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O documento apresenta um resumo sobre gerenciamento de crises no contexto policial, definindo o que é uma crise e como a Academia Coronel Walterler ensina essa disciplina em seus cursos. Apresenta exemplos de crimes que envolvem crises como sequestros e tomada de reféns, e destaca que o gerenciamento de crises requer uma sequência lógica para resolver problemas com base em possibilidades, considerando as características únicas de cada situação.
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O documento apresenta um resumo sobre gerenciamento de crises no contexto policial, definindo o que é uma crise e como a Academia Coronel Walterler ensina essa disciplina em seus cursos. Apresenta exemplos de crimes que envolvem crises como sequestros e tomada de reféns, e destaca que o gerenciamento de crises requer uma sequência lógica para resolver problemas com base em possibilidades, considerando as características únicas de cada situação.
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ACADEMIA CORONEL WALTERLER


COGNITIO HIERARCHIA NON HABET
CNPJ 14.915.486/0001-00
MISSÃO: ensinar com excelência, redescobrindo nossa capacidade de pensar
VALORES: hierarquia, disciplina, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, ética, lealdade, competência, compromisso e respeito

COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO
DISCIPLINA > GERENCIAMENTO DE CRISES

COORDENADOR ANDRAGÓGICO

José Walterler dos Santos Silva, Coronel QOPM R1

SECRETÁRIO GERAL

Administrador Iranildo dos Santos Silva,CRA/RN 2681

CHEFE DA SEÇÃO TÉCNICA DE ENSINO

Prof. Wanderfil Germano da Silva - Bacharelando em Pedagogia

NATAL-RN

ACADEMIA CORONEL WALTERLER


AVENIDA PRESIDENTE CAFÉ FILHO, 116 – PRAIA DO MEIO – CEP 59.010-000 – NATAL/RN
WHATS’FONE (84) 9 9927.7750 - EMAIL: [email protected]
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GERENCIAMENTO DE CRISES

Histórico

Como as referências indicam, no contexto policial, o gerenciamento de crises é um tema


recente, tendo seu estudo iniciado na década de 1970, nos Estados Unidos. No Brasil, somente
na década de 1990 obras começaram a ser publicadas, sendo o Delegado de Policia Federal
Roberto das Chagas Monteiro o primeiro profissional a publicar uma apostila relacionada ao
assunto.
Já o Tenente Coronel Wanderley Mascarenhas de Souza, da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, elaborou uma monografia abordando tal temática durante o seu curso de
Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1995.
Outro grande estudioso de técnicas e táticas aplicadas ao gerenciamento de crises o
Perito da Policia Federal Ângelo Salignac, dentre tantos outros que também merecem ser
citados.
A fundamentação teórica e a experiência levam a conclusão que um dos primeiros
recursos a ser usado por qualquer policial, na maioria das ocorrências em que se envolverá, é
a Mediação de Conflitos.
A grande maioria das polícias do Brasil vem se preocupando em criar e treinar grupos
táticos e tropas de choque, treinando seus policiais para atuar sempre nas situações mais
complexas e no uso de armas de fogo. Isto é muito importante. No entanto, até bem pouco
tempo, pouco se treinava e discutia o Gerenciamento de Crises Policiais.
Nos cursos promovidos pela ACADEMIA CORONEL WALTERLER – ACW, todos os cursos
de formação, especialização, aperfeiçoamento e habilitação, são contemplados com essa
disciplina. Assim, muitos funcionários encarregados da aplicação da Lei podem oferecer uma
primeira resposta de melhor qualidade a tais ocorrências.
A crise, também conhecida no contexto policial como evento crítico, muito embora
possua muitas definições, em nossa atividade pode ser traduzida como:

“Uma manifestação violenta e inesperada de rompimento do equilíbrio,


da normalidade, podendo ser observada em qualquer atividade humana”. Por
motivos óbvios, abordaremos somente as crises no campo da Segurança
Pública.

“Situação grave em que os fatos da vida em sociedade, rompendo


modelos tradicionais, perturbam a organização de alguns ou de todos os grupos
integrados na coletividade”.

Monteiro (2001) e De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 7) citam o


conceito adotado pela Academia Nacional do FBI1:

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Federal Bureau of Investigation - FBI.

“Crise é um evento crucial que exige uma resposta especial da polícia, a


fim de assegurar uma solução aceitável”.

Nesse contexto, são exemplos de crises em que a polícia tem de dar esta resposta
especial:

de aeronaves.

Todas estas ocorrências policiais exigem técnicas específicas. Isto implica na necessidade
do profissional de polícia dominar diversos procedimentos operacionais aplicáveis a cada caso.
Neste curso básico abordaremos dois tipos de incidentes críticos que impliquem em
atividades de negociação. Situações em que indivíduos, pelos mais diversos motivos, se
tornem causadores de situações críticas, ao praticar o crime de sequestro ou a tomada de
reféns.
O crime de sequestro de pessoas é um crime bastante comum em nossos dias, e pode
ter como objetivos extorquir dinheiro, chamar a atenção para um movimento político ou
ideológico, fazer propaganda ou denúncias, fazer pressões políticas, exigir a libertação de
presos políticos, ser praticado por vingança ou para impor condições de negociação.
É um crime cuidadosamente planejado e passa normalmente pelas fases da seleção e
acompanhamento do alvo, planejamento e infraestrutura, assalto à vítima e condução ao
cativeiro, cativeiro e negociação, coleta do resgate, libertação da vítima e lavagem do dinheiro.
O crime de sequestro prevê uma atuação típica de Polícia Civil, já que envolverá
investigação para descoberta dos causadores e do cativeiro. Depois de localizados, a atuação
passa a ser conjunta, uma vez que necessita de um grande efetivo fardado para garantir a
contenção e o isolamento.
A tomada de reféns se caracteriza por dominar pessoas de forma inopinada,
normalmente para garantir fuga ou outras condições de negociação. Isto tem sido comumente
praticado por criminosos comuns ou profissionais que se sintam surpreendidos pela polícia na
prática de um crime. Tem sido comum, também, nas rebeliões em presídios, quando se tomam
presos ou funcionários do sistema penitenciário como reféns.
Prevê uma atuação típica de Polícia Militar, já que ocorrerá em local público e necessitará
de grande efetivo fardado para compor os perímetros indispensáveis.

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Mesmo assim, não impede uma atuação conjunta, uma vez que, em um "Teatro de
Operações", coordenadamente, todos têm espaço e podem colaborar, dentro de suas
especialidades, com o gerenciamento da crise, que passaremos a estudar.

O Gerenciamento de Crises

Para os delegados Uchoa Neto e Barros Neto (2009, p. 9)

“a preservação da ordem pública é o que se busca quando administramos


operações policiais defrontando com uma ação delituosa. Para que possamos
atingir este objetivo, tornam-se necessárias, desde as ações rotineiras do dia-a-
dia até as operações de grande vulto, a administração de recursos humanos e
logísticos, de estratégias, táticas e técnicas policiais para o atendimento de
determinadas demandas policiais críticas”.

O gerenciamento de crises pode ser descrito como uma metodologia que se utiliza de
uma sequência lógica para resolver problemas que são fundamentados em possibilidades.
Deve-se observar que o mesmo não é uma ciência exata, pois cada crise apresenta
características exclusivas, demandando soluções particulares, que exigem uma cuidadosa
análise e reflexão.
Trata-se de um saber que deve ser utilizado em um tempo restrito e não calculado, pois
vidas estão em jogo, diante dos mais diversos problemas sociais, econômicos, políticos e
ideológicos da humanidade.

Gerenciamento de crises

Dória Júnior e Fahning (2007, p. 9) citam que Monteiro, De Souza e outros estudiosos da
área, utilizam em seus trabalhos o conceito de gerenciamento de crise da Academia Nacional
do FBI, dos Estados Unidos da América, segundo o qual:

“Gerenciamento de crises é o processo de identificar, obter e aplicar os


recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise”.

É importante lembrar que as ocorrências que envolvem crises policiais, criam, no cenário
da Segurança Pública, situações decisivas, onde o gerente das crises deve estar preparado para
ser o administrador de todo um cenário. Isto se deve às características singulares das crises,
como veremos a seguir.

Características da crise

Monteiro (2001), com base na doutrina emanada da Academia Nacional do FBI (EUA),
enumera três características principais:
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– A crise é não-seletiva e inesperada, isto é, qualquer pessoa ou


instituição pode ser atingida a qualquer instante, em qualquer local. Sabemos que ela vai
acontecer, mas não podemos prever quando. Portanto, devemos estar preparados para
enfrentá-la quando ocorrer.

– Embora as crises possam durar vários dias, os processos


decisórios para a adoção de posturas no ambiente operacional devem ser realizados em um
curto espaço de tempo, impondo às autoridades policiais responsáveis pelo seu
gerenciamento: urgência, agilidade e rapidez nas decisões.

