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Lei Do Sistema Nacional de Educação Moçambicana

1. O documento aprova dois regulamentos: o Regulamento sobre os Diques de Proteção contra Cheias e Inundações e o Regulamento da Lei do Sistema Nacional de Educação. 2. O Regulamento sobre os Diques estabelece medidas e procedimentos para a gestão sustentável dos diques de proteção contra cheias, incluindo sua classificação, avaliação periódica, cadastro e demarcação. 3. O documento também decreta a entrada em vigor do Regulamento sobre os Diques na data da sua publicação.
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Lei Do Sistema Nacional de Educação Moçambicana

1. O documento aprova dois regulamentos: o Regulamento sobre os Diques de Proteção contra Cheias e Inundações e o Regulamento da Lei do Sistema Nacional de Educação. 2. O Regulamento sobre os Diques estabelece medidas e procedimentos para a gestão sustentável dos diques de proteção contra cheias, incluindo sua classificação, avaliação periódica, cadastro e demarcação. 3. O documento também decreta a entrada em vigor do Regulamento sobre os Diques na data da sua publicação.
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Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 I SÉRIE —

­ Número 183

BOLETIM DA REPÚBLICA
   PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. Regulamento Sobre Diques de Protecção


Contra Cheias e Inundações
AVISO
CAPÍTULO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma Disposições gerais
por cada assunto, donde conste, além das indicações ARTIGO 1
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
(Definições)
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim
da República». O significado dos termos usados no presente Regulamento
constam do Glossário, em anexo.

ARTIGO 2
(Objecto)
SUMÁRIO
O presente Regulamento tem por objecto a gestão sustentável
Conselho de Ministros: dos diques de protecção contra cheias e inundações, bem como
estabelecimento de critérios para a sua construção, gestão,
Decreto n.º 78/2019:
operação, manutenção e segurança.
Aprova o Regulamento sobre os Diques de Protecção contra
Cheias e Inundações. ARTIGO 3
Decreto n.º 79/2019: (Âmbito)
Aprova o Regulamento da Lei do Sistema Nacional de Educação. 1. O presente Regulamento aplica-se aos diques que protegem
as áreas susceptíveis à cheias e inundações por águas superficiais
dos rios interiores que excedem o maior nível ordinário de suas
águas, nos termos do disposto no artigo 3 da Lei n.º 16/91,
CONSELHO DE MINISTROS de 3 de Agosto.
2. Os diques de protecção constituem obras de domínio
Decreto n.º 78/2019 público, de acordo com o n.º 2 do artigo 1 da Lei n.º 16/91,
de 3 de Agosto – Lei de Águas.
de 19 de Setembro
ARTIGO 4
Havendo necessidade de estabelecer medidas e procedimentos
que assegurem a gestão sustentável dos diques de protecção (Gestão de Risco de cheias e inundações)
contra cheias e inundações pelas águas superficiais dos rios, ao 1. A entidade de nível central responsável pela gestão
abrigo do disposto no artigo 75 da Lei n.o 16/91, de 3 de Agosto, dos recursos hídricos desenvolve uma estratégia nacional
o Conselho de Ministros decreta: e específicas de gestão de risco de cheias e inundações.
Artigo 1. É aprovado o Regulamento sobre os Diques 2. A estratégia nacional de gestão de risco de cheias
de Protecção contra Cheias e Inundações, em anexo, que é parte e inundações referida no n.º 1 do presente artigo é desenvolvida,
integrante do presente Decreto. seguindo as seguintes etapas:
Art. 2. Compete ao Ministro que superintende a área a) Identificação do risco de cheias e inundações;
de recursos hídricos aprovar as normas técnicas e adoptar b) Avaliação do risco de cheias e inundações;
medidas complementares necessárias para a sua implementação. c) Medidas de redução dos riscos;
Art. 3. O presente Decreto entra em vigor na data da sua d) Seguro de cheias e inundações.
publicação.
3. A estratégia nacional de gestão de risco de cheias
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Julho e inundações é aprovada pelo Conselho de Ministros.
de 2019. 4. A estratégia especifica de gestão de risco de cheias
Publique-se. e inundações é aprovada pelo Ministro que superintende a área
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. dos recursos hídricos, ouvido o Conselho Nacional de Àguas.
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CAPÍTULO II ARTIGO 10
Classificação dos Diques (Cadastro)
ARTIGO 5 1. Os diques de protecção contra cheias e inundações constam
(Classes dos Diques) do Cadastro Nacional dos Recursos Hídricos.
2. Cabe às entidades regionais responsáveis pela gestão de
1. Os diques de protecção contra cheias e inundações agrupam-
recursos hídricos fazer o levantamento e registo de todos os
se nas classes seguintes de acordo com o risco:
diques existentes nas bacias hidrográficas sob sua jurisdição no
a) Classe I, cujo período de retorno é maior que 50 anos; Cadastro Nacional de Recursos Hídricos e proceder à respectiva
b) Classe II, cujo período de retorno é de 20 a 50 anos; actualização.
c) Classe III, cujo período de retorno é de 10 a 20 anos.
3. O cadastro mencionado no número 1 do presente artigo
2. Os períodos de retorno, referidos no número anterior são deve conter informações sobre as características dos diques,
iguais, para cada secção do dique. nomeadamente:
ARTIGO 6 a) Classe;
b) Período de retorno;
(Competência para classificação)
c) Materiais aplicados na construção;
O Ministro que superintende a área de recursos hídricos d) Largura da base;
aprova o modelo da classificação dos diques de protecção contra e) Largura da crista;
cheias e inundações, sob proposta da entidade do nível central f) Altura;
responsável pela gestão de recursos hídricos, ouvido o Conselho g) Inclinação dos taludes;
Nacional de Águas. h) Comprimento e localização.
ARTIGO 7
ARTIGO 11
(Avaliação periódica)
(Demarcação)
1. Os diques de protecção contra cheias e inundações são
avaliados a cada 10 anos, ou sempre que se mostre necessário, 1. A entidade regional de gestão de recursos hídricos, em
sob proposta da entidade de nível central responsável pela gestão coordenação com os serviços de geografia e cadastro procedem
dos recursos hídricos. à demarcação dos locais dos diques.
2. A avaliação periódica mencionada no número anterior 2. A entidade regional de gestão de recursos hídricos deve
obedece uma abordagem coerente e sistemática para a gestão de assegurar que a linha de margem, os leitos, as margens e as
risco de cheias e inundações, de modo a adequar determinado zonas inundáveis adjacentes que se encontrem cadastrados no
nível de segurança. Cadastro Nacional de Recursos Hidricos, e sejam demarcados de
acordo com os períodos de retorno correspondentes às normas
CAPÍTULO III de segurança.
Normas para a gestão dos diques de protecção 3. A demarcação deve ter em conta uma zona de servicos em
ARTIGO 8 redor do dique, para garantir a sua estabilidade, sendo para:

