UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
INTRODUÇÃO AO PROJETO ESTRUTURAL
ENG118 – CONCRETO ARMADO I
PROFESSOR: MSC. ALOÍSIO STHÉFANO
ENG118 – CONCRETO ARMADO I
Dimensionamento dos elementos (vigas e lajes)
Cálculo das Tensões Resistentes
Equação a ser trabalhada: 𝑹 ≥ 𝑺
Detalhamento dos elementos (vigas e lajes)
PRÉ-REQUISITOS:
Resistência dos Materiais I e II
• Propriedades geométricas das seções;
• Análise de tensões das seções;
• Cálculo das deformações dos materiais.
• Diagramas de esforços (M, V e T – elementos isostáticos)
• Materiais de Construção I e II: propriedades do concreto e
do aço.
• Conceitos: E, ν, G, ...
• Comportamento dos materiais: elástico, plástico, ...
OUTROS PRÉ-REQUISITOS:
• Noção de Grandeza;
• Lidar com unidades diferentes (transformações);
• Visão espacial: racionar em 3D;
• Interpretação do problema e senso crítico dos resultados
encontrados.
APLICAÇÃO DE FÓRMULA
≠
FAZER ENGENHARIA
PERGUNTA
A viga de concreto simples (sem armaduras) indicada no
projeto a seguir, cuja resistência característica do concreto à
compressão (fck) é de 20MPa irá fissurar?
p = 5 kN/m
60
20
= 6,00 m
PERGUNTA
A pergunta, na verdade, é: 𝜎𝑡 é menor ou igual a 𝑓𝑐𝑡,𝑓 ?
5.62
𝑀= = 22,5 𝐾𝑁. 𝑚
𝑀𝑦 𝑀. 𝑏Τ2 8
𝜎𝑡 = =
𝐼 𝑏. ℎ3 /12 𝑏 = 0,20𝑚
ℎ = 0,60𝑚
𝜎𝑡 = 1875 𝐾𝑁/𝑚2
𝜎𝑡 = 1,875 𝑀𝑃𝑎
0,21.
3
2
𝑓𝑐𝑘 3 Você executaria essa viga
0,21. 202
𝑓𝑐𝑡,𝑓 = = sem armaduras?
0,7 0,7
p = 5 kN/m
𝑓𝑐𝑡,𝑓 = 2,210 𝑀𝑃𝑎
60
Resposta: Sim, 𝜎𝑡 < 𝑓𝑐𝑡,𝑓 !!!!! 20
= 6,00 m
CRITÉRIOS GERAIS DE PROJETO
SEGURANÇA
USABILIDADE
DURABILIDADE
ECONOMIA
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
Classe de Classificação geral do tipo Risco de
agressividade Agressividade de ambiente para efeito de deterioração da
ambiental projeto estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana Pequeno
Marinha
III Forte Grande
Industrial
Industrial
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
• José Marcílio Ladeia
Vilasboas -“Durabilidade
das Edificações de
Concreto Armado em
Salvador: uma
contribuição para a
implantação Da NBR
6118:2003”.
• Dissertação de
Mestrado, UFBA.
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
Classes de agressividade
Tipo de Componente ou
I II III IV
estrutura elemento
Cobrimento nominal (mm)
Laje 20 25 35 45
Viga / Pilar 25 30 40 50
Concreto
armado Elementos
estruturais em 30 40 50
contato com o solo
Concreto Laje 25 30 40 50
protendido Viga / Pilar 30 35 45 55
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
De acordo com a NBR6118:2014, item 7.4.7.2 :
“Para garantir o cobrimento mínimo (𝑐𝑚í𝑛 ), o projeto e a execução devem considerar o
cobrimento nominal (𝑐𝑛𝑜𝑚 ), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de
execução (∆𝑐 ).”
De acordo com a NBR6118:2014, item 7.4.7.3 :
“Nas obras correntes, o valor de ∆𝑐 deve ser maior ou igual a 10mm.”
De acordo com a NBR6118:2014, item 7.4.7.4 :
“Quando houver um controle adequado de qualidade e limites rígidos de tolerância da
variabilidade das medidas durante a execução, pode ser adotado o valor de ∆𝑐 = 5𝑚𝑚,
mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de projeto.
