0 notas 0% acharam este documento útil (0 voto) 57 visualizações 52 páginas SEIVA Ano III n10 Out1941
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ABINO, RIBEIRO & CIA.
CASA FUNDADA EM 1885
§ proprietarios da Usina “CARAHYBAS", de fabricar assucar, no Municipio de §:
F Amaro. — Exportadores de assucar, algodao, sal e cereais.
cabos, oleos, cimento, enxadas, etc. Maquinas para %
Armazem de ferragens, tintas, ms vina
ss lavoura. Materiais para industria. Artigos de eletricidade. Louga sanitaria
‘
% e domestica. Comissarios de xarque.
Agentes Representantes
A. & W. SMITH & CO. LTD, GLASGOW.
| Sa. rriconirico aNcLo. sho PAULO
THE GEO. L. SQUIER MFG. CO. BUFALO. N.Y. || MARTINS JORGE & CIA.. PARA.
E DE OUTRAS IMPORTANTES FIRMAS DO PAIZ
Av. Baréo do Rio Branco, 346-360
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LARGA PRATICA E |
ABSOLUTA CONFIANCA. (
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Secc&o Especial de Casemiras,
Brins, Gravatas, Meias,
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Correspondente neste Estedo
4 A COSTA PINTO FILHO
S. Pedro, 51 — Tel. 4488
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" _ Sonsome E Aumenta De V slor Cada Ano
ee ee
aSEIVA
uma estrangeird eri luta con*
eter et at te
eae
>
talvez forjado pelos Estados Unidos.
S QUE SE RELACIONAM COM OU-
FATOS QUE STROS FATOS
Estando as coisas nesta situacio, perde-
se completamente a possibilidade de um am-
plo ¢ acertado raciocinio. Quando os servicos
de inteligencia interceptam documentos, so-
mente eles 6 que sabem se sto ou nao sao’ ver-
dadeiros. A opiniao publica, tendo conheci-
mento de que os agentes secretos as vezes for-
jam missivas assim, para atingir fins espe-
ciais, nunca podera se encontrar em condi-
ces de averiguar a autenticidade de tais pa-
peis. No entanto, quando alguma coisa acon-
teve, entre dois ou mais paizes, € evidente que
deve haver, na verdade, motivos para isso.
Evesta € a unica base que leva a opinizo pu-
bliea a fer a certesa de que aguilo que ocorreu
entre La Paz e Berlim teve como principal
fundamento as jazidas de volframite da pro-
pria Bolivia. E’ que s6 de volframite se falou.
Os comentarios foram especialmente sobre
esse minerio. © resto todo foi suplementar.
Isto aconteceu em todos os setores. Tanto nas
notas de chancelarias, como nos comentarios
da imprensa. Seja nacional ou seja estran-
ra
A’ MARGEM DO INCIDENTE BOLIVIANO-
* ALEMAO SURGEM OUTROS INCI-
DENTES.
A’ margem do incidente boliviano-alemao,
outras aluses surgiram. Houve prdpalacio
de levante no Chile por parte de simpatisan-
tes da causa alema. Houve tambem na Co-
Jombia onde, segundo “La Nacion”, foi desco-
berto um “complot” subversive no exercito,
sendo presas cerca, de 200 pessoas, entre as
Guais se encontram subditos alemaes. Houve
ainda apreensées de aparelhos de radio trans.
missor de alta potencia e de mala diplomati
ea de autoridades alemies na Argentina. Mas,
‘g.mais importante é a alusio de que o episo
dio entre o Equador e o Peri tambem resul-
tou de manobras que ou sio alemies, tenden=
do a perturbar a harmonia reinante’ entre as
nacdes americanas, ou sio estadunidenses,
fom o objetivo de estimular os ressentimen,
tos contra os paizes totalitarios. Ou sio. dos
ois a0 mesmo tempo. De. positive, porem
nada velu ainda totalmente a tona. A nao ser
informacao, dada. pelas
ae hatte
de 80.000 homens. Para facilitar a sua (arg.
fa, 0 Japio realisa campanhas de propacat.
da enire os indigenas, mascaradas com » fan.
deira de “irmandade racial” entre indios © js.
poneses, de “odio ao branco” € a salvacio qua
um governo paternal do Mikado traria {ue
explorados descendentes dos ineas. A colons
japonesa presenteou 4 Cidade de Lima — yn
Sente extremamente simbolico — uma ea.”
tua do fundador do imperio Tneaico, Mansy
Capac, e fez uma profusa ediedo de tim lini.
