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Classificação Pesquisa

O documento classifica e descreve diferentes tipos de pesquisa científica, incluindo: (1) pesquisa básica versus aplicada; (2) pesquisa exploratória, descritiva e explicativa; (3) pesquisa quantitativa versus qualitativa. Procedimentos comuns de pesquisa incluem pesquisa bibliográfica, documental, experimental, estudos de caso, levantamentos, pesquisa-ação e pesquisa ex-post-facto.

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O documento classifica e descreve diferentes tipos de pesquisa científica, incluindo: (1) pesquisa básica versus aplicada; (2) pesquisa exploratória, descritiva e explicativa; (3) pesquisa quantitativa versus qualitativa. Procedimentos comuns de pesquisa incluem pesquisa bibliográfica, documental, experimental, estudos de caso, levantamentos, pesquisa-ação e pesquisa ex-post-facto.

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A pesquisa pode ser classificada quanto a sua natureza, seus objetivos, sua abordagem

do problema, conforme a figura 1, e seus procedimentos técnicos.

Figura 1: Classificação da pesquisa científica

Pesquisa
Bibliográfica

Pesquisa
Documental

Pesquisa
Experimental
PROCEDIMENTOS
TÉCNICOS Estudo e Caso

Levantamento

Pesquisa-ação

Pesquisa Ex-
Post-Facto

Figura 2: Classificação da pesquisa científica

Fonte: Autor, adaptado de Turrioni e Mello (2012)


1
1.1 – Quanto a sua natureza
Como vimos na figura 5.2, a pesquisa pode ser de 2 naturezas diferentes:
básica ou aplicada. A pesquisa básica é aquela que busca o avanço
científico através da geração de novos conhecimentos. É a busca pelo
saber que envolve interesses universais. É a pesquisa que procura a
ampliação dos conhecimentos teóricos sem a preocupação de aplicá-
los. Normalmente, pesquisas básicas são desenvolvidas por cientistas
como físicos, biólogos ou antropólogos.

Já os engenheiros, de um modo geral, se ocupam da pesquisa aplicada, que:


é aquela que busca resultados práticos, direcionados para solucionar
problemas específicos. Essa pesquisa pode gerar produtos ou processos
que possuem uma finalidade imediata. Muitas vezes atende interesses
locais e por isso é desenvolvida em um cenário particular.

Cervo e Bervian (2002) sintetizam deforma clara as pesquisas básica e


aplicada: “São pesquisas que não se excluem, nem se opõem. Ambas são
indispensáveis para o progresso das ciências e do homem: uma busca a
atualização de conhecimentos para uma nova tomada de posição, enquanto a
outra pretende, além disso, transformar em ação concreta os resultados de seu
trabalho.” Muitas vezes, a pesquisa aplicada investiga a aplicação do
conhecimento produzido pela pesquisa básica para resolver problemas
previamente identificados.

Boxe de curiosidade
A capa da invisibilidade
Um exemplo dessa relação próxima entre os dois tipos de pesquisa é a
contribuição dada tanto por físicos quanto engenheiros no desenvolvimento de
metamateriais. Os físicos estudam as propriedades dos materiais e como
manipulá-los para conseguir determinadas interações, os engenheiros estudam
a aplicação deste conhecimento, por exemplo utilizando-o para cobrir um
objeto e assim fazer com que ele não seja detectável num radar.
Fim do boxe de curiosidade

1
1.2 – Quanto a seus objetivos
Uma pesquisa também deve ser classificada de acordo com seus objetivos.

Pesquisa Exploratória é normalmente uma pesquisa preliminar que visa tornar


o problema explícito, proporcionando uma proximidade com as suas questões
ou ainda na estruturação das hipóteses. Geralmente, a pesquisa exploratória
inclui levantamento bibliográfico, contato direto com indivíduos que possuem
alguma experiência no campo estudado, possíveis visitas em ambientes
relacionados com o tema e investigação de exemplos semelhantes ou
correlacionados. É comum nesse tipo de pesquisa trabalhar com estudos de
caso, que iremos caracterizar nessa aula no item de classificação quanto aos
procedimentos!

