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COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO
DISCIPLINA > GERENCIAMENTO DE CRISES
COORDENADOR ANDRAGÓGICO
SECRETÁRIO GERAL
NATAL-RN
GERENCIAMENTO DE CRISES
Histórico
Nesse contexto, são exemplos de crises em que a polícia tem de dar esta resposta
especial:
de aeronaves.
Todas estas ocorrências policiais exigem técnicas específicas. Isto implica na necessidade
do profissional de polícia dominar diversos procedimentos operacionais aplicáveis a cada caso.
Neste curso básico abordaremos dois tipos de incidentes críticos que impliquem em
atividades de negociação. Situações em que indivíduos, pelos mais diversos motivos, se
tornem causadores de situações críticas, ao praticar o crime de sequestro ou a tomada de
reféns.
O crime de sequestro de pessoas é um crime bastante comum em nossos dias, e pode
ter como objetivos extorquir dinheiro, chamar a atenção para um movimento político ou
ideológico, fazer propaganda ou denúncias, fazer pressões políticas, exigir a libertação de
presos políticos, ser praticado por vingança ou para impor condições de negociação.
É um crime cuidadosamente planejado e passa normalmente pelas fases da seleção e
acompanhamento do alvo, planejamento e infraestrutura, assalto à vítima e condução ao
cativeiro, cativeiro e negociação, coleta do resgate, libertação da vítima e lavagem do dinheiro.
O crime de sequestro prevê uma atuação típica de Polícia Civil, já que envolverá
investigação para descoberta dos causadores e do cativeiro. Depois de localizados, a atuação
passa a ser conjunta, uma vez que necessita de um grande efetivo fardado para garantir a
contenção e o isolamento.
A tomada de reféns se caracteriza por dominar pessoas de forma inopinada,
normalmente para garantir fuga ou outras condições de negociação. Isto tem sido comumente
praticado por criminosos comuns ou profissionais que se sintam surpreendidos pela polícia na
prática de um crime. Tem sido comum, também, nas rebeliões em presídios, quando se tomam
presos ou funcionários do sistema penitenciário como reféns.
Prevê uma atuação típica de Polícia Militar, já que ocorrerá em local público e necessitará
de grande efetivo fardado para compor os perímetros indispensáveis.
Mesmo assim, não impede uma atuação conjunta, uma vez que, em um "Teatro de
Operações", coordenadamente, todos têm espaço e podem colaborar, dentro de suas
especialidades, com o gerenciamento da crise, que passaremos a estudar.
O Gerenciamento de Crises
O gerenciamento de crises pode ser descrito como uma metodologia que se utiliza de
uma sequência lógica para resolver problemas que são fundamentados em possibilidades.
Deve-se observar que o mesmo não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta
características exclusivas, demandando soluções particulares, que exigem uma cuidadosa
análise e reflexão.
Trata-se de um saber que deve ser utilizado em um tempo restrito e não calculado, pois
vidas estão em jogo, diante dos mais diversos problemas sociais, econômicos, políticos e
ideológicos da humanidade.
Gerenciamento de crises
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 9) citam que Monteiro, De Souza e outros estudiosos da
área, utilizam em seus trabalhos o conceito de gerenciamento de crise da Academia Nacional
do FBI, dos Estados Unidos da América, segundo o qual:
É importante lembrar que as ocorrências que envolvem crises policiais, criam, no cenário
da Segurança Pública, situações decisivas, onde o gerente das crises deve estar preparado para
ser o administrador de todo um cenário. Isto se deve às características singulares das crises,
como veremos a seguir.
Características da crise
Monteiro (2001), com base na doutrina emanada da Academia Nacional do FBI (EUA),
enumera três características principais:
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–a
análise e a implementação do planejamento são prejudicados por fatores como a insuficiência
de informações sobre o evento crítico, a intervenção da mídia e o tumulto de massa
geralmente causado por situações dessa natureza. Por isto deve-se ter tudo bem planejado.
Este é o primeiro e mais urgente questionamento a ser feito, sendo muito importante na
sua solução um perfeito entrosamento entre as autoridades responsáveis pelas organizações
policiais envolvidas.
Características da crise
Além dessas características essenciais, uma crise poderá ainda apresentar outras
características peculiares como:
uências.
- Preservar vidas; e
- Aplicar a lei.
