Mas a propriedade desta é que
quem lá chegar numa noite de setembro, quando os dias já diminuem e as
lâmpadas multicolores se acendem todas ao mesmo tempo por cima das por-
tas das lojas de peixe frito, e de um terraço uma voz de mulher grita: uh!, lhe
apetece invejar os que agora pensam que já viveram uma noite igual a esta e
10 que então foram felizes.
Italo Calvino, As cidades invisíveis, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2015, p. 15
2.1 Completa as seguintes afirmações, indicando quais as relações semânticas presentes nas alíneas.
a) As palavras «prata», «bronze», «estanho» e «ouro» são _______________ do _______________ «metais
preciosos».
b) A palavra «propriedade» é _______________ de «característica», «especificidade» e «singularidade».
c) «manhãs» e «noite» estabelecem entre si uma relação de _______________ .
d) A palavra «portas» é _______________ do _______________ «casa».
e) A palavra «deuses» e «Júpiter, Vénus, Marte e Baco» mantêm entre si uma relação de _______________ e
_______________.
f) A palavra «cidade» é _______________ do _______________ «ruas».
43
3. Preenche o seguinte quadro com a informação em falta.
Holónimo Merónimos
a) hastes, plaquetes, ponte, charneira, lentes, aros
b) poema
c) corpo, braço, mão, trastes, cordas, tarraxas
d) cavalo
e) nariz, bordas, deck, rabeta, quilha, alças
f) livro
g) guiador, quadro, selim, pedais
4. Repara que há palavras que podem estabelecer mais do que uma relação semântica com outras.
As cidades e os sinais
O homem caminha durante dias pelo meio das árvores e pedras. Raramente o olho se detém sobre
alguma coisa, e só quando a reconhece pelo sinal de outra coisa: uma pegada na areia indica a passagem
do tigre, um pântano anuncia um veio de água, a flor do hibisco o fim do inverno. Tudo o resto é mudo
e intercambiável; árvores e pedras são só o que são.
5 Finalmente a viagem conduz à cidade de Tamara. Entra-se nela por ruas pejadas de letreiros que
sobressaem das paredes. Os olhos não veem coisas mas sim figuras de coisas que significam outras coisas: a
tenaz indica a casa do arranca-dentes, a garrafa a taverna, a alabarda o corpo da guarda, a balança romana
a ervanária. Estátuas e escudos representam leões golfinhos torres estrelas: sinal de que qualquer coisa –
sabe-se lá o quê – tem por símbolo um leão ou golfinho ou torre ou estrela. Outros sinais avisam do que
10 num local é proibido […] e do que é lícito […].
O olhar percorre as ruas como páginas escritas: a cidade diz tudo o que devemos pensar, faz-nos repetir
o seu discurso, e enquanto julgamos visitar Tamara limitamo-nos a registar os nomes com que ela se define
a si mesma e todas as suas partes.
Ibidem, pp. 22-23
a) d)
b) Tecnologia e)
c) f)
45
2. Identifica a única alínea que contém um campo lexical.
a) escola ...........................................................................................................................................
b) música .........................................................................................................................................
c) futebol ..........................................................................................................................................
d) surf ..............................................................................................................................................
4. Estabelece a correspondência entre o campo semântico da palavra conta (coluna A) e os significados em cada
um dos contextos em que ocorre (coluna B).
a) Não recebi a conta da luz este mês. 1. acordo com uma entidade bancária
b) O rufia da escola quis ajustar contas com o mais fraco da 2. não é da tua competência, do teu
turma. interesse
c) Decidi trabalhar por conta própria. 3. cuidar, vigiar
d) Os filhos muitas vezes fazem de conta que não ouvem os
4. abarcar
pais.
e) O Manuel abriu uma conta num paraíso fiscal para
5. castigar, vingar-se
escapar ao fisco.
f) A justiça chamou os réus a contas. 6. invadir
g) Em conjunto conseguimos dar conta da limpeza da casa. 7. considerar
h) Isso não são contas do teu rosário. 8. fingir
i) Os eucaliptos tomaram conta da paisagem. 9. independentemente, por si própria
j) O dicionário não dá conta de todos os significados. 10. realizar, fazer
k) É necessário ter em conta todos os factos antes de julgar
11. despesa, fatura
alguém.
l) Hoje sou eu que vou tomar conta dos gémeos. 12. exigir explicações
5. Escreve três frases com o campo semântico das palavras coração e pé, dando conta dos significados que adqui-
rem nos diferentes contextos.
........................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................
........................................................................................................................................................
46
Ficha 26
Articuladores / Conectores do discurso
1. Lê as seguintes frases retiradas/adaptadas da obra As aventuras de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, e com-
pleta-as com conectores cujo valor se encontra indicado entre parênteses.
2. Sublinha os conectores nas frases abaixo e classifica-os quanto à ideia/ao valor que introduzem.
a) «Mas continuemos. Depois de ter deixado em segurança uma parte do meu pequeno armazém animado,
meti-me a percorrer toda a ilha para procurar encontrar outra guarida adequada para fazer um depósito
igual». ............................................................................................................................................
b) «Quando cheguei ao pé da colina e me vi na extremidade da ilha, onde jamais havia estado, convenci-me
plenamente de que os vestígios de um pé humano não eram um acontecimento tão raro naquele lugar como
imaginara». .....................................................................................................................................
c) «Teria também aprendido então que, quando os selvagens combatem nas suas pirogas, os vencedores levam
os prisioneiros para aquela costa a fim de matá-los e comê-los, conforme os seus horríveis costumes, porque
todos aqueles povos eram antropófagos, como muito em breve se verá». .................................................
e) «Em suma: afastei a vista daquele quadro desolador, subi à pressa a colina e dirigi-me para casa». .............
47
3. Substitui os conectores destacados por outros de valor idêntico, reescrevendo as frases. Faz as alterações
necessárias.
a) «Depois de pescar durante algum tempo sem qualquer fruto, porque quando sentia algum peixe picar o meu
anzol não o puxava, receoso de que o mouro o visse, disse a este último:
– Aqui não conseguimos nada de jeito».
.....................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
b) «Enfim, tomei todas as precauções imagináveis para a conservação dos meus bens».
.....................................................................................................................................................
e) «Enquanto estive ausente da praia temi que as feras me tivessem devorado as provisões, mas no regresso
encontrei-as intactas».
.....................................................................................................................................................
f) «Finalmente, repito que fiz um que me pareceu razoável: estava coberto de peles com o pelo posto por baixo;
de maneira que não só me protegia da chuva, mas também do vento, permitindo-me sair nas estações mais
quentes e nas mais frias. Quando não me servia dele, podia fechá-lo e levá-lo debaixo do braço».
.....................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
.....................................................................................................................................................
4. Constrói frases introduzindo conectores cujo valor se encontra indicado entre parênteses. Faz as alterações
necessárias.
b) Naufragou numa ilha deserta. Não teve uma vida fácil. (esclarecimento)
....................................................................................................................................................
g) Cortou folhas de palmeira. Desfiou-as. Colocou-as em cima das traves. Amarrou-as com sisal. (sequência)
....................................................................................................................................................
48
5. Lê a apreciação crítica seguinte.
Selkirk,
o verdadeiro Robinson Crusoe
1. Lê o excerto seguinte.
As mobílias do Lima
Eu não gostava dos móveis que o Lima vendia, mas aquelas cadei-
ras até que eram fixes, pintadas de uma cor clara com fitas assim de
um plástico verde. Da cor da cadeira comprida, verde também, que
estava sempre no quintal da minha casa. Mas o tio Chico não gostou
muito, disse que estavam mal soldadas e que aquilo era perigoso.
O Lima riu, mas o tio Chico não estava a brincar.
– Ó meu sacana, já viste se eu sento aí a minha sogra e ela cai no
chão, como é que tu vais ficar quando eu te der essa notícia? […]
– A malta dá um jeito nisso depois, não te preocupes. Entra, Chico.
Ondjaki, «A televisão mais bonita do mundo», in Os da minha rua,
2.ª edição, Lisboa, BIS, 2009, p. 17
1.1 Reescreve no discurso indireto as duas falas finais. Faz as alterações necessárias.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
1.2 Reescreve no discurso direto: «Mas o tio Chico não gostou muito, disse que estavam mal soldadas e que
aquilo era perigoso».
....................................................................................................................................................
2. Reescreve no discurso direto ou indireto as frases retiradas/adaptadas de outros contos da obra Os da minha
rua, de Ondjaki.
e) «– Sabes que eu costumo vir aqui nos comícios, Irene? [– perguntou Ndalu].»
....................................................................................................................................................
f) «Ouvi dizer que o pai dela não gostava de negros mas eu até via muitos negros lá na casa dele a beberem e
comerem com ele e todos a rirem juntos.»
....................................................................................................................................................
50
3. Assinala a opção correta que permite obter uma afirmação correta.
3.1 A frase «– Amanhã vamos lá ver o gajo, e tu podes mexer na manivela da cama, Dalinho [– disse o tio]» rees-
crita no discurso indireto é
(A) O tio disse se no dia seguinte iriam ali ver o gajo e que o Dalinho poderia mexer na manivela
da cama.
(B) O tio disse que amanhã iam lá ver o gajo e que o Dalinho poderia mexer na manivela da cama.
(C) O tio disse que no dia seguinte iam lá ver o gajo e que o Dalinho podia mexer na manivela da
cama.
(D) O tio disse se amanhã iriam ali ver o gajo e que o Dalinho podia mexer na manivela da cama.
3.2 A frase «Naquele dia, com aquele texto, ela [a professora] não sabia que em vez de me premiar, estava a
castigar-me nessa responsabilidade de falar no Cão Tinhoso sem chorar» reescrita no discurso direto é
(A) – Naquele dia, com aquele texto, a professora não sabe que em vez de me premiar, está a cas-
tigar-me nesta responsabilidade de falar no Cão Tinhoso sem chorar.
(B) – Hoje, com aquele texto, a professora não sabe que em vez de o premiar, está a castigar-me
nessa responsabilidade de falar no Cão Tinhoso sem chorar.
(C) – Naquele dia, com aquele texto, a professora não sabe que em vez de me premiar, está a cas-
tigar-me nessa responsabilidade de falar no Cão Tinhoso sem chorar.
(D) – Hoje, com este texto, a professora não sabe que em vez de me premiar, está a castigar-me
nesta responsabilidade de falar no Cão Tinhoso sem chorar.
3.3 A frase «Madalena [disse:] – A Charlita e o senhor Tuarles chegam hoje à noite» no discurso indireto é
(A) Madalena disse que a Charlita e o senhor Tuarles chegariam naquele dia à noite.
(B) Madalena disse que a Charlita e o senhor Tuarles chegavam naquele dia à noite.
(C) Madalena disse que a Charlita e o senhor Tuarles chegam hoje à noite.
(D) Madalena disse que a Charlita e o senhor Tuarles chegavam hoje à noite.
3.4 A reescrita da frase «O pai e ela estiveram a falar sobre aquele assunto» no discurso direto é
(A) – O pai e eu estamos a falar sobre este assunto.
(B) – O pai e eu estiveramos a falar sobre aquele assunto.
(C) – O pai e ela estiveramos a falar sobre este assunto.
(D) – O pai e eu estivemos a falar sobre aquele assunto.
51
Ficha 28
Aspetos paratextuais
1. Lê o seguinte texto.
52
Branco, com produção da Clap Filmes. «Este, vou escolher este», decidiu ela. Googlou o título e viu que
40 o filme tinha estreado em 2010. «Perfeito, já tenho mais um».
Agora só falta arranjar a referência de um livro completo. «Hummm, já sei. Vou à lista dos livros
indicados para o Projeto de Leitura!». Colocou o dedo indicador na lista e correu-a. Não conhecia quase
nenhum dos títulos. Parou num cujo título parecia interessante: Capitães da Areia, de Jorge Amado.
Voltou à internet e pesquisou. Encontrou uma versão «de bolso» da BIS, cuja capa tinha um barco de
papel, como aqueles que tinha aprendido a fazer na escola. «Que giro!», pensou. Esta edição, a 12.ª,
tinha sido publicada em 2014 e a editora situava-se também em Alfragide, pois pertencia ao Grupo LeYa,
como a D. Quixote.
Texto dos autores
1.1 Partindo do texto, elabora a lista das referências bibliográficas que a Lara consultou para resolver a tarefa
de Português.
...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
.............................................................................................
.............................................................................................
Tiago Salazar
www.oficinadolivro.pt
Viagens Sentimentais
ta
ais
© 2007, Tiago Salazar Travessias com o coração lá dentro
tro
o
e Oficina do Livro — Sociedade Editorial, Lda.
uma empresa do grupo LeYa
Rua Cidade de Córdova, 2
2610-038 Alfragide
Tel.: 21 041 74 10, Fax: 21 471 77 37
E-mail: [email protected]
ISBN 978-989-555-294-8
Depósito Legal n.º 330 014/11
2.1 Relaciona a capa (imagens) com o título da obra e justifica a tua resposta.
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
53
Ficha 29
Recursos expressivos
1. Lê os seguintes versos ou frases e identifica os recursos expressivos e o seu respetivo valor, estabelecendo
correspondências.