Num grau acima de complexidade, temos a Pesquisa Descritiva, que


descreve as características de uma determinada população ou grupo de
indivíduos direcionados para o estudo. Essa pesquisa também pode
detalhar e correlacionar fenômenos ou variáveis envolvidas no
assunto. Uma consideração importante é que na pesquisa descritiva, o
pesquisador apenas observa e relata os dados de forma sistemática, no
entanto não manipula e nem influencia nos resultados. De uma forma
sintética, a pesquisa descritiva pode ser interpretada como um meio
registrar dados ou fatos que podem ser econômicos, sociais,
comportamentais, técnicos, entre outros.
Temos ainda a Pesquisa Explicativa, que visa explicar leis,
ampliar generalizações e aprofundar conhecimentos relacionados a
realidade através da razão. Esse tipo de pesquisa frequentemente exige a
interferência direta do pesquisador: criando situações artificiais onde a
variável é isolada ou manipulando a variável para observar os efeitos
dessa variância, por exemplo. Essa interferência deve ser realizada com
muito critério para não comprometer os resultados obtidos. Para isso é
crucial conhecer os instrumentos de coleta existentes, o que veremos mais
adiante nesta aula. Só assim será possível selecionar o instrumento mais
apropriado para atingir determinado objetivo, aplicá-lo adequadamente e
adaptá-lo quando necessário. A pesquisa explicativa faz requere do
pesquisador capacidade de síntese, teorização e 3
reflexão, já que busca principalmente identificar os fatores que definem ou
contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
1.3 – Quanto a sua abordagem do problema

Quanto à abordagem, existem 2 categorias: pesquisas quantitativas


e qualitativas. Como o próprio nome já diz, a Pesquisa Quantitativa se
refere a quantidades. Ela objetiva uma perspectiva contável para tudo
que será estudado, ou seja, transformar as informações, inclusive as
opiniões, em números para organizá-las e analisá-las. A pesquisa
quantitativa foca a medição numérica de fenômenos. Essa pesquisa
geralmente utiliza recursos e técnicas estatísticas (porcentagem, média,
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão, etc).

Por outro lado, a Pesquisa Qualitativa visa analisar os dados de


forma interpretativa conforme os seus resultados, observando os
fenômenos com suas respectivas atribuições de sentidos e relevâncias.
Os dados dessa pesquisa não têm tratamento estatístico e nela objetiva-se
analisar dados não-mensuráveis e normalmente é utilizada nas ciências
humanas, para estudar a um determinado grupo de indivíduos. No contexto
da engenharia de produção, pesquisas qualitativas são particularmente
úteis para identificar problemas relacionados à gestão de pessoas.
Na academia, costuma-se optar por uma abordagem ou outra, mas na
prática profissional, dada a complexidade dos desafios encontrados,
muitas vezes utilizamos ambas as abordagens, que se complementam.
Collis e Hussey (2005) conseguem explicitar como as pesquisas
quantitativa e qualitativa nos fornecem dados complementares sobre um
mesmo problema, nos dando uma visão mais abrangente sobre o problema:
“Se você estivesse conduzindo um estudo sobre o estresse provocado
por trabalho noturno e adotasse a visão quantitativa, seria útil coletar
dados objetivos e numéricos, tais como taxas de absenteísmo,
níveis de produtividade, etc. Todavia, caso adotasse uma visão qualitativa,
você poderia coletar dados subjetivos sobre o estresse enfrentado por
trabalhadores
noturnos em termos de percepções, saúde, problemas sociais e assim por
diante”.
4
3- Procedimentos, técnicas e instrumentos para a coleta de dados

São inúmeros os procedimentos e técnicas utilizados no desenvolvimento de


pesquisas.

Pesquisa
Bibliográfica

Pesquisa
Documental

Pesquisa
Experimental

PROCEDIMENTOS
TÉCNICOS Estudo e Caso

Levantamento

Pesquisa-ação

Pesquisa
Ex-Post-Facto

Figura 2: Alguns dos procedimentos mais usados na coleta de dados.

