Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Campos do Conhecimento da Língua Portuguesa3
Fonética/Fonologia3
Contagem de Letras e Sons3
Morfologia5
Estilística6
Semântica7
Compreensão e Interpretação de textos7
CAMPOS DO CONHECIMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA
A gramática é o conjunto de regras utilizado para escrever e falar corretamente a língua
segundo os padrões da norma culta. Ela trata da sistematização da língua em níveis
fonológico, mórfico, sintático, semântico, léxico, discursivo e estilístico.
A seguir, contextualizo brevemente os níveis mais estudados em preparatórios para
concursos. Esta aula é apenas uma introdução ao tema, trabalharemos esses níveis de
maneira mais aprofundada no decorrer do curso.
FONÉTICA/FONOLOGIA
A fonética (ou fonologia) é o estudo da produção, emissão e articulação dos sons da língua.
Neste nível estudamos como os sons são organizados dentro de uma palavra para produzir
diferentes significados, inclusive por meio da acentuação gráfica.
Na língua portuguesa, as palavras são formadas por letras (representações gráficas) e sons
(representações sonoras ou fônicas). Em matéria de fonologia, geralmente as provas cobram
questões sobre a contagem de letras e fonemas. Assim, existem alguns pontos que devem
ser observados para que essa contagem seja efetuada de forma correta.
Contagem de Letras e Sons
Para chegar ao número de letras em uma palavra, basta contá-las. Para chegar ao número de
fonemas, no entanto, é necessário pronunciar a palavra de modo a sentir quais sons são
emitidos. Ao fazer a contagem, observe os seguintes pontos:
1.O fonema pode ser representado por uma única letra. Exemplo: a palavra “árvore” tem 6
letras e 6 fonemas.
Palavra:Á R V O R E
Letras:1 2 3 4 5 6
Fonemas (sons):[á] [r] [v] [o] [r] [e]
2.Um único fonema pode ser representado por mais de uma letra - DÍGRAFO Exemplo:
a palavra “carro” tem 5 letras e 4 fonemas. O agrupamento de duas letras
formando um único fonema é chamado de dígrafo.
Palavra:C A R R O
Letras:1 2 3 4 5
Fonemas (sons):[k] [a] [r] [o]
3.Uma única letra pode expressar dois fonemas - DÍFONO
Exemplo: a palavra “táxi” tem 4 letras e 5 fonemas. Esse processo é chamado de difono.
Palavra:T Á X I
Letras:1 2 3 4
Fonemas (sons):[t] [á] [k] [s] [i]
A seguir, providenciei um quadro com algumas dicas e exemplos que podem auxiliar você a
compreender melhor como é feita a contagem dos fonemas.
MORFOLOGIA
A morfologia é o estudo da forma dos vocábulos. Por meio da morfologia, podemos
compreender como as palavras se formam, quais são os processos, quais mudanças elas
sofrem e como se dividem em classes ou grupos.
As palavras se formam a partir de unidades menores, fixas, que são os morfemas. A esses
morfemas damos o nome de desinências, radicais, afixos, vogal temática etc.
Exemplo: a palavra inconstitucional é formada por quatro unidades menores:
in+constitu+cion+al.
Existem três tipos de morfemas: lexical, derivacional e flexional. Vamos falar um pouco sobre
cada um deles.
Morfema lexical
O morfema lexical é o mais importante dentro de uma palavra, pois carrega o significado e
serve de base para os demais morfemas. Ele é o “radical” da palavra. Os morfemas lexicais
não podem ser fragmentados, por exemplo, o morfema lexical em livro é “livr”, a partir dele,
e com a junção de outros morfemas, ocorre a formação de novas palavras (livrinho, livreiro,
livraria).
Morfema Derivacional
É o morfema que se une ao morfema lexical para formar novas palavras, como os prefixos e
sufixos. Uma palavra é derivada de outra quando acrescida de um morfema derivacional.
Exemplo: normal – anormal; constitucional – constitucionalismo.
Morfema Flexional
Uma palavra é flexionada quando há o uso de desinências, que são os morfemas que indicam
o gênero e o número dos nomes, além do modo, tempo, número e pessoa dos verbos, sem
alterar a classe gramatical. O morfema flexional é a pequena parte de uma palavra que
carrega esses conhecimentos e nos permite identificar a classe das palavras.
É muito importante saber identificar a classe gramatical das palavras para ter domínio da
língua e para saber identificar a função sintática que as palavras exercem em uma frase. A
morfologia nos permite fazer isso, ela é a parte da gramática que serve de alicerce para a
língua portuguesa.
Exemplo: é preciso saber o que é um adjetivo para poder dar função sintática a ele.
ESTILÍSTICA
A estilística é a parte da gramática que trata do estilo, das estratégias artísticas usadas na
língua, tais como as figuras de linguagem, os paralelismos, as metáforas etc. É considerada
uma das modalidades mais complexas da língua portuguesa.
SEMÂNTICA
A semântica é o campo da gramática que trata da significação das palavras, de forma
isolada ou em contexto. As palavras podem ter diversas acepções, tudo depende do contexto
em que estão inseridas, por isso a semântica trata das diversas possibilidades de
significação, envolvendo nosso conhecimento de mundo e fatores extralinguísticos, como a
região em que vivemos, o grupo social ou profissional a que pertencemos, entre outros.
Alguns fatores gramaticais também podem contribuir para a alteração do significado das
palavras. Podemos citar como exemplo:
a acentuação gráfica - sábia (sabedora) e sabiá (pássaro).
posição da sílaba tônica – dúvida (incerteza) e duvida (verbo duvidar).
o gênero – a rádio (emissora) e o rádio (aparelho).
a posição de certas palavras – eu gosto de ficar só (sozinho) e eu só ouço rock
(somente).
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Um texto é um conjunto de frases que estabelecem relações ao dialogarem entre si. Essas
frases soltas podem, sozinhas, gerar uma interpretação distinta, mas dentro de um texto,
alinhadas ao todo, tomam um sentido específico.
Assim, para a interpretação textual, é importante não se apegar às partes soltas do texto, mas
sim estar atento ao contexto e aos elementos extralinguísticos. Além disso, para interpretar
bem, é necessário praticar, ler muito e ler diversos tipos de textos. Quanto maior for o seu
conhecimento de mundo e a sua familiaridade com os gêneros textuais, maior será sua
capacidade de compreensão e de interpretação de textos. Ademais, conhecer as
características dos tipos e gêneros textuais é uma excelente estratégia para decodificar
textos.
É importante destacar aqui a diferença entre compreensão e interpretação de textos. Entenda:
COMPREENSÃO: as questões de compreensão demandam que o leitor olhe
para dentro do texto e se limite a respondê-las de acordo com o que está
explicitamente escrito. Os comandos para esse tipo de questão costumam
direcionar o leitor para determinada informação.
Exemplos de comandos:
segundo o texto;
de acordo com o texto;
na linha;
no período....
INTERPRETAÇÃO: as questões de interpretação exigem que o leitor olhe para
fora do texto, pois a interpretação vai além do texto.
Exemplos de comandos:
infere-se;
interpreta-se;
analisa-se.
Caros alunos, esta aula é um breve resumo das modalidades que estudamos ao longo do
nosso curso de língua portuguesa. Desejo um ótimo estudo, um forte abraço e até mais!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Relacionamento – Função Sintática3
Classe Gramaticais3
CLASSES VARIÁVEIS4
Substantivo4
Numeral4
Adjetivo4
Artigo 5
RELACIONAMENTO – FUNÇÃO SINTÁTICA
A modalidade que estuda a função sintática é a sintaxe, o “x” da palavra Sintaxe tem som de
(ss), porque esse termo é antigo e já existia na estrutura militar, sendo que era a famosa
reunião de grupamento, e por uma reunião ser um intervalo de tempo para as pessoas se
relacionarem, sintaxe tem som de “ss”. A Sintaxe não é sintática, ela é morfossintática. Na
oração:
•João quebrou uma cadeira.
Sintaticamente “João” é um sujeito, mas morfologicamente ele é um substantivo. A palavra
“função” ou “valor”, carrega três funções:
1.FUNÇÃO MORFOLÓGICA: Classes gramaticais (substantivo, adverbio, adjetivo, pronome,
numeral, verbo, entre outros);
2.FUNÇÃO SEMÂNTICA: Sentido (vai depender do contexto de cada frase);
3.FUNÇÃO SINTÁTICA: Termos da oração (sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto,
adjunto adverbial, adjunto nominal, complemento nominal, predicativo, entre outros).
Classe Gramaticais
Existem 10 classes gramaticais, que são divididas em 2 partes:
•6 Classes Variáveis.
•4 Classes Invariáveis.
CLASSES VARIÁVEIS
São 6 as classes gramaticais variáveis.
Substantivo
O substantivo é responsável por nomear os seres e as coisas, sendo sempre um termo
determinado, ou seja, ele é o núcleo de qualquer estrutura nominal. O verbo não concorda
com o sujeito todo, concorda apenas com o NÚCLEO do sujeito, que é sempre o substantivo
sem preposição, portanto, se o núcleo estiver no singular, obrigatoriamente, o verbo vai ficar
no singular.
•Concordância nominal é a relação entre um nome e os seus determinantes.
Numeral
A classe numeral é responsável por ordem, quantidade e fração.
Adjetivo
O adjetivo responsável por apresentar a característica.
Apenas o vocativo obrigatoriamente vem sempre entre vírgulas, já que é um chamamento; o
vocativo não faz parte do plano sintático, faz parte do plano da oralidade. Aposto é função
própria de substantivo, podendo vir entre virgulas quando for explicativo. Um adjunto adverbial
de modo exige um adverbio.
1. “O aluno, atento, fez em discurso.”
A palavra destacada é um adjetivo, e adjetivo é dividido em duas formas:
Adjunto adnominal: característica permanente.
Predicativo: característica não permanente.
Existem dois tipos de predicativo do sujeito e do objeto. Um adjunto adnominal significa que
ele está junto do nome, caso não estiver junto, será um predicativo.
Na frase acima, o sujeito é o “aluno”, de forma que “atento” faz uma referência ao sujeito, mas
não está dentro do sujeito, porque existe ali uma virgula que impede que a palavra “atento” se
junte com o sujeito. Conclui-se então, que na frase acima, a palavra “atento” é um predicativo
do sujeito.
Quando se tem um verbo de ligação: ser, estar, parecer, tornar, permanecer, ficar, continuar,
obrigatoriamente se tem um predicativo do sujeito. No entanto, é possível se tem um
predicativo do sujeito ou do objeto sem ter um verbo de ligação.
Se não houvesse a vírgula e a frase fosse “O aluno atento fez um discurso”, o atento estaria
junto do nome e por isso se tornaria um adjunto adnominal, que por estar dentro do nome ele
é de estrutura interna. Porém, com as virgulas, “atento” está fora do nome e, por isso, é de
estrutura externa.
2. “O aluno atento fez um discurso”
Morfologicamente as frases 1 e 2 são iguais, porém elas vão ser diferentes sintaticamente em
um outro aspecto, e serão com isso diferentes semanticamente.
Nessa segunda frase, o sujeito é “o aluno atento”, sendo que neste momento, a palavra
“atento” está dentro do sujeito, com isso está junto do nome, sendo nessa frase, classificada
como adjunto adnominal.
Adjetivo é classe variável, por exemplo, se trocar “aluno” por “aluna”, a palavra “atento”
também fica “atenta”.
Artigo
O artigo flexiona em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).
O masculino é o coringa do gênero, ou seja, por exemplo, em uma sala com 50 o professor
diria “boa tarde alunas”; mas, em uma sala com 59 mulheres e 1 homem, o professor diria
“boa tarde alunos”, portanto, o masculino é um neutro e engloba todos os elementos. O
singular é o coringa do número.
O artigo sozinho é capaz de modificar qualquer outra classe gramatical, inclusive ele próprio
e, o artigo é capaz de mostrar se um elemento é conhecido ou desconhecido no universo do
texto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Classes Gramaticais3
Classes Variáveis3
Artigo3
Pronome4
CLASSES GRAMATICAIS
Classes Variáveis
Artigo
O artigo, além de flexionar em gênero e número, ele é responsável por modificar qualquer
outra classe gramatical, inclusive ele próprio e, também é capaz de mostrar se um elemento é
conhecido ou desconhecido dentro do universo do texto.
Existem dois tipos de artigo:
1.Artigo definido: (o, a, os, as) servem para falar de pessoa ou coisa conhecida no universo
do texto.
2.Artigo indefinido: (um, uma, uns, umas) servem para falar de pessoa ou coisa
desconhecida no universo do texto.
Observe as seguintes frases:
1. “Um guarda multou o Pedro.”
2. “O guarda multou o Pedro.”
Morfologicamente e sinteticamente ambas frases são iguais, no entanto, não são iguais
semanticamente por conta do artigo.
Ao iniciar uma frase, a escola do artigo dependerá da intencionalidade do texto. Na n° 1, a
escolha do artigo ‘um’, mostra que o guarda é desconhecido para o interlocutor e receptor e,
na 2° frase a escola do artigo definido ‘o’, mostra que o guarda é conhecido para o interlocutor
e receptor.
Na frase: “Amor, o jantar está na mesa”, a palavra “jantar” não é um verbo por conta do artigo
‘o’, que transformou a palavra em substantivo, sendo chamado de derivação impropria ou
conversão.
Derivação é o processo pelo qual forma-se novas palavras, ou seja, as palavras derivadas a
partir de uma palavra já existente na língua, que é a palavra primitiva, por exemplo, a palavra
a “leal” não tem processo de formação de palavras, ela veio do latim assim; para modificar
uma palavra, deve-se inserir nela um afixo, ou seja, elementos que inseridos na palavra para
a formação de uma nova. Esses afixos podem ser colocados antes ou depois das palavras,
por isso, se tem uma divisão entre prefixo (antes) e sufixo (depois), por exemplo, se na
palavra “leal” for inserido ‘des’ antes, fica “desleal”, se tornando uma palavra completamente
diferente, ocorrendo a formação de uma nova palavra por causa do processo da derivação
prefixal. A palavra “jantar” da frase “amor o jantar está na mesa” só é modificada a classe
gramatical, sendo que a grafia e a pronúncia permaneceram a mesma, e por isso, a gramática
nomeia como imprópria.
Tudo aquilo usado de linguagem remete a significado e significante, por exemplo, ao falar
“Sidnei vai jantar”, a imagem que remete é de Sidnei jantando, praticando um ato/ação. Ao
falar “o jantar está na mesa”, a imagem que remete é de uma mesa com comida em cima; por
isso, a mudança semântica, que foi provocada pela mudança gramatical.
Portanto, o artigo flexiona em gênero e número, ou seja, mostra se é masculino ou feminino,
singular ou plural, mas ele também é capaz de modificar qualquer outra classe gramatical,
sendo capaz de substantivar qualquer outra classe gramatical, ainda mostra se um elemento
é conhecido ou desconhecido dentro do universo do texto. O artigo indefinido mostra que o
elemento é desconhecido e o artigo definido mostra como elemento é conhecido.
Pronome
O Pronome trabalha em prol do nome, isto é, o substantivo, portanto, o pronome sempre vai
trabalhar para o substantivo. Então, ou pronome vai acompanhar o substantivo (adjetivo) ou
vai substituir o substantivo (substantivo).
• “Minha aluna é esperta.”
Na frase acima, o sujeito é “minha aluna”, tendo como núcleo “aluna”, pois o núcleo é sempre
substantivo sem preposição. A palavra “minha” está acompanhando o nome, portanto ele é
um pronome adjetivo, além disso, é também um pronome possessivo
• “Ela é esperta.”
Na frase acima, o sujeito e o núcleo é “ela”; o pronome “ela” substitui o nome, portanto
ele é um pronome substantivo e um pronome reto.
• “Eu vi ela”
Para o padrão culto da língua, a frase acima está errada porque houve uma quebra da
estrutura sintática.
O principal sistema linguístico da língua portuguesa é: sujeito, verbo, objeto. O pronome
pessoal pode ser dividido em:
•Pronome pessoal do caso reto: auxilia de forma reta a conjugação verbal, assumindo
sempre a função de sujeito.
•Pronome pessoal do caso oblíquo: assume a função de objeto para completar o sentido do
verbo.
Dessa forma, na frase “eu vi ela”, tem um verbo transitivo direto, pois quem vê, vê alguma
coisa, e isso pede um objeto direto (aquele complemento sem preposição); no entanto, o “ela”
é um pronome do caso reto, portanto não pode assumir a função de objeto direto, porque
quando se coloca uma preposição, estes pronomes pessoais do caso reto, passam a ser
pronomes pessoais oblíquos tônicos. Tendo por exemplo, um processo de variação pela
derivação imprópria, já que quando muda de pronome notoriamente pessoal do caso reto
para um pronome oblíquo tônico é um processo de derivação imprópria.
Os dois únicos que não podem ter a proposição e podem ter esse processo de variação são:
eu e tu.
No caso da frase “eu vi ela”, não se pode colocar o “ela” como objeto direto, se coloca um
pronome oblíquo equivalente, no caso o “a” que é feminino singular: “eu via-a”: “eu a vi”, no
entanto o mais correto é “eu a vi”, já que “eu vi ela” dá sentido de um passado concreto e já
realizado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Verbo 3
Desinências 3
Desinência Modo-Temporal 4
Desinência Temporal 4
Pretérito Perfeito 5
Pretérito Imperfeito 6
Pretérito mais que Perfeito 7
Desinência Verbal 8
VERBO
O verbo é a classe de palavras que indica ação, estado e fenômenos da natureza. O que faz
dele uma classe gramatical tão importante, no entanto, não é o fato de indicar uma ação,
estado ou fenômeno da natureza, mas sim o fato de ser responsável por um processo
chamado SVC – sujeito, verbo e complemento. O SVC é o principal sistema da língua
portuguesa, e o verbo é o principal elemento desse sistema porque aponta quem é o sujeito e
quem é o complemento dentro de qualquer estrutura.
É importante ressaltar que não basta a uma palavra indicar ação, estado ou fenômeno da
natureza para ser considerada um verbo. Para ser um verbo ela deve estar de acordo com a
perspectiva temporal, isto é, deve indicar o tempo (se é passado, presente ou futuro).
Exemplifico:
Na frase “a filmagem da aula ficou perfeita”, a palavra filmagem indica uma ação, mas ela não
é um verbo, mas sim um substantivo abstrato, porque não indica perspectiva temporal. Ainda,
na frase “os alunos são estudiosos”, a palavra estudiosos indica um estado, mas nem por isso
é um verbo. Inclusive, o termo “ser” nesse exemplo exerce função de adjetivo. Entende?!
Muito bem. Agora que o conceito de verbo está claro, passaremos adiante para o estudo
estrutura morfológica do verbo. Vamos falar sobre as desinências verbais.
DESINÊNCIAS
As desinências são morfemas que permitem a flexão da palavra a que se juntam. No caso
das desinências verbais, elas indicam a flexão do verbo em número, pessoa, modo e tempo.
Vamos dividi-las em número-pessoal e modo-temporal.
A desinência número-pessoal indica a flexão do verbo em número (singular e plural) e em
pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª pessoa gramatical). Assim, indicam 1ª, 2ª e 3ª pessoa do
singular e 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural. A desinência modo-temporal indica a flexão do verbo
em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e tempo (pretérito, presente e futuro). Vamos
explorar melhor este último grupo.
DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL
O modo verbal serve para indicar qual é a atitude expressa pela frase. Na língua portuguesa
existem três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. O modo indicativo expressa
uma atitude realista, pois serve para apresentar um fato, uma certeza ou uma realidade. O
subjuntivo indica uma possibilidade, uma hipótese ou uma incerteza. O modo imperativo
indica uma ordem ou um comando.
Indicativo Atitude Exemplo: Pedro quebrou a cadeira.
Realista
Subjuntivo Atitude Exemplo: Pedro talvez soubesse as respostas do teste.
Hipotética
Imperativo Ordem Exemplo: Pedro, sai daqui agora!
Em seguida vamos falar um pouco sobre os tempos verbais pretérito, presente e futuro.
DESINÊNCIA TEMPORAL
A desinência de tempo pode parecer um pouco mais difícil de estudar porque ela possui
várias ramificações. Observe-as elencadas no organograma a seguir:
Perfeito
Pretérito Imperfeito
do Presente
Futuro
do Pretérito
Sem sombra de dúvidas o tempo que mais aparece em provas de concurso é o pretérito, por
dois motivos: a) ele é o mais ramificado; b) a maioria dos candidatos não sabe a diferença
entre pretérito perfeito, pretérito imperfeito e pretérito mais perfeito. Assim, vamos explorar
mais essas três ramificações do pretérito.
Pretérito Perfeito
O termo “perfeito” no contexto dos tempos verbais indica algo que está completo. O pretérito
perfeito é um passado completo, isto é, um passado completamente realizado.
Exemplo: Ontem eu joguei bola na quadra (o verbo está no pretérito perfeito).
As bancas de concurso podem cobrar uma questão que envolve tempos verbais com
perguntas básicas sobre a classificação verbal. Nesse caso, a resposta será precisamente o
tempo verbal (no caso do exemplo acima será “pretérito perfeito”).
No entanto, a banca avaliadora pode optar por cobrar questões relacionadas à semântica do
verbo, nesse caso, a alternativa correta será aquela que afirmar a existência de um tempo
verbal no passado, extinto, terminado ou acabado. Uma dica para saber se de fato a questão
se trata de um passado completo, isto é, de um pretérito perfeito é inserir a palavra “ontem”
em qualquer lugar da frase. Se isso for possível e fizer sentido, saiba que você está diante de
um pretérito perfeito.
Ontem Pedro jogou bola na quadra.
Pedro ontem jogou a bola na quadra.
Pedro jogou ontem bola na quadra.
Pedro jogou bola ontem na quadra.
Pedro jogou bola na quadra ontem.
PRETÉRITO IMPERFEITO
A palavra “imperfeito” carrega um prefixo de negação (im), então ela nega a completude, a
perfeição do pretérito. Dessa forma, o pretérito imperfeito indica continuidade.
Por exemplo, digamos que diante da pergunta “O que você fazia há vinte anos?” a pessoa
interrogada responda: “Eu só jogava videogame”. A expressão “jogava videogame” está no
passado, correto? Mas não é um passado completamente realizado, ao contrário, é um
passado que indica uma rotina, um hábito ou processo.
Em uma prova de concurso a questão relacionada ao pretérito imperfeito pode simplesmente
pedir a classificação do verbo, ou a alternativa que melhor expressa a semântica do verbo.
Para esta última, a resposta correta falaria de um tempo verbal no passado, que expressa um
processo rotineiro, habitual ou contínuo.
DICA
ATENÇÃO: a banca avaliadora pode chamar a estrutura do pretérito imperfeito de passado
inacabado. Lembre-se de que são a mesma coisa. As gramáticas antigas costumavam se
referir ao pretérito perfeito como passado acabado e ao pretérito imperfeito como passado
inacabado.
•Pedro jogou bola na quadra. (pretérito perfeito/ passada acabado)
•Pedro jogava bola na quadra. (pretérito imperfeito/ passado inacabado)
PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO
O pretérito mais que perfeito é mais do que completo. Ele é o que chamamos de passado do
passado. É um tempo verbal no passado anterior a outro tempo também no passado.
Observe o exemplo: Pedro tirava os sapatos que Joana usara na festa.
Nessa linha narrativa, primeiramente Joana usava os sapatos, e só depois Pedro os tirava.
Ambas ações ocorreram no passado, mas uma foi anterior a outra. Os verbos presentes na
frase são “tirava” e “usara”. O primeiro, “tirava” é um verbo no pretérito imperfeito, pois denota
uma ação que ocorria rotineiramente no passado. O segundo, “usara”, está no pretérito mais
que perfeito, porque denota uma ação anterior a outra ação que corria no passado.
O uso do pretérito mais que perfeito pode influenciar em muito a forma que interpretamos uma
mensagem. Por exemplo, se eu digo: “ao chegar ao Rock’n Rio a banda tocou a minha
música preferida”, significa que na hora que cheguei ao Rock’n Rio a banda tocou minha
música preferida. Eu escutei essa música, porque a banda começou a tocar exatamente no
momento que cheguei.
Em contrapartida, se eu digo: “ao chegar ao Rock in Rio a banda tocara a minha música
preferida” significa que passei longe de escutar minha música preferida, porque não foi assim
que cheguei ao evento que a banda começou a tocar. Ora, o pretérito mais que perfeito é um
tempo anterior ao passado, então quando eu cheguei a música já tinha tocado, e depois dela
tocou outra e outras mais.
Beleza?! Retomando o conteúdo: pretérito perfeito é um passado completamente realizado;
pretérito imperfeito é um passado que indica continuidade, hábito ou rotina; pretérito mais
perfeito é o tempo verbal no passado anterior a outro tempo também no passado. Agora
passaremos para o próximo tópico, o das desinências verbais.
DESINÊNCIA VERBAL
Como vimos anteriormente, as desinências são morfemas utilizados juntos a outras palavras
para indicar flexão. O morfema é a menor unidade significativa de uma palavra, tudo começa
com ele. Observe a análise morfológica da palavra cantávamos:
Cantávamos
Cant Morfema lexical (radical) base significativa
á Morfema gramatical vogal temática
va Morfema gramatical
mos Morfema gramatical
O primeiro morfema “cant” é um morfema lexical, ele tem a ver com a semântica, com o
significado da palavra. O morfema lexical é o radical da palavra, ele é a base da significação e
da sustentação. Mesmo que mudemos qualquer um dos morfemas gramaticais desse verbo,
ele ainda estaria fazendo referência ao ato de cantar (cantaremos, cantaríamos, cantareis).
A vogal temática, segundo morfema, possui duas funções: a) serve de elo para fazer a
ligação do radical com as demais desinências e b) indica a conjugação do verbo. Lembrando
que existem três conjugações verbais na língua portuguesa. São elas:
•primeira conjugação: verbos terminados em ar;
•segunda conjugação: verbos terminados em er;
•terceira conjugação: verbos terminados em ur.
Se a vogal temática faz a ligação entre o radical as demais desinências, tudo aquilo que vem
depois dela são desinências. Na sequência deste material estudaremos as desinências modo
temporal (DMT) e número pessoal (DNP).
Por hora encerramos o conteúdo deste material. Aproveite para retomar os conceitos e
observá-los nas leituras que fizer ao longo do dia.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Analisando a palavra cantávamos3
4 classes invariáveis.4
ANALISANDO A PALAVRA CANTÁVAMOS
Iremos definir quem é a desinência modo temporal e quem é a desinência número pessoal,
nas provas de concursos públicos, a gramática é atrelada ao texto significando que o recorte
que está na questão faz parte de algo maior dentro de um texto base.
“CANT/Á/VA/MOS”
Cant= Radical ou Base significativa
Á= Vogal temática
1º AR
2° ER/OR
3° IR
Va= desinência modo temporal
Pretérito imperfeito do indicativo
Mos= Desinência número pessoal
1° pessoa do plural
Se lhe pedissem para analisar a palavra “cantávamos” e qual é a desinência número pessoal,
você não a diria no primeiro momento, primeiramente voltaria ao texto e olharia toda a
estrutura. Essa é uma dica dada para a análise textual e para análise gramatical, analisando o
termo e destacando todo o período do qual ele faz parte se tem uma parte maior com o texto
ficando mais fácil para analisar. Esta sentença poderia estar introduzida dentro de uma frase
como a seguinte:
“Pedro, João e eu cantávamos no coral da igreja.”
Iremos falar primeiro no modo, existindo três modos são eles, o indicativo, subjuntivo e
imperativo. O indicativo indica um fato, o subjuntivo uma hipótese e o imperativo denota
ordem e quando se diz “Pedro, João e eu cantávamos no coral da igreja.” é um fato,
observando que o modo é indicativo. Na questão do tempo temos o pretérito, o presente e o
futuro, quando se diz “Pedro João e eu cantávamos no coral da Igreja” Isto é passado, mas
não é um passado que faziam apenas uma vez, pois foram várias as vezes que
“cantávamos”, tinham um hábito e um processo continuo, sendo um pretérito imperfeito do
indicativo.
Um macete que pode ser usado, este verbo é de primeira conjugação, pois é determinado em
“AR” “cantar”, se ele aparecer com a desinência modo temporal “va” é um pretérito imperfeito
do indicativo, já a desinência número pessoal para definir se está no singular ou plural e qual
é a pessoa do discurso se a primeira, segunda ou terceira pessoa “cantávamos” quem está
cantando é nós, primeira pessoa do plural, observando que na desinência há a primeira
pessoa do plural.
Cara(o) aluna(o) fechando as 6 classes variáveis iremos para as invariáveis.
4 CLASSES INVARIÁVEIS.
Para estas 4 classes existem também um macete através de uma sigla, existem 6 variáveis e
4 invariáveis, é mais fácil gravar as 4 invariáveis e automaticamente o restante da variável
com 4 letrinhas formam uma expressão.
Interjeição Preposição Conjunção Advérbio
A interjeição serve para expressar sentimentos, sendo as principais interjeições “ai! ui! oh!
ah! meu Deus! e entre outros”, um exemplo seria.
“Mariana estava na cozinha cortando legumes para ajudar a sua mãe, elas iriam fazer
maionese, quando de repente, Mariana descuidadamente corta seu dedo gritando “AI!”, Neste
momento qual foram os sentimentos Internalizados por Mariana?”
Obviamente foi um sentimento de dor, mostrando que não é necessário decorar o que cada
interjeição quer dizer, pois o texto deixa claro o que significa a interjeição. É importante notar
que a interjeição vem acompanhado de um ponto de exclamação. A preposição serve para
ligar as palavras, entretanto é importante saber da lista de 18 preposições essenciais.
Preposições
A, ante, até, após com, contra, de, em desde, entre, para per, perante, por sem, sob, trás
sem, sobre, trás, trás, trás
A proposição não recebe o devido valor do candidato quando ele está estudando pela
primeira vez, quando está no edital regência, se deve saber proposição tanto verbal quanto
nominal, pois a regência verbal é quando o verbo exige uma preposição já a regência nominal
é quando um nome exige uma preposição, a partir disso além da escrita correta. Esse tipo de
assunto será cobrado nas questões de correção de frases corretas e incorretas e reescrita a
de frases, mas cai em questões de regência e análise sintática. É importante saber que crase
ocorre com a preposição “a” e um artigo, porque a crase é a junção de a+a e saber que pode
ocorrer com a Preposição, “até” porque é um fato culto da língua a qual se pode utilizar a
locução prepositiva “até a”, então quando pensar em crase lembre-se dessas duas
preposições.
Quando há a compreensão e o decorar das preposições, também se deve decorar algumas
nomenclaturas, sendo 4 coisas importantes em relação a preposição. Ela pode formar uma
combinação ou contração usaremos frases como exemplo para compreender ambas.
Combinação: “Assisti ao filme”
Contração: “Assisti à novela”
A combinação é quando se tem uma preposição e combina uma outra classe gramatical de
modo que não haja alteração gráfica nem fonética. Dessa forma dá para visualizar as duas
classes gramaticais de forma explicita. No “assistir ao filme” o ao é a preposição que foi
exigida pelo verbo, pois nesse contexto quem assiste, assiste a alguma coisa. O “o” de “ao” é
um artigo que foi admitido pelo substantivo filme, sendo artigo “o” porque o substantivo filme é
um substantivo masculino singular. Visualizando os dois elementos novos de forma explícita,
tanto a preposição e o artigo, sendo fácil apontar o que é cada um.
Na frase “assisti à novela” vamos entender o que é uma contração, se a mesma proposição,
entretanto ela fará uma contração com outra classe gramatical, de modo que se tem uma
alteração gráfico e fonética. Olhando para a estrutura vai parecer que nela há só uma classe
gramatical, entretanto são duas.
Na frase da combinação se percebe isoladamente, quatro estruturas, um verbo, uma
preposição, um artigo e um substantivo já na frase de contração se observa de forma explícita
três estruturas, porém possui quatro da mesma forma, pois a crase indica que se tem dois “a”
tendo a preposição que foi exigida pelo verbo, pois nesse contexto quem assiste, assiste a
algo, tendo o “a” artigo que foi admitido pelo substantivo “novela”, já que é um substantivo
feminino singular.
Isso pode cair na prova de duas formas, utilizando a nomenclatura explícita ou não utilizando
e testando o conhecimento acerca do assunto, mas de forma velada. Contração pode vir com
outros nomes como contração, fusão e aglutinação.
Uma pergunta que pode ser feita é, quantas classes gramaticais tem na seguinte frase?
“Sidney gostou do filme”
A resposta seria que se tem 3 classes gramaticais
Filme é um substantivo está ali nomeando, o “do” é a contração da preposição de+o artigo,
possuindo 3 classes gramaticais.
Cuidado com as seguintes contrações “no, do, pelo e as derivações”, pois o “no” é a
contração da preposição em+o artigo, o “do” é a preposição de+o artigo, podendo ser um
pronome também e o “pelo” é a preposição de por+ o artigo.
As outras 2 classificações de preposições são relacional e nocional.
Relacional “Carlos precisa de canetas”
Nocional ”Carlos morreu de frio”
Observe que nas duas construções foram colocadas as preposições “de”, mas o
comportamento delas é diferente nas duas sentenças. Na frase “Carlos precisa de canetas”
não há como tirar a preposição, pois ela foi exigida pelo verbo naquele contexto quem
precisa, precisa de algo então é esta preposição por ter sido exigida pelo verbo é uma
proposição esvaziada de sentido, sendo obrigatória. É por isso que ela é chamada de
preposição relacional, pois a função dela é relacionar o verbo ao seu objeto. Então há um
verbo transitivo indireto que pede um objeto indireto, sendo a preposição exigida pelo verbo.
Preposição obrigatória está para relacionar o verbo ao núcleo daquele objeto indireto, ela
serve para relacionar um termo a outro. Como ela é exigida e esvaziada de sentido se
encontra a preposição relacional em duas funções sintáticas. Encontrando o objeto indireto e
no complemento nominal, essas duas construções exigem a preposição a qual é esvaziada
de sentido.
A preposição isoladamente não tem função sintática, assim como o conjunto são elementos
de conexão não tem função sintática isoladamente. Na frase “Carlos morreu de frio” poderia
dizer apenas que Carlos morreu, sem perder o sentido da frase, sendo o verbo “morreu” um
verbo intransitivo. Perceba que a proposição de agora não foi exigida pelo verbo, indicando
um valor semântico sintaticamente essa construção é chamada de adjunto adverbial de
causa, pois foi a causa da morte. O valor semântico de causa pode ser qualquer valor
semântico, a preposição relacional é aquela que relaciona e a preposição nocional é a que dá
sentido a algo. Ficando claro, que a preposição nocional pode ser encontrada em 3 funções
sintáticas no adjunto adnominal, adjunto adverbial e no objeto direto preposicionado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Classes invariáveis3
Conjunções3
Advérbios5
Exercício:6
CLASSES INVARIÁVEIS
Conjunções
Existem 10 classes gramaticais, 6 são variáveis e 4 são invariáveis. Ainda, 5 são
coordenativas e 9 subordinativas adverbiais.
Coordenativas:
•Aditiva: indica soma, acréscimo, adição;
•Adversativa: indica adversidade, contraste, oposição;
•Alternativa: indica alternância, escolha;
•Explicativa: indica explicação;
•Conclusão: indica conclusão.
Tipos Conjunções Exemplos
Gosta de serra, mas também de
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem
mar.
contudo, entretanto, mas, não obstante, no Tem carta de motorista, entretanto,
Adversativas
entanto, porém, todavia não dirige.
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, Não entendia, ou fingia não
Alternativas
quer… entender.
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Vou a sua casa, logo saberei o que
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto aconteceu.
Tipos Conjunções Exemplos
Terminarei amanhã porque estou
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que
atrasado.
Subordinativas adverbiais
•Causal: indica causa;
•Comparativa: indica comparação;
•Conformativa: indica conformidade;
•Condicional: indica condição;
•Concessiva: indica concessão;
•Consecutiva: indica consequência;
•Final: indica finalidade;
•Temporal: indica tempo;
•Proporcional: indica uma proporção.
Tipos de conjunções Exemplos de conjunções
Exemplos de frases
subordinativas subordinativas
Integrantes
Espero que ela tenha sucesso
(Introduzem orações que; se; como.
no trabalho.
substantivas)
Adverbiais condicionais se; caso; desde; salvo se; desde Se você vier comigo, ficarei
(expressam condição) que; exceto se; contando que. muito grata.
Adverbiais
Os pedidos serão
conformativas conforme; como; consoante;
atendidos conforme a ordem
(expressam segundo.
de chegada.
conformidade)
Tipos de conjunções Exemplos de conjunções
Exemplos de frases
subordinativas subordinativas
Adverbiais
proporcionais à proporção que; à medida que; Quanto mais faço
(expressam ao passo que; quanto mais… mais. dieta, mais fome eu tenho!
proporcionalidade)
Dessas 14 Conjunções, 12 tem um valor individualizado e duas tem um valor conjunto,
indicando um valor da oposição: adversativa e concessiva.
ATENÇÃO: Por fora da NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) existem alguns que dizem
ter mais duas que são as modais (indica modo) e as locativas (indica lugar).
Oposição é uma das bases da argumentação, sendo que elas são de: causa, consequência e
oposição. Dentro da oposição que é a verdadeira base da argumentação, tem a conjunção
adversativa, que é coordenativa e ainda, tem a conjunção concessiva que é subordinativa
adverbial. A diferença entre elas é que a adversativa serve para enfatizar (forte) e a
concessiva serve para minimizar (fraco).
Para que se possa compreender melhor a enfatização e a minimização, observe os exemplos
seguintes:
1° EXEMPLO: Imagina uma mulher que está em casa solteira, abandonada e sofrendo, e para
ajudá-la vou apresentar amigo “para ser a solução dos problemas dela” e por conta disso, ao
invés de negar ou aceitar imediatamente, a mulher irá fazer muitas perguntas sobre esse tal
amigo. A depender das respostas, a mulher pode gostar e aceitar ou pode não ser de seu
agrado.
Se de início eu falar que o amigo que lhe vou apresentar é o ator Malvino Salvador a mulher
com certeza aceitaria. Porém, meu amigo não é o Malvino Salvador, ele é feio. Nesse
momento a mulher irá recusar.
Se eu disser “ele é feio, MAS é rico”, a mulher concordará comigo que é melhor um homem
feio e rico do que um homem feio e pobre. Observa-se então, que a conjunção adversativa
“mas”, enfatiza o argumento e consequentemente, minimiza o outro. Dessa forma, não
importa que o amigo é feio, importa que ele é rico.
No entanto, se eu disser que “ele é rico, MAS é feio”, enfatizando a feiura e dando pouca
importância para sua riqueza.
Compreensão é aquilo que está dentro do texto e interpretação é aquilo que vai um
pouquinho além do texto.
Através da conjunção é possível com essas duas frases: “ele é feio, mas é rico”; “ele é rico,
mas é feio”, perceber que elas são idênticas em relação a compreensão. Porém, em relação à
interpretação, elas são completamente diferentes, pois se eu chegar para a mulher, e dizer a
primeira frase que “o meu amigo é feio, mais rico.”, a intenção é fazê-la ficar com meu amigo;
se eu dizer que “meu amigo é rico, mas é feio”, a intenção mudou, dizendo para ela não ficar
com o amigo, destacando o pior.
2° EXEMPLO: Nas estruturas midiáticas, nos jornais, os políticos utilizam isso o tempo todo.
Se você quer saber se um jornal é contra ou a favor governo, basta correr para o caderno de
economia, pois lá só se fala sobre preços e juros, então, se o jornal for contra o governo a
notícia será a seguinte: “Os juros caíram, MAS os preços continuam altos.”, ficando na cabeça
da população que o preço está alto.
Se o jornal for a favor do governo, vai trabalhar com esses mesmos fatos só que vai
reescrever: “Os preços continuam altos, MAS os juros caíram.” Ficando na cabeça do povo
que os juros caíram.
Conclui-se então que, a conjunção serve para ligar orações e palavras de mesma função
sintática.
Advérbios
O advérbio tem duas funções, sendo que a função primária é indicam uma circunstância, que
pode ser de tempo, de modo e/ou de causa, além disso, o advérbio serve para modificar
outras classes gramaticais, modificando o adjetivo, o verbo e o próprio adverbio, podendo
modificar até mesmo uma oração inteira.
Bastante x Muito
A palavra “bastante” se assemelha a palavra “muito” podendo funcionar como um advérbio,
como também podem funcionar com um pronome indefinido.
Como um advérbio: O advérbio modifica o adjetivo, o verbo e o próprio advérbio. Advérbio é
classe invariável, então, obrigatoriamente vai ficar no singular (bastante, muito).
Como um Pronome Indefinido: O Pronome Indefinido trabalha para o substantivo. Pronome
Indefinido é classe invariável, significando que vai respeitar o substantivo, de forma que se o
substantivo estiver no singular, o pronome também ficará no singular.
Na prática:
•Os alunos do Focus fizeramexercícios e isso os deixou preparados.
O numeral é uma classe variável, logo, se conseguir colocar na lacuna é fato que tem um
pronome, se não conseguir colocar, é fato que é um advérbio.
Exemplo: Os alunos do Focus fizeram 300 exercícios.
Portanto, se pode colocar que os alunos do Focus fizeram bastantes/muitos exercícios. E,
como na segunda lacuna não dá para encaixar um número, obrigatoriamente ele ficará no
singular: bastante/muito.
A primeira lacuna está ligada a palavra “exercícios” (substantivo), portanto, se está ligado a
um substantivo, significa que esse é um pronome indefinido. A segunda lacuna está ligada a
palavra “preparados” (adjetivo), portanto, se está ligado à um adjetivo, verbo ou ao próprio
adverbio, significa que esse é um advérbio.
Exercício:
Nas frases abaixo, iremos avaliar a palavra “alto” morfologicamente, semanticamente e
sintaticamente.
Sidney é alto.
Sidney fala alto.
A palavra “alto” é facilmente confundida entre adjetivo e advérbio. O adjetivo é uma classe
variável e o advérbio é invariável. Para se compreender isso, deve-se pensar em gênero e
número, sendo que o coringa de gênero é masculino e de número é singular, dessa forma, a
partir do momento em que seja capaz de jogar para o feminino ou para o plural, se tornou
variável.
Morfologicamente: Se a frase: “Sidney é alto” mudar o substantivo por “Maria é alto”, nota-se
que variou e por isso, é adjetivo. Se a frase: “Sidney fala alto” mudar o substantivo para
“Maria fala alto”, não muda o gênero, sendo então, um advérbio.
Semanticamente: Se a frase: “Sidney é alto” é um adjetivo, ele indica uma característica. Se a
frase: “Sidney fala alto” é um advérbio, ele indica uma circunstância de modo.
Sintaticamente: Como o adjetivo pode ter duas funções sintáticas (adjunto adnominal ou
predicativo), dessa forma, como tem o verbo de ligação “é”, obrigatoriamente se tem um
predicativo do sujeito na frase: “Sidney é alto”, porque está caracterizando Sidney. A frase
“Sidney fala alto” é um adjunto adverbial.
A classe gramatical da letra “A” dependerá do contexto, já que na língua portuguesa só se
analisa a partir do contexto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Questão 1)3
Questão 2)4
Questão 3)5
Questão 4)7
Questão 5)8
Uma vez entrado em contato com a parte teórica do estudo da língua portuguesa e visto o
panorama geral das questões de maior importância para concursos, é necessário partir para a
prática. Nesta aula pretendemos justamente isso: colocar nosso conhecimento em prática.
Antes de iniciarmos gostaria de enfatizar a necessidade de ter estudado a base teórica. Se
você ainda não tem uma base sólida em relação às classes gramaticais, recomendo que dê
uma boa estudada nesse conteúdo antes de iniciar os exercícios. Caso contrário, pegue seu
caderno e anotações e vamos lá.
QUESTÃO 1) Na oração “Ninguém está perdido se der amor ”, a palavra grifada pode
ser classificada como
a)Advérbio de modo
b)Conjunção adversativa
c)Advérbio de condição
d)Conjunção condicional
e)Preposição essencial
Comentários:
Sabemos que tanto a conjunção quanto a preposição fazem ligações. Sabemos, ainda, que o
advérbio tem que estar ligado a alguém no intuito de modificar a estrutura, a circunstância, o
adjetivo ou o próprio advérbio. Se prestarmos bastante atenção para a construção,
percebemos que o termo “se” não está ligado a alguém, pelo contrário, está fazendo uma
ligação. Partindo dessa informação podemos eliminar a ideia de classificar “se” como
advérbio, por conseguinte, eliminamos as alternativas (a) e (c).
A proposição serve para ligar palavras e a conjunção serve para ligar orações e palavras de
mesma função sintática. Na construção mencionada, o termo “se”, todavia, está ligando
orações. Assim, elimina-se a alternativa (e). As alternativas (b) e
(d)falam de conjunções, e, notoriamente, o termo “se” se trata de uma. Precisamos, então,
saber se ela expressa a ideia de adversidade ou de condição. Avaliando o sentido da oração,
assinala-se a alternativa (d).
GABARITO: D
QUESTÃO 2) Aponte, a opção em que muito é pronome indefinido.
a)O soldado amarelo falava muito bem.
b)Havia muito bichinho ruim.
c)Fabiano era muito desconfiado.
d)Fabiano vacilava muito para tomar decisões.
e)Muito eficiente era o soldado amarelo.
Comentários:
Se “muito” é pronome, ele trabalha para um nome, correto?! O nome na língua portuguesa é o
substantivo? Portanto o pronome deve, necessariamente, estar ligado a um substantivo. A
alternativa letra (a) diz que o soldado fala muito bem. Nesse caso, o termo muito está ligado
ao termo bem, que pertence à classe gramatical dos advérbios de intensidade. Assim,
eliminamos a alternativa (a).
Na alternativa (b), “havia muito bichinho”, o termo muito está ligado à palavra bichinho, o qual
pertence à classe dos substantivos. Se está ligado a um substantivo, então é um pronome.
Alternativa correta é a letra (b). Uma observação: a palavra “bichinho” nessa questão está no
singular. Mas se estivesse no plural, “bichinhos”, o pronome muito também estaria no plural –
bichinhos.
À título de curiosidade, vamos analisar as demais alternativas. Na alternativa letra (c)
“Fabiano era muito desconfiado” o termo muito está ligado à palavra desconfiado, cuja classe
gramatical é adjetivo, portanto, “muito” se trata, nessa oração, de um advérbio. A alternativa
(d) diz que Fabiano vacilava muito para tomar decisões. O termo muito está ligado à palavra
vacilava, que é um verbo. Se está ligado a um verbo, gramaticalmente, se trata de um
advérbio. Por fim, na alternativa (d) vemos que o soldado amarelo era muito eficiente, cuja
classe gramatical é dos adjetivos. Se está ligada a um adjetivo, então é um advérbio.
Para complementar, adiciono a seguinte alternativa: (f) Pedro ganhou muito dinheiro. Muitos
candidatos se entusiasmam ao ver essa oração na certeza de que se trata de um advérbio de
intensidade. Neste momento, o mais importante a se fazer não é procurar macetes para sanar
dúvidas, mas sim, perceber a relação morfológica das palavras. A classe gramatical do termo
dinheiro é a dos substantivos, portanto, muito vai se tratar de um pronome.
GABARITO: B
QUESTÃO 3) Em “Tem bocas que murmuram preces...”, a sequência morfológica é:
a)Verbo – substantivo – pronome relativo – verbo- substantivo
b)Verbo – substantivo – conjunção integrante – verbo – substantivo
c)Verbo – substantivo – conjunção coordenativa – verbo – adjetivo
d)Verbo – adjetivo – pronome indefinido – verbo – substantivo
e)Verbo – advérbio – pronome relativo – verbo – substantivo
Comentários
Notoriamente sabemos que o termo “tem” é um verbo, o termo “boca” é um substantivo, que o
termo “murmuram” é um verbo e “preces” é um substantivo. Quanto ao termo “que”, para
definirmos a classe em que pertence analisamos se estamos diante de um pronome relativo
ou conjunção integrante, que são estruturas muito importantes em se tratando de orações
subordinadas. Questões envolvendo “que” caem muito provas justo por dar margem à
interpretação. Para identificarmos qual sua função dentro de um período, precisamos,
necessariamente, saber sua classe gramatical, que pode, dependendo da estrutura, ser uma
das três:
Conjunção integrante encabeça oração subordinada substantiva
Pronome relativo encabeça a oração subordinada adjetiva
Conjunção subordinativa adverbial consecutiva encabeça oração subordinada adverbial.
A conjunção subordinativa adverbial consecutiva é muito fácil de ser identificada, porque ela
deve sempre ser acompanhada por um intensificador, que são as palavras tanto, tal, tão e
tamanho. Não é o caso da questão que estamos trabalhando, portanto, não há como
confundir e achar que se trata de uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva. Quanto
ao pronome relativo, sua função é muito básica: ele obrigatoriamente faz referência a termo
anterior, então, não há com confundi-lo. Já para a conjunção integrante, há um macete que
pode ser utilizado para certificar que o termo “que” se trata de fato de uma conjunção
integrante:
Substitua o “que” de toda oração a qual ele faz parte pela palavra “isso” e terá uma oração
substantiva subordina integrante.
ISSO
I Integrante
S Subordinada
S Substantiva
O Oração
Para entremos melhor, apresento mais um exemplo. Observe a seguinte frase.
Desejo que vocês sejam aprovados
Oração principal conjunção integrante Oração subordinada
Sabe-se, naturalmente, que a primeira parte da frase se trata de uma oração principal, e a
segunda, de uma oração subordinada e que elas são encabeçadas pelo termo “que”. Não há
palavra intensificadora na frase, então sei que “que” não é uma conjunção consecutiva.
Agora, preciso saber se é um pronome relativo ou uma conjunção integrante. As perguntas
que podemos levantar para sanar essa dúvida são:
O “que” está fazendo referência a um termo anterior?
Não, não está fazendo referência um termo anterior, então se trata de uma conjunção
integrante. Para tirar a “prova verdade” antes de preencher o gabarito podemos recorrer ao
macete citado. Se, substituindo a palavra “que” pela palavra “isso” a frase continuar com o
mesmo sentido, então estamos de fato diante de uma oração subordinada substantiva
integrante, logo, “que” é uma conjunção integrante.
Um segundo exemplo para demonstrar como não precisamos de macete algum para
identificar quando “que” se trata de um pronome relativo é o que segue:
Os alunos que são do Focus são aprovados
Oração subordinada adjetiva restritiva
O termo “que” faz referência àquelas pessoas que são aprovas, mais especificamente, aos
alunos do Focus. Por fazer referência ao termo anterior, se trata de um pronome relativo.
