Instituto Superior Mutassa
Unidade Orgânica de Manica
Curso de Licenciatura em Ensino de Inglês com Habilidades em Português
Pensamento e Ensino-Aprendizagem
Pensa Pedro Furede
Chimoio
2022
Instituto Superior Mutassa
Unidade Orgânica de Manica
Curso de Licenciatura em Ensino de Inglês com Habilidades em Português
Pensamento e Ensino-Aprendizagem
Trabalho Individual Submetido ao
Centro de Educação à Distância em
Cumprimento dos Requisitos da Cadeira
de Psicologia de Aprendizagem
Docente: Msc. Filipe Tobias Mabuto
Pensa Pedro Furede
Chimoio
Setembro de 2022
Índice
1.0. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 1
1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 1
1.1.2. Específicos ................................................................................................................ 1
1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 1
2.0. Pensamento e Ensino-Aprendizagem .................................................................................. 2
2.1. Pensamento ...................................................................................................................... 2
2.1.1. Teorias do Pensamento.............................................................................................. 2
2.1.2. Processo de pensamento ............................................................................................ 3
2.1.3. Tipos de pensamento ................................................................................................. 4
2.1.4. Procedimento do pensamento.................................................................................... 5
2.2. Ensino-Aprendizagem...................................................................................................... 5
2.3. Operações de Pensamento e ensino-aprendizagem.......................................................... 7
3.0. Conclusão .......................................................................................................................... 10
4.0. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 11
1.0. Introdução
Na afirmação de Raths (1972), “quem têm muitas oportunidades para pensar, apresentam
mudanças positivas em seu comportamento.” No processo ensino-aprendizagem é
recomendável que se dê ao aluno a oportunidade para exercitar seu pensamento e explorar
relações, que o pensamento deixe de ser instrumento de passividade, conformismo e submissão
para tornar-se um ato libertador” (Fuzer & Dohms, 1988).
O presente trabalho da cadeira de Psicologia de Aprendizagem objectiva abordar a cerca do
pensamento e ensino-aprendizagem. Como não obstante, o trabalho esta estruturada em quatro
partes distintas: Introdução – onde o autor trás as notas introdutória do trabalho;
desenvolvimento – discussão dos dados do tema; a conclusão – que são considerações finais do
autor; e por fim na última parte contém a página de referências que ilustra a referência
bibliográfica de todas as obras literárias e electrónicas que serviram de base potencial para a
elaboração do trabalho.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
▪ Caracterizar o pensamento e ensino-aprendizagem.
1.1.2. Específicos
▪ Definir os conceitos de pensamento e ensino-aprendizagem;
▪ Descrever as operações do pensamento e ensino-aprendizagem.
1.2. Metodologia
Este trabalho emprega uma revisão bibliográfica como metodologia. De acordo com Gil
(2008), a revisão bibliográfica é a melhor metodologia para responde determinadas questões de
pesquisa. A revisão bibliográfica como metodologia permite aos pesquisadores fornecer
respostas teóricas ao assunto.
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2.0. Pensamento e Ensino-Aprendizagem
2.1. Pensamento
Pensamento é um processo mental que permite aos seres modelarem o mundo e com isso
lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos (Guimarães,
2017). O autor sustenta que o pensamento é a faculdade que tem como objetivo o conhecimento,
inteligência. O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem, é construto e
construtivo do conhecimento.
Rodrigues e Bila (s/d, p. 87) definem o pensamento como o processo de análise e síntese, é
colocado como processo cognitivo que conduz as características mais gerais e essenciais, ao
conhecimento abstracto, conceptual. Ele conduz aos conhecimentos mais profundos, de modo
a ser capaz de organizar actividades de aprendizagem.
2.1.1. Teorias do Pensamento
2.1.1.1. Platonismo:
De acordo com o platonismo, o pensamento é uma atividade espiritual na qual as formas
platônicas e suas inter-relações são discernidas e inspecionadas. Essa atividade é entendida
como uma forma de fala interna silenciosa na qual a alma fala consigo mesma (Borchert, 2006).