3.1 Pesquisa Bibliográfica

O primeiro procedimento que utilizamos em qualquer pesquisa é o


Levantamento Bibliográfico para nos interarmos do assunto e identificar
possíveis caminhos por onde devemos seguir, além dos conceitos clássicos.
Esse procedimento já foi amplamente discutido na aula 1 e não cabe
repetirmos essas informações aqui. Vale apenas relembrar que Um dos
grandes desafios nos dias atuais é o volume de informação e a credibilidade
das fontes, por isso o pesquisador deve focar nas palavras-chave da sua
busca, como aprendemos na aula 1, e também examinar origem dos dados
para verificar a confiabilidade da informação.

5
3.2 Pesquisa Documental

Muitas vezes confundido com a Pesquisa Bibliográfica é a Pesquisa


Documental, que se trata da busca por informações, não em livros e artigos
científicos, mas em documentos originais. Oliveira (2007) argumenta que a
pesquisa documental “caracteriza-se pela busca de informações em
documentos que não receberam nenhum tratamento científico”. Documentos
tais como relatórios técnicos ou não, fotografias, mapas, tabelas estatísticas,
atas, ofícios, decretos e projetos de Leis são considerados fontes primárias e
são comumente encontrados em repartições públicas, centros de pesquisas,
arquivos oficiais, entre outros. Podemos também utilizar as fontes secundárias,
que são matérias divulgadas pela imprensa em geral e as obras literárias.

Lakatos e Marconi (2003) apresentam um quadro em que podemos observar


com mais compreensão o amplo universo da pesquisa documental a partir de
três variáveis - fontes escritas ou não; fontes primárias ou secundárias;
contemporâneas ou retrospectivas.

Figura 5.2: Fontes para a pesquisa documental


Fonte: Lakatos e Marconi, (2003)

6
3.3 Pesquisa Experimental

Este tipo de pesquisa: objetiva reproduzir determinado fenômeno dentro de


condições de controle pré-estabelecidas para observar as causas e os efeitos.
A pesquisa experimental costuma ser muito utilizada tanto na pesquisa básica
quanto na pesquisa aplicada das áreas tecnológicas e biomédicas,
principalmente quando se tratam de pesquisas explicativas. Ela também utiliza
em determinadas condições, quando necessário, aparelhos e instrumentos de
precisão e medição, assim como simulações e métodos matemáticos.
“Essencialmente, a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto
de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir
as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto” (GIL, 2002). A pesquisa experimental também é usada para testar
materiais, criar protótipos, realizar modelagens e simulações (através de um
modelo que representa um sistema real para verificar as conseqüências
geradas por possíveis modificações).

3.3.1 O papel da observação


Uma parte significativa da pesquisa experimental se dá através da observação.
Segundo Lakatos e Marconi (2003), a observação é aplicada “[...] para
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados
aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em
examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar”.

A observação a partir da perspectiva científica precisa conter um plano de


pesquisa com objetivos e procedimentos sistemáticos em relação ao seu
registro, ao seu controle e a sua validação. Na pesquisa científica há várias
modalidades de observação, no entanto vamos nos limitar a quatro tipos de
observações: estruturada, não estruturada, participante e não participante.

A observação estruturada ou A observação não estruturada ou


sistemática é realizada dentro de assistemática é realizada de forma
condições controladas para obter espontânea e livre, em que o
dados que respondam a metas pré- pesquisador não pré-determina as
estabelecidas (LAKATOS; MARCONI, perguntas diretas ou controles pré

7
2003). Geralmente é usada quando fixados. Nessa técnica o pesquisador
há necessidade de descrições precisar estar atento aos fenômenos e
precisas dos fenômenos e o por isso o também é recomendável que ele
pesquisador precisa eliminar a sua tenha treinamento e/ou experiência
influência sobre o que observar ou o para discernir o que deve observar
que coleta. Podem ser utilizadas as para recolher os dados.
anotações, quadros, escalas, entre
outros.
A observação participante consiste E na observação não participante o
na integração do pesquisador com o pesquisador é apenas um elemento
fato observado junto aos indivíduos. O sem exercer qualquer influência no
pesquisador participa e tem contato sistema. Segundo Lakatos e Marconi
com as experiências do universo (2003) “[...] o pesquisador toma
verificado para o estudo. O grande contato com a comunidade, grupo ou
desafio do observador é manter a realidade estudada, mas sem integrar-
objetividade devido às influências se a ela: permanece de fora”.
sofridas e exercidas no grupo. A
inclusão no grupo é uma forma de
aproximação e conhecer a intimidade
do comportamento dos indivíduos para
vivenciar as circunstâncias
necessárias.
Fonte: elaboração própria, baseada em Lakatos e Marconi (2003)

