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FLEMING, M.I.D. - Roma Da Federação de Vilas No Lácio (... )

1) O documento discute a história antiga do espaço romano, desde os primeiros assentamentos no Lácio até o nascimento da cidade de Roma. 2) Historiadores e arqueólogos têm perspectivas diferentes sobre a fundação de Roma, com os primeiros aceitando mais a lenda e os segundos procurando evidências arqueológicas. 3) A lenda da fundação de Roma representa uma verdade histórica, mas também ficção, e escavações podem ajudar a reconstruir a realidade que precedeu a fundação da

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Mariana
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FLEMING, M.I.D. - Roma Da Federação de Vilas No Lácio (... )

1) O documento discute a história antiga do espaço romano, desde os primeiros assentamentos no Lácio até o nascimento da cidade de Roma. 2) Historiadores e arqueólogos têm perspectivas diferentes sobre a fundação de Roma, com os primeiros aceitando mais a lenda e os segundos procurando evidências arqueológicas. 3) A lenda da fundação de Roma representa uma verdade histórica, mas também ficção, e escavações podem ajudar a reconstruir a realidade que precedeu a fundação da

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ESTUDOS SOBRE O

ESPAÇO rvA
AIVTIGUIDADE
Cibele Elisa Viegas Aldrovandi
IVIaria Cristina Nicolau
Kormikiari
Elaine Farias Veloso Hirata
(orgs.)

*Julrd*
n5s^*^'-d'

l"rsl .GJ§*
-fl n-,

c' I l-§
Roma; da FederaÇãa de Vrlas no Lacia
.'iro,
ao I\ascinaenro da Cidade
Ar-
{lc,s,

Eu-

,r(

' il, NIari,t Is,rhd I)\o,sri 11p Flt:ntiug]

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-ie I-
s I-{TSTORIADORES E ARQUEOLOGOS
CON'rEtur_
poRÂNrEos GERALMFI

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S I D O,, F I] N DA D,{,
E ANONIMAME},ITE. STCLTI\I»II
PO R H il : ,":".J:[}.:." :""i: Jffi:IT:
,lÍ SUA OPTTVTÃO, NÁO HAVERIA EM
-,r sesSn'Ía mer'rde
.ii|;
*:1,',X.::*:::::'1:il"'di
e cÍe 1àrqr-rír.rr,r-p.isuc,. Desse '1o "i'ulo 'i", ""
ríodo .le A,co Márcio é, rro pe-
rnodo, , ,""a"'rôl'."#.i;
a ufta f:íbLlla
projetac{a e1t1 ufi séc*io
;1tl-
r9g6; c:rrandini' rggg; zooT; cornell, 'rr; coml.iler:1n1.r-rre flrlsiÍrcailo (A,rpolo,
iq.lg; (jr;rri.ia:zi, r9g,l; Ho110rv tt7t,1gg+;smiti-r,
zooT; llylon-rigii;rn o. r g pailolrir.ro,
9 4; zooo ).
os arqueólogos, ao conrrári., e em p;,11iiçi1r:rr-
rll- ;r eqilipe de Andrea carandirri,
qu.. escâva desde a déceda.ic r93o
t lil no.oraç.io.la ci.ja,l", enrre o palarino
rum' consider:lm e o Fó-
qLiL- e ropograha e e esrf:lrigraErl
I ili fornecem .1",ro, ,r.riro
cls :icontecirnenros princip.is"g*"
reler'.rnres qlle convergenl p;1ra
,,rrr,rd.os ,;1 sa.ga
de Rer.no, Rôrnr-rlo e Tito T;ício. .,t,-r.rbr,
., .,
central, a cô,r1-,1e1o5 púbricos par;1
rcr or,:1en;rdo e í-
p'rode
roLlô
execltiar; o;rrimcir.
. ,:?:t;:i,,;i1H1. ,.#::i::::*;
r'u-r:-rrÍr§r/r'' chamrdo Romulus
(cara,cli^i,rrr*, ,-oor)l"1lo

O Sirlo ,le Roma últits dc RaffiLl

A lenda c{e Rom:r n:lrrada peios r-risrclri;ldores


e rerernbrada nos derarhes pelos
eruditos Í:epresenr.l
Llm acervo de remrrs nriricos e ,le
:rco.recimentos presumi_
dos' os quais pre6issfft ser escavad.s
esrr:rrigrahca'rente para retornar
desde as
r. Plofcssora,rvlÀE-trsp.

71

_-'_,1r.ffi
u(w
7. Cusuerarri \q I
8. Corjolani \
9. fidenarr. \ .,- \
10. Foreri K \
I L Hur re,)5e\ \ |
ll. Lrtinierr'cs \ 'l' /\
I 1. Longlrrl)rrri \ /
14. Vairrres V r:
16, Municienses
17. Nrurinienses: Nurricienses
20. Pedani
21. Polluscini
22. Querquetulani
:). )lcaDr: Frcant
24. Sisolenses
25. Tolerienses
26. Tutienses
zô. velenses
29, Venetulani
29. Vitellenses O Santuário de Zeus Latiar no Monte Cavo

