0% acharam este documento útil (0 voto)
142 visualizações8 páginas

Portugues Volume 4 77 84

1) O documento discute as regras de concordância verbal no português, incluindo concordância com sujeitos simples e compostos. 2) Há três tipos de concordância: lógica, atrativa e ideológica. A concordância lógica ocorre com o núcleo do sujeito, enquanto as outras privilegiam relações semânticas. 3) Casos especiais como "cada um", "tanto...quanto" podem ter concordância no singular ou plural dependendo do contexto.

Enviado por

Yasmin Bauer
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
142 visualizações8 páginas

Portugues Volume 4 77 84

1) O documento discute as regras de concordância verbal no português, incluindo concordância com sujeitos simples e compostos. 2) Há três tipos de concordância: lógica, atrativa e ideológica. A concordância lógica ocorre com o núcleo do sujeito, enquanto as outras privilegiam relações semânticas. 3) Casos especiais como "cada um", "tanto...quanto" podem ter concordância no singular ou plural dependendo do contexto.

Enviado por

Yasmin Bauer
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 8

LÍNGUA PORTUGUESA MÓDULO FRENTE

Concordância Verbal 10 C
REGRAS GERAIS B) Quando há uma gradação sequencial dos núcleos
do sujeito.
A concordância verbal é aquela que se faz entre o sujeito
Exemplo:
de uma oração e o verbo que a ele se relaciona. Conhecemos
anteriormente a regra geral desse tipo de concordância, – Uma brisa, um vento, o maior furacão não os
ao estudarmos a função de sujeito. inquietava.

Como sabemos, esse termo comanda a flexão do verbo, (A concordância no plural também é aceitável.)
ou seja, o verbo concorda com o sujeito, em harmonia com
as seguintes regras: C) Quando os núcleos vierem resumidos por tudo,
nada, alguém, ninguém, cada um.
Sujeito simples Exemplo:
O verbo concorda em número e pessoa com o substantivo
(ou termo de natureza substantiva) núcleo do sujeito, sendo – Carro e bicicleta não atrapalham o tráfego.
este anteposto ou posposto.
(Nesse caso, a concordância no plural não é aceitável.)
Exemplos:
D) Sujeito formado por verbos no infinitivo: o verbo
– As formigas subiam em fila pelo pilar de sustentação fica no singular (salvo se os infinitivos estiverem
da casa.
determinados ou se forem antônimos).
– Tu pagarás por tudo que me fizestes sofrer. Exemplos:

– Ocorrerão ainda muitas catástrofes climáticas. – Escrever e ler é a base do bom


conhecimento da língua.
– Existiriam habitantes em terras tão inóspitas?

Sujeito composto anteposto – O escrever e o ler são a base do bom


conhecimento da língua.
1. O verbo concorda no plural.

Exemplo: Sujeito composto posposto


O verbo vai para o plural.
– Carro e bicicleta não atrapalham o tráfego.
Exemplo:

2. Em alguns casos, o verbo pode ficar no singular,


mesmo que o sujeito composto esteja anteposto. – De tudo, só restaram a casa velha e o

A) Quando os núcleos do sujeito são sinônimos curral abandonado.


ou quando pertencem a um mesmo plano de
ou
significação.
Concorda com o núcleo mais próximo.
Exemplo:

– Medo e temor nos acompanha sempre.


– De tudo, só restara a casa velha e o
(A concordância no plural também é aceitável.) curral abandonado.

Editora Bernoulli
77
Frente C Módulo 10

Sujeito composto de pessoas Na segunda e na terceira frases, temos uma pequena


ambiguidade. Pode-se, num primeiro momento, imaginar que
diferentes a forma verbal “voavam” concorda com o substantivo “aves”.
Como a palavra “aves” vem depois de uma preposição,
O verbo vai para o plural na pessoa gramatical de menor
ela não pode ser o núcleo do sujeito da frase em questão.
número. Assim, quando ocorrer
Por isso mesmo, pode-se dizer que, neste caso específico,
1ª e 2ª – o verbo fica na 1ª pessoa do plural. está acontecendo uma concordância atrativa, ou seja,
Exemplo: o verbo está concordando com o substantivo mais próximo.