– Sempre se configura como elemento decisivo de um evento crítico.


De acordo com a doutrina do FBI, a ameaça à vida deve ser observada como um componente
essencial do evento crítico, mesmo quando a vida em risco é a do próprio causador da crise.
Assim, por exemplo, se alguém ameaça se suicidar, essa situação é caracterizada como uma
crise, ainda que inexistam outras vidas em perigo.

organizacional não-rotineira – é a característica que talvez


cause maiores transtornos ao processo de gerenciamento. Contudo, é a única que os efeitos
podem ser minimizados, graças a um preparo e a um treinamento prévio da organização para
o enfrentamento de eventos críticos.

–a
análise e a implementação do planejamento são prejudicados por fatores como a insuficiência
de informações sobre o evento crítico, a intervenção da mídia e o tumulto de massa
geralmente causado por situações dessa natureza. Por isto deve-se ter tudo bem planejado.

– além de reflexões sobre estado de


necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, etc., o aspecto da
competência para atuar é aquele que primeiro vem à cabeça, ao se ter notícia do
desencadeamento de uma crise.

“Quem ficará encarregado do gerenciamento?”

Este é o primeiro e mais urgente questionamento a ser feito, sendo muito importante na
sua solução um perfeito entrosamento entre as autoridades responsáveis pelas organizações
policiais envolvidas.

Características da crise

Além dessas características essenciais, uma crise poderá ainda apresentar outras
características peculiares como:

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uências.

comunidade e pela mídia.

Doutrina de Gerenciamento de Crises: aspectos conceituais

Qualquer tarefa de gerenciamento de crises tem duplo objetivo:

- Preservar vidas; e

- Aplicar a lei.

Estes objetivos seguem uma hierarquia rigorosa quanto ao seu grau de importância e
prioridade, pois a preservação de vidas deve estar, para os responsáveis pelo gerenciamento
de uma crise, acima da própria aplicação da lei.
A crônica policial tem demonstrado que optando por preservar vidas inocentes, os
responsáveis pelo gerenciamento da crise adotaram a linha de conduta mais adequada, pois,
segundo De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 13),

“a aplicação da lei pode esperar até que sejam presos os causadores da crise,
enquanto que as perdas de vidas são irreversíveis”.

O gerenciamento de crises possui esses pilares como escopo, visando conduzir suas
técnicas para a resolução dos incidentes, com sucesso, com o mínimo de perda de vidas,
segurança dos envolvidos e garantia do cumprimento da legislação.
Portanto, o gerente de uma situação de crise deve ter sempre em mente esses objetivos,
observando que deles derivam aspectos como:

Preservação de vidas – dos reféns, do público em geral, dos policiais e dos criminosos.
Aplicação da lei – com a prisão dos infratores protagonistas da crise, proteção do
patrimônio público privado e garantia do estado de direito.

Critérios de ação

Na busca da execução dos objetivos, ainda segundo De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e
FAHNING, 2007, p. 14),

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“o comandante da cena de ação está, durante todo o desenrolar de uma


ocorrência de alta complexidade, tomando decisões pertinentes aos diferentes
campos de gerenciamento”.

Nessas ocasiões existe um constante processo decisório para o gerente da crise. O


comandante se vê diante do dilema do tipo “faço ou não faço?”.
Decisões, desde as mais simples às mais complexas, vão sendo tomadas a todo o
momento, envolvendo assuntos variados, como o fornecimento de água ou alimentação para
os reféns e para os delinquentes, o atendimento médico de urgência a uma vítima no interior
do ponto crítico, o corte da linha telefônica e do fornecimento de eletricidade ou, até mesmo,
do emprego de força.
As expectativas do público em relação aos órgãos de segurança em incidentes de alto
risco nem sempre são realistas. A sociedade é conduzida a aceitar, principalmente pela mídia,
que o incidente deva ser resolvido desta ou daquela maneira. No entanto, desconhece as
estratégias, técnicas e táticas utilizadas pela polícia, bem como as limitações jurídicas
enfrentadas.
Assim, com o intuito de balizar o processo decisório, segundo Monteiro (2001), a
doutrina do FBI preconiza três critérios de ação:

O critério de necessidade indica que toda e qualquer ação somente deve ser
implementada quando for indispensável. Se não houver necessidade de se tomar determinada
decisão, não se justifica a sua adoção. Para isto deve-se perguntar:

A ação que pretendemos fazer é estritamente necessária?

O critério da validade do risco estabelece que toda e qualquer ação, tem que levar em
conta, se os riscos dela advindos são compensados pelos resultados. A pergunta que deve ser
feita é:

Vale à pena correr esse risco?

O terceiro critério é a aceitabilidade, implicando que toda decisão deve ter respaldo
legal, moral e ético.
A aceitabilidade legal significa que toda decisão deve ser tomada com base nos princípios
ditados pelas leis. Uma crise, por mais séria que seja não dá à organização policial a
prerrogativa de violar leis.
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A aceitabilidade moral implica que toda decisão para ser tomada deve levar em
consideração aspectos de moralidade e bons costumes.
A aceitabilidade ética está consubstanciada no princípio de que o responsável pelo
gerenciamento da crise, ao tomar uma decisão, deve fazê-lo lembrando que o resultado da
mesma não pode exigir de seus comandados a prática de ações constrangedoras.

Classificação dos graus de risco

Dominando os critérios de ação para tomada de decisões em uma situação de crise, o


próximo passo é estudar a classificação do grau de risco ou ameaça dos eventos críticos.
Conhecer esta classificação irá permitir que se dimensionem os recursos humanos e materiais
a serem empregados na ocorrência de forma proporcional à mesma.
A avaliação da classificação do grau de risco deve ser uma das primeiras ações a ser
mentalizada pelo gerente da crise. Segundo Monteiro (2001), a doutrina do FBI estabelece
uma escala de risco ou ameaça que serve de padrão para a classificação da crise.
Essa classificação obedece a um escalonamento de quatro graus:

1º Grau – ALTO RISCO


2º Grau – ALTÍSSIMO RISCO
3° Grau – AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA
4° Grau – AMEAÇA EXÓTICA

Baseados em Monteiro (2001) foi construída a seguinte tabela, com exemplos de


ocorrências do próprio FBI, e sua classificação:

CLASSIFICAÇÃO DOS GRAUS DE RISCO

CLASSIFICAÇÃO TIPOS EXEMPLOS (FBI)


Assalto a banco promovido por uma ou duas pessoas
1º GRAU AUTO RISCO
armadas de pistola ou revólver, sem reféns.
Um assalto a banco por dois elementos armados,
2º GRAU ALTÍSSIMO RISCO
mantendo três ou quatro pessoas como reféns.
Terroristas armados de metralhadoras ou outras armas
AMEAÇA
3º GRAU automáticas, mantendo oitenta reféns a bordo de uma
EXTRAORDINÁRIA
aeronave.
Um indivíduo de posse de um recipiente, afirmando que
4º GRAU AMEAÇA EXÓTICA seu conteúdo é radioativo e de alto poder destrutivo ou
letal, por um motivo qualquer, ameaça uma população.
Tendo estes exemplos como base, pode-se classificar as situações de crise com mais
segurança e dar-lhes a resposta proporcional que necessitam.

Níveis de resposta

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Os níveis de resposta correlacionam-se com o grau de risco do evento crítico, ou seja, o


nível de resposta sobe gradativamente, na medida em que cresce o vulto da crise.
Por isto, os níveis de resposta adequados a cada grau de risco ou ameaça, com o
respectivo dimensionamento dos recursos a serem utilizados, são os quatro vistos no quadro
a seguir.
NÍVEIS DE RESPOSTA

NÍVEIS RECURSOS RESPOSTAS


As guarnições normais de área poderão atender a
UM LOCAIS
ocorrência.
LOCAIS As guarnições normais com apoio de guarnições
DOIS
ESPECIALIZADOS especiais da Unidade de área.
As guarnições especiais de área não conseguiram
TODOS DO NÍVEL 2 + solucionar, pede-se apoio da equipe especial da maior
TRES
COMANDO GERAL autoridade.

TODOS DO NÍVEL 3 + A equipe especial é empregada com auxílio de equipe


QUATRO
RECURSOS EXÓGENOS de profissionais de áreas específicas.

De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 18) afirma que “uma correta
avaliação do grau de risco ou ameaça, representado por uma crise, concorre favoravelmente,
para a solução do evento, possibilitando, desde o início, o oferecimento de um nível de
resposta adequado à situação, evitando-se perdas de tempo desnecessárias”.
O grau de risco de uma crise pode ser mudado no seu decorrer, pois a primeira
autoridade policial que chega ao local faz sua avaliação da situação com bases em informações
precárias e de difícil confirmação. Dados de grande importância, como: número de reféns,
número de bandidos e números de armas, às vezes, só vêm a ser confirmados no transcorrer
da crise.
Assim, o gerente da crise deve estar atento a qualquer elemento que possa lhe dar
informações, como: um refém liberado, um atirador de elite, moradores e/ou funcionários do
local tomado e, até mesmo, um dos próprios perpetradores que se entrega.
Deve ainda conhecer e estar atento à tipologia dos causadores...