Recurso
Versos/Frases Valor
expressivo
d) «O seu olhar possui (…) / Um arcanjo e um demónio a 4. Realça o aspeto mais terrorífico da
iluminá-lo» D. comparação ação da Inquisição: as fogueiras dos
(«Deslumbramentos», de Cesário Verde) autos de fé.
54
2. Estabelece a correspondência entre os versos ou as frases e o seu valor expressivo.
Versos/Frases Valor
a) «entristeceu-me saber que tinha sido há pouco chamada por Deus» 1. Destaca a beleza superior de
(O último cabalista de Lisboa, de Richard Zimler) alguém.
d) «Tempo de solidão e de incerteza / Tempo de medo e tempo de traição / 4. Enfatiza a falta de valores e a sua
Tempo de injustiça e de vileza» coexistência numa determinada
(«Data», de Sophia de Mello Breyner Andresen) época ou tempo.
a) ....................................................................................................................................................
b) ....................................................................................................................................................
c) ....................................................................................................................................................
d) ....................................................................................................................................................
e) ....................................................................................................................................................
f) ....................................................................................................................................................
3. Redige um pequeno texto em prosa ou em verso, no qual utilizes seis recursos expressivos diferentes. Subli-
nha-os e identifica-os entre parênteses.
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
55
4. Identifica o recurso expressivo presente em cada alínea.
d) ________________________________
/ O Rei"
ba te l en tr ou do Capitão f) ________________________________
"Já no síadas,
Os Lu
ões
de Luís de Cam
ntemente
e é o homem / nham consta
"Sem a loucura qu "[…] testemu Igreja
sadia / Cadáver k) ________________________________
_________ s Doutores da
Mais que a besta os dois grande lvo é o
?" a, que o dito po
adiado que procria la ti na e gr eg
do mar."
«D. Sebastião, Rei de
Por tugal», maior traidor es,
de Fernando Pessoa António aos peix
Sermão de Santo tó ni o Vi eira
de Pa dr e An
_______________
j)_________________ ______________
______
56 l) ____________
Jean Metzinger, Homem com cachimbo, 1911-12.
ESCRITA
Exposição I
1.1 Escreve uma exposição (de 120 a 150 palavras), sobre o tema da Ambição, seguindo os tópicos fornecidos.
Introdução:
1.º parágrafo – identificação do tema da Ambição e sua relação com os seres humanos;
Desenvolvimento:
2.º parágrafo – desvantagens de ser ambicioso (dois exemplos);
3.º parágrafo – vantagens de ser ambicioso (dois exemplos);
Conclusão:
4.º parágrafo – exposição do ponto de vista pessoal.
58
Exposição II
1. Lê o poema seguinte.
Sem preconceito,
Sem medo,
Nem ódios!
Joguei futebol,
Andei num cavalo de verdade
Partilhei o seu rissol,
E não vivo sem amizade!
1.1 Partindo do título e dos versos destacados, prepara uma exposição (de 120 a 150 palavras) sobre a temática
da Discriminação. Planifica, redige e revê o teu texto. Os tópicos fornecidos de seguida podem ajudar-te.
Introdução:
1.º parágrafo – definição de discriminação;
Desenvolvimento:
2.º parágrafo – discriminação étnica (dois exemplos);
3.º parágrafo – discriminação social (dois exemplos);
Conclusão:
4.º parágrafo – medidas de combate à discriminação.
59
Síntese I
1. Lê o texto seguinte.
Poesia no futebol
Como amante de poesia e 35«Giovinco é um rato em forma
de futebol, confesso que temi o de jogador de futebol», «Cae-
pior quando […] se introduziu tano é uma pulga amarela em
a poesia no comentário de fute- forma da jogador de futebol» e
5 bol. Mesmo sendo má poesia, o complexo «Messi é uma pulga
era poesia, e o meu conceito de 40 disfarçada de ET em forma de
1.1 Sintetiza este texto de 494 palavras, reduzindo-o a cerca de um terço (165 palavras).
• Identifica o texto-fonte da tua síntese;
• Por parágrafos, sublinha as ideias principais e palavras-chave;
• Organiza as sequências do teu texto e articula-as através de conectores;
• Utiliza uma linguagem clara e objetiva, com correção linguística. Revê o texto no final.
60
Síntese II
1. Lê o texto seguinte.
1.1 Faz uma síntese escrita do texto, reduzindo-o a cerca de um terço da sua extensão (cerca de 140 palavras).
Organiza o teu texto em:
61
Apreciação crítica I
1.1 Elabora uma apreciação crítica do quadro que te apresentamos, relacionando-o com as cantigas de amor
estudadas na unidade da Poesia Trovadoresca.
Introdução:
1.º parágrafo – descrição objetiva da imagem;
Desenvolvimento:
2.º parágrafo – apresentação de sentimentos (dois) evidenciados na imagem;
3.º parágrafo – associação entre esses sentimentos e os presentes nas cantigas de amor (duas semelhan-
ças);
Conclusão:
4.º parágrafo – comentário crítico sobre a imagem.
62
Apreciação crítica II
Desenvolvimento:
2.º parágrafo – contraste ser/parecer;
3.º parágrafo – relação imagem/título;
Conclusão:
4.º parágrafo – comentário crítico sobre a imagem.
63
Apreciação crítica III
1.1 Elabora uma apreciação crítica sobre o cartoon, com base no seguinte plano:
Introdução:
1.º parágrafo – descrição sucinta do objeto;
Desenvolvimento:
2.º parágrafo – leitura ou crítica implícita;
Conclusão:
3.º parágrafo – comentário pessoal sobre a eficácia comunicativa do cartoon.
64
Pablo Picasso, Estúdio com cabeça de gesso, 1925.
TESTES
Teste 1
Poesia trovadoresca
GRUPO I
Lê a seguinte cantiga de amigo. Em caso de necessidade, consulta o glossário apresentado a seguir ao texto.
66
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Esta cantiga apresenta um diálogo entre mãe e filha.
Divide a cantiga em partes, justificando a tua resposta.
2. Relaciona os sentimentos que unem mãe e filha com a reação da primeira à resposta apresentada à sua inter-
pelação.
3. Apresenta um sentido possível para o refrão ter travessão apenas nas duas últimas coblas.
Lê a seguinte cantiga de amor. Em caso de necessidade, consulta o glossário apresentado a seguir ao texto.
4. Indica as qualidades da «senhor», fundamentando a tua resposta com elementos textuais pertinentes.
5. Relaciona a intensificação progressiva da «coita de amor» com a ausência da «senhor».
67
GRUPO II
A Língua
A língua é sociabilidade, idiossincrasia1, prisma do Mundo, unificação de sentimentos e de esforços.
O laço mais eficaz de uma identidade. Quando os homens, na sua insânia, quiseram escalar o céu e, porven-
tura, substituir-se aos deuses, diz o mito que só houve um meio de os fazer parar: confundir-lhes a língua.
Foi o que fez Javé (Génesis, XI, 7). E Babel ficou desde isso como sítio da dispersão, do desentendimento,
5 das lutas e das guerras; e como berço das nações. Na raiz da concórdia e da solidariedade está o verbo.
E, então, as realizações nacionais são os resíduos das ambições pré-babélicas. Não mais escalar os céus;
civilizar as terras, em pequenino, isso sim. Babel é um memento homo2 (que o homem de hoje […] parado-
xalmente acata e contesta).
Em 1325, a língua portuguesa estava praticamente feita. Não são precisos conhecimentos excecionais
10 para se entender a mensagem dos cancioneiros e das crónicas e das leis. Atualizando a ortografia e a pontua-
ção dos textos e munindo-nos de um dicionário mínimo – que em geral consistirá em traduzir o popular de
Entre Douro e Minho e Galiza de hoje para o dizer erudito – tudo se entende. Bem, desde que nos colo-
quemos, obviamente, no contexto sociocognitivo dos enunciados. Como em tudo o que é discurso. As
outras línguas novilatinas, comparadas com as suas formas atuais, estavam muito mais atrasadas.
15 O português é essencialmente galego-português, enriquecido de vocabulário e fonética moçárabes.
Expandiu-se conforme as linhas quase rigorosas da Reconquista. Excluindo a reduzida área do mirandês,
ocupou todo o território, polifacetando-se numa riqueza dialetal notória – o berço galego-portucalense,
Coimbra, Viseu, Lisboa, Alentejo e Algarve. Depois as ilhas atlânticas; depois o Brasil; depois a África;
e Timor; e o Mundo. A língua portuguesa e as beldades mulatas são, se calhar, as definitivas vitórias da
20 colonização lusitana.
No período do nosso estudo [1325-1480], o português é a língua do quotidiano, a língua das leis,
a língua da escrita, a língua dos tratados, da literatura e da poesia. Com D. Duarte é introspeção e com Fer-
não Lopes é movimento e vida. Nas cortes é denúncia, reivindicação, arguição política. Nos cancioneiros é
sarcasmo e lirismo. Enfim, uma língua madura. Em 1500 a sua fisionomia, escreveu António José Saraiva
25 (1982, p. 51), está fixada.
José Mattoso (dir.), História de Portugal, 2.o volume,
Lisboa, Círculo de Leitores, pp. 365-366 (texto adaptado)
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação cor-
reta.
1.1 Ao afirmar que a língua é o «laço mais eficaz de uma identidade» (l. 2), o autor pretende
(A) realçar a sua preponderância na criação de uma unidade universal.
(B) realçar a sua preponderância na criação de uma unidade nacional.
(C) apontar a mesma como a causa do mito de Babel.
(D) realçar o paradoxo do mito de Babel para o homem atual.
68
1.2 José Mattoso considera os textos portugueses, a partir de 1325,
(A) perfeitamente inteligíveis, tais como os das línguas novilatinas.
(B) perfeitamente inteligíveis a partir da tradução do erudito.
(C) perfeitamente ininteligíveis, considerando o contexto sociocognitivo dos mesmos.
(D) perfeitamente inteligíveis, considerando o contexto da sua produção.
1.3 Para o autor, a língua portuguesa é uma das «definitivas vitórias da colonização lusitana» (ll. 19-20) por
(A) se ter expandido também além-mar.
(B) ter ocupado todo o território nacional.
(C) ser o berço do galaico-português.
(D) se ter expandido segundo as linhas da Reconquista.
1.4 Ao declarar «Enfim, uma língua madura» (l. 24), o autor procura
(A) introduzir um novo assunto.
(B) esclarecer um ponto de vista.
(C) apresentar uma síntese conclusiva.
(D) pôr em causa certezas estabelecidas.
1.5 O verbo, na frase «Em 1325, a língua estava praticamente feita» (l. 9), quanto à subclasse é
(A) principal transitivo direto. (C) auxiliar.
(B) principal transitivo indireto. (D) copulativo.
1.6 Na expressão «[…] e munindo-nos de um dicionário mínimo […]» (l. 11), o vocábulo sublinhado desem-
penha a função sintática de
(A) modificador restritivo do nome. (C) complemento indireto.
(B) complemento direto. (D) complemento oblíquo.
1.7 A palavra sublinhada na expressão «[…] que em geral consistirá em traduzir o popular de Entre Douro e
Minho e Galiza […]» (ll. 11-12) é
(A) uma conjunção completiva. (C) uma conjunção consecutiva.
(B) um pronome relativo. (D) uma conjunção causal.
GRUPO III
«Confrontados os dois campos, o lírico e o satírico, não restam dúvidas de que a mordacidade e a ironia
são os grandes estímulos da imaginação dos trovadores.»
Natália Correia, Cantares dos trovadores galego-portugueses, Editorial Estampa, Lisboa, 1998
Com base na tua experiência de leitura, desenvolve uma reflexão sobre o caráter satírico das cantigas de escárnio
e maldizer, num texto expositivo bem estruturado, com um mínimo de cento e vinte e um e um máximo de cento e
cinquenta palavras, tendo em conta os tópicos propostos:
– paródia do amor cortês;
– ridicularização da exaltação das graças da «Senhor».
69
Teste 2
Fernão Lopes – Crónica de D. João I
GRUPO I
Lê o seguinte excerto da Crónica de D. João I. Em caso de necessidade, consulta o glossário apresentado a seguir
ao texto.
Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló1 foi Alvoro
Paaez e muitas gentes com ele.
O Page do Meestre que estava aa porta, como lhe disserom que fosse pela vila segundo já era percebido,
começou d’ir rijamente a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, braadando pela rua:
– Matom o Meestre! matom o Meestre nos Paaços da Rainha! Acorree ao Meestre que matam!
E assi chegou a casa d’Alvoro Paaez que era dali grande espaço.
5 As gentes que esto ouviam, saiam aa rua veer que cousa era; e começando de falar uùs com os outros,
alvoraçavom-se nas voontades, e começavom de tomar armas cada uù como melhor e mais asinha podia.
Alvoro Paaez que estava prestes e armado com ùa coifa2 na cabeça segundo usança daquel tempo, cavalgou
logo a pressa em cima duù cavalo que anos havia que nom cavalgara; e todos seus aliados com ele, braadando
a quaes quer que achava dizendo:
10 – Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre, ca filho é del-Rei dom Pedro.
E assi braadavom el e o Page indo pela rua.
