Constelar A Enfermidade
Constelar A Enfermidade
Hellinger e Hamer
6
O amor do espírito é o amor a tudo como é.
do nosso sistema corporal. A missão da doença é nos levar à cura; mas
não nos deixamos guiar. Ensina-nos como a cura passa pela sanação,
através da reconciliação, mas só nos ensina, pois é um caminho que
devemos andar conscientemente. E, em vez de dirigirmos o olhar para
onde a doença nos indica, o que fazemos é olhar para ela
incansavelmente, para ela ou para o tratamento. Não entendemos a
enfermidade; esquecemos a linguagem dos símbolos, dos sinais. Já
não sabemos mais como ver a doença; no Ocidente, há vários séculos,
perdemos a capacidade de ler a vida.
A enfermidade nos mostra sempre alguém ou algo que foi
excluído. Sua mensagem: «O espírito, que tudo te deu, te pede
que reincluas a alguém que foi excluído por ti ou por um
antepassado, para poder seguir avante com plenitude ».
No campo da consciência familiar, todos os que existiram
permanecem em um lugar determinado, para sempre,
independentemente do que hajam feito; todos são considerados
igualmente. Os campos são acumulação e transmissão de
informações. Eles nos contêm a todos e para sempre. Eles
também contêm todas as nossas vivências e emoções. Assim,
cada recém-chegado recebe a bagagem anterior completa, tanto a
amorosa e leve como o trágico e terrível.
Como todo sistema vivo, a consciência familiar busca manter seu
equilíbrio e utiliza mecanismos «cegos» 7 de compensação
quando o equilíbrio 8 está em perigo. Quando alguém se coloca
acima da consciência familiar, rejeitando a outro com seu
desprezo e, principalmente, quando esse desprezo causou a
morte, a consciência familiar cria um fenômeno que recorda essa
exclusão, que materializa o desprezo e o coloca à vista de todos
para que possa ser reparado.
A própria enfermidade é temida, desprezada, banida ou esquecida
pelos «sãos», como foram os excluídos pelos «bons». E o
enfermo sente a mesma rejeição, raiva e desprezo que aqueles
7
Que são distribuídos entre os vivos, independentemente de o ocorrido ser
incumbência sua ou não. Em toda a natureza, os indivíduos (animais, seres humanos
ou plantas) são os primeiros a serviço da sobrevivência de suas espécies. Os seres
humanos mais jovens estão a serviço dos mais velhos, os vivos estão a serviço dos
mortos.
8
O equilíbrio desejado pelo espírito é o respeito às ordens do amor. Essas ordens
são o marco da vida plena e permitem que os vivos sirvam à vida: para melhor honrar
aos seus anciãos e ao próprio espírito.
«bons» sentiram. A dupla enfermo-enfermidade mostra, várias
gerações depois, se necessário, a desordem que impedia a
transmissão da vida nessa consciência familiar. É o espelho da
dupla excluidor-excluído criado e desejado pelo espírito para
introduzir mais força e amor nesse campo, graças à reconciliação
esperada entre perpetrador e vítima. E quando essa reconciliação
não ocorre, espera-se que o espelho, por compensação, se
reconcilie com sua enfermidade e sua vida, para que ocorra essa
injeção de energia no campo.
Os campos morfogenéticos aos quais pertencemos apenas podem
incluir e transmitir, nada podem modificar. São um grande
depósito de memória ordenada. E quando ocorre uma
transgressão do amor, também o transmitem tal como foi. Então
criam mecanismos para que os vivos se deem conta da desordem
e com sua consciência a compensem. Esses mecanismos são
fenômenos dolorosos, espelhos provocadores ou despertadores
para que nos demos conta de que algo está por corrigir. Mas nós,
por nós mesmos, tampouco podemos; somos prisioneiros dessa
memória que nos induz a repetir indefinidamente tudo o que
existiu anteriormente 9.
A capacidade de superar a repetição é dada a nós. Uma vez que
a força interna que nos habita, herdada de tantas gerações, nos
haja permitido concordar com as condições de nossa vida, então
a consciência familiar se volta com amor para nós, enquanto
somos abraçados por um poderoso movimento do espírito que nos
conecta diretamente com a Consciência Criadora e sua energia.
Essa energia curativa vem de fora do campo. Quando alguém
decide se abrir para a vida como ela é, ela se abre à conexão com
o espírito. Essa pessoa diz sim a todos como são, sim aos bons e
aos maus, sim à sua vida como ela é, sim aos seus conflitos, sim
à enfermidade como ela é.
Nesse momento, a força de cura chega à pessoa. O paciente se
transforma em canal da energia do espírito, única capaz de
produzir transmutações. E, graças a essa força curativa, é
produzida uma mutação que é integrada pelo campo e transmitida
para sempre.
9
Hellinger descreve em seu último livro como nossa consciência familiar é um
campo de crenças que nos mantém presos: Cura. Cure e mantenha-se saudável, Ed.
Grupo Cudec, México, 2011, pp. 8-10.
A boa consciência, raiz da enfermidade
A má consciência é uma reação hormonal, como todas as
emoções, que começa quando nos afastamos de algo ou alguém
que até agora nos dava segurança. No primeiro estágio da
humanidade, essa proteção emocional era indispensável. A
sobrevivência humana é devida, entre outros fenômenos, a que
juntos, nas tribos, foi mais fácil se defender contra o ambiente
hostil, sobreviver e progredir. Cada vez que um indivíduo queria
se afastar do grupo, seu sentimento interno de má consciência era
tão desagradável que fazia o possível para voltar e esquecer seus
desejos de individuação. Segurança ou autonomia, essa era a
questão.
Hoje, o progresso é tal que cada um pode escolher a autonomia,
de acordo com o grau de abertura de consciência que possui:
autonomia em relação a grandes grupos, à tradição familiar, às
normas religiosas ou à fidelidade às convenções do país. Mas
essa autonomia tem um preço: o sentimento de culpa e a solidão,
porque não será mais admitido como um igual entre os que
permanecem fiéis ao que ele abandona.
Estes, por sua boa consciência, o desprezarão. Mas quem se
separou o fez por causa de uma nova necessidade incompatível
com o vínculo anterior. Se você conseguir assumir o dano que
está causando aos que deixa e continuar a amá-los, então sim, seu
novo projeto será um seguir com a vida, um caminho no sentido
de mais, como Hellinger diz. E, ao mesmo tempo, será uma
oportunidade de crescimento e mudança para quem ficar. Pelo
contrário, se essa pessoa não for capaz de assumir o que faz,
censurará aqueles que permanecerem zangados. Todos avançarão
menos e a nova experiência se converterá em mais do mesmo,
uma nova dependência.
Quando alguém obedece à sua consciência moral é para ser fiel à
tribo, qualquer que seja a forma que a tribo tome naquele
momento. Tendo agido de acordo com nossa consciência moral
nos sentimos aliviados, tranquilos em relação a uma entidade
chamada superior. Estamos em paz com o superego, que é a
internalização do campo de crenças dos ancestrais com os quais
estamos mais vinculados.
Somente crianças 10 podem causar dano cegamente, com a boa
consciência de serem fiéis; o adulto, não. Precisamente alguém
se torna adulto ao deixar de se submeter ao superego e à tirania
da consciência moral.
Como isso pode ser feito? Olhando nos olhos do que lhe causa
má consciência e renunciando a fazer o que lhe daria boa
consciência. Porque, de fato, só colocamos um problema moral
quando vamos causar dano a alguém. Aquilo pelo que os seres
humanos mais lutam é por sua consciência. Alguém é capaz de
morrer e matar para continuar tendo uma boa consciência. A boa
consciência não tem nada a ver com o bem e o mal, como Bert
Hellinger descobriu, mas apenas com a necessidade de
segurança.
Que significa ter boa consciência? Significa sentir-me seguro no
grupo ao qual pertenço. Seguro, reconhecido, protegido. Neste
grupo me sinto alguém, me sinto forte.
Minha compensação cega e indiscutível — o equilíbrio entre dar
e receber — será marcar meu pertencimento ao máximo e
defender o grupo do que pode colocá-lo em risco. Marquei meu
pertencimento com minha roupa, minha maneira de falar, meus
valores, minhas decisões, gostos, interesses... Defendo meu
grupo de tudo que possa atacá-lo; pelos meus daria tudo, a
qualquer preço, até matando. Bem, não vejo os outros, não os
vejo como pessoas, apenas percebo ameaças neles, ameaças à
minha segurança.
Além disso, justifico meu bem-fazer, minha boa consciência: «é
normal», «tenho o direito de fazê-lo», «é meu dever». Para
manter minha pertença e minha segurança, desenvolvo ao
máximo minha capacidade de julgamento: tudo o que favorece
minha segurança é bom; tudo o que a questiona é ruim. Quem
pertence, como eu, é bom; quem não pertence, é ruim. «Meu
dever» é eliminar a esse mal ou a esse mau, fazê-lo desaparecer,
excluí-lo do meu campo.
Esse movimento de consciência se choca frontalmente com uma
das ordens do amor desse princípio criador que engloba tudo o
que existe e, em particular, com nossos sistemas familiares: todos
10
Uma criança que pode ter cinquenta anos. A criança acata cegamente as
fidelidades. O adulto vê. Não atua por fidelidade, mas em sintonia com o que o
presente lhe exige.
pertencem e todos têm o mesmo direito de existir.
E como já foi dito anteriormente, quando alguém exclui a pessoa
que ameaça sua segurança, um mecanismo de reintegração desse
excluído é posto em prática — a doença, um mecanismo de
reconciliação entre a pessoa de boa consciência e o excluído. A
pessoa de boa consciência torna-se necessariamente um
perpetrador. Seu desejo é eliminar ao perturbador.
E a reconciliação pode alcançar várias gerações, até séculos, mas
acontecerá.
Assim, a raiz da doença é a nossa boa consciência, a nossa
consciência moral, que nos permite dizer que alguém é mau e
excluí-lo tranquilamente. Cada vez que julgamos, criamos um
sintoma ou uma enfermidade.
A primeira manifestação de nosso amor e gratidão por nossa
consciência familiar, nossos pais e antepassados, é nossa
consciência moral. Todos nós fomos inocentes e morais; por
amor cego, todos temos sido perpetradores. Para libertar o futuro,
devemos assumir esse dano, sem culpa, e aceitar com amor que
cada um está bem onde está e como está.
A outra faceta da nossa boa consciência é o amor cego que faz
com que o filho diga inconscientemente a seu pai ou à sua mãe:
«Eu assumo a sua doença». Amor cego responsável pelas
equivocadamente conhecidas e nomeadas como doenças
«hereditárias» ou «de transmissão genética».
O corpo, interface entre a pessoa e a consciência
familiar
O todo está em cada parte. Com o meu corpo, faço parte de um
todo (do meu sistema familiar, de um coletivo social, de um país,
de outros sistemas importantes, da espécie humana), de modo
que, em minha organização interna, se refletirá a organização de
cada um grande todo aos quais pertenço; e sou um todo (conjunto
anatômico, conjunto biológico etc.) no qual cada uma das minhas
partes me contém inteiro.
Meu corpo se confunde comigo. Meu corpo, que inclui meu corpo
físico e meus diferentes corpos sutis, sou eu. Meu corpo e minha
consciência são um. Meu corpo e meu inconsciente são um.
Com o meu corpo pertenço ao campo do meu sistema familiar.
Meu corpo é o cenário da polaridade em que vivo, dividido entre
meu amor arcaico pelo meu passado, por quem estou disposto a
dar a vida, e meu agradecimento à vida.
No corpo, são apontados os esforços do sistema familiar para se
reordenar: dor de cabeça, coceira, inflamação... Cada sintoma é
o sinal de uma relação, nossa ou de algum antepassado, que
violou as ordens do amor e pede sua compensação.
Nosso corpo é o palco das dinâmicas sistêmicas com as quais
estamos especialmente vinculados.
O corpo é a interface, o campo de interação, entre o indivíduo e
seu sistema. É onde nos fala nosso inconsciente, que nada mais é
que o movimento do espírito individualizado.
O movimento do espírito se manifesta para nós de todas as
formas possíveis: nas sincronicidades, nas metáforas das quais
perdemos o uso, nos sonhos, nas pessoas e eventos que nos
cercam e nas diferentes sensações de nossos corpos.
Qualquer desordem do sistema familiar é refletida no corpo de
algum ou de alguns descendentes. Qualquer desordem afetiva do
viver, emoções ou atos não assumidos, traumas não integrados,
se manifestará em lugares precisos do corpo até sua resolução.
O Dr. Hamer, sobre quem falaremos mais adiante, descobriu que
cada emoção está relacionada a uma determinada parte do
cérebro e ao órgão correspondente que rege essa parte do cérebro.
Ao longo da história da humanidade, o cérebro passou por
diferentes fases. Primeiro formou-se o cérebro da sobrevivência
(tronco cerebral), que permitiu o desenvolvimento dos órgãos da
alimentação, da excreção, da respiração e da reprodução. Se a
emoção tem a ver com sobrevivência, o que você precisa ter ou
expulsar para sobreviver, essa emoção conflitante será registrada
no órgão correspondente do tecido embrionário, dependente do
tronco cerebral.
Então, o cérebro da busca por proteção (cerebelo) desenvolveu
as proteções do corpo; ali se registrarão os conflitos relacionados
a ataque, defesa ou fuga. Posteriormente surgiu o cérebro da
estrutura e da capacidade de sustentar (os hemisférios), que
governará os conflitos relacionados a não se sentir capaz de lidar
com situações, conflitos de desvalorização, principalmente com
sintomas nos ossos e músculos. Para os destros, o hemisfério
esquerdo regulará o lado direito do corpo e o hemisfério direito
regulará o lado esquerdo. O lado direito tem a ver com o presente,
o pai, o ramo paterno, o masculino, o casal ou os iguais (colegas
de trabalho, irmãos). O lado esquerdo do corpo fala do passado,
da mãe, do ramo materno, do feminino ou da relação pais -filhos.
E finalmente apareceu o cérebro mais jovem: o dos
relacionamentos, a organização da vida em grupo e o
desenvolvimento pessoal (córtex e neocórtex).
Dessa maneira, o corpo nos mostra a causa do distúrbio, pedindo -
nos para entendê-lo e enfrentá-lo. Nas constelações, o
aparecimento de uma dor ou de uma sensação particular em
alguma parte do corpo pede a frase que o curará imediatamente:
por exemplo, o representante sente dor no ombro direito, o
constelador pede que você diga «assumo minha culpa como
casal», a relação com o casal é curada e a dor desaparece 11. Nosso
corpo, à imagem do nosso sistema, desfruta de uma nova ordem,
uma nova saúde e plenitude.
As Constelações Familiares e a Nova Medicina
Graças às descobertas do Dr. Hamer podemos compreender o
caráter profundamente espiritual da enfermidade.
O Dr. Ryke Geerd Hamer, nascido na Alemanha em 1935, chefe
do serviço de oncologia, descobriu desde 1981 «as cinco leis
biológicas da Nova Medicina», apoiado hoje em mais de 40.000
casos, e a observação de que, em cinco anos, 6.000 dos 6.500
pacientes com câncer terminal que estavam seguindo suas
orientações ainda estavam vivos. A Nova Medicina é uma
revolução no conceito da enfermidade e de seu tratamento, e foi
rejeitada na Europa, onde os poderes factuais decretaram Hamer
persona non grata.
No entanto, suas teses têm sido verificadas e reconhecidas em
mais de vinte universidades de diferentes países. Desde 1981,
Israel reconhece oficialmente a Novo Medicamento; seus
médicos são treinados nela, diagnosticam e tratam os enfermos
de acordo com as descobertas do Dr. Hamer. E o câncer está
caindo de um modo espetacular: em 2008, a Embaixada de Israel
publicou um relatório do diretor do registro nacional de câncer,
que mostra uma taxa de sobrevivência de 98% entre os pacientes
11
Veja Brigitte Champetier de Ribes, Começar a constelar. Apoiando os primeiros
passos do constelador, desde o movimento do espírito, Gaia Ediciones, Madri, 2010.
hebreus com câncer.
O Dr. Hamer demonstrou que a enfermidade é bifásica, que o que
entendemos por doença — bronquite, osteoporose, infarto do
miocárdio — é apenas uma das duas fases de um único processo,
no qual uma primeira «doença» tenta resolver metaforicamente
um conflito emocional ou existencial, produzindo uma agressão
ao corpo. Quando esse conflito é resolvido, uma segunda
«doença» reabastece o corpo, graças à ativação de fungos, vírus,
bactérias, micróbios, etc. Quando o processo termina, a saúde
retorna; a pessoa definitivamente resolveu o conflito e se adapta
de novo à vida. Com as Constelações Familiares, vemos a
seguinte dinâmica. Uma pessoa é intrincada com alguém que
excluiu outra. Essa complexidade o tira da vida e o impede de
tomar a mãe. O vínculo «Eu sou igual a você» ao excluidor, ou
perpetrador, faz com que a pessoa tenha uma vulnerabilidade
específica. As forças curativas do campo propõem uma prova
para liberar o emaranhamento e retornar à vida. O amor cego ao
excluidor causa o bloqueio, a rejeição de enfrentar à prova.
Um conflito bloqueado está na origem de todas as enfermidades,
um conflito no qual nos recusamos a viver o teste colocado pela
vida. Ao se recusar a viver o conflito, por fidelidade cega ao
excluidor, a doença é desencadeada. Atua como um movimento
do espírito, guiando a pessoa passo a passo frente a cada uma de
suas fidelidades, arrogâncias e negações da vida. O bloqueio
causa um estado de estresse ou simpaticotonia, característico da
doença de fase ativa, na qual a pessoa diz ao perpetrador «Eu sou
igual a você». Com o tempo, a pessoa pode amadurecer e resolver
o conflito. Então, imediatamente, a doença de fase ativa cessa e
ocorre outra de fadiga e isolamento que corresponde a um estado
de vagotonia: a chamada doença de fase de resolução.
Se nesta segunda fase o enfermo aceita sua situação e sua doença,
reconhece o dano que causou na fase anterior, assumindo as
consequências e aproxima-se interiormente de sua mãe como ela
é, as próprias forças curativas da pessoa começam a ter seu
espaço e iniciam a restauração do corpo através da enfermidade
em sua fase de resolução. O próprio enfermo foi transformado
em um campo de forças curativas, conectado a Algo Maior, a
serviço da criação de uma nova realidade.
Se, por outro lado, o enfermo é dominado pelo sentimento de
culpa próprio ou do excluidor, sua vinculação com o perpetrador
é transformada de «como você» para «pago por você». A doença
então redobra seus esforços para que o doente se dê conta de que,
com essa crença e decisão, ele está perdendo a vida.
O conflito biológico
A Nova Medicina afirma e demonstra que um conflito biológico
não resolvido é o gatilho das enfermidades. Conflito origem da
doença, que confirmamos com a tomada de consciência de Bert
Hellinger, acrescentando que o conflito é uma repetição de uma
grave desordem sistêmica de um antepassado. A nuance
adicionada com «biológico» significa que esses são conflitos
inscritos em nossa biologia e em nosso desenvolvimento como
espécie animal: todo conflito tem a ver com aspectos de nossa
sobrevivência, que todos os seres vivos enfrentam desde que
nasceu a ameba, nossa tatarísima-avó.
Se não somos capazes de encontrar uma resposta ao conflito, o
cérebro o faz por nós: busca essa resposta na memória da espécie,
imensa hemeroteca inscrita em nossos genes. É selecionado,
então, um programa de adaptação biológica entre os que têm
funcionado em toda a história animal. Nossas condições de vida
já não são as mesmas e estes programas já não geram a solução
concreta, mas, sim, a metáfora que nos permite chegar a essa
solução.
Tomemos o exemplo de uma loba que acaba de ter filhotes; está
sem comer há semanas e o leite que ela tem é pouco e alguns
filhotes começam a morrer. Então, sua biologia se adapta e
provoca o aumento de seu tecido mamário, permitindo-lhe
aumentar sua produção de leite. A mulher de hoje que vê que um
de seus filhos está com nojo dela, a deixa e rompe relações com
ela, ela pode sentir que não lhe deu o suficiente, ela pode crer,
como aquela loba, que o filho não tinha alimento suficiente com
ela, então seu cérebro ordenará o aumento de seu tecido mamário,
causando um tumor na mama esquerda.
A enfermidade é dual
O Nova Medicine expõe um fato irrefutável: a doença é dual,
compondo-se de uma fase ativa e uma fase de resolução, ambas
com sintomas e funções distintas e complementares 12, como já
comentamos em páginas anteriores. Ao enfrentarmos um conflito
imprevisto e brutal, em circunstâncias de solidão, a instância
superior de nosso ser, nosso cérebro, decide a somatização da
emoção bloqueada, a fim de fornecer uma possibilidade de
solução, mesmo que seja metafórica. É a entrada na fase ativa da
doença (ou enfermidade de fase ativa). Se a pessoa amadurece e
finalmente resolve o conflito, o processo da doença é revertido
imediatamente e são criadas as condições físicas para que o dano
causado ao corpo na fase ativa é compensado, limpo e curado
durante a fase de resolução, graças à ativação automática dos
micróbios.
As doenças são, portanto, conjuntos de sintomas de uma ou outra
fase que o desconhecimento identificou como enfermidade. Seria
melhor falar, por exemplo, sobre a doença do desprezo, com sua
artrite na fase ativa e sua fase de resolução da artrose.
A enfermidade é um movimento do espírito
Graças à observação fenomenológica que as Constelações
Familiares permitem, podemos ver que um conflito que
desencadeia uma enfermidade é sempre uma fidelidade a um
excitador, ou perpetrador, para usar o termo consagrado. E a
atitude emocional e existencial que mantém a doença em sua fase
ativa é a imitação da atitude do excluidor ou do perpetrador. O
conflito bloqueado se resume em ter se separado e não ter
podido/querido agir. A pessoa ficou sem reação, em vez de
utilizar todos os seus recursos para se adaptar. Entra em estresse
por não resolver o problema e acusa o que lhe rodeia por sua
situação.
O que provoca o fim da fase ativa e a entrada na fase de resolução
é um novo conflito 13 , cujo conteúdo é semelhante ao conflito
bloqueado. Mas desta vez a pessoa tem toda a sua força para
enfrentar a realidade e assumi-la: a pessoa consegue dar o passo
que não havia sido capaz de dar até agora, como se reconciliar
com alguém, aceitar sua nova circunstância, deixar de julgar aos
demais. A fase ativa cede de imediato e instantaneamente o corpo
12
Veja os artigos «A Nova Medicina», «Tabela da origem emocional das doenças
segundo a Nova Medicina» e «Entrevista com Dr. Hamer», em
www.insconsfa.com/articulos_otros_temas.
13
Conflitólise para a Nova Medicina. Conflitólise ou ruptura do conflito.
reage: gripe, catarro ou resfriado, dias que permitem à pessoa
recolher-se e se preparar para a mudança radical que se propõe
viver. A fase de resolução começa, na qual a compensação será
identificada com o excluído 14 . Essa fase é um tempo de
recolhimento, de aceitação das coisas como foram, de aceitação
das consequências do que havia negado anteriormente.
A febre, a dor ou o cansaço nos obrigam a nos retirarmos da vida
ativa até que acolhamos o que rejeitamos no período anterior de
estresse e de imitação do excluidor.
Estamos em um momento de reparação interior. Fisicamente esta
fase é caracterizada por infecção, dor, esgotamento e
fundamentalmente pelo trabalho dos fungos, microbactérias e
vírus a serviço da restauração das condições de saúde.
Da mesma maneira que se pode morrer devido ao estresse da fase
ativa, também se pode morrer na fase de resolução. De fato, esta
segunda fase é a mais difícil e a mais perigosa. De fato, ao sair
da imitação do perpetrador da fase ativa e começar a seguir ao
excluído, se a energia da mudança não foi suficiente, o enfermo
se sente sobrecarregado pela culpa de sua atitude anterior, com
ódio a si mesmo e à sua nova situação, leia-se ódio à sua
enfermidade de resolução. A doença, então, se tornará cada vez
mais virulenta, a fim de tirar o doente de si mesmo, fazê -lo
render-se e aceitar a vida como ela é.
Vamos ver três exemplos de conflitólise. A primeira situação é
desencadeada no final da Primeira Guerra Mundial, quando um
sobrevivente percebe que já não teme por sua vida. Essa tomada
de consciência provoca o contágio da «gripe espanhola» de 1918.
Então, para muitos, a culpa por sobreviver a tanta desgraça, a
tantos mortos, não permitirá desfrutar da nova oportunidade de
viver e a dinâmica que aparece após a conflitólise é «eu te sigo
na morte».
Outra conflitólise ocorrida por uma mudança sociopolítica é a
dos jovens adultos mexicanos e americanos a quem se abre a
esperança de que seus esforços tragam benefícios às suas vidas
14
Todas as enfermidades cujos nomes terminam em -itis são de fase ativa: bronquite,
otite, artrite, etc. Implicam uma atitude de excluidor/perpetrador. As doenças que
terminam em -ose são de fase de resolução: tuberculose, artrose, osteoporose, com
sua fidelidade a um excluído. Quando a doença em -ose se torna crônica, é que a
fidelidade aos excluídos se tornou a expiação da fase anterior.
após gerações de dificuldades e penalidades de todos os tipos,
após a eleição de Barak Obama, provocando a mutação do vírus
da gripe na tão discutida gripe A. O sentimento de culpa diante
do sofrimento ancestral não permite viver a resolução já o
enfermo se identifica com seus antepassados excluídos do ciclo
da abundância e lhes diz, desde seu amor cego: «Eu sigo vocês
na morte.»
O terceiro caso de contágio fatal é o fenômeno social da bactéria
E. coli. Os alemães que até agora se recusavam a ser
descendentes de «perpetradores» abandonam sua vergonha e
finalmente aceitam que seus antepassados tenham sido
criminosos, por um evento social que passou despercebido. No
entanto, para várias dessas pessoas, a culpa pelo dano causado
transforma a fidelidade ao perpetrador em expiação, provocando
a decisão inconsciente de «morro em seu lugar».
Uma injeção de energia, seja qual for a terapia, pode levar a
pessoa a liberar essas decisões. É o momento em que a
enfermidade faz tudo para o enfermo se conectar com Algo
Maior. Só será a partir dessa conexão quando a força de cura
permita encurtar o processo de resolução e aproximar a
convalescença.
Esta fase de resolução dura o mínimo suficiente para que se
realize a compensação fisiológica e existencial do dano realizado
na fase ativa. Depois, a pessoa retorna à vida, reconciliada
consigo mesma e com todos, havendo permitido a reconciliação
no passado entre o excluidor e o excluído e com um amor maior,
uma visão mais ampla que antes de cair enferma.
A doença é um processo completo de reconciliação, que inclui as
duas polaridades: a mesma pessoa está destinada a viver em sua
carne, primeiro a fidelidade a um excluidor, depois a fidelidade
a um excluído, até atingir o ponto culminante anterior à
convalescença 15 em que ambas as polaridades se fundem durante
15
Crise epileptoide ou epiléptica: no final da primeira etapa da fase de resolução, a
inflamação e a retenção de líquidos atingiram seu pico e o organismo interrompe
contundentemente o processo com o retorno da simpaticotonia. Ao mesmo tempo, o
retorno da memória do conflito desencadeador com o cortejo de estresse é muito
frequentemente combinado. Tudo isso dura algumas horas, alguns dias e inflige a
fase de resolução, que já pode iniciar a convalescença. Esta crise é a prova de fogo:
o conflito e a capacidade de resolução se fundem em uma solução criativa que
permite o retorno à saúde, ou a morte em paz.
algumas horas antes de dar lugar a um ser mais elevado, cuja
nova frequência sanará aqueles que ressoam com ele.
Todo processo de reconciliação é sagrado, é um processo
decidido pelo espírito, um movimento criador de amor que
conduz a uma nova realidade. A enfermidade é, portanto, um
processo sagrado, é a vivência de ser englobado pelo movimento
criador do espírito que flui sobre uma vida renovada, com maior
vibração e um sistema familiar sanado.
O conflito
Nos conflitos nos vemos desafiados a dar o nosso melhor, a obter
a a maior força adulta de que dispomos, a liberar os medos,
rancores e ilusões do passado que nos impedem de enfrentar o
que a situação demanda agora.
O conflito que não resolvemos e desencadeia a doença é um a
rejeição ao presente e à vida. E o motivo pelo qual alguém é
incapaz de enfrentar esse conflito é a fidelidade a um
emaranhamento e ao campo de crenças de um antepassado. Por
amor cego a esse ancestral, repetiremos sua fraqueza,
reproduziremos sua rejeição à vida e ao amor. E reproduziremos
essa rejeição fundamentalmente com nossa mãe e/ou nosso pai.
Nos conflitos que a vida nos apresenta revivemos os
enfrentamentos fatais que houve entre um excluidor e um
excluído, pela incapacidade do excluidor adaptar-se ao presente
e a olhar para o outro com amor. A enfermidade irá apresentar,
então, uma solução em geral metafórica a esse desencontro.
Durante a fase ativa, nosso estresse é a energia do excluidor-
perpetrador que se recusou a olhar a vida como é. Quando
amadurecemos e finalmente resolvemos o conflito, entramos na
fase de resolução. O estresse desaparece e em seu lugar o corpo
inicia sua recuperação com muito cansaço, seguindo ao excluído,
que até agora não enxergávamos. Esse cansaço permite que
reconheçamos e nos demos conta do que necessita mudar em
nossas vidas.
O conflito é a oportunidade da consciência familiar para o vivo
perceber, liberar algo, dizer sim, entrar no amor do espírito e,
assim, resolver uma desordem anterior, ou permitir uma
reconciliação e que ele próprio cresça. Quando a pessoa resolve
seu conflito, a consciência familiar o adota como «antigo», como
fonte de recursos e ressonância curativa para os demais vivos.
O conflito e a enfermidade estão unidos, ambos a serviço de mais
vida, ambos dirigidos pelo movimento do espírito. No conflito, o
movimento do espírito é totalmente desdobrado, está à espera do
consentimento da pessoa. Quando a pessoa concorda em
enfrentar o conflito, o movimento do espírito se transforma em
apoio e força; pelo contrário, quando a pessoa resiste a estar
presente em seu conflito, quando se deixa inconscientemente
superar pela fidelidade ao emaranhado, entrando no rancor,
medo, bloqueio, ódio ou superioridade, o movimento do espírito
transforma-se em enfermidade.
É importante lembrar que o movimento do espírito está presente
em todos os conflitos, disponível, desdobrado. Assim que temos
um gesto de assentimento ao desafio que nos é oferecido, o
movimento do espírito nos respalda, nos apoia, nos permite
extrair forças do mais profundo do nosso ser. Mas a iniciativa
tem que ser nossa.
Assim que concordamos com o conflito, com a crise, com a
doença, com nossa vida tal qual ela se apresenta, entramos em
ressonância com a força do espírito. Então crescemos, curamos e
também nos tornamos uma poderosa força de cura, que por
ressonância eleva a frequência de todos e tudo o que vibra
conosco.
Os traumas são nossos conflitos mais graves. Bateson dizia: «Um
problema nunca é resolvido no nível em que se apresentou; sua
solução exige atingir um nível superior». As tragédias e traumas
humanos não podem ser resolvidos no nível emocional em que os
sofremos. Sua integração e superação profunda exigem da pessoa
um passo a um nível superior: a conexão com o amor do espírito
que pensa e move tudo como é, com o mesmo amor a todos.
As constelações nos evidenciam a necessidade de desenvolver
ajudas que vão além das necessidades emocionais: ajudas
filosóficas, existenciais ou espirituais. O constelador está lá para
ajudar a pessoa a acordar do sonho de que a terapia nos levará a
uma vida sem carências. Trata-se de ajudar o cliente a recunciar
às suas expectativas ou ilusões emocionais e aceitar a vida como
ela vem.
O estado mais frequente de uma pessoa é estar traumatizada 16. A
integração do trauma é o que lhe dará uma força e um perfil
peculiares, com os quais pode servir à vida e ajudar aos demais a
partir de uma conexão e uma ressonância fora do normal,
transformando-se, graças à reconciliação com o trauma, em uma
verdadeira força de cura.
Memória de lugares
Se constata frequentemente como uma doença, de qualquer tipo,
desaparece quando se muda de moradia ou, vice-versa, nasce ou
aumenta quando se vive em um determinado lugar. Pudemos
descobrir, graças às constelações, que não se trata apenas da
influência das geopatologias, mas que os lugares são habitados
pela memória de seus antigos moradores.
Os pesquisadores nos dizem que os biofótons, presentes em cada
célula do corpo, enviam milhões de informações nos momentos
que precedem à morte 17 . Essas informações são coletadas por
todos que ressoam com o moribundo, enquanto o ambiente, o
espaço e os objetos ao redor são impregnados com as mesmas
informações 18 . O local e os objetos emitem a frequência das
emoções ou pensamentos enviados pelos biofótons e entram em
ressonância com as pessoas que deles se acercam. A frequência
impregnada não desaparece, mas continua a ressoar e a
influenciar o ambiente indefinidamente. Agora, a frequência
negativa é transformada após uma cura.
Portanto, quando confrontado com um sintoma recidivo, será
necessário perguntar se é devido ao ambiente em que a pessoa
vive e qual seria a maneira mais eficaz de curar esse ambiente.
Geralmente, é uma casa ou um terreno onde ocorreram crimes,
abortos provocados com morte de uma das mães, assassinatos,
abusos, tortura ou assédio.
Tanto as vítimas quanto os perpetradores permanecem na
exclusão desde que o evento ocorreu, e seu sistema pede aos
novos habitantes, através dos sintomas produzidos, que alguém
encerre esse episódio que há de permitir a mais profunda
16
Veja Angwynn St. Just, equilíbrio relativo em um mundo instável, Ed. Alma
Lepik, 2007.
17
Pablo Solvey e Raquel C. Ferrazzano de Solvey, Técnicas baseadas na energia
(série Terapias AVançadas), yol. 3, ed. www.terapiadeavanzada.org, 2008.
18
Lynn McTaggart, O Experimento da intenção, Ed. Sirio, 2008, p. 181 e seguintes.
reconciliação.
Datas de aniversário
A rede energética em que vivemos e nos dirige é antes de tudo
memória, memória de emoções, de acontecimentos, de
superações ou de tragédias, e todos esses eventos ocorreram em
uma data precisa.
Já sabemos que a ordem no tempo e no espaço é uma
característica de nossos campos, e respeitá-los faz parte do amor
do espírito. Portanto, não surpreende que os aniversários das
tragédias de nossos sistemas sejam datas que pedem nosso maior
respeito, e nas constelações criam ressonância quando os
participantes ainda não terminaram de morrer 19.
A psicogenealogia 20 mostra muitos dos eventos e decisões de
nossas vidas ocorreram nas datas de aniversário de eventos
trágicos ou felizes de nosso sistema familiar. Basta dar uma
olhada nas datas de nascimento, casamentos, divórcios e mortes
das últimas quatro gerações para perceber sincronicidades
surpreendentes: os irmãos se seguem na morte, os casamentos se
repetem nos mesmos meses, até através da data de seu divórcio
uma pessoa descobre com quem ele está identificado etc.
As datas da história que marcaram aos familiares de uma geração
– declaração de guerra, bombardeios, rendição ou vitória,
atentados e assassinatos – são revividas durante gerações, e às
vezes por séculos, pelos descendentes, através de suas
enfermidades, sintomas, separações, suicídios ou transtornos.