Tipologia dos causadores de eventos críticos

Os estudiosos do Gerenciamento de Crises, visando auxiliar na difícil tarefa de coleta de


dados sobre os tomadores de reféns, têm procurado desenvolver uma tipologia dos
causadores de eventos críticos.
O Capitão Frank Bolz Junior, do Departamento de Polícia de Nova Iorque, EUA, na sua
obra “Como ser um refém e sobreviver”, classifica-os em três tipos fundamentais:

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I - Criminoso comum – é o indivíduo que se mantém através de repetidos furtos e roubos


e de uma vida dedicada ao crime. Essa espécie de criminoso, geralmente, provoca uma crise
por acidente, devido a um confronto inesperado com a Polícia, na flagrância de alguma
atividade ilícita. Com a chegada da Polícia, o indivíduo agarra a
primeira pessoa ao seu alcance como refém, e passa a utilizá-la como
garantia para a fuga, neutralizando, assim, a ação dos policiais. O
grande perigo desse tipo de causador de evento crítico certamente
está nos momentos iniciais da crise, sendo que os primeiros quarenta
minutos são os mais perigosos. Representa a maioria dos casos
ocorridos no Brasil.

II - Emocionalmente perturbado – Pode ser um indivíduo com


alguma psicopatia ou simplesmente alguém que não conseguiu lidar
com seus problemas de trabalho ou de família, ou que esteja
completamente fora da realidade. Alguns doutrinadores chamam este último como incidente
doméstico, já que normalmente envolve relações
familiares. Nos Estados Unidos, estatisticamente,
esse é o tipo de indivíduo que causa a maioria
dos eventos críticos. Brigas domésticas,
problemas quanto à custódia de menores,
empregados revoltados ou alguma mágoa com
relação a uma autoridade podem ser o estopim
para a prática de atos que evoluam para crises.
No Brasil, os noticiários trazem algumas dessas
situações, vinculadas à prática de crimes
chamados passionais, como o ocorrido em
Pinheiro, MA, em 22 de novembro de 2008.

III - Terrorista por motivação política – Essa espécie de causadores de eventos críticos é
a que causa maior estardalhaço. Basta ler nos jornais as repercussões causadas por esse tipo
de evento ao redor do mundo. É que esses eventos, geralmente cuidadosamente planejados
por grupos com motivação política ou ideológica,
têm como objetivo principal a divulgação,
oportunidade valiosa para críticas a autoridades
constituídas e para revelação dos propósitos ou
programas do grupo.
Muito difícil é lidar com um terrorista por
motivação religiosa, pois ele não dialoga de forma
racional, praticamente inviabilizando as negociações
por não aceitar barganhar suas convicções e
crenças. Quase sempre, o negociador deve tentar
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convencê-lo que, ao invés de morrer pela causa, naquele evento crítico, seria muito mais
proveitoso sair vivo para continuar a luta.

Pontes (2000), divide os causadores de crise em quatro grupos:


- Os criminosos amadores, que podem, circunstancialmente, tomar reféns, quando
realizam sequestros para fins de
extorsão não planejam bem, deixando
pistas e expondo-se. Embora com
estes não seja difícil administrar a
crise, resolvida com pacientes
negociações, o possível uso de drogas,
a covardia e a falta de experiência
podem torná-los perigosos.

- Os criminosos profissionais, que


costumam planejar suas ações e,
usualmente, conseguem manter relativa calma na tentativa de extorsão ou quando se vêem
cercados pela polícia, tentando
demonstrar que têm o controle da
situação. Muito raramente eliminam
suas vítimas, a não ser que possam
ser reconhecidos por elas. Com estes
é necessária muita habilidade para
administrar a crise e negociar, sendo
aconselhável nunca subestimá-los
em suas possibilidades de cometer
atos de extrema violência ou resistir
até a morte, pois são seres humanos
que não costumam usar do bom
senso.

- Os considerados mentalmente doentes, podem ser paranoicos, psicopatas, maníacos


depressivos, esquizofrênicos ou fanáticos. São pessoas sem contato com
a realidade, podendo ouvir ou ver coisas que só existem em suas mentes.
Outros podem apenas querer chamar a atenção para um problema, ou
buscar a própria morte pela ação policial (suicide by cop). O indivíduo
que pratica tal ato sob o efeito de narcóticos também pode ser
considerado um doente mental, ainda que este estado doentio seja
efêmero e somente se manifeste enquanto dure o efeito da droga.

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- Os terroristas, que podem ser


fanáticos políticos ou religiosos,
possuem um tipo de personalidade
doentia, demonstrada pelo nível de
violência que são capazes de
praticar em nome da causa. Têm
objetivos bem delineados, pois
procuram glória e publicidade
acima de tudo. Tendo uma causa,
estão dispostos a matar ou morrer
por ela. Essa causa, que pode
parecer absurda para todos, não o
é para eles. A grande possibilidade
de homicídio ou violência contra as
vítimas e a disposição dos
terroristas para morrer como
mártires, tornam este tipo de ocorrência muito difícil de administrar.

Segundo Pontes (2000), “é com os doentes mentais que a polícia tem maior dificuldade de
administrar a crise e negociar, pois podem ser ilógicos em suas exigências e atitudes. Ao
mesmo tempo em que pedem alguma coisa, pedem outras completamente opostas. Ao se
verem atendidos mudam de idéia e exigem outra coisa. E o que é pior, quando menos se
espera ele pode executar sua vítima por puro prazer ou cometer suicídio”.

É importante e deve ser destacado que, seja qual for o tipo do causador do evento crítico,
deve-se evitar, no curso da negociação, a adoção de posturas estereotipadas com relação à
tipologia e à motivação. A classificação aqui apresentada deve servir apenas como um ponto
de orientação na diagnose dos tomadores de reféns, dado o papel primordial que eles
desempenham no processo de negociação.

Doutrina de Gerenciamento de Crises: aspectos operacionais

As alternativas táticas existentes na Doutrina de Gerenciamento de Crises são:

-letais;

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Como pode ser necessário o emprego de mais de uma alternativa tática em um mesmo
evento, apresentaremos a seguir cada uma delas.

As primeiras medidas a
serem adotadas por qualquer
autoridade policial, ao tomar
conhecimento de uma crise, são
resumidas nos verbos CONTER,
ISOLAR e NEGOCIAR.
Tais medidas ou ações-
resposta são tomadas quase
que ao mesmo tempo, não
havendo, na maioria das vezes,
uma perfeita distinção
cronológica entre elas. Assim
que a ameaça é contida e é feito o isolamento do ponto crítico, a autoridade policial já procura
estabelecer os primeiros contatos com os elementos causadores da crise, objetivando o início
da negociação.
Segundo Monteiro (2001), a negociação é quase tudo no gerenciamento de crises. Para
o autor, “gerenciar crises é negociar, negociar e negociar. E quando ocorre de se esgotarem
todas as chances de negociações, deve-se ainda tentar negociar mais um pouquinho”.

Tipos de Negociação

A negociação pode ser REAL ou TÁTICA.

Monteiro (2001) ensina que “a negociação REAL é o processo de convencimento da


rendição dos criminosos por meios pacíficos, trabalhando a equipe de negociação com técnicas
de psicologia, barganha ou atendimento de reivindicações razoáveis”.

Já a negociação tática, segundo o autor, “é o processo de coleta e análise de informações


para suprir as demais alternativas táticas”. Ou seja, é a negociação visando preparar o
ambiente, os reféns e os próprios criminosos para o emprego das demais alternativas táticas.

Negociador

A tarefa de negociação, dada a sua prioridade, não pode ser confiada


a qualquer outra pessoa, influente ou não, como já ocorreu e ocorre em

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diversas ocasiões. Dela deve ser encarregado um policial com treinamento específico,
denominado negociador.
O negociador tem um papel de grande responsabilidade no processo de gerenciamento
de crises, sendo muitas as suas atribuições. No entanto, seu papel mais específico é o de ser
intermediário entre os causadores da crise e o comandante do teatro de operações, na busca
de uma solução aceitável.
Muito embora tal função não possa ser desempenhada por qualquer outra pessoa,
Monteiro (2001), e De Souza (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 22), citam em suas
obras que “faz parte da história policial recente, no Brasil, a utilização de religiosos, psicólogos,
políticos e até secretários de Segurança Pública como negociadores”.

