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Petição Inicial. Reconhecimento de Atividade Especial No Exército. Legitimidade Da União. Súmula 33 STF.-26!11!2022

O documento trata de uma ação judicial movida por um instrumentador cirúrgico aposentado para reconhecimento de tempo de serviço especial prestado ao exército. Ele trabalhou em ambiente hospitalar exposto a agentes biológicos e pede declaração de atividade especial para ter direito à aposentadoria especial junto ao INSS. A União é parte legítima para reconhecer o tempo de serviço especial dado que o autor estava sob regime próprio à época.
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Petição Inicial. Reconhecimento de Atividade Especial No Exército. Legitimidade Da União. Súmula 33 STF.-26!11!2022

O documento trata de uma ação judicial movida por um instrumentador cirúrgico aposentado para reconhecimento de tempo de serviço especial prestado ao exército. Ele trabalhou em ambiente hospitalar exposto a agentes biológicos e pede declaração de atividade especial para ter direito à aposentadoria especial junto ao INSS. A União é parte legítima para reconhecer o tempo de serviço especial dado que o autor estava sob regime próprio à época.
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MERITÍSSIMO JUÍZO DE VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente vem, com o


devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador,
propor

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO


ESPECIAL E EMISSÃO DE DECLARAÇÃO DE
ATIVIDADE ESPECIAL

em face da UNIÃO – ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO, pelos seguintes


fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

I. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS


O Demandante laborou junto ao ${informacao_generica}, instituição militar, no período de
${data_generica}, no cargo de instrumentador cirúrgico.

Nesse contexto, tem-se o Certificado de Reservista do autor referente a todo período,


passível de aproveitamento pelo INSS. Veja-se:

[IMAGEM]

Ocorre que, embora o Sr. ${cliente_nome} tenha exercido atividade especial,


com sujeição a agentes nocivos, em todo o período laborado junto ao Exército, este
se negou a emitir Declaração de Atividade Especial, consoante ofício remetido em
anexo.

Logo, a fim de viabilizar, posteriormente, a concessão de Aposentadoria Especial à Parte


Autora perante o RGPS (INSS), é necessário que a especialidade do período de ${data_generica}
seja devidamente reconhecida pelo Exército, quando, repisa-se, o Sr. ${cliente_nome}
laborou sob condições especiais.
I.I - LEGITIMDADE PASSIVA DA UNIÃO

É importante registrar que a legitimidade para reconhecer tempo de serviço


especial é do Regime em que o cidadão foi vinculado durante o período, mesmo
quando deseja averbá-lo junto ao INSS (RGPS). Veja-se:

E M E N TA: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE


ESPECIAL. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. EXÉRCITO BRASILEIRO. ILEGITIMIDADE
PASSIVA DO INSS. O Instituto Nacional do Seguro Social não é parte legítima para responder ao
pedido de reconhecimento de atividade especial exercida junto ao Exército Brasileiro, sujeito a
regime próprio de Previdência Social. (TRF4, AG 5025773-12.2020.4.04.0000, QUINTA TURMA,
Relator ALTAIR ANTONIO GREGÓRIO, juntado aos autos em 30/09/2020)
E M E N TA: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE
ES P EC IA L. REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. EXÉRCITO BRASILEIRO.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS . IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE PEDIDO EM FACE DA
UNIÃO NO MESMO PROCESSO. 1. O Instituto Nacional do Seguro Social não é parte
legítima para responder ao pedido de reconhecimento de atividade especial
exercida junto ao Exército Brasileiro, sujeito a regime próprio de
Previdência Social. 2. Resta impossível a cumulação de pedidos distintos contra réus também
distintos no mesmo processo, porquanto dependeria da formação de litisconsórcio passivo em
relação a todos os pedidos. Precedentes. (TRF4, AG 5008257-76.2020.4.04.0000, QUINTA TURMA,
Relator ALTAIR ANTONIO GREGÓRIO, juntado aos autos em 30/07/2020)

Portanto, tem a União legitimidade para configurar o polo passivo da presente demanda.

I.II - DIREITO AO RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL

O Supremo Tribunal Federal sumulou entendimento de que se aplicam aos servidores


públicos as regras do RGPS acerca da aposentadoria especial. Nesse sentido:

SÚMULA VINCULANTE 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, §4º, inciso III da
Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.

É de extrema importância mencionar que apenas com a EC 18/98, publicada em


06/02/1998, os militares foram excluídos da categoria “servidores públicos”. Logo, durante o
período em que se pleiteia o reconhecimento da atividade especial (${data_generica}), o Autor
esteve enquadrado na categoria de servidor público, à luz do texto constitucional
então vigente.

Sendo assim, plenamente hábil a aplicação do entendimento já sumulado pela Suprema


Corte e, consequentemente, o reconhecimento da especialidade do período em que laborou
como instrumentador cirúrgico junto ao Exército.

I.III - EXPOSIÇÃO A AGENTES BIOLÓGICOS – CASO CONCRETO

Conforme dispõe a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho ¹, as


atividades competentes ao cargo de instrumentador cirúrgico (CBO 3222-25) são:

Desempenham atividades técnicas de enfermagem em empresas públicas e privadas como:


hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de assistência médica, embarcações e domicílios;
atuam em cirurgia, terapia, puericultura, pediatria, psiquiatria, obstetrícia, saúde
ocupacional e outras áreas. Prestam assistência ao paciente zelando pelo seu
conforto e bem estar, administram medicamentos e desempenham tarefas de
instrumentação cirúrgica, posicionando de forma adequada o paciente e o
instrumental. Organizam ambiente de trabalho e dão continuidade aos plantões. Trabalham em
conformidade às boas práticas, normas e procedimentos de biossegurança. Realizam registros e
elaboram relatórios técnicos. Desempenham atividades e realizam ações para promoção da saúde
da família.