Estes objetivos seguem uma hierarquia rigorosa quanto ao seu grau de importância e
prioridade, pois a preservação de vidas deve estar, para os responsáveis pelo gerenciamento
de uma crise, acima da própria aplicação da lei.
A crônica policial tem demonstrado que optando por preservar vidas inocentes, os
responsáveis pelo gerenciamento da crise adotaram a linha de conduta mais adequada, pois,
segundo De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 13),
“a aplicação da lei pode esperar até que sejam presos os causadores da crise,
enquanto que as perdas de vidas são irreversíveis”.
O gerenciamento de crises possui esses pilares como escopo, visando conduzir suas
técnicas para a resolução dos incidentes, com sucesso, com o mínimo de perda de vidas,
segurança dos envolvidos e garantia do cumprimento da legislação.
Portanto, o gerente de uma situação de crise deve ter sempre em mente esses objetivos,
observando que deles derivam aspectos como:
Preservação de vidas – dos reféns, do público em geral, dos policiais e dos criminosos.
Aplicação da lei – com a prisão dos infratores protagonistas da crise, proteção do
patrimônio público privado e garantia do estado de direito.
Critérios de ação
Na busca da execução dos objetivos, ainda segundo De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e
FAHNING, 2007, p. 14),
O critério de necessidade indica que toda e qualquer ação somente deve ser
implementada quando for indispensável. Se não houver necessidade de se tomar determinada
decisão, não se justifica a sua adoção. Para isto deve-se perguntar:
O critério da validade do risco estabelece que toda e qualquer ação, tem que levar em
conta, se os riscos dela advindos são compensados pelos resultados. A pergunta que deve ser
feita é:
O terceiro critério é a aceitabilidade, implicando que toda decisão deve ter respaldo
legal, moral e ético.
A aceitabilidade legal significa que toda decisão deve ser tomada com base nos princípios
ditados pelas leis. Uma crise, por mais séria que seja não dá à organização policial a
prerrogativa de violar leis.
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A aceitabilidade moral implica que toda decisão para ser tomada deve levar em
consideração aspectos de moralidade e bons costumes.
A aceitabilidade ética está consubstanciada no princípio de que o responsável pelo
gerenciamento da crise, ao tomar uma decisão, deve fazê-lo lembrando que o resultado da
mesma não pode exigir de seus comandados a prática de ações constrangedoras.
Níveis de resposta
De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 18) afirma que “uma correta
avaliação do grau de risco ou ameaça, representado por uma crise, concorre favoravelmente,
para a solução do evento, possibilitando, desde o início, o oferecimento de um nível de
resposta adequado à situação, evitando-se perdas de tempo desnecessárias”.
O grau de risco de uma crise pode ser mudado no seu decorrer, pois a primeira
autoridade policial que chega ao local faz sua avaliação da situação com bases em informações
precárias e de difícil confirmação. Dados de grande importância, como: número de reféns,
número de bandidos e números de armas, às vezes, só vêm a ser confirmados no transcorrer
da crise.
Assim, o gerente da crise deve estar atento a qualquer elemento que possa lhe dar
informações, como: um refém liberado, um atirador de elite, moradores e/ou funcionários do
local tomado e, até mesmo, um dos próprios perpetradores que se entrega.
Deve ainda conhecer e estar atento à tipologia dos causadores...
III - Terrorista por motivação política – Essa espécie de causadores de eventos críticos é
a que causa maior estardalhaço. Basta ler nos jornais as repercussões causadas por esse tipo
de evento ao redor do mundo. É que esses eventos, geralmente cuidadosamente planejados
por grupos com motivação política ou ideológica,
têm como objetivo principal a divulgação,
oportunidade valiosa para críticas a autoridades
constituídas e para revelação dos propósitos ou
programas do grupo.
Muito difícil é lidar com um terrorista por
motivação religiosa, pois ele não dialoga de forma
racional, praticamente inviabilizando as negociações
por não aceitar barganhar suas convicções e
crenças. Quase sempre, o negociador deve tentar
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convencê-lo que, ao invés de morrer pela causa, naquele evento crítico, seria muito mais
proveitoso sair vivo para continuar a luta.
Segundo Pontes (2000), “é com os doentes mentais que a polícia tem maior dificuldade de
administrar a crise e negociar, pois podem ser ilógicos em suas exigências e atitudes. Ao
mesmo tempo em que pedem alguma coisa, pedem outras completamente opostas. Ao se
verem atendidos mudam de idéia e exigem outra coisa. E o que é pior, quando menos se
espera ele pode executar sua vítima por puro prazer ou cometer suicídio”.