Referida prática, inteiramente condenável e com resultados quase sempre prejudiciais


para o gerenciamento da crise, somente encontra explicação no fato da grande maioria das
organizações policiais do país não ser dotada de uma equipe de negociadores constantemente
treinada para essa missão.

Monteiro (2001) explica que, “tradicionalmente, o negociador era visto como alguém
que simplesmente utilizava todos os meios dissuasórios ao seu alcance para conseguir a
rendição dos elementos causadores da crise. Quando esse objetivo era atingido, a tarefa do
negociador estava encerrada e a solução da crise ficaria a cargo do grupo tático. Era como se
as negociações e a atuação do grupo tático tivessem duas missões distintas e excludentes
entre si”.

Estudos realizados pela Special Operations and Research Unit2, da Academia Nacional
do FBI, mostraram que essa concepção é errônea, uma vez que os dois grupos têm a mesma
missão, isto é, resgatar pessoas tomadas como reféns e que tal missão permanece a mesma
ao longo de todo o evento crítico.

Unidade de Pesquisa e Operações Especiais.

Assim sendo, caso se decida pelo uso de força letal, os negociadores não devem ser
afastados. Eles devem utilizar todos os seus recursos, no sentido de apoiar uma ação tática
coordenada. Resumindo: o negociador pode ter um papel tático de suma importância em uma
crise.

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Síndrome de Estocolmo

Quando se fala em negociação, é


importante saber que existe a Síndrome
de Estocolmo. Ela é uma perturbação de
ordem psicológica, detectada em
inúmeras vítimas de sequestro, algumas
das quais chegaram a sofrer violências
por parte de seus algozes durante sua
permanência no cativeiro, e que, mesmo
assim, passaram a olhá-los com simpatia
e até mesmo com amor.
Explica-se esta reação pelo fato das vítimas, submetidas a uma forte tensão emocional,
vivendo momentos extremamente difíceis e imaginando a proximidade da morte, apegar-se a
qualquer coisa que lhes indique a possibilidade de sobrevivência.

Pontes (2000) descreve este processo da seguinte forma:

Reféns e sequestradores se vêm cercados num mesmo local, com as armas da


polícia ameaçadoramente apontadas para eles. Os reféns se tornam dependentes dos
marginais em todas suas necessidades, sejam fisiológicas, de alimentação e até mesmo
de segurança, e tem consciência que as atitudes de seus captores poderão levar a
polícia a tomar atitudes indesejáveis, como um assalto à posição. Por outro lado, os
causadores do evento sabem que seus reféns são seu passaporte e não seus inimigos
gratuitos. A síndrome se desenvolve no momento em que ambos percebem que se
tornaram interdependentes e que possuem um sentimento comum contra uma
ameaça comum: a polícia. Os reféns passam a torcer pelo sucesso dos bandidos e,
nesse ambiente, a simpatia e a admiração podem ocorrer.
Em poucas palavras, os reféns passam a valorizar os sequestradores e a odiar a
polícia. Tal sentimento será maior ou menor dependendo do tratamento que os
causadores do evento dispensar aos reféns.

Dois exemplos ajudam a entender melhor a síndrome:

1. Em 1995, na crise ocorrida em Feira de Santana, Estado da Bahia, Leonardo Pareja


manteve a jovem Fernanda Viana como refém, por mais de 67 horas. Solucionado o evento
crítico, seu causador enviou uma carta ao então Tenente PM Paulo Cézar Souza Cabral, oficial
que atuou como negociador, elogiando-o, desejando-lhe sorte e assinando como “um
admirador pelo teu trabalho” (CABRAL, 1996, p. 110-111). Isto demonstra que o fenômeno
pode ocorrer também entre os causadores do evento e o negociador.

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2. Depois de ter sido sequestrada e passado uma semana em cativeiro, a mídia mostrou
a jovem Patrícia Abravanel, filha do empresário Silvio Santos, em uma entrevista coletiva na
sacada de sua mansão, falando por mais de meia hora que:

“eles eram jovens”, que eram “pessoas de bem" e que não haviam feito
nenhum mal para ela. Destaque-se que, quando perguntada por um repórter se
ela achava que seus sequestradores deveriam ser punidos, Patrícia respondeu
que “quem tem que ser punido é esse sistema de corrupção, pois o povo
brasileiro é um povo bom [...] quando você passa fome, não tem jeito...”,

justificando a atitude de seus próprios sequestradores.

O estabelecimento da Síndrome de Estocolmo deve ser explorado e incentivado pela


polícia, pois, além de produzir informações importantes para a condução da negociação, se
constitui em fator de segurança para os reféns. Seu maior inconveniente é criar a possibilidade
dos reféns tentarem proteger os bandidos se for necessário um assalto da polícia ao ambiente
da crise.

-letais

Essa alternativa tática, com o passar do tempo e seu emprego, têm mostrado que os
equipamentos tidos como não-letais, se forem mal empregados, podem ocasionar a morte,
além de não produzir o efeito desejado.
Para De Souza e Riani (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 24), “não-letal é o
conceito que rege toda a produção, utilização e aplicação de técnicas, tecnologias, armas,
munições e equipamentos não-letais em atuações policiais”. Referidos autores descrevem
que:

Técnicas não-letais é o conjunto de métodos utilizados para resolver um determinado


litígio, de modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na situação [...] somente utilizando
a arma de fogo após esgotarem tais recursos.

Tecnologias não-letais é o conjunto de conhecimentos científicos utilizados na produção


e emprego de equipamentos não-letais.

Armas não-letais são as projetadas e empregadas especificamente para inibir ou


incapacitar temporariamente pessoal ou material, minimizando3 mortes, ferimentos
permanentes, danos indesejáveis à propriedade e comprometimento do meio ambiente.

O principal objetivo de tais armas é reduzir os efeitos sobre o infrator. Não eliminá-los.

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Munições não-letais são as desenvolvidas com objetivo de causar a redução da


capacidade combativa do agressor ou oponente. Podem ser empregadas em armas
convencionais ou específicas.
Equipamentos não-letais são todos os artefatos, inclusive os não classificados como
armas, desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas, durante atuação policial ou militar,
e os próprios equipamentos de proteção individual.
Sendo assim, as terminologias “não-letal”, “menos letal” e “menos que letal” podem ser
empregadas, pois, referem-se ao objetivo a ser alcançado, e não o resultado incondicional do
seu uso.
De Souza e Riani (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 25) descrevem que “as armas
não-letais atuam através de ruído, irritação da pele, mucosas e sistema respiratório, privação
visual por ação de fumaça e luz, limitação de movimentos através de choque elétrico e impacto
controlado”.
Mesmo quando as alternativas não-letais são usadas corretamente, obedecendo aos
princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência e seguindo as
recomendações de seus fabricantes, não se pode garantir que o causador da crise estará livre
de sentir dor, desconforto ou mesmo de sofrer uma lesão.
É o time tático que faz a conjugação do uso de armas não-letais com a invasão tática,
que será abordada posteriormente.
Granadas com gás lacrimogêneo, ou outros agentes químicos, estão dentre os mais
utilizados em situações de crise. Com a polícia concentrando determinados tipos de gases não
letais no interior do ponto crítico, os causadores do evento serão forçados a saírem.
Entretanto, deve-se ter cautela em seu emprego, pois no interior do ponto crítico também
existirão reféns, que igualmente sofrerão as consequências.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública, SENASP, oferece um curso específico sobre
técnicas não-letais.

Segundo Lucca (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 25):

O tiro de comprometimento constitui uma alternativa tática de fundamental importância


para resolução de crises envolvendo reféns localizados. No entanto, sua aplicação necessita
de uma avaliação minuciosa de todo o contexto. A decisão de um gerente de crises em fazer
uso do tiro de comprometimento é de grande responsabilidade e somente deve ser tomada
quando todas as demais alternativas forem inadequadas e o cenário for favorável.

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É executado por um policial


denominado “sniper”, atirador de
elite, que faz cessar a ação do
criminoso através de tiros desferidos
com um fuzil de alta potência, dotado
de miras telescópicas. Ser um “sniper”
transcende ter uma boa arma, dotada
de uma luneta de pontaria, pois sua
missão requer alta precisão de tiro.
Por isto, é importante que as
corporações policiais atentem para o polígono formado pelo próprio atirador, treinamento,
armamento, munição e equipamento, que são elementos fundamentais para que o objetivo
seja alcançado.

Lucca (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 25) alerta que

“a escolha do policial, seu treinamento e a oferta de equipamento


necessário, devem ser regidos por critérios altamente técnicos e profissionais.
Todos esses requisitos terão como fim salvar pessoas que se encontrem em
situações aflitivas, com suas vidas em jogo. As autoridades devem investir em
tecnologia de ponta nesse segmento das forças policiais, para que
desempenhem, com habilidade e eficiência, sua árdua tarefa”.