“Manko Kapak foi japones”, escrito por isi
obseuro jornalista, Francisco A. Loayza, ss
nhecido agente dos interesses japoneses. ‘4,
mesmo tempo oferece aos jovens indizens.
catequisades, uma viagem a0 Japio © ving
educac&o que os converta em futuros “chefes"
de seus povos, sob a inspeedo paternal — cs.
ta claro — dos “gauleiter” nipoes. Por outso
lado, 0s servicos de espionagem deste “exer,
cito seereto” funcionam habilmente Por uma
rara coincidencia, todos os donos de cantinas
dos quarteis pertanos sio de nacionalidade
Japonesa, Em Lima, pode-se assinalar con.
eretamente os do quartel San Martin, da ar-
tilharia da Madalena e do Mariscal Caceres"
As coisas estao bastantes claras. No entanto,
© Pera classificou de ridicula aquela afirma.
tiva do governo equatoriano, embora nao des-
mentisse, nem nessa época, nem depois, a no-
ticia divulgada pelo “Time”, de Nova York,
dizendo que estava provado que o Japio ihe
havia, oferecido 5.000 reservistas treinados
Para atacar o Equador. Alids, segundo se afir~
ma, isto € inteiramente possivel. Diz-se mes-
mo que o numero de japoneses no Pera é m
to grande. As estimativas semi-oficiais va-
riam entre 40.000 e 60.000. Porém, tudo in-
dica, auc 6 possivel que sejam muito mais
E ainda que uma grande parte sejam calei-
lados como “peruanos” por haverem pe
sua naturalisacto. Diz-se que isto se deu por
determinacdo de ordem economica e politica
MAS AS NOSSAS ESPERANCAS VAO
MAIS ,LONGE
Esperamos, no entanto, que a cfervecen-
cia diplomatiea, financeira e militar, no. se-
tor norte da America do Sul, logo se dissipe
Nao podemos viver em estado de_intrangui
lidade, Fala-se que os Estados Unidos querem
nos salvar do perigo nazista. Fala-se tambet
que o Reich quer nos salvar do perigo da po
litiea de “boa visinhanea”. Mas, que salvaci?
sera esta? Nao sera que as verdadeiras inte
g0es dos salvadores que tio generosamente *
nos oferecem, esto escondidas? No sabio folk-
lore nacional existe um dito muito significt
tivo: “pobre quando ve esmola grande des:
”... 0 nosso 6 nosso. No pode ser male
de ninguem. Tambem s6 pode ser defend?
6 Por isso, agora todos 0s Pe
Vos americanos de coracao bem formade, A
sejam, sinceramente, que nenhuma outta Mu
vem apareca nos horizontes do nosso hems
ferio, Aqui s6 se quer harmonia. Aq
deseja paz, Aqui s6 se aspira progres
A isto tudo ainda podemos acrese
incomum progresso des. operacoes comer:
ciais do Janao. De 1983 a 1996 este pelt BRS
Sou a adquirir no Pert de 39, de sua prods:
sto a 11%, 09 ultimos anos tem verti
mente aumentado essa poreentagem
| BEE Rees esac e ceases,SEIVA
-
tradigées entre os Estados Us
As corner mao, poderao desaparecet
te en ng ml =
sols Sea it re
wate etait ene
cca te aria © ea
Soa na a te,
Sonar. cites ls ma
Sate ie eZ cs
tipico do que afirmamos. Antes, isto ihe garan-
is
dos © a
fem formidavel. Em virtude da distancia ‘re
Set nae Sa, ee
fontes de materia prima flcavam livres. des sot.
Bair cnslderael
0 Imenso Imperio Brite
tancln obrign, no confit aunt
as teers els aber dashes
faser face nos acontecimentas, ‘see
Aido, que @ unidade do Imper td
ue este divida
a das
para
bor ou-
uma expanse
Mustralia “Nova-zelandg
uma expanse. Taponest mo
Bodo, w Inglaterra nde ports goo
Smperio colonial. Pot i!
“ parte do mesmo a ‘wank
tina rande
esse modo,
fender sozinha ose,
Drefere dar tm
Questdes De Politica tnternaciony
potencia, ¢ com auxilio desta defender o resto gy
Inimigo mais perigoso. E a Inglaterra fol orcas
assim a aceltar a condigio de “cacula da fama
anglo-saxonfea". Nao teve outra saida. © Walt
Street soube aproveitar a oportunidade para tire
suas vantagens e eliminar certas “diferencay=
Nao reste duvida que 0 senhor Roosevelt tein sq.
bido disfarcar muito bem todo o verdadeiro se
tido da sua politica de colaboracio anglo-ame
cana. Mas, 0 certo é que toda esta “amizades
(com a concessiio de bases por 90 anos) nio deye
enganar @ ninguem. A chamada unio angio.
americana deverd, em todo caso, continuar ainda
por algum tempo: enquanto for uma necessidade
vital para os interesses da Gri-Bretanha. En.
tretanto, existem certas contradicées
rieanos, 0 Canada, e tantos outros que neniuma
unifio poder resolver. Todas estas contradicées
continuam a existir, embora tenham no momento,
passado provisoriamente para um plano secunda.
rio.