GABARITO: A
QUESTÃO 4) O seguinte termo em função adjetiva, sublinhado, está substituído de forma
inadequada por um adjetivo.
a)“A vida é uma calamidade em prestações”. (Oswald de Andrade)/ parcelada.
b)“Nunca temas sombras. Elas simplesmente significam que há luz em algum lugar perto”.
(anônimo)/ próxima
c)“Que pena que os homens não podem trocar seus problemas. Todos sabem exatamente
como resolver os problemas de outras pessoas (Olin Miller” / alheios)
d)“Algumas pessoas fazem planos tão complexos para dias chuvosos, que não aproveitam o
dia de sol de hoje”. (William Feather” / ensolarados
e)“Tempo é a coisa de mais valor que um homem pode gastar”. (Diógenes)/ mas cara
Comentários:
A letra (a) está correta, pois os dois termos possuem função adjetiva. Tanto “a vida é uma
calamidade em prestações”, quanto “a vida é uma calamidade parcelada” estão corretas.
Quanto a alternativa (b), também está correta, pois ambas construções “Elas simplesmente
significam que há luz em algum lugar perto”. E “Elas simplesmente significam que há luz
próxima”. A alternativa letra (d), também está correta. Observe que ambos os termos têm
função adjetiva: “... que não aproveitam o dia de sol de hoje” e “...que não aproveitam o dia
ensolarado de hoje”. Por fim, a letra (e) está incorreta porque, dizer que o “tempo é a coisa de
mais valor que um homem pode gastar”. A expressão “valor” aqui não se trata de valor
financeiro, monetário, mas sim, de valor moral, de significância elevada. Nesse sentido, não
podemos substitui-lo pela palavra “mais cara”, como em “Tempo é a coisa mais cara que um
homem pode gastar”, porque tempo não se mede por valor monetário. Assim, o gabarito da
questão é a letra (e).
GABARITO: E
QUESTÃO 5) A frase abaixo em que o vocábulo sublinhado exemplifica uma classe
gramatical diferente da dos adjetivos é:
a)Eu não sou arrogante. Simplesmente sou melhor do que você”. (anônimo)
b)“Os cemitérios estão cheios de gente insubstituível”. (Charles de Gaulle)
c)“Eu achei que eu estava errado uma vez, mas eu estava enganado”. (Lee
Lacocca)
d)“Nada grandioso no mundo foi realizado sem paixão”. (Hegel)
e)“Pontualidade é a virtude do chato”. (Evelyn Waugh)
Comentários:
Essa é uma questão interessante porque todas as palavras nela destacadas são adjetivos:
arrogante, insubstituível, enganado, grandioso, chato. Para responde-la é necessário
olharmos para as construções.
De início muitos se confundem em relação a alternativa (d), partindo do seguinte raciocínio “o
adjetivo necessariamente deve ser ligado a um substantivo, então, não pode ser essa a
alternativa, pois, o termo “nada” é um pronome indefinido”. Quem estudou o conteúdo a finco,
no entanto, aprendeu que o pronome pode acompanhar o nome ou substituir o nome. Quando
o pronome acompanha um nome ele é um pronome adjetivo. Quando o pronome substitui um
nome ele é um pronome substantivo. Conclui-se então que “grandioso”, nesse caso, por estar
ligado a um adjetivo substantivo, que está exercendo função de substantivo (nada), exerce
função de adjetivo.
Agora, observe a alternativa (e). “Pontualidade é a virtude do chato”. Antes do termo “chato”
há a palavra “do”, que nada mais é que a preposição “de” mais o artigo “o”. O que esse artigo
“o” faz nessa oração é substantivar o termo “chato”, pelo processo de derivação imprópria ou
conversão. Desse modo, a letra (e) é o gabarito para essa questão.
GABARITO: E
Questão 6)
A formação de advérbios em -mente é feita com um acréscimo desse sufixo à forma feminina
do adjetivo. A frase abaixo em que advérbio mostra claramente essa formação é:
a)“Um inimigo pode arruinar parcialmente um homem, mas é preciso um amigo fiel e
desastrado para completar de vez o serviço”. (Mark Twain)
b)“Um homem que roupa por mim fatalmente roubará de mim”. (Teddy
Roosevelt)
c)O crime é a extensão lógica de um tipo de comportamento perfeitamente
respeitável no mundo dos negócios”. (Robert Rice)
d)“Para os ricos, a pobreza é incompreensível. Eles não entendem por que as pessoas que
querem jantar não tocam simplesmente a campainha”. (Walter
Bagehot)
e)“Ouro, sim.: Um metal amarelo mundialmente apreciado por sua utilidade nas diversas
formas de roubo chamado comércio”. (Ambrose Bierce)
Comentários:
A questão pode parecer complicada, mas é verdadeiramente simples. Eu nem ler a frase toda
para analisá-la. O que o enunciado pede é simplesmente que identifique a forma feminina do
adjetivo sem o acréscimo do sufixo -mente. Na primeira alternativa, letra (a), o termo “parcial”
não tem distinção de gênero, portanto, está fora de questão. O mesmo pode ser dito em
relação à alternativa (b), “fatal” não tem distinção de gênero. Já, na alternativa (c), ao retirar o
prefixo -mente de “perfeitamente” temos o adjetivo “perfeita”, que é adjetivo feminino, logo, o
gabarito é a letra (c). As demais alternativas seguem a mesma lógica das alternativas (a) e
(b).
GABARITO: C
Meu querido aluno, para finalizar esse módulo de exercícios gostaria de deixar uma
mensagem de motivação, para que você não deixe que pensamentos negativos exaustem
sua mente. “Nunca deixe alguém dizer que você não pode fazer alguma coisa. Se você tem
um sonho, tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e, dizem que você
também não vai vencer. Se quer alguma coisa, corre atrás” (A procura da felicidade). Você
pode conseguir a tão sonhada aprovação, basta querer. Não deixe ninguém derrubar seu
sonho.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Transitividade verbal3
TRANSITIVIDADE VERBAL
A Transitividade verbal é uma introdução à regência e a todo o processo de análise sintática,
você vai ter que entender alguns termos que agora vão servir para o período simples, mas
futuramente vão servir para o período composto. Quando lhe pedirem para procurar a função
sintática de um termo a primeira coisa é procurar o verbo, pois só existe análise sintática a
partir do verbo, sendo ele responsável por todo o processo da análise sintática, este processo
SVC é o principal sistema linguístico na língua portuguesa significando sujeito, verbo e
complemento. A primeira coisa a se fazer é encontrar o verbo, o verbo é a palavra de pode
ser conjugada a partir disso, a segunda coisa a se fazer é descobrir quem é o sujeito se
fazendo a pergunta quem Ou o quê, pois o sujeito pode ser uma pessoa e também ser um
objeto. O terceiro é o complemento, na língua portuguesa existem aproximadamente 11 mil
verbos.
Em provas de concursos públicos são usados no máximo 20 verbos, sendo os principais que
se estudam na regência verbal, mas em relação à classificação existem três. São elas, verbo
transitivo, intransitivo e o de ligação da mesma forma só podem existir 3 COMPLEMENTOS,
sendo eles, objeto direto ou indireto, adjunto adverbial (localidade) e uma característica que é
o predicativo. Será um adjunto adverbial em qualquer circunstância sendo de tempo, modo,
causa e por aí vai. Entretanto quando é indicado a localidade poderá te confundir, pois exigira
uma preposição lhe induzindo a acreditar que é um objeto indireto, quando na verdade é um
adjunto adverbial de lugar.
Quando se pensa em verbo, existem 3 tipos de verbos classificatórios sendo eles, verbo
transitivo, intransitivo e o de ligação, o transitivo e intransitivo pode ser chamado de verbos
nocionais (ação), é um verbo que vai dar uma noção, por este fator engloba o predicado
verbal. Entretanto esses verbos podem ser chamados de verbos significativos sendo a
mesma coisa. O verbo de ligação você sabe que ele não indica ação e sim Estado, qualidade,
atributo e característica, então não pode ser chamado de verbo nocional. Na sua prova,
podem chamar o verbo de ligação de verbo relacional, pois é um verbo que serve para
relacionar, na escola ensinam que o verbo transitivo tem sentido incompleto e que o verbo
intransitivo tem sentido completo ambas em relação ao sentido de ação.
O verbo transitivo é o verbo da pergunta que vai exigir um complemento e um objeto, já o
verbo intransitivo haverá situações em que ele vai exigir um complemento, porém, não é um
complemento verbal e nem objeto e sim um complemento circunstancial ou um complemento
adverbial, isso ocorre quando é indicado a localidade. O verbo de ligação a professora da
escola ensina e o faz gravar sendo, ser, estar, parecer, tornar-se, permanecer, ficar e
continuar, esses eram os principais verbos de ligação, mas eles só são verbos de ligação
quando o complemento indica uma característica, pois se o complemento indica circunstância,
eles mudam e passam a ser verbos intransitivos.
1-Verbo transitivo direto- É aquele que exige complemento SEM preposição.
Ex: Sidney comprou um relógio
Se nesta frase chegasse apenas com o sujeito e o verbo dizendo.
“Sidney comprou.”
O indivíduo perguntaria “o que?”, o que demonstra que o verbo pede um objeto.
Se não há preposição na frase significa que o verbo está pedindo um complemento sem
preposição, portanto, aquilo que chamamos de objeto direto sendo um verbo transitivo direto.
O verbo chegar é extremamente perigoso, pois no dia a dia ele é utilizado com a proposição,
cheguei “em” casa, mas o correto é utilizar com a preposição “a” cheguei à casa. Quando se
tem dúvida recorra ao SVC achando o verbo, perguntando quem ao sujeito e o resto do
complemento podendo ser três possibilidades para o complemento objeto, pode ser uma
circunstância do adjunto adverbial (localidade) e o predicativo. Vai ser adjunto adverbial
quando indica qualquer tipo de circunstância, mas quando indicar localidade fique atento, pois
pode te confundir porque exigira uma preposição, o induzindo a achar que é um objeto
indireto e quando na verdade é um adjunto adverbial de lugar. Sidney é o sujeito, comprou é o
verbo e um relógio é o complemento restante, relógio é um objeto, mas o tipo de objeto que
se tem é o verbo que respondera, todavia não é o verbo que dá o contexto sozinho
dependendo da estrutura.
É o complemento que muda o contexto, se o complemento é um objeto significa que o verbo
vai ser transitivo, se o complemento é uma adjunto adverbial é uma circunstância significativa
a qual o verbo vai ser transitivo e se o complemento é uma característica o verbo será de
ligação. Então, se na frase o complemento é um objeto significa que o verbo é transitivo, mas
o tipo de objeto é o verbo quem responde e neste contexto quem compra, compra algo.
2-Verbo transitivo indireto- Aquele que exige complemento COM preposição.
Ex: Sidney precisa de dinheiro.
O complemento não é característica, não gera circunstância, sendo um objeto analisando
“precisa” é um verbo transitivo, mas é preciso saber o tipo de objeto sendo o verbo que
respondera. Quem precisa, precisa de algo, então o verbo transitivo indireto vai exigir um
objeto indireto, pois está indiretamente ligada ao verbo através da preposição.
3-Verbo transitivo direto e indireto- Aquele que exige dois complementos: um com e um sem
preposição.
Sidney deu flores para Clara.
O verbo transitivo direto só pede um complemento sem preposição portanto um objeto direto,
o verbo transitivo indireto só pede um complemento com preposição, objeto indireto. Nesta
frase mostra que o verbo “dar” é um verbo bitransitivo chamado de verbo transitivo direto e
indireto. Obrigatoriamente vai exigir dois complementos, sendo um sem preposição o objeto
direto e outro com proposição, objeto indireto.
Não há importância em quem aparece primeiro se é o direto ou indireto, o que nunca pode ter
é dois objetos diretos ou dois objetos indiretos, pois o nome do verbo é transitivo direto e
indireto. Se fosse colocado “Sidney comeu do bolo “e perguntasse qual é a função sintática
como funcionaria? Primeiramente é preciso achar o verbo que é “comeu”, em seguida
perguntar quem ao sujeito e automaticamente o restante será o complemento. Sendo bolo um
objeto, entretanto muito candidato erra esta questão, pois percebe que tem há uma
preposição e marca como objeto indireto, mas lembre-se que não é o fato de ter preposição
que qualifica como objeto indireto, pois a análise é morfossintática, é preciso observar a quem
o verbo está ligado morfologicamente para classificar sintaticamente. Há preposição na frase,
mas está ligada ao verbo comer e neste contexto quem come, come algo então o verbo
transitivo direto obrigatoriamente vai pedir um objeto direto preposicionado, pois existe
preposição.
Essa preposição tem a ver com a regência do verbo comparando com a frase “Sidney precisa
de dinheiro” neste contexto quem precisa, precisa de algo e não há como tirar a preposição,
pois precisa do que? Sendo assim exigida a preposição obrigatoriamente. Como é uma
preposição exigida pelo verbo é uma preposição obrigatória o “de” da frase. Já que é exigida
pelo verbo a proposição do objeto indireto se pode concluir que a proposição do objeto
indireto sempre será exigida. Na frase Sidney comeu do bolo há como tirar a proposição e
falar “Sidney comeu o bolo” isso significa que essa preposição não foi exigida pelo verbo, não
sendo obrigatória é facultativa.
Esta preposição facultativa foi colocada para evitar uma ambiguidade, pois “Sidney comeu o
bolo” significa que comeu o bolo inteiro, “Sidney comeu do bolo” quer dizer que comeu um
pedaço, na proposição do objeto indireto há a preposição relacional, relacionando e esvaziada
de sentido. No objeto direto preposicionado há a preposição nocional, pois está ali para
indicar que foi parte do bolo há um valor semântico, partitivo. Entretanto se a pergunta é
quantas classes gramaticais há no “do bolo” a resposta será três, sendo Bolo o núcleo deste
objeto direto e morfologicamente é um substantivo e o “do” é a contração da preposição “de”
+ “o” artigo, por isso temos três classes gramaticais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Predicação Verbal3
Verbo Intransitivo3
Verbo de Ligação4
PREDICAÇÃO VERBAL
Verbo Intransitivo
Teoricamente os verbos intransitivos possuem sentido completo, mas podem pedir um
complemento adverbial.
Na verdade, isso se encontra na gramática do Rocha Lima e, é chamada de
complemento circunstancial.
Na frase:
“Os pássaros voam na floresta.”
Se fosse dito somente “os pássaros voam”, o receptor entenderia, porque em milésimos de
segundos passa a imagem dos pássaros na cabeça, pois tudo aquilo que é usado de
linguagem remete à significado significante. Como o receptor entende a frase, o verbo “voam”
tem sentido completo, logo ele é classificado como um verbo intransitivo, não importando o
que vem depois. Seguindo então, “na floresta” é um adjunto adverbial de lugar; caso “na
floresta” fosse trocado por “rapidamente”, seria um adjunto adverbial de modo.
Na frase:
“O idoso morreu de fome.”
Se fosse dito somente “o idoso morreu”, o receptor já entenderia, mas ele poderá perguntar
qual foi a causa da morte. No entanto, “o idoso morre” é o suficiente para entender a ação
manifestada pelo verbo, portanto, o verbo “morreu” tem sentido completo e é classificado
como verbo intransitivo.
O receptor pode entender que quem morre, morre de alguma coisa. Nesse momento, deve-se
entender o que de fato é o objeto: para cada ação que o sujeito pratica, haverá sempre
alguém que vai sofrer ou ser alvo da ação, sendo este, o objeto. Portanto, na frase acima,
“fome” não sofreu alguma ação do idoso, então ele não é um objeto e sim uma característica
de circunstância, sendo ele um adjunto adverbial de causa.
“Sidney mora em Rocha Miranda.”
Se fosse dito somente “Sidney mora” o receptor não entenderia, já que obrigatoriamente,
quem mora, mora em algum lugar. “Em Rocha Miranda” é uma circunstância de localidade,
portanto, se tem preposição que indica localidade, sempre vai ser uma adjunto adverbial de
lugar e, se esse adjunto adverbial está atrelado ao verbo, significa que o verbo é intransitivo.
Os verbos: chegar, ir e morar exigem preposições, para a gramática tradicional/ortodoxa estes
verbos são classificados como verbos intransitivos, exigindo a preposição. Como Sidney
mora, “mora onde?”, ao perguntar isso, a única coisa que importa é o lugar/localidade, sendo,
portanto, um adjunto adverbial de lugar.
Exemplo: A frase “Sidney precisa de dinheiro”, exige preposição, porque quem precisa,
precisa “de” alguma coisa/objeto. “Sidney mora em Rocha Miranda”, quem mora, mora “em”
algum lugar.
Porém, existe uma gramática não tradicional/não ortodoxa que diz que os verbos: chegar, ir e
morar são transitivos indiretos (Manuel Pinto Ribeiro, Arnaldo Niskier e Celso Pedro Luft).
Verbo de Ligação
Verbos de ligação são aqueles que sempre expressam uma característica do ser. Os
principais verbos de ligação são:
Ser: Maria é bonita.
Estar: Maria está bonita.
Parecer: Maria parece bonita.
Tornar-se: Maria tornou-se bonita.
Permanecer: Maria permanece bonita.
Ficar: Maria ficou bonita.
Continuar: Maria continua bonita.
Observa-se que nos exemplos acima, o complemento foi uma característica, logo, o verbo é
de ligação.
O aluno está preocupado.
“Preocupado” é uma característica, portanto, o verbo “está” é de ligação e “preocupado” vai
ser predicativo do sujeito, porque está qualificando o aluno, no caso, o sujeito.
Para um complemento, existem três possibilidades sintáticas:
Objeto: tendo como classe gramatical um substantivo;
Adjunto Adverbial: tendo como classe gramatical o advérbio;
Predicativo do sujeito: tendo como classe gramatical o adjetivo.
Mesmo que o adjetivo indique uma característica e o advérbio indique uma circunstância, os
valores semânticos são muito próximos, no entanto, o advérbio é de uma classe invariável e o
adjetivo é de uma classe variável.
Na estrutura e “O aluno está preocupado.”, se mudar para “aluna” tem-se que mudar a
palavra “preocupado” também. Então, se de alguma forma conseguir modificar a palavra,
significa que ela é uma classe variável, por isso, no exemplo é um adjetivo, morfologicamente
e sintaticamente vai ser predicativo do sujeito.
Sidney está em Cascavel.
Como para ser um verbo de ligação, o complemento tem que ser uma característica, esse
“está” não é um verbo de ligação, já que “Cascavel é uma circunstância de localidade. Dessa
forma, se tem preposição e indica localidade, sempre será um adjunto adverbial de lugar e, se
está atrelado ao verbo, significa que o verbo é intransitivo, ou seja, tudo na língua portuguesa
depende de contexto.
Verbos Transitivos Diretos: pede um objeto direto e, se houver preposição pede um objeto
direto preposicionado.
Verbo Transitivo Indireto: pede um objeto indireto.
Verbo Transitivo Indireto e Direto: pede o objeto indireto e direto.
Verbo Intransitivo: na maioria das vezes, ele não vai pedir nada, tendo sentido completo. Mas
haverá situações em que ele vai exigir um complemento, porém não é um complemento
verbal, não é um objeto, é um complemento circunstancial, um complemento adverbial,
quando indica localidade. Mas não importa se está exigindo ou não, se está atrelada ao verbo
intransitivo, para a gramática tradicional, vai ser sempre um adjunto adverbial.
Verbo de Ligação: pede o predicativo do sujeito.
Observe as seguintes frases, lembrando que não existe análise sem contexto.
O tempo virou no Sul.
Nessa frase existe o verbo (virou), o sujeito (o tempo) e o complemento (no Sul), porém, se
houvesse somente o sujeito e o verbo, já seria o suficiente para entender a estrutura, mas,
caso não tenho o suficiente, nota-se que “no sul” é uma circunstância de localidade, sendo
assim é um adjunto adverbial e o verbo é intransitivo.
O aluno virou a mesa.
Neste momento, quem vira, vira alguma coisa, portanto, o verbo é transitivo direto e mesa é
um objeto direto.
O aluno virou o rosto ao professor.
Neste exemplo, quem vira alguma coisa, vira algo a alguém, portanto, o verbo é transitivo
direto e indireto, o “rosto” vai ser o complemento sem preposição, chamado de objeto direto e,
“professor” vai ser o complemento com proposição chamado de objeto indireto.
O aluno virou fera.
Neste momento, o verbo vai ser de ligação e “fera” vai ser um predicativo do sujeito, porque
está atribuindo uma característica, um atributo ao “aluno”, que é o sujeito. A palavra fera
notoriamente não é um adjetivo, ela é um substantivo, mas no contexto da coisa está sendo
indicado uma característica.
Eu escrevo muito.
Nessa frase, a intencionalidade é mostrar a intensidade do ato, então o verbo é intransitivo e
“muito” um adjunto adverbial de intensidade.
Eu escrevo uma carta
Neste momento, a intenção foi mostrar “o que eu escrevo”, dessa forma, o verbo é transitivo
direto, e “uma carta” é um objeto direto.
Eu escrevo para minha namorada.
A intenção aqui foi mostrar “para quem eu escrevo”, podendo ser que “eu” trabalhe para ela.
Portanto, neste momento, o verbo é transitivo indireto e “para minha namorada” é um objeto
indireto.
Eu escrevo uma carta para a minha namorada.
Neste contexto, quem escreve, escreve alguma coisa para alguém. Então, o verbo transitivo
direto e indireto, sendo que “uma carta” é o objeto direto e “para a minha namorada” é o
objeto indireto, pois tem a preposição.
João comeu uma torta.
O contexto vem da intencionalidade discursiva, da intenção do autor. Já que uma torta é um
objeto sem preposição, logo, o verbo é transitivo direto e “uma torta” é um objeto direto.
João comeu muito.
A intenção aqui foi mostrar a intensidade do ato de João. Como “muito” é uma
Circunstância de intensidade, o verbo é um adjunto adverbial de intensidade.
João comeu na cozinha.
A intenção foi mostrar onde João comeu. Sendo que o complemento é “na cozinha” é um
adjunto adverbial de lugar atrelado ao verbo, dessa forma o verbo é intransitivo.
João comeu uma torta na cozinha.
Nesse exemplo, existem dois complementos. “Uma torta” é um objeto direto e “na cozinha”
indica uma circunstância de localidade, então é um adjunto adverbial de lugar. Considerando
que para a gramática tradicional, a estrutura é sujeito, verbo e objeto e, para a gramatica
tradicional o verdadeiro complemento do vero é o objeto, os adjuntos adverbiais são meras
circunstâncias. Então, neste momento, entende-se que exatamente por este fator que, na
hora que tem um objeto, o verbo é transitivo, porque o objeto é o verdadeiro complemento do
verbo, dessa forma, o verbo dessa frase é transitivo direto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Questão 1)3
Questão 2)4
Questão 3)6
Questão 4)7
Questão 6)10
Questão 7)11
Vamos colocar em prática o conteúdo referente à transitividade verbal por meio de exercícios
de fixação. O intuito dessa prática é massificar a diferença entre objeto direto e objeto indireto,
lembrando que que o objeto direto não requer preposição e o objeto indireto, requer,
lembrando, também, que a diferença entre o objeto direto preposicionado e objeto indireto é
que, para o segundo, a preposição é obrigatória, enquanto que, para o primeiro, é facultativa.
Tenha em mãos suas anotações, caderno, lápis e borracha, e principalmente, a disposição
para resolver as questões antes de ler os comentários e checar o gabarito. Mãos à obra.
QUESTÃO 1) Classifique os termos integrantes usando os seguintes códigos:
a)Obj. direto
b)Obj. direto preposicionado
c)Obj. indireto
( ) Adoramos nossas sogras.
( ) Eduardo Paes cumpriu com a palavra.
( ) Convidaram-me para uma grande festa.
( ) As mulheres desconfiam dos homens.
( ) Sabe-se que Brutus traiu a Nero.
( ) Obedeço aos meus superiores.
Comentários:
No contexto da primeira frase, quem adora, adora alguém, então o verbo é transitivo direto (A)
“Adoramos nossas sogras”. No contexto da segunda frase, quem cumpre, cumpre alguma
coisa, então o verbo é transitivo direto, seguido, neste caso, de preposição, portanto o termo
integrante será classificado como objeto direto preposicionado (B) “Eduardo Paes cumpriu
com a palavra”. No contexto da terceira frase, quem convida, convida alguém para alguma
coisa. Nesse caso, o verbo “convidar” é um verbo transitivo direto e indireto. Convidaram
(quem?) -me (para que?) para uma grande festa. O pronome substantivado “me” é o objeto
direto e “uma grande festa” é o objeto indireto. (A) Convidaram-me para uma grande festa.
No contexto da quarta frase “desconfiar” é um verbo transitivo indireto, porque quem
desconfia, desconfia de algo ou de alguém. Assim, o termo integrante “homens” é um objeto
indireto (C) “As mulheres desconfiam dos homens”. No contexto da quinta frase, quem trai,
trai alguém, então estamos diante de um verbo transitivo direto, seguido de preposição
facultativa (um “a” diante de um substantivo masculino certamente não seria um artigo),
assim, “Nero” é um objeto direto preposicionado, e o gabarito para questão é a letra (B)
“Sabe-se que Brutus traiu a Nero”. No contexto da quinta e última frase o verbo “obedecer” é
um verbo transitivo indireto, pois quem obedece, obedece a alguém, por isso a expressão
“meus superiores” é um objeto indireto, (C) “Obedeço aos meus superiores”.
GABARITO: A; B; A; C; B; C
QUESTÃO 2) Classifique os termos integrantes usando os seguintes códigos:
a)Obj. direto
b)Obj. direto preposicionado
c)Obj. indireto
( ) Não temas da morte.
( ) Não concordaram com o projeto.
( ) Fazer samba lá na Vila é um brinquedo.
( ) O policial sacou do revólver.
( ) Amarás a Deus sobre todas as coisas.
É essencial estar atento ao verbo “temer” porque ele pode ter três classificações. Ele pode ser
transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo.
VTD Não temas a morte.
VTI- Não temas da morte.
VI Não temas.
O verbo temer é classificado pela estrutura uma vez que seu sentido, independente da
classificação, permanece o mesmo. O simples ato de mudar a estrutura da frase irá
influenciar a classificação do verbo. Uma observação que faço em relação à classificação
como verbo transitivo indireto é que muitos podem questionar o porquê de ele não se tratar de
um verbo transitivo direto preposicionado. A resposta é simplesmente porque, dado sua
recorrência, já foi registrado nos dicionários como verbo intransitivo. Portanto, gabarito letra
(C) “Não temas da morte”. Em seguida, no contexto da segunda frase quem não concorda,
não concorda com alguma coisa, assim, o verbo é transitivo indireto, e o termo integrante é
objeto indireto, logo, gabarito letra (C) “Não concordaram com o projeto”.
No contexto da terceira frase, quem faz, faz alguma coisa. Assim “fazer” é um verbo transitivo
que pede um objeto direto, neste caso “samba”, portanto o gabarito é a letra (A) ‘Fazer samba
lá na Vila é um brinquedo”. No contexto da quarta frase, quem saca, saca alguma coisa,
então, novamente estamos diante de um verbo transitivo direto, neste caso seguido de
preposição, e de um objeto direto, o gabarito é a letra
(B)“O policial sacou do revólver”. Para finalizar, no contexto da quinta frase temos o mesmo.
Quem ama, ama alguém, então temos um VTD (amarás) e um OD (a Deus), mas nesse caso,
temos também uma preposição, “a”, logo o gabarito é a letra (B) “Amarás a Deus sobre todas
as coisas”.
Uma observação: preste atenção que em casos em que temos um objeto direto
preposicionado, o uso facultativo do pronome pode não causar prejuízo gramatical à frase,
porém resultará em uma alteração de sentido. Por exemplo, as frases “Sidney comeu o bolo”
e “Sidney comeu do bolo”, são gramaticalmente equivalentes, mas possuem sentido diferente.
Em contrapartida, há casos em que não resultará em prejuízo algum, seja gramatical ou
semântico, como é o caso da última frase trabalhada na questão “amarás a Deus sobre todas
as coisas” e “amarás Deus sobre todas as coisas”. O conceito do verbo amar continua o
mesmo, então não alterará de modo algum o sentido.
GABARITO: C; C; A; B; B
QUESTÃO 3) Tendo em vista a transitividade verbal e seus respectivos complementos,
analise os termos em evidência de acordo com o código (OD) e/ou (OI):
a)Entregamos o livro ao professor.
b)Necessitamos de sua ajuda.
c)Não concordo com suas ideias.
d)Gostamos muito do passeio.
e)Aprecio a brisa da manhã.
Comentários:
A primeira frase é composta por duas estruturas. Quem entrega, entrega alguma coisa a
alguém, então se trata de um verbo transitivo direto e indireto. Assim, o termo integrante “o
livro” é o objeto direto e “ao professor” o objeto indireto. Na segunda questão, quem
necessita, necessita de alguma coisa, assim o verbo “necessita” é transitivo indireto e “de sua
ajuda” é objeto indireto. No contexto da questão de letra (c), quem concorda, concorda com
alguma coisa, logo, verbo transitivo indireto, seguido do objeto indireto “com suas ideias”. Na
letra (d), quem gosta, gosta de alguma coisa, novamente verbo transitivo indireto, e objeto
direto “do passeio” precedido por um adjunto adverbial de intensidade. Por último, na quinta
questão o verbo “aprecio” é um verbo transitivo direto, e a “brisa” é o objeto direto, seguido do
adjunto adnominal “da manhã”.
VTDI OD OI
a)Entregamos o livro ao professor.
VTI OI
b)Necessitamos de sua ajuda.
VTIOI
c)Não concordo com suas ideias.
VTD a.adv OI
d)Gostamos muito do passeio.
VTD OD adj. adn.
e)Aprecio a brisa da manhã.
QUESTÃO 4) Analise sintaticamente os termos em destaque, atribuindo-lhes a devida
classificação:
a)Ontem, pedi-lhe um favor.
b)Entregamos as encomendas aos clientes.
c)Não o cumprimentamos, pois saímos mais cedo.
d)Devemos respeitar os mais velhos.
Comentários:
Letra a) Para classificar o termo “lhe” primeiro observamos o verbo inserido neste contexto,
que se trata de um VTDI. Quem pede (VTDEI), pede algo (OD) a alguém (OI), ou seja, pede
(VTDI) um favor (OD) para ele ou para ela (OI), logo o termo “lhe” é objeto indireto.
Letra b) Quem entrega, entrega algo a alguém. Neste contexto, entregamos (VTDI) as
encomendas (OD) aos clientes (OI).
Letra c) No contexto dessa frase quem cumprimenta, cumprimenta alguém, logo, é um VTD, e
consequentemente “o” é o objeto direto.
Letra d) Nesta questão temos uma locução verbal composta pelo verbo auxiliar “devemos” e o
verbo principal “respeitar”. Saliento, ainda, que além da posição dos elementos que compõem
a locução ser verbo auxiliar e verbo principal, respectivamente, o verbo auxiliar é o único que
conjuga quando seguido de um verbo principal. Já o verbo principal, ele é apresentado
seguindo as formas nominais do verbo que são gerúndio, particípio e infinitivo. À luz dessa
consideração, o verbo respeitar na letra (d) é um VTD, e “os mais velhos “é o OD.
Cuidado para não confundir as regências do verbo respeitar (VTD) e do verbo obedecer (VTI).
Quem respeita, respeita alguém, e quem obedece, obedece a alguém. É muito comum fazer
analogia entre os dois verbos, dado a proximidade da matriz semântica, mas é importante
lembrar para a prova que, em essência, “respeitar” é um verbo transitivo direto, e “obedecer” é
um verbo transitivo indireto que exige preposição. Ainda, não pense ser possível dizer
“Devemos respeitar aos mais velhos” e dizer que “devemos” nesse contexto se trata de um
objeto direto preposicionado. Lembre-se, não são todos os verbos transitivos diretos que
aceitam preposição facultativa. A construção do objeto direto preposicionado ocorre por dois
fatores: para dar ênfase, e para alterar o sentido no intuito de evitar ambiguidade. Desse
modo, não há como dizer que o verbo “respeitar”, por sua proximidade semântica com o verbo
obedecer, possa admitir preposição, uma vez que dizer “devemos respeitar os mais velhos” e
“devemos respeitar aos mais velhos” não confere diferença alguma, não há ênfase e não há
ambiguidade.
Questão 5)
E agora, José? A festa acabou A luz apagou O povo sumiu
A noite esfriou...
(Carlos Drummond de Andrade)
a)Os verbos são todos transitivos diretos e estão no pretérito imperfeito.
b)Os verbos são todos transitivos diretos, embora o objeto direto não esteja expresso; e os
verbos estão no pretérito perfeito.
c)O primeiro e o segundo verbo são transitivos diretos e os dois últimos são transitivos
indiretos e estão no pretérito mais-que-perfeito.
d)Todos os verbos destacados são intransitivos e estão no pretérito perfeito.
Note que temos quatro verbos em destaque acabou, apagou, sumiu, esfriou. O enunciado da
questão quer saber qual a transitividade e o tempo verbal. Primeiramente vamos a analisar a
transitividade dos verbos: nenhum deles é seguido por complemento, e é possível entendê-los
todos. Não há necessidade de complemento verbal nas frases do poema para que façam
sentido, portanto, estamos diante de verbos intransitivos. Com essa constatação nós já
eliminados três possíveis alternativas. Quanto ao tempo dos verbos, todos falam de um
passado completo e acabado, sem qualquer continuidade, então, estamos diante de verbos
no tempo pretérito perfeito.
GABARITO: D
Texto para as questões 6 e 7
Nas horas de serviço, conseguia distrair-me. Os livros enormes de lombos de couro e folhas
rotas, os ofícios, a companhia do telefone e o tique-taque das máquinas de escrever em
arrastão para longe da terra. O que lá fora é bom, útil, verdadeiro ou belo não tem aqui
nenhuma significação. Tudo é diferente. Respiramos um ar onde voam partículas de papel e
de tinta e trabalhamos quais às escuras. A voz do diretor é doce, ranzinza e regulamentar. Se
um funcionário comete uma falta, o diretor mostra o parágrafo e o artigo adequados ao caso.
Sucede que o funcionário se defende apontando outro artigo. Aí o diretor perturba- se e
descontenta-se: compreende que o serviço não vai bem, mas encolhe-se diante do
regulamento e admira e receia o empregado que soube encapar-se nele. Movemos nos como
peças de um relógio cansado. As nossas rodas velhas, de dentes gastos, entrosam-se mal às
outras rodas velhas, de dentes gastos. O que tem um valor cá dentro são as coisas
vagarosas, sonolentas. Se o maquinismo parasse, não daríamos por isto: continuaríamos com
o bico da pena sobre a folha machucada e rota, o cigarro apagado entre os dedos amarelos.
Deixaríamos de pestanejar, mas ignoraríamos extinção dos movimentos escassos. Os
rumores extremos chegam-nos amortecidos. Que barulho, que revolução será capaz de
perturbar esta serenidade?
QUESTÃO 6) A oração “que o funcionário se defende apontando outro artigo (l.8), exerce, no
período, a função de complemento da forma verbal “sucede” (l.8).
Comentários:
Se o enunciado da questão diz que a oração é complemento verbal de determinado verbo, ele
está dizendo que aquela estrutura é objeto, seja ele direto ou indireto. Agora, o verbo suceder
pode ser um verbo intransitivo regido pela preposição a, e pode ser um verbo intransitivo. Ele
será um VTI (a) quando indicar uma “troca”, e será um VI quando indicar uma “ocorrência”.
Observe os seguintes exemplos:
O filho sucedeu ao pai na empresa.
S VTI(A) OI A. ADV. DE LUGAR
Neste caso, a frase transmite a ideia de troca, ou seja, uma troca de lugar efetuada entre pai
e filho. Agora, no sentido de ocorrer, o verbo vai ser transitivo indireto. Isto posto, vamos
voltar à estrutura.
Sucede que o funcionário se defende apontando outro artigo.
Um truque que pode ser utilizado para sabermos qual a função do verbo sucede é pegar toda
a estrutura que a segue e substituir pela palavra “isso”, se couber, significa que estamos
diante de uma oração subordinada substantiva, encabeçada pela conjunção integrante.
O que sucede? Que o filho se defende apontando outro artigo.
O que sucede? Isso.
S
Isso sucede
SV
Se for possível fazer essa jogada, significa que a palavra “isso” exerce a função sintática de
sujeito, logo, aquilo que está sendo substituído pela palavra “isso” é uma oração subordinada
substantiva subjetiva, encabeçada pela conjunção integrante “que”. Oras, subjetiva porque
exerce a função de sujeito. Em vista disso, essa estrutura não se trata de um complemento
verbal, mas sim de um sujeito, portanto, a questão está errada.
GABARITO: FALSA
QUESTÃO 7) No trecho “Os rumores externos chegam-nos amortecidos” (l. 16), a palavra
“amortecidos” qualifica o complemento indireto “nos”.
Comentários:
O que chegam adormecidos são os rumores externos e não “nós”. Assim a palavra
“adormecidos” qualifica na verdade o sujeito, e não o complemento direto “nos”. Então não
funciona como um predicativo do objeto, mas sim como um predicativo do sujeito. Portanto a
questão está errada.
GABARITO: FALSA
Chegamos ao final de mais uma aula do modulo de exercícios. Lembre-se “não espere o
incentivo dos outros, o primeiro a acreditar no seu sonho tem que ser você!”. Você já deve ter
percebido que muitas vezes uma pessoa com grande potencial pode ser frequentemente
incentivada a correr atrás de algum objetivo, mas enquanto não partir dela, incentivar a si
própria, ela não se move. Mas quando ela vai atrás de um objetivo, tem sucesso na certa,
porque não basta estudo e potencial, é preciso ter confiança e acreditar em si mesmo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Transitividade Verbal3
Tipos de Predicado3
Exercícios8
TRANSITIVIDADE VERBAL
Tipos de Predicado
Quando se estuda os termos da oração, que são na verdade, os termos classificados
sintaticamente, é feito uma divisão entre termos:
Essenciais: essência da oração.
Integrantes: aqueles que integram a oração.
Acessórios: são meros acessórios.
Exemplo: para que se entenda melhor, pense nos termos essenciais como um corpo nu, e por
não poder sair pelado na rua, pense nos termos integrantes como as roupas. E os termos
acessórios funcionam como acessórios mesmo, um relógio ou um anel.
Ao observar os termos essenciais, tem o sujeito predicado, só que, percebe-se que existe o
sujeito indeterminado e a oração sem sujeito, porém, jamais se tem uma oração sem
predicado.
Existem três tipos de predicado:
PREDICADO VERBAL: no predicado verbal, tem-se uma estrutura em que ocorre uma
nucleação no verbo, isto é, o núcleo significativo se concentra no verbo.
PREDICADO NOMINAL: no predicado nominal, tem-se um núcleo significativo que vai se
concentrar no nome.
PREDICADO VERBO-NOMINAL: aqui, tem-se dois núcleos significativos, de forma que um
vai se concentrar no verbo e o outro vai se concentrar no nome. No verbo, define-se que
existem três verbos, o transitivo, intransitivo e de ligação, de forma que os verbos transitivos e
intransitivos podem ser chamados de verbos nocionais ou de verbos significativos, porque
dão uma noção, um significado e um sentido de ação, sendo por isso que eles encabeçam o
predicado verbal.
Se o verbo for de ligação, não tem ação, dessa forma, podem ser chamados de verbo não
nocional e verbo não significativo, ou ainda, verbo relacional. Porque ali o verbo está para
relacionar o sujeito ao predicativo, logo, é uma a estrutura de predicado nominal.
Para indicar ação, o verbo tem que ser transitivo ou intransitivo, então não predicado verbal e
nominal, o verbo aqui, obrigatoriamente ou vai ser transitivo ou vai ser intransitivo, só que
para ser também nominal, obrigatoriamente vai ter que aparecer um predicativo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Tipos de sujeito3
I-Determinado3
II-Indeterminado5
Os tipos de sujeitos é uma ótima base para o assunto de concordância verbal, pois
provavelmente você aprendeu que a concordância verbal é a relação entre o verbo e o
sujeito, pode cair na sua prova como um sujeito enorme, com várias palavras no plural
inclusive o verbo e uma frase que faça sentido. Você irá entender o que foi transmitido e
achara que está certo, pois está tudo no plural, porém o verbo não concorda com o sujeito. O
verbo concorda com o núcleo do sujeito, sendo o substantivo sem preposição podendo ser
plural, mas associou o núcleo e estiver no singular, o verbo obrigatoriamente ficará no
singular. Para dominar concordância verbal, se deve dominar os tipos de sujeito a
concordância verbal começa neste material, pois dentro da matéria de concordância verbal,
se teria o tipo de sujeito, a concordância verbal, vozes verbais, transitividade verbal, funções
do ser e entre outros, pois tudo está interligado.
TIPOS DE SUJEITO
Existem 3 TIPOS DE SUJEITO, sendo o sujeito determinado, indeterminado e a oração sem
sujeito, existem as ramificações, mas compreendendo estas 3 ficara mais fácil de
compreender futuramente.
I-DETERMINADO
É aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal, divide- se em:
a)Simples: Possui apenas um núcleo. Ex: Um galo sozinho não tece uma manhã
Comentando o exemplo da letra a, para descobrir quem é o sujeito é preciso achar o verbo e
perguntar a ele quem é o sujeito, entretanto nesta frase há uma palavra negativa acoplada ao
verbo, quando isso ocorre a palavra negativa entra na pergunta também.
Quem ou o que não tece um amanhã?
É “um galo sozinho”, é o sujeito já que o núcleo do sujeito é sempre um substantivo sem
preposição. A palavra “galo” é quem concorda com o verbo é o núcleo do sujeito, como o
núcleo está no singular o verbo fica no singular.
b)Composto: Possui dois ou mais núcleos.
Ex: Pedro e Bino consertaram o caminhão.
Quem introduz o leitor é “nós” conseguimos descobrir pela desinência número pessoal de
“vamos” observando que está diante de um sujeito de desinência número pessoal, podendo
ser chamado de desinência, elíptico ou sujeito oculto, sendo o que aparece em grande parte
das vezes. Não é visível, mas é possível identificar sendo um sujeito determinado, mas se
não está vendo e mesmo assim identifica significa que estava oculto.
O sujeito determinado aparece explícito ou inexplícito visualizando ou não, é possível
identificar também existem as suas ramificações sendo simples, composto e desinencial o
qual é o sujeito oculto ou elíptico. Quando há uma frase que possui um sujeito simples, e é
dito ao aluno que ali possui apenas um núcleo é compreensível que possui apenas um núcleo
e o mesmo ocorre com o sujeito composto que possui dois ou mais núcleos. Uma frase que
não possui sujeito, pois não aparece explícito e é identificado pela desinência verbal,
entretanto é chamado de sujeito oculto para compreensão.
II-INDETERMINADO
É aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela
terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o
sujeito de uma oração.
a)Com o verbo na terceira pessoa do plural.
Ex: Falaram mal do governo.
A gramática ensina que o sujeito indeterminado é aquele que não consegue ser determinado,
mas as vezes simplesmente não se quer. No sujeito indeterminado alguém pratica uma ação,
mas não se consegue ou não se quer identificar. Um exemplo é a briga por exemplo de Maria
e Julia duas amigas a qual um terceiro indivíduo diz que Julia falou mal de Maria e a mesma
quer tirar satisfação com Julia, para se livrar da situação o indivíduo deve utilizar o verbo na
terceira pessoa do plural dizendo para Maria que alguém falou mal dela, mas que só escutou
e não viu quem foi. Se um dia Maria descobrir que foi a Julia, Julia não pode tirar satisfações
com o terceiro indivíduo, pois não falou o nome dela. Pode ter sido só a Julia e várias
pessoas, pois não foi determinado, quando se tem o verbo na terceira pessoa do plural sem o
referente por exemplo falaram, cantaram, disseram e entre outros se tem um sujeito
indeterminado.
Comentando o exemplo da letra “a” se sabe que alguém falou, mas não se sabe quem,
portanto é um sujeito indeterminado. Se estivesse escrito “eles falaram mal do governo” teria
um referente sendo “eles” uma palavra como núcleo é um sujeito simples, entretanto sem o
referente será um sujeito indeterminado. Um exemplo é a frase:
“Os professores fizeram uma greve estadual. Durante a Assembleia, falaram mal do
Governo.”
Em destaque se tem o verbo, qual é o tipo de sujeito desta frase?
Provavelmente o indivíduo dirá que é um sujeito indeterminado e está na terceira pessoa do
plural sem um referente, mas para ser um sujeito indeterminado obrigatoriamente não se
pode identificar quem foi que executou aquela ação e é identificado. Neste caso é chamado
de sujeito oculto na frase “os professores falaram mal do governo” é sujeito simples.
b)Com o verbo na terceira pessoa do singular acompanhado do pronome SE.
Ex: Precisa-se de empregadas.
Há um sujeito indeterminado, alguém precisa, mas quem não se sabe, entretanto alguém
escreve “vende-se casa” alguém vende, mas não se sabe quem está vendendo se diz que é
um sujeito indeterminado. É muito comum “vende-se casas” ser colocada em provas, pois é
visto no dia a dia. É colocado casa no plural para mostrar que ali existe mais de uma casa
para aguçar a curiosidade, mas de acordo com o padrão culto da língua não dá.
Quando aparece o “verbo” + o pronome “se” pode ser um sujeito indeterminado, mas você
pode ter um sujeito determinado que vai ser um sujeito paciente. Podendo estar diante de
uma voz passiva sintética na qual é aquela na qual teoricamente o sujeito está sofrendo ação.
Há uma divisão primária da voz passiva sendo a voz passiva sintética que é a menor
composta de verbo+ pronome ser e a passiva analítica maior composta de uma locução
verbal.
A prova quer a transformação da estrutura pronominal na locução verbal, na frase “Precisa-se
de empregadas” é impossível, pois se muda o sentido da frase e o “de” que é o núcleo do
sujeito não pode estar preposicionado, entretanto na “Vende-se casas” é possível, dá para
dizer que “casas são vendidas” há a locução verbal, sendo uma voz passiva analítica. Casa
vai funcionar como um sujeito paciente. Na frase “vende-se casa” é uma voz passiva sintética,
onde casa será o sujeito, mas quando casa é colocada no plural o verbo deve concordar com
o núcleo do sujeito, então seu núcleo do sujeito está no plural o verbo tem que ficar no plural
ficando certo “vendem- se casas”
Quando se tem um verbo + pronome “se” deve-se olhar a classificação desse verbo, se for
um verbo transitivo direto ou transitivo direto indireto + o pronome, existira uma “PA” é uma
partícula apassivadora, pode ser chamada também de pronome apassivador, ela indica a
passividade de um sujeito sendo um sujeito paciente. Se for o verbo transitivo indireto, o
verbo intransitivo, o verbo de ligação e até mesmo o verbo transitivo direto + o objeto direto
preposicionado + o pronome “se” possuindo o chamado PIS (chamado de Sis e Iis). Alguns
gramáticos chamam de Pis, pronome de indeterminação do sujeito ou de partícula de
indeterminação do sujeito, há autores que chamam de Sis, símbolo de indeterminação do
sujeito e há autores que chamam de Iis, índice de indeterminação do sujeito, sendo todos a
mesma coisa.
Observe que isto mostra a questão da indeterminação do sujeito, o Pa serve para mostrar a
passividade do sujeito o Pis serve para mostrar que o sujeito é indeterminado. Para identificar
o Pa e o Pis é só olhar o verbo, na concordância verbal se o sujeito é determinado o verbo
deve concordar com ele. Então, se o núcleo está no singular o verbo ficar no singular, se o
núcleo está no plural o verbo fica no plural, mas quando o sujeito é indeterminado o verbo não
concorda com ninguém, ficando na 3 ° pessoa do singular. O verbo na 3° pessoa do singular
acompanhado do pronome vai caracterizar um sujeito indeterminado, entretanto não é
qualquer verbo apenas os citados. Observando que se é um sujeito indeterminado,
automaticamente é singular.
“Precisa-se de empregadas”
Quem precisa, precisa de alguma coisa “precisa-se” é verbo transitivo indireto, verbo transitivo
indireto + pronome “se” é um Pis, uma partícula de indeterminação do sujeito, verbo singular.
“De empregadas’ é um objeto indireto.
“Vende-se casa”
Verbo transitivo direto + pronome “se” é um Pa uma partícula apassivadora, serve para
mostrar a passividade de um sujeito, um sujeito paciente. Em relação à concordância quando
no singular o sujeito o verbo fica singular.
Quando se tem o verbo transitivo indireto há um objeto indireto e no verbo transitivo direto há
um sujeito ao invés do objeto direto a justificativa é que o verbo transitivo direto pede um
objeto direto na voz ativa, na passiva pede sujeito.
Cara(o) aluna(o) na próxima aula iremos falar mais sobre sujeito indeterminado, bons
estudos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal3
Sujeito Inexistente5
Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer6
Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima.6
Com os verbos que exprimem FENÔMENOS DA NATUREZA (sentido real)7
Repare que existem dois verbos em cada um dos exemplos. Para cada verbo há um tipo de
sujeito diferente, pode ser um sujeito determinado, indeterminado ou inexistente. Ao analisar a
primeira frase percebemos que o sujeito do primeiro verbo (verbo ser) é todo o restante da
frase que vem depois dele.
V.S.
Era penoso[estudar todo aquele conteúdo.]
Oração principalSujeito da oração principal
Experimente escrever a frase na ordem direta para visualizar melhor a função de sujeito:
“estudar todo aquele conteúdo era penoso”.
No exemplo, a segunda parte da frase atua como sujeito da oração principal. Ela pode ser
classificada como uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. Parece
difícil, não é mesmo? Então, vamos por parte:
é oração porque tem um verbo;
é subordinada porque depende da oração principal para poder fazer sentido; é substantiva
porque está na posição de um substantivo;
é subjetiva porque exerce a função de sujeito;
é reduzida ao infinitivo porque não foi conjugada.
Uma oração pode ser reduzida em uma das três formas nominais do verbo: no gerúndio, no
particípio ou no infinitivo. Para ser reduzida no gerúndio precisa de um verbo no gerúndio,
com terminação em ndo; para ser reduzida no particípio precisa de um verbo no particípio,
com terminação ado e ido, e para ser reduzida no infinitivo precisa de um verbo no infinitivo
Já identificamos quem é o sujeito do verbo ser, agora precisamos identificar quem é o sujeito
do verbo estudar. Para isso eu lhe pergunto: quem é que pode estudar todo aquele conteúdo?
A resposta é: qualquer pessoa. Qualquer pessoa pode estudar todo aquele conteúdo. Ora, se
é assim, podemos afirmar que o sujeito desse verbo no infinitivo é um sujeito indeterminado.
