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Relatório de Estagio Leticia

1. O relatório descreve a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola onde o estágio foi realizado. 2. O PPP é analisado como um documento importante para a organização da comunidade escolar e das práticas de ensino. 3. A análise do PPP permite compreender como a escola se organiza como uma comunidade e como o projeto contribui para a identidade e práticas da instituição.

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Marcos Moraes
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Relatório de Estagio Leticia

1. O relatório descreve a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola onde o estágio foi realizado. 2. O PPP é analisado como um documento importante para a organização da comunidade escolar e das práticas de ensino. 3. A análise do PPP permite compreender como a escola se organiza como uma comunidade e como o projeto contribui para a identidade e práticas da instituição.

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UNOPAR

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA


LETICIA SOARES CORRÊA

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO ANOS INICIAIS E FINAIS

Santa Vitória do Palmar


2022
LETICIA SOARES CORRÊA

RELATÓRIO DOS
ESTÁGIO ANOS FINAIS E INICIAIS DE ESTÁGIO.

Relatório apresentado à UNOPAR, como


requisito parcial para o aproveitamento da
disciplina de Anos iniciais e Finais do
Faculdade de Educação Física

Santa Vitória do Palmar


2023
SUMÁRIO

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS.......................................................8


2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)........10
3 RELATO DA ANÁLISE DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE......................12
4 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA..................13
5 RELATO DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR REGENTE........................15
6 RELATO DE REUNIÃO PEDAGÓGICA OU CONSELHO DE CLASSE...........17
7 RELATO DO LEVANTAMENTO DE MATERIAIS DE APOIO ESPECÍFICOS
PARA ABORDAGEM DOS TEMAS TRANSVERSAIS CONTEMPORÂNEOS 20
8 RELATO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA BNCC NA ESCOLA.........21
9 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS
PELO PROFESSOR..........................................................................................22
10. RELATO DA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA NO
ACOMPANHAMENTO DA DISCIPLINA............................................................24
11RELATO DA OBSERVAÇÃO.............................................................................26
12PLANOS DE AULA............................................................................................27
13RELATO DA APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE aula AO PROFESSOR....28
14RELATO DA REGÊNCIA...................................................................................29
15RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR.......................................29
16RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA.............................32
17RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO...............39
18ATA DE REUNIÃO PEDAGÓGICA E/OU ADMINISTRATIVA..........................44
19RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO SUPERVISOR/ORIENTADOR45
20RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO SUPERVISOR/ORIENTADOR48
21PLANO DE AÇÃO..............................................................................................53
1.1.1 1. Definir objetivos...................................................................................53
22RELATO DA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO À DIREÇÃO ESCOLAR
............................................................................................................................54
23VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO..........................................................................55
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................56
REFERÊNCIAS......................................................................................................57
7

INTRODUÇÃO

A Educação Física é considerada pelos pesquisadores da área como uma


cultura humana, por que ela estuda e atua sobre um conjunto de praticas de
movimentos ligados ao corpo criados pelo homem, sendo assim podendo ser
referida como cultura do corpo, ou cultura de movimento, ou cultura física.
Considerando a Educação Física como cultura, temos que enfatizar sua importância
no ensino básico como as outras disciplinas, no desenvolvimento não só de aptidão
física como também mental.
A Educação Física tem sua importância no âmbito escolar por que através
dela é possível dar continuidade no desenvolvimento motor e cognitivo da criança,
possibilitar uma boa pratica de exercícios e atividades físicas reduzindo os riscos de
ser uma criança sujeita a doenças ligadas a falta de atividades física, como a
obesidade entre outras. A atividade física é essencial no processo de
desenvolvimento geral da criança, muitas das vezes é a primeira situação em grupo
que ela vivencia e não são mais o centro das atenções, essas experiências
cognitivas, afetivas e motoras darão base a um desenvolvimento saudável a essas
crianças.
Ao longo do desenvolvimento da criança no contexto escolar, a Educação
Física tem seu papel de importância, uma vez que as atividades, exercícios e
brincadeiras, dentre outras vivenciadas nas aulas, promovem o desenvolvimento e
aprimoramento das esferas cognitivas, motora e auditiva.
Além de sua importância no desenvolvimento motor e cognitivo da criança a
Educação Física também tem sua parcela na contribuição nos programas de
políticas públicas voltadas a saúde, quando a criança é inserida no contexto escolar
e começa a vivenciar as aulas de Educação Física, ela começa a ter uma enorme
diversidade de atividades físicas e esportivas, na qual ela consegue se identificar
com sua pratica tornando assim um adulto com hábito de praticar atividade física e
esportiva, tornando assim mais ativo.
Pela sua importância do desenvolvimento físico e mental da criança através
da Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 (LDB) tornou a disciplina de Educação Física
obrigatória no contexto escolar durante todo o ensino básico, salvos em casos
previstos em lei. (BRASIL, 1996)
8

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS

O estagio supervisionado possibilita conhecer, experimentar e


vivenciar a Educação Física no contexto escolar, assim como alguns
obstáculos encontrados, de modo a refletirmos sobre o caminho que
queremos seguir; esse é o principal objetivo da disciplina, fazendo esse elo
de nós, como futuros professores, com a realidade da instituição escolar a
partir das práticas, da observação, da participação e da docência.
O estágio supervisionado é o momento inicial de aproximação com o
ambiente escolar; nesse momento, o discente futuro professor vivencia na
prática a realidade da escola em todos seus aspectos; ele também tem a
oportunidade de avaliar as teorias aprendidas ao longo do curso, buscando
sempre relacionar a teoria com a prática (Cardozo; Pinto, 2010).

Partindo desse pressuposto, enfatizamos a importância do estágio


supervisionado, o quão é enriquecedor e significativo, pois permite que nos
aproximemos da realidade e vivenciar a práxis e, assim, descrever as
experiências no seu decorrer, apontando as dificuldades encontradas, as
realidades do contexto escolar e as aprendizagens, de modo a refletir sobre a
prática pedagógica aplicada durante o percurso.

Neste trabalho serão descritas as experiências vivenciadas na cidade


de Santa Vitória do Palmar, realizado na Escola Municipal do Ensino Infantil e
Fundamental nas modalidades Educação Infantil e Ensino Fundamental nos
ciclos I e II, nas quais, ocorreram diversos acontecimentos que colaboraram
para a aprendizagem e formação docente.

Portanto, torna-se relevante compartilhar nossas experiências durante


esse processo de formação docente, descrevendo as práticas vivenciadas até
aqui, uma vez que é nos estágios que nos preparamos para o exercício da
futura profissão, de modo a refletir sobre a importância da prática docente
para nosso desenvolvimento pessoal, profissional e social.
9

A primeira fase corresponde ao reconhecimento do espaço e da


realidade escolar, o que implica entender a estrutura física e organizacional,
assim como observação de aluno e professor.
O estágio supervisionado no curso de Educação Física, como
disciplina obrigatória, propicia ao aluno conhecer, investigar e problematizar,
além de promover o contato com a comunidade escolar, para que ele possa
desenvolver competências e habilidades de acordo com o objetivo proposto
no curso.
Segundo o estágio abarca um campo de conhecimento que está
diretamente relacionado a: estudos, análise, problematização, reflexão e
proposição de soluções para o ensinar e o aprender, assim como a
compreensão da reflexão sobre as práticas pedagógicas; o trabalho docente
e as práticas institucionais estão situados em vários contextos sociais,
históricos e culturais.

O curso de Educação Física visa formar profissionais adaptáveis a


novas situações emergentes, proporcionando de forma progressiva a
autonomia profissional para que possa colaborar na construção de saberes. É
o estagio que vai proporcionar essas experiências, contribuindo no processo
ensino-aprendizagem. Diante disso, o que se espera é que o graduando de
Educação Física
Aprenda a aprender, aprenda a fazer, aprender a ser, aprenda a
ensinar e a conviver, num sentido mais amplo, que a formação do profissional
em educação envolva saberes englobando os conhecimentos, as
competências, as habilidades e as atitudes (saber, saber-fazer e saber-ser)
10

2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


(PPP)

Este trabalho discute a importância do Projeto Político Pedagógico, doravante


denominado PPP, na organização da comunidade escolar e de práticas de ensino.
Mais precisamente, propõe-se analisar a escola como comunidade e o papel da
construção e efetivação do PPP na organização e funcionamento dessa
comunidade. Portanto, acrescenta-se 10.17771/PUCRio.PDPe.24803
L.C.S.Bezerra/Pesquisas em Discurso Pedagógico 2015.1 ainda que não
concebemos o PPP apenas como um documento burocrático e sim,
compreendemos como uma instância de constituição de identidade e de práticas
identitárias. O PPP e sua organização têm sido bastante discutidos na área da
educação. Conforme Veiga (2013, p. 11), o PPP tem-se constituído como “objeto de
estudos para professores, pesquisadores e instituições educacionais em nível
nacional, estadual e municipal, em busca da melhoria da qualidade do ensino”.
Porém, nota-se, por um lado, que as discussões ainda não se fazem presente nas
unidades de ensino como deveriam.
Assim sendo, ainda há uma lacuna no que é proposto nas universidades e o
que é efetivado nas escolas. Por outro lado, questiona se o PPP está presente na
escola por escolha da comunidade em constituir uma identidade para a instituição e
definir os papéis dos atores envolvidos, ou é apenas por exigência da secretaria de
ensino. Não se estaria atribuindo ao PPP, desde o início, uma visão apenas
burocrática, regulatória e administrativa?
Há questões para ser pensadas. O PPP não deve ser visto apenas por uma
perspectiva pedagógica, no sentido de organização, nem por uma perspectiva
técnicoadministrativa. Optar em olhar o PPP por esses dois vieses e exigir que cada
unidade de ensino tenha esse documento é assumir que ele terá um fim em si
mesmo. Não queremos negar as razões pedagógicas nem suas funções técnico-
administrativas, mas olhá-lo por esse prisma é reduzi-lo demais. Talvez seja por
esse ou por outro motivo que algumas escolas ainda não sabem como fazer e o que
fazer com esse “documento”. Na prática, o PPP não passa de um documento e,
consequentemente, a comunidade escolar não atribuiu o seu verdadeiro sentido.
Apesar da autora citada anteriormente sintetizar as razões que obrigam as escolas a
11

construírem o PPP, ela ainda faz ressalvas importantes sobre o documento,


conforme aponta: Não se trata meramente de elaborar um documento, mas,
fundamentalmente, de implantar um processo de ação-reflexão, ao mesmo tempo
global e setorizado, que exige o esforço conjunto e a vontade política da
comunidade escolar consciente da necessidade e da importância desse processo
para a qualificação da escola, de sua prática, e consciente.
De modo geral, o PPP tem sido apontado como resolução para assegurar a
qualidade do ensino e garantir a organização da escola. Esses apontamentos são
essenciais, porém não tocam na questão de pensar a escola como comunidade.
12

3 RELATO DA ANÁLISE DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE

O Plano de Trabalho Docente - PTD é a forma de o professor se organizar


para ministrar suas aulas. Parte dos professores já o pratica, muitos anotam num
caderno todo o conteúdo que passarão para o aluno, porém os professores mais
experientes nem precisariam disso. Entretanto, hoje, é uma exigência para o bom
acompanhamento dos conteúdos escolares.

