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Hans Kung - Luiz Henrique Caracas Da Silva

O texto analisa o primeiro capítulo do livro 'A Igreja Tem Salvação?' de Hans Küng. Küng argumenta que a Igreja Católica está gravemente doente sob o comando da Igreja Romana, com a figura do Papa Bento XVI no centro da crise. O autor defende que a Igreja precisa diagnosticar e tratar sua enfermidade.

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Hans Kung - Luiz Henrique Caracas Da Silva

O texto analisa o primeiro capítulo do livro 'A Igreja Tem Salvação?' de Hans Küng. Küng argumenta que a Igreja Católica está gravemente doente sob o comando da Igreja Romana, com a figura do Papa Bento XVI no centro da crise. O autor defende que a Igreja precisa diagnosticar e tratar sua enfermidade.

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO SERVO DE CRISTO

2022.1 História da Igreja


Docente: Prof. Ziel Machado
Discente: Luiz Henrique Caracas da Silva

RESENHA

KÜNG, Hans. A igreja tem salvação? Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Paulus, 2012.

Esta resenha se debruça sobre a introdução e o primeiro capítulo do livro “A igreja tem
salvação?” de Hans Küng. Em primeiro lugar, apresento um breve resumo do capítulo em
análise. A seguir, de acordo com a proposta da atividade, realiza-se uma leitura crítica do texto.
Então, apresento uma possibilidade de aplicação deste texto para o cenário brasileiro atual. Por
fim, finaliza-se a atividade com uma oração.

1. Leitura do Texto de Küng.


A introdução do livro marca os tons de constrangimento adotados por Küng em seu livro.
Uma obra que o autor preferiria não ter escrito, uma obra que não precisaria ter sido escrita caso
os papas seguissem os bons ventos soprados no Concílio Vaticano II. Poderia não ser necessária
esta obra, se os bispos da Igreja tomassem uma posição não subserviente, mais recentemente, ao
Papa Bento XVI. Segundo a esperança do autor, este livro também poderia não ter sido
necessário caso os teólogos católicos tivesse se oposto de forma veemente aos ditames da cúria.
“A Igreja sofre de que?” Pergunta o autor. E responde: a Igreja Católica se encontra
gravemente enferma, padecendo sob o comando da Igreja romana. A cúpula da Igreja não
assumiu sua culpa no sistemático encobrimento de casos de abuso sexual. E nem tampouco
procurou seriamente investigar as causas históricas que conduziram a Igreja a um número
catastrófico de casos desta natureza.
Küng é incisivo. Está comprometido não apenas em diagnosticar a ferida, mas
principalmente em contribuir para a cura. O autor não se coloca como juiz, mas como um
terapeuta. Porém, este que quer ajudar no processo de cura, tem consciência de que muito
provavelmente aquela que está enferma faria de tudo para rejeitar o tratamento.
Ousadamente, Küng declara que a mais profunda crise de confiança na qual a Igreja
Católica mergulhou em séculos, tem seu centro na figura de Joseph Ratzinger, o Papa Bento
XVI. As ações de Ratzinger, segundo o autor contribuíram para afastar a Igreja do povo. O
colapso da Igreja passa, deste modo, pelo colapso de suas estruturas e as consequências podem
ser vistas também na vida da Igreja no dia a dia das paróquias, na crescente falta de novos
aspirantes ao sacerdócio.

Suponho que um teólogo como Joseph Ratzinger, que vive no Vaticano há mais
de três décadas, pouco seja capaz de compreender como me dói no coração ver
em minha paróquia natal, no serviço dos domingos, umas poucas dezenas de
fiéis, enquanto décadas atrás a igreja vivia. cheia. Já ficou claro que isso não é
resultado apenas da crescente secularização, como Roma reiteradamente afirma,
mas também das diretrizes de âmbito interno, impostas por Roma, de
consequências cruciais para a vida religiosa (KÜNG, 2012, p. 29-30).

As marcas do colapso da Igreja, segundo Küng, estão centradas na figura de Ratzinger,


mas já eram conhecidas durante o pontificado de João Paulo II. O acobertamento dos escândalos
sexuais foi um ato coordenado pela Congregação da Fé, que era coordenada pelo então Cardeal
Ratzinger.
O longo inverno pelo qual atravessa a Igreja é caracterizado por cinco crises que se
entrelaçam e se potencializam. A crise da fé, a crise da confiança, a crise de autoridade, crise de
liderança e crise de mediação.
Neste cenário, o autor destaca Sete possíveis reações à doença da Igreja. Entre elas, quatro
podem acontecer de uma forma não muito positiva. (1) Pode-se optar pelo abandono da Igreja,
(2) pode-se produzir um cisma, (3) Pode-se fazer a opção pela emigração interna e silêncio, e (4)
pode-se adotar um conformismo exterior pró-forma. As outras três são relevantes, a saber (1)
Pode haver um engajamento no âmbito da comunidade, (2) pode-se protestar abertamente e
exigir mudanças por parte do comando da Igreja, e (3) pode-se refletir e publicar artigos
científicos sobre o atual estado de coisas.

2. Reflexões com juízo crítico do texto


É difícil não ler esse texto e perceber que o diagnóstico feito por Küng sobre a enfermidade
da Igreja Católica Romana também se aplica e muito ao contexto da Igreja Evangélica,
principalmente a Brasileira. Küng é um profeta com lágrimas nos olhos, que atende ao difícil
chamado de profetizar contra quem se ama. Mas o tratamento é necessário. O apelo à memória é
imprescindível. Um texto de tirar o fôlego!

3. Aplicação prática no contexto brasileiro.


A inspiração neste espírito profeticamente apaixonado, com toda seriedade que cabe ao
tratamento da enfermidade da fé crista. Eis uma necessidade para a Igreja Brasileira, tanto
Católica, quanto Evangélica. É necessário avaliar o problema, é necessário arrepender-se, é
necessário lembrarmos aonde caímos e retornamos ao primeiro amor.
As crises de fé, confiança, de autoridade, de liderança e de mediação são crises pelas quais
a Igreja brasileira atravessa, e este diálogo sério proposto por Küng é imprescindível, mesmo
sabendo das características dissonantes das Igrejas Protestantes. É preciso continuar profetizando
contra toda forma de opressão e afastamento.

4. Oração
Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tenha misericórdia de nós!
Venha o Teu Reino, a Tua vontade.
Na terra, como no céu!

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