2° — As grandes sociedades anonimas e 9
estado corporativo italiano
‘Tem sido enorme 0 esforgo dos lderes fascis-
tas afim de apresentarem 0 estado corporativo
como uma forma especial de organizacéo politt-
ca, destinada a realizar uma perfeita distribui-
Go da riqueza. Em outras palavras isso quer di-
zer: um estado ideal que, colocando-se por cima,
num plano superior 8 classes, passa a ser um
perfeito instrumento de justica social. Mas a ex-
perlencia nos mostra que a Tealidade & bem ou-
tra. Uma ligeira analise nos esclarecera sobre 0
carater do chamado estado corporativo, isto é 0
seu verdadeiro conteudo economico. 5’ um panto
importante e que devemos assinalar, afim de se
ter uma compreensio perfelta do fenomeno Mu-
ssolinl. E° ainda importante para se por as clarss
todo 0 seu complicado sistema de demagogia. 1st0
precisa estar bem nitido para evitar 0 risco de
certas afirmagées, como aquela que sempre vemos
de que “0 fascismo reatiza por metocos viole
miultas aspiragées justas do povo”. Nada mals
falso e incoerente. 'F, para se evidenciar isso ©
mo tambem as insinuagdes anti-imperialistas €&s
lideres fascistas — quando procura
guerra atual —, nada melhor do que cicar 8
dados fornecides por uma conhecida publica
oficial italiana: “O ANUARIO. DAS SOCIEDA:
DES ANONIMAS®. Assim, ser facil ver até a
Ponto o estado corporativo realiza a fusio do BS
tado com os consorcios baricarios, em benefiei
os grandes ‘monopalios ea ‘eusta, do empobre
mento cada vez maior do. povo italiano. Vela
entio, quem so as verdadeiras dirigentes do ct
mado’ estado. corporativo
Nas 128 empresas bancarias ¢ industrials mal
importantes da Talla, que representam um cil
tal de 23.000 milhoes’ de liras metade o
justiti
S tisto ¢
capital das sociedades anonimas italianas),
Fam como co-proprietarios ¢ diretores: ay
berto Beneduce — administrador de 14
Presas com um capital de 6.000 milhoes, ent
Quals figuram cinco onganizagdes monopolist
auetigh Saber: © “stitute de: Reco
rial", o “Institute Mobiliario”, 0
{ie ,Subvencdes”, dois consorcies de credito, PAP
Wrabalhos publicos, sete companhias de eletticlt
{is (com umm capital de 4.140 milhes)
nhia ferroviaria © grande (uste
Montecatini eteA marcha dos Estados Unicios
Se aeentuiando de dia para ‘ain, “pet!
fonsideré-Io ‘como ‘um’ pais beigeeess?
Brande tem sido a sua participacio noe we?
acontecimentos. 1850 explica porque: seats
in lagrante contraste com os habitos ono
ies 2, Pove americano, como e promulgacto
“primelro da lei do servico militar’ obrigatcae ®
depois do estado de emergencia nacio, mirth te~
“ham cauisado quasi nenhuma agitacso entme coe
tas elroulos politicos. Naturalmente, teins duo ta
er exeecio para um pequeno grupo stesses on
es: € 0 erupo dos “isolacionisins”, constituiae
y dos setores mais retrogrados de Well
feaso entfo Lindbergh e 0 j4 connect.
= Mas, f6ra desse, todos os demais par.