2.1.1.2. Aristotelismo e conceitualismo
Brorchert (2006) afirma que os aristotélicos sustentam que a mente é capaz de pensar em
algo instanciando a essência do objeto do pensamento.[21] Assim, enquanto pensa em árvores,
a mente instancia a arvoridade. Esta instanciação não acontece na matéria como é o caso das
árvores reais, mas na mente, embora a essência universal instanciada em ambos os casos é a
mesma. O conceitualismo está intimamente relacionado com o aristotelismo. Sustenta que o
pensamento consiste em evocar conceitos mentalmente. Alguns destes conceitos podem ser
inatos, mas a maioria tem que ser aprendida através da abstração da experiência sensorial antes
de poder ser usada no pensamento (ibid)
2.1.1.3. Teoria de fala interna
Conforme Borchert (2006), as teorias de fala interna afirmam que o pensamento é uma
forma de fala interna. Afirma que pensar envolve evocar palavras silenciosamente e conectá-
las para formar sentenças mentais. O conhecimento que uma pessoa tem de seus pensamentos
pode ser explicado como uma forma de ouvir o próprio monólogo silencioso (Roessler, 2016).
2.1.1.3. Associacionismo
Uma visão importante na tradição empirista é o associacionismo, a visão de que o
pensamento consiste na sucessão de ideias ou imagens. Borchert (ibid) afirma que pensar
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envolve entreter uma sequência de imagens em que imagens anteriores evocam imagens
posteriores com base nas leis da associação.
2.1.1.4. Behaviorismo
De acordo com o behaviorismo, o pensamento consiste em disposições comportamentais
para se envolver em certos comportamentos publicamente observáveis como reação a estímulos
externos particulares (Graham, 2019). Nesta visão, ter um pensamento particular é o mesmo
que ter uma disposição para se comportar de uma certa maneira.
2.1.1.5. Computacionalismo
Segundo Rescorla, (2020) as teorias computacionalista do pensamento, frequentemente
encontradas nas ciências cognitivas, entendem o pensamento como uma forma de
processamento de informações. Estas visões se desenvolveram com o surgimento dos
computadores na segunda parte do século XX, quando vários teóricos viram o pensamento em
analogia com as operações dos computadores. Em tais pontos de vista, as informações podem
ser codificadas de forma diferente no cérebro, mas, em princípio, as mesmas operações ocorrem
lá também, correspondendo ao armazenamento, transmissão e processamento de informações.
2.1.2. Processo de pensamento
Segundo Rodrigues e Bila (s.d) Os principais processos de pensamento ou operações
racionais são:
▪ A análise: Divisão mental, ou seja, o pensamento se divide em duas formas, esquerda
e direita. Consiste em destacar no objecto os diversos elementos, propriedade, ligações
e relação. É a divisão do objecto sujeito à cognição em diversas components. Por
exemplo: Para compreender o mecanismo de funcionamento de um motor eléctrico é
preciso em primeiro lugar saber qual é a constituição do motor, as peças (rótor, estátor
e enrolamentos), destacar os seus diversos elementos e desmontá-lo nas suas
componentes.
▪ A síntese: Se reúne todo o processo mental para logo ser analisado ou decorado. Na
síntese verifica-se a unificação e a confrontação dos elementos em que o respectivo
objecto foi dividido. É a descoberta das relações entre os elementos e construção,
coordenação mental de tudo o que foi desmembrado pela análise num conjunto
unificado. Por exemplo na síntese o aluno identifica a principal função de cada uma das
peças no funcionamento do motor eléctrico.
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▪ A abstração: Operação que consiste em mostrar mentalmente certos traços, geralmente
ocultados pela pessoa, distinguindo-se de pensamentos e anexos acidentais, primários e
precedendo aqueles pensamentos. Consiste em pôr de lado todas qualidades não
essenciais de um grupo de objectos ou fenómenos e destacar as essências.
Por exemplo: na abstração o aluno destaca as todas as peças-chave que permite o
funcionamento de motor eléctrico e identifica as que pode podem ser dispensadas, as que com
elas ou sem o motor eléctrico poderá funcionar normalmente.
▪ A generalização: Processo no que se estabelece o comum de um conjunto de objetos,
fenômenos ou relações. Consiste em destacar nos objectos comparados, os elementos
comuns e essenciais. Por exemplo: O aluno identifica outras peças semelhantes que
possam existir e podem servir de alternativa para o funcionamento do motor eléctrico.
Entre esses processos principais tem outros como:
▪ Comparação: Estabelece semelhanças e diferenças entre objetos e fenômenos distintos
da realidade;
▪ Racional: É o pensamento humano quando conduzido de acordo com a razão, ou seja,
o pensamento logico, o raciocínio, livre das perturbações da emoção, do sentimento,
etc.
