CAMPO LIMPO - CARTOGRAFIA DAS TERRITORIALIDADES CULTURAIS Escola Da Cidade 13092016 - GPEC - P3REDES
CAMPO LIMPO - CARTOGRAFIA DAS TERRITORIALIDADES CULTURAIS Escola Da Cidade 13092016 - GPEC - P3REDES
TIPO
REDE
CONSTELAÇÕES
P3 REDES
levantamento de campo e
diagramas vetoriais
CAMPO LIMPO
CARTOGRAFIA DAS TERRITORIALIDADES CULTURAIS
P3 REDES
13-09-2016
ÍNDICE
3 7 17
INTRODUÇÃO DESCRIÇÃO REDES
4 metodologia de pesquisa 17 breve digressão
DAS VISITAS DE 18 fluxo e rede
CAMPO 21 espaços, eventos,
1
7 festa julina chico city coletivos
7 sarau da ponte pra cá 22 diagrama de redes
35
8 festival percurso 24 noções de arte e cultura
9 inauguração ateliê 28 discursos sobre
cendira território e apropriação da
11 aniversário de 6 anos do paisagem
maracatu ouro do congo
CONSIDERAÇÕES 11 quebrada de coco com
grupo candearte e baque
GERAIS E
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atitude
APONTAMENTOS 12 quilombo cultural ybira
samba
PARA A SEQUÊN- 14 sarau do binho
CIA DA PESQUISA 15 CIEJA campo limpo
16 vivendo e convivendo EQUIPE ESCOLA
com povos: os indígenas -
CIEJA campo limpo DA CIDADE
38
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
P3 redes
2
3
histórica que a de estrutura, mais empírica que a de complexidade”.
Aqui, para os fins desta pesquisa, rede é meio de transporte e tradução das
e entre as diversas atividades criativas culturais coletivas que se possam
flagrar no território de influência da nova unidade do SESC Campo Limpo.
A partir do trabalho de levantamento de campo e de elaboração de
diagramas vetoriais, busca-se descrever as escalas nela(s) implicadas
(local, urbana, regional e metropolitana) e os fluxos (de pessoas, de ideias,
de ritmos, de narrativas, hábitos e condutas), que atravessam, arrastam,
operam e dão sentido a cada territorialidade cultural.
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Para isto, de acordo com aquele plano de trabalho, as atividades previstas
se deram como segue:
Organização e revisão dos dados recolhidos e analisados na 1a 1ª
etapa após verificação por parte do CSCLSesc.
Realização de visitas em campo utilizando a metodologia de tipo
etnográfico, para entender e descrever alguns fenômenos sociais (fluxos,
ocorrências, dinâmicas e permanências) inerentes essas territorialidades,
mostrando-se necessária a investigação de parte da vida cotidiana atual
que as povoam.
Sistematização dos dados coletados a partir dos relatos de campo
e fotografias, que deram subsídio para a representações gráficas.
Mapeamento, sem distinção de importâncias e hierarquias, das
forças e interações reconhecidas por parte do GPEC, com intenção de
identificar padrões de comportamento.
metodologia de pesquisa
Em sequência às questões indiciadas pelo trabalho anterior, de mapea-
mento e contextualização das condições de vida (pessoas e domicílios)
e de funcionamento urbano (território) presentes no campo de estu-
do (fundamentalmente, uma leitura sócio-territorial a partir de dados
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fluxo e rede Quem frequenta, de onde vocês vêm, para onde vão, quais
outros lugares conhecem? Lugares mais relacionados a determinado
gênero, geração, sexualidade, classe social, cor/raça. Preferências sobre
tipo de atividades culturais.
noções de arte e cultura Tentar identificar as noções de arte e cultura,
seu papel no cotidiano, valores e potencialidades que traz consigo no
entendimento das pessoas.