É importante e deve ser destacado que, seja qual for o tipo do causador do evento crítico,
deve-se evitar, no curso da negociação, a adoção de posturas estereotipadas com relação à
tipologia e à motivação. A classificação aqui apresentada deve servir apenas como um ponto
de orientação na diagnose dos tomadores de reféns, dado o papel primordial que eles
desempenham no processo de negociação.
-letais;
Como pode ser necessário o emprego de mais de uma alternativa tática em um mesmo
evento, apresentaremos a seguir cada uma delas.
As primeiras medidas a
serem adotadas por qualquer
autoridade policial, ao tomar
conhecimento de uma crise, são
resumidas nos verbos CONTER,
ISOLAR e NEGOCIAR.
Tais medidas ou ações-
resposta são tomadas quase
que ao mesmo tempo, não
havendo, na maioria das vezes,
uma perfeita distinção
cronológica entre elas. Assim
que a ameaça é contida e é feito o isolamento do ponto crítico, a autoridade policial já procura
estabelecer os primeiros contatos com os elementos causadores da crise, objetivando o início
da negociação.
Segundo Monteiro (2001), a negociação é quase tudo no gerenciamento de crises. Para
o autor, “gerenciar crises é negociar, negociar e negociar. E quando ocorre de se esgotarem
todas as chances de negociações, deve-se ainda tentar negociar mais um pouquinho”.
Tipos de Negociação
Negociador
diversas ocasiões. Dela deve ser encarregado um policial com treinamento específico,
denominado negociador.
O negociador tem um papel de grande responsabilidade no processo de gerenciamento
de crises, sendo muitas as suas atribuições. No entanto, seu papel mais específico é o de ser
intermediário entre os causadores da crise e o comandante do teatro de operações, na busca
de uma solução aceitável.
Muito embora tal função não possa ser desempenhada por qualquer outra pessoa,
Monteiro (2001), e De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 22), citam em suas
obras que “faz parte da história policial recente, no Brasil, a utilização de religiosos, psicólogos,
políticos e até secretários de Segurança Pública como negociadores”.
Monteiro (2001) explica que, “tradicionalmente, o negociador era visto como alguém
que simplesmente utilizava todos os meios dissuasórios ao seu alcance para conseguir a
rendição dos elementos causadores da crise. Quando esse objetivo era atingido, a tarefa do
negociador estava encerrada e a solução da crise ficaria a cargo do grupo tático. Era como se
as negociações e a atuação do grupo tático tivessem duas missões distintas e excludentes
entre si”.
Estudos realizados pela Special Operations and Research Unit2, da Academia Nacional
do FBI, mostraram que essa concepção é errônea, uma vez que os dois grupos têm a mesma
missão, isto é, resgatar pessoas tomadas como reféns e que tal missão permanece a mesma
ao longo de todo o evento crítico.
Assim sendo, caso se decida pelo uso de força letal, os negociadores não devem ser
afastados. Eles devem utilizar todos os seus recursos, no sentido de apoiar uma ação tática
coordenada. Resumindo: o negociador pode ter um papel tático de suma importância em uma
crise.
Síndrome de Estocolmo
2. Depois de ter sido sequestrada e passado uma semana em cativeiro, a mídia mostrou
a jovem Patrícia Abravanel, filha do empresário Silvio Santos, em uma entrevista coletiva na
sacada de sua mansão, falando por mais de meia hora que:
“eles eram jovens”, que eram “pessoas de bem" e que não haviam feito
nenhum mal para ela. Destaque-se que, quando perguntada por um repórter se
ela achava que seus sequestradores deveriam ser punidos, Patrícia respondeu
que “quem tem que ser punido é esse sistema de corrupção, pois o povo
brasileiro é um povo bom [...] quando você passa fome, não tem jeito...”,
-letais
Essa alternativa tática, com o passar do tempo e seu emprego, têm mostrado que os
equipamentos tidos como não-letais, se forem mal empregados, podem ocasionar a morte,
além de não produzir o efeito desejado.
Para De Souza e Riani (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 24), “não-letal é o
conceito que rege toda a produção, utilização e aplicação de técnicas, tecnologias, armas,
munições e equipamentos não-letais em atuações policiais”. Referidos autores descrevem
que:
O principal objetivo de tais armas é reduzir os efeitos sobre o infrator. Não eliminá-los.