A capa pode ser personalizada ou padronizada, depende de cada professor


ou professora. O formulário consta de calendário escolar, Diretrizes Curriculares e
espaços para anotar conteúdos estruturantes, conteúdos básicos e específicos,
metodologia, recursos didáticos, avaliação e data de aplicação das referidas aulas,
ação que facilitou muito o meu trabalho, pois agora tenho todas as informações que
necessito em um único documento.
13

4 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA


A presença de materiais didáticos nas aulas de matemática vem sendo
incentivada e é raro que se discuta o ensino desta educação física, sem citar esse
recurso de ensino. Entretanto, não basta a utilização de materiais didáticos se esses
ficarem restritos apenas à manipulação dos alunos de forma lúdica e sem função
educativa. Compreenda, elabore e reelabore seu conhecimento, sendo que o uso de
materiais pode trazer uma grande contribuição nesse sentido.
Afinal, o aluno é um sujeito ativo na construção do seu conhecimento; ele
aprende a partir de suas experiências e ações, sejam elas individuais ou
compartilhadas com o outro.
Embora saibamos que os materiais didáticos por si só não irão ensinar
matemática, pois é necessário, na maioria das vezes, que o professor
intervenha, e para isto é preciso que esse professor, que se dispõe a fazer
uso dessas tendências de ensino, faça um estudo dos materiais didáticos que
esteja pretendendo utilizar.
Vale enfatizar que este estudo não deve ser apenas sobre como usar
um determinado material, mas sim um estudo sobre em que condições,
conteúdos e motivações sobre o uso de material didático em sala de aula.
Somente a presença dos materiais didáticos não é capaz de transformar
positivamente o processo de ensino-aprendizagem. É de suma importância
que o professor saiba utilizá-lo, saiba incorporálo em sua prática cotidiana, de
acordo com as condições estruturais de sua escola e as necessidades de
seus alunos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam que: Além de
organizador o professor também é facilitador nesse processo. Não mais
aquele que expõe todo o conteúdo aos alunos, mas aquele que fornece as
informações necessárias, que o aluno não tem condições de obter sozinho.
Nessa função, faz explanações, oferecem materiais, textos etc.

5. PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ABORDAGEM DOS TEMAS


CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS DA BNCC:

Abordagem dos temas contemporâneos transversais como eixos integradores


contribui para valorizar sua importância e dar significado e relevância aos conteúdos
escolares, para que a educação escolar se efetive como uma estratégia eficaz na
14

construção da cidadania do estudante e da participação ativa da vida em sociedade


(brasil, 2019b).

dessa maneira, o termo “transversal” pode ser definido como aquilo que corta,
que atravessa; logo, temas transversais, em um contexto educacional, são aqueles
assuntos que não pertencem a nenhuma área do conhecimento em particular, mas
que atravessam todas elas como se delas fizessem parte, exigindo dos docentes
que os abordem dentro de seus componentes curriculares (cordeiro, 2019).Para
atender as diferentes demandas do processo de ensino e aprendizagem, as
abordagens d foram divididas em três níveis crescentes de complexidade:
Intradisciplinar: é uma relação entre os objetos de conhecimentos internos do
próprio componente curricular, ou seja, como os temas contemporâneos
transversais permeiam dentro das habilidades das diferentes unidades temáticas
apresentadas.
Interdisciplinar: é uma abordagem integrada de temas contemporâneos
transversais comuns entre diferentes componentes curriculares. implica um diálogo
entre os campos dos saberes, em que cada componente acolhe as contribuições
dos outros, ou seja, há uma interação entre eles.
Transdisciplinar: é uma abordagem que contempla temas contemporâneos
transversais em uma única proposta ou projeto, transcendendo os componentes
curriculares. contribui para que o conhecimento construído extrapole o conteúdo
escolar.
15

5 RELATO DA ENTREVISTA COM O PROFESSOR REGENTE


A educadora expressa uma preocupação especial com um de seus
educandos, que recebeu o diagnóstico de TDAH. Porém, acredita-se que esse laudo
foi feito a partir de uma visão preconceituosa, por se tratar de uma criança
socialmente vulnerável que não se enquadra nos padrões de comportamento
esperados pelo sistema. A professora entende que as dificuldades que o educando
encontra na vida acadêmica estão relacionadas às circunstancias de sua vida
pessoal, sendo assim, não se trata de uma questão meramente biológica. Percebe-
se o esforço da docente em compreender esse indivíduo para além de um
diagnóstico, uma vez que ela não permite que esse laudo represente uma limitação
e busca sempre ajudá-lo a superar suas dificuldades, atribuindo atividades e tarefas
que visam motiva-lo na sua trajetória escolar, fazendo com que trabalhasse em
grupo, ajudasse o outro e se sentisse ajudado. Ao abordar as questões raciais em
sala, surgiram falas de crianças que já estiveram no posicionamento de oprimido,
que não gostavam da cor de sua pele por já ter sofrido algum preconceito.

Uma das falas foi de uma criança de 7 anos que relatou: Tia,
eu não gosto da cor da minha pele sabia? Porque já me chamaram de
macaca e de feia e eu não gostei. Mesmo que minha mãe fale pra
mim que eu sou linda e que a minha cor é a mais linda que existe, eu
não gosto. Eu queria ser mesmo era branca do cabelo liso.
(Educanda, 7 anos.)

Ao compartilhar essa vivência, a docente teve um posicionamento diante da


situação, dizendo que a educanda era linda, que todos os seus traços sempre foram
e sempre serão lindos e explicou que as pessoas não tinham o direito de falar isso
para outra pessoa, que todos nós somos diferentes e temos nossas singularidades.
Durante uma conversa informal, a professora explicou que devemos estar
preparados, enquanto educadores, para lidar com esse tipo de situação. Porém,
quando essas falas aparecem em sala, dificilmente teremos um posicionamento
ideal, o importante é manter a calma e deixar claro para a turma que esse tipo de
comportamento é inaceitável, pois ninguém tem o direito de oprimir o outro.
As experiências vividas durante o período de estágio trouxeram uma visão
mais sensibilizada e mais significativa perante à educação, um momento propício
16

para se refletir sobre o processo formativo e sobre a escolha profissional. A prática


oportuniza compreender que: O ser humano é ilimitado em suas possibilidades de
atuar e transformar, as pessoas são um mundo de oportunidades. É preciso ter
sensibilidade para entender o ser humano enquanto ser integral, único, de
experiências únicas.
A seguir, apresentarei os dados obtidos na pesquisa de campo que utilizou
como instrumentos análise documental, observação participante e entrevista.
17

6 RELATO DE REUNIÃO PEDAGÓGICA OU CONSELHO DE CLASSE

Antes de iniciar os questionamentos, conversamos com os alunos e


demonstramos a importância de serem objetivos em suas colocações, bem como da
necessidade de citarem fatos que os levavam a pensar de determinada forma sobre
o professor.
Sempre deixamos claro que o objetivo da conversa era identificar os
problemas para a busca de soluções. Nunca permitimos que eles utilizassem o
momento para declarações subjetivas e infundadas contra os professores. É claro
que nos primeiros pré-conselhos com alunos essa situação ocorreu, fato que foi
contornado por meio de uma postura firme relacionada com a conversa inicial. Com
o tempo e prática constante, os alunos perceberam os benefícios desta postura ética
e fundamentada.
Bastou deixar claro o objetivo e as regras dessa conversa para que as turmas
entendessem o sentido do trabalho. O que mais chamou nossa atenção foi o fato de
que essa conversa com as turmas resultou em outros benefícios. Porque enquanto
eles explicavam os fatos, evidenciavam não só no que o professor precisa melhorar,
mas também suas falhas como alunos. Neste momento, aproveitamos para chamar
a atenção da turma para seus deveres como estudantes, levando-os a analisar suas
atitudes. Também comentamos os problemas apresentados pelos funcionários, tais
como salas muito sujas, pratinhos espalhados no pátio, banheiros malcuidados,
dentre outros e solicitamos para que eles sugerissem ações para melhorar o
exposto.
Embora muitos possam pensar que estes assuntos são irrelevantes para o
processo de ensino - aprendizagem eles podem de fato influenciar negativamente no
processo se não forem solucionados, gerando um clima de impunidade, que
geralmente culmina em indisciplina. A partir de tais reflexões, as turmas, com o
nosso auxílio, elaboraram um termo de compromisso. Todos os compromissos
foram anotados e os presentes assinaram, atestando simbolicamente o
compromisso firmado.