3.4 Estudo de Caso:

Trata-se de um estudo profundo com poucos objetivos bem definidos e sobre


todas as características essenciais pertinentes de um caso particular. O caso a
ser estudado pode ser escolhido por ser uma situação-modelo, que pode ser
generalizada para outros contextos, ou o contrário, justamente um caso
excepcional, para entendermos o porquê de não se encaixar num determinado
padrão. O estudo de caso pode englobar a observação direta dos de
acontecimentos, entrevistas e coleta de dados. O estudo de caso é utilizado em
diversas áreas de estudo.
8
3.4.1 Entrevistas
Por definição, a entrevista é uma interação dinâmica entre pessoas, ou seja,
uma comunicação verbal entre duas pessoas ou mais pessoas. No entanto, a
entrevista possui um objetivo maior que apenas uma simples conversa Os
objetivos de uma entrevista podem ser: descobrir as opiniões e atitudes diante
de fatos, percepção sobre informações, averiguar fatos, entre outros.

A entrevista é uma técnica de coleta de dados muito utilizada por


pesquisadores nas ciências humanas, podendo ser aplicada em todas as
áreas, principalmente quando há dificuldades em encontrar dados através de
registros e fontes documentais. O registro da entrevista, que pode ser por
escrito, gravado em áudio ou ainda em vídeo, passa a ser uma fonte primária
de informações.

Conforme Lakatos e Marconi (2003) existem três tipos de entrevistas que são
utilizadas de acordo com o escopo do entrevistador: padronizada ou
estruturada, despadronizada ou não estruturada e painel.

ENTREVISTA PADRONIZADA OU ENTREVISTA DESPADRONIZADA


ESTRUTURADA OU NÃO ESTRUTURADA
• perguntas previamente definidas • ausência de roteiro
como num roteiro. • permite maior liberdade ao
• o entrevistador não tem liberdade entrevistador, que pode desdobrar
de alterar, adaptar ou aumentar o uma questão mais profundamente
número de perguntas em seu conforme o andamento da
programa. entrevista
• Geralmente, é feita com pessoas • costuma ter mais perguntas
escolhidas de acordo com uma abertas e pode ser conduzida de
estratégia associada ao plano da forma mais informal do que a
pesquisa. estruturada.
• Por ter perguntas padronizadas, é subcategorias dentro das
mais fácil comparar as respostas entrevistas despadronizadas

9
dos diferentes • entrevista focalizada: realizada
• Apropriada quando há um grande com indivíduos que viveram uma
número de entrevistados e, experiência específica
principalmente, quando há uma • entrevista clínica: estuda os
equipe de entrevistadores. motivos e a conduta das pessoas
• entrevista não-dirigida: o
ENTREVISTA PAINEL entrevistador é livre para
• pode ser entendida como um improvisar e motivar o .
desdobramento da entrevista determinado assunto, porém sem
estruturada constrangê-lo. Essa pesquisa tenta
• as perguntas são repetidas, de captar impressões das pessoas
tempos em tempos, às mesmas sobre determinado assunto de
pessoas, para acompanhar a forma expontânea sem que elas
evolução das opiniões ao longo do sejam influenciadas.
tempo
• a redação das perguntas e o
intervalo entre as entrevistas
devem ser cuidadosamente
definidos a fim de evitar respostas
“viciadas” com essas repetições.