Soaram as vozes do arroido pela cidade ouvindo todos braadar que matavom o Meestre; e assi como
viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo de3 marido, se moverom todos com mão armada,
correndo a pressa pera u deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar morte. Alvoro Paaez nom
15 quedava d’ir pera alá, braadando a todos:
– Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê!
A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam pelas ruas
principaes, e atrevessavom logares escusos4, desejando cada uù de seer o primeiro; e preguntando uùs aos
outros quem matava o Meestre, nom minguava quem responder que o matava o Conde Joam Fernandez,
20 per mandado da Rainha.
E per voontade de Deos todos feitos duù coraçom com talente5 de o vingar, como forom aas portas do
Paaço que eram já çarradas, ante que chegassem, com espantosas palavras começarom de dizer:
– U matom o Meestre? que é do Meestre? quem çarrou estas portas?
Ali eram ouvidos brados de desvairadas maneiras. Taes i havia que certeficavom que o Meestre era morto,
25 pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem6 para entrar dentro, e veeriam que era do Meestre,
ou que cousa era aquela.
Deles braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o treedor e a
aleivosa7. Outros se aficavom8 pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que era do Meestre; e em todo
isto era o arroido atam grande que se nom entendiam uùs com os outros, nem determinavom neùa cousa.
30 E nom soomente era isto aa porta dos Paaços, mas ainda arredor deles per u homeès e molheres podiam estar.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I (textos escolhidos), apresentação crítica de Teresa Amado,
Lisboa, Seara Nova/Comunicação, 1980, capítulo 11, pp. 95-97
70
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. O excerto transcrito pode ser dividido em três partes.
Delimita-as, comprovando a existência de um crescendo da intensidade dramática.
2. Explicita a intenção subjacente aos gritos do pajem do Mestre e de Álvaro Pais, relacionando-a com a reação do
povo.
3. Caracteriza a evolução das atitudes da personagem coletiva, fundamentando a tua resposta com elementos
textuais pertinentes.
71
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação correta.
1.1 O «poderoso visualismo» (l. 1), característico do estilo de Fernão Lopes, consiste
(A) na aplicação desse estilo à narrativa.
(B) na descrição realista e humana dos quadros e das figuras.
(C) na descrição física e moral das figuras.
(D) no uso de recursos conducentes à comoção do leitor.
1.3 O génio literário de Fernão Lopes, orientado para o movimento e para o pitoresco, implica
(A) o recurso frequente ao mistério e à profecia.
(B) o recurso constante às fontes: religiosas e romances de cavalaria.
(C) o recurso a narrativas menores, na ausência de assunto.
(D) o recurso constante à imaginação para infundir terror no leitor.
72
1.4 O recurso à expressão «esta asa do mistério» (ll. 9-10) configura uma
(A) metáfora.
(B) personificação.
(C) metonímia.
(D) comparação.
1.6 O verbo sublinhado, na frase «O melhor do seu estilo […] é empregado nisso» (l. 3), quanto à subclasse é
(A) auxiliar da passiva.
(B) auxiliar do tempo composto.
(C) principal transitivo indireto.
(D) copulativo.
1.7 A palavra sublinhada na expressão «desenhados vigorosamente pelo cronista» (ll. 20-21) é
(A) um advérbio com função conectiva.
(B) um advérbio com valor de tempo.
(C) um advérbio com valor de modo.
(D) um advérbio com valor de quantidade e grau.
GRUPO III
«A moderna ciência das multidões encontra nesses quadros, desenhados vigorosamente pelo cronista,
[…] tudo enfim quanto constitui a grandeza e a terribilidade da alma coletiva, exasperada nos momentos
de crise.»
Rodrigues Lapa (pref.), in Fernão Lopes, Quadros da Crónica de D. João I,
5.a edição, Lisboa, Sá da Costa, 1979, p. 10
Partindo do excerto transcrito sobre a obra de Fernão Lopes, redige uma exposição, entre cento e vinte e cento
e cinquenta palavras, sobre o poder e o comportamento das multidões no século XXI, fundamentando a tua perspe-
tiva com exemplos significativos.
73
Teste 3
Gil Vicente
GRUPO I – Opção I
74
Inês Quam desviado este está19. Inês Pessoa conheço eu
Todos andam por caçar que levara outro caminho24.
suas damas sem casar Casai lá com um vilanzinho
65 e este tomade-o lá20. mais covarde que um judeu25.
Pero Vossa mãe é lá no muro? 85 Se fora outro homem agora
Inês Minha mãe eu vos seguro e me topara a tal hora
que ela venha cá dormir. estando assi às escuras
Pero Pois senhora quero-m’ir falara- me mil doçuras
70 antes que venha o escuro. ainda que mais nam fora.
Inês E nam cureis mais de vir. Gil Vicente, «Inês Pereira», in José Camões
(coord.), As obras de Gil Vicente, vol. II,
Pero Virá cá Lianor Vaz Lisboa, INCM, 2001, pp. 568 – 571
veremos que lhe dizeis.
Inês Homem nam aporfieis
75 que nam quero nem me praz21.
Ide casar a Cascais.
Pero Nam vos anojarei mais
inda que saiba estalar22
e prometo nam casar
80 até que vós nam queirais23.
[…]
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Caracteriza a personagem Pero Marques, fundamentando a tua resposta com elementos textuais pertinentes.
2. Relaciona as reações de Inês com as atitudes e palavras de Pero Marques.
3. Identifica os tipos de cómico presentes neste excerto, justificando a tua resposta.
75
B
Lê o seguinte excerto da Farsa de Inês Pereira. Se necessário, consulta o vocabulário apresentado depois do texto.
Inês Jesu Jesu manas minhas1 Põe-se Inês Pereira às costas do marido e diz:
sois vós aquele que um dia
em casa de minha tia Marido assi me levade.
me mandastes camarinhas. Pero 40 Ides à vossa vontade?
5 E quando aprendia a lavrar Inês Como estar no paraíso.
mandáveis-me tanta cousinha Pero Muito folgo eu com isso.
eu era ainda Inesinha Inês Esperade ora esperade
nam vos queria falar. olhai que lousas aquelas
45 pera poer as talhas nelas.
Ermitão Señora téngoos servido Pero Quereis que as leve?
10 y vos a mí despreciado. Inês Si.
Haced que el tiempo pasado Ùa aqui e outra aqui.
no se cuente por perdido. Oh como folgo com elas.
Inês Padre mui bem vos entendo Cantemos marido quereis?
ò demo vos encomendo Pero 50 Eu nam saberei entoar.
15 que bem sabeis vós pedir. Inês Pois eu hei só de cantar
Eu determino lá d’ir e vós me respondereis
à ermida Deos querendo. cada vez que eu acabar:
Ermitão Y cuándo? pois assi se fazem as cousas.
Inês I-vos meu santo2 Canta Inês 55 Marido cuco me levades
que eu irei um dia destes e mais duas lousas.
20 muito cedo muito prestes. Pero Pois assi se fazem as cousas.
Ermitão Señora yo me voy en tanto. Inês Bem sabedes vós marido
Em tudo é boa a concrusão. quanto vos amo
Inês Marido aquele ermitão 60 sempre fostes percebido5
é um anjinho de Deos. pera gamo.
Pero 25 Corregê vós esses véus Carregado ides noss’amo
e ponde-vos em feição3. com duas lousas.
Pero Pois assi se fazem as cousas.
Inês Sabeis vós o que eu queria?
Pero Que quereis minha molher? Inês 65 Bem sabedes vós marido
Inês Que houvésseis por prazer quanto vos quero
30 de irmos lá em romaria. sempre fostes percebido
pera cervo.
Pero Seja logo, sem deter. Agora vos tomou o demo
Inês Este caminho é comprido 70 com duas lousas.
contai ùa estória marido. Pero Pois assi se fazem as cousas.
Pero Bofá que me praz molher
Inês 35 Passemos primeiro o rio. E assi se vão, e se acaba o dito auto.
Descalçai-vos. Gil Vicente, op. cit., pp. 592-593
Pero E pois como?
Inês E levar-me-eis ao ombro4
não me corte a madre o frio.
1 v. 1: Inês reconhece o seu antigo apaixo- 3 vv. 25-26: componha esses véus e ponha-se 5 v. 60: destinado.
nado. bonita.
2 v. 18: de santo ele terá pouco. 4 v. 37: levar-me-eis às costas.
4. Comprova, com citações textuais pertinentes, que, neste excerto, se sugere a futura infidelidade de Inês.
5. Relaciona este final com o provérbio, mote da obra, Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube.
76
GRUPO I – Opção 2
Auto da Feira
Lê o seguinte excerto do Auto da Feira. Se necessário, consulta o vocabulário apresentado a seguir ao texto.
77
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Relaciona o pagamento que Serafim exige a Roma com a intenção crítica de Gil Vicente.
2. Explicita as acusações dirigidas a Roma por Mercúrio.
3. No final do excerto, Roma recebe um cofre sem dar nada em troca, apesar de estar num espaço mercantil.
Associa esta oferta ao género (moralidade) desta peça.
Lê o texto seguinte.
4. Relaciona a recusa das moças face ao apelo do Serafim com a mentalidade da época.
5. Comprova que a resposta dada por Teodora ao Serafim apresenta a moralidade do Auto da Feira.
78
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação correta.
1.1 A ideia de que «uma peça é uma ação que caminha para um desenlace» (l. 2) opõe-se à ideia expressa em
(A) «o desenrolar da ação através dos pormenor dos acontecimentos» (ll.3-4).
(B) «a ação através de cadeias de acontecimentos» (l. 10).
(C) «constituem verdadeiros entrechos» (l. 10).
(D) «duma série de cenas justapostas» (ll. 17-18).
79
1.4 Aubrey Beel, contrariamente a muitos críticos, encara Gil Vicente como um dramaturgo
(A) tecnicamente simples, mas um espantoso poeta e observador satírico.
(B) tecnicamente complexo, mas um espantoso poeta e observador satírico.
(C) com uma técnica básica e vulgar.
(D) com uma técnica primitiva e desconcertante.
1.5 O processo de formação das palavras «começo» (l. 3) e «sketches» (l. 18) são, respetivamente,
(A) derivação e truncação.
(B) amálgama e empréstimo.
(C) derivação e empréstimo.
(D) derivação e amálgama.
2.2 Classifica a oração «do que esta maneira de fazer teatro» (ll. 19-20).
2.3 Identifica a função sintática desempenhada pela expressão «a qualquer desenlance» (l. 19).
GRUPO III
Redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, sobre a visão da mulher e do
casamento na época de Gil Vicente, fundamentando a tua perspetiva com exemplos significativos da obra
estudada (Farsa de Inês Pereira ou Auto da Feira), tendo em conta os tópicos propostos:
80
Teste 4
Luís de Camões – Rimas
GRUPO I
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Atenta no contraste presente na primeira estrofe.
Explicita o seu sentido, relacionando-o com as duas formas utilizadas pelo sujeito poético para designar a vida.
2. Interpreta o sentido da segunda estrofe.
3. Relaciona o sentido dos dois tercetos com a luta e a busca do sujeito poético de um «bem que não se alcança» (v. 9).
81
GRUPO II
Lê o poema seguinte.
Voltas
5 Campo, que te estendes
com verdura bela;
ovelhas, que nela
vosso pasto tendes;
d’ervas vos mantendes
10 que traz o Verão,
e eu das lembranças
do meu coração.
GRUPO III
82
Fora do nosso coração, não sabemos onde Camões nasceu; nem o ano ou o dia em que saiu da «materna
sepultura» para o primeiro amanhecer. Como não sabemos onde estudou ou quem lhe ensinou o muito que
10 sabia. Nem isso importa. Nalgumas linhas da sua poesia, e sobretudo nas poucas cartas que indubitavelmente
são dele, pode ler-se que, como português, encarnou até à medula toda a nossa condição: pobreza, vaga-
bundagem, cadeia, desterro. «Erros», «má fortuna» e «amor ardente» se conjuraram para fazer daquele
alto espírito do Maneirismo europeu uma das figuras mais desgraçadas da via-sacra nacional. Por «erros»,
talvez se possa entender um cristianíssimo arrependimento daquele marialvismo2 da sua juventude; a «má
15 fortuna» não pode ter sido senão a de ter vivido num tempo em que «Portugal era uma casa sem luz em
matéria de instrução», e se preparava fatidicamente para abandonar todas as suas guitarras nos campos de
Alcácer-Quibir; quanto ao «amor ardente» - não foi o próprio Camões que se mostrou dividido entre o
límpido apelo dos sentidos e toda uma platonizante teoria de amor bebida em Petrarca e Santo Agostinho?
[…]
Afinal, este homem que deixou fama de desabusado, este pobre soldado raso que regressa de Ceuta a
20 «manqueja(r) de um olho» (para o dizermos com terríveis palavras suas), que serviu na Índia durante cerca
de três lustros3 sem sequer ter ganho para as passagens de regresso à pátria, este homem que, segundo um
dos seus primeiros biógrafos, ao morrer não tinha um lençol para lhe servir de mortalha, estava destinado
a consolidar a Hierarquia com o seu Canto – o supremo ressoar das águas de todos os nossos mares e de
todos os nossos olhos.
Eugénio de Andrade (pref.), Versos e alguma prosa de Luís de Camões,
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1977
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação cor-
reta.