19
Vemos nas Constelações Familiares que a morte é um processo longo. Quando o
representante de uma pessoa morta finalmente fecha os olhos, com a cabeça
geralmente orientada para a esquerda, esse mesmo representante sente uma paz
muito profunda uma vez que nota que já não lhe afeta o que ocorre entre os vivos e
que seu corpo não responde mais. Hellinger sugere que nesse momento o morto
deixou de existir, perdendo sua identidade e retornando à energia primordial em que
foi imerso antes de ser concebido. Acrescentamos que a partir desse momento todas
as vivências desse morto se fundem com o patrimônio genético de seus
descendentes. Por outro lado, os mortos acusados de conflitos não assumidos
seguem presentes com nome e sobrenome, por gerações, na memória do campo.
20
Veja Anne Ancelin Schützenberger, Oh meus ancestrais!, Ed. Omeba, 1997; P.
Van Eersel e Catherine Maillard, Meus antepassados me machucam:
Psicogenealogia e Constelações Familiares, Ed. Obelisco, 2002; E. Horowitz,
Liberar-se do Destino da Família, Ed. Zenith, 2004; e Solomon Sellam, síndrome do
reclinado, Ed. Bérangel, 2004.
Os dias que cercam o próprio aniversário são dias de fragilidade,
o aniversário de uma grande prova e a primeira tomada de
autonomia da pessoa.
A debilidade que provoca a impossibilidade de resolver um
conflito é frequentemente devida a um aniversário. Aniversário
de um evento doloroso ou grave, uma exclusão, uma separação
ou uma morte, com os quais a pessoa está intrincada. Por
fidelidade a essa data e aos antepassados das diferentes gerações
que foram fiéis à sua celebração, a pessoa mostra uma fragilidade
especial que a impede de resolver um conflito, resultando em
uma doença ou, sem a necessidade de um conflito bloqueado, a
pessoa simplesmente adota o conflito de um antepassado dizendo
«Eu sou igual a você», «Eu no seu lugar» ou «Sigo você na
doença».
A existência de uma data tão marcada e memorizada pelo campo
do sistema familiar mostra que ele precisa se reconciliar com algo
importante, para que essa data deixe de ser uma ameaça para cada
geração subsequente.
As emoções
As emoções são sinais internos que nos permitem adaptar-nos ao
ambiente sempre que algo muda. Por exemplo, um amiguinho da
escola veio brincar comigo e, porque não sei que coincidência,
ele acabou de quebrar meu brinquedo favorito. Meus sentidos
enviam a informação ao meu coração, que a envia ao tronco
cerebral, e aí desencadeia uma reação química e hormonal: meu
sangue ferve, a adrenalina aumenta e, sem pensar, dou -lhe um
belo tapa na cara. Ele olha para mim desconcertado e diz «me
desculpe», vou engolir o choro e continuaremos muito amigos,
ambos um pouco mais prudentes. Mas, se sou tão bem-educado
que meu tronco cerebral desvia o sinal para outra reação,
acumulo o sinal original não respondido em meu fígado. Afogo
o sinal interno de raiva e dor, dou risada, ou vou me queixar à
minha mãe ou permanecer impassível. Nós nos tornamos amigos
traiçoeiros; vou me vingar a curto ou longo prazo, com ele ou
com os outros. Ele não me respeita internamente, ultrapassou o
limite e eu não reagi, por isso ele poderá continuar abusando de
mim.
Vemos que na primeira reação a emoção de raiva interrompeu a
agressão, a emoção subjacente da dor pôde ser expressada, tudo
durou menos de um minuto e as duas pessoas cresceram e seu
relacionamento melhorou. Essa raiva e essa dor são emoções
primárias, totalmente adaptadas à situação, pois, precisamente,
permitem reagir no momento a algo que surge inesperadamente
no campo.
Apenas emoções primárias 21 são saudáveis. Não apenas isso, mas
nos fazem crescer. Eles são uma música à vida. São criativas. São
fortes. Contribuem para a melhoria da vida e do ser humano.
Pelo contrário, neste exemplo, o riso, a queixa ou a
impassibilidade nada resolvem, para nenhum dos presentes
separadamente ou para sua relação. São emoções secundárias
cuja principal característica é a manipulação e a não ação. A
«vítima» não assume sua própria emoção, aqui de raiva e de dor.
As emoções que não foram expressas se acumulam nos órg ãos
aos quais correspondem, modificando sua química, restando-lhes
energia até que acabar em uma somatização, sintoma ou
enfermidade.
A emoção primordial é o amor, juntamente com a alegria, e seu
corolário, dor e tristeza quando o amor é ferido. Toda a
informação de nosso ambiente é registrada em primeiro lugar no
coração. Se a dor não puder ser expressa, porque é urgente estar
a salvo de um abuso ou de um perigo, a emoção primária que será
sentida será o medo ou a raiva. Duram apenas o tempo suficiente
para agir e permitir expressar a dor que se segue. Imediatamente
após, o amor e a alegria retornam, a pessoa fica relaxada e
disponível para outra coisa. Essas emoções primárias são
reconhecidas por serem eficazes, breves e criarem empatia.
Uma emoção secundária é qualquer emoção não motivada pela
situação presente. Por exemplo, sorrir em vez de estar triste, ficar
com raiva em vez de chorar, agredir para evitar sentir-se culpado,
chorar em vez de ficar com raiva, etc. São emoções que duram
muito, até se tornam um traço do caráter. Criam desconforto tanto
na pessoa como nas pessoas à sua volta. Pioram a situação da
pessoa com o ambiente, pois nelas há rejeição de agir para se
adaptar. São uma rejeição viva e permanente da realidade como
21
A Análise Transacional analisou em profundidade o campo das emoções. São
conceitos de uma enorme eficácia, muito simples de entender e aplicar. Veja, por
exemplo, Ian Stewart, A AT hoje: uma nova introdução à Análise Transacional,
CCS, 2007.
ela é. E nosso corpo testemunha isso para nos ajudar a sair dessa
não-vida.
Os pesquisadores conseguiram registrar cerca de quatro mil
emoções diferentes 22. Enquanto forem negadas, cada uma delas
se manifestará em um local definido do corpo.
As emoções adotadas
Às vezes pode acontecer que vivamos emoções, primárias ou
secundárias, sem relação com a realidade:
desespero, mesmo quando tudo está indo bem, raiva injustificada,
culpa constante e irracional, etc. São emoções que só fazem
sentido através de uma constelação, na qual aparece a vivência e
a emoção de um antepassado, ao qual imitamos a partir de nossa
fidelidade inconsciente e cega. São as emoções «adotadas» pelo
emaranhamento com um ancestral que precisa ser reconhecido e
amado por alguém.
Por nossa herança genética, temos um vínculo especial com
alguns ancestrais. Não temos mais que observar com quem nos
parecemos, física ou moralmente. No entanto, estes aos quais
podemos identificar são a ponta de um iceberg emergente da
noite dos tempos.
A vida inteira desses antepassados se nidifica na nossa. Quando
os aspectos positivos de suas vidas compensam os aspectos
negativos (de medo, crueldade, manipulação etc.), os aspectos
positivos (leia-se emoções primárias, criatividade, força,
generosidade, lucidez, humildade etc.) se tornam, de maneira
anônima, já sem identidade, no patrimônio do sistema familiar e
são ao mesmo tempo nosso sinal de identidade. Quando os
aspectos negativos de um antepassado superam os positivos,
quando a pessoa morre sob o choque de um assassinato, quando
vive tomada pelo medo ou pela vergonha, quando morre, essa
pessoa ainda permanece presente. O que não posso assumir ou
superar na vida, tem que viver um descendente por ela. Na morte,
já não pode fazer mais nada, é tarde demais. O falecido segue
presente com toda sua experiência, sua identidade e seu amor
bloqueado, seus corpos sutis não podem ser harmonizados para
permitir-lhe morrer até que um descendente compense com seus
22
Veja no Anexo 1 um resumo das emoções mais frequentes que causam sintomas
físicos e enfermidades.
atos o que aconteceu.
Os campos mórficos que constituem os sistemas familiares estão
a serviço da vida. Eles são animados por dois movimentos de
amor ao espírito: a memória ordenada 23 inerente, que permite que
tudo o que uma vez existiu exista para sempre e seja transmitida
indefinidamente dos primeiros que vieram a todos os posteriores,
e o movimento de compensação 24, também inerente ao campo.
Esse movimento de compensação segue a lei da energia que rege
o universo: cada partícula está junto à sua antipartícula, a energia
é produzida cada vez que uma fase «positiva» é equilibrada por
uma fase «negativa».
Quando alguém se opõe à primeira lei desejando eliminar algo
ou alguém de sua vida, choca frontalmente com o amor do
espírito, que ama a todos igualmente. Essa exclusão procurará ser
compensada pela vida de um ser mais jovem que imitará ao
excluidor ou ao excluído, como uma nova oportunidade de
compensar com sua vida o que fez o ancestral. A vida nunca é
individual. Portanto, carregarei as emoções dos antepassados
com quem estou especialmente vinculado, para reinclui-las,
aceitando-as e compensando com meu amor adulto o amor cego
do antepassado.
Enquanto tiver um conflito semelhante ao do ancestral, posso
estar com a mesma incapacidade que ele para resolvê-lo. Não me
permitirei viver as emoções primárias liberadoras. Se me apego
à minha cegueira e ao meu estresse, então me comportarei como
ele e a enfermidade virá à minha procura para me forçar a sair
desse comportamento. Tudo ao meu redor se tornará um sinal do
que tenho que soltar para liberar minha vida e ao antepassado. E,
ao fazê-lo, começarei a encontrar a plenitude e a felicidade.
Localização das emoções
É essencialmente graças à medicina chinesa (noção de
meridianos e pontos de tonificação e sedação para diferentes
distúrbios físicos e emocionais), à Nova Medicina de Hamer e
seus sucessores, à radiestesia e à cinesiologia que foi possível
averiguar que cada emoção, dependendo do seu conteúdo e com
23
A lei da ordem e do pertencimento. A ordem vem em primeiro lugar e pressupõe
o pertencimento.
24
Equilibrar o dar e receber amor ou dano.
quem estava relacionado, afeta uma área do cérebro, uma camada
embrionária precisa e um órgão específico por ela governado. Por
exemplo, sentir-se culpado pelo casal cria uma dor no ombro
direito do destro, enquanto uma dor no ombro esquerdo do destro
é provocada pelo sentimento de culpa como pai ou mãe.
A conjunção do que é observado nas constelações familiares e na
Novo Medicina é tal que permite encurtar o caminho da cura, do
sofrimento corporal e da sanação, uma vez que toda emoção
primária liberada aumenta a frequência do indivíduo. E como
entendemos agora, sem sanação não há cura.
De acordo com Abraham Maslow 25, existe uma hierarquia das
necessidades básicas dos seres humanos 26 que se esforça por ser
reconhecida, caso contrário está garantido de que a sobrevivência
tão somente nos permitirá construir castelos na areia.
É importante identificar as necessidades ocultas de um cliente e
as que não o são, a fim de dirigir o olhar para o essencial.
Somente se poderá alcançar uma melhoria na qualidade de vida
atendendo à hierarquia das necessidades dessa pessoa. A falta de
uma necessidade vital se traduzirá, como com as emoções, em
uma lesão ou disfunção em uma parte específica do corpo.
No contexto das Constelações Familiares nos interessados essa
referência, porque muitas vezes o que mantém uma desordem,
um vivo substituindo um morto, por exemplo, resistindo a liberar
esse papel e seus benefícios secundários, é que esse morto havia
ocultado algumas necessidades que o vivo não ocultou.
As frases
As neurociências explicam a geração das emoções da seguinte
forma: as informações coletadas pelos sentidos são primeiro
registradas pelo coração, depois passam pelo sistema límbico,
onde são filtradas e orientadas ao cérebro reptiliano, se a situação
detectada pelos sentidos for perigosa, ou para o hemisfério
esquerdo, se a situação for favorável.
No cérebro reptiliano, a informação encontra uma resposta
memorizada a essa ameaça; pode tratar-se memória da pessoa, da
25
Abraham Maslow, A theory of human motivation, 1943; Motivação e
personalidade, Ed. Díaz de Santos, 1991. George Boeree, Teorias da personalidade,
de Abraham Maslow, 2003.
26
Veja Anexo 2.
espécie ou de um antepassado. Nessas memórias está registrada
a ordem «ataque», «fuja» ou «faça nada». No cérebro superior,
no hemisfério esquerdo, a pessoa, utilizando toda a sua
experiência anterior, emite um pensamento, uma declaração, uma
crença sobre a informação proveniente do sistema límbico. A
ordem do cérebro reptiliano ou a crença do hemisfério esquerdo
provoca uma reação em cadeia tanto química ou elétrica como
hormonal que produz uma determinada emoção por todo o corpo.
Expressar uma emoção primária é realizar um ato criativo a partir
do neocórtex direito, ato que nos adapta ao ambiente. E uma vez
culminada a adaptação, a emoção desaparece. A experiência
completa — percepção do ambiente, crença, emoção, reação e
nova adaptação ao ambiente — é transformada em uma nova
superação da pessoa, passa para o neocórtex esquerdo, onde se
integra com toda a bagagem vital anterior e acaba alojando -se no
timo.
Expressar uma emoção secundária não cria adaptação alguma ao
ambiente. Apenas reforça a equação crença-emoção. O que libera
uma emoção, seja ela primária bloqueada ou secundária, é chegar
ao pensamento ou crença que a gerou. É encontrar a frase
apresentada no hemisfério esquerdo ou no cérebro reptiliano,
uma frase que descreve a interpretação da pessoa naqu ele
momento. Então, a frase é levada ao coração da pessoa, é
solicitado que ela seja pronunciada sem emoção, mas com a
maior adesão possível, com convicção e profundidade, porque
esse pensamento é sempre o fruto do amor mais profundo, seja
por fidelidade arcaica ou por amor criativo.
Assim que o pensamento é reconhecido, por exemplo «Eu quero
matar», tornado consciente e levado ao coração ao pronunciá-lo,
o pensamento e a emoção secundária associada, de energia
assassina em nosso exemplo, desaparecem sem mais, dando lugar
ao pensamento anterior «é demais para mim», o que desencadeia
a emoção primária liberadora: a pessoa irrompe em soluços, pura
sensação dominada pela paz interior alguns segundos mais tarde.
Do mesmo modo, fazer com que um novo pensamento como «eu
sou seu filho» apareça, do fundo do pré-frontal direito,
desencadeia a correspondente reação químico-emocional do
amor e da veneração.
Daí a eficácia empírica das frases nas constelações e em muitas
terapias atuais. Mas apenas as frases sem emoção, ditas com
seriedade e sem dramatização. Pois o perigo das dramatizações é
que elas dão toda liberdade às emoções que se autogeram ao
serem desconectadas da realidade com a qual o córtex nos
sintoniza.
Os Pais
A vida nos vem dos pais. Somos o resultado da fusão de um
espermatozoide com um óvulo. Somos uma mistura única de
cromossomos da mãe com os cromossomos do pai. Embora
incondicionalmente aceitemos essa realidade, a vida pode fluir
em toda a sua plenitude, desde suas origens até hoje, fluindo sem
freio possível rumo ao futuro.
Tudo nos é dado ao tomarmos à mãe e ao pai. Ao amar
incondicionalmente nossa mãe, nos vinculamos com todo o nosso
passado, com a origem da vida, com a abundância da vida, que é
traduzida em nossa existência pelo êxito em todas as suas formas:
saúde, dinheiro e amor.
A mãe é uma ponte entre o passado e o presente, e com o parto
nos ensina o morrer para renascer. Dela recebemos ser
transmissores dos valores passados. Ao amar a nosso pai, nos
abrimos ao futuro, ao mundo, à realização profissional. Dele
recebemos a força de superação, de sobrevivência e de entrega a
um projeto.
Nossa mãe teve um pai e uma mãe, nosso pai teve uma mãe e um
pai; portanto, em suas vidas, cada um tem sido uma simbiose de
seus próprios pais, portadores, portanto, de ambas as energias,
masculina e feminina.
Quando nossos pais se fundem no momento de nossa concepção,
por via natural ou por concepção assistida, ocorre uma dupla
simbiose: simbiose do óvulo com o esperma e simbiose dos dois
ramos, do sistema familiar do óvulo com o sistema familiar do
espermatozoide. Isso significa que, ao tomar minha mãe, abraço
todo o meu ramo materno, homens e mulheres. Quando tomo meu
pai, tomo simultaneamente aos homens e mulheres de todo o
ramo paterno.
Mãe, pai e vida são sinônimos; aceitar a vida é aceitar nossos pais
como eles são e foram. Rejeitar algum aspecto da vida é rejeitar
a um dos progenitores ou talvez a ambos. E vice-versa, aceitar
nossos pais é tomar a vida como ela é.
Aceitar a vida é fazer frente a seus desafios, é enfrentar conflitos,
é resolvê-los, não importa quanto nos custe. Bloquear-nos diante
de um conflito é rejeitar a vida como ela é, é rejeitar ao pai, à
mãe ou a ambos, é privar-nos da fonte da abundância e da força.
Vimos anteriormente como a enfermidade é consequência de uma
exclusão. O grande excluído indicado em primeiro lugar pela
doença é a mãe ou o pai, de acordo com o tipo de doença que nos
afeta.
De fato, a saúde física chega até nós através da mãe; A saúde
mental chega até nós através do pai. Enfermidades físicas graves
se desenvolvem em pessoas que sofreram exclusão ou ausência
de mãe em um mínimo de três gerações. As doenças mentais se
desenvolvem em pessoas que não têm acesso ao pai desde um
mínimo de três gerações.
O movimento básico das enfermidades é um movimento
interrompido com a mãe ou com o pai. Movimento interrompido
que existe devido a um emaranhamento de um ancestral que
sofreu uma trágica separação de um de seus pais ou porque o
mesmo enfermo viveu um afastamento dramático com um de seus
progenitores. O conflito desencadeante da enfermidade nada
mais é do que a consequência desse movimento interrompido,
caracterizado tanto pela impossibilidade de aproximar-se do pai
quanto pela rejeição ao mesmo, ao não poder assumir a dor
provocada pela distância.
A mãe
Ao tomar a mãe incondicionalmente, abraçamos a saúde. Os nove
meses de gestação são o período em que cada pessoa viveu a
abundância mais completa, com todas as necessidades atendidas,
desde que o feto chegou ao termo, apesar de qualquer
adversidade. Abrir-nos à mãe é abrir as comportas desse período,
é nos vincularmos novamente à abundância e à bondade da
natureza: o dom da natureza é a vida, e, portanto, saúde.
A rejeição da mãe ou a impossibilidade de tomá-la provocam a
enfermidade e, se esse afastamento da mãe existe em três
gerações seguidas, ocorrerá uma enfermidade grave.
Para entender, tomemos o exemplo de Maria, que tem câncer. Ela
é muito protetora de sua mãe. Quando ela era mãe de sua mãe,
não podia tomar sua mãe. Esta última tinha pavor de sua própria
mãe, a avó, e por causa desse medo, ela se recusa a tomá-la como
mãe. A avó, por sua vez, estava substituindo uma namorada de
seu pai, que também não havia acolhido a mãe, mas odiava todas
as mulheres ao seu redor, incluindo a filha, mãe de Maria. E s e
continuarmos investigando, provavelmente alcançaremos mais
gerações «sem» mãe.
O pai
Do pai nos vem a força da sobrevivência e da adaptação à
realidade, a força do compromisso, da responsabilidade e da
realização profissional.
De onde vem essa força do pai? O homem tem em sua vida dois
grandes momentos de renúncia que a mulher não possui,
renúncias que o tornaram forte e homem. Até os três ou quatro
anos, o menino apaixonado por sua mãe sente que sua segurança
reside em aproximar-se de seu pai e renunciar a seu amor por sua
mãe para sempre. O período da fusão amorosa com a mãe que
existia desde a concepção termina e começa a viver, em troca, no
fazer e socializar-se.
Para a menina, a renúncia ao amor do pai tem uma compensação
muito mais suave, já que lhe permite retornar à relação iniciada
desde o princípio de sua existência: a relação com sua mãe.
O segundo período de renúncia é quando, sendo um jovem pai,
ele percebe que, uma vez terminada sua contribuição para a
concepção do filho, a simbiose biológica mãe-filho é tão
autossuficiente que ele não tem escolha a não ser ir embora. Seu
papel de apoio está fora dessa fusão. Assim que concorda com
essa nova renúncia de poder continuar com o feminino como
antes, ele encontra seu papel na sociedade, colocando -se a
serviço da fusão mãe-bebê e da sociedade, graças ao seu trabalho.
A sobrevivência e realização do homem se dão através da ruptura
com o elemento feminino, materno e emocional, com o passado,
com o mais prazeroso. Daí sua força e seu olhar para a ação e o
futuro. Enquanto a realização da mulher se dá através da
continuidade e simbiose com o primal e o emocional.
O pai é uma ponte entre o presente e o futuro; ensina-nos a
adaptação ao ambiente, ensina-nos a ir para o mundo, a renunciar
em benefício do grupo; ensina-nos a agir e a nos comprometer no
serviço à vida.
A presença do pai junto à mãe é fundamental para ir separando o
filho da mãe, para conscientizá-lo da existência do ambiente,
para que o filho tome seu terceiro lugar: ele não é o rei da ca sa
com poder absoluto sobre a mãe, é o terceiro membro da família
e apenas o terceiro. Os dois primeiros são pai e mãe 27. O que
importa é chegar a três. A três nos socializamos. Um progenitor
com apenas um filho tende à simbiose com o filho, uma simbiose
precursora da psicose, uma vez que a simbiose torna impossível
estarmos em contato com a realidade externa.
A ausência de um pai respeitado pela mãe por várias gerações
cria a estrutura das psicoses. O excluído na doença mental é o
pai; o excludente, uma ou várias mães. Daí a importância de um
terapeuta do sexo masculino ao lado de um cliente psicótico.
Por outro lado, fomos capazes de observar em várias
constelações de enfermidades físicas graves como a cura vinha
do acolhimento do pai. Quando o fardo ou a violência das mães
afastam o filho ou a filha, ele encontra em seu pai a força da
adaptação à realidade mais crua. Apoiado por seu pai, ele será
capaz de assentir à vida como ela é, e então o processo de sanação
começa.
O pai pode ser uma figura-chave. Sua força permite compensar
uma mãe ausente. Frequentemente, na fase de resolução, a
presença do pai, honrado e tomado incondicionalmente,
compensa o distanciamento ou a fragilidade da mãe, permitindo
que volte à vida.
As ordens da saúde
O processo de retorno à saúde. Criar as condições de uma
nova realidade de saúde.
Agradecer e honrar à consciência criadora de vida.
Agradecer a vida recebida.
Agradecer ao amor. Honrar aos humanos como são, com sua
incapacidade de amar.
Honrar às forças curativas.
27
Em casais de gays ou lésbicas, o filho é o terceiro, depois de duas mães ou dois
pais.
Tomar (acolher) mãe e pai.
Acolher ao antepassado excluído. Honrar e agradecer à
enfermidade.
Reconhecer e agradecer aos pensamentos negativos próprios.
Devolver estes pensamentos ao antepassado. Assentir à vida com
saúde.
SEGUNDA PARTE
Constelar enfermidades, sintomas e órgãos
Enfermidade e terapeuta
Observamos os movimentos dos representantes de um cliente
anônimo, de sua enfermidade e de um terapeuta. O terapeuta está
muito interessado na doença. A princípio, o terapeuta é muito
maior que a enfermidade, olha-a com os punhos cerrados,
observando-a com superioridade e desdém.
A doença começa a crescer e crescer, com as mãos nos quadris,
muito zangada com o terapeuta.
O terapeuta se tornou menor que a enfermidade e recua diante
dela, tem medo, não se a encará-la. Chega um momento em que
o terapeuta se recompõe, olha nos olhos da enfermidade e a
honra. A enfermidade relaxa, suspira e sorri, e então com a mão
indica ao terapeuta para olhar para outra coisa, não para ela, para
Algo Maior 28.
Quando o terapeuta se conecta com Algo Maior, o cliente começa
a olhar também na mesma direção. Depois de alguns minutos,
ambos se voltam, cliente e terapeuta, para a vida, e caminham
decisivamente para lá. A doença comenta posteriormente que não
queria ser olhada, porque, ao ser olhada, se consolidava, se
fortalecia, enquanto seu papel é fazer com que o terapeuta e o
cliente se conectem a Algo Maior e se ponham a serviço da vida.
A fase de resolução
Os representantes vão para a fase de resolução da enfermidade,
uma pessoa doente, sua mãe, uma pessoa excluída, depois vários
antepassados.
O doente está de costas para a vida, zangado, com os braços
cruzados.
A mãe está na vida, olhando-a. O excluído está atrás, olhando
para ela.
A enfermidade de fase de resolução se aproxima do enfermo,
tenta em vão voltar-se para a vida. Mas o doente está zangado
com ela, com sua mãe, com a vida. Ele diz: «Não gosto de você,
quero outra vida, não me amo».
Quando ele pronuncia as palavras «não me amo», a enfermidade
28
Uma força superior, uma Consciência Criadora que cria a vida como ela é, ama a
todos como são e move tudo com o mesmo amor.
e os antepassados ficam com raiva dele. Os antepassados se
sentem ofendidos. A doença torna-se muito maior, mais forte e
mais agressiva: o empurra com o peito, o afronta, quer agredi -lo
com os punhos.
Chega um momento em que o doente tem que se render ante ela
e se deixa guiar. Então, a enfermidade lentamente o leva a ver
um antepassado e honrá-lo, depois à mãe e depois à vida.
Então a enfermidade libera sua pressão e volta para trás. A
pessoa, já com saúde, está na vida, agradecida.
Novas constelações
Apresento aqui uma série de constelações do espírito, dentro do
campo das novas constelações. O constelador, em sintonia com
o campo, receberá a informação sobre qual delas é a adequada
para cada caso.
Por novas constelações entende-se que o constelador confia
plenamente no campo: uma vez que a constelação é colocada, o
facilitador se retira para não interferir ainda mais em seu
desenvolvimento. Sua presença é o condutor das energias
superiores; recebe, com sua intenção e recolhimento, as energias
que vêm de fora do campo; assim permite a introdução de um
novo olhar, de um novo observador: o olhar do espírito, dessa
força que ama tudo como é. A presença dessas energias e esse
outro olhar servem como um catalisador ao campo criado por
cada constelação. Cada constelação será constituída pelos
elementos de que este campo necessita para que uma nova
realidade seja criada graças a esse novo olhar — que por
definição não é intervencionista, pois aceita tudo como é -, com
a ativação desses elementos pela energia catalizadora.
Essa nova realidade, imprevisível, sempre implica uma adição
de vida e de consciência em relação à realidade de origem. Para
quem já percorreu esse caminho, é sempre um presente
inesperado.
A enferma e sua mãe
Laura tem leucemia há vários anos.
Coloca-se uma representante para ela diante de uma
representante de sua mãe. Ambas estão imóveis. Depois de vinte
minutos, Laura começa a avançar muito lentamente em direção à
mãe. Ele acaba abraçando-a com muita emoção.
O enfermo e seu sintoma
Jaime tem o rim direito gravemente danificado.
Os representantes de Jaime e do rim estão frente a frente.
O rim se afasta, Jorge tenta se aproximar.
Então Jaime desvia o olhar ao fundo e olha intensamente para
alguém. Ele se aproxima do fundo. Ele vai e vem muito devagar,
com o olhar fixo naquele antepassado. Nenhum representante é
escolhido.
Enquanto isso, o rim entrou em colapso e deita-se no chão,
recostado, olhando para Jaime.
Em determinado momento Jaime o enxerga. Fica alguns minutos
dividido entre olhar além, ao fundo, ou olhar para o rim.
Agora olha apenas para o rim. Tente assumir várias posições: ele
se senta ao lado do rim, deita-se a seu lado, se senta do outro
lado, volta a deitar-se de novo e de novo.
Jaime se levanta e dá alguns passos em direção à vida, retrocede,
volta a deitar-se ao junto ao rim, levanta-se de novo e dá alguns
passos mais, recua, avança novamente. Essa dúvida se prolonga
durante alguns minutos.
Ao final Jaime avança decididamente até a vida, sem olhar para
trás.
Sente-se muito forte, energizado, contente por viver e aliviado.
O rim fechou os olhos enquanto Jaime começou a dirigir-se
decidido para a vida.
Tomar a mãe desde o espírito
Jorge tem câncer ósseo.
São colocados três representantes: ele, seu câncer e sua mãe.
Jorge afasta-se ao máximo de sua mãe. Ela tem uma postura
severa e altiva. O câncer está junto a Jorge, olhando para a mãe.
Jorge olha para mortos no chão. Realmente não quer olhar para
sua mãe.
Peço que olhe para longe, além dos mortos no chão, para se
conectar com Algo Maior. Deixo passar algum tempo, minutos.
Então eu peço que Jorge diga: «Obrigado pela vida como ela é».
Depois peço a Jorge que olhe para sua mãe – já não lhe custa
fazê-lo – e lhe diga: «Você me deu a vida, é o que importa. Tudo
o mais eu mesmo busco porque é o que me toca. Obrigado por
ser minha mãe». Conforme vai falando, o câncer vai afastando -
se dele.
Jorge está frente a frente com sua mãe; esta há mudado de atitude,
olha-o com amor. Jorge começa uma aproximação, que durará
uns dez minutos – estão a três metros um do outro –, até
conseguir chegar a abraçar sua mãe, soluçando. O câncer deita -
se e fecha os olhos.
Tomar aos pais desde o espírito, ver aos pais em
um único olhar
Begoña está sempre doente, segue de hospitalização a
hospitalização.
São colocados a própria Begoña e representantes para seu pai,
sua mãe e para sua saúde.
A saúde deita-se com o rosto virado para o chão. Ela, Begoña,
está sem força, a uns dois metros de seus pais. Os pais começam
a afastarem-se um do outro, olham-se brevemente, até darem-se
as costas e estarem bem separados.
Então peço a Begoña que decida olhar para os pais de uma só
vez: «Sua mãe é sua mãe graças ao seu pai, seu pai é seu pai
graças à sua mãe. Você decide agora olhar para os dois juntos,
em uma única olhada. Procure o ângulo, à esquerda de sua mãe,
a partir do qual você vê os dois sem precisar mover os olhos, e
depois os honra ao mesmo tempo ».
Begoña escolhe desistir de sua preferência por um de seus pais e
decide abraçá-los em um único olhar. Então procura o ângulo
adequado. Ela faz isso muito devagar, com muito recolhimento.
Chega um momento em que os vê aos dois sem mover os olhos.
Os três estão praticamente alinhados. Begoña está recuperando
suas forças. Sua saúde, deitada, começa a olhar com interesse.
Begoña não se move, apenas olha a seus pais, juntos na mesma
olhada. E os pais começam a olharem-se, a virarem-se muito
lentamente e a avançarem centímetro a centímetro, um em
direção ao outro. Até que se encontram, trocam sorrisos e se
abraçam fortemente. Begoña se ajoelha com profundo amor.
Muito lentamente, os pais, abraçados, se viram para estarem de
frente para sua filha. Depois de um tempo, eles olham para a filha
com um amor transbordante; Begoña se levanta e se entrega ao
seu abraço.
A saúde levanta-se e pouco a pouco se vai unindo nesse abraço.
A intenção cria a realidade, direcionamos o olhar para onde
colocamos a intenção. Nosso olhar cria a realidade.
Cada uma de tuas moléculas representa a um ser
humano
Esta constelação permite trabalhar para toda uma coletividade
com um mínimo de pessoas. O problema deve ser comum a todo
um grupo de pessoas, como pessoas que precisam tomar a mãe,
pessoas afetadas pela mesma enfermidade etc. O trabalho é
realizado com dois representantes: um para quem queremos
trabalhar e outro para a pessoa-chave em relação ao tema
escolhido.
Temos que ter certeza de que temos a permissão interna para
fazer essa constelação.
Cito alguns dos temas com os quais trabalhamos dessa maneira:
filhos frente a sua mãe, filhos frente a seu pai, parados frente a
sua mãe, doentes frente a um excluído, violentos frente a alguém
com quem eles têm um movimento interrompido, infectados com
uma doença específica frente a um antepassado.
Após uma visualização em que os representantes abrem seus
corações a todos os seres vivos, coloco três representantes de
enfermos com o seguinte slogan: «Cada uma de suas moléculas
representa a um enfermo, o campo escolherá quem você
representa».
Na frente deles, três representantes que recebem o seguinte
slogan: «cada uma de suas moléculas representa um antepassado
dos enfermos à sua frente».
Cada par evolui de forma autônoma. A constelação dura cerca de
vinte minutos. Dois representantes dos enfermos dirigem-se à
vida após vários movimentos muito lentos e muito diversos,
juntamente com os representantes dos antepassados.
Um dos representantes dos enfermos acaba deitado ao pé do
representante de seus antepassados.
Os representantes relatam terem se sentido múltiplos, cheios de
muitas experiências diversas e sensações contraditórias que
pulsaram até que pudessem unirem-se em um movimento. Os
assistentes notaram uma energia incomum no campo.
Constelação de polaridade
Carmen não melhora sua saúde debilitada apesar de todo o
trabalho que realizou até agora, não melhora apesar de sua
admirável disposição interna de humildade e assentimento. Meu
observador interno me diz que está presa em uma polaridade
(força de energia polarizada) anterior à vida humana.
São colocados representantes para Carmen, para a polaridade e
para a consciência familiar de Carmen; mais adiante se colocará
o representante para um excluído.
A consciência familiar afasta-se ao máximo da polaridade: vai
até o limite do círculo, em direção à vida, enquanto a polaridade
recua, até o limite oposto do círculo.
A polaridade é imensa e atrai Carmen como um ímã. Carmen
resiste, tenta desprender-se e não consegue. Quando ela assente,
abaixa os olhos e olha fixamente para o chão. Um excluído se
deita aos pés da polaridade e se enrosca em suas pernas. Carmen
deixa de olhá-lo.
A polaridade ainda é muito grande e forte, não tem emoção, não
vê, Carmen começa a desviar o olhar, sente que se conecta a Algo
Maior.
Ao cabo de alguns minutos, ela consegue iniciar um movim ento
muito tênue de afastamento. Ela se afasta centímetro a
centímetro, olhando para a polaridade, em direção à vida e à
consciência familiar, mas sem olhar para elas.
A consciência familiar parece não perceber Carmen até que ela
se aproxima dela e diz «pertenço a você». Então a consciência
familiar olha para ela e lhe abre os braços com amor.
Os presentes foram tomados por extraordinário respeito ante a
impressionante energia que emanava da polaridade.
Carmen comentará vários meses depois que esta constelação
mudou sua vida.
Constelação espelho
Quando o constelador fica em branco na frente de um cliente, ou
se sente confuso ou sem força ou entediado com o tema,
provavelmente ele entrou em uma contratransferência com o
cliente. Então tem duas alternativas: renunciar a constelar esse
cliente ou fazer uma constelação espelho. A constelação espelho
consiste em trabalhar «a distância» com o cliente, através de
representantes que serão espelhos dos representantes do cliente.
De fato, a constelação espelho montada será a constelação do
constelador, desmontando, assim, a contratransferência e
devolvendo a ambos, cliente e constelador, a distância
necessária para a sanação do cliente.
Este procedimento protege o cliente de qualquer projeção do
terapeuta. A constelação do cliente é desenvolvida apenas por
ressonância, como se o movimento de cura presente no campo
escolhesse os movimentos significativos da constelação espelho
para produzir saltos qualitativos na constelação do cliente.