1Fig. Localizaçao hipotética


s.t. LoLqLL.açuo ntpotettca cros
',õ'+ )111 poptili Arben.ses.
dos popLtLt Albenses Fonte: adaptado de Carandini, zoo7,

reelaboraçóes rardias ao núcreo primitivo


do rerato. Isso pode ser darado muiro
provavelmente dos tempos da fundação
ou um pouco posterior, en.oe ametade
do sêcuLo vrrr e a metade do vrr, como
em todos os mrtos do mundo, é reratad"a
a origem de algo que emerge do nad.a.
Assim, a renda exprime ao mesmo tempo
uma verdade e ume Êcção' De faro, a fundação
d" Roma marca,sem dúvida, o
início de uma época gue, por srta vez, teve
anteriormente ourros inícios impor-
tântes - por isso, a cidade não nasce do
nada. Aqui o miro, mais do qu" ,ubli-
mar, obscurece umâ realidade preced.ente
que pode ser reconsrruída, De fato, o
di Roma, em parricurâr o monre satúrnio, depois
1i1o chamado capitório, foi
habitado consranremente desde a metade
do segundo mirênio e, posreriormen-
te, foi ampliado e articulado em vários
estágio, d" jrrrrrrr_." à cidacle.
No final do segundo milênio começa oL,rr_,do "na",
q,r" ári. de perto nos inre-
ressa, o dos primeiros ratinos e de
suas trinta comu.ridrd", .,r;., .ro-".
-rra, foram
elencados por Plínio, o velho, e que
eram os popurised.iados uila, (Figura
5'I). A metrópole desses latinos federados
Longa,siruada ao rongo da
orla da cratetaque continha o rago, aos "rn-Aib,
pés do monte Arbano, hoje monte cavo.
No seu cume, anualmenre eram realizadas as
Férias
Latinas, uma das manifes_
taçóes reiigiosas mais imporranres
do Lácio, tarvez amaiu importa.rt".

Maria Isabel DAgostino Fleming

72
.if +-

Fig 5.2. Alba Longa, nrctrópolc


clos latinos Jederados.Foúe:
crdaptatlo de Carandíni, zoo7.

TT\1]I I
a_/
ETRL]SCOS
11rL

-. J1a\1.\ à lttll
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ia)sicria,1.11()srl
.I'IiLNLSTE

-9 = l,rso,lc \.'r,r
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\ '.\. . tRtjt_r\

\\ s.\TIJa ! \l
\
\
\\
\
.- =_\ VOLSCOS
Vl rr',\Lc{1,la,') rrao

Frg -s.,;. O L,icio antígo, território dos latinos. Fonic: ddLlptilllo de NI. l. DA. Flening, zoto

Ilana: d't Fe,leractto de Vilas nrt L,ícit ac. Nr'scinento fu CiJ.adc

73
ESQUILINO
í ). \FACt-trAL

JANÍCULO

Retr
vieram
taría ni
séculos

Fig. 5.4. Localização do foi reiv


sítio de Roma, século vt Entrec
a.C.Fonte; adaPtado de antes d
M.LDA,Fleming zoto' montel
das, aq
ao únir
AlieraveneradoJúpiterLatiar,sumadivindadedoLácioântigo:oterritório(Figuras ocupe{
dos etruscos e o Aniene dos sabinos
dos latinos qu" o Tibá sepâfava seu cor- federu
das fontes literárias e que tem o
,., " t"l,Essa realidado {ue emerge gundo
-g"i^t^"n arqueológico "*
responáente tt- Povoamento pré-urbano de vilas esparsas' foi andga'
pelos historiadores contemporâneos' a'tonl
"r.ol-hid' ao sitio de Roma' centrado num
Alguns desses *1"*e'e*U3á3 auibuíveis Már- leitura
eos Pés do Aventino' onde Anco
vau do Tibre próximo a' ín' Tiberina' tâmen
tarde' vrr construiria a Ponte Sublí-
cio, o quarto .ei de Roma, mais "o 'éiolosal Via Salária e Campana -' t€fÍIlOr
cia (Figura l,+), Poruqoi p""u'
a estrada do - essas Í
dos alimentos' A presença
elemenro essencial a, iii*.*aao
e da conservaçáo
afque(
dessepovoadopre-o'U"u-é^p'lme",,ealidadequeasagadafundaçáoobscu-historiadores Proto.
ocopaçáo náo reconhecida pelos
rece. segue-se um novo tipo á" dernat
contemporârr"o., qo" Jo,,ji;t; "o-l
g""d" aldeia no centro' descoberta pelos
e u[- algum
como protourbeÍla' que havia absorvido
arqueólogos e por eles definida fundaçáo identi
trapassado n, aldei*, fré-urbanas.
A segunda realidade gue â sagâ áa
pelos
obscurece veremos adiante'

Mara Isabel D'Agostino Fleming

74
L

,t'l{\

-t.i\
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l.r,
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fL'r;

1,,.s

Lr1.