Em situações de crises policiais, o atirador de elite fica posicionado, sem ser visto, ao
mesmo tempo em que é possuidor de uma ampla visão do cenário em que se desenrola a
ação.
Ele está sempre em contato com o gerente da crise, através de sistema de rádio, e este
repassa tais informações aos negociadores e para o grupo de inteligência, visando o bom
andamento da ocorrência.
A capacidade do “sniper” empregar a força letal diminui os riscos para os reféns e para
os policiais. No entanto, o tiro de comprometimento deve, por doutrina, ser complementado
pela invasão tática.
Para Dória Júnior e Fahning (2007, p. 26): “A invasão tática representa, em geral, a última
alternativa a ser empregada em uma ocorrência com reféns localizados [...] porque [...]
acentua o risco da operação, aumentando, como consequência, o risco de vida para o refém,
para o policial e para o transgressor da lei”.
Para uma invasão tática, também conhecida por assalto tático, obter sucesso, a situação
deve estar favorável, ou seja, o time tático deve ser excelente, bem treinado, bem equipado,
e abençoado com a “sorte”.
Alternativas táticas
A alternativa tática a ser empregada dependerá de cada evento, devendo ser analisados
o objetivo (ponto crítico), as condições do terreno, as condições meteorológicas, o armamento
de que dispõem os criminosos e as próprias condições do grupo tático.
Todas as alternativas táticas levam à resolução de uma crise e podem ser utilizadas pelo
gerenciador. No entanto, quanto mais tática for a ação, maior será o risco para todos os
envolvidos. Por isto, sempre devem ser respeitados os critérios de ação já estudados.
Perímetros táticos
Até mesmo aqueles policiais curiosos, que sempre aparecem nos locais de crise para
prestarem alguma colaboração, ou por simples bisbilhotice devem ser sumariamente expulsos
da zona estéril.
O perímetro interno deve ser patrulhado por policiais uniformizados, de preferência que
tenham um temperamento alerta e agressivo, para afastar e afugentar os intrusos. No
entanto, não se deve, em hipótese alguma, utilizar o time tático em tal patrulhamento, uma
vez que sua missão é outra, já estudada anteriormente.
Perímetro externo
O perímetro tático
externo é destinado a formar
uma zona tampão entre o
perímetro interno e o público.
Nele ficam instalados o Posto de
Comando (PC) do gerente da
crise e o Posto de Comando
Tático (PCT) do comandante do
grupo tático.
No interior do perímetro
tático externo somente admite-
se o trânsito e a permanência de policiais diretamente envolvidos com aquele evento crítico,
de pessoal médico, de pessoal de apoio operacional (Corpo de Bombeiros, peritos criminais,
motoristas de ambulâncias e outros profissionais autorizados) e da mídia (quando de
“briefings” ou entrevistas).
O patrulhamento desse perímetro também deve ser confiado a policiais uniformizados,
suficientemente alertas, para não permitir o ingresso de pessoas não-autorizadas na zona
tampão.
É importante lembrar que o tamanho, a forma e a abrangência dos perímetros táticos
vão variar de evento para evento, considerando as especificidades de cada ponto crítico. Assim
sendo, o Comandante do Teatro de Operações organizará seu cenário, seguindo os critérios
doutrinários que serão vistos a seguir.
Aula 3 – Organização do cenário
Como já se estudou, evidentemente, a conformação e a abrangência dos perímetros
táticos vão depender da natureza, da localização e do grau de risco do ponto crítico.
Exemplos disto são dados por Dória Júnior e Fahning (2007, p. 29):
“É de se esperar que o isolamento de uma agência bancária, onde se desenrola um
assalto, não terá as mesmas características e o mesmo grau de dificuldade, se essa agência
bancária estiver localizada numa cidadezinha do interior ou em plena Avenida Paulista, na
capital de São Paulo. O mesmo se diga de um apoderamento ilícito de uma aeronave, se tal
evento ocorreu num aeroporto internacional, das dimensões do Aeroporto do Galeão ou de
Guarulhos, ou se tem como lugar o aeroporto de uma pequena capital do Nordeste”.
Os autores alertam que “uma coisa deve ser sempre lembrada: não importam quais as
dificuldades, o isolamento do ponto crítico deve ser realizado, a todo custo, sob pena de
comprometer o êxito da missão de gerenciamento da crise”.