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formado por elas. Delimitar o cenário significa identificar marcos, recon-
hecer divisas, anotar pontos de intersecção - a partir não apenas da
presença ou ausência de equipamentos e estruturas físicas, mas desses
elementos em relação com a prática cotidiana daqueles que de uma for-
ma ou outra usam o espaço: os atores". (MAGNANI, 1996. Na Metrópole
- Textos de Antropologia Urbana.)
regras “As regras ou script constituem a etapa final desta primeira fase
da análise: os atores, naquele cenário, seguem um roteiro. São essas
regras que dão significado ao comportamento e através delas é possível
determinar as regularidades, descobrir as lógicas, perceber as trans-
gressões, os novos significados. Identificar os movimentos, os fluxos e as
diferentes formas de apropriação, no universo de significado dos atores
é o primeiro passo para se chegar a padrões mais gerais, responsáveis
pela compreensão dos comportamentos articulados a outras instâncias
e domínios da vida social, mais amplos.” (MAGNANI, 2000)
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Por fim, gostaríamos de reforçar que este trabalho não pretende realizar um
retrato de toda a rede de atores que operam na região estudada, pesquisa
que exigiria tempo e recurso muito mais extensos do que os mobilizados
nesta ocasião. O objetivo principal desta pesquisa é compreender as
lógicas de funcionamento da rede de atores e produtores do Campo
Limpo, representando-a graficamente e descrevendo-a textualmente.
(MAGNANI, 2000)
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julho - 18h as 22h
O sarau aconteceu na Praça do Campo Limpo próxima as quadras e
mesas, onde já estava montado o som. As pessoas podiam optar en-
tre os colchões dispostos no chão ou observar o evento de pé. Dentre
as árvores acontecia uma exposição de fotografia enquanto ocorriam
apresentações de teatro, declamações de poesia e se oferecia o micro-
fone ao público. A maioria das pessoas que falou no microfone tratou de
temas do cotidiano, como empoderamento da mulher negra, a margin-
alização do negro e periférico, a violência policial e sobre a cultura do
estupro, entre outros. Aconteceram também apresentações de música
e do Maracatu Ouro do Congo, lançamento de um livro, além de grafites
sendo feitos nas mesas próximas e venda de acarajé.
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foto encerramento do
sarau com show de artis-
ta local.
Por Marina Dahmer.
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foto preparativos do
Sarau: exposição de fotos
e teste de som.
Por Marina Dahmer.
9
foto barracas das di-
versas entidades partici-
pantes. Por Pedro Sales.
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foto aula para a con-
strução de horta vertical
na área externa do Ateliê
Cendira. Por Felipe do
Amaral.
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foto maracatu alegrando
a Praça Campo Limpo..
Fabio Mosaner.
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comunidade, do Baque Atitude e ao retornarem ao Espaço Comunidade
aconteceu a apresentação Quebrada de Coco.
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Dahmer.
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sarau do binho - 29 de agosto -
19h30 às 22h
Evento realizado no CEU Capão Redondo, onde ocorrem aulas no perío-
do do evento. As portas estavam abertas e tinha um movimento con-
siderável nas quadras , onde jovens se encontravam para ouvir música.
Próximo dali localizava-se, o auditório, onde acontecia o sarau. O local,
que abriga aproximadamente 200 pessoas, estava cheio. A maioria dos
participantes eram conhecidos e já tinham ligações com o Binho, porém
alguns alunos do CEU também participaram e assistiram. Aconteceram
declamações de poemas, apresentações de músicas, dança e stand-up,
todos abordando questões de opressão de vários âmbitos.
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foto apresentação de
dança de aluno do CEU.
Pedro Norberto.
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foto intervenção dos
próprios alunos no pátio.
Por Pedro Norberto.
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vivendo e convivendo com povos:
os indígenas - cieja campo limpo -
31 de agosto - 12h as 21h
O IV encontro CIEJA - Campo Limpo se deu com uma programação
cheia por várias partes da escola, tiveram rodas de conversas indíge-
nas, oficinas, venda de artesanatos, culinária, pintura corporal, dança e
celebração indígena. A programação se estendeu pelo dia inteiro com
almoço, lanche e jantar disponível pra quem aparecesse, como já é práti-
ca comum da escola. O espaço estava repleto de representantes indí-
genas, de estudantes e de pessoas interessadas. Uma boa oportunidade
de discussão com a comunidade sobre questões do cidadão indígena,
principalmente no contexto urbano.