– Tu e eu somos parecidos. Outra possibilidade de se compreender a frase é a


seguinte: o verbo “voavam” concorda com a ideia de plural
2ª e 3ª – o verbo fica na 2ª pessoa do plural. contida na palavra “bando”. Se o verbo concorda com a ideia,

Exemplo: temos uma concordância ideológica, também chamada


de silepse.
– Tu e ele sois parecidos.
A silepse, aceita há pouco tempo pela Gramática
1ª e 3ª – o verbo fica na 1ª pessoa do plural. Normativa, é um tipo de concordância figurada, na qual
se privilegiam as relações semânticas, ideológicas de uma
Exemplo:
sentença. Apresenta-se em três modalidades.
– Eles e eu somos parecidos.

Silepse de gênero
TOME NOTA!

ac
Exemplos:
No português brasileiro, quando o sujeito é – Vossa Senhoria está muito enganado.
constituído pelo pronome “tu” mais um elemento
– Seu marido é um banana.
de terceira pessoa, o verbo pode ir tanto para a
segunda pessoa do plural quanto para a terceira.
Isso se deve ao pouco uso da segunda pessoa em
Silepse de número
grande parte do território nacional.
Exemplos:
– A maioria dos homens ficaram resfriados.

CONCORDÂNCIA LÓGICA, – Um grande grupo de alunos estão empenhados


nesse trabalho.

ATRATIVA E IDEOLÓGICA
Observe as frases a seguir:
Silepse de pessoa
Exemplos:
– Os mineiros somos inteligentes.
– Um bando de aves voava alto.
– Os três já íamos saindo.

– Um bando de aves voavam alto.

CASOS ESPECIAIS DE
– Um bando de aves voavam alto. CONCORDÂNCIA VERBAL
Na verdade, existem três modos de se efetuar a No quadro a seguir, apresentam-se os mais importantes
concordância verbal. Conforme visto anteriormente, casos especiais de concordância verbal. As regras apresentadas
deve-se, logicamente, concordar o verbo com o núcleo do têm, muitas vezes, valor relativo, portanto, a escolha
sujeito. É isso o que ocorre na primeira frase. A esse tipo de desta ou daquela concordância depende, frequentemente,
concordância chamamos concordância lógica. do contexto, da situação e da predisposição do falante.

78 Coleção Estudo
Concordância Verbal

Alguns casos de concordância verbal

Caso Concordância Exemplo

Cada um(a) Verbo no singular Cada uma das pessoas comentou o assunto.

A maior parte de, uma porção de


Verbo no singular ou no plural A maior parte das pessoas colaborou / colaboraram.
+ nome no plural

Nome coletivo + adjunto no plural Verbo no singular ou no plural Um bando de ladrões invadiu / invadiram a loja.

Um dos que Verbo no singular ou no plural Meu professor foi um dos que colaborou / colaboraram.

Tanto a criança quanto o adulto merece / merecem


Assim como, tanto...quanto, com Verbo no singular ou no plural
um espaço para o lazer.

Nem um nem outro quis / quiseram comentar o


Um e outro, nem um nem outro Verbo no singular ou no plural
assunto.

Mais de, menos de, perto de + Verbo concorda com o Mais de um aluno saiu da sala.
numeral numeral Menos de 10 alunos saíram da sala.

Verbo concorda com o

LÍNGUA PORTUGUESA
Cerca de + numeral Cerca de dez alunos faltaram.
numeral

32% roubam.
Sujeito expresso em porcentagem Verbo concorda com o número
1% é honesto.

Sujeito em forma de porcentagem, Verbo, preferencialmente, 25% do grupo se machucou.


seguido de expressão com sentido concorda com a expressão 25% das pessoas se machucaram.