Professores: Nesta fase, a equipe pedagógica, durante a hora-atividade, discutia


com cada professor sobre os alunos que apresentaram notas baixas na disciplina,
apontando os prováveis motivos que os levaram àquela nota, além do conteúdo que
18

houve maior incidência de notas baixas e as consequentes ações para recuperar o


conteúdo. A partir dessa conversa, aproveitamos o momento para vistar o livro de
chamada e, junto com o professor, de posse de seu plano de trabalho docente e em
conjunto, identificamos os conteúdos que deveriam ser replanejados. Além disso,
conversamos sobre o processo de avaliação, identificando aspectos positivos ou que
precisavam melhorar, analisando os instrumentos utilizados na avaliação, critérios,
bem como o processo de recuperação de conteúdos.

Após, questionamos o professor a respeito dos problemas de indisciplina que


estavam ocorrendo. Em seguida, convidamos o professor a comentar outros
problemas que ocorriam no andamento geral da escola e que estavam atrapalhado o
trabalho pedagógico. Todos os dados eram anotados por nós, pedagogas, em uma
ficha para posteriormente serem tabulados.

Nesta etapa do Pré-Conselho, além do trabalho com alunos, professores e


funcionários, também eram tabulados os dados do rendimento das turmas por meio
de gráficos. A partir do 2o Bimestre/Trimestre comparávamos o rendimento atual
com o anterior.
Após a tabulação dos dados, a Equipe Pedagógica reunia-se com a direção
da escola para análise prévia dos dados dos gráficos e dos relatos da comunidade
escolar, a fim de estruturar a pauta do Conselho de Classe. Nessa reunião eram
estabelecidas a ordem que os assuntos seriam tratados, além da forma como seriam
abordados.

Conselho de Classe

No Conselho de Classe, os professores reuniam-se juntamente com a direção e a


equipe pedagógica. A pauta do Conselho de Classe era apresentada. Antes de
iniciarmos cada Conselho de Classe deixávamos claro que o enfoque principal não
era a discussão de questões pessoais dos alunos, mas os problemas apresentados
no pré-conselho de classe, bem como a análise do processo de avaliação aplicado
no período.
19

Os problemas apresentados no pré-conselho com alunos e agentes educacionais


eram então apresentados aos professores. Nos primeiros conselhos realizados,
deixamos claro que o objetivo do pré-conselho com alunos e funcionários era a
busca de melhoria do processo de ensino-aprendizagem, a fim de obter uma visão
mais ampla do todo, além de realizar um trabalho preventivo contra eventuais
problemas que interfiram neste processo. Destacamos, também, o sentido do
trabalho coletivo e da gestão democrática na escola. Dessa forma, ficou claro para
os professores que o objetivo do trabalho não era perseguir profissionais - o que
muitos pensavam - mas analisar os problemas e buscar soluções. Com o tempo, a
confiança se estabeleceu, não havendo necessidade de tal explanação. Os
professores, inclusive, gostavam muito deste formato, enfatizando sua objetividade e
funcionalidade na resolução dos problemas.
20

7 RELATO DO LEVANTAMENTO DE MATERIAIS DE APOIO


ESPECÍFICOS PARA ABORDAGEM DOS TEMAS TRANSVERSAIS
CONTEMPORÂNEOS

De acordo com o MEC, os Temas Contemporâneos Transversais têm como


objetivo “explicitar a ligação entre os diferentes componentes curriculares de forma
integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vivenciadas pelos
estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e
contemporaneidade aos objetos do conhecimento descritos na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC).”

Para isso, os TCTs estão divididos em seis macro áreas temáticas:

- Meio Ambiente
- Ciência e Tecnologia
- Multiculturalismo
- Cidadania e Civismo
- Economia
- Saúde
Pelo Guia Prático dos Temas Contemporâneos Transversais elaborado pelo
MEC, a importância de se abordar os assuntos contemporâneos em sala é a busca
de melhorias de aprendizagem do estudante em sua trajetória escolar - sendo o
maior objetivo de todos fazer com que o estudante reconheça e aprenda
reconhecendo e aprendendo temas que são relevantes para sua atuação na
sociedade.
21

8 RELATO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA BNCC NA


ESCOLA

Para guiar as escolas nos processos de gestão curricular adequados a esse


modelo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)Abre em uma nova guia foi
promulgada pelo Ministério da Educação em 2017. Fruto de inúmeros debates e
regulamentações legais, é um documento elaborado para orientar o ensino no Brasil,
desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
Esta ausência tem consequências. Uma das mais invisíveis, mas das mais
graves, é que muitos estudantes não adquirem conhecimentos e habilidades que
todo brasileiro tem direito a adquirir. Essa é uma das causas das grandes
desigualdades educacionais existentes no Brasil.”
A Educação Infantil e Fundamental, além de poder atualizar a base com os
dados da sua própria rede e se informar sobre o status da implementação no seu
Estado ou Município. Naturalmente, a Base não é um documento elaborado
isoladamente, e sua concepção segue alinhada com outras definições importantes
para o direcionamento nacional de mudanças e metas da educação brasileira.
22

9 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS


UTILIZADOS PELO PROFESSOR

É necessário observar se esses instrumentos que estão sendo utilizados são


adequados aos objetivos propostos e se apresentam as qualidades mínimas de um
instrumento satisfatório, para a prática construtiva da avaliação da aprendizagem.
Não se deve esquecer que a metodologia desenvolvida de ensino, será a
mesma para a elaboração de instrumento avaliativo, é preciso que seja dado uma
grande atenção a sua elaboração, aplicação, análise, e divulgação dos resultados.
Pois é neste momento que o educador identifica o aproveitamento do educando, e
como está sendo seu ensino (eficaz ou não) o ajudando a planejar e organizar o
trabalho.
Mostra como utilizar os resultados dos diferentes tipos de avaliação como:

• A avaliação diagnóstica, utilizar para estabelecer objetivo e plano de ensino;


• A avaliação formativa identificar se o objetivo proposto é adequado, se não
deve ser reorganizados ou trocados os objetivos;
• A avaliação somativa verificar se foram alcançados os objetivos e promove o
aluno. Contudo, na divulgação dos resultados precisa estabelecer um momento de
esclarecimento sobre o diagnostico obtido para cada aluno para que o educando
saiba o significado da sua nota.
AOS ALUNOS Através dos dados coletados observou-se que a faixa etária
dos alunos entrevistados está entre quinze e dezesseis anos, quanto ao
questionamento sobre os instrumentos avaliativos se estão de acordo com os
conteúdos ministrados pela professora em sala de aula 75 % afirmam que sim e
apenas 25 % responderam na maioria das vezes. Nesse sentido quando
questionados sobre que tipo de instrumento avaliativo que o professor utiliza com
frequência 50% responderam exercícios, trabalho em grupos, provas; 25%
afirmaram atividade em sala de aula 12,5% atividade para casa e 12,5% apenas
atividade. Observou-se uma diversidade nos instrumentos, mas o professor deve ter
um olhar diferenciado afim de não homogeneizar a turma. Desta forma foi também
questionado no sentido da divulgação do resultado da avaliação 62,5% dos alunos
são informados o por que do resultado,25% apenas recebem a avaliação e 12,5 %
apenas são esclarecido as vezes. Perguntou-se qual a finalidade da avaliação? 50%
23

afirmaram para ter nota e passar de ano, 50% responderam saber se a turma
aprendeu. Mediante as respostas dos alunos é preciso assinalar que os
conhecimentos, os quais os educandos vão adquirindo desenvolvem habilidades,
possibilitando-os autonomia e independência, entretanto o professor como mediador
de conhecimento do processo de ensino-aprendizagem precisa contribuir para a
formação de um pensamento crítico e refletivo do aluno, no sentido do mesmo não
reproduzir mecanicamente as informações, mas que tenha argumentos suficientes
para desenvolver a sua capacidade de compreensão e interpretação perante os
vários momentos de aprendizagem.
24

10 . RELATO DA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA


NO ACOMPANHAMENTO DA DISCIPLINA
Um coordenador engajado em buscar novas metodologias, ferramentas e
métodos de ensino é a chave para que a gestão da aprendizagem funcione de forma
eficaz.

Algumas possibilidades dentro desse cenário têm sido muito utilizadas, como
as metodologias ativas, que colocam o aluno no centro do processo de
aprendizagem, e as tecnologias educacionais, que oferecem aos gestores dados
aprofundados em todos os níveis escolares.

Utilizando as ferramentas certas, o coordenador pode aprimorar estratégias


de apoio pedagógico individuais e coletivas. E assim, não só ajudar alunos e turmas
a melhorar o desempenho em provas e simulados, mas também desenvolver ainda
mais suas habilidades socioemocionais.

É importante lembrar também que ele é aponte entre professores e pais. Por
isso, precisa entender cada estudante de uma forma global para que a comunicação
escolar seja realmente efetiva.

O contato com a família é uma rotina para a coordenação das escolas,


principalmente quando se trata de entregar feedbacks de desempenho do aluno.
Imagine se fosse possível mostrar visualmente quais são as principais dificuldades
dele, especificar seu desempenho em relação à nota de corte do curso desejado e
ainda explicar as ações que a instituição de ensino preparou para ajudá-lo a
alcançar seu objetivo.

Será que você está perdendo alunos por problemas na comunicação escolar?
Com um sistema estruturado de acompanhamento pedagógico, o empenho
da coordenação em transformar a experiência de aprendizagem na escola e a
utilização da tecnologia na educação isso é possível.

3. vantagens de um processo de acompanhamento pedagógico estruturado


25

1. Alunos e professores engajados


Com as estratégias de ensino estruturadas e os resultados esperados ao
longo do ano definidos, fica muito mais fácil engajar alunos e professores.

Além disso, os professores enxergam o seu papel no processo de


aprendizagem de cada aluno, que por sua vez, sentem que não estão sozinhos e
podem contar com uma rede de apoio apropriada.