16
breve digressão
Se, teoricamente, a noção de rede é de absoluta e inequívoca pertinência
à descrição e interpretação da sociedade (e da cidade) contemporânea,
particularmente no caso dos distritos do Campo Limpo e do Capão Re-
dondo (focos principais do presente estudo), rede é evidência empírica
de modos de vida e das relações econômicas e políticas, sociais e cul-
turais que re-unem, regem e fazem funcionar as lógicas identitárias e co-
laborativas de grande parte da população moradora daqueles distritos.
A flexibilidade, a historicidade e a complexidade, constituintes da rede de
Latour encontram um sentido específico, produtivo e positivo, quando
confrontadas com o universo de resistência (à violência, à exclusão, ao
17
esquecimento), e de busca de reconhecimento próprio à periferia sul da
cidade.
Entendendo que este não seria lugar mais apropriado para se revisitar o
processo de construção e desenvolvimento do movimento de resistên-
cia e valorização da periferia (assunto tratado entre outros, de forma
mais ou menos ideológica, menos ou mais “científica” ou “prático-par-
ticipativa”, por estudiosos e ativistas como DUARTE (2016), MAGNANI
(2000), TURRIANI et. al. (s/d), para ficar nos mais “próximos”), não se
pode deixar de circunstanciar, mesmo que de modo sumário e indicial,
as características da formação e fortalecimento dos movimentos sociais
e redes solidárias e culturais de resistência no Campo Limpo e Capão
Redondo.
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De modo geral, ligados à cultura periférica, ou melhor, à produção cul-
tural das periferias da cidade, os projetos que alimentam tais redes “não
estão inseridos nas grandes universidades, não estão ligados aos centros
de poder” e, principalmente, são tocados “por moradores de bairros da
periferia, atendidos precariamente pelos aparatos públicos, seja [sic]
ligados à cultura, educação, transporte” .
fluxo e rede
Na etapa anterior identificamos quatro agrupamentos de espaços cul-
turais - Campo Limpo, Capão, Jardim São Luiz e Jardim Monte Azul. A
partir do mapeamento de Territorialidades Culturais realizado na últi-
ma etapa, ampliamos a identificação dos Espaços e Eventos a partir de
pesquisa em redes sociais digitais e blogs na internet. Criamos um perfil
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na rede social Facebook para fazer este tipo de sondagem, onde agre-
gamos os eventos, instituições e espaços ligados à cultura do Campo
Limpo, Capão e Jardim São Luiz. Assim, nos dividimos em quatro equipes
para a realização das visitas de campo. Com base nas visitas de campo,
percebemos que o Jardim Monte Azul muitas vezes era entendido por
seus habitantes como parte Jardim São Luiz. Ainda assim, consideramos
o Jardim Monte Azul como distinto do Jardim São Luiz.
Das diversas redes que operam no Campo Limpo (rede de escolas, rede
de instituições de saúde, redes ligadas a religiões, etc.), a rede abordada
nesta pesquisa se distingue por ser uma rede de produtores culturais
que trabalham para o fortalecimento de uma identidade cultural própria
local (Campo Limpo, Capão e Jardim São Luiz), com objetivo de for-
talecer e retornar benefícios àquelas comunidades. Portanto, os produ-
tores culturais do Campo limpo serão nossos pontos de partida para o
entendimento dessa rede.
