Regina Célia Tamaso Mioto
Marta Silva Campos
Cassia Maria Carloto
(Orgs)
FAMILISMO
DIREITOS E CIDADANIA
contradicées da politica social
1" edicéo
1 mimprntio
CORTEZSumario
© cmamente da politics sil com a familia: feliz ou inl?
eras Se Cam a
(oliticns Soci, ama © protegho social: um extudo acerca
Aas pstican tamanen cam dierentes cidade / pases
Maren Burne Zoe ©
Fogramss de trarateréncas condbownadas,famas ©
fener apmonimacies + alguns demas e desencontnos
‘Monae De Martone 5
Mactan nas tamliss brasleeas © 4 protec desenad
a pti was
Corman Rost Ort Guterres Gana Liane Moser 125
Servo soca ¢ renpormabulizagho da fama contradigoes
4a pica social beasetra
‘Reyne CA Tomane Mint © Kal Ragone Dal Pr.sero cao camry
cuidades €0 uso do tempo das
rogram Bobs Fen.
sales
ontempocines: familia como referéncia
er trabalho socal
2s Pliacs Soc € para
Pe nge Mera Teer nee 2H
soere as Atoets 21
Apresentacao
A proposta que mobilizou tm grupo de pesquisadoras a s-
rover sobre a familia surgi: da urgéncia em problematizar e de-
ater o carter familia e o specto regressivo que tem caracteri-
zado oconjunto de aches desenvolvidas pelo Estado Brasileiro, n0
onteato da nossa politica social, notadamente a partir do final do
culo XX em nome da fcalizagso no Combate 3 Pobreza ea Mi
sia, de forma aferir a propria lig dos direitos soca, forjada
pela Constituiio Federal de 1988,
© processo de responsabilzasio das familias por encargos
dentro do sistema de protegso social, presente na configuragso e
a condugio da politica social brasileira contemporinea, se insere
ro debate sobre uma velha questio que é a da forma de incorpo-
raquo da famila& politica social. A discussio dessefendmeno nto
posi ser realizada fora do quadro analitico que, tanto do ponto de
sta estrutural como em varias conjunturas, tem marcado histori
‘camente as rlagGes entre familia, politica social eFstado.
"Nesse quadro se apresentam aspectos importantes, dos quais
Chiara Saraceno destaca a grande difculdade de estabelecercon-
sencos sobre o campo de inter-relacSes familia e politica social
Mesmo existindo um acordo sobre a importancia das poltcas
socais para sustentara vida familar no existe concordéncia,nemoro 8-CAoy
cure do que se entende Por Sustentay
ima velha pergunta, sem
ena di eu a pre
So embates, que ado guantun de respon,
soo Estado, As familia 0 830 hom.
ia,
sive ogue ft
alia, st PO
ese os debates ©
fae
sos, nem em fses
opanizativos também si0 influenciadas ¢
vo da lepislagoe das poltcas socias
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ones emer
Irodelos cultrais ©
fnteragem com oconjnt
(0 segundo destaqu
Pottica Sil éde que es
joscidlosde vida, nem em,
re dado pela socsloga italiana quanto 3
ta contitui um campo que dé ampla yi
rank /prtiiasto do Estado na vida sf.
ae ierand que esta acontece tant através da egslcio,
anaes poltca demogrdficas e econdmicas. 150, Sem des
sae ear ofan que o proprio Estado de bem-estar social nase
saan ssungio de responsabildades no campo da reproducto,
set uc tadconalment terreno compartihado com far
‘Tum dm, no pode debxar de ser assnalado 0 fato que nas o-
Mines caialiatas cideninis todos os sistemas de protes0 social
‘Sctntam-s na trade Estado, mercado e familia. Desde os seus
puindion ats alvalidade tim sido organizados patirda fam
Tinnuceor burgue, a saber, pai provedore mie dona de casa €
‘dado, to nos leva oo trim destaque que € ode consatr
nos que apesar ds fais trem se ditanciado do ideal burgés
a yu conformago, anda so mantidas as mesmas expectatvas
sobee eu papel e suas responsabilidades enguanto um grupo/
ara de pots ecuidados do individuos. Apesar da fecur-
didade das rts f desenvolvdas, perdura em nosso meio a
compreendo de que a fala oes de atuagio da mulher e ©
‘meadadetabalho ozs de atuago da homem. Mesmo sendo
sabido qu homens e mulheres eso presentes em ambos 0s esp
‘es, essa. concepsio ¢ incorporada pelas intervencies estatas
jaa mules «parti de seu taba no pago a esfera
‘oti familias azem a mediaco entre o Estado ea familia nO
desenvolvimento das politica socais espcifcas, em reas como
assisténca social, sade, educagio, habitacio entre otras.