influenciados por Wall sirect tom
Ge acdrdo com a politica do sr. Roosevelt,
todos estiio de acérdo que os Estados Uni
intervenham na guerra. Nesse calninho esta
‘se orientando a Nacio America-
ta, contando, nfo obstante, com
@ oposi¢dio dos setores mais pro-
“gressistas do povo americano, Pos-
Sivelmente, uma das causas que
tm determinado esta marcha
para @ guerra é a defesa do pa-
ari ouro. Nos Estados Unidos se
coneentram, hoje, 80> ou mais
Dara a guerra
‘uro tepresenta uma possibilidade
| de controle de toda 2 economia
do intercambio co-
|. Desa maneira, no caso
um triunfo nazista, o ouro acu-
hos Estados’ Unidos po-
‘feria tornar-se inutil e sem ne-
valor. Nao ha duvida que
significaria uma catastrofe
‘¥en precedente para os banqueiro,
ce o valor desse ouro eons-
| title, pots, uma “razio” bastante
forte para empenhar a vida de mites de homens
americanos, ntma Kita que Ih se exiende poe aaa
tro continentes.. © parese gic para ise oye
hor, WallStreet, Ja, comooa ¢
Imobilizar ‘ino 00 povo lanqul,” mas tas
todo. Hremistetio octaental
re
nelusio que nao & propriamente
conclusig © PPA
Esti af una serie de fatos que nos esclare-
cem mutta coisa da sltungto. Intemclosel we
Acérdo com os mesmos & que devemos nie ob jae
Sar 0 seu sentido, como tambem paular saga
conduta, Tsso deve ser felto nao de uma mance
ogmatica e pasada, mas encarando ar acomers
Mentos em seu constante desenvotvimenton “tae
mando atitudes de acdrdo com um’ determinggs
momento ¢ elreunstancias
E 6 0 unico caminho seguir. Seguico, ¢ isso
atirmamos sem medo de errar, é a grande inlesto
que fol destinada & nossa gerncio, que vive tan
dos momentos mais difieels ‘da historia. Hoje te:
mos, antes de mais nada, de contintnt a lita inc
iad pelas geragdes qué nos precederam. Fol o
ue fizeram todos aquetes que vi-
veram a primelra guerra mundial
©, som se delxarem turvat pelo
odio levantado entre of poves pelo
_Sateresse de uma pepena anino-
tia, olharam-na eom espirito pro-
fundamente humano. Polo que
fez um Barbusse, ‘un Romain
Rolland, um Remargue e muitos
outros, irasformando a experien=
cia dolorosa que sentiam na. pro-
pria eame numa grande lieao de
confratemisaeto universal. Pode-
tos hoje avallar quanto nos fol
hecessaria uti essa ledo. Temos
Thoje uma experiencia. acumulada
due. vem de. geragées._ Sabenios,
iguatmente, que apezar de ter so
enorme o esforco deles, ainda res=
ta tuma grande obra’ a. realizar
Mas, com sso 10 se pode sentir
desfaleeimento, Epreclso que 0s
onvengamos de nossa missGo de
esclarecer. Pensemes ‘bem nisto:
Somos os herdelros esses gran=
des. fithos da. humanidade’ que,
como nds, sabiam que toda a e~
hergia do tramem pode e deve ser
dirigiéa num unteo sentido: @ do-
minagdo das foreas da natures
para ‘uma yerdadetra tlleldade.
© JAPAO DESEJA PESCAR NUM RIO REVOLTO
Tait Sitaedo do Japdo é atuaimente triste. Tao
Wiste quanto a da Italia de Mussoiini geet:
Muairo anos de tuias 0 vincidente” com a C)
PAs continia imsoluvet e sem perspectivas de s0~
p ftsfo. Sua crise economica agrava-se, colocan-
Bo numa situagdo sem saida, que transparece
Matteemuranca e nos sig-zags de sua politica ex-
pier. Alguem 4d comparou a situazdo das di-
FBtiras nazistas com a do ciclista: quando. para,
erat {880 0 Japdo tomou a iniciativa de pron
alguem. E esse alguem foi a colonia
mente Am iareo.economico. do emalo. de. Hite
Pio revoltoE BANGUE: Elementos Da Paisayem
Rural Do Nordeste
A area assucareira do Nor-
deste possue na sua paisagem
dois elementos distintos e-
mesmo antagonicos pelo es-
pitito, creados por cireunstan-
clas especiais da tecnica de
producao: o bangué e a usina.
Todos quanto nascem na re-
gifio da cana de assucar sa-
hemos distinguir perfeitamen-
fe essas duas forcas elemen-
fares da vida rural de incon-
fundiveis caracteristicas eco-
nomicas, sociais e humanas.
© bangué — a primitiva fa-
brica de acucar — é um tra-
0, quasi_a apagar-se, do nos-
So passado agrario. A civili-
zacio brasileira é sabido que.
foi plantada 4 sombra da pri-
meira casa-grande de enge-
nbo que se levantou no pais
pela mao do colonizador au-
Gacioso, atraz de fortuna ou
de aventura, A nossa histo-
tla, nao a dos acontecimen-
tos solenes, proprios para co-
memoraces e estilo precioso,
mas a dos fatos palpitantes
€ profundos da vida social —
& nossa historia escorre ao
longo da historia do bangué.
Toda a engrenagem do re-
gimem patriareal foi montada
Ro engenho do tempo da colo-
nia, assentadas as suas bases
na escravidao e no latifundio.
© homem — o negro cativo
— foi de inicio o braco indis-
Densavel para _movimentar
esse apnrelho economico, A
tera fertil e béa, de facil
conquista.