Fazem parte desta rede tanto o evento Festival Percurso, que aglutina
diversas iniciativas e manifestações culturais, como o Ateliê Cendira,
espaço aberto por iniciativa de duas mulheres em imóvel próprio sub-
utilizado com intuito de repensar a produção e consumo para serem,
segundo suas fundadoras, mais sustentáveis e ao alcance popular. O
que conecta essas iniciativas é a ideia de valorizar a cultura local. No
Uma evidência do que move as conexões dessa rede foi o relato de uma
visita ao Espaço Comunidade:
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Equipe Escola da Cidade, volvidos com o Espaço Comunidade, outro grupo
2016. envolvido com o Candearte (que tem uma sede de
‘produção cultural’ no Taboão) e o grupo do Baque
Atitude". 2
P3 redes
Primeiramente, pela prática de uma escola onde o espaço para o diálo-
go é efetivamente aberto. Isto se dá com as aulas em torno de temas,
juntando português com teatro, ou física com artes,em aulas onde os
alunos têm liberdade de entrar e sair.
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Para efeitos de classificação e cruzamento (etapa posterior deste estudo,
denominada GRID), pode-se tentar individualizar os modos e tipos de
organização coletiva a partir das seguintes definições:
P3 redes
diagrama de redes
O diagrama de redes busca mapear e evidenciar os circuitos através
dos quais espaços, eventos e coletivos se interligam e fazem transitar os
fluxos culturais, tanto no âmbito interno a cada agrupamento espacial
das territorialidades (Campo Limpo, Capão Redondo, Jardim São Luís
e Jardim Monte Azul), quanto entre eles e também externamente ao
recorte espacial (sobretudo referente ao município de Taboão da Serra).
O diagrama sugere, ademais, a prevalência das conexões internas a cada
territorialidade cultural, não sem apontar a importância de ligações
externas das redes de apoio (União Popular de Mulheres, Espaço Clariô,
Cita, Candearte).
22
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identificados
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Conexões entre os agrupamentos
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Cartografia das Territorialidades
LIMPO INDADE
CIEJA CAMPO
AGÊNCIA PO
PULAR Culturais
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CIA BRAVA GUERREIRA Data: 10/09/2016
(TEATRO)
E
Fonte: Pesquisa em campo
ZUL
CAPAO R
23
noções de arte e cultura
25
trabalho juvenil a partir da experiência da Agência Popular de Cultura
Solano Trindade, que busca conquistar novas práticas de trabalho para os
jovens mais pobres. Sua hipótese é de que "a conquista de outras formas
de entrada e permanência no mercado de trabalho podem levar a um
ganho de autonomia. [...] A atuação da Agência Popular de Cultura Solano
Trindade pode ser vista como um movimento social que articula uma rede
de coletivos de cultura preocupados com as formas de trabalho. [...] A
ideia inicial era incentivar os jovens da comunidade a se profissionalizar
artisticamente, também em outras atividades da produção cultural e em
6. <http://www.kas.de/wf/ áreas afins, para uma articulação em rede de coletivos e profissionais da
doc/16495-1442-5-30.pdf>
zona sul."6
P3 redes
“Entendemos que é exatamente a tomada de
consciência como produtores, por parte dos artistas
e ativistas, que fez surgir um movimento cultural nas
periferias de São Paulo. Os moradores tomaram para
si a tarefa de construir espaços de produção e fruição
cultural em localidades onde, apesar de alguns terem
populações com mais de 400 mil pessoas, não existia
um equipamento cultural sequer. [...] 7. <http://www.acao-
educativa.org.br/index.
Sendo assim, entendemos a cultura não só como php/cultura/80-cultur-
um setor do mercado no qual os artistas podem se a/10004822-editori-
inserir economicamente, mas também um campo de al-a-cultura-periferi-
ca-e-a-cultura-comum>
atuação social e política."7
27
comum>
de salas de espetáculos, que nesse contexto apresentam uma grande
permeabilidade.
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discursos sobre o território e
apropriação da paisagem
recortes
Os territórios são caracterizados a partir de divisões simbólicas, percebidas
28
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cada territorialidade é o uso de vestimentas e acessórios. Ainda, outra
escala de distinção é a que diz respeito ao que está “dentro” e “fora” do
território: na visão mais formal das educadoras, os problemas apontam
para um choque cultural entre os alunos vindos da rede particular para a
pública, embora, paradoxalmente, aqueles que se encontram “fora” sejam,
ao mesmo tempo, os vetores de oportunidades para resolver problemas
de “dentro”.
acesso
Em grande parte das visitas, foi possível perceber estratégias de
acolhimento de visitantes. Os espaços físicos, sedes de iniciativas
culturais, escolas ou mesmo casas ocupadas por agentes produtores de
cultura apresentam características que buscam atrair vizinhos e marcar
sua presença no bairro.