1.2 No caso de Luís de Camões, a expressão «Erros», «má fortuna» e «amor ardente» (l. 12), corresponde a
uma síntese da sua vida que exclui
(A) o desregramento da juventude.
(B) a ausência de Universidades em Portugal.
(C) o desprezo pelas artes em Portugal.
(D) o arrebatamento das paixões.
1.3 Ao referir que a consolidação da «Hierarquia» (l. 24) estava destinada a Camões, o autor refere-se
(A) à supremacia dos portugueses relativamente aos mares celebrada n’ Os Lusíadas.
(B) à sua supremacia na Índia ao longo de quinze anos, cantada n’ Os Lusíadas.
(C) à nossa comoção perante a leitura d’ Os Lusíadas.
(D) à sua supremacia enquanto autor d’ Os Lusíadas.
83
1.4 Com a interrogação retórica apresentada entre travessões (l. 3), o autor pretende
(A) exprimir as suas dúvidas acerca do discurso anterior.
(B) reforçar o seu discurso posterior.
(C) introduzir uma informação adicional.
(D) destacar uma crítica.
1.7 O verbo sublinhado, na expressão «sem sequer ter ganho para as passagens» (l. 21), quanto à subclasse é
(A) auxiliar da passiva.
(B) auxiliar temporal.
(C) auxiliar modal.
(D) auxiliar do tempo composto.
2.2 Identifica a função sintática desempenhada pela expressão «de Ceuta» (l. 19).
2.3 Indica o antecedente do pronome sublinhado em «[…] para lhe servir de mortalha […]» (l. 22).
GRUPO III
«Erros», «má fortuna» e «amor ardente» se conjuraram para fazer daquele alto espírito do Maneirismo
europeu uma das figuras mais desgraçadas da via-sacra nacional.
Eugénio de Andrade (pref.), Versos e alguma prosa de Luís de Camões,
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1977
Partindo do excerto transcrito sobre a vida de Luís de Camões, redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e
cinquenta palavras, sobre a forma como a vida pessoal do poeta se reflete na sua obra, fundamentando a tua pers-
petiva em leituras efetuadas.
84
Teste 5
Luís de Camões – Os Lusíadas
GRUPO I
Lê o texto seguinte, constituído pelas estâncias 96 a 99 do Canto VIII de Os Lusíadas. Em caso de necessidade,
consulta o glossário apresentado a seguir ao texto.
96 98
Nas naus estar se deixa, vagaroso, Este rende munidas fortalezas;
Até ver o que o tempo lhe1 descobre; Faz trédoros e falsos os amigos;
Que não se fia já do cobiçoso Este a mais nobres faz fazer vilezas,
Regedor, corrompido e pouco nobre. E entrega Capitães aos inimigos;
Veja agora o juízo curioso Este corrompe virginais purezas,
Quanto no rico, assi como no pobre, Sem temer de honra ou fama alguns perigos;
Pode o vil interesse e sede imiga Este deprava às vezes as ciências,
Do dinheiro, que a tudo nos obriga. Os juízos cegando e as consciências.
97 99
A Polidoro2 mata o Rei Treício, Este interpreta mais que sutilmente
Só por ficar senhor do grão tesouro; Os textos; este faz e desfaz leis;
Entra, pelo fortíssimo edifício, Este causa os perjúrios entre a gente
Com a filha de Acriso3 a chuva d' ouro; E mil vezes tiranos torna os Reis.
Pode tanto em Tarpeia4 avaro vício Até os que só a Deus omnipotente
Que, a troco do metal luzente e louro, Se dedicam, mil vezes ouvireis
Entrega aos inimigos a alta torre, Que corrompe este encantador, e ilude;
Do qual quási afogada em pago morre. Mas não sem cor5, contudo, de virtude!
Luís de Camões, Os Lusíadas,
prefácio de Costa Pimpão, 4.a edição,
Lisboa, MNE, Instituto Camões, 2000, p. 365
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1. Explicita a tese da reflexão do Poeta, considerando os quatro últimos versos da estância 96 e os exemplos pre-
sentes na estância 97.
2. Tendo em consideração a expressividade da repetição de «Este», na estância 98, indica, por palavras tuas, dois
dos efeitos provocados pelo ouro.
3. Explica a intenção crítica manifestada pelo Poeta na estância 99.
85
B
9
Inclinai por um pouco a majestade
Que nesse tenro gesto vos contemplo,
Que já se mostra qual na inteira idade,
Quando subindo ireis ao eterno templo;
Os olhos da real benignidade
Ponde no chão: vereis um novo exemplo
De amor dos pátrios feitos valerosos,
Em versos divulgado numerosos.
10
Vereis amor da pátria, não movido
De prémio vil, mas alto e quási eterno;
Que não é prémio vil ser conhecido
Por um pregão do ninho meu paterno.
Ouvi: vereis o nome engrandecido
Daqueles de quem sois senhor superno,
E julgareis qual é mais excelente,
Se ser do mundo Rei, se de tal gente.
[…]
15
E, enquanto eu estes canto – e a vós não posso,
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto – ,
Tomai as rédeas vós do Reino vosso:
Dareis matéria a nunca ouvido canto.
Comecem a sentir o peso grosso
(Que polo mundo todo faça espanto)
De exércitos e feitos singulares,
De África as terras e do Oriente os mares.
Luís de Camões, op. cit., pp. 3-5
5. Identifica a apóstrofe presente na estância 15 e explicita a intenção que lhe está subjacente.
86
GRUPO II
Mar Português
O mar foi o nosso caminho para o mundo, a sedução permanente da aventura, a rota fascinante do des-
conhecido.
Com outras nações da Europa fizemos o comércio do Norte, sozinhos avançámos além do Magrebe,
«transpusemos» o deserto e achámos o caminho do ouro da Guiné.
5 As caravelas, que dolorosa mas firmemente galgaram os mares tremendos do Bojador, e as naus, que
passaram para lá do Cabo das Tormentas, encontraram a história da África Negra, e contribuíram para o
encontro da Europa consigo mesma. Com lágrimas, com heroísmo generoso, e estranhas vilezas, este povo
virado para o Atlântico transformou os monstros que povoavam os mares em correntes e ventos, abriu
novos caminhos de comércio, desenvolveu de forma inquestionável a ciência náutica, a construção naval e
10 a cartografia.
Como diz António Sérgio, «As navegações não se fizeram a acertar [...] houve um plano de conjunto
muito bem estudado nas suas minúcias, um querer consciente e positivo, e todas as forças na Nação se coordena-
ram para um grande fim».
Ocupámos e povoámos ilhas desertas com homens e animais, e experimentámos as mais diversas cultu-
15 ras, em terras e climas até então desconhecidos.
Pelo mar, espantámos a Europa com animais tão estranhos como o rinoceronte, ou tão belos quanto o
antílope, inundámos os mercados de especiarias e plantas exóticas.
Pelo mar, caldeámos1 homens e culturas, construímos uma mentalidade nova para um mundo novo.
Fomos os primeiros europeus a chegar ao Japão, a comercializar diretamente com a China, a avançar
20 pelo interior do Brasil, a substituir os Moiros no domínio comercial do Índico.
É por via do mar que milhões de pessoas de inúmeros países e regiões do mundo pensam e falam em
português e não têm qualquer dúvida em considerar como sua parte da história deste povo antigo, que
soube encontrar as suas fronteiras territoriais, muito antes de qualquer outro País Europeu.
Rui Rasquilho e Jorge Barros, Portugal e o mar: viagens pelos Descobrimentos,
Lisboa, Círculo de Leitores, 1983
1 Caldear: ligar.
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação cor-
reta.
1.1 A confirmação de que «o mar foi o nosso caminho para o mundo» (l. 1) é apresentada ao longo do texto em
várias expressões, exceto em
(A) «fizemos o comércio do Norte» (l. 3) e «povoámos ilhas desertas» (l. 14).
(B) «com heroísmo generoso» (l. 7) e «caldeámos homens e culturas» (l. 18).
(C) «abriu novos caminhos de comércio» (ll. 8-9) e «os primeiros europeus a chegar ao Japão» (l. 19).
(D) «a comercializar diretamente com a China» (l. 19) e «avançar pelo interior do Brasil» (ll. 19-20).
1.2 O autor retoma o contributo dos portugueses «para o encontro da Europa consigo mesma» (ll. 6-7) com a
expressão
(A) «um querer consciente e positivo» (l. 12).
(B) «espantámos a Europa» (l. 16).
(C) «construímos uma mentalidade nova para um mundo novo» (l. 18).
(D) «milhões de pessoas de inúmeros países e regiões» (l. 21).
87
1.3 O texto elogia a superioridade e o contributo dos portugueses na construção de um mundo novo, perpas-
sando, no entanto, uma nota de crítica quando se refere
(A) a algumas baixezas do povo português neste processo.
(B) ao plano prévio, bem estudado, para as navegações.
(C) ao esforço para alcançar esse objetivo.
(D) à eliminação dos mitos relativos ao mar.
1.5 Na expressão «as naus […] encontraram a história da África Negra» (ll. 5-6), o autor recorre à
(A) comparação.
(B) ironia.
(C) metonímia.
(D) sinédoque.
1.7 Os vocábulos «rinoceronte» (l. 16) e «antílope» (l. 17), relativamente ao vocábulo «animais» (l. 16), são
(A) hipónimos.
(B) hiperónimos.
(C) merónimos.
(D) holónimos.
2.1 Identifica a função sintática desempenhada pela expressão «em correntes e ventos» (l. 8).
2.2 Classifica a oração «que milhões de pessoas […] pensam e falam em português» (ll.21-22).
2.3 Indica o referente do pronome sublinhado em «considerar como sua» (l. 22).
GRUPO III
Luís de Camões pretende celebrar feitos gloriosos, dignos de louvor, praticados por pessoas valorosas
[…], votadas à dilatação da Fé e do Império, e que conseguiram ultrapassar todas as barreiras (espaciais e
ideais) no mar e em terra, merecendo por isso ser recordadas através dos tempos, ou seja, imortalizadas […].
J. Oliveira Macêdo, Sob o signo do Império, Porto, Edições Asa, 2002, p. 34
Partindo do excerto transcrito e baseando-te na tua experiência de leitura da epopeia de Camões, redige uma
exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, sobre o processo de mitificação do herói em
Os Lusíadas.
88
Teste 6
História trágico-marítima
GRUPO I
Às dez, escureceu por completo; parecia noite. O negro mar, em redor, todo se cobria de espumas bran-
cas; o estrondo era tanto, – do mar e do vento –, que uns aos outros se não ouviam.
Nisto, levanta-se de lá uma vaga altíssima, toda negra por baixo, coroada de espumas; e, dando na proa
com um borbotão1 do vento, galga sobre ela, a submerge, e arrasa. Estrondeando e partindo, leva o mastro
5 do traquete2 com a sua verga e enxárcia; leva a cevadeira3, o castelo de proa, as âncoras; estilhaça a ponte,
o batel, o beque, arrebatando pessoas, mantimentos, pipas. Tudo se quebra e lá vai no escuro. A nau, até o
mastro grande, fica rasa e submersa, e mais de meia hora debaixo de água.
Os sobreviventes, que se arrastavam pávidos, confluem a um padre que se acha a bordo e atropela as
rezas e as confissões. Um relâmpago risca, ilumina a treva: vêem-se todos de joelhos, com as mãos no ar, a
10 pedir misericórdia e a clamar por Deus.
Jorge de Albuquerque, como de costume, falava aos outros para lhes dar coragem. Confiassem em
Deus, – e ao mesmo tempo fossem dando à bomba, esgotando a água que invadira o convés. Enquanto
houver vida – dizia-lhes – trabalhem todos por a conservar. E se Deus dispusesse por outra forma, tivessem
paciência ante os seus decretos: somente Ele sabe o que nos é melhor. […]
15 Mas outro vagalhão se lançou sobre a nau. Cobrindo o convés, arrebatou o mastro grande, verga, vela,
enxárcias, camarotes, borda; levou o mastro da mezena4 com o aparelho todo, uma parte da popa, e tam-
bém um dos franceses dos de maior jerarquia5. Os portugueses que trabalhavam na bomba foram logo
arrojados aqui e além; cobertos pelo mar, todos se convenceram de que se afogariam. Levantaram-se aos
poucos, queixando-se este de que partira um braço, aquele uma perna. […] Fuzilavam relâmpagos; a força
20 do vento, a imensidade das ondas, aterravam os ânimos; a água que entrava vinha cheia de areia. Jorge de
Albuquerque, apesar de tudo, consolava os tristes, afirmando-lhes a esperança de se saírem daquilo. […]
Passados três dias, em que continuamente se deu à bomba, começou enfim a abonançar a procela.
Dos pedaços da ponte que o mar abatera, e de três remos do batel que escaparam do estrago, trataram
logo de improvisar um mastro e armaram nele uma velazinha.