Até certa epoca o acucar
bruto foi tudo na vida do nor-
le. Media-se a riqueza das
Yeioes pela potencia de sua
Produedo. E os homens, co-
MO aS varzeas, valiam’ em
faneao do canavial: 9 senhor
@o engenho era o todo pode~
Toso que fazia e desfazia, ma-
Bobrando 4 vontade com os
individuos © com as coisas.
Depots veio a usina, e oape-
tite do industrialismo sem en.
franhas comecou'a comer aus
08 as terras dos bans
3 com uma fome canina.
‘© grande senhor de onten
fol reduzido no seu poderio,
WALDEMAR
em relagéo com 0 novo rico.
Murchou a sua influencia.
Deante do usineiro baixou a
grimpa, As maquinas hoje
nao so mais aquelas, simples
¢ indolentes, que chupavam
cana e botavam no mato para,
secar ao sol, um bagaco ainda
humido. Vieram ~ maquinas
poderosas, que tiram da cana
tudo que ela pode dar. E fa-
zem com os homens o mesmo
que fazem com a cana
Um novo tipo de sociedade
rural se estabeleceu no nor-
deste com 0 advento da gran-
de fabrica moderna. As re-
Tacdes de vida social sto ou-
tras e bem diferentes. Ontem
era a casa-grande: no alpen-
Gre o senhor de engenho ou-
via os moradores, tirava as
suas ‘séstas, descansava ao
cair da tarde, junto da fami-
lia; na sala de jantar, a mésa
era enorme; a cosinha vivia
cheia de gente, unia dois ti-
Pos de classes.’ E perto dai
se levantava, pequenina e hu-
milde, a capela de engenho,
onde melhor ainda se dissol.
viam quaisquer saliencias de
Preconceitos, a sinha moca tie
rando as novenas para os mo-
radores acompanharem, os ri-
cos se ajoelhando no mesmo
chao duro que os mais pobres
Gos seus trabalhadores do eito,
Hoje, nem a casa-grande
existe mais: em seu lugar foi
montado com todos os requin-
tes € fricotes da civilizacdo, o
bungalow do engenheiro, ‘as
easas de campo dos senhores
membros da sociedade anoni-
ma.
O que o bangué tinha de
doce, tem a usina de ostensi-
Va e fria, Num, a vida era
mansa e a cana ‘ainda deixa~
Va terreno para os sitios, pa-
Ta as arvores boas de frutas
© sombra; na outra a vida é
mais um ‘inferno de dinamis-
mo, as turbinas gigantes
amesquinham o homem eo
canavial tirano toma conta
de tudo,
Ese contraste violento de
sistemas de produgaoe de
Vida se revela na arquitetura
CAVALCANTI
Tural, nos seus estilos pecutia.
res ¢ to diferentes ins dag
outros: a construcao com
dos engenhos € simples o hart
moniosa, a casa-grande se en.
parramando em argos alpen.
dres, a casa de maquinos seas
chapada, os proprios mucam,
bos sem nenhum traco d> ar.
rivismo na sta pobreza imen.
Sa: @ 0 que se Vé na wsina
a linha dura e agressiva, 9
fisionamia parada e seca’ dog
grandes estabelecimentos in-
dustriais, que cada dia mais
endurece num — formalismo
deshumano; sem correspon.
dencia com o meio, resalta
forte 0 seu carater’ exotico,
S80 construeses brutas em re
lado ao meio ambiente, cheio
de’ delicados efeitos e ‘suges-
tGes de beleza pastoril.
Um documento vivo e dra-
matico, tocado as vezes de um
delicioso sentimentalismo, so-
bre esta situacdo da paisagem
rural nordestina € 0 livro de
memorias que o sr. Julio Belo,
velho senhor de engenho per-
nambueano, acaba de publi-
car. E’ um livro profunda-
mente real e humano, que re-
forea tudo quanto ficara ano-
tado nos romances de José
Lins do Rego.
Fol um dia a aristocracia
rural, todo aquele fausto da
vida ‘antiga nos feudos agra-
rios. O banguezeiro de ou-
trora, de chapeu de chile
voz grossa, perdeu a géga de
suas riquezas e hoje nao pas
sa afinal, de um mané-gosto-
So nas mios eaprichosas do
usineiro. Aquela vida de grat
de agora € peor que a vida
de pobre, cruel pelas _dece-
pedes e Rumilhacdes nos seus
tratos com os novos senhores
da terra j
Centenas de bangués esti”
de fogo-morto, A tiririca, In
vade a casa das maquina!
abandonada, e 0 melio de S40
Caetano cobre vitoriosament
Os boelros. As usinas, estls
¢ada vez “mais prosperas @
importantes, queimam 0 se
imenso charuto, soprand.
fumaca insolente para o ¢
do Nordeste.orna-se indispensavel estabelecer
nitidez a posic&io dos humanistas de
je, dos partidarios do progresso histo-
0, — perante a literatura.
