Obrigações e Responsabilidade Civil
Revisão dos conteúdos para a sua avaliação – AV2.
Prof. Frederico Gazolla
1. Compensação da mora: Juros
Analisar e compreender as
consequências financeiras da mora.
2. Cláusulas penais, arras ou sinal
Analisar as medidas previstas em lei para
evitar o inadimplemento das obrigações.
Os conteúdos que
3. Obrigações unilaterais e perdas e iremos abordar.
danos
Outros tipos de obrigações civis e a
consequência de perdas e danos.
4. Responsabilidade objetiva e
subjetiva
Análise das duas teorias de definição da
responsabilidade civil no Direito
brasileiro.
Juros
Juros compensatórios ou remuneratórios – São aqueles que
decorrem de uma utilização consentida do capital alheio,
Juros moratórios – Constituem um ressarcimento imputado
como nos casos de inadimplemento total da obrigação ou de
ao devedor pelo descumprimento parcial da obrigação. Como
financiamentos em geral. Lembre-se aqui a regra do art. 591
regra geral, os juros moratórios são devidos desde a
do Código Civil atual, pelo qual se o mútuo tiver fins
constituição em mora e independem da alegação e prova do
econômicos, os juros presumir-se-ão devidos, mas não
prejuízo suportado (art. 407 do CC).
poderão exceder à taxa legal prevista no art. 406 da mesma
codificação (juros no mútuo oneroso ou feneratício).
Juros
Art. 407. Ainda que se não
alegue prejuízo, é obrigado o
devedor aos juros da mora que
se contarão assim às dívidas
Art. 406. Quando os juros em dinheiro, como às
moratórios não forem prestações de outra natureza,
convencionados, ou o forem uma vez que lhes esteja fixado
sem taxa estipulada, ou o valor pecuniário por sentença
quando provierem de judicial, arbitramento, ou
determinação da lei, serão acordo entre as partes.
fixados segundo a taxa que
estiver em vigor para a mora
do pagamento de impostos
devidos à Fazenda Nacional.
Cláusula penal, multa contratual ou pena convencional
Conceito: penalidade, de natureza
civil, imposta pela inexecução
parcial ou total de um dever
patrimonial assumido. – Arts. 408 a
416, CC
Multa moratória = obrigação principal +
• Obrigação acessória multa
• Mora ou inadimplemento parcial: multa Multa compensatória = obrigação
moratória principal ou multa
• Inexecução total obrigacional: multa
compensatória, art. 409 do CC.
• O limite da cláusula penal é o valor da
obrigação principal, art. 412, CC
(entendimento majoritário para a multa
compensatória.
Cláusula penal, multa contratual ou pena convencional
Capítulo V
Da Cláusula Penal
• Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
• Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de
alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.
• Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
• Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
• Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.
• Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade
for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
• Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente
do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
• Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.
• Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na
obrigação.
• Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
• Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi
convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
Arras ou Sinal – Arts 417 A 420, CC
CONCEITO: sinal, o Arras Arras Penitenciais
valor dado em Confirmatórias
dinheiro ou o bem Sem cláusula de com cláusula de
móvel entregue por arrependimento, arrependimento,
uma parte à outra, com perdas e danos sem perdas e danos
quando do contrato
preliminar, visando a
trazer a presunção
de celebração do
contrato definitivo.
Arras ou Sinal – Arts 417 A 420, CC
Das Arras ou Sinal
CAPÍTULO VI
• Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou
outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação
devida, se do mesmo gênero da principal.
• Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as;
se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir
sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, juros e honorários de advogado.
• Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras
como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos,
valendo as arras como o mínimo da indenização.
• Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou
sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra
parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a
indenização suplementar.
Obrigações unilaterais
promessa de gestão de pagamento enriquecimento
recompensa negócios (arts. indevido (arts. sem causa (arts.
(arts. 854 a 860 861 a 875 do 876 a 883 do 884 a 886 do
do CC); CC); CC); CC).
Pagamento Indevido – Arts 876 A 883
Art. 876 do CC/2002, “todo aquele que recebeu o que lhe não
era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a
condição”.
Pagamento objetivamente indevido: ocorrerá quando uma
pessoa paga uma dívida que não mais exista, por não haver
qualquer vínculo obrigacional, ou paga um débito existente,
mas que já se extinguiu.
Pagamento subjetivamente indevido: haverá quando um
débito existente for pago por quem equivocadamente se
julgava como sendo o devedor; e também poderá ocorrer
quando o pagamento é feito a uma pessoa diversa do
verdadeiro credor.