2.1.3. Tipos de pensamento
Segundo Borchert (2006), uma grande variedade de tipos de pensamento é discutida na
literatura acadêmica, mas não existe uma taxonomia universalmente aceita que resuma todos
esses tipos. Conforme Rodrigues e Bila (s/d) os tipos de pensamento são:
▪ Pensamento criativo: aquele que se utiliza da criação ou modificação de algo,
introduzindo novidades, ou seja, a produção de novas ideias para criar ou modificar algo
existente;
▪ Pensamento sistêmico: é uma visão completa de múltiplos elementos com suas diversas
inter-relações. Sistêmico deriva da palavra sistema, o que nos indica que devemos ver
as coisas de uma forma inter-relacionada;
▪ Pensamento crítico: examina a estrutura dos raciocínios, e tem uma vertente analítica e
avaliativa. Tenta superar o aspecto mecânico do estudo da lógica;
▪ Pensamento interrogativo: é um pensamento com o que se faz as perguntas,
identificando o que interessa a alguém saber sobre um determinado tema.
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2.1.4. Procedimento do pensamento
2.1.4.1. Indução
É um procedimento de pensamento responsável pela generalização, isto é, partimos de algo
particular para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi (2007):
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, su-
ficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo con-
teúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam (p. 86).
Através de indução é possível conduzir os alunos a chegar a conceitos, leis, princípios,
compreensão de procedimento.
2.1.4.2. Dedução
De acordo com o entendimento clássico, é um procedimento de pensamento que que parte do
geral e, a seguir, desce ao particular. “Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e
indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude
unicamente de sua lógica.” (Gil, 2008, p. 9). A partir de princípios, leis ou teorias consideradas
verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica.
A indução e dedução são dois procedimentos fundamentais que o aluno utilize no processo
de ensino- aprendizagem. Cabe ao professor organizar actividades para conduzir o aluno a
induzir e/ou a deduzir e, deste modo, chegar a conhecimentos, de acordo com os conteúdos a
tratar. O professor deve organizar os passos da aula de modo indutivo e/ou dedutivo para
conduzir o aluno a chegar a conhecimentos, princípios ou leis, ou seja, tem que considerar as
particularidades cognitivas do aluno.
2.2. Ensino-Aprendizagem
Conforme Lopes (2015), define-se como ensino-aprendizagem a “interacção entre os
processos comportamentais, isto é, um complexo sistema de interacções entre o docente e o
estudante. A concepção defendida aqui é que o processo de ensino-aprendizagem é uma
integração dialética entre o instrutivo e o educativo que tem como propósito essencial contribuir
para a formação integral da personalidade do aluno. O instrutivo é um processo de formar
homens capazes e inteligentes. O educativo se logra com a formação de valores, sentimentos
que identificam o homem como ser social, compreendendo o desenvolvimento de convicções,
vontade e outros elementos da esfera volitiva e afetiva que junto com a cognitiva permitem falar
de um processo de ensino-aprendizagem que tem por fim a formação multilateral da
personalidade do homem.
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Lopes (2015) afirma que na concepção de Vygotsky “todo e qualquer processo de
aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a
relação entre eles” (p.80).
Segundo Libâneo:
“A relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, não é uma simples transmissão
do professor que ensina para um aluno que aprende. Portanto é uma relação recíproca na
qual se destacam o papel dirigente do professor e a atividade dos alunos.” Dessa forma
podemos perceber que “O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo
de aprendizagem dos alunos”. (Libâneo, 1994, p. 90)
2.2.1. Aprendizagem
Oliveira (2002), a partir das formulações de Vygotsky, define aprendizagem ou aprendizado
como “processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc.
a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas” (p. 57).
Na concepção de Campos (2001), aprendizagem é “a modificação sistemática do
comportamento por efeito da prática ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação
ou ajustamento” (p.30).
Com base nestas definições conclui-se que a aprendizagem é o processo pelo qual o estudante
adquire as competências, habilidades, conhecimento, comportamento ou valores, como
resultado de experiências, estudo, observação, etc.
2.2.2. Ensino
Segundo Altet (1999) apud Ghedin (2012), a aprendizagem é sempre o objetivo do ensino,
embora nem sempre seja obtida pelo ensino. Isto quer dizer que a educação escolar e o ensino
embora tenham por objetivo possibilitar a aprendizagem, nem sempre ela é possível.
Ensinar pode ser definido como uma actividade que visa promover a aprendizagem, e que
é praticada de modo a respeitar a integridade intelectual do estudante e sua capacidade para
julgar de modo independente o que aprendeu.
Netto (1987) esclarece que:
Ensino é essencialmente uma relação de ajuda ou de auxílio interpessoal, na qual alguém
que dispõe de mais experiência e mais conhecimentos influencia outras pessoas de várias
maneiras: leciona, orienta, mostra, explica, demonstra, exemplifica, pergunta, responde,
estimula, corrige, dirige, debate, supervisiona, esclarece, prepara, propõe e acompanha
atividades, incentiva e guia quem aprende quanto ao uso adequado de materiais e recursos,
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facilita a compreensão e o desempenho adequados, fornece os preceitos de uma ciência,
técnica, arte ou habilidade (p.8).