Fátima queixa-se de fadiga extrema há vários anos. A
consteladora recebe a informação interior de que precisa usar
uma constelação espelho; ela não tem permissão para trabalhar
diretamente com Fátima. Pede a Fátima que escolha alguém para
si e para seu cansaço. Imediatamente, observa-se que a
representante de Fátima olha para o chão, então uma pessoa
morta é adicionada. Eles são convidados a permanecer em um
canto da sala e que se movam conforme exijam seus corpos.
Em seguida, a consteladora elege três novos representantes: um
espelho de Fátima, um espelho de sua fadiga e, por último, um
espelho do morto. A partir de então, duas constelações se
desenvolvem em paralelo, a de Fátima e a dos espelhos. A
consteladora apenas assiste à constelação espelho, esquecendo -
se da de Fátima. Cada novo movimento ou frase da constelação
espelho ressoa na constelação de Fátima, de modo que as duas
constelações evoluem em paralelo, embora de maneira distinta
em direção a uma solução específica para cada constelação. A
protagonista da constelação espelho, uma vez na vida, se
aproxima de Fátima para lhe agradecer. Ambas se abraçam.
Posteriormente se separam e a protagonista espelho recebe o
comando intuitivo de olhar para trás e se conectar com Algo
Maior. Uma vez conectada, pede «por favor» e, em seguida,
virar-se e ir à vida.
Ao pronunciar «por favor», algo radical muda na constelação de
Fátima, e Fátima fica totalmente aliviada e contente com a vida.
Paralelamente, a protagonista espelho vai novamente à vida,
desta vez com força e alegria.
Constelação multidimensional
Josefa sofre de esterilidade.
Ela escolhe um representante para si mesma.
O slogan para o grupo é o seguinte: quem se sinta chamado a
entrar nessa constelação deixe-se mover por esse impulso.
Pouco a pouco, quinze pessoas entram como representantes nessa
constelação. Todos eles evoluem muito lentamente e formam
pequenos grupos que parecem representar mães mortas com seus
bebês ao seu lado. Depois de quinze minutos, Josefa fica entre as
pernas abertas de uma mulher morta e acaricia seu ventre.
A única intervenção da constelação foi colocar o filho excluído
desta mãe morta ao lado de Josefa e pedir que ela dissesse: «Eu
o substituo». A partir desse momento, ela pôde começar a se
retirar, retornando seu lugar ao bebê morto, que se enroscou
contra sua mãe, e ambos puderam descansar em paz.
Enquanto isso, Josefa, transformada, afastou-se aliviada e feliz,
indo em direção à vida.
Enfermidades, sintomas e órgãos
Alergia a pelos de gato
Felipe sente uma coceira insuportável quando pelos de gato caem
em algum lugar. É sua esposa quem solicita a constelação.
São colocados os representantes de Felipe, de sua esposa e da
alergia 29. Felipe 30, imediatamente, olha para o chão 31. É um morto
de várias gerações anteriores 32, ao lado de quem Felipe quer se
deitar 33, e a alergia o impede. O morto sente coceira e arranha
todo o corpo 34, conçando-se.
Cada vez que Felipe quer se deitar a alergia intervém e o obriga
a afastar-se.
A esposa de Felipe estava olhando para a vida, até que ela se vira
e olha o que acontece com o marido. Vê o morto e aproxima-se
lentamente dele. Ela se ajoelha ao lado do morto, o acaricia e ao
final lhe cerra os olhos 35.
Então a alergia vai para o fundo e Felipe se levanta com
segurança, afasta-se do morto e caminha em direção à vida. Sua
esposa olha para ele sorrindo.
Asma alérgica a pelos de animais
Joan sofre de asma — fica sem fôlego — cada vez que entra em
contato com pelos de animais.
São colocados representantes para Joan e para sua asma.
Sua asma olha para o chão além do círculo 36. Joan olha na mesma
direção para outro morto. Ao colocar os dois mortos, um
permanece sentado, em postura fetal, e o outro se estende cerca
29
Em todas essas constelações, o cliente escolhe os representantes, mas não os
coloca. A partir do momento em que são escolhidos, algumas vezes alguns segundos
antes, eles já estão envolvidos por um movimento que os conduz, fazendo aparecer
a dinâmica dos emaranhamentos primeiro e, depois, com a ajuda das frases, permite
a reconciliação e a sanação. Este movimento é um movimento do espírito. Não
trabalhamos com imagens, mas com movimentos. Primeiro observamos os
movimentos da consciência, anteriormente chamados de movimento da alma por
Hellinger, com seu amor cego e atração pela morte; então vemos o movimento da
enfermidade, que é um movimento do espírito em direção à vida, e, por fim, o
movimento da força curadora, outro movimento do espírito que se desenrola quando
a pessoa já aceita sua enfermidade e a si própria.
30
Trata-se sempre do representante do cliente, a menos que enfatize expressamente
que é o próprio cliente.
31
Significa que olha para um morto a quem tem uma fidelidade.
32
Em alguns casos o constelador tem permissão para saber quem é o morto.
33
Isso significa que ele está intrincado com aquele morto e deseja segui-lo na morte.
34
Culpa vergonhosa.
35
Os membros de um casal formam uma comunidade de destino. O que um não pode
ver nem resolver a partir de seu próprio sistema, o outro vê com amor adulto, sem
se emaranhar, e dessa maneira o outro pode resolvê-lo para o parceiro.
36
Zona de exclusão.
de trinta centímetros do primeiro 37 . O excluído sentado está
muito zangado com sua mãe, se recusa a olhá-la, em um
movimento interrompido muito doloroso 38. Joan senta-se ao lado
deles. Ele diz ao feto: «Eu sou como você. Por você eu rejeito
minha mãe».
Inspirar é receber o amor da mãe; expirar é dar amor. A fidelidade
de Joana é expressa através da asma e também através de sua
própria rejeição à mãe.
Então eu coloco a mãe de Joan. Pouco a pouco, ele vai olhando
para sua mãe. Leva tempo para se levantar. Está se aproximando
lentamente. Se detém a dois metros de distância. Pede-se que
olhe para sua mãe nos olhos e, ao mesmo tempo, respire pela boca
em sua direção. Enquanto isso, que vá se aproximando. Chega
um momento em que ele lhe pode dizer «sim».
Nesse momento a asma de afasta e o feto deita-se sereno ao lado
de sua mãe.
Alopecia
O pai e a mãe de Matías pedem uma constelação porque seu filho,
de seis anos, vem sofrendo, há vários meses, de alopecia.
Matías senta-se no chão em postura fetal 39; sua mãe chora atrás
dele.
Alopecia vai para o passado, olhando para o chão. O pai deixa o
grupo, vai para a exclusão e fica ali sorrindo 40. Ao colocar mais
alguém, apoia-se sobre o ombro deste excluído.
O olhar da alopecia e do pai, assim como a postura da criança,
apontam para vários mortos que vou colocando: uma mulher
morta desesperada, uma criança morta, outra mulher morta, um
feto sentado sozinho e um perpetrador 41 em pé.
O pai, na exclusão, acusa com o dedo e o punho ao perpetrador.
37
Parece tratar-se de um feto, com a mãe morta ao lado, ambos excluídos.
38
Movimento interrompido: o movimento amoroso do feto em direção à mãe foi
interrompido pelo que causou a morte da mãe; o feto não pode expressar sua dor,
seu pânico, seu sofrimento, seu sentimento de culpa e de abandono, ele só pode viver
a rejeição por sua mãe.
39
Assinala, assim, que segue um feto.
40
Quando um vivo dirige-se para a exclusão ou para trás, significa que é atraído por
alguém com quem está identificado.
41
Este representante está erguido, rígido.
A alopecia se coloca de pé atrás do feto sentado, com os olhos
fixos em sua nuca.
A mãe de Matías, mais livre que o pai, pode olhar para os mortos.
Primeiro fala com cada ancestral: «Tudo acabou, a dor acabou,
você já pode descansar em paz.»
E logo se aproxima do feto sentado.
Nesse momento a alopecia se senta no chão e pouco a pouco vai
perdendo forças até deitar-se por completo.
A mãe diz «te vejo» ao feto e lentamente o vai abraçando,
acariciando-lhe a cabeça, sobretudo a nuca. A seguir o ajuda a
deitar-se, em paz.
O pai para de acusar com a mão e continua apoiando-se com amor
em um ancestral, fora do círculo.
A mãe se aproxima do filho e diz: «já vejo a todos, eles não
precisam mais de você». A criança levanta a cabeça para olhar
para a mãe e abraça suas pernas. Ele não tem forças para se
levantar, tenta desesperadamente. O pai, de longe, observa a cena
e, ao ver os esforços vãos de seu filho, sente forças para se
separar do excluído e voltar a entrar no círculo, aproximando -se
lentamente do filho e da esposa, até abraçá-los.
Alzheimer
São colocados Antonio e sua enfermidade.
A doença apresenta rigidez no dedo médio de cada mão 42. Com
esses dois dedos, Antonio está batendo na cabeça, no cérebro. A
doença sobe em uma cadeira, domina tudo, feliz, onipotente.
Ao escolher uma pessoa para cada parceiro anterior, vemos que
Antonio e o parceiro anterior de seus pais se entreolham,
mostrando uma dinâmica muito comum: a do filho (aqui Antonio)
que substitui um primeiro relacionamento que não era agradecido
ou respeitado. O parceiro anterior mostra muita agressividade à
primeira parceira de Antonio, com o dedo acusando-a de algo.
Antonio se deita e diz: «Prefiro morrer do que assumir». Então ele se
levanta e vai até a vida.
42
Mostra energia assassina direcionada a uma companheira anterior de Antonio
(mão direita) e a uma companheira anterior ou um companheiro de um de seus pais
(mão esquerda).
Ele se vira para olhar para sua primeira parceira e diz: «Agora assumo
minha culpa».
Naquele momento, a doença se retira e vai volta atrás, e Antonio
se levanta e vai devagar, com muito peso, para a vida.
Enquanto isso, o relacionamento anterior de um dos pais olha
para Antonio, com dois dedos apontando para a têmpora.
Antonio se vira para ela, tem muita dificuldade em olhar para ela.
Quando ele finalmente olha para o relacionamento anterior de
seus pais, lhe diz: «Isso nos pertence; deixo com você o desejo
de matar».
Baço
Patricia sofre de uma doença no baço, sua extração está
planejada.
São colocados representantes para Patricia, para seu baço, para o
conflito desencadeante e para seus pais.
O baço olha para o chão a certa distância. Coloco ali a vários
mortos. O baço dirige-se para lá para deitar-se entre eles e
abraça-los a todos.
O conflito, um dos mortos e o pai juntam-se.
Patricia olha apenas para seu pai, com ódio 43. O pai tenta afastar-
se dela 44.
A mãe, sozinha, cobre os olhos e a boca 45, não tem força, mal se
sustenta de pé. Melhora quando se conecta com seu próprio pai.
Patricia esconde a mão direita atrás das costas 46 e só tem o punho
esquerdo direcionado ao pai 47. Expressa seu desprezo a todos, se
sente superior a todos.
O baço está deitado em postura de suicídio 48, já meio morto. O
conflito se junta ao baço, adotando a mesma postura, um em cima
do outro, com a face voltada para baixo.
O pai dirige-se pouco a pouco à exclusão, atraído por muitos
43
Com os punhos cerrados apontando para ele.
44
O ódio causa a fuga da pessoa odiada.
45
Sinal de que existe um segredo.
46
Oculta algo em relação a seu pai.
47
É o seu ódio de filha.
48
Boca voltada para o chão.
excluídos. O baço lhe dói.
O avô, de pé no centro, rígido e paralisado, olha para o filho e
diz: «Você os vê por mim». Quando o avô sai, Patricia se sente
reconfortada em sua superioridade. No começo, ela quer ser
maior que o vovô, depois reconhece: «Eu sou como você, vovô,
eu os desprezo, quero matá-los».
Após esse reconhecimento ao avô, Patricia torna-se menor; agora
ela vai se aproximando de seu pai. Os dois se deitam no chão, e
Patricia diz a seu pai: «Eu te sigo na doença e na exclusão».
Patricia pode então se levantar e retornar ao centro; lá permanece
plantada imóvel. Uma forte dor na planta do pé esquerdo 49 a
impede de mover-se, enquanto olha para o chão e se deixa cair
lentamente. Ela comentará que sentiu um forte desejo de morrer,
que a vida já não valia mais a pena.
São colocados, então, representantes para antepassados do ramo
materno, homens e mulheres. Um dos homens está deitado de
bruços, os outros sentem calor, cobrem a boca e sentem fortes
náuseas 50 . Patricia então diz: «Sou fiel, fiel a seus segredos,
culpas e abusos, fiel ao ódio entre mulheres e homens ». Os
antepassados se acalmam e vão se reconciliando; o conflito se
vira de cabeça para cima, mostrando que Patricia finalmente
reconheceu e assumiu suas emoções.
Patricia olha para sua mãe e lhe diz: «Te tomo como és». O baço,
então, começa a melhorar. Patricia pode honrar ao masculino, o
o que permite a cura definitiva do baço.
Bronquite
Alexandra
São colocados Alexandra e seu conflito não resolvido,
desencadeante da bronquite.
Alexandra se encolhe como se quisesse entrar em si mesma. Ela
não quer ver o conflito e diz não com a cabeça.
Alexandra se dobrou, com as mãos 51 apertadas pelas pernas, e as
pernas não podem avançar trocando de posição: nem ir adiante
49
Fidelidade a um antepassado do ramo materno.
50
Indicando respectivamente suicídio, culpas, segredos e abusos.
51
O fazer está nas mãos. Realizar com as crianças, na mão esquerda; realizar no
trabalho ou no relacionamento, na mão direita.
nem fazer nada que possa libertá-la.
O conflito se afasta, é muito rígido e sente muito frio 52, enquanto
olha para longe. Em seguida, colocamos um ancestral na
exclusão, atrás. Alexandra olha para o conflito e suas mãos se
vão liberando conforme continua a olhá-lo e diz: «Este é o meu
território».
O conflito aos poucos deixa o campo e sua rigidez vai
desaparecendo enquanto o ancestral toma mais presença. O
antepassado tem rigidez nos braços estendidos. O conflito e ele
estão olhando um para o outro, o conflito se afastando, o
ancestral lentamente deitando-se no chão.
Alexandra vai olhando para o conflito. Suas mãos, rígidas, estão
sobre seu peito («É meu, apenas meu»).
O braço direito do conflito está rígido; a consteladora comenta
que é um problema de casal, o braço relaxa e o conflito
desaparece 53.
Alexandra se volta para a vida, mas cobre o rosto, tosse. Ao dizer:
«Tenho vergonha de ver; agora assumo minha culpa», ela relaxa,
para de tossir e avança em direção à vida.
Carola
Carola e seu conflito estão presentes, atrás de dois excluídos.
Carola não quer olhar para o seu conflito. Ambos estão cheios de
agressividade. Carola se distrai ao acusar insistentemente al guém
com o dedo.
Quando ela finalmente olha para o conflito, assume sua raiva e o
conflito se vai. Paralelamente, um ancestral rejeita outro, mas
logo se reconciliam.
Então Carola se converte em vítima 54, deita-se, sofre, sente-se
muito fraca, enferma, com dores no pâncreas e no baço, sente que
está morrendo.
Quando, depois de um bom tempo, pode dizer «eu o rejeitei», a
52
Isso significa que diz a um morto: «Eu sigo você».
53
A pessoa acaba de resolver seu conflito; a bronquite, como uma enfermidade da
fase ativa, acabou. Agora entra na fase de resolução, movida por culpa e expiação.
Fase que, nesse caso, foi muito curta.
54
Para não assumir sua culpa; é a fidelidade ao perpetrador excluído, desde a
expiação. O esgotamento é a consequência de não querer assumir a culpa, enquanto
também lhe impede cada vez mais que perceba e assuma.
força renasce e as dores se afastam. Aos poucos ela volta a se
levantar.
Está, então, frente à vida. Sente-se confusa, muito solitária,
perdida, com dor no peito.
Todas essas sensações desaparecem quando diz: «Assumo as
consequências da minha rejeição».
Bruxismo
Elena sofre de bruxismo extremo.
Sua mãe está com muita raiva do pai. Uma forte energia assassina
vem das mulheres do ramo materno, com a complacência dos
avós. Uma delas cobre a boca com as duas mãos, murmurando:
«Você não sabe, você não sabe.» Ela vagueia pela sala, com uma
expressão de horror no rosto.
Câncer
Como todas as doenças, o câncer é um movimento do espírito
que é colocado em operação quando alguém rejeita a vida, para
trazer essa pessoa de volta à vida.
Quando se trata de uma enfermidade grave, a vida tem sido
rejeitada repetidamente, após a recusa em enfrentar toda uma
série de conflitos, e essa rejeição ocorreu em várias gerações
seguidas. Portanto, precisamente a doença se torna difícil, dura
e exigente. Como o caminho de volta à vida exige a renúncia a
crenças familiares profundamente arraigadas — crenças muito
excludentes -, pede para poder superar o sentimento de culpa por
deixar de ser fiel a várias gerações.
Assim que a pessoa manifesta sua adesão à vida como ela é: seu
assentimento à sua mãe, seu assentimento à sua doença, seu
fardo; quando toma seu lugar como filho, e somente como filho,
quando decide enfrentar seus conflitos, o câncer se retira.
A pessoa e seu câncer
Primeira fase: fidelidade a um perpetrador. A pessoa está com
os punhos cerrados, como se quisesse agredir ao câncer. Quer
agredi-lo para não olhar para ele e ao mesmo tempo tenta se
cobrir para não ser vista. Não cessa de olhar aos mortos no chão.
Segunda fase: fidelidade a uma vítima, segunda enfermidade. A
pessoa olha para um morto, aproxima-se, coloca-se em uma
atitude de expiação junto a ele e deita-se entre os mortos. O
câncer se foi.
Terceira fase: cura. Depois de um tempo, a pessoa sente que
forças desconhecidas a penetram, ajudando-a a se levantar e ela
está pouco a pouco indo para a vida.
Câncer ósseo e leucemia
Juana
São colocados representantes para Juana, para o câncer ósseo,
para a leucemia e, ao final, para a mãe.
Juana e o câncer ósseo estão frente a frente. Juana levanta a
cabeça para olhar para o alto 55.
O câncer olha para Juana e espera. Permanecem assim por vários
minutos.
Chega um momento em que Juana baixa lentamente a cabeça,
atraída por um morto ao chão. É o princípio da fase de resolução.
O câncer ósseo se deita e entra em cena a leucemia.
Então Juana se abraça à leucemia e entrega-se a ela. Há um amor
profundo entre as duas. A leucemia é como uma mãe e Juana é
como uma menina, cada vez menor, sem força, entregue à
leucemia.
Então colocamos a mãe. Juana não quer olhar para ela, mas é a
própria leucemia que começa a se retirar, mostrando a Juana que
ela precisa olhar para sua mãe. Em seguida, começa uma
aproximação lenta da filha a sua mãe, aproximação difícil pois,
a princípio, a filha se sente maior que sua mãe.
Ao mesmo tempo, a leucemia se vai separando, embora
permaneça vigilante e não se afaste muito.
Quando, finalmente, Juana vai para a vida, a leucemia retira-se
completamente com esta frase: «Missão cumprida».
Berta
São colocadas Berta, sua mãe e sua avó.
O câncer ósseo é próximo da avó, ambos têm a mesma atitude:
arrogantes, desdenhosos, superiores; têm uma rigidez 56 extrema,
55
Para evitar ver e assumir uma culpa, própria ou de um antepassado perpetrador.
56
Energia assassina do perfeccionismo e da boa consciência.
principalmente no pescoço e nos braços estendidos, acusando
Berta de tudo e à sua mãe.
Estas duas últimas têm a mesma atitude, encurvadas no chão,
apoiadas uma na outra, os braços e os pés cruzados, sentem como
se estivessem com mãos e pés atados. O olhar para o chão,
esmagadas pela avó, não podem olhar para ela. Berta se sente
sem mãe, abandonada, indefesa.
A mãe diz à mãe: «Faço isso por você, mamãe. Eu expio por
você».
Berta diz a sua mãe: «Melhor eu que você, mamãe».
Chega um momento em que Berta percebe um fardo muito
grande, tanto o dela quanto o da avó, e o câncer se desmorona,
desaparece e a leucemia aparece em cena.
Berta se aproxima de algumas vítimas da avó e deita-se ao seu
lado, de bruços, pagando com sua vida e depois vira-se de costas
para o chão. Tranquila, confortável, sem mais desejos, sente-se
envergonhada de olhar para a leucemia, que está ao seu lado,
olhando para a vida. Vergonha de que a leucemia fosse sua
amiga, de que tivesse tanto desejo de morrer.
A avó se transformou e se liberou, tem olhado para trás, para
Algo Maior, e agora está olhando para sua filha e sua neta com
amor. Tudo o que ela deseja é que sua neta olhe para a mãe como
uma mãe.
A mãe, liberada, segue para a vida. Da vida, ela olha agradecida
para a avó e logo depois se volta para a vida, às vezes olhando
para sua filha Berta, mas sem forçar uma abordagem.
Berta recusa-se a olhar para sua mãe como mãe, ela tem vergonha
de parar de proteger sua mãe. A leucemia e a mãe se juntam. A
filha não se atreve a olhar para a mãe, tem vergonha de saber que
sua mãe é amiga da leucemia.
Olha mais facilmente para a avó e lhe diz: «Por favor». Se dá
conta de que a avó era uma desculpa para não tomar a mãe.
A partir deste momento tudo muda; ela olha para sua mãe,
reverencia a leucemia e esta última a leva até a vida. Ambas
permanecem de pé, na vida. Berta precisa que a leucemia lhe diga
o que fazer com a vida, pois é novo demais para ela; e a leucemia
olha para Berta, um pouco afastada, esperando pacientemente
que ela ouse ir para a vida.
Logo, pouco a pouco, Berta se adentra na vida e a leucemia se
retira.
Medo do Câncer
Eugenia tem muito medo de contrair câncer, ainda que
desconheça o motivo que a leve a ter esse medo.
São colocados representantes para Eugenia e para o câncer. Ela
se sente muito maior que o câncer, está muito rígida e ereta,
evitando o olhar do câncer.
A mãe de Eugenia aparece. Eugenia se sente ainda maior, com
um enorme desprezo pela mãe. Ele procura se afastar do câncer
e de sua mãe ao mesmo tempo.
O câncer então começa a se aproximar de Eugenia sem perdão e
forçosamente, atrás dela, pressionando-a com todo o seu peso,
até que consegue levá-la para diante de sua mãe.
Nesse momento Eugenia entende que não tem como escapar, ou
vai com o câncer ou vai com sua mãe, mas permanece muito
tempo entre o câncer e a mãe, sem querer olhar para qualquer
deles.
Seu medo do câncer vence e ela concorda em olhar para sua mãe.
Depois de alguns segundos sua arrogância desaparece; a mãe,
cheia de amor, aproxima-a de seu peito, onde Eugenia se refugia.
O câncer se retira, feliz. «Já está feito», ela murmura ao sair.
Câncer de cólon
Enrique
São colocados representantes para Enrique, para o câncer e para
o conflito desencadeante.
O conflito olha para muitos mortos no chão, olha para eles com
desolação. As palavras que lhe vêm são: «Que pena, que desastre,
quantas ilusões perdidas».
Enrique se afasta para nada saber e não sofrer.
É quando o câncer se levanta, com muita raiva, e se vai em
direção a Enrique. Está muito zangado e agitado, enquanto
Enrique olha tudo com superioridade e com os braços cruzados.
O câncer passa por estados nos quais deseja matar, ou sente-se
consumido por uma dor insuportável. Aponta para um
antepassado com a mão. Então Enrique olha para esse
antepassado com interesse e lhe diz: «Eu sou como você, não
quero sentir.»
Pouco a pouco, o câncer se aproxima de Enrique por trás e agarra
sua barriga. A dor enfraquece Enrique e o torna mais humano,
ele começa a sentir e a olhar para seu conflito rodeado pelos
mortos.
Neste momento o câncer de cólon se deita no chão.
Começa a enfermidade da fase de resolução. Para Enrique, o
maior sintoma é uma grande dor na parte direita da cabeça; olha
para a vida dizendo não com a cabeça: «Eu não quero isso».
Ele olha para uma vítima que sofre do mesmo e lhe diz: «Eu sigo
você; como você, não quero minha vida».
Gerald
São colocados representantes para Gerald, para seu conflito e
para o câncer de cólon.
Gerald se aproxima de seu conflito e o olha atentamente até que
começa a desesperar-se, com gestos e expressões de horror,
gemendo: «É horrível, é horrível». Logo se afasta.
Então o câncer vai se aproximando. Gerald foge, como um
palhaço, rindo, queixando-se, sem saber onde ficar ou que atitude
tomar, termina na exclusão estirado no chão, como uma criança,
passando do riso forçado à zombaria ou à vitimização. Sua
palavra é «tolos»; tudo é absurdo, todos são uns tolos.
O câncer se juntou ao conflito, os dois mostram um semblante
muito sério, olham para a mesma direção, vendo várias pessoas,
sentem que algumas são pessoas magoadas por Gerald e outras
são antepassados.
Depois de um tempo, Gerald aproxima-se da vida e, a partir daí,
começa a olhar para os dois: conflito e câncer. Gerald está a
vários metros de distância de conflito e câncer. A essa distância,
ele agora é capaz de dizer: «O que fiz é horrível».
Quando pronuncia essas palavras o câncer se vai.
Inicia a enfermidade de resolução. Gerald, que encontra-se muito
solitário 57, a vê com agrado. Brinca com ela, ainda que a doença
permaneça muito séria. Paulatinamente, a doença o integra à vida
57
A solidão daquele que não tomou a mãe.
sem que ele se dê conta, porque Gerald só tem olhos para sua
doença. Enquanto ele está na vida, ele vai perdendo todas as
forças e acaba como um saco de areia, como um legume,
totalmente dependente de seu entorno, obrigando-o a começar a
olhar e a necessitar dos demais.
A solidão de quem não tomou a mãe.
A enfermidade permanece ao seu lado, firme e contente:
finalmente Gerald vê os demais.
Depois de um tempo, a doença lhe pede que diga «obrigado» aos
demais, à vida. Gerald resiste, e quando concorda em dizer, tudo
se transforma: a segunda enfermidade se retira, um tremor
sanador sacode seu corpo com violência, a gratidão começa a
enchê-lo de emoção e continua a repetir «obrigado» enquanto seu
corpo recupera sua força, permitindo que ele se levante e comece
a andar, com os braços erguidos de alegria.
Câncer de útero
Beatriz, com câncer avançado de colo do útero, precisa decidir
se deve ou não extrair o útero. O que é digno de nota nessa
constelação é que seus tumores a vinculam a um campo muito
grande de fetos arrancados dos ventres de suas mães. E esses
fetos, assim como os tumores, sentem muito medo, raiva e pânico
da extração. Suas emoções são as de todo bebê violentamente
separado de sua mãe.
Beatriz e seu destino estão morrendo por fidelidade a todos esses
fetos, até que chega a extração, e nesse momento Beatriz e seu
destino se levantam. Beatriz, em seguida, com gratidão abraça a
extração, como um último tributo à memória dos fetos arrancados
do ventre de suas mães, e depois caminha de mãos dadas com seu
destino para a vida, renovada e fortalecida.
Câncer de garganta
Eugenio tem um câncer de garganta.
Primeiro verificamos seu sistema familiar: ele está com as mãos
nas costas 58 quando olha para a mãe, que permanece a certa
distância, também com as mãos nas costas.
A avó, por trás, cai no chão, encolhida em uma postura de
58
Não recebeu afeto, não sabe dar nem receber.
expiação, sem força alguma, e não vê ninguém. A bisavó está em
postura de perpetradora, rígida e sem interesse por ninguém.
Pelo lado paterno, o pai está excluído, olhando para outro
excluído. O avô paterno se coloca diante do câncer e o olha a
certa distância.
Enquanto isso, o câncer está se aproximando de Eugenio. Se
abraçam. Eugenio se sente muito sozinho e o acaricia com
ternura. Eugenio vira as costas para a vida, fica próximo à zona
de exclusão do pai, sem chegar a ela. O câncer tem o punho
esquerdo na boca, como algo que tapa a boca e lhe impede de
falar.
Quando Eugenio diz ao avô «Eu sou como você», o câncer se
separa dele e se transforma: vai retrocedendo lentamente, como
a cinco gerações atrás, no ramo paterno, e o punho na boca cede
lugar a um dedo sobre a boca muito fechada 59, com um olhar
sardônico de cúmplice para Eugene. Ele se sente em perigo, cerra
os punhos 60 e se rodeia de vários segredos para se proteger do
olhar que lhe vem de tão longe. Ao colocar um segredo ao lado
do antepassado da quinta geração, o câncer perde sua segurança
e Eugenio relaxa e pode dizer: «Agora vejo o segredo e com meus
segredos venho às vítimas do seu segredo».
O segredo do antepassado se desmorona e o câncer vai ainda mais
longe e já não tem interesse em Eugenio.
Para Eugenio, então, inicia-se um processo solitário. Ele se sente
muito sozinho, mas quando se depara com sua vida e seus
próprios segredos, com o dano que ele próprio provocou, sua
força retorna, a solidão desaparece e ele pouco a pouco entra na
vida.
Cansaço crônico, fadiga
São colocados representantes para Esteban, para seu conflito,
para seu pai e para um antepassado.
Esteban quer destruir, chutar, aniquilar seu pai deitado no chão.
O conflito está olhando para o pai. Então Esteban se deita
comodamente, se estira, cerra os olhos e sorri, confortável e feliz.
Um antepassado se aproxima dele e, repetidas vezes, faz o gesto
59
Indica um segredo.
60
Energia de vergonha.
de remover várias coisas de detrás da cabeça, e essas coisas ele
as leva até o passado. Tem um gesto muito peculiar, parece que
carrega cabeças presas aos cabelos. Pergunto ao antepassado o
que ele carrega; na verdade, ele diz que carrega cabeças.
Esteban se sente muito à vontade, sem sentir nem ver nem pensar
em nada 61.
O conflito, no chão, sem forças, está chorando por um morto que
está a seu lado.
O antepassado, por trás, começa a olhar para um morto. Isso
agrada ao conflito, que começa a mudar. Em vez disso, Esteban
abre os olhos e não gosta de ver o que vê. Ele relata depois que
percebeu que se o antepassado resolvesse sua questão, ele seria
obrigado a agir.
Esteban olha para o antepassado e diz: «Eu também». Isso lhe dá
forças e senta-se. Agora, seu estômago dói 62, ele sente medo de
si mesmo, até conseguir dizer: «Eu também mato». Então ele se
levanta.
Agora ele quer que lhe arranquem a cabeça, faz o gesto de
removê-la desesperadamente, lhe doem muito a cabeça e o
peito 63. Isso permanece até que ele consegue olhar para seu pai.
Então ele se levanta e pouco a pouco eles se vão unindo e se
abraçam.
Enquanto isso, o antepassado termina de reconciliar-se com sua
vítima.
O pai, então, dirige-se até o antepassado e fica com ele. Esteban
dirige-se para a vida, forte e seguro.
Cirrose
Angélica tem cirrose. Sua mãe morreu quando ela era pequena.
A mãe morta jaz deitada no chão, a cirrose evita olhar para ela.
Angélica vira as costas para sua mãe, afastou-se para o mais
61
Carregar cabeças: o antepassado carrega o cérebro do descendente com quem está
vinculado; assim ele poderá viver sem sentir, sem amar, sem assumir.
62
Indica culpa
63
A dor de cabeça indica não querer amar e a dor no peito é dor de amor. Enquanto
houver somatização, a pessoa não se deu conta nem de sua rejeição nem sua própria
dor.
longe possível e não quer olhar para ela 64.
Quando se vira e finalmente olha para a mãe, a cirrose cai
desfalecida no chão. Angélica sente raiva de sua mãe, olha para
ela com os punhos nos quadris, sente vontade de agredi-la.
A mãe se sente muito mal: seu coração dói, ela tem orifícios no
ovário esquerdo 65. Quando Angélica percebe o quanto a situação
de sua mãe está grave, sua atitude muda, ela sente culpa, ela se
bate e se encolhe em uma atitude de expiação. A cirrose deita-se
em postura de suicídio, se contorce, sente-se seca, sem líquidos,
sem alimento para sobreviver. Colocamos um representante para
o pai.
Pedimos a Angélica que olhe além de sua mãe, para Algo Maior,
e se renda a essa grande força.
Então, lentamente, sua atitude muda: se acalma, se levanta, se
despede de sua mãe com muita emoção, olha para seu pai e vai
para a vida com força.
A cirrose também vai se acalmando; sente-se como uma esponja
que volta a ser preenchida de líquido.
Enquanto isso, a mãe se acalma e a acompanha com os olhos,
sorrindo emocionada. A cirrose vai se deitando até quedar -se
adormecida.
Compulsão por comida
Claudio tem compulsão por chocolate, bombons e doces. Seu pai
e vários de seus irmãos também o têm.
Carregava o amor de um homem por sua companheira morta.
Pertencia a várias gerações atrás. Cláudio estava identificado
com esse homem, sentia muita pena ao ver a antepassada morta.
Estava realmente apaixonado por ela, e na verdade ele nunca
havia tido uma parceira e teve muita dificuldade em dizer «agora
eu deixo você».
Abraçava sua compulsão com amor e desespero e não queria
deixá-la. Ele a soltou quando pôde dizer ao amante desconsolado:
64
Aqui podemos observar todas as etapas do «movimento interrompido» em direção
à mãe. O movimento natural do amor em direção à mãe foi interrompido pela morte.
A menina, pequena demais, não foi capaz de viver o luto, expressando sua dor, mas,
pelo contrário, sente agressividade, culpa, expiação.
65
Vergonha como mãe, de não ser reconhecida como progenitora.
«Devolvo a você seu amor desesperado».
Angélica tem compulsão por comer e sofre de obesidade
mórbida.
A compulsão é furiosa, quer destruir Angélica. Angélica se deixa
avassalar e ser agredida pela compulsão, enquanto olha para
outro lugar: há um homem morto sofrendo muito e um
antepassado irado pela morte do primeiro. Esse antepassado
furioso não consegue viver o luto, ficando preso na raiva.
Quando Angélica pode dizer ao antepassado: «Honro a
profundidade da sua dor», o antepassado relaxa os punhos e
explode em soluços, depois se acalma e se deita ao lado dos
mortos. A compulsão cede e deita-se com os outros dois.
Com a saúde ruim
Aitana sempre esteve doente de algo, algo sempre dói ou tem
infecções.
Aitana se afasta da vida e visivelmente de alguém também. Se
trata de sua saúde. A saúde permanece na vida por toda a
constelação, esperando.
Coloco a mãe e a avó de Aitana. Observamos que a avó faz o
mesmo com sua filha: afasta ao máximo dela.
Aitana se dirige ao fundo do cenário, olhando com muita dor para
dois mortos, rejeitados ou esquecidos pela avó. Ela fica ao lado
dos dois mortos.
Quando sua avó vê os mortos, Aitana se alivia, respira fundo, se
alonga, mas continua com muita dor no lado esquerdo e não se
move de onde está. Mais tarde, ela comentará que havia
renunciado ao olhar de sua mãe para ela e que nada mais lhe
interessava.
A mãe de Aitana se dirigiu para vida.
Coloco, então, um representante para o pai.
O pai se aproxima de sua filha Aitana, que permanecia atrás com
os mortos, olhando fixamente para um deles que não queria
morrer. O pai tem que buscar o olhar de sua filha para quebrar a
fascinação. Ao vê-lo, Aitana fica mais forte e, dando-lhe as mãos,
ousa aproximar-se da vida.
O morto, então, cerra os olhos.