(Gestão dos diques)


a) Classe I de 60 metros,
b) Classe II de 40 metros;
1. A gestão dos diques de protecção contra cheias e inundações c) Classe III de 20 metros.
compreende:
4. A entidade regional de gestão de recursos hídricos, em
a) A manutenção orientada para a concretização de normas coordenação com os serviços de Geografia e Cadastro, demarca
de segurança; a área protegida contra inundações do dique.
b) A restrição de actividades que ponham em causa 5. Todos os diques de protecção contra cheias e inundações
a segurança e estrutura do dique. estão sujeitos ao regime de zonas de protecção parcial, conforme
2. A gestão dos diques de protecção contra cheias e inundações definido na Lei de Terras.
é feita tendo em conta a coordenação institucional, envolvendo
os diversos interessados e beneficiários dos diques, entre os quais: CAPÍTULO IV
a) Os responsáveis pela construção e manutenção Gestão de Diques
dos diques; ARTIGO 12
b) Os Comités de Bacia.
(Entidades envolvidas)
ARTIGO 9
A gestão de diques é exercida pelas seguintes entidades:
(Normas de segurança) a) Entidade de nível central competente na gestão
1. Para cada dique de protecção contra cheias e inundações, a de recursos hídricos;
norma de segurança é fixada tendo em consideração os níveis de b) Entidade de nível regional competente na gestão
cheias máximas e o período de retorno que o dique pode suportar da bacia hidrográfica, localizada na respectiva área
ou outros factores que determinam a capacidade de protecção. de jurisdição;
2. As normas de segurança são aprovadas pelo Ministro que c) Entidade nacional de controlo de qualidade na área
superintende a área dos recursos hídricos. de obras públicas.
19 DE SETEMBRO DE 2019 3885

ARTIGO 13 ARTIGO 15
(Competências da entidade central competente na gestão (Entidade nacional de controlo de qualidade na área
de recursos hídricos) de obras públicas)