Outra regra valiosa que não deve ser esquecida ao se estabelecer o contorno dos
perímetros táticos é que, quanto mais amplos forem os perímetros, mais difícil se torna a sua
manutenção, por exigir um maior número de policiais e causar mais transtornos na rotina das
pessoas que vivem nas proximidades do ponto crítico ou dele se utilizam.
PERÍMETRO INTERNO
PERÍMETRO EXTERNO
PERIMETRO EXTERNO
PERIMETRO INTERNO
São tantos os problemas que podem ocorrem nesses perímetros, que o gerente da crise,
ao defini-los, deve encarregar um auxiliar para especificamente resolver os impasses que
porventura surjam.
O isolamento do ponto crítico não deve se limitar apenas ao estabelecimento dos
perímetros táticos. De nada adiantará sua implantação se o causador do evento crítico
continuar dispondo de telefones e outros equipamentos com que possa, a qualquer momento,
se comunicar com o mundo exterior.
Por isto, uma das primeiras preocupações do gerente da crise deve ser a de cortar a
comunicação telefônica dos perpetradores com o mundo exterior. Também os rádios e
televisores devem ser inutilizados, por meio de um oportuno corte da energia elétrica. No
entanto, referido corte gera discussões entre os especialistas.
Há quem argumente que a existência de um televisor em funcionamento no interior do
ponto crítico serve para relaxar as tensões emocionais, tanto dos reféns quanto dos bandidos,
pois a televisão ajuda passar o tempo.
Além disso, o corte do fornecimento de energia elétrica pode trazer perigo para os
reféns, principalmente à noite, quando o ponto crítico ficar às escuras. Isso sem falar nas
dificuldades e riscos a serem enfrentados pelo grupo tático, caso necessite invadir um local
onde a visibilidade estará prejudicada.
Os que defendem o corte da energia elétrica entendem que os riscos advindos dessa
medida são compensados pelos benefícios, pois além de evitar o uso de aparelhos que possam
proporcionar o contato dos perpetradores com o mundo externo, os colocam em uma
situação de inferioridade e desconforto, o que pode ser um fator decisivo para abreviar uma
solução da crise.
Além do mais, o gerente da crise poderá, sempre que julgar necessário, retomar o
fornecimento de energia elétrica, mediante a negociação de alguma concessão por parte dos
causadores do evento.
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 32) destacam: “o que de fundamental deve ser feito para
evitar que os perpetradores saibam o que se passa fora do ponto crítico é estabelecer uma
linha de conduta correta no trato com a mídia, centralizando o fornecimento de informações
e procedendo a uma seleção criteriosa de tudo aquilo que deve ser liberado para os órgãos de
notícia e para os profissionais de informação”.
ações; e
-estrutura;
Não será aprofundado este estudo, por não ser objetivo do curso, mas serão estudadas
as principais dificuldades em um Teatro de Operações.
Em uma crise, a tensão é máxima, especialmente quando ela eclode envolvendo reféns.
Instala-se uma balbúrdia generalizada, pois a ocorrência atrai curiosos, imprensa e
autoridades políticas para o local, por ser de grande repercussão. Em razão disso, surgem
muitas dificuldades no Teatro de Operações.
Outras dificuldades no local da crise têm relação com preparações prévias da polícia
referentes à aquisição de equipamento e ao conhecimento técnico de comportamento a
serem adotados para a solução do evento crítico. A eliminação desses problemas deveria
ocorrer em um período da organização das polícias, chamado de pré-confrontação, que será
visto adiante.
São dificuldades que podem existir no teatro de operações:
Manutenção do isolamento
Tal comunicação é difícil de ser evitada, pois o local das tomadas de reféns, geralmente,
são salas ou lojas com janelas envidraçadas que permitem a visualização interna.
Com relação ao suicida, em geral, a crise se desenrola em locais abertos como uma
sacada de edifício ou uma praça pública, o que dificulta qualquer tentativa de isolamento
visual da cena.
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 40) recomendam que, “apesar das dificuldades serem
imensas para se conseguir um perfeito isolamento, o comandante do Teatro de operações
deve estar imbuído desse objetivo. Como está explicitado, quanto mais isolado do mundo
exterior, o responsável pela instalação da crise tende a aceitar uma solução negociada mais
rapidamente e sem maiores traumas”.