'i, .\'i\r:,il, r1ai


tem- ITü
a ideia de cidade à entidade albana, ocultava-se,
ao mesmo
Atribuindo tel
p1lo emergb de
po, a especificidade do fato romarlo, a novidade representada
os temPos qü
perceber
o** .idrd. às margens do Tibre, condenando-se' assim' a
e obscurol em outros PÍ
das.brigens,, .orrrol lento, escorrer de um devir imóvel is(
colher a desconti-
tefmo§, essa iÍrtefpr€taçáo tornava impossível aos eruditos ju
nuidade que, exâtâm elrte, osurgir áe"cidadé' de Roma
introdaZiai e nada mais
he
paru a sombra e o
resravâ ,enao r"p"li, o conjonm áa váiüçâo dos Ptimórd.ios
ausência de história.
el
nada da lenda, deânida por eles negativamente eomo m
arqueológicas
Enrretanto, âpe§âr de as respostas fornecidas pelas pesquisas
e novas' especialmente so-
atuais, náo devem ser esguecidas as questóes antigas
um exame atento ql
bre as fases anteriores ao surgimento da cidade de Rômulol sí
algumas das carac'
daqueles temPos pode revelaçPor contra§te e Por confronto'
se formar nas margens ni
t"ri.ti.r, mais inãvadoras da comunidade que está Pâra es
do Tibre.
TJ
primitivo é a
uma particu?aúdaáemafcanre dos relatos literários do Lácio m
foi, de fato,
.orr."rtriçáo em Alba Longa e suas alegadas colônias. Aiba Longa rT
desde o início
um importante sítio .o1ruJ e há evidênciafixterâriasubstancial
cívilizaçáolacial'
do ,écolo x. suas colinas e lagos eram importantes no início da
albanos pode ou R
A. re{erênciadas fontes antigas eos Prisci Latini como colonos ln
ausência de restos
nâo refletir uma verdade essenciú dificil de te(]tPetari e a
or
substanciais na própria Alba é inevitâvel'
dr
tC

Vila s, Liga s, F eá,er açô es


q
Alba Longa'metrópole mitica' em vez de
d
Quanto à veracidade da existência de
lenda el
,rig", ,odo por faltade vestígios arqueológicos reais' é preciso-tomar a qr
,rí,-r"fotá-iuembloco, considerando-atradiçáo como elemento historicamente
de sua d
signifrcante pelo fato mesmo de existir e Procurar explrcâ'lano Processo
no ri
fír^^çao ellaboraçío. Na lenda, Alba Longa sai do nada âPen1s pata cak c
ser pela sua destrui-
nada subitarnente, Porque quase náo é mencionadaanáo
p
çâo porTullo Hostílio,
o terceiro rei de Roma' que se supóe ter acontecido no
como s:
século vrr- Para entender essa tradição e náo rechaçâ'laimediatamente
necessário partir Ít
falsa e náo fundamentada arqueologicamerlte' na realidade é
religiosa e po- C
das Férias Latinas. Essa grandiosa solenidadg eo mesmo
temPo
ti
lítica, naqual os reforçavam seu sentimento de pertencimento a
Paftict1arrtes
entre si facilitadas tl
um conjunto comum, o)o*"nlatinum,e estreitavam relaçóes
toda si
p"ln"t ígondo deus" imposra durante as festividades, foi celebrada durante a
ligaçóes políticas se
a história de Roma até; frnâldo Império. Com o temPo,
as
áa federaçío, P
afrouxaram e foi se afirmando a autonomia de cada comPonente
Em outros termos, c
ãpesar de jamais a cerimônia religiosa ter sido abandonada.
n
, t"d"rrçío datavade um rempo em que a cidade arnáa náo existia no Lácio,

Maria Isab el D'Agostino Fleming

76
mas essa âusência de vida urbana em um lugar táo prestigioso e importante
religiosamente náo deíxava de surpreender os romanos do período
clássico,

qo" uir.., seus magístrados e toda a populaçáo da cidade ir todos os anos em


jrocissao a um iugar situado em pleno camPo. Aos seus olhos, esse santuário i
I
irolrdo só poderia ser o templo principal de uma cidade desruída, e destruída
justamenre por Tullo Hostílio. A mentalidade mítica, como a nat]u'teza' tem I
ior.o, do vaziol 1á ond.e tínha encontrado um locai santo de origem fedentiva
e pré-rrbana, inventou uma cidade, da qual supôs a destruiçáo para estabelecer
melhor a existência,
Esse relato tradicional parcciaser conÊrmado pela arqueologia
do século xrx,
a um único
que atribuía as tumbas de Castel Gandolfo (nos montes Albanos)
.entral, que seria a sede da metrópole' E,:umavezque os restos desta
última
sltio
no terreno,
não foram nuncâ idendficados apesar de muitos séculos de pesquisa
a qual Alba
essa seria a provâ suplementar da veracidad e da Úadíçáo' segundo
ro-
Longa t"ri, ,id'o desiruída completamente, com exceção dos templos' pelos
de Tullo Hosdlio- Assim, a ausência de prova arqueológica era
aPenas
-rrà. das origens.
uma prova a mais pâra uma leirura frdeísta (não racional) do relato
O qrr" ." ,rb" ho.j" da frsionomia das ocupaçóes do Lácio primitivo e da
Roma ár, orig"r* sugere uma leitura diferente, que náo sereduz a uma tegaçáo
hipercrítical ao contrário, acaba por dar à lenda um valor histórico que
náo
mais ime-
oculta, por isso, a sua dimensáo lendária, segundo uma leitura náo
de
díata eík"r^1, mas fundada em uma hermenêutica atentâ às características
todo tipo de fonte.
S", po, um lad.o, a Êsionomia do Lácio era a de um conjunto de povoados
meio
que manifesrâvam seu perrencimenro a uma comunidade mais ampla por
i" ,r-, manifestação religiosa, analogamente, no sítio que viria a ser Roma'
era celebrada a festa do Septimonrium, em que vilas e fraçóes distintas, mas
que mantinham relaçóes de boa viZínhança, rcaliZava11. encontros e escambos
á,rr"rra" as festas regulares, sob a proteçáo de divindades comuns. O nome de-
riva do conjunto dÀorrt", que o compóem (Palatino,Yélia,Fagatal, Suburra,
Gérmalo, Célio, Ópio e Cispio) (Figura 5.6). Era uma festa celebtadaPara uma
parte de Roma Qtro montibu.s) em rr de áezembro, consistia em uma
procis-
sao (lustratio) com dois sacrifícios às respectivas divindades
tutelares nos dois
montes principais (Palatino e Vélia), que começava no Palatino e terminava no
Cispio, aco-p"nhrd a talvez de banquetes e jogos, Uma festa de carâter táo
an'
tígo, celebrai, ,o- mesmo dia, só poderia assumir também um significado
tJpográfico, além daquele protopolírico. Os montes eram ligados entre si pelo
,lgrriá.rdo unirário d, f".t" e pela coerência do contexto topográfico (referente
àl^rt"oriental do sírio de Roma), limirando, assim, um âmbito de povoamento
p.otor;rbrrro, arqueologicâmente bem documentado e que náo poderia ter um
carâter exclusivamente religioso , :uLma vez que era distinto dos pagi
mais próxi-