Compete a entidade de nível central na gestão de recursos Compete a entidade nacional responsável pelo controlo
hídricos: e qualidade efectuar as inspecções e elaborar pareceres em
a) Participar na planificação espacial, através da informação caso de ocorrências excepcionais ou de circustâncias anómalas,
sobre as zonas vulneráveis à cheias e o contorno comunicando os seus resultados à Entidade Regional de Gestão
hidráulico para os sistemas de diques; de Recursos Hídricos.
b) Supervisionar a gestão e manutenção de diques feitos ARTIGO 16
pelas entidades regionais, responsáveis pela gestão de (Inspecções)
recursos hídricos e de mais entidades;
c) Estabelecer normas de segurança dos sistemas de diques; 1. A equipa de inspeccão é constituída por técnicos indicados
d) Desenvolver uma estratégica de gestão de risco nacional pelas entidades regionais de gestão de recursos hídricos, entidade
e especificas por cada área susceptível à cheias nacional de controlo de qualidade na área de Obras Públicas
e inundações por águas superficiais que excedem e Inspecção-Geral de Obras Públicas.
2. A equipa referida no n.º 1 do presente artigo inspecciona
o maior nível ordinário de água;
o dique de:
e) Avaliar os relatórios;
f) Autorizar projectos para a construção, reabilitação, a) Seis em seis meses;
manutenção ou desvio de dique de protecção de b) Um mês antes do início da época chuvosa;
classe III; c) Imediamente a seguir ao fim da época chuvosa;
g) Autorizar projectos para a construção, reabilitação, d) Sempre que se mostre necessário.
manutenção ou desvio de dique de protecção de clas- 3. O proprietário do dique deve garantir o acesso à equipa
-se I e II quando proposto pelo sector privado; de inspecção.
h) Estabelecer as taxas para a manutenção do dique, sob
proposta da administração regional de águas. ARTIGO 17
(Equipa de inspecção e controlo)
ARTIGO 14
1. A organização responsável pela inspecção e manutenção dos
(Competências da entidade regional competente na gestão diques deve criar uma equipa de inspecção e controlo de diques.
de recursos hídricos) 2. A equipe referida no número anterior apresenta relatórios
Compete a entidade regional competente na gestão de recursos às entidades regionais de gestão de recursos hídricos sobre
hídricos: as conclusões das visitas de inspecção.
3. Os resultados da inspecção são objecto de apreciação
a) Fazer a manutencao dos diques;
e discussão pela entidade regional de gestão de recursos hídricos,
b) Supervisionar a condição da estrutura dos diques
com envolvimento das partes interessadas no Comité ou Utentes
de protecção privados em sua jurisdição, nos termos
das Bacias.
das normas de segurança previamente aprovadas;
c) Garantir o cumprimento integral do presente Regulamento; ARTIGO 18
d) Designar, para cada dique, uma equipa de coordenação
(Plano de gestão operacional)
de gestão operacional;
e) Preparar um plano de gestão operacional; 1. O plano de gestão operacional deve conter:
f) Garantir a inspecção, controlo, operação ou manutenção a) Um conjunto de medidas necessárias para o desenvol-
de dique; vimento, operação e protecção de diques de protecção
g) Receber os relatórios provenientes das inspecções contra cheias e inundações, com indicação dos prazos
e adoptar as medidas de segurança recomendadas; associados;
h) Preparar projectos e a terceirização de obras b) Recursos financeiros necessários para a implementação
de ampliação, construção, reabilitação ou manutenção do plano e da gestão a ser realizada.
de diques de classe I e II; 2. O plano referido neste artigo é revisto anualmente e sempre
i) Interditar a realização de obras ou actividades que necessário.
que coloquem em risco a segurança dos diques; 3. Na preparação do plano de gestão operacional, as entidades
j) Aplicar sanções e outras medidas administrativas pela regionais de gestão de recursos hídricos devem envolver
violação de normas de segurança; os utentes das bacias.
k) Cobrar as taxas relativas aos encargos de manutenção,
gestão e construção dos diques; ARTIGO 19
l) Indicar um ou mais beneficiários que têm a obrigação (Envolvimento dos utentes)
de manter, inspeccionar ou de outra forma contribuir
para a gestão do dique; 1. Os utentes das bacias devem estar envolvidos pelas entidades
m) Elaborar a proposta de classificação dos diques regionais de gestão de recursos hídricos na gestão de diques,
de protecção contra cheias e inundações na respectiva incluindo:
área de jurisdição territorial; a) O tipo de medidas de manutenção;
n) Executar os trabalhos de manutenção regulares, de acordo b) Os encargos financeiros;
com o plano de gestão operacional e, eventualmente, c) A qualidade das inspecções e controlo;
as obras de reparação de emergência durante as cheias d) Um esboço do plano de gestão operacional, referido
e inundações. no artigo 17.
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2. Os utentes das bacias devem ser consultados sobre b) Definição preliminar do alinhamento do dique
as medidas a serem tomadas no uso ilegal dos diques, sem e do corredor do dique;
prejuízo da entidade regional de gestão de recursos hídricos impor c) Reconhecimento do terreno;
sanções por infracções ao presente Regulamento. d) Levantamento topográfico;
e) Prospecção geotécnica e testes laboratoriais;
ARTIGO 20 f) Avaliação das condições de drenagem da planície
(Benefíciários e representatividade) de inundação;
g) Avaliação dos materiais da fundação e das áreas
1. Os beneficiários de diques são pessoas singulares ou potenciais de empréstimo;
colectivas, protegidas contra cheias e inundações na sua área h) Avaliação das potenciais causas de falhas do dique;
geográfica. i) Definição dos critérios de dimensionamento;
2. Os beneficiários dos diques devem estar representados j) Definição de estruturas de drenagem;
no Comité de Bacia ou por outra forma de organização. k) Estimativa de quantidades e custos;
ARTIGO 21 l) Relatório preliminar do projecto;
m) Consulta pública;
(Relatórios) n) Comentários do proprietário do dique, dos beneficiários
1. No fim de cada inspecção, a equipa de coordenação da e de outros intervenientes.
gestão operacional dos diques deve submeter às entidades ARTIGO 25
central e regionais de gestão de recursos hídricos um relatório
com constatações e recomendações sobre medidas a serem (Elementos da proposta do projecto detalhado)
implementadas para garantir a manutenção e segurança do dique. 1. A proposta deve conter os seguintes elementos:
2. O relatório referido no número anterior, deve conter uma
a) Justificação para o projecto, diante da previsão
avaliação de segurança para o dique de protecção, em linha com
de ocorrência de águas superficiais com nível
as normas de segurança.
elevado e outros factores de risco de inundações,
3. Se a avaliação da segurança do dique indicar razões para
e considerando a identificação da área protegida
a construção, reforço, ou desvio de um dique, o relatório deverá
e das actividades económicas e o imobiliário existente,
conter uma descrição dessas medidas e um prazo, para a reposição
de acordo com a abordagem passo-a-passo;
do funcionamento do dique.
b) O registo das partes interessadas, particularmente na área
CAPÍTULO V protegida pelo dique e os beneficiários do mesmo;
c) As medidas a serem tomadas, relacionadas com as
Projectos dimensões, a construção e a situação do dique, em
ARTIGO 22 termos de altura, crista, inclinação e outros aspectos
(Elaboração de projectos) técnicos, com vista à execução do trabalho relacionado
a um dique de protecção;
1. A construção, reabilitação ou desvio de um dique d) As medidas a serem tomadas, visando anular ou limitar
de protecção devem ser autorizados, antecedidos de um estudo os efeitos adversos da execução do trabalho, incluindo
de impacto ambiental e social e o respectivo projecto. medidas para mitigar os impactos ambientais e sociais,
2. Os projectos são elaborados por empresas de consultoria na medida em que essas precauções estão directamente
reconhecidas pelo Ministério que superintende a área de Obras ligadas à execução do trabalho;
Públicas. e) As medidas a serem tomadas para promover a importância
ARTIGO 23 da paisagem ou da natureza, visto que estas estão
directamente relacionadas com a execução do trabalho.
(Organização do projecto)
2. Se o plano envolver um desvio do dique de protecção,
O projecto deve conter as partes escritas e desenhadas, ele deverá conter as medidas a serem tomadas com relação
necessárias para definir totalmente o trabalho e justificar a sua à adaptação ao ambiente do local onde o dique de protecção
concepção e outras partes que a entidade regional de gestão de original estiver localizado e ao local onde o novo sistema
recursos hídricos do local onde se encontra o dique considerar de protecção de defesa contra cheias e inundações será construído.
apropriado, no que respeita às soluções técnicas para a estabilidade 3. As notas explicativas do plano devem indicar as consequências
do dique e análise dos impactos ambientais. da implementação do Plano e como os interesses relevantes serão
tidos em conta.
ARTIGO 24
ARTIGO 26
(Fases da preparação do projecto)
(Aprovação do projecto)
1. A preparação do Projecto deve seguir as seguintes fases:
a) Definição do Desempenho e Objectivos; 1. Sob parecer da entidade regional de gestão de recursos
b) Projecto Preliminar; hídricos, a entidade central responsável pela gestão dos recursos
c) Projecto Detalhado. hídricos aprove o projecto, de acordo com a legislaçao relativa
ao uso da água, em vigor.
2. A passagem à fase seguinte do projecto apenas pode ocorrer 2. A aprovação do projecto depende:
após a aprovação pela entidade regional de gestão de recursos
a) Da avaliação positiva do impacto ambiental;
hídricos da fase em curso.
b) Da aprovação da entidade competente, de acordo com o
3. O projeto preliminar está dividido nas seguintes etapas: regime jurídico aplicável à contratação de empreitada
a) Colecta de dados hidrológicos, morfológicos de obras públicas, fornecimento de bens e prestação
e geotécnicos; de serviços ao Estado.
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CAPÍTULO VI d) Não cumprimento da obrigação, por parte do titular