Equipamentos
Localização de autoridades
porque a crise pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer lugar e, sendo
assim, nem sempre a autoridade exigida no processo de negociação se encontra disponível.
Ingerências externas
Contrastando com a aplicação de técnicas previstas nos manuais e livros produzidos por
estudiosos do assunto, as ingerências externas são símbolo de oportunismo, vedetismo ou
ignorância.
Como em ocorrências com reféns a convergência de holofotes é total para a cena do
crime, políticos inescrupulosos ou autoridades sedentas por notoriedade vêem naquele fato
uma oportunidade para alcançar seus propósitos de projeção.
Começam, então, a interferir com opiniões ou ordens, sem qualquer sustentação
profissional, mas que têm enorme repercussão, seja junto à população sobre a atuação da
polícia, seja no próprio Teatro de Operações.
Outra dificuldade é a presença de algumas autoridades superiores ao Comandante do
Teatro de operações que, apesar de não terem o domínio do gerenciamento de crises, se
valem de suas patentes superiores para exigirem o cumprimento de suas ordens ou o
menosprezo às determinações existentes, especialmente quanto aos limites impostos pelos
perímetros, atrapalhando a condução para a solução da crise.
Apesar de ser o órgão mais qualificado para tomar providências e desenvolver ações em
momentos de crise, a polícia, por vezes, se vê impossibilitada de atuar para resolver o conflito
por ordens de pessoas não qualificadas.
Mesmo com a existência de legislação e princípios administrativos controladores do
serviço público, o policial brasileiro se vê envolvido em desmandos de pessoas que agem por
ingenuidade política ou porque almejam simplesmente destaque na mídia.
A Imprensa
Basset (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 47), da Academia Nacional do FBI,
visualiza o gerenciamento de uma crise em quatro fases, cronologicamente distintas, as quais
ele denomina de fases de confrontação.
I Pré-confrontação
II Resposta imediata
IV Resolução
V Pós-confrontação
É a fase que antecede à eclosão de um evento crítico. Durante essa fase, a instituição
policial se prepara administrativamente, em relação à logística, e operacionalmente através
de instruções e operações simuladas, planejando-se para que possa atender qualquer crise
que vier acontecer na sua esfera de competência.
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Esse tópico trata das primeiras ações a serem tomadas, imediatamente após o início de
um incidente de alta complexidade. Os policiais de rua, nesta fase, são de extrema
importância, porque em quase cem por cento dos casos são eles que serão os primeiros a se
depararem com tais ocorrências.
É claro que todos os elementos participantes de uma crise estarão já participando dela,
sendo convocados para comparecer. No entanto, vale ressaltar que segundo Monteiro (2001)
“... de uma resposta imediata eficiente depende quase que 60% do êxito da missão policial no
gerenciamento de uma crise”.
Segundo Pontes (2000), “tão logo a polícia tome conhecimento de uma crise, deverá:
conter a crise, isolar o ponto crítico e estabilizar a situação”.
A primeira preocupação da polícia deve ser a de evitar que a crise se alastre, ou seja,
impedir que os tomadores aumentem o número de reféns; ampliem o espaço sob seu domínio
ou tenham acesso a pontos mais seguros, a mais armas ou a pontos sensíveis que aumentem
seu poder de pressão. Isto é conter a crise.
Isolar o ponto crítico consiste em dificultar aos bandidos e reféns qualquer contato com
o exterior, permitindo total controle da polícia e total dependência dos protagonistas do
evento crítico. A população deve ser afastada das proximidades e a polícia passa a ser o único
canal de contato dos seqüestradores e reféns.
Para tanto são estabelecidos os perímetros táticos, que são, conforme já estudado, um
interno e outro externo, com o objetivo de permitir total controle dos bandidos, disciplinar a
Solicitar apoio
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 53) ensinam que, “nesta fase, o papel das informações
(inteligência) é preponderante. As informações colhidas e devidamente analisadas é que vão
indicar qual a solução para a crise”.
Para Pontes (2000), “estabilizada a situação, o Comandante do Teatro de Operações
deve diagnosticar a situação e considerar as diversas hipóteses de solução da crise como tentar
uma solução negociada, exigir a rendição dos criminosos, usar agentes químicos, neutralizar o
causador do evento empregando um atirador de elite ou empregar o grupo tático”.