Em situações de crises policiais, o atirador de elite fica posicionado, sem ser visto, ao
mesmo tempo em que é possuidor de uma ampla visão do cenário em que se desenrola a
ação.
Ele está sempre em contato com o gerente da crise, através de sistema de rádio, e este
repassa tais informações aos negociadores e para o grupo de inteligência, visando o bom
andamento da ocorrência.
A capacidade do “sniper” empregar a força letal diminui os riscos para os reféns e para
os policiais. No entanto, o tiro de comprometimento deve, por doutrina, ser complementado
pela invasão tática.

Para Dória Júnior e Fahning (2007, p. 26): “A invasão tática representa, em geral, a última
alternativa a ser empregada em uma ocorrência com reféns localizados [...] porque [...]
acentua o risco da operação, aumentando, como consequência, o risco de vida para o refém,
para o policial e para o transgressor da lei”.
Para uma invasão tática, também conhecida por assalto tático, obter sucesso, a situação
deve estar favorável, ou seja, o time tático deve ser excelente, bem treinado, bem equipado,
e abençoado com a “sorte”.

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Dado o extremo risco e


dificuldades que estão associados ao
assalto, este somente deverá ser
autorizado em circunstâncias muito
especiais, como no exato momento
que existir o risco iminente de perigo
de vida dos reféns ou, na avaliação do
Comandante do Grupo Tático, a
situação oferecer considerável
expectativa de sucesso.
Em qualquer equipe tática, a
invasão, baseada nos fundamentos da
surpresa, agressividade da ação e rapidez, é a alternativa mais treinada, porém, a menos
utilizada. Isso acontece pelo simples fato de, por mais cenários que sejam criados e montados
nos treinamentos, o cenário de uma crise real terá a sua própria característica mantendo assim
risco elevado para todos os atores. O treinamento incessante e diversificado de invasões
táticas, em cenários diferentes, aumenta somente a chance de acerto sem, contudo, eliminar
o risco.

Além disto, o uso da força


letal não deve ultrapassar o
limite do estrito cumprimento
do dever legal e da legítima
defesa que, sendo excludentes
de ilicitude, tornam legítima a
ação policial, ainda que o
resultado seja a morte do
transgressor da lei. Cada
policial de um grupo de
invasão tática deve ter esses
parâmetros bem massificados.

Alternativas táticas

A alternativa tática a ser empregada dependerá de cada evento, devendo ser analisados
o objetivo (ponto crítico), as condições do terreno, as condições meteorológicas, o armamento
de que dispõem os criminosos e as próprias condições do grupo tático.
Todas as alternativas táticas levam à resolução de uma crise e podem ser utilizadas pelo
gerenciador. No entanto, quanto mais tática for a ação, maior será o risco para todos os
envolvidos. Por isto, sempre devem ser respeitados os critérios de ação já estudados.

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Perímetros táticos

Os perímetros táticos, também chamados perímetros de segurança, é um assunto de


relativa simplicidade, mas que, devido à sua enorme importância para a disciplina de
Gerenciamento de Crises, merece e precisa ser destacado.
Ao tomar conhecimento de uma crise, a autoridade policial deve adotar três medidas
preliminares e essenciais, sintetizadas nos verbos CONTER, ISOLAR e NEGOCIAR.
Este assunto será aprofundado posteriormente, mas é importante adiantar que o
isolamento do ponto crítico é feito pelo estabelecimento dos chamados perímetros táticos.
Devido à intervenção da mídia, a ação de curiosos e o tumulto de massa, geralmente
verificado em torno do local onde se desenrola uma crise, é fundamental e absolutamente
indispensável que sejam estabelecidos esses perímetros.
A experiência tem demonstrado que é praticamente impossível o gerenciamento de uma
crise sem eles e que, quanto melhor for o isolamento do ponto crítico, mais fácil tal
gerenciamento se torna.
Dória Júnior e Fahning (2007,
p. 28) ensinam que os perímetros
táticos são em número de dois:
Perímetro interno
O perímetro tático interno é
um cordão de isolamento que
circula no ponto crítico, formando o
que se denomina de zona estéril. No
seu interior, somente devem
permanecer os perpetradores, os
reféns (se houver) e os policiais
especialmente designados.
E ninguém mais!!!

Até mesmo aqueles policiais curiosos, que sempre aparecem nos locais de crise para
prestarem alguma colaboração, ou por simples bisbilhotice devem ser sumariamente expulsos
da zona estéril.
O perímetro interno deve ser patrulhado por policiais uniformizados, de preferência que
tenham um temperamento alerta e agressivo, para afastar e afugentar os intrusos. No
entanto, não se deve, em hipótese alguma, utilizar o time tático em tal patrulhamento, uma
vez que sua missão é outra, já estudada anteriormente.

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Perímetro externo
O perímetro tático
externo é destinado a formar
uma zona tampão entre o
perímetro interno e o público.
Nele ficam instalados o Posto de
Comando (PC) do gerente da
crise e o Posto de Comando
Tático (PCT) do comandante do
grupo tático.
No interior do perímetro
tático externo somente admite-
se o trânsito e a permanência de policiais diretamente envolvidos com aquele evento crítico,
de pessoal médico, de pessoal de apoio operacional (Corpo de Bombeiros, peritos criminais,
motoristas de ambulâncias e outros profissionais autorizados) e da mídia (quando de
“briefings” ou entrevistas).
O patrulhamento desse perímetro também deve ser confiado a policiais uniformizados,
suficientemente alertas, para não permitir o ingresso de pessoas não-autorizadas na zona
tampão.
É importante lembrar que o tamanho, a forma e a abrangência dos perímetros táticos
vão variar de evento para evento, considerando as especificidades de cada ponto crítico. Assim
sendo, o Comandante do Teatro de Operações organizará seu cenário, seguindo os critérios
doutrinários que serão vistos a seguir.
Aula 3 – Organização do cenário
Como já se estudou, evidentemente, a conformação e a abrangência dos perímetros
táticos vão depender da natureza, da localização e do grau de risco do ponto crítico.
Exemplos disto são dados por Dória Júnior e Fahning (2007, p. 29):
“É de se esperar que o isolamento de uma agência bancária, onde se desenrola um
assalto, não terá as mesmas características e o mesmo grau de dificuldade, se essa agência
bancária estiver localizada numa cidadezinha do interior ou em plena Avenida Paulista, na
capital de São Paulo. O mesmo se diga de um apoderamento ilícito de uma aeronave, se tal
evento ocorreu num aeroporto internacional, das dimensões do Aeroporto do Galeão ou de
Guarulhos, ou se tem como lugar o aeroporto de uma pequena capital do Nordeste”.
Os autores alertam que “uma coisa deve ser sempre lembrada: não importam quais as
dificuldades, o isolamento do ponto crítico deve ser realizado, a todo custo, sob pena de
comprometer o êxito da missão de gerenciamento da crise”.
Outra regra valiosa que não deve ser esquecida ao se estabelecer o contorno dos
perímetros táticos é que, quanto mais amplos forem os perímetros, mais difícil se torna a sua
manutenção, por exigir um maior número de policiais e causar mais transtornos na rotina das
pessoas que vivem nas proximidades do ponto crítico ou dele se utilizam.

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PERÍMETRO INTERNO

PERÍMETRO EXTERNO

PERIMETRO EXTERNO
PERIMETRO INTERNO

São tantos os problemas que podem ocorrem nesses perímetros, que o gerente da crise,
ao defini-los, deve encarregar um auxiliar para especificamente resolver os impasses que
porventura surjam.
O isolamento do ponto crítico não deve se limitar apenas ao estabelecimento dos
perímetros táticos. De nada adiantará sua implantação se o causador do evento crítico
continuar dispondo de telefones e outros equipamentos com que possa, a qualquer momento,
se comunicar com o mundo exterior.
Por isto, uma das primeiras preocupações do gerente da crise deve ser a de cortar a
comunicação telefônica dos perpetradores com o mundo exterior. Também os rádios e
televisores devem ser inutilizados, por meio de um oportuno corte da energia elétrica. No
entanto, referido corte gera discussões entre os especialistas.
Há quem argumente que a existência de um televisor em funcionamento no interior do
ponto crítico serve para relaxar as tensões emocionais, tanto dos reféns quanto dos bandidos,
pois a televisão ajuda passar o tempo.
Além disso, o corte do fornecimento de energia elétrica pode trazer perigo para os
reféns, principalmente à noite, quando o ponto crítico ficar às escuras. Isso sem falar nas
dificuldades e riscos a serem enfrentados pelo grupo tático, caso necessite invadir um local
onde a visibilidade estará prejudicada.
Os que defendem o corte da energia elétrica entendem que os riscos advindos dessa
medida são compensados pelos benefícios, pois além de evitar o uso de aparelhos que possam
proporcionar o contato dos perpetradores com o mundo externo, os colocam em uma
situação de inferioridade e desconforto, o que pode ser um fator decisivo para abreviar uma
solução da crise.