H que por em relevo que para o
vo humanismo a literatura e a arte,
a desempenhem um papel impor-
Perante
a 0 mais elevado complemen-
mem, no constituem de manei-
al. Como disse Jean-Richard Bloch
ance d'une Culture), “a literatura
no seu lugar, que nao é 0 pri-
. A literatura e a arte ndo tém
mferesse humano tao elevado que
nas da emancipacéio concreta do
homem. Muito ao contrario do que al-
fingem supor, para os partidarios
rogresso historico os problemas da
€ da literatura sio “problemas da
s isolados e meditativos; para poe-
iterioristas e desequilibrados; para
es que viram as costas 4 humani-
Pata se dobrarem sobre o proprio
big0; para escritores que ostentam o
vergonhoso desprezo pelos outros
ms, pelo povo, por aqueles que Ihes
am os sapatos os brioches ¢ 0 pa-
linho; — para esses, a arte é 0
amental. Diversamente, para os de-
Sabem que o homem é um animal
© que por isso para transformar
é preciso transformar a socie-
Porque é a socidade que determina
‘lencia e nao esta que determina
RODRIGO
aquela; para os que nao querem os ho-
mens divididos em dois mundos e sabern
que € possivel uma organizacio social
em que floresca a fraternidade; — para
estes‘a arte nfo pode mobilizar todos og
interesses ¢ todas as atenedes. Ha algu-
ma coisa de mais importante do que a
arte e a literatura. Ha os homens: ung
A Literatura
que trabalham e nao adquirem e outros
que adquirem e nao trabalham. ~
Mas pergunta um critico anafado de
oleosa trunfa: porque se interessam en-
tao pela literatura, porque nao confes-
sam antes lealmente que é a politica que
mais os interessa e fingem um apaixo-
nado amor pela cultura?
A objecdo € tao inconsistente como
a brilhantina do critico ou como a sua
respeitavel enxindia. Porque a verdade
é esta: pedir-nos que optemos, ou por um
interesse puramente literario e puramen-
mente artistico pela arte, ou por um de-
sinteresse pela arte e pela literatura pa-
ra s6 nos consagrarmos as questdes de
economia e de sociologia — é pretender
que pela arte e pela literatura s6 se pode
ter o interesse deshumanizado, hirto e
pedante dos literatos! Para este senhor
os Ieitores de carne e osso nao contam;
os leitores que trabalham penosamente
oito horas por dia nao tém o direito de
julgar a literatura decadentista. E, to-
davia, eles podem dizer aos “mistifica-
dores mistificados”, com incontida indi-
gnacio: 0s vossos romances, 0S Vossos
poems, 0s vossos ensaios e as vossas pe-~
gas de teatro so produto inevitavel da
vossa conciencia; e vés tendes conciencia
de filisteus, de homens que “se debru-
cam sobre um mar de sangue que reflete
a sombra de Poncio Pilatos”.
SOARESrtao
ios publicos que tém seu ore
fpndo certinho, quer chova quer
faea sol, 08 outros nao admitem
ger incluidos no grupo dos de
situagio. financeira favoravel”
‘A maioria fica nessa lamentacao
© acaba nfo concorrendo.
Alguns pais, compreendendo a
nobrem da tarefa que a Caixa
‘ propée realizar, dio o dinhel-
ro. Outros tambem nio se
‘opdem, mas os filhos, levados
pelo natural egoisme da infan~
fia, {4 ndo pensam do mesmo
modo ¢ dio outro destino & con-
tribuicgo. Varios meninos se jus-
tifieam:
— Eu nfo dou os $500 da Cai-
Xa porque meu pai disse que a
Caixa nunca fez nada por mim,
Nfo compreendem estes pais
ate justamente porque podem
eontribuir ¢ que nao serao con-
templados. Outros entregam aos
laos $200 ou um tostao e ainda
geham que estéo fazendo favor.
— Quinhentos réis 6 muito di-
wheiro, j& serve para comprar
Papel e lapis. Eu nia sou milio-
harlo nein roubei do governo —
defendem-se.
Somente cerca de 50 alunos
sua contribuiefo e a ren-
2 sella entre 20§000 © 218000.