da licença ou concessão, de suspender os trabalhos
Regras de uso
e alterar ou demolir aqueles que prejudiquem
ARTIGO 27 a conservação, regularização e regime dos cursos
(Proibições do uso) de água dos lagos, lagoas e pântanos.
Não é permitido junto a um dique de protecção ou na respectiva 2. Constituem igualmente infracções, o não cumprimento das
zona de preservação, ou área circundante: condições impostas por lei para a edificação de infraestruturas
hidráulicas e constantes, designadamente, do título da licença
a) Fazer ou manter trabalhos, por baixo ou por cima deste; ou da concessão, através de:
b) Despejar, colocar, deixar ou deitar substâncias sólidas
ou objectos no dique; a) Falta de cumprimento das obrigações impostas por
c) Realizar qualquer tipo de obras; licença ou concessão;
d) Fazer machambas ou implantar qualquer cultura; b) Construção sem a observância dos requisitos impostos
e) Atravessamento de pessoas e animais. na respectiva licença ou concessão;
c) Execução de estruturas flutuantes fora do previsto no
ARTIGO 28 respectivo título de autorização;
d) Não cumprimento da obrigação, por parte do titular
(Licença especial)
da licença, em suspender os trabalhos e alterar ou
1. Pode ser concedida uma licença especial sujeita às restrições demolir aqueles, que ameacem a segurança;
e condições relativas à protecção do dique. e) Destruição ou alteração total ou parcial de infraestruturas
2. A licença especial é emitida, de acordo com a Lei de Águas hidráulicas, de qualquer natureza, ou de materiais
e do Regulamento de Licenças e Concessões de Águas. necessários à conservação, manutenção, construção
3. Não é exigida nenhuma licença especial para a inspecção, ou limpeza daqueles, sem a respectiva autorização;
operação, manutenção ou reabilitação do dique, de acordo com f) O não pagamento das devidas taxas, conforme previsto
o presente Regulamento ou para o uso do dique pela entidade no presente Regulamento.
regional de gestão de recursos hídricos relacionada com a sua
gestão. ARTIGO 32
(Sanções)
ARTIGO 29
1. As infrações previstas no presente Regulamento são punidas
(Decisão de planeamento)
com as multas de montantes equivalentes a:
As autoridades locais devem consultar a entidade regional de a) De um a vinte salários mínimos, nos casos das alí-
gestão de recursos hidricos sobre as decisões de planeamento neas a), b), c) e d) todas do n.º 1 do artigo 31 do
cujos efeitos tenham impacto sobre as areas protegidas pelos presente Regulamento;
diques. b) De vinte e um a duzentos salários mínimos, nos casos
de todas as alíneas do n.º 2 do artigo 31 do presente
CAPÍTULO VII Regulamento.
Encargos financeiros 2. Os salários mínimos referidos no número anterior
ARTIGO 30 do presente artigo são relativos ao sector da construção.
(Taxas) ARTIGO 33
As taxas a cobrar no âmbito do presente Regulamento constam (Destino das multas )
de legislação específica.
1. Compete aos Ministros que superintende as áreas das
CAPÍTULO VIII Finanças e dos Recursos Hídricos determinar o destino das multas
arrecadadas ao abrigo do presente Regulamento.
Das infrações e sanções
2. A receita das multas cobradas ao abrigo do presente
ARTIGO 31 Regulamento deve ser entregue na Recebedoria de Fazenda da
(Infracções) Direcção de Área Fiscal competente, através da guia modelo B.

1. Sem prejuízo do procedimento criminal a que houver lugar, ARTIGO 34


constituem infracções, os actos que causam danos aos bens
(Medidas acessórias)
do domínio público, nomeadamente:
a) Execução de obras, infraestruturas, plantações Para além das sanções pecuniárias previstas nas disposições
ou trabalhos de natureza diversa, com prejuízo da anteriores do presente Regulamento, podem ser aplicadas
conservação, equilíbrio dos leitos, regularização complementarmente, e dependendo das infracções, as seguintes
e regime dos cursos de água, dos lagos, lagoas medidas acessórias:
e pântanos; a) O cancelamento de subsídios dados por entidades
b) Execução de obras, infraestruturas, plantações ou ou serviços públicos;
trabalhos de natureza diversa, sem autorização ou de b) A apreensão de equipamentos ou de outros meios
forma diferente das condições previstas na respectiva utilizados na prática das infrações;
licença ou concessão; c) A interdição, por um período máximo de três anos,
c) Execução de obras, infraestruturas, plantações ou do exercício das actividades que conduziram
trabalhos de natureza diversa, dentro das zonas ao cometimento das infrações;
definidas como de uso restrito dos diques ou na sua d) A obrigação imposta ao proprietário da obra para realizar
zona de protecção do domínio hídrico; medidas correctivas;
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e) A demolição dos trabalhos realizados, nos termos Art. 2. O presente Decreto entra em vigor na data da sua
da Lei de Águas. publicação.
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 13 de Agosto
CAPÍTULO IX de 2019.
Normas transitórias Publique-se.
ARTIGO 35 O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
(Normas transitórias)