mos, do agro (campo) e do outro âmbito de povoamento dos colles.

Roma: da Federação de Yilas no Lcício ao Nascímento da Cidade


forrt
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mont
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juntal
A"s
futura
t Lustratio: Sacriffcio Palatur exclue

Carandini, zoo7, que or


Fig. 5.6. O Septimontium. Fonte: adaptaào de
muito
dúvid:
Há uma indivisibilidade entre festa e conjunto de comunidades e "bairros" les vel
(contrade); os montes náo sáo aPenas locais das fénas, mas constituem a base antiga
territorial incontroversa de formas organiztuvas, associativas e de assembleias fundeí
de membros pertencentes a uma só comunidade que precede a cidade, mas que de ext
sobreviveráo também na cidade por toda a República. Nesta tealidade nâo é Veios,
possível distinguir entre o asPecto territorial e o comunitário no âmbito da es- de que
trufura protourbana. A realidade unitária do povoamento é acompanhada pelo sefunc
conceito ancestral e unificador dos Lares, antiquíssimos tutores das divisóes edcle
territoriais e das casas, ao mesmo temPo demônios dafamília como antePassa- oÍ
dos heroicizados da inteiracomunidade- tium e
A dataçáo do Septimonrium deve ser associada à ideia de montanheses e Éo leci
náo cidadáos (estes ultimos ligados à ideia depopulus,um termo técnico usado fimdâd
por Varráo para indicar o conjunto constituído pelos cidadáos, isto é, uma nova onir, ea

Mar ia I sab el D'Agostino Flemin g

zB
forma de sociedade cula unidad' "'lt'YT";;: :t#Ll1: 3t::'L11.a;i
das populaçóes que PermaneclaÍ
autonomia como lugar único
náo apareça no Septimontium
gos). O fato de que o Palatino e ,1:" unidade que
um período , f,r,-rd"iao de Roma palatina
indica "rr*t.,i""' nâo é' de rnotlo algum'
disso resulta'a' S'b"*lt' 0"" a fundaçáo p'l"i"'
e que' Por outro lado'
elementos novos Parecem
um ponto de partida absoluto'
;J;;*.;i entáo
'"
pod"' d"
ao mesmo
'o*
"o'dotemPo
Possl
i::1ii:i:;:::ã:i#;*,hi:;*:
vrrr. Torna-se pro-
que deverá ser Postâ antes da fundaçáo de Roma
data do Septimontium' A
se falará náo mais de
Septimontium' mas de Roma'
priamente dita' Depois
i'-tdita que sua predominância
presença de outras t;;;' ;; lado do Palatino o tutt-',^1u1];""1l
urm
j" ?ormaçáo, embora, juntamente :o-
ainda esrava "-
J, T ::xHl;il:
l: :T,:?
#f#:ft. ::1"* -t:T' :,5:
"
um papel exclusi,o'
il;;;;"tma nenhuma' de ela
o território de uma cidadel
A procissáo do Sepdmontium "ao,p""ot" no pome-
seguida fundamental' materializadâ
ignora a distinçáo' ;;"t;tten-' e o resto do mundo'
constituído
Roma, enrre o espâço ."g;;;.
rium xrib..íilo a
comunidade cívica relega
seus moÍ-
q""t
por toda cidade "';;;;;J"' 'o "
tos,cujaPresençâ"*'"'interioracontaminariam'Mas'noperíododoSepti-
montium,essaseParaçáoessencial'qo:'oterrenodeverârelegarastumbasao
ao que estáo umas
e cabanas' Parece'
e
Esquilino,
'-'eo 'irtJi' "l'^a^'" ""'b"'
j""Hrll:H:'fililHa no território da
cidade que.vemoc desenvolver-se