P3 redes
foto Fabio Mosaner
Alguns espaços são marcados por elementos visuais, como grafites, foto Rebeca Domiciano
palavras de ordem e estêncis, que diferenciam as fachadas das demais. Os
espaços que já passaram por um processo de formalização institucional 12. Ela descreve como
a rotatória acumulou
ainda podem apresentar banners com informações de seus apoiadores, lixo de um tempo desde
uma logomarca ou a programação do espaço. então, e que teve a ideia
de tentar fazer algo com
ela para não ter mais
de lidar com aquilo. Os
alunos sugeriram fazer
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Eventos realizados em locais fechados ou particulares costumam assumir
uma postura de “abrir as portas”, como um convite para entrar. Mesmo
assim, a entrada nos espaços não passa despercebida - há um processo de
transformação desse visitante em alguém “familiar”. E com o familiarizar
facilita o reconhecimento do espaço público como seu, diversifica as
formas de apropriação e ativa espaços no seu entorno.
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Não existe uma preocupação em conter o som produzido por eventos
culturais. Em um raio de alguns quarteirões, já era possível ouvir o samba
produzido no Bloco do Beco, guiando os interessados pelo som para
dentro da casa. Em um evento no Espaço Comunidade, uma roda de
samba foi feita dentro da casa, na laje frontal, visível e audível da rua. No
ateliê Cendira, durante uma oficina de permacultura, o portão da casa
ficou aberto, permitindo a visão da oficina e de uma espécie de vitrine de
roupas usadas e produzidas nas oficinas do local.
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me cumprimentavam como se eu já fizesse parte do
17. Relato de Campo,
Equipe Escola da Cidade,
grupo dos conhecidos.”18
2016
Há ainda outra forma de trazer público que são manifestações artísticas
18. Ibid. em formato de “cortejo”, tipicamente relacionados à cena do maracatu,
19. Ibid. mas que também podem aparecer com outras manifestações. No cortejo,
os participantes saem de um local de referência para realizar um percurso
pelas ruas do bairro, carregando um estandarte que os identifique e
puxando cantos e batuques. Com isso, de forma itinerante, anunciam sua
presença, atraindo alguns participantes para o cortejo e convidando-os
para frequentarem o espaço de referência.
P3 redes
Durante o cortejo, o grupo estabelece uma boa relação com os moradores
locais, procurando organizar os participantes de modo a permitir a
passagem de carros e ônibus. O cortejo e os eventos que expandem seu
público são uma boa oportunidade para que os atores estabeleçam novas
relações entre si, e, em decorrência, que ampliem a rede de contatos de
seus coletivos, espaços e instituições.
redes e fluxos A rede abordada nesta pesquisa se distingue por ser uma
rede de produtores culturais que trabalham para o fortalecimento de uma
identidade cultural própria local, com objetivo de fortalecer e retornar
benefícios àquelas comunidades. Outro aspecto importante observado
é que esta rede, apesar de ter em sua configuração instituições e
agremiações, tem seus vínculos mais importantes formados por relações
e iniciativas individuais. Nesta rede, os vínculos individuais mostram-se
mais importantes que as instituições.
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da cidade, e que agora se manifesta também no Campo Limpo. No terceiro,
a arte e a cultura aparecem como produto, fazendo com que a “cultura de
periferia” se estabeleça como marca e sua atividade de produção cultural
surja como possibilidade de caminho profissional.
P3 redes
Apontamentos para as próximas etapas:
37
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
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CONSULTORES EXTERNOS urbanismo Arqº. Pedro Vada
etnografia Antr. Me. Yuri B. Tambucci
supervisão em psicanálise Anna Turriani
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