2. Controle do desenvolvimento de aprendizagem


Por meio do apoio pedagógico, você entende qual é o contexto dos seus
alunos e compreende o momento em que cada um deles se encontra. Assim, fica
mais fácil identificar pontos de melhoria no processo de aprendizagem para
desenvolver conhecimentos.
No início do ano, quando as instituições de ensino traçam suas metas para o
período letivo, poucas planejam como medir os resultados das estratégias pensadas
no plano de ação escolar.
Sem uma rotina de orientação e monitoramento da evolução dos estudantes,
fica ainda mais difícil saber quando é preciso mudar o tipo de abordagem para
alcançar os objetivos da escola.
26

11 RELATO DA OBSERVAÇÃO

O observar a ação pedagógica de um professor de Educação Física. Sendo


esse, um trabalho/pesquisa, como um dos instrumentos de avaliação, proposto pela
disciplina Intervenção Docente e Formação Profissional em Educação Física do
Curso de graduação.
O que esse trabalho se propôs a fazer foi compreender como a formação
inicial de professores, a atuação na carreira profissional bem como a concepção de
mundo, sujeito e sociedade influenciam no modo de como um professor atua ao
entrar na sala de aula para ensinar. A formação profissional docente se distancia
das outras, pois os outros profissionais precisam somente ter o domínio de um saber
específico, apenas os decorrentes da sua profissão. Por exemplo, um biólogo
necessita saber os conteúdos que são provenientes da biologia, porém se o mesmo
não for professor só esses lhe serão necessários.
O profissional da docência além de ter o domínio dos conteúdos específicos
da sua área, tem que necessariamente possuir também os saberes docentes. Ser
professor é mais do que transmitir conteúdos, ser professor é ser um agente social,
e para que esse papel, tão importante, seja cumprido, a formação profissional do
mesmo deve lhe dar o suporte necessário, para que essa tarefa seja cumprida,
porém só isso também não basta, o professor tem que estar sempre em busca do
conhecimentos, se atualizando em busca de melhorias para a educação e para a
sociedade. Ser professor é assumir um compromisso com a sociedade, o qual exige
muita responsabilidade por parte do educador. A tarefa de educar é essencial para a
existência do ser humano.
O professor é o sujeito mediador, o qual faz a transposição didática do
passado e o futuro, para que seus alunos consigam entender o que foi o passado e
dessa forma ressignificar o mesmo e inventar o futuro. O docente não será trocado
pelas informações e tecnologias avançadas, pois o trabalho docente não se limita na
transmissão de informações, o mesmo possui uma dimensão formativa que só é
possível pela interação entre pessoas, o trabalho do professor é promover a
educação por meio de interações culturais e sociais. O papel do professor é fazer
com que os alunos entendam que são capazes de elaborar seus próprios
conhecimentos.
27

12 PLANOS DE AULA


28

13 RELATO DA APRESENTAÇÃO DOS PLANOS DE AULA AO


PROFESSOR

A concepção de educação prevista neste documento está baseada nos


princípios ético-morais de solidariedade e respeito, ideais de justiça e também de
cooperação. Seu processo de elaboração se deu através de reuniões entre os 8
segmentos da comunidade escolar de consultoria junto à Secretaria Municipal de
Educação (SME),
E sua elaboração foi realizada pela comunidade escolar. O documento tem
por objetivo geral proporcionar ao educando a formação integral como pessoa. No
documento constam os seguintes textos: missão, finalidades, os objetivos (gerais e
específicos). O documento apresenta sua organização administrativo-pedagógica
composta de uma diretora e
.
29

14 RELATO DA REGÊNCIA

As atividades de regência foram desenvolvidas na turma do 6º ano


B, e ocorriam às segundas-feiras e quintas-feiras, das 07:00 as 09:00 em
ambos os dias, totalizando dez horas de aulas, divididas em cinco etapas,
cada qual com uma hora-aula. Durante as aulas de regência foram
trabalhados conteúdos focados no campo da geometria
Atividades Desenvolvidas na Regência PRIMEIRA ETAPA Antes de
iniciar a aula, entramos na sala, para organizar o ambiente – visto que
seria apresentado um vídeo aos alunos – e com a ajuda dos próprios
alunos arrumamos as filas e montamos os equipamentos necessários para
tal atividade. Como foi o nosso primeiro dia de regência, e pela postura
dos alunos observada durante o estágio de observação, entendemos que
era importante, antes de iniciarmos o conteúdo didático programado, falar
um pouco sobre educação e respeito, dentro e fora de sala, maneiras de
se comportar, e sobre o papel social que cada um tem, dando ênfase na
necessidade e importância dos estudos.
Isto foi acompanhado com atenção pela maioria absoluta dos
presentes. Dando seguimento, apresentamos um vídeo intitulado
“Geometria no cotidiano”, conforme Lima (2008), mostrando a importância
do conhecimento matemático no nosso dia a dia, explicando por que
estudamos matemática e para que serve a matemática para a nossa vida,
e, a partir de exemplos, levando a ideia de que a matemática está
presente em todo lugar. Nesse vídeo os alunos puderam ver a matemática
nas artes, na natureza, em esportes e jogos, nas tecnologias, e nas
comercializações.

15. RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR


Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 e da aprovação da
atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394/96), o
Regimento Escolar deixou de ser unidade integrante de um processo respaldado
numa racionalização burocrática que desconsiderava a autonomia e participação na
gestão escolar. O Regimento Escolar constitui um documento de grande valor para a
gestão. Sua importância nasce no valoroso papel de preservar o interesse comum
30

na execução dos objetivos sociais da escola. Portanto, trazer aos diversos atores do
processo educativo o conhecimento 4 – UNIDADE TEMÁTICA I 12 do Regimento
Escolar torna significativamente visível a sua importância na condução da
convivência e trabalho na instituição de ensino. Um trabalho pautado na
desmitificação do caráter punitivo de normas a serem seguidas torna-o mais
produtivo para a construção de uma consciência coletiva de cidadania e respeito
mútuo. ORIGEM E IMPORTÂNCIA DO REGIMENTO ESCOLAR Conforme diretrizes
do Conselho Estadual de Educação, o Regimento Escolar deve ser elaborado pelo
próprio estabelecimento de ensino, de acordo com as normas estabelecidas por esta
entidade, sendo que segundo o Parágrafo Único do Art. 1º da Deliberação nº 016/99,
a elaboração do Regimento Escolar, é atribuição específica de cada
estabelecimento de ensino e é vedada sua elaboração para um conjunto de
estabelecimentos. Neste contexto, na presente unidade de estudos, busca-se
apresentar um breve histórico acerca da legislação que promoveu o surgimento do
Regimento Escolar, bem como dar início à apresentação da importância deste
documento nas escolas.
BREVE HISTÓRICO: LEGISLAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR De acordo
com o documento “Subsídios para a Elaboração do Regimento Escolar (SEED,
2010)” as exigências para a normatização do Regimento Escolar pelo Sistema
Estadual de Educação do Paraná, estavam associadas à Lei 5692/71, a qual dispõe
que a organização administrativa, didática e disciplinar de cada escola é regulada no
Regimento Escolar aprovado com observância das normas do Conselho de
Educação. O Conselho Federal de Educação trazia em seu art. 70 da Lei 5692/71, a
qual fixava diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, prevendo que as
administrações dos sistemas, ou seja, os órgãos do Ministério da Educação e
Cultura poderiam instituir um Regimento comum para os estabelecimentos de ensino
por elas mantidos.
Assim, alguns Estados instituíram um Regimento comum a toda rede de 13
escolas estaduais, sendo que no Paraná, a Secretaria de Educação remeteu ao
Conselho Estadual de Educação estudo relativo ao regimento único, partindo da
premissa de que as escolas não possuíam competência para construir seus próprios
regimentos, uma vez que o então relator do projeto levou em conta o modelo como
um facilitador para efetivação do Regimento em face de sua complexidade.
Entretanto, em 1985, com a democratização do país, os regimentos escolares
31

vigentes foram considerados expressões de uma política autoritária e foi necessário


adequá-los a uma escola mais democrática. Desta forma, em 1991, a Secretaria de
Estado da Educação estabelece por meio da Resolução n° 2.000/91, o Regimento
Escolar Único para os estabelecimentos de ensino da rede pública estadual. Apesar
de ser julgada antidemocrática, percebem-se no documento inúmeros avanços com
a instituição do Conselho Escolar, submetendo aos princípios da gestão colegiada e
da representatividade.
Em discordância com essa Secretaria, o Conselho Estadual de educação
emite a Deliberação 020/91 colocando em seu art. 1º, Parágrafo Único “[...] vedada a
elaboração de regimentos únicos para um conjunto de estabelecimentos”. O
parágrafo único do art. 1º da Deliberação 020/91 continua vigente até o presente
momento e esta promove a representatividade como critério para a composição da
direção da escola e a sua autonomia como unidade coletiva de trabalho e de
interesse social. Em 1993, através da Resolução nº 6.280, a Secretaria de Estado da
Educação (SEED) ratificou a resolução n° 2.000/91, persistindo na conservação do
Regimento Escolar Único, o que suscitou discussões nas escolas, no Fórum
Paranaense, na APP- Sindicato e de outras entidades, contrários à aceitação do
Regimento único. De acordo com Bana (2010, p.9) “essa discussão fez com que o
regimento escolar fosse valorizado no contexto escolar, tornando-se assim, motivo
de luta para as escolas, professores e Fórum de Defesa da Escola Pública”.
32

15 RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA

Estes profissionais têm a função de representar tanto a comunidade escolar,


pais e profissionais que junto dela atuam (professores e funcionários) como também
a secretaria da educação. Além da parte burocrática devem também zelar pelo bom
relacionamento, funcionamento da rotina e pelo bem estar de todos, pois afinal são
eles que respondem por tudo que acontece na Escola.
Eles trabalham juntos, embora cada um tenha seu papel. É “muito importante
definir e distribuir tarefas” e trabalharem juntos em busca de um objetivo comum:
apresentar um ambiente de trabalho agradável e com boas condições de
aprendizagem.
Também é fundamental que a secretaria de educação estabeleça um vínculo
de confiança e acessibilidade para com as escolas, sabendo se por no lugar de
quem nelas atua. E que a direção também consiga expor as suas dificuldades e
necessidades sabendo buscar ajuda e requerer recursos perante as instâncias
maiores.
Além da necessidade de possuir formação específica, estes profissionais
precisam ter transparência e responsabilidade em seus atos, humildade para
reconhecer um erro, coerência nas decisões, sensibilidade para ajudar, honestidade
ao lidar com as pessoas, capacidade para resolver problemas diversos e acima de
tudo saber realizar trabalhos em equipe. Apontamentos levantados a partir de
entrevistas e conversas com pais e equipe diretiva.
Seguem algumas entrevistas realizadas com diretoras de escolas de
Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio de uma cidade do interior do estado
do RS, assim como pais e alunos das mesmas.
 ENTREVISTAS COM DIRETORAS:

Diretora de Escola Municipal de Educação Infantil -1

1)            Há quanto tempo atuas na área da Educação?