Desse modo, o ensino requer planejamento, sistematização e avaliação, sendo
indispensável: definir objetivos, selecionar conteúdos, especificar estratégias de ensino e
recursos adequados, avaliar a aprendizagem do aluno e a eficiência do ensino.
2.3. Operações de Pensamento e ensino-aprendizagem
Segundo Fuzer e Dohms (1988) no processo ensino-aprendizagem é recomendável que se
dê ao aluno a oportunidade para exercitar seu pensamento e explorar relações, que o
pensamento deixe de ser instrumento de passividade, conformismo e submissão para tornar-se
um ato libertador. As operações ou tarefas do pensamento e estratégias ou técnicas de ensino
são variáveis centrais e indissociáveis que permeiam esse processo, no entanto, as relações entre
elas ainda são pouco exploradas e insuficientemente compreendidas.
Pensar é uma forma de aprender, no entanto, é corrente o conceito e a crença de que os
alunos devem primeiro aprender os fatos e depois serem solicitados a pensar sobre eles, assim
como, o conceito de que a aprendizagem é em grande parte um processo de memorização,
repetição e exercício até que os fatos estejam gravados, em detrimento do reconhecimento da
importância dos numerosos processos através dos quais os fatos podem ser apreendidos (Raths,
Jonas, Rothstein & Wassermann, 1972).
Conforme Lombroso (2004), a memória, conceituada como a capacidade de aprender algo
novo e armazenar as informações aprendidas está no âmbito das funções cognitivas, assim como
a atenção, a concentração, a percepção, o pensamento, o aprendizado, entre outro e não implica
necessariamente em aprendizado. O aprendizado está relacionado aos conceitos de
competências e habilidades. A primeira é entendida como as ações e operações que utilizamos
para estabelecer relações entre os objetos, situações e fenômenos que desejamos conhecer e a
segunda decore das competências adquiridas e referem-se ao “saber fazer”.
Portanto, o conhecimento e domínio dos conceitos, no âmbito da memória, são de extrema
importância, no entanto insuficientes, pois não possibilitam a cognição ou o raciocínio, ou a
capacidade de relacionar conceitos, leis, princípios entre si para construção de estruturas
teóricas explicativas da realidade que dão ao pensamento o espaço de ação significativa (Santos
& Meira, 2015), mas são apenas elementos que subsidiam a cognição, ou seja, o aprendizado
demanda necessariamente operações de pensamento ou competências que se efetivam no
desenvolvimento das habilidades ou capacidades cognitivas, nas quais está inserido o processo
de memorização.
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Santos e Meira (2015) infatizam que ainda, é importante considerar que o processo ensino-
aprendizagem não é uniforme, mas está envolvido por inúmeras variáveis inerentes ao binômio
docente-discente e acredita-se que as estratégias adotadas devem estar contextualizadas de
modo a mobilizar as operações mentais desejáveis e adequadas aos diferentes momentos,
conteúdos, objetos, níveis e objetivos da formação e, apresentem algo inquietante através do
pensamento.
As operações de pensamento sempre estão presentes independentemente do método de
ensino adotado. Remetem ao movimento do pensamento diante do objeto em estudo e podem
ser relacionadas a inteligência do educando. São ações mentais pelas quais o indivíduo
operacionaliza e solidifica o aprendizado (Santos & Meira, 2015). Podem ser definidas como
competências, habilidades ou técnicas gerais requeridas dos indivíduos para aprender diferentes
objetos, para trabalhar as relações, os nexos e as construções de quadros teórico-práticos,
baseado nos conteúdos prévios e novos, propostos pelo método de ensino (Bordenave &
Pereira, (2008). São inúmeras e não há consenso em relação as operações de pensamento
possíveis, bem como em relação as suas denominações ((ibid). São de complexidade variada e
crescente contemplando à comparação, o resumo, a observação, a classificação, a interpretação,
a crítica, a busca de suposições, a imaginação, a obtenção e organização de dados, as hipóteses,
a aplicação de fatos e princípios a novas situações, a decisão, o planejamento de projetos ou
pesquisas (Raths, Jonas, Rothstein & Wassermann, 1972), a argumentação, a análise, a síntese,
o julgamento, a conclusão, a compreensão, tradução, extrapolação, análise de elementos,
análise de relações, análise de princípios de organização, produção de uma comunicação
original, produção de um plano ou projeto de operações, dedução de um conjunto de relações
abstratas, avaliação, julgamento em função de evidência interna e julgamento em função de
critérios externos.