Uma vez na vida, acompanhada de seu pai, Aitana começa a olhar
para sua mãe. Então os pais se olham mutuamente pela primeira
vez, e, somente então, a mãe de Aitana olha para a filha pela
primeira vez até que se unem em um profundo abraço.
A saúde, que permanecia separa, na vida, se aproxima e une-se
ao abraço.
Múltiplos problemas de saúde
Vários clientes se apresentam com problemas de saúde
permanentes, sem algo muito definido. Não haviam tomado suas
mães. Em vários casos, o motivo que impedia de tomar a mãe era
uma identificação com uma criança, morta por enfermidade. Em
outros casos, sem identificações, a pessoa está olhando para um
morto, dizendo: «Eu sigo você na doença». Quando a pessoa
finalmente consegue abraçar sua mãe, a saúde ergue-se firme e
plena de força.
Deficiência intelectual adquirida
Pablo
Uma mãe constela o retardo intelectual de seu filho Pablo, de
nove anos de idade. São colocados representantes para Pablo,
para sua deficiência intelectual, para a causa do conflito, para seu
pai e para sua mãe. Pablo se sente perdido, não sabe para onde ir,
seus pais estão longe, eles não o veem. Ele se refugia nos braços
do conflito.
A deficiência intelectual só olha para o conflito, sua cabeça dói,
seus punhos estão fechados 66 contra a testa. Ele relatará que não
se inteirava de nada.
O conflito está furioso, tem os punhos cerrados, quer agarrar -se
aos pais, mas estes o rejeitam 67. Ele coloca os braços cruzados
nas costas 68.
O conflito quer ser visto por Pablo, e depois de um t empo o
66
A criança prefere autoagredir-se mutilando sua inteligência, com raiva dirigida
aos pais ausentes.
67
Aqui, o conflito desta criança é assumir a raiva substituta da dor produzida pela
rejeição de seus pais. Para não assumir a rejeição de seus pais, escolhe não entender.
68
Eu não recebo nem dou. As mãos servem primeiro para receber o que os pais dão;
em crianças negligenciadas, observa-se que elas têm as mãos atrás, nas costas,
mostrando sua carência e sua incapacidade de dar.
consegue, o que vai dando força a Pablo, que se desapega da
deficiência intelectual.
A mãe vai para o fundo, até o passado, aos mortos, à exclusão,
olha sem ver, nada sente.
O pai tenta se aproximar da mãe, mas ela sai sem olhar para ele.
O pai não sabe para onde ir, não vê a Pablo, caminha tanto para
a vida quanto para trás, repetidas vezes.
Então o conflito tenta fazer Pablo olhar para o pai. A grande
necessidade do conflito é que a criança olhe para o pai. Pablo não
se atreve, está junto à deficiência intelectual com o olhar no
conflito.
Quando o pai se aproxima da criança, ela se sente feliz. E a
deficiência intelectual se afasta deles e vai para onde está a mãe.
Ele deita-se na frente da mãe e agarra-lhe os tornozelos 69. Relata
que se sentia como a sombra da mãe e necessitava ser vista por
ela.
Pablo se deixa abraçar por seu pai, embora não olhe para ele,
agora ele busca sua mãe com os olhos.
Quando a mãe e o filho conseguem olhar-se, Pablo lhe diz: «Faço
por você, mamãe. É minha maneira de lhe tomar». Então tudo
muda: o conflito se deita; o filho abraça a seu pai e se deixa levar
para a vida, de mãos dadas com ele, à sua direita 70. Está sereno e
contente.
A mãe se volta para trás para olhar sua própria mãe. Percebe uma
longa fila de mães que dão as costas a seus filhos, como ela o
está fazendo.
Carla
Carla tem dez anos. Quando pequena era muito brilhante e
divertida, tinha coeficiente intelectual de 140, superior à média.
A partir dos cinco anos começou a mudar, seu coeficiente
intelectual não parou de baixar, até estar hoje rondando os 70, e
69
«Te pertenço»
70
O lugar dos filhos é à esquerda dos pais, ou seja, ao lado da mãe. Menos no caso
de mães que representam muito peso, uma vez que os filhos se sentem mais seguros,
então, ao lado do pai, ou seja, à direita deles, desse modo respeitam o lugar da mãe.
Distingue-se do caso de filhos ou filhas que substituem um relacionamento anterior
do pai, porque você observará que esses filhos ou filhas são tão grandes quanto o
pai, enquanto no caso deste menino, é uma criança pequena que está à direita do pai.
é uma menina triste. Foi adotada aos dois anos.
A representante de Carla olha para o chão, longe, para a exclusão.
Coloco vários mortos esquecidos ou excluídos. Ela está
abraçando seu retardo intelectual, e este está com os punhos
cerrados na frente.
Ao representar as pessoas ali, onde a menina está olhando, ela
libera o retardo intelectual e vai se deitar entre todos os que estão
no chão. Sua mãe adotiva explica: «Eles são seus irmãos, estão
mortos e você está viva, eles precisam que você viva por eles».
Depois ela é apresentada a seus pais biológicos, a quem abraça
com muito amor. Quando se pode descolar deles, o retardo
intelectual não tem mais os punhos cerrados. Carla se aproxima
dele com alegria dizendo sem parar «eu sei tudo».
Procura então a sua mãe adotiva com os olhos e a abraça.
O retardo, entretanto, saiu da sala.
Alguns dias depois a mãe da menina comenta que começou a
mudar no mesmo dia, está mais alegre e mais viva a cada dia e
fala como uma pessoa «normal».
Dengue
Constelação anônima de um grupo de excluídos vinculados à
dengue
Todos os excluídos estão de pé, vagando, alguns chorando,
outros muito zangados. Um vivo lhes diz: «Vocês estão mortos,
tudo acabou», e uma parte dos excluídos vai deitando, a outra
parte fica de pé, presa pela dor.
Então o vivo lhes vai dizendo:
Está tudo acabado.
Toda a culpa acabou.
Toda a dor acabou.
Toda exclusão acabou.
Todo o segredo do poder acabou.
Toda a crueldade acabou.
A grande vingança acabou.
Toda a destruição acabou.
O vivo então afirma: «Assumo minha responsabilidade. Integro
a outra parte. Escolho viver». Logo deixa de olhar para os
excluídos para voltar-se para a vida. Nesse mesmo momento
todos os excluídos terminam de se deitar.
No caso específico dos dois enfermos apresentados a seguir, a
dengue quer, para o primeiro, que vejamos a dor oculta por trás
a raiva, e para o segundo, que ele assuma o desejo de matar e
viva com ele. Para que ambos reconheçam sua rejeição à vida, a
liberem e abracem a vida.
Constelação de Jesús, afetado pela dengue hemorrágica
Jesús quer se excluir, quer seguir aos excluídos, quer sair do
círculo formado pelo grupo. A dengue o impede e o traz de volta
ao centro de sua vida.
Jesus rejeita a seu pai, com os punhos cerrados, com muita
energia assassina. O pai está separado de sua mãe, ele é como
uma criança abandonada. Jesús se aproxima de sua avó paterna
e, uma vez ao seu lado, olha para seu pai e diz: «Sou órfão como
você».
Nesse momento ele vê a dengue, que estava esperando perto dele.
O pai e a mãe de Jesús estão separados e se dão as costas. Há uma
rejeição mútua entre Jesus e sua mãe. A mãe está afastada, com
muitos excluídos atrás dela, como se os estivesse protegendo, e
o filho deseja: «Melhor eu do que você».
Jesús olha para os excluídos e quer aproximar-se deles, lhe diz:
«Me excluo para ser um excluído como vocês».
A partir desse momento é capaz de olhar para sua mãe e pouco a
pouco começa a honrá-la.
Então o pai e a mãe começam a se olhar, aproximando-se um do
outro.
Jesús pode começar a se aproximar de seu pai, até que o abraça.
A dengue fica para trás, olhando para trás, para o passado. Olha
para algo muito distante, entregue, sente que está se conectando
com o amor do espírito. Enquanto isso, Jesus está sentindo muita
dor: a raiva de seus pais cedeu e agora começa a controlar o
sofrimento; ele se inclina em direção ao chão em desespero.
A dengue se afasta e se funde com todos os antepassados da
consciência familiar.
Jesús olha para a dengue, depois olha para mais além da
consciência familiar, se conecta com Algo Maior e diz: «Sim à
vida com a morte, sim à tristeza com a alegria».
A dengue lhe diz: «Isto é o passado, tudo há terminado».
Então Jesús se volta para a vida e segue andando, com pouca
força, adiante.
Quando se aproxima do presente, seu olhar procura os parasitas,
olhando para eles de pé, para dizer-lhes: «Eu sou um parasita
como vocês».
Neste momento, Jesus olha para o chão. Está cercado por uma
multidão de crianças mortas, assassinadas, que se levantam e
olham para ele. Ele lhes diz: «Eu sou como vocês. Venho
matando a tristeza e matando-me a mim mesmo». Então ele pode
dizer a cada um: «Eu vejo você e eu lhe tomo em meu coração».
As crianças sacrificadas se deitam e fecham os olhos, os parasitas
também.
Jesus pode então ir para a vida. A força lhe vem quando olha para
a mãe e lhe diz sim. A dengue foi deixada para trás, olhando -o
como um protetor.
Amelia, após sua primeira picada de mosquito
Amelia quer afundar, passiva, quer morrer. A dengue está muito
zangada com ela e a provoca. Ela está deitada e rasteja sem se
levantar, não quer sofrer, quer evitar a dor. A dor é a única coisa
que a faz reagir, por isso ela quer morrer, mas sem sofrer. Então
a dengue a machuca repetidamente até que ela se levante para
evitar a dor que a está infligindo.
A dengue a leva para trás, até se fundir com antepassados muito
distantes, tão distantes como se fossem os mais antigos. Amelia
quer estar com eles e quer deitar-se entre eles. Esses
antepassados começam a ficar bravos com ela, querem agredi -la
por causa de seu desejo de seguir-lhes na morte. Eles estão com
muita raiva e seu desejo de matá-la é muito forte.
Amelia começa a dizer repetidas vezes: «Eu os sigo na morte».
A dengue responde: «Nós não amamos você».
Pouco a pouco, Amélia perde a passividade, para de repetir «eu
te sigo na morte» e levanta-se até que adquire a mesma atitude
dos antepassados: cheia de energia assassina.
Depois de um tempo ela se olha, se percebe e diz: «Eu assumo
meu desejo de matar», o que a faz imediatamente ir para a vida.
A dengue não lhe permite ir muito mais adiante, lhe diz que vê
algo oculto em sua vida: a culpa não assumida.
Então Amelia confronta várias pessoas às quais lançou fora de
sua vida e lhes diz: «Vocês são inferiores. Eu os desprezo».
Então, dirigindo-se a uma pessoa em particular: «Eu lhe
machuquei, admito, assumo as consequências».
Neste momento, é revelado que algo precisa ser curado com a
mãe. Vemos que a mãe está emaranhada, no chão, olhando para
os mortos. Quando Amelia se dá conta, vai olhando para os
mortos que rodeiam sua mãe e agora pode honrá-la e acolhe-la
como ela é, com seu passado como tal como é.
Então Amelia adquire a força para seguir em direção à vida;
paralelamente, a mãe vai saindo de seu emaranhamento.
A dengue permanece atrás com o sentimento de «missão
cumprida».
Desequilíbrio emocional
Álex, um homem de cerca de quarenta anos.
São colocados um representante para Álex e outro para seu pai.
Álex vê a vários mortos, muito vivos. Está cheio de rancor contra
seu pai e contra uma relação anterior do pai.
Um dos mortos parece ser um aborto provocado no
relacionamento anterior do pai.
Álex deita-se em postura de suicídio 71, entre os mortos.
O pai é muito agressivo 72 e mostra uma risada desdenhosa aos
mortos e ao filho.
Álex lhe diz: «Eu pago por você»; depois ele se vira, com a face
virada para cima, e diz aos mortos: «Sou uma vítima, como
vocês».
Os mortos fecham os olhos, exceto o aborto. Álex lhe diz: «Eu
carrego suu raiva contra seu pai e sua mãe». O aborto relaxa, mas
permanece de olhos abertos.
71
Deitado com a face voltada para o chão.
72
Exibe os punhos cerrados.
O pai olha para trás, para uma vítima, ao lado da qual se deita. Só
quando Álex a olha é que a vítima fecha os olhos.
A parceira anterior do pai permaneceu na exclusão 73 . Quando
Álex consegue olhar para ela e dizer «Obrigado», esta pode se
retirar.
O aborto necessitava que tudo fosse visto. Depois que Álex
reconhece tudo como foi nas diferentes gerações, uma vez que
todas as fidelidade e emaranhamentos de Álex se tornam visíveis,
o aborto começa a cerrar os olhos e a descansar.
Dores
Amelia sofre de dores por todo o corpo
São dores contínuas desde que era pequenina. Amélia é
continuamente rejeitada pela mãe, é a mais velha dos filhos e
vemos como a mãe faz sua transferência sobre sua filha.
Em Amelia vemos um noivo ao qual a mãe rejeitou porque não
estava à altura de suas aspirações. Quando a mãe pôde acolher
essas memórias, e a filha abraçá-la, as dores desapareceram.
Dores errantes
Quando Silvia conseguia acalmar uma dor, outra surgia em outra
parte do corpo.
A constelação de Silvia revela que ela teve irmãos trigêmeos que
morreram no útero sem que a mãe percebesse, e as dores eram
apelos de seus irmãos para que alguém os visse.
Quando por fim pôde reconhecer a seus irmãos trigêmeos, dando-
lhes um lugar em seu coração e convidando-os para acompanha-
la pelo tempo que lhes fosse necessário, suas dores
desapareceram.
Dores intermitentes
A cada dois ou três meses, Santiago tem crises de dor aguda em
qualquer parte do corpo, durante dois ou três dias, sem
explicação médica.
Na constelação Santiago está tranquilamente deitado ao lado de
um morto, muito confortável.
As dores se aproximam dele, chutam-no, afastam-no do morto e
73
Está fora do círculo.
levantam-no. Assim que Santiago está de pé, as dores se afastam.
E quando se vê sozinho, Santiago se aproxima do morto
novamente e deita-se junto a ele, dizendo que é onde ele se sente
melhor. Então as dores aproximam-se dele novamente, o
sacodem e o puxam até chegarem a levantá-lo, repetidas vezes,
pois Santiago só quer estar ao lado do morto.
O trabalho consiste em fazer-lhe ver que o morto não precisa
dele, mas a vida, sim.
Quando Santiago toma a decisão de viver, as dores desaparecem
definitivamente.
Endometriose
Azucena sofre de endometriose e não consegue ter filhos, além
de ter miomas e ovários policísticos.
Podemos ver como, em um primeiro plano, Azucena é fiel a
vários fetos ou bebês com seus miomas e cistos.
Então aparecem, distantes e ao mesmo tempo mais determinados,
para Azucena, várias mães angustiadas e seus filhos mortos que
parecem muito pequenos. O emaranhamento de Azucena é com
um antepassado perpetrador, responsável pela morte dos
pequenos. Esse antepassado tem atitude altiva, rígida e deleitado
com a cena, enquanto cerra os punhos com força, mostrando
assim que se vingou de alguém. Por isso incluo um antepassado
dele; então o perpetrador vai até ele com uma atitude desafiadora.
Enquanto isso, Azucena olha em volta, chorando, olhando para
os mortos, segurando o ventre, e termina de joelhos, escondendo
a cabeça entre os braços 74 . Coloco um representante para sua
possível maternidade, e esse representante se coloca o mais
distante possível de tudo.
Então ela diz ao perpetrador: «Pago por você», e o perpetrador,
nesse instante, perde sua agressividade e cai aos pés do
antepassado.
A possível maternidade começa a olhar para a cena com
interesse.
Azucena diz a ambos: «Deixo seus crimes com vocês. Obrigado
por serem meus antepassados». Ambos vão iniciar uma
reconciliação. A possível maternidade começa a andar
74
Postura de expiação.
lentamente em direção à vida.
Azucena agora olha para as mães e lhes diz: «Não se preocupem,
todas descansam em meu ventre 75. Tomo a sua dor de mãe em
meu coração. Vocês estão mortas, tudo está bem, vocês podem
descansar em paz».
Uma das mães se levanta e se torna protetora, permanecendo
atrás de Azucena e empurrando-a para caminhar em direção à
vida. Azucena segue o caminho até a vida. Sua possível
maternidade se aproxima dela com um rosto muito amoroso, mas
Azucena mantém-se cética durante um bom momento antes de
tomá-la e abraçá-la com profunda emoção.
Doença de Krohn
Fabiola, de uns trinta e cinco anos, sofre da doença de Krohn há
uns dez anos. Colocamos representantes para Fabiola, para sua
enfermidade e para o conflito.
A enfermidade olha imediatamente para o chão, e permanece
assim, imóvel. Coloco um morto, que permanecerá de olhos
abertos até Fabiola olhar para ele, o que acontece apenas quando
a questão do conflito é resolvida.
O conflito olha para trás; coloco um excluído. Eles se reúnem,
um após o outro, com um pouco de distância. Eles querem se
aproximar de Fabiola. Ela vira a cabeça para não vê-los. O
excluído causa-lhe asco e a deixa com vontade de vomitar 76.
Leva muito tempo para aceitar olhá-lo, apesar de suas náuseas.
Quando finalmente o abraça, o conflito se aproxima e os três se
abraçam.
Após esse abraço, o conflito e o excluído sentam-se no chão,
olhando para o morto, para aquele que vela a enfermidade.
Peço então a Fabiola que olhe para onde está olhando a
enfermidade. Ela é muito resistente a olhar para o morto, lhe dá
náuseas 77. Depois de vários minutos, ela começa a sentir amor
75
Representados pelos miomas e cistos.
76
Sinais de ter sido vítima de abuso de poder, de algo indigesto.
77
Isso nos mostra que se trata do antepassado com quem Fabiola está identificada e,
por fidelidade, a quem ela não conseguiu resolver os conflitos de abuso. O
antepassado pode ser tanto vítima como perpetrador do abuso, a manifestação é a
mesma no descendente.
por aquele morto, ajoelha-se ao seu lado, acaricia-o e o honra.
Quando Fabiola se levanta, olhando para a vida, o conflito, o
excluído e a enfermidade deitam-se e cerram os olhos.
Doenças cardiovasculares
Coração e pericárdio
São colocados representantes para Cati, para sua mãe, para o
coração e para o pericárdio 78 de Cati. Observamos que a relação
entre mãe e filha é difícil; a mãe olha para um morto e não vê sua
filha. A filha dirige o olhar para a mãe, buscando-a, mas não ousa
se aproximar. Seu coração está perdendo força e o pericárdio se
torna cada vez mais forte, como um grande protetor do coração,
que acaba sentado no chão.
Cati se coloca longe da mãe; está serena, renunciou a sentir para
não sofrer. Ela tem a mesma postura de seu pericárdio. Diz que
não sente nada.
Um processo paralelo começa na filha e na mãe: a mãe deixa o
morto aos poucos e percebe a filha; a filha começa a deixar de se
sentir tão grande e olha para a mãe, aproximando-se dela.
Enquanto isso, o coração começa a se incorporar e o pericárdio
se afasta. O movimento termina em um abraço profundo entre os
quatro.
Coração e fígado
São colocados representantes para Pedro, para sua dor, para seu
coração e fígado, e para sua mãe.
A mãe se deita, Pedro permanece em estado de choque, o coração
foge, a dor está em um canto, em pé, e o fígado se aproxima de
Pedro, zangado, com os punhos cerrados e com muito calor 79.
Pedro abraça seu fígado e vai tombando, sem olhar para sua mãe
nem à sua dor, cheio de ira.
Pouco a pouco, há uma evolução. Pedro começa a olhar para a
mãe, todavia ainda mantém os punhos cerrados e está agarrado
ao fígado. Chega um momento em que ele consegue olhar para
sua dor, então o fígado relaxa e se afasta, enquanto o coração
volta à cena. Acontece então um abraço profundo entre a dor e a
78
Membrana protetora do coração.
79
Sintomas do movimento interrompido: raiva (punhos cerrados) e culpa (calor).
pessoa, e o coração se aproxima mais.
A mãe morta se levanta e se une ao abraço; o coração, também.
Depois de um tempo, a mãe volta a se deitar, a pessoa vai para a
vida, dando a mão ao seu coração e a seu fígado, já totalmente
relaxado, indo com a dor da mão do coração.
A doença cardiovascular
O representante da doença cardiovascular se sente implacável,
fulminante. Está olhando para a vida, as circunstâncias do
enfermo lhe são indiferentes, só olha para a vida e só quer que o
doente olhe a vida. Sente-se como uma mão do destino, dirigida
por Algo Maior e incondicionalmente a serviço da vida,
independentemente do que tenha acontecido.
Começa a sentir um nó na garganta e dor no peito, vira-se para a
morte e diz: «Renuncie à morte, entregue-se à vida».
Olhe para trás, a uma força masculina, sente que recebe a bênção
do pai. Tem uma lágrima no olho direito. Lamenta as condições
de seu presente?
O coração
O coração está a serviço da vida e da transmissão da vida por
amor. O coração se deixa guiar pela dor, pela compensação
arcaica 80. Se entrega àqueles que mais sofreram. Renuncia à sua
vida por amor aos antepassados. Acima de tudo, carrega o fardo
da mãe, por amor a ela. O coração é o último órgão a se dar o
direito de ser curado, por seu amor arcaico tão grande. O que o
faz escolher a vida é saber que ele põe em perigo a vida de seus
descendentes se ele persistir fiel à dor dos mortos.
Representação do coração de um vivo com um antepassado
O coração está olhando para a vida, com mais peso em seu lado
direito.
Há um antepassado que não sabe quem é nem onde está, anda
perdido, até que se choca com o coração vivo. Nesse momento,
o antepassado revive, sabe quem é, sabe que é um homem, seu
80
Compensação arcaica: repetição da herança. Quando concebido, o ser humano
recebe a herança de seu sistema, com a necessidade de compensar as desordens.
Nessa tão tenra idade, ele só pode escolher imitar o que recebe: é uma compensação
arcaica. Quando ele pode amadurecer e deixar a fidelidade cega para trás, pode trazer
respeito onde houve desprezo, amor onde houve vingança, saúde onde houve
doença; essa será a compensação adulta.
coração bate e o coração vivo cai fulminado.
Um doente do coração, desconhecido
O enfermo dá voltas 81, às vezes quer deixar-se cair e se repõe em
seguida. Continua dando voltas, iniciando uma queda e se
recuperando. Quer e não quer entregar-se à morte.
Ele sente que precisa desse exercício que põe à prova seus
joelhos 82, sua humildade e suas crenças. Lhe vem a imagem da
paixão de Cristo, Jesus caindo e levantando-se de novo e de novo.
Ao tomar consciência disso, o doente se conecta
espontaneamente com Algo Maior. Então ele para de cair, fica
mais firme, seu coração bate mais forte: «Ou caminho ou caio,
ou vivo ou morro. Escolho viver ».
Ao ser colocado um antepassado de quem carrega a culpa, o
enfermo se detém e olha a este ancestral.
O ancestral está paralisado. O paciente está paralisando da
mesma maneira. Conforme olha para seu antepassado, vai se
«desparalizando» e caindo lentamente. Até ficar tranquilamente
deitado, com os olhos fechados, a cabeça virada para a
esquerda 83.
O enfermo agora está frente ao passado e um semicírculo de
antepassados o rodeia. São muito grandes. Ele vai dizendo aos
diferentes antepassados: «Eu sou como você, sou muito grande.
Eu, como você, quero morrer. Eu, como você, rejeito o amor,
rejeito a vida».
Vai olhando-os um por um, se sente como eles, e a cada vez que
pode dizer a um antepassado «eu sou igual a você», o ancestral
entra em colapso e, finalmente, ele pode estar tranquilo na morte,
e o doente fica cada vez mais aliviado e com o coração batendo
mais forte.
Coloco um representante para o amor. O enfermo quer tirá-lo de
sua vida, quer matá-lo. Então ele volta para a morte, entre os
mortos, para se sentir livre do amor: «Lá, pelo menos, tudo
acabou, e o amor também». Mas o doente não consegue estar em
paz na morte. Ao colocar sua mãe, ele encontra paz olhando para
81
Carrega a culpa, sem assumir, de um antepassado.
82
Seu agir.
83
Sinal de estar na paz da morte.
ela, sente amor pela primeira vez e desmaia cerrando os olhos 84.
O amor rejeitado foi à procura de um descendente a quem agarra
implacavelmente para entregá-lo ao doente já morto. Mas o
doente — morto — não quer esse sacrifício. Não lhe serve.
Outro doente do coração, José
A mãe de José morreu prematuramente. Temos representantes
para José e para sua doença cardiovascular. José vai para a
exclusão, tem algo nas mãos, apega-se a isso para não ver a vida.
Comenta que tem o coração de sua mãe nas mãos e que quer
morrer como ela.
A doença cardiovascular está no centro do espaço, no centro da
vida, olhando a vida. Sua missão e seu único desejo é que José
olhe para a vida. Quando José se apega ao não-à-vida, a doença
se aproxima, implacável, dele, com o único propósito de levá-lo
à vida.
José luta com a doença, resiste o quanto pode, luta com o punho
direito muito cerrado e evitando olhar para a doença. Mas nesta
luta a enfermidade está ganhando terreno e aos poucos vai
levando o doente, sem que se dê conta, até a vida.
Quando José está realmente no centro de sua vida, a doença
cardiovascular se retira.
José ainda está com muita raiva, desta vez com a mãe. Ele tem o
coração da mãe em seu punho fechado e olha para ele com ódio.
Ele se sente muito solitário, reprova sua mãe por sua ausência, se
sente abandonado, deseja reconciliar-se com ela.
A doença então lhe diz: «Seu coração bate junto a sua mãe, no
sim à vida».
Aos poucos José vai olhando para a vida, até poder dizer sim. A
doença cardiovascular desaparece.
Uma enferma do coração
Foram colocados a enferma e seu coração.
A paciente está deitada, com os braços cruzados, respira muito
pouco, não quer comer nem dormir, não quer nada. Ele quer
morrer, mas não se sente corajosa para que isso ocorra. Sua única
atitude é a rejeição a tudo. Quando diz que quer morrer, o coração
84
Aqui temos a representação de um infarto do miocárdio.
pula e bate mais forte, dizendo: «Não é a sua hora, você não pode
escolher a hora».
Assim que o representante da doença cardiovascular aparece, a
doente se levanta, feliz, encantada por todos olharem para ela,
por todos cuidarem dela. A doença não entra no seu jogo, apenas
olha para a vida desejando que a enferma também faça o mesmo.
A doente se afastou, vai para a morte, brincando. A doença
cardiovascular decide então abordá-la seriamente. Ela para de
brincar. Ela vê-se sozinha e descobre que tem que estar ficar
sozinha para olhar nos olhos da doença cardiovascular.
Ele quer morrer, mas não tem forças tentar o que quer que seja
contra sua vida. Se dá conta de que criou a situação na qual está
prestes a dizer não à vida como ela é.
A doença lhe estende a mão esquerda. O punho esquerdo da
enfermidade lhe dói, o braço esquerdo e o coração também. A
enfermidade diz à doente: «Assuma seu lugar de filha tal como
é». A doente não quer segurar a mão dela, sente muito frio nos
pés 85 , está totalmente na zona da morte 86 . A doença
cardiovascular está ao seu lado, ainda com a mão estendida para
ela.
Depois de um tempo, a doente pega a mão da doença
cardiovascular, lhe diz sim e sente que já pode morrer,
compreendendo e amando.
Infarto
Pablo sofreu um infarto faz alguns meses.
Pablo está na frente de sua mãe, ela olha para ele com os punhos
cerrados 87 e seu ódio faz seu filho teme-la e recuar. A mãe se
sente dura como uma pedra.
Coloco os pais da mãe. A mãe está assustada com a avó, o avô
também se afasta da avó. Às duas mulheres lhes doem o lado
esquerdo 88.
A mãe de Pablo se aproxima lentamente de sua mãe e lhe diz:
«Obrigada por ser minha mãe». O medo desaparece. A mãe sente
85
O frio significa seguir alguém na morte. O frio nos pés nos diz que segue
antepassados distantes.
86
No fundo da sala.
87
Desejo de vingança, energia assassina.
88
O relacionamento com a mãe, na infância. A dor acumulada com a mãe.
amor pela avó e começa a se curvar diante dela. Todos começam
a relaxar.
A avó diz à filha: «Você e eu. Você tem seu lugar». A dor no
lado desaparece. A mãe pode repetir para seu filho: «Você e eu.
Você tem seu lugar».
Ramón sobreviveu a vários infartos
São colocados representantes para Ramón, para sua mãe e para
sua avó materna.
A mãe rejeita ao filho, é muito agressiva, rasteja com gestos
violentos, querendo agredir a todos os presentes. Sente-se como
um animal selvagem, culpando a todos e odiando a todos, à sua
mãe também. Ela diz que tem névoa em sua mente.
A avó de Ramón é muito forte, imóvel, rígida, superior. «Não há
lugar para os fracos», diz ela. Ela despreza sua filha e seu neto,
que considera fracos. A mãe de Ramon está cada vez mais
enfurecida.
Ramón deitou-se, de bruços, impotente, com as mãos como se
estivessem algemadas nas costas 89.
Depois de um certo tempo, Ramón pensa: «Sim, minha mãe é
assim». Então, ele deita-se de costas, continua a intensificar o
sim interior e a situação começa a mudar: a avó vê a seu neto,
Ramón olha para sua mãe.
Ramón diz: «Mãe, eu lhe vejo como você é». A mãe se levanta,
sua raiva diminui, sua mente se aclara e ela volta a sentir -se
pessoa novamente.
A avó fica mais branda, sua filha olha para ela e a honra.
Ramón levanta-se e vai para a vida.
Infarto cerebral com sequelas
Um enfermo desconhecido tem o lado direito do corpo inútil
desde que sofreu um derrame cerebral. A questão é: o que a
doença deste homem espera? Qual é o papel de sua sobrevivência
nessas circunstâncias?
Seu representante se deita, com os membros do lado direito em
uma posição diferente dos do lado esquerdo. Não há coordenação
entre eles. Todo o corpo está paralisado. Ele tem um grande
89
Como um prisioneiro. Sinal de completa impotência.
trabalho interno de aceitação, aceitação daquilo que se tornou e
aceitação de continuar a viver assim.
O pai está na exclusão, longe, não olha. A mãe está de joelhos
entre seus mortos, não vê ninguém. Depois de muito tempo, a
mãe vê o filho ao longe, fica com raiva de vê-lo assim, se
aproxima duvidosa e começa a acariciá-lo. A parte esquerda do
doente senta-se melhor no chão, embora ele não olhe para a mãe;
ele se sente muito isolado e deseja a presença de seu pai.
O pai começa a se aproximar, mas apenas olha para a mãe. Por
fim, aproxima-se de seu filho, à direita de sua esposa. É ela quem
não quer olhar para o marido, continua acariciando o filho, até
que se levanta e olha para o marido com desconfiança e um punho
escondido nas costas. O marido olha para ela, esperando por ela,
em paz.
A mulher se aproxima do pai de seu filho e, com uma mão em
forma de garra, empurra o homem de volta à exclusão enquanto
finge abraçá-lo. O homem resiste e, finalmente, a mãe o abraça,
rendida, apoiando a cabeça no ombro esquerdo 90 do pai. Ela está
internamente bloqueada, não pode chorar nem sentir, apenas se
entrega a esse homem que substitui sua mãe.
Naquele momento o enfermo se harmoniza, seu corpo se
simetriza, fecha os olhos e vira a cabeça para a esquerda. Ele já
pode morrer, seus pais se reconciliaram, seu corpo pode se
reconciliar e entregar-se à morte.
Bebê com arritmia e necessidade de cirurgia do cardíaca
Para começar apenas estão os representantes dos pais e da
arritmia.
O pai se afasta e a mãe, com os olhos no chão, está muito
zangada, com os dois punhos cerrados, pronta para bater. O chão
está coberto de mortos e abortos. Coloco representantes para os
pais da mãe. A avó não quer olhar para os mortos, um em
particular a assusta muito. Acaba caindo, soluçando, sobre este
morto. O avô se retira e deita-se, misturado entre os mortos.
Coloco representantes para três perpetradores diante dos mortos.
Quando a avó começa a olhar, a mãe abandona sua atitude
90
O ombro esquerdo é o ombro da filiação, o ombro direito é o dos iguais. Quando
alguém descansa a cabeça no homem esquerdo de outra pessoa é porque a considera
como sua mãe ou seu pai.
agressiva e cai de joelhos entre os mortos, numa atitude de
expiação, diante de um dos perpetradores.
Dois perpetradores se vão deitando. Então a mãe acaba deitada
entre os mortos, de bruços 91 , e naquele momento o último
perpetrador se deita também.
O pai se retira, não sabe onde ficar nem para onde olhar. Está
muito inquieto 92 e tapa a boca 93, olha muito para algo a seus pés.
Então coloco um representante para um segredo do pai, que se
torna um relacionamento anterior e um filho abortado. O pai não
quer vê-los.
A arritmia se aproximou da mãe, diante dos mortos, em atitude
de perpetrador. Quando os perpetradores aparecem, se aproxima
da avó e depois volta muito atrás. Sente ser o princípio de uma
grande linhagem que chega até o presente. Subiu em uma cadeira,
com muito poder, ameaçando com o punho esquerdo 94 e a mão
direita rígida e aberta 95 , como se estivesse delimitando,
separando as vítimas dos perpetradores.
Diante da arritmia coloco antepassados intermediários, há uma
mulher ao mesmo tempo muito agressiva e amorosa.
A mãe lentamente reconhece sua mãe, se aproxima e se entrega
de joelhos. A avó não para de gemer e não percebe a presença de
sua filha. No entanto, essa aproximação da mãe para a avó
permite que a arritmia seja reduzida e saia da sala.
O pai está como perdido. Sua mãe não o viu e vai para a mor te e
à exclusão, cabisbaixa, curvada, olhando para o chão. Em
momento algum você vê seu filho.
O pai está mergulhado em seu segredo. Não vê nem a esposa nem
a filha. Quando finalmente começa a ver sua esposa, ele está com
as mãos juntas nas costas 96. Sua esposa lhe diz: «Aqui a filha é
ela, não você». Esta frase muda tudo para o pai; ele descobre sua
esposa como esposa e seu bebê, e lentamente ele tomará seu lugar
à direita de sua mulher, a um metro de distância dela.
91
Intenção suicida, para expiar.
92
Energia Assassina.
93
Existe um segredo.
94
Vingança das mulheres.
95
Energia assassina dos homens.
96
Como uma criança carente.
A filha, o bebê, está abrigada no colo de uma mulher morta que
a todo momento finge ser sua mãe, enquanto ninguém via o bebê.
Acima de tudo, quer protegê-la da avó, faz o possível para que a
avó não toque a menina. A menina está confortavelmente
instalada no colo da mulher morta e só ouve o gemido da avó. A
mulher morta sente que mantém a menina com vida, mas isso não
pode durar, que resta pouco tempo para que os pais se apercebam
de sua filha.
Em determinado momento, a doença se aproxima da menina e a
morta põe a mão da menina na mão da enfermidade. A partir
desse momento, a mulher morta se retira e deixa a menina a cargo
da doença. A doença agarra a menina pelas axilas, para que ela
se levante e para que seus pais a vejam.
A doença a coloca na frente da mãe, elas se olham por um longo
tempo, a mãe está sem forças. Existe uma aproximação entre as
duas, até que a mãe decide cuidar da menina em vez de cuidar da
enfermidade.