CCompartilhando do desafio de enfntaro debate enur
sobre a familia no contexto da politica social, ete Livro reine tra
bathos de pesquisadoras vinculadas a micleos de pesquisa de
Programas de Pis-graduacsona area de Servico Social de diferen
tes universidades — Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Pontificia Universidade Catslica de Sto Paulo (PUCSP),
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal
{do Piaut (UFPD e Universidad de a Repibica (UDELAR) do Uns
ua. A produso da maioria dos trabathosé resultado de debates
corridos no V Encontro de Nscleos de Pesquisa em Politica Social
«Familia, ocortide na UFSC em margo de 2012 eapresentados no
XIIIENPESS realizado em novemirode2012.Elescontemplam de
forma ariculada diferentes eixos de discustio, Parte-se de uma
‘cntextualizagio sicio-historca sobre incorporacio da familia na
politica social, avanca-se para o debate sobre a familia brasileira
‘contemporinea e suns disposigbesregressivas em rela & provi
so de bes-esta,considerando suns configuragies aus Inclui a
prablematizagio da “(inviabilidade” ce manter a centalidade na
familia como eixoestruturante da poliiea social, dados os proces-
508 de responsabilzagio da fama através dos servicos, pautados
sobremanelra ne questio do cuidado, eenfim, a sobrecarga que tal
‘culdade representa no interior da familia, especialmente para as
mulheres. Finalmente debruca-se na centralidade da familia na
politica social de asistincia social, focalizando a questdo do tar
‘allo com familias
Nessa kigica a discussio € aberta pelo artigo, ironicamente
intitlado “O casamento da politica social com familia: feliz ou
infeliz?” toma com matric teGrica a discussio da visivel contra
igh entre o objetivo de promover direitos de cidadania — ine-
rene politica socal — coma partiipacio da estrutura da fami,TO CAMEOS Rg
saga om 905 PORHGS ata,
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tpn ablicasenquanto contetidoy
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me oe na atualidade, fundamenta,
‘Phnalise de vris legslagbes Ue, is ma
2 aia c comivaca Farr em mbit in
matical Também 20 econhecimento de Programas, Projets,
sacra tenon gto & familia, em diferentes cidades/
pbs da Ameo Latina eEurope, areas de um projetocomum
“Ee cooperao interacial. Em seguida, 0 texto "Programas de
rnsfecncie condicionadas, familias e género: aproximagdes a
Tins damacedeseneontos” visa aproximaroleitor dos debates
4a da ia Cheer 7 wag to
ine ig
coma de aga pet sees pacer abo oporo Cros: catia
tina dscns importants dee dei oeniada
para. dur do vga socal cao irstaet da ol
ren ceastumeimnente esabolecimentode ua superioridade
_ ‘com transferéncias financeiras sobre os relativos A oferta,
Se or ne enguant tram epoca A orn
ered de rgs nce questa eemente po-
‘vel, como vias para a educagho ecriagdo das eiancas e pars os
‘ridados gezais aos memlors deperdentes, fica ness caso bastan
te relegada dentzo dos restritos orgamentos publicos.