Permite-se, então, a redução dos cobrimentos nominais, prescritos na Tabela 7.2, em
5mm”
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
De acordo com a NBR6118:2014, item 7.4.7.5 :
“Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da armadura
externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma determinada
armadura deve sempre ser 𝑐𝑛𝑜𝑚 ≥ ∅ 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎“
CRITÉRIOS DE DURABILIDADE
Classe agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
CA 0,65 0,60 0,55 0,45
Relação
A/C CP 0,60 0,55 0,50 0,45
Classe CA C20 C25 C30 C40
do
Concreto CP C25 C30 C35 C40
PROBLEMAS DE DURABILIDADE
Oxidação e exposição das armaduras
PROBLEMAS DE DURABILIDADE
Oxidação e exposição das armaduras
PROBLEMAS DE DURABILIDADE
Cobrimento quase zero: facilita o início da corrosão
PROBLEMAS DE DURABILIDADE
Péssima qualidade do concreto
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Elementos lineares (1D) – elementos de barra:
• Vigas
• Pilares
Elementos laminares ou de superfície (2D):
• Lajes (elementos de placa)
• Vigas-parede (elementos de chapa)
• Cascas
Elementos de bloco ou volumétricos (3D):
• Blocos de fundação
• Sapatas flexíveis
• Consolos
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
SISTEMA CONVENCIONAL
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
SISTEMA COM LAJES NERVURADAS
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
ELEMENTOS DE CASCA
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
BLOCOS SOBRE ESTACAS
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
SAPATAS
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
CONSOLOS
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO
PROJETO ESTRUTURAL
1 – Estudo do projeto arquitetônico :
• Planta de Localização
• Planta de Situação
• Plantas Baixas
• Cortes
• Fachadas
• Detalhes Arquitetônicos
Obs: sempre fazer a verificação e compatibilização das cotas e dimensões
2 – Pré-dimensionamento dos elementos e lançamento das fôrmas
3 – Compatibilização com os projetos de instalações
4 – Carregamento da estrutura e cálculo dos esforços
5 – Dimensionamento dos diversos elementos estruturais
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO
PROJETO ESTRUTURAL
6 – Verificação das deformações e das aberturas de fissuras
7 – Alteração das dimensões dos elementos estruturais que se
fizerem necessárias
8 – Redimensionamento da estrutura
Obs.: itens 7 e 8 são iterativos até que se chegue à uma estrutura estável, que
atenda aos critérios de deformação, abertura de fissuras e durabilidade e que
seja a mais econômica.
9 – Detalhamento do diversos elementos estruturais
10 – Geração das pranchas a serem entregues com a definição das
especificações, quantitativos e carimbos correspondentes aos
desenhos apresentados.
CRITÉRIOS PARA LANÇAMENTO DAS FÔRMAS
PILARES
• Posicionar, preferencialmente nas quinas das edificações e no
cruzamento das paredes principais;
• Buscar distâncias entre eixos que variem, preferencialmente,
de 4 a 6 metros;
• Evitar o posicionamento em locais onde se faça necessária a
utilização de vigas de transição;
• Lançar a partir do pavimento tipo, mas sempre verificando a
sua posição no Playground, Cobertura e, principalmente, nas
Garagens;
• Buscar a formação de pórticos junto às vigas (elementos de
contraventamento).
CRITÉRIOS PARA LANÇAMENTO DAS FÔRMAS
VIGAS
• Trabalhar com vãos entre elementos de apoios que variem,
preferencialmente, de 4 a 6 metros;
• Posicionar, preferencialmente, sob as paredes principais;
• Apoiar, preferencialmente, sobre os pilares;
• Evitar a passagem de vigas no meio dos ambientes;
• Buscar a formação de pórticos junto aos pilares (elementos
de contraventamento);
• Verificar a existência e as dimensões das esquadrias.
LAJES
• Definidas pelas posições das vigas.
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
ESTUDO DO
PROJETO
ARQUITETÔNICO
ESTUDO
DE CASO
DEFINIÇÃO DA
POSIÇÃO DOS
PILARES NO
PAVIMENTO TIPO
ESTUDO
DE CASO
VERIFICAÇÃO DA
NECESSIDADE DE
CRIAÇÃO DE
NÚCLEOS DE RIGIDEZ
ESTUDO
DE CASO
CRIAÇÃO DE
NÚCLEOS DE
RIGIDEZ
ESTUDO
DE CASO
POSIÇÃO DOS
PILARES
INICIALMENTE
DEFINIDA
ESTUDO
DE CASO
POSICIONAMENTO
DAS VIGAS
ESTUDO Laje 1 Laje 2
DE CASO Laje 3
Laje Laje 5
4
Laje 6 Laje 7
Laje 8 Laje 9
Laje
Laje 11
10
Laje 12 Laje 13
Laje 14 Laje 15
Laje Laje 18
Laje 16
17
1ª CONCEPÇÃO Laje 19 Laje 20
ESTUDO
DE CASO
ELIMINAÇÃO DE
ALGUMAS VIGAS
ESTUDO
DE CASO Laje
1 Laje
Laje
2
3
Laje Laje
4 5
Laje
6
Laje Laje
7 8
Laje
10
Laje Laje 11
2ª CONCEPÇÃO 9
ESTUDO
DE CASO
VERIFICAÇÃO DA
POSIÇÃO DOS
PILARES NOS DEMAIS
PAVIMENTOS
ESTUDO
DE CASO
IDENTIFICAÇÃO DOS
PILARES QUE ESTÃO
EM POSIÇÃO
INADEQUADA
ESTUDO
DE CASO
REPOSICIONAMENTO
DOS PILARES, SEM
INTERFERIR EM
NENHUM PAVIMENTO
ESTUDO
DE CASO
REPOSICIONAMENTO
DOS PILARES, SEM
INTERFERIR EM
NENHUM PAVIMENTO
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
Projetos de instalações:
• Hidráulicas (água e esgoto)
• Elétricas
• Cabeamento Estruturado
• Ar condicionado
• Incêndio
• Especiais: hospitais, fábricas, bancos, etc...