De repente a menina se sentia mais segura com a enfermidade, a
mãe não tem força para segurá-la e a menina volta a desfalecer
lentamente. À medida que o pai se aproxima, a mãe ganha força
e segura a filha novamente, e os três estão olhando para a vida.
Por fim, a avó deita-se com os olhos cerrados, face para cima, em
paz.
Enurese
Estefanía, de doze anos, tem enurese, micção involuntária. Seu
pai é alcoólatra, o avô, também. A mãe comenta que era uma
«família» de alcoólatras.
Estefanía desmaia e vai ao chão, sem forças, a face voltada para
baixo, o pai também está meio deitado, e a mãe perambula
perdida, sem forças. A enurese se cola ao pai como uma mochila.
Entre pai e filha há muitos mortos; o pai tenta juntá-los todos
para si: «sigo vocês na exclusão. Morro por vocês». Esses mortos
adotam posturas fetais 97.
Coloco, então, representantes para o avô, para o bisavô e para
suas mulheres. Homens vagam como bêbados, sem rumo e sem
lugar. O pai diz: «Velo aos excluídos» e a filha: «Seja um bêbado
97
Representam abortos esquecidos, excluídos.
por mim». As mulheres os desprezam; além disso, os odeiam.
A enurese segue com o pai, como quem monta um cavalo, quer
urinar em cima dele e de todos os que o acompanham 98. Tem a
mão na boca, mostrando com mímica exagerada que deseja que
seu segredo seja reconhecido.
A enurese está muito preocupada com os que não são vistos, com
o que apenas o pai e os alcoólatras 99 veem. A enurese tem
vertigem, está atordoada — também se sente bêbada — e sente
muito medo, o medo dos excluídos. Seu rim direito, estômago e
costas doem.
Estefanía vê o segredo, vê os abortos secretos, e ela pode dizer:
«Vocês pertencem, este é o seu território». A pressão da enurese
diminui.
A avó e a bisavó se voltam para trás lentamente, a olhar para um
mesmo ponto. Trata-se de uma antepassada que sobe em uma
cadeira, com os punhos levantados. Elas olham para ela com
muito respeito e aos poucos a honram. Ela perde sua força
assassina, desce da cadeira e deita-se. A avó e a bisavó se voltam
para os maridos, instáveis, e os honram. Essa honra é introduzida
como um forte golpe em cada um dos antepassados «bêbados».
Eles se levantam, recuperam sua dignidade e seu lugar e olham
com compaixão para Estefanía e para seu pai. A enurese se vai
para a noite dos tempos.
Espinha bífida
A menino com espinha bífida deita-se com os dois braços
estendidos, querendo alcançar dois mortos em direções opostas.
A enfermidade está de pé com as pernas abertas, a imagem de sua
medula aberta em dois canais. Com cada braço, a criança aponta
para um morto.
Cada morto quer a criança para si, suas atitudes são cheias de
rigidez assassina. Com os braços, apontam para o cérebro da
criança e depois descrevem o caminho da medula óssea ao longo
de seu corpo. Como se eles quisessem possuir seu cérebro.
A doença tem o desejo imperativo de alguém escolher entre um
98
Marcando assim o território dos abortos secretos.
99
O álcool, às vezes, é um substituto da urina, no sentido de que serve para marcar
o território de um excluído.
dos dois assassinos mortos. A criança está dividida entre esses
dois emaranhamentos
Estômago
Santiago sofre do estômago, seu pai também. Santiago tem a
perna direita cravada no chão. Seu pai está mal, sofre.
Pouco a pouco, o filho piora e o pai melhora. O filho tem as
pernas afastadas, sente que age como uma ponte entre o passado
e o futuro, para que seu pai melhore.
Colocamos toda a família: a mãe de Santiago, um irmão morto
de Santiago. A mãe é absorvida pelo filho morto, não vê mais
ninguém. O pai não aceita a mudança no território que provoca a
morte do filho. Está com raiva de sua esposa, que não se importa
mais com ninguém, além do morto.
Então o pai dá ao filho o seguinte mandato: «Leve meu conflito
de território e minha raiva para sua mãe e seu irmão morto».
A dor de estômago de Santiago se acentua.
Contudo, ele começa a, gradualmente, honrar a seu pai como ele
é, renunciando ao mandato, e sua dor começa a diminuir.
Ele olha para sua mãe, sente-se seu igual e continua com raiva
do morto. É quando ele aceita tomar sua mãe como mãe, com
todos os seus mortos. Então toda a sua raiva desaparece, se sente
pequeno e cheio de amor por sua mãe e por seu irmão. Sua dor
de estômago desaparece.
Faringite
Pablo, um garoto de cinco anos, tem faringite. Seus pais pediram
a constelação por causa da cronicidade da faringite. Pablo está de
pé, olhando para longe, bastante rígido. A faringite olha para um
morto 100 . A doença se encolhe 101 , sente secura na garganta 102 ,
apoia-se apenas na perna esquerda 103.
Coloco os pais. A mãe está longe e olha em outra direção. O pai
não quer ver o morto, faz vários movimentos para evitar vê-lo.
100
Está olhando para o chão.
101
Mostra que o morto é pequeno; um bebê ou um aborto.
102
A secura do medo, o medo do morto.
103
Pode significar duas coisas opostas: ou que esta doença provém pela mãe ou que
falta o pai à pessoa enferma.
Quando o pai começa a olhar para o morto, a faringite perde
força, para de olhar para o morto e olha para trás do pai, por cima
do ombro direito, o que me leva a colocar a seu pai, o avô paterno
de Pablo.
Pablo e a faringite olham para o avô, que tem uma postura muito
rígida. O avô não quer ver o morto. O olhar entre avô e a
faringite é muito intenso.
Depois de um tempo, o avô olha para o morto, sua postura relaxa,
ele começa a emanar ternura de seus olhos e consegue dizer:
«você pertence». A faringite vai para o chão. O garoto para de
olhar a cena e volta-se para a vida, seu pai se aproxima dele.
O avô diz: «Com você estamos completos», o morto fecha os
olhos, a faringite relaxa completamente e menino e o p ai se
abraçam.
Aqui o pai está em uma relação de «eu por você» com seu pai e
de «você por mim» com seu filho Pablo. E Pablo, de seu amor
incondicional e cego, diz «eu sou como você» para o avô,
identificando-se com o excluidor.
Gota
Rafael sofre de gota no dedão do pé direito.
Seu representante sente uma dor aguda no osso do dedo do pé
enquanto o sente arder. Rafael está olhando para trás, a um
excluído. Este excluído é o avô paterno, que sente calor e não
sabe aonde ir ou para onde olhar, como quem está muito
envergonhado 104.
Quando Rafael lhe diz: «Avô, eu carrego sua desvalorização e
sua culpa», o avô se recupera e olha para o neto com muito amor.
Este último se estira, aliviado. A dor desapareceu.
Gripe
Están representados José Luis y cada uno de sus síntomas: dolor,
diarrea, fiebre, el conflicto causa de la gripe, la gripe misma, el
excluidor. Posteriormente irá saliendo Algo Más Grande.
Estão representados José Luis e cada um de seus sintomas: dor,
diarreia, febre, o conflito causador da gripe e a própria gripe, o
excluidor. Depois é colocado um representante para Algo Maior.
104
O calor da culpa.
José Luis tem dor 105, medo 106 e cansaço 107.
Cada sintoma está vinculado a algo distinto.
A diarreia cessa quando a pessoa diz: «Assumo meu rancor e
minhas queixas».
A febre se despede do excluidor, que se afasta para o fundo da
sala. A febre é o calor da culpa por crescer, por deixar para trás
o emaranhamento. Sente muita alegria de viver. Sente como sua
coluna está se estirando, como vai crescendo.
O conflito está zangado porque José Luis não se dá conta dele, a
febre o distrai demais...
José Luis esquece a gripe muito rápido e se refugia na febre, o
que lhe dá muito gosto. Mas a gripe fica com raiva e lhe diz que
ele está indo demasiado rápido para a vida, sem vê-la nem
agradecê-la.
O representante de Algo Maior quer que José Luis diga
«obrigado» à gripe. Pois a missão da gripe é «assuma o seu
conflito, libere a culpa e a febre e vá para a vida para reparar 108
com amor os danos que você causou».
Hepatite B
Estão presentes Raúl, a hepatite, o conflito, a mãe e a avó.
A mãe e a avó se entreolham, separadas por cerca de três metros.
A hepatite se coloca entre elas, com os braços cruzados, acusando
a ambas: o dedo indicador de uma mão estirado apontando para
a mãe e o dedo indicador da outra mão em direção à avó. Ambas
as mulheres sentem-se iguais. Entre as duas há um morto e Raul
deita-se ao lado desse morto.
A hepatite então se afasta, enquanto indica a Raúl muitos
antepassados do sexo masculino, que remontam a gerações e
gerações, homens não-vistos, retirados, relegados e excluídos.
Uma longa cadeia. Todos sentem frio nas pernas 109. O enfermo
105
Essa dor física é uma dor "secundária" que substitui e sinaliza uma emoção
bloqueada.
106
Está tremendo.
107
Fidelidade a um morto.
108
O reparo que seu corpo físico realizará, graças à fase de resolução, é a metáfora
da reparação a que vai entregar por amor à vida, uma vez de volta à saúde.
109
Têm a ver com pais ou mães mortos.
sente muito frio nas costas 110. O morto que está a seu lado se
afastou um pouco e olha para os muitos antepassados excluídos.
Enquanto isso, a mãe e a avó se vão vendo rodeadas de mortos.
Elas se sentam junto aos mortos. A mãe diz à avó: «Melhor que
eu morra ao invés de você» e deita-se abraçando a um morto.
Raúl diz: «Não quero amar minha mãe ou meu pai». Esta frase
lhe permite dizer: «Eu escolho morrer». Um dos excluídos se
sente liberado e entra no campo. A hepatite se sente liberada e o
doente tem mais força.
Raúl começa a enxergar sua mãe.
Aqui vemos que a todos falta a mãe, as mães estão na morte, o
que provocou um movimento interrompido em direção à mãe em
várias gerações. Pai e mãe não sabem como ser pais porque
ainda estão reivindicando uma mãe.
O conflito é o de não ver os pais (homens), conflito da carência
de pais. Os excluídos são os homens, e os excluidores são as mães
que estão na morte e não vêem nem a seus maridos nem a seus
filhos.
A frase «sim à vida como é, com a separação» libera a doença
ainda mais e permite que comece a parar de olhar para os
excluídos para olhar para os pais de Raúl.
Os excluídos aqui vêm de origem imemorial. São os homens que
foram para a guerra, que se afastaram para defender o território
ou em busca de comida. Enquanto isso, as mulheres se viram
sozinhas para cuidar de tudo e de todos, para enfrentar todas as
dificuldades e as mortes de seus filhos por falta de meios de
subsistência, para sobreviver e cuidar de todos, apesar das
circunstâncias — guerra, pilhagens, doenças, escassez, fome. As
mulheres estão esgotadas face a tanta morte e tanta desgraça.
E os homens se sentem impotentes frente ao fardo das mulheres.
As mulheres não podem sequer olhar para eles e os excluem de
suas vidas. O sofrimento cobre tudo: o sofrimento das mães que
não superam as desgraças, o sofrimento dos homens impotentes
e ignorados.
Raúl diz aos homens: «Eu carrego seu imenso peso e me deixo
morrer por vocês, por ter visto seu pesar». E a frase libertadora
110
A morte prematura faz parte de todo o seu passado e é preciso honrar esse fato.
é: «Assumo minha impotência ante à vida e à morte, assumo
minha vergonha secreta».
Fígado
Daniel padece do fígado desde que sua mãe morreu, quando ele
tinha cinco anos.
Fase ativa
Daniel olha longe, para alguém grande que está com raiva 111 ,
alguém da quarta geração do ramo materno. Seu fígado sente
muito calor e está suando 112.
O fígado deixa de sentir o calor da culpa e começa a ficar com
muita raiva, querendo agredir Daniel nos olhos. Daniel se deitou,
o fígado cobre os olhos com os punhos. Quando colocamos uma
vítima 113 ao lado de Daniel, o fígado relaxa.
Fase de resolução
Daniel olha para outro morto: é sua mãe. O fígado deita-se ao
lado dela. Enquanto isso, a vítima e o agressor vão se olhando e
se aproximando.
Daniel diz a sua mãe: «Eu sigo você na morte», mostrando
naquele momento que não podia lamentar sua morte e, em vez
disso, começou um «movimento interrompido» (a culpa e o calor
do fígado), até que pode aproximar-se da mãe morta a partir do
amor infantil, que o leva a querer morrer para seguir estando com
ela.
Começa a acontecer uma grande reconciliação entre os dois
excluídos (o perpetrador e a vítima), enquanto Daniel olha para
seu fígado (para seus sentimentos secundários) e consegue tocá -
lo.
Vemos que a mãe sofre com a rejeição de seu próprio pai. A
carência da mãe vai sendo curada quando ela pode aceitar o avô,
mesmo que ele não olhe para ela. O avô sente uma grande
111
Aqui vemos sua fidelidade a um perpetrador excluído.
112
Sente muita culpa. O fígado somatiza as carências e, em particular nas trágicas
separações, assume o controle do coração, desenvolvendo culpa ou raiva em
substituição à dor. As crianças sempre se sentem culpadas pela separação, pela morte
ou pelo desaparecimento da pessoa querida.
113
Lealdade à vítima excluída, dinâmica inconsciente da fase de resolução.
tontura 114 nesse momento.
Daniel se sente cada vez mais forte, está abraçado a seu fígado e
ambos se levantam com alegria, indo para a vida.
Engenharia médica e compreensões
fundamentais
Abortos
Profissionais – médicos, enfermeiros ou psicólogos – que
assessoram ou participam em abortos fazem parte dos sistemas
de todos os seus clientes e devem assumir sua responsabilidade
na morte dos fetos. Eles podem levar o feto e seus pais em seus
corações, honrando o destino de cada um.
Transplante
Observaremos um caso anônimo de transplante devido à doação
de um órgão de um falecido.
Estão representados, por um lado, o transplantado, sua
enfermidade, o excluído vinculado à sua doença e seu destino.
Por outro lado, o doador, seu sistema, o excluído a quem o doador
seguia na morte e o órgão doado.
O transplantado dá as costas para sua própria enfermidade e ao
excluído vinculado a essa doença e à vida, como se o
reconhecesse, então se aproximam lentamente do sistema do
doador, o qual já não olha para o órgão doado. Este órgão não
tem força alguma.
O destino do transplantado mostra inquietação e confusão.
A doença se junta ao sistema do doador e permanece ali. Em
nenhum momento a pessoa olha para sua enfermidade.
O doador olha para o chão, para um morto, e deita-se a seu lado.
O transplantado evoluirá muito lentamente em direção à pessoa
morta pela qual o doador perdeu a vida, como se o reconhecesse,
então ele se aproximará lentamente do sistema do doador, do qual
já não se separará mais. Do sistema do doador, o transplantado
pode olhar para o seu próprio destino, incluindo em seu olhar o
excluído a quem sua enfermidade está vinculada.
O órgão doado manifesta que se sente como adotado e a pessoa
114
Sinal de cura profunda: mudanças nas conexões celulares, mudanças de crenças.
também diz que se sente como adotada pelo sistema do doador.
Você precisa pedir «por favor» ao seu destino para que o órgão
recupere força e honrar toda a situação criada.
Seu próprio destino acaba sentindo-se muito bem.
A evolução do transplantado tem sido complexa e muito lenta,
totalmente guiada pelo movimento do espírito. Ao não assumir
sua própria enfermidade, esta segue presente no novo destino
criado pelo transplante. O preço de não tomar seu próprio
destino, não assumir sua doença, é alto: a vida lhe oferece uma
nova oportunidade, a de viver a vida do doador, substituindo a
este.
Transfusão de sangue
A consciência familiar do doador se alegra por poder dar vida a
outro sistema. Está plena de alegria de viver e desejo de doar.
Seu amor e sua vitalidade são transbordantes.
Mas o problema vem do receptor que, precisamente, necessita de
sangue porque não olha para a vida e não sabe o que fazer com a
dádiva da transfusão. A transfusão não o ajuda a ver a vida, segue
com sua decisão de rejeitá-la.
Célula-tronco
A força vital da célula-tronco é incrível, no entanto, não pode
resolver a complexidade que está levando a pessoa ou parte de
seus tecidos à morte. O tecido criado não cura nada por si só, não
pertence a ninguém, não tem passado, sente-se como um corpo
estranho.
Concepção assistida
«Com o filho de uma fertilização assistida, a solução também é
amor, amor ao pai oculto, amor ao doador.
O que a mulher tem a dizer? “Você é meu homem”. Sentem o que
muda com isso? De repente, a mãe está ligada a alguém por toda
a vida» 115.
O sistema familiar necessita que seus descendentes tenham
filhos, seu futuro depende deles. Portanto, se um casal não
consegue ter filhos de um modo natural, é que o sistema precisa
de algo muito grande deles: existe um atentado gravíssimo à vida
115
Bert Hellinger, «Badreichenhall», Alemanha, 11 de dezembro de 2010.
e à sobrevivência em alguma geração anterior, e no destino do
casal estéril está o enxergar essa desordem e compensá-la.
Portanto, o primeiro passo será assentir com o destino de
esterilidade.
A introdução de um óvulo ou de um espermatozoide externo ao
casal significa a introdução de uma terceira pessoa. Essa
terceira pessoa é o progenitor e deve ser reconhecida, amada e
respeitada. Um trabalho profundo do casal será necessário para
que seja mantida a união.
É importante lembrar que a ordem dos sistemas sempre prioriza
ao último sistema criado: quando em um casal um deles vive
outro relacionamento e tem um filho, a prioridade para todos é
assumir o novo sistema com esse filho. Se o primeiro casal quer
esquecer a «aventura», um filho pode morrer, por fidelidade ao
sistema eliminado.
A doadora do óvulo é a mãe biológica, o doador do
espermatozoide é o pai biológico. O casal estará composto por
um progenitor biológico e um pai adotivo.
No caso de seleção, morte, eliminação ou congelamento de
embriões, toda a grandeza dos pais consiste em assumir sua
múltipla paternidade: o filho vivo e todas os embriões mortos ou
congelados. Esse ato de assumir é essencial para que o filho
nascido graças à seleção e morte de seus irmãos se dê permissão
para viver sem eles.
A criança pode querer vingar seus irmãos eliminados, pode estar
muito zangada com a equipe médica ou com seus pais.
Os profissionais que realizam a eliminação dos embriões fazem
parte do sistema familiar se sua responsabilidade é esquecida.
O maior desejo do sistema é que a vida siga adiante, assim
também apoiará à nova vida, a qualquer preço.
Insônia
Anita sofre de insônia
Fase ativa
A insônia está diante de um morto com a sensação física interna
de jogar fora, expulsar com violência, enquanto o conflito anda
de um lado para outro com grande arrogância e com a mesma
sensação de jogar algo fora 116, de expulsar algo, além de sentir
muito calor (leia-se muita culpa). O morto está zangado e
agressivo. Tudo muda quando Anita assume sua culpa e diz ao
morto: «Eu sou igual a você».
Fase de resolução
Insônia e conflito se transformam simultaneamente, ambos agora
sentem a ânsia de retornar ao canal uterino. O conflito se entrega
à insônia como um bebê a sua mãe. O morto se tranquiliza.
Quando Anita pode se aproximar do morto, reconhecendo nele
um aborto provocado, consegue reconhecer o dano que lhe
causou e o toma amorosamente como seu filho: o conflito e a
insônia desaparecem.
Carmina tem insônia de madrugada, entre as três
e as cinco da manhã
Estão representados Carmina, sua insônia e um excluído.
Carmina olha para trás, recusa-se a olhar para a vida.
Sua insônia vai para o centro e de lá olha para um excluído do
ramo paterno. Carmina sente náuseas, muito mal-estar; o
excluído também. Quando Carmina olha para ele e diz «eu sou
como você», o excluído se sente reconhecido e se deita.
A insônia então se vira para o lado oposto, Carmina segue para
este lado até que ela vai para a exclusão. Há uma fila de
excluídos, a insônia olha para eles, e Carmina está junto a eles
com náuseas e punhos cerrados, olha para eles com cada vez mais
raiva e crueldade.
Coloco um representante para um antepassado no centro. Se sente
muito superior e despreza a esses excluídos; esse antepassado os
excluiu.
Carmina olha para ele com amor, ela também se sente superior
aos excluídos com quem está. Seu ventre dói 117. Ela diz: «Eu sou
como você, eu os odeio como você, e pago por você com a
exclusão». Então ela diz aos excluídos: «Eu expio como vocês».
O antepassado se retira, a insônia perde força e se deita. Carmina
116
Ambos dando à luz.
117
Expiação Na expiação, a energia assassina é voltada para si mesmo, impedindo-
se desfrutar, e para os demais revestidos de moralismo e julgamento crítico.
se aproxima da vida. Ali há algo que a impede de seguir em
frente, enquanto sente muito calor, muita culpa. Várias pessoas
são colocadas na constelação. Elas têm medo de Carmina. Ela
resiste muito antes de poder olhá-los, depois os olha um por um
e diz: «Vejo o dano que causei a você; assumo as consequências».
Sente uma grande liberação, as demais pessoas também, e já pode
ir para a vida. A insônia fechou os olhos.
Malária — paludismo
Representação do parasita
O parasita sente-se o maior e mais poderoso. Ele tem fome, come
carne vorazmente, o que lhe dá muita força. Não vê a ninguém.
Está com os braços cruzados, exigindo uma compensação.
Quando se instala em um corpo, sente-o como seu território e,
assim, compensa.
Ali o parasita se torna um predador que busca vingança,
poderoso, sanguinário, implacável.
Até que ele sente o olhar de uma criança infectada, o que faz com
que ele perca energia, e sua impotência e raiva começam a
desaparecer.
Walter tem malária há anos
Walter não quer estar perto de seus pais. Ele se afasta deles
olhando para trás. Ele está olhando para crianças mortas de
muitas gerações atrás.
Seus pais veem outros: são antepassados, e estão de pé; alguns
muito poderosos, outros curvados e sem força, aos pés dos
poderosos. São muitos. Nenhum deles olha para as crianças
mortas, exceto Walter.
As crianças mortas se levantam e se transformam em
perpetradores. O movimento interrompido com a mãe, o terror,
talvez o suplício, os faz igualarem-se aos pais («eu mato como
você», «eu mato você»), transformando-se no veneno de seus
pais, no parasita assassino de seus pais, dos antepassados que têm
menos força.
As meninas são as mais vingativas e seu ódio assassino é dirigido
às mães. Elas não vêem ninguém além de suas mães.
Walter, ao ouvir «Eu mato você», começa a olhar para os
antepassados e diz a um deles: «Eu sou como você e quero morrer
por você». Isso o liberta e o faz se sentir humano.
Começa a olhar para seus pais. O pai não se atreve a olhar para
ele, está de pé, curvado, com as mãos atrás das costas 118 .
Portanto, ele se posiciona ao lado da avó. O pai de Walter está
reparando um movimento interrompido com a mãe, desfrutando,
finalmente, o seu colo. Este abraço dá força ao pai de Walter para
ver seu filho.
Walter inicia um movimento de aproximação a seus pais, os
honra profundamente e os abraça.
Por fim o ódio das crianças mortas cede e podem ver-se uns aos
outros, honrar e abraçar seus pais.
Joaquín
Estão presentes Joaquín, seus pais e a malária.
Seus pais se afastam um do outro, não se olham. O pai perde força
e deita-se. Joaquín, um pouco afastado, quer morrer, está sem
força, como o pai. Quando ele diz «pai, eu sou como você», se
aproxima do pai e o abraça. Isso permite uma aproximação entre
pai e mãe, que estavam distantes e não se viam.
Seguindo o olhar da malária, coloco três representantes para
mosquitos fêmeas e para três crianças mortas. Joaquín se sente
maior que os mosquitos, os despreza, os rejeita, até reconhecer:
«Eu, como vocês, quero matar, quero vingar, quero morrer como
você, expio como você».
Joaquin, olhando para uma criança morta, diz: «O seu destino é
grande demais para mim. Você é o grande, e eu sou o último».
Então se vira para a mãe e diz: «Eu vejo você, lhe tomo ainda
que não me veja, eu honro você». E quando ele finalmente diz
«obrigado», seu desejo de morrer desaparece.
Joaquín se aproxima do pai; dali ele olha para todos os seus
antepassados sentindo muita gratidão.
A malária precedia o que Joaquín faria com os olhos. Naquele
momento, ele também sente gratidão pela malária, mesmo que
lhe custe despedir-se dela.
118
Necessitado. As mãos devem pegar e dar; a pessoa que não tomou não pode dar;
ao ter as mãos nas costas mostra sua incapacidade de dar e receber e sua busca por
um protetor. Este pai segue sendo um filho em busca de sua mãe.
A presença da mãe ajuda Joaquín a seguir em direção à vida. A
mãe diz: «O sim para a mãe é um sim para a vida». E Joaquín
ganha vida, com cada vez menos medo. A vida representa um
grande desafio para ele.
Paul, um menino infectado
Paul está na exclusão cercado de mortos, são meninos excluídos.
Paul está intrincado carregando, como essas crianças, a culpa de
seus antepassados homens. Ele, como eles, diz ao pai: «Eu pago
por você».
A dor na mastoide desaparece quando Paul pode dizer: «Sim,
assinto com meu próprio desprezo».
Paul está ao lado de um dos meninos mortas. Ambos se recusam
a ver seus respectivos pais. Quando Paulo finalmente reconhece
e toma seus pais, o menino excluído com quem ele estava
identificado começa a ser capaz de tomar seus próprios pais.
Paulo reconhece a carga ancestral das mulheres e honra as
mulheres desprezadas, dizendo: «Eu assumo meu próprio
desprezo».
Uma grande força entra então no campo, a força da origem, a
força do espírito: a união do masculino e do feminino permite
transcender as misérias da vida.
Paul diz à criança excluída: «Por você eu escolho viver, por você
deixo o passado e vou para a vida».
Para todos os homens: «Eu pertenço a vocês».
A todas os filhos separados de suas mães: «Tomo seu sofrimento
em meu coração. Tomo no coração o desprezo das mulheres pelos
homens e dos homens pelas mulheres».
Mãos e pés frios
Jacinta está com mãos e pés frios há anos
As extremidades frias são um sintoma da fase ativa, da
simpaticotonia, embora a doença correspondente esteja passando
despercebida.
Jacinta está presa ao fracasso tanto profissional como amoroso,
e sua saúde também deixa muito a desejar.
Colocamos um representante para Jacinta, para a fase ativa e para
um excluidor. Os representantes da fase de resolução e para o
excluído são designados, mas permanecem sentados, e somente
levantarão quando sentirem impulso para fazê-lo.
Assim que saem, a fase ativa empurra Jacinta pelas costas para
levá-la à frente do excluidor, para, entre os dois, excluidor e fase
ativa, manter Jacinta retida. Ela não quer olhar para o excluidor.
Depois de um tempo, consegue olhá-lo e lhe diz: «Eu sou como
você».
Nesse momento, a pressão relaxa, a fase ativa se afasta, o
excluidor perde sua rigidez 119 e a fase de resolução e o excluído
se levantam.
A fase de resolução quer levar Jacinta até o excluído, mas ela tem
uma postura muito prepotente e muito altiva e prefere andar
acompanhada pela doença da fase de resolução.
A fase ativa continua vigiando de longe.
Coloco uma representante para a mãe. Ocorre uma alteração, o
excluidor se retira.
Jacinta sente muito calor e diz ao excluído uma frase que a libera:
«Assumo as consequências de meus atos». Então olha para a mãe
dele. Permanece muito tempo à sua frente, rígida, até que pouco
a pouco ela começa a honrá-la com amor e humildade.
A fase ativa e a fase de resolução se curvam ante a mãe.
A cliente, Jacinta, sentada na cadeira ao meu lado, deixou de ter
mãos e pés frios antes que a constelação terminasse.
Lorena
Esta jovem, muito ereta, também tem pés e mãos frios há anos.
Coloco representantes para ela, para seu conflito biológico e para
o excluidor. O excluidor e o conflito vão bem para trás,
obviamente não fazem parte da vida da pessoa, mas de várias
gerações antes.
O conflito se coloca ao lado do excluidor. O excluidor mostra -se
muito arrogante, infla o peito, muito ereto e olha Lorena nos
olhos. Ela se sente atraída pelo olhar dele, mas não se move.
Depois de um tempo, ele consegue dizer «Eu sou como você».
Naquele momento, o excluidor-perpetrador perde sua rigidez e se
aproxima dela, enquanto o conflito recua mais para trás, para um
119
Há liberado seu ódio. A rigidez é um dos sintomas da energia assassina.
canto, olhando para o chão 120. A fase ativa terminou e se inicia a
fase de resolução.
Quando uma pessoa morta é colocada diante do conflito, esta
começa a tremer 121 e o morto fica se contorcendo. O perpetrador,
perto da cliente, olha para a vítima, de longe. Lorena não quer
olhar para o morto, desvia o olhar para não vê-lo.
Depois de alguns minutos, Lorena começa a ver a vítima e o
conflito, tremendo e se contorcendo de dor.
Lorena diz ao conflito: «Vejo o seu medo» e à vítima: «Vejo
você». Então o conflito desmorona e logo cerra os olhos. A
vítima se levanta; perpetrador e a vítima se olham de longe.
A vítima tem muito ódio e ressentimento, finalmente se vira e se
vai, deixando a sala. Lorena se volta para a vida, aliviada.
Por um momento, ela se sente oprimida pelo rancor e pelo desejo
de destruir a vítima; ao tomar consciência disto, se libera
novamente.
Depois de um tempo, o frio que a cliente, Lorena, sentia desde a
infância desaparece.
Mascotes: a enfermidade em nossos animais
O cachorro de uma menina de doze anos está muito doente.
Vemos na constelação que o cachorro se conecta com um
pequeno morto de várias gerações atrás, que ainda não está em
paz, se sente abandonado, perdido. A menina está sentada a seu
lado. O cão está acariciando-o com a mão esquerda (a mão da
mãe) e com essas carícias a pequenino morto se sente visto,
reconhecido, amado.
A mãe da menina está se aproximando lentamente desse morto, e
diz à filha: «Você por mim». Começa a acariciar o cachorro,
enquanto ele continua acariciando ao pequeno morto. Este se
sente pleno, o amor da mãe lhe chega através do cachorro. O
pequeno morto diz: «O ciclo foi fechado» e se vai em paz,
fechando os olhos. O cão sente que levou o morto para a luz, que
ele cumpriu sua missão, deita-se para morrer e fecha os olhos.
Uma gatinha enferma de maneira incompreensível queria seguir
120
Olha para um morto excluído. A exclusão é sinalizada pelo ato de colocar-se em
um canto.
121
Reflete o medo não assumido da cliente.
na morte ao resto de seu sistema felino, que havia sido dizimado.
Ao constelar esse sistema, ela jazia junto a seus mortos, com
muito amor; ela pôde dizer-lhes «obrigado» e ergueu-se
novamente.
O filho de um magarefe (profissional que abate animais em
matadouros) foi instalado no fracasso, na fidelidade de «Eu sou
uma vítima como vocês» com os animais sacrificados pelo pai.
Quando esse homem pôde olhar nos olhos dos animais e dizer
«agora me dou conta», os animais fecharam os olhos e o filho se
liberou.
A filha de um homem que vivia dos animais e confessava ter
desfrutado durante uma época por matá-los sem meios para fazê-
lo corretamente, vivia no fracasso, na expiação. A constelação
permitiu ver que seu pai fez uma transferência sobre os animais
das pessoas das quais queria vingar-se. Quando ele pôde se
reconciliar com essas pessoas, pôde ver os animais e assumir o
que fez. A filha foi então liberada da expiação.
A filha de um toureiro estava sofrendo de várias doenças físicas
que desapareceram quando na constelação seu pai pôde dizer
«obrigado» aos animais.
Arturo havia se tornado vegetariano para não ser responsável
pela morte de animais.
São colocados representantes para Arturo, para os animais e para
as pessoas que realizam o abate e a comercialização dos animais.
Os animais estavam totalmente em paz com seu destino e havia
um importante vínculo de amor entre eles e os encarregados por
sua matança e distribuição.
Arturo era quem não queria olhar para ninguém, se afastava,
nervoso, indo em direção à exclusão, com os punhos cerrados.
Depois de alguns minutos, ele pôde olhar nos olhos dos
responsáveis pela matança e dizer-lhes: «Eu sou como vocês».
Então todos poderiam se abraçar.
Um cachorro que sentia muita raiva de todas as novas pessoas
que apareciam à sua frente carregava a energia assassina de um
antepassado de seu dono, impedindo, assim, que o dono tivesse
ganas de matar. Depois de constelar o cão se transformou em um
animal muito amoroso.
Uma cadela teve um parto muito difícil, tiveram que abri-la,
tirando um único filhote gigante que morreu pouco depois; as
suturas se infectaram e a cadela está sem recuperar-se desse parto
há vários anos.
A constelação revela que a dona da cachorra, uma mãe de família,
estava identificada com uma mãe que morreu em um parto em
que o bebê era visivelmente incapaz de sair.
A cadela disse à dona: «Melhor eu do que você» e para a mãe que
morreu: «Melhor morrer eu como você ao invés dela».
Naquele momento, tudo se reordenou. A antepassada e seu filho
puderam encontrar a paz, e a cadela e sua dona voltaram à vida,
liberadas e tranquilas.
Miopatia
Dolores sofre de uma miopatia violenta que em dois anos quase
a deixou inválida. Sua mãe morreu de mal de Alzheimer há vinte
e cinco anos.
Colocamos representantes para Dolores, para sua mãe e para sua
miopatia.
A mãe se afasta, dando voltas e olhando para cima 122, até que ela
acaba em um canto, sentada e ausente. Enquanto isso, a doença
olha insistentemente para o chão, em três locais diferentes e
próximos, pelo que colocamos três mortos.
A miopatia mostra um rosto muito zangado, tem os punhos
cerrados, depois aponta para a mãe com dedo indicador e
finalmente cobre o rosto, a boca e os olhos com as duas mãos,
indicando a presença de um segredo importante. Em vista disso,
coloco um representante para o segredo, que imediatamente
adota a mesma postura que a mãe tinha no início: dando volta e
olhando para cima; também tem muita rigidez em todo o corpo.
Quando um representante para o segredo é colocado, a miopatia
muda de atitude, deixa de cobrir o rosto, relaxa e começa uma
queda lenta até que estar sentada.
Dolores se aproximou das mortas que estão no chão, as três
olham para ela.
Uma lhe agarra a mão e ela se entrega, sentando-se entre as três
e acariciando-as. Tendo que repetir várias vezes a frase «Eu fico
122
Dar voltas: presa a uma culpa adotada. Evitar olhar, levantar a cabeça para evitar
ver abaixo: fugir da sua própria culpa.
com vocês na morte», vai tomando consciência e se separa deles,
sem dificuldade continua dando a mão a uma das mortas.
Ela é convidada a olhar para o segredo e honrá-lo tal como ele é.
A enfermidade começa a se deitar e fica apoiada em um cotovelo,
olhando as mortas.
A mãe parece sair da letargia e está se aproximando, fica a um
metro de distância das mortas e olha para a filha com interesse.
Permanece sentada e se move arrastando-se sentada.
Dolores volta a estar com as mortas, ajude-as a partir. Precisa de
muito amor para se despedir daquela que segura sua mão. Quando
finalmente se separa das três, a doença se deita por completo,
tendo perdido toda a sua força.