Este é o 10º ano que atuo com Educação Infantil, sendo que é o meu 3ºano
como Diretora de uma Escola de Educação Infantil.
33

2)           Qual a sua formação?


Sou graduada em Pedagogia – Licenciatura plena para Educação Infantil e
Séries Iniciais, pela Universidade de Caxias do Sul, mas também tenho magistério
específico para atuar na Educação Infantil.

3)           Possui preparação/formação específica para atuar na área de gestão


escolar?
Não, apenas cursei um módulo na faculdade onde o assunto gestão foi
abordado. Toda a experiência que tenho é baseada no trabalho de todos estes anos
em EMEIs, sendo que sempre estive atuante também na diretoria da ACPM
(Associação do Círculo de Pais e Mestres), onde tive a oportunidade de acompanhar
bastante e de forma bem próxima grande parte das funções e decisões que são
tomadas nas escolas.

4)           Quais são as maiores dificuldades encontradas frente à Direção?


As dificuldades aparecem no dia-a-dia, em situações diversificadas. Entre
elas, destaco: Falta de recursos financeiros e apoio público municipal para melhorar
espaço físico e adquirir material pedagógico, falta de pessoal qualificado para
trabalhar com crianças (pois aparecem pessoas inexperientes e muito novas, que
nunca atuaram e ali precisam ficar muitas vezes com bebês de 4 meses, o que acho
muito compromisso para alguém assim). Além disso, considero o quão importante
seria ter auxiliares na EMEI, especialmente nos Berçários e ressalto a dificuldade de
agradar a todos, pais, alunos e equipe de funcionários, pois isso nem sempre é
possível. Os baixos salários pagos em certos contratos (a diferença salarial entre
eles) é também um fator que acho importante lembrar, bem como a dificuldade de
poder lidar com crianças portadoras de necessidades especiais, pois a escola não
tem pessoas capacitadas e nem ambiente adequado para recebê-las.

5)           Que outros profissionais atuam junto com você? Qual a função
destes?
Uma vice-diretora, nutricionista e psicóloga, apesar de coordenadora
pedagógica não termos atualmente na EMEI. A nutricionista supervisiona a
alimentação das crianças e equipe de funcionários da escola e a psicóloga faz duas
34

visitas mensais para acompanhar o desenvolvimento psicológico dos pequenos,


bem como também dos funcionários. A vice-diretora me acompanha, divide opiniões,
ajuda a coordenar a equipe e auxilia na tomada de decisões.   

6)           Quais as características que consideras essenciais para um bom


diretor?
Características como honestidade, lealdade, humildade, capacidade para
resolver problemas, ser transparente e coerente nas ações, ter pontualidade e
realizar trabalho em equipe são características que considero fundamentais para um
diretor exercer um bom trabalho na escola. Além disso, o diretor escolar precisa ter
pré-disposição para o trabalho coletivo, ser articulador e mediador dos segmentos
internos e externos, o que significa que deve ser uma pessoa que abra o diálogo
com os diferentes grupos existentes tanto dentro da escola como fora dela,
buscando a maior interação possível com esses grupos em favor do
desenvolvimento de sua escola. Ter iniciativa e firmeza de propósito para realização
de ações, ser conhecedor dos assuntos técnicos, pedagógicos, administrativos,
financeiros e legislativos, ter espírito ético e solidário, além de ser conhecedor da
realidade da escola, precisando conhecer não apenas a escola internamente, mas a
comunidade em volta da escola.
Além disso, é necessário que o diretor tenha credibilidade na comunidade,
pois as pessoas, na maioria das vezes, avaliam o comportamento do diretor da
escola com o comportamento que ele apresenta na vida social.
Ainda acho importante que seja um defensor da Educação, ter liderança
democrática e capacidade de mediação, pois somente assim é que ele irá construir
uma gestão democrática e participativa. Porém, ser capaz de auto-avaliar-se e
promover a avaliação do grupo também é necessário, pois o diretor precisa saber
que nem sempre está certo e que nem sempre tem razão, nem ele e muitas vezes
nem o grupo. Por isso, ele deve ser capaz de reconhecer isso e tomar as medidas
necessárias para corrigir suas deficiências e as deficiências do grupo. Este é um
grande sinal de humildade, como já mencionei anteriormente. Ao fazer uma
avaliação de si mesmo e do grupo o diretor está tendo a grande oportunidade de
medir seus erros e acertos e corrigi-los a tempo antes que seja tarde demais e
comprometer todo o seu trabalho e o trabalho de sua equipe.
35

7)           Qual a participação dos pais e da comunidade?


A Associação do Círculo de Pais e Mestres (ACPM) é muito ativa na nossa
escola, participando das reuniões, decisões e projetos. Além disso, são organizadas
jantas, rifas e festas para arrecadar fundos que são revertidos em obras para a
EMEI. Também ainda são feitas palestras, reuniões, mutirões da solidariedade e
encontros com apresentações das crianças, nas quais os pais tem participação
ativa.

8)           Qual o foco principal de sua função?


Existem vários aspectos do trabalho que o diretor deve fazer na escola e que
chamamos de papéis ou atribuições, entre eles que o diretor é o representante legal
da secretaria estadual de educação e de que ele representa os alunos, a sua equipe
e a comunidade, sendo o responsável por criar um ambiente de trabalho onde haja
respeito e confiança entre os membros da equipe escolar, assegurando condições
para o alcance dos objetivos. Por isso, acho muito importante definir e distribuir
tarefas dando total apoio às pessoas que trabalham comigo e lembrando-me sempre
de que um bom relacionamento é a base para uma boa gestão. Trabalhando desta
forma, acredito que a escola está sendo bem administrada, apresentando um
ambiente de trabalho tranquilo e que propicia boas condições de aprendizagem.
Assim, o foco do meu trabalho está voltado para a realização de um trabalho
com determinação, a fim de tornar a escola um centro de qualidade de ensino e
principalmente, de qualidade de vida.

Diretora de Escola Municipal de Educação Infantil -2

1)        Há quanto tempo atuas na área da educação? E na direção escolar?


Trabalho há 15 anos como professora e há 10 na direção escolar.

2)        Qual sua formação?


Sou formada em Pedagogia – Educação Infantil e Séries Iniciais e pós-
graduada em Psicopedagogia.

3)        Possui preparação/formação específica para atuar na área de gestão


escolar?
36

Não tenho formação específica na área de gestão escolar, mas tenho


algumas horas de preparação, curso de gestão que a Secretaria Municipal de
Educação nos proporcionou.

4)        Quais são as maiores dificuldades encontradas frente à direção da


escola?
Cada vez mais cresce a responsabilidade do diretor tanto na parte burocrática
como em relação aos alunos. Penso que a maior dificuldade encontrada é em
relação às realidades de famílias que temos nas escolas, a falta de
comprometimento dos pais em relação à educação de seus filhos e a sobrecarga de
ações que são importantes para a escola desenvolver. Resumindo, cada vez mais
as escolas estão assumindo papéis que não cabem a elas desenvolver, o que
dificulta muito o trabalho do gestor numa escola.

5)        Que outros profissionais atuam junto com você? Qual a função
destes?
Na escola onde atuo como diretora, tenho uma vice-diretora, professoras e a
cada mês recebemos a visita de uma psicóloga.

6)        Quais as características que consideras essenciais para um bom


diretor?
Penso que para ser um bom diretor, em primeiro lugar deve-se ter clareza dos
objetivos que se quer atingir, saber trabalhar em equipe e ter honestidade. O que
também é essencial é ter formação para desempenhar tal função.

7)        Qual a participação dos pais e comunidade com a direção?


A relação entre pais e escola acontece a partir e por meio do conselho
escolar e do ACPM (Associação do Círculo de Pais e Mestres).

8)        Qual é o foco principal de sua função?


Tenho como função gerenciar a parte financeira e burocrática da escola,
assim como também zelar pelo bom andamento e funcionamento da mesma.

Diretora de Escola Municipal de Ensino Fundamental


37

1)        Há quanto tempo atuas na área da educação? E na direção escolar?


Atuo na área da educação há 13 anos. Na direção escolar há 3 anos.

2)        Qual sua formação?


Sou formada em Magistério, Licenciatura em Matemática e Especialização
em Educação Especial.

3)        Possui preparação/formação específica para atuar na área de gestão


escolar?
Não possuo. Iniciei uma especialização em gestão escolar mas, por falta de
tempo, tive que interromper.

4)        Quais são as maiores dificuldades encontradas frente à direção da


escola?
A maior dificuldade, acredito, seja lidar com as pessoas. São muitas ideias,
muitas diferenças, muitas cabeças pensando diferente. Nem sempre se consegue
atingir e agradar a todos.

5)        Que outros profissionais atuam junto com você? Qual a função
destes?
Tenho duas vice-diretoras (uma em cada turno), duas coordenadoras
pedagógicas (uma em cada turno), uma psicóloga e uma psicopedagoga – essas
duas últimas trabalham somente um turno por semana.

6)        Quais as características que consideras essenciais para um bom


diretor?
Ser firme naquilo que acredita e a que se propõe. Além disso, ser parceiro e
estar sempre aberto a diferentes opiniões e situações que vão surgindo.

