Aquacultura em sistema bioflocos
Qualidade da água
Engº de Aquicultura Fernando Malamud
Sócio Diretor – Aquatropic Aquacultura e Meio Ambiente Ltda.
Capacidade de Carga • É O PESO DO CAMARÃO OU PEIXE NUMA DETERMINADA
UNIDADE DE ÁGUA À QUAL O CRESCIMENTO INTERROMPE.
TEMPO
Pirâmide Trófica
MENOR A BIOMASSA SUPORTADA
Principal limitante da capacidade de
carga em sistemas bioflocos é:
TAMANHO DO INDIVÍDUO.
QUALIDADE DA ÁGUA.
QUANTIDADE DIÁRIA DE RAÇÃO.
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
BIOMASSA ESTOCADA
OXIGÊNIO
Ciclo do Nitrogênio
Sistema Convencional
Ciclo do Nitrogênio Bioflocos - Autotrófico Ciclo do Carbono CO2
Matéria Orgânica
(Fezes,ração não consumida)
BACTÉRIAS
CO2 Aeração FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA
Melaço
Ciclo do Nitrogênio Bioflocos - Heterotrófico Ciclo do Carbono CO2
Matéria Orgânica
(Fezes,ração não consumida)
BACTÉRIAS
FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA
CO2 Aeração
Melaço
TRANSFORMAÇÃO DA AMÔNIA POR PROCESSO HETEROTRÓFICO NITRIFICAÇÃO POR PROCESSO QUIMIOAUTOTRÓFICO
2.NH4 3.O2 2.NO2 2.H2O 4.H.
NH4+ C6H12O6+ HCO3+ O2C5H7O2N + H2O + CO2 A (OXIDAÇÃO DA AMÔNIA A NITRITO)
Biomassa Bacteriana
2NO2- + O2 = 2 NO3-
B (OXIDAÇÃO DE NITRITO PARA NITRAT0)
PARA CADA 1 GRAMA DE AMÔNIA CONSUMIDO
A + B
Consumo Carboidratos 15,2 g NH4+ O2+ HCO3C5H7O2N + NO3+ H2O + CO2
Alcalinidade 3,6 g
Oxigênio 4,7 g
PARA CADA 1 GRAMA DE AMÔNIA CONSUMIDO
Produção SSV 8 g Consumo Alcalinidade 7,0 g
CO2 9,7 g Oxigênio 4,2 g
Produção SSV 0,2 g
CO2 5,9 g
NO3 0,98 g
Processo Fotoautotrófico
TRANSFORMAÇÃO DO NITROGÊNIO POR ALGAS
16 NO3+ 124 CO2 + 140 H2O + HPO4 C106H263O110N16P + 138 O2+ 18 HCO3
Consumo CO2 24,4 g
Alcalinidade 4,2 g
Produção O2 19,71 g
SSV 15,85 g
Principais análises de água em
sistema BFT
Oxigênio em sistema BFT
Níveis ideais de oxigênio para tilápia = acima de 4 mg/L
Níveis ideais de oxigênio para camarão = acima de 5 mg/L
Formas de Monitoramento Monitor
Multiparâmetro fixo
Kit colorimétrico
Oxigênio
Fotocolorímetro Equip. Multiparâmetro
Oxímetro de bancada móvel
R$ 60,00 R$ 8.000,00
Oxigênio em sistema BFT Concentração algal alta
14
Concentração algal média
12
Concentração algal baixa
10
Oxigênio (mg/L)
08
06
04
02
00
06:00 12:00 18:00 24:00 06:00
hora Avnimelech, 2011
Correções do Oxigênio em sistema BFT
Correto planejamento do sistema de aeração para a densidade utilizada.
Correções emergenciais
Ativação do sistema de aeração emergencial (Peróxido de hidrogênio, oxigênio líquido ...)
Instalação de novos componentes e aumento da potência de aeração.
Redução da densidade de cultivo.
Redução da concentração de Sólidos em Suspensão (consomem O2).
Verificação de possíveis avarias no sistema de aeração (entupimento de mangueiras,
aquecimento de bombas, sobrecarregamento do sistema elétrico, etc...)
pH em sistema BFT
• Representa o grau de acidez dos líquidos.