1. As entidades públicas e privadas existentes à data de


entrada em vigor do presente Regulamento devem, no prazo de
90 dias, procederem os ajustamentos necessários à conformação Regulamento da Lei n.º 18/2018, de 28
do disposto no presente Regulamento. de Dezembro, Lei do Sistema Nacional
2. Para implementação efectiva ao presente Regulamento, são de Educação
estabelecidas normas de concepção, observação e inspecção dos
diques de protecção contra cheias e inundações pelo Ministro que CAPÍTULO I
superintende a área dos recursos hídricos. Disposições Gerais
ARTIGO 1
Glossário (Objecto)
Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:
O presente Regulamento estabelece o regime jurídico
a) Administrações Regionais de Águas: as instituições da implementação do Sistema Nacional de Educação, aprovado
públicas encarregadas da realização da gestão dos pela Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro.
recursos hídricos, previstas no artigo 18 da Lei
de Águas; ARTIGO 2
b) Águas superficiais com nível elevado: águas superficiais
(Âmbito)
dos rios interiores, que excedem o maior nível
ordinário de água; O presente Regulamento aplica-se a todas as instituições
c) Cadastro Nacional de Águas: Cadastro Nacional de ensino públicas, comunitárias, cooperativas e privadas que
de Águas, prevista no artigo 10 da Lei de Águas; implementam o Sistema Nacional de Educação.
d) Comité de Bacia: órgão consultivo da Administração
Regional de Águas; ARTIGO 3
e) Dique: uma obra destinada a protecção contra (Princípios Gerais)
cheias e inundações ou destinada para outra função
de interesse público; O Sistema Nacional de Educação (SNE) orienta-se pelos
f) Diques de protecção: diques que protegem contra cheias seguintes princípios gerais:
e inundações por águas superficiais com nível elevado; a) A educação, cultura, formação e desenvolvimento
g) O leito das águas interiores: é limitado pela linha humano equilibrado e inclusivo é um direito de todos
de margem; os moçambicanos;
h) Linha de margem: é definida pelas águas quando b) A Educação como direito e dever do Estado;
alcançam o seu maior nível ordinário; c) A promoção da cidadania responsável e democrática, da
i) Período de retorno: Também conhecido como intervalo consciência patriótica e dos valores da paz, diálogo,
de recorrência ou tempo de recorrência, é o intervalo família e ambiente;
estimado entre ocorrências de igual magnitude de um
d) A promoção da democratização do ensino, garan-
evento hidrológico;
tindo o direito a uma justa e efectiva igualdade
j) Risco de cheia: é uma função da probabilidade
de oportunidades no acesso e sucesso escolar
de ocorrência de inundações causada por falhas
dos cidadãos;
no sistema de defesa de cheias e outras das
e) A organização e promoção do ensino, como parte
consequências que pode ocorrer dentro de áreas
protegidas e não protegidas por diques. integrante da acção educativa, nos termos definidos na
Constituição da República, visando o desenvolvimento
sustentável, preparando integralmente o Homem para
intervir activamente na vida política, económica e
Decreto n.º 79/2019 social, de acordo com os padrões morais e éticos
de 19 de Setembro aceites na sociedade, respeitando os Direitos Humanos,
os princípios democráticos, cultivando o espírito
Havendo necessidade de regulamentar a Lei n.º 18/2018,
de 28 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico do Sistema de tolerância, solidariedade e respeito ao próximo
Nacional de Educação, ao abrigo do disposto nos seus artigos 26 e às diferenças;
e 27, o Conselho de Ministros decreta: f) A inclusão, equidade e igualdade de oportunidades
Artigo 1. É aprovado o Regulamento da Lei do Sistema no acesso à educação;
Nacional de Educação, em anexo, que é parte integrante g) A laicidade e o apartidarismo do Sistema Nacional
do presente Decreto. de Educação.
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CAPÍTULO II CAPÍTULO III


Educação básica, Escolaridade obrigatória e Gratuitidade Estrutura do SNE
ARTIGO 4 ARTIGO 8
(Educação básica) (Subsistemas do Sistema Nacional de Educação)

1. A Educação básica confere competências fundamentais O Sistema Nacional de Educação é constituído pelos seguintes
a crianças, jovens e adultos para o exercício da cidadania, subsistemas:
fornecendo-lhes conhecimento geral sobre o mundo que os a) Subsistema de Educação Pré-Escolar;
rodeia e meios para progredir no trabalho e na aprendizagem ao b) Subsistema de Educação Geral;
longo da vida. c) Subsistema de Educação de Adultos;
2. A Educação básica compreende o Ensino Primário (1.ª a 6.ª d) Subsistema de Educação Profissional;
classes) e o primeiro ciclo do Ensino Secundário (7.ª a 9.ª classe). e) Subsistema de Educação e Formação de Professores;
3. Os pais, os encarregados de educação, a família, as f) Subsistema de Ensino Superior.
instituições económicas e sociais e as autoridades locais
ARTIGO 9
contribuem para o sucesso da educação básica, promovendo a
inscrição das crianças em idade escolar, apoiando-as nos estudos, (Subsistema de Educação Pré-escolar)
evitando o absentismo e as desistências. 1. A Educação Pré-escolar é a que se realiza em creches
e jardins-de-infância para crianças com idade inferior a 6 anos,
ARTIGO 5
como complemento da acção educativa da família, com a qual
(Escolaridade obrigatória) as instituições cooperam estreitamente.
2. A rede da Educação Pré-escolar é constituída por instituições
1. A frequência e conclusão da Educação básica, da 1.ª a 9.ª
criadas por iniciativa pública, comunitária e privada.
classes do SNE, é obrigatória.
3. Compete ao Ministério que superintende a área da Criança
2. As crianças devem ser obrigatoriamente matriculadas na 1.ª e Acção Social, em coordenação com os Ministérios que
classe, até 30 de Junho, no ano em que completam 6 anos de idade. superintendem as áreas da Educação e Saúde, definir as normas
3. A matrícula é o registo da criança para efeitos de frequência da Educação pré-escolar, apoiar e fiscalizar o seu cumprimento,
da classe, no período definido nos termos do calendário escolar. definir os critérios e normas para a abertura, funcionamento e
encerramento dos estabelecimentos de Educação Pré-escolar.
ARTIGO 6
(Gratuitidade) ARTIGO 10
(Subsistema de Educação Geral)
1. Gratuitidade do ensino abrange propinas, taxas
e emolumentos relacionados com a matrícula, frequência 1. O subsistema de Educação Geral é o eixo central do SNE,
e certificação, livros escolares, despesas que são assumidas pelo que confere a formação integral de base para o ingresso em cada
Estado. nível subsequente dos diferentes subsistemas.
2. A gratuitidade do ensino abrange o Ensino Primário e o 1.º 2. A Educação Geral compreende:
ciclo do Ensino Secundário, nos seguintes termos: a) O Ensino Primário com seis classes, organizadas em dois
ciclos de aprendizagem;
a) A frequência do Ensino Primário, nas instituições
b) O Ensino Secundário com seis classes, organizadas em
de ensino públicas, está isenta do pagamento de taxas
dois ciclos de aprendizagem.
de inscrição, de matrícula, de propinas, da quota para
3. Entende-se por:
a Acção Social Escolar e do livro escolar;
b) A frequência da Alfabetização e Ensino Primário a) Ciclo de aprendizagem, o conjunto de duas ou três classes
de Jovens e Adultos, nas instituições de ensino ou anos após o qual o aluno ou educando deve ter
desenvolvido as respectivas competências;
públicas, está isenta do pagamento de taxas
b) Classe, uma unidade anual de conteúdos lectivos que
de inscrição, de matrícula, de propinas, da quota para
integram um ciclo.
a Acção Social Escolar e do livro escolar;
c) A frequência do 1.º Ciclo do Ensino Secundário está ARTIGO 11
isenta do pagamento de taxa de matrícula. (Ensino Primário)