Apesar de todos estes entraves a
‘Caixa vem sempre realizando al-
Suma coisa. Uma aluna pobre e
™ulto inteligente, a primeira alv
Ba do quarto ano, ‘ia deixar 0
Gurso porque néo tinha dinhei-
3 para comprar os livros, © no
So nfo ha o recurso das bi-
Dublicas. Entao a Caixa
SGinbrou alguns dos livros e pre-
GiMteou-s com cles. Infetizmen-
nem toda a renda da
GRIS ode ser destmada a essa
Social. A Escola precisa de
G2 ¢ ese ainheiro sii da Caixa
Gioler ()\. Para 9 futuro a
SAU nfo poderd mais. conti-
fag ateando com esta atribul-
ize fue ihe nao pertence, e en-
ada aluno devera tiazer 0
Dara’ c450- Mais um encargo
re pai que deseja edu-
GEE,2S filhos." Alem do. mais as
HEPES com atividaces sporti
Sorrem por conta da Caixa
Drecisa promover estes agra~
ara os meninos continuarem
® contribuicio.
REPORTAGEM DE
SEIVA 15
Aldenor Campos
Quem vai lé perto & que conhe-
ce aud ardua 6 esta uta, ¢
GUEo alferente da teorin 6-4 pra
Hea. Um ato functonasio dad
Iinistragao estadua), a0. passat
Pela eldadesinna, por uma rarao
ou outta, Interpelou a. ditetora:
— © Grupo daqui da “meren-
da escolar” aos alunos?
jorque néo? Para que ex:
te entiio uma Caixa Escolar?
para sustentar uma
familia
enorme, 0 roceiro nfo pode espe=
rar que o filho fiqne frequens
tando a escola até os 14 anos,
pasando a manhi na “ria”,
Assim € que tiram 0s filhos logo
Gue eles chegam ao 2° e 3 anos,
icam apenas os que moram
dentro da cidade e assim mesmo
muitos destes desistem. O- nu-
mero dos que atingem 0 quinto
‘ano ¢ insignificante. A maioria
abandona no meio do curso para
Na hora do recreio éles brincam com a bola comprada
pela Caiza Escolar
A professora nfo iria dizer na-
quele instante solene que a Cai-
xa tem somente 21$000 de renda
para dar merenda escolar a 180
meninos. Supondo um gasto im-
possivel de $100 por merenda o
rendimento de um més seria ul-
trapassado em 2 dias. Mas o alto
funcionario estudara o problema
om seu gabinete, Iéra cuidadosa~
menie os decretos e papeis rela-
cionados, coneluira que 0 menino
do sertio precisava de vitaminas
no recreio das dez horas, nfio po-
dia compreender como é que isso
nfo acontecia, de conformidade
com 0s artigos e paragrafos.
A ROCA E 0 DIPLOMA
Muitos dos meninos que fre-
quentam 0 “predio” sao filhos de
pais que tém roca, que traba~
Tham 0 dia inteiro 'e necessitam
do auxilio de toda a familia
Desde que o menino endurece
fas pernas um bocadinno J ser-
ve para ajudar chiquerrando as
cabras, no plantio e na colhel-
ta do feijio, em uma poreso de
servigos. mitdos. rabalhando
entrar de rijo na luta pela vida.
Sobram naturalmente os que tem
pais ricos e ficam malandreando
pela cidade ou vém para a Ba~
hia fazer exame de admissiio.
Longa experiencia cnsinou a0
sertanejo endinheirado que os
meninos que deixam o “predio”
no 2° ou 3° ano passam com
das notas nos “severissimos”
exames dos colegios da capital.
Para que entio o diploma?
Outro fator que impede maior
numero de diplomas é a Idade.
A idade escolar 6 7 anos, mas
nem todos entram para a esco:
la go atingi-la. Vo para 1é mais
tarde, e si perdem exames e re~
petem 0 ano, quando atingem os
14 tém de deixar os estudos com=
pulsoriamente. As — professoras
abrem excecdo para cs meninos
de acentuado gosto pelos estudos
e bom comportamento. Mas ge~
ralmente 0s rapazotes de 14 anos
J& querem falar grosso e nifo
‘obedecem,
De par com estas dificuldades
‘ainda existe 0 problema do livzo.
© Departamento de Educagao,feira. Falin-Ihe tudo
e mais ot menos a
mas que consti-
‘onde serao levantadas
‘construcdes ulteriors,
ESCOLAS PARTI
CULARES
“Bio quatro ou cinco dentro da
fe nos arredores. Ao pos
jquadro negro, nem certei-
mem mapas. Dona Izabel —
“ma sethora ja velha, tipo de
ontadeira de historias —
uuma.escola nos arredores,
meunhada dela nos explicow qu
‘com a casa cheia de me-
| ings e nfo podia mancd-los co
entio pediu 4 dona
Dona Izabel
e, ensinando aos
roveitou o ensejo e
tar alunos.
todo 19, muitos dos
auxiliam os pais das seis
ez, quando vo para a es-
e estudam até meio-dia, Va-
eles estavam ausentes na
em que visitamos dona
ajudando os pais a ba-
feljfo. Nos méses de planta-
colheita a frequencia dimi-
nie sensivelmente, e identica ob-
St¥agio nos fol feita pela direto-
m do “prédio”.