SUJEITO INEXISTENTE
A oração sem sujeito é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo
impessoal. Esse tipo de oração não tem sujeito atribuído a nenhum ser. Sua mensagem
constitui a enunciação pura e absoluta de um fato, por meio do predicado. Uma oração sem
sujeito também pode ser chamada de sujeito inexistente ou sujeito zero.
Você sabe o que é um verbo impessoal? O prefixo “im” de impessoal denota negação,
portanto um verbo impessoal é aquele que não possui sujeito.
A seguir vamos estudar quatro situações em que ocorre uma oração sem sujeito.
Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer
O verbo haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer é impessoal e obrigatoriamente fica
no singular.
Preste bastante atenção na hora da prova, pois o avaliador pode se utilizar de algumas
artimanhas para derrubar o candidato. Uma delas é destacar o termo “crianças” e perguntar
sobre a função sintática que exerce, enfatizando a função de sujeito. Lembre-se: identificamos
o sujeito de uma oração analisando o verbo e não o substantivo. O verbo haver no sentido de
existir caracteriza uma oração sem sujeito. Assim, na oração “havia crianças na rua” não
existe um sujeito, mas sim um predicado.
É possível, no entanto, trocar o verbo haver pelo verbo existir. Mas, os verbos existir, ocorrer
e acontecer são verbos pessoais, ou seja, eles têm uma pessoa, então necessariamente
concordar com essa pessoa. Na frase “existiam crianças na rua”, temos um verbo intransitivo,
seguido de sujeito e de adjunto adverbial de lugar.
VISujeitoA. Adv. de lugar
Existiam[crianças] [na rua]
Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima.
O verbo fazer quando indica tempo ou clima também é classificado como um verbo de sujeito
inexistente. Ele obrigatoriamente permanece no singular.
VTDODA. Adv. de lugar
Faz[verão] [no nordeste]
O próximo exemplo “choveram exercícios na aula” está no sentido figurado. Temos aqui uma
oração com sujeito determinado e o verbo obrigatoriamente concordará com esse sujeito:
Para finalizar, mais um exemplo. A frase “choveu granizo no Sul” é aplicada no sentido
figurado (por mais estranho que pareça). Deixe-me explicar melhor: granizo é um fenômeno
da natureza, e por isso está sendo empregado neste exemplo no seu sentido original.
Contudo, o termo “chover” está sendo empregado em sentido figurativo. Ora, o fenômeno
chover no sentido original refere-se especificamente à ação de cair água do céu. Não chove
granizo, apenas chuva.
Assim, para não dizermos “caiu pedra de gelo no Sul” usamos a expressão figurada “choveu”,
de modo que esse exemplo em específico não é considerado uma oração sem sujeito. Por
esse motivo, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
VISujeitoA. Adv. lugar
Choveu(ram)[granizo(s)] [no Sul]
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Tipos de Sujeito3
Orações sem sujeito3
Exercícios4
Questão 014
Questão 027
Questão 039
Questão 049
Questão 0510
TIPOS DE SUJEITO
Orações sem sujeito
Na oração abaixo, se tem o verbo SER indicando tempo.
São duas horas.
Observa-se que essa e uma oração sem sujeito. Se for destacada a parte “São duas horas”,
qual é a função sintática? A partir disso, existem 4 respostas inteligentes:
a)Sujeito: Valmir Macedo, o maior semanticista brasileiro que tem a melhor gramática
semântica, disse que “duas horas” nesse caso é um sujeito. Porém, agora não se estuda a
gramática semântica, estuda-se a gramática tradicional, que diz que o verbo SER indicando
tempo caracteriza uma oração sem sujeito.
b)Objeto Direto: A partir de um processo de observação, percebe-se que isso acontece no
verbo “haver” e no verbo “fazer”, porque de fato acontece com eles, mas se deve ter cuidado
porque não acontece sempre, por exemplo, não acontece com o verbo “chover”, ainda, objeto
não concorda com verbo, porque a justificativa do Valmir Macedo, por exemplo, é que para
que seja sujeito, é que ele percebeu que o termo concorda com o verbo, mas gramática
tradicional disse que ali é uma oração sem sujeito, e por objeto direto não concordar com
verbo, ele somente completa o verbo.
c)Adjunto Adverbial de tempo: Notória tem um valor temporal, mas não é um adjunto adverbial
de tempo, é um predicativo do sujeito.
d)Predicativo do Sujeito: De acordo com a gramática tradicional é um predicativo do sujeito
porque neste momento não tem um sujeito. Quando se estuda transitividade verbal, estuda-se
que:
-Verbo transitivo direto pede um objeto direto e, se houver preposição é objeto direto
preposicionado.
-Verbo transitivo indireto pede objeto indireto.
-Verbo transitivo direto e indireto, pede os dois, um objeto direto e um objeto indireto.
-Verbo intransitivo: Na maioria dos casos não vai pedir nada, ele tem sentido completo, mas
haverá situações em que ele vai exigir: quando indicar localidade, não importando se está
sendo exigido ou não. Qualquer elemento atrelado ao verbo intransitivo é um adjunto
adverbial.
-Verbo de ligação: Se tem um predicativo do sujeito.
Portanto neste momento, o verbo “Ser” se “São duas horas”, é um verbo de ligação e “duas
horas” é um predicativo do sujeito. Outra justificativa para isso, por exemplo, é que, além do
sujeito, o predicativo do sujeito também pode concordar com o verbo.
Um gramatico chamado José Carlos Azevedo fala muito sobre isso, inclusive ele coloca
predicativo do sujeito como se fosse um termo essencial da oração, tanto é que, esse
gramatico coloca “sujeito – predicativo do sujeito – predicado, exatamente por esse fator de
concordância com o verbo. Na frase “tudo são flores”, “tudo” é o sujeito” e “flores” concorda
com o verbo, ou seja, o verbo concorda com o predicativo do sujeito.
EXERCÍCIOS
Questão 01
Numere as colunas sendo:
A.Sujeito simples;
B.Sujeito composto;
C.Sujeito indeterminado;
D.Oração sem sujeito.
“Sob pressão da opinião pública, a Câmara aprovou ontem, em ritmo acelerado, o fim dos
salários extras.”
Existe apenas um verbo: aprovou e o sujeito desse verbo é “a Câmara”, logo, o núcleo é “a
Câmara”. Por ter só uma palavra como núcleo, existe aqui um sujeito simples. Gabarito: A.
“Recebiam R$ 25 mil.”
O verbo na terceira pessoa do plural, sendo referente, é um sujeito indeterminado.
Gabarito: C.
“Está-se sujeito a incertezas, após as eleições.”
Quando se tem um verbo mais o pronome ser eu olha a classificação do verbo, o verbo aqui é
um verbo de ligação. Quando se tem um verbo de ligação + pronome “se”, se classifica como
PIS (Partícula de indeterminação do sujeito), logo o sujeito é indeterminado. Gabarito C.
“A Dilma é a primeira presidente do Brasil.”
“A Dilma” é o sujeito e o núcleo é “Dilma”, logo, é um sujeito simples. Gabarito A.
Choveu muito.
Verbo que expressa fenômeno da natureza no sentido real, então oração sem sujeito.
Gabarito D.
Choveu muito dinheiro.
O sentido é figurado, então não é uma oração sem sujeito, “muito dinheiro” é o sujeito, o
núcleo é “dinheiro” pois é o substantivo sem preposição, este item é um sujeito simples. Neste
momento, a palavra “muito” está relacionado à palavra “dinheiro”, portanto, ele é um pronome
indefinido. Gabarito: A.
Havia muita gente na rua.
Verbo “haver” no sentido de existir, caracteriza oração sem sujeito. Gabarito: D.
Existia muita responsabilidade.
O verbo “existir” é um verbo pessoal, então o tem sujeito é “muita responsabilidade”. Neste
momento, o núcleo vai ser “responsabilidade”, sendo um sujeito simples. Gabarito: A.
Choram de susto os meninos.
O núcleo é os meninos, sujeito simples. Gabarito: A.
Fazia grande calor.
O verbo “fazer” está indicando clima e, caracteriza oração sem sujeito. Gabarito: D.
Na minha rua estão cortando árvores.
Se tem um verbo na terceira pessoa do plural, sem o referente então, sujeito indeterminado.
Gabarito: C.
“Bronzeado e de alto astral, Jesus brilhou na semana de moda carioca.”
Quem brilhou foi Jesus, então sujeito simples. Gabarito: A.
“Miguel Falabella e Marília Pêra se encontram em Ipanema.” (Jornal EXTRA)
Neste momento, tem o chamado sujeito composto. Gabarito: B.
“Divertiram-se muito, no último dia 28, na Grande Rio, Gilberto Gil e Suzana
Vieira.”
“Gilberto Gil e Suzana Vieira”, sujeito composto. Gabarito: B.
Corre, Joana!
A função sintática de Joana é um vocativo. Essa questão, foi feita em cima da NGB
(Nomenclatura Gramatical Brasileira) e para a NGB não tem o sujeito oculto. Quando ele fala
do sujeito determinado, refere-se somente do sujeito simples e composto. Na prova do
concurso público, muito provavelmente, isso seria chamado de sujeito oculto. “Corre”, é um
verbo imperativo, tanto que poderia estar só o verbo. Gabarito: A.
Se estivesse na prova: “Pedro e Bino, dancem com elas.”, neste momento, “Pedro e bino”
funcionam como vocativo, já que é como se dissesse “ei vocês, dancem com elas.”, tendo,
portanto, um sujeito oculto.
Questão 02
Marque com um “X” as orações sem sujeito, dentro as seguintes frases:
a)( ) Choveram palavrões sobre o juiz, quando o gol foi anulado.
Comentários: Nesse momento, o verbo chover foi empregado no sentido conotativo, no
sentido figurado, então, “palavrões” é o sujeito, sendo este, portanto, um sujeito simples.
b)( ) Vive-se bem com Deus.
Comentários: O verbo “viver” é o verbo intransitivo, verbo intransitivo + pronome “se” é um
PIS (partícula de indeterminação do sujeito), logo, o sujeito aqui é indeterminado.
c)( ) Bocas iradas trovejaram impropérios naquela reunião.
Comentários: Neste momento, o verbo “trovejar” expressa fenômeno da natureza, mas foi
empregado no sentido figurado, de forma que “bocas iradas” é o sujeito e “bocas” é o núcleo.
Esta alternativa é um sujeito simples.
a)(X) É meio-dia e meia.
Comentários: O verbo “ser” está indicando tempo, caracterizando oração sem sujeito.
a)( ) Fazem dois anos hoje os gêmeos.
Comentários: Nessa frase, quando existe um único verbo e se tem o referente desse verbo, é
porque tem um sujeito determinado: “os gêmeos”, como os gêmeos fazem dois anos, neste
momento se tem um sujeito simples.
b)(X) Pode haver motivos melhores?
Comentários: Aqui se tem uma locução verbal, mas o verbo principal é o verbo “haver” que foi
empregado no sentido de existir, portanto, ele é um verbo impessoal, logo, ele caracteriza
uma oração sem sujeito, tanto que “motivos melhores” funcionaria como objeto direto.
c)( ) Sim, podem existir melhores motivos.
Comentários: Se tem aqui uma locução verbal, “podem existir”, mas o verbo principal é
“existir” e, o verbo “existir” é um verbo pessoal, dessa forma, o sujeito é “melhores motivos”,
tendo como núcleo “motivos”, tanto que o verbo auxiliar está concordando com esse núcleo
do sujeito, mas como é só um núcleo, o sujeito é simples.
d)(X) Faz anos que não vejo Maria.
Comentários: Aqui são dois verbos, sendo que o sujeito do verbo “ver” é eu, portanto, se tem
o chamado sujeito oculto. “Faz anos” neste momento, o verbo fazer está indicando apenas
tempo, não tem um referente para ele, portanto aqui, caracteriza uma oração sem sujeito.
Existem três formas de indeterminar o sujeito: verbo na terceira pessoa do plural sem
referente, verbo na terceira pessoa do singular seguido do pronome “se” (verbos transitivos
indiretos, verbos intransitivos, de ligação e até um verbo transitivo direto com o objeto direto
preposicionado).
Questão 03
Identifique a opção em que ocorre a indeterminação do sujeito:
a)Dizíamos coisas terríveis a seu respeito.
b)Alguém disse coisas terríveis a seu respeito.
c)Ninguém disse coisas terríveis a seu respeito.
d)Disseram coisas terríveis a seu respeito.
e)Quem disse coisas terríveis a seu respeito?
Comentários:
Alternativa A) Quem dizia é “nós”, então o sujeito é oculto.
Alternativa B) Quem disse foi alguém, portanto, sujeito simples.
Alternativa C) Quem disse foi ninguém, portanto, sujeito simples.
Alternativa D) Alguém disse, porém não se sabe quem foi, então o verbo na terceira pessoa
do plural, sendo referente caracteriza sujeito indeterminado.
Alternativa E) Quem foi que disse foi “quem”. O verbo no singular sozinho não pode
caracterizar um sujeito indeterminado, dessa forma, “quem” é o sujeito do verbo “dizer”,
portanto é um sujeito simples.
Gabarito: D.
Questão 04
Na oração “Pelas esquinas, havia vendedores, prostitutas e mendigos...”, o sujeito deve
ser classificado como:
a)Simples
b)Composto
c)Indeterminado
d)Inexistente
e)Oculto ou desinencial
Comentários: O verbo nessa frase é “haver”, no sentido de existir/ocorrer/acontecer
caracteriza oração sem sujeito, ou seja, o famoso sujeito inexistente. “Pelas esquinas”
funciona como adjunto adverbial de lugar, o verbo “haver” funciona como verbo transitivo
direto e, “vendedores, prostituas e mendigos...” funciona como objeto direto, sendo um objeto
direto com três núcleos.
Gabarito: D.
Questão 05
Apenas uma das orações abaixo se apresenta sem sujeito. Identifique-a:
a)As pessoas haviam abandonado o cão na rua.
b)Os alunos se houveram bem na prova.
c)Haviam ocorrido alguns avanços.
d)Havia certo rancor em sua voz.
e)Os réus haviam sido libertados.
Comentários: Observe que tem o verbo “haver” em todas as construções e, o verbo “haver”
caracterizando uma oração sem sujeito, obrigatoriamente vai ficar no singular.
Alternativa B) Aqui, o verbo “haver” foi utilizado no sentido de se dar bem, tendo como sujeito
“os alunos” e o núcleo “alunos”, tanto é que é um sujeito simples.
Nas demais alternativas, exceto a letra D e B, o verbo “haver” está no plural porque ele
funcionou como verba auxiliar na locução verbal. O verbo “haver’ caracteriza oração sem
sujeito quando ele sozinho está no sentido de existir, ocorrer e acontecer, ou quando na
locução verbal, é o verbo principal.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Classes Gramaticais3
Concordância Nominal4
Uso das Concordâncias5
Plural do Adjetivo6
Olá meu caro, minha cara!! Vamos iniciar nosso módulo sobre concordância nominal, ou seja,
sobre a relação entre o nome e os seus determinantes. Na língua portuguesa o nome é
classificado como um substantivo. Antes de darmos início a esse conteúdo vamos recordar
alguns aspectos relativos às classes gramaticais.
CLASSES GRAMATICAIS
Existem seis classes variáveis e uma isolada, que é o verbo, a classe mais variável de todas,
e, consequentemente, a mais difícil, que exige, portanto, uma atenção especial e um módulo
voltado unicamente para seu estudo. As demais classes trabalham em um processo conjunto,
no qual uma manda e as outras apenas obedecem. Vamos recordar quais são:
A classe responsável pelo nome é o substantivo. Este, além de ser responsável por nomear
as coisas, tem uma outra importantíssima função: ele é sempre um termo determinado, o que
significa dizer que sempre será núcleo de qualquer estrutura nominal, um termo nuclear. Ele é
o núcleo do sujeito, do objeto direto no plural, do objeto indireto, do complemento nominal, e
por vai. Pois bem, por ser o núcleo, ele manda nas demais classes, que seu os determinantes
que o circundam: adjetivo, artigo, numeral e pronome.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Quando falamos em concordância nominal pensamos basicamente em substantivo e adjetivo
em virtude de existir substantivo composto e adjetivos composto, o que não ocorre nas outras
classes gramaticais. Desse modo, quando estudamos os casos peculiares da concordância
nominal, via de regra, focamos nos substantivo e adjetivo, porque essa relação é a
predominante. No entanto, é importante lembrarmos que todos os outros casos também
fazem parte da concordância nominal, o que confere ainda mais força ao valor adjetivo nesse
aspecto. Em outras palavras, cada termo que a acompanha um substantivo possui valor
adjetivo.
A relação entre todas essas seis classes gramaticais constitui a concordância nominal. À título
de exemplificação, na frase “meu aluno chegou”, o pronome “meu” está concordando com o
substantivo no masculino singular. “Meu” é um pronome possessivo, mas, como ele está
acompanhando o substantivo “aluno”, ele é um pronome adjetivo (com valor adjetivo). Ainda,
na frase “O aluno bonito chegou”, “o” é um artigo e “bonito” é um adjetivo. Por estarem
acompanhando o substantivo “aluno”, que se encontra no masculino singular, ambos têm
valor adjetivo.
Dito isso, vamos aproveitar para estudar um pouco mais sobre como funcionam essas
concordâncias. Assim como na concordância verbal, existe na concordância nominal a
concordância atrativa e a gramatical, que são usadas com os substantivos compostos.
Quando trabalhamos com um substantivo sozinho, com um substantivo que não tem essa
composição, o processo de concordância é natural, portanto, é a que chamamos de
concordância gramatical.
A partir do momento em que temos dois substantivos e acrescentamos um adjetivo, teremos a
concordância atrativa e agramatical. Nesse caso, na concordância atrativa, o adjetivo
concorda com o substantivo mais próximo. Na concordância gramatical, por esta ser baseada
na soma, o adjetivo vai para o plural do gênero dominante, que é, na língua portuguesa, o
elemento masculino. Ou seja, havendo um elemento masculino, um sequer entre muitos
femininos, a concordância será feita de acordo com esse elemento.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Adjetivo composto3
Casos especiais de Variação4
Bastante4
Meio5
Menos, Pseudo, Alerta, Salvo6
É bom, É necessário, É proibido, É gostoso6
Possível7
Tal qual8
Haja vista8
Anexo8
Mesmo9
Exercícios9
ADJETIVO COMPOSTO
O adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Há duas formas de se
pluralizar um adjetivo composto: ou não se pluraliza nenhum dos elementos ou se pluraliza
apenas o último.
O adjetivo composto não varia quando o último elemento funciona de forma isolada como um
substantivo, ou seja, quando não é capaz de indicar a característica de outro substantivo. Por
exemplo:
cabelo vermelho-fogo cabelos vermelho-fogo
(a palavra fogo de forma isolada funciona como um substantivo)
Isso acontece porque compreendemos hoje que nem todo surdo é mudo e nem todo mudo é
surdo. Na expressão surdo-mudo temos a junção de duas características, portanto a
gramática permite a concordância dos dois elementos.
Cientes da regra e exceção para a pluralização de adjetivos compostos, vamos dar
continuidade ao material falando sobre alguns casos especiais de concordância nominal
Existe um macete que pode ajudar a identificar se a expressão deve variar ou não. Embora
seja mais aconselhável analisar a palavra com base na relação morfológica (pronome ou
advérbio), esse macete também pode ser utilizado:
Se em uma frase você conseguir substituir os termos muito ou bastante pela palavra
trezentos, então elas variam (são pronomes), do contrário, são invariáveis (advérbios).
Observe o exemplo:
Eles fizeram trezentos exercícios e isso os deixou trezentos preparados.
A primeira parte da frase faz sentido. Sabemos que ali há um pronome que deverá concordar
com o nome (bastantes/muitos). Já a substituição na segunda parte da frase soa muito
estranha, por isso sabemos que ali cabe um advérbio, obrigatoriamente invariável
(bastante/muito).
Eles fizeram muitos exercícios e isso os deixou muito preparados.
Eles fizeram bastantes exercícios e isso os deixou bastante preparados.
Esse conteúdo pode ser cobrado de três formas na prova. O avaliador pode simplesmente
perguntar sobre a colocação de acordo com o padrão culto da língua, como pode também
perguntar pela classe gramatical dos termos utilizados, ou ainda, perguntar sobre a função
sintática que exercem os termos.
Função morfológica (gramatical): o termo da primeira coluna está ligado a um substantivo
(exercícios), portanto é um pronome indefinido. O termo da segunda lacuna está ligado a um
adjetivo, portanto é um advérbio.
Função sintática: o pronome indefinido que acompanha o nome é um adjunto adnominal. O
adverbio, por sua vez, é um adjunto adverbial de intensidade.
Meio
O termo meio pode exercer a função de advérbio (invariável) e de numeral com valor adjetivo
(variável). Em termos simplificados, o termo meio pode variar quando puder ser substituído
pela expressão metade, e é invariável quando puder ser substituído pela expressão mais ou
menos. Observe a sentença e preencha a lacuna corretamente:
? A mulher está meio triste ou ela está meia triste?
A mulher estátriste.
A ideia nesta frase é intensificar a tristeza da pessoa, então ela está mais ou menos triste,
portanto, inserimos ali um advérbio de intensidade (termo invariável). Assim, o correto é: “a
mulher está meio triste”. Além do mais, a palavra “triste” na frase é um adjetivo, então
obviamente o termo “meio” vai ser um advérbio. Vamos para o próximo exemplo:
? Eu bebi metade da lata ou eu bebi mais ou menos da lata?
Eu bebilata.
É possível dizer “eu bebi metade da lata”. Lata é um substantivo, assim, a palavra que segue
é um numeral com valor adjetivo, portanto: “bebi meia lata”.
Menos, Pseudo, Alerta, Salvo
Essas são todas palavras invariáveis. Observe os exemplos:
Eu tirei menos cópias (em oposição à frase “eu tirei menas cópias”)
Ela é uma pseudo advogada (em oposição à frase “ela é uma pseuda advogada”)
Nós permanecemos alerta (em oposição à frase “nós permanecemos alertas”)
É bom, É necessário, É proibido, É gostoso
Quando uma expressão é composta pelo verbo ser mais um adjetivo, ela faz referência a um
substantivo. Se o substantivo não possuir um determinante, se não for acompanhado de um
artigo ou um pronome, ou se o substantivo estiver sozinho, a expressão fica invariável. Agora,
se o substantivo estiver acompanhado de um determinante, como um artigo ou pronome, a
expressão varia. Observe os exemplos:
Comida é gostoso (sem determinante)A comida é gostosa (com determinante)
Cerveja é gostoso (sem determinante)A cerveja é gostosa (com determinante)
Essas expressões costumam cair muito em provas porque normalmente são utilizadas de
forma errada no cotidiano. Por exemplo, em muitos estabelecimentos vemos a notificação “é
proibido a venda de bebidas alcoólicas”. Na verdade, essa frase pode ser escrita de duas
formas:
É proibido venda de bebidas alcoólicas.
É proibida a venda de bebidas alcoólicas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Conteúdo Programático2
Concordância Verbal3
1.Regra Geral (ou regra do sujeito simples)3
2.Casos Especiais7
2.1.Sujeito Composto7
2.1.Anteposto7
2.2.Posposto8
2.3.Ligado pelo conectivo ou8
CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância, seja ela verbal ou nominal, existe para que as palavras possam se relacionar
harmoniosamente dentro de uma sentença, dessa forma, em uma frase, algumas palavras
acabam sendo modificadas em função de outras que as orientam.
A concordância verbal propriamente dita decorre da relação estabelecida entre sujeito e
verbo. Ela determina que o verbo flexione de acordo com o número (singular ou plural) e
pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª) do núcleo do sujeito da oração. Dessa forma, se o sujeito estiver no
singular (ainda que coletivo), o verbo também deverá ficar no singular, e se estiver no plural, o
verbo deverá ir para o plural.
Os alunos que gostavam de estudar leram o material.
É importante lembrar que a concordância dos verbos com os sujeitos não ocorre ao acaso.
Ela é regida por regras que se distinguem principalmente em virtude da forma como o sujeito
é apresentado na sentença. Por isso, estudaremos uma regra geral de concordância e alguns
casos especiais.
1.Regra Geral (ou regra do sujeito simples)
A oração com sujeito simples é aquela que tem apenas um núcleo, ou seja, um agente.
Assim, na regra geral de concordância, ou regra do sujeito simples:
o verbo flexiona em concordância com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Sujeito
O uso de drogas e bebidas nos concursos atrapalha os alunos.
núcleo do sujeito VTD
Sujeito
O choro das crianças das comunidades carentes nos comove.
núcleo do sujeito OD VTD
oadjunto adnominal
choronúcleo do sujeito
Núcleo do Sujeito
Vinham de algum lugar bonito aqueles viajantes.
Verbo
Quanto à classificação sintática dos termos da oração, temos o seguinte:
viajantesnúcleo do sujeito
aquelesadjunto adnominal
vinhamverbo intransitivo
Observe o exemplo:
Sujeito
As pessoas humildes das zonas rurais têm problemas.
núcleo do sujeito VTD
O sujeito da oração é “as pessoas humildes das zonas rurais” e o núcleo do sujeito é
“pessoas”. Como o núcleo se apresenta no plural, o verbo também vai para o plural, portanto,
deve carregar o acento circunflexo para distinguir-se do verbo no singular.
Quanto à classificação sintática dos termos da oração, temos o seguinte:
asadjunto adnominal
pessoasnúcleo do sujeito
humildesadjunto adnominal
problemasobjeto direto
2.CASOS ESPECIAIS
Neste tópico, apresentamos os casos especiais mais importantes de concordância verbal.
2.1. Sujeito Composto
A regra de concordância em períodos com sujeito composto é a seguinte:
com sujeito composto anteposto: o verbo concorda no plural;
com o sujeito composto posposto: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo.
2.1.Anteposto
Com sujeito composto anteposto: o verbo concorda no plural.
A explicação é simples. Uma oração com sujeito anteposto ao verbo segue a ordem direta, ou
seja, a ordem natural da estrutura da língua, por isso, a concordância do verbo também deve
seguir a concordância natural da língua, que é a chamada concordância gramatical. A
concordância gramatical diz que se houver dois núcleos de sujeito, o verbo obrigatoriamente
vai para o plural. Observe os exemplos:
a)O gato e a gata miaram.
b)O professor e seu aluno chegaram.
c)O aluno e a professora estudaram.
2.2.Posposto
Com sujeito composto posposto: o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo, pois são permitidos dois tipos de concordância, a concordância gramatical e a
concordância atrativa. Observe os exemplos:
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Sujeito Composto3
Núcleos sinônimos ou quase sinônimos3
Sujeito Composto por Pessoas Diferentes3
Casos Especiais4
Núcleo Coletivo Seguido de Especificação4
Pronome de Tratamento4
Nome Próprio Pluralizado5
Com Pronome Apassivador5
Concordância do Verbo Haver5
Verbos que Expressam Fenômenos da Natureza no Sentido Denotativo (real)6
Fazer: Indicando Tempo Transcorrido ou Clima6
Concordância com Locuções Verbais6
SUJEITO COMPOSTO
Neste tópico daremos sequência às regras de concordância com sujeito composto.
Núcleos sinônimos ou quase sinônimos
Com núcleos sinônimos ou quase sinônimos: o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou vai
para o plural.
A paz e a tranquilidade comoveu o povo.
A paz e a tranquilidade comoveram o povo.
Sujeito Composto por Pessoas Diferentes
Com sujeito composto por pessoas diferentes:
se houver 1ª pessoa: o verbo vai para a 1ª pessoa do plural.
se houver 2ª e 3ª pessoas apenas: é preferível o verbo na 2ª pessoa do plural (vós); aceita-
se, contudo, o uso da 3ª do plural, como se o sujeito fosse “vocês”.
Com 1ª pessoa
(verbo na 1ª pessoa do plural)
Eu, tu e ele chegamos.
Com a especificação
Um grupo de estudantes se aproximaram.
A maioria dos alunos passarão.
Pronome de Tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo se manterá na 3ª pessoa.
Sua Excelência aceita bem suas próprias limitações. Vossa Excelência aceita bem suas
próprias limitações.
Nome Próprio Pluralizado
Quando o sujeito é um nome próprio pluralizado, a flexão do verbo é determinada pelo
emprego ou pela ausência de artigo ou outro determinante
Sem emprego de artigo ou determinanteCom emprego de artigo ou determinante
Estados Unidos enfrenta uma crise avassaladora.Os Estados Unidos enfrentam uma crise
avassaladora.
Com Pronome Apassivador
O verbo concorda normalmente com o núcleo do sujeito paciente.
Iniciou-se a negociação.
Concluíram-se as apresentações.
Concordância do Verbo Haver
Empregado no sentido de existir, ocorrer ou acontecer, NÃO ADMITE pluralização.
No livro, havia várias ilustrações (e não haviam). Durante o comício, houve protestos (e não
houveram).
Verbos que Expressam Fenômenos da Natureza no Sentido Denotativo (real)
Verbos que expressam fenômenos da natureza (ventar, lampejar, chover etc.) são verbos
impessoais. Assim, no sentido denotativo (real), concordam na 3ª pessoa do singular de
qualquer tempo ou modo. No sentido figurado, contudo, passam a ter um sujeito com o qual
devem concordar.
(preposição)
(facultativa)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Verbo Precedido dos Pronomes Relativos Que e Quem3
Verbo Parecer + Infinitivo4
Verbo Precedido de Aposto Resumitivo5
Verbos Ter e Vir5
Exercícios6
Nesse exemplo, o termo “tudo” resume o processo e está no singular. Assim, o verbo
concorda com ele no singular.
VERBOS TER E VIR
Os verbos ter e vir, como já sabemos, recebem acento circunflexo na terceira pessoa do
plural do presente do indicativo (têm, vêm). Observe os exemplos:
SingularPlural
O brasileiro tem problemas. Os brasileiros têm problemas.
Ele vem de longe. Eles vêm de longe.
Ora um verbo no plural não pode ser escrito da mesma forma que um verbo no singular, ele
precisa ser diferenciado, por isso utilizamos o acento circunflexo, que é a marca da
pluralização na língua portuguesa. Vale lembrar, contudo, que os derivados desses verbos
(manter, conter, entreter, prover, interver), por uma regra de acentuação gráfica também
carregam um acento na forma singular, como a oxítona terminada em em (mantém), por
exemplo, mas trata-se de um acento agudo. Observe os exemplos:
SingularPlural
Ela mantém a casa arrumada. Elas mantêm a casa arrumada.
Tranquilo?! A seguir trabalharemos alguns exercícios envolvendo todo o conteúdo visto neste
material. Vamos nessa!
EXERCÍCIOS
Questão 1. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: “Ainda não
............... soado as oito horas da noite, quando ................. à porta:três viajantes
em busca de abrigo.”
a)havia – bateu – era
b)havia – bateram – era
c)havia – bateu – eram
d)haviam – bateram – eram
e)haviam – bateu – eram
Comentários: na primeira lacuna temos uma locução verbal cujo verbo principal é o verbo
soar (ainda não ....... soado), portanto, sabemos que há um sujeito na oração, assim, o verbo
auxiliar dessa locução verbal (haver) terá que concordar com o sujeito da oração, logo: “ainda
não haviam soado as oito horas da noite”. Cabe aqui salientar que o verbo haver só
caracteriza oração sem sujeito quando: a) está sozinho, no sentido de existir, ocorrer e
acontecer; b) quando é o verbo principal de uma locução verbal.
Para responder a segunda lacuna (quandoà porta), devemos primeiramente considerar que,
independentemente do que sucede (um viajante ou dois ou mais viajantes), para cada oração
existe um tipo de verbo, e, pela linha narrativa do texto o verbo só poderia ficar na terceira
pessoa do singular, uma vez que o sujeito da oração é indeterminado. Basta lembrar que
enquanto há alguém batendo à porta, não sabemos identificar quem é, trata-se de um sujeito
indeterminado. Só é possível identificar quem bate à porta uma vez que a porta é aberta. A
forma correta da oração é: “quando bateram à porta”.
O verbo “era” na terceira lacuna (três viajantes em busca de abrigo) concordará com o
número de viajantes (no plural), portanto: “eram três viajantes”.
Gabarito: D
Questão 2. Assim quequatro horas no relógio da igreja, mais de um aluno
.................
a)bateu, saiu
b)bateram, saíram
c)baterão, sairá
d)bateu, saíram
e)bateram, saiu
Comentários: Nesse contexto, podemos utilizar o verbo bater de duas formas:
Na segunda forma (bater 4 horas o relógio), por ser precedido de um artigo (o), sabemos que
o termo “relógio” é na verdade o sujeito da oração. O verbo deverá concordar com esse
sujeito:
O relógio bateu 4 horas.Bateu 4 horas o relógio.
Núcleo do S.
Já na primeira forma, “bater 4 horas no relógio”, identificamos na expressão “no relógio” a
contração da preposição em + o artigo o. Lembre-se de que o núcleo do sujeito não pode ser
preposicionado, portanto, o termo “relógio”, nessa oração, já não é mais o núcleo do sujeito.
Trata-se de uma outra construção. A preposição “em” indica a circunstância da localidade (ela
é indicativa de lugar), então a expressão “em+o reógio (no relógio) é um adjunto adverbial de
lugar. O sujeito dessa oração é, portanto, a expressão “4 horas”. O verbo concordará com o
sujeito, logo: “bateram 4 horas no relógio da igreja”.
4 horas bateram no relógioBateram 4 horas no relógio.
Sujeito
Por fim, o verbo da última lacuna deverá concordar com o antecedente “um aluno” (mais de
um aluno saiu) assim como concordaria no plural caso a expressão fosse “menos de dois
alunos” (menos de dois alunos ficaram), por exemplo. Dessa forma, a sentença correta é:
assim que bateram quatro horas no relógio da igreja, mais de um aluno saiu.
Gabarito: E
b)E isso quando a própria FAO alerta ... (os especialistas da própria FAO)
c)E que a produção precisará crescer 70% até 2050 ... (a produção de alimentos)
d)Tudo acontece num cenário paradoxal. (Todos os problemas)
e)Um relatório da própria FAO assegura ... (Os dados de um relatório)
Comentário: Neste exercício, substituímos aquilo que está sublinhado por aquilo que está
entre parênteses. A alternativa em que o verbo permanecer no singular é o gabarito.
Alternativa a: É o desafio do nosso tempo. >> São os desafios no nosso tempo.
Alternativa b: E isso quando a própria FAO alerta. >> E isso quando os especialistas da
própria FAO alertam.
Alternativa c: E que a produção precisará crescer 70% até 2050. >> E que a produção de
alimentos precisará crescer 70% até 2050.
Alternativa d:Tudo acontece num cenário paradoxal. >> Todos os problemas acontecem num
cenário paradoxal.
Alternativa e: Um relatório da própria FAO assegura... >> Os dados de um relatório da própria
FAO asseguram.
Gabarito: C
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Vozes Verbais3
VOZES VERBAIS
A priori, existem três vozes verbais:
1.VOZ ATIVA: teoricamente, o sujeito pratica ação
Pedro comeu o bolo.
2.VOZ PASSIVA: teoricamente, o sujeito sofre ação.
O bolo foi comido por Pedro.
3.VOZ REFLEXIVA: teoricamente, o sujeito pratica e sofre ação.
Pedro feriu-se com a faca.
Nesta frase, quem praticou a ação de ferir foi “Pedro”, e quem sofreu por ser ferido foi
“Pedro”, ou seja, ele feriu a si próprio, sofrendo o reflexo de sua própria ação. O “se” de “feriu-
se” é uma partícula reflexiva.
Pedro e Joana se beijaram.
A saber, no início existem três vozes ativa e passiva e a reflexiva, só que a RECÍPROCA veio
como uma extensão da reflexiva. Na frase acima, o Pedro pratica e sofre e a Joana pratica e
sofre a ação, sendo este, um processo mútuo, um processo simultâneo, para haver
reciprocidade, tem que ter pelo menos dois agentes, dessa forma, o “se” do “se beijaram” é
uma partícula recíproca. Lembrando que na reflexiva só existe um agente que pratica a ação
e sofre o reflexo de sua ação, na recíproca, obrigatoriamente tem que ter dois agentes.
Para entender melhor as vozes verbais, observe o exemplo:
Os termos ativo e passivo, surgiu em um ambiente acadêmico, o Bechara e o Celso Cunha
ficavam se “zoando” o tempo. Os termos surgiram porque a conceituação que eles deram
para essas vozes era toda incluída na sacanagem. Sendo que a voz ativa é aquela em que o
sujeito pratica a ação e a voz passiva é aquela na qual o sujeito sofre a ação, seguindo assim,
a reflexiva é aquela na qual o sujeito pratica e sofre a ação em si mesmo. Portanto, para
transformar um ativo em passivo, deve-se cruzar ambos.
Na frase “Pedro comeu o bolo”, se tem um sujeito, verbo transitivo direto e objeto direto; cabe
salientar que só se consegue fazer isso com verbo transitivo direto, porque em cada ação tem
alguém que pratica e tem alguém que sofre, isto é, para cada ação que o sujeito pratica, o
objeto direto sofre e o alvo é o objeto indireto. Na hora de cruzar ativo e passivo, o objeto
direto vira sujeito.
O “Pedro” pratica a ação na ativa, o mesmo “Pedro” vai continuar praticando a ação na
passiva, de forma que só será alterada a função sintática, porque na ativa quem pratica é o
sujeito, e na passiva quem pratica é o agente da passiva. Na ativa, quem sofre é o objeto
direto, no exemplo dado é o “bolo”, na hora que passa para a passiva, o “bolo” continua
sofrendo a ação, alterando somente a função sintática, ou seja, na ativa quem sofre é o objeto
direto, na passiva quem sofre é o sujeito paciente.
Na frase “Pedro levou um soco”, observa-se que voz ativa é aquela em que TEORICAMENTE
o sujeito pratica a ação, teoricamente porque não se pode ter um agente ou um paciente
mandando na ação verbal, quem manda na ação verbal é o verbo, e na frase acima, o verbo
“levou” está sozinho, assim como em “Pedro comeu o bolo”, portanto, por não pedir “ajuda” de
ninguém, a frase se torna ativa. Seguindo esse raciocínio, o verbo da estrutura passiva é uma
locução verbal, como no exemplo: “O bolo foi comido por Pedro.”, de forma que uma locução
verbal estruturalmente é um verbo principal com o verbo auxiliar atrás dele, dando suporte.
Para você entender melhor como funciona o verbo sozinho:
Imagina que um casal (homem e mulher) se perdem em uma rua; se o homem estivesse
sozinho, ele pediria ajuda à alguém, porém, ele está com a mulher e quer mostrar que é “o
macho-alfa”, portanto, ele ficará perdido por horas mas não irá pedir ajuda, dando a
impressão de que ele manda e ele sabe de tudo.
Ao fazer o cruzamento, deve-se manter o tempo e o mesmo modo verbal. Por exemplo, ao
dizer “Pedro comeu o bolo” está no passado, portanto, aqui é um pretérito perfeito do
indicativo, dessa forma, na hora que passar para a voz passiva deve-se manter o pretérito
perfeito do indicativo, mostrado pelo verbo auxiliar, por exemplo: “O bolo foi comido por
Pedro”, o verbo está no passado completamente realizado. Se por um acaso a frase na voz
ativa fosse no futuro: “Pedro comerá o bolo”, o cruzamento para a voz passiva ficaria: “O bolo
será comido por Pedro.”
Na voz ativa, o núcleo do sujeito jamais pode ser preposicionado, no entanto, o agente na voz
passiva, obrigatoriamente é preposicionado, e só podem ser duas preposições, ou é a
preposição “por”, ou é a preposição “de”, exemplo: “A terra era povoada de selvagens.”, “A
terra era povoada por selvagens.”
A intenção de passar da voz ativa para a passiva é minimizar o agente, já que na voz ativa
enfatiza-se o praticante da ação/sujeito, quando se coloca na voz passiva, o agente é
minimizado.
Na frase “O bolo foi comido por Pedro”, só tem a preposição “por” porque na frase “Pedro
comeu o bolo” não tem o artigo antes de Pedro, pois a preposição “por” mais o artigo “O”,
acarretaria a contração “pelo”: “O Pedro comeu o bolo/O bolo foi comido pelo Predo”
Quando se tem um verbo na voz ativa, passa-se a ter dois verbos na voz passiva. Percebe-se
que a estrutura da locução verbal da voz passiva, e a seguinte: o verbo principal no particípio,
com a terminação em “ado” e “ido” – verbo auxiliar (ser). Quando na ativa tem dois verbos, na
passiva passa a ter três verbos:
Antônio tem comprado o pão sempre.
Nesta frase, é Antônio que está praticando a ação, portanto, a voz é ativa e, para transformar
em uma voz passiva, observa-se a estrutura: "Antônio” é o sujeito, “tem comprado” é um
composto em que o verbo principal é o verbo “comprar”, que é um verbo transitivo direto, “o
pão” é um objeto direto e “sempre” vai ser um adjunto adverbial de tempo, dessa maneira,
fica:
O pão tem sido comprado por Antônio sempre.
Se for passar da ativa para passiva, primeiro deve-se preocupar com o objeto direto, pois a
base linguística é: sujeito, verbo e complemento. Então, qualquer frase seja na voz ativa ou
na voz passiva, teoricamente de forma natural, começa pelo sujeito, dessa forma, o “pão” que
era objeto direto, passa para a voz passiva como um sujeito paciente. A estrutura verbal da
frase continua tendo a essência transitiva direta, que na voz ativa pede objeto direto, mas na
passiva vai trabalhar com um sujeito paciente. “por Antônio” é o cara que está praticando a
ação de comprar o pão, portanto, na ativa ele era o sujeito, e na passiva ele é o agente,
ainda, o “sempre” continua sendo um adjunto adverbial de tempo.
Foi aprendido que dá para passar de voz ativa para passiva com o verbo transitivo direto ou
com o verbo transitivo direto e indireto, mas isso por conta do direto:
João deu flores para Maria hoje.
“João” é notoriamente o sujeito, o verbo “dar” é o chamado verbo bitransitivo, ou seja, um
verbo transitivo direto e indireto, que vai obrigatoriamente pedir dois comprimentos, um sem
preposição (objeto direto: flores) e outro com preposição (objeto indireto: para Maria),
seguindo isso, o “hoje” é uma mera circunstância de tempo, isto é, um adjunto adverbial de
tempo. Para passar para a voz passiva, preocupa-se comente com quem pratica (João) e com
quem sofre (flores), fazendo a alteração verbal:
Flores foram dadas por João para Maria hoje.
Neste momento, “flores” passa a ser sujeito paciente, “foram dadas” é uma locução verbal em
que o verbo principal é o verbo no particípio e o auxiliar é o verbo “ser”; se mantêm a estrutura
transitiva direta, que trabalha com o sujeito paciente, “por João” vai ser um agente da passiva,
“para Maria, vai continuar sendo um objeto indireto e o “hoje” vai continuar sendo um adjunto
adverbial de tempo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Passagem da voz ativa para a passiva3
Vozes verbais7
Pretérito Imperfeito7
Questões9
Questão 1)9
Questão 2)9
Questão 3)10
Questão 4)11
Questão 5)12
Questão 6)12
Questão 7)13
Questão 8)13
Questão 9)14
Questão 10)14
Na primeira estrutura, voz ativa, temos o primeiro sujeito que pratica a ação, seguido de
verbo, que pode ser transitivo ou intransitivo, direto e indireto, seguido de objeto. Na segunda
estrutura, voz passiva, temos primeiro o sujeito paciente, seguido de locução verbal e do
agente da passiva. Observe no quadro acima que para transformar uma estrutura ativa em
passiva é necessário que o OD da primeira tome o lugar de sujeito paciente da segunda.
Agora, caso seja necessário transformar a estrutura passiva em ativa, é o agente da passiva
na estrutura passiva que toma o lugar do sujeito na voz ativa. Esse conteúdo cai muito em
provas, primeiro pelo fato se ser possível a passagem da voz ativa para a passiva e vice e
versa, e, segundo, porque ela possui uma divisão primária, Isto é, voz passiva sintética, que é
menor e composta de verbo + pronome ser, e a voz passiva analítica, que é maior e
composta de uma locução verbal.
A locução verbal na voz passiva analítica será composta por um verbo auxiliar e um verbo
principal no particípio terminado em ado/ido. Quanto a voz passiva sintética, é composta de
verbo (VTD e VTDI) seguida da partícula apassivadora – PA – que é o pronome “se”, seguida
do sujeito paciente.
É importante lembrar que essa construção passiva só ocorre com VTD e VTDI. Outras
construções com VTI, VI, VL e VTD+OD prer. seguidos do pronome “se” se tratam de uma
estrutura de indeterminação, que pode ser chamada de PIS. Elas não têm nada a ver com voz
passiva, mas sim, com sujeito indeterminado. Isto é, o pronome “se” nessas estruturas remete
à partícula de indeterminação do sujeito e o verbo deve permanecer na terceira pessoa do
singular, diferente do que ocorre na voz passiva, com o verbo no particípio.
VTD VTDI
VTI VI VL
VTD + OD prep..
Vamos fazer alguns exercícios para melhor compreender e fixar o conteúdo?! Observe as
seguintes frases:
1)Aluga-se apartamento.
2)Vive-se bem com Deus.
3)Comeu-se o bolo.
4)Comeu-se do bolo.
Quanto à transitividade do verbo na primeira frase, sabemos que quem aluga, aluga alguma
coisa, logo, VTD, portanto seguido de uma partícula apassivadora (PA). Assim, temos que
“apartamento” é o sujeito da oração. Detalhe, se a apalavra apartamento estivesse no plural
“apartamentos” deveríamos manter a concordância com o sujeito como em “alugam-se
apartamentos”.
Na segunda frase temos um VI, portanto, a partícula que o segue é uma partícula de
indeterminação do sujeito (PIS), seguida dos elementos atrelados ao VI, que são os adjuntos
adverbiais de modo e de companhia, respectivamente. Na terceira frase temos um VTI e a
partícula que o segue é uma PA. “Bolo” é o sujeito. Na quarta frase temos um VTD, então,
teoricamente o pronome deveria ser uma partícula apassivadora, no entanto, perceba que o
núcleo do sujeito está preposicionado. E, na verdade, não é possível que o núcleo do sujeito
seja preposicionado. Isto significa que aquele item não é um sujeito, logo, a partícula
apassivadora não pode ser um PA. Se não for um PA, será um PIS, então trata-se de um OD
prep.
Agora, a banca pode, por exemplo, pegar essa construção e dizer que o verbo se encontra no
singular para concordar com o termo “atendente”, que se apresenta no singular. Mas isto
estaria incorreto. Seria correto unicamente se no lugar de objeto indireto tivéssemos um
sujeito, mas nesta construção temos um objeto indireto. Objeto não concorda com verbo, ele
apenas completa o verbo. Pois bem, a banca pode ainda destacar a palavra “atendente”, e
dizer que a pluralização do termo destacado automaticamente acarretaria na pluralização da
estrutura verbal. A questão estaria errada, novamente porque o objeto não concorda com o
verbo.
Ainda, a banca poderia então colocar a seguinte frase “Vendem-se casas em Cascavel.”
Nesta frase temos um verbo transitivo direto seguido do pronome “se” como partícula
apassivadora. E se há uma partícula apassivadora o sujeito é um sujeito paciente. Seguindo o
raciocínio, “em Cascavel” vai ser um adjunto adverbial de lugar. Agora, imagina se a banca
destacasse o termo “casa” e dissesse que pluralização do termo destacado acarretaria
automaticamente na pluralização da estrutura verbal. A questão estaria correta.
Se além disso, a banca dissesse que a frase “Vendem-se casas em Cascavel” poderia ser
reescrita da seguinte forma: “casas são vendidas em Cascavel.”, a reescritura não
apresentaria prejuízo gramatical, uma vez que são ambas corretas de acordo com o padrão
culto da língua, e também não acarretaria em prejuízo de sentido, pois a ideia de passividade
do sujeito foi mantida. Permanece como uma estrutura passiva, apenas alternada de sintética
para analítica, ou seja, de uma estrutura menor para uma maior.
VTDPASujeitoA. adv. de lugar
Vende-secasas em Cascavel
Conjugação
1º AR
2º ER
3º IR
4º PÔR, TER, VIR
5º SER
A desinência modo temporal -VA apresenta um verbo no pretérito imperfeito do indicativo com
verbos de primeira conjugação (terminados em ar) como em cantar, pular, nadar. Os verbos
de segunda conjugação são apresentados pela desinência verbal -IA, como corria, sofria,
comia. A desinência modo temporal da terceira conjugação é -IA, como em partia, sorrira,
dormia. Agora, para os verbos irregulares “por, ter, vir” a desinência modo temporal será -
NHA, funcionando na prática do seguinte modo: por=punha, ter=tinha, vir=vinha. Não
somente com esses verbos, mas também com seus derivados: pôr-compor-compunha, ter-
manter-mantinha, vir- prover-provinha, entre outros. Em seguida, o verbo irregular “ser” tem a
desinência modo temporal “ERA”.
Uma dica essencial para se dar bem é que você domine as desinências desses verbos
irregulares para não se perder com as desinências dos seus derivados. Tenha em mãos uma
boa gramática, ou encontre alguma gramática virtual. Existem muitas excelentes como a
Gramática do Fernando Pestana, A gramática da Maria Augusta, a gramática do Rodrigo
Bezerra, entre outras. Ou mesmo procure alguma para consultar online como, por exemplo, o
site gratuito “https://conjuga-me.net”. Tem muita coisa boa por aí, por isso se arme de
conhecimento, sem desculpas. Como complemento, deixei preparado para vocês uma
sequência de tempos e modos verbais da ativa que são mantidos na passiva.
Agora vamos a melhor parte, na qual testamos nosso conhecimento e colocamos em prático
toda a teoria. Preparei uma série de exercícios para você se deliciar com a língua portuguesa.
Mãos à obra!
QUESTÕES
Questão 1) ... ela nunca alcançava a musa. Transpondo-se a frase para a voz passiva, a
forma verbal resultante será:
a)Foi alcançada.
b)Fora alcançada.
c)Seria alcançada.
d)Era alcançada.