Porcentagem antecedida de palavra Verbo concorda com o número


Aqueles 87% do Congresso defendem a si próprios.
ou expressão determinante e com o determinante

Verbos dar, bater, soar, na indicação O verbo concorda com o Deu uma hora. Deram duas horas.
de horas número de horas sujeito sujeito

Verbo concorda com o


Quais de nós, muitos de nós
primeiro ou com o segundo Quais de nós diriam / diríamos semelhante asneira?
(os dois pronomes no plural)
pronome

Qual de nós, nenhum de vós Verbo concorda com o


Qual de nós reconhecerá o erro?
(1º pronome no singular) primeiro pronome

O verbo concorda com o


Pronome relativo que como sujeito Não fui eu que comprei o livro.
antecedente

O verbo concorda com o


Pronome relativo quem como sujeito antecedente ou fica na terceira Não fui eu quem comprei / comprou o livro.
pessoa do singular

Verbo na terceira pessoa do Vossa Excelência se enganou.


Sujeito: pronomes de tratamento
singular ou plural Vossas Excelências se enganaram.

“Ou” com sentido de um ou outro


Verbo no singular José ou Francisco ficará na loja.
(exclusão)

“Ou” com sentido de retificação de O verbo concorda com o


O artista ou os artistas devem aguardar o terceiro sinal.
número núcleo mais próximo

“Ou” com sentido de adição O verbo fica no plural Matemática ou Física exigem um raciocínio bem formado.

O verbo concorda com o Os Andes ficam na América do Sul.


Nomes próprios no plural
artigo Santos localiza-se no litoral paulista.

Aluga-se carro. – (carro = sujeito)


VTD + SE Verbo concorda com o sujeito
Alugam-se carros. – (carros = sujeito)

Verbo na terceira pessoa do


VTI + SE e VI + SE Precisou-se de bons argumentos.
singular

Verbos impessoais (exceto ser na Verbo na terceira pessoa do Há anos não o vejo.
indicação de dias e horas) singular Ainda há pessoas na sala.

Verbo na terceira pessoa do


Sujeito oracional Não adianta chorar.
singular

Editora Bernoulli
79
Frente C Módulo 10

E) Quando o sujeito é isto, isso, aquilo, tudo ou


o (= aquilo), concorda com o predicativo.
TOME NOTA!

ac • Também fica invariável na 3ª pessoa do


singular o verbo que forma locução com os
Exemplos:

verbos impessoais haver ou fazer. – O que espero são glórias.


suj.
– Deverá haver cinco anos que ocorreu
o incêndio.
– Vai haver grandes festas. – Isso são apenas intrigas!
suj.
• O verbo chover, no sentido figurado
(= cair ou sobrevir em grande quantidade), F) Quando aparecem expressões indicativas de
deixa de ser impessoal e, portanto, quantidade (é muito, é pouco, é bastante), fica
concordará com o sujeito. invariável.
– Choviam elogios a meu trabalho.
– Têm chovido comentários e palpites Exemplo:
a respeito destas mudanças. – Quinze quilos é pouco.

VERBO SER G) Quando as frases são iniciadas pelos interrogativos


que e quem, concorda com a palavra seguinte.
A) Quando sujeito e predicativo não se referem a
pessoa e pertencem a números diferentes, concorda, Exemplos:
preferencialmente, com o que está no plural.
Exemplo: – Que são problemas?

– Tua vida são essas ilusões.


– Quem somos nós?

B) Quando um dos dois se refere a pessoa, a concordância


se faz com a pessoa. H) Quando indicar dias e horas, deve concordar com o
numeral, ainda que, nesse caso, seja classificado como
Exemplo:
verbo impessoal, constituindo orações sem sujeito.
– Seu orgulho eram os velhinhos.
Exemplos:
C) Concorda com o pronome pessoal, seja este sujeito
ou predicativo.
– São três horas.
Exemplos:
predicativo

– O professor sou eu.