O autor destaca que “a solução negociada é a menos traumatizante para os reféns e para
a instituição policial [e que] eventualmente, a solução negociada poderá ser a transferência
da crise para outras áreas, com apoio da própria polícia, desde que os reféns sejam soltos sem
nenhum dano”.
Exigir a rendição é uma opção quando o bandido demonstra falta de coragem ou
arrependimento por seu ato, ou quando não tem nenhum refém.
O uso de agentes químicos será uma opção quando se acreditar que, na realidade, o
bandido não executará seus reféns, mas reagirá a uma entrada da polícia.
O emprego de atirador de elite só é aceitável quando esgotadas todas as negociações
possíveis, quando não houver acordo com o causador do evento e houver iminente perigo
para os reféns ou a indubitável intenção do criminoso executá-los.
Empregar o grupo tático é a opção de mais alto risco para os reféns, para os policiais e
para os bandidos e, portanto, somente poderá ser utilizada quando todos os critérios de ação
a apontarem como única alternativa.
Analisada a situação e escolhida a estratégia a aplicar se partirá para a resolução da crise
propriamente.
Segundo Dória Júnior e Fahning (2007, p. 53), adaptadas às contingências de natureza
legal da polícia brasileira, as ações do comandante do Teatro de Operações durante a
Resolução constariam de tarefas para a manutenção do controle da área crítica, como:
-os e adaptando-os, se
necessário, à ação tática escolhida;
áticos para protegerem, no caso de
previsão de tiroteio;
Ganhar tempo contribui para que a crise se estabilize; que os causadores se acalmem e
esvaziem suas expectativas e que se estabeleça a Síndrome de Estocolmo no interior do ponto
crítico. Portanto é necessário que a polícia exercite a paciência e não tenha pressa pelo final
do evento crítico.
Negociadores devem procurar sempre abrandar toda e qualquer exigência dos
causadores do evento crítico, para não lhes dar a sensação de domínio da situação, para
ganhar tempo e forçar condições de negociação. Além disto, o imediato atendimento das
exigências poderá implicar em que os bandidos julguem que deveriam ter pedido mais ou se
arrependam de ter exigido tão pouco.
O causador do evento crítico é a melhor fonte de informações de que dispõe a polícia e
é justamente através do negociador que se conseguirá o acesso a muitas informações sobre
os mesmos.
Negociadores podem se constituir em importantes instrumentos do administrador da
crise para ganhar tempo, para prover suporte tático, para justificar possíveis ruídos suspeitos
da tropa, ou para movimentar alvos para posições convenientes no interior do ponto crítico.
Regras de negociação
ema.
e cumprir.
- regatear sempre.
ra perícia.
Conclusão
A título de conclusão podemos utilizar as palavras de Dória Júnior e Fahning (2007, p. 56)
afirmando que:
“Muito do que foi falado neste curso deve ser adaptado à realidade de
cada Estado e Corporação Policial. Estude, pesquise e, principalmente, coloque
em prática o conhecimento que foi abordado, pois só assim você terá a
experiência suficiente para atuar em ocorrências de crises policiais com
tranquilidade”.
Finalmente, pode-se dizer que, mais importante do que estudar na busca de obter um
“10” na disciplina, é estudar para agregar um conhecimento que, mais cedo ou mais tarde, nos
será indispensável no serviço operacional daquela que é a nossa profissão.
REFERÊNCIAS
CABRAL, Paulo Cézar Souza Cabral. O Sistema de Defesa Social: Aprendendo a Gerenciar
Crises. Empresa Gráfica da Bahia, Salvador, 1996.
DÓRIA JÚNIOR, Irio. FAHNING, José Roberto da Silva. Curso Gerenciamento de Crises.
Secretaria Nacional de Segurança Pública. Fábrica de Cursos, Brasília, 2007.
PONTES, Cel PMPR Valter Wiltemburg. Apostila de negociação em eventos críticos com
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THOMÉ, Ricardo Lemos. A solução policial e gerenciada das situações críticas. Edição do
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VAZ, Luís Eduardo. Gestão Pública: um estudo avaliativo sobre a efetividade do Gabinete
Dirigente de Gerenciamento de Crises no Maranhão e sua influência na resolução das
ocorrências de alto risco no Estado. Monografia apresentada ao Curso de Administração do
Centro Universitário do Maranhão. São Luís, 2008.
COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO
DISCIPLINA – GERENCIAMENTO DE CRISES
AVALIAÇÃO ÚNICA
DISCENTE: _______________________________________
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