Comentários:
Na frase, o sujeito é “ela”, o verbo “alcançava”, e o objeto direto é a “musa”, e “nunca” é um
adjunto adverbial de negação. Isto posto, para responder a questão devemos nos preocupar
com quem pratica (SUJEITO) a ação e quem sofre (OD), e o interessante é que a questão
sequer pede para que a oração seja passada para a voz passiva. Ela quer apenas saber a
forma verbal resultante da voz passiva. Então só precisamos nos preocupar como objeto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Conjunções coordenativas3
Conectivos3
A diferença entre conjunções e preposições4
Conjunções e relações sintáticas5
Exemplos de conjunções coordenativas7
Observação 1: Polissemia da conjunção9
Classificando as orações coordenadas destacadas10
Questão 0112
Questão 0213
Questão 0314
Questão 0414
Questão 0515
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
São aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas semanticamente indicam
através do nome. As aditivas indicam adição, uma soma ou um acréscimo, as adversativas
indicam a diversidade, contraste e oposição, as alternativas indicam a alternância e escolha,
explicativas indicam uma explicação e conclusiva indicando uma conclusão.
Algumas são mais fáceis para identificar por exemplo, porém = adversativa, ou = alternativa.
CONECTIVOS
Chamamos de conectivos termos que não tem função sintática, como as conjunções e
preposições, os quais servem para ligar termos de uma oração, orações de uma frase, ou
frases de um texto.
De fato, a conjunção e a preposição não exercem função sintática, mas englobam termos que
possuem funções sintáticas.
É interessante salientar quando se tem alternativas, você terá uma relação de escolha,
podendo a pessoa escolher entre ir ou não. Entretanto depois há os pares “ou, ou” “ora, ora”
“quer, quer” “seja, seja” “já,já” de vez em quando o avaliador brinca com isso se utilizar “ora
chora ou ri” é uma pegadinha, pois não se pode misturar, são pares.
Quando se trabalha com uma conjunção coordenativa há o costume que a estrutura fixa tenha
coordenada, sendo primeira a oração coordenada assindética, uma vírgula e a conjunção
coordenativa sindética. Quando se trabalha esses pares das conjunções alternativas se tem
duas orações coordenadas sindéticas alternativas não existindo uma margem.
OBSERVAÇÃO 1: POLISSEMIA DA CONJUNÇÃO
Estudei e foi à praia
O “e” indica soma, indicando soma não há virgula.
Estudei e não fiz boa prova.
Este “e” indica oposição, entrando uma virgula obrigatória na frase “estudei, e não fiz boa
prova.”
Siga este conselho e terá sucesso.
Há um modo imperativo logo em seguida há uma explicação que é indicado no “e, entrando
uma virgula obrigatória na frase “siga este conselho, e terá sucesso.
Precisava de ajuda; telefonou-me, pois.
Observe que esta depois do verbo da oração o “pois” da qual ele faz parte no final, sendo
conclusivo.
Trocou o xampu, pois o cabelo estava seco.
Toda causa é uma explicação a diferença é que a explicação possui essência imperativa se a
frase fosse “troque o xampu, pois o cabelo está seco” seria um “pois” explicativo, mas esse
“pois” é causal há uma relação de causa e consequência, sendo a causa o cabelo estar seco
e a consequência trocar o xampu. A conjunção é causal, mas subjacente existe um valor
explicativo.
Trabalho que trabalho nesta empresa!
Este “que” funciona como se fosse um “e” funcionando como soma, indica um aditivo.
Ligue o ventilador que está calor.
“Ligue o ventilador” modo imperativo, este “que” será explicativo.
O “pois” ele pode ter algumas classificações, sendo explicativas, conclusivas e existe a
possibilidade de ser causal o qual que se confunde com o explicativo. A diferença é que no
explicativo há uma essência imperativa e no causal não. Ocasionando a uma relação de
causa e consequência, por exemplo quando há uma ordem o pois explicativo, quando não
possui ordem é causal. Quando se diz “não vou à praia, pois está chovendo” não tem ordem,
então este “pois” é causal agora na frase “não vá à praia, pois está chovendo” o pois é
explicativo, uma diferença significativa entre o pois explicativo e o conclusivo é que o
explicativo vem antes do verbo colocando a virgula e depois o “pois”. No conclusivo vem
depois do verbo ou entre virgulas, geralmente no final da estrutura para mostrar que está
depois do verbo, o que acaba acontecendo com o “pois” conclusivo é que ele é deslocado e
deve ser destacado com virgula. Normalmente vem a primeira oração, virgula, a conjunção e
a oração da qual essa conjunção faz parte.
Gabarito: Letra A
QUESTÃO 02
No período: “Paredes ficaram tortas, animais enlouqueceram e as plantas caíram”, temos:
a)Duas orações coordenadas assindéticas e uma oração subordinada substantiva.
b)Três subordinas substantivas.
c)Três orações coordenadas.
d)Quatro orações coordenadas.
e)Uma oração principal e duas orações subordinadas.
Comentário: Existem três orações, pois houve a apresentação de três verbos diferentes,
“ficaram, “enlouqueceram” e “caíram” há uma vírgula que é enumerativo sequenciando
orações. As duas primeiras são sem conectivo, são duas orações coordenadas assindéticas e
a última “caíram” possui o conectivo “e”, sendo uma oração coordenada sindética aditiva.
Gabarito: Letra C
QUESTÃO 03
Entenda o cálculo do IDH municipal (IDHM)
O Índice de desenvolvimento humano foi criado para medir o nível de desenvolvimento
humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula),
longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda (PIB per capita), mas também é utilizado
para aferir o nível de desenvolvimento humano de municípios.
De acordo com as informações do texto ao lado- Entenda o cálculo do IDH municipal (IDHM) -
e considerando o tema por ele focalizado, julgue os itens que se seguem.
A ideia adversativa da conjunção, “mas” se estabelece entre “países” e “municípios”.
Comentário: O texto parece não ter ideia de adversidade, pelo motivo de ter o “mas também”,
entretanto não possui um par sendo esta uma questão certa que trás a ideia de adversidade.
QUESTÃO 04
“Contudo, essa experiência foi posta de lado quando as trevas medievais tomaram conta da
Europa, fazendo-a mergulhar em mil anos de estagnação, sob as mãos de senhores feudais,
reis e papas, que não conheciam o outro limite senão o seu próprio poder.
Com relação a aspectos linguísticos do texto, julgue os itens que se seguem.
A substituição do vocábulo “senão” por se não, embora gramaticalmente correta, prejudicaria
o sentido do texto.
Comentário: Ela não tem como ser gramaticalmente correta, pois são completamente
diferentes, prejudicaria o sentido se pudesse colocar ficando claro, que, a questão já está
errada por dizer que é gramaticalmente correta.
QUESTÃO 05
Victor fracassou porque cedeu a uma predisposição da natureza humana...
O elemento grifado na frase acima tem o mesmo sentido de:
a)Ainda que.
b)Conquanto.
c)Enquanto.
d)Embora.
e)Uma vez que.
Comentário: Este porque poderia ser a princípio explicativo ou causal, não possui ordem,
sendo causal se procura também uma estrutura causal sendo o ainda que uma concessiva,
conquanto uma concessiva, enquanto temporal, embora é concessiva e uma vez que a qual é
a causal sendo a alternativa correta.
Gabarito: Letra E
Cara(o) aluna(o) para finalizar uma mensagem de reflexão:
“Para ter sucesso é preciso primeiro acreditar que podemos.”
Nikos Kazantzakis.
É imprescindível acreditar que consegue, você tem que acreditar, na próxima aula veremos
mais sobre conjunções, bons estudos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Conjunções Subordinativas3
Conjunções Subordinativas Integrantes5
Conjunções Subordinativas Adverbiais7
Exercícios12
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
Existem nove conjunções subordinativas adverbiais, as quais dividem-se em integrantes e
adverbiais. As CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS INTEGRANTES, como diz o próprio nome
integram apenas a oração subordinada, no caso, substantiva, portanto, as orações
integrantes, que basicamente são encabeçadas pelas conjunções integrantes “que” e “se”,
indicarão que são orações subordinadas substantivas. Uma forma muito simples de identificar
essas orações é efetuar a substituições das conjunções que e se, junto com a oração da qual
fazem parte, pelo termo “isso”. Observe:
ISSOOração Substantiva
Subordinada Integrante
Mas, para conseguir identificar a classificação das conjunções, você precisa decora-las. Veja,
é a mesma lógica de aprender a escrever: ninguém aprende a escrever sem antes ter
decorado as letras do alfabeto e a formação das sílabas; ou ainda, a mesma lógica de correr:
ninguém aprende a correr sem antes ter aprendido a andar. Nesse sentido, não há outra
forma de conseguir responder as questões relacionadas à classificação das conjunções sem
decorá-las. E se o material de apoio não for suficiente para você, sinta-se na liberdade de
solicitar algum material complementar diretamente para mim no canal
@professorsidneymartins. Dito isto, vamos adentrar um pouco mais na teoria.
Conjunções Subordinativas Integrantes
Como já vimos, as Conjunções subordinativas introduzem sempre orações subordinadas
substantivas ou orações subordinadas adverbiais. As conjunções subordinativas que vão
introduzir as substantivas são as CONJUNÇÕES INTEGRANTES. Observe os exemplos:
Conjunção temporal
Quando você chegar,estaremos em casa.
Oração subordinada adverbial temporal Oração principal
O termo “quando” notoriamente expressa valor temporal, ou seja, indica tempo, então
estamos diante de uma conjunção temporal. E a conjunção temporal é uma conjunção
subordinativa adverbial, portanto, toda a primeira estrutura desse exemplo será chamada de
oração subordinada adverbial temporal. Consequentemente, se há uma oração subordinada é
porque há também uma oração principal, assim, a outra parte do exemplo, a oração
“estaremos em casa”, será a oração principal, doravante OP. Próximo exemplo:
OPO.S.SISSO
Queroque chova amanhã.
Oração principalOração subordinada substantiva objetiva direta
Neste exemplo, observe que há a presença da conjunção “que” encabeçando a oração. Mas
que tipo de “que” temos aqui? Será que posso pegar toda a oração que circunda essa
conjunção e substituí-la por “isso”? Como em “quero isso”. Sim, eu posso. Logo temos aqui
uma oração subordinada substantiva encabeçada pela conjunção integrante que. Por se tratar
de uma conjunção integrante, “quero” será a oração principal, e “que chova amanhã” uma
oração subordinada substantiva.
Ainda, pensando em funções sintáticas, o verbo “querer” é um verbo transitivo direto, pois
quem quer, quer alguma coisa. O verbo transitivo direto pede um objeto direto, logo, a
segunda oração subordinada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. O nome
pode ser assustador, mas na verdade, é apenas um objeto direto que por um acaso tem uma
oração. Tanto que eu posso chamar de objeto diretor oracional. Já o primeiro exemplo é uma
oração subordinada adverbial, ela está na função de adjunto adverbial. Bom, matamos aqui
esse primeiro aspecto, retomando o que já sabemos:
As conjunções subordinativas integrantes podem ser substituídas por ISSO, como já vimo.
Veja, esse é o melhor macete que já vi na vida! Vamos ver alguns os exemplos:
ISSOOração Substantiva
Subordinada Integrante
O.S.S.I.
Ela querque você volte.
Ela quer o que?ISSO
O.S.S.I.
Pergunteise todos estavam bem.
Perguntei o que?ISSO
Pela substituição da oração subordinada pelo termo “isso”, sabemos se tratar ela de uma
oração Subordinada Substantiva Encabeçada Por Conjunção Integrante. E pode reparar que
o “se” do segundo exemplo “perguntei se todos estavam bem”, poderia ser um “se”
condicional, mas neste caso NÃO expressa a ideia de condição de jeito nenhum.
Conjunções Subordinativas Adverbiais
As conjunções subordinadas adverbiais são classificadas pelo seu valor semântico. Assim,
vamos classificar alguns exemplos, a partir de agora, com as nove classificações que vimos
anteriormente.
a)Quando abri a porta, o barulho acabou.
b)Ainda que eu faça dieta, não emagreço
c)Bebi tanto que passei mal.
d)Está tossindo porque não se cuidou.
e)Se precisar, telefone-me
A conjunção “quando “é uma conjunção temporal, pois indica tempo. Então a primeira oração
do primeiro exemplo se trata de uma oração subordinada adverbial temporal. Mas aí falamos
só do valor semântico. No segundo exemplo, sabemos que a conjunção “ainda que” é uma
conjunção concessiva, então indica a ideia de concessão. Para esse primeiro exemplo, vou
ensinar dois macetes. O macete do “que”, e o macete do “tesão”. Olha só, toda vez que
observarmos um intensificador acompanhando a oração principal, e a conjunção “que” na
oração subordinada, temos uma ideia de causa e consequência.
Tantoque
Talque
Tãoque
Tamanhoque
E aí está o macete do “TESÃO”. Simples, junte todos os quatro “t’s” e forme um “Tzão”, um “t”
grandão, e ONDE HÁ TZÃO SEMPRE TEM CONSEQUÊNCIAS. Pronto, agora você não
esquece mais. Vamos aos exemplos.
a)Bebi tanto que passei mal.
b)Está tossindo porque não se cuidou.
c)Se precisar, telefone-me.
Perceba que existe uma relação causa e consequência também no primeiro exemplo. O
“que”, portanto, é uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva. O próximo exemplo,
sabemos que “porque” pode ser uma conjunção causal ou explicativa, num primeiro momento.
Como vamos saber quando ele será explicativo? Quando tiver a essência da interatividade,
ou seja, tome remédio e então tussa. Mas não é o caso neste exemplo, porque é justo o
contrário: por a pessoa não ter tomado remédio (não ter se cuidado), ela está tossindo. Assim,
temos uma relação de causa e consequência. Ou seja, esse “porque” encabeça uma oração
subordinada adverbial causal, isto é, uma oração na qual existe um valor de causa seguida de
consequência. No terceiro exemplo, o termo “se” cria uma ideia de condição, então é uma
conjunção condicional, afinal de contas é para ligar só se precisa, caso precise, telefone,
agora, se não precisar não precisar para telefone. Assim, cria uma condição. Próximos
exemplos:
a)Estudamos a fim de que fôssemos aprovados.
b)Fiz tudo como você mandou.
c)Sou forte como um touro.
d)À medida que cresço, engordo.
A conjunção “a fim de” indica a ideia de finalidade, então é uma estrutura final, portanto uma
oração subordinada adverbial final. No segundo exemplo temos a conjunção “como”, que
pode ser tanto causal, como comparativa ou conformativa. São três valores subordinados,
três valores adverbiais. Ela será causal quando estiver no início do período, por exemplo na
sentença “como estava chovendo, não fui à praia”. E será comparativa quando existir uma
relação de igualdade. E será conformativo quando não existir uma relação de igualdade, por
exemplo, “Jhoni Zini é sexy como o Pablo Jamil”. Veja, nesse momento eu tentei comparar a
sensualidade dos dois, o sex apeal dos dois, enfim, eu comparei um ao outro na tentativa de
colocá- los no mesmo patamar. Então existe uma ideia de igualdade. Se existe uma ideia de
igualdade, a conjunção “como” é comparativa.
Agora, digamos que eu diga “Jhoni faz exercícios como Pablo o orienta.” Neste momento não
estou tentando promover uma igualdade, não estou tentando dizer que Jhoni faz exercícios
igual Pablo, aqui Jhoni faz exercícios como é mandado, conforme Pablo orienta, consoante
Pablo orienta. Então como temos uma ideia diferente, a conjunção “como” é conformativa.
No terceiro exemplo “fiz tudo como você mandou”, ou seja, conforme você mandou, a
conjunção “como” é conformativa e indica uma conformidade. No próximo exemplo “Sou forte
como um touro”, estou meu comparando a um touro, logo, a relação é comparativa. No quarto
exemplo” à medida que cresço, engordo” a conjunção “à medida que” indica uma relação de
proporcionalidade, portanto, é uma estrutura proporcional.
temporal condicional
EXERCÍCIOS
1.Classifique as orações subordinadas adverbiais destacadas:
a.Você passou na minha vida como um vadio vendaval.
b.E, depois que a tarde nos trouxesse a lua/ se o amor chegasse eu não resistiria.
c.Quero que você me faça um favor, já que a gente não vai mais se encontrar.
d.E, embora eu já conheça bem os seus carinhos, me envolvo e sou tragado pelos seus
carinhos.
e.Onde andei não deu para ficar, porque aqui é o meu lugar.
f.Aguardaremos, brincaremos no regato, até que nos tragam frutos.
g.Ajoelhou-se porque estava curada.
h.Esforçou-se tanto quando no dia anterior.
i.Esforçou-se tanto que alcançou o seu objetivo.
j.Quanto mais pensa, mais nervoso fica.
k.Está no Rio desde que terminou a Faculdade.
l.Ganhará um automóvel desde que termine a Faculdade.
GABARITO:
a.A conjunção “como” dá ideia de comparação, portanto temos comparativa.
b.“Depois”, dá ideia de tempo, portanto, uma O. S. Adv. temporal e “se” dá ideia de condição,
portanto, temos uma condicional.
c.“Já que” = causal.
d.“Embora” = concessiva.
e.Onde = locativa (indica o lugar); “porque” = causal (há relação de causa e consequência
“aqui é o meu lugar” = causa; “não deu para ficar onde andei” = consequência.
f.“até que” = temporal
g.“porque” = causal (“estava curada” = causa; “ajoelhou-se” = consequência).
h.“tanto quanto” = comparativa.
i.“tanto que” = consecutiva.
j.“quanto mais” = proporcional.
k.“desde que” = temporal/condicional (se puder se substituído por “quando”, será
temporal.).
l.“desde que” = condicional
2.“... e eu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter a memória fraca...”, a organização
grifada traz uma ideia de:
a)Causa.
b)Consequência.
c)Condição.
d)Conformidade.
e)Concessão.
GABARITO: E
3.No trecho “Ao tempo de Pilatos e de James Joyce, a linguagem virtual estava longe”. Mas,
além da realidade física, da palavra impressa, ela servia de símbolo da identidade e da
perenidade da comunicação”.
Os termos negritados acima têm, respectivamente, a equivalência de
a)Adversidade – causa – tempo.
b)consequência – tempo – adversidade.
c)tempo – adversidade – adição.
d)adição – adversidade – tempo.
GABARITO: C
4.No Texto lê-se: “A língua que falamos é um bem, se considerarmos “bens” “as coisas úteis
ao homem”.
O termo negritado, segundo Cunha e Cintra (2009), tem o valor de um (a):
a)construção linguística que apresenta relação causal.
b)sintagma com sentido opinativo, que apresenta uma relação comparativa.
c)conectivo com valor de condição, pois indica uma hipótese.
d)vocábulo gramatical, que serve para adicionar uma ideia a outra.
GABARITO: C
5.Encaminhar e receber mensagens é uma necessidade humana presente desde quando as
sociedades adquiriram um relativo grau de complexidade. Assim que um grupo organizado de
homens obteve controle sobre um território maior que a sua aldeia, surgiu a procura por
formas de comunicação entre os indivíduos situados em pontos diversos.
A substituição de “quando” por que altera as informações originais do texto e PROVOCA
TRANSGRESSÃO às normas gramaticais.
GABARITO: ERRADA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Período Simples e Período Composto3
Orações Subordinadas4
Funções sintáticas5
Oração Subordinada Adverbial5
“Que” - Pron. Relativo ou Conj. Integrante?6
Oração Subordinada Substantiva8
ORAÇÕES SUBORDINADAS
Dentro da classificação orações subordinadas temos as orações subordinadas substantivas,
as orações subordinadas adjetivas, e as adverbiais. A oração subordinada exerce uma função
sintática em relação à oração principal, porque ela está inserida na principal. Existindo
subordinada, existe também a principal. Mas além da função sintática, ela exerce também
uma função morfológica, até mesmo pelos nomes que apresenta. Essa questão morfológica é
muito simples. Veja bem, a oração subordinada substantiva, ela funciona como se fosse um
substantivo, logo ela pode ser substituída por um substantivo; a oração subordinada adjetiva
funciona como um adjetivo, logo, ela pode ser substituída por um adjetivo, e a oração
subordinada adverbial funciona, obviamente, como advérbio, logo pode ser substituída por um
advérbio.
FUNÇÕES SINTÁTICAS
Dito isso, vamos falar então sobre as funções sintáticas dessas orações. A oração
subordinada adverbial só pode exercer UMA ÚNICA função sintática. Ela sempre vai
funcionar como adjunto adverbial. SEMPRE!! O mesmo ocorre com a oração subordinada
adjetiva, que exercerá sempre a única função de adjunto adverbial. Agora vamos sair da zona
de conforto para falar da ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA. Esta, pode exercer até
seis funções sintáticas, quais sejam:
Sujeito;
Objeto direto;
Objeto indireto;
Complemento nominal;
Aposto;
Predicativo
Oração Subordinada Adverbial
Pois bem, partindo do pressuposto que você já saiba o que é um sujeito, um advérbio, um
adjunto adnominal dentre outros. Vamos retomar o que é uma oração subordinada adverbial,
já com um exemplo, preste atenção:
João é tão feio que assusta até as crianças.
A conjunção “que” encabeça as orações subordinadas e por esse motivo o “que” é tão
importante. Porque ele é capaz de encabeçar as três orações subordinadas. Ele pode
encabeçar oração subordinada substantiva, a adjetiva, e a adverbial. Ele vai encabeçar uma
oração substantiva quando funcionar como uma conjunção integrante. ele vai encabeçar a
adjetiva quando funcionar como um pronome relativo; e vai encabeçar a oração subordinada
adverbial quando funcionar como uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva, que é
aquela quem indica a consequência. De todas essas, a de mais fácil identificação é a oração
subordinada adverbial consecutiva, porque OBRIGATORIAMENTE a oração principal à qual
está subordinada deverá apresentar um intensificador, que são as seguintes palavras: tanto,
tal, tão e tamanho. Então há na oração as estruturas “tanto que”, “tal que”, “tão que” e
“tamanho que” temos uma relação de causa e consequência. Se você não lembra do macete
do “Tzão”, veja só:
É assim que funciona, é muito simples na verdade. No exemplo “João é tão feio que assusta
até as crianças” conseguimos fazer uma divisão entre a oração principal e a oração
subordinada.
CausaConsequência
João é tão feioQue assusta até as crianças.
Oração principalO.S. Adv. Consecutiva.
A banca avaliadora pode cobrar uma questão como essa na prova tal como acabamos de
trabalhar, mas ela pode, também, cobrar o valor semântico apenas do “que” ou de toda a
estrutura da qual faz parte. Agora, se não houver um intensificador... o “que” será pronome
relativo ou conjunção? Pois bem, vamos aprender a identificar a diferença.
“Que” - Pron. Relativo ou Conj. Integrante?
Existe uma diferença gritante em relação ao “que” como pronome relativo e o “que” como
conjunção integrante, porque o pronome relativo OBRIGATORIAMENTE faz referência ao
termo anterior, obrigatoriamente. Já a conjunção integrante, ela SÓ integra. Vou passar para
você um macete para ajudar a identificar o “que” conjunção integrante. Se você já viu alguma
aula minha provavelmente já o tenha visto, porque como já disse algumas vezes, é o melhor
macete que já vi na vida. Veja, se for possível substituir todo o período no qual o “que” está
inserido pela palavra ISSO, então se tratará de uma conjunção integrante. Observe como a
palavra isso de trás para frente indica a própria função do “que”.
ISSOOração Substantiva
Subordinada Integrante
Agora vamos trabalhar com alguns outros exemplos para podermos entender melhor e fixar o
conteúdo.
1.Percebo /que os alunos do Focus são carinhosos.
O.P.O.S
Bom, a parte inicial da análise é muito simples, basta separar a oração principal da
subordinada. Agora vamos verificar se existe ali um termo intensificador (tanto, tal, tão,
tamanho). Sim ou não? Não, não há nenhum intensificador, portanto, sabemos que não se
trata de uma consecutiva. Sendo assim, ou será uma adjetiva ou uma substantiva, porque o
“que”, ou vai ser um pronome relativo, ou uma conjunção integrante. É simples identificar.
Basta analisar se o “que” está fazendo referência ao termo anterior ou não. Neste exemplo
vemos que não, ele não faz referência ao termo anterior. Mas se você estiver muito nervoso e
quiser se certificar de que terá a resposta correta, você vai recorrer ao macete do ISSO.
Então você vai ver se consegue pegar toda a oração subordinada (OS) e substitui-la pela
palavra ISSO. Conseguiu?
1.Percebo / isso.
O.P.O.S
Agora tenho certeza que este “que” é uma conjunção integrante e que a oração é uma oração
subordinada substantiva, encabeçada pela conjunção integrante que.
Mas a postura do avaliador hoje em dia pode ser diferente. Em se tratando de uma
subordinada adverbial, ele pode sim querer cobrar a classificação da oração, a função
morfológica do “que”, mas na maioria das vezes, ele quer mesmo é saber o valor semântico.
Isto é, que que você diga qual é a função sintática da oração destacada. Se for uma oração
subordinada adverbial, por exemplo, só possuirá uma única função sintática, que é a de
adjunto adverbial. Só que isso fica muito claro e fácil para o candidato escolher dentre as
opções a correta, e o candidato acerta com muita facilidade. Agora, quando a banca cobrar as
orações substantivas, não tem jeito, ele vai cobrar a função sintática.
Oração Subordinada Substantiva
Nós sabemos existir seis funções sintáticas para a oração subordinada substantiva. Então
vamos estudar um pouco sobre isso. A função didática SEMPRE constataremos pelo sistema
SVC (sujeito + verbo + complemento). Considerando que a análise sintática só parte do
verbo, eu pergunto a ele quem é o sujeito da oração. E, automaticamente o resto será o
complemento, que pode ser um objeto, adjunto adverbial e predicativo do sujeito.
Vamos voltar ao exemplo “percebo que os alunos do Focus são carinhosos” resumido em
“percebo isso”. Quem percebe? Ora, “EU percebo isso”. Então chegamos ao sujeito da
oração, que será, nesse caso, um sujeito oculto. Afinal de contas, conseguimos depreender o
sujeito pela desinência número pessoal. Agora ficou faltando o resto, o resto é o
complemento, porque nesse caso, quem percebe, percebe alguma coisa. Então estamos
diante de um verbo transitivo direto, portanto, diante de uma oração subordinada substantiva
objetiva direta. O nome é enorme e assustador, mas no final das contas é apenas um objeto
direto que, por um acaso, tem oração (objeto direto oracional).
Agora, você me pergunta: como é que isso pode cair na prova? Pode cair na prova pedindo a
classificação da oração, toda a classificação como acabamos de ver; pode pedir só a função
morfológica do “que” que é uma conjunção integrante; ou então, pode cair alguma questão
que trabalhe a análise sintática apenas, sem mencionar a questão da oração. Pode ser então
que a banca destaque toda a estrutura e diga, por exemplo, de forma velada para testar o
conhecimento prévio, que toda a estrutura funciona como complemento verbal do verbo
“percebo”. E a questão estará certa. Porque se é um complemento verbal é um objeto, seja
ele direto ou indireto. Então se está dizendo que essa estrutura é um complemento verbal,
está dizendo que é um objeto, logo, já está certa a questão.
Ainda, a banca pode simplesmente destacar e afirmar que o “que” é o objeto direto, isto é,
misturar o período composto com orações de período simples. Ela poderia colocar a estrutura
completa no enunciado, destacar a oração subordinada e pedir para você assinalar dentre as
questões a que tiver a mesma função sintática do termo destacado. Vamos fazer algumas
suposições à la banca de concurso. Digamos que sejam apresentadas as seguintes frases
para assinalarmos, dentre elas, a com mesma função sintática de “Percebo que os alunos do
Focus são legais”. O gabarito da nossa questão seria a letra a, naturalmente. Vamos para
uma outra estrutura.
Exemplo 1:
VTD.OD
a)ComiUm pastel
VID - PISOI
b)Trata-sede um documento
Exemplo 2:
OPOSOP
O alunoQue estudaé aprovado.
Repare que na primeira parte da estrutura não há verbo, “O aluno”, então não é uma oração,
mas sim uma estrutura nominal. Isso significa que a oração subordinada está no meio da
oração principal. Mas isso é fácil identificar. Perceba que o primeiro verbo que aparece depois
do “que” é o verbo da oração subordinada, a partir disso, o próximo, já é o verbo da oração
principal. Então a nossa oração principal é “o aluno
... é aprovado”, e “que estuda” é nossa oração subordinada, que por enquanto, não sabemos
quem é.
Vamos descobrir então quem é. Observe a oração anterior para ver se encontra um
intensificador (tanto, tal, tão, tamanho). Não temos intensificador. Então o próximo passo é ver
se o que é pronome relativo ou conjunção integrante. Será que este “que” faz referência à
estrutura anterior? Poderíamos pegar o “que estuda” e substituir por “o aluno estuda”? Sim,
poderíamos. Logo, o que se trata de um “pronome relativo”, ou seja, de um elemento que faz
referência ao termo anterior. Agora sim sabemos que oração temos aqui: oração subordinada
adjetiva. E se você ainda estiver na dúvida, experimente aplicar o macete do ISSO. Podemos
substituir o “que” por isso? Como em “O aluno isso”? Não né... Fica muito estranho.
OPOSOP
O alunoQue estudaé aprovado.
SujeitoPron. Relativo
Oração subordinada adjetiva restritiva
Agora para complementar, eu preciso saber se a oração subordinada que está entre a
principal é restritiva ou explicativa. Desse modo, verificamos que se há presença de vírgula ou
não. Se for restritiva NÃO haverá vírgula; se for explicativa HAVERÁ vírgula. Logo, nossa
frase é restritiva e isso significa de fato que aqui existe uma ideia de restrição, de limitação,
porque não é todo aluno que é aprovado, mas somente aquele que estuda. E essa
observação significa que esta estrutura é de suma importância para o entendimento da frase
como um todo, então não posso retirá-la de onde está, por isso não tem virgula.
Ainda em relação ao exemplo “O homem, que é racional, aprende com os erros”, quando a
banca perguntar a função sintática, pode ter certeza logo de cara aparecerá a alternativa
“aposto”, porque se parece com um aposto, pois está entre vírgulas e pode ser retirado sem
prejuízo de sentido. Mas eu friso o tempo todo, APOSTO É FUNÇÃO PRÓPRIA DE
SUBSTANTIVO, tanto que existe a oração subordinada substantiva apositiva. E no nosso
exemplo temos uma oração adjetiva e a oração adjetiva, não importa se é restritiva ou
explicativa, ela sempre vai exercer UMA ÚNICA função sintática, que é de adjunto adnominal.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Apresentação2
Orações subordinadas3
ORAÇÕES SUBORDINADAS
É provável que ele chegue ainda hoje.
É possível substituir por “isso”.
Conta-se que ele chegará ainda hoje.
É possível substituir por “isso”.
Espero que você case.
É possível substituir por “isso”.
Gostaria de que todos me apoiassem.
Aparece preposição sendo possível substituir por “disso”, sendo a contração de+isso.
Sou favorável a que o condenem.
Aparece preposição podendo ser escrita de forma “sou favorável a isso”.
Minha esperança é que sejas feliz.
É possível substituir por “isso”.
Desejo uma coisa: que sejas feliz.
É possível substituir por “isso”.
Todas essas frases são orações subordinadas substantivas e o “que” em todas é uma
conjunção integrante, para perceber isto de forma mais simples observe nas orações
anteriores não há intensificador, sendo um indício de que não tem consecutiva ficando entre
pronome relativo e conjunção integrante. Observe que não faz referência termo anterior caso
você esqueça ou possua dúvida observe que dá para pegar a oração e substituir a palavra
“que” pelo “isso”. Mostrando que são as orações subordinadas substantivas estão
relacionadas com o apoio da preposição. Só existem duas substantivas que podem fazer isso,
pois só tem duas estruturas nominais obrigatoriamente com preposição, o objeto indireto e o
complemento nominal. É a oração subordinada substantiva objetiva indireta e a oração
subordinada substantiva completiva nominal, estás preposições fazem parte das
subordinadas. Observando que o “que” será uma conjunção integrante em todas as
construções acima, a palavra isso mostra que existe uma oração subordinada substantiva
junto com a conjunção integrante.
Avaliando a primeira frase do exemplo acima, teoricamente é a mais simples, “Espero que
você case” vimos que é possível substituir pela palavra “isso” esse processo nos mostra que a
conjunção é integrante. No “espero” há a oração principal e o restante é a oração subordinada
sendo o substantivo, como toda oração subordinada substantiva falta a função sintática.
Através do sistema SVC ache o verbo e pergunte a ele quem é o sujeito é um sujeito oculto,
nesse contexto “eu espero” quem espera, espera algo sendo o verbo transitivo direto que
pede objeto direto. Ficando uma oração subordinada substantiva objetiva direta, mas
resumidamente é apenas um objeto direto que por acaso possui uma oração, sendo chamado
de objeto oracional também. O verbo transitivo direto pede obrigatoriamente um objeto direto
a frase funciona como complemento verbal da oração do verbo esperar.
É importante lembrar que sempre que falar de complemento verbal, obrigatoriamente se fala
de objeto direto ou indireto.
Iremos comparar as frases “É provável /que ele chegue ainda hoje.” E “Minha esperança é
/que sejas feliz” “é provável” e “minha esperança” é a oração principal e o restante de ambas
será oração subordinada. Esta oração é de conjunção integrante a qual vimos através do
“que” substituído por “isso”, sendo ambas orações subordinadas substantivas faltando a
função sintática. Observe que as duas orações possuem o verbo ser no “é”, existe uma
diferença entre os três verbos classificatórios dividindo em partes o transitivo, o intransitivo e o
de ligação. Entretanto existe um outro arranjo que coloca o transitivo e o intransitivo de um
lado e o de ligação do outro lado em relação à questão da ação. Tanto que podemos dizer
que os verbos transitivos e intransitivos são verbos nocionais, pois são verbos que indicam
noção e um sentido é esse significado semântico atrelado a ação que dá uma noção de ação.
Já o verbo de ligação não tem ação, sendo chamado de verbo relacional, pois relaciona o
sujeito ao predicativo.
Quando há uma estrutura com o verbo de ligação em um processo natural da língua, se tem o
sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito se eu promover a frase uma ordem natural
antes do verbo de ligação vira o sujeito e sucessivamente o predicativo do sujeito se
encontrando a direita do verbo de ligação. Quando há um verbo de ligação na oração
principal, significa que a subordinada terá a função de sujeito ou terá função de predicativo do
sujeito, quando for a oração com função do sujeito, se chamara de subjetiva. É chamada
assim pois no latim a palavra subjecto significava sujeito e ao dizer que é subjetiva é que tem
sujeito, quando se estuda o direito subjetivo se compreende o direito individualizado.
Observando a frase “É provável que ele chegue ainda hoje”, olhe para ver quem está à direita
do verbo de ligação sendo o “é’, a palavra “provável” está do lado funcionando como
predicativo do sujeito. Dentro dessa construção falta encontrar o sujeito, sendo sintaticamente
“que ele chegue ainda hoje” funciona como sujeito da oração principal, um sujeito oracional.
Quando há um sujeito oracional, o verbo obrigatoriamente fica no singular sendo uma oração
subordinada substantiva subjetiva, que é aquela que possui a função de sujeito.
Analisando a frase “minha esperança é que sejas feliz” o “é” é o verbo de ligação, quem está
à direita deste verbo de ligação é o predicativo do sujeito “sejas”, significa que a estrutura
“que sejas feliz”, é o que a gente chama predicativo do sujeito. Entretanto não há o hábito de
dizer que é uma oração subordinada substantiva predicativa do sujeito, apenas dizendo que é
predicativa existindo uma oração subordinada substantiva predicativa. A “minha esperança”
será o sujeito, se há o verbo de ligação na oração principal ou será uma subordinada
funcionando como sujeito ou uma subjetiva que funcionara como predicativa. Caso exista
dificuldade de entender a questão da posição do verbo de ligação e da posição do predicativo
do sujeito escreva a palavra isso a qual exercera a função de sujeito mesmo alterando na
frase. “é provável isso” e “isso é provável”. É só olhar quem está à direita do verbo de ligação
é esse o predicativo do sujeito, se for dentro da oração principal, significa que a oração
principal será o sujeito e se for a oração subordinada significa que a oração subordinada é o
predicativo.
Analisando as frases “gostaria de que todos me apoiassem” e “sou favorável a que o
condenem” ambas possuem em comum a preposição, quando há preposição nas orações
subordinadas substantivas, funcionaram como objeto indireto ou como complemento nominal.
Funcionaram como objeto indireto, quando estiverem ligadas a um verbo transitivo direto e
indireto e será completiva nominal quando estiver ligado a um nome. “Gostaria” e “sou
favorável” são as orações principais, “de que todos me apoiassem” é a oração subordinada
substantiva, “a que o condenem” oração subordinada substantiva, através da substituição
pela palavra “isso” você encontra a classe como vimos no material acima ficando, “gostaria
disso” e “sou favorável a isso” sendo uma conjunção integrante.
As preposições “de” e “a” em ambas frases foram exigidas por uma regência e quando há
regência será objeto indireto ou completiva nominal, observando quem da oração principal
exige a proposição. Na primeira frase a oração subordinada está ligada a “gostaria” de classe
gramatical verbo, nesse contexto quem gosta, gosta de alguma coisa, sendo um verbo
transitivo indireto pedindo um objeto indireto. Resultando em uma oração subordinada
substantiva objetiva indireta, podendo ser chamada de objeto indireto oracional. “Sou
favorável a que o condenem” esta oração subordinada está ligada a palavra “favorável” sua
classificação é de completiva nominal, “favorável” isoladamente é um adjetivo.
Quando observado, as duas preposições que coordenam as orações respectivamente,
objetivo indireta e completiva nominal são para Evanildo Bechara, preposições facultativas. As
bancas seguem a visão da maioria dos gramáticos, entretanto a banca CESPE enxergava da
mesma forma que o Evanildo Bechara, pois ele reparou que muitas pessoas não colocavam a
preposição dizendo, “sou favorável que o condenem” observando isso, disse que o processo
era facultativo. Com essa visão ele começou a colocar que a preposição nas orações
subordinadas, substantivas, objetivas, indiretas e completivas nominais era facultativa.
O CESPE adotou essa visão até 2012, de lá para cá a visão do CESPE mudou ficando igual a
todas as outras bancas, neste aspecto adotou a visão da maioria dos gramáticos. Enxergam
as preposições como obrigatórias, por mais que fuja da normalidade da fala, significando que
se não houver o uso destas preposições há um prejuízo gramatical.
Analisando a frase “Conta-se que ele chegará ainda hoje” dá para fazer a substituição através
do ‘isso” “conta-se isso”, ficando claro de que é uma conjunção integrante, “conta-se” é
oração principal e “que ele chegará ainda hoje” é uma oração subordinada substantiva,
faltando apenas a classificação da oração sintaticamente. O avaliador poderá afirmar dizendo
que é uma objetiva direta ou um complemento verbal da oração principal e o erro do indivíduo
ocorre, pois avalia o verbo da oração principal, visto que quem conta, conta algo classificando
como verbo transitivo direto. Entretanto Verbo transitivo direto + pronome “se”. Há a partícula
pacificadora, indicando a passividade de um sujeito, nesse momento há uma oração
subordinada substantiva subjetiva, pois ela está funcionando sintaticamente como um sujeito.
Analisando a frase “Desejo uma coisa: que sejas feliz” o “que” é uma conjunção integrante,
sendo uma oração subordinada substantiva. Observe que a estrutura “que sejas feliz” explica
a “coisa”, sendo um processo catafórico e funcionando como aposto da palavra “coisa”.
Resultando em uma oração subordinada substantiva apositiva.
Cara(o) aluna(o) nesta aula compreendemos mais sobre as orações subordinadas, na
próxima aula veremos mais sobre o assunto, bons estudos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Oração Subordinada Substantiva3
Oração Subordinada Adjetiva4
Resolução de Questões10
Fala galera! Elaborei essa aula partindo do pressuposto que você já sabe como funciona
qualquer tipo de oração subordinada substantiva, assim, se você ainda não está muito seguro
em relação a esse conteúdo, sugiro que dê uma retomada no assunto, leia alguns matérias e
faça alguns exercícios. Por hora, vou trabalhar uma breve retomada do conteúdo à título de
contextualização. Vamos lá?!
É possível, contudo, que você se depare com outras estruturas além do que e o se. Ainda
assim você poderá perceber que está diante de uma oração subordinada substantiva quando
conseguir substituir toda a oração pela palavra isso. Observe os seguintes exemplos e
explicações:
Na certeza de que está se trata de uma oração subordinada adjetiva, devemos então
descobrir se ela é restritiva ou explicativa. E, para tanto, observamos a presença de vírgula.
Não havendo vírgula significa que é uma oração restritiva. Desse modo entendemos que essa
oração limita e restringe. Agora, imagine se a oração fosse “o homem vive menos.” A
pergunta, na falta de elementos que garantam a compreensão, seria:
Como assim? Qual homem que vive menos? Isso não tem fundamento.
O exemplo “o homem que fuma vive menos” faz todo o sentido, uma vez que restringe o tipo
de homem que vive menos: o que fuma. A oração subordinada adjetiva “que fuma” nesse
caso é de suma importância para o entendimento d frase, logo, ela não pode ser retirada, e se
não pode ser retirada, é uma oração substantiva adjetiva restritiva. O mesmo será aplicado às
demais orações. Observe:
P.R
O homem que trabalha vence na vida.
OP | O.S. Adj. | OP
P.R
Agora quero que você observe um aspecto muito interessante em relação a essas orações
subordinadas adjetivas. Elas podem, em algumas situações, a depender da frase, ter ou não
a vírgula. Só que nesse caso, não é uma vírgula facultativa, já que a vírgula facultativa não
altera o sentido, mas sim, uma vírgula OBRIGATÓRIA, no intuito de empregar aquela
intenção na frase. Então, quando não há virgula, restringe-se; quando há vírgula, a intenção é
simplesmente explicar. Vamos analisar algumas questões concernentes a esse aspecto.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Acentuação3
Proparoxítonas4
Oxítonas4
Paroxítonas5
Palavras Perigosas6
ACENTUAÇÃO
A acentuação gráfica indica a tonicidade da sílaba, lembrando que, sílaba tônica é a sílaba
pronunciada mais fortemente dentro da palavra. Na língua portuguesa existem três posições
para a sílaba tônica: na última sílaba, chamada de oxítona; na penúltima sílaba, paroxítona; e
na antepenúltima sílaba ou proparoxítona.
Para se constituir uma sílaba, obrigatoriamente, é necessária uma vogal, um elemento isolado
sem a vogal não pode constituir uma sílaba. Por isso, ao fazer a separação silábica de uma
palavra com consoante muda, essa deve permanecer com a sílaba anterior:
AD – VO – GA – DO AP – TI – DÃO
RIT - MO
Proparoxítonas
Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Oxítonas
Somente as palavras oxítonas terminadas em: a(s), e(s), o(s) e em(ns) levam acento. Por
exemplo:
SO – FÁ CA – FÉ CI – PÓ
PA – RA – BÉNS TAM - BÉM
A sílaba tônica, em todos os casos, é a última, portanto, são oxítonas. Além disso, são
terminadas em “a” “e”, “o”, “ens” e “em”, respectivamente, logo, levam acento.
Paroxítonas
Por outro lado, as palavras paroxítonas terminadas em: a(s), e(s), o(s) e em(ns) não levam
acento. Veja exemplos:
BO – LA MO – LE -QUE
BO – BO I - TEM
As palavras acimasão paroxítonas terminadas em “a”,“e”,“o” e “em”, respectivamente, desse
modo, elas não devem ser acentuadas.
Sendo assim, as paroxítonas serão acentuadas em qualquer outro tipo de terminação que não
as citadas. Veja:
Ú – TIL TÓ – RAX
CA – RÁ – TER LÍ – DER TÁ - XI
Também são acentuadas as paroxítonas terminadas em “ã” ou “ão”, como, por exemplo, nas
palavras:
As semivogais (“i” e “u”) associadas às vogais (“a” “e” e “o”) na mesma sílaba formam um
ditongo. Na língua portuguesa, toda paroxítona terminada em ditongo é acentuada:
RE – LA – TÓ -RIO
Palavras Perigosas
HÍFEN ITEM
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Falsa Proparoxítona3
Hiato4
Pegadinhas de Bancas de Concurso7
Olá meu caro aluno, minha cara aluna. Vamos iniciar nosso material de hoje com uma
questão de prova para aquecer os neurônios e incitar reflexões. Este é o momento de você
avaliar os conhecimentos apreendidos na última aula, na qual abordamos regras de
acentuação gráfica como indicativa de tonicidade, remetendo às três possíveis posições de
uma sílaba tônica em uma palavra: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Caso você não
tenha tido acesso a esse material, procure estudar um pouco e relembrar esses conceitos
antes de iniciar a aula de hoje. Vamos começar!
Bom, agora que arrematamos essa questão, não tem mais como você cair nessa pegadinha.
Mas veja, a banca, além de dizer que determinada palavra tem duas regras distintas de
acentuação, além de fazer uma questão como a que acabamos de trabalhar, que é uma
questão que exige um pouquinho do candidato, ela pode ainda trabalhar nomenclatura, pode,
por exemplo, fazer certas afirmações porque vai desconstruir aquilo que os candidatos
aprenderam na escola. Quem não fez preparatório para concurso, por exemplo, não tem
como acertar esse tipo de questão, porque, cá entre nós, na escola não se estuda o que é
uma proparoxítona eventual aparente. Detalhe, a depender do curso que você fez, se foi um
curso intensivo, muito rápido, o professor, de repente, pode não ter tido tempo de falar sobre
todos os pontos da gramática, não vá fazer julgamentos precipitados ou pensar que o
professor é ruim ou qualquer coisa do tipo. Felizmente o Brasil é comtemplado com
excelentes Professores de língua Portuguesa, mas, dado o volume de conteúdo de
conhecimento necessário para uma prova de concurso, e em virtude do curto espaço de
tempo, às vezes, não é possível trabalhar todos os pormenores.
Dito isso, vamos continuar com a análise da referida questão, tendo em vista os possíveis
questionamentos da banca. Ao abordar a questão da nomenclatura o examinador pode, por
exemplo, destacar a alternativa (d) relatório e criar uma questão específica para ela,
afirmando ser esta uma proparoxítona eventual, uma proparoxítona aparente, uma
proparoxítona acidental, ou mesmo, uma falsa proparoxítona ou proparoxítona falsa. Fique
atento! Agora que já matamos essa questão, vamos para a segunda regra básica da
acentuação gráfica, que diz respeito ao hiato.
HIATO
Em termos conceituais, o hiato é uma lacuna, um isolamento. Você já reparou em entrevistas
com artistas, por exemplo, que por vezes eles dizem algo como “houve um hiato em minha
carreira....”? Pois bem, isso quer dizer simplesmente que houve um tempo na carreira desse
artista em aberto, no qual ele não fez nada. Olha só como o dicionário da língua portuguesa
define esse termo:
HIATOI, U
Detalhe, marque no seu caderno que, em se tratando de hiato, será acentuada a segunda
vogal, para não incorrer no risco de achar, por exemplo, que o “U” em urubu é acentuado.
Além disso, entenda que quando eu falo em segunda vogal, não necessariamente ela vai ser
a segunda, pois, se pensarmos em 2º em posição de horizontalidade, existem também os
ditongos. Veja, o “I” quando está sozinho é uma vogal, o “U” quando sozinho é uma vogal,
mas, se acompanhados por outra vogal, como em “AU” ou “UI”, passam a ser semivogais,
isso, se estiverem na mesma sílaba. Eis o diferencial, o “I” e o “U” constituintes de hiatos –
não estarão na mesma sílaba que a vogal anterior, mas sim, SEPARADOS. Logo, haverá
uma relação vogal – vogal, ou seja, 1º vogal e 2º vogal, que, se em contrapartida estivessem
juntas em uma mesma sílaba, seriam vogal + semivogal.
A partir do hiato formamos palavras como: saída, saúde, faísca. Separando-as silabicamente,
e você já sabe que para constituir uma sílaba deve existir um vogal, vamos à análise.
SAÍDAsa – í – da
SAÚDEsa – ú – de FAÍSCAfa – ís - ca
Paroxítona terminada em “a”, que, em tese não deveria ter acento. Mas, lembrando que a
acentuação se dá por oposição, e que o hiato se sobrepõe à regra da paroxítona e a regra da
oxítona (ele só não se sobrepõe à regra da proparoxítona, que é mais forte), impera nesse
caso a regra de acentuação do hiato.
Paroxítona que leva acento pela regra do hiato.
A vogal “L” está acompanhada da letra “S”, portanto, leva acento conforme a estabelecido
pela regra.
Pegadinhas de Concursos
É claro que não poderia deixar de haver pegadinhas, então vamos nos atentar ao seguinte: a
palavra rainha (ra – i – nha), por exemplo, é uma paroxítona, o “I” está isolado na posição de
segunda vogal, mas não leva acento. Lembra quando a professora do ensino médio dizia que
“i” seguido de “nh” não leva acento? É isso mesmo que acontece, mas, na verdade, a
justificativa gramatical é que há uma alteração na pronúncia. Comparando a palavra saída e a
palavra rainha percebemos que o “I” que é acentuado é aquele que tem som de vogal, e o
que define uma vogal é o som sem interrupção, um som aberto, um som livre. Em oposição, o
que define uma consoante é um som com interrupção.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Acentuação3
Monossílabos Tônicos3
Regras Modificadas Pela Reforma Ortográfica4
Ortografia e Semântica5
Esa x Eza5
Fala galera!!
Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!
Nessa aula iremos dar seguimento aos nossos estudos sobre ACENTUAÇÃO e adentrar na
área da ORTOGRAFIA E SEMÂNTICA. Vamos lá?
ACENTUAÇÃO
Monossílabos Tônicos
Os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, “as”, “es” e “os” são acentuados. Como
por exemplo nas palavras: pá, fé, vó etc. Já os monossílabos tônicos terminados em “i”, “u”,
“is” e “us” não são acentuados.
Os verbos conjugados no singular, como: crê, lê e vê levam acento pois são monossílabos
tônicos terminados em “e”. Na sua forma conjugada no plural, antes de feita a reforma
ortográfica, os acentos permaneciam: crêem, lêem e vêem. No entanto, na última reforma
ortográfica percebeu-se que os falantes de língua portuguesa mantinham a pronúncia da
palavra idêntica com ou sem o acento. Logo, diante da inutilidade, não se usa mais acento
circunflexo em palavras com letras duplicadas: creem, leem, veem, voo, enjoo etc.
De outro lado, os verbos “ter” e “vir” não possuem acento e, portanto, precisam de algo para
diferenciar a forma do verbo no plural, visto que a pronúncia é a mesma. O acento circunflexo
irá marcar a pluralização desses verbos, veja:
O homem tem defeitos. Os homens têm defeitos.
O verbo sempre concorda com o núcleo do sujeito. No primeiro caso, estando o sujeito no
singular, o verbo “ter” não disporá de acento circunflexo. Enquanto na segunda frase o verbo
“ter” será acentuado em vista do sujeito no plural.