7)        Qual a participação dos pais e comunidade com a direção?


Há uma participação, uma parceria bem grande da comunidade com a escola;
a escola está sempre aberta a isto.
38

8)        Qual é o foco principal de sua função?


Coordenar o trabalho de toda a equipe da escola; trabalhar pela parceria
família/escola/comunidade; cuidar de toda a parte burocrática da instituição.
39

16 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO

Através de todo o apanhado histórico levantado anteriormente é possível


perceber que a escola e toda a sua organização e funcionamento respondeu aos
interesses da sociedade capitalista.

O cargo de supervisor, presente na história escolar, por um longo


período foi responsável direto pela reprodução do modelo industrial nos meios
educacionais. Ainda hoje, mesmo que discretamente, isso acontece. O
supervisor é aquele que inspeciona se um determinado modelo de escola
está sendo aplicado, a grande diferença está em uma responsabilidade na
participação mais direta junto aos professores da escola.
O presente artigo pretende apresentar uma contextualização histórica
do supervisor escolar, relatando seu processo histórico de mudanças na
atuação junto
aos professores, evidenciando suas contribuições a escola brasileira.
Para a coleta de dados bibliográficos, a técnica de leitura analítica
possibilitou uma maior compreensão graças as várias atividades que esta
propõe, principalmente o fichamento conceitual.

SUPERVISÃO ESCOLAR: UMA PRÁTICA EM TRANSFORMAÇÃO


A educação brasileira compreendida a partir de determinantes
históricos apresenta-se em constantes mudanças de acordo com os
interesses de classe,
prevalecendo os interesses dominantes.
Ao longo dos anos, com uma visão progressista, avaliam-se as
metodologias visando o favorecimento de uma educação a serviço da
transformação social. A escola passa ser entendida como a interventora entre
o educando e o mundo da cultura construída socialmente.
A ação supervisora, parte integrante do processo educacional tem sua
origem, segundo nos primórdios das comunidades primitivas, onde a
educação se dava de forma difusa e diferenciada. O tipo de produção de
existência se dava de forma coletiva, ou seja, para se apropriar dos meios de
40

vida trabalhavam coletivamente. A educação coincidia com a própria vida,


sendo uma ação espontânea. Os adultos educavam, de forma indireta, por
meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelo
exemplo, supervisionando-as de acordo com Keffler apud Saviani (2006, p.
15) “a supervisão deve aparecer aos olhos dos alunos como uma simples
ajuda às suas fraquezas”.
No Brasil, a idéia de supervisão aparece a partir de 1549, no plano de
ensino formulado pelo Padre Manuel da Nóbrega. Foi destacada,
principalmente após sua morte, com adoção do “Ratio Studiorum”, em 1570.
Com a instituição das reformas pombalinas, especificamente em 28 de
junho de 1759, com a expulsão dos Jesuítas e a extinção do seu sistema de
ensino foram criadas as aulas régias, ficando descaracterizado a função do
supervisor concentrada no prefeito dos estudos. Nesta fase da história,
Saviani (2006, p. 22)
apresenta a nova função do supervisor:

(…) a idéia de supervisão englobava os


aspectos políticos administrativos (inspeção e direção)
em nível de sistema concentrados na figura do diretor
geral, e os aspectos de direção, coordenação e
orientação do ensino, em nível local, a cargo dos
comissários ou diretores dos estudos, os quais
operavam por comissão do diretor geral dos estudos.

Com a Independência do Brasil, são instituídas as escolas de primeiras


letras, em 15 de outubro de 1827, foi determinado o “método de ensino
mútuo” onde o professor absorvia a função de docência e de supervisão.
Segundo Almeida apud Saviani (2006, p. 22):

Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor


limitou-se a supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada
círculo e cada mesa tendo à sua frente um monitor, um aluno mais avançado,
que ficava dirigindo. Fora destas horas, os monitores recebiam, diretamente
41

dos professores, uma instrução mais completa, e não era raro ver os mais
inteligentes adquirirem a instrução primária superior.

Esse modelo durou pouco tempo, em 1834, o Império postula que essa
função seja exercida por agentes específicos. Como apresenta Almeida apud
Saviani (2006, p 23):

(…) as escolas de ensino mútuo, por uma razão qualquer, não


correspondem às nossas esperanças: eu me vejo obrigado a confirmar esta
observação. O bem do serviço, Senhores, reclama imperiosamente a criação
de um Inspetor de Estudos, ao menos na capital do Império. É uma coisa
impraticável, em um país nascente, onde tudo está para ser criado, e com o
péssimo sistema de administração que herdamos, que um ministro presida
ele próprio aos exames, supervisione as escolas e entre em todos os
detalhes.

Em 1854, a reforma Couto Ferraz, estabeleceu uma supervisão


permanente. As atribuições eram a de supervisionar todas as escolas,
colégios, casas de educação, estabelecimentos de instrução primária ou
secundária, públicas ou particulares, cabendo-lhe também presidir exames
dos professores e conferir-lhes o diploma, autorização de abertura de escolas
particulares e correção de livros.
Vários foram os debates que se travaram no final do período
monárquico, apresentando a necessidade de uma organização de um sistema
nacional de educação. Saviani (2006, p. 24) apresenta que “neste contexto, a
ideia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos ao mesmo tempo
que as condições objetivas começaram a abrir perspectivas para se conferir a
essa ideia o estatuto de verdade”.

No início do período republicano, com a reforma da instrução pública


de São Paulo, Casemiro dos Reis Filho discorda das atribuições burocráticas
sobre as técnicas pedagógicas na função do inspetor e afirma, segundo
Almeida apud Saviani (2006, p. 24), que “burocratizar a ação educativa é
fazer incidir sobre a
42

rotina a preocupação do inspetor, que deveriam ser orientadores”. No


entanto, não houve consolidação desta reforma, ficando a direção e a
inspeção de ensino sob a responsabilidade de um inspetor geral, em todo o
estado, auxiliado por dez inspetores escolares, voltando-se a prática anterior.
O Estado Novo, período caracterizado por uma ideologia antiliberal e
antidemocrática marcada por uma política de corte fascista que pretendia
eliminar todas as forças de resistência no país (BRZEZUSKI, 1996), foi palco
da criação do curso de Pedagogia (Decreto Lei Nº 1190 de 4 de abril de
1939).
Tal Decreto instituiu o chamado “Padrão Federal”, cujo objetivo era
formar bacharéis e licenciados para as áreas específicas e para o setor
pedagógico. Segundo Abdulmassihe e Rodrigues (2007), o licenciado em
Pedagogia devia fazer o curso de Didática que o habilitava para a docência
das disciplinas específicas do Curso Normal como também formava o “técnico
em Educação”, o equivalente ao Especialista em Educação. O que
conhecemos como supervisor educacional.
Especializarem e posteriormente fundarem em Belo Horizonte os
cursos de formação de supervisores, que mais tarde seriam espalhados por
todo Brasil. A supervisão educacional brasileira é produto da assistência
técnica norte-americana prestada aos países da América Latina, objetivando
mudança de mentalidade para se alcançar um nível de vida mais sadio e
economicamente produtivo, impedindo, dessa forma, a penetração do
comunismo.
Com a expansão do ensino, a lei 4.024/61 (Art. 52), trazia uma breve
referência, na qual previa a formação de professores, orientadores,
supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário
através do ensino normal.
A lei 5.5.40/68 (Art. 30) estabelecia que a formação dos professores
para o ensino de segundo grau, de disciplinas gerais e técnicas e preparo de
especialistas para os trabalhos de planejamento, supervisão, administração,
inspeção e orientação nas escolas seria feito no ensino superior. No entanto,
o Decreto Lei 464/69 (Art. 16) estabelecia que “enquanto não houver em
número bastante, os professores e especialistas a que se refere o Art. 30, a
habilitação para as respectivas funções será feita mediante exame de
43

suficiência, realizado em instituições oficiais de ensino superior indicadas pelo


Conselho Federal de Educação”.
É importante ressaltar que o ideário que orientou a formação do
supervisor, especificamente, se fundamentou na pedagogia tecnicista. Que
tinha como objetivo político a capacitação e o treinamento dos Supervisores e
demais profissionais da educação, para atender as demandas do setor
produtivo capitalista.
Seguindo o modelo Taylorista implantado nas fábricas. Com as
mudanças ocorridas em caráter legal, a formação do professor e do
especialista, recebiam um tratamento diferenciado, distanciando este último
da formação do educador.
44

17 ATA DE REUNIÃO PEDAGÓGICA E/OU ADMINISTRATIVA


45

18 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO


SUPERVISOR/ORIENTADOR
Para melhor compreender as condições de trabalho do Supervisor Escolar da
Rede Municipal de Ensino de Joinville apresenta-se o perfil desse profissional. Dos
Supervisores Escolares pesquisados, 53% (19), dos 36 respondentes, possuem
entre 40 e 49 anos de idade, 61% (22) são casados ou vivem em união estável e
31% (11) possuem dois filhos. Dos respondentes, 64% (23) trabalham na Rede
Municipal de Ensino 4 entre 7 e 25 anos, 42% (15) estavam na função de Supervisor
Escolar, também, entre 7 e 25 anos, no entanto, 78% (28) estão a menos de 6 anos
na mesma escola. Dos participantes 94% (34) possuem Especialização na área de
Educação ou Psicologia. 50% (18) são concursados e 97% (35) trabalham 40 horas
na função. Dos 33% (12) que exercem alguma atividade extra, ela se refere à área
de educação, a maior parte atuando como professor universitário. Em síntese, os
Supervisores Escolares pesquisados possuem entre 40e 49 anos de idade, são
casados ou vivem em união estável, possuem dois filhos.
Trabalham na Rede Municipal de Ensino e na função de Supervisor Escolar
entre 7 e 25 anos, estando na atual escola a menos de 6 anos. Possuem
Especialização na área de Educação ou Psicologia, são concursados e trabalham 40
horas na função. Diante desse perfil, analisou-se os dados da pesquisa em relação à
rotina e às atividades desenvolvidas pelos Supervisores Escolares, podendo
verificar, assim, que os supervisores já possuem uma rotina pré-estabelecida, que
contempla boa parte das atividades definas no Regimento Único das Unidades
Escolares.
No entanto, essas atividades nem sempre são possíveis de serem realizadas
devido as adversidades e às necessidades que se apresentam na escola. Pelo
Gráfico 1, podemos constatar as atuações que se sobressaem na rotina de trabalho
e as atividades que mais exigem atenção desse profissional. 5 Gráfico 1 –
Comparativo entre atividades de rotina e as atividades mais exigidas Fonte:
Questionário de pesquisa “Trabalho do Supervisor Escolar” (2015) Analisando
detalhadamente as constatações apresentadas, percebemos que, 97% (35) dos
supervisores têm acompanhado os professores, ou seja, a supervisão na Rede
Municipal de Ensino realiza a sua principal função, o atendimento aos professores,
tendo como referência a fase construtiva ou a supervisão orientada, a qual se
“preocupação com o trabalho de orientação dos professores, corrigindo as falhas
46