– É primeiro de janeiro.
– Eu sou o professor.
predicativo
D) Quando o sujeito é representado por uma expressão
de sentido coletivo ou partitivo, concorda com o
predicativo.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Exemplos:

01. (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa INCORRETA.


– Eu sabia que o mais eram lorotas.
suj. A) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.

B) Nem tudo são sempre tristezas.


– O resto foram reclamações sem fim.
suj. C) Quem fez isso foram vocês.

D) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.


– A maioria foram espetáculos sem graça.
suj. E) Quais de vós ainda tendes paciência?

80 Coleção Estudo
Concordância Verbal

02. (UFRGS) Soube que mais de dez alunos se É claro que se inclui nessa ignorância o profundo
a participar dos jogos que tu e ele . desprezo pela língua. Afinal, para que serve a língua
A) negou – organizou num país ignorante, que tem incrível fascínio pela
B) negou – organizasteis tecnoburocracia?
C) negaram – organizaste
O manual da Fuvest, sob o aspecto do idioma,
D) negou – organizaram
é lamentável. Quem o escreveu? Quem o revisou? Vale
E) negaram – organizastes
como desculpa afirmar que químicos, biólogos, físicos
não têm obrigação de saber português? E professores de
03. (EPCAR-MG) NÃO está correta a frase:
português têm obrigação de saber português?
A) Vai fazer cinco anos que ele se diplomou.
B) Rogo a Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu No manual do ano passado, havia uma pérola que
convite. julguei imbatível (“quizer”). No ano de 1997, há toda
C) Há muitos anos deveriam existir ali várias árvores. a espécie de barbaridade. Do mau uso do hífen (oxi-
D) Na mocidade tudo são flores. redução, salário-mínimo, pré-fixadas, lábio-palatais, que
E) Deve haver muitos jovens nesta casa. não se escrevem com hífen – o certo é oxirredução, salário

LÍNGUA PORTUGUESA
mínimo, prefixadas e labiopalatais –, e cana-de-açúcar
04. (FUVEST-SP) ______ dez horas que se ______ iniciado os e bicho-papão, que aparecem sem hífen) ao descaso
trabalhos de apuração dos votos sem que se ____ quais com a concordância (“mostra-se as configurações” –
seriam os candidatos vitoriosos. o certo é mostram-se, equivalente a são mostradas),
A) Fazia, haviam, previsse há exemplos ruins para todos os gostos.
B) Faziam, haviam, prevesse
A regência verbal é contemplada com um pífio “implica
C) Fazia, havia, previsse
em”. Qualquer bom aluno sabe que “implicar” é transitivo
D) Faziam, havia, previssem
direto. Até a minha querida Mooca é premiada, ao
E) Fazia, haviam, prevessem
receber o esdrúxulo acento no segundo “o”, que os que
05. (UFPR) Enumere (verbo posposto): desconhecem a língua gostam de colocar. [...]
(1) cantamos (2) cantais (3) cantam
A pérola mais valiosa, infelizmente, ficou para a turma
( ) Ele e ela ___________
de português. Sim, de português. Nem Paulo Coelho faria
( ) Eu e tu ____________
pior. Na página 54, no programa de português, a Fuvest
( ) Ele e eu ___________
diz que “... o texto elaborado pelo candidato se adequa
( ) Eu e ela ___________
ao tema proposto...”.
( ) Tu e ele ____________
Tive a preocupação de consultar todas as gramáticas
A) 3 – 1 – 1 – 1 – 2
e dicionários possíveis. Todos são categóricos. “Adequar”
B) 3 – 2 – 1 – 1 – 2
C) 1 – 2 – 3 – 1 – 2 é defectivo; no presente do indicativo, só se conjuga nas
D) 3 – 3 – 3 – 1 – 2 formas arrizotônicas (adequamos, adequais). Não existe
E) 3 – 1 – 1 – 1 – 3 “adequa”.