A mesma regra aplica-se ao verbo “vir”:
Ele vem de ônibus para a escola. Eles vêm de ônibus para a escola.
O mesmo ocorre com os derivados desses verbos, como: manter, entreter, provir, intervir etc.:
Idéia – Ideia Platéia - Plateia Jibóia – Jiboia Bóia – Boia Heróico - Heroico
Nas oxítonas, o acento foi mantido, como, por exemplo, na palavra herói.
O acento pode causar modificação no sentido e/ou na classe gramatical em palavras
ortograficamente iguais, veja:
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Eixo com esa/ês X eza/ez3
Eixo com ISAR X IZAR3
Por que/ Por quê/ Porque/ Porquê4
EIXO COM ESA/ÊS X EZA/EZ
As terminações esa/ês são utilizadas com adjetivos e as terminações eza/ez são utilizadas
com substantivos.
Observe os exemplos:
Portuguesa Natureza
Calabresa Beleza
Francês Palidez
Pequinês Pequenez
Burguês
EIXO COM ISAR X IZAR
O sufixo isar é um falso sufixo. Uma palavra com a terminação isar originalmente já possui o s
nela e somente se acrescenta a terminação verbal ar.
O sufixo izar é um verdadeiro sufixo. A palavra de origem não possui nem s ou z nela.
Observe os exemplos:
Se subentendida a palavra motivo, o porquê é separado. Substitua-o pela expressão por
qual razão.
Por queMOTIVO/RAZÃO
início de estrutura. (por que motivo) (por qual razão)
Por quêMOTIVO/RAZÃO
em final de estrutura, monossílabo tônico terminado em e.
(.por que motivo)
(.por qual razão)
PorqueCAUSA/EXPLICAÇÃO
explicativo – vírgula obrigatória
causal – vírgula facultativa
Não vou ao baile, porque estou sem grana. Não vou ao baile, pois estou sem grana.
Não vou ao baile porque estou sem grana. Não vou ao baile pois estou sem grana.
Não sei o porquê de tanta briga. Não sei o motivo de tanta briga. Não sei a razão de tanta
briga.
Este porquê é importante para a prova. Este motivo é importante para a prova. Esta razão é
importante para a prova.
Para que você possa fixar melhor o conteúdo, compartilho uma criação dos Professores
Sidney Martins e Fabrício Dutra, seguida de duas questões para resolução. É o samba do
porquê!
Fato é que o porquê que você passou a vida toda acreditando ser um pronome interrogativo é
na verdade um advérbio de causa.
Gabarito: A
Meus caros, vamos encerrando por aqui mais uma aula. Desejo a vocês bons estudos e
novas descobertas da língua portuguesa, sempre.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Mal x Mau3
Senão x Se não4
Acerca de x Cerca de5
Afim x A fim6
Demais x De mais7
Mais x Mas8
Há x A8
Onde x Aonde9
Fala galera!!
Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!
Na aula de hoje iremos estudar o uso de algumas expressões e palavras que são muito
confundidas e trocadas na Língua Portuguesa.
MAL X MAU
A palavra “mal” pode ser utilizada como advérbio ou como substantivo. Como advérbio, tem o
sentido de “pouco”, “de maneira irregular”, por exemplo: “O menino mal comeu e já saiu para
brincar na rua”. Já como substantivo, a palavra mal indica algo nocivo ou pode referir-se à
doença: “Ele sofre desse mal há anos”, “Não iremos fazer nenhum mal”.
É possível perceber a presença do uso do “mal” pela troca por seu antagônico. O antônimo de
“mal” é “bem”, logo, na maioria dos casos, onde couber a palavra “bem”, caberá “mal” e vice-
versa: “A garota escreve mal/bem”.
A palavra “mau” é utilizada como adjetivo, isto é, para caracterizar algo: “Ele era um mau
amigo”. O antônimo de “mau” é “bom”.
Exemplos:
1.Ela não está mal vestida.
2.Há luta do bem contra o mal.
3.Pedro não é um mau sujeito.
4.Não há mal que sempre dure.
SENÃO X SE NÃO
A palavra “senão” indica uma oposição e pode ser substituída pelas expressões “caso
contrário”, “mas” ou “a não ser”:
•Caso contrário: “Treine muito, senão perderá.”
•Mas: “Ela chorou muito não por tristeza, senão por alegria.”
•A não ser: “Ninguém compareceu à reunião, senão o diretor.”
Já “se não” indica uma condição e pode ser substituída por “caso não”:
•Se não puder comparecer, sem problemas.
Exemplos:
1.Se não estudar, ficará de castigo.
2.Comprei oito livros, senão nove.
3.Estude, senão ficará de castigo.
4.Não havia ninguém, senão ela.
AFIM X A FIM
A palavra “afim” indica afinidade, enquanto “a fim” indica finalidade, intuito. Muitas vezes, “a
fim” pode ser substituído pela preposição “para”, que também indica finalidade.
Exemplos:
1.Trabalhei a fim de ganhar dinheiro.
2.João está a fim de pedir demissão.
3.Matemática e Física são disciplinas afins.
4.Pedro é a fim de Maria.
DEMAIS X DE MAIS
O “demais” funciona, na maioria das vezes, como um advérbio, podendo ser substituído pela
palavra “muito”. Quando funcionando como advérbio, aparece ligado a um adjetivo, a um
verbo ou até mesmo a um advérbio.
O “demais” também pode funcionar como um pronome indefinido e, nesse caso, pode ser
substituído pela palavra “outros”.
•A viúva comeu (verbo) demais.
•Chamaram os demais colegas.
A palavra “de mais” é uma locução adjetiva, logo, está unida a um substantivo. Ela indica
quantidade e pode significar “a mais”. Pode ser substituída por seu antônimo “de menos”.
•A viúva comeu sal (substantivo) de mais.
MAIS X MAS
A palavra “mais” opõe-se a palavra “menos”, sendo um advérbio de intensidade. Já o “mas” é
uma conjunção adversativa, indica uma oposição, um contraste. O “mas” pode ser facilmente
substituído por “porém”.
Exemplos:
1.Ela é a mais bonita da turma.
2.Ela estudou, mas não passou de ano.
HÁ X A
O “há” deriva do verbo haver e indica tempo passado, transcorrido. Já o “a” é uma preposição
que pode indicar tempo futuro ou distância.
Exemplos:
1.Ele parou de estudar há algum tempo.
2.Daqui a alguns dias eu me formo.
3.Há muito tempo não o vejo.
4.Daqui a duas semanas ela chegará.
ONDE X AONDE
Ambas as palavras, “onde” e “aonde”, fazem referência a lugar. No entanto, o “onde” é
utilizado somente quando nos referimos a um lugar estático, fixo. Enquanto o “aonde” implica
em deslocamento, movimento. Isso porque o “a” do “aonde” é, na realidade, uma preposição,
desse modo, “aonde” pode ser substituído por “para onde”.
Exemplos:
1.A cidade onde moro é linda.
2.A cidade aonde/para onde irei é linda.
Em casos de locução verbal, o verbo que definirá a utilização de “onde” ou “aonde” será o
verbo principal, não o auxiliar. Por exemplo:
Aonde você foi morar? ou
Onde você foi morar?
A opção correta seria “Onde você foi morar?”, pois o verbo principal, morar, indica um lugar
estático.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
De Encontro a x Ao Encontro de3
Semântica3
Expressões Perigosas4
Fala galera!!
Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!!
Na aula de hoje vamos finalizar nosso assunto a respeito dos desvios gramaticais e
começaremos a tratar da SEMÂNTICA.
DE ENCONTRO A X AO ENCONTRO DE
A expressão “de encontro a” indica choque, discordância. Enquanto “ao encontro de” significa
concordância. Veja exemplos dessa utilização:
O carro foi de encontro ao poste.
Pedro foi ao encontro de Paulo para beijá-la.
Eu votei em candidato A, meu irmão votou em candidato B. Minhas ideias vão
de encontro às de meu irmão.
Minhanamoradaeeuconcordamosemquasetudo.Minhasideias normalmente vão ao encontro
das dela.
SEMÂNTICA
A semântica é a área das Letras que estuda o sentido das palavras. A palavra sema significa
ideia, sentido, conceito.
•Homógrafos: palavras homógrafas são palavras que possuem a mesma grafia, porém,
possuem significados e pronúncias diferentes.
Colher (verbo) x Colher (substantivo)
•Homófonos: palavras homófonas são palavras que possuem o mesmo som, mas são
grafadas de maneira diferente e possuem significados distintos.
Sessão x Seção x Cessão
Com relação aos significados, sessão indica algo ocorrido dentro de um intervalo de tempo,
por exemplo: “Está na hora da sessão de cinema”, “Ela fará uma sessão de fotos”.
Já a palavra seção é derivada da palavra repartição, portanto, seção refere-se a uma parte.
Observe: “O queijo fica na seção de frios”.
A palavra cessão advém do verbo ceder. Logo: “Roberto Carlos fez uma cessão de direitos
autorais”.
•Homônimos Perfeitos: são palavras que possuem a mesma grafia e a mesma pronúncia,
diferenciando-se somente em seu significado.
•Parônimos: são parônimas as palavras que possuem significados distintos, mas se parecem
tanto na pronúncia quanto na grafia.
Suar x Soar
EXPRESSÕES PERIGOSAS
1.Absolver x Absorver: Absolver tem o sentido de inocentar, já absorver significa sugar.
Usamos papel para absorver a gordura.
O juiz irá absolver o réu.
2.Comprimento x Cumprimento: Comprimento tem a ver com tamanho, enquanto
cumprimento refere-se ao gesto social de cumprimentar ou ao ato de cumprir.
Vamos garantir o cumprimento da lei.
Quando cheguei, recebi um cumprimento.
Qual é o comprimento da ponte?
3.Deferir x Diferir: Deferir significa aceitar, confirmar, já diferir advém de diferenciar.
É impossível diferir aqueles gêmeos.
Vamos tentar deferir o compromisso.
O juiz irá deferir o processo.
4.Descrição x Discrição: Descrição é o ato de descrever, enquanto discrição é o processo de
ser discreto.
Aja com discrição.
Faça uma descrição minuciosa da casa.
5.Dispensa x Despensa: Dispensa é o ato de demitir, já despensa refere-se ao local físico.
Ponha a comida na despensa.
Houve dispensa de muitos empregados.
6.Eminente x Iminente: A palavra eminente deriva do pronome de tratamento Vossa
Eminência, é uma pessoa importante. Iminente tem a ver com tempo próximo.
Ele é um homem eminente.
A colisão é iminente.
7.Mandato x Mandado: Mandato relaciona-se com tempo de exercício, enquanto mandado
tem a ver com documentação.
Entramos com um mandado de segurança.
O mandato do político foi cassado.
8.Ratificar x Retificar: Ratificar significa confirmar, corroborar, e retificar significa corrigir.
É preciso retificar algumas falhas.
Estou decidido: ratifico o que disse antes.
9.Acender x Ascender: Acender significa tornar aceso, enquanto ascender é subir.
É preciso acender a luz;
O elevador irá ascender.
10.Censo x Senso: Censo é o censo demográfico, já senso é derivado de sensatez.
Como foi o censo do IBGE?
É um guri de pouco senso.
11.Conserto x Concerto: Conserto refere-se ao ato de consertar, de reparar, já concerto está
relacionado a concerto musical, mas também pode ser utilizado no sentido de conjunto.
Essa mesa precisa de um conserto.
Vamos a um concerto de violinos.
12.Cessão x Sessão x Seção: Como já vimos anteriormente, cessão vem do verbo ceder,
sessão significa um período e seção uma repartição.
Vamos a uma sessão de cinema.
Trabalho na seção de calçados.
Fiz uma cessão de direitos autorais.
Comentários: A alternativa “a” é a alternativa incorreta, pois deveria ter sido utilizado o “por
quê” separado e com acento.
Gabarito: letra a
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Colocação Pronominal2
Três casos de Proibição do Pronome Oblíquo Átono – POA5
1 regra: Não se Coloca o POA no Início da Estrutura5
2º regra: Não se Colocar o POA Depois do verbo no Futuro6
3º Regra: Não se Coloca o POA Depois do Verbo no Particípio6
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Fala galera! Na aula de hoje trabalharemos colocação pronominal. O título é muito sugestivo,
significa colocar um pronome em algum lugar. Quando falamos em colocação pronominal,
trataremos especificamente sobre os pronomes pessoais oblíquos átonos, que são: me, te,
se, nos, vos, o, a, lhe, os, as, lhes.
Quando estudamos os pronomes pela primeira vez, normalmente começamos com o
pronome pessoal, utilizado para definir as pessoas do discurso, isto é, quem fala, com quem
se fala, de quem se fala. Tratamos, nesse sentido, sempre da primeira, segunda e terceira
pessoas do singular e do plural.
Quantos às classificações dos pronomes, tenha em mente que o pronome pessoal do caso
reto remete ao sujeito e o pronome pessoal oblíquo remete ao objeto, pois funciona como um
objeto, e por ser um objeto, tem que estar atrelado a um verbo transitivo. Se são pronomes
oblíquos, então estarão atrelados ao verbo.
Os pronomes oblíquos que mais caem em provas são: “o” e “lhe”, por motivos muito simples.
O pronome oblíquo “o”, quando atrelado ao verbo, funciona como objeto direto. O “lhe”,
quando atrelado ao verbo, funciona como objeto indireto.
Em se tratando de colocação pronominal, vamos pensar na posição que os pronomes
oblíquos podem exercer em relação aos verbos. O verbo consiste em apenas uma palavra,
portanto, o pronome pode ser posto antes, depois, ou no meio do verbo. Em termos
conceituais, trata-se daquilo que chamamos de próclise, ênclise e mesóclise, que determinam
a colocação pronominal da SEGUINTE FORMA:
Próclise: o pronome é posto antes do verbo, também chamados de anteposto ao verbo e
pronome em posição proclítica.
Ênclise: o pronome é posto depois do verbo, também chamados de “posposto ao verbo e
pronome em posição enclítica.
Mesóclise: o pronome é posto no meio do verbo, também chamados de pronome em posição
mesoclítica.
O que mais cai em provas de concurso é a PRÓCLISE, porque a língua portuguesa do Brasil
é essencialmente proclítica, tanto em sua forma coloquial, quanto na forma culta. Perceba
que, para que exista uma ênclise, é obrigatório que o verbo esteja no início da estrutura.
Quanto à mesóclise, é mais difícil de ocorrer na nossa língua do que a própria ênclise. Para
que ocorra, além de o verbo aparecer no início da estrutura, ele tem que estar no futuro.
Pois bem, se o verbo estiver no início da estrutura, deverá haver, obrigatoriamente, uma
ênclise ou uma mesóclise. Agora, se estiver no meio da frase, existe uma grande
possibilidade de termos uma próclise facultativa, tendo em vista que existem várias palavras
atrativas (palavra de fator proclítico).
Além da possibilidade de o verbo ser atraído por uma palavra atrativa, uma vez que existem
várias, há a possibilidade de não haver nada atrativo e, ainda assim, ser um caso facultativo.
Em linhas gerais, existem muitas e muitas regras para colocação pronominal, e nós vamos
resumi-las aqui de modo que você não precise passar o restante das suas horas estudando
apenas este conteúdo. É possível resumir este conteúdo apreendendo alguns conceitos,
então vamos lá!!
Três casos de Proibição do Pronome Oblíquo Átono – POA
A colocação pronominal tem a ver com a prosódia também, porque tem soar agradável aos
ouvidos. Além disso, conforme formos estudando, você irá compreender que colocação
pronominal NÃO É um assunto isolado da gramática, porque, na verdade, trata-se de uma
questão de transitividade e coesão, e se você souber bem a transitividade, você vai acertar,
de cara, no mínimo noventa porcento das questões de colocação pronominal. Os outros
aspectos são ínfimos dentro do concurso público.
1 regra: Não se Coloca o POA no Início da Estrutura.
À título de exemplificação, usaremos a estrutura: “Me empresta o caderno?”. Trata-se de o
início de uma estrutura, e uma das máximas que você deve ter ouvido a vida inteira é que não
se inicia frase com o pronome pessoal oblíquo átono. Essa regra justifica-se pelo fato de o
pronome ser átono, e, portanto, não ter tonicidade, por conseguinte, precisa estar apoiado em
alguma coisa. Nesse caso, a estrutura “me empresta o caderno” está incorreta. Para corrigi-la
seria necessário jogar o pronome oblíquo átono para depois do verbo: “empresta-me o
caderno?”. Repare que o pronome está depois do verbo, isso é uma ênclise.
Uma das regras sobre colocação pronominal remete aos advérbios e a vírgula. A construção
“amanhã me empresta o caderno?” está correta, porque todo advérbio é uma palavra atrativa,
e com isso, o pronome que a princípio estaria depois do verbo o precede de forma obrigatória,
por uma atração. A palavra amanhã atraiu este pronome para junto dela.
Agora, se depois do advérbio amanhã colocássemos uma vírgula (normalmente colocamos a
vírgula depois do advérbio para enfatizá-lo), como em “amanhã, me empresta o caderno”,
essa estrutura estaria errada. Veja, ao colocar a vírgula impedimos a atração do advérbio. A
vírgula marca o início de uma nova estrutura, em consequência, não podemos começá-la com
o pronome pessoal oblíquo átono, pois ele necessita de outro termo para se apoiar. Se não há
em quem se apoiar, o pronome oblíquo átono deve vir após o verbo. No referido exemplo,
embora o advérbio amanhã seja atrativo, a vírgula impediu essa atração. Assim, deve ocorrer
novamente a ênclise “amanhã, empresta-me o caderno?”
2º regra: Não se Colocar o POA Depois do verbo no Futuro.
Um exemplo de estrutura muito clássica para ilustrar essa regra é: “Seguirei-te sempre”. O
advérbio, como termo sempre atrativo, portanto chamado de “palavra de fator atrativo”, atrai
obrigatoriamente para antes do verbo e jamais para depois. Agora, uma análise minuciosa
nos coloca em uma posição difícil, pois, não podemos colocar o pronome oblíquo átono no
início da estrutura, tampouco podemos colocá- lo depois do verbo se este estiver no futuro,
então só nos resta uma opção: colocá-lo no meio do verbo “Seguir-te-ei sempre”, essa é a
forma correta. Outra alternativa que temos é colocara palavra atrativa no início da estrutura, o
que proibirá o uso da mesóclise, e atrairá o pronome para antes do verbo “Sempre te
seguirei”.
3º Regra: Não se Coloca o POA Depois do Verbo no Particípio
Os verbos no particípio são aqueles com terminações -ado e ido. Aestrutura “tenho
procurado-te todos os dias”, soa bem estranha, e não é à toa. Olha só, não podemos colocar
o pronome no início da estrutura, todavia, tampouco podemos colocá-lo depois do verbo no
particípio. Desse modo, só nos resta jogá-lo para entre os verbos: “Tenho-te procurado
sempre”, ou, “tenho te procurado todos os dias” (o hífen é facultativo). Ambas construções
estão gramaticalmente corretas. Agora vamos tentar esse mesmo exemplo com a palavra
atrativa “não”. Não podemos dizer “não tenho te procurado todos os dias”, pois, por haver
uma palavra atrativa e um verbo no particípio, o pronome deveria ser jogado para antes do
verbo “Não te tenho procurado todos os dias”.
Ainda, existe a possibilidade de haver na estrutura uma palavra atrativa e a próclise não ser
obrigatória. Imagine o exemplo: “procurar-te alegra a minha alma”. Essa estrutura está
correta, e se agregarmos a palavra atrativa “não”, como em “não procurar-te alegra a minha
alma”, também estaria correta. Embora o “não” por ser palavra atrativa a rigor, atraia o
pronome para perto dele, “procurar” é um verbo no infinitivo, e o verbo no infinitivo é o único
verbo essencialmente enclítico. Portanto, as duas formas “não procurar-te alegra a minha
alma” e “Não te procurar alegra a minha alma” estão corretas. Esse é um processo
facultativo.
Encerramos por aqui mais um bloco, tendo essas três regras em mente sua compreensão em
relação à colocação pronominal, com certeza, será iluminada. Em momento mais oportuno
falaremos mais sobre as palavras atrativas. Por hora, releia o material e, por favor, não deixe
de copiá-lo na ideia de que isso é perda de tempo. Quanto mais você se utilizar de todos os
recursos a sua disposição para massificar o conhecimento, maior será a bagagem de
conhecimento que carregará ao longo da vida.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Palavras atrativas2
O e lhe4
PALAVRAS ATRATIVAS
Quando você pensa em palavras atrativas ou palavras de fator proclítico, tem muita
informação. Por isso que na língua portuguesa do Brasil, temos diversos casos de próclise.
•Palavras negativas (Não, nunca, jamais)
•Advérbios
•Pronomes indefinidos
•Pronomes relativos
•Pronomes interrogativos
•Conjunções subordinativas
oIntegrantes(que/sesubstituídaporISSO[OraçãoSubordinada Substantivo Encabeçada pela
conjunção integrante])
oAdverbiais (9 valores semânticas)
•Frases optativas (exprimem desejo)
A frases optativas que exprimem desejo, geralmente são de cunho religioso. Por exemplo, a
frase Deus te proteja, Deus é um sujeito explícito. O núcleo é um substantivo então,
teoricamente poderia ter próclise ou ênclise, mas neste caso como é uma frase optativa, é um
desejo de cunho religioso, obrigatoriamente é a próclise.
Sobre o caso do facultativo, imagine as seguintes estruturas:
1)Os alunos do Focus se destacaram na prova.
2)Os alunos do Focus destacaram-se na prova.
O e lhe
O -> Objeto direto -> Verbo transitivo direto ou Verbo transitivo direto e indireto.
Lhe -> Objeto indireto -> Verbo transitivo Indireto ou Verbo transitivo direto e indireto.
As peculiaridades, o “lhe” corresponde a estrutura “a ele/a ela”. É por isso que funciona como
um objeto indireto, porque já é uma estrutura em sua essência preposicionada. Então, qual
preposição é colocado diante deste objeto indireto? A preposição “a”. Mas também pode
colocar preposição “para”. Por exemplo:
Dei flores a Maria.
Dei flores para Maria.
Dei-lhe flores.
Também é possível colocar a preposição “em”:
João deu um soco em José.
Ou
João deu-lhe um soco.
Mas em prova, é basicamente a preposição “a”. E como a banca tenta te derrubar na prova?
Ela vai colocar assim:
Comprei um carro.
E destaca as estruturas substantivada, já que nesta frase tem um artigo indefinido e um
substantivo. O núcleo não é um substantivo? O núcleo é substantivo, então é um sintagma
nominal, logo, se tem um sintagma nominal, quem manda é o nome, no caso, o carro.
Na questão vai dizer que é possível trocar este “um carro” pelo pronome oblíquo “lhe”, e a
primeira coisa que deve fazer é apegar ao verbo. Qual verbo temos nesta frase? Um verbo
transitivo direto (Comprei), e esse verbo transitivo direto pede o que? Objeto direto.
O “lhe” funciona como objeto indireto, quem funciona como um objeto direto é o “o”.
Então, nesse caso jamais poderia colocar “comprei-lhe”, caberia “comprei-o”.
Existe a possibilidade da tentar te derrubar assim:
Gostei do filme.
Destaca o “do filme” e diz que dá para substituir pelo “lhe”. Mas “gostei” é um verbo transitivo
indireto, o que nos leva a pensar que “do filme” é um objeto direto”, então vamos colocar o
“lhe”, mas o “lhe” pode ser regido pela preposição “de”? NÃO, por isso não é possível colocar
“gostei-lhe”, estaria errado. Por isso, já que pede a preposição ”de”, podemos reescrever
como “gostei dele”.
Mas existem algumas outras peculiaridades? Existem, comentei com você que mesmo
estando atrelada a um verbo transitivo indireto, regido pela preposição “a”, pode não ser
utilizado com alguns verbos.
O pronome “lhe” não pode ser utilizado com os seguintes verbos transitivo indiretos regidos
pelas preposição “a”:
1)Assistir
2)Visar
3)Aspirar
4)Referir-se
5)Aludir
Não é qualquer verba assistir que não pode utilizar o verbo, é quando está no sentido de
“presenciar”. É errado afirmar que o “lhe” além de ser um objeto indireto, tem que ser pessoa.
Isso não é verdade. Pode ser pessoa ou coisa, para nossa sorte na maioria das vezes é uma
pessoa, mas tanto faz se for pessoa ou coisa, tem que ser um objeto indireto regido pela
preposição “a” ou pela proposição “para” ou pela proposição “em”. Olhe a construção a seguir:
Assisti ao filme.
O verbo assistir está sentido de presenciar, é um verbo transitivo indireto regido pela
preposição “a”. O “ao filme” é um objeto indireto, possui a preposição “a” teoricamente daria
para colocar o “lhe”, mas não pode porque desde o latim, o “lhe” é um dativo de posse que
não podia ser utilizado com alguns verbos. Com quais verbos? Os verbos que não têm o valor
da posse. Então não pode colocar assisti-lhe, então você vai colocar o que? “Assisti a ele”, já
que “lhe” corresponde a estrutura a ele ou a ela.
Em seguida, o verbo “visar” no sentido de desejar, também não pode utilizar o “lhe”.
Viso ao cargo.
Neste momento, o verbo visar está funcionando como um verbo transitivo indireto, regido pela
preposição “a”, “ao cargo” é um objeto indireto, teoricamente, como tem a preposição “a”,
deveria usar o “lhe”, mas não pode. Então o que vamos fazer neste caso? Colocar o “a ele”,
ficando “aviso a ele”.
Aspiro ao sucesso.
Mais uma vez o verbo é transitivo indireto, regido pela preposição “a”, “ao sucesso” é um
objeto indireto. Não pode colocar “aspiro-lhe”, então vamos colocar “a ele”, ficando “Aspiro a
ele”.
Agora, os dois verbos a seguir são mais fáceis. Veja: “Refiro-me ao menino.”, se colocar
“refiro-me-lhe” é erro na certa! Vai colocar “refiro-me a ele”, é muito mais natural. Por incrível
que pareça, o mais perigoso não é o “lhe”, é o “o”, porque tem as derivações e ramificações,
como o “o”, no”. Mas antes de aprofundar no “o”, vamos olhar as outras possibilidades para o
“lhe”.
João é apaixonado por Maria. Ontem, ele resolveu agradá-la. Então, deu-lhe flores.
Depois, beijou-lhe as mãos. Nesse momento, o encantamento passou. Maria é fumante e as
mãos estavam fedendo. Por isso, João disse que o fumo lhe era prejudicial.
Veja a ênclise na frase, aquele primeiro lhe está atrelado ao verbo. Qual verbo? Um verbo
transitivo direto e indireto. Quem dá, dá alguma coisa a alguém. O que o João deu? Ele deu
flores, objeto direto. A quem? A ela, no caso a Maria. Então “flores” seria objeto direto, e o
“lhe” um objeto indireto.
Continuando, “depois beijou-lhe as mãos”. Este “lhe” está atrelado ao verbo? Não. Ele beijou
as mãos dela. Então esse “lhe” está atrelado à palavra mãos. Qual a classe gramatical da
palavra mãos? Substantivo, o substantivo concreto. Detalhe, além de estar ligado ao
substantivo concreto, veja o valor de posse, são as mãos dela. Então, este “lhe” funciona
sintaticamente como adjunto adnominal.
Em concursos públicos, regência é o estudo de qual palavra (termo regente) pede qual
preposição (termo regido).
De acordo com a classe do termo regente, podemos ter regência verbal ou nominal:
a)Regência verbal: um verbo exige a preposição
Exemplos:
Precisamos diariamente de atenção. Todos acreditavam em um futuro melhor.
Musiquinha do CN x AA
“Do advérbio ou adjetivo, eu respondo na moral...
O complemento é nominal!! (louvemos ao senhor!) Se for concreto substantivo,
eu respondo sem pensar
Quem acompanha é o AA! (louvemos ao senhor!) Se o substantivo for abstrato;
e pelo DE estiver ligado
Aí tem dúvida, fiquei bolado! (louvemos ao senhor!) O adjunto pratica ação
E por isso é o agente
E o CN é o paciente.” (Louvemos ao Senhor)
Observação 3: Nem sempre um verbo e seu nome derivado têm a mesma regência
Exemplos:
Gostamos de arte. X Temos gosto pelas artes. Necessitamos de amor. X Temos necessidade
de amor. Observação 4: Regências nominais comuns
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Questão 14)3
Questão 15)4
Questão 16)4
Questão 17)5
Questão 18)5
Questão 19)5
Questão 20)6
Questão 21)7
Questão 22)7
Comentários:
1.O termo da noite em “tinha medo da noite” está ligado à palavra medo, que é um
substantivo abstrato (sentimento). Já vimos que um substantivo abstrato pode ter força de
verbo ou pode ser um sentimento.
Quando ele tem força de verbo indicação, temos que observar na construção quem pratica e
quem sofre a ação. Se o termo destacado praticar a ação, ele vai ser um adjunto adnominal,
porque será um agente. Agora, se sofrer a ação, ele vai ser um complemento nominal, porque
será um paciente.
No entanto, quando estamos diante de um sentimento devemos observar a relação de posse.
Ou seja, se o termo tiver o sentimento de posse, ele é um adjunto adnominal. Mas, se o termo
destacado não tiver esse sentimento, ele é um complemento nominal.
Na frase: “tinha medo da noite”, percebemos que não é a noite que tem medo, mas sim
alguém que tem medo da noite. Assim, o termo é um complemento nominal.
2.O termo “de pena”, em “Ela é digna de pena”, está ligado à palavra digna, que é um
adjetivo. Se está ligado a um adjetivo, só pode ser um complemento nominal.
3.A expressão “a todos”, em “é preciso ter respeito a todos”, está ligado à palavra respeito,
que é o ato de respeitar, portanto, um substantivo abstrato. Teoricamente, deveríamos voltar
ao termo para observar se ele está sofrendo ou praticando a ação. Todavia, essa dúvida só
existe quanto estamos tratando da preposição de. Em se tratando de qualquer outra
preposição, automaticamente será um complemento nominal.
O termo “do leite”, em “enorme a fila do leite”, está ligado à palavra fila, que é um substantivo
concreto. Se está ligado a um substantivo concreto, é um adjunto adnominal.
1.A expressão “ao filho”, em “o amor ao filho reanimava a mãe”, está ligado à palavra amor,
que é um sentimento, portanto, um substantivo abstrato.
Se está ligado a um substantivo abstrato, teoricamente deveríamos voltar ao termo para ver
se ele está praticando ou sofrendo a ação. Por se tratar, no entanto, de um sentimento e não
de uma ação, voltamos ao termo para ver se ele tem ou não o sentimento.
Como estamos trabalhando com a preposição a (amor ao filho), no entanto, sabemos tratar-se
automaticamente de um complemento nominal.
2.Você deverá destacar a sexta frase pelo seguinte motivo: ela é ambígua. O termo “do
rapaz”, em “a descoberta do rapaz deixou-o famoso”, está ligado à descoberta (que é o ato de
descobrir), e, portanto, a um substantivo abstrato.
Essa frase é ambígua porque o rapaz pode ter praticado a ação de descobrir, como pode ter
sofrido a ação de ser descoberto. É claro que na hora da prova você não irá se deparar com
uma frase solta, fora de contexto, como ocorre neste exercício. A frase apresentada deverá
estar atrelada a um texto. Ora, se recorrermos ao texto conseguimos descobrir se a
expressão se trata de um adjunto adnominal ou de um complemento nominal.
Se você voltar ao texto, por exemplo, e constatar que esse rapaz é um cientista que descobriu
a cura do câncer, ele é um agente. Logo, a expressão “do rapaz” será um adjunto adnominal.
Agora, se você voltar ao texto e constatar que esse rapaz é um modelo, por exemplo,
descoberto por um olheiro, ele sofre a ação de ser descoberto, logo, ele é paciente, portanto,
a expressão será um complemento nominal.
Como estamos trabalhando com a preposição a (amor ao filho), no entanto, sabemos tratar-se
automaticamente de um complemento nominal.
3.Você deverá destacar a sexta frase pelo seguinte motivo: ela é ambígua. O termo “do
rapaz”, em “a descoberta do rapaz deixou-o famoso”, está ligado à descoberta (que é o ato de
descobrir), e, portanto, a um substantivo abstrato.
Essa frase é ambígua porque o rapaz pode ter praticado a ação de descobrir, como pode ter
sofrido a ação de ser descoberto. É claro que na hora da prova você não irá se deparar com
uma frase solta, fora de contexto, como ocorre neste exercício. A frase apresentada deverá
estar atrelada a um texto. Ora, se recorrermos ao texto conseguimos descobrir se a
expressão se trata de um adjunto adnominal ou de um complemento nominal.
Se você voltar ao texto, por exemplo, e constatar que esse rapaz é um cientista que descobriu
a cura do câncer, ele é um agente. Logo, a expressão “do rapaz” será um adjunto adnominal.
Agora, se você voltar ao texto e constatar que esse rapaz é um modelo, por exemplo,
descoberto por um olheiro, ele sofre a ação de ser descoberto, logo, ele é paciente, portanto,
a expressão será um complemento nominal.
4.O termo “de ouro”, em “a descoberta de ouro deixou a região rica”, está ligado à palavra
descoberta (ato de descobrir), que é um substantivo abstrato.
Devemos voltar ao termo para ver se ele está praticando ou sofrendo a ação. Ora, só existe a
possibilidade de o ouro ser descoberto, e não de ele descobrir alguém.
Como ele é descoberto, ele é paciente, logo, é um complemento nominal.
5.O termo “de casa”, em “o rapaz mora perto de casa”, está ligado à palavra perto, que é um
advérbio. Se está ligado a um advérbio, com certeza é um complemento nominal.
6.O termo “ao amigo”, em “apoio ao amigo fê-lo feliz”, está ligado à palavra apoio (ato de
apoiar), que é um substantivo abstrato.
Teoricamente, deveríamos voltar ao termo para ver se ele está sofrendo ou praticando a
ação, mas a preposição que nos aparece na expressão é a preposição a, e só com isso já
sabemos se tratar de um complemento nominal, até porque não é o amigo que está apoiando,
mas sim, sendo apoiado.
7.O termo “do anúncio”, em “a leitura do anúncio fez-se em voz alta”, está ligado à palavra
leitura (ato de ler), que é um substantivo abstrato. Neste exemplo, o “anúncio” sofre a ação de
ler, então ele é um paciente, logo, é um complemento nominal.
8.O termo “do aluno”, em “a leitura do aluno era eficiente”, está ligado à palavra leitura, que é
substantivo abstrato. O aluno pratica a ação de ler, portanto é um agente. Assim, o termo é
um adjunto adnominal.
9.O termo “de vidro”, em “a mesa de vidro quebrou”, está ligado à palavra mesa, que é um
substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto é um adjunto adnominal.
10.A expressão “à saúde”, em “o fumo é nocivo à saúde” está ligada a palavra nocivo, que é
um adjetivo. Se está ligado a um adjetivo é um complemento nominal.
11.O termo “A nós”, em “ágil favoravelmente a nós”, está ligado à palavra favoravelmente, que
é um advérbio. Se está ligado a um advérbio só pode ser um complemento nominal.
12.O termo “do povo”, em “a admiração do povo ao Lula é grande”, está ligado à palavra
admiração, que é um substantivo abstrato. Trata-se de um adjunto adnominal, porque a
admiração é do povo.
13.O termo “ao assunto”, em “relativamente ao assunto”, está ligado à relativamente, que é
um advérbio. Se está ligado a um advérbio, só pode ser um complemento nominal.
14.O termo “a vela”, em “barco a vela”, está ligado à palavra barco, que é um substantivo
concreto. Se está ligado a um substantivo concreto é um adjunto adnominal.
15.A expressão “sem cabeça” em “mula sem cabeça”, está ligada à palavra mula, que é um
substantivo concreto. Se está ligado a um substantivo concreto, só pode ser adjunto
adnominal.
16.O termo “do frio”, em “o receio do frio”, está ligado à palavra receio, que é um substantivo
abstrato. Alguém tem receio do frio, e não o frio tem receio de algo, logo, a expressão é um
complemento nominal.
17.A expressão “ao serviço”, em “ele é apto ao serviço”, está ligado à palavra apto, que é um
adjetivo. Se está ligada a um adjetivo é um complemento nominal.
18.A expressão “ao burguês”, em “ódio ao burguês”, está ligada à palavra ódio, que é um
substantivo abstrato. Além disso, o burguês não tem o ódio, é alguém que tem o ódio dele,
portanto, a expressão é um complemento nominal.
19.O termo “de filho”, em “amor de filho”, está ligado à palavra amor, que é um substantivo
abstrato. O amor é do filho, é de posse dele, portanto, a expressão é um adjunto adnominal.
20.O termo “com o vizinho”, em “Paulo foi cruel com o vizinho”, está ligado à palavra cruel,
que é um adjetivo. Se está ligado a um adjetivo é, com certeza, um complemento nominal.
21.A expressão “de coragem”, em “homem de coragem”, está ligada à palavra homem, que é
um substantivo concreto. Trata-se de um adjunto adnominal.
22.A expressão “com o amigo”, em “Pedro é sincero com o amigo”, está ligada à palavra
sincero, que é um adjetivo, e, portanto, só pode ser um complemento nominal.
23.“Sobre cinema”, em “o estudo sobre cinema”, está ligado à palavra estudo (ato de estudar),
que é um substantivo abstrato. Teoricamente, voltaríamos ao termo para saber se ele pratica
ou recebe a ação, mas, como estamos lidando com a preposição “sobre”, não precisamos ter
essa dúvida. Trata-se, pois, de um complemento nominal, até porque sofre a ação.
24.A expressão “de nós”, em “independentemente de nós”, está ligado à palavra
independentemente, que é um advérbio. Se é um advérbio só pode ser um complemento
nominal.
Gabarito:
1.Tinha medo da noite. CN
2.Ela é digna de pena. CN
3.É preciso ter respeito a todos. CN
4.enorme a fila do leite. AA
5.A amor ao filho reanimava a mãe. CN
6.A descoberta do rapaz deixou-o famoso. *
7.A descoberta de ouro deixou a região rica. CN
8.O rapaz mora perto de casa. CN
9.apoio ao amigo fê-lo feliz. CN
10.A leitura do anúncio fez-se em voz alta. CN
11.A leitura do aluno era deficiente. AA
12.A mesa de vidro quebrou. AA
13.O fumo é nocivo à saúde. CN
14. Agiu favoravelmente a nós. CN
15. A admiração do povo ao Lula é grande. AA
16. Relativamente ao assunto. CN
17. Barco a vela. AA
18. Mula sem cabeça. AA
19. O receio do frio. CN
20. Ele está apto ao serviço. CN
21. Ódio ao burguês. CN
22. Amor de filho. AA
23. Paulo foi cruel com o vizinho. CN
24.Homem de coragem. AA
25.Pedro é sincero com o amigo. CN
26.O estudo sobre cinema. CN
27.Independentemente de nós. CN
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Crase3
Acento grave3
Princípios gramaticais da crase4
Princípio fonológico4
Princípio morfológico4
Princípio sintático5
Regra geral da crase5
CRASE
Acento grave
Antes de entrarmos na regra de crase propriamente dita, devemos aprender que o nome do
acento usado em “À” é acento grave. Cuidado, o nome do acento NÃO é crase! Pois a crase é
a fusão entre duas vogais idênticas.
Presta atenção nisso, que pode ser uma questão de prova, então não podemos confundir,
certo?! O examinador pode colocar o nome desse acento como como acento grave ou acento
indicativo do fenômeno da crase, que é a mesma coisa, mas NUNCA podemos chamar esse
de crase.
A+A
Para provar isso que estou explicando aqui, vamos ver um caso bonito de crase:
Observe que a palavra “door” quando virou “dor” ocorreu a fusão entre duas vogais idênticas,
então temos aqui um caso de crase. Claro que isso não cai na sua prova de língua
portuguesa. Porém, esse tipo de questão pode cair em concursos específicos para pessoas
da área de língua portuguesa, porque o avaliador, naquele momento, quer saber se aquele
profissional conhece o conceito mais amplo da crase e o processo de variação diacrônica,
que é a mudança da língua com o passar dos tempos.
Princípios gramaticais da crase:
Agora o que obrigatoriamente vai cair na sua prova são os três princípios gramaticais da
crase: princípio fonológico, princípio morfológico e princípio sintático.
Princípio fonológico
O exemplo anterior apresenta apenas um princípio gramatical de crase: o princípio fonológico,
já que possui a fusão entre duas vogais idênticas.
door> dor
crase
O princípio fonológico está definido neste esquema:
À
A+ A
Princípio morfológico
Nesse caso, eu também tenho o princípio morfológico, pois aqui temos a presença de classes
gramaticais diferentes: a preposição e o artigo, como podemos observar:
À
A+ A
Preposição Artigo
Princípio sintático
O principal princípio gramatical da crase é o princípio sintático, que tem a ver com a regra
geral da crase: o termo anterior exige a preposição a e o termo posterior admite o artigo a.
Como apresentado neste esquema:
À
A+ A
PreposiçãoArtigo
Perceba que o termo anterior, nesse caso: o verbo referir, exige preposição a, pois quem se
refere se refere a alguém. E o termo posterior, o substantivo diretora, admite o uso do artigo
a, porque é um substantivo feminino singular. Então se eu tenho preposição mais artigo, logo
eu tenho crase.
Eu me refiro .
T. A. exige
preposição
T.P.
admite
artigo
Entretanto, se você ainda tiver dúvida nessa regra geral da crase, tem outro macete que pode
te ajudar, então não se desespere! VAMOS LÁ:
Substitua o termo feminino por um termo masculino equivalente ou o mais próximo
semanticamente.
Ex.: Eu me refirodiretora
diretor
Eu me refiro ao
diretor
Eu me refiro
à diretor
Quando você pega o substantivo feminino e troca por um substantivo masculino, resulta na
contração ao, aqui você fez a constatação da regra geral, agora tem certeza de que no
exemplo há crase. Observe que o a é a preposição exigida pelo verbo refiro - termo anterior -,
por sua vez, o artigo o é admitido pelo substantivo masculino singular– termo posterior.
Agora quando temos um substantivo plural que admite artigo, teremos a contração
às, como no seguinte caso:
ÀS
A+ AS
PreposiçãoArtigo feminino plural
Eu me
. às
.diretoras
T. A. exige T.P.
Preposição admite
Artigo no plural
E se caso você quiser empregar o macete que aprendemos anteriormente, você só precisa
substituir “diretoras” por “diretores”, ou seja, substituir um sujeito feminino no plural por um
termo masculino equivalente também no plural, então teríamos a contração aos, que é a
preposição mais o artigo no plural.
Agora quando tivermos na frase um substantivo que indica nome de lugar, temos que analisar
bem para contatar se há ou não crase. Vamos aos exemplos:
VouEuropa
FoiRoma
Nesses casos, você pode aplicar um macete simples:
Que vai A e volta DA – Crase há!
Quem vai A e volta DE – Crase para quê?!
Vou à Europa/ Volto da Europa – Há crase! Foi a Roma/ Voltou de Roma – Não há crase!
Esse macete só vale para topônimos, ou seja, substantivos que nomeiam: ruas, cidades,
bairros, continente e países, portanto, não se encaixa para qualquer lugar, por exemplo, não
pode ser empregado para casa ou apartamento.
Agora vamos testar os nossos conhecimentos sobre crase. Para isso vamos analisar as
seguintes frases:
1.Fui a farmácia
2.Cheguei a escola
3.Cheguei a casa
4.Visitei a casa do Jhoni Zini.
5.Cheguei a casa do Jhoni Zini.
Então, por exemplo, essas duas primeiras frases você facilmente acertaria aplicando o
seguinte macete: substituir o substantivo feminino por um termo masculino correspondente.
OBSERVE:
1.Fui a farmácia
Fui ao mercado
Fui à farmácia
2.Cheguei a escola Cheguei ao colégio
Cheguei à escola
Agora a terceira frase é um caso que devemos tomar cuidado. Vamos para análise:
3.Cheguei a casa
O termo anterior, o verbo cheguei, exige preposição a, pois quem chega, chega a algum
lugar. Entretanto, o termo posterior, o substantivo casa - com acepção de
lar/moradia/residência -, não admite artigo, porque pressupõe que já esteja definida. Logo não
temos caso de crase.
Agora vamos analisar a quarta frase:
4.Visitei a casa do Jhoni Zini.
T.P.
admite
artigo
Nesse caso, o termo posterior (casa do Jhoni Zini) admite o artigo a, mas o termo anterior
(visitei) não exige preposição, por ser um verbo transitivo direto (VTD). Então como não há a
contração de duas vogais (preposição a + artigo a), não há o emprego de crase.
Você já percebeu que o substantivo casa é uma palavrinha peculiar. E para esclarecer
qualquer dúvida sobre os dois últimos exemplos, considere o padrão culto da língua. Vamos
comparar dois substantivos que indicam lugar: escola e casa, analisando a sua regência.
Fica naFica em
Sai da
escola
Sai de
casa
Observe que a regência com a palavra escola: acarreta a contração da preposição mais artigo
(na=em + a/ da=de +a); já com a palavra casa: temos apenas preposições (em/de). Isso
significa que o substantivo casa realmente não admite artigo, por isso não terá crase.
Porém isso muda quando temos a palavra casa é especificada, como no exemplo: casa do
Jhoni Zini. Nesse caso, temos o uso do artigo e a regência ficará:
Fico na
Saio da
No entanto, só o substantivo casa admitir uso do artigo, no caso dele ser especificado, não
garante o emprego de crase, OK? Para ter crase, obrigatoriamente, o verbo deve exigir
preposição e o substantivo deve admitir artigo, COMBINADO?
5.Cheguei
Diferente do exemplo anterior, aqui o termo anterior, o verbo cheguei, exige a preposição a,
por ser um verbo transitivo indireto (VTI). E como já vimos, quando o substantivo casa, termo
posterior, estiver especificado ele admite o artigo a. Dessa forma, na nessa frase temos o
emprego da crase.
Para fixar mais o que estamos estudamos, vamos comparar as frases. OBSERVE:
Comparando as frases 4 e 5:
Ambas apresentam a palavra casa especificada, por isso o substantivo admite o artigo a.
Porém, a diferença está na regência dos verbos: na frase quatro, verbo não exige a
preposição, por isso não há o emprego de crase; na frase cinco, o verbo exige a preposição,
por isso há crase.
Comparando as frases 3 e 5:
Na frase três: “cheguei a casa”. De quem é essa casa? Essa casa é do emissor, por isso ela
não precisa ser especificada, consequentemente não admite o artigo. No entanto, quando a
casa é de uma outra pessoa eu preciso especificar para enfatizar isso, como é o caso da
frase cinco, por isso admite o artigo.
Contudo, se ainda assim você ainda tiver alguma dúvida no que acabei de explicar, considere
a linguagem informal, sim a sua fala do dia a dia. Observe:
Muitas vezes não dizemos “cheguei a casa”, não empregamos a preposição a como é a
regra da norma culta. Porém, qualquer falante da língua diz “cheguei em casa”, perceba o uso
da preposição em. Isso porque tem uma gramática internalizada, por conhecer o
funcionamento da língua, então sabe que se chegou a sua própria casa, não precisa
especificar para o interlocutor.
Muitas vezes não dizemos “cheguei à escola”, não empregamos a preposição a como é a
regra da norma culta. Todavia, qualquer falante da língua diz “cheguei na casa”, perceba o
uso da contração da preposição em mais o artigo a. Então, por apresentar preposição mais
artigo, há o emprego da crase.
Contudo, todos os falantes da língua, até os analfabetos, falam: “visitei a casa de Jhoni
Zini”, pois por conhecerem o funcionamento da língua sabem que esse verbo não exige
preposição. Da mesma forma que dizem: “cheguei na casa de Jhoni Zini”, empregam a
preposição, mesmo que de forma equivocada, pois sabem que o verbo chegar exige
preposição, mesmo que pela norma culta deveria ser a invés de em.
CRASE
Regra geral.
Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição “a” e o termo posterior admitir o
artigo “a” ou “as”.
prep. art.
Eu me referi a + a diretora.
Eu me referi àdiretora.
Alguns casos merecem destaque:
1.A crase obviamente “não” ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de
artigo feminino. É o caso:
a)dos substantivos masculinos:
Ex.: Andamos a cavalo.
Íamos a pé.
•Exercícios de Fixação
1)Coloque o acento indicador de crase quando for necessário.
Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair.
Fui a Europa, de onde a Ásia.
Fui a Natal das praias inesquecíveis.
Cheguei a casa tarde da noite ontem.
Preciso ir a terra dos meus antepassados.
A noite, teremos de ficar a espreita.
Dobre a esquerda.
A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas.
Prefiro isto aquilo.
A pessoa a que fiz referência não esteve presente a reunião.
•Questões Objetivas:
1.Marque o item cuja frase apresenta redigida da forma mais adequada, considerando-se
clareza, elegância, precisão e correção.
a)De segunda à sexta, o programa será dedicado à você.
b)De segunda à sexta, o programa será dedicado a você.
c)Da segunda à sexta, o programa será dedicado a você.
d)Da segunda à sexta, o programa será dedicado à você.
e)Da segunda a sexta, o programa será dedicado a você.
2.O sinal indicador da CRASE foi corretamente empregado na frase “Que estivesse bem cedo
junto ao edifício Brasília para assistir à coleta de lixo”. Dentre as opções abaixo, porém, este
sinal foi INCORRETAMENTE utilizado em:
a)O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros.
b)Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre.
c)A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra mutilações.
d)O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o lixo é vosso”.
e)Os metais do caminhão esplendiam à luz da manhã.
b)a-a-a
c)as-à-à
d)à-a-à
e)as-a-a
8.Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:
I - Saíram daquipouco, mas voltarão daquipouco, pois moram apenasdois quilômetros de
distância.
II-foram suas amigas?estarão agora?
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Casos de destaque de crase3
Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas femininas ou masculinas3
Dias da semana5
Horas6
CASOS DE DESTAQUE DE CRASE
Vamos continuar estudando casos de crase que merecem destaque, que estão dentro das
famosas pegadinhas das provas. Lembre-se sempre que o avaliador vai testar a sua atenção,
então não esqueça da nossa regra geral: a crase é a fusão de duas vogais idênticas.
Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas femininas ou masculinas
Fique atento com expressões formadas por palavras repetidas, sejam elas femininas ou
masculinas, como os exemplos: cara a cara, gota a gota, dia a dia, frente a frente, lado a lado,
passo a passo, entre outras, nelas não haverá o emprego de crase. Por serem expressões
adverbiais com palavras repetidas, que sintaticamente funcionam como adjuntos adverbiais
de modo. Veja:
preposição
Nesse caso, teremos uma preposição ligando as duas palavras femininas repetidas. A
preposição liga qualquer palavra a outra, mesmo que comumente seja utilizada para ligar
palavras de função sintática diferente, também pode ligar palavras com a mesma função
sintática.