+
- Quanto maior a [ ] de íons H , mais ácido é o pH.
- Quanto maior a [ ] de íons OH- , mais básico é o pH
Monitor
Formas de Monitoramento Multiparâmetro fixo
Kit colorimétrico
Caneta pH pHmetro digital Equip. Multiparâmetro
pH
móvel
R$ 40,00 R$ 8.000,00
Escala do pH
6.4 8.0 tilápia
IDEAL
IDEAL
7.0 8.5 camarão
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Zona Ácida Zona Básica ou
alcalina
pH Neutro Hargreaves, J.A. 2006
Predominância Autotrófica
pH
Manhã
9 CO2 Consumo Produção
de CO2 de CO2
Noite
7 Consumo Produção
pH
de CO2 de CO2
Tempo
6:00 12:00 18:00 24:00 6:00
Predominância
pH
Heterotrófica
Manhã
8 CO2
Consumo
de CO2 ± Produção
de CO2
7.5 pH Noite
Tempo
Consumo
de CO2 ± Produção
de CO2
6:00 12:00 18:00 24:00 6:00
Produtos para correções do pH em sistema BFT
Carbonato de Sódio
Cal Hidratada
Bicarbonato de Sódio
Fonte: Furg
Correções do pH em sistema BFT – Cálculo
K = Nf – Ni
Onde K = nível a ser elevado (pH ou mg (CaCO3/L); Nf = nível desejado (pH ou mg de
CaCO3/L); Ni = nível atual (pH ou mg CaCO3/L).
Y = (W*K)/Z
Onde, Y = concentração do composto químico a ser aplicado (g/L); W = concentração
usada no teste (g/L); Z = capacidade de W elevar o parâmetro (pH ou alcalinidade).
Q = Y*V
Onde Q = quantidade do composto a ser usado para efetuar a correção (g); Y =
concentração do composto (g/L); V = volume útil do tanque (L).
Exemplo Correção pH para 100 m³
K = Nf – Ni
K=8-7
Y = (W*K)/Z
Y = (0,05 * 1)/0,7
Q = Y*V
Q = 0,071 * 100.000 (litros)
Q = 7,14 kg de Cal Hidratada
Correções do pH em sistema BFT
Manter Alcalinidade/Dureza em carbonatos em níveis adequados
Correções de pH
Em sistemas BFT existe uma tendência do meio à acidificação.
Utilizar produto alcalinizante em concentrações adequadas para correção.
Redução dos Sólidos em Suspensão podem ajudar a estabilizar o pH.
Em sistemas BFT existe uma tendência a se trabalhar com pH mais básico e alcalinidade
mais alta do que sistemas convencionais, por este motivo, manter níveis de salinidade em
faixas adequadas previnem a toxidez da amônia e nitrito
Temperatura da água em sistema BFT
• Influencia diretamente no crescimento da espécie cultivada.
• Dependendo da região, a utilização de estufas pode reduzir o tempo de cultivo em
até 35%.
• Temperaturas muito elevadas devem ser controladas.
• Quanto maior a temperatura da água menor o oxigênio dissolvido.
Temperatura
Pecilotérmicos
da água
Sangue Frio
Não regulam a Maior consumo
temperatura do Metabolismo de ração e
corpo. crescimento
Homeotérmicos Maior Excreção
de metabólitos
Sangue quente Controle
Regulam a Redução na em BFT
temperatura do qualidade da
corpo. água.
Controle de Temperatura em estufas
Controle de Temperatura em viveiros
Amônia Total (TAN) e Amônia não ionizada (Tóxica)
• Amônia é o produto da excreção de metabólitos de animais e
resultado da decomposição de compostos orgânicos.
• É tóxica ao cultivo de peixes e camarões em grandes
quantidades.
• Índices altos de amônia resultam na maior sensibilidade dos
organismos cultivados a doenças.
Íon amônio e Amônia tóxica
NH4+ + NH 3 = Amônia Total
Íon Amônio - Benéfico Amônia Tóxica
TºC + pH NH3
Básico
TºC + pH NH4 +
Ácido
CRUZAR O VALOR DA AMÔNIA (LINHA) COM O
VALOR DO PH E TEMPERATURA (COLUNA).