A Fuvest embarcou na onda dos tecnoburocratas,


EXERCÍCIOS PROPOSTOS executivos, maus jornalistas, técnicos de futebol,
cronistas esportivos, que inventam os grotescos “a
(PUC Minas)
nível de”, “de encontro a” (para indicar idéia favorável –
Erros prejudicam candidatos
“Voto nele porque suas idéias vêm de encontro às
Que português o candidato a uma das vagas da Fuvest minhas”), “patamar”, “colocar” (no lugar de “dizer”,
deve utilizar nas provas? O “de verdade”, ou o do manual “opinar”), “onde” (no lugar de praticamente tudo),
da Fuvest? “correr atrás do prejuízo” (do “genial” Galvão Bueno)
Nas últimas décadas, o ensino no Brasil desceu “de que” (“Queremos deixar claro de que nossa
a rampa, célere, e atingiu, glorioso, a mediocridade. posição é...”), etc.
Com o advento das Xuxas, Angélicas, Hebes, Paulos
[...]
Coelhos, etc., ou seja, com o “fenômeno” da comunicação
de massa, chegamos ao auge da valorização da CIPRO NETO, Pasquale. Erros prejudicam candidatos.
frivolidade, da banalidade, da torpeza. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 set. 1996.

Editora Bernoulli
81
Frente C Módulo 10

01. Indique a alternativa que NÃO esteja adequada à opinião Ao afirmar “a língua não oferece tais formas”,
do professor Pasquale. o apresentador evidencia sua visão estática de língua,
já que supõe que as formas estejam acabadas e que
A) A língua só existe na sua manifestação culta.
o falante não atua sobre elas. A fala do gramático
B) Verdadeiro é somente o português que aparece
escuda-se exclusivamente em uma certa tradição de uso
descrito em gramáticas e dicionários.
e em um julgamento estético subjetivo, exemplificando
C) Não se pode esperar de biólogos, físicos e químicos
bem o que quer dizer a “codificação e fixação do chamado
o conhecimento do português.
uso idiomático” defendida pelos gramáticos tradicionais.
D) Há erros linguísticos mais graves do que outros.
BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos:
E) A mídia colabora para a ignorância das pessoas com
relação ao idioma. ensino de língua x tradição gramatical. Campinas:
Mercado de Letras, 1997. p. 189-190.
02. Todas as passagens transcritas a seguir são exemplos da
ironia do autor, EXCETO 03. Todas as passagens a seguir, retiradas do texto “Erros
A) “O manual da Fuvest, sob o aspecto do idioma, é prejudicam candidatos”, demonstram que o professor
lamentável.” Pasquale contraria a visão de língua subjacente ao
B) “E professores de português têm obrigação de saber comentário de Britto transcrito, EXCETO
português?”
A) “O ‘de verdade’, ou o do manual da Fuvest?”
C) “[...] do ‘genial’ Galvão Bueno.”
B) “Não existe ‘adequa’.”
D) “[...] e atingiu, glorioso, a mediocridade.”
C) “[...] que os que desconhecem a língua gostam de
E) “[...] com o ‘fenômeno’ da comunicação de massa.” colocar.”
D) “[...] que inventam os grotescos.”
Instrução: Leia o trecho a seguir, em que o linguista Luiz
E) “Nas últimas décadas, o ensino no Brasil desceu a
Percival Leme Britto comenta uma passagem do programa Nossa
rampa.”
Língua Portuguesa, da TV Cultura, idealizado e apresentado
pelo professor de gramática Pasquale Cipro Neto. As questões 04. Assinale a alternativa que NÃO se ajusta às ideias de
03 e 04 dizem respeito a esse trecho. Britto.
Em uma edição de seu programa, Pasquale Cipro A) Uma língua é sempre o resultado da sedimentação
Neto expõe a gramática do verbo adequar. Após o dos usos linguísticos da comunidade de falantes.
apresentador perguntar ao telespectador se sabe B) A língua é um sistema inacabado e, por isso, mutável.
conjugar o verbo adequar no presente do indicativo, o C) Os gramáticos devem fundamentar suas opiniões
programa põe no ar uma repórter de rua perguntando nos bons autores e não em julgamentos estéticos
aos passantes como se diz adequar na primeira pessoa subjetivos.
do presente. A maioria dos entrevistados sugerem D) Os gramáticos tradicionais não têm compromisso com
a forma adéquo, enquanto outros dizem adecuo. os fatos linguísticos.
Alguns poucos entrevistados mostram-se inseguros E) As normas linguísticas não se limitam às regras das
quanto à forma mais “adequada”, mas nenhum aventa gramáticas tradicionais.
a possibilidade de não existir uma forma para o verbo
em questão. [...] 05. (FAVIP–2010) A concordância verbo-nominal representa,