futuraRoma,antesumâligaqueestabeleceentresellsmembrosiaçosquenáo
acaso Llue o sacrifício
de açáo; porém' náo é por
excluem uma grande lib"ti*d"
festa celebram se chame
Poldtuor' um nome que evocâ
que os"mon'^'h"'"t" da disso, é preciso' sem
povos do sítio albano. Além
muiro de perro o í)rr"*dos naque-
das principais vilas U.l
dúvida, ,"toth"t"t os habitantes l:lj:Tt"tium das mais
velienses, dos quais e conhecida
, p.".".ç, entre os participantes da
f't'" e '' "go'-'d' realidade que a saga
1es
antigas pe'i" L"1""1 (Figura ;'z)' protourbano'
fundaçáo ot"t""*'ii p'1-"tá áetade do século rx' o povoado do que o de
maior
de zo5.hectares' Lrm Pouco
de extensão tt"t';;;;iit""' Sepdmontium' e coles'
em dois b;t;t (mont,ji'o
Veios, corn r9o)' Jl""*i"' rx' aqueles blocos
na segunda do século
de que náo se sabe o nome)'Já ^"'"d'"
seftrndiram",-,-,.,-"únicaentidade,poriniciativaouimposiçáodomaisPoten-
re delcs: o SePrirnontium'
fazerem parte da liga do Septimon-
o fato d" " C;;t;;il e o Quirinal náo da civiliza'
toli,,"t habitadas desde o início
tium e, Por sua ;J;' ';'"* dti' náo tinha sido
lacial, talvez sedeva exatam"'-"" 'o
f"o de que Roma ainda
çáo
essa fundaÇáo tinha
como carâcterística principal
fr'rndada' S"gtt"dJ;;;;;;;' Náo
t'-"ao separadas' hostis e rivais'
unir' em um só t()";;;' :;munidades "e

Vilds no l'ácio Mt'srirrtotúo d't Cidade


Rortto: ç1a Fetleraçáo àe 'to

1A
f,

li
u

T
f
c
I
t
t
Fig. 5,7, Os trés populi albenses do sítio de Ro,,r'i- Ftr,lrc: ,iàaptado de Carandini, zooT
c

pode haver prova arqueológica direta de uma especiGcidade sabina nas origens Í
de Roma, mas a insistência das fontes Lirerárias em aPresentar o Capitólio e o I
como colinas ripicamenre "sabinas'l conjugada com a ausência dessas (
Quirinal
colinas na lista do Septimonrium, náo parece forruita (Figura 5.8). Antes da Í
fusáo dos elementos latinos e sabinos, ou, preferindo recusar qualquer alusáo t
à lenda das origens, antes que o Palatino, o Capitólio, o Quirinal e o Esquilino

Maria Isabel D'Ago:tno Flening

8o
Fig. s.s - O sítio de Roma:
Capitólio e Quirindl como
--*- Septinottiunl colinas sobinas fora do circuito
\,{6a6ss 5a§inqg
do Septimontium. Fonte:
-
0 1000 tr1
adaptaào de M. L DA.
Fleming zoto.

fossem incluídos em uma entidade unica, Roma náo é uma cidade, mas umâ
liga, e o Septimontium náo é a prirreka manifestaçáo da futura cidade, mas
uma festa de fechamento da semeadura celebrada todo ano em á'ezembro.
Ainda em rclaçáo às fontes literárias e sobre o carâter do povoamento
protourbano do sítio de Roma aliado ao Septimontilrm, podemos Pàtúr da
fonte antiqu ária mars importante relativa aos montes e a esse misterioso fossil
chamado Septimontiu^. É o-, notícía simples e breve, que deriva de Fábio
Pictor e tumultua o relato analista sobre Rômulo. Segundo av:ulgata, Rômulo
teria fundado a cidade a partk do nada, sobre as ruínas abandonadas dos
povoâmentos de Satúrnia (no Capitólio) e do Palantion (no Paladno), fun-
dados por Saturno e Evandro, rei divino e herói mítico, resPectivamente. Mas
essa reconstruçáo fabulosa desfaz-se completamente câso tenha existido uma
formação jurídico-relíeiosa (que parece precisamente esta do Septimontium)
posterior àqueles povoamentos míticos e anterior à cidade. A informaçáo sobre
o Septimontium conservada pelos antiquários foi descartada pelos analistas em
favor da saga mais antiga (a lacuna mítíca que envolve o período protourba-
no), talvez para dar mais mérito a Rômulo do que este teria. Assim fazendo,
a memória cultural e os historiadores de Roma críaram um vazio entre o Pa'

Roma: da Federação d.e Vilas no Lárcio ao Ndscimento da Cidade

8r
lantion de Evandro e a Roln.r Jc R.\i:'.-,,- . ..,r:'- ',.in..t{eln Lrrra esta úkima, E é
exatamente esse vazio qlle a1c\-cihrrs ::'L.a r - i-.. r, -i a rl rriscrmos con[recer os f;rf os
reais da cidade, valendo-n..,s Jo c.-.:r]-.c'::: -..tt:a, :11.11!)s r-rnit;irio, mas m:ris livre
e múltiplo dos anriqr-iários, .'rs Lur:.Lr\ -,- ' ..::. "t:,].,1 Sr'tn Ptççiln.CitOs C C,rm
erudição sob re ael,rele p e rio.1t, . s'-..'. r,r- i :t' j--:. .rir:.iiro e c-squeaido. No caso ci.c'l
.