25 Os nossos, então, pensaram em dar cabo dos estrangeiros. Jorge de Albuquerque dissuadiu-os disso. […]
Assim discutiam, travando razões, quando deram vista da nau francesa. Fizeram-lhes fogos. Ela acudiu,
desbaratada também, mas não destroçada como estava a nossa. […]
Dois dias depois, aquietava o tempo. Os corsários, aproveitando a bonança, trataram de descarregar a
«Santo António» das muitas mercadorias que nela vinham, e que haviam escapado do furacão ou do alijar de
30 carga que se havia feito. Até despojaram alguns portugueses dos próprios fatos que traziam vestidos. […]
Negaram-se a prover os desgraçados de algumas coisas que precisavam, […] [e] deram-lhes dois sacos
de biscoito podre; e na segunda-feira, 17 de Setembro, afastou-se a nau deles a todo o pano, e foi-se esba-
tendo na atmosfera turva.
Sumiu-se com ela a esperança dos nossos.
35 Desapareceu, por fim.
«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)» (capítulo V),
História trágico-marítima. Narrativas de naufrágios da época das conquistas,
adaptação de António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa, 2008, pp. 197-202
Por essa altura desencadeou-se então um temporal horrível, e comecei a ver agora o terror e o estupor
mesmo nos rostos dos próprios marinheiros. Embora o comandante tomasse todas as precauções necessá-
rias para a salvação do buque1, quando entrava e saía do seu camarote, ouvi-o por várias vezes exclamar à
minha frente:
5 – Senhor, tende compaixão de nós, ou morreremos todos! Estamos perdidos!
Durante estes primeiros apuros achava-me eu estendido estupidamente no camarote, que ficava na
proa, e não sabia dizer qual era a situação do meu espírito. Não podia pensar sem vergonha no meu pri-
meiro arrependimento, tão depressa esquecido pelo meu coração endurecido. Os horrores da morte, afu-
gentados de mim, tornaram a surgir quando ouvi aquelas palavras do comandante. Saí do camarote para
10 ver o que se passava. Jamais espetáculo tão espantoso me ferira a vista: as ondas, como montanhas, amea-
çavam envolver-nos de um momento para o outro; para qualquer parte que o meu olhar se dirigisse apenas
via desolação. […]
Apesar disso, não devíamos ver-nos já livres de sarilhos: o temporal aumentava com tal fúria que os pró-
prios marinheiros confessaram nunca terem visto outro igual. A nossa embarcação era sólida, mas levava
15 bastante carga e submergia-se muito na água, a tal ponto que os marinheiros gritavam constantemente que
ia soçobrar2. Afortunadamente, eu ignorava então o significado da palavra «soçobrar», até me informar
mais tarde. Entretanto, a borrasca3 era tão violenta que vi o que raras vezes se vê, isto é, que o comandante,
o contramestre e alguns dos marinheiros mais razoáveis se puseram a rezar, como se aguardassem a todo o
instante ver o buque ir para o fundo do mar.
Daniel Defoe, As aventuras de Robinson Crusoe,
Alfragide, Bis, 2009, pp. 11-13
5. Comprova que o narrador do texto assume uma posição quase de espectador ao longo da narração da tempes-
tade.
90
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação cor-
reta.
1.1 O autor refere ser «um lugar-comum o prazer da viagem» (l. 1), afirmação que contrasta com
(A) a aprendizagem feita com as navegações no Mediterrâneo.
(B) a navegação com recurso aos astros.
(C) o medo de enfrentar o desconhecido por falta de recursos.
(D) a promessa de riqueza e bem-estar que as viagens permitem.
91
1.3 Segundo Oliveira Martins, «o sentido da expressão de Ramalho» (ll. 17-18) é
(A) todos os contributos dados pelo Mar para as várias expressões da arte.
(B) todos os contributos dados pelo Mar para a arquitetura.
(C) ter para os portugueses atrativos especiais.
(D) permitir a viagem e o movimento.
1.6 O processo de formação das palavras «cosmógrafos» (l. 7) e «mando» (l. 10) é, respetivamente,
(A) composição morfossintática e derivação não-afixal.
(B) composição morfológica e derivação não-afixal.
(C) composição morfológica e truncação.
(D) derivação por sufixação e derivação não-afixal.
1.7 A palavra sublinhada na expressão «No caso português» (l. 5) desempenha a função sintática de
(A) modificador restritivo do nome.
(B) modificador apositivo do nome.
(C) predicativo do sujeito.
(D) complemento do nome.
2.1 Indica o antecedente do pronome presente em «No entanto, sem o seu conhecimento» (l. 10).
2.2 Identifica a função sintática desempenhada pela expressão «o caminho das conquistas» (l. 15).
2.3 Classifica a oração «que em Portugal se tem escrito em prosa» (l. 20).
GRUPO III
Atualmente, na televisão, nos jornais e na internet, deparamo-nos, frequentemente, com notícias sobre tragé-
dias marítimas e aéreas.
Partindo da afirmação, redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, sobre as desven-
turas na época dos Descobrimentos e as desventuras no século XXI, fundamentando a tua perspetiva com exem-
plos significativos.
92
Soluções
95
3. Sempre que temos um predicativo do complemento direto, pode- 5. a) modificador restritivo do nome; b) modificador apositivo do nome;
mos pronominalizar o complemento direto, mantendo o predica- c) complemento do nome; d) modificador apositivo do nome; e)
tivo do complemento direto. Nos restantes casos, em que temos complemento do nome; f) modificador restritivo do nome.
modificador do nome (que integra o complemento direto), todo o
17. Complemento do adjetivo (p. 33)
complemento direto é pronominalizado (incluindo o modificador).
1.1 Não conseguimos entender a mensagem porque falta infor-
4. (Sugestão).
mação relevante.
a) -na a mais inteligente; b) a lei injusta; c) o Joaquim delegado
de turma; d) o Pedro bonito. 1.2 Exemplos de possíveis respostas:
a) O modo mais eficaz para te tornares útil à tua família é edu-
5. b) A Rita achou que o teste foi fácil.
cares o teu filho.
c) O juiz declarou que a sessão foi aberta.
b) Qualquer homem é capaz de se ajudar a si próprio; mas
d) As crianças acham que a visita é entendiante. contribuirmos para a felicidade de uma sociedade inteira é
e) O professor considera que o Henrique e a Joana são os melho- parecermo-nos com os deuses.
res alunos. c) O amor-próprio é um balão cheio de nada, do qual saem
6. b) O Miguel considera a tarefa excelente. c) A Sara julgou a tempestades quando o picam.
amiga doente. d) Os participantes acharam o congresso um fra- d) Condenados ao amor, condenados ao sofrimento, eis duas
casso. certezas.
7. a) Consideram o mural polémico. Complemento direto – o Originais:
mural; Predicativo do complemento direto – polémico. a) O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o
b) Almada elegeu as figuras humanas […] como o elemento ful- teu filho.
cral do tríptico. Complemento direto – as figuras humanas; b) Qualquer homem é capaz de fazer bem a outro homem; mas
Predicativo do complemento direto – como o elemento fulcral contribuirmos para a felicidade de uma sociedade inteira é
do tríptico. parecermo-nos com os deuses.»
16. Complemento do nome (p. 31) c) O amor-próprio é um balão cheio de vento, do qual saem
tempestades quando o picam.
1.1 Não conseguimos entender a mensagem porque falta infor-
d) Condenados à morte, condenados à vida, eis duas certezas.
mação relevante.
2. Complementos do adjetivo.
1.2 Exemplos de possíveis respostas:
a) Se as portas da alma fossem limpas, tudo apareceria ao 2.1 Grupo preposicional.
homem como realmente é: infinito. 3. a) o aumento do número dos sem-abrigo; b) três partes – intro-
b) A medida de um ser é a dimensão da sua personalidade. dução, desenvolvimento e conclusão; c) resolver; d) suas.
c) Não tenho grande dúvida de que o ser humano vem do 4. a) por ter dito a verdade. b) no projeto de leitura. c) de pensar.
macaco mas o que me inquieta é não saber de onde diabo d) da nossa vitória.
surgiu o macaco.
d) Não sou nem um cidadão português, nem espanhol, sou 4.1 a) e c).
um cidadão da Grécia. 18. Frase complexa: coordenação e subordinação (p. 34)
Originais:
1. a) 8; b) 5; c) 1; d) 6; e) 7; f) 3; g) 4; h) 2.
a) Se as portas da perceção fossem limpas, tudo apareceria
2. e 2.1 a) F (oração subordinada adverbial concessiva); b) V; c) F
ao homem como realmente é: infinito.
(conjunção subordinativa condicional); d) V; e) F (oração
b) A medida de uma alma é a dimensão do seu desejo. subordinada adjetiva relativa restritiva); f) F (subordinada
c) Não tenho grande dúvida de que o homem originou do adverbial consecutiva); g) F (pronome relativo).
macaco mas o que me inquieta é não saber de onde diabo
3.1 c).
surgiu o macaco.
d) Não sou nem um cidadão ateniense, nem grego, sou um 4. d).
cidadão do mundo. 5. b) – oração subordinada adverbial causal./ e) – oração subordi-
1.3 a) Todas, exceto as duas primeiras da d); b) c) ; c) duas nada substantiva completiva.
primeiras da d). 6. a) Tem bons condimentos, logo está apetitosa!
1.4 Complementos do nome. b) Não fumo visto que fumar é prejudicial à saúde!
2. a) Faro cansou-me. b) computador está estragado. c) problemas c) A Joana falou alto para toda a turma a ouvir.
climáticos. d) florestas é lamentável. d) Logo que saia, telefono-te.
3. a) meteorológico; b) turística; c) astrológica; d) científico; e) e) Embora o desgosto tenha sido enorme, ela não desanimou.
portuguesa; f) saramaguiana.
7. a) «As ruas de Sintra ficaram inundadas,» – oração subordi-
3.1 Complementos do nome. nante; «porque choveu fortemente naquele dia.» – oração
subordinada adverbial causal.
4. terrestres.
b) «Hoje está um belo dia,» – oração coordenada; «portanto
4.1 c). podemos ir à praia.» – oração coordenada conclusiva.
96
c) «Mal tu saíste,» – oração subordinada adverbial temporal; f) A explosão fora ouvida.
«ela telefonou.» – oração subordinante. g) Todos os cágados do mundo trouxeram sabedorias antigas.
d) «O Dinis não vê televisão,» – oração coordenada; «nem joga h) Os ngomas de guerra soavam e o soba apanhava os jovens nos
computador.» – oração coordenada disjuntiva. kimbos.
e) «A Lara disse» – oração subordinante; «que queria um bilhete i) Os kimbos foram destruídos por aviões e canhões e as gen-
para o concerto no seu aniversário.» – oração subordinada tes tornaram a se entranhar nas profundezas das Mundas para
substantiva completiva. sobreviver e lutar.
f) «Façamos o projeto» – oração subordinante; «de modo a que j) As razões desta dura guerra contra a fome, o imposto e a pal-
se torne viável.» – oração subordinada adverbial consecutiva. matória têm sido entendidas por Ulume.
g) «Aquele é o local» – oração subordinante; «onde se rodou o k) Os pensamentos e os sonhos dos jovens já não eram controla-
filme.» – oração subordinada adjetiva relativa restritiva. dos pelos mais velhos.
h) «Faz» – oração subordinante; «o que te digo, imediata- l) Não é possível reescrever, pois a frase não tem complemento
mente!» – oração subordinada substantiva completiva. direto.
i) «Hoje choveu» – oração coordenada; «pois as nuvens estavam m) A guerra forçara o esquecimento dos orgulhos de macho.
carregadas.» – oração coordenada explicativa. n) Nenhuma festa era perdida agora por eles, para se desforra-
j) «Este espetáculo foi muito caro,» – oração subordinante; rem dos anos da guerra.
«embora tivesse sido muito bom!» – oração subordinada
adverbial concessiva. 21. Arcaísmos e neologismos (p. 40)
k) «O meu computador era tão bom» – oração subordinante; 1.1 Seriam neologismos, visto que eram vocábulos recentes na
«que quase trabalhava sozinho.» – oração subordinada adver- língua, designando novas realidades, objetos ou conceitos.
bial consecutiva.
1.2 «cousas» – coisas e «fruitas» – frutas.
l) «Os meus primos […] chegaram hoje a Faro.» – oração subor-
dinante; «cujos pais moram em Lisboa» – oração subordinada 1.3 «açougue», que designa «talho».
adjetiva relativa explicativa. 2. Os neologismos são: «maresperantotòtémico», «màlanimató-
m) «Vou pintar as paredes de branco» – oração coordenada; «e grafurriel», «noivadiagem» e «èliòtròpolipo». Foram obtidos
envernizar as janelas.» – oração coordenada copulativa. através da amálgama, como se pode ver através da palavra «noi-
n) «Os jovens dificilmente arranjam emprego cedo,» – oração vadiagem», que resulta de «noiva» + «vadiagem».
subordinante; «o que preocupa os pais.» – oração subordi- 22. Denotação e conotação (p. 41)
nada adjetiva relativa explicativa.
o) «Juro» – oração subordinante; «que nunca mais lá vou!» – 1.1 a).
oração subordinada substantiva completiva. 1.2 b).
p) «Li o livro até ao fim,» – oração coordenada; «mas não gostei
2.1 e 2.2 a) «ondas» – massa líquida que ora se eleva ora se
muito da ação.» – oração coordenada adversativa.
cava na superfície das águas agitadas.