Na escola particular se vai com
qusiquer roupa_e mesmo sujo.
Aprende-se
eetientel
ge
hum catecismo, numa
aria do Brasil sem pagina de
‘Testo. Aprendem a ler, escrever e
= Dona Izabel rios diz mo-
sslamente que nfo tem “saben-
© apenas transmite 0 pouco
(la, mas s6 quando comeca
€ que vemos todo o
ei fe dona Izabel, toda a im-
janeia que cla tem neste apa-
{Scolar brasileivo ainda de-
% que apenas atende
do litoral e dei-
interior quasi que
05 seus proprios recur-
598 alunos vimos um que
enquanto os meninos
‘Brande parte no sus-
familia. Nao exis-
ALEGORIA
ALUISIO MEDEIROS
Imensas serpentes de fogo
cnroscam-se na Estatua da Liberdade.
Monumentos partidos ttimulos erguidos.
As muralhas do século tremem nas bases
© todas as aspiracdes se anulam,
©” a inconstancia das geografias.
Os ditadores enfurecidos serao tragados
Pelas gigantescas corolas das plantas carnivoras
¢ os homens juntamente com os saxofones
Serao precipitados nos abismos.
Misteriosos cavalos galopam doidamente
no infinito deserto
Em torno de minha cabeca
revoluteiam constelacdes multicores.
No bojo da tempestade chega aos meus ouvidos
a cancao soturna do Volga longinquo.
Um galo de bronze em cima de um cubo vermelho
anuncia 0 arco-iris que envolye o mundo
€ onde brotam bilhées de gira-sois.
Outros pais preferem a escola
particular porque nela a palma-
toria ainda funciona regularmen-
te € no “prédio” as professoras
tém idéias modernas sobre edu-
cacao das criancas, idéias que
Positivamente as mies sertanejas
ndo aprovam; quando censurada
por uma professora uma delas
Tespondeu:
— Esté falando da gentel?
‘Nao € casada, como pode saber?
Case primeiro, minha filha, e de-
pois eu quero vér vocé falar em
psicologia infantil!
E assim os’ pais potam os fi-
thos no “prédio” durante a ma-
nh& e 4 tarde colocam-nos em
uma escola particular. Querem é
vér-se livres déles, seja de que
geito for. As escolas particula-
res continuam cada vez mais flo-
rescentes.
A TABOADA E AS “PONTAS”
DO “or
Nas quatro escolas que team
pelo interior do municipio, em
Brraiais © fazendas, estudain 0s
{Mihoe dos vaauelros’ © moradores
de perto, ‘Lay as aistanclas au-
Imentam.” Por vezes os meninos
apdam wna Wégua pare. atin~
fir a escola, EmtAo os pais del-
amends em cis, Vaquero no
sa de tabouda.-—refletem
breccia de, muta agiidade
park ge livrar das pontas do bol
de areias movedicas.
Em linhas gerais, o panorama
do ensino primario no sertéo é
esse que vimos. Com ligeiras va-
Tiantes ele se repete pelos muni-
cipios de pequena renda e até
pelos mais importantes. Mitha-
res de meninos crescem analfa-
betos. Crescem trabalhando a
terra ingrata, suando, fazendo
filhos © mais filhos que depois
viverio 0 mesmo ciclo penoso
dos pais. Quando os meninos
erescem vio para o “prédio” ou
para a escola particular, passam
um-ano estidando, deixam tudo,
Para que sertanejo quer mais?
ractocinam. Sertanejo precisa é
trabalhar com a enxada, lidar
com o gado, e nfo perder a ma~
nhi inteira’ durante cinco anos
para depois de tudo isso voltar
4 enxada igualsino aos que
nunca sairam da roca € nunca
sentaram os fundilhos rasgados
nos bancos do “prédio". Mas eles
pensam assim porque quasi todos
65 esforgos que fizeram — éles
ou outros por éles — fracassa-
ram diante da angustiosa neces
sidade de se assegurar 0 plo de
cada dia. EB” preciso ir busear
ov menino pobre em sua casa
para ensind-lo, facilitendo tudo
‘que for possivel, eno ficar a
espera que 0 menino frequente
fa escola. por alguns meses e de~
pois abandone-a, premido por
Clreunstanelas‘superiores, por
imperatives que ele sozinho nto
pode superar.