Septimonriufll, trttâ-Sr' rr.i.r rrr .t. .ir


:-.\:!',ir: ur-na vers:1o originária de um
. .'

mito par;r compreender seu signlÉc,r;.- a,t,:.., ...lr-io Par;r a ldade do BronZe,
mas de anâiisâr e interpçc'gx1 Ltltl.t nrritJt.t . ..r .f'r'r's.l)til [\clJ Pr-nteit a vcz unt
caráter fundamentaimer-rte hisrcrric.:,. a'-i.- :i--s -.-ur inire rcmontar iro povoânlenro
da primeira Idade do Feiro. anr.-rrtrr .r R.r

o D

A falta de urn único gran.le pl;irrr r'i-ri:. os i:trlrrcS con.servor: uma ocupaçào
distinta em núcleos postos ern i',rries.i,:r,i:-,is.;.rrr.i nccrópt-rles separadas, esr:ls
inclusive separadas entre si no lund.r itrs .,.ilc-S- Enrreranro, seria um erro inter-
pretar esse estado de coisas úorr-r pL)\tr.rL-'.c.nrr) .r.:.il;ls em pontos elevados como
uma realidade de caráter Frré-urbano, üÊ1 1,.1rr :ts .rrnJiçoes do relevo em torno cla
alça do Tibre no sítio de Roma, O fi,rr.rd.. JrrS r'.rlc-s.já er:r ocupado por cabanas
encontradas aos pés do Palarrno na part. sc-rcllriiôn:li enrre os períodos laciais
IIA e rrrB, isto é, c, gao-77o até 72>; da r-n.-sir-La tornr;r, aos pés do Vélia" A ocupa-
ção protourbana de Roma roma urr !-lirr'cirrniinr.n.o en1 condiçôes semelhantes
às pré-urbanas, mâs logo a super:r, carninhandr)
f :,Lr:1 ur-r-r recido contínuo, o que
implicará a transferência d:rs r-recr(rpoles ;.;11.1 -r pcrilena.

Pr ohle m d s Qu ct t t ti t,i t r t' tt-i c Q r r,r I i r,r r I lo-,

O avanço dos núcleos de ocupaçáo ,-1as alruras para as raízes dos relevos e a
maior concentraçáo desses núcleos sáo certar-nenre tenôrnenos impr61.12ngs5,
que tendem a acolher mais fãmílias e :r redu-ir o esp:lco rural no povoado. A
atenção dos estudiosos se concentrou exclusivamenre den-rais nos fenômenos
quantitarivos da ocupacáo a partir de núcleos, considerando-a equivalenre :ro
fenômeno protourbano, A transfonlaçáo proroLlrb:rna, entretanfo, é cenrrada
sobretudo na subordinaçáo ao centro dos prsl,6xdes satélites vokados :1o con-
trole e à gestão do rerrirório; na hierarquia enrre as diversas subdivisóes do po-
voado (montes e colle,s) e na organização dos bairros no inrerior das subdivisoes
(curiae), isto é, na estrutura protoestatal voltada a turelar os interesses gerais da
comunidade. O aspecto "ur:banístico'f especialmenre quando o cenrro prorour-
bano não foi criado de uma vez, olr num breve tempo, rrras é fruto de um longo
desenvolvimento de ocupação, começa, talvez, no Bronze médio (séculos xrv-

À{ar-l,i I-ral,el .DAgo,r i no F lemirg

8z
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lirri«' tlLLi ,, i .1lo I .L l lrr itrir i

Ffq."s.S. Iro,slç,io,]o -siilo,lc jiL;nr,i rtr. l,unitt: tnirt: tt Lticítt ( o l:_trLrrtLl.


lontc: rLldlt,l.lo,le \t J- Ir -. Il.r,ri.q,.:o;0.

!IiI), como no caso do sítio de Roma e er)1 1,/rrios ourros do L,icio, e é pcr:cebirio
r-)en;1s nunl segunctro rllornenro, colr-tíl r11:liari:riizeçr,ro de r-irr-r r-spíliro de ocu-
'-'-icào e organiz;1tivo f-iá rl-ruito
criado, Porrantri, Ír:iLl ci o cliso lie retardar o i1lí-
-- -r da Íormaçiio rio íenôrneno pror.)Lrrirâ11o no sirio de 1{or.n,r, clisra6ci;rnclo-,-r
-'r\-r11ologicâlneut,e Inais cio qr-le o rlecessiirio..]:rs realicLt.ics llr;1is,ivanç:i,ju.s cir:
--upaÇcies etrLrscas. (J mo.io.1c cheg:rr-à rc;ilizaçào cio.:entro Lrrorourb"lÍto 1lL)
:ltr de Roma é,,liverso em feiaL;ão ,ro ilos gr;llid.es centros yilairovianos.A pc,-
--itr .1o sítio cle ftonra, prcixim.-, a veios, f;iiiirtou Lertá11rerrrc os sclrs contaros
..i1 â Errúria, mas sLla colocrç,io toprLgr:1iica f;lvor;ír,el,;1o lon!1o cl:i iirrerfa.c
'-:re âs ciuas regioes e o principâl curso da En:úrri;r mcridion:ri e.[-r
"l';igua
.'.:tiútt tleiLts, favoreceu oü êxito i)rotoLlii).rn() 111:iis oriqitrai.lo que aré },ioje
- :rrLha im;rgir-rado (Figura 5.9)-

6;
Onde precisawt:trie sittti.rr tt Septinrontituu?
.,.7
como vin-ic'rs, este serirr
posrerior rro p,:voa.Jo pré-u.rbano
Sirlo.lr.i.l
e anrerior ;i fbrm:rção
da cidade. O final do povo;r.io I till .

p...,r.,u.br,.ro d"1,"r.1" ,-1" qrr"r_,.io


meçar o fenômeno *rlrano. o seprim.*riur.n ," i,r_r"nir_,, .o_
dehrre o ú,irr.,.,-,,, prorourb:rno
nraJuro do sírio dc Rolrra. Sc Íôr
torrfirn.ir,,
corn a formaçáo da ciclade, acalra _
se,
";
il; ;;:I1,ü1,
:i ::I].I;:*#:.:;
cular e, portanto, sua essênci:r ó
.jissotvi.ie, o que é grave, porque
ele reç,resenta
a fonre histórica princiçral c"lo
fenôr.',eno poo.o,,rt,rno no sítio
retamenre, dos sírios da Irália
," O;;':, ilIl
cenrr;rl rirrênic:r.