19. Pronominalização (p. 37) b) «onda» – ambiente.
1. a) Quem o matou? b) Podia resolvê-la sem grande dificuldade. 3. a) berço – O meu bebé dorme num berço.
c) Eles tinham sido executados com idêntica precisão. d) Um b) coluna – Este edifício tem apenas uma coluna.
espelho veneziano de moldura dourada devolveu-lhe a sua pró- c) fruto – O meu fruto preferido é o pêssego.
pria imagem. e) Sorriu ao pensar nele. f) César não tinha filhos d) chorar – Chorar significa verter lágrimas.
nem nunca os teria. g) Gostaria de o ver. h) Era conveniente tê-la
pronta. i) Uma recordação fugaz perpassou-lhe na memória. 23. Monossemia e polissemia (p. 42)
j) Sentiram-na sempre entre os dois. k) Julia soube com uma
certeza absoluta que o amava. l) Sem saber muito bem porquê, 1. Palavras monossémicas: c); e).
isso fê-la sentir-se vagamente incomodada. m) Outros atribuí- Palavras polissémicas: a); b); d); f).
ram-na à intriga de caso de amor. n) Meios de informação, revis-
2. a) 4; b) 1; c) 2; d) 3.
tas especializadas, explorá-lo-ão até à saciedade. o) Ficar-te-ei
eternamente grata. 3. a) Todos os dias coloco a minha comida num prato.
b) Adoro este prato que está aqui na ementa.
20. Frase ativa e passiva (p. 38)
c) O meu primo Hugo é um prato. Ninguém o bate a contar anedotas.
1. Ativa – Suku-Nzambi criou aquele mundo. Passiva – Feti, o pri- d) Na banda, adoro tocar o prato!
meiro, no Centro foi gerado pela serpente de água.
4. b).
2.1 b) ; 2.2 d) ; 2.3 c) ; 2.4 d).
3. a) A água para as nakas é tirada desse regato, onde verdejam os 24. Relações semânticas entre palavras (p. 43)
legumes e o milho de bandeiras brancas. 1. a) merónimas; b) holónimas; c) antónimas; d) sinónimas;
b) O kimbo era rodeado por palmeiras de folhas irrequietas. e) hiperónimas; f) hipónimas.
c) Odeia e ama esse instante e dele não pode escapar. 2.1 a) hipónimos… hiperónimo; b) sinónimo; c) antonímia;
d) A existência do cágado velho era conhecida pelos amigos. d) merónimo… holónimo; e) hiperonímia… hiponímia;
e) Ele tinha sido atraído pelos pés dela. f) holónimo … merónimo.
97
3. a) óculos; b) estrofe, verso, sílaba métrica; c) guitarra; d) pes- protegia da chuva e do vento, permitindo-me sair nas estações
coço, crina, crineira, dorso, garupa, casco; e) prancha de surf; mais quentes e também nas mais frias. Enquanto não me ser-
f) capa, contracapa, lombada, badanas; g) bicicleta. visse dele, podia fechá-lo e levá-lo debaixo do braço».
4.1 Mão / face, palma, dedo, unha – relação de holonímia e 4. a) Robinson fugiu num barco, mas arrependeu-se durante a viagem.
meronímia. b) Naufragou numa ilha deserta, quer isto dizer que não teve
uma vida fácil.
Dedo / falange, falanginha, falangeta, unha – relação de
holonímia e meronímia. c) A ilha era muito húmida ou então era muito quente.
d) Não estava sozinho, na verdade encontrou pegadas na praia.
5.1 a) fixa, concentra, fita; b) identifica, distingue, caracteriza;
c) permutável, trocável; d) dirige, guia, encaminha; e) des- e) Viu-se sozinho na praia todo roto, sem dúvida ninguém tinha
caem, suspendem; f) informam, sugerem, comunicam. sobrevivido.
f) Ouvia o som da água, portanto corria um riacho perto.
5.2 «proibido» / «lícito».
g) Cortou folhas de palmeira, em seguida desfiou-as, depois colo-
25. Campo lexical e campo semântico (p. 45) cou-as em cima das traves e por fim amarrou-as com sisal.
1.1 informática, gadgets, APPS, câmaras, smartwatch, drone, 5.1 a) todavia; b) porém; c) Embora; d) Por exemplo; e) uma vez
por exemplo. que; f) ou seja.
2. a). 27. Discurso direto e indireto (p. 50)
2.1 Hóquei em patins. 1.1 O tio Chico perguntou ao Lima como é que ele iria ficar quando
3. a) aluno, professor, quadro, sala, exames, auxiliares de ação edu- ele lhe desse a notícia de que a sogra que ali [na cadeira] se
cativa; b) partitura, clave de sol, nota musical, guitarra, viola, sentara, caíra no chão. O Lima respondeu que depois daria um
ritmo; c) bola, guarda-redes, lateral, titular, médio, clube; jeito naquilo. Disse-lhe que não se preocupasse e que entrasse.
d) onda, prancha, praia, tubos, crista da onda, manobra. 1.2 Mas o tio Chico não gostou muito e disse: «– Estão mal sol-
4. a) 11; b) 5; c) 9; d) 8; e) 1; f) 12; g) 10; h) 2; i) 6; j) 4; dadas e isso é perigoso.»
k) 7; l) 3. 2. a) A irmã dele já tinha gritado que não ia abrir.
5. Resposta livre (sugestão). b) Ele disse que abrira/tinha aberto a porta do corredor, e que
Tens um coração de manteiga (= sensível). O João terminou o um bafo quente lhe tocara/lhe tinha tocado na cara.
namoro com a Maria. Ela tem o coração partido (= triste). Ela fez c) Alguém perguntou se podiam continuar a brincar só mais um
das tripas coração para manter a sua decisão (= fazer de tudo). bocadinho.
O texto do José não tem pés nem cabeça (= sem sentido). A mãe d) O pai da Irene perguntou: «– Onde foste tu?»
furiosa bateu o pé (= aviso). A Marta foi insensível. Deu-lhe com e) Ndalu perguntou à Irene se sabia que ele costumava vir ali
os pés no pior momento da vida dele (= deixou-o, abandonou-o). nos comícios.
26. Articuladores / Conectores do discurso (p. 47) f) Ouvi dizer: «– O pai dela não gosta de negros mas eu até vejo
muitos negros lá na casa dele a beberem e comerem com ele e
1. a) quer… quer… mas; b) Concluindo… para; c) Apesar de; todos riem juntos.»
d) se… e… para… desde já… no caso de… e; e) mas…
segundo… embora… porém. 3.1 c); 3.2 d); 3.3 b); 3.4 a).
2. a) Mas – contraste/ Depois de – tempo/ para – finalidade/ para – 28. Aspetos paratextuais (p. 52)
finalidade. 1.1 • Luísa Costa Gomes (2010) «O Golpe do Ascensor da
b) Quando – tempo/ e – adição/ tão… como – semelhança. Biblioteca» in 1910 – Uma Antologia Literária, Alfragide,
c) também – adição/ então – tempo/ quando – tempo/ a fim – D. Quixote.
finalidade/ conforme – semelhança/ porque – causa/ como – • Rui Roque (s/d) «Vida a bordo» (disponível em http://cvc.
exemplificação. instituto-camoes.pt/navegaport/d36.html e consultado a
d) de tal modo – consequência. 28/ 09/ 2014).
e) Em suma – conclusão/ e – adição. • João Rocha Pinto (1994) «Literatura de Viagens» in Dicio-
3. a) «Após pescar durante algum tempo sem qualquer fruto, uma nário de História dos Descobrimentos Portugueses, Luís
vez que quando sentia algum peixe picar o meu anzol não o de Albuquerque (dir.), vol. II., Alfragide, Caminho, pp.
puxava, receoso de que o mouro o visse, disse a este último: 606-613.
– Aqui não conseguimos nada de jeito». • Sílvia Souto Cunha «Era tão bom se pudéssemos editar a
vida» (entrevista a Miguel Esteves Cardoso) in Visão, maio
b) «Por conseguinte, tomei todas as precauções imagináveis
de 2014, número 1104, pp. 56-60.
para a conservação dos meus bens».
• Raúl Ruiz, real (2010) Mistérios de Lisboa, DVD, Clap Fil-
c) «Assim que saltei para bordo, fizemo-nos à vela».
mes (prod.).
d) «Mudando, enfim, a rota, dirigimos o rumo para NO».
• Jorge Amado (2014) Capitães da Areia, 12.ª ed., Alfra-
e) «Durante a minha ausência da praia temi que as feras me gide, BIS.
tivessem devorado as provisões, contudo no regresso encon-
trei-as intactas». 2.1 Resposta livre.
f) «Em suma, repito que fiz um que me pareceu razoável: estava 2.2 Tiago Salazar (2011) Viagens Sentimentais, 2.ª ed., Alfragide,
coberto de peles com o pelo posto por baixo; de modo que me Oficina do Livro. OU Tiago Salazar, Viagens Sentimentais,
98
2.ª ed., Alfragide, Oficina do Livro, 2011. OU SALAZAR, Tiago A História Trágico-Marítima é um conjunto de narrativas sobre nau-
(2011) Viagens Sentimentais, 2.ª ed., Alfragide, Oficina do frágios nos séculos XVI e XVII, publicado em 1735 e 1736, consti-
Livro. OU SALAZAR, Tiago Viagens Sentimentais, 2.ª ed., Alfra- tuindo um raro testemunho sobrevivente de época importante para
gide, Oficina do Livro, 2011. os estudos históricos, etnográficos e literários.
Os relatos de naufrágios tiveram uma grande tiragem e foram bas-
29. Recursos expressivos (p. 54) tante populares, talvez devido ao facto de serem edições pequenas,
1. a) G. ou D. 2; b) E. 6; c) C. 7; d) F. 3; e) B. 1; f) D. ou G. 5; g) A. 4. baratas e por relatarem acontecimentos dos Descobrimentos, nos
quais estavam envolvidos os portugueses. Outro aspeto que poderá
2. a) 3; b) 5; c) 1; d) 4; e) 2; f) 6. justificar este sucesso é o gosto pela tragédia, que representa uma
2.1 a) eufemismo; b) adjetivação; c) metáfora; d) anáfora; nota dissonante na grandeza dos Descobrimentos portugueses.
e) personificação; f) enumeração. O relato da viagem da Nau de Santo António é um bom exempo des-
tes relatos, contendo informações verídicas sobre os acontecimentos
3. Resposta pessoal. e sobre o contexto histórico a que se somam características ficcionais.
A tese fundamental do texto é que a História Trágico-Marítima é
4. a) interrogação retórica; b) ironia; c) aliteração dos sons con-
um documento valioso para a comprensão da História, mas tam-
sonânticos /v/ e /s/; d) anástrofe; e) metáfora; f) hipérbole; g)
bém para a Literatura.
anástrofe; h) pleonasmo; i) aliteração dos sons /l/ e /z/; j) inter-
rogação retórica; k) alegoria; l) metonímia.
Apreciação crítica I (p. 62)
ESCRITA 1.º Trata-se do quadro do pintor Vladimir Kush, com o título
«A Chave da Paixão». Dois corpos (feminino e masculino)
Exposição I (p. 58) estão ligados por uma chave. As extremidades da chave cons-
1.º O tema da Ambição é sugerido através do salto do peixe de tituem parte do seu corpo e as suas «roupas». Encontram-se
um aquário pequeno para outro maior; a ambição expressa pela num espaço físico fechado. As cores do cenário são castanhas e
imagem estende-se ao mundo dos homens, já que aquela é ine- amareladas, sobressaindo o tom metálico da chave, bem como
rente à condição humana; o seu tamanho exagerado.
2.º desvantangens: ser egocêntrico, querer subir na vida a todo o 2.º Os sentimentos são o amor e a paixão, evidenciados pela ligação
custo; atropelar os pares ou usar meios ilícitos,…; através da chave e do olhar das duas personagens. Por outro lado,
3.º vantagens: melhorar as suas condições de vida, ultrapassar as o quadro apresenta uma certa contenção no relacionamento físico:
dificuldades; progredir académica, profissional ou desportiva- a chave que os une, também os afasta, fisicamente. A chave pode
mente, querer superar-se nos resultados obtidos,…; simbolizar o próprio sentimento «Amor», que une e afasta.
4.º exposição do ponto de vista pessoal. 3.º Estes sentimentos estão em sintonia com os das cantigas de
amor, visto que expressam o amor meramente platónico, espiri-
Exposição II (p. 59) tual, nunca concretizado. À aproximação espiritual contrapõe-
1.º «Ato de colocar algo ou alguém de parte; Tratamento desigual -se o afastamento físico.
ou injusto dado a uma pessoa ou grupo, com base em precon- 4.º Resposta pessoal.
ceitos de alguma ordem.»
2.º Baseada na cor da pele, nos costumes, na religião de uma deter- Apreciação crítica II (p. 63)
minada etnia (exs. etnia negra / indiana; cristãos / muçulmanos…) 1.º Este quadro é da autoria de Salvador Dalí. Intitula-se Máxima
3.º Baseada no estatuto social, opções individuais de vida (exs. Velocidade da Madonna, de Raphael, e foi pintado em 1954.
exclusão social, bullying, orientação sexual, …) É composto por uma variedade de formas geométicas, de várias
4.º Ações de sensibilização, campanhas publicitárias, etc. cores, em suspensão, sobre um fundo azul do mar e do céu. Em
Síntese I (p. 60) cima, podemos ver um arco dourado.