Valores geralmente obtidos em sistema BFT
E como o organismo não morre ?
R: Aumento da salinidade reduz a toxidez
de compostos nitrogenados
Nitrito
• O nitrito é produto da degradação da amônia através de bactérias
autotróficas.
• Em condições de baixo oxigênio o ciclo do nitrogênio interrompe no nitrito
que é altamente tóxico.
Comportamento da Amônia e do
Nitrito em sistemas BFT
Salinidade 10 ppt
Mortalidades observadas a partir de 6,00 mg/l
Sobrevivência Final Obtida = 82%
Mortalidades observadas a partir de 48 mg/l
Salinidade 10 ppt
Sobrevivência Final Obtida = 90%
mg/L Salinidade = 13-18 ppt
Nitrito Total
Amônia Total
45
30
15
7 14 21 28 35 42 49 dias
Salinidade 33 ppt
Tilápia x Camarão (nitrogenados)
Os “picos” de formação de amônia e nitrito no cultivo da tilápia em
BFT é antecipado quando comparado ao camarão.
O comportamento da curva de Nitrito e Amônia são muito parecidas
nos sistemas de BFT entre as duas espécies.
Concentrações adequadas de NaCl na água é fundamental para ambas
as espécies, tendo em vista o aumento da resistência a toxicidade da
amônia e nitrito.
Correções de Amônia e Nitrito em sistema BFT
Fazer análises dos compostos nitrogenados diariamente.
Manter a relação C/N (Carbono/nitrogênio) acima de 6/1 (camarão) e 10/1
(tilápia) durante a produção.
Garantir que o sistema de aeração está funcionando adequadamente.
Aumento de salinidade (no caso do camarão respeitar o balanço iônico) é sempre
uma forma de reduzir a toxidez dos compostos nitrogenados.
Uso de probióticos.
Substratos verticais ajudam no processo de nitrificação.
Como manter a relação C/N ?
1º Forma – Via Ração
Exemplo: 5 kg de ração de 32% utilizadas por dia na nutrição de tilápia. Considerando um
aproveitamento de 70% da ração e C/N = 15
C/N = C da Ração + C a adicionar
N da ração
Carbono da ração = Quant. de ração x (%C na ração x % M.S na ração x % aproveitamento de C organismo)
5 kg x (50% de C x 88% de M.S na ração x 70% de Aproveitamento pelo organismo) = 1,54 g de C
N da ração = Quant. de ração x (% de P.B x % Nitrogênio na ração x % M.S na ração x % de aproveitamento de N pelo organismo
5 kg x (32% de P.B. x 15,5% de N na ração x 88% de M.S na ração x 70% de aproveitamento de N pelo organismo
= 0,153 g de N
C/N = C da Ração + C a adicionar
N da ração
(1,54 kg + X ) = 15 Carbono a Aplicar = 0,755 g de C
0,153
Cuidado ! Corrigir com a % de Carbono presente na fonte a ser utilizada.
Açúcar Cristal = 42,1% de Carbono
Quantidade de produto = Carbono a aplicar = 0,755 g de C =1,79 kg de Açúcar
% de Carbono do produto 0,421
2º Forma – Via correção de TAN
1) Fazer as medições de Amônia Total (TAN). Aplicar fontes de carbono quando a porção
total de nitrogênio ultrapassar 1 mg/L.
2) Verificar a % de Carbono presente na fonte que será utilizada (valores médios):
• Melaço em pó = 28% de Carbono
• Açúcar Cristal = 42,1% de Carbono
• Farelo de Arroz = 43,36% de Carbono
3) Fazer o cálculo da quantidade de produto a ser aplicada considerando a relação C/N
da espécie utilizada.
Exemplo:
Amônia está em 2 ppm (mg/l) , a relação C/N desejada é 15/1, o tanque tem 10 m³ a fonte
de Carbono a ser aplicada será o açúcar, quantos kg deverão ser aplicados ?