Dolores se aproxima de sua mãe e a abraça por um longo tempo.
É preciso a intervenção da consteladora para que se despeça da
mãe. Então ela se levanta e, surpresa, vai para a vida, com alegria
e leveza.
Paralelamente ao processo Dolores, o segredo está perdendo
força até deitar-se no chão.
Operações dos quadris
Eusebio
Eusebio tem cerca de cinquenta anos, é casado e tem uma filha.
Foi operado há quatro anos do quadril esquerdo, uma prótese foi
colocada. Nessa operação tudo correu bem. Recentemente ele
sofreu uma segunda operação, do quadril direito, e tudo deu
errado: dói, não cicatriza, etc.
Estão representados Eusébio, seu quadril esquerdo e seu quadril
direito.
O quadril esquerdo observa uma mulher morta, de quatro
gerações atrás, carregando muito peso. O quadril direito, um
pouco mais distante, olha para a virilha da morta; ao colocar um
feto entre as pernas da morta, esse quadril relaxa e começa a
sentir muito calor 123.
Ao lado do quadril esquerdo, coloco uma mãe, que se deita
lentamente, fechando lentamente os olhos, sem ver a mulher
morta nem seu filho.
123
Culpa.
Ao lado do quadril direito, coloco a mulher a quem esse quadril
está representando: alguém oprimido pela culpa, que não quer
olhar para os mortos.
Quando Eusébio diz «vejo sua culpa», a mulher se acalma e
lentamente se deita e fecha os olhos. O quadril direito então se
libera. O homem olha para ela, diz «obrigado» e a abraça.
O quadril esquerdo permanece de pé, imobilizado, até que o
aborto lhe diz que o quadril esquerdo lhe dói. Então Eusébio diz
a ele: «Eu carrego sua dor», a dor desaparece, o aborto se deita e
fecha os olhos, e o quadril se libera.
Eusébio e o quadril esquerdo vão ao encontro um do outro, se
abraçam. O outro quadril se junta ao abraço e, em seguida, os três
começam a caminhar em direção à vida com firmeza e alegria.
Prótese em um quadril
Ricardo está operado do quadril direito e usa uma prótese que
ainda não se consolidou.
O processo da prótese de Ricardo é o seguinte: embora Ricardo
não enfrente sua complicação, a prótese olha, por Ricardo, para
um antepassado que adota a mesma rigidez e arrogância e vai
afastando-se de Ricardo. Assim que esse emaranhamento está
reordenado, a prótese se coloca amigavelmente ao lado do
quadril direito de Ricardo.
A complexidade que causa a doença do quadril direito é a
seguinte: o conflito herdado por Ricardo é a vingança entre um
homem e várias mulheres, vingança na qual ninguém assumiu sua
culpa. Foi necessário que Ricardo reconhecesse o dano causado
pelo homem, assim como ver a culpa das mulheres e honrar a dor,
a impotência e a raiva da vítima que pagou por todas as demais.
Ovários e cistos
Sonia
Sonia teve um ovário removido alguns anos atrás, e agora ela tem
um cisto no outro ovário, e existe o risco de ter que removê-lo
também. Ela tem pânico de operações.
Escolhemos representantes Sonia, para o ovário que lhe restou,
para o novo cisto e para seu pânico de operações.
O ovário e o pânico estão juntos, de pé, olhando para o chão. O
cisto se afasta um pouco e olha para o chão. Sonia dá as costas
para eles, andando de um lado para outro.
Coloco uma mulher morta no chão, com as pernas entreabertas;
adiciono um feto ou bebê. O ovário e o pânico continuam a ver
mortos no chão ao redor da morta. A morta os enxerga como seus.
Ela começa a sentir dores no ventre e a sentir-se muito assustada,
o pânico se aproxima dela, está de pé ao seu lado.
Sonia diz à mulher morta: «Você morreu, tudo acabou, sua dor e
seu medo de morrer também». A mulher morta se acalma, fecha
os olhos e se entrega. O pânico se senta no chão ao lado dela.
O ovário ainda está de pé, olhando para um dos fetos [uma pessoa
em posição fetal no chão, ao lado da morta). Este feto olha para
Sonia. Sonia diz a seu ovário: «Obrigado por olhá-lo em meu
lugar». E para o feto: «Eu tomo você em meu coração». O feto
fecha os olhos, o ovário deita-se a seu lado e também cerra os
olhos.
O cisto está de pé, segura a barriga como se pesasse, como uma
mulher grávida. Está olhando para o chão desde o começo.
Coloco um morto sentado, se acocora em postura fetal, apoiando -
se nas pernas do cisto. O cisto diz a ele: «Eu sou você. Devolvo
você ao ventre de sua mãe». Sonia então se aproxima, abraça-o,
acaricia-o e ajuda-o a deitar-se. O cisto se afasta e desaparece.
O pânico ainda está sentado observando. Sonia tarda um pouco a
aceitar se aproximar dele. Olha para ele por um tempo e lhe diz:
«Eu deixo você com ela». Então o pânico se deita. Sonia volta-
se para a vida e avança lentamente alguns passos. Ela se sente
muito liberta, aliviada e em paz.
Tumores nos ovários
Gaia é uma mulher casada, sem filhos, que foi diagnosticada com
dois tumores no ovário esquerdo.
Colocamos representantes para os dois tumores e para Gaia.
Os olhares permitem recompor o seguinte cenário: uma mulher
morta, com as pernas entreabertas onde se coloca um feto, ao lado
do primeiro feto, outro bebê morto. A mãe dos dois bebês mortos
está totalmente ausente, ainda que esteja com os olhos abertos.
Os dois bebês mortos se buscam, se tocam, estão muito vivos. Os
pais da mãe morta também estão presentes, a uma certa distância,
um deles rindo, rígido e aparentemente indiferente ao outro.
Os dois tumores estão ao lado dos dois fetos, de pé, olhando-os.
Gaia se aproxima de cada um, acaricia-os e diz: «Vocês
descansam em meu ventre».
Então os dois tumores se deitam e vão fechando os olhos.
Os dois bebês entrelaçados também fecham os olhos, a mãe morta
inclina a cabeça para a esquerda e fecha os olhos, os pais ficam
serenos e também se deitam. Gaia se levanta e segue para a vida,
com leveza.
Ovários policísticos
Elizabeth tem cistos múltiplos nos ovários desde que era jovem.
A constelação mostra um grande número de mortos rodeando
Elizabeth e seus cistos, que estão de pé. Um dos cistos está com
as mãos no pescoço, tem dificuldade em respirar e se afoga a si
mesmo, visivelmente. Um deles diz que ele se sente como um
gatinho. Elizabeth lembra então que sua mãe — viviam no campo
— tinha o hábito de afogar gatos recém-nascidos.
Elizabeth se aproxima dos gatinhos mortos, diz: «Vejo vocês,
vocês morreram em meu lugar. Obrigada», e os acaricia. Todos
fecham os olhos e os cistos se deitam no meio deles.
Elizabeth se levanta, olha para Algo Maior e vai para a vida,
aliviada e plena.
Pânico da morte e da enfermidade
Por trás do medo está o desejo. Essa pessoa estava identificada
com uma morta por quem sentia atração e repulsa. Quando
finalmente conseguiu desfazer a identificação, seu medo da
morte e da doença desapareceu.
Em outro caso, o medo vinha de uma antepassada que havia
morrido no parto e ainda estava imersa no pânico de morrer. Ao
liberar o emaranhamento, o medo da morte e da doença
desapareceu.
Parasitas, piolhos
Alberto, onze, muitas vezes tem piolhos. Parece que ele os pega
na escola.
O garoto, virando-se, olha para o chão. Está rodeado de mortos,
todos em posição fetal. Alberto não sabe o que fazer. Ele balança
de um pé para o outro 124.
Uma pessoa representa os piolhos e imediatamente se coloca
atrás do círculo dos mortos, com os braços abertos, separando
Alberto de tudo o que está por trás. Move-se continuamente como
se quisesse impedir que veja os que estão atrás. Assim que
alguém se move, o representante dos piolhos se move com os
braços abertos para impedir o contato entre Alberto e essa pessoa.
A mãe, um pouco atrás dos piolhos, tem uma atitude muito
arrogante, despreza aos mortos e ao pai, e diz ao menino: «Você
faz isso por mim».
O pai, também um pouco atrasado, olha para os mortos e não tem
força.
Alberto olha para a mãe e diz: «Eu sou como você». Os parasitas
continuam a fazer uma barreira com o passado e começam a coçar
a barriga. Alberto então diz: «Eu faço por você». A coceira da
barriga 125 desaparece.
A mão esquerda da mãe mostra esta pinça: dedo polegar com o
dedo mínimo. Coloco, então, um representante para um irmão da
mãe. Ele vai para a frente da sala, para a vida, mas no limite, isto
é, vai para a exclusão. Está de pé. Ambos se olham intensamente,
à distância.
Um dos fetos, aos pés de Alberto, senta-se para olhar. O excluído
se aproxima e se deita junto ao feto. Sua irmã, a mãe de Alberto,
lhe diz: «Nós fazemos parte do mesmo território», e o irmão se
libera, levanta-se e vai para a vida, sentindo muito formigamento
no braço esquerdo e na mão direita 126, enquanto seu coração bate
com força.
A mãe se aproxima do feto sentado e diz: «Eu o eliminei como a
um parasita e a seu pai também».
O feto fecha os olhos e se deita.
O representante dos piolhos continua de pé, abaixou os braços e
se afasta em direção ao fundo da sala.
Alberto e sua mãe se enfrentam. Alberto é visivelmente muito
124
Ele não integrou seus pais.
125
Coceira: culpa vergonhosa. Barriga: Expiação.
126
Formigamento: cura. Braço esquerdo: relação com a família de origem. Mão
direita: realização atual.
maior que sua mãe e permanece olhando para baixo. A mãe diz:
«Estes são seus irmãos», e então o filho olha para a mãe.
Coloco um representante para um antepassado onde o
representante dos piolhos se deteve. É um tataravô, perpetrador,
muito alto e rígido, olha para cima, para evitar ver o que está no
chão, depois abaixa os olhos e olha para o seu tataraneto com
grande cumplicidade. O menino tosse e se coça por todo o
corpo 127.
Ele diz ao antepassado: «Eu carrego sua vergonha», e a coceira e
a tosse desaparecem. O antepassado se abranda e desmorona
gradualmente junto com os piolhos. A criança imediatamente se
torna pequena e olha para os seus pais com amor, mas permanece
entre os mortos.
Os pais se aproximam, olhando um para o outro, e se abraçando.
Então eles se voltam para o filho. A mãe lhe diz: «Dou-lhe minha
permissão para ser apenas um menino». E a criança se sente
melhor e muito feliz.
O pai diz: «Eu tenho a força, cuido de tudo, você tem permissão
para ser o pequenino». A criança se libera totalmente, sente força
e um desejo enorme de brincar. Deixa o círculo de fetos mortos
e começa a brincar ao lado de seus pais.
Os pais se olham com amor.
Aderência de vértebras – radiculopatia
Carlota tem sessenta anos e, há alguns meses, de vez em quando
uma dor aguda dorsal a impede de se mover.
Colocamos representantes para Carlota e para sua dor.
Carlota está de pé, tesa, rígida 128, sua garganta 129 dói, ela está
olhando para longe. Sua mão direita 130 lhe pesa muito e a segura
com a mão esquerda. A dor olha para o chão, dando voltas sobre
si mesma 131. Está rodeada de mortos.
Ponho um representante para um antepassado no lugar para onde
127
A tosse pode ser culpa ou medo não reconhecidos. A coceira na pele mostra uma
separação — rejeição, morte, exclusão — culpável e vergonhosa.
128
Perpetrador
129
Aqui: algo que não foi dito, o reconhecimento de uma culpa foi bloqueada na
garganta.
130
A mão que faz. A pessoa responsável pelo ato.
131
Levando a culpa de outra pessoa.
Carlota está olhando. Essa pessoa imediatamente adota a posição
de perpetrador: teso, rígido, ensimesmado e olhando para todos
os lados, exceto na direção dos mortos. Carlota olha para ele com
amor. Ela lhe diz: «Eu sou como você». Então sua postura rígida
cede e o antepassado começa a olhá-la.
Carlota acrescenta: «Eu carrego seus atos e suas consequências»,
e o peso do braço direito desaparece. O antepassado olha para os
mortos e desfalece. A dor cai entre os mortos, fechando os olhos,
em paz.
Piorreia
Luisa tem piorreia no terceiro dente superior 132
Luisa foi adotada tardiamente por seu tio — irmão de seu pai —
e sua esposa. Eles eram severos, querendo o melhor para ela. Ela,
por fidelidade aos pais biológicos, não queria entendê-los, nem
apreciá-los, nem admitir que suas regras poderiam ser boas; não
encontrava amor nem gratidão, apenas medo e oposição a eles.
Quando eles morreram, foi quando ela se deu conta do que eles
haviam feito por ela. Viu seu grande respeito por ela e seu desejo
de compensar a ausência de seus pais com a máxima
responsabilidade em sua educação. E a partir desse momento, ela
se sentiu muito compreensiva, autônoma em relação aos seus
ideais e com muito amor por eles.
Então a piorreia apareceu.
A terapia consistiu, por um lado, em render-se à gratidão aos tios,
descobrindo em quantos aspectos de sua vida sua severidade lhe
dera grande firmeza e, por outro, em uma constelação da piorreia:
eles ainda não descansavam em paz, necessitavam ouvir a palavra
«obrigado», ainda que ao tio lhe custasse ouvir, porque não
estava acostumado a ser agradecido por suas ações, já que dava
aos outros sem esperar nada em troca.
Ana tem piorreia em quatro dentes inferiores 133
Ana criou uma empresa dentro de um campo com uma linha
muito rígida, defendida por algumas pessoas de peso e de fala
brilhante e devastadora. A empresa de Ana faz parte do setor,
embora não esteja em conformidade com as diretrizes
132
Irmão do pai.
133
Relativos a pessoas fora da família, relacionadas ao trabalho e sua família direta.
estabelecidas por essas pessoas. Ana é bem-sucedida em sua
empresa, com seus clientes, e começa a ser reconhecida, porém,
quando se reúne com o setor, é incapaz de defender seu
desempenho e sua empresa; a culpa de ser diferente e o medo de
se sentir obrigada a trabalhar de forma diversa da que lhe agrada
a paralisam. Então ela se afasta de seu próprio setor com muita
raiva e ressentimento. Aí começa a fase ativa da piorreia.
Alguns meses depois, determinada a enfrentar esse medo pelo
bem de sua empresa, ela faz visualizações, declarações como «eu
sou como vocês», «há espaço para todos» e descobre a
transferência que ela tem com eles: ela não tem medo deles, mas
de uma autoridade familiar que a intimidou muito quando
criança.
Assim, ela consegue participar da reunião seguinte, expressando-
se como mais uma, tendo como certa sua autonomia e seu
pertencimento ao grupo. E nesse dia começou a fase de resolução
que teve que ser reforçada com um trabalho vibracional.
Polineurite
Ángela, uma mulher madura, sofre de polineurite.
Sua doença, sua mãe e ela mesma estão representadas.
A enfermidade mostra a mãe, apontando com a mão.
A mãe sente ódio, rejeita a vida e a Deus com violência, rejeita a
própria mãe e a filha, Ángela, e rejeita e recusa o marido.
Ángela diz à mãe: «Eu sou como você. Eu sou como todas vocês.
A nossa rejeição à vida e ao amor é o nosso brasão».
Então Ángela olha para alguém. É um antepassado.
A polineurite se aproxima e olha para várias pessoas, às quais
vamos colocando representantes. Aos pés do ancestral jaz um
filho, a dor a deixa cega, ela não vê ninguém além deste morto.
Uma filha desta antepassada, zangada por não ser vista por sua
mãe, é dominada pelo desejo de vingança e rapidamente começa
a odiar a todos ao seu redor, seu único propósito é destruir.
Esta filha vê sua própria filha como se fosse sua mãe 134 e quer se
vingar nela da ausência de sua mãe. A polineurite está junto a
134
Quando alguém, por qualquer motivo, não toma a mãe, usa um de seus filhos
como substituto da mãe ausente. Então esse filho ou filha se transforma em sua
própria avó.
ela. E assim nasce a linhagem das mulheres destrutivas,
destruidoras.
Todas as mulheres estão na mesma dinâmica desde aquela
geração.
Até Ángela chegar à última consequência dessa rejeição à vida e
dizer: «Não tenho futuro, quero morrer». Essa tomada de
consciência é um ponto de virada: a doença perde sua violência.
A antepassada mais distante agora está abraçada à enfermidade.
Ela não a quer perder: «Sem ela eu morro, ela é minha vida, ela
é minha mãe».
Nesse momento, a consteladora percebe que o movimento da
consciência é tão poderoso que a cura não pode advir da
restauração das ordens do amor, mas da conexão com o amor do
espírito.
Ángela, que permanece em primeiro plano olhando para as
antepassadas e a doença, está sintonizada com Algo Maior,
olhando para longe. Enquanto a cliente ainda está conectada, a
antepassada que se agarra à doença perde força, liberando
lentamente a polineurite e se desmonta. A doença, liberada, olha
para a cliente enquanto ela se retira lentamente.
Mas ainda há algo pendente; a enfermidade ainda está de pé e
olhando para a cliente. Peço a todos que voltem aos seus lugares.
Quando um movimento está bloqueado ou se esgota, a
constelação estanca ou me falta alguma informação, pergunto-
me se devo interromper a constelação para permitir que os
movimentos anteriores sejam integrados e que uma nova
informação surja do campo.
A resposta interna foi interromper e perguntar aos participantes
como eles estão.
Um deles afirma que sente a necessidade de fazer o pai aparecer.
Esta era a informação que estava faltando e que o campo me
ofereceu através desse comentário.
Retomamos a constelação: Ángela e o pai são colocados. E se
produz a transição da fase ativa para a fase de resolução: o pai
está de pé olhando para sua filha, esperando a filha aproximar-se
dele. Ángela o olha de longe com surpresa, não sabe quem ele é,
porém há doçura nos olhos dos dois e a aproximação vai
acontecendo.
Ao se aproximar do pai, a filha se sente viva pela primeira vez.
O pai se põe a olhar para fora.
O pai necessita olhar para fora, em direção a uma mulher
excluída. A mulher olha para ele, mulher e menina ao mesmo
tempo, ela sente falta da mãe e diz ao homem que ela não lhe
pode dar o que busca, que ela não sabe amar. Para o pai é o
suficiente, ele aceita continuar pertencendo ao mundo se puder
olhá-la. Pois em seu mundo ninguém o vê, ele é totalmente
desprezado, desprezível e invisível.
A filha então se aproxima do pai e percebe um forte vínculo com
a excluída que serve de consolo a seu pai.
Ángela diz à excluída: «Como você, eu não sei amar». E com esta
frase ambos se liberam e a cliente vai para sua vida mais aliviada.
Próstata
Felipe, doente da próstata
São colocados representantes para Felipe, para seu conflito, para
sua mulher e seus para pais.
Felipe olha para o conflito e se deita.
O conflito tem vontade de vomitar 135, despreza Felipe, sente-se
superior, gosta de vê-lo no chão, impotente.
Felipe se sente como um menino, indefeso, impotente. Sua
esposa parece muito grande. Ela o despreza muito e ele a vê como
uma mãe; ele sente que fazia tudo o que seus pais queriam,
inclusive expiar por eles.
Seus pais são muito agressivos entre si e com Felipe, e se alegam
em vê-lo no chão, desabado.
O conflito quer ser visto como um representante de um conflito
muito antigo entre homens e mulheres.
O campo dos homens está bravo com a fraqueza de Felipe.
O campo das mulheres e o dos homens se odeiam mutuamente.
No entanto, a atração sexual os aproxima e os faz sentir que o
sexo oposto é necessário.
Felipe olha para trás e, dirigindo-se ao campo dos homens, diz:
«Eu pertenço a vocês e pago por vocês». Então ele olha para o
135
Indica abusos, tanto para a vítima quanto para o perpetrador.
conflito e diz: «Prefiro que minha mulher me despreze».
O conflito se afasta de Felipe. A próstata se levanta com
vitalidade.
Os representantes dos campos dos homens e das mulheres vão
perdendo sua agressividade, vão se olhando e se aproximando até
se abraçarem.
Álex, enfermo da próstata
São colocados representantes para Álex, para seu pai, para sua
mãe e para sua mulher; depois, para os avós e antepassados.
A esposa não tem interesse algum por Álex, o despreza, está à
distância sem olhar para o que se passa.
O pai é muito agressivo e possessivo com a mãe; esta, muito
moderada, obedece a ele como uma menina. Álex quer defender
sua mãe dos abusos de autoridade de seu pai, tem muito
ressentimento com seu pai por sua dureza com todos.
Os avós se odeiam e ambos são muito duros com sua filha, a mãe
de Álex. Os avós não fazem mais que repetir o padrão das
gerações anteriores. Se respira muito ódio, a superioridade
prepotente dos homens e o desejo de vingar, de humilhar e de
destruir das mulheres.
Há uma grande desordem: os filhos estão à direita dos pais; os
pais, diante dos filhos; mulheres, à direita dos homens ... Todos
se movem de um modo caótica. O ressentimento das esposas
desprezadas está muito presente.
O conflito de Álex e as mulheres fora de si se comportam como
esposas desprezadas 136 , não reconhecidas e vingativas; suas
palavras são: «Você vai me pagar». Não se sabe quem está no seu
lugar; todos os descendentes se sentem iguais, ou maiores, que
seus pais e antepassados.
Álex arranca para si a mãe, afastando-a de seu pai; a mãe,
passiva, deixa-se manipular. Álex quer matar seu pai e pretende
fazê-lo quando for o mais forte. O pai odeia o filho, que lhe levou
a esposa.
Álex substitui claramente a um relacionamento anterior de sua
mãe. E a mulher de Álex está no papel de mãe para ele, uma mãe
136
Continuamente têm o dedo polegar da mão direita fazendo pinça com o dedo
médio, e isso cessa quando o filho e a mãe são ordenados.
que odeia aos homens como o resto das mulheres da consciência
familiar de Álex.
Esta esposa só procura homens com quem brigar. Álex também
enfrenta a todos os homens de sua família.
Seu ódio e desprezo a seu pai têm um preço: a expiação
subsequente em forma de enfermidade, seguindo o excluído
desprezado, «relacionamento anterior» da mãe.
Depois de um tempo, o movimento do espírito se manifesta
através do crescimento físico da mãe: quando ela percebe o
sofrimento do filho, começa a sentir-se mãe e se aproxima de seu
marido. O pai, então, sente compaixão pelo filho. Se inicia uma
reconciliação entre todos os homens e mulheres.
AIDS/SIDA
Alberto tem AIDS há vários anos.
Primeira parte: Alberto, o diagnóstico, o excluidor ou
perpetrador e a AIDS.
O diagnóstico se aproxima de Alberto furtivamente e com más
intenções, o ataca por trás, o pega pelo pescoço e lhe tapa todo o
rosto e sempre fica por detrás. Alberto não o pode ver. Quando o
enfermo finalmente consegue afastar um pouco os dedos do
diagnóstico, ele começa a ver o excluidor, que olha para ele com
energia assassina.
Coloco um excluído. Este se coloca fora do círculo. Faz gestos e
movimentos para que o vejam, mas ninguém repara nele. Ele diz:
«Finalmente todos vão me ver».
A AIDS está junto a muitos mortos, deitada entre eles.
Alberto, de pé, aproxima-se de uma perpetradora e lhe diz: «Eu
sou como você: mato», e gradualmente a honra. Ela então aponta
para um aborto, o excluído, para que Alberto olhe para ele.
Alberto olha para o excluído, deita-se ao lado dele e diz: «Eu sigo
você na morte». Há vários abortos ao redor, de várias gerações.
Comprovo que a perpetradora é a avó paterna e o excluído, um
aborto dela.
Segunda parte: Alberto e sua família, os médicos, os segredos.
O pai, com muita energia assassina, quer matar ao excluído (seu
irmão) e a Alberto.
A avó paterna é rejeitada pelo pai, é muito grande, inacessível.
O pai vai gradualmente minguando frente a sua mãe.
A AIDS vai se transformando no aliado do avô paterno,
desprezado pela avó. O pai se junta ao avô e à AIDS para
enfrentar a avó. A AIDS diz ao avô: «Eu sou sua vingança de sua
avó».
O olho direito do pai coça até que diz: «Tenho vergonha do
masculino».
A orelha direita e o pescoço direito da vovó coçam até que ela
consegue dizer: «Tenho vergonha do que disse, fiz e odiei».
O pai começa a sentir algo pelo filho Alberto: «Agora vejo sua
dor e sua impotência».
A mãe de Alberto também expia por um segredo: «Tenho
vergonha do que temos feito como mulheres».
Alberto começa a tomar a seu pai, é mais difícil para ele ver sua
mãe.
Quase todos têm um segredo: a avó paterna, o pai, Alberto e os
médicos também. O segredo de Alberto reflete o segredo dos
médicos. O pai diz: «Eu sou o segredo». Alberto diz a ele: «Eu
sou uma vítima secreta, como você».
Quando Alberto deixou de seguir a perpetradora, ele se sentia
muito perdido. Juntamente com seu pai, ele recupera sua
identidade. Seu pai é seu grande salvador.
Enquanto isso, a mãe e a avó ainda estão com raiva dos homens
e na expiação.
Os médicos, perseguidos por seus segredos, não querem vê-los e
perseguem a Aids. A AIDS já não tem mais nada a ver com
Alberto.
Abrindo os braços para fazer uma barreira a todos os segredos do
passado e a toda a violência do passado, o pai empurra seu filho
para a vida.
Sobrepeso y obesidade
Natividad, obesa, trabalha o medo que sente de seu pai.
É sua prioridade. Ele tinha sido muito violento com ela quando
criança.
É revelado que o pai é intrincado com as vítimas da guerra civil,
a quem ele diz: «Eu vingo vocês». Enquanto isso, Natividad
substitui alguém do outro bando. Quando o pai a vê, ele vê ao
inimigo e se desencadeia seu furor. Natividad reconhece a cada
um com amor, devolve-lhes seu lugar e pode finalmente abraçar
o pai, também liberado do peso do passado.
Dois meses depois, ela havia perdido vinte quilos.
Consuelo está sempre com fome e tem sobrepeso
Sua representante olha longe a algo a meia altura. Coloco uma
pessoa que se abaixa e olha para o chão, trata-se de uma mãe que
olha desesperadamente para o filho morto. Está rígida, como uma
estátua, está paralisada pela dor. Consuelo, que diz estar com
muita fome, adquire a mesma atitude paralisada, até que diz:
«Carrego suas lágrimas bloqueadas, meu corpo as mantém».
Nesse momento, a antepassada vai se soltando e começa a fechar
os punhos como para vingar-se.
Quando Consuelo honra seus desejos de vingança, elas cedem e
a mãe pode começar a chorar o filho. Consuelo vai para a vida,
leve e sem fome.
Pilar tem obesidade
No início da constelação, sua representante olha para trás, para
um avô morto em um campo de concentração. Este avô está de
pé com as mãos no estômago e murmura incessantemente: «Estou
com fome». Pilar também sente um vazio no estômago e diz:
«Querido avô, eu como por você».
O avô pode então deitar-se, tranquilizado; fecha os olhos. E Pilar
volta para a vida, de repente sente o estômago pleno e segue
adiante leve e emocionada.
Héctor está obcecado com sua barriga
Ele tem medo engordar e, ciclicamente, sua barriga aumenta, até
que decide cortar brutalmente a comida, tomando laxantes,
vomitando; e isso repetidamente por anos.
Héctor, com as mãos na barriga, olha para trás: há uma mulher.
Ambos começam a tremer de medo, estão se olhando. Então a
mulher olha para a própria barriga em pânico, vai de um canto da
sala para outro. Lhe dá medo de olhar para alguém.
Héctor diz: «Eu carrego seu medo de engravidar, de ser repudiada
por estar grávida». A mulher se detém e começa a olhar para o
chão, a vários mortos, são seus abortos. Ela tapa os olhos, a boca,
e depois ameaça aos filhos com os punhos cerrados.
Héctor diz: «Eu vejo seu desespero», a mulher cai e se deita de
bruços entre os filhos, soluçando de desolação. Héctor
acrescenta: «Antepassada, tudo acabou, você também morreu,
pode descansar em paz com seus filhos».
E, gradualmente, a antepassada encontra descanso, enquanto
Héctor de volta para a vida, liberado.
Tendinite
Elisa, mãe de uma família, sofre de tendinite nos tendões de
Aquiles há anos. Um de seus avós foi executado durante a guerra
civil. Os tendões de Aquiles de Elisa representam aos bisavós,
pais deste avô que morto em plena juventude, com sua desolação
e a ruína de seus projetos para o futuro e ilusões de formar uma
família numerosa. A mãe não consegue sofrer, ela e o marido
tornaram-se amargurados, duvidam de si mesmos, se estagnam
em suas vidas, desvalorizados pelo ambiente hostil e por sua
própria frustração.
A bisneta, Elisa, herda essa estagnação e desvalorização,
somatizando-as em uma tendinite. A constelação permite que se
conecte com esses dois excluídos e lhes devolva sua dor.
Então ela começa a se permitir avançar em direção à vida,
deixando para trás a tendinite.
Testículo imaturo
Manuel
Maribel quer constelar seu filho Manuel, de cinco anos, que tem
um testículo que «não desce». Ela diz que o mesmo aconteceu
com o sogro.
Coloquei a este testículo no centro. Começa a olhar para o chão.
É colocado um representante para um morto que olha com um
grande sorriso para o testículo. O testículo se deita lentamente na
frente do morto, ambos adotam uma postura fetal, de mãos dadas
e deixando um espaço entre os dois. O morto pertence à geração
dos tataravós paternos.
Então eu coloco mais um morto neste espaço dizendo «este é o
gêmeo».
Nesse momento, o primeiro morto solta o testículo e se volta para
«o gêmeo».
Maribel escolhe uma representante para si mesma. Essa mulher
se aproxima, olha para os dois fetos entrelaçados e lhes diz:
«Vocês estão mortos, já estão juntos, podem descansar em paz»
e para o testículo: «Agora os vejo, eles já não necessitam mais
de você».
O testículo se levanta e vai para a vida.
Cristóbal
Uma mãe pergunta se a cirurgia proposta pelo médico para baixar
o testículo de Cristóbal resolverá a complexidade sistêmica.
Colocamos o testículo de Cristóbal e imediatamente olha para o
chão. Ao colocar um morto, o testículo começa a cair para deitar-
se ao lado dele.
Colocamos o médico, que agarra o testículo e o coloca de pé e
bem ereto. O morto chuta o médico, rindo do que ele faz. De fato,
o testículo ainda olha para o morto, mesmo que ele esteja de pé
e não possa deitar-se, ele apenas olha para o morto que lhe sorri
ternamente.
Então eu coloco um descendente de Christóbal. Imediatamente,
o morto para de olhar para o testículo de Christóbal e olha para
seu descendente. Logo ele olha para o morto, sorri para ele e se
deita ao seu lado. Olhando para o testículo de Christóbal lhe diz:
«Eu estou em seu lugar».
Transtorno bipolar
Josefina sofre de transtorno bipolar.
São colocados representantes para o transtorno, para Josefina e
para sua mãe.
O transtorno olha para um morto no chão.
Josefina recua em direção ao fundo da sala, olhando a vida e s e
afastando de alguém que está na vida; trata-se de sua filha.
A mãe de Josefina ataca sua filha Josefina com o desejo de
destruí-la.
Josefina, por sua vez, quer chutar e massacrar o morto a quem o
transtorno olha e, alternativamente, quer agredi-lo ou se prostrar
em postura de expiação 137, em cima do corpo sem vida.
Coloco a avó de Josefina. A avó tem a mesma atitude de sua filha,
mãe de Josefina: olha para ela com ódio e fica em dúvida se
aproxima-se para matá-la ou se afasta-se com desprezo.
O transtorno se afasta, atraído por alguém de várias gerações
atrás. Coloco vários antepassados, duas mulheres e um homem.
O transtorno abraçou uma delas, se trata de uma primeira
companheira. Está cheio de ódio e violência em relação aos
outros dois. Ela lhes diz: «Que todos os seus filhos e os filhos de
seus filhos morram, eu amaldiçoo sua descendência».
Josefina está olhando para a antepassada, primeira companheira,
mostrando o punho esquerdo: «Eu sou como você», e à mãe:
«Melhor eu do que você». Nesse momento, o transtorno se separa
da companheira anterior, vira-se e, olhando para a parede dos
fundos, afasta-se ao máximo, como se procurasse uma origem no
fundo dos tempos.
Então a energia assassina de todas as mulheres decai. A avó
desfalece e fecha os olhos. Josefina e sua mãe começam a se
olhar. Josefina se vira para a filha e lhe abre os braços.
Urticária
Elisabeth, de dezesseis anos, desenvolveu uma urticária nas
costas após um forte tratamento pós-operatório, nem a medicina
alopática nem a homeopática promovem melhora.
O pai vem por ela.
São colocados representantes para Elisabeth, para seu pai e para
a urticária. A representante da urticária está colada às costas de
Elisabeth. Esta última está olhando para algo no chão, a alguns
metros à sua frente. Eu coloco alguém sentado. É a irmã do pai,
tia de Elisabeth, que morreu aos dois anos de idade. Assim que
esta representante aparece, a urticária diz: «Eu cumpri minha
missão», e se deita.
Vacinas
Estão presentes a vacina, a doença, os ancestrais, os conflitos
biológicos dos vivos e as empresas farmacêuticas.
A vacina se dirige aos antepassados com amabilidade, sentindo -
137
De joelhos, a cabeça entre as mãos, como se estivesse enroscada em si mesma.
se a eles e com desejo de ajudá-los. Ela ingenuamente quer salvar
os antepassados de sua desordem sem passar por conflito algum,
sem qualquer tomada de consciência nem aceitação da realidade
como ela é. Amorosamente quer fazer com que a doença
desapareça, como um serviço à humanidade. A raiva cresce entre
os antepassados. Enquanto isso, as empresas farmacêuticas
seguem a vacina, são muito menores que as vacinas e são
irrelevantes.
O conflito dos descendentes é negado pela vacina. O papel do
conflito é o de servir de intermediário entre os antepassados e os
vivos. A vacina ignora essa ordem e elimina a possibilidade de
conflito. Resultado: o conflito, reprimido, começa a crescer e,
como todo aspecto reprimido, sua pressão se faz cada vez maior
e parece uma panela de pressão a ponto de explodir.
Quando introduzimos o fator de crescimento pessoal, a vacina se
afasta, vai para trás, muito para trás. O crescimento pessoal se
aproxima da pessoa até que esta olha com o mesmo amor e
reconhecimento para a enfermidade, para o conflito e para os
antepassados, dizendo-lhes: «Eu os redescubro. Obrigado».
O crescimento então vai para a vida, esperando a pessoa.
A vacina retorna à vida, como transformada, e se coloca ao lado
do crescimento pessoal.
A pessoa se separa do emaranhamento com os antepassados, se
separa do conflito e da doença e segue com segurança para a vida.
Ao seguir em direção à vida, a pessoa separa o crescimento da
vacina, apesar da resistência da vacina. A força da pessoa é muito
grande e ganha vida com força.
Vesícula
Anselmo terá a vesícula extraída
A vesícula biliar está junto a Anselmo. A vesícula vai caindo,
agarrada a Anselmo, e ele fica de pé por um tempo, sem forças,
depois cai muito lentamente e acusando a outro com o dedo. O
acusado, numa atitude de prepotência, ri do que vê, a acusação
não o afeta, ele se sente muito acima. Sua frase é: «As crenças
são ilusões. Crenças são para os fracos».