A não ocorrência de crase é justificada por conta do paralelismo sintático presente nessas
expressões, pois temos duas palavras de igual função sintática e nem uma delas admite
artigo, isto é, não tenho artigo diante da primeira palavra e nem da segunda, sem artigo não
temos possibilidade de crase.
Cuidado, essa regra é extremamente perigosa, por ser base para diversos erros! Lembre-se
que ela só é aplicada em expressões formadas por palavras repetidas que funcionam como
adjunto adverbial de modo.
OBSERVE ESSE EXEMPLO: temos palavras repetidas, mas com funções sintáticas
diferentes, por isso não pode ser uma expressão! Observe a análise sintática da oração:
Preposição
direto e indireto
(VTDI)
Nesse exemplo, o verbo declarou, que tem como sujeito “Trump”, é um verbo transitivo direto
e indireto, pois quem declara: declara alguma coisa a alguém, então esse verbo,
obrigatoriamente, terá dois objetos: um direto (guerra) e outro indireto (a guerra).
Ainda para atestar a ocorrência dessa crase, podemos aplicar o macete de trocar a palavra
feminina por um termo masculino correspondente, por exemplo: Irã. O que resultaria na
reescrita: “Trump declarou guerra ao Irã”, isso prova que temos a contração de uma
preposição e um artigo, assim ocorre crase.
Dessa forma, analisando a regência do verbo, sabemos que não se trata de uma expressão
de palavras repetidas, já que possuem funções sintáticas distintas: a primeira é objeto direto
do verbo e a segunda é objeto indireto do verbo, por isso é acompanhada por preposição.
OBSERVE ESSE OUTRO EXEMPLO: que aparece escrito “cara à cara” com crase, mas você
vai me dizer que não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas. Porém,
tenha calma, primeiro, você sempre tem que avaliar a regência verbal, vamos ao exemplo:
Cuidado, essa regra é extremamente perigosa, por ser base para diversos erros! Muito
comum encontrarmos expressões como: “segunda à quinta” com crase, mas nesse caso
jamais ocorre crase. Veja!
OBSERVE ESSE EXEMPLO: aqui temos caso de paralelismo sintático, pois temos duas
palavras de igual função sintática, além disso possui o valor semântico de tempo.
Preposição Preposição
A expressão evidência o tempo que a ação será realizada, logo é um adjunto adverbial de
tempo.
Dessa forma, quando se deparar com casos de paralelismo sintático, repare que o termo que
aparece na frente da palavra se repetirá na frente da outra, nesse caso: uma preposição.
Assim em casos comuns como: “de segunda a quinta” e “fazer uma redação de vinte a trinta
linhas” não ocorre crase.
COMPARE COM ESSE EXEMPLO: aqui temos caso de paralelismo sintático, pois temos
duas palavras de igual função sintática, então o termo que aparece na frente de uma
palavra se repetirá na frente da outra, nesse caso: a contração entre preposição e artigo.
Preposição de artigo a
+ Preposição a+ artigo a
A expressão evidência o tempo que a ação será realizada, logo é um adjunto adverbial de
tempo.
Outro fator relevante é o valor semântico das orações, repare: “De segunda a quinta” refere-
se a esses dias de qualquer semana, pois não especificamos com uso de artigo. Porém, em
“Da segunda à quinta” estamos especificando a semana, ou seja, estamos referindo a
próxima semana.
Horas
ESSE MESMO RACIOCÍNIO serve também em relação às horas, sempre haverá crases em
casos como: “A festa começará às 20h” ou “A aula vai começar às 18h30”. Assim como em:
9h às 11h, nesse caso está subtendido a contração das (preposição mais artigo) antes de 9h.
Porém, as duas situações perfeitas são: “Das 9h às 11h” e “De 9h a 11h”, mas também serão
aceitas as formas: 9h até 11h e 9h – 11h.
Todavia, lembre-se que por causa do paralelismo sintático, obrigatoriamente, o mesmo termo
que está na frente da primeira palavra se repetirá na frente da segunda.
PreposiçãoPreposição
Preposição de + artigo a
artigo as
“Teremos aula das 9h às 11h” – o artigo especifica o horário que iniciará e finalizará a aula.
“Atenderemos de 9h a 11h” – marca uma jornada horária, não especifica um único horário que
você pode ser atendido, mas pode ser atendido qualquer horário desse intervalo.
Questões sobre emprego de crase ou não em expressões que marcam dia da semana ou
horário caem muito em prova, pois no dia a dia encontramos muitos erros nesses casos.
Principalmente em relação à situação de atendimento, como no exemplo:
Ex.: Maria, secretária da escola, trabalha de segunda a sexta,
das 8h às 16h.
•Maria trabalha todos os dias da semana, exceto no final de semana, por isso empregamos a
preposição;
•o artigo especifica o horário que Maria iniciará e finalizará seu horário de trabalho.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Expressões Adverbiais de Lugar3
Observações6
Casa/Terra6
Crase Semântica6
Expressão Adverbial de Instrumento8
Expressão Dar à Luz9
EXPRESSÕES ADVERBIAIS DE LUGAR
A regra é que com expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a verificação da ocorrência
da crase por meio da troca do termo regente. Mas, fique atento: não são a quaisquer
expressões adverbiais que se aplica essa regra, mas tão somente aos topônimos, que são
nomes de lugares específicos (nomes de ruas, de bairros, cidades, países e continente).
Veja bem, você já deve ter aprendido que um dos macetes para verificar a ocorrência de
crase em determinada estrutura é substituir o termo feminino posterior por um termo
masculino e observar se ele admite artigo ou não.
Se couber um artigo ali, é porque com o termo original deve-se usar a crase. Na verdade,
esse é só um macete, a aplicação e explicação gramatical vai muito além disso, conforme
você poderá observar ao longo deste material. Por hora, quero que você perceba que esse
macete não é aplicável quando o termo posterior se tratar de um topônimo. Nesse sentido,
vamos fazer a verificação da ocorrência de crase por meio da troca do termo regente.
Observe as seguintes sentenças:
Vou à Bahia.
Vou a Fortaleza.
O termo regente nessas frases é o verbo. No exemplo “vou a Fortaleza”, se trocarmos o termo
regente por “volto”, como em “volto de Fortaleza” saberemos que “DE” é apenas uma
preposição, e isso mostra que a palavra Fortaleza NÃO admite o artigo. Desse modo,
concluímos: a estrutura “vou a Fortaleza” não tem crase, porque o “A” é apenas a preposição
exigida pelo verbo regente.
Já no exemplo “vou à Bahia”, a troca do termo regente por “volto”, como em “volte da Bahia”
nos mostra que a palavra “Bahia” ADMITE o artigo “A”, assim concluímos que a estrutura “vou
à Bahia” se escreve com crase. Isso ocorre porque o termo anterior (vou) exigiu a preposição
“A”, e o termo posterior admitiu o artigo “A”. Pela regra geral, então, tem crase.
Atenção: não basta uma especificação para que ocorra a crase. É necessário, também, que o
termo anterior exija preposição. No exemplo “conheci a Fortaleza das belas praias”, por
exemplo, não é necessário o uso da crase porque o termo anterior não pede preposição
(conhecer é um verbo transitivo direto).
O macete sobre o qual falamos só serve para topônimos. Se fortaleza for escrito com F
minúsculo, há crase, pois pode estar fazendo referência a um lugar como qualquer outro.
Agora, se especificamos que Fortaleza é um topônimo, por meio do uso do F maiúsculo,
usamos esse macete para identificar a ocorrência da crase.
Se vou A e volto Da, acento lá no À;
Se vou A e volto De, acento para quê?
Veja, quando escrevemos fortaleza com F minúsculo significa falar de fortaleza como se fosse
um lugar qualquer, como se fosse uma padaria, uma farmácia, uma igreja. Nesse caso, não
há mais como fazer a verificação pela troca do termo regente usando a regra aplicável aos
topônimos. Nesse caso devemos substituir o termo feminino por um masculino.
Se a substituição do termo feminino por um masculino resultar em no uso de preposição mais
artigo (ao), ocorre crase.
Agora, um nativo de Recife pode tanto responder “moro em Recife”, fazendo referência a um
termo generalizado, como também pode falar “moro no Recife”, fazendo referência a um
termo específico (vide o artigo o em em+o=no. Essa forma cultural não se limita só a Recife,
acontece em outras regiões do Brasil também.
Ao dizer “Vou à Fortaleza das belas praias”, colocamos a crase sobre o “a” e ponto final.
Agora, quanto aos topônimos que são culturalmente especificados, por analogia, podemos
dizer: “Vou ao Recife das belas praias” ou “Vou à Recife das belas praias”.
Essas são duas possibilidades concretas na língua portuguesa. Por nossa sorte o avaliador
não costuma trabalhar com questões que podem dar problema e gerar incertezas. Assim,
cobrará apenas os termos que não abrem margem para interpretações distintas 😉.
Observações
Agora gostaria de expor alguns pontos sobre esse tema que merecem atenção.
Casa/Terra
Em primeiro lugar, as palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão
firma) merecem destaque, pois só admitem artigo, se forem especificadas.
Lembrando que para ocorrer crase, para além da especificação, o termo anterior deve exigir
preposição 👍. Observe os exemplos:
Cheguei a casa/ cheguei à casa das minhas primas.
A tripulação da GOL desceu a terra / a aeromoça da GOL chegou à terra de seus tios.
É importante lembrar que Terra com T minúsculo significa chão firme e, a princípio não admite
artigo. Assim, para que tenha artigo, precisa ser especificada. Terra com T maiúsculo, por sua
vez, é um planeta (um topônimo), portanto, exige crase, pois é como se disséssemos, por
exemplo “os astronautas regressaram ao planeta Terra”, logo, “os astronautas regressaram à
Terra”.
Crase Semântica
Uma segunda observação diz respeito ao acento grave, indicativo de crase, usado nas
expressões adverbiais e nas locuções prepositivas e conjuntivas de que participam palavras
femininas, como, por exemplo, em:
Esses são casos de crase semântica. Ou seja, casos em que nem sempre vai haver um termo
anterior exigindo preposição. É importante entender isso para não se confundir na hora da
prova: a presença da crase em casos de crase semântica é obrigatória. Dizer, por exemplo,
“vendi a vista”, sem crase, é o mesmo que dizer “vendi meus olhos”, pois, nessa construção, o
verbo vender é um verbo transitivo direto e “a vista” é o objeto direto.
Pois bem, não queremos que pensem que estamos vendendo nossos olhos. Queremos, na
verdade, dizer que vendemos algo, cujo pagamento deve ser efetuado no ato da compra, de
imediato. Por esse motivo usamos o acento grave (indicativo de crase), para evitar confusão.
O que muda nesse caso é que o verbo vender passa a ser um verbo intransitivo e “vista”, um
adjunto adverbial do modo como é feita a venda.
Quanto a expressão “vendi a prazo”, embora o termo prazo atue como um adjunto adverbial
de modo, é um termo masculino, e, nesse sentido, o “a” se trata apenas de uma preposição,
assim, NÃO ocorre crase. Uma das questões típicas cobradas pelas bancas sobre esse tema
é a seguinte.
Questão. Explique a diferença de sentido (semântica) entre as frases:
a)Bateu à porta. Bateu a porta.
b)Chegou à noite. Chegou a noite.
c)Saiu à francesa. Saiu a francesa.
A banca avaliadora faz esse tipo de questão, em primeiro lugar, para que o candidato pense
que há vários erros na questão. O enunciado pode pedir, por exemplo, para que seja
assinalada a alternativa que está em desacordo com o padrão culto da língua; ou que seja
assinalada a alternativa errada, de acordo com o uso da crase. A banca pode, ainda, fazer
você pensar que a crase é facultativa.
Mas perceba, a crase só é facultativa quando ela não altera o sentido. Nesses exemplos,
todavia, a crase altera completamente o sentido. E quando altera o sentido, ela é obrigatória.
Observe que a ocorrência da crase implica um valor semântico bastante peculiar, quando
comparado a não ocorrência, que faz remeter à coisa em si. Observe a análise que pode ser
feita para cada um dos exemplos:
Bateu à portaFazer som com o toque para que alguém abra a porta.
Bateu a portaFechar a porta com força.
Se você conseguir trocar o “A” pelo “De” significa que deve haver crase. Essa pegada do
adjunto adverbial de tempo é muito recorrente. Outro tipo de construção que costuma ser
cobrada em provas, com base nesse modelo, é:
Muitos candidatos pensam que não se pode colocar crase em “à noite” porque não há ali
nenhum termo anterior que a exija. No entanto, nas expressões adverbiais, nas locuções
conjuntivas e nas locuções prepositivas de que participam a palavra feminina, OCORRE
CRASE.
A justificativa é que essas expressões já têm a preposição nelas, assim, a partir do momento
que usamos com elas uma palavra feminina, passa a existir ali um artigo, e, por conseguinte,
uma crase.
Se conseguirmos substituir a expressão “à noite”, por “de noite”, significa que o a tem crase.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Crase Facultativa2
Nomes Próprios Femininos3
Preposição Até4
Pronomes Possessivos Femininos Adjetivos6
Exercícios de Fixação7
CRASE FACULTATIVA
O primeiro ponto que gostaria de destacar para iniciar esta aula é que o que é facultativo na
crase não é a crase em si, mas sim ou o uso da preposição ou o uso do artigo. Nesse sentido,
existem três aspectos gramaticais que são base para os processos de crase facultativa:
nomes próprios femininos, a preposição até, e os pronomes possessivos femininos adjetivos.
Convido-o a acompanhar minha explicação sobre cada um deles a seguir 👊.
Considere o exemplo prático de como isso ocorre na fala: eu moro no Rio de Janeiro, na
cidade do Rio de Janeiro, bem próximo à cidade de Niterói. Lá no Rio, nós gostamos do
artigo, então dizemos “vou à casa da Maria” ou “vou à casa do João”. Em contrapartida, em
Niterói as pessoas não gostam muito de artigos, então eles dizem “vou à casa de Maria” e
“vou à casa de João”.
Vamos aprofundar um pouco mais essa ideia. Para tanto, observe a seguinte construção:
O verbo “dar” é um verbo transitivo direto e indireto. O objeto direto é, portanto, “um recado”, e
o objeto indireto regido pela preposição “a”, ou seja, àquele a quem foi dado o recado, é “a
Maria”. O termo posterior é um substantivo feminino, mas não é qualquer substantivo
feminino; é um NOME PRÓPRIO. Assim sendo, o artigo é facultativo, portanto, a construção
pode se dar das seguintes formas:
Dei um recado à Maria.
Dei um recado a Maria.
Agora, analise a seguinte estrutura: “Refiro-me a Joana D’Arc, guerreira Francesa”. Uma
expressão como esta é perigosa, pois muitos candidatos podem pensar que por estar o nome
próprio feminino especificado, a crase será obrigatória. Só que não é bem assim.
Na verdade, essa frase faz uma alusão histórica, isto é, tem como tema central Joana D’Arc,
guerreira francesa, morta aos dezoito anos, queimada e acusada de bruxaria. Estamos
falando aqui de uma figura histórica, e por esse motivo NÃO usamos artigo. A ideia é muito
simples: em primeiro lugar, a banca parte do pressuposto de que você conhece a história; em
segundo lugar, quantas Joanas D’Arcs, guerreiras francesas, que morreram com dezoito
anos, queimadas e acusadas de bruxaria existem afinal? UMA SÓ. Pois bem, não usamos
artigo nesses casos de alusão histórica simplesmente porque não são casos que necessitam
de especificação. Isso explica o porquê de não ocorrer crase: o a nessa estrutura é apenas a
preposição exigida pelo verbo.
Preposição Até
Na verdade, o que há de facultativo na preposição “até” é a preposição “a” ( 🤔).
Explico melhor: é um fato culto da língua que podemos também utilizar a locução prepositiva
“até a”, em que o “a” é também uma preposição. Examine as seguintes estruturas:
Vou até à praia.
Vou até a praia.
Na primeira estrutura “vou até à praia” utilizamos a locução prepositiva “até à”. Já na segunda,
utilizamos apenas a preposição “até”. Isso é o suficiente para percebemos que o a sem
preposição em “vou até a praia” é apenas um artigo, enquanto na primeira, é a junção da
preposição a mais o artigo a.
Como você bem sabe, diante da preposição “a” pode ser que a crase seja obrigatória, pode
ser que não tenha crase, ou que ela seja proibida ou facultativa. Mas, quando trabalhamos
com a preposição até, a crase será SEMPRE facultativa (nem obrigatória, nem proibitiva,
apenas FACULTATIVA), justamente porque é possível que o interlocutor esteja utilizando ou
a preposição até ou a locução prepositiva até a.
Lembre-se: não há crase diante de nenhuma outra preposição, somente diante das
preposições a e até (unicamente por ela compor a locução prepositiva “até a”).
Pronomes Possessivos Femininos Adjetivos
A construção que mais cai nas provas de concursos públicos de forma geral é a que envolve
os pronomes possessivos femininos adjetivos. Ora, o pronome é aquele elemento que
trabalha para o nome (substantivo). Desse modo, das duas ou uma: ou ele acompanha o
nome (o substantivo) ou ele substitui o nome (o substantivo).
Na hora da prova, um candidato pode, por assimilação, achar que os dois pronomes
femininos na sentença são casos de crase facultativa. No primeiro caso até é, uma vez que,
por se tratar de um pronome possessivo adjetivo acompanhando o substantivo “amiga”, o
artigo é facultativo, e, se o artigo é facultativo, o uso da crase também é.
Agora, o pronome “minha” não está acompanhando o substantivo, mas sim substituindo-o. É
como se no lugar dele estivesse escrita a “palavra” amiga, e isso significa que ele faz a vez de
um substantivo feminino, logo, ele é um pronome substantivo. Nessa situação, o artigo a é
obrigatório, bem como a preposição a exigida pelo verbo referir. A crase, portanto, também
será obrigatória:
“Refiro-me a sua amiga e não à minha”.
⚠ A crase será facultativa diante do pronome possessivo feminino adjetivo. Porém, será
obrigatória diante do pronome possessivo feminino substantivo.
Belezinha?! Meu caro aluno, após essa etapa de teoria pura, vamos nos encaminhar para a
resolução de alguns exercícios. Creio que não seja necessário dizer, mas... Faça os
exercícios todos antes de passar às explicações e verificar o gabarito. Detalhe: se você
gabaritar a questão seis considere-se preparado para matar todas as questões de crase do
seu concurso 😉.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Vamos aos exercícios de fixação.
Questão 1. Coloque o acento indicador de crase quando for necessário.
a)Diga as pessoas que me procurarem que tive de sair.
b)Fui a Europa, de onde a Ásia.
c)Fui a Natal das praias inesquecíveis.
d)Cheguei a casa tarde da noite ontem.
e)Preciso ir a terra dos meus antepassados.
f)A noite, teremos de ficar a espreita.
g)Dobre a esquerda.
h)A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas.
i)Prefiro isto aquilo.
j)A pessoa a que fiz referência não esteve presente a reunião.
Comentários:
a)O termo anterior (diga) exige a preposição a, e o termo posterior (pessoas) admite artigo.
Caso essa forma de raciocínio na hora da prova pareça um pouco complexa, experimente
trocar o termo posterior feminino por um termo masculino, “diga aos homens que me
procurem”, você perceberá a junção da preposição a e do artigo o (a+o=ao). Isso significa
que, voltando ao termo feminino, ocorre crase na estrutura original.
Diga às pessoas que me procurarem que tive de sair.
b)Se seguirmos o macete aplicado aos topônimos “fui à Europa / voltei da Europa”,
compreendemos que o termo anterior (fui) exige preposição e o posterior (Europa) admite o
artigo, desse modo, ocorre crase no primeiro caso. No segundo, embora não seja uma
estrutura muito utilizada no dia a dia, ela está dentro do padrão culto da língua portuguesa e
significa “fui à Europa e da Europa fui à Ásia”. Recorrendo ao macete dos topônimos,
constatamos que no segundo termo também se emprega a crase (fui à Ásia / voltei da Ásia).
Fui à Europa, de onde à Ásia.
c)Se fossemos só a Natal teríamos voltado de Natal, portanto, sem crase. Todavia, a estrutura
especificou Natal, logo, a análise que fazemos é a seguinte: o termo anterior (fui) exige
preposição e o posterior, embora não admita artigo, foi especificado, logo, ocorre a crase.
Fui à Natal das praias inesquecíveis.
d)O verbo chegar pede preposição, mas a palavra casa não admite artigo, a não ser quando
especificada, e ela não foi especificada nessa estrutura. Assim, o a em “cheguei a casa” é
somente uma preposição, portanto não ocorre o emprego de crase.
Cheguei a casa tarde da noite ontem.
e)A palavra terra foi especificada e o termo anterior (ir) exige preposição, então, emprega-se
crase.
Preciso ir à terra dos meus antepassados.
f)“À noite” é uma expressão adverbial de base feminina temporal, portanto, tem crase; “à
espreita” também é expressão adverbial de base feminina, só que modal, e também tem
crase.
À noite, teremos de ficar à espreita.
g)As expressões dobre à direita, dobre à esquerda, vire à direita, vire à esquerda sempre têm
crase.
Dobre à esquerda.
h)O a de “a loja” é só um artigo e obviamente não tem crase; o a de “as moscas” é um adjunto
adverbial de modo de base feminina, portanto, tem crase. Quanto à expressão de horas
especificada, com elas sempre ocorre o emprego de crase.
A loja estava às moscas quando chegamos, às quatro horas.
i)Quem prefere, prefere alguma coisa à outra. O termo anterior (prefere), portanto, exige a
preposição a, e o termo posterior (aquilo) já contêm em si o artigo a embutido. Basta fazermos
a fusão deste artigo com a crase.
Prefiro isto àquilo.
j)O a de “a pessoa” é só um artigo e o a de “a que fiz” é só uma preposição. Isso significa que
nenhum dos casos tem crase. Por fim, o termo “estar presente” exige preposição e “reunião”
admite artigo (basta trocar reunião por um termo masculino para constatar: “não esteve
presente ao local). Ocorre o emprego de crase nessa estrutura, obrigatoriamente.
A pessoa a que fiz referência não esteve presente à reunião.
Questão 2. Marque o item cuja frase apresenta redigida da forma mais adequada,
considerando-se clareza, elegância, precisão e correção.
a)De segunda à sexta, o programa será dedicado à você.
b)De segunda à sexta, o programa será dedicado a você.
c)De segunda à sexta, o programa será dedicado a você.
d)Da segunda à sexta, o programa será dedicado à você.
e)Da segunda a sexta, o programa será dedicado a você.
Comentários: esse enunciado todo é para dizer que você deve assinalar a frase que está de
acordo com norma gramatical. Bom, você já sabe que em “de segunda a sexta” nunca há
crase (porque não há artigo), e que em “da segunda à sexta” sempre há crase. Com base
nessa constatação eliminamos as alternativas a, b e e, restando as alternativas c e d. Ora, o
termo anterior exige a preposição, pois se é dedicado, é dedicado a alguém. Agora, o termo
posterior (você) é um termo unissex, serve tanto para homem quanto para mulher, e, por
assim o ser, diante dele não usamos artigo. Não havendo artigo, não há crase.
Gabarito: Letra C
Questão 3. O sinal indicador da crase foi corretamente empregado na frase “Que estivesse
bem cedo junto ao edifício Brasília para assistir à coleta de lixo”. Dentre as opções abaixo,
porém, este sinal foi INCORRETAMENTE utilizado em:
a)O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros.
b)Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre.
c)A esperança sobrevive até mesmo à uma ou outra mutilações.
d)O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o lixo é vosso”.
e)Os metais do caminhão espendiam à luz da manhã.
Comentários: cuidado com a malícia da banca. Ela apresenta o termo correto no enunciado,
mas pede para você marcar o incorreto.
a)Quem não poupa, não poupa alguma coisa à alguém, ou seja, o termo anterior (poupa)
exige a preposição a e o posterior (higiene) admite o artigo a. Mas, se você não conseguir
enxergar dessa forma, substitua o termo feminino por um masculino, “o bom repórter não
poupa elogios ao banho dos lixeiros”. Se tem “ao” significa que tem preposição + artigo, logo,
tem crase.
O bom repórter não poupa elogios à higiene dos lixeiros.
b)O termo anterior (sucumbido) exige a preposição a, e o termo posterior (previsão) admite
artigo. Fazendo a substituição do termo feminino por um masculino percebemos isso
facilmente: “Na adolescência o motorista teria sucumbido ao tempo de uma velhice pobre”.
Na adolescência o motorista teria sucumbido à previsão de uma velhice pobre.
c)Experimente substituir os termos femininos por masculino para ver como fica: “a esperança
sobrevive até mesmo a um ou outro...”. O a remanescente é a preposição exigida pelo termo
anterior (sobrevive). Como a substituição não resultou em “ao” significa que o termo posterior
não admite artigo, então não ocorre o emprego da crase
A esperança sobrevive até mesmo a uma ou outra mutilações.
d)Quem diz, diz alguma coisa a alguém. O que foi dito é: “o lixo é vosso”. Para quem foi dito?
Para as pessoas da cidade. Fazendo a substituição do termo masculino a sentença seria: “O
motorista parece dizer aos homens da cidade”, com a presença da preposição a e do artigo o,
resultando no emprego da crase.
O motorista parece dizer às pessoas da cidade: “o lixo é vosso”.
e)O verbo esplender significa brilhar. Os metais brilhavam à luz da manhã. Trata-se de um
advérbio temporal de base feminina. Nessa estrutura temos, portanto, a crase.
Os metais do caminham esplendiam à luz da manhã.
Gabarito: Letra C
Questão 4. Indique a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo:
a)Voltou à casa do Juiz.
b)Chegou às três horas.
c)Voltou à minha casa.
d)Voltou às pressas.
Comentários: diante de uma questão dessas, de cara procuramos observar três aspectos:
termo feminino; preposição até; e pronomes possessivos femininos adjetivo. Ao examinar as
opções, verificamos que não há presença de nome próprio e da preposição até, mas há
presença de pronome possessivo feminino adjetivo na alternativa c). Ora, podemos tanto
dizer “minha casa é bonita”, como “a minha casa é bonita”, sendo o artigo é facultativo. Assim,
a crase em “voltou a minha casa” também é facultativa. Nas demais alternativas a crase é
obrigatória.
Voltou à minha casa/ voltou a minha casa.
Gabarito: Letra C
Questão 5. Assinale a opção INCORRETA com relação ao emprego de acento indicativo de
crase:
a)O pesquisador deu maior atenção à cidade menos privilegiada.
b)Este resultado estatístico poderia pertencer à qualquer população carente.
c)Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entrevista.
d)A verba aprovada destina-se somente àquela cidade sertaneja.
e)Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade.
Comentários:
a)O termo anterior (deu) exige a preposição a, e o termo posterior admite artigo. Constata-se,
também, pela substituição do temo feminino por um masculino, “o pesquisador deu maior
atenção ao bairro” que cabe crase na estrutura.
b)A palavra qualquer é um pronome indefinido, e sequer permite pensar em distinção de
gênero, portanto, não tem artigo, e se não tem artigo, não tem crase. O a constatado na frase
é apenas uma preposição exigida pelo termo anterior.
Nas demais alternativas o uso de crase também está correto.
Gabarito: Letra B
Questão 6. Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento
grave indicativo de crase:
a)Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.
b)Pedimos silêncio a todos. / Pois a pouco, a praça central se esvaziava.
c)Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram a Bahia.
d)Bateram a porta e fui atender. / O carro entrou a direita da rua.
e)Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
Comentários:
a)Lisboa é um topônimo (vou a Lisboa, volto de Lisboa) que não admite artigo, sendo o a
apenas uma preposição. Adiante, não a crase em “Paulo começou a falar” porque falar é
verbo, e diante de verbo não há artigo. Nesse sentido, o a na frase é apenas uma preposição.
Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar em voz alta.
b)é palavra indefinida, masculina e está no plural, portanto, não admite artigo, e o a é apenas
uma preposição exigida pelo termo anterior. Mais adiante, “pouco a pouco” é uma expressão
adverbial com palavras repetidas, portanto não tem crase.
Pedimos silêncio a todos. / Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.
c)O termo anterior “dedicado” exige a preposição, mas o termo posterior é um pronome
feminino. Experimente fazer a substituição por um termo masculino, “essa música foi
dedicada a ele”, para verificar que o a é somente uma preposição, e sem crase. Na frase
subsequente, Bahia é um topônimo (chegaram a Bahia e voltaram da Bahia), se voltaram da,
crase há.
Esta música foi dedicada a ela. / Os romeiros chegaram à Bahia.
d)A expressão bater à porta tem crase. Assim como a expressão adverbial de base feminina
“entrar à direita” (virar à direita; dobrar à direita).
Bateram à porta e fui atender. / O carro entrou à direita da rua.
e)O termo posterior da primeira estrutura é um verbo (aplaudiram), portanto não tem crase. As
expressões adverbiais de instrumento são meio perigosas, mas nesse caso o acento não
chega a ser necessário porque não vai gerar ambiguidade (mas pode ser colocada também
😉).
Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
Questão 7. Disse ... ela que não insistisse em amar ... quem não ... queria.
a)a – a – a
b)a – a – à
c)à – a – a
d)à – à – à
e)a – à – à
Comentários: o a diante do pronome feminino não leva acento; diante do termo quem o a é só
preposição, portanto não ocorre o emprego de crase; o termo “queria” é um verbo, e o a que
vem diante dele é um pronome.
Gabarito: Letra A
Questão 8. Quanto ... suas exigências, recuso-me ... levá-las ... sério.
a)às – à – a
b)a – a – a
c)as – à – à
d)à – a – à
e)as – a – a
Comentários: na primeira lacuna o termo anterior pede preposição (quanto a mim; quanto a
você; quanto a ela), e o termo posterior, o pronome possessivo feminino adjetivo (suas) pode
ou não admitir artigo (é facultativo). Podemos então tentar fazer a fusão da preposição sem
artigo, resultando em “a suas”, quanto fazer a fusão da preposição com o artigo as, “às suas”.
Aqui surge uma dúvida, porque temos ambas as opções nas alternativas, mas ainda assim
podemos eliminar algumas alternativas que não tem essas possibilidades (letra c; letra d; letra
e). A dúvida fica entre o a, sem crase, ou o às, com crase. Para saná-la, analisamos as
próximas lacunas. Em “recuso-me... levá-las", o termo posterior exige preposição (pois quem
se recusa se recusa a alguma coisa), mas o posterior é um verbo, e, diante de verbo não vai
artigo, logo, não vai crase. A expressão “a sério” é uma expressão adverbial de modo, mas a
palavra sério é masculina, logo, o a que a antecede é só uma preposição.
Gabarito: Letra B
Questão 9. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:
I.Saíram daqui .... pouco, mas voltarão daqui ... pouco, pois moram apenas ... dois
quilômetros de distância.
II.... foram suas amigas? ... estarão agora?
a)há – a – a – Aonde – Onde
b)há – há – à – Onde – Onde
c)há – a – a – Aonde – Aonde
d)a – a – à – Para onde – Por onde
e)a – há – há – Por onde – Aonde
Comentários:
I.Na primeira lacuna inserimos o há de (haver); na segunda, a preposição que indica tempo
futuro “a dois quilômetros” é só uma preposição.
I. Saíram daqui há pouco, mas voltarão daqui a pouco, pois moram apenas a dois quilômetros
de distância.
Em seguida, a expressão correta para a primeira lacuna é “aonde”, porque se foram, foram a
algum lugar”. Já na segunda lacuna é “onde”, pois, se estarão, estarão em algum lugar.
II. Aonde foram suas amigas? Onde estarão agora?
Gabarito: Letra A
Questão 10. As operadoras de planos de saúde deverão criar ouvidorias vinculadas às suas
estruturas organizacionais.
O emprego do sinal indicativo de crase “às suas” justifica-se porque o termo “vinculadas”
exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo “suas” vem antecedido
por artigo definido feminino plural.
Comentários: se é vinculado, é vinculado a alguma coisa; e sim, o pronome possessivo suas
vem antecedido por artigo definido feminino plural, afinal de contas, se tem “as” é porque foi
colocado ali um artigo, e se tem pronome + artigo, tem crase.
Lembre-se, o uso da crase é facultativo porque o uso do pronome é facultativo, mas, havendo
um há o outro (não confunda acento grave com crase. Crase é fusão, e o acento grave é um
indicativo de que há uma fusão).
As ouvidorias são vinculadas a suas estruturas. / As ouvidorias são vinculadas às suas
estruturas
A primeira estrutura contém apenas a preposição exigida pelo termo anterior, e o segundo
contém a preposição + o artigo definido feminino no plural de uso facultativo quando diante de
um pronome possessivo adjetivo feminino.
Gabarito: Correto
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Pontuação3
Vírgula3
Vírgula em adjuntos adverbiais4
PONTUAÇÃO
Chamamos de pontuação o uso de sinais para marcar, na escrita, pausas e mudanças de
entonação típicas da fala.
Na hora da prova, leia as frases e os textos em voz alta, assim você respeitará as pausas e
mudanças de entonação colocadas pelo autor intencionalmente. Dessa forma, também
perceberá mais facilmente a pontuação empregada neles.
Cuidado: jamais podemos separar esses elementos com vírgula, porém, esse é um erro muito
comum. Isto é, nunca se separa sujeito do verbo por vírgula, como também não se separa o
verbo do complemento exigido por ele: seja objeto direto ou indireto, pois esses elementos
possuem uma relação sintática.
Dessa forma, a vírgula serve para marcar rupturas da ordem direta e marcar elementos
intercalados.
Vírgula facultativa
Sujeito
Verbo
VTD
Objeto direto
Essa frase está na ordem direta (SVC), e, nesse caso, podemos empregar uma vírgula
facultativa isolando o adjunto adverbial ontem, que marca circunstância de tempo. Mas ela é
opcional, porque o adjunto adverbial está no seu posicionamento original dentro da ordem
direta: no final da frase, assim a vírgula aqui não é obrigatória, porém o seu emprego tem
intenção de enfatizar uma informação, podemos até chamá-la de vírgula enfática.
Logo, em casos como esse não importa a inserção ou retirada da vírgula, porque não atribuirá
nem prejuízo gramatical nem alteração de sentido, simplesmente irá chamar atenção do leitor
para aquela informação, o que pode ser um recurso interessante dependendo da sua
intencionalidade discursiva.
Entretendo, os adjuntos adverbiais podem aparecer de forma deslocada, ou seja, fora da sua
posição original na ordem direta: no final da frase, assim podem aparecer no início ou no meio
da frase. Nesses casos o emprego de vírgula será diferente, teremos casos facultativos e
obrigatórios.
Quando o adjunto adverbial aparece no final da frase, sua posição na ordem direta, a vírgula
sempre será facultativa.
Vamos aprofundar essa questão, que causa muita controvérsia entre os gramáticos, porém,
para facilitar a nossa vida, a Academia Brasileira de Letras (ABL) se posicionou sobre o
assunto e determinou que:
adjunto adverbial formado por três ou mais palavras será considerado grande, portanto, a
vírgula será obrigatória.
adjunto adverbial formado por uma ou duas palavras é considerado pequeno, assim a
vírgula será facultativa.
Vírgula facultativa
Em casos de adjuntos adverbiais curtos: a vírgula será facultativa para todas as bancas.
Dessa forma, a retirada dessa vírgula não alterará o sentido da frase, por ser facultativa, e o
seu uso se justifica para destacar o adjunto adverbial deslocado.
Na semana passada, os alunos do Focus fizeram uma redação.
Adjunto adverbial de tempo
Em relação a essa frase, os avaliadores podem retirar essa vírgula e afirmar que isso atribui
prejuízo gramatical na frase, isso é verdade, porque não se trata de uma vírgula facultativa. E
se o avaliador afirmar que a retirada da vírgula atribui prejuízo gramatical, porém, não faz
mudanças de sentido ou que não altera o sentido, isso também é verdade, pois o sentido da
informação permanecerá o mesmo com o sem o emprego da vírgula.
Observe que mesmo que as outras bancas, de forma geral, não perguntem se o emprego
dessa vírgula é facultativo ou obrigatório, saiba que caso cobrem, você deve seguir a lógica
da gramática tradicional, então seguirão a ABL, assim, a resposta seria que esse emprego é
obrigatório.
Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui a nossa aula, em que tratamos pontos importantes
para você acertar todas as questões sobre vírgulas nas provas, não esqueça do detalhe das
bancas que apresentamos neste material. Lembre-se de fazer um resumo, ok?! Depois disso,
faça uma pausa, aproveite para tomar um chá ou café, descanse e escute sua música
favorita, mas não se esqueça de voltar, viu?!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Vírgula3
Recapitulando3
Vírgula no período simples4
Vírgula em adjuntos adverbiais4
Vírgula no período composto5
Vírgula em oração subordinada adverbial6
Vírgula em orações coordenadas9
VÍRGULA
Recapitulando
Lembre-se que a vírgula é um processo sintático, que está relacionada a ordem direta da
língua portuguesa:
SVC – Sujeito + Verbo + Complemento
Vírgula é um processo sintático, que serve para marcar rupturas da ordem direta e marcar
elementos intercalados.
A vírgula será utilizada para marcar adjunto adverbiais nas frases, para enfatizá-los ou para
marcar que estão deslocados no início ou no meio da frase, já que a sua posição na ordem
direta é no final da frase. Todavia esse é um caso que precisamos prestar atenção em alguns
pontos:
•quando o adjunto adverbial aparece no final da frase, sua posição na ordem direta, a vírgula
sempre será facultativa.
NA PRIMEIRA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está no final da frase, sua posição na ordem direta, então a vírgula será facultativa, não
importando a extensão do adjunto adverbial. Desse modo, a retirada da vírgula não acarretará
prejuízo gramatical ou semântico, pois trata-se de uma vírgula facultativa.
NA SEGUNDA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está deslocado, posicionado no meio da frase, distanciando o verbo leram do seu
complemento: livro (objeto direto).
•Para a CESPE/CEBRASPE, o adjunto adverbial deslocado deve estar entre vírgulas
obrigatoriamente e a retirada da vírgula acarretará prejuízo gramatical, mas não alterará o
aspecto semântico da frase.
•Para FCC não faz diferença empregar ou não a vírgula.
•Para as outras bancas: você deverá justificar o motivo do adjunto adverbial deslocado estar
entre vírgulas, a resposta será: para marcar o adjunto adverbial.
NA TERCEIRA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está deslocado logo após do sujeito os rapazes, esse caso será como o anterior:
NA QUARTA FRASE temos o adjunto adverbial de tempo: no fim da semana passada, que
está deslocado no início da frase, então não houve de fato uma interrupção na ordem direta:
entre sujeito, verbo e objeto. Esse caso costuma confundir, mas vamos lembrar como as
bancas vão exigir:
•Para a CESPE/CEBRASPE sempre que o adjunto adverbial estiver deslocado deverá se
empregar vírgulas obrigatoriamente.
•Para FCC a vírgula será facultativa.
•Para as outras bancas: você deverá justificar o emprego da vírgula após o adjunto adverbial
deslocado, a resposta será: para marcar o adjunto adverbial.
Não é comum, mas caso as outras bancas perguntem se o emprego da vírgula em caso de
adjunto adverbial deslocado é facultativo ou obrigatório, você deve seguir a lógica da
gramática tradicional. Então siga a determinação da Academia Brasileira de Letras:
adjunto adverbial formado por três ou mais palavras: a vírgula será obrigatória.
nos outros casos: a vírgula será facultativa.
As estruturas coordenadas são equiparadas, então elas são sintaticamente iguais, mas não
exercem função sintática uma em relação a outra, ou seja, são independentes. E
Nas orações coordenadas, como trata-se de duas orações sintaticamente iguais, a vírgula
entre elas será obrigatória. Com exceção de quando apresentam as seguintes conjunções: e,
nem, ou.
As estruturas subordinadas, por sua vez, apresentam uma hierarquia, em que temos uma
oração principal e uma oração subordinada a ela, isso significa que uma depende da outra,
portanto, a oração subordinada está inserida na oração principal e por isso exerce uma
função sintática da oração principal.
adverbial que será o nosso interesse, pois ela exerce função sintática de adjunto adverbial da
oração principal. Dessa forma, podemos ter algumas situações, que estão apresentadas no
SEGUINTE ESQUEMA:
Vírgula facultativa
Vírgula obrigatória
O.P.
Vírgula facultativa
Observe que nesse exemplo temos uma vírgula facultativa, isso porque a oração subordinada
adverbial causal porque está chovendo está no final do período, o seu lugar na ordem direta.
Quando a oração subordinada adverbial estiver no final do período a vírgula sempre será
facultativa, então não importa sua inserção ou retirada, pois não vai atribuir nem prejuízo
gramatical nem alteração de sentido.
Vírgula obrigatória
O.P.
Quando o período começa com conjunção, você pode ter certeza de que o emprego vírgula
será obrigatório. Isso significa que a sua retirada vai atribuir prejuízo gramatical, porém não
altera o sentido.
Nesse exemplo, temos orações coordenadas, que são orações ligadas apenas pelo sentido,
porém são sinteticamente independentes. No caso a oração não vá a praia é uma oração
coordenada assindética, ou seja, não está ligada através de conjunções, mas sim pelo
emprego da vírgula. Já a oração porque está chovendo será classificada como oração
coordenada sindética, pois está ligada através de uma conjunção. Repare também que temos
uma oração no modo imperativo: não vá à praia, que obrigatoriamente deve ser explicada, por
isso a conjunção porque, nesse caso, será explicativa.
Pedro estuda
sentido de soma
Nesse exemplo temos duas orações, com os verbos estuda e trabalha, ambos ligados ao
sujeito Pedro. Isso significa que Pedro é o sujeito das duas orações, então a conjunção e
soma as ações realizadas por ele. Portanto, aqui não pode ter vírgula de jeito nenhum.
Pedro estuda,
sentido de soma
Perceba que nesse caso temos dois sujeitos: Pedro e João, de forma que cada um dos
verbos se refere a um deles. As bancas, nesse aspecto, cobram uma vírgula facultativa.
Pedro estudou,
sentido de oposição
Observe que temos uma relação de oposição estabelecida pela conjunção e, que está
empregada no lugar de conjunções adversativas: mas, porém, todavia. Nessa lógica, aqui a
vírgula será obrigatória.
Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula sobre pontuação. Muito obrigado por
sua companhia e atenção! Espero que tenha assimilado todo esse
conteúdo e elaborado um resumo sobre dele, isso é bem importante! Nós nos encontramos
na próxima aula com mais pontos de destaque sobre pontuação para provas de concurso.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Um adjunto adnominal está junto do nome, ou seja, está dentro daquela estrutura, seja do
sujeito ou do objeto. Nesse sentido ele faz parte da estrutura interna. Já o predicativo, em
essência, faz parte da estrutura externa ao nome. Observe os exemplos:
O mendigo alegre caminhava.
O mendigo, alegre, caminhava.
O sujeito (aquele que caminha) é o mendigo alegre. Toda essa estrutura é o nosso sujeito.
Ora, alegre é um adjetivo e está dentro da estrutura do sujeito, logo, faz parte da estrutura
interna do sujeito. Se é uma estrutura interna, é um adjunto adnominal. E se é um adjunto
adnominal, é uma característica permanente. Isso significa dizer que aquele mendigo é alegre
sempre, e não só quando caminha. Ele é uma pessoa bem- humorada.
Já na segunda estrutura, “O mendigo, alegre, caminhava”, o verbo nos indica que o sujeito é o
mendigo, mas, desta vez, o adjetivo está fora da estrutura do sujeito, embora faça referência
a ele. Nesse caso, não pode ser um adjunto adnominal, já que a vírgula impede de a palavra
alegre de ficar junto da palavra mendigo. Assim, temos um predicativo do sujeito. E, se é um
predicativo do sujeito a característica não é permanente, o que significa dizer que este
mendigo não é alegre sempre. Ele apenas
Na primeira sentença, a estrutura “país da América Latina” remete ao Brasil, ela toda serve
para explicar quem é o Brasil. Nesse sentido não haveria muita diferença em dizer, por
exemplo, “O Brasil tem se destacado no cenário mundial” ao invés de dizer “O Brasil, país da
América Latina, tem se destacado no cenário mundial”.
Desse modo, podemos afirmar que essa estrutura é um aposto explicativo e por esse motivo
ela deve ser escrita entre vírgulas.
O Brasil, país da América Latina, tem se destacado no cenário mundial.
Na segunda sentença, alguém está a chamar Maria. Quando chamamos alguém, usamos um
vocativo. O vocativo deve ser sucedido de vírgula.
Na terceira sentença “Mamãe comprou frutas. Eu legumes.”, a ação praticada por mamãe foi
comprar frutas. Certo?! Quanto a ação praticada por mim, foi comprar legumes. Eu os
comprei. Observe que o verbo comprar, na segunda oração, foi omitido, desse modo,
devemos inserir uma vírgula entre o sujeito e o objeto, a chamada vírgula vicária, que marca
uma elipse, uma omissão do verbo comprar.
Mamãe comprou frutas. Eu, legumes.
A última estrutura nos apresenta uma lista de coisas que os jovens amam. É necessário,
quando nos deparamos com tais estruturas, acrescentar a chamada vírgula enumerativa (ou a
vírgula da listinha).
Os jovens amam filmes, músicas, livros.
Embora façamos pausa “para respirar” ao ler a referida estrutura, não há motivo algum para
colocar vírgulas nela, pois não se trata de uma estrutura que as exija. Em outras palavras,
não há nenhum aposto, vocativo, enumeração, adjunto adverbial ou oração subordinada
deslocada. Por isso, não há virgulas. Veja a próxima estrutura:
Comer bananas extremamente maduras pode ser um grande perigo para a frágil saúde
humana.
Vírgula x E
Quando o item gramatical e indicar soma, sendo o sujeito das orações o mesmo, ele não
precisa estar acompanhado de vírgulas. Exemplo: “A moça veio à festa e logo se foi”.
Agora, quando indica soma, mas os sujeitos das orações são distintos, ele pode vir
acompanhado de vírgula facultativa. Exemplo: “A moça veio à festa, e o marido ficou em
casa”.
Vírgula x etc.
O etc. é uma abreviação da expressão em latim et cetera ou et coetera, que significa entre
outros. Nesse sentido, o et já significa e. É o mesmo e da “listinha”. Quando fazemos uma
lista, usamos a vírgula enumerativa para separar os itens, e quando chegamos ao final dela
usamos o e, sem vírgula, para encerrá-la com o último item. Seguimos, portanto, a mesma
lógica aqui. Observe o exemplo: “Pintamos paredes, tetos, pisos etc.”
Vírgula x QUE
Para explicar o uso da vírgula com o QUE, elenco alguns exemplos:
Todos viram que a água acabou.
O professor pediu que todos fizessem silêncio.
Em ambos os exemplos o QUE é uma conjunção integrante. Sabemos assim o ser porque
podemos substitui-lo pelo termo “ISSO”. Se há uma conjunção integrante, não colocamos
virgula nem antes, nem depois.
Explico melhor: a conjunção integrante encabeça uma oração subordinada substantiva, que
tem todas aquelas funções que você já sabe. Aqui, por exemplo, as duas seriam orações
subordinadas substantivas objetivas diretas, então, teoricamente, se colocássemos uma
virgula entre elas estaríamos separando o verbo do seu objeto.
Essa dica é muito interessante levarmos em consideração nos casos de produção textual
também, porque, às vezes, nos deparamos com expressões tais como “cabe salientar que’,
“vale ressaltar que”, entre outras; é importante frisar que embora sejam estruturas por vezes
até compridas não podemos usar vírgula, porque o QUE é uma conjunção integrante: “Cabe
salientar ISSO”, “Vale ressaltar ISSO”.
Agora... se a conjunção integrante QUE for seguida de uma estrutura intercalada, o uso de
vírgulas pode ser feito 👍. Exemplo: “Espero que, no próximo concurso, você seja aprovado”.
FIQUE ATENTO: devem ser usadas duas vírgulas, justamente para marcar que ali existe uma
estrutura intercalada. Dessa forma não interferimos na conexão que existe entre a conjunção
integrante e com o complemento.
Restrições
Pois bem, termos algumas restrições, como no caso do QUE como pronome relativo. O
pronome relativo faz referência ao termo anterior e encabeça uma oração subordinada
adjetiva, veja:
•Os alunos que foram aprovados não farão prova final.
Quando o pronome relativo QUE encabeça uma oração subordinada adjetiva, ela pode ser ou
explicativa ou restritiva. Basta olhar para ver se tem ou não vírgulas.
No exemplo supracitado não há vírgulas, logo, trata-se de uma oração subordinada adjetiva
restritiva. O que significa dizer que ela é de suma importância para o entendimento da frase
como um todo, justamente pelo fato de estar limitando, restringindo e indicando que não são
todos os alunos, mas sim, apenas alguns alunos. A frase “os alunos que foram aprovados não
farão prova final” dá a entender que tem aluno que ainda não foi aprovado e,
consequentemente, não fará a prova final.
Agora, na estrutura “Os alunos, que foram aprovados, não farão prova final” constatamos a
presença de vírgulas. Já que este QUE é um pronome relativo, continuamos diante de uma
oração subordinada adjetiva, porém, em função das vírgulas, essa oração é explicativa. Isso
dá um poder muito grande à oração principal, porque ela por si só faz sentido, uma vez que
as vírgulas fazem com que a oração subordinada adjetiva seja generalizada. Entende-se,
portanto, que todos os alunos foram aprovados e, consequentemente, não farão a prova final.
Ou seja, não existe aluno que não esteja aprovado e não haverá aluno que fará a prova final
👍.
Examine o próximo exemplo: “A Terra, que gira em torno do Sol, é o 3º planeta do sistema
solar”. Aqui novamente temos uma oração subordinada adjetiva explicativa. É explicativa
porque todo termo explicativo na língua portuguesa fica entre uma vírgula, uma vez que pode
ser retirado porque não fará a menor diferença.
Ponto e Vírgula
O ponto e vírgula separa elementos coordenados que já possuem vírgula. Quando não
usamos nenhum conectivo para marcar a estrutura coordenada, por exemplo,
Na estrutura “Estive na Bahia, que é quente; no Paraná, que é frio; e em Brasília, que é seco”,
há ponto e vírgula separando o segundo e o terceiro elemento coordenado, mesmo havendo
um e separando-as. Isso ocorre porque logo em seguida há o acréscimo de uma nova vírgula
separando o elemento explicativo sobre Brasília.
Em suma, o que o ponto e vírgula faz é marcar estruturas coordenadas, é marcar “listas”.