2.º Naquilo que aparenta ser apenas um aglomerado aleatório de
A crónica de Ricardo Araújo Pereira, «Boca do Inferno», publicada na
sólidos / formas geométricas, se observarmos com atenção,
Visão, trata o tema do discurso dos comentadores desportivos, mar-
conseguimos reconstituir um rosto feminino e um arco que nos
cada pela inserção de aspetos líricos e de fórmulas linguísticas padrão.
remete para o santidade dessa figura.
Logo de início, confessa preferir o futebol de rua, na sua forma mais
3.º O título é adequado, pois as formas em suspensão parecem
pura, isento de comentários culturalmente elevados.
estar em rotação, em movimento rápido, tal como é antecipado
Seguidamente, apresenta algumas construções do discurso, típi- pelo título – Máxima Velocidade.
cas destes comentários – começando frases com o infinitivo verbal
4.º Resposta pessoal.
e fórmulas poéticas inovadoras do género «O [inserir nome do joga-
dor] é um [inserir metáfora] em forma de jogador de futebol.».
Apreciação crítica III (p. 64)
Esclarece que há um método infalível para saber se certas expres-
sões entraram no discurso dos apreciadores de futebol – é quando 1.º Trata-se de um cartoon de Marija Dokmanovic, publicado no
as podemos ouvir no café. Tal não aconteceu com a dita fórmula. World Press Cartoon; nele estão representados dois apaixonados,
Refere-se, ainda, ao facto de quererem estragar o futebol com alta uma vez que o espaço que existe entre eles está preenchido com
cultura, inserindo Shakespeare nos comentários, destacando o facto um coração; todavia, os dois estão separados: encontram-se de
do nome do autor estar incorretamente escrito – Sheakespeare. costas um para o outro e cada um está frente ao computador.
Finalmente, expressa a sua preferência pela discussão de café, 2.º O que os separa pode ser físico (a distância) e, por isso, recor-
mais próxima do futebol de rua. (165 palavras) rem às novas tecnologias para superar esse afastamento; outra
leitura possível dá a entender uma distância «virtual», suben-
Síntese II (p. 61) tendendo-se que a tecnologia pode prejudicar as relações inter-
O texto de Maria Angélica Madeira, «Notícia sobre a História Trá- pessoais/amorosas.
gico-Marítima», aborda a obra compilada por Bernardo Brito. 3.º Comentário pessoal.
99
TESTES 2.1 Oração subordinada substantiva completiva.
100
coesão («todos feitos duu~ coraçom», l. 21). Dá-se o crescendo didascália), revelando desconhecer a utilidade de tal objeto
da fúria («que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e («Eu cuido que nam estou bem», v. 10; «E que val aqui u~a
queimar o treedor e a aleivosa», ll. 27-28), a confusão («Ali destas?», v. 7). Cai ainda no ridículo por ter deixado roubar as
eram ouvidos brados de desvairadas maneiras», l. 24; «era o peras que trazia para Inês («Nunca tal me aconteceu. / Algum
arroido atam grande que se nom entendiam uu~s com os outros, rapaz mas comeu», vv. 42-43). Apresenta-se como homem
nem determinavom neu~a cousa», l. 29) e a irracionalidade de bem, honesto e de boas intenções («e desejo ser casado»,
(«dizendo que as britassem para entrar dentro», l. 25). v. 23; «e eu de bem er também.», v. 28; «se lhe vem milhor
ninguém», v. 30). Sofre com a rejeição de Inês e promete não
Grupo I – B casar até que esta o aceite («inda que saiba estalar / e prometo
nam casar / até que vós nam queirais», vv. 78-80).
4. O povo encontra-se desesperado pela falta de mantimentos
(«Assi que rogavom a morte que os levasse, dizendo que melhor 2. Inês recusa Pero Marques, acha-o um «Jão das Bestas» (v. 8),
lhe fora morrer, que lhe seerem cada dia renovados desvairados pela atitude assumida perante a cadeira, e é com relutância
padecimentos», ll. 9-11), os pais e as mães angustiados por que segura as «peas» que ele traz no capuz. Ironiza sobre as
verem os filhos a sofrer com fome («Os padres e madres viiam condições em que as peras viriam («Fresco vinha o presente /
estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces com folhinhas borrifadas», vv. 48-49), mas Pero nem sequer
e peitos sobr’eles», (ll. 15-16) sentem-se impotentes por os se apercebe da crítica («Nam qu’elas vinham chentadas / cá
não poderem ajudar («nom teendo com que lhe acorrer, senom no fundo no mais quente», vv. 50-51). E, finalmente, depois
planto e espargimento de lagrimas», ll. 17-18). Por outro lado, do diálogo subsequente à saída da mãe, Inês troça dele por
havia o medo da vingança do rei de Castela, se a cidade fosse desdenhar o que todos procuram, quando este revela uma
tomada («medo grande da cruel vingança que entendiam que grande inquietação por estar sozinho com ela («Quam desviado
el-Rei de Castela deles havia de tomar», ll. 17-18). Contudo, este está / Todos andam por caçar / suas damas sem casar /
o povo tinha sempre presente um espírito de solidariedade e este tomade-o lá», vv. 62-65), e despacha-o sem remorsos:
(«Esforçavom-se uu~s por consolar os outros», l. 5) e, acima «Homem nam aporfieis / que nam quero nem me praz / Ide
de tudo, uma grande coragem e disponibilidade, quando se casar a Cascais», vv. 74-76).
tratava de defender o seu país («quando repicavom, neuu~ 3. Cómico de linguagem: utilização de certas frases proferidas por
nom mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus Pero («eu vos escrevi de lá / u~a cartinha senhora / assi que e
e~migos», ll. 4-5). de maneira», vv. 3-5; «Nam qu’elas vinham chentadas / cá no
5. O cronista pretende realçar a impotência do Mestre e do seu fundo no mais quente», vv. 50-51) e por Inês («Oh Jesu que
Conselho («veendo estes males a que acorrer nom podiam», Jão das Bestas», v. 8; «Fresco vinha o presente / com folhinhas
ll. 12-13) perante as informações recebidas, dolorosas de borrifadas», vv. 48-49; «e este tomade-o lá», v. 65; «Ide casar
ouvir («eram-lhe doorosas d’ouvir taes novas», l. 12), sobre a a Cascais», v. 76).
situação de carência em que o povo se encontrava. O uso da Cómico de caráter: concretiza-se na figura de Pero Marques,
metáfora, presente em «çarravom suas orelhas do rumor do homem simplório, com um comportamento desastrado,
poboo» (l. 13), reforça esta incapacidade de tomar medidas não aproveita o facto de ficar sozinho com Inês, ficando,
que resolvessem ou atenuassem a gravidade da situação. inclusivamente, pouco à vontade e, ingénuo, porque não vê
maldade na forma como é tratado por Inês.
Cómico de situação: desconhecimento de Pero da utilidade
Grupo II de uma cadeira, sentando-se de costas para Inês e sua Mãe; a
1.1 (B); 1.2 (D); 1.3 (C); 1.4 (A); 1.5 (B); 1.6 (A); 1.7 (C). atrapalhação deste, o desagrado de Inês e os objetos que muito
provavelmente caem no chão; a atrapalhação de Pero, após a
2.1 Modificador apositivo do nome. saída da Mãe, deixando-os a sós, ao querer partir «antes que
2.2 «grandes cenas» (l. 9). venha o escuro» (v. 70) «não diga algum demo alguém» (v. 55)
e consequente troça de Inês.
2.3 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
Grupo I – B
Grupo III
4. No primeiro encontro com o Ermitão, Inês revela a sua intenção
Resposta pessoal. de ir ter com ele («I-vos meu santo / que eu irei um dia destes
/ muito cedo muito prestes», vv. 18-20) e, após este, o marido
diz-lhe para se ajeitar: («Corregê vós esses véus / e ponde-vos
TESTE 3 (p. 74) em feição», vv. 25-26). Depois, Inês pede ao marido que a
Gil Vicente leve à ermida em romaria, tendo ela intenção de ir ter com o
Opção 1 – Farsa de Inês Pereira amante («Que houvésseis por prazer / de irmos lá em romaria»,
vv. 29-30). Finalmente, ao longo do percurso, Inês canta uma
Grupo I – A música que insinua sua infidelidade ao marido («Marido cuco
me levades», v. 55; «sempre fostes percebido / pera gamo»,
1. Pero Marques é um proprietário abastado («Mais gado tenho
vv. 60-61 «sempre fostes percebido / pera cervo», vv. 67-68.
eu já quanto / e o mor de todo o gado», vv. 20-21), bronco,
«Cuco», «gamo» e «cervo», gíria da época para «enganado»).
pois desconhece as regras da convivência, caindo no ridículo
pela maneira como fala («Nam qu’elas vinham chentadas / cá 5. O ditado «Mais quero asno que me carregue que cavalo que me
no fundo no mais quente», vv. 50-51) e porque revela nunca derrube» não podia ser melhor representado do que na última
ter visto uma cadeira ao sentar-se nela ao contrário e de costas cena da obra quando o marido carrega Inês em ombros até ao
para Inês e para a Mãe («Assentou-se com as costas pera elas», amante, fazendo-o com submissão e delicadeza. Ao longo do
101
percurso, Inês canta uma música que insinua sua infidelidade Grupo III
ao marido e ironiza a mansidão de Pero («Carregado ides
Farsa de Inês Pereira
noss’amo / com duas lousas», vv. 62-63) e este, ingénuo,
«asno», ainda canta com ela «Pois assi se fazem as cousas», – Para Inês, o seu marido não tem de ser rico, mas ser sensato
terminando como um homem tolo e enganado pela mulher. e saber estar em sociedade: Pero Marques é o oposto do ideal
de marido de Inês, pois não é «avisado» nem «discreto»,
mostrando-se um simples campónio; o Escudeiro é galanteador,
Opção 2 – Auto da Feira como Inês prefere;
– o pretendente ideal para a Mãe: rico, procurando a sua própria
Grupo I – A estabilidade económica;
1. Serafim não lhe exige a moeda que está habituada a manusear, – o papel de Lianor Vaz e dos Judeus: alcoviteira e casamenteiros,
ou seja, os valores materiais, mas pede-lhe em troca da paz tão a primeira sem qualquer interesse, os segundos por dinheiro;
desejada uma «santa vida»: os valores espirituais. Gil Vicente, – postura de Inês em relação aos dois casamentos: ao casar com
através de Serafim, critica severamente Roma, primeiro ao o Escudeiro, pensava que iria ter uma vida desafogada e livre,
duvidar se ela trará consigo a «santa vida» («mas nam sei se a acontecendo o oposto, tendo alcançado o seu objetivo depois de
trazeis», v. 15), depois ao afirmar que ela anda em «guerra com casar com Pero Marques;
Deos» (v. 17), indicando ser o seu comportamento inadequado
– casamentos por conveniência, visando somente a obtenção de
à sua posição.
privilégios materiais;
2. Mercúrio acusa Roma de não se reconhecer como pecadora («e വ…
leixas viver os teus», v. 40), consequência da aplicação das
indulgências («que matas pecados cá», v. 39; «com teu poder Auto da Feira
facundo / assolves a todo o mundo», vv. 42-43) e, como tal,
വAmâncio Vaz e Denis Lourenço pretendem feirar as suas
não se aperceber da sua perdição («e nam te lembras de ti /
mulheres; o primeiro considera a sua mulher extremamente
nem vês que te vás ao fundo», vv. 44-45).
«brava», autoritária e violenta; o segundo acha a sua muito
3. O Auto da Feira é uma moralidade por permitir recolher «mansa» e desastrada;
ensinamentos religiosos, no caso de Roma, através do recurso വBranca Anes e Marta Dias: a primeira considera o seu marido um
às alegorias. Assim, o cofre oferecido a Roma, alegoria da Corte parasita, que nada faz; a segunda, nada diz, pois era «mansa»
Pontifícia, que contém um espelho, símbolo da introspeção como o marido dizia;
necessária para se ser absolvido, simboliza a ausência de
വvisão da mulher apresentada por Dorotea (mentalidade da
consciência do seu estado. Contém também os conselhos de
época): os dotes físicos e materiais são essenciais para se
Mercúrio: deve mudar o seu comportamento, pois se continuar
arranjar um bom partido, colocando-se o caráter em segundo
a agir daquele modo só encontrará a sua perdição; a sua atual
plano;
condição é consequência da sua atuação, da sua traição a
Deus, e não de fatores externos; quem estiver bem consigo, വtodas as personagens pretendiam um bom partido, mas em
não procurando a guerra contra os seus, nada deve temer, pois ambos os casais, os personagens demonstram insatisfação
terá sempre a paz com Deus. Em suma, o ensinamento a retirar perante o seu respetivo cônjuge; apesar de se terem dirigido à
por Roma será levar uma vida pautada pelo Bem, pelos valores feira com a intenção de resolverem a sua situação, no fundo,
espirituais, alcançando, assim, a paz tão desejada. sabem que o casamento é indissolúvel segundo as convenções
religiosas; crítica-se aqui o convencionalismo da harmonia
conjugal.