.,/'(
Esboço cle unro Cronologitt
:. _
.- ]--

Sirro Ji itor::
Nessa perspectiva, é imporrantc
disting,-rir a icl:rtje pré_urbana dos l)nr,:csso Je oiirr
bensi, que pode populi al-
ser.enquadrada r.,o p"io.J,, da i.regerno,ia
de Arba no Lác-io
(séculos xr-x) da idadc 1.r6s61rrb",rr, qLianilo , ,"-"li.{rd*
dos po.l,.ulitende a
esmaecer' salvo nos 1110nres
Aibanos, Éienre à for,raç:ro do íenômerio
bano (séculos rx-vr,). Se não protour-
se fazem essas clisrinç0"r, o
populi:rcaba por prorongar-se em
,",rr1_;;.["" *
pleno sécuro rx, o* ,ré
merade do século vrri. Com i..,r,,_rio -or-o na primei,a
...t,
formaçáo p.ororob",,,", que as
fo,res ."lrr,"l:"1::::i:::ã#:,*t::::l1:::i: /.,
consentem intuir, e que podem ,,.,,,.|.
ser piressuposras tarnbém
Lácio ar-rrigo' Em rermos de crorrologir,
para outros centros dcr '/:"./,',,
rradicior-rar, o períotro prorolrr_
bano no sírio de Ron-ra seria "úuolur,
darado,'po.r"rrro, emre g7o <:
725_
Quanto à evoruçiro cra ocupaç:ão.-ro sírio,le Ro,-rar r)
.o capirório, a ocupa-
çáo se esrende para a pranície do Fór:um Je;rluviáo), p
a partir do .é..,ro
il.rgrr." 5.ta); z)
x, quanc-r,r "r,,i.), ao Fóru.r se
segue-se um período de abandono t
-o de ilrÊl:ts r.
até o securo
torna Llma necrópoie, sern qLre "
fosse cie uso exclusivol rlescobriram_se -:reqrlenâs acn
rambém do sécuro caLran:rs,
á."o clue seria a Régia e o re,rpio c cabanas de r
",-r:?,
ra 5'ro)' Tarnbém ,o véria . ,ro "m
p"lrri,.," pode.iari
de Vesta (Figu-
ias ntais oLi n-i
exisrir para essâs
"r'.=i;;",
ram bém fo.,n., à",.oberras,,,,b;,, .Errúria vizir,h
:::H"*;J:,ftfJl," ; ;e im;,tica c1.e
.lesse sistem.r
en,re si. A se juigar,]i:ffi;;tlT:*:;:iJJ;:::,ff;;::::
náo era aincla Roma progrecliu
de oesre prr, l"rt., oartindo,
#"j j; :rrção únrcl,
'".róxrrna ao I:r
c,

(e do capitólio) para a direçao


do véria. d 1.," .h"-" a arenção
;J;;;r", do Tibre
é a continuidade da ,cupaçáo nessa evoruçiro
clo sírio .le Rorna, ,-,,-r,,r, .o,-rrir,ri,1rd"
clúvida, só pode ser cresejacra qr", ..rr-,
enquanro Ronra, como organismo
exisrer o nascinrenro de uma cicr;rcle
u,itário,ainda
'ráo de Roraa ,".á í,,,r-, ,;;;; ocupacio
longo rempo. Inicialnenre esraberecidos há
;ro rongo cre vias narurais i produto cie u
de comunica-
ção' os habitantes em seguida se agruparârn !rrças dispers:1r
nas airur:rs, Íugindo c.-rramenre
Írrequentes inunclaçóes (rr".r"d".'rror,"otogr.",r-renre rlas -,r
por Ílrimerosos esrraros
lrlano e rlutr
:rcrnentos Íortr

,À,1crla Is,rúcl D'.4gasr ino Fbrti.n,1

tq
!-i, .ir:.. i. rr\i''i!iti ,llI ili'illlr

.,r,',",- .:i.'r.,i.i L-,ii-:ri ir:" !-:.;L-ií-' il


i tl;1)::. rr ,l.i..ii'{. 1'illj

,I ir!1i1 .-:q i:-;i-1-i':r. :ll 1r-: ,í' 1 ' I


Palatino (si
dade no Pl;
to nuclear.
com tal m,
abandonar
Oqueé
taçâo jâ err
caçâo, a cot
e fraçóes, t