Muito claramente, para vida familia, a disponibilidade dos
servgos é fundamental. Como exprossam Campos e Reis (200)
“Os ervigo confer materiidade as polis soa por
conseguint, garantem direitos socais”. Acrescenteros: cont
Srnernidade de ptenil maissaisatrio, mais efinade esegu-
1, que as transferénciasfnanceiras.
com Mioto 2010, p.5)
1. os servigo atm como ponto de convergénca ¢ mediagio de
aye vnculadas proteio social eexercern papel fundamenial no
Gesenvolvimento da autonomia individual, fame e social lém
Adoenfrentamenta 90s sco decunstanciais
Desvendando a partic dointerior da familia, configara-se mais
‘uma ver a sitagto desfavorecida da mulher-mae (em geral, com
consequdncias indesejveis para fad o grupo familiar) quanto &
infermast
foripants so autrdadespablicas responses pla formal
{icf ds coiats de parceria entre as cidades/ paises.
‘Asp faiaesetudadas,defindas como os contr
concedes palit, sf ienifadas partir de legisaio
‘pectic, dinero do tema ra agenda politica, e também, no
‘momento desu operacinaizagio, por meio de programas, px
jee servigose benefice
‘Venificamosna legisla precedéncia focalizada nacrian
‘2 eno adolescent, para a protegio e o combate de violaso de
‘its seca © pricpio da convivénca familiar ecomunitit
‘4m neo revit para as criangas es adolescents na legis”
‘todos cinco paises parceiros da América Latina e Europe.
Sitios da ConvensioIntemacional dos Direitos da Cia
- Losses 1589, possuem les especificas, Peru ¢ Urugitl
Farm Cis a Crag edo Adcescente similares a0 B
lange Adolescente ECA) brasileiro noqueconce®
‘20 direito da convivincia familar eccmunitvi. A Ria também
‘possuilegislagdo carateisica para a promacio dos direitos da
cianga e do adolescente ea Franca adota legislagio especifica in
serida no Cédigo da Agio Sociale da Faria,
Entre os paises latino-americanos, a Brasil € 0 pioneivo a tor
legislagio fundada na doutrina da proteto integral da cranga e
do adolescent, tratados como sujitos de direitos, pessous em
desenvolvimento, com priordade absoluta de tratamento pela
familia, sociedade e stad, OFCA brasiteiro foi langado em 199;
‘peruano é datatio do ano de 000; eo uruguaio, em 2004,
Alegisagio brasileira ea italiana avangam nos procedimmentos
paras operacionalizagio do dizeito convivéncie falar e comer
nitria como dlreto da cianca. Ambas preveem no texto legal a
bsoluta prioridade e o apoio 2 familia de origem e distinguem
‘cutras formas familiares na impossibilade ustficada da prime-
"2, AI, com Le! federal 149, ntitulada de Direito da Cranca
‘2 Uma Familia, promulgada em 2001, prev, de forma pioneia, 0
fechamento des institutos de acolhimento, 9 mesmo tempo em
‘que prope profulareforma na configuracio da modalidade de
acolhimento institucional, denominada, para esse fim. como do
"ipo familae”
{At 1" Acriang temo dice de ser vada eeducada em suas fa:
ilas. As condigies de pobreza dos pais u a. como onesponsivel
legal ae pode serum ebsiculo aa exerico do dire de fala
ddacran. Para ese fim, devem ser relizadas intervenes para
‘poioeajuda familia |. As auterdades pode trem promo”
‘vera guard em comunsodes do ipo fair organizar cso de
formasio e de aperfigoumento para amistentes sccns eFrmagSo
« preparaco para as famila € as pessoas que querent ter Bhos
oto).
Ant 2° A cranga temporariamentepivaa do ambente fare
pes dan intervenes de apoio eatin preted, ¢atnbuilaMOTO “CEOS yy,
eaves eet Gy
ane ts ges mre eee
ca en nico TIN AC
ese ess are Bo
eae
nhs sr com a Poltca Nacional de Conve,
legis bras 2 Lei de Ado0 (2008), rr
ee ans alecertsem jee,
te eure acoledosse ann
srapermandrcia em nies,
wreoepasescitads, 6a que
A convivial
Te cea
0 ead 98, com edigio do Codigo da Fant,
Seri ten ol
caer em ampl ataliaco na verso de 2007. Conga
Sates apesenta etathadamente 0 Prinpos, pad
tena e soe as reglamentaese formas de moni
tno ds plas pubis eaten fami.