De volta a tela, o gramático, em tom professoral, em português, uma exigência da adequação do texto
informa que todos estão mesmo errados, porque adequar aos contextos formais da comunicação. Nesse sentido,
é verbo defectivo, só se conjugando, no presente do identifique a alternativa em que essa concordância foi
indicativo, na primeira e segunda pessoa do plural. inteiramente respeitada.
Ensina Cipro Neto que “o português não oferece tais A) Nenhuma das comunidades da Amazônia desconhecem
formas”, sendo que a solução para um caso desses é os riscos da escassez de água no Planeta.
substituir adequar por outro verbo, por exemplo, adaptar,
B) O problema da escassez de recursos hídricos poderá
este sim completo, ou então “calar a boca, não dizer
ser resolvido, caso os países mais populosos estejam
absolutamente nada”.
atentos à sua correta distribuição.
Não há, contudo, nenhuma razão objetiva para a
C) Sobre o consumo mundial da água doce, o resultado
restrição de uso ao verbo adequar. Contrariamente ao
das pesquisas não são nada animadores.
que preconiza a gramática escolar, as formas de uma
determinada variedade lingüística são efetivamente o D) Foi proposto, com a aprovação de todos os países,
resultado da ação dos falantes sobre ela, a partir de urgentes cuidados em relação ao consumo humano
sua gramática internalizada. No caso em questão, o que da água potável.
a avaliação dos falantes entrevistados sugere é que o E) Mantido os atuais níveis de consumo, é de se esperar
verbo deve conjugar-se normalmente, segundo o padrão que, em 2050, dois quartos da humanidade sofra a
flexional em que se enquadra. falta de recursos hídricos de qualidade.

82 Coleção Estudo
Concordância Verbal

06. (UFC–2010) Assinale a alternativa que preenche 10. Leia a prescrição de Sacconi para a concordância com
CORRETAMENTE as lacunas das frases: Mesmo que os o número percentual e o número fracionário. Após isso,
egoístas ______ um acordo, o generoso não _______. assinale a alternativa em desacordo com o autor.
A) Proporão / ia concordar
B) Propõem / iria concordar A concordância é normal. [...] No caso do número
percentual, pode-se optar pela concordância irregular
C) Proporem / iria concordar
ou figurada, a bem da eufonia. [...] Esta concordância
D) Proponham / irá concordar
não é possível, contudo, quando o número percentual
E) Propusessem / irá concordar vem determinado.
SACCONI, L. A. Nossa gramática: teoria e prática.
07. (UFC-CE–2010) Assinale a alternativa cuja frase está 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Atual, 1983. p. 308.
CORRETA quanto à concordância verbal.
A) Qual de nós somos egoístas? A) Apenas dois por cento dos entrevistados votaram pela
B) São eles que mais precisa dos outros. manutenção do ditador no poder.
C) Devem haver muitos egoístas no mundo. B) Um quarto do patrimônio do casal falecido ficará com
D) Mais de um egoísta ludibriam as pessoas. os filhos; os outros três quartos da herança caberá