1) Calcular a quantidade de Amônia Total no sistema
Volume do tanque (10.000 litros) x 2 mg/l = 20.000 mg de Amônia = 20 g de TAN
2) Multiplicar pela relação C/N desejada (15/1)
Quantidade de Carbono = 15 (relação C/N) x 20 g de Amônia total = 300 g de Carbono
3) Dividir a quantiade carbono a ser aplicada pela % de Carbono na fonte.
Quantidade de Açúcar = 300 g de Carbono / 42,1 % de C no Açúcar
TOTAL = 713 g de Açúcar a ser aplicado
Melaço x Farelo de Arroz
100% Melaço = reduziu o
nitrogênio amoniacal mais
rapidamente.
Fonte: Furg
Uso de probióticos x Nitrogenados
1) Aplicações rotineiras garantem uma alta colonização.
2) Utilizações durante o cultivo de aproximadamente 0,5 g/m³ por semana (No “start”
aumentar para 1g/m³).
3) Probióticos na ração (3g/kg de ração) ajudam a manter a qualidade de água e reduzem
o acometimento de doenças.
Amônia
Nitrito
Sobrevivência
Produtividade (kg/m³)
Uso de substratos verticais
NeedLona Rener Textil
Formação do Biofilme.
Melhor nitrificação. De 50 a 200% da área de superfície lateral
Nitrato em BFT
• O Nitrato é produto do nitrito através de bactérias autotróficas.
• Em condições de oxigênio ideal e da relação C/N a maior parte do nitrito é
transformado em nitrato que possui baixa toxidez aos animais cultivados e pode
ser aproveitado pelo fitoplâncton.
Nitrato – Considerações gerais
1) Afeta o desempenho zootécnico do camarão a partir de 350 mg/L.
2) Afeta o desempenho da tilápia a partir de 650 mg/L.
3) Não é comum mensuração de LC50 para nitrato.
4) Apesar de apresentar baixa toxidez, valores de Nitrato acima dos valores
de referência, limitam o crescimento, podendo até mesmo cessar o
crescimento.
Controle de Nitrato
- Desnitrificação – Ocorre em condições Anaeróbicas (não confundir com
condição anóxica). Nitrato e Nitrito funcionam como aceptores
(doadores) de elétrons e fornecem oxigênio para as reações químicas.
ETAPAS DA DESNITRIFICAÇÃO Bactérias envolvidas – Pseudomonas sp. , Bacillus spp.
NO3 NO2 NO N20 N2
Íon Nitrato Íon Nitrito Óxido Nítrico Óxido Nitroso Gás Nitrogênio
Necessidade de Aplicações de CARBONO ! Relação C/N utilizada para conversão de 95% do Nitrato para Gás nitrogênio
C/N = 2-3 (Samocha, 2017).
A desnitrificação reduz concentrações de Nitrato, Fosfato, aumentando alcalinidade e pH.
Controle de Nitrato Tanques de Desnitrifcação
Clarificação (nem sempre é suficiente) Por sedimentação Fluxo Contínuo
Retorno
Reatores de Desnitrificação
Entrada
CO2 (Dióxido de Carbono)
• C02 é o produto da respiração dos organismos cultivados e das
comunidades aquáticas.
• É um parâmetro de qualidade de água importante, porém pouco limitante em
sistemas BFT.
Densidade Retenção de água CO2
1) Valores de CO2 ideais = abaixo de 5 mg/L
2) Valores de CO2 entre 5 a 20 mg/L = aceitáveis.
3) CO2 entre 20 a 40 mg/L = afetam crescimento
4) CO2 Acima de 40 mg/L = podem ser letais
mg/L Sistema Autotrófico
Nível Máximo aceitável
20
14 C02 Total
02 Total
8
7 14 21 28 35 42 49 dias
Métodos de remoção do CO2
Torres de Desgaseificação
Imagem: T. Samocha
Remoção de até 66% do CO2 e incorporação de 250% de O2
1) A redução dos sólidos em suspensão através da clarificação dos tanques
também é um método de remoção do C02 podendo reduzir em até 60%.