ARTIGO 7 1. O Ensino Primário é o nível inicial de escolarização


da criança na aquisição de conhecimentos, habilidades, valores
(Apoio às escolas)
e atitudes fundamentais para o desenvolvimento harmonioso
1. No âmbito da ligação escola-comunidade, os pais e/ou da sua personalidade.
encarregados de educação e a comunidade em geral, poderão, no 2. O Ensino Primário compreende:
interesse do desenvolvimento e melhoria das condições da escola, a) 1.º Ciclo, da 1.ª a 3.ª classes;
e numa base voluntária, prestar apoio necessário às escolas. b) 2.º Ciclo, da 4.ª a 6.ª classes.
2. A ligação escola-comunidade é feita por via do Conselho 3. O Ensino Primário realiza-se em duas modalidades:
de Escola, órgão de consulta, monitoria e fiscalização da escola, a) Modalidade monolingue, em língua oficial;
que envolve pais/encarregados de educação, alunos, professores, b) Modalidade bilingue, em uma língua nacional, incluindo
líderes comunitários e funcionários não docentes. a língua de sinais, e em língua oficial.
3890 I SÉRIE — NÚMERO 183

4. Podem frequentar a modalidade monolingue as crianças ARTIGO 14


que tenham a língua oficial, a língua portuguesa, como língua
(Subsistema de Educação Profissional)
materna, tendo a língua nacional como disciplina.
5. Podem frequentar a modalidade bilingue as crianças que 1. O Subsistema de Educação Profissional constitui o principal
tenham a língua nacional ou língua de sinais como língua materna instrumento para a formação profissional da força de trabalho
e que não dominem a língua oficial. qualificada necessária para o desenvolvimento económico
6. Compete ao Ministério que superintende a área da educação e social do País.
definir a implementação das modalidades referidas no número 3 2. A Educação Profissional compreende:
do presente artigo.
a) Ensino Técnico Profissional;
ARTIGO 12 b) Formação Profissional;
c) Formação Profissional Extra-institucional;
(Ensino Secundário)
d) Ensino Superior Profissional.
1. O Ensino Secundário é o nível pós-primário em que se 3. São objectivos da Educação Profissional:
ampliam e aprofundam os conhecimentos, habilidades, valores
a) Desenvolver as capacidades da força de trabalho através
e atitudes para o aluno continuar os seus estudos, se inserir na
de:
vida social e no mercado de trabalho.
2. O Ensino Secundário compreende: i. Introdução de métodos, currículo e modalidades
a) 1.º Ciclo, da 7.ª a 9.ª classes; de formação que respondam às necessidades
b) 2.º Ciclo, da 10.ª a 12.ª classes. do mercado do trabalho;
ii. Melhoria das competências profissionais
3. O Ensino Secundário é ministrado em duas modalidades:
dos trabalhadores, das suas perspectivas de trabalho
a) Modalidade de ensino presencial; e mobilidade laboral;
b) Modalidade de ensino à distância. iii. Aumento da produtividade e competitividade
ARTIGO 13 das empresas;
iv. Promoção do autoemprego.
(Subsistema de Educação de Adultos)
b) Promover a participação dos formandos em estágios
1. A Educação de Adultos é o subsistema em que se realiza curriculares no local de trabalho;
a alfabetização e educação para jovens e adultos, com idade c) Promover a equidade de género, através do aumento
igual ou superior a 15 anos e 18 anos, respectivamente, de da taxa de participação da rapariga e da mulher nos
modo a assegurar uma formação científica geral e o acesso aos programas de educação profissional;
vários níveis de educação técnico-profissional, ensino superior d) Estimular a participação dos trabalhadores em acções
e formação de professores. de formação profissional;
2. A Educação de Adultos compreende cinco anos de e) Melhorar as perspectivas de empregabilidade e de
escolaridade, equiparados ao ensino primário, organizados em emprego dos formandos e graduados da educação
dois ciclos de aprendizagem, nomeadamente: profissional;
a) O primeiro ciclo, com a duração de dois anos, compreende f) Aumentar os níveis de investimento na educação
a Alfabetização e o 1.º ano de Pós-alfabetização; profissional e incrementar o retorno sobre esse
b) O segundo ciclo, com a duração de três anos, compreende investimento;
o 2.º, 3.º e 4.º. anos de Pós –Alfabetização. g) Incentivar os empregadores a:
3. A Educação de Adultos realiza-se em duas modalidades: i. Utilizar o local de trabalho como um ambiente activo
de aprendizagem;
a) Modalidade monolingue, em língua oficial; ii. Proporcionar aos trabalhadores a oportunidade de
b) Modalidade bilingue, em uma língua nacional, incluindo adquirirem novas competências;
a língua de sinais, e em língua oficial. iii. Fornecer oportunidades aos recém-formados para
4. A rede escolar de Educação de Adultos é constituída por adquirirem experiência laboral.
Centros de Alfabetização e Educação de Adultos criados por h) Garantir a qualidade e relevância da educação profissional
instituições públicas, comunitárias e privadas. no mercado de trabalho.
5. Os Centros de Alfabetização e Educação de Adultos
funcionam nas instituições de ensino públicas, comunitárias e 4. A Educação Profissional rege-se por legislação específica.
privadas do nível primário e secundário, tendo as escolas como ARTIGO 15
seu epicentro e sob gestão directa do respectivo director.
6. Compete ao Ministério que superintende a área da educação, (Subsistema de Educação e Formação de Professores)
conceber, elaborar e atualizar os Planos curriculares do nível 1. O Subsistema de Educação e Formação de Professores
de Alfabetização, de Pós-Alfabetização e de ensino secundário, regula a formação de professores para os diferentes subsistemas.
garantir a formação e capacitação de professores e alfabetizadores,
2. São objectivos da Educação e Formação de Professores:
supervisionar o funcionamento dos Centros de Alfabetização
e Educação de Adultos e fiscalizar a aplicação dos instrumentos a) Assegurar a formação integral do professor, capacitando-o
normativos. para assumir a responsabilidade de educar e formar
7. Compete ao Ministério que superintende a área da educação, crianças, jovens e adultos;
em coordenação com os Ministérios que superintendem as áreas b) Conferir ao professor uma sólida formação geral
da agricultura, saúde, meio ambiente, desenvolver, fiscalizar científica, psicopedagógica, ética e deontológica;
a implementação dos Programas de Educação Não Formal, c) Proporcionar uma formação que, de acordo com a
particularmente, para o desenvolvimento de Habilidades realidade social, estimule uma atitude simultaneamente
para a Vida, em cursos profissionalizantes de curta duração. reflexiva, crítica e actuante.
19 DE SETEMBRO DE 2019 3891