que pudessem apresentar e orientando-os sobre os procedimentos considerados


mais adequados” (URBANETZ, 2013, p. 42-43), como é possível constatar em
algumas respostas. Assisto e registro aulas fazendo devolutivas aos professores
(SE1)
Acompanhar o trabalho do professor (assistindo aula ou acompanhando o
planejamento), ajudar o professor no que ele estiver precisando, apoio pedagógico.
(SE6) Acompanhar, orientar, auxiliá-los, ver planejamentos, fazer devolutivas dos
mesmos. (SE12) O acompanhamento de professores é a atividade que mais exige
atenção dos Supervisores Escolares, na opinião de 31% (11) dos entrevistados, um
índice baixo considerando que essa é sua principal função. O segundo item mais
presente na rotina do Supervisor Escolar é o atendimento aos alunos, presente na
rotina de 61% (22) dos entrevistados. Nérici (1976, p. 213) descreve,
A supervisão escolar não se interessa propriamente pelo educando em si,
individualmente, que é mais tarefa da orientação educativa, mas se interessa, sim,
pelo educando em conjunto, por aquilo que a ele se refira, como um todo, ou como
grupo expressivo desse todo.
Assim, o rendimento escolar de um determinado educando pode ser de
interesse da orientação educativa e não da supervisão. Porém, se toda uma classe
ou a sua maioria for mal em uma disciplina ou decair de rendimento, então o
supervisor passará a se interessar pelo problema, a fim de averiguar o que está
ocorrendo com o processo ensinoaprendizagem daquela disciplina. O atendimento
aos alunos merece atenção, pois consta no Regimento Único das Unidades
Escolares (2011), que essa deve ser compartilhada com a função do Orientador
Educacional, ficando sob a responsabilidade do Supervisor Escolar apenas as
intervenções relacionadas às necessidades de aprendizagem.
No entanto, podemos observar que o Supervisor Escolar assume não apenas
itens relacionados à aprendizagem, mas também com relação à indisciplina,
relacionamentos, problemas com faltas e entrega de atividades, como podemos
perceber pelas vozes registradas pelos participantes: Indisciplina dos alunos. (SE1)
Ajudar alunos faltosos na realização de provas. (SE8) Alunos com dificuldade de
relacionamento, aprendizagem. (SE18) Administração de conflitos aluno x professor
na ausência da orientadora. (SE24) Indisciplina dos alunos. Tarefas e trabalhos não
feitos. (SE32) Também são registrados pelos Supervisores Escolares atividades de
atendimento aos pais, como segue: 7 Corro o dia todo e os problemas são diversos
47

desde alunos, pais, professores e secretaria. (SE13) Contato com as famílias


(conversas). (SE11) Mediação de conflitos entre os docentes e entre os pais e
professores. (SE29) Amenizar conflitos (aluno/aluno, professor/aluno,
professor/pais). (SE33) Percebe-se, pelas respostas, que o Supervisor Escolar
precisa ter claro sua função na parceria com o Orientador Educacional, para que não
sobrecarregue sua rotina. Afinal, ele deve atuar junto ao professor, em parceria com
o Orientador Educacional em prol de melhoria no processo de ensino-aprendizagem,
conforme
É responsável, nas unidades escolares, pelas ações de articulação coletiva
do projeto político pedagógico, pelo acompanhamento e orientação do trabalho
docente, pela organização de reuniões pedagógicas e pelas atividades de formação
continuada. [...] O coordenador pedagógico mobiliza a escola e seus sujeitos, por
isso, seu trabalho não pode se reduzir à mera execução de atribuições legalmente
determinadas, ao papel de um controlador/fiscalizador do trabalho docente. Santos
(2012), defende ainda que o profissional para atuar como coordenador pedagógico
não seja somente o pedagogo, mas um cargo eletivo, possibilitando a todos os
docentes a chance de serem coordenadores pedagógicos, uma vez que esse
profissional aglutina os serviços de administração, supervisão e orientação
48

19 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO


SUPERVISOR/ORIENTADOR

A supervisão escolar no Brasil Colonial e Monárquico A organização das


atividades educativas no Brasil teve início a partir da chegada dos primeiros jesuítas,
em 1549. Pode-se dizer que, com o Plano de Ensino formulado pelo Padre Manuel
da Nóbrega existia, assim, uma função supervisora, porém a ideia de supervisão
ainda não era visível. Essa ideia supervisora só veio a manifestar-se claramente a
partir de 1570, através da Ratio Studiorum, ou seja, o Plano Geral dos jesuítas,
formado por um conjunto de regulamentos acerca de todas as atividades dos
agentes ligados diretamente ao ensino, como também matérias e regras dos alunos
(SAVIANI, 2007). Explicita-se, pois, no Ratio Studiorum, a ideia de supervisão
educacional. Ou seja, a função supervisora é destacada (abstraída) das demais
funções educativas e representada na mente como uma tarefa específica para a
qual, em consequência, é destinado um agente, também específico, distinto do reitor
e dos professores, denominado prefeito dos estudos.
A reforma pombalina da educação pública, com o alvará de 28 de junho de
1759, ocasionou a expulsão dos jesuítas e, consequentemente, a extinção do seu
“sistema de ensino”, passando a adotar as aulas régias. Dessa forma, a função
supervisora destacada na atividade desenvolvida pelo prefeito dos estudos foi
dissolvida. Tal papel passou a ser desempenhado em nível de sistema por um
diretor geral de estudos e em nível local através de comissários de estudos
(SAVIANI, 2007). 18 Ainda conforme Saviani (2007, p. 23), no período do Império,
cabia ao inspetor geral a missão de “supervisionar pessoalmente ou através de
delegados ou membros do Conselho Diretor todas as instituições de ensino primário
e secundário, públicos e privadas”. A partir da independência do Brasil e a
organização autônoma da instrução pública ocorrida em 15 de outubro de 1827,
foram fundadas as escolas das primeiras letras.
A Lei deliberava a aplicação do “Método do ensino mútuo”, no qual o
professor concentrava a função de docência e também de supervisão, tendo em
vista que ele instruía os monitores e supervisionava as atividades de ensino
desempenhadas por eles e ainda a aprendizagem dos alunos
Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor limitou-se a
supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada círculo e cada mesa
49

tendo à sua frente um monitor, um aluno mais avançado, que ficava dirigindo. Fora
destas horas, os monitores recebiam, diretamente dos professores, uma instrução
mais completa, e não era raro ver os mais inteligentes adquirirem a instrução
primária superior. No entanto, esse método não perdurou.
Em 1834, o Império requer que agentes específicos exerçam a função de
supervisores (ALMEIDA, 1989 apud SAVIANI, 2007, p. 23): (...) as escolas de ensino
mútuo, por uma razão qualquer, não correspondem às nossas esperanças: eu me
vejo obrigado a confirmar esta observação. O bem do serviço, Senhores, reclama
imperiosamente a criação de um Inspetor de Estudos, ao menos na capital do
Império. É uma coisa impraticável, em um país nascente, onde tudo está para ser
criado, e com o péssimo sistema de administração que herdamos, que um ministro
presida ele próprio aos exames, supervisione as escolas e entre em todos os
detalhes.
Somente em 1854, foi estabelecida nas escolas uma supervisão permanente
através das reformas Couto Ferraz, na qual as atribuições do inspetor geral era
supervisionar escolas, colégios, casas de educação, estabelecimentos de instrução
primária e secundária, públicos e particulares. O inspetor geral incumbia-se ainda da
tarefa de dirigir exames dos docentes, conferir-lhes diplomas, autorizar abertura de
escolas particulares e revisão, correção e substituição de livros.
Diversas discussões foram travadas até o fim do período monárquico, nas
quais as ideias convergiam sobre a precisão de articulação de todos os serviços de
19 educação numa coordenação nacional. No exterior, a discussão reinava acerca
da estruturação e implantação dos sistemas nacionais de ensino de cada país.
Nessa conjuntura, a ideia de supervisão passava a ser mais discutida e com maiores
chances de ser efetivada .
A supervisão escolar no Brasil República No período republicano, a
educação foi influenciada pelo positivismo e pela aprovação reforma de Benjamin
Constant. O ensino tornou-se laico, a visão burguesa difundiu-se na escola e uma
pedagogia tradicional foi adotada, enfatizando o ensino humanista da cultura geral
centralizado no professor, com relações pedagógicas desenvolvidas de maneira
hierárquica e vertical (PINHEIRO, 2007). Observa-se que, inicialmente, a supervisão
configurou-se como uma ideia e, somente a partir do inicio do século XX, passou a
ser vista como profissão. Desta forma, apenas a partir desse período que muitos
autores
50