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Além do mais, o gerente da crise poderá, sempre que julgar necessário, retomar o
fornecimento de energia elétrica, mediante a negociação de alguma concessão por parte dos
causadores do evento.
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 32) destacam: “o que de fundamental deve ser feito para
evitar que os perpetradores saibam o que se passa fora do ponto crítico é estabelecer uma
linha de conduta correta no trato com a mídia, centralizando o fornecimento de informações
e procedendo a uma seleção criteriosa de tudo aquilo que deve ser liberado para os órgãos de
notícia e para os profissionais de informação”.

Operação e organização do posto de comando

O Posto de Comando (PC) tem fundamental importância no curso do gerenciamento de


uma crise. De sua organização e operacionalidade dependem o fluxo de decisões e o próprio
êxito da ação policial durante o evento crítico.
Princípios fundamentais de operação e organização de um Posto de Comando devem ser
obedecidos. Baseados em pressupostos doutrinários estabelecidos pelo Instrutor Donald A.
Basset (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 32), da Academia Nacional do FBI, serão
apresentados aqui alguns desses princípios.
Posto de Comando é a sede de autoridade do comandante da cena de ação para as
operações de campo. Nessa condição, centraliza a autoridade e o controle do Teatro de
Operações. É uma organização de pessoas com cadeia de comando baseada na divisão de
trabalhos e tarefas pré-determinadas. Também serve como ponto de tomada de decisão para
os subordinados.
Centro de Operações Táticas é a sede da autoridade do Comandante do Grupo Tático e
deve ser localizado no interior do perímetro externo, preferencialmente junto ao próprio PC.
Conforme Dória Júnior e Fahning (2007, p. 33) em um Posto de Comando são
desempenhadas as seguintes funções:

ações; e

Apoiar todas as funções acima, por intermédio de um trabalho de logística e de


administração.

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Os autores ensinam que “é necessário instalar um PC quando o número de pessoas


envolvidas numa operação de campo exceda a capacidade de controle [...] o número máximo
de pessoas que um indivíduo pode pessoalmente dirigir e controlar de uma maneira eficiente
e eficaz”.
Também é necessário instalar PC em uma operação de campo que requeira coordenação
entre várias unidades, entre organizações policiais diferentes ou, ainda, que exija atividades
múltiplas.
Em um Posto de Comando, são requisitos essenciais:

-estrutura;

Não será aprofundado este estudo, por não ser objetivo do curso, mas serão estudadas
as principais dificuldades em um Teatro de Operações.

Dificuldades no teatro de operações

Em uma crise, a tensão é máxima, especialmente quando ela eclode envolvendo reféns.
Instala-se uma balbúrdia generalizada, pois a ocorrência atrai curiosos, imprensa e
autoridades políticas para o local, por ser de grande repercussão. Em razão disso, surgem
muitas dificuldades no Teatro de Operações.
Outras dificuldades no local da crise têm relação com preparações prévias da polícia
referentes à aquisição de equipamento e ao conhecimento técnico de comportamento a
serem adotados para a solução do evento crítico. A eliminação desses problemas deveria
ocorrer em um período da organização das polícias, chamado de pré-confrontação, que será
visto adiante.
São dificuldades que podem existir no teatro de operações:

Manutenção do isolamento

É comum pessoas ou representantes da imprensa tentarem romper os limites dos


perímetros para melhor visualização da cena do crime.
Como deve ser buscada a ligação apenas entre o causador do evento e o negociador,
deve-se tornar nula qualquer possibilidade de comunicação entre os envolvidos na ocorrência
e o mundo exterior.
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Tal comunicação é difícil de ser evitada, pois o local das tomadas de reféns, geralmente,
são salas ou lojas com janelas envidraçadas que permitem a visualização interna.
Com relação ao suicida, em geral, a crise se desenrola em locais abertos como uma
sacada de edifício ou uma praça pública, o que dificulta qualquer tentativa de isolamento
visual da cena.
Dória Júnior e Fahning (2007, p. 40) recomendam que, “apesar das dificuldades serem
imensas para se conseguir um perfeito isolamento, o comandante do Teatro de operações
deve estar imbuído desse objetivo. Como está explicitado, quanto mais isolado do mundo
exterior, o responsável pela instalação da crise tende a aceitar uma solução negociada mais
rapidamente e sem maiores traumas”.

Equipamentos

Ocorrências com tomada de reféns ou envolvendo suicidas, requerem um alto preparo


técnico da polícia. São necessários, além de profissionais especialmente treinados para lidar
com tais situações, equipamentos básicos especiais.
Tais equipamentos devem estar disponíveis para que se possa conhecê-los e manejá-los
durante os treinamentos, de modo que, quando a necessidade de empregá-los se apresentar,
não existam dúvidas capazes de comprometer o sucesso da operação.
A realidade que se apresenta à grande maioria das instituições policiais brasileiras é a
falta de determinados equipamentos, “explicada” pelas autoridades por “seu alto preço” ou
que “o número de vezes que serão empregados não justifica sua aquisição”.
Vidas não têm preço e, sendo a imprevisibilidade uma das características das crises, os
equipamentos devem estar disponíveis, independentemente de quando, onde ou quantas
vezes serão usados.
Com o propósito de exemplificar, Dória Júnior e Fahning (2007, p. 42) citam como
equipamentos imprescindíveis “coletes balísticos, escudos balísticos, capacetes balísticos,
cordas e granadas para várias finalidades, telefones, caneleiras, armas específicas ou especiais,
material de rapel [...] uma diversidade de recursos eletrônicos, além de outros”.

Localização de autoridades

Durante um processo de negociação, diversas exigências podem ser feitas pelos


causadores do evento em troca para a liberação dos reféns. Muito comum é os criminosos
exigirem a presença de determinada autoridade, pois, no pensamento do infrator, uma
autoridade que não seja policial, geralmente um juiz, um advogado ou um promotor, garantirá
sua integridade física.
O Comandante do Teatro de Operações, por intermédio de seu negociador, entende que
o desfecho da crise está perto. Mas, muito embora desde um primeiro momento tenha tido a
preocupação de colocar algumas autoridades de sobreaviso, não é fácil localizá-las. Isto

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porque a crise pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite e em qualquer lugar e, sendo
assim, nem sempre a autoridade exigida no processo de negociação se encontra disponível.

Ingerências externas

Contrastando com a aplicação de técnicas previstas nos manuais e livros produzidos por
estudiosos do assunto, as ingerências externas são símbolo de oportunismo, vedetismo ou
ignorância.
Como em ocorrências com reféns a convergência de holofotes é total para a cena do
crime, políticos inescrupulosos ou autoridades sedentas por notoriedade vêem naquele fato
uma oportunidade para alcançar seus propósitos de projeção.
Começam, então, a interferir com opiniões ou ordens, sem qualquer sustentação
profissional, mas que têm enorme repercussão, seja junto à população sobre a atuação da
polícia, seja no próprio Teatro de Operações.
Outra dificuldade é a presença de algumas autoridades superiores ao Comandante do
Teatro de operações que, apesar de não terem o domínio do gerenciamento de crises, se
valem de suas patentes superiores para exigirem o cumprimento de suas ordens ou o
menosprezo às determinações existentes, especialmente quanto aos limites impostos pelos
perímetros, atrapalhando a condução para a solução da crise.

Falta de autonomia da polícia

Apesar de ser o órgão mais qualificado para tomar providências e desenvolver ações em
momentos de crise, a polícia, por vezes, se vê impossibilitada de atuar para resolver o conflito
por ordens de pessoas não qualificadas.
Mesmo com a existência de legislação e princípios administrativos controladores do
serviço público, o policial brasileiro se vê envolvido em desmandos de pessoas que agem por
ingenuidade política ou porque almejam simplesmente destaque na mídia.

A Imprensa

Devido o caráter informativo da atividade dos profissionais de imprensa, torna-se


importante que a polícia, diante de uma ocorrência com reféns, busque uma maior
aproximação com os repórteres.
Nesse tipo de situação, a polícia não pode e não deve proibir que tais profissionais
exerçam suas atividades. Entretanto, deve trabalhar no sentido de limitar seu campo de
atuação. Tal comportamento é necessário, pois existe o comprometimento da integridade
física dos mesmos, bem como imagens e assunto que devem ser mantidos em absoluto sigilo,
para não haver qualquer suspeita quanto à ação da polícia.