LÍNGUA PORTUGUESA
aos ascendentes.
E) Grande número de solitários é individualista.
C) Aqueles vinte por cento da produção não serão mais
08. (UFTM–2010) A alternativa que reescreve o verso – exportados.
Senhor, se há bem que o céu conceda –, de acordo com D) Quarenta por cento da mercadoria foi enviada para o
a norma padrão da língua escrita, é: endereço errado.
A) Senhor, caso haja bens concedidos pelo céu. E) Quarenta por cento da mercadoria foram enviados
B) Senhor, se caso houverem bens que o céu concedam. para o endereço errado.
C) Senhor, se caso houvesse bens dado pelo céu.
D) Senhor, havendo bens que os céus me dê.
E) Senhor, caso hajam bens que o céu conceda. SEÇÃO ENEM
09. Leia os trechos, transcritos da gramática de Cegalla, 01. (Enem-1998)
examinando, depois, os períodos que os seguem.
Aí, galera

Um e outro, nem um nem outro. O sujeito sendo Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação.
uma dessas expressões, o verbo concorda, de preferência, Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol
no plural.
dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?
Sendo o sujeito os pronomes interrogativos quais?
quantos? Ou os indefinidos alguns, muitos, poucos, – Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
etc., seguidos dos pronomes nós ou vós, o verbo – Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais
concordará com estes últimos, mas também pode
esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
flexionar-se na 3ª pessoa do plural.
– Como é?
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da
língua portuguesa. 22. ed. São Paulo: – Aí, galera.
Nacional, 1981. p. 298-299.
– Quais são as instruções do técnico?
– Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de
I. Um e outro deram-nos muitas alegrias.
contenção coordenada, com energia otimizada, na
II. Nem um nem outro pediu ao juiz outra oportunidade.
zona de preparação, aumentam as probabilidades de,
III. Poucos de nós conhecem a verdade do fato.
recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe
IV. Quais de vós sabeis a resposta? agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade,
V. Alguns de nós ainda residimos na mesma cidade. valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema
oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo
Considerando que a gramática de Cegalla pretende
da ação.
descrever as regras da norma culta escrita, pode-se
afirmar que estão de acordo com a norma culta – Ahn?
A) todos os períodos. D) apenas I. – É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem
B) apenas I e IV. E) apenas V. calça.
C) apenas II e III. – Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?

Editora Bernoulli
83
Frente C Módulo 10

– Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental,


algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma
pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
GABARITO
– Pode.
– Uma saudação para a minha progenitora. Fixação
– Como é?
– Alô, mamãe!
01. D
– Estou vendo que você é um, um...
– Um jogador que confunde o entrevistador, pois não
corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser 02. E
algo primitivo com dificuldade de expressão e assim
sabota a estereotipação?
03. B
– Estereoquê?
– Um chato?
04. A
– Isso.
Correio Braziliense, 13 mai. 1998.
05. A
O texto mostra uma situação em que a linguagem usada
é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças
entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que Propostos
representa também uma inadequação da linguagem
usada ao contexto.
01. A
A) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito”
– um pedestre que assistiu ao acidente comenta com
o outro que vai passando. 02. A
B) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que
fala para um amigo.
03. E
C) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma
observação” – alguém comenta em uma reunião de
trabalho. 04. C

D) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me


ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada 05. B
empresa” – alguém que escreve uma carta
candidatando-se a um emprego.
E) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm 06. D

que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro


próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros”
07. E
– um professor universitário em um congresso
internacional.
08. A

02. O verbo “haver” é impessoal , ou seja, não possui sujeito


com o qual estabelece concordância, quando indica tempo 09. A
decorrido e quando é equivalente a existir, ocorrer e
acontecer.
10. E
A frase em que o verbo “haver” é impessoal e está
empregado segundo a norma padrão é:
A) Ele há de nos entender, acredite.
B) Sempre haviam os que criticavam as decisões
Seção Enem
tomadas por nossa equipe.
01. E
C) Havia meses que não nos encontrávamos, Teresa.
D) Haviam derramado, por acidente, todo o conteúdo do
frasco. 02. C
E) Haverão explicações convincentes para tal atitude?

84 Coleção Estudo

Você também pode gostar