Tendo como precedénca abot a crianga eo alec,
eis aordagem legate pespctivapreveniva sobre a
Caesars eisai ances tual identi, ro Ci
daar Bem st Sc ts res proitrias de protic
* prevent eit preven de dificldades educatvasde
ls evrios uti eservigon de poi as culdados dis iar
casen abit faia
‘Quando objeto 6 familia, conto, as cidades pesquissds
de atividads arte-ducatvas, cultura exportivas ede nuagao
20 trabalho para on adolescent.
Distinguimos algumas experincias que diferem do modelo
comum de creches,pré-escolas ecentros da crlanga jen
‘cms nas vias cidade, A Franga poss exprensivacobertura
«le servos publics com a metodalogia de Assistentes Matera,
mulheres cadastroda,treinada pogas peo Estado para olerecet
‘uidado disio para duas a ts criangas. © subsidio finance
"epassado diretamente as familias que cuidam de seus membros ¢
‘utra modalidade emprezada pela Fraga, que prope poltcas
‘explicit de apoio familia A iia tambéen apo financeiamenie
familias, a parti do texeino foMOTO“ CAMPOS Chay,
Jalmente entre 0s gaa,
paso tera olvimento Sociale ng
i anand EINES og! cis POgTaaS vol
r leet
Pip dacriangae a0 AHO 3 proterdo social, destacag,
ii
St een vm
Cr eee
cada fase, detacado porSOriM0, Para Os cui,
= we, éode professores na Comunidade
re
Cronin eels
dzagem cae €tambin diigo 9 comida
: “regis com indicadores de alta vuinerg
: er
nen
Sica
tant obrvoda ra cidade de Sto Bemardo do Campo,
sofers aerate a reas da educa, ke
or tpn gids primeira infinci ed fara, Ape
Se opana Eola Fanta compara indiadores de desea
‘Hoorn es de Edo, Sade e Asitinca Soil,
rit opeieral ebservada em SSo Bernardo do Came, ¢
(alias neni urns, no tem aderénca nares
debs
Adu fn brasilian forma de creche, diferente
‘mente dos demais pases, nio €classificada como politica assiste™
«dal de apoio & familia ou mulher trabalhadora, mas sim reconh™
ids camo primeira etapa da Educacio Basica. Essa condi
baseada no dreto da crianga & politica educacional, é urna form
outros membros dependentes da famnitia:
‘Bt Convnioopicesshomese mulherescom responsstlia
con ics sles depends, quan ess =P
dade restringem a possibile dese preparatem para ums
Vidade econdmica« nel ingressay, partcpar ou progredi, 1
apticar-se-do também a homens emulheres com responsbil
‘com relagS0 outs membros dena faa imedata que man
© prcisam de seu euiados ot poi (ONT 181
Convengi 186, at")
Em seus artigos e5 prope que sejam tornadas as medidas
compativeis com as posibilidades eresponsabilidades nacionals
dos Estados-membros, para que se etabelegam condigies de con=
ciiagdo de encargos familiares, ao trabathador, em igualdade de
‘portunidades e de tratamento aoe géneros, com corresporsabill-
dade social do emprogador e da drea governamental, como se
constata
* dar conaligdes a trabalhadores com encangos de familia de
fexercer seu dirito live escolha de emprego e levar em
consideragio suas necessidades nos termose condicbes de
“emprego e de seguridade socal,
‘+ evar em consideracdo, no planejamento comunitéri, as
necessidades de trabalhadores com encargos de fama ©
sdesenvolver ou promover servigos comunitérios, piblicos
‘ou privados, como servigos e meios de asisténcia 8 infin-
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88 páginas