É importante ressaltar as vantagens de utilizar a entrevista, como por exemplo,


a aplicação em qualquer segmento da população e a oportunidade de avaliar
atitudes, condutas, podendo o entrevistado ser observado naquilo que diz e
como diz: registro de reações, gestos, etc; contudo, também há desvantagens
como dificuldade de expressão e comunicação entre as partes (do
entrevistador e do respondente) e ocupa muito tempo e é difícil de ser
realizada.

Para o sucesso de uma entrevista enquanto instrumento de pesquisa, são


necessários alguns cuidados na sua preparação e condução:

10
• conhecimento preliminar sobre o entrevistado ou as características
requeridas;
• organização de tempo e local para a entrevista;
• garantia de sigilo sobre a identificação do respondente, quando isso for
necessário para que ele se sinta mais a vontade para responder às
perguntas francamente, principalmente quando se trata de um assunto
sensível;
• postura amigável do entrevistador;
• apresentação e justificativa da pesquisa, por conseqüência a necessidade
de contribuição do respondente;
• registro das respostas (assim como postura, gestos e atitudes) na hora da
entrevista através de anotações ou um gravador;
• disponibilizar aos entrevistados os resultados da pesquisa.

3.5. Levantamento ou Pesquisa survey


Semelhante à entrevista, um survey visa identificar e analisar características,
comportamentos e ações relacionadas ao objetivo do estudo. Esse tipo de
pesquisa pode ser conduzido ao vivo, ou se utilizando alguma mídia:
tradicionalmente, questionários eram enviados pelo correio, hoje em dia é
muito comum se utilizar a internet para este fim. Os dados costumam ser
analisados de forma descritiva para que se chegue a generalizações sobre
determinados grupos.

3.5.1 Questionário como instrumento de pesquisa


O uso de questionários configura uma forma prática e organizada de coletar
dados para uma pesquisa independente da presença do entrevistador e pode
ser distribuído aos respondentes pessoalmente, por correio ou, mais
comumente hoje em dia, pela internet. O questionário pode ser entendido como
um conjunto de questões orientadas a pessoas com determinadas
características, ou não, para conseguir dados e informações sobre diversos
assuntos (GIL, 2008).

11
A construção de um questionário deve ser realizada após uma profunda
reflexão sobre os objetivos da pesquisa; já que os mesmos serão
transformados em questões específicas. É importante ressaltar a natureza do
questionário que deve ser sempre impessoal para manter a uniformidade dos
dados independente das situações. A precisão e a observância de normas
também devem ser consideradas na elaboração de um questionário para
consolidar sua eficácia e validade (LAKATOS; MARCONI, 2003). A forma, a
seqüência, a extensão das perguntas, e o grau em que elas estão relacionadas
com os objetivos geral e específicos da pesquisa podem afetar a qualidade e a
confiabilidade das respostas. Gil (2008) define três tipos de perguntas quanto a
forma: questões fechadas, questões abertas e questões dependentes.

As questões fechadas são aquelas com um número limitado de respostas.


Geralmente é apresentada uma lista de alternativas para que a pessoa escolha
a opção que melhor representa sua opinião ou situação. Os questionários com
questões fechadas são mais fáceis de processar, analisar e fornecem uma
uniformidade as respostas, porém implicam riscos de não conterem as
alternativas significativas para a pesquisa (GIL, 2008). Exemplos:
1) Você já possui algum curso de ( ) Sim
graduação? ( ) Não
2) Da lista de atividades a seguir, o ( ) Ficar navegando na internet.
que você mais gosta de fazer com ( ) Ler um livro.
o seu tempo livre em sua ( ) Dormir.
residência? ( ) Fazer exercícios físicos.
( ) Ver televisão.
3) Sou favorável à política de cotas ( ) Concordo plenamente.
nas universidades públicas. ( ) Concordo.
( ) Não tenho opinião.
( ) Discordo.
( ) Discordo plenamente.

As questões abertas não restringem as respostas do informante. Ele pode


expressar suas opiniões livremente e usar sua própria linguagem (LAKATOS;
MARCONI, 2003). No aspecto da investigação, as respostas abertas
12
possibilitam muitas perspectivas interessantes, porém há o inconveniente de
não necessariamente conter informações relevantes para o foco da pesquisa.
Além disso, pelas respostas não serem padronizadas, a análise e a
interpretação para os resultados desse tipo de questão exigem uma maior
dedicação e um cronograma mais longo. Exemplos:
1) Em sua opinião, por que a violência está crescendo no Brasil?
2) Qual é a sua opinião sobre a Lei do desarmamento no Brasil?