3. A Educação e Formação de Professores para diferentes 3. As crianças e jovens com deficiência devem ser integradas
subsistemas rege-se por legislação específica. em estabelecimentos de ensino regulares para a sua educação
e formação, tendo em conta as suas necessidades de atendimento
ARTIGO 16 específico e apoio dos professores, pais ou encarregados
(Subsistema de Ensino Superior) de educação.
1. Ao Ensino Superior compete assegurar a formação ao 4. A criança com necessidades educativas especiais múltiplas
nível mais alto nos diversos domínios do conhecimento técnico, ou atraso mental profundo deve receber educação adaptada às
científico e tecnológico necessário ao desenvolvimento do País. suas capacidades em escolas apropriadas.
2. O Ensino Superior destina-se aos graduados da 12.ª classe 5. Entende-se por escolas apropriadas, as escolas especiais,
do ensino geral ou equivalente. centros de recursos de educação inclusiva e outras.
3. São objectivos do Ensino Superior:
ARTIGO 18
a) Formar, nas diferentes áreas do conhecimento, técnicos
e cientistas com elevado grau de qualificação; (Abertura, funcionamento e encerramento)
b) Incentivar a investigação científica, tecnológica
1. A abertura de escolas especiais é requerida ao Ministro que
e cultural como meio de formação, de solução
superintende a área da educação.
dos problemas com relevância para a sociedade
e de apoio ao desenvolvimento do País, contribuindo 2. O funcionamento das escolas especiais é autorizado pelo
para o património científico da humanidade; Ministro que superintende a área da educação, em coordenação
c) Assegurar a ligação ao trabalho em todos os sectores com os Ministros que superintendem as áreas da Saúde
e ramos de actividade económica e social, como meio e da Acção Social.
de formação técnica e profissional dos estudantes; 3. A autorização para o funcionamento de escolas especiais
d) Realizar actividades de extensão, através da difusão é antecedida por vistoria, nos termos a definir por Diploma
e intercâmbio do conhecimento técnico-científico do Ministro que superintende a área da educação.
e outras; 4. O Ministério que superintende a área da educação define
e) Realizar acções de actualização dos profissionais as normas referentes a abertura, funcionamento e encerramento
graduados pelo ensino superior; de escolas especiais.
f) Desenvolver acções de pós-graduação tendentes
ao aperfeiçoamento científico e técnico dos docentes ARTIGO 19
e dos profissionais de nível superior, em serviço nos
(Turmas especiais e Turmas inclusivas)
vários ramos e sectores de actividade;
g) Formar docentes, investigadores e cientistas necessários 1. Podem ser criadas turmas especiais e/ou turmas inclusivas,
ao funcionamento do ensino e da investigação; sendo:
h) Difundir valores éticos e deontológicos; a) Turmas especiais, aquelas que são constituídas por alunos
i) Prestar serviços à comunidade;
com o mesmo tipo de deficiência;
j) Promover acções de intercâmbio científico, técnico,
b) Turmas inclusivas, aquelas que são constituídas por
cultural, desportivo e artístico, com instituições
nacionais e estrangeiras; um máximo de 16% de alunos com necessidades
k) Reforçar a cidadania moçambicana e a unidade nacional; educativas especiais decorrentes ou não de deficiência
l) Criar e promover nos cidadãos a intelectualidade e os restantes sem alguma necessidade educativa
e o sentido de Estado. especial aparente.
4. O Ensino Superior confere os graus estabelecidos em 2. A constituição de turmas especiais e/ou inclusivas na escola
legislação específica. é da competência do Director da Escola.
5. O Ensino Superior rege-se por legislação específica.
SECÇÃO II
CAPÍTULO IV
Educação Vocacional
Educação Especial, Educação Vocacional e Educação
ARTIGO 20
à Distância
SECÇÃO I (Características e Objectivos)