Requisitos do pagamento indevido
Enriquecimento do accipiens à custa de outra pessoa;
Empobrecimento do solvens;
Relação de imediatidade, ou seja, o enriquecimento de um deve decorrer diretamente da diminuição
patrimonial do outro;
Ausência de culpa do empobrecido;
Falta de causa jurídica justificativa do pagamento efetuado pelo solvens;
Subsidiariedade da ação de in rem verso, ou seja, inexistência de outro meio jurídico pelo qual o
empobrecido possa corrigir a situação de enriquecimento sem causa, ressarcindo-se do prejuízo sofrido.
Requisitos do pagamento indevido
Súmula 322,
Quem paga
prevendo que
indevidamente
“Para a repetição
pode pedir
de indébito, nos
restituição àquele
contratos de
que recebeu, desde
abertura de crédito
que prove que
em conta-corrente,
pagou por erro (art.
não se exige a
877 do CC).
prova do erro”.
Obrigação Incompleta
Art. 882, CC - segundo o qual que
não se pode repetir o que se pagou
para solver dívida prescrita ou
cumprir obrigação judicialmente
inexigível.
Art. 883, CC - prevê não ser
possível a repetição àquele que
deu alguma coisa para obter fim
ilícito, imoral ou proibido por lei.
Obrigação Incompleta
• Pagamento de dívida prescrita (art.
882)
Não se repetem as • Dívida judicialmente inexigível (art.
seguintes obrigações 883)
por estarem
fundadas, em regra, • Empréstimo para jogo ou aposta feito
em obrigação natural: no ato de se apostar (art. 815)
• Mútuo feito à pessoa menor (art. 588)
• Juros não estipulados (art. 591)
Responsabilidade Civil
Conduta
Humana
a conduta
voluntária com
Dolo
resultado
involuntário
Culpa Genérica
ou lato sensu
previsão ou
ELEMENTOS Culpa estrita
previsibilidade;
Nexo de
Causalidade
a falta de
cuidado, cautela,
diligência e
atenção.
Dano ou prejuízo
Responsabilidade civil quanto ao seu fundamento
Responsabilidade civil objetiva: Nesta
espécie de responsabilidade, o dolo ou
culpa na conduta do agente causador do
dano é irrelevante juridicamente, haja
vista que somente será necessária a
existência do elo de causalidade entre o
dano e a conduta do agente responsável,
para que surja o dever de indenizar.
A responsabilidade civil subjetiva: é a
decorrente de dano causado em função
de ato doloso ou culposo. (ex: art.186,CC)
Responsabilidade civil quanto ao seu fundamento
“Art. 927. Aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, é obrigado a
repará-lo. Parágrafo único.
Haverá obrigação de reparar o
dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos
de outrem”.
Responsabilidade civil quanto ao seu fundamento
Responsabilidade Civil Quanto Ao Fato Gerador
• Inexecução de um
negócio jurídico (bilatera
ou unilateral)
A responsabilidade
• Relacionada,
civil CONTRATUAL: principalmente, ao
inadimplemento de uma
obrigação
Responsabilidade • Inobservância de Lei.
civil • Não há entre as partes
relação jurídica
EXTRACONTRATUAL • Relacionada à lesão a um
OU AQUILIANA. direito.
Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil no Direito Brasileiro
está construída sobre dois conceitos, que
formam a base estrutural da matéria:
Responsabilidade Civil
Conceito de ato ilícito (art. 186 do CC) = lesão de direitos + dano.
A regra geral do nosso ordenamento jurídico é de que a responsabilidade depende de culpa (responsabilidade
subjetiva).
Responsabilidade Civil
Conceito de abuso de direito (art. 187 do CC) = Ato lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências.
Caracterizado como um exercício irregular de direitos, em que o titular de um direito, ao exercê-lo, excede os
limites impostos:
a) pelo fim social do instituto;
B) pelo fim econômico;
c) pela boa-fé objetiva;
d) pelos bons costumes.
Aprenda +
Para consultar posteriormente esse conteúdo, se você estiver interessado e gostaria de um maior
aprofundamento, veja essas opções:
https://www.dpd.ufv.br/wp-content/uploads/DIR-313-Pagamento-indevido-e-enriquecimento-sem-causa.pdf
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/48483/teoria-geral-das-obrigacoes-modalidades-e-
caracteristicas
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-
semanal/clausula-penal
https://jus.com.br/artigos/72242/arras-natureza-e-especies
https://www.aurum.com.br/blog/responsabilidade-
civil/#:~:text=A%20responsabilidade%20civil%20%C3%A9%20toda,viola%C3%A7%C3%A3o%20de%20dever%
20jur%C3%ADdico%20origin%C3%A1rio.
Muito obrigado!
Foi um prazer ter todos vocês durante a
aula.
Formulário de Presença (AAC) Encerramento
Acesse o link ou QRCode para registrar
sua presença e garantir as horas
complementares:
da aula.
https://bit.ly/F-ARA0984
Confira as disciplinas participantes e
realize o avaliando para garantir seu
ponto na AV2.
É só até o dia 07/11!