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Conseguir estabelecer esse limite é uma dificuldade existente no Teatro de operações,


visto que não são raros os profissionais de imprensa que, no afã de obter uma melhor imagem,
tentam burlar os limites estabelecidos.
Cabe ao comandante do Teatro de Operações fornecer as informações necessárias a
todos os órgãos de imprensa, através de seu representante previamente designado. Este, por
sua vez, deve agir com habilidade, sem mentiras e restrições, indicando um local adequado
para o trabalho dos repórteres, em perfeita segurança.
Todos os policiais envolvidos em uma ocorrência de crise precisam estar instruídos no
sentido de eliminar conflitos com os profissionais da imprensa, pois os mesmos estão naquele
local, trabalhando na cobertura do evento, para repassar o desenrolar dos fatos à sociedade.

As fases do Gerenciamento de Crises

Basset (apud DÓRIA JÚNIOR e FAHNING, 2007, p. 47), da Academia Nacional do FBI,
visualiza o gerenciamento de uma crise em quatro fases, cronologicamente distintas, as quais
ele denomina de fases de confrontação.

Essas fases, que serão estudadas adiante, são as seguintes:

I Pré-confrontação

II Resposta imediata

III Plano específico

IV Resolução

Recentemente, alguns estudiosos do gerenciamento de crises estão entendendo que as


ações tomadas, após o término de um evento crítico, que funcionam como feedback para
substanciar o reinício do ciclo, denominam-se:

V Pós-confrontação

A pré-confrontação e a resposta imediata

Fase 1 – Pré-confrontação ou preparo

É a fase que antecede à eclosão de um evento crítico. Durante essa fase, a instituição
policial se prepara administrativamente, em relação à logística, e operacionalmente através
de instruções e operações simuladas, planejando-se para que possa atender qualquer crise
que vier acontecer na sua esfera de competência.
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No planejamento devem ser considerados como pontos mais importantes:

A pré-confrontação, contudo, não se resume apenas ao preparo e ao aprestamento da


organização policial para o enfrentamento das crises. Ela engloba também um trabalho
preventivo. Esse trabalho compreende ações de antecipação e de prevenção.
A antecipação consiste na identificação de situações específicas que apresentem
potencial de crise e a subsequente adoção de contramedidas que visem neutralizar, conter ou
abortar tais processos.
Já a prevenção é conceituada por Monteiro (2001) como “um trabalho mais genérico,
realizado com o objetivo de evitar ou dificultar a ocorrência de um evento crítico ainda não
identificado, mas que se apresenta de uma forma puramente potencial”.

Fase 2 – Resposta imediata ou ação

Esse tópico trata das primeiras ações a serem tomadas, imediatamente após o início de
um incidente de alta complexidade. Os policiais de rua, nesta fase, são de extrema
importância, porque em quase cem por cento dos casos são eles que serão os primeiros a se
depararem com tais ocorrências.
É claro que todos os elementos participantes de uma crise estarão já participando dela,
sendo convocados para comparecer. No entanto, vale ressaltar que segundo Monteiro (2001)
“... de uma resposta imediata eficiente depende quase que 60% do êxito da missão policial no
gerenciamento de uma crise”.
Segundo Pontes (2000), “tão logo a polícia tome conhecimento de uma crise, deverá:
conter a crise, isolar o ponto crítico e estabilizar a situação”.
A primeira preocupação da polícia deve ser a de evitar que a crise se alastre, ou seja,
impedir que os tomadores aumentem o número de reféns; ampliem o espaço sob seu domínio
ou tenham acesso a pontos mais seguros, a mais armas ou a pontos sensíveis que aumentem
seu poder de pressão. Isto é conter a crise.
Isolar o ponto crítico consiste em dificultar aos bandidos e reféns qualquer contato com
o exterior, permitindo total controle da polícia e total dependência dos protagonistas do
evento crítico. A população deve ser afastada das proximidades e a polícia passa a ser o único
canal de contato dos seqüestradores e reféns.
Para tanto são estabelecidos os perímetros táticos, que são, conforme já estudado, um
interno e outro externo, com o objetivo de permitir total controle dos bandidos, disciplinar a

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movimentação na área interna e externa do ponto crítico e manter a população a uma


distância segura, sem interferir no gerenciamento da crise.
Estabilizar a situação visa iniciar as negociações, o que deve ocorrer tão logo seja
possível, porém o tempo será determinado pelo interesse dos criminosos. Os primeiros 45
minutos são os mais tensos para os bandidos e mais perigosos para os reféns. Não é
conveniente que a polícia acue os bandidos e sim que dê tempo para o desenvolvimento da
“Síndrome de Estocolmo” contribuindo para maior segurança às vítimas.
Já Dória Júnior e Fahning (2007, p. 52) ensinam que “as medidas imediatas mais
importantes a serem tomadas são: conter; solicitar apoio; isolar e manter contato sem
concessões ou promessas”.
Como quanto ao conter e isolar, não existe diferença em relação ao ensinado por Pontes,
serão estudadas agora as medidas de solicitar apoio e o manter contato sem concessões ou
promessas.

Solicitar apoio

Simultaneamente à contenção, o primeiro policial a se deparar como uma crise deve


informar a Central de Operações o acontecido e solicitar apoio. Dentro do possível, deve ser
informado qual o ato criminoso cometido, a quantidade de perpetradores, de armas e de
reféns, e as melhores via de acesso ao local.
Manter contato sem concessões e promessas
Esse primeiro contato, com o objetivo de tentar acalmar o perpetrador, colocando-o
num nível de racionalidade considerado normal, é mantido logo após o isolamento. Não é
chamado negociação, pois não pode haver concessões e promessas nos primeiros contatos, e
existem concessão e promessa na negociação. Isso não quer dizer que, necessariamente, a
negociação será tomada por um negociador treinado. Embora seja o indicado, ela pode ser
conduzida pelo próprio policial que foi o primeiro a chegar assessorado pelo negociador ou
pela equipe de negociação – o mais indicado.
O primeiro contato é o mais tenso e, pelo menos, nos quarenta e cinco minutos iniciais
há uma maior probabilidade dos perpetradores ofenderem verbalmente, efetuarem disparos
contra os policiais e até agredirem os reféns. Por isto é importante que o policial de rua tenha
noção de negociação policial, porque nestas situações ele saberá o que poderá ou não ser
concedido.

Aula 2 - O plano específico e a resolução

Dada a resposta imediata, com a contenção e o isolamento da ameaça e o início das


negociações, principia-se a fase do Plano Específico, que é aquela em que o comandante da
cena de ação procura encontrar a solução do evento crítico.

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Dória Júnior e Fahning (2007, p. 53) ensinam que, “nesta fase, o papel das informações
(inteligência) é preponderante. As informações colhidas e devidamente analisadas é que vão
indicar qual a solução para a crise”.
Para Pontes (2000), “estabilizada a situação, o Comandante do Teatro de Operações
deve diagnosticar a situação e considerar as diversas hipóteses de solução da crise como tentar
uma solução negociada, exigir a rendição dos criminosos, usar agentes químicos, neutralizar o
causador do evento empregando um atirador de elite ou empregar o grupo tático”.
O autor destaca que “a solução negociada é a menos traumatizante para os reféns e para
a instituição policial [e que] eventualmente, a solução negociada poderá ser a transferência
da crise para outras áreas, com apoio da própria polícia, desde que os reféns sejam soltos sem
nenhum dano”.
Exigir a rendição é uma opção quando o bandido demonstra falta de coragem ou
arrependimento por seu ato, ou quando não tem nenhum refém.
O uso de agentes químicos será uma opção quando se acreditar que, na realidade, o
bandido não executará seus reféns, mas reagirá a uma entrada da polícia.
O emprego de atirador de elite só é aceitável quando esgotadas todas as negociações
possíveis, quando não houver acordo com o causador do evento e houver iminente perigo
para os reféns ou a indubitável intenção do criminoso executá-los.
Empregar o grupo tático é a opção de mais alto risco para os reféns, para os policiais e
para os bandidos e, portanto, somente poderá ser utilizada quando todos os critérios de ação
a apontarem como única alternativa.
Analisada a situação e escolhida a estratégia a aplicar se partirá para a resolução da crise
propriamente.
Segundo Dória Júnior e Fahning (2007, p. 53), adaptadas às contingências de natureza
legal da polícia brasileira, as ações do comandante do Teatro de Operações durante a
Resolução constariam de tarefas para a manutenção do controle da área crítica, como:

-os e adaptando-os, se
necessário, à ação tática escolhida;
áticos para protegerem, no caso de
previsão de tiroteio;

helicópteros, pessoal médico e paramédicos para socorro de eventuais feridos; e


em solução negociada, mediante fuga dos
bandidos, a desobstrução do caminho, rua ou artéria escolhida para a evasão do ponto crítico,
a fim de evitar que algum curioso mais exaltado agrida os bandidos.

A resolução é a última fase do gerenciamento de uma crise. É um esforço organizado


através do qual se executa e implanta o que foi decidido no plano específico.