FIQUE ATENTO, pois a banca gosta de confundir o candidato colocando ponto e vírgula em
estruturas subordinadas, o que NÃO É permitido.
O ponto e vírgula é usado somente para marcar estruturas coordenadas.
Agora, observe que as próximas estruturas são intercaladas (elas não são estruturas finais).
Nesses casos o uso de dois pontos não é permitido, apenas parênteses e travessão.
Comprei frutas (morangos, peras e uvas) para mim.
Comprei frutas – morangos, peras e uvas – para mim.
Comprei frutas (morango, peras e uvas), o que fez a alegria de mamãe.
Comprei frutas – morango, peras e uvas –, o que fez a alegria de mamãe.
Por fim, destaco que o travessão e o parênteses têm valor enfático muito grande. Quando
queremos destacar um único elemento, colocá-lo entre vírgulas já o destaca, mas colocá-lo
entre parênteses e entre travessões o destaca mais ainda. A intenção seria maior. Na
oralidade seria o equivalente a dar um grito, por exemplo.
nesse tipo de questão. Mas perceba que existe uma sequência de elementos, o primeiro
elemento, o segundo, o terceiro... Nesse sentido, tem-se na estrutura um paralelismo. Logo,
se tirarmos o ponto da primeira estrutura e o mantivermos na segunda e na terceira
romperemos o paralelismo, e não podemos fazer isso, por a coesão do texto seria
prejudicada.
Gabarito: Errado
Cabe salientar:
Para o CESPE essa vírgula seria obrigatória.
Para o FCC, muito provavelmente, seria facultativa.
Questão 3. “Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de
recorrer, quando a decisão não for favorável”.
Julgue os próximos itens com base na estrutura morfossintática do texto.
A omissão da vírgula empregada após a primeira ocorrência da palavra “defesa”
acarretaria incorreção gramatical.
Comentários: o termo quando é uma conjunção subordinativa adverbial temporal. Logo, toda
a estrutura “quando se fala em defesa” é uma oração subordinada adverbial temporal, que foi
obviamente deslocada da sua posição original no final da frase. Nesse sentido a omissão da
virgula acarretaria sim em incorreção gramatical.
Gabarito: Correto
Questão 4. Com isso, a partir de janeiro de 2009, a produção terá redução total de 4,2
milhões de barris diários.
O emprego das vírgulas que isolam o segmento “a partir de janeiro de 20019” justifica- se por
tratar-se de adjunto adverbial de tempo.
Comentários: a questão está correta. O segmento isolado pelas vírgulas é um adjunto
adverbial de tempo deslocado.
Gabarito: Correto
Gabarito: Correto
Questão 6. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte- americano,
Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro.
O nome “Barack Obama” está entre vírgulas porque se trata de um aposto.
Comentários: sim, se trata de um aposto que serve para explicar quem é o novo presidente
norte-americano.
Gabarito: Correto
Questão 7. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote.
O emprego de vírgulas logo após “Agora” justifica-se para isolar adjunto adverbial de tempo.
Comentários: a questão está correta. A vírgula serve para isolar um adjunto adverbial de
tempo que está deslocado.
Comentários: Correto
É isso aí galera. Encerramos aqui o conteúdo desta aula repleta de dicas importantíssimas
para hora da sua prova. Procure refazer suas anotações e retomá- las quantas vezes
necessário. E, acima de tudo, busque fazer muitos exercícios para assegurar a fixação do
conteúdo apreendido. Eu me despeço por aqui.
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
Elas vão puxar os salários para baixo
Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens jovens precisam
se preocupar.
Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado de
trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os salários femininos
estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes. Mas não é um
fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial chega aos 25%. A
situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução da situação. Em
1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de trabalho. Hoje, esse número está perto
de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo. Nas faculdades, há mais mulheres matriculadas
que homens.
E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em média,
os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%. Algo me diz que, aos poucos, as
mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora não do jeito que
gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e continuarão aceitando
salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de admissão. Isso será bom
para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será relativamente bom para as
mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do que a situação presente parece
mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam estar mais preocupados.
1.A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus salários equiparados
aos dos homens é “mercado”.
2.“A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução da situação.”
No texto, a frase acima se torna incoerente porque a análise da “evolução da situação”
também implica analisar dados estatísticos.
Profissões curiosas
Sabia que já existiam depiladores na Roma do século II? Essa e outras ocupações inusitadas
da antiguidade estão no livro “Meu Chefe é um Senhor de Escravos”, de Vicki León (Ed.
Globo), lançado no Brasil este mês.
1>>> Caçadores de fantasmas
Essa era a função dos psicopompos na Grécia, também chamados de condutores de
I.O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem etimológica de jeitinho.
II.O quarto parágrafo apresenta um fato que busca explicar a disposição para a informalidade
nas relações comerciais.
III.O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as noções de cordialidade e passividade,
que não são sinônimas.
Assinale:
a)se somente a afirmativa I está correta.
b)se somente a afirmativa II está correta.
c)se somente a afirmativa III está correta.
d)se somente as afirmativas II e III estão corretas.
e)se todas as afirmativas estão corretas.
6.Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva
e unilateral.
Tem significação oposta à do termo sublinhado o vocábulo:
a)licenciosa.
b)tirana.
c)normativa.
d)proibitiva.
e)repressora.
Borboletas
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se
decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não
estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos
que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos
sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem
inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você precisa, em
primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou
acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher
de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta
de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava
procurando por você!
7.Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, fundamentalmente, pela(o)
A)busca
B)carência
C)compartilhamento
D)indiferença
E)insistência
8.Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades torna-nos:
A)condescendentes para com os outros
B)vulneráveis a possíveis insucessos
C)seguros quanto à consecução do objetivo
D)indiferentes a quaisquer consequências
E)mais resistentes aos obstáculos
9.pela(o): Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se
A)dedicação incondicional de uma delas à outra
B)desnecessidade existente em ambas
Borboletas
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se
decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não
estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos
que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos
sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem
inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você precisa, em
primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou
acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher
de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem gosta
de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava
procurando por você!
(E)insistência
média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%. Algo me diz que, aos poucos,
as mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora não do jeito que
gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e continuarão aceitando
salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de admissão. Isso será bom
para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será relativamente bom para as
mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do que a situação presente parece
mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam estar mais preocupados.
07.A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus salários equiparados
aos dos homens é:
a)Oportunidades
b)Mercado
c)Menos
d)Ainda
e)Média
08.“A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução
dasituação.”Notexto,afraseacimasetornaincoerenteporque:
a)o autor acaba por não analisar a “evolução da situação”
b)A análise da “evolução da situação” também implica analisar dados estatísticos.
c)A análise da “evolução da situação” revela uma situação extremamente desfavorável para
as mulheres.
d)Em São Paulo, há mais mulheres do que os homens na universidade.
e)Os dados mostram que as mulheres são alunas mais assíduas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
GLOSSÁRIO:
Brigue: embarcação de dois mastros, com velas circulares ou quadrangulares, sendo o maior
deles inclinado para a parte posterior do navio.
Caceteação: estado causado por algum aborrecimento ou acontecimento importuno.
Lazareto: local para o qual as pessoas contaminadas com hanseníase (lepra) eram enviadas,
a fim de isolá-las do resto da população, com o intuito de conter a contaminação pela doença.
Esse nome é uma alusão a Lázaro, personagem bíblico, que era leproso. A priori colocavam
as pessoas com lepra, mas depois acabou sendo usado para todo tipo de doença.
Marselha: cidade portuária no sul da França.
Necrológio: uma notícia/homenagem no jornal sobre morte.
Nênias: poemas enaltecendo alguém.
Passos de cágado: expressão para eram vagarosas
UMA DICA PARA AMPLIAR SEU VOCABULÁRIO E CONHECIMENTO DE MUNDO É
ELABORAR UM GLOSSÁRIO COM AS PALAVRAS DO TEXTO QUE SÃO
DESCONHECIDAS.
COMENTÁRIO DO TEXTO:
Ao ler o título deduzimos, pelo emprego da conjunção e com sentido de soma, que o autor
tratará de duas mortes distintas em seu texto. Após a leitura, sabemos que morte se refere a
Marcos Resende e morte do poeta faz referência a Gonçalves Dias, coincidentemente, ambos
tiveram suas mortes anunciadas erroneamente.
Para aprimorar nossa interpretação do texto “A morte e a morte do poeta”, vamos ativar nosso
conhecimento de mundo:
Marcos Resende é pianista, compositor e produtor, nascido em Cachoeira de Itapemirim-
ES, tem uma carreira na música instrumental brasileira, aqui e no exterior, com vários discos
lançados.
Antônio Gonçalves Dias foi poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em
Caxias- MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, na costa do Maranhão, em 3
de novembro de 1864. É o patrono da cadeira nº 15,
De volta ao conteúdo do texto, é clara a associação que o autor faz quando vê a nota de
Marcos Resende com o fato similar vivido por Gonçalves Dias. Dessa forma, ele contrapõe as
duas situações:
Século XX: o pianista Marcos Resende leu o seu necrológio no Jornal do Brasil, em 1992, o
erro aconteceu porque o confundiram com seu xará. Imediatamente já desmentiu a notícia
gravando uma mensagem na sua secretária eletrônica.
Século XIX: chegou a notícia da morte de Gonçalves Dias, que comoveu muitas pessoas,
foram feitas várias homenagens ao poeta. E como a notícia chegou ao Instituto Histórico e
aos ouvidos do imperador, que espalhou a notícia, era impossível ser mentira. Como a
comunicação era demorada, a notícia foi desmentida de forma tardia, apenas 2 meses depois,
por carta escrita pelo próprio poeta.
Desse modo, mesmo com a semelhança entre os casos, há um contraste grande na forma
como eles conseguiram contestar a própria morte. A demora com que a notícia da suposta
morte do poeta, no século XIX, pôde ser contestada por ele, em comparação a rapidez com
que o pianista, contemporâneo, pôde contestar a própria morte.
No texto, o autor detalha mais o caso de Gonçalves Dias, que estava doente e embarcou na
embarcação Grand Condé para procurar tratamento na Europa. Esse fato é importante para
ocorrer o equívoco de anunciar a morte do poeta. Já que quando
o brigue, no qual o famoso poeta era passageiro, chegou a França, na cidade de Marselha,
com um morto a bordo (l.7-8).
Por falta de um local para alocar os doentes, conhecido por lazareto, a embarcação não pode
aportar, obrigado a fazer quarentena no alto mar (l.9). Por isso, as pessoas fizeram uma
dedução precipitada, trazida pelo adjunto adverbial de modo logo, de que o morto a bordo
seria o poeta, veja o trecho: “Gonçalves Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se concluiu
que era ele o morto” (l.9-10).
A notícia da morte do conceituado poeta brasileiro chegou ao Instituto Histórico durante uma
sessão presidida por d. Pedro II, lembrando que ele era patrono o instituto. Como retrata o
trecho:” A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por d. Pedro II.
Suspensa a sessão, começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior
poeta do Brasil” (l.10-13).
Entre as pessoas que ofereceram homenagem ao poeta, estão seus amigos “Joaquim Serra,
Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras”
(l.15-16). Para entender a vínculo entre eles, vamos ativar novamente nosso conhecimento de
mundo:
JoaquimSerra(1838-1888):jornalista,professor,políticoeteatrólogo brasileiro, conterrâneo de
Gonçalves Dias, também nascido no Maranhão.
Juvenal Galeno da Costa e Silva (1838-1931): escritor brasileiro da segunda geração do
Romantismo, nascido em Fortaleza- CE.
Bernardo Guimarães (1825-1884): romancista, contista e poeta brasileiro, sua obra mais
famosa e o romance “A Escrava Isaura”, nascido em Ouro Preto- MG.
Enquanto seus amigos lamentavam sua morte, o poeta estava “vivinho da silva” (l.19). Porém,
por causa da comunicação ainda não tem desenvolvida e eficiente, de acordo com o texto: “as
comunicações se arrastavam a passo de cágado” (l.18), ou seja, uma comunicação lenta e
demorada. Por causa disso, a carta escrita pelo poeta para desmentir o fato de sua suposta
morte, chegou apenas 2 meses depois.
Nessa carta, que ele escreveu a próprio punho, estava a verdade: “[...] ’É mentira! Não morri,
nem morro, nem hei de morrer nunca mais!’ [...]” (l.21-22). De forma enfática declarou que
“[...] ‘não morrerei de todo’ [...]” (l.22-23), citando Horácio, poeta e filósofo da Roma Antiga.
Mesmo com essa afirmação, como qualquer ser humano, Gonçalves Dias morreu, isso está
marcado no texto pela conjunção adversativa todavia, no trecho: “Todavia, morreu, claro”
(l.23).
Sobre a morte do poeta brasileiro, o texto traz: “morreu num naufrágio, vejam a coincidência”
(l.23), isso ocorreu na costa do Maranhão, apenas 2 anos depois dele contestar sua própria
morte. Contudo, o corpo de Gonçalves Dia não foi encontrado, o texto afirma que teria “sido
devorado pelos tubarões” (l.25), logo, podemos pressupor que na costa do Maranhão havia
muitos tubarões.
Apesar disso, a carta de Gonçalves Dias trazia uma verdade, seu corpo morreu, porém, “o
poeta, este de fato não morreu” (l.25-26), dado que ele não “morreu mesmo de todo”, já que
sua obra e vida estão consagradas para sempre na literatura brasileira.
Questão 01
No texto, o autor contrapõe fundamentalmente:
a)as boas condições do porto de Marselha, em território francês, às péssimas condições do
porto brasileiro localizado no Maranhão, perto do qual o navio Ville de Boulogne acabou por
naufragar.
b)a demora com que a notícia da suposta morte de Gonçalves Dias, no século XIX, pôde ser
contestada pelo poeta à rapidez com que o pianista Marcos Resende, contemporâneo do
cronista, pôde contestar a própria morte.
c)a comoção com que foi recebida a notícia da suposta morte do poeta Gonçalves Dias à
indiferença com que se recebeu a notícia da morte do pianista Marcos Resende, buscando-se
esclarecê-la com um simples telefonema.
d)a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves Dias pôde permanecer em segurança
por mais de cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, que levou pouco tempo para
naufragar na costa do Maranhão.
e)a banalização das notícias em seu próprio tempo, mesmo as mais trágicas, à solenidade
com que eram dadas no século XIX, muitas vezes em sessões no Instituto Histórico, com a
eventual presença do próprio Imperador.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
Olhe o comando da questão: “no texto”, isso é uma pista de que essa questão cobrará a sua
compreensão textual.
A questão quer saber qual a contraposição apresentada no texto. Sua resposta ficará fácil se
você tiver entendido o texto, ou seja, teve uma boa compreensão dele. Outro ponto, se você é
um leitor atento já sabe que, geralmente, o texto que trabalha com uma contradição faz a
apresentação dessa no primeiro parágrafo, para que o autor desenrole essa oposição no
decorrer do texto.
Observe então o primeiro parágrafo do texto, o autor faz alusão a duas mortes anunciadas
erroneamente: do pianista Marcos Rezende e a do poeta Gonçalves Dias. E ainda
acrescenta: “me lembrei de como tudo neste mundo caminha cada vez mais depressa” (l.4-5),
isso quer dizer que enquanto o músico desmentiu a notícia rapidamente, o escritor, que negou
a notícia de sua morte por carta, demorou 2 meses.
Dessa forma, a contraposição apresentada pelo autor nesse texto é justamente a velocidade
que as informações são transmitidas na atualidade, em contraposição a demora que isso
acontecia no século XIX.
GABARITO: B
CUIDADO COM AS QUESTÕES DE COMPREENSÃO TEXTUAL,
pois algumas de suas alternativas podem trazer afirmações que extrapolam as informações
contidas no texto. Assim, mesmo sendo verdadeiras, não estarão corretas, já que questões
como essa se relacionam exclusivamente às informações contidas no texto.
Questão 02
De acordo com o texto, a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias teria se originário de uma
conjunção de acontecimentos que incluem:
a)a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a impossibilidade dos passageiros
do navio cumprirem o período de quarentena em terra e a motivação da viagem do poeta para
a Europa.
b)a inexistência de lazareto no Grand Condé, a motivação da viagem do poeta para a Europa
e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de Marselha.
c)a impossibilidade dos passageiros do navio cumprirem o período de quarentena em terra, a
presença do Imperador no Instituto Histórico e as homenagens feitas no Brasil ao grande
poeta.
d)a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a motivação da viagem do poeta
para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de Marselha.
e)a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte de um passageiro no navio e as
homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
Observe o comando da questão: “de acordo com o texto”, isso indica que essa é uma
questão de compreensão textual.
A indagação afirma que o texto apresenta uma combinação de fatos que deram origem a
notícia falsa da morte do poeta Gonçalves Dias. Vamos analisar os fatos: primeiro, o poeta
estava doente e foi buscar tratamento na Europa (l.10). Segundo, a embarcação, em que ele
estava a bordo, chegou em Marselha com um morto a bordo (l.8). Terceiro, por falta de um
local adequado para os doentes (um lazareto), o navio foi impedido de aportar, obrigado a
permanecer ao mar por 40 dias (l.9).
Esses fatos somados originam a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias, o passageiro mais
famoso a bordo do Grand Condé, que estava doente e o motivo de sua viagem era buscar
tratamento na Europa. E quando morre alguém na embarcação, que não conseguiu aportar,
logo se concluiu que o morto era o poeta.
GABARITO: A
EM DEFESA DA DÚVIDA
Para continuar treinando nossa compreensão e interpretação textual, vamos ler e analisar o
próximo texto:
Em defesa da dúvida
1Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar
2no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza
3a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas,
4que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o
5filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de
6conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro
7passo.
8Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades,
9o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência,
10na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de
11todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados
12como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica,
13que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos
14nossas certezas.
15A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências
16e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz
17um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é
18submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida
19supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já
20produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da
21matéria a ser analisada. A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das
22afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque são mais refletidas e
23devidamente questionadas. (Cássio da Silveira, inédito)
COMENTÁRIO DO TEXTO:
O texto argumenta a favor da dúvida, visto que, de acordo com o autor, ela perdeu
importância. Esse entendimento deixa claro que o título “Em defesa da dúvida” está
empregado no sentido literal, já que o texto apresenta o contraponto da desvalorização da
dúvida na atualidade e seu prestígio na antiguidade.
Ativando nosso conhecimento prévio: recordamos que os diálogos de Platão são os textos
escritos pelo filósofo grego sobre os ensinamentos do seu mestre Sócrates, que achava mais
eficiente a troca direta das ideias, por meio de perguntas e respostas entre duas pessoas, do
que o texto escrito. Por isso Sócrates não deixou obra escrita, o que sabemos sobre ele veio
dos registros do seu discípulo Platão.
Como segundo argumento, o autor cita o filósofo francês Descartes, que considerava a dúvida
o primeiro passo para alcançar o conhecimento, como colocado no trecho: “Descartes
ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a
presença desafiadora da dúvida, como um primeiro passo” (l.5-6).
Ativando nosso conhecimento prévio: René Descartes foi um importante filósofo e matemático
do século XVI, considerado o primeiro filósofo da vertente racionalista, suas principais ideias
eram: que a razão é inata ao ser humano e propôs um método mais preciso para a Filosofia,
garantindo a sua confiabilidade. Assim, como defendia que o conhecimento deveria ser claro
e distinto, excluindo tudo que gera dúvida.
a tese inicial do autor de que a dúvida perdeu seu prestígio, em vista que “a hesitação, a
dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade,
absenteísmo” (l.11-12), ou seja, de acordo com o texto, as dúvidas e incertezas inferem na
nossa competência, proatividade e produtividade, três pontos fundamentais para o mercado
de trabalho do séc. XXI.
Sobre essa questão, podemos ultrapassar o conteúdo do texto, para fazer uma relação com a
teoria do sociólogo Zygmunt Bauman, que defende a teoria de que a sociedade atual pode ser
definida como uma modernidade líquida, em que os desenvolvimentos tecnológicos afetam
diretamente ao ritmo da nossa vida, cada vez mais acelerado, consequentemente, os nossos
relacionamentos são líquidos e efêmeros. Essa associação corrobora para nossa
interpretação do texto, visto que a “urgência de constituímos nossas certezas” (l.13-14) tem
relação imediata com o conceito da sociedade líquida, já que impulsiona o indivíduo a dar
qualquer resposta com convicção, sem ter analisado com calma para ver realmente se aquilo
é válido ou não.
Todavia, o autor contrapõe essa visão atual da dúvida, afirmando que ela “corresponde ao
nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências” (l.15). Sendo a dúvida o
principal e mais forte meio para chegar a uma verdade, pois busca comprovações. Desse
modo, a dúvida é o caminho para o conhecimento mais profundo, pois questiona e contesta
as verdades absolutas, assim possibilita “buscar a verdade funda daquilo que não aparece”
(l.16).
Assim sendo, no último parágrafo, o autor vai expor que o indivíduo que possui uma verdade
absoluta, avalia a questão por um ângulo restrito e se submete aos valores já estabelecidos,
sem investigar ou questionar, logo ele possui uma verdade superficial, um achismo ou senso
comum.
O autor em defesa da dúvida expõe, que mesmo hoje, é o primeiro passo para o caminho das
afirmações, já que “acabam sendo as mais seguras, porque são mais refletidas e
devidamente questionadas” (l.22-23). Então quanto mais duvidamos, questionamos e
refletimos sobre nossa realidade e valores, chegamos mais próximos da verdade.
Questão 01
A valorização da dúvida se deve ao fato de que ela
a)constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades dadas como
irrefutáveis.
b)vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor algumas verdades
definitivas.
c)permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas como
absolutas.
d)contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos seguros de
conhecimento.
e)implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade dispensa qualquer
comprovação.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
Observe:adúvidaéoprincipalelementoutilizadodentrodotexto, consequentemente essa
questão será de compreensão.
Ao ler o texto, percebemos que a dúvida está desvalorizada na atualidade, mas também
evidencia motivos pelos quais deve ser valorizada. Por isso, vamos analisar cada uma das
alternativas:
a)constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades dadas como
irrefutáveis.
ERRADA: é a verdade que é ilusória. A contestação vem exatamente para derrubar essa
verdade ilusória da contestação, a dúvida é o principal meio para chegar a uma verdade.
b)vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor algumas verdades
definitivas.
ERRADA: a dúvida não é um método frágil, pelo contrário, é o método mais solidificado e
mais forte, de acordo com o texto.
GABARITO: C
Questão 02
Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificaram a dúvida, o texto nos
lembra que há
a)quem pulverize a certeza inabalável com que alguns afirmam seus pontos de vista, juízos e
convicções.
b)aqueles que já de saída se apresentam como especialistas infalíveis em temas da política,
da ciência, das artes.
c)aquele que se dispõe a se pronunciar sobre algum assunto depois de ter aberto várias
hipóteses de abordagem.
d)quem sempre suspenda a verdade das aparências, não se furtando a questioná- las antes
de aceitá-las.
e)quem se afasta de julgamentos definitivos para se deter sobre o que há de problemático
numa matéria
COMENTÁRIO DA QUESTÃO:
O comando coloca “o texto nos lembra que há”, se a resposta será tirada de dentro do texto,
essa é uma questão de compreensão.
Para responder essa questão, primeiro, temos que recordar como Descarte e Sócrates
enxergavam a dúvida: como método de contestação das verdades ilusórias. Em contraponto,
o texto nos lembra que, atualmente, “o que não falta são especialistas infalíveis em todos os
assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes” (l.9- 10).
GABARITO: B
Concluo essa aula e me despeço por aqui. Espero que o conteúdo tenha ajudado você no
processo de compreensão e interpretação dos textos. Agradeço a sua presença, mesmo que
distante fisicamente, presente comigo quando escrevo minhas aulas pensando na sua
aprovação. Por fim, meu querido aluno, lembre-se: leia muito e pratique sua compreensão e
interpretação textual. Desejo um ótimo estudo!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Coesão Textual3
Coesão Referencial4
Elementos Endofóricos4
Anafórico5
Catafórico6
Pronomes Demonstrativos6
Distinção entre esse e este9
COESÃO TEXTUAL
Qualquer análise na língua portuguesa é iniciada pela análise gramatical para então passar
para a análise textual. O elemento limítrofe que determina essas análises é a coesão textual.
Essa coesão serve tanto para a interpretação quanto para a produção textual, tendo em vista
que a redação nada mais é do que a interpretação ao contrário. Existem duas formas de
coesão textual que devem ser dominadas para a sua prova: a referencial e a sequencial, as
quais explico brevemente na sequência.
Coesão Referencial
Na coesão referencial um elemento faz referência a outro no intuito de evitar a repetição. Na
fala nós podemos várias vezes repetir o mesmo termo, mas na escrita a constante repetição
remete à pobreza de vocabulário.
O principal elemento da coesão referencial é o pronome. A repetição pode ser evitada por
meio de sinônimos e elipses também, mas o pronome é o principal elemento de
referenciação, até pela sua essência de atuar como substituto para o nome (substantivo), pois
o termo que repetimos na maioria das vezes é um substantivo.
Existem três pronomes em especial que devem ser dominados para que a coesão textual
referencial seja eficaz. SÃO ELES:
Pronome relativo
Pronome demonstrativo
Pronome pessoal oblíquo átono
Coesão Sequencial
A coesão sequencial diz respeito à sequência das ideias empregadas dentro de um texto
(causa, consequência, finalidade, oposição, conclusão e por aí vai). A coesão sequencial é
determinada por meio das proposições e conjunções, mas, o principal elemento é a
conjunção.
Para dominar a coesão sequencial, você tem que, obviamente, dominar as conjunções
coordenativas e as subordinativas adverbiais. São cinco coordenativas e nove subordinativas
adverbiais. Se você dominar essas conjunções, você domina a coesão sequencial, por isso,
não deixe de estudá-las 😉.
COESÃO REFERENCIAL
Neste tópico nossa missão é tentar compreender como os elementos se comportam dentro do
texto. Ao passo que a coerência textual está relacionada ao sentido, a coesão está
relacionada à estrutura. Naturalmente, a coesão auxilia a coerência textual, mas, quando
falamos em coesão referencial, mais especificamente, estamos pensando na estrutura do
texto.
Funciona mais ou menos assim: dentro do texto ora um elemento vai apontar para aquilo que
o sucede, ora para o que o antecede e ora para elementos que estão fora do texto. Esses
elementos são chamados de:
Elementos endofóricos: quando apontam para dentro do texto.
Elementos exofóricos: quando apontam para fora do texto
Elementos Endofóricos
Os elementos endofóricos são aqueles que fazem ligação de um elemento a outro dentro do
texto. Pois bem, se a ligação é somente de elementos que estão dentro do
texto, só há duas formas de efetivar essas ligações, ou se faz referência a um elemento que
já apareceu, ou se faz referência a um que ainda está para aparecer. Ou seja, ou se efetiva
por meio de elementos anafóricos, ou por meio de elementos catafóricos. Vamos aprofundar
esses conceitos.
Anafórico
Um elemento anafórico, dentro do texto, faz referência a outro anterior a ele.
Exemplo: João era casado com Maria. Ontem ele a viu aos beijos com outro homem. Hoje
ambos vivem separados.
No entanto, na escrita nós não temos interrupções externas, o texto é corrido e, portanto,
deve ser o mais objetivo possível. Para que assim o seja, nós utilizamos os elementos de
coesão referencial para substituir os elementos principais, mais precisamente os substantivos,
assim evitamos de repeti-los diversas vezes. Observe como ocorre a referenciação no
referido exemplo:
João1 era casado com Maria2. Ontem ele1 a2 viu aos beijos com outro homem. Hoje
ambos1,2 vivem separados.
João e Maria são os elementos principais da estrutura. O pronome “ele” na segunda oração
faz uma referência anafórica ao termo João, porque este apareceu antes daquele. O pronome
“a” faz uma referência anafórica a Maria, que também apareceu antes do pronome. O termo
“ambos”, na segunda oração, faz referência anafórica à João e Maria.
Catafórico
Um elemento catafórico, no texto, faz referência a outro posterior a ele.
Exemplo: Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes.
Dele eu dó quero a pensão dos meus filhos – Romário.
A coesão catafórica ocorre quando um elemento aponta para outro posterior a ele, quando
aponta para frente.
Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes. Dele eu dó quero a
pensão dos meus filhos – Romário.
Perfeito?! Agora vamos falar sobre os pronomes demonstrativos e como as bancas tentam
confundir os candidatos com o seu uso.
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos este, esse, aquele caem em provas basicamente de duas
formas. A primeira forma é cobrando sua utilização por uma questão espacial, ou seja, para
mostrar onde exatamente se encontra determinado elemento na situação comunicativa. A
segunda forma, a que mais cai inclusiva, é pelo seu uso em processo distributivo, isto é, para
distinguir os elementos apresentados dentro de um texto.
No caso espacial os pronomes demonstrativos são utilizados para definir onde estará um
elemento dentro da situação comunicativa. Nós sabemos muito bem que todo ato de
comunicação gira em torno de dois elementos primordiais: quem fala e quem ouve. Quem fala
é o emissor, e quem ouve é o interlocutor ou receptor.
Quando utilizamos os pronomes demonstrativos para falar sobre alguma coisa, utilizamos o
este e seus derivados para falar daquilo que está próximo ao emissor; o esse para falar de um
elemento próximo do interlocutor, e o aquele, para falar de algo que está longe de ambos.
Muito bem. Elucidações feitas, devo dizer que a prova gosta na verdade de cobrar o processo
de distribuição, que significar fazer uso dos pronomes demonstrativos para fazer referência
anafórica a termos anteriores no texto. Mas veja, é um fato culto da língua que não podemos
fazer três ou mais referências no texto usando os pronomes demonstrativos em uma mesma
estrutura, assim, utilizamos para esse fim somente os pronomes este e aquele. Um fará
referência ao substantivo mais próximo e outro fará referência ao substantivo mais distante.
Embora a frase possa parecer contraditória (afinal, Neymar é um ótimo jogador), o que
pretendi dizer neste momento é que Negueba é craque e Neymar é pereba. O pronome
demonstrativo este faz referência ao termo mais próximo, enquanto o pronome aquele, ao
termo mais distante.
A banca ou pode cobrar esse processo sem cobrar a nomenclatura, apenas por destacar o
pronome e perguntar a quem ele faz referência, ou pode cobrar a nomenclatura, destacando o
termo e perguntado sobre o tipo de coesão que ele realiza (anafórica ou catafórica). Ora, se é
referência ao termo anterior é referência anafórica.
O avaliador poderia ainda florear um enunciado para que pareça uma questão de
interpretação textual, sendo na verdade apenas uma questão de compreensão. Ele pode, por
exemplo, perguntar: “dentre os personagens apresentados no texto, qual é aquele que se
caracteriza por ser um péssimo jogador de futebol?”.
Exemplo:
ISSO (anafórico) → Um beijo: eu quero isso de você.
ISTO (catafórico) → Eu quero isto de você: um beijo.
Tranquilo? Vou me despedindo por aqui. Espero que tenha feito bom proveito da aula e das
dicas, e tomado notas para garantir a massificação do conteúdo. Não deixe de revisar os
tópicos recomendado sobre pronome relativo, pronome demonstrativo e pronome pessoal
oblíquo átono, que são os principais utilizados na referenciação anafórica. Tome um café ou
um chá, alongue o corpo e não demore muito para retomar os estudos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Elementos Exofóricos3
ContextoErro! Indicador não definido.
Hiperônimo e Hipônimo8
ELEMENTOS EXOFÓRICOS
Os elementos exefóricos são aqueles no texto que fazem referência a outro elemento fora do
texto. Isso significa que se não for apresentado um contexto, não há como saber quem é o
referente. Assim, a primeira coisa que devemos lembrar diante de um elemento exofórico é
que eles vão depender de um contexto para uma identificação exata.
Entenda que estamos falando de elementos que estão ou não presentes no texto e que
podem ou não ser constatados no texto. Lembra do exemplo de elemento endofórico de
coesão catafórica que vimos na aula sobre o assunto: “Ele jurou aumentar o salário dos
professores: o prefeito Eduardo Paes”? Quem jurou aumentar o salário? O prefeito Eduardo
Paes (está explicito no texto o referente). Já no
exemplo “Ele usava uma camisa preta bem apertada, mostrando o seu físico. Eu olhei e
reparei que ele também olhava para mim”, quem é ele? Não sabemos, pois não consta
explicito no texto. Por isso dizemos que o referente é extratextual.
Para melhor compreendermos essa questão vamos falar um pouco mais detalhadamente
sobre o conceito de contexto. O dicionário online Michaelis apresenta as seguintes definições
para o termo contexto:
Ora, para que consigamos compreender um texto, é necessário entender em qual momento
ele foi produzido e a que situação externa esse texto se refere, seja direta ou indiretamente. O
contexto é estritamente necessário para descobrirmos sobre quem se fala 😉.
Voltando aos exemplos, na sentença “Amanhã eu faço aniversário” podemos observar alguns
elementos exofóricos, o primeiro deles é o termo “eu”. Vamos destrinchar essa sentença para
termos uma noção mais ampla sobre os elementos exofóricos. Para tanto, peço que recorra a
sua criatividade e imagine a seguinte hipótese:
Você sai de casa, banho tomado, cabelo ajeitado, entra em uma sala de aula –
vai haver um preparatório par concurso públicos. Você está sozinho, não há
sinal de alunos nem de professores; você é o primeiro a chegar na sala. Ao fitar o horizonte, a
primeira coisa com a qual você se depara é a seguinte frase escrita no quadro branco:
“Amanhã é meu aniversário”. Nesse momento, uma voz (a minha, obviamente) sussurra no
seu ouvido as perguntas: Quem escreveu a frase? Quando foi escrita?
A sua resposta para a primeira pergunta será – “Não sei... não sei dizer. Quando eu entrei na
sala a frase já estava no quadro”, e para a segunda será: “não sei quando a frase foi escrita.
Isso é um preparatório para concurso público, deve ter aula todo santo dia e noite nessa
sala... Não tem como eu saber quem escreveu no quadro”.
Veja, você não conseguiu deduzir os mistérios da frase apenas por fazer a leitura dela. O “eu”
escrito no quadro notoriamente aponta para algum referente fora do texto, bem como o
“amanhã” (uma vez que não há como identificar em que dia foi escrito par saber a qual
amanhã fazia referência). Esse é um exemplo da utilização de elementos exofóricos no texto.
E aqui vai uma dica:
No terceiro exemplo, “Eu te amo!”, não sabemos quem é “eu”, tampouco sabemos que é a
pessoa amada. Esses dois elementos apontam para fora do texto. Agora imagine que você
está em uma sala de aula, completamente lotada, você sai para ir ao banheiro, e quando volta
se depara com a seguinte frase escrita a lápis na sua carteira: “Eu te amo”. Só isso e nada
mais. Eu sei que você sabe que esta frase tem elemento exofórico, mas, pergunto-lhe:
quantos elementos são? Um ou dois?
E se você responder que existe apenas um elemento, meu caro, devo dizer que você está
errado. Ora, o “eu”, notoriamente, é exofórico. E, por mais que você diga que sabe que a frase
foi escrita para você, esse conhecimento só foi adquirido por meio do
contexto, afinal de contas, seu nome não está explicito no texto. Desse modo, o “te” também é
um elemento que faz referência a algo que está fora do texto. E se a mesma frase estivesse
escrita na mesa do colega ao seu lado, você saberia ser ela direcionada ao seu colega, mas
isso também em virtude do contexto 😉.
Agora, digamos que a linda frase “eu te amo” sobre sua escrivaninha estivesse acompanhada
de uma assinatura: “Eu te amo. Ass. Amábile Amabilis”. Pois bem, agora sim nos deparamos
com apenas um elemento exofórico, que é o “te”, porque o “eu”, nessa frase, deixou de ser
um elemento exofórico em função da assinatura. O “eu” passou a ser um elemento endofórico
de referência catafórica.
Fechou?! Para encerrar essa questão vamos analisar uma questão de prova.
Questão 1. Assinale a alternativa que indica o tipo de coesão que o pronome demonstrativo
destacado no texto da charge está realizando.
Anafórica Catafórica Dêitica Sequencial
anafórica e catafórica, ocorre quando o elemento está dentro do texto, ou seja, quando é um
elemento ENDOFÓRICO. No exemplo: “Eu quero isto de você: um beijo”, o referente a qual o
pronome demonstrativo faz referência se encontra em posição posterior a ele, DENTRO do
texto, por isso, faz referência catafórica.
Agora, na referida questão, o pronome demonstrativo isto se refere ao soco, correto?! Mas
perceba que conseguimos identificar essa informação somente porque temos uma imagem
que descreve a situação. Em outras palavras, só sabemos que “isto’ se refere ao soco pelo
CONTEXTO. Nesse sentido, a resposta correta é letra c) Dêitica.
Perceba que a charge tem uma espécie de linguagem mista (linguagem verbal + linguagem
não verbal, aquela em que não há a palavra e a comunicação é feita por outros meios, como
gestos, imagens etc.). O mais importante é que no uso da linguagem mista, as linguagens
utilizadas têm igual importância, independentemente de qual apareça mais. Ambas têm a
mesma importância e significação para a interpretação do texto 👍.
verdade, por mais que tudo seja texto, quando falamos de referência anafórica ou referência
catafórica em uma avaliação como esta, estamos obrigatoriamente falando de linguagem
verbal, que deve estar escrita dentro do texto. Beleza?! Vamos para o próximo tópico.
HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO
Hiperonímia e hiponímia indica uma relação hierárquica de significado que uma palavra
estabelece com outra. São termos que parecem complicados, mas são muito simples:
Hiperônimo: expressa o termo geral
Hipônimo: expressa o termo específico
Exemplo:
Os hiperônimos, ou seja, os termos específicos nos exemplos são carro e médico, os demais,
gol e fusca e pediatra e cardiologista, são genéricos (hipônimos).
E quanto ao termo peixe? É um termo genérico ou específico?
Bom, isso depende do contexto. Para que possamos afirmar que um temo é genérico ou
específico deve haver um elemento de comparação. O termo corsa, no exemplo citado, só é
um elemento específico porque temos a palavra carro para comparar a ele e perceber que
carro é maior que corsa, que é o termo genérico (até porque Corsa é um tipo de carro). Do
mesmo modo, as palavras médico, pediatra e cardiologista só podem ser classificadas entre
genéricas e específicas por serem termos que podem ser comparados entre si. Sabemos que
pediatra e cardiologista são tipos de médicos.
Mas o termo peixe está sozinho, então não tem como ser classificado. Mas, digamos que
coloquemos ao lado dele mais um termo: peixe – sardinha, agora sim, comparando um com o
outro, saberemos que sardinha é um tipo de peixe, logo, peixe é o termo genérico e sardinha,
um termo específico.
Ainda, se colocássemos mais um termo: peixe – sardinha – frutos do mar, o termo peixe, em
relação a frutos do mar é específico, e frutos do mar é genérico.
Pergunto-lhe: De acordo com seu conhecimento de mundo, você diria que esse texto está
coeso? Está sim. Mas não podemos dizer o mesmo quando a sua coerência, porque de
acordo com nosso conhecimento de mundo, tomate não é legume, mas sim uma fruta 😉.
Bom, vamos tornar esse texto coerente então:
Agora sim o texto está coerente! Observe que ele parte do geral para o específico, da classe
para os alimentos específicos. Um exemplo de texto que parte do geral para o específico é a
produção que fazemos na prova de concurso público – o texto dissertativo. O normal de um
texto dissertativo é partir do geral para o específico.
Já um exemplo de texto que parte do específico para o geral é o texto jornalístico. Isso porque
cada tipo de texto tem um contrato de comunicação. O jornalista fala do fato primeiro, dos
detalhes de uma ocorrência, como uma morte resultante de uma
tentativa de assalto, de uma jovem de vinte e seis anos, deixando viúvo o marido e órfão o
filho, para então falar sobre algo maior, o elemento genérico, que seria, por exemplo, a
questão da violência nos grandes centros urbanos.
Tranquilo até aqui?! Meus caros, finalizo por aqui as exposições de hoje. Considere retomar o
conteúdo desta aula e da aula passada para ir conectando os tópicos e solidificando a ideia
geral da temática trabalhada. Persista sempre, mesmo diante de dificuldades. O seu esforço
renderá ótimos frutos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Coesão Sequencial3
Condição e Comparação3
Causa e Consequência3
Oposição4
Questões6
COESÃO SEQUENCIAL
A conjunção sequencial diz respeito a relação lógica que estabelecem as conjunções e as
preposições (assim como as locuções conjuntivas e prepositivas) entre as ideias de um texto.
Dentre essas, a estrutura que é mais cobrada em provas é a conjunção. Assim, vamos estuda
algumas conjunções específicas que merecem destaque.
Condição e Comparação
Observe exemplos de estrutura que exprimem a ideia de condição e a ideia de comparação.
Caso precise de mim, telefone.
Assim como o Brasil, outros países latino-americanos estão crescendo.
No primeiro exemplo, o termo caso indica uma ideia de condição, que faz implicar a ideia de
que não devem ligar à toa para a pessoa, somente se realmente precisarem dela”. No
segundo exemplo, a expressão assim como dá uma ideia de comparação, e sugere a
comparação de outros países latino-americanos ao Brasil. Perceba que mediante essa
construção quem ganha maior evidência é o Brasil, pois é como se ele tivesse crescido e
adquirido relevância por primeiro em relação aos demais países.
O emissor não quis comparar o Brasil aos países da América Latina, mas sim os países da
América Latina ao Brasil. Embora a ideia de comparação entre eles seja a mesma, a forma
como foi construída torna o processo diferente.
Causa e Consequência
Muitas bancas trabalham a coesão sequencial com relações de causa e consequência.
Observe os exemplos:
Bebi tanto que passei mal.
Comi bebi muito, passei mal.
No primeiro exemplo “bebi tanto que passei mal” temos um que consecutivo. Você deve
lembrar do macete do tesão, certo?! Quando temos um que que encabeça uma oração
subordinada, e na oração anterior temos palavras intensificadoras como tanto, tal, tão e
tamanho, temos expressa a relação de causa e consequência.
Tanto↔que
Tal↔que
Tão↔que Tamanho↔que
Oposição
As bancas gostam também de cobrar a relação de oposição (adversidade X concessão). A
adversidade serve para enfatizar o argumento, para deixá-lo forte. Já a concessão serve para
minimizar o argumento, ou seja, deixá-lo mais fraco. Exemplos:
Choveu, mas fui à praia (Adversidade)
≠
Fui à praia, mas choveu (Adversidade)
Nos exemplos utilizamos a conjunção mas, que é uma conjunção adversativa que enfatiza o
argumento. Consequentemente, o outro argumento se torna minimizado diante dela. No
exemplo “choveu, mas fui à praia”, a pessoa teve um passeio feliz, pois, embora a chuva
tenha caído, não estragou seu passeio.
-+
Choveu, mas fui à praia.
No segundo exemplo, de igual forma, o primeiro argumento é mais fraco, e o segundo é mais
forte. Todavia, a ideia que essa sentença apresenta é diferente da que a primeira sentença
apresenta. Nesse caso, a pessoa teve um passeio não muito feliz. Ora, a forma como foram
construídas as ideias dá a entender que a chuva atrapalhou seu passeio.
-+
Fui à praia, mas choveu.
Perceba quanta informação é possível extrair a partir de uma conjunção. Por constatarmos
essa diferença sabemos que essas duas frases são diferentes semanticamente.
CABE SALIENTAR que as duas frases são iguais em termos de compreensão, pois ambas
apresentam as ideias de chuva e de ida à praia, mas elas são completamente diferentes em
relação à interpretação, por conta apenas da reescritura. A reescritura dessas informações “ir
à praia” e “chover” alterou o sentido, mesmo tendo a conjunção adversativa como principal
elemento.
-+
Ainda que chovesse, fui à praia.
Embora usássemos conjunções diferentes (mas e ainda que) temos uma ideia de igualdade
no que tange ao valor semântico das mesmas, isso porque minimizamos e enfatizamos as
mesmas informações em ambas estruturas. Elas mantêm o mesmo sentido.
Conectivos adversativos
Mas,Porém,Contudo,Todavia, Entretanto, No entanto...
Conectivos concessivos
Embora, Ainda que, Apesar de, Mesmo que, Por mais que, Conquanto, Malgrado, Não
obstante...
Muito bem, dito isso vamos dar uma olhada em algumas questões a fim de colocar em prática
a teoria.
QUESTÕES
Neste tópico vamos resolver alguns exercícios de coesão referencial e sequencial. Lembre-se
de recorrer aos comentários e gabarito apenas após tentar resolvê-los.
Questão 1. Em uma ideia de coesão referencial, se eu pedisse para você substituir algum
elemento na seguinte frase “O gorila fugiu da jaula. O gorila, no entanto, não feriu ninguém.”,
qual seria?
Obviamente seria a repetição da expressão gorila, certo?! Podemos então evitar essa
repetição de três formas, pense nas melhores palavras:
a)Pronome anafórico
b)Hiperônimo
c)Elipse
Na alternativa c, seu conhecimento de mundo lhe permite identificar diante da elipse que
quem fugiu da jaula foi o gorila. O texto está coeso e coerente, e sequer precisamos
acrescentar um outro elemento no lugar do substantivo gorila para iniciar uma nova sentença.
Questão 2. Rescreva a sentença substituindo o termo destacado pela expressão que mantêm
o mesmo valor semântico.
O gorila fugiu da janela. Ele, no entanto, não feriu ninguém.
a)Portanto
b)Conquanto
c)Porquanto
d)Contudo
Se o candidato não estudou bem as conjunções, ele pode acabar se deixando levar por essa
pegadinha prosódica, em que a maioria das alternativas tem a mesma terminação da
conjunção adversativa no entanto (portanto, conquanto, porquanto), e responder pelo som.
Agora, você que decorou as conjunções faz esse tipo de questão em segundos.
Vamos aprofundar um pouco mais usando o mesmo exemplo, “O gorila fugiu da jaula. Ele, no
entanto, não feriu ninguém.”, para trabalhar outra construção. Assinale a opção que NÃO
pode substituir o termo destacado.
a)Mas
b)Porém
c)Conteúdo
d)Todavia
Você pode racionalmente considerar procurar pela única conjunção que não é adversativa
dentre as opções, mas todas elas são.
Não se engane, a questão tem gabarito sim, e é a letra a) “mas”. A conjunção mas não pode
ser deslocada como a conjunção no entanto. O motivo é simples: a pronúncia fica estranha.
Ora, friso aqui que a conjunção liga orações, então a posição original dela é no meio das
orações.
Questão 3. Em “aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente. Quem nunca usou essas
expressões para traduzir uma emoção?”, o pronome em destaque cumpre o papel coesivo no
texto uma vez que:
Gabarito: Letra A
Questão 4. Fragmento de texto: “... toda relação de emprego (espécie) é uma relação
de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego”.
Caso se substituísse o conectivo “mas” por no entanto, seriam mantidos a correção
gramatical e o sentido do texto.
Comentários: ambas conjunções são adversativas e ambas estariam na posição original da
conjunção.
Gabarito: Correto
Questão 5. Fragmento de texto: Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi
hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até ainda o seja.
No trecho “ou quem sabe até ainda o seja”, o termo “o” classifica-se como pronome e refere-
se ao adjetivo “hospitaleiro”.
Gabarito: Correto
Questão 6. No fragmento “Apesar da minha admiração, fiquei calada”, é possível notar que a
expressão “apesar da” assume valor:
a)Explicativo
b)Concessivo
c)Conclusivo
d)Consecutivo
Gabarito: Letra B
Questão 7. Fragmento de texto: Quanto mais for levado a refletir sobre sua situcionalidade,
sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá” dela conscientemente “carregado”
de compromisso com sua realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser simples
espectador, mas na qual deve intervir cada vez mais.
O termo “porque” poderia, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido do
texto, ser substituído por que.
Comentários: Esse tipo de questão é muito recorrente em provas, mas afirmo: é impossível
trocar um porque junto por um por que separado ou um porquê com acento. Eles são
completamente diferentes.
Gabarito: Errado
Questão 8. Fragmento de texto: Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que passou
para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de uma cidade, administração, forma de
governo. No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a
representar a ação do governo, que, no exercício de sua missão de tutela da ordem jurídica,
busca assegurar a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra violações e
malefícios.
O referente dos sujeitos das orações expressas pelas formas verbais “assumir” e “busca
assegurar” é o termo “Polícia”.
Comentários: Quem assumiu um sentido particular é a Polícia, porém, quem busca assegurar
a tranquilidade pública é o governo. Portanto a questão está incorreta.
Gabarito: Errado
Meu caro, chegamos ao final de mais um material. Espero que esta aula tenha contribuído
muito para seu conhecimento. Não deixe de retomar o conteúdo, e de preferência retome
todos os relacionados à coesão textual e faça um resumo com suas próprias palavras para
solidificar o conhecimento. Mantenha o espírito forte e determinado e não deixe os obstáculos
e o cansaço tirar o seu foco. Desejo ótimos estudos.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Tipo narrativo
Exemplo: Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e
dia, dia e noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria
cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim passavam os dias,
as semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que no dia do Santo, de tanto que seu
fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva
gritou:
Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!
Tipo narrativo
•Sequência de ações ao longo do tempo
•Presença de narrador, personagem, tempo, espaço, enredo e clímax;
•Predominância de verbos de ação;
•Presença de progressão temporal;
•Predominância do presente e do pretérito perfeito.
do narrador.
Exemplo:
Atadolfa disse:
- Ontem choveu muito na região sul.
2.Discurso indireto: o narrador reconta a fala da personagem com suas próprias palavras.
Exemplos: Atadolfa disse que, no dia anterior, chovera muito na região sul. Alterações
gramaticais na mudança de discurso: noções de tempo e pessoa Exemplo: Pedro afirmou:
- Amanhã, irei para minha casa.
Pedro afirmou que, no dia seguinte, iria para sua casa.
3.Discurso indireto livre: mistura entre fala de narrador e personagem, geralmente associada
a fluxos de consciência
Exemplo: Maria caminhava na rua distraidamente, quando tropeçou em uma pedra. Ai, meu
pé, que falta de atenção! Maria seguiu irritada consigo mesma, prometendo-se olhar o chão
com mais cuidado.
Tipo descritivo
Exemplo: “A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem
o marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com
suas águas barrentas desliza lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo
tempo.
•Sequência de características de um ser;
•Predominância de adjetivos e substantivos;
•Ausência de progressão temporal;
•Presença de verbos que não indicam ação;
•Predominância do presente e do pretérito imperfeito
Tipo injuntivo
Exemplo: (...) Pegue a tábua e lixe horizontalmente, até que a tinta se solte por completo.