débeis e ir
ritualment
lidade fedr
Sepdmon
ciar das F'
(Rômulo)
Entretant
,rr. ,.rr. Reconstruçao da paisagem ur.bana de,Ron","u:yt:,:::"o'f.:,:-^':r!'rl';i:r!::t',:t, Pofque eÍ
6' remvto devesta;7' Lucus
;."i;;;;;;,";;;;";;",;;;'.ó;;:'R"gi", 5' Cabana 'lasvestais; de nature
10' Fótum em fortnaçao; rt' Capitólio'
Vescae; 8. Palatino; 9, Palatiío: muros; lugares, o
Fonte: adaPtado de Carandini' zooT'
entrar efi
segundo
ser tea\ízadaPorque no conjunto do sítio
nada, e afandaçáode Rômulo só pôde Porta
um movimento gigantesco e complexo que
rofi1ano, há muito temPo, acontecia
às vezes con- mento c(
remisturava o. mais diversos e punha em jogo dinâmicas
"1"-".rà, a chegaram a Porque t
traditórias, às vezes convergentes, dinâmicas que, Pouco Pouco' mado en
dos locais que um dia seriam
elevar adensidade d" ft"qoã't" çâo e de ocupaçáo que Pres
aqueles de Roma. .1. vel no te
A grande necrópole arcaícados séculos vII-vI no Esquilino tem seu inícro
ele mesr
com o que se observa
,o ,éãr1o rx (Figura 5.ro)r é dífícil não relacioná'la nas soci
que vê acabar sua funçáo de ne-
quâse no mesmo período na âreado Fórum' mas estz
.rApot" prr, jáhabitaçôes' Mesmo que ainda se trate de um esPaço
".olir", dda Par
prlurdoenáopúblico,o'doi'fenômenosPareceínformarumsiscemaeatestar deumP
a e*istência, .e ,-rao de uma cídade' pelo
menos de uma federuçio de vilas em
rcfr'etír bem tal estado transitório
vias d"e uniÊcaçáo- O Septimontium parece
evoluir Pata acidade dos tempos históricos'
f,r" ,e a liga proto-hirtórita uma cerca ao redor do
Assim, aqueles çlue, em tot"o d" 73o' construíram
Paladno,dequeatradiçáoromananuncâperdeuatecordaçâo'escolheramum
sítio 1áo.rprdo há longo temPo' A fundação
palatina' de que náo se pode ne-
zaA
do território da
gar nem diminuir r"íLd^d",'foi possível Porque no conjunto Aupor
^ cujos sinais tênues, mas
futura Roma estava em curso um Processo de formaçáo Stor
foramrevelados pelãs modernos (Figura 5'rl)'
indiscudveis , "qu"ólogos CanaN
Nempuroesimplessinecismo,nemPuraesimplesfotmaçio'onascimenro Tor
d," Ro-, pro."d" d" ambos ao mesmo
temPo' A indiscutívei proeminência do

Marta Isabel DAgostino Flem*rg


86
Palatino (simbólica e religiosa) foi interpretada como um sinal de uma priori-
dade no plano dos fatos, em funçáo de um modelo reórico de desenvolvimen-
to nuclear. Mas os mesmos fatos demonstraram-se sempre menos compatíveis
com tal modelo; assim, a noçáo de fundação hoje é reabilitada, sem, porém,
abandonar a de fotmação.
O que é defato afandação de Rômulo? Ela constituiu, com base numa gravi-
tação jâ em açáo no conjunto do sítio romano, a canalização, recuperação, unifi-
caçio, a concentraçáo de energias até entáo esparsas em uma consrelação de vilas
e fraçôes, em benefício exclusivo do Palatino. TaI fundaçao subsdtuiu os laços
débeis e intermitentes que caracrerizavam as ligas do velho Lácío pela coesão,
ritualmente consagrada, fundada e definida, de um novo organirmo. À plura-
lidade federativa do passado, opôs a unidade (pré) urbana do futuro. A liga do
Septimontium já tinha um sacrifícío no Palatino, o Palatuar, que evoca o La-
ciar das Férias Latinasl na aparência nada será alterado quando os fundadores
(Rômulo) rerâo, pot sua vez, escolhido o Palatino pata aí tÍaçat o Pomerium.
Entretanto, essa continuidade visível exprime também umâ ruprura profunda,
porque entre o Palatuar e o Pomerium há uma diferença de grau que é também
de natureza. O primeiro era o ponto de convergência de forças vindas de outros
lugares, o segundo se torna o centro de ircadiaçao de uma unidade que, antes de
entrar em expansáo, seria palco de uma formidável concentraçáo de densidade,
segundo um processo que podemos já chamar de afandaçáo de Roma.
Portanto, náo é porque já existisse o primeiro desenvolvimento de um ele-
mento central (Palatino e Vélia) que possa ter havido um sinecism o, e náo é
porque tenha havido sinecismo que o desenvolvimento nuclear possa ter se fir-
mado em seguida como o fez, O nascimento de Roma resulra de uma fundação
que pressupóe uma formação já em cursoi esta se traduzíu em um evento, datá-
vel no tempo (século vrrr) e localizado no espaço (Palatino), que se inscreveu,
ele mesmo, naquele fenômeno de longa duração que é a emergência da cidade
nas sociedades arcaicas. Então, náo apenas a fundaçáo não exclui a formação,
mâs esta foi até mesmo necessária para que aquela fosse possível. Ponto de par-
tidapara novos horizonres, a findaçáo de Roma rambém é o ponto de chegada
de um processo secular"

Refer ê n ci a s B ibli o gr áfic a s

t t,vv.Fidene.Una Casa dell' Eta delFerro,Milano, Roma, Eleca, r998. Soprintenden-


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Roma: da Fed.eraçíto d.e Vilas no Lácio ao Nascimento da Cidade

8z
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t
Í
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Maria Isabel D'Agutino Fleming

88

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