Já as questões dependentes são aquelas que estão relacionas com a


questão anterior e dentro de algum contexto. Segundo Gil (2008), “nesse caso,
a pesquisa referente à opinião é dependente em relação à outra”. Vamos ver
os exemplos:
1) Você pratica atividade física? ( ) Sim (responda a questão
número 2)
( ) Não (responda a questão número
3)
2) Qual tipo de atividade física? ( ) Musculção
( ) Corrida ou caminhada
( ) Natação
( ) Ciclismo
( ) Outro
3) Você já praticou atividade física ( ) Sim
no passado? ( ) Não

Recomendações para a elaboração de um questionário:


• Evite que um questionário não seja longo e cansativo;
• Pergunte dados pessoais como nome e número de documentos;
• Ordene as perguntas de forma que no início estejam as questões mais
gerais e mais fáceis e vá gradualmente aumentando o grau de
complexidade, deixando as questões mais específicas para o final;

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• Tome cuidado com o tratamento gráfico do questionário, para que ele seja
claro e motivante para o respondente;
• Dê instruções claras para preenchimento o questionário logo no início;
• Informe ao respondente sobre o objetivo da pesquisa e a organização
responsável pelo levantamento de dados na abertura do questionário.

Essa técnica constitui muitas vantagens como o baixo custo, a preservação da


identidade do indivíduo, ausência da influência do indagador pode abranger
variados temas em diferentes níveis, alcança grandes áreas geográficas, o
respondente se sente mais confortável para escolher a hora mais conveniente
para preencher o questionário, entre outras. No entanto, é uma técnica que
também apresenta limitações como o baixo percentual de questionários
devolvidos preenchidos, aproximadamente 25% (Lakatos e Marconi, 2003),
exclui pessoas que não possuem alfabetização, não possui auxílio para
elucidar dúvidas sobre questões mal compreendidas, os itens podem ter
significados diferentes para cada indivíduo fornecendo resultados críticos em
relação a objetividade (Gil, 2008).

Após a elaboração do questionário recomenda-se que o mesmo seja testado


em uma pequena amostra para evidenciar possíveis falhas e inconsistências
nas perguntas e nos prováveis resultados. Posterior a sua análise, o
pesquisador decidirá por uma reformulação do questionário, caso julgue
necessário.

Para Lakatos e Marconi (2003), testar o questionário apresenta três elementos


pertinentes para sua avaliação.
a) Fidedignidade – os resultados sempre serão os mesmos, independente de
quem aplique.
b) Validade - os dados obtidos estão em conformidade com os objetivos da
pesquisa.
c) Operatividade – observar se o vocabulário está acessível e significado
compreensível.

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3.6. Pesquisa-Ação: contempla um estudo associado a uma específica ação
ou a solução de um problema coletivo, geralmente em contato direto com o
campo de investigação. Os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo
coletando informações através de diferentes técnicas, porém o meio mais
comum é a entrevista (THIOLLENT, 2002). É um tipo de pesquisa social de
base empírica.

3.7. Pesquisa Ex-Post-Facto: o nome vem do latim e quer dizer “a partir do


fato passado” ou “depois da ação”. Nessa pesquisa o experimento se realiza
depois dos fatos. Os dados são coletados após a ocorrência dos eventos e
geralmente é utilizada quando há impossibilidade de pesquisa experimental.
Isso ocorre pois nem sempre é possível recriar o sistema para observar a
relação de todas as variáveis ou simplesmente o pesquisador não tem controle
sobre o fenômeno e se tornar apenas um observador. É um tipo de pesquisa
muito usado na área de saúde – por exemplo, num caso-controle para
associação de doenças infecciosas – ou na análise do impacto de uma nova
fábrica em uma cidade, medindo tanto o desenvolvimento da região quanto os
problemas decorrentes dessa implantação.

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