Alcalinidade em sistema BFT
• Representa a quantidade de carbonatos e bicarbonatos - CaCO3 e
Ca(HCO3)2, disponíveis para os peixes/camarões e para o bioflocos.
• Pode ser expressa em alcalinidade total (GH) ou dureza em carbonatos
(KH) esta última mais utilizada.
Escala da Alcalinidade em BFT
Adequada para
engorda de peixes
Inadequada para cultivo Adequada para
de peixes em BFT alevinagem
25 mg/l 50 mg/l 80 mg/l 120 mg/l
Adequada para cultivo de
Inadequada para camarões em BFT Sem resultados
cultivo de camarões significativos
30 mg/l 75 mg/l 120 mg/l 180 mg/l 200 mg / L
COMPORTAMENTO DA ALCALINIDADE EM BFT
Processo heterotrófico
NH4+ C6H12O6+ HCO3+ O2C5H7O2N + H2O + CO2
Produção de Gás Carbônico
Nitrificação
NH4+ O2+ HCO3C5H7O2N + NO3+ H2O + CO2 Acidificação (Produção de H+)
Em PH básico Transformação do C02 em água com pH básico
CO2 + H+ HC03- (Bicarbonato)
Transformação do C02 em água com pH básico
CO2 + OH- HC03- (Bicarbonato) Transformação do HCO3- com íons H+ (pH ácido)
HC03- + H+ H2CO3 (ácido carbônico)
Transformação do HCO3- com Hidroxilas (pH básico)
HC03- + OH- CO3(2-) + H20 Transformação do H2C03 com íons ÁGUA
H2C03 H20 + CO2
Carbonato (Aumenta pH e alcalinidade) Diminui pH e Consome Carbonato
Gás Carbônico é neutralizado
Gás Carbônico é é liberado (reduz alcalinidade)
Correções da alcalinidade em sistema BFT – Cálculo
K = Nf – Ni
Onde K = nível a ser elevado (pH ou mg (CaCO3/L); Nf = nível desejado (pH ou mg de
CaCO3/L); Ni = nível atual (pH ou mg CaCO3/L).
Y = (W*K)/Z
Onde, Y = concentração do composto químico a ser aplicado (g/L); W = concentração
usada no teste (g/L); Z = capacidade de W elevar o parâmetro (pH ou alcalinidade).
Q = Y*V
Onde Q = quantidade do composto a ser usado para efetuar a correção (g); Y =
concentração do composto (g/L); V = volume útil do tanque (L).
Exemplo Correção de Alcalinidade para 100 m³
K = Nf – Ni
K = 150 - 80
Y = (W*K)/Z
Y = (0,05 * 70)/35
Q = Y*V
Q = 0,1 * 100.000 (litros)
Q = 10 kg de Cal Hidratada
Cal Hidratada
Correções da alcalinidade em sistema BFT
Alcalinidade/Dureza em carbonatos em níveis adequados ajudam a manter o
pH e manter a estabilidade na qualidade de água (tamponamento da água).
Índices adequados de alcalinidade para camarão favorecem a “muda”
(ecdise) e diminuem possíveis danificações no processo fisiológico.
Para tilápia a alcalinidade ajuda na manutenção da qualidade de água.
Favorece a formação do floco.
Melhora a conversão alimentar.
Salinidade
Em sistemas fechados, com mínima renovação de água (BFT), a salinidade
tende a aumentar devido a evaporação.
Água Doce deve ser
adicionada durante o ciclo
Salinidade x Nanobolha
Água Doce Água com 10 ppt de salinidade
Praticamente o dobro de incorporação de
oxigênio. A partir de 10 ppt não houve
incrementos significativos de oxigênio
pela salinidade
Salinidade em BFT Resistência média durante o cultivo
Salinidade 0 ppt (g/L)
Resistência a Amônia e
[] de Nitrito (N02) = 1,5 mg/L
Nitrito. [] de Amônia Tóxica (NH3) = 0,02 mg/L
Salinidade 2 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 2,5 mg/L
[] de Amônia Tóxica (NH3)= 0,06 mg/L
Salinidade 4 ppt (g/L)
Manter a salinidade [] de Nitrito (N02) = 3,7 mg/L
acima de 4 ppt. [] de Amônia Tóxica (NH3) = 0,11 mg/L
Salinidade em BFT
Salinidade em BFT Resistência média aos “picos”
Salinidade 0 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 1,5 mg/L
[] de Amônia Tóxica (NH3) = 0,022 mg/L
Salinização Artificial Salinidade 4 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 3,2 mg/L
Maior viabilidade em BFT.