Depois, passe a primeira camada de verniz. Espere secar por duas horas. Repita o processo.
Depois, utilize um prego para fazer pequenos furos na madeira, onde você deve acrescentar
as bolinhas de algodão. (...)
•Sequências de comandos ou instruções;
•Predominância do imperativo;
•Uso constante de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como “dever”, “ter que”,
“precisar” etc.;
•Predominância da coordenação.
Tipo expositivo
Exemplo: Fotossíntese é um processo fisioquímico realizado pelos vegetais clorofilados.
Estes seres sintetizam dióxido de carbono e água, obtendo glicose, celulose e amido através
de energia luminosa. 12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O + C6H12O6.
Este é um processo do anabolismo, em que a planta acumula energia a partir da luz para uso
no seu metabolismo, formando adenosina tri-fosfato, o ATP.
Tipo argumentativo
Exemplos: “No meu ponto de vista, a pena de morte é negativa, e por isso não deve ser
legalizada. Afinal, que direito temos nós de tirar a vida de alguém? Talvez até a culpa última
do seu comportamento seja a própria sociedade, uma vez que cada pessoa é sempre o
produto da educação que teve e foi moldada pelo ambiente sociocultural em que cresceu”.
•Sequência de argumentos para defender um posicionamento;
•Presença de conectivos de causa-consequência;
•Marcas de subjetividade e expressão de opinião.
OLHOS DE RESSACA
Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera para eles, “olhos de cigana oblíqua e
dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam
chamar assim.Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os
vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da
contemplação creio que lhes deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto
para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto
atribuo que entrassem a ficar crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram
aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do
estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia
daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que
arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser
arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos
espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía vinha
crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me, tragar-me. (Machado de
Assis.
Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro)
1.No texto, o ponto de vista do narrador classifica-se como: A)1ª pessoa – narrador
personagem
B)1ª pessoa – narrador onisciente
C)3ª pessoa – narrador onisciente
D)3ª pessoa – narrador neutro
E)3ª pessoa – narrador personagem
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Intertextualidade3
Paráfrase8
Paródia8
Questões9
Questão 111
Questão 211
Questão 313
Questão 413
Questão 514
INTERTEXTUALIDADE
Você deve estar se perguntando “O que seria a intertextualidade?”. Pois bem, Inter significa
dentro, logo, intertextualidade ocorre quando um texto entra dentro de outro, quando um texto
dialoga com outro, quando faz alusão, menção a outro.
Mas, reconhecer a presença de intertextualidade em um texto pode não ser tão simples
quanto a definição que apresentei. Isso exige conhecimento de mundo e exige prática. Nesse
sentido, fora os conceitos, vamos trabalhar também questões fáceis e questões difíceis de
intertextualidade.
Quando a questão apresenta algo como “espelho, espelho meu, existe algum país mais
corrupto que o meu?”, você deverá se lembrar da fala da bruxa do conto da Branca de Neve.
Naturalmente, quem não lembra disso não acertaria a questão, mas não lembrar disso é
quase improvável, porque a Branca de Neve não aparece só nos livros, mas também em
filmes e em diversos outros meios.
O que seria, então, uma questão difícil?
Contudo, existem questões de intertextualidade muito difíceis também. Em determinada prova
de concurso caiu uma questão uma vez que brincava com um texto de Guimarães Rosa que,
por sua vez, brincava com um texto de Dante Alighieri.
Mas, ainda melhor e em patamar mais elevado está a intertextualidade maravilhosa com o
poema épico de Homero, a Odisseia (que é inclusive uma sequência da Ilíada) que faz James
Joyce na obra Ulisses (1922). O título da obra em si já representa uma intertextualidade.
Ulisses é o Odisseu, mas na Ilíada, o Odisseu vai para a guerra e não retorna, ele fica
quarenta anos viajando na sua odisseia. Naquela época, era permitido que a mulher
arrumasse outro marido para cuidar da lavoura, por ser este um trabalho braçal. Então era
permitido, caso a mulher quisesse assim proceder, relacionar-se com outro homem, afinal de
contas, se o homem não volta da guerra ele é dado como morto, e nisso não há traição.
Mas, e se o homem voltasse dez anos depois? Nesse caso, ele teria que lutar pelo seu direto
sobre a mulher. Mas no caso de Ulisses, da Odisseia de Homero, ele ficou quarenta anos fora
e sua mulher permaneceu por todo esse tempo fiel a ele. Durante esses quarenta anos, para
ocupar o tempo, ela ficava trançando, ou seja, costurando e tricotando.
Já no livro Ulisses, de James Joyce, ele cria esse personagem Ulisses, é claro, brincando
também com outros nomes, com outras situações, pois se trata de outro contexto, outra
época. Nesse contexto há um casal, e o marido, o personagem principal da trama, é um
médico. Esse médico, assim como Ulisses de Homero, viaja a uma cidade
vizinha, só que ele volta no dia seguinte, ele não fica nem vinte e quatro horas. Quando ele
retorna sua mulher já havia dormido com metade da cidade.
Observe a disparidade, enquanto uma permaneceu quarenta anos fiel, sem dormir com
ninguém, a outra dorme com metade da cidade em apenas um dia. Ao se deparar com a
situação o médico a questiona: – “poxa, por que você fez isso comigo?” A resposta que segue
é sensacional, ela diz: – “Porque eu não sei trançar”. Perceba o diálogo, a alusão que James
Joyce faz ao poema de Homero.
Para além disso, nessa mesma obra há uma passagem muito interessante que retrata muito
bem a ideia de fluxo de consciência, em que James Joyce escreve cem páginas, sem marcas
de pontuação, retratando o pensamento da personagem feminina da obra. Não tem uma
vírgula e um ponto sequer, nada de pontuação. Entenda que somente um gênio consegue
fazer isso. “E por que deixar um texto sem pontuação?”
– você perguntaria. Justamente porque sua intenção era representar o pensamento, e no
pensamento não temos nem ponto nem vírgula. O pensamento é rápido, é fluido.
Ora, você deve saber que o gago só gagueja porque o pensamento é muito rápido e seu
aparelho fonador não o acompanha.
Ora, a intertextualidade tem a ver com conhecimento do mundo. E não se iluda achando que
esse tipo de “coisa” não cai em prova, porque cai sim senhor! E é bastante cobrado por
bancas que trabalham bem a partir de texto e que gostam de tirinhas, por exemplo, tais como
a FGV.
Perfeito?! Muito bem, retomando o conceito inicial: Intertextualidade acontece quando há uma
referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras
formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à
outra ocorre a intertextualidade.
Paráfrase
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto,
a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É
dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano
Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” (p.23):
Texto Original
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Cação do exilio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’ Como
era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drumond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Paródia
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as
ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar
seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas
anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma
busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas
humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são
abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito
da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente,
teremos, agora,
uma paródia.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
Nessa paródia o escritor fala da questão da escravidão “minha terra tem palmares”, mas só
vai entender a paródia quem tem conhecimento de mundo, pelo menos histórico nesse caso.
QUESTÕES
Antes de resolvermos a primeira questão gostaria de fazer um adendo em relação ao texto
que ela apresenta. Você provavelmente já leu ou já ouviu essa passagem em algum momento
da sua vida. Em primeiro lugar, observe o texto:
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Muita gente olha para o texto e pensa que é um texto bobo. Mas esse texto tem uma pegada
muito importante, ele trabalha com a questão do existencialismo, com a nossa função na terra
diante do nosso contexto social cultural, é uma poesia praticamente existencialista. Dialoga,
por exemplo, com Sartre, filósofo que falava da questão do existencialismo, escritor da
famosa obra O Ser e o Nada.
O que Drummond quis mostrar é que no meio do caminho sempre haverá uma pedra, e o que
você pretende fazer a respeito? Você vai parar ali no primeiro obstáculo, ou vai contornar a
pedra, ou derrubá-la, chutá-la e cada vez ficar mais forte? É um poema que leva à reflexão.
Muito bem, voltando à questão. A tirinha do Garfield a seguir faz intertextualidade com o
poema de Drummond:
Questão 1. A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela
que:
a)o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
b)o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica
do texto 1.
c)a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes
ao mesmo gênero.
d)os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados
com finalidades distintas.
e)as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá- los como
pertencentes ao mesmo gênero.
Comentários:
a)Isso é impossível. Não é porque o texto B fala do texto A que este perde as suas
características.
b)O texto dois não é um texto literário, mas sim uma tirinha jocosa.
c)O primeiro texto é um poema e o segundo é uma tirinha. São gêneros distintos.
d)A finalidade do primeiro texto é a busca por reflexão, a compreensão sobre a nossa
atividade humana durante a vida inteira. A finalidade do segundo texto, da tirinha, é o riso.
Embora faça alusão ao poema de Drummond, é um texto jocoso que tem por finalidade o riso.
e)Novamente, os textos são diferentes e apresentam linguagens diferentes.
Gabarito: Letra D
Questão 2.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem Uma quentura, um querer bem, um bem
Comentários:
I.O texto faz de fato uma intertextualidade com um texto que está marcado com um asterisco,
que se encontra inscrito, inclusive, na bandeira de Minas Gerais. Nesse sentido a primeira
sentença está correta.
II.A segunda sentença também está correta, é claro, porque o autor brinca com o som da
frase em latim e a traduz como “liberta que serás também”, e ainda o repete.
III.Não está correto, porque o autor além de traduzir o texto de forma errônea, reafirma sua
tradução, o que dá indícios de que ele não está nem aí para a tradução correta da frase.
Gabarito: Letra C
Questão 3.
Gabarito: Letra C
Questão 4. Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso? Ao
usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também emitimos gás
carbônico, um dos principais gases do efeito estufa. Atitudes simples como trocar lâmpadas
incandescentes pelas fluorescentes e puxar da tomada os aparelhos que não estão em uso
reduzirão a sua conta de luz e as nossas emissões de
CO2 na atmosfera.
Planeta sustentável: conhecimento por um mundo melhor
Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto.
a)Intertextualidade, já que se pode notar apropriação explícita e marcada, por meio de
citações, de trechos de outros textos.
b)Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma linguagem que
adota tom pessoal e subjetivo.
c)Ironia, observada no emprego de expressões que conduzem o leitor a outra possibilidade de
interpretação, sempre crítica.
d)Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que destacam a
presença da função referencial.
e)Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente para tratar da
própria linguagem.
Comentários:
a)Não foi empregada a intertextualidade. Trata-se de um texto objetivo e informativo.
b)Se o texto é informativo, é objetivo, logo, não há o que se falar em conotação.
c)Também não há presença de ironia no texto, pois se trata de um texto técnico.
d)O texto referencial se preocupa com a informação, e é essa a principal característica do
texto apresentado na questão.
e)A metalinguagem ocorre quando um texto é explicado através de outro texto, como um
dicionário, em que se tem termos da língua portuguesa explicando outros termos da língua
portuguesa.
Gabarito: Letra D
b)pertinência
c)pressuposição
d)intertextualidade
Comentários: se a questão não tivesse mencionado que o verso pode ser lido como uma
ALUSÃO ao livro de Balzac, muito provavelmente a maioria dos candidatos não perceberiam
a intertextualidade.
Gabarito: Letra D
Fechou?! Tranquilinho?! Meu caro aluno, questões de intertextualidade podem, sim, ser
fáceis, mas podem também ser difíceis, assim, sugiro que para garantir todas as suas
respostas você leia muito, assista a bons filmes, ouça boas músicas, eleve seu nível
intelectual e amplie seu conhecimento de mundo. Existem incontáveis obras de arte que
fazem intertextualidade com outras, magníficas e interessantes. Esse tipo de conhecimento
você leva para a vida toda, e os efeitos de deixar sua mente expandir, criando sinapses por
intermédio deles, também.
Para finalizar, deixo uma frase para reflexão: “motivação faz você começar, hábito faz você
continuar”. Lembre-se: talvez sua motivação seja grande, mas somente o hábito, a constância
pode fazer você passar em um concurso. Ser constante é muito difícil em tudo na vida, mas
se você conseguir alcançar a constância, você com certeza será aprovado em qualquer
concurso.
FUNÇOES DA LINGUAGEM
(A)referencial / conativa
(B)metalinguística / conativa
(C)referencial / metalinguística / fática
(D)emotiva / conativa /
(E)metalinguística / referencial / conativa
2.) Assinale o item que identifica a função da linguagem predominante no seguinte trecho:
“Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente diz que é para ver como seria se fosse”. (Millôr
Fernandes)
(A)poética
(B)referencial
(C)metalinguística
(D)conativa
(E)fática
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Denotação VS Conotação3
Identificando valor denotativo e conotativo4
Questões7
Questão 17
Questão 27
Questão 38
Questão 49
DENOTAÇÃO VS CONOTAÇÃO
Em primeiro lugar, é importante considerarmos e sempre mantermos em mente que os termos
denotação e conotação podem ser escritos de outras formas, como segue:
A ironia disso tudo?? É que o próprio termo “literal” é empregado no sentido literário (sentido
figurado). Tente não se confundir literário remete a
literatura, certo?! Remete aquilo que é fantasioso, que não é real 👍. Se é literal é porque é
real, é original; se é literário é linguagem figurada, é “uma forma de dizer”.
Observe exemplo de frases ambíguas que podem ser interpretadas de mais de uma forma.
Muitas vezes as bancas cobram questões de ambiguidade e não brincam com a questão do
real e do figurado, o que torna a percepção mais difícil ainda. Isso ocorre na sentença
“Atadolfa encontrou Jocrete em seu quarto”, por exemplo. O pronome seu traz uma
ambiguidade de modo que não conseguimos identificar com quem a pessoa está falando.
Quando dizemos que Atadolfa encontrou Jocrete em seu quarto a ambiguidade não é
exatamente em relação a quem está falando, mas sim a quem pertence o quarto. Enfim, o
quarto é de Atadolfa ou de Jocrete? Percebe que a frase
pode ser interpretada das duas formas. O quarto pode ser tanto de uma como de outra. Para
evitar esse tipo de ambiguidade o escritor precisaria criar uma construção mais bem
elaborada.
A sentença “Atadolfa encontrou Jocrete sorrindo” também apresenta uma ambiguidade de
sentido real, são duas possíveis interpretações reais. Mas nesse caso, diferentemente da
frase analisada anteriormente, bastaria uma vírgula para evitar a ambiguidade: “Atadolfa
encontrou Jocrete, sorrindo”. O isolamento do termo sorrindo, faz com que a ação se torne
inerente ao primeiro elemento, a Atadolfa.
Beleza?! Temos que tomar muito cuidado com a questão da ambiguidade, porque nem
sempre a reconhecemos, e isso é especialmente perigoso quando produzimos um texto, por
exemplo, porque incorrer em ambiguidade é como lançar duas ideias em uma mesma frase.
No momento em que se produz um texto ambíguo, ele pode ter um problema de coesão e,
principalmente, de coerência, haja vista a intenção do candidato de dizer uma coisa, mas,
dependendo do contexto, deixar entender outra.
Vamos mover adiante para a resolução de algumas questões relacionadas ao tema. Insisto
que resolva as questões antes de sequer considerar ler os comentários e checar o gabarito
😉.
QUESTÕES
Questão 1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado:
a)Lendo o futuro no passado dos políticos (...)
b)As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c)Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d)Antes do meio-dia, a coluna estava pronta.
e)(...) capaz de cortar com a elegância de um golpe de florete.
Comentários: Se não foram usadas em sentido figurado, significa que foram usadas no
sentido real.
a)A expressão “lendo o futuro no passado dos políticos” é muito literária, então não pode ser
nosso gabarito.
b)A expressão “as fontes é que iam beber em seus ouvidos” também é muito literária, pois
quando vamos a uma fonte somos nós que bebemos da sua água e não ela que bebe.
c)A expressão “setenta e cinco linhas que jogavam da máquina de escrever” também é figura,
pois linhas não jorram.
d)A coluna a que se refere a sentença é a coluna do jornal, para identificar isso obviamente
você precisa de um conhecimento prévio de mundo ou de um texto base que sirva de
contexto para compreensão de que a sentença se refere justo desse tipo de coluna e não de
uma coluna cervical, por exemplo.
e)Essa questão remete a dar um fora em uma pessoa, mas com elegância. Portanto, também
é uma expressão figurada.
Gabarito: Letra D
Gabarito: Letra D
Gabarito: Letra B
Gabarito: Letra A
máscaras. Além disso, a referência já dá uma pista de que a sentença se trata de uma
linguagem figurada, pois foi produzida pelo grande poeta Mário Quintana.
c)Existe trilha como caminho ou trilha musical, mas não existe trilha de espanto.
d)A sentença é denotativa.
e)O tempo não tem mão para abater sobre nós. Além disso, a sentença foi escrita por Carlos
Drummond de Andrade, o que já é um indicativo de que nela contém linguagem literária.
Gabarito: Letra D
Meus caros, chegamos ao término de mais uma aula. Para encerrar, gostaria de deixar uma
mensagem para reflexão: é muito natural não gostarmos daquilo que temos dificuldade para
aprender. Assim como qualquer coisa na vida tendemos a gostar mais daquilo que
conseguimos desempenhar com facilidade. Mas, em se tratando de concurso público você
não pode ter essa perspectiva, pois a matéria a qual você precisa impor maior dedicação é
justamente aquela que é mais difícil para você.
O segredo é sempre o mesmo – a repetição. Dedicar-se até aprender, até compreender. Não
precisa querer elaborar esquemas fora do comum na crença de que eles sim irão te ajudar a
estudar para mascarar o medo da frustração e o medo de não ser bom em algo. O único
segredo que existe para dominar um conteúdo é de fato a repetição. Organize seu tempo para
que você possa exercitar a prática do estudo e alcançar a perfeição por meio da constância.
Dito isso, espeto ter contribuído significativamente para aquisição do seu conhecimento.
Lembre-se:
“Diante de uma dificuldade, substitua o não consigo pelo vou tentar outra vez”.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de linguagem4
Tipos de figuras de linguagem5
Figuras de construção ou sintáticas5
Elipse5
Zeugma6
Pleonasmo7
Anacoluto8
Hipérbato8
Assíndeto e polissíndeto9
Silepse9
Anáfora10
RECAPITULANDO:
Antes de começarmos a estudar as figuras de linguagem é importante revisarmos o conteúdo
de linguagem denotativa e conotativa. Veja o seguinte esquema:
Ao escrever e ao falar precisamos saber exatamente o que queremos dizer e como dizer,
levando sempre em consideração o contexto e quem é o nosso interlocutor. Por isso a
escolha de nosso vocabulário deve ser cuidadosa, pois as palavras e expressões estão
carregadas de intenções. Observe:
Se nossa intenção é trazer palavras no seu sentido literal, com o seu sentido original (do
dicionário), optaremos por uma linguagem real, ou seja, pela linguagem denotativa.
Ex.: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
Se nossa intenção é trazer palavras no seu emprego fora do sentido original, com um
significado diferente do dicionarizado, criado pelo contexto, optaremos por uma linguagem
literária, ou seja, pela linguagem conotativa.
Ex.: Você tem um coração de pedra.
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são os aspectos conotativos das palavras e novas formas de
construir frases, ou seja, o uso da linguagem figurada.
Para ilustrar isso, observe o emprego do vocábulo touro nas frases a seguir:
1.O touro pastava distante do resto da manada.
2.Aquele lutador é um touro.
Na primeira frase, o vocábulo está empregado no sentido denotativo, já que está no seu
sentido dicionarizado: “touro é um boi não castrado, usado como reprodutor”, de acordo com
designação historicamente estabelecida para essa palavra.
Na segunda frase, o sentido da palavra touro é figurado, ou seja, conotativo, já que nesse
contexto, em que a palavra se insere, correspondente a “muito forte”, sentido também
atrelado ao valor cultural do animal touro.
Perceba que ao empregarmos o sentido conotativo da palavra touro, para fazer uma alusão à
força do touro, utilizamos uma figura de linguagem: a metáfora.
3.Figuras de palavras
As figuras de linguagem desse tipo modificam a estrutura sintática da frase definida pela
norma culta, porque o emprego delas desencadeará omissões, repetições, mudança da
ordem e concordância das frases. Consequentemente, atribuirão maior expressividade em
palavras e expressões. As figuras de construção são: elipse, pleonasmo, anacoluto,
hipérbato, assíndeto, polissíndeto, silepse e anáfora.
Elipse
Elipse é a figura de linguagem caracterizada pela omissão de um termo que é facilmente
subentendido, ou seja, a ausência total de um termo. Observe os exemplos:
Cada louco fica com sua mania.
Espero que corras como mandei correr!
Desejo que sejas feliz!
Como processo gramatical, a elipse provoca que um referente passe a ser designado por um
só dos termos de sua designação, o que pode levar a casos de derivação imprópria, que
acontece pela mudança de classe gramatical da palavra.
Zeugma
Zeugma é a figura de linguagem que consiste na omissão de um termo já anunciado antes, ou
seja, a ausência parcial de um termo. Como nos exemplos:
Gosto de literatura; ela gosta de matemática.
Uns foram ao teatro; outros foram ao cinema.
Essa figura de linguagem pode ser considerada um caso particular da elipse, porém, nesse
caso, a palavra ou termo omitido obrigatoriamente foi expresso anteriormente. Então a
repetição do temo fica subentendida, sem prejudicar a compreensão da sentença.
Pleonasmo
Pleonasmo é a figura de linguagem caracterizada pela repetição de um termo na mesma
função sintática: de modo enfático ou de modo vicioso.
OBSERVE O EXEMPLO:
As bonecas, eu as dei para as meninas.
Objeto diretoObjeto indireto
O termo as é pleonástico, pois repete, na mesma função (objeto direto), o termo anterior
bonecas, pode ser chamado objeto direto pleonástico. Nesse caso, a vírgula é obrigatória
porque marca a separação entre o objeto direto e o objeto pleonástico, já que os dois são a
mesma coisa. Aqui o emprego do pleonasmo é para enfático.
Algumas dessas repetições, porém, podem ter valor estilístico e não correspondem a
problemas de construção, como no caso:
Eu vi com estes olhos.
Nesse exemplo, o autor do enunciado pode estar tentando dar ênfase ao fato de ter visto algo
que pode testemunhar com certeza, corresponde a uma expressão cristalizada ou de uso
comum.
Anacoluto
Anacoluto é a figura de linguagem caracterizada pela interrupção de uma frase, de tal modo
que um termo fica sem função sintática. Como no exemplo:
V.T.D.O. I.O.D.
As meninas, é impossível entregar-lhes os prêmios.
Oração principal (O.P.)Sujeito da O.P.
Nesse caso, o termo sublinhado não se encaixa sintaticamente na frase, daí ser considerado
um anacoluto.
Hipérbato
Hipérbato é a figura de linguagem caracterizada pela inversão dos termos da oração ou das
orações no período na ordem direta, ou seja, sujeito + predicado
+complemento. Por isso também é chamada de inversão. Como o exemplo:
Encontrei os alunos que os trabalhos organizaram.
Ordem direta: Encontrei os alunos que organizaram os trabalhos.
“E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, /Brilhou no céu da Pátria nesse instante.”
Ordem direta: O sol da Liberdade brilhou em raios fúlgidos no céu da Pátria nesse instante.
Assíndeto e polissíndeto
Primeiramente devemos lembrar que síndeto significa conjunção, assim, em tradução livre,
assíndeto significa sem conjunção e polissíndeto várias conjunções.
Para entender o emprego dessas figuras de linguagem, observe a enumeração presente nas
frases:
1.- Ela comprou bananas, peras e abacates.
2.- Ela comprou bananas, peras, abacates
3.- Ela comprou bananas e peras e abacates...
A primeira frase não tem nada de diferente segundo a gramática da língua portuguesa, isto é,
o uso de vírgula enumerativa e a conjunção aditiva para unir os últimos elementos, aqui foi
utilizando o sentido denotativo. Já a segunda frase omite as conjunções, só emprega vírgulas
enumerativas, provocando, com isso, uma valorização global do que foi comprado
(assíndeto). Enquanto na terceira frase há a repetição da conjunção e (polissíndeto),
causando a valorização individual de cada produto adquirido.
Silepse
Silepse é a figura de linguagem que corresponde a concordância ideológica, ou seja, a
concordância que é realizada com o sentido da palavra ou com a ideia que expressam, em
lugar de ser feita com a sua forma gramatical.
b)silepse de número (singular ou plural): ocorre quando a concordância se faz com a ideia e
não com o número gramatical, como no caso:
O pessoal, ainda que tardiamente, chegaram bem.
Observe: o termo pessoal tem a carga semântica de se referir a um grupo de pessoas, logo o
verbo no plural faz concordância com esse sentido.
c)silepse de pessoa (1ª, 2ª ou 3ª): ocorre quando há uma troca de concordância, o verbo não
concorda com a pessoa que está no texto, mas sim com a ideia, como na frase:
Os vestibulandos somos muito preocupados.
Observe: houve a troca de são por somos, pois o locutor se inseriu no grupo dos
vestibulandos.
Anáfora
Anáfora é a figura de linguagem caracterizada pela repetição inicial do mesmo vocábulo numa
frase, orações, períodos ou versos sucessivos. Essa repetição é intencional, como um recurso
estilístico para reforçar uma expressão, isso é muito presente na música e na poesia. Veja os
exemplos:
Quando não tinha nada, eu quis Quando tudo era ausência, esperei Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei (À Primeira Vista – Chico César)
Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula. Espero, sinceramente, que tenha
feito bom proveito deste material e que o conteúdo aqui apresentado tenha sido de fácil
compreensão, agregando aos seus estudos. Agora, você está liberado para fazer uma breve
pausa. Aproveite para tomar um chá ou café, descanse e escute sua música favorita, quem
sabe você até identifique alguma figura de linguagem empregada nela. Só não se esqueça de
voltar, viu?!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de pensamento3
Antítese3
Paradoxo ou oximoro3
Eufemismo4
Gradação6
Hipérbole6
Prosopopeia ou personificação7
Perífrase7
Ironia8
Figuras de palavras8
Comparação9
Metáfora9
Diferença entre Metáfora e Comparação11
FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento referem-se às figuras de linguagem que atuam como recurso
linguístico para dar maior expressividade à comunicação, já que combinam ideias e
pensamentos e podem alterar os sentidos dos termos e das relações entre as palavras. As
figuras de pensamento são: antítese, paradoxo, eufemismo, hipérbole, prosopopeia, perífrase
e ironia.
Antítese
Antítese é a figura de linguagem caracterizada pelo emprego de palavras de sentido oposto.
Como está explicitado nos casos:
Paradoxo ou oximoro
Paradoxo é a figura de linguagem que consiste na união de dois vocábulos ou expressões,
cujo sentido se torna incompatível, isto é, uma oposição ilógica resultante da junção de ideias
contraditórias. Também é conhecida como oximoro.
Como:
Esta claridade obscura que cai sobre a paisagem...
Observação: como pode uma claridade (luz) ser obscura (sem luz)?
A voz do silêncio
Observação: como uma voz, que pressupõe produzir um som, estar relacionada ao silêncio,
que pressupõe a ausência de som?
Paradoxo: -doxo, vem de doccia que significa lei e -para tem o sentido de paralelo.
Então, um paradoxo é marcado pela impossibilidade.
Eufemismo
Eufemismo é a figura de linguagem caracterizada pela atenuação, suavização, harmonização
de um pensamento desagradável. Por exemplo:
Judas pensou em pôr termo à vida, arrependido do que fizera. (amenização de suicídio)
O eufemismo também serve para evitar grosserias no convívio social, então é marca de
polidez. Como no exemplo:
O eufemismo também é empregado pelo locutor com a intenção de causar menos impacto ou
evitar atitudes negativas de parte do interlocutor, como, por exemplo, ao tratar de temas
polêmicos (politica, futebol e religião); ao tratar questões sociais (pobreza, violação dos
direitos humanos, estupro, violência), ao tratar de assuntos considerados “tabus” para a
sociedade (sexo, droga), ou para referir as situações tristes (morte, doença ou separação).
Todavia, o eufemismo também pode ser usado para amenizar discursos sociais que
escondem preconceitos enraizados na nossa cultura, muito empregado pela mídia. Um
exemplo disso é o eufemismo empregado para diferenciar pessoas de classes sociais
diferentes, baseado na ideia de que uma pessoa pobre/favelada é ruim e a pessoa rica é boa.
Observe os contextos e as frases:
“Fulano foi preso traficando drogas”
Percebe-se que a segunda frase foi empregue o eufemismo para aliviar a ação cometida pelo
jovem rico, diferentemente do primeiro caso. Esses eufemismos sociais estão impregnados
nos discursos do nosso país.
Gradação
Gradação é a figura de linguagem que corresponde a uma sequência de palavras de força
crescente ou decrescente:
Vai, corre, voa e nos vingue! (Gradação crescente)
Hipérbole
Hipérbole é a figura de linguagem que indica exagero, favorável ou desfavorável, que destaca
uma ideia, muito comum na linguagem publicitária e na linguagem corrente, em que algumas
hipérboles são bastante frequentes: “morrer de rir”, “molhado até os ossos”, “milhões de
vezes”, entre outros.
Prosopopeia ou personificação
Prosopopeia é a figura de linguagem caracterizada pela personificação, animação ou
humanização de um objeto inanimado, ou seja, atribuir para um ser abstrato ou concreto
inanimado uma propriedade de um ser vivo (ser humano ou animal). Por isso, essa figura
também é conhecida como personificação.
Perífrase
Perífrase é a figura de linguagem que consiste em expressar, por um grupo de palavras, o
que poderia ser dito em uma só. Para tanto é necessário mobilizar nosso conhecimento de
mundo para compreender as perífrases.
A perífrase recebe nome de antonomásia quando se refere a um nome próprio, como se fosse
um qualitativo especial. Como nos exemplos:
O Presidente dos Pobres (Getúlio Vargas)
O Pai da Avião (Santos Dumont)
Ironia
Ironia é a figura de linguagem que consiste em empregar determinada palavra ou expressão
em sentido oposto ao seu sentido habitual. Observe os exemplos:
FIGURAS DE PALAVRAS
As figuras de palavras referem-se às figuras de linguagem que atribuem vários sentidos às
palavras, são recursos utilizados para produzir maior expressividade à comunicação. As
figuras de palavras possuem maior incidência nas provas de concurso, são elas: comparação,
metáfora, metonímia e sinestesia.
Comparação
Comparação é a figura de linguagem caracterizada pela aproximação de dois termos entre os
quais existe alguma relação de semelhança ou diferença. Como trata-se de uma comparação
explícita sempre será empregado uma conjunção comparativa: “com”,” como”, “igual”, “que
nem”, entre outros.
Nessa frase, temos uma comparação completa, pois apresenta os quatro elementos: Heitor é
o termo real, touro é o termo figurado, como é o conector e forte é o ponto de comparação.
Metáfora
Metáfora é a figura de linguagem caracterizada pelo emprego de uma palavra com significado
de outra e que, entre ela, há uma relação de semelhança.
Nesse caso, o conector não aparece expresso, pois a metáfora aproxima duas realidades
distintas. Trata-se da substituição de um termo “normal” por um outro pertencente a um
campo semântico diferente, mas com semelhanças possíveis.
A metáfora por ser um recurso estilístico responsável por transpor o sentido literal para o
figurado, é uma das figuras de linguagem mais utilizadas na literatura e na música. Cito
alguns exemplos:
“O amor é um grande laço Um passo para uma armadilha Um lobo correndo em círculos Pra
alimentar a matilha Comparo sua chegada
Com a fuga de uma ilha”
A metáfora pode apresentar elementos implícitos e, algumas vezes, pode assumir a forma de
uma perífrase:
Na primeira sentença, a relação se estabelece de forma mental, pois não apresenta uma
conjunção comparativa que relacione os termos, resultando em uma comparação implícita,
isto é, numa metáfora.
A metáfora possibilita várias interpretações, por exemplo: Jorge é um porco porque cuida
da sua higiene pessoal, tem mau cheiro, não se comporta à mesa, entre outros motivos.
A comparação deixa claro que Jorge é comparado ao porco por não se comportar à mesa,
não há outra interpretação possível, isso porque os termos estão associados por meio da
conjunção.
A metáfora possibilita várias interpretações, por exemplo, que Clara é uma mulher delicada,
bonita, cheirosa.
A comparação deixa claro que Clara é comparado a uma flor por ser cheirosa, não há outra
interpretação possível, isso porque os termos estão associados por meio de uma conjunção
comparativa.
Caro aluno e cara aluna, finalizamos aqui mais uma aula sobre figuras de linguagem. Espero,
sinceramente, que tenha feito bom proveito deste material e que o conteúdo aqui apresentado
tenha sido de fácil compreensão, agregando aos seus estudos. Agora, você está liberado
para fazer uma breve pausa. Aproveite para tomar um chá ou café, descanse e escute sua
música favorita, mas não se esqueça de voltar, viu?!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Figuras de palavras3
Metonímia3
Sinestesia4
Figuras de harmonia ou sonoras5
Aliteração5
Assonância5
Paronomásia6
Onomatopeia6
Questões8
FIGURAS DE PALAVRAS
As figuras de palavras são recursos estilísticos que atribuem vários sentidos às palavras
colaborando para dar maior expressão ao discurso. São as figuras de linguagem com maior
incidência nas questões de concursos. Vamos continuar estudando-as nesta aula, enfatizando
a metonímia e sinestesia.
Metonímia
Metonímia é a figura de linguagem que possibilita a troca de um termo por outro que
representa algo de semelhante, na qual se expressa um conceito por meio de um termo que
designa um outro conceito que está unido a ele por uma relação necessária, como: a causa
pelo efeito, o continente pelo conteúdo, o signo pela coisa significada, o autor pela obra, o
local pelo produto, entre outros.
Observe os exemplos:
A.“Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas.”
(Cruz e Souza)
veludosas = tato
vozes =audição
Aliteração
Aliteração é a figura de linguagem caracterizada pela utilização de palavras que possuem o
mesmo fonema consonantal, ou seja, a repetição de consoantes.
Como nos exemplos:
“Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas.”
(Cruz e Souza)
“Brancas bacantes bêbadas o beijam” (Augusto dos Anjos)
Assonância
Assonância é a figura de linguagem caracterizada pela utilização de palavras com o mesmo
fonema vocálico, ou seja, a repetição de vogais iguais ou semelhantes.
Paronomásia
Paronomásia é a figura de linguagem que ocorre quando se aproximam palavras de sons
parecidos. Nessa figura de linguagem é necessário empregar palavras parônimas, que são
justamente palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida.
Você está confundindo espinafre de caçarolinha com espingarda de caçar rolinha. (dito
popular)
Onomatopeia
Onomatopeia é a figura de linguagem que consiste no emprego de palavra ou expressão que
sugerem um som natural, ou seja, imita o som ou a voz natural dos seres. Importante
evidenciar que a forma que construímos esses sons tem a ver como o processo cultural
relacionado a língua.
Isso é perceptível quando usamos sons para expressar algo, citamos alguns exemplos:
Atchim! (espirro);
Cof, cof! (Tosse);
Miau! (Gato)
Au! Au! (Cachorro);
Tum! Tum! (Coração);
Smack! (Beijo);
Bang! Bang! (Tiro);
Boom! (Explosão);
Ding! Dong! (Campainha).
PALAVRAS ONOMATOPEICAS
Algumas palavras surgem a partir do som:
QUESTÕES
1.Em “[...] a ciência encarou os pesadelos: como algo negativo”, há quais das figuras de estilo
apresentadas a seguir?
A.Pleonasmo e prosopopeia.
B.Sinestesia e antítese.
C.Metáfora e hipérbole.
D.Onomatopeia e comparação.
E.Prosopopeia e comparação.
COMENTÁRIO:
Análise o trecho: “a ciência encarou”, o sujeito da ação de encarar é o substantivo ciência,
que não é um ser vivo, isso atesta a presença de personificação /prosopopeia. Além disso, a
presença da conjunção “como” indica uma comparação entre os termos “pesadelos” e “algo
negativo”.
Gabarito: E
2.“Adoro Dom Casmurro. Não deixo de ler Machado”. Qual a figura de linguagem
predominante acima:
A.Metáfora
B.Metonímia
C.Paradoxo
D.Antítese
E.Eufemismo
COMENTÁRIO:
A expressão “ler Machado de Assis”, na verdade, significa que a pessoa leu a obra de
Machado de Assis, pois é impossível ler o próprio autor a não ser por suas obras. Dessa
forma, há um processo de substituição: o autor substitui a obra, isso indica o emprego de uma
metonímia.
Gabarito: B
Tipos de morfema:
a)Radical → é a parte principal da palavra, que normalmente não muda com as flexões de
gênero, número, pessoa, tempo e modo.
Ex: O radical de cantar é cant, elemento comum a canto, cantasse, cantávamos,
etc.
b)Afixos → é o termo geral que abrange prefixo e sufixo. Prefixo é o afixo que vem antes do
radical e sufixo é o que vem depois do radical.
Ex: Desfazer, infeliz, brasileiro, felizmente.
c)Desinências → são morfemas que se colocam após os radicais. As desinências podem ser
nominais (desinência de gênero e desinência de número) ou podem ser verbais (desinência
número-pessoal e desinência modo-temporal).
Ex: Meninas- Menin (Radical); a (Desinência de gênero); s (Desinência de número).
Juntássemos – Junt (Rad); á (Vogal temática); sse (DMT); mos (DNP)
d)Vogal temática → é a vogal que sucede o radical de verbos ou nomes. Em verbos, indica a
conjugação a que pertencem.
Ex: Estrela, cantar, vender, partir.
e)Tema → é o radical somado à vogal temática. Ex: Canta de “cantar”, vende de vender.
Processos de formação de palavras - são mecanismos internos à própria língua que permitem
criar novas palavras a partir de palavras pré-existentes. Um exemplo é a adição de
determinados elementos – chamados, como veremos, de sufixos – ao final das palavras.
Assim, com o acréscimo do sufixo –eba, formam-se termos novos como natureba ou
mistureba; com o acréscimo de –eiro, formamos palavras como brahmeiro ou marqueteiro. É
claro que, depois de criadas, muitas palavras passam a ser usadas regularmente e as
pessoas se acostumam a elas, deixando de senti-las como neologismos. Assim, a grande
maioria das palavras com –eiro está longe de constituir neologismo – basta pensar em
chaveiro, jardineiro, pedreiro, cinzeiro etc.
DISSERTAÇÃO
TIPOS DE REDAÇÃO
O bom desempenho em provas de redação depende, antes de tudo, de uma justa concepção
do tipo de texto que se pede. Em geral, quando dizemos REDAÇÃO estamos fazendo uma
referência genérica a um dos três tipos possíveis, com os devidos desdobramentos, de
composição em PROSA (estrutura linear).
DISSERTAÇÃO:
É o tipo de texto no qual se apresenta(m) tese(s) seguida(s) de argumento(s) que venha(m) a
comprová-la(s), ou seja, defendem-se pontos de vista. A dissertação distingui-se da descrição
e da narração por ser fruto da – objetividade – razão, enquanto os outros dependem,
majoritariamente, da observação e da imaginação.
A Introdução
A introdução da dissertação traz ao leitor o tema a ser discutido. além de, muitas vezes, trazer
sob qual ângulo a questão será discutida. Dessa forma, é ela quem provoca no leitor o
primeiro impacto, é ela a apresentação de seu texto. Há várias boas maneiras de começar
uma dissertação. As formas abaixo são algumas possíveis, mas, certamente, não são as
únicas.
01.Centralize o título na primeira linha, sem aspas e sem grifo. O título pode apresentar
interrogação desde que o texto responda à pergunta.
02.Faça parágrafos distando mais ou menos dois centímetros da margem e mantenha-os
alinhados.
03.Não ultrapasse as margens (direita e esquerda) e também não deixe de atingi-las.
04.Evite rasuras e borrões. Caso você erre, anule o erro com um traço apenas.
05.Apresente letra legível, tanto de forma quanto cursiva.
06.Diferencie bem as maiúsculas das minúsculas.
07.Evite exceder o número de linhas pautadas ou pedidas como limites máximos e mínimos.
08.Escreva apenas com caneta preta ou azul. O rascunho ou o esboço das ideias podem ser
feitos a lápis e rasurados. O texto não será corrigido em caso de utilização de lápis ou caneta
vermelha, verde, etc. na redação definitiva.
09.Faça a redação com quatro parágrafos, no mínimo, e seis parágrafos, no máximo. O ideal
é que o texto tenha cinco parágrafos.
05.Evite usar palavras como "coisa" e "algo", por lerem sentido vago. Prefira: elemento, fator,
tópico, índice, item, etc.
06.Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mão de sinônimos e
expressões que representem a ideia em questão.
07.Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma breve
menção.
08.A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à
imparcialidade.
09.Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras.
10. Não analisar assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão.
Redação corrigida:
Considerações gerais:
-Cuidado ao repetir palavras muito próximas, pois isso mostra pobreza vocabular. Procure
sinônimos.
-Procure estabelecer um número equilibrado de linhas nos parágrafos.
-Aprofunde a análise de causas e consequências do tema proposto. Isso vai fortalecer a sua
argumentação.
ARGUMENTAÇÃO
Argumentar é apresentar justificativas para uma opinião (ou tese), a fim de convencer o
interlocutor.
Geralmente, os textos argumentativos apresentam inicialmente sua tese, depois argumentam
para defendê-la e, por fim, fazem uma conclusão retomando a tese.
Métodos de raciocínio
•Há duas formas lógicas de conduzir a argumentação, relacionadas aos métodos de
raciocínio:
-Indução;
-Dedução.
Indução
•No método indutivo, partimos de evidências particulares para formular uma conclusão mais
geral.
Exemplo:
-Anteontem, comi uma laranja verde azeda.
-Ontem, comi outra laranja verde azeda.
-Hoje, comi mais uma laranja verde azeda.
-Logo, todas as laranjas verdes são azedas.
Exemplo: Os EUA vêm aplicando a pena de morte há anos, sem obter redução significativa na
taxa de crimes hediondos. Países árabes aplicam a lei marcial e isso não tem trazido efeitos
relevantes no combate à criminalidade. Pesquisas mostram, pois, que a pena de morte não é
uma solução eficaz em nenhum país do globo, de modo que não deveria também ser adotada
no Brasil.
•Casos específicos:
-Os EUA aplicam a pena de morte, mas sem grande sucesso no combate ao crime;
-Países árabes aplicam a pena de morte, mas sem grande sucesso no combate ao crime;
•Conclusão generalizante:
-A pena de morte não é uma solução eficaz em nenhum país do globo.
Dedução
•No método dedutivo, partimos de uma certeza genérica para concluir algo relativo a um caso
particular.
Exemplo: Estrutura do silogimo
Toda planta faz fotossíntese. (Regra geral)
As samambaias são plantas. (Caso específico) Logo, as samambaias fazem fotossíntese.
(Conclusão específica)
Exemplo: Todos sabem que as cidades brasileiras sofrem com problemas de trânsito e
carecem de alternativas de transporte coletivo mais velozes. São Paulo cresceu demais nos
séculos XX e XXI, de modo que, hoje, as avenidas da cidades estão abarrotadas de veículos,
especialmente no horário do rush. Melhorar o sistema metroviário da cidade de São Paulo é,
pois, urgente.
Tipos de Argumentação
•Para respaldar uma tese, diversos tipos de argumentos podem ser empregados:
-Dados estatísticos;
-Exemplos;
-Relações de causa-consequência;
-Testemunhos de autoridade;
-Contra-argumentos.
Dados estatísticos
•Expressam numericamente um fato defendido na tese do texto;
•Sugerem respaldo científico à tese;
•Não devem ser inventados;
•Podem ser aproximados.
não de itens de luxo, mas de bens para classe média baixa. Os pequenos empresários
precisam atender melhor essa parcela da população, que cresce de forma vertiginosa.
Exemplo: Diversos países, entre eles os EUA, aplicam a pena de morte, como tentativa de
aplacar a violência. No entanto, os estadunidenses têm percebido pouca redução efetiva na
criminalidade graças à pena capital, o que mostra a ineficácia de tal punição. É preciso, em
vez de matar o criminoso, dar condições sociais dignas a cada cidadão, para que este não
venha a se envolver com o mundo do crime.
Relações de causa-consequência
•Fortalecem o texto na medida em que situam a tese diante de uma cadeia de outros fatos;
•Devem ter suas relações coesivas bem explícitas, com conectivos causais, explicativos,
conclusivos e/ou consecutivos.
Relações de causa-consequência
Exemplo: É preciso, com urgência, construir mais escolas, e não presídios. Além de um jovem
instruído ter muito menos chances de entrar para o mundo do crime e mais consciência dos
reflexos de suas ações sobre a sociedade, do ponto de vista financeiro a escola também é
uma opção mais viável: um aluno custa ao país muito menos que um presidiário, e dá frutos
muito mais promissores.
Testemunhos de autoridade
•Trata-se da fala de pessoas renomadas, de competência notória sobre o tema discutido;
Contra-argumentos
•Contra-argumentar é apresentar uma ideia oposta à sua, para logo depois derrubá- la por
meio de argumentos seus;
•A contra-argumentação antecipa possíveis questionamentos do interlocutor;
•Seu contra-argumento deve estar ligado à ideia alheia combatida por um conectivo de
oposição.
Contra-argumentos
Exemplo: Muitos afirmam que a prioridade ambiental brasileira é a preservação da Amazônia.
No entanto, se não se tomar cuidado com outros ecossistemas, tais como o Pantanal e o
Cerrado, danos ainda maiores podem ser acarretados ao meio ambiente e ao homem, visto
que nessas regiões há maior povoação humana e, portanto, maiores riscos de degradação.
Coerência e argumentação
Coerência textual: Fenômeno que garante interpretabilidade ao texto, ou seja, que ele possa
ser lido e compreendido pelo interlocutor.
Todo texto deve ser coerente, especialmente o argumentativo, pois disso depende o
convencimento ou não do interlocutor.
Regra da repetição (ou regra da coerência sintática) – Ao longo da exposição das ideias, é
preciso que as partes do texto se conectem entre si, de modo que cada nova (rema)
informação remeta à antiga (tema).
Exemplo:
A crescente onda de roubo de obras de arte preocupa diretores de museu e galerias. Tendo o
índice desses crimes aumentado tanto nos últimos anos, hoje equipamentos de última
tecnologia são utilizados para proteger telas, esculturas e outros patrimônios culturais.
Regra da progressão – Ao mesmo tempo em que um texto precisa retomar, por meio de
mecanismos coesivos, termos que já haviam sido mencionados, é preciso que haja renovação
dos conteúdos, com progressão temática.
Exemplo:
A crescente onda de roubo de obras de arte preocupa diretores de museu e galerias. Tendo o
índice desses crimes aumentado tanto nos últimos anos, hoje equipamentos de última
tecnologia são utilizados para proteger telas, esculturas e outros patrimônios culturais.
Regra da não-contradição (ou coerência semântica) – um texto coerente não pode contradizer
uma informação apresentada por ele anteriormente.
Exemplo:
Foi com Gil Vicente que nasceu o teatro em Portugal. As manifestações teatrais anteriores a
este autor, de caráter religioso e profano, dirigidas ao povo ou à corte, eram rudimentares
Informações implícitas
Na construção de argumentação de um texto, há informações que estão explícitas (lidas por
referência) e informações que estão implícitas (lidas por inferência).
As informações implícitas podem ser de dois tipos:
-pressupostos;
-subentendidos.
Pressuposto: condição implícita para que outra afirmação seja verdadeira. Está sempre
marcado por uma pista textual específica.
Exemplos:
Posto: Mário, apesar de jovem, dirige bem. Pressuposto: Jovens dirigem mal.
Pista textual: Apesar de
Posto: Maria é a nova namorada de Pedro. Pressuposto: Pedro já teve outra namorada. Pista
textual: NOVA
Subentendido: inferência contextual, percebida não por uma pista no texto, mas pelo
conhecimento de mundo e pelo conhecimento prévio do interlocutor.
Exemplos:
Sua monografia está ótima; não há erros de grafia no seu nome. Maria ama muito seu marido:
até o abraça no Natal.
CONCLUSÃO
O parágrafo de conclusão
•O parágrafo de conclusão tem como funções retomar, de forma resumida, o conteúdo do
texto e acrescentar um fechamento a ele.
•Em textos expositivos, a conclusão apenas recapitula os tópicos elencados nos parágrafos
de desenvolvimento.
•Em textos argumentativos, a conclusão arremata a tese defendida ao longo da redação, a fim
de convencer o leitor como resultado lógico de tudo o que foi dito.
A conclusão
•Não se devem acrescentar argumentos na conclusão.
•Em textos argumentativos, o fechamento do parágrafo de conclusão pode conter uma frase
de efeito.
•O parágrafo de conclusão pode ser introduzido por um conectivo como portanto, então,
desse modo etc.
A conclusão
•Do ponto de vista lógico, uma conclusão é sempre inferida a partir de premissas (os
argumentos, no caso do texto argumentativo).
•O modo como os argumentos são encadeados define a conclusão a que o texto vai chegar,
segundo o método de raciocínio empregado.
Modelos de Início de Conclusão
Apresentam-se, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a conclusão. Não tomem
estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje
incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será
incluso em sua dissertação. Só depois disso, use estas frases:
Em virtude dos fatos mencionados ...
Redação perfeita:
A comemoração ao dia Sete de Setembro perdeu, para a maioria dos brasileiros, o sentido
essencial da Independência, para ser apenas mais um feriado qualquer, ou seja, uma
oportunidade de fugir aos compromissos do trabalho ou da escola. Duas hipóteses podem ser
apontadas para esse fato: o descrédito nas autoridades, que não conseguem, ou não querem,
solucionar a condição de precariedade de boa parte do povo, e o enfraquecimento da
consciência nacionalista, a qual não tem sido adequadamente estimulada nas escolas ou
pelos meios de comunicação.
A situação de crise socioeconômica por que passam milhões de brasileiros é atribuída, por
muitas pessoas, aos governantes. Estes, por sua vez, demonstram um certo descaso quanto
ao problema daqueles, uma vez que as medidas políticas tomadas pelas autoridades
responsáveis são atitudes paliativas, que não visam a resolver os problemas em sua origem.
Em função disso, o sentimento de descrédito de boa parte da população por seus
representantes acaba se refletindo em um desinteresse pelos aspectos nacionais.
Em função dos aspectos apresentados, o povo brasileiro vem a cada ano perdendo o espírito
nacionalista, devido a diversas decepções políticas e à falta de incentivo patriótico nas
escolas. Como consequência desse processo, o feriado de Sete de Setembro perdeu, para
muitos, a devida importância. É preciso, entretanto, que o sentimento de amor à pátria não
esmoreça no coração dos brasileiros, pois é exatamente disso que se aproveitam os
corruptos - os verdadeiros inimigos do Brasil.