Grupo I – B
വ͙
4. As moças recusam as virtudes oferecidas por Serafim, pois,
segundo Dorotea, estas não a ajudarão a arranjar um bom
partido, mas sim os seus dotes físicos e materiais («quem tiver TESTE 4 (p. 81)
muito de seu / e tam bôs olhos como eu / sem isso [as virtudes] Luís de Camões – Rimas
casará bem», vv. 8-10). Esta resposta espelha a mentalidade
da época, ao depreciar os dotes morais. Grupo I – A
5. A resposta de Teodora releva que quem é bom receberá 1. Na primeira estrofe há um contraste entre a forma como
gratuitamente da Virgem as virtudes vendidas por Serafim («e o sujeito poético perceciona a sua vida, como uma
as graças que dizeis / a virgem as dá de graça», vv. 16-19), «peregrinação cansada» (v. 2), afigurando-se longa por ter
sendo esta a moralidade da peça, pois no reino espiritual nada sido um percurso difícil e de sofrimento («Oh! Como se me
deve ser associado ao comércio, à troca, uma vez que só uma alonga, de ano em ano», v. 1), e o pouco tempo restante
vida santa e simples conduz à felicidade e ao Céu. («como se encurta», v. 3), sentindo estar próximo da morte
(«como ao fim caminha», v. 3). Conclui que a sua vida, o
seu «breve e vão discurso humano» (v. 4), foi curta perante
Grupo II
o que desejaria concretizar e inutilmente gasta, por não ter
1.1 (D); 1.2 (C); 1.3 (B); 1.4 (A); 1.5 (C); 1.6 (A); 1.7 (A). alcançado o desejado.
2.2 Adjetivo relacional. 2. O sujeito poético sente-se desgastado física e psicologicamente
o que lhe intensifica o sofrimento («cresce o dano», v. 5).
2.2 Oração subordinada adverbial comparativa.
A sua esperança vai-se desvanecendo («perde-se-me um
2.3 Complemento oblíquo. remédio que inda tinha», v. 6), pois as experiências vividas
102
ensinaram-lhe que a esperança é um «grande engano» TESTE 5 (p. 85)
(v. 8), pois sabe ser difícil, quase impossível, alcançar o que Luís de Camões – Os Lusíadas
se deseja.
3. O sujeito poético apresenta a sua vida como uma busca Grupo I – A
incessante da felicidade; uma vida cheia de obstáculos («no
meio do caminho […] / mil vezes caio», vv. 10-11), que lhe 1. O Poeta, a propósito da traição de que foi alvo Vasco da Gama,
retiram o ânimo e a vontade de vencer («me falece», v. 10; que permanece nas naus por já não confiar no «cobiçoso»,
«perco a confiança», v. 11). Estes obstáculos retardam-no, «corrompido» e «pouco nobre» Catual, apresenta uma reflexão
afastando-o do «bem» que tenta vislumbrar (v. 13), mas não acerca do efeito corruptor do ouro/dinheiro, que tanto sujeita
consegue, perdendo a esperança de alguma vez o alcançar os ricos como os pobres. Para provar a sua tese, apresenta três
(«da vista se me perde e da esperança», v. 14). exemplos:
വa cobiça do rei da Trácia que matou Polidoro e que ficou com
o ouro que o pai deste lhe enviara em troca da libertação do
Grupo I – B filho (est. 97, vv. 1-2);
4. No mote, o sujeito poético elogia os olhos verdes da amada വa sedução pelo ouro (Júpiter metamorfoseou-se numa chuva
(«meu coração», v. 4), cuja cor e beleza são comparadas à de ouro) que conduziu à gravidez da filha de Acrísio e
verdura do campo. Na primeira volta, apresenta um cenário consequentemente à morte de seu pai, cumprindo-se, assim,
bucólico: o gado e as ovelhas a pastar nos belos campos a profecia do oráculo (est. 97, vv. 3-4);
verdejantes, cuja cor lhe trazem à memória a sua amada («[…] വa ganância que conduziu Tarpeia a trair os seus, ao entregar
lembranças / do meu coração», vv. 11-12). Na segunda volta, Roma aos inimigos, a troco de joias (est. 97, vv. 5-8).
o sujeito poético projeta na natureza, que observa e que o
envolve, os encantos dos olhos da sua amada, responsáveis 2. A repetição do pronome «Este» reforça a ideia da influência
pela sua cor e pela sua beleza: «são graças dos olhos / do meu negativa que o ouro exerce sobre as pessoas, enumerando os
coração» (vv. 19-20). efeitos provocados pela cobiça e fazendo recair sobre o ouro a
culpa de grandes males:
5. O paralelismo existente é evidente na invocação dos vários
elementos da natureza («campo», «ovelhas», «gado»), വfaz com que fortalezas bem guarnecidas se rendam (est. 98,
lembrando o sujeito poético às ovelhas e ao gado que se v. 1);
alimentam e se mantêm vivos («d’ervas vos mantendes», വconduz à traição e à falsidade entre amigos (est. 98, v. 2);
v. 9; «vosso mantimento», v. 15) graças à verdura do campos വtransforma o mais nobre em vilão (est. 98, v. 3);
que o verão torna possível, tal como o seu sentimento amoroso
വsob a sua influência, homens entregam Capitães aos inimigos
permanece vivo através das recordações da mulher amada («e
(est. 98, v. 4);
eu das lembranças / do meu coração», vv. 11-12).
വcorrompe o que é puro, perdendo assim a honra e a boa fama
(mulheres) (est. 98, vv. 5-6);
Grupo II വtem influência sobre as ciências (quando há interesses
1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (A); 1.4 (B); 1.5 (C); 1.6 (A); 1.7 (D). escondidos), retirando objetividade às mesmas (est. 98,
vv. 7-8).
2.1 Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente.
3. Crítica presente na estância 99, relativamente aos efeitos do
2.2 Complemento oblíquo. ouro/dinheiro: tem influência na interpretação dos textos (vv.
1-2); corrompe a justiça (v. 2); por ele, as pessoas mentem,
2.3 «este homem» (l. 20).
jurando em falso (v. 3); transforma os reis em tiranos (v. 4); e
corrompe os elementos de igreja (vv. 5-8).
Grupo III
വreflexão sobre a vida pessoal: o sujeito poético revela o seu Grupo I – B
mundo, por vezes hipertrofiado com todo o seu saudosismo,
os seus amores e desenganos, as referências à vida pessoal, à 4. O Poeta pede humildemente a D. Sebastião que atente na sua
frustração, ao pessimismo e à revolta contra o destino. obra. Nela verá o canto ao valor dos Portugueses (est. 9, vv.
6-8) e um exemplo de patriotismo movido pelo amor à Pátria
– «Erros meus, má fortuna, amor ardente»: procura explicar a
e não por qualquer recompensa pecuniária (est. 10, vv. 1 e
infelicidade que se abateu sobre si, os motivos conducentes
2). Afirma desejar ser conhecido como divulgador dos feitos
à sua infelicidade (os seus próprios erros, a má sorte e o amor
da gente Lusa. Através do seu canto, o rei poderá aperceber-
excessivo), exprimindo um forte desejo de vingança, pela dor
-se do grandioso valor do povo que governa (est. 10, vv. 4-8).
sofrida ao longo de toda a sua vida;
– «O dia em que nasci moura e pereça»: revolta-se contra o 5. A apóstrofe «Sublime Rei» introduz uma exortação a
destino, rejeitando a repetição do dia do seu nascimento. Caso D. Sebastião para que também ele se torne digno de ser
esse dia se repita, que seja apocalíptico, pois terá nascido o ser cantado (v. 4) através de feitos grandiosos, prosseguindo com
humano mais desgraçado de todos (ele próprio). as conquistas e vitórias, tanto nas terras de África como nos
mares do Oriente (vv. 4-8).
–…
103
Grupo II («confluem a um padre que se acha a bordo e atropela as rezas
e as confissões», ll. 8-9; «vêem-se todos de joelhos, com as
1.1 (B); 1.2 (C); 1.3 (A); 1.4 (D); 1.5 (C); 1.6 (B); 1.7 (A).
mãos no ar, a pedir misericórdia e a clamar por Deus», ll. 9-10)
2.1 Predicativo do complemento direto. e, depois da segunda onda, novamente o pânico («aterravam
os ânimos», l. 20). Jorge de Albuquerque demonstra a sua
2.2 Oração subordinada substantiva completiva. racionalidade ao opor-se à morte dos franceses («dissuadiu-
2.3 «parte da história deste povo antigo». -os disso», l. 25), enquanto os restantes o desejavam («Assim
discutiam, travando razões», l. 26).
3. Recurso expressivo: metáfora; valor expressivo: realçar o
Grupo III
desespero dos portugueses que, vendo a sua embarcação
വAo longo da obra, Camões mitifica o herói, iniciando na destruída, se veem despojados da esperança de salvação ao
Proposição e prosseguindo nas reflexões feitas no final do canto serem abandonados à sua sorte, quando a nau francesa se
I, quando se debruça sobre a fragilidade do ser humano, apesar afasta com toda a sua carga e víveres.
dos limites da condição humana: o homem, «bicho da terra tão
pequeno», consegue atingir a grandeza e a imortalidade;
വa narração retrata um grupo de navegadores, comandado por Grupo I – B
Vasco da Gama, que enfrenta os diversos perigos que surgem 4. O texto B relaciona-se com o A, pois ambos relatam os perigos
no seu caminho e no cumprimento da sua missão, superando-os pelos quais passam os marinheiros durante uma tempestade.
com determinação e coragem; No texto A fala-se de ondas altíssimas, à semelhança do texto
വpelo cumprimento da sua missão heroica, os portugueses são B que refere «ondas, como montanhas» (l. 10). No texto A,
premiados enquanto heróis com a Ilha dos Amores, símbolo do depreende-se que, ao longo da tempestade, o excesso de carga
sonho concretizado, onde o ser humano é colocado ao nível dos terá contribuído para a submersão de parte da nau («trataram
deuses, alcançando o Amor, a Beleza, a Felicidade e a Harmonia de descarregar a “Santo António” das muitas mercadorias
absolutas; que nela vinham», ll. 28-29) e no texto B fala-se do risco
വrevelação a Vasco da Gama por Tétis do significado da Máquina desta «soçobrar» (l. 16) com o excesso de carga. Para além
do Mundo, ao qual têm acesso apenas aqueles que chegaram do exposto, os marinheiros, em ambos os textos, encontram-
«além do que prometia a força humana». -se atemorizados com a tempestade (Texto A: «pávidos» (l. 8),
«aterravam os ânimos» (l. 20); Texto B: «o terror e o estupor
വ… mesmo nos rostos dos próprios marinheiros», ll. 1-2), pedindo
misericórdia a Deus (Texto A: «a pedir misericórdia e a clamar
por Deus», ll. 9-10; Texto B: «– Senhor, tende compaixão de
TESTE 6 (p. 89)
nós»; «se puseram a rezar», ll. 5-18).
História Trágico-marítima
5. O narrador, ao longo do excerto, parece estar a descrever algo
como observador e não participante. Refere o terror visível no
Grupo I – A rosto dos marinheiros, o medo do comandante, e na descrição da
tempestade, quando sai do camarote, refere só ver «desolação»
1. Adversidades com que os portugueses são confrontados: e revela a estranheza de ver «o comandante, o contramestre
e alguns marinheiros mais razoáveis» (l. 18) a rezar, perante
വa tempestade: uma primeira onda muito alta que submerge a
o naufrágio iminente. Somente uma vez é referido o medo
nau e, juntamente com o vento forte, destrói parte da proa da
da morte, após ouvir o comandante rezar pela primeira vez.
nau, matando vários homens; nova onda que destrói o mastro
Mesmo quando reconhece desconhecer «afortunadamente»
principal, a popa, arrasta um dos franceses para o fundo do mar
(l. 16) o significado da palavra «soçobrar» l. 16), fá-lo com
arremessa os portugueses, responsáveis por dar à bomba, de um
uma certa ligeireza, como se o cenário aterrorizador em que se
lado para outro;
encontrava não bastasse para se sentir com medo.
വapós a tempestade: foram saqueados pelos corsários que lhes
levaram as roupas que traziam vestidas, deixando-lhes somente
sacos de biscoito podre. Grupo II
2. Jorge de Albuquerque revela ser corajoso e determinado, pois 1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (A); 1.4 (C); 1.5 (D); 1.6 (B); 1.7 (D).
procura encorajar os marinheiros durante a tempestade («Jorge 2.1 Infante D. Henrique.
de Albuquerque, como de costume, falava aos outros para
lhes dar coragem», l. 11), incitando-os a lutar pela vida ao 2.3 Predicativo do sujeito.
trabalharem para retirar a água que inundava a nau («Enquanto
2.3 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
houver vida – dizia-lhes – trabalhem todos por a conservar», ll.
12-13) e, após a segunda vaga destruidora, «afirmando-lhes a
esperança de se saírem daquilo» (l. 21), numa tentativa de os
Grupo III
consolar. Contrariamente, os marinheiros estavam aterrorizados
(«se arrastavam pávidos», l. 8), por isso dirigem-se a Deus Resposta pessoal.
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