[] de Amônia Tóxica (NH3) = 0,08 mg/L
Resistência maior a toxicidade da
amônia e nitrito.
Salinidade 8 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 5,1 mg/L
Ideal 10 ppt. [] de Amônia Tóxica(NH3) = 0,11 mg/L
Salinidade em BFT Resistência média Durante o Ciclo
Salinidade 15 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 6,2 mg/L
[] de Amônia (NH3) = 0,19 mg/L
Salinidade 25 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 15,1 mg/L
Salinidade Natural [] de Amônia (NH3) = 0,23 mg/L
Salinidade 35 ppt (g/L)
[] de Nitrito (N02) = 25,7 mg/L
[] de Amônia (NH3) = 0,25 mg/L
Sólidos Suspensos Sedimentáveis
• Representa a quantidade de sólidos que decantam após determinado
período de tempo.
• São expressos em ml/L. Esta forma de monitoramento não é a mais
precisa, porém é a forma mais prática. São utilizados Cones de Imhoff.
Monitoramento
Tempo de Decantação
De 10 a 20 minutos.
Após 20 minutos – Formação de
Bolhas
Flocos autotróficos (mais verdes)
apresentam decantação mais lenta.
Intervenção
Reduzir concentrações de sólidos
sedimentáveis.
De 25 a 50 mL/L (SS) Melhorar eficiência do sistema de oxigenação.
Reduzir concentração de nitrogenados.
Aumentar a alcalinidade.
De 10 a 15 mL/L (SS) Estalizar pH.
Redução do nível de CO2,
com a redução dos sólidos
em suspensão
Quanto maior a
quantidade de sólidos em
suspensão, menor o pH.
Portanto é possível
estabilizar o pH
controlando este
perâmetro.
Equipamentos para análise de água
Kits Colorimétricos
Funcionam através do gotejamento de diferentes reajentes para
obtenção das análises.
São mais baratos porém as análises são mais demoradas.
São limitados a valores pré estabelecidos nas tabelas.
São menos indicados para produtores com muitas unidades de
produção.
Valores de mercado oscilam de R$ 500,00 a 1.200,00 para análises
como pH, oxigênio, Temperatura, Transparência, Alcalinidade, Nitrito,
Amônia (7 análises).
Oxímetro
São equipamentos específicos para medição de oxigênio através de
um display digital e uma sonda para medição.
Podem fazer % de saturação e temperatura além do oxigênio. Alguns
equipamentos fazem calibragem automática.
Existe a necessidade de uma manutenção constante da sonda,
membranas e verificação da calibração.
Pode apresentar erros de medição se não estiverem bem ajustados.
São práticos, permitem fazer diversas análises num mesmo dia.
Valores oscilam de R$ 1.200,00 a R$ 5.000,00.
pHmetro
São equipamentos que fazem análise do pH e algumas vezes também
fazem temperatura e condutividade.
São equipamentos mais simples, porém a grande maioria necessidade
de calibração para o correto funcionamento.
A manutenção é simples e barata.
São práticos, permitem fazer diversas análises num mesmo dia.
Valores oscilam de R$ 300,00 a R$ 2.000,00.
Refratômetro
Fazem análise da salinidade.
São equipamentos de baixa manutenção.
Bastante práticos e úteis em bioflocos.
Apresentam uma boa vida útil.
São fáceis de operar e podem ser levados a
campo.
Valor de R$ 200,00 a R$ 600,00.
Fotocolorímetro
Fazem diversas análises de água como amônia, cloro, fosfato
total, nitrato, nitrito, potássio, silica, sulfato, zinco, DBO, ferro
etc...
São equipamentos pouco práticos, precisam geralmente de
uma bancada com componentes laboratoriais para serem
calibrados corretamente e operados.