Nesta senda, em se tratando de atividade exercida em meio a ambiente hospitalar, denota-


se que o Autor esteve exposto a agentes BIOLÓGICOS em sua jornada de trabalho,
enquadrando o caso em tela categoricamente no item 1.3.4 do Anexo I do Decreto 83.080/79.

Giza-se que o fato de não haver informações se a exposição da Demandante aos agentes
biológicos era habitual e permanente não impede o reconhecimento de atividade especial.
Quando se pondera especificamente sobre agentes biológicos, também é
entendimento pacificado que os conceitos de habitualidade e permanência são
diversos daquele utilizado para outros agentes nocivos, pois o que se protege não é
o tempo de exposição, mas, sim, o RISCO DE EXPOSIÇÃO!

Ainda, a exposição a agentes biológicos é inerente ao local de trabalho, em se tratando de


atividade exercida em Hospital, como se verifica pela jurisprudência atualizada do TRF-4. Veja-se:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM PARA ESPECIAL.


ATIVIDADE REALIZADA EM AMBIENTE HOSPITALAR. EXPOSIÇÃO A AGENTES
NOCIVOS BIOLÓGICOS. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da
atividade exercida sob condições especiais são disciplinados pela lei em vigor à época em que
efetivamente foi prestada, passando a constituir direito adquirido do trabalhador. 2. A conversão
do tempo de serviço comum em especial deve observar a disciplina legal vigente no momento em
que se aperfeiçoaram os requisitos para a concessão do benefício (Tema nº 546 do STJ). 3. A Lei n.
9.032, de 28-04-1995, ao modificar a redação dada ao art. 57, 3º, da Lei nº 8.213/91, não mais
permite a possibilidade de conversão de tempo de serviço comum em especial para o fim de
concessão de aposentadoria especial. 4. A atividade não relacionada diretamente com a
enfermagem, mas que exija o contato com pacientes portadores de doenças
infectocontagiosas ou com manuseio de materiais contaminados, é considerada
prejudicial, não importando o tempo de exposição aos agentes biológicos, nem a
concentração ou intensidade desses agentes no ambiente de trabalho. (TRF4 5002849-
25.2012.4.04.7101, QUINTA TURMA, Relator OSNI CARDOSO FILHO, juntado aos autos em
13/12/2020)

E M E N TA: PREVIDENCIÁRIO. INSS. LEGITIMIDADE PASSIVA. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL.


APOSENTADORIA ESPECIAL. CONCESSÃO. 1. O INSS não tem legitimidade para atuar
como réu nas ações em que o labor prestado pelo segurado foi vinculado a ente público, com
regime próprio de previdência, exceto se o vínculo não teve solução de continuidade e foi extinto o
regime próprio, situação em que o RGPS é o regime subsidiário. 2. Para caracterizar a
insalubridade, em razão da sujeição a agentes biológicos, não se exige que o
trabalho do profissional de saúde se dê em ambiente isolado, em contato exclusivo
com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas. É suficiente o labor em
ambiente hospitalar, em contato direto com pacientes doentes, entre eles os
portadores de moléstias infecto-contagiantes. Isso porque o risco de contágio é
iminente e pode se dar mediante um único contato do profissional com o paciente
portador de tais enfermidades ou com o material contaminado, restando
configurada a especialidade objeto da norma previdenciária. 3. Os equipamentos de
proteção individual não são suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade exercida,
porquanto não comprovada a sua real efetividade por meio de perícia técnica especializada e não
demonstrado o uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho. Comprovado o
exercício de atividade especial por mais de 25 anos, a parte autora faz jus à concessão da
aposentadoria especial, nos termos do artigo 57, caput e § 1º, da Lei 8.213, de 24-07-1991,
observado, ainda, o disposto no art. 18, I, "d", c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento
administrativo. (TRF4 5016600- 71.2019.4.04.9999, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC,
Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 19/11/2020)
Nesta senda, é imperioso o reconhecimento da especialidade do período, devendo ser
determinado ao Exército Brasileiro, neste ato representado pela União – Advocacia Geral da
União, a emissão de Declaração de Atividade Especial.

Todavia, para fins de melhor avaliação das atividades desempenhadas, e para que não
pairem dúvidas a respeito da exposição a agentes biológicos, faz-se necessária a produção
de PROVA PERICIAL, a ser realizada no ${informacao_generica}.

II. AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO


A Parte Autora vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que
não há interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a
iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

III. PEDIDOS E REQUERIMENTOS


EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1. O recebimento e o deferimento da presente petição inicial;

2. A dispensa da audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;

3. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente o documental


e o pericial, nos termos da fundamentação;

4. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA do pedido, condenando a


União a reconhecer a especialidade da atividade exercida pelo Autor como
instrumentador cirúrgico, no período de ${data_generica} e,
consequentemente, emitir Declaração de Atividade Especial;

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor de R$ ${informacao_generica}

, 26 de novembro de 2022.

1 Referência: http://www.mtecbo.gov.br/

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