Este perpetrador vai para a vida, muito relaxado, superior e
indiferente aos demais.
Enquanto isso, a vesícula está completamente deitada, morta, e
Anselmo, meio ajoelhado, amargurado e agredindo-se com os
punhos.
Javier tem cálculos biliares
O conflito não resolvido de Javier está de pé, rígido, muito
grande. Suas mãos estão como que algemadas, ele se sente
amarrado, imobilizado, com a cabeça coçando 138. O pai de Javier
também tem coceira na cabeça. O conflito quer atingir o pai.
Javier está muito zangado com o pai, afasta-se dele, tem os
punhos cerrados em direção ao pai, olha para ele com uma cara
feia. Quanto mais zangado se sente, menos força ele tem, até cair
no chão esgotado.
Coloco um morto ao seu lado 139. Javier sente calor na cabeça 140.
A vesícula desfalece. Se contorce no chão, sente-se amordaçada,
pisoteada e assume uma postura de suicídio.
Javier está dizendo ao morto, com força, várias vezes: «Eu sigo
você na morte». Até que consegue se reerguer lentamente. Entã o
olha para a vesícula morta, com a face para baixo.
O conflito segue querendo pegar o pai e esmagar a vesícula, e
Javier sente muito calor na cara quando contempla isso. O
conflito está muito irado porque Javier não olha para ele. O pai
olha para o conflito com amor e este fica ainda mais zangado com
o pai. A responsabilidade é de Javier, que não quer assumi -la,
porque ele diz ao pai: «Melhor eu do que você. Melhor eu na
morte que você, melhor minha vesícula na morte que você».
Introduzo a avó paterna de Javier. O pai procura sua mãe, mas
ela o rejeita, e depois ele se dirige até seu filho Javier, como se
ele fosse sua mãe. Quando Javier diz à avó: «Eu carrego sua
culpa», o conflito se deita, finalmente reconhecido.
Então o pai fica ao lado da vesícula, com a face para baixo.
Quando a vesícula diz ao pai: «Eu morro por você», e a Javier
«Eu morro no seu lugar», o pai pode se levantar e ambos, pai e
138
Ele se sente envergonhado, não por algo que fez, mas por algo que pensa ser
responsável, mesmo que não seja.
139
Quando um vivo cai ou se deita no chão, é por causa de um emaranhamento com
um morto.
140
Culpa. Como o calor está localizado na cabeça, indica que é uma crença, não uma
realidade: não é culpado, mas crê-se culpado.
filho, podem se olhar e se abraçar.
Vista deficiente
Charles pede para constelar sua visão, que se deteriora há anos.
Colocamos Charles 141 diante de sua vista.
Charles olha para baixo, não quer ver alguém, sente vergonha.
Em cada mão, o polegar faz um grampo com o médio. O que
significa que eu tenho que colocar mais duas pessoas: um
relacionamento anterior de seu pai, a quem Charles está
fortemente vinculado, carregando seus sentimentos, e um
relacionamento antigo do próprio Charles.
Primeiro Charles se desvincula da parceira anterior de seu pai,
agradecendo-a e devolvendo seu medo e vergonha, e depois
confronta sua antiga parceira, até que ele consegue dizer que é
responsável pelo que aconteceu e que ele vê e se dá conta das
consequências de seus atos.
Então essas duas pessoas se afastam e, pela primeira vez, Charles
consegue olhar para sua vista e abraçá-la.
Enfermos, perpetradores, excluídos
Depois de preparar os presentes com uma visualização que abre
seus corações e os conecta a todos os seres humanos, três pessoas
recebem as seguintes instruções:
- «Cada uma das suas moléculas representa a um enfermo».
- «Cada uma de suas moléculas representa um antepassado
perpetrador».
- «Cada uma das suas moléculas representa um antepassado
excluído pelo antepassado perpetrador».
O representante dos excluidores se sente onipotente. Sente-se
com muita força, mostra muita violência contra o representante
dos excluídos. Ele é um perpetrador ativo, quer derrubar, chutar
e matar o representante dos excluídos. Quer mostrar-lhes sua
força. O representante dos enfermos o incomoda, o rejeita, o vê
como fraco e isso provoca sua rejeição.
Mas os doentes procuram os perpetradores, eles os seguem. A
princípio, o representante dos enfermos imita todos os seus
gestos, imita sua atitude assassina em relação à vítima. Pouco a
141
Trata-se sempre do representante da pessoa nomeada.
pouco, os doentes vão adquirindo força, ainda mais força que os
perpetradores, transformaram-se em perpetradores, estão
perseguindo-os. Quando os doentes dizem «eu mato como você»,
o representante dos perpetradores se deixa cair, se rendendo aos
enfermos.
Nesse momento, a raiva assassina tomou conta do doente, e o
perpetrador, deitado, sente-se fundido com a terra, tranquilo, e
finalmente fecha os olhos.
Depois de dizer a frase, o representante dos enfermos já pode
enxergar aos excluídos e, de repente, sua raiva diminui,
desaparece.
O representante dos excluídos relata: se sente vítima, ele está na
exclusão, fora do círculo, se sente acompanhado por muita gente.
Não entende o que se passa. A agressão lhe era agradável e
desagradável ao mesmo tempo.
O que lhe faz sofrer é que invadam seu espaço. Sofria por causa
do poder e invasão do perpetrador. Não queria que o tirano usasse
sua exclusão.
Quando os enfermos olham para ele, se sente melhor e descansa.
O representante dos enfermos relata que, enquanto agia imitando
os antepassados perpetradores, era impulsionado por suas
crenças e isso o levava a agir de maneira totalmente automática,
sem sentir nem saber o que fazia.
A enfermidade e o sistema familiar
Escolho um representante para a doença, outro para um ser
humano e outro para o sistema familiar desse humano. Eu não os
coloco; desde o instante em que são escolhidos, são conduzidos
pelo movimento de suas dinâmicas.
A enfermidade está totalmente a serviço do sistema da pessoa,
lhe dá a mão como uma menininha e vai aonde esta lhe diz. No
entanto, o ser humano não está consciente disso, apenas vê a
doença e, embora a enfermidade seja muito pequena ao lado do
enorme sistema, o humano não percebe o sistema.
Esse humano se sente maior do que tudo o que existe.
A doença se aproxima dele, pega-o pela mão e o coloca frente a
seu sistema familiar. Pela primeira vez o humano toma
consciência do sistema e se sente totalmente deslocado: embora
ele ainda se sinta maior que o sistema, nota que já não é mais
dono de seu destino nem de suas decisões, que a presença desse
sistema tirou seu poder sobre sua vida. Sente uma grande
confusão, há perdido suas referências. Já não sabe mais o que se
espera dele, nem o que pode fazer.
Enquanto isso, a doença está diminuindo enquanto olha para o
ser humano com muito amor.
O ser humano, cansado de não saber o que fazer, decide se
afastar, ir para a vida, indo além deles. Então o sistema faz
barulho para que o humano olhar para ele novamente. Ao mesmo
tempo, o sistema ordena que a enfermidade, com seus gestos,
volte a crescer.
Desta vez, a pessoa se volta para a enfermidade e para o sistema
e se rende a este último, prostrando-se diante dele. A doença,
lentamente, começa a enfraquecer.
A pessoa vai se reintegrando e se conecta espontaneamente com
Algo Maior, olhando para longe, até que se sinta impulsionada a
retornar à vida, leve, clara e desejando agir.
O sistema sente uma ligeira melhora. No entanto, é insuficiente
e, portanto, vai em busca de outra pessoa viva, acompanhada da
enfermidade.
Médico e enfermidade
Esta constelação se realiza a pedido de um médico que deseja
ver como ele pode tratar a enfermidade de seus pacientes a partir
do enfoque sistêmico.
São colocados representantes para um médico, para um paciente
e para a doença do paciente. O médico se sente muito superior ao
paciente, não olha para ele. Olha para a doença, recuando pouco
a pouco. Alternativamente, ele a despreza ou a teme. A doença é
cada vez maior, afrontando o médico através do olhar. O paciente
está minguando, tenta se aproximar do médico, não vê a mais
ninguém.
A mãe está bem no fundo da sala, está muito zangada com o
médico.
Peço ao médico que imagine a mãe do paciente e lhe faça uma
reverência, uma vênia. O médico se mostra surpreso, mas
rapidamente sente amor pela mãe do paciente. A enfermidade
muda totalmente de atitude, tornou-se menor e começa a sorrir
para o médico.
Agora peço ao médico que imagine a pessoa excluída que segue
o paciente e incline a cabeça, reverenciando esse excluído. Ao
executar esse gesto, o médico descobre o paciente e o olha com
amor. A enfermidade vai perdendo força e começa a se retirar,
olhando para o médico. Ele lhe diz espontaneamente: «Por favor,
ajude-me a me retirar».
O médico diz: «Estou a seu serviço».
O enfermo diz que se sente vivo pela primeira vez e percebe o
calor da presença de sua mãe. Ele recuperou toda a sua força.
Continua diante do médico, de igual a igual, sorridente.
TERCEIRA PARTE
Observações 142 sobre enfermidades e sintomas
142
Compilação da documentação coletada de nossa experiência pessoal, Ignacio
Zaldívar e eu. Experiência acumulada ao longo de mais de 6.000 constelações e
vários anos de consulta individual que me permitiram contrastar as informações
divulgadas pelos seguidores do Dr. Hamer: A Nova Medicina Germânica, o Dr.
Moriano e autores como Giorgio Mambretti, Jean Seraphim, Christian Fléche,
Solomón Sellam, Roger Fiammetti ou Assensi Teixidor.
Enfermidades e sintomas
ABORTO PROVOCADO: o progenitor que decide o aborto tem
a fidelidade de matar por vingar a um antepassado e, muitas vezes
também, a dinâmica de «eu te sigo até a morte» com outro
antepassado. O aborto é morto, portanto, como vítima da
vingança inconsciente do progenitor, e muitas vezes morre no
lugar desse mesmo progenitor, dizendo: «Melhor eu que você».
É por isso que geralmente traz muita paz ao aborto e ao
progenitor que este último agradeça ao filho por ter morrido por
ele, e acrescenta: «Por você eu ainda vivo», para evitar que, pelo
peso da culpa, esse progenitor queira seguir ao aborto na morte.
ACIDENTE: todo acidente, maior ou menor, pede uma mudança
na vida da pessoa, uma mudança proporcional à gravidade do
acidente.
O mesmo acidente é uma metáfora para o que precisa ser cortado,
reorientado, redirecionado, reafirmado, reconhecido etc. O
conflito não resolvido pode ser encontrado nos meses anteriores,
enfraquecendo a parte que sofre o acidente. E o acidente insiste
na necessidade urgente de resolver o conflito.
ACNE: É um sintoma de resolução. Aparece precisamente
quando a rejeição da própria imagem foi superada. Mas o fato de
se olhar e não gostar de você durante a resolução provoca
novamente a vergonha que causa uma somatização de fase ativa,
invisível, e entra em um loop... A solução é não olhar para si
durante a fase de resolução!
ACÚFENOS (zumbidos nos ouvidos): aparecem durante um
conflito de separação, encobrem a carência de palavras amáveis,
de explicações ou o silêncio, excessivo para a pessoa.
ADICÇÕES: fidelidade a uma pessoa desprezada, em geral a um
homem desprezado por sua esposa. Por exemplo, uma mulher não
se recupera da morte de seu primogênito e deixa de ver os outros,
em particular ao marido; o exclui de sua vida e esse marido se
torna alcoólatra. O segundo filho se torna alcoólatra por
fidelidade a seu pai e a sua mãe; ao beber, ele diz à mãe: «Sou
tão desprezível quanto meu pai». A solução está na reinclusão do
desprezado e, muitas vezes, na honra das mulheres da família aos
seus homens.
Habitualmente, ambos os pais do viciado estão em
emaranhamentos complementares, e ele próprio está intrincado,
substituindo a um excluído ou, às vezes, retido por esse excluído.
A mãe geralmente odeia o masculino e não acolhe seus próprios
pais.
Será necessário fazer o enfermo olhar para os progenitores com
amor, a ambos ao mesmo tempo. Esse olhar cura o
relacionamento entre os pais, quando o pai pode dizer à mãe:
«Escolhi você com toda a sua raiva assassina».
AEROFAGIA: fase de resolução do conflito de sentir-se incapaz
de realizar algo completo, algo bom. Os gases são o resultado da
fermentação ou da putrefação de elementos tóxicos.
AFTAS: não conseguir responder a uma agressão leve. O não
dito. Não ser capaz de comer o que deseja.
RIGIDEZ / FALTA DE FLEXIBILIDADE): rigidez,
obstinação, teimosia que impede o movimento na vida.
ARTICULAÇÕES RÍGIDAS: profunda resistência à vida.
Articulações do lado direito: resistência para ir adiante.
Articulações do lado esquerdo: resistência à liberação.
ASFIXIA: fidelidade a uma pessoa morta, desejo de morrer,
parar de respirar.
ALERGIAS: são fidelidade arcaicas a uma grande desgraça não
integrado no sistema.
Alergia é a somatização da memória de uma emoção bloqueada,
na memória da emoção de um antepassado, também emoções
semelhantes e bloqueadas. Observamos um deslocamento, como
na fobia, sobre uma circunstância de conflito emocional. O
desencadeador (pólen, metal não precioso, pelo de gato, etc.),
como nas fobias, é um elemento que o campo mórfico registrou
(metaforicamente ou com hiper-realismo) juntamente com o fato
trágico e que o descendente vinculado a esse fato recebe em seus
genes, bem como emoções bloqueadas.
Quase sempre observamos a simultaneidade da dinâmica da
«compensação de um grande infortúnio» com um antepassado e
a presença de um conflito biológico 143 que programou, na
143
A noção de conflito biológico, programante ou desencadeador (ou gatilho), vem
do Dr. R. G. Hamer. Veja-se Nova Medicina ou Nova Medicina Germânica. O
conflito programante é um conflito que não foi superado durante a infância, que
programa a alergia, e qualquer doença, no roteiro da vida da pessoa para um
infância, a pessoa para que essa compensação se manifeste de
forma «X». Também podemos observar a existência de um
conflito desencadeador da alergia. Tanto o conflito de
programante quanto o conflito de gatilho podem ser «adotados»,
mesmo de gerações diferentes. Um dos conflitos geralmente
pertence aos pais. Os «mandatos parentais» 144 são muito fortes
aqui, portanto, a alergia geralmente remete a um conflito
inconcluso de um dos pais, transferido para o filho. O conflito
desencadeador é um conflito de separação ou conflito de
memória (Hamer), um duelo inacabado, como a morte de uma
avó, a mudança de casa, a perda de uma amiga e assim por diante.
Se a alergia não é grave e se trata de um adulto, a liberação do
conflito biológico é suficiente para liberar também o
emaranhamento. Nos demais casos será necessário constelar e,
talvez, fazer o «melhor eu que você». No caso de crianças,
observamos que não existe conflito biológico como origem da
alergia, mas simplesmente a decisão precoce de «melhor eu que
você» para um dos progenitores, em resposta a um mandato. Em
sua primeira infância, a pessoa cumpre suas intrincações ao
tomar a decisão inicial de carregar a emoção de um antepassado
e, em algum momento de sua vida, um fato conflitivo permite que
essa promessa seja cumprida. Seu cérebro não lhe permite que
resolva a situação de um modo consciente, para ser fiel. Então, o
cérebro organiza a somatização substitutiva: ordena ao sistema
imunológico que procure algo no ambiente do conflito no qual a
memória dupla se projetará — sua memória e a memória herdada.
«Algo» no ambiente coleta a informação da emoção bloqueada e
esse «algo» agride a pessoa para que a emoção bloqueada se
manifeste fisicamente. O sintoma sempre nos remete a um
significado metafórico («olhos lacrimejantes»). O mesmo vale
para o agente da alergia («vil metal» etc.). A eficácia curativa da
frase revelada pela metáfora tem sido surpreendente em muitos
casos.
145
A hierarquia natural deseja que os sistemas deem preferência ao último sistema
criado, enquanto que, para os indivíduos, dá preferência àqueles que estiveram antes.
vínculo e da compensação arcaica 146 do mesmo.
A hierarquia natural deseja que os sistemas deem preferência ao
último sistema criado, enquanto que para os indivíduos dá a
preferência àqueles que vieram antes.
Os animais chegam ali, onde uma grande desordem ameaça a vida
de uma pessoa. E farão de tudo para trazer a pessoa de volta à
vida, carregando por ela uma doença até suas últimas
consequências. Através das Constelações Familiares, podemos
observar como eles se conectam de imediato com o excluído que
necessita ser visto para que a pessoa se libere, como eles se
encarregam de uma emoção que afoga a pessoa, vivendo seu
emaranhamento ou somatizando a emoção bloqueada em seu
lugar.
Vemos como o animal sabe o que tem que fazer com a pessoa
para levá-la de volta à vida e à alegria de viver. Age como guia,
paciente, mostrando, sem obrigar, sem emoções, guiando e
aceitando tudo como é. O animal vê o excluído que a pessoa não
vê. Ele a guia pacientemente em sua direção, servindo de ponte
entre a pessoa e o excluído.
Com as crianças, as mascotes representam o excluído que os pais
não veem e que a criança vê. Por exemplo, uma criança
inconscientemente atraída por um irmão abortado se torna
inseparável de seu animal de estimação porque ele representa
esse aborto que os pais se esqueceram para não sofrer.
Depois de constelar o que acontece com eles, a família humana é
liberada e eles também. Por exemplo, um cachorrinho cheio de
parasitas. A constelação revelou que ele somatizou a vergonha
não assumida de seu dono; por sua vez, este carregava a vergonha
de um antepassado que não havia assumido sua culpa. Ao liberar
o dono através da constelação, o cachorrinho se liberou e voltou
a ser o animal tranquilo e brincalhão que era antes.
Os animais de estimação geralmente representam a
esquecidos ou excluídos, irmãos esquecidos como abortos. Uma
mulher adotada vivia com cerca de quarenta gatos. Sem saber
havia reconstituído sua família de origem com eles. Quando o
amor por um animal é maior do que deveria ser, é que realmente
146
Veja-se a nota sobre compensação arcaica em "Doenças cardiovasculares" (p.
67).
esse animal substitui a um morto por quem não se chorou o luto.
Vínculo milenar. Da mesma maneira que encontraremos,
excepcionalmente, uma pessoa presa no sistema de polaridades
anterior à vida, podemos encontrar uma pessoa intrincada em
uma catástrofe animal, anterior à vida humana.
A pessoa está na polaridade da morte por fidelidade a uma
espécie dizimada; vamos constelá-la, com um representante da
espécie animal e vários animais e com a representação do
movimento do espírito.
ANOREXIA: Uma filha que sente que seu pai está excluído,
quer morrer ou quer sair da família, diz inconscientemente:
«Melhor que eu morra ao invés de você». Essa fidelidade se
estende a outros antepassados excluídos: quando um
antepassado, especialmente do sexo masculino, foi excluído e
teve que sair ou morreu na exclusão, um descendente, mais
frequentemente uma mulher, é vinculado com o excluído com a
dinâmica «Eu por você», «eu morro como você».
ANSIEDADE: medo do futuro e da própria energia assassina.
Vida fracassada, grande trauma com perda de tudo anterior ao
trauma.
APATIA: fidelidade a um morto, quer morrer como ele. Ou a
pessoa tem uma intrincação com um crime que a leva a querer
matar (ou «como você» ou «por você») e seu medo inconsciente
de sua própria energia assassina a protege matando sua
vitalidade.
ARNOLDITA: conflito de desprezo de si mesmo.
ARRITMIA: medo e bloqueio para aproximar-se da mãe que não
sabe ser mãe, que não tomou a própria mãe. Pode ter havido um
movimento interrompido de uma mãe até sua mãe em alguma
geração anterior.
ARTÉRIAS: conflitos para deixar fluir nossas emoções e poder
compartilhá-las com os demais. As artérias e veias permitem o
fluir ou não fluir do amor.
Artérias coronárias: conflito de perda do território afetivo.
Intenso conflito de perda do que nos mantém vivos, do
relacionamento, do amor que nos permite viver.
ARTERIOSCLEROSE: conflito de rejeição do amor e dos
demais, fidelidade a um perpetrador arrogante, inflexível e
rígido. Se rejeita a si mesmo e o projeta nos outros. Caráter
crítico e arrogante que nega a importância do amor e se torna
rígido, inflexível, fixo e obstinado.
ARTICULAÇÃO: o problema em uma articulação mostra uma
desvalorização ligada ao mover-se e avançar na vida.
ARTRITE: desprezo pelos demais, rigidez emocional,
fidelidade a um perpetrador que despreza as próprias emoções e
as alheias. A limitação física é reflexo da limitação vital da
pessoa.
Transgressão do equilíbrio entre fazer e receber dano.
Reumatismo, artrite e osteoartrite são as doenças do desprezo.
ARTROSE: enfermidade de resolução que compensa a artrite
(enfermidade da fase ativa). Sua dinâmica é a vingança: fazer
alguém se sentir culpado pelo sofrimento que sofre. As frases
são: «que você sofra por mim», «Me agrido para não agredir»,
«Me agrido para pagar minha culpa» ou «Me desprezo». Pode
haver fidelidade a uma vítima: «Eu sou uma vítima como você».
ASMA: separação precoce, embora breve, com a mãe
normalmente, «movimento interrompido»: amor e raiva estão
bloqueados, o menino ou a menina não quer tomar à mãe
(inspiração bloqueada) ou não quer amá-la (bloqueio da
expiração).
AUDIÇÃO, PERDA DE AUDIÇÃO: medo de ouvir algo ou
necessidade de ouvir algo que não vem.
BACTÉRIA E. COLI: o conflito resolvido é o do
pertencimento. Adultos que não aceitavam ser os descendentes
dos responsáveis por crimes contra a humanidade. Durante a fase
ativa, eles terão sido caracterizados por sua violenta rejeição de
seu passado, animados pela mesma energia assassina que seus
antecessores. Um sucesso coletivo provoca uma tomada de
consciência que permite assumir o pertencimento à família e, de
acordo com o desenvolvimento e a energia de cada um, alguns
participam da expiação dos crimes, seguindo na morte às vítimas
excluídas, e outros conseguem deixar a culpa para trás, honrando
as vítimas e os perpetradores e se entregando a Algo Maior.
BAÇO: o baço gerencia o sistema imunológico, a defesa do
próprio sistema vital. A doença do baço é um equivalente ao
suicídio da pessoa que é fiel ao enfrentamento entre homens e
mulheres, pelo que despreza a seu pai e rejeita a sua mãe por sua
fraqueza.
BEXIGA: as infecções da bexiga ocorrem principalmente
durante e depois das rupturas, relações sexuais como lua de mel,
etc. Conflito feio no território sexual. Não deixam que você
organizar seu território. Marcar o território sexual.
BRAÇO DIREITO (e ombro direito): tem a ver com a vida
atual, com a família atual ou os relacionamentos atuais da pessoa
(«atual» significa que ele pertence à sua vida adulta). Tem a ver
com a vida de casal ou profissional, com os iguais, os pares:
casais, irmãos, relações de trabalho, etc., ou com o masculino.
Peso no braço, braço adormecido, inchado: «Eu carrego sua
impotência para o casamento ou para o trabalho».
BRAÇO ESQUERDO (e ombro esquerdo): tem a ver com o
passado ou com a relação pais-filhos ou com o feminino. É o
braço da filiação. Peso no braço, braço adormecido ou inchado:
«Eu carrego sua incapacidade para a família».
BRONQUITE: conflito de ameaças no território. Medo de
perder um território social, afetivo ou sexual, de perder seu
parceiro, sua liberdade. Defesa agressiva do território social ou
afetivo.
CABELO: autoimagem. Eu não posso ser eu mesmo.
Queda de cabelo: conflito de separação (com a família) mais
crenças de ser tratado injustamente. Alopecia: ao exposto
anteriormente, soma-se o haver perdido uma proteção vital. Algo
insuportável aconteceu.
CÃIBRA: sinal de resolução de conflitos, agora você pode
conseguir algo, atingir seu objetivo, superar algo.
CÁLCULOS BILIARES: resolução e liberação da amargura e
da desilusão.
CÁLCULOS RENAIS: resolução do medo de perder território.
CALOR INTENSO PELO CORPO: manifestação de uma culpa
não assumida. A parte afetada do corpo indicará a quem tem um
dano sem assumir. A liberação do calor vem com a seguinte frase:
«Assumo minha culpa e assumo as consequências de meus atos.
Eu fiz isso. É o que acontece».
Calor na cabeça: «Penso que sou culpado» (crê-se culpado por
algo que foi inevitável). «Concordo com o que aconteceu, é o
destino».
CÂNCER: Frequentemente ouviremos: «Prefiro morrer a me
curvar profundamente ante minha mãe». Como todas as doenças
graves, o câncer é devido a várias intrincações com um excluidor
ou com um excluído — dependendo de ser da fase ativa ou da
fase de resolução — e a vários conflitos ou traumas não
resolvidos, cada um vinculado a diferentes intrincações.
Dependendo do câncer, o trauma desencadeador pode ocorrer
entre um mês e 18 meses antes do início da doença.
CÂNCER DE CÓLON: não ser capaz assumir nem de evacuar
um dano, dano sofrido ou dano infligido a outras pessoas. Fuga
das emoções primárias, através do refúgio no Estado Pai, no caso
da vítima, e no Estado Criança, no caso do perpetrador.
CANSAÇO: cansaço associado a bem-estar emocional: fase de
resolução; — cansaço associado à depressão, irritação,
desconforto vital: manifestação de resistência à ação, à vida e ao
amor. Seguir a um morto, desejo de morrer. Medos, medo da
perda, da carência, de perder seu lugar, medo de morrer e medo
de viver, medo de ousar.
CATARATAS: fidelidade a um antepassado que não quer ver
algo especialmente trágico, para não sofrer.
CATARRO (CONSTIPAÇÃO): manifestação da resolução de
um conflito, de um trauma e reparação do dano biológico
ocasionado por não assumir o conflito até agora. A dor retida
finalmente sai, o corpo chora. É um momento de crescimento, de
mudança energética. O cansaço permite reconectar com o interior
de si mesmo, recolher-se, aceitar a dor e sentir de novo amor pela
vida e pelos demais. Buscar o conflito emocional resolvid o no
mesmo dia ou nos dois ou três dias anteriores ao aparecimento
do catarro.
CEGUEIRA: trauma de não ver algo que provoca medo ou
trauma de não ser visto, associado à fidelidade a um antepassado
com o mesmo trauma.
CELULITE: medo de perder o território, de perder o seu lugar.
Ressentimento.
CERVICAIS: conflitos próprios não resolvidos e fidelidade ao
sistema familiar. A frase libertadora: «Honro a dureza da sua
sorte».
Veja-se VÉRTEBRAS.
CIÁTICA: carrega o fardo dos outros, carrega muitas
responsabilidades.
CIFOSE: Proibido seguir em frente.
CISTITE: fase ativa, irritação, frustração e raiva pela perda do
território sexual, pela necessidade de marcar seu território para
preservar sua independência.
CÓCCIX: desvalorização na base da minha personalidade, do
que minha idiossincrasia faz. Conflito de crenças profundas,
básicas. Necessidade de mudança radical de crenças.
COTOVELO «DE TENISTA»: conflito por compaixão
excessiva, sofrer pela dor do outro, sacrificar-se, salvar.
Necessidade de liberar o excesso de entrega aos outros.
CÓLERA: a pessoa prefere morrer ao invés de continuar com a
dureza de sua vida. A mãe do enfermo consegue sobreviver da
crueldade e da vingança com os mais fracos. A sanação e a cura
vêm do conseguir se aproximar do pai, honrar sua impot ência e
sua desolação e, como ele, colocar-se a serviço da vida.
CÓLON, DOR: «Sinto-me humilhado, sou uma vítima como
você».
COMPULSÃO: é sempre a manifestação de um emaranhamento,
ao mesmo tempo, com um grande infortúnio e necessidade de
vingança. Por trás do comportamento obsessivo-compulsivo está
o desejo de matar, e a compulsão é uma proteção contra esse
desejo.
Compulsão por comida: quando há compulsão por comida, é
muito interessante representar à obesidade e à compulsão ao
mesmo tempo. Dois antepassados geralmente aparecem, um
agressor vinculado à compulsão e uma vítima vinculada à
obesidade. Na maioria das vezes, a compulsão quer m atar o
doente, enquanto a obesidade representa o morto.
CONFLITOS DE TERRITÓRIO:
Coração: território afetivo sexual. Não posso mais me relacionar
com aqueles que amo, meu clã, meu ninho. Ou já não recebo amor
deles. Perdi o acesso a um relacionamento sexual que fazia parte
da minha vida.
Estômago: o território familiar, cotidiano ou de trabalho. Minha
ordem não é respeitada. Contrariedade, raiva, medo ou culpa por
uma desordem no meu território. Me faltam com o respeito, não
respeitam a ordem, perdi meu território em casa, no trabalho.
BEXIGA: território íntimo, meu, que só pode ser meu e esta
intimidade está em perigo. Meu/minha parceiro/parceira tem um
amante. Aqueles que estão próximos querem influenciar sobre
um projeto básico para mim ou sobre a direção da minha vida.
Brônquios: ameaça indefinida à minha sobrevivência, ao meu
território. Todavia não sei com quem lutar. A energia assassina
está se mobilizando.
Rins: o ambiente natural da pessoa, seu ponto de referência, o
território que lhe dá segurança e proteção desapareceu ou está
ameaçado.
Tireoide: Não me adapto ao ritmo do meu território. Meu
território escapa porque é mais rápido que eu, ou, pelo contrário,
eu vou mais depressa que ele.
COLO DO FÊMUR: conflito de oposição. Eu tenho que ceder a
contragosto a alguém mais forte que eu. A desvalorização de si
mesmo, por uma oposição, afeta o osso do quadril.
Fratura frequente na fase de resolução, mas também na fase ativa,
se esta dura muito tempo.
CONJUNTIVITE: conflito de separação. Não suporta o que
você está vendo. Pranto reprimido vinculado a uma grande
tristeza.
CORAÇÃO: o coração é a sede das emoções primárias.
Problemas coronários por não poder superar os golpes
emocionais da vida. Muito ligada a uma mãe ausente e fria, que
não tomou a própria mãe.
A permanência na frustração provoca a dureza do coração.
Na família do enfermo cardiovascular, observa-se geralmente
que a mãe não tomou nem à sua mãe nem ao seu pai, está em
rivalidade com o filho, pode invejar o fato de ele estar enfermo.
O pai se exclui, sente-se desprezado por sua mulher. A mãe não
dá conta de nada: pensa que quer, pensa que é respeitosa, mas
assusta a todos.
O enfermo se esgota dando seu amor, ele não recebe em troca.
O enfermo teme a todas as mulheres; todas, à sua maneira, o
dominam, o avassalam. E ele quer vingar-se delas morrendo.
A solução nas doenças cardíacas é abrir-se a um amor maior.
Para um enfermo do coração, convém lhe perguntar: «Qual tem
sido ou é a grande tristeza da sua vida? Quem você segue na
morte pela dor?» A frase de cura é: «Eu tomo sua tristeza em meu
coração 147».
VÁLVULA: está com vida e com o movimento. Se a válvula está
doente, está dizendo a alguém: «Eu te sigo na morte».
CORTES: ter cortado ou ter que cortar com algo ou com alguém.
Que algo é definido pelo lugar da ferida.
COSTELAS 4, 5, 6, 7, 8: medo de amar, frustração.
Desvalorização Grande decepção em relação a um homem (lado
direito) ou em relação a uma mulher (lado esquerdo).
CRISTA ILÍACA: desvalorização profissional. Eu não faço o
que quero alcançar. Algo ou alguém me impede de fazer o que
quero.
DEDOS: representam as diferentes modalidades de nosso agir no
mundo: em relação à nossa família e passado (dedos da mão
esquerda) e em relação à nossa vida atual, de casal e profissional
(dedos da mão direita). Os dedos mostram as desordens em
relação com os outros. O que acontece em cada dedo, ou em
combinação com outros, fornece informações muito precisas. Por
exemplo, um corte no dedo médio da mão direita significa: «Eu
tenho que cortar com meu parceiro anterior ou com meu amante».
Uma pinça do polegar com o indicador da mão direita: «Tenho
algo a resolver com o meu atual parceiro».
Mão Esquerda:
Polegar: representa a própria pessoa, às vezes um de seus pais, e
menos frequentemente representa o feminino.
Indicador: representa um dos pais.
147
«Eu tomo seu... no meu coração», «Eu levo o seu ...», «Eu devolvo com amor
seu...» são frases praticamente intercambiáveis. «Eu levo seu ...» constata o que
existe. «Eu tomo seu... no meu coração» é a mais curadora, pois reúne no centro
vazio o sofrimento da outra pessoa, desde o assentimento e da sintonia com o
espírito. Às vezes, as pessoas se assustam com essa frase, confundindo "tomar" com
"carregar".
Médio: representa um relacionamento anterior ou um amante de
um dos pais.
Anelar: representa a um filho dos pais (pode ser o próprio
representante em sua qualidade de filho, pode ser que não tenha
sido reconhecido como filho; ou pode tratar-se de um irmão do
representante).
Mínimo: representa a um irmão dos pais ou uma pessoa externa
à família de origem.
Mão direita:
Polegar: representa a própria pessoa, às vezes um dos pais, e
menos frequentemente representa o masculino.
Indicador: representa o relacionamento atual da pessoa.
Médio: representa um relacionamento anterior ou um amante da
pessoa.
Anelar: representa um filho da pessoa.
Mínimo: representa um irmão da pessoa ou uma pessoa externa à
família atual.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ADQUIRIDA: A Análise
Transacional nos diz até os cinco ou seis anos a criança toma a
decisão de ser ou não ser inteligente.
Observou-se em inúmeras crianças adotadas que no momento em
que o aprendizado da leitura começa, é bloqueado, de várias
maneiras, até atingir uma desvantagem significativa. As
psicoterapias realizadas nessas crianças e jovens mostram que o
medo inconsciente de um dia conhecer sua origem é o que os
bloqueia.
DEGLUTIÇÃO: medo de dizer algo, de se expressar.
DENGUE: É uma enfermidade de fase ativa. Para entrar em
resolução, a dengue precisa ser reconhecida, honrada. Indica um
passado com abusos de poder e sacrifícios humanos.
O conflito é a agressão do mosquito, vivida como uma agressão
cega, e a pessoa se entrega ao desejo de vingança. O mosquito
carrega o fardo do desespero, ódio, vingança e maldição das
vítimas que foram entregues ao poder pelos pais («melhor você
do que eu»). O conflito biológico, a picada do mosquito, é a
metáfora das vítimas dos sacrifícios humanos, que uma vez
recrutadas não podiam escapar de seu destino. E era um destino
que todos temiam. Portanto, o mosquito pode picar a qualquer
um.
O que o dengue quer? Que os vivos lembrem-se dos
perpetradores com amor, para encerrar a época em que a
crueldade e o medo dominavam a vida, reconciliando, em seu
olhar, vítimas, familiares e perpetradores.
O dengue une a todos os atores que agiram sem amor e que, por
sua vez, foram excluídos da memória coletiva, tanto por medo
quanto por culpa.
A sanação virá ao se devolver ao ancestral perpetrador sua
expiação e sua responsabilidade, honrando-o e amando-o, para
finalmente poder dizer: «Você está morto, não resta mais nada.
Sou um ser humano como você». Você pode ter que dizer a uma
vítima: «Eu me rendo ante o horror». E agradecer ao mosquito e
ao dengue.