Educação Especial 1. A Educação Vocacional consiste na educação de jovens


ARTIGO 17 e adultos que demonstrem talento e aptidões especiais nos
domínios das ciências, das artes, da cultura, do desporto, entre
(Características e objectivos)
outros, e realiza-se em instituições vocacionais.
1. A Educação Especial é um conjunto de serviços pedagógico- 2. É objectivo da Educação Vocacional desenvolver de forma
educativos, transversais a todos os subsistemas de educação, de global e equilibrada a personalidade do indivíduo.
apoio e facilitação da aprendizagem de todos os alunos, incluindo 3. A Educação Vocacional é feita sem prejuízo da educação
aqueles que têm necessidades educativas especiais de natureza geral.
física, sensorial, mental/cognitiva/intelectual, múltiplas e outras, ARTIGO 21
com base nas suas características individuais com o fim de
maximizar o seu potencial. (Abertura e funcionamento)
2. É objectivo da educação especial proporcionar à criança,
jovem e adulto uma formação em todos os subsistemas de A abertura e funcionamento de instituições de educação
educação e a capacitação vocacional que permita a sua integração vocacional é requerida aos Ministros que superintendem as áreas
na sociedade, na vida laboral e na continuação de estudos. referidas no n.º 1 do artigo 20.
3892 I SÉRIE — NÚMERO 183

SECÇÃO III ARTIGO 26


Educação à Distância (Mobilidade académica)
ARTIGO 22 1. Mobilidade académica é a faculdade de um aluno se
(Características e objectivos)
transferir do ensino presencial para o ensino à distância e vice-
versa.
1. Educação à Distância é uma modalidade de educação 2. Os alunos gozam do direito de mobilidade entre cursos
essencialmente não presencial contemplada nos subsistemas de presenciais e à distância nos termos da legislação aplicável.
Educação Geral, Educação de Adultos, Educação Profissional, ARTIGO 27
Ensino Superior e Formação de Professores. (Acreditação)
2. São objectivos da Educação à distância proporcionar a todos
os cidadãos que, não podendo ou não querendo realizar os seus Compete ao Instituto Nacional de Educação à Distância
acreditar instituições provedoras de Educação à Distância, cursos
estudos em regime presencial, possam adquirir conhecimentos
e programas à distância, bem como propor normas, parâmetros
científicos e técnicos, obter um grau académico, concluir um nível e padrões de avaliação de programas desta modalidade.
ou uma formação profissional no regime à distância.
CAPÍTULO V
ARTIGO 23
Regime de Transição nos Níveis de Ensino
(Condições para Provisão) ARTIGO 28
1. Podem prover cursos de Educação à Distância as instituições (Ensino Primário e Ensino Secundário)
de ensino públicas e privadas nos termos do presente Regulamento,
1. No quadro da conformação do currículo do Ensino
do Regulamento da Educação à distância e legislação afim.
Primário e do Ensino Secundário com a Lei n.º 18/2018, de 28
2. Podem também prover cursos de Educação à Distância de Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação, a 7.ª classe
as instituições nacionais ou estrangeiras de formação, que transita para o Ensino Secundário em 2023.
revistam a forma de associação, fundação, sociedade comercial 2. No quadro da conformação do currículo do Ensino
ou cooperativa, e que se encontrem devidamente constituídas Secundário com a Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro, Lei
nos termos da lei. do Sistema Nacional de Educação, a 10ª classe transita para
3. Podem prover cursos de pós-graduação e extensão à distância o 2.º ciclo do Ensino Secundário em 2023.
as instituições nacionais públicas, privadas ou estrangeiras, de
ARTIGO 29
investigação científica e tecnológica, com experiência relevante
na respectiva área, desde que devidamente constituída nos termos (Educação de Adultos)
da lei. 1. Em 2020, será introduzido um novo currículo de Pós-
alfabetização.
ARTIGO 24 2. Os adultos que concluem o Ensino Primário de jovens
(Abertura de instituições de Educação à Distância) e adultos, prosseguem os seus estudos, no Ensino Secundário.

A abertura de instituições de educação à distância, com ARTIGO 30


excepção do ensino superior, carece de autorização do Ministro (Educação e Formação de Professores)
que superintende a área da educação ouvido, o Instituto Nacional
de Educação à Distância (INED). 1. O Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e
Educadores de Adultos tem a duração de três anos, sendo o nível
ARTIGO 25 de ingresso a 12.ª classe do SNE.
2. O Curso de Formação de Professores do Ensino Primário e
(Autorização para funcionamento de instituições de Educação Educadores de Adultos, mencionado no número anterior, inicia
à Distância) em 2019.
3. Os cursos de Formação de Professores do Ensino Primário
1. A autorização para a abertura de instituições provedoras de de 10.ª classe mais 3 anos e de 10.ª classe mais 1 ano de formação,
educação à distância é efectivada após a avaliação, no terreno, em vigor nas instituições de formação de professores, têm o seu
pelo INED, de aspectos relevantes, inerentes à modalidade, no termo no ano de 2021.
que concerne à organização, gestão da modalidade, interacção 4. O Curso de Formação de Professores do Ensino Secundário
com os estudantes, produção e distribuição de materiais de estudo, continua a ser ministrado conforme a legislação vigente.
supervisão e avaliação, entre outros.
ARTIGO 31
2. A autorização concedida a uma instituição para prover cursos
de educação à distância é intransmissível. (Direitos adquiridos)
3. As normas referentes a abertura, funcionamento e Mantém-se válidos, para todos os efeitos legais, os diplomas
encerramento de estabelecimentos de educação à distância, serão e/ou certificados atribuídos à luz da legislação aprovada antes
fixadas em regulamento próprio a ser aprovado pelo Ministro que da entrada em vigor da Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro,
superintende a área da Educação. Lei, do SNE.

Preço — 50,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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