Iniciam a descrição histórica acerca do tema. A ideia de supervisão, antes de


ser apregoada no âmbito educacional iniciou-se com a industrialização. Na qual a
preocupação com a produção vinha em primeiro lugar, tendo a necessidade de
monitoramento e controle das atividades desenvolvidas na empresa, visando
alcançar eficiência e eficácia. Na escola, inicialmente, a supervisão assumiu o
mesmo caráter, ou seja, de controle e verificação das atividades docentes: No final
do século XIX e início do século XX, a supervisão passou a preocupar-se com o
estabelecimento de padrões de comportamento bem definidos e de critérios de
aferição do rendimento escolar, visando à eficiência do ensino. No começo do
século XX, pode-se verificar a utilização dos conhecimentos científicos na melhoria
do ensino e na medida dos resultados de aprendizagem dos alunos.
A supervisão, então, se propõe a transmitir, explicar, aprimorar, mostrar,
impor, julgar e recompensar.
A década de 20 apresenta-se no cenário educacional como uma época de
grande destaque, tendo em vista os acontecimentos importantes ocorridos.
Primeiramente, o surgimento dos profissionais da educação como uma nova
categoria profissional e em 1925, foi criado o Departamento Nacional do Ensino e o
20 Conselho Nacional de Ensino através do Decreto nº 16.782-A, órgãos que seriam
responsáveis pelas questões educacionais em nível técnico. Esta separação entre a
parte administrativa e a parte técnica, tornou-se, portanto, condição para o
aparecimento da supervisão . A primeira referência ao surgimento da supervisão no
Brasil está relacionada à Reforma Francisco Campos, através do Decreto-Lei 19.890
de 18/4/1931 com uma concepção voltada para a orientação pedagógica,
desvinculada da ideia de controle e fiscalização. A década de 30 foi marcada
historicamente por questões políticas, sociais e econômicas que consequentemente
repercutiram na educação.
O recémem possado presidente Vargas cria o Ministério da Educação e
Saúde Pública. O Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova é lançado, sob influência
do Liberalismo. O manifesto sugeria que o Estado estabelecesse um plano geral de
educação e determinasse a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória
e gratuita (MEC, 2013). O curso de Pedagogia foi criado pelo Decreto-Lei Nº 1190
de quatro de abril de 1939, cujo objetivo era formar bacharéis e licenciados para as
áreas específicas e para o setor pedagógico. O licenciado em Pedagogia
necessitava fazer o curso de Didática, que o capacitava para a docência das
51

disciplinas peculiares do Curso Normal como também formava o “técnico em


Educação”, o equivalente ao Especialista em Educação, que conhecemos hoje como
supervisor educacional.
Nessa situação, percebe-se que a educação vivenciava um período de
mudança, adotando um caráter mais técnico, buscando racionalizar o trabalho
educativo, dando importância aos técnicos, entre eles,
As reformas Capanema que ocorreram entre 1942 a 1946 deram
continuidade ao processo de estruturação/reestruturação do ensino brasileiro que
resultou posteriormente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional em 1961
21 (SAVIANI, 2007). A partir de 1945, foi iniciada no país sua fase de
redemocratização do país, que sofre pressões internas por parte de militares
apoiados por grupos das classes médias e das classes .
[A ideia de supervisão como inspeção vem à tona novamente no cenário
educacional brasileiro em 1950, a partir do Programa Americano-Brasileiro de criado
através de um acordo bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, na busca de
desenvolver uma política desenvolvimentista, que apregoava a educação como uma
forma de atingir a transformação social.
Até 1960, o sistema educacional brasileiro caracterizava-se por ser
centralizado e todos os estados e municípios seguiam o modelo. Em 1961, com a
aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), os órgãos
estaduais e municipais auferiram mais autonomia, suavizando a centralização do
Ministério da Educação e Saúde (MEC, 2013). A LDB passou a prever setores
especializados para coordenar as atividades pedagógicas nas escolas como forma
de buscar a execução das políticas educacionais desejadas pelos Sistemas de
Ensino. 2.1.3 A supervisão escolar no período da Ditadura Militar Em 1964, com a
Ditadura Militar já instaurada no país, passou-se a desenvolver uma educação
pautada pela Pedagogia Tecnicista, que tem como fundamentos o autoritarismo e a
repressão, do mesmo modo que acontece em uma 22 organização fabril, buscando
a todo o momento a burocratização, a eficiência e a eficácia. É importante ressaltar
que o ideário que orientou a formação do supervisor, especificamente, se
fundamentou na pedagogia tecnicista. Que tinha como objetivo político a
capacitação e o treinamento dos Supervisores e demais profissionais da educação,
para atender as demandas do setor produtivo capitalista. Seguindo o modelo
Taylorista implantado nas fábricas. (MARROCO; ZANELATO, 2011) Nessa época,
52

foram aprovadas ainda reformas de 1º, 2º e em nível superior. Esta última resultou
em mudanças no curso de Pedagogia, que passou a o oferecer novas habilitações
em administração, inspeção, supervisão e orientação, desta forma, a função de
supervisor educacional é profissionalizada (PINHEIRO, 2007; SAVIANI, 2007). Tal
panorama pode ser entendido a partir do trecho evidenciado por Vasconcellos (2007
apud URBAN, 1985, p. 5): Sabe-se que a Supervisão Educacional foi criada num
contexto de ditadura. A Lei n. 5692/71 a instituiu como serviço específico da Escola
de 1o e 2° Graus (embora já existisse anteriormente). Sua função era, então,
predominantemente tecnicista e controladora e, de certa forma, correspondia à
militarização Escolar. No contexto da Doutrina de Segurança Nacional adotada em
1967 e no espírito do AI-5 (Ato Institucional n.5) de 1968, foi feita a reforma
universitária.
Nela situa-se a reformulação do Curso de Pedagogia. Em 1969 era
regulamentada a Reforma Universitária e aprovado o parecer reformulador do Curso
de Pedagogia. O mesmo prepara predominantemente, desde então, "generalistas",
com o título de especialistas da educação, mas pouco prepara para a prática da
educação.
Percebe-se, dessa forma, que a introdução da supervisão educacional na
escola, traz consigo a divisão social do trabalho, ou seja, a divisão entre aqueles que
refletem, deliberam, determinam e cumprem as atividades. O professor era, até
então, agente completo de sua prática pedagógica. A partir disso, foi colocado entre
ele e seu trabalho a figura do técnico educacional, transformando-o em um mero
transmissor de conhecimentos.
53

20 PLANO DE AÇÃO

Com isso em mente, confira agora os 8 principais passos para criar um
plano de ação escolar.

1.1.1 1. Definir objetivos

Antes de pensar nas atividades a serem feitas, é preciso definir quais são
os objetivos a serem alcançados pela escola.

Embora definir objetivos possa parecer um pouco abstrato e amplo demais,


uma forma simples de começar a fazer isso é simplesmente perguntar aos
profissionais da instituição o que cada um deles deseja conquistar, como escola,
ao fim do período compreendido no plano.

Envolver toda a equipe nesse exercício vai trazer uma visão abrangente das


necessidades e metas da escola, como: 

 Melhorar a retenção de estudantes nos cursos

 Aumentar o número de matrículas

 Reduzir gastos para melhorar a saúde financeira da escola

 Aumentar o ticket médio dos estudantes

 Lançar um novo curso alinhado às tendências do mercado

Caso a lista fique  muito extensa, é necessário priorizar quais serão os


principais objetivos da escola para garantir que o plano de ação traga foco nas
atividades e aumente as chances de sucesso da organização.
54

21 RELATO DA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO À DIREÇÃO


ESCOLAR
O Plano de Ação da equipe pedagógica foi idealizado a partir das discussões
da Semana Pedagógica de 2008 pois, na ocasião, nos foi solicitada a formulação do
Plano de Ação da Escola.

As discussões nos levaram à reflexão da necessidade de formular nosso plano de


ação, no qual apresentamos o planejamento das atividades a serem desenvolvidas
pela equipe pedagógica durante o ano de 2008.

Após sua formulação, apresentamos o Plano à diretora da escola e, depois da sua


aprovação, para nossa equipe de professores, funcionários, alunos e pais.

Notamos grande diferença no nosso dia a dia a partir da aplicação do Plano de


Ação, fato que facilitou e organizou não somente nosso trabalho, mas também dos
professores, alunos e funcionários. Como sabemos, nem tudo o que planejamos é
possível de ser cumprido a contento. No decorrer do ano, realizamos algumas
adaptações e alterações de datas e atividades, porém conseguimos efetuar em
torno de 80% das atividades inicialmente propostas.

Dentre os benefícios alcançados com as ações realizadas destacamos a conquista


de maior envolvimento e participação da comunidade escolar como um todo
(professores, pais, alunos e funcionários). Após esta experiência, continuamos com
a prática de formulação do plano de ação anualmente.
55

22 VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO

Eu, [Inserir nome do Acadêmico], RA [Inserir RA do Acadêmico],


matriculado no [Inserir o semestre] semestre do Curso de [Inserir nome do curso]
da modalidade a Distância da [Inserir nome da Universidade], realizei as
atividades de estágio [Inserir nome do Estágio] na escola [Inserir nome da escola],
cumprindo as atividades e a carga horária previstas no respectivo Plano de
Trabalho.

______________________ ______________________
_____ _____
Assinatura do(a) Assinatura Supervisor de
Estagiário(a) Campo
56

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho tem importância na minha vida profissional e pessoal pois


observei como posso contribuir para o desenvolvimento motor e cognitivo da criança
e a Educação Física também tem sua parcela na contribuição nos programas de
políticas públicas voltadas a saúde, quando a criança é inserida no contexto escolar
e começa a vivenciar as aulas de Educação Física, ela começa a ter uma enorme
diversidade de atividades físicas e esportivas, na qual ela consegue se identificar
com sua pratica tornando assim um adulto com hábito de praticar atividade física e
esportiva, tornando assim mais ativo.
Pela sua importância do desenvolvimento físico e mental da criança através
da Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 (LDB) tornou a disciplina de Educação Física
obrigatória no contexto escolar durante todo o ensino básico, salvos em casos
previstos em lei. (BRASIL, 1996)
57

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