Projeto de Fôrmas e Escoramento
Revestimento de Fachada
Projeto de Impermeabilização
Projeto de Paginação de Alvenaria
Projeto de Decoração
Projeto de Paisagismo, ...
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
FÔRMAS E ESCORAMENTOS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
FÔRMAS E ESCORAMENTOS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
FUROS EM VIGAS
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
CRUZAMENTO DE INSTALAÇÕES
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
AR CONDICIONADO
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
REVESTIMENTO DE FACHADA
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
IMPERMEABILIZAÇÃO
COMPATIBILIZAÇÃO COM PROJETOS
COMPLEMENTARES
PAGINAÇÃO DE ALVENARIA
ELEMENTOS QUE COMPÕEM O
PROJETO ESTRUTURAL
• Planta de Locação e Cargas dos Pilares
• Plantas de Fôrmas
• Cortes /Seções
• Plantas de Armaduras
• Fundações (blocos sobre estacas, sapatas,
tubulões, ...)
• Pilares
• Vigas
• Lajes
• Reservatórios
• Escadas, etc...
• Detalhes Construtivos
ELEMENTOS QUE COMPÕEM O
PROJETO ESTRUTURAL
• Memória de cálculo
• Desenhos
• Legendas
• Identificação dos elementos e suas dimensões
• Escalas
• Cotas
• Quantitativos
• Tabela de Armaduras
• Concreto
• Fôrmas, etc.
• Especificações
• Aço
• Concreto
• Cargas
• Módulo de elasticidade
• Processo executivo, etc.
PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
Estabelecem as condições mínimas exigíveis para garantir
segurança e “construtibilidade” das estruturas.
Segundo o CEB-FIP CM 90 (1993), existem duas categorias
de medidas:
• Procedimentos de cálculo apropriados, incluindo inspeção e
manutenção pela vida útil;
• Medidas que garantam a qualidade, para prevenir ou
eliminar erros humanos.
PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
NBR 14931:2004 - Execução de estruturas de concreto
- Procedimento
“5.2.1 Documentação do Projeto
... as especificações de projeto devem considerar e fazer
referência a normas nacionais e requisitos específicos do
local da obra, com respeito a todos os aspectos inerentes à
construção, como: instalações contra incêndios,
impermeabilizações (ABNT NBR 12190), ações sobre a
estrutura (como o vento, ABNT NBR 6123), segurança,
condição ambiental, e outros. Antes do início da execução
de qualquer parte da estrutura de concreto, as
especificações de projeto relativas a essa parte devem estar
completas e disponíveis”.
PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
• NBR 15575:2013 – Norma de desempenho
• Parte 1:Requisitos gerais
• Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
• Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos internos
• Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais
internas e externas
• Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
• Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários
• Entrou em vigor em Junho/Julho 2013!!!!
“...não se aplica a obras em andamento ou a edificações
concluídas até a data da entrada em vigor desta Norma.
Também não se aplica a obras de reformas nem de
“retrofit” nem edificações provisórias.”
PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
• NBR 15575:2013 - Inovação Tecnológica
• “Aperfeiçoamento tecnológico, resultado de
atividades de pesquisa, aplicado ao processo de
produção do edifício objetivando a melhoria de
desempenho, qualidade e custo do edifício ou de um
sistema”.
• Norma de Desempenho
• “Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para
um edifício habitacional e seus sistemas, com base
em exigências do usuário, independentemente da
sua forma ou dos materiais constituintes”.
FIM
PROFESSOR: MSC. ALOÍSIO STHÉFANO