Ao selecionar as ações contidas em diferentes estratégias de ensino, as aprendizagens
propõem ao aluno o exercício de processos mentais relacionados a lógica do conhecimento que
fundamenta e direciona o conteúdo que se pretende abordar (Santos & Meira, 2015).
Estratégias ou técnicas de ensino são ferramentas de trabalho utilizadas pelo professor com
vistas a permitir acesso a informação pelo educando. Podem ser definidas como a arte de aplicar
ou explorar os meios e condições favoráveis e disponíveis, visando à efetivação da
aprendizagem. Estão contidas na execução da metodologia de ensino traçada previamente
(Bordenave & Pereira, (2008). Podem ser realizadas individual ou coletivamente, na sala de
aula ou em outros espaços onde o objeto de estudo pode ser explorado e estão intimamente
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relacionadas à lógica, seja ela formal ou dialética, que estruturou a visão de conhecimento
adotada pelo professor (ibid).
Pode-se dizer que estratégias de ensino e operações de pensamento formam um único
componente do processo ensino-aprendizagem, visto que todo conteúdo possui uma lógica
interna, uma forma que lhe é própria e que precisa ser captada e apropriada para sua efetiva
compreensão e essa compreensão requer a mobilização de processos mentais ou as operações
do pensamento, ou seja, não há estratégia sem operações de pensamento e não há operações
que tenham sido mobilizadas sem estratégia, formando um processo em cadeia infinito. (Santos
& Meira, 2015)
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3.0. Conclusão
A frequência de atividades de pensamento poderá contribuir para o crescimento e a
satisfação da pessoa. Quando se trabalha com o pensamento, as mudanças ocorrem
naturalmente, sem cobranças. O emprego de estratégias que propiciem atividades de
pensamento pode favorecer um melhor desempenho dos alunos no processo ensino-
aprendizagem. Em decorrência fica evidente que o oferecimento de atividades para pensar pode
oportunizar mudanças significativas nas crianças, porém, se quisermos ensinar a pensar,
devemos primeiro ensinar a inventar.
É preciso que a criança, para alimentar sua imaginação e, consequentemente, alargar seus
horizontes, fortalecendo suas estruturas, possa crescer em ambiente abundante de estímulos e
impulsos favoráveis. Isto poderá ocorrer oferecendo-lhe oportunidades para pensar e exercitar
o pensamento.
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4.0. Referências Bibliográficas
Borchert, Donald (2006). Thinking. Macmillan Encyclopedia of Philosophy, 2nd Edition:
Macmillan
Bordenave, J. D; Pereira, A. M. (2008). Estratégias de ensino-aprendizagem. 29ª ed. Petrópolis:
Vozes.
Cardozo, C. M. (2005). Pensamento. Psicopatologia Geral e Especial.
Ferro, M. d., & Paixão, M. d. (2017). Psicologia de Aprendizagem: Fundamentos teórico-
metodológicos dos processos de construção do conhecimento. Teresina: EDUFPI.
Fuzer, W. B; Dohms E. P (1988). “Ensinar a pensar” em física – dois exemplos de aplicação
das operações de pensamento de Louis Raths.
Ghedin, E. (2012) Teorias Psicopedagogicas do Ensino Aprendizagem. Boa Vista: UERR
Editora.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas
Guimarães, C. d. (2017). Psicologia do pensamento e da linguagem. Rio de Janeiro: SESES.
Lakatos, E. M.; Marconi, M. de A. (2007). Fundamentos de metodologia científica. São Paulo:
Atlas
Lombroso, P. (2004) Aprendizado e memória. Rev Brás Pisquiatr.
Lopes, K. B. (2015). Psicologia da Aprendizagem. Cuiabá: UFMT.
Loring, D. W. (1999). INS dictionary of neuropsychology. New York: Oxford University Press.
Maldonado M. T; Canella P (2003). Recursos de relacionamento para profissionais de saúde:
a boa comunicação com clientes e seus familiares em consultórios, ambulatórios e
hospitais. Rio de Janeiro (RJ): Reichann & Affonso Editores.
Oliveira, M. K. (2002). Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico.
Scipione.
Raths L. E, Jonas A, Rothstein A. M, Wassermann S. (1972). Ensinar a pensar: teoria e
aplicação. São Paulo: Editora da Universidade de
Santos, J. d., & Meira, K. C. (2015). Operações de Pensamento e Estratégias de Ensino:
relações e complexidade como uma alternativa para tomada de decisão na dinâmica
dos processos de ensino-aprendizagem. Revista Eletrônica Gestão & Saúde.
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