Ideais para produtores com produções grandes que possuem
um mini laboratório e uma pessoa para operar.
Valores oscilam de R$ 2.500,00 a R$ 6.000,00.
Sonda Multiparâmetro móvel
São equipamentos que geralmente medem pH, Oxigênio,
condutividade elétrica, turbidez, temperatura, Amônia, Nitrato e
salinidade.
Manutenção geralmente apresenta um valor elevado, e precisam de
constantes verificações para o correto funcionamento.
São práticos, permitem fazer diversas análises num mesmo dia.
Ideal para produtores com diversos tanques/viveiros.
Valor oscila de R$ 3.000,00 a R$ 15.000,00
Espectofotômetro
São equipamentos extremamente precisos capazes de ler uma
enorme diversidade de análises de água.
Podem ser integrados a programas como o excel, já apresentando as
análises em formatos de gráficos no computador.
São pouco utilizados por produtores, sendo mais comuns em centros
de pesquisas.
Necessitam de uma bancada laboratorial para manuseamento.
Valores oscilam de R$ 5.000,00 a R$ 45.000,00
Sensor monitor de qualidade de água.
São centrais de monitoramento de qualidade de água acoplados a
sondas multiparâmetros que são gerenciadas por um software.
Fazem o monitoramento em tempo real e permitem o acesso online
ao sistema pelo produtor/técnico. Podem ser automatizados para
ligar ou desligar aeradores, compressores e outros equipamentos.
Fazem análise gráfica de toda situação de cultivo. Permitem
economizar energia de aeração.
Valores oscilam de R$ 18.000,00 a R$ 88.000,00 dependendo do
número de pontos de monitoramento.
Formação Inicial do Floco “Start”
1) Cloração e Decloração
Cloração - Adicionar 10-20 ppm
de cloro ativo na água.
Decloração - Adicionar 1 g de
vitamina C por m³ de água.
Realizar aeração até a
concentração de cloro zerar .
(fazer análise)
2) Colocar o Substrato e o Sal/Balanço iônico
3) Fertilização Inorgânica
Adicionar de 0,5 a 2,5 gN/m³ Avnimelech, 2015
Objetivo – “bloom” do meio autotrófico
Inóculo de 2,5% a 3,5% do volume aceleram formação do floco.
4) Aeração intensa
Ciclo Aeróbio
5) Diminuição da Intensidade Luminosa
Reduzir em 60% a luminosidade (meio heterotrófico) quando
amônia chegar a 1 ppm.
6) Fertilização Orgânica
Iniciar fertilização orgânica quando Amônia atingir 1 ppm.
Utilizar relação C/N de entre 15 a 20/1 (“bomba”).
7) Povoamento e aclimatação
Adaptação dos organismos ao ambiente de cultivo
Camarão = 1.500 a 2.500 pls/m² Tilápia = 150 a 250 alevinos/m²
8) Manutenção do bioflocos
Aplicação de probiótico 0,5 ppm/semana.
Aplicação de fontes de carbono quando aumentar a transparência ou
quando aumentar concentração de nitrogenados.
Relação C:N – 10:1 Relação C:N – 6:1
Vamos Praticar
1) Quais as principais fontes de carbono utilizadas em BFT ?
Melaço, farelo de arroz, dextrose .......
2) Para que serve a aplicação das fontes de carbono ?
Manter relação C/N fazendo acelerar o ciclo do Nitrogênio.
3) Em sistema Heterotrófico, como podemos controlar o CO2 ?
Aeração e ventilação de estufa captando ar fresco, processo de clarificação ....
4) Qual importância de manter a alcalinidade nos valores adequados para o sistema de
bioflocos ? Tilápia = Manter qualidade da água estável / Camarão = Qualidade de água e ecdise “muda”.
5) Você tem um tanque de 100 m³ e a soma dos compostos Nitrogenados está em 3,0
mg/L, a relação C/N que você está trabalhando é de 6/1, quantos % de carbono
deverão ser aplicados ? 100.000 litros x 3 mg/L x 6 = 1.800.000 mg = 1,8 kg de Carbono
Obrigado
Dúvidas ?