Pontes (2000) analisa cada uma das opções da seguinte maneira:


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A solução negociada, com a rendição dos criminosos, exige da polícia comportamento


ético tal como garantir-lhes total proteção contra maus tratos ou tentativas de linchamento,
e apresentação imediata à polícia judiciária.
Se a solução negociada for a transferência da crise, há que se avisar as autoridades da
área para onde se dirigem e colocar-se à disposição; a polícia deve garantir livre acesso aos
fugitivos enquanto houver a possibilidade de que os reféns possam ser feridos ou executados.
O uso de atiradores de elite para neutralizar os tomadores de reféns, poderá exigir apoio
do negociador para movimentá-los para terreno vantajoso.
O uso de agentes químicos exigirá o apoio de bombeiros em virtude de possível incêndio
no ponto crítico. Em ambos os casos devem ser previstas ambulâncias e socorro médico para
reféns e criminosos.
A mais perigosa das alternativas, o emprego do grupo tático, exige adaptação dos
perímetros táticos, colocação dos policiais e da população em locais seguros e coordenação
da atuação do negociador como apoio à ação tática.
Pontes (2000) também ensina que, “imediatamente ao assalto do grupo tático, ou ao
uso de atirador de elite, ou, ainda, ao emprego de agentes químicos, é necessário a entrada
da polícia para salvar os reféns, neutralizar os criminosos, e providenciar socorro a quem
estiver ferido”.
O autor prega que “criminosos presos devem ser algemados, protegidos e colocados em
local seguro até serem entregues à polícia judiciária”.
Num final de crise com reféns, há algumas considerações no sentido de se limitar os
danos da propaganda. Os capturados devem ser mantidos isolados, principalmente da mídia,
para evitar que a utilizem para sua "propaganda". Reféns libertados, sob efeito da Síndrome
de Estocolmo, também poderão contribuir para a propaganda em favor dos criminosos,
dependendo do tratamento que deles tenham recebido.
Conforme Dória Júnior e Fahning (2007, p. 54) “não importa qual seja a solução adotada
[...] a resolução se impõe como uma imperiosa necessidade para que a solução da crise ocorra
exatamente como foi planejado durante a fase do Plano Específico e sem que haja uma perda
do controle da situação por parte da polícia”.
Os autores também destacam que “mesmo nos casos em que o epílogo da crise ocorre
de uma forma mais branda (como na solução negociada, por exemplo), o nível de perigo e
tensão nos momentos finais do evento é sumamente elevado. Um passo em falso, um gesto
mais brusco, um ruído inesperado ou um contratempo qualquer pode ser interpretado
erradamente pelos policiais ou pelos bandidos e desencadear um incidente de conseqüências
imprevisíveis e até fatais”.
Por isto, é necessário que todos os policiais conheçam algumas noções e regras de
negociação, algumas das quais serão vistas a seguir.

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Noções e regras de negociação

Os ensinamentos obtidos no Curso de Negociação em Ocorrências de Alto Risco


permitem afirmar que, ao conhecer os objetivos norteadores da negociação, pode-se ter uma
noção de sua complexidade e da necessidade de aprofundar seu estudo. São eles:

Ganhar tempo contribui para que a crise se estabilize; que os causadores se acalmem e
esvaziem suas expectativas e que se estabeleça a Síndrome de Estocolmo no interior do ponto
crítico. Portanto é necessário que a polícia exercite a paciência e não tenha pressa pelo final
do evento crítico.
Negociadores devem procurar sempre abrandar toda e qualquer exigência dos
causadores do evento crítico, para não lhes dar a sensação de domínio da situação, para
ganhar tempo e forçar condições de negociação. Além disto, o imediato atendimento das
exigências poderá implicar em que os bandidos julguem que deveriam ter pedido mais ou se
arrependam de ter exigido tão pouco.
O causador do evento crítico é a melhor fonte de informações de que dispõe a polícia e
é justamente através do negociador que se conseguirá o acesso a muitas informações sobre
os mesmos.
Negociadores podem se constituir em importantes instrumentos do administrador da
crise para ganhar tempo, para prover suporte tático, para justificar possíveis ruídos suspeitos
da tropa, ou para movimentar alvos para posições convenientes no interior do ponto crítico.

Regras de negociação

Como primeira e principal regra, pode-se citar:


O que se estará buscando, durante todo o processo de negociação, será garantir a vida
dos reféns!!!
Considerando que as mesmas são auto-explicativas, serão relacionadas a seguir regras
da doutrina de negociação, cujo conhecimento é de grande importância para todos os policiais
que trabalham no serviço operacional. São elas:

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-se como negociador.

ema.

e cumprir.

- regatear sempre.

Não conceder armas e munições.

a integridade dos bandidos.

ra perícia.

Conclusão

A título de conclusão podemos utilizar as palavras de Dória Júnior e Fahning (2007, p. 56)
afirmando que:

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“Muito do que foi falado neste curso deve ser adaptado à realidade de
cada Estado e Corporação Policial. Estude, pesquise e, principalmente, coloque
em prática o conhecimento que foi abordado, pois só assim você terá a
experiência suficiente para atuar em ocorrências de crises policiais com
tranquilidade”.

Finalmente, pode-se dizer que, mais importante do que estudar na busca de obter um
“10” na disciplina, é estudar para agregar um conhecimento que, mais cedo ou mais tarde, nos
será indispensável no serviço operacional daquela que é a nossa profissão.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal. Subsecretaria de Edições Técnicas, 2007.

CABRAL, Paulo Cézar Souza Cabral. O Sistema de Defesa Social: Aprendendo a Gerenciar
Crises. Empresa Gráfica da Bahia, Salvador, 1996.

DÓRIA JÚNIOR, Irio. FAHNING, José Roberto da Silva. Curso Gerenciamento de Crises.
Secretaria Nacional de Segurança Pública. Fábrica de Cursos, Brasília, 2007.

MONTEIRO, Roberto das Chagas. Manual de gerenciamento. Academia Nacional de


Polícia Federal, Brasília, 2001.

PONTES, Cel PMPR Valter Wiltemburg. Apostila de negociação em eventos críticos com
reféns. Curso de Controle e Resolução de Conflitos e Situações de Crise, na Academia de Polícia
Militar da BMRS, Porto Alegre, 2000.

THOMÉ, Ricardo Lemos. A solução policial e gerenciada das situações críticas. Edição do
Autor, Florianópolis, 1998.

THOMÉ, Ricardo Lemos; SALIGNAC, Ângelo Oliveira. O gerenciamento das situações


policiais críticas. Curitiba, 2001.

VAZ, Luís Eduardo. Gestão Pública: um estudo avaliativo sobre a efetividade do Gabinete
Dirigente de Gerenciamento de Crises no Maranhão e sua influência na resolução das
ocorrências de alto risco no Estado. Monografia apresentada ao Curso de Administração do
Centro Universitário do Maranhão. São Luís, 2008.

VAZ, Luís Eduardo; SIMPLÍCIO, Eduardo Antonio Batista. A importância da difusão da


doutrina de gerenciamento de crises para as equipes de primeira resposta da Polícia Militar
do Maranhão no atendimento das ocorrências de alto risco. Monografia apresentada para
conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Academia de Polícia Militar General
Edgard Facó, da Polícia Militar do Ceará, Fortaleza, 2002.

SILVA. José Walterler dos Santos. Apontamentos de Sala de Aula. ACW.NATAL.BRASIL.

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COORDENAÇÃO ANDRAGÓGICA
CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO
DISCIPLINA – GERENCIAMENTO DE CRISES
AVALIAÇÃO ÚNICA
DISCENTE: _______________________________________

SEQUESTRO

No dia 12 de junho de 2000, na cidade do Rio de Janeiro, registrou-


se uma ocorrência policial classificada como O SEQUESTRO DO
ÔNIBUS 174, tendo sido um episódio marcante da crônica policial.
Ao final, duas vítimas fatais. Uma refém e o sequestrador.

Assista o documentário ÔNIBUS 174 e, com base


nas informações extraídas deste opúsculo, associada a
sua experiência profissional, comente esse episódio –
pedagogicamente – apontando algumas das INÚMERAS
FALHAS protagonizadas pela Polícia na frustrada
tentativa de resolver o problema.

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ACADEMIA CORONEL WALTERLER
AVENIDA PRESIDENTE CAFÉ FILHO, 116 – PRAIA DO MEIO – CEP 59.010-000 – NATAL/RN
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ACADEMIA CORONEL WALTERLER


COGNITIO HIERARCHIA NON HABET
CNPJ 14.915.486/0001-00
MISSÃO: ensinar com excelência, redescobrindo nossa capacidade de pensar
VALORES: hierarquia, disciplina, legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência, ética, lealdade, competência, compromisso e respeito

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ADSUMUS !!!

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