DEPRESSÃO: a pessoa se sente vazia, falta-lhe tomar a alguém.
Falta algum elo na cadeia familiar da pessoa, e a transmissão do
fluxo da linha materna ou da linha paterna está interrompido. A
pessoa está incompleta, lhe falta densidade, peso específico.
Precisa amar e respeitar a algum membro de sua família, por
identificação, fidelidade, dor excessiva, etc. Geralmente
observamos a identificação com um antepassado que se recusou
a tomar a sua mãe (aborto provocado, filho abandonado etc.), o
que faz com que a própria pessoa não tome sua mãe por
transferência.
A depressão e o consequente desejo de morrer também podem
esconder uma forte energia assassina. Neste caso, a depressão e
as tentativas de suicídio são maneiras de redimir este impulso
agressivo.
DIABETES: doença do medo, do nojo e da resistência. O
enfermo tem várias intrincações do mesmo tipo, e será necessário
constelá-las uma a uma.
Sempre observaremos uma dupla rejeição, própria ou por
fidelidade, a alguém no sistema: rejeição da mãe que rejeitou o
filho. Portanto, várias ordens de amor são transgredidas: o
equilíbrio entre dar e receber (a pessoa doente não toma sua mãe)
e a hierarquia (também não a respeita.). E se acrescenta: «Mãe,
carrego sua culpa» , ou «Mãe, eu carrego sua expiação».
O açúcar tenderia a adoçar a culpa, transformando-se em veneno.
A ingestão compulsiva de açúcar também tem a ver com a
fidelidade à necessidade de alimentação do bebê (leite, carícias,
amor). Também sempre observaremos a presença de uma culpa
que muitas vezes não se quer ver. Essa intensa culpa amarra o
doente à consciência familiar e não permite que ele se cure. Da
mesma forma, repugnância e abusos, tanto sexuais quanto não
sexuais.
Um conflito desencadeador está associado a cada intrincação, um
deles é um conflito de repugnância.
Se observa a presença frequente de mandatos.
DIARREIA: eliminação de uma humilhação, abusos, desprezo,
medo visceral, falta de amabilidade. Falta de assimilação das
coisas. Não sei dizer não, não sei me fazer respeitar e o
organismo faz isso por mim, elimina sem digerir o que me
machuca.
Diarreia e azia: conflito muito profundo com uma pessoa que não
se pode evitar, relacionado à família ou ao trabalho.
DENTES E SISOS: Não me permito a agressividade legítima
que facilita a sobrevivência.
Esmalte: agressividade proibida.
O relacionamento entre as gengivas e os dentes representa a
qualidade do pertencimento da pessoa com cada um dos membros
do seu sistema de origem e os membros do seu sistema atual.
Representação das peças da mandíbula superior, começando pelo
centro: Superior direito: eu, meu pai, irmão/irmã de meu pai,
avô/avó, bisavô/bisavó, tataravô/tataravó, 5ª geração, 6ª geração.
Superior esquerdo: eu, minha mãe, irmão/irmã de minha mãe,
avô/avó, bisavô/bisavó, tataravô/tataravó, 5ª geração, 6ª geração.
Mandíbula: pessoa externa à família que tem a ver com a peça
superior correspondente. Parte esquerda, relativa à família atual
ou ao passado. Parte direita, tudo relacionado ao trabalho,
relações sociais fora da família atual, presente. As duas peças
centrais representam o casal, à esquerda o relacionamento
anterior, à direita o relacionamento atual.
DISPEPSIA: vida fracassada, grande trauma com perda de tudo
antes do trauma.
DOR: sempre indica um sofrimento psicológico ou moral,
próprio ou adotado, não expressado, não reconhecido ou
reprimido. Como as emoções, devemos distinguir três tipos de
dor:
Dor primária, resultante imediata de uma agressão; dura até que
a área agredida se reponha.
Dor secundária, causada pelo fim da repressão de uma emoção
como dor, medo, culpa, raiva, vergonha. Aparece na fase de
solução de um conflito: dor na mandíbula ao não haver podido
dizer não, dores da gripe que mostra a resolução de uma grande
aflição, a dor do reumatismo que mostra a raiva reprimida e
dirigida a si mesmo. A dor secundária é então a manifestação
externa de uma emoção que deseja e já pode ser reconhecida. A
dor designa e mascara a emoção bloqueada.
A dor adotada, na qual nenhuma lesão física é detectada,
nenhuma causa objetiva à dor e sim a fidelidade ao sofrimento
físico ou moral de um ancestral esquecido ou excluído.
DOR BRONQUIAL: conflito de não poder ter seu espaço vital
dentro da sociedade (ver Bronquite).
DOR DE CABEÇA: amor bloqueado, amor retido. Frase de
cura: «Eu não quero amar você».
DOR NA PARTE ALTA DAS COSTAS: levar a carga, ser
esmagado pela carga familiar. Frase de cura: dizer ao sistema
familiar «Honro seu fardo».
DOR NOS OMBROS: culpa, não estar à altura, autocastigo.
Veja-se ombro.
DOR INTERCOSTAL: conflito de perda por alguém que morre
ou parte. Medo de amar, frustração. Desvalorização. Desilusão
em relação a um homem (lado direito) ou uma mulher (lado
esquerdo).
DOR NA MÃO: sobrecarregado, não consegue, dúvida. A
realização está nas mãos. A dor na mão esquerda mostra a
dificuldade de realizar-se como filho. A dor na mão direita
mostra as dúvidas e dificuldades para realizar-se atualmente, no
relacionamento ou no trabalho.
DORES DA FIBROMIALGIA: cada dor é uma fidelidade a
uma emoção bloqueada de um antepassado, em uma situação de
vingança/expiação.
DUODENO: Falta-me o que quero e não consigo digerir o que
tenho.
ECZEMA: sintoma de resolução de uma separação dolorosa.
Conflito da fase ativa, anterior ao eczema: abandono muito
doloroso, perda de contato corporal com familiares que davam
segurança. Essa separação provoca irritação, frustração ou
bloqueio que impede a abertura aos demais.
EDEMAS: medo de perder o território, de perder seu lugar. Eles
são formados durante a fase de resolução, no estágio anterior ao
ponto epileptoide.
EMBRIÕES: necessita ser visto por alguém. Os embriões
eliminados estão presentes na vida de sua mãe e do irmão que
lhes devem a vida. A mãe alcança toda a sua grandeza quando
cuida de todos os embriões que sacrificou e assume as
consequências, eles são seus filhos. Dessa maneira, o irmão que
sobreviveu à seleção dos embriões está livre para viver, sem
seguir a seus irmãos na morte ou ter que vingá-los.
ENDOMETRIOSE: expiação por alguém que matou bebês.
DOENÇA HEREDITÁRIA, DE TRANSMISSÃO
GENÉTICA: será necessário remontar a três ou quatro gerações.
Comece a primeira constelação com a geração de origem e
continue a fazer uma constelação para cada geração afetada até
chegar à geração da pessoa, para curar sem colocar em risco o
paciente devido à crise «épica» 148 da fase de resolução.
ENURESE: associação de pelo menos dois conflitos (de
separação e marcação do território). Separação do pai. Carregar
o fardo de outras pessoas, carregar muitas responsabilidades.
A estrutura é a de um ressentimento colossal das mulheres de
várias gerações em relação aos homens que as abusaram da
posição «elas não são ninguém». Essas mulheres odeiam aos
filhos concebidos com esses homens. Isso causa um grande
número de segredos, desordens e exclusões: abortos ou crianças
matadas ao nascer, abandono, filhos do sexo masculino
desprezados pelas mães, meninos ou meninas odiados por suas
mães, abandonados ou escondidos do pai.
148
Veja-se Nova Medicina Germânica: fase breve de estresse agudo, às vezes
perigosa, que põe fim à primeira etapa da fase de resolução.
Várias gerações mais tarde aparecem, por um lado, homens
alcoólatras fiéis a bebês mortos excluídos e aos homens
desprezados e, por outro, mulheres que desprezam o masculino.
Quando são um casal, o homem e a mulher se envolvem em um
jogo de sedução sádica, com desejo mútuo de aniquilação.
O pai da criança enurética lhe transmite a fidelidade aos
excluídos e o ser desprezado pelo feminino por causa de seu
alcoolismo. E o menino, graças à enurese, diz ao pai «Sou como
você», fiel aos excluídos, reincorporando-os por causa da pela
marcação de território com urina e desprezado pelo feminino,
especificamente por sua mãe, por fazer xixi em si mesmo, urina
que aqui se torna um símbolo do álcool que o pai não controla.
O filho, também por fidelidade à mãe, quer vingá-la do pai e
despreza o masculino: ao pai e a ele próprio.
A enurese diz ao pai: «Marco território com urina por você, sou
fiel aos seus excluídos, eu os marco, eles são nossos» e diz à mãe:
«Me urino de desprezo por eles e pelo pai».
A cura da criança vem de tomar o pai como ele é e aceitar a
relação entre os pais como ela é. Para a menina enurética, o
enfoque é diferente: ela quer ser mãe de seus pais: culpando sua
mãe e adorando a seu pai. A solução para ela é encontrar o lugar
de filha.
EPILEPSIA: é um episódio que pertence à fase de resolução. Os
espasmos epiléticos representam uma das manifestações da crise
epileptoide 149, epiléptica ou épica, segundo os autores.
A dinâmica é que uma pessoa é fiel a um antepassado que foi
vítima de um crime e não assumiu seus desejos de vingança.
Durante a fase ativa, essa pessoa diz por amor a esse antepassado:
«Me mato por você», mas não possui a energia assassina
necessária, por isso se sente profundamente impotente diante
desse amado antepassado, impotente e culpado, desejando sua
149
Veja-se nota de rodapé 15: Crise epileptoide ou epiléptica: no final da primeira
etapa da fase de resolução, a inflamação e a retenção de líquidos atingiram seu pico
e o organismo interrompe contundentemente o processo com o retorno da
simpaticotonia. Ao mesmo tempo, o retorno da memória do conflito desencadeador
com o cortejo de estresse é muito frequentemente combinado. Tudo isso dura
algumas horas, alguns dias e inflige a fase de resolução, que já pode iniciar a
convalescença. Esta crise é a prova de fogo: o conflito e a capacidade de resolução
se fundem em uma solução criativa que permite o retorno à saúde, ou a morte em
paz.
própria morte. Quando resolve essa impotência e esse desejo de
morrer, entra na fase de resolução, e o processo que encerra a
primeira parte da fase de resolução é uma crise epilética. Se essa
crise despertar novamente o sentimento de desamparo, a pessoa
inicia novamente a fase ativa / fase de resolução / crise, e a
epilepsia pode se tornar crônica.
ESCLEROSE MÚLTIPLA: a doença retém o doente, impede
que ele cause dano a alguém ou impede que algo grave se
reproduza. Intrincação com grande rancor. Rebelião contra o
amor. «Me mato para não matar». «Eu não quero amar».
ESCOLIOSE: desvalorização ao se comparar com outros.
Desvalorização lenta em relação a alguém ou algo próximo a
mim. Problema de filiação com a linha paterna.
ESÓFAGO:
PARTE ALTA, ectoderma: rejeição do mundo social exterior. Eu
tenho que fazer coisas que eu não gosto. Conflito de não poder
confiar em si, de não ser capaz de participar.
PARTE INFERIOR, endoderme: necessidade vital do mundo
exterior. Quero o que me corresponde, mas não há nada ou não
posso com ele. Quero, mas não posso. Não ser capaz de 'engolir'
a porção. Conflito de não ser capaz de engolir a presa. Muitas
vezes, coisas que você deseja adquirir e, de repente, não pode.
COSTAS: desprezo, falta de respeito a alguém e a si mesmo.
Desvalorização central da personalidade em relação ao órgão
inervado. O que ou quem eu estou carregando?
Parte média superior: carregando as obrigações de alguém com
rancor.
Parte média inferior: ter que fazer as coisas.
ESPASMOS: traição, vergonha, desvalorização. Não poder ou
não querer dar, devolver, querer.
ESQUIZOFRENIA: mínimo de duas intrincações com crimes
secretos na família, nos quais ambos, perpetrador e vítima, foram
excluídos. O enfermo os representa a ambos, em uma tentativa
do sistema de reconciliação entre eles. É uma doença de fase
ativa.
A missão da esquizofrenia é de nos conectar às duas energias do
universo, amando e respeitando a existência necessária e
cooperativa dessas duas energias, que são a energia do amor e a
energia assassina. Estamos aqui, talvez, no ponto culminante da
presença do amor do espírito.
ESTERILIDADE FEMININA ENDOMETRIOSE: expiação pela
morte de bebês. Pode ser uma fidelidade às mulheres que
morreram no parto que não foram capazes de tomar seus filhos,
ou especialmente às pessoas que buscavam a morte do bebê ou
do feto, expiação do descendente com maior gravidade enquanto
a mãe também morria na prática do aborto.
ESTÔMAGO: desordem no território familiar, que provoca
contrariedade, raiva, medo ou culpa. Me falta o que quero e não
posso digerir o que tenho. Frases: problemas de ordem: «Você é
o grande, eu sou o pequeno»; raiva: «Tomo sua raiva no meu
coração»; contrariedade no território, contrariedades familiares,
desgosto familiar, de um casal: «Estou zangado com ...»
ESTRABISMO: conflito visual e motor. Exemplo de um
estrabismo divergente no caso de um menino adotado: o olho
esquerdo quer ver e ir com a família biológica e o olho direito
quer ver e ir com a família adotiva. Exemplo de estrabis mo
convergente: o olho direito de uma menina se torna «vago» para
ver exclusivamente o avô que foi excluído.
CONSTIPAÇÃO (prisão de ventre): dificuldade para apoiar-se
no passado, porque não ofereceu segurança suficiente. Em geral,
reflete que teve dificuldade em confiar em sua mãe. Medo de que
lhe roubem, lhe tirem algo; inseguro, desconfiado, desprezado.
FARINGITE: conflito de fase ativa. Não ter certeza se deve
engolir o pedaço ou rejeitá-lo. No garoto, o conflito foi adotado
de um antepassado que rejeitou alguém de seu clã ou que
duvidava que pudesse conseguir alguém de quem necessitava.
Conflito de não conseguir atingir o objetivo.
FIBROMIALGIA: fase ativa de uma expiação por um dano
causado a outros não assumido pela pessoa. Ao mesmo tempo,
fidelidade de expiação de uma culpa sem assumir por intrincação
com um grupo de perpetradores e vítimas. Cada sintoma, cada
localização da dor representa um dano causado a um antepassado,
a seus desejos de vingança, culpa sem assumir ou necessidade de
expiar.
Interessa representar a cada dor para ver como se organizam entre
si e qual é a intrincação que deve ser resolvida primeiro.
Ordem do amor transgredida por um antepassado: equilíbrio
entre causar e receber dano.
FEBRE: é o calor da culpa por se tornar autônomo, por ter
crescido através da doença. É a fidelidade à culpa ancestral de
quem, ao fazer-se grande, afasta-se do grupo de origem.
FÍGADO: O fígado toma conta do coração quando a dor é tão
insuportável que o coração não aguenta mais e morre de
sofrimento. Então a vergonha, o medo e a raiva afastam a pessoa
da dor, mantendo-a na vida; o preço dessa sobrevivência é a
incapacidade de tocar a dor, a tristeza ou o amor novamente. A
raiva, produto do fígado, surge da rejeição à dor, do medo da dor.
Movimento interrompido devido a separação precoce e brutal.
O fígado cuida das carências e da incapacidade de manifestá -las.
Sede das emoções secundárias. Armazém da raiva. Medo de
mudança, do fracasso, do abandono. Medo de morrer de fome, da
falta do mínimo, do que é necessário para viver. «Estou com
muita raiva, preciso tanto de você. Não posso sobreviver sem ...».
Cura: terapia do movimento interrompido, renunciar às ilusões,
aceitar um desafio. «Sim a tudo como é».
FRATURA ÓSSEA: a própria fratura mostra a necessidade de
uma mudança drástica na vida da pessoa em relação à área
indicada pelo local do acidente (braço, perna, etc.) ou que houve
uma mudança radical que obriga a pessoa a mudar seus hábitos.
FRIO NO CORPO: intrincação e fidelidade a um morto.
Extremidades frias geralmente mostram que a pessoa está na fase
de estresse de uma enfermidade de fase ativa. Frase: «Sigo você
na morte». Ou ainda: «Deixo a morte com você».
GARGANTA: dor na garganta mais diafragma fechado é o medo
de deixar-se levar pela tristeza. Moléstias na garganta: algo a
dizer, muito doloroso; carregar a proibição de realizar-se, de ser
feliz, de viver; medo; carregar algo não dito, um segredo, uma
culpa não reconhecida, não dita (própria ou adotada). Frase
sanadora: «Tomo seu segredo em meu coração. Carrego seu
silêncio».
Desconforto da tosse: medo. Frase de sanadora: «Tomo seu medo
em meu coração».
Coceira, com vontade de tossir: uma culpa envergonhante não
reconhecida, silenciada. Frase de sanadora: «Tomo a vergonha
do seu segredo em meu coração».
GLAUCOMA: fase ativa, fixar-se no objetivo sem visão
periférica, fracassar por pouco. Há algo que não quero ver.
Sensação de perigo que vem de detrás, que lhe persegue.
CÉLULAS VERMELHAS: enorme conflito de desvalorização
na relação com a família.
TOPADA / TROPEÇO: não devemos continuar fazendo o que
a parte do corpo implicada está fazendo e não temos energia
suficiente para deixar de fazê-lo, por submissão a alguém ou
algo.
GOTA: fase ativa.
GRANDE TROCÂNTER (cabeça do fêmur): conflito de
oposição que é resolvido por fuga e não por rendimento.
GORDURA: proteção de memórias desagradáveis.
Desvalorização estética.
GRIPE/INFLUENZA: o retorno à decisão de viver, de gratidão
à vida; a enfermidade das graças.
Buscar o conflito emocional de grande tristeza resolvido de
algumas horas a dois ou três dias antes da aparição da gripe. A
gripe pode ser a manifestação da resolução do conflito de grande
tristeza mencionada anteriormente, ou pode ser simultaneamente
a manifestação da resolução de um conflito maior que a secreção
(catarro) e a primeira etapa da reparação de uma enfermidade de
fase ativa.
É um momento de crescimento, de mudança energética, de
passagem de uma doença de fase ativa para outra enfermidade de
fase de resolução. É o momento de uma mudança de visão na
vida: passar de uma fidelidade a um excluído perpetrador a
enxergar a um excluído vítima. O grande crescimento ocorrerá
quando a pessoa tiver energia suficiente para também liberar a
vítima e retornar à saúde.
Como esse é o momento em que a pessoa solta a fidelidade ao
perpetrador e começa a ver a vítima, pode acorrer que a expiação
ou a culpa ou a dor que se desperta frente à vítima seja tal que
simplesmente lhe diga «agora vou», como aconteceu em 1918, ao
final da Primeira Guerra Mundial, com a «gripe espanhola», que
é a «gripe do sobrevivente» que de repente descobre o desastre e
não consegue superar sua dor nem sua culpa por ter sobrevivido.
A febre é tanto a liberação da culpa não assumida até agora,
quanto a manifestação da culpa por crescer, por liberar uma
fidelidade importante (fidelidade ao perpetrador), ou seja, por
adquirir mais autonomia.
As dores são a expressão de cada uma das emoções bloqueadas
durante toda a fase anterior: desvalorização com as dores
musculares e ósseas, medo e vergonha de se expressar ou culpa
pelo que foi dito ou não com as dores de garganta, etc.
O cansaço permite que o corpo se recupere, não tendo outro
propósito além de se reparar.
Cada vírus se desenvolve para processar um conflito
determinado. Por exemplo, o vírus influenza A foi desenvolvido
para processar a resolução do desespero de não poder desfrutar
do fruto de seus esforços: esse vírus nasceu logo após Barak
Obama chegar ao poder, quando jovens adultos no México e dos
Estados Unidos puderam começar a ter esperança que, graças ao
seu trabalho, eles iam por fim melhor suas condições de vida.
O contágio significa que a ressonância da gripe alcança primeiro
aqueles que estavam vivendo essa mesma resolução e, depois, a
todo aquele que teve alguma resolução nos meses anteriores.
HEPATITE B: mostra o vínculo com a dor de homens não
amados pelas mulheres: sua mãe e/ou suas mulheres. O
movimento interrompido dos homens em direção às mulheres os
faz sentirem-se culpados e envergonhados por não serem capazes
de fazer nada pela dor das mulheres e, portanto, vão à morte. A
enfermidade mostra a necessidade de compensar essa desgraça,
dizendo aos homens de seu sistema: «Honro sua solidão».
HERPES: resolução de conflito de falta de contato físico, de
intimidade, com uma pessoa próxima, juntamente com um
conflito de projeto, de futuro. Quando afeta os nervos, é um
conflito de desvalorização de um projeto de vida. Procure saber
de que projeto se trata e diga: «Agora me abro a um novo projeto;
agora me abro a um projeto vencedor».
Herpes bucal: resolução de uma carência afetiva muito concreta,
por falta de beijos, falta de palavras amáveis.
Herpes zoster: resolução de um conflito de desvalorização e de
futuro que terá um significado preciso, segundo a área e o
meridiano afetados.
HIPERMETROPIA: não ver os detalhes, apenas a globalidade,
de longe. Você precisa ter uma visão de distância muito boa para
se defender de perigos futuros ou distantes.
HIPERTENSÃO: fidelidade a um perpetrador e a uma vítima;
se sente oprimido, indeciso, fracassado, enquanto mostra energia
assassina e prepotência e não sabe o que fazer com elas.
HIPOGLICEMIA: medo com repugnância.
ÍLEO: sentimentos de insegurança e inferioridade sobre si
mesmo ou sobre as atitudes tomadas na vida.
INFECÇÃO: reparação de um órgão durante uma fase de
resolução. Estágio de aprendizagem.
INSÔNIA: no início da noite, fase ativa: carregar culpa sem
assumir, própria ou de um antepassado, com intrincação com o
perpetrador. De madrugada, fase de resolução: intrincado com a
vítima, seguindo-a na expiação e na exclusão, velar a uma vítima.
Em todos os casos de insônia constelados, a causa está em uma
culpa não assumida, culpa própria ou que pode vir de longe. No
caso de crianças e jovens, estes últimos frequentemente carregam
a culpa que seus pais não assumem.
INTESTINOS: expiação, perfeccionismo.
INTESTINO DELGADO: contrariedade indigesta e medo da
falta.
INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES: observamos uma
intrincação com eventos trágicos, com acentuada impotência e
risco de morte. Frequentemente se tratará de abusos sexuais, e a
alimento intolerável é a metáfora de um elemento-chave da
tragédia, impregnado de violência, injustiça, humilhações,
tortura ou abusos, tanto sexual quanto não sexual. Por exemplo,
a rejeição do leite quente, que representava o sêmen engolido sob
violência. Outro exemplo é o dos celíacos, para quem
descobrimos intrincações com crianças e pessoas que morreram
de fome por falta de trigo.
JEJUM: preocupação em controlar alguém.
JOELHO: desvalorização ou indecisão que impedem o
progresso. Joelho direito: não posso avançar em algo da minha
vida atual, parceiro ou trabalho. Joelho esquerdo: não posso
deixar de lado o passado. Uma parte da vida e, portanto, dos pais,
não é ocupada. Meus pais me machucam, eles não estão bebendo,
eu tenho que afundar meu joelho (aquele que dói) diante deles.
LARINGE: medo que deixa alguém sem fôlego. A mensagem
não sai, não passa e precisa sair. Não dito, com medo de dizer
algo que tenho que dizer.
LEUCEMIA: fase de resolução de anemia ou câncer ósseo. O
corpo deve descansar, a fadiga obriga a descansar. Fidelidade a
um excluído, desejo de morrer com ele para descansar. O cansaço
substitui os braços da mãe. Déficit no sistema imunológico (ver
Linfócitos).
LIGAMENTO: ligeira desvalorização ligada ao esforço
muscular futuro: nunca conseguirei.
LINFÓCITOS: Você perdeu a capacidade de distinguir o que é
bom e o que é perigoso para si mesmo. Se deixa levar por críticas
e ordens de seus pais ou de seu sistema.
LUMBAGO: frustração sexual (ver Vértebas).
LÚPUS: O lúpus substitui a mãe, penetra e acaricia onde as
carícias da mãe não ocorrem mais. A pessoa rejeita sua mãe, a
quer longe. Fidelidade a um morto vítima de sua mãe.
MALÁRIA: as grandes enfermidades endêmicas como a malária
nos falam de crimes não assumidos, institucionalizados por
nossos antecessores há centenas ou milhares de anos, como
sacrifícios humanos, pelos quais ainda expiamos hoje, seguindo
na morte às vítimas.
A malária parece vinculada a rituais de sacrifícios humanos, em
particular o sacrifício de bebês e crianças. A malária mostra a
desconexão dos os seres humanos entre si, é a doença do desprezo
pelo amor, da rejeição da vida, nascida da dor da separação da
mãe. A cura ocorre quando se reconcilia com a mãe, com a vida,
com a terra; mas o dano e o medo têm sido tão assustadores que
é necessária ajuda espiritual para alcançar o humano novamente.
A malária está a serviço da reconciliação com a mãe, da
reinclusão do amor.
Observamos uma separação severa entre homens e mulheres. As
mulheres permanecem na exclusão, expiando por mulheres
anteriores poderosas e assassinas. Os homens, por sua vez, se
vingaram dessas mulheres assassinas, excluindo o feminino.
Somente a vida permanece em seu estado de pura sobrevivência,
de luta; tudo é inimigo, ninguém é confiável, não se entregam a
ninguém, nem os filhos aos pais, nem os pais aos filhos. Quando
o masculino é olhado pelo pai, tudo começa a ficar em paz.
O conflito biológico é um movimento interrompido em direção à
mãe, ao pai e à vida: as condições de vida são demasiado duras.
Conflito presente de geração em geração.
Na malária há dor, tristeza não expressada, com dor de garganta
que se transforma em raiva. A dor não expressada, escondida por
trás da raiva, necessita ser reconhecida.
A malária é um grande sinal para voltar a tomar a vida como ela
é. Faz parte da história da humanidade, é um chamado à evolução
da consciência.
A malária quer a reconciliação. O grande excluído é o Chakra do
Coração, a mãe. A malária vai em busca da mãe. Assim que você
olha para ele, o Chakra Básico, a energia da sobrevivência, é
colocado a serviço do amor e da mãe. E a malária pode ir.
MAMA DIREITA: querendo fazer papel de mãe com um adulto.
Desprezo ao cônjuge.
Canais de qualquer mama: a separação de uma pessoa sentida
como um filho (filho ou equivalente de um filho).
MAMA ESQUERDA: conflito do ninho, relacionamento mãe-
filhos, não poder proteger o filho ou mantê-lo em casa. A enferma
sente falta de respeito ou ódio por sua mãe; a rejeita como mãe.
Ao rejeitar sua mãe, a mulher deixa de dar amor maternal a seus
filhos.
MANDÍBULA: desvalorização ligada à expressão, à palavra.
Raiva contida, raiva, não ter se atrevido a dizer algo. Frase
sanadora: «Tomo sua impotência em meu coração». Ou: «Tomo
sua raiva contida em meu coração».
MÃO: tem a ver com a tarefa presente, a realização. Mão direita:
realização no relacionamento ou no trabalho. Mão esquerda:
realização como filho ou pai/mãe. Mão rígida: energia assassina.
Mão fechada em punho com o polegar para fora: vingança. Mão
fechada em punho com o polegar agarrado pelos outros dedos:
me mato para não matar.
Mão direita pesada ou entorpecida: «Assumo minha
incapacidade para o/a parceiro/parceira ou para o trabalho».
Mão esquerda pesada ou entorpecida: «Assumo minha
incapacidade como mãe ou pai».
Mão rígida: «Eu mato. Estou em meu direito de lhe matar. É
meu dever lhe matar. É o natural lhe matar».
Punho cerrado, polegar para fora: «Estou muito zangado.
Mato. Me vingo, eu vingo com você ».
Punho cerrado, polegar agarrado pelos outros dedos: «Me
mato para não matar, eu me agrido para não agredir».
MELANOMA: conflito de desonra, humilhação, ataque à
própria identidade. Sentir-se ou estar desfigurado.
MEMÓRIA: perder a memória para não recordar uma culpa, por
medo da vida, por não lamentar; o conflito pode ser de si mesmo
ou por fidelidade a um antepassado.
MIGRÂNEA ou ENXAQUECA: amor bloqueado, amor retido,
com vingança dirigida a si mesmo. Intrincação com um crime não
assumido, uma dor não chorada e a rejeição da mãe. Carregar o
segredo de um excluído, segredo de amor; assim que o amor
secreto é revelado, a enxaqueca desaparece.
Fase ativa do conflito não assumido de trabalhar muito para ter o
direito de existir, medo de ser quem se é.
MIOMA: vínculos a bebês ou a fetos excluídos que pedem sua
reincorporação no sistema familiar através do mioma ou cisto no
ovário.
MIOPIA: por medo, só olha para um morto, não se atreve a
levantar a vista. Conflito visual com medo e sensação de perigo.
MUCOSAS: medo de uma separação.
MÚSCULOS: medo de não poder fugir ou atacar.
Músculo estriado: não sou capaz de lutar, de fazer algo,
dependendo do músculo afetado.
Músculo liso: não consigo reter ou evacuar algo, segundo o
músculo em questão.
NARIZ: mucosa do nariz, conflito de mau odor.
NÁUSEAS: vexações próprias ou de um antepassado que não se
acabam de digerir.
CRIANÇAS — A ENFERMIDADE NAS CRIANÇAS: as
chamadas doenças infantis seguem o processo das enfermidades
dos adultos:
1. Conflito não resolvido — aparecimento de uma doença em -
ite-; a criança vive estressada, com a atitude de perpetrador.
2. Resolução do conflito e início de um resfriado, de uma gripe
ou de uma infecção; sua atitude relaxou, está cansado e
carinhoso.
As infecções mais comuns são aquelas que se manifestam na pele
(rubéola, catapora, sarampo...) como consequência da superação
de uma separação. Por isso as crianças que frequentam o jardim
de infância, após algumas semanas, já hão superado a separação
com a mãe, com a casa ou com a avó e começam a manifestá-lo
através da ladainha das doenças infantis.
Outras doenças como a tosse ferina (coqueluche/pertússis)
mostram um vínculo especial de uma criança com seu sistema:
um segredo a está sufocando.
Quando se trata de outras doenças, como alergias, dores, câncer,
leucemia, etc., o filho mostra aos pais, através de sua
enfermidade, uma pessoa excluída que esses pais não vêem.
Os pais, quando eram crianças, viam aos excluídos que seus pais
não viam e o manifestavam com seus sintomas, enfermidades,
fracassos escolares ou sociais. Quando cresceram organizaram
suas vidas e as decisões ao redor desses excluídos. Por esse
motivo, quando, a seu tempo, têm filhos, estes vêem aos demais
excluídos que seus pais não vêem.
O amor cego e incondicional dos filhos os vincula aos pais com
«eu por você» e aos excluídos com «eu sigo você na exclusão»
ou «sigo você na doença». Por terem esse vínculo com os pais,
essas crianças não estão em seu lugar de filhos e não podem
tomar a seus pais, concretamente não tomaram à mãe, o que as
impede de ter acesso à saúde.
Quando os pais vêem ao excluído a quem segue o filho, ocorre
uma grande libertação na criança, pois o sintoma cumpriu sua
missão e pode se retirar. No entanto, a criança somente se liberará
de sua promessa de fidelidade ao excluído quando tiver certeza
absoluta de que o excluído já está bem e que seus pais não nada
carregarão por culpa dela.
Honrar o destino da criança introduz muita força curativa em sua
vida e, às vezes, será a única coisa que se poderá ser fazer. Às
vezes, com uma mudança no curso da doença, e outras, em
conformidade com um amor maior, no qual resta apenas
agradecer-lhe seu amor a esse filho.
NISTAGMO (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de
um ou ambos os olhos em algumas ou todas as posições de
mirada): processamento cerebral do trauma que acaba de viver (o
recém-nascido). Sua sobrevivência depende de seu equilíbrio, de
seu domínio da situação.
OBESIDADE: síndrome de abandono, solidão e sensação de
perigo permanente. Ter que ser forte. Medo, proteção.
Acumulação de emoções retidas, como raiva, culpa ou pesar.
O excesso de peso é causado por vários conflitos biológicos e
vários emaranhamentos ancestrais.
A obesidade como excesso de peso grave, enfermidade mórbida,
é um transtorno complexo. Geralmente está ligado a um script
harmático 150 , um script destrutivo, ou script da morte, que
implica decisões precoces da pessoa, por fidelidade aos mandatos
parentais, para continuar com esse modo de autodestruir-se.
Portanto, o trabalho de cura é demorado e a pessoa e o
constelador necessitarão de paciência e de determinação.
Veja-se Compulsão por comida.
A obesidade e o sobrepeso estão ligados a uma grande desgraça,
e o que a consciência familiar espera é a compensação desse
infortúnio, aceitando a vida como ela vem e amando-a como é.
No caso da compulsão, o antepassado não pode assumir a
desgraça, como a perda de um filho, e permanece no primeiro
estágio do luto, o da raiva e o desejo de se vingar matando alguém
e, em particular, sua própria mãe.
Os conflitos somatizados podem ser vários, dependendo da causa
ou localização do excesso de peso.
Uma retenção de líquidos fala de um conflito renal, relacionado
a uma agressão na qual tem que atacar ou fugir, e a pessoa ficou
paralisada pelo medo: medo de um relacionamento, insegurança
sexual, medo de se expressar, medo da sobrevivência, medo de
se afirmar e viver suas emoções, medo de não ser capaz de
150
Conceito da Análise Transacional.
garantir a reprodução ou o colapso de um aspecto de sua vida.
Uma retenção de gordura nos mostra um conflito de abandono:
tenho que me proteger.
Os culotes querem proteger a feminilidade, ser igual à mam ãe.
A gordura na parte superior das costas, por outro lado, diz: «Sou
forte como papai, para poder levar outro igual a ele». A gordura
localizada no abdômen mostra uma complexidade na qual a
pessoa diz a uma mãe: «Protejo seu filho como se fosse meu», ou
a um bebê antepassado cuja sobrevivência correu grave perigo
assim que nasceu: «Na minha barriga você está seguro».
OLHOS: há algo que é melhor não ver, ocultar. Comichão em
um olho: é vergonhoso ver algo.
OMBRO DIREITO: relativo à vida atual; sentir-se mau marido,
mau trabalhador, mau aluno; fraudar alguém da mesma geração.
Sentimento de culpa. Frase de cura, para o casal ou para alguém
da geração da pessoa: «Assumo minha culpa» (assumo que me
sinto como um parceiro ruim, parceiro ruim, irmã ruim, irmão
ruim, etc.). Ou: «Assumo não estar à altura do seu amor».
Dor na articulação acrômio com clavícula, com caroços e
sensação de que algo não está no lugar: «Como faço para
reorganizar minha vida?».
OMBRO ESQUERDO: sentindo-se pai ou mãe ruim, não estar
à altura: «Sinto-me um pai ruim ou uma mãe ruim, não estou à
altura como pai ou como mãe». Ou, se estiver diante de alguém
maior: «Como você, por você, sinto-me como uma mãe ruim, um
mu pai».
OMOPLATAS: dor na omoplata direita: impotência, desilusão;
dor na omoplata esquerda: envergonhado.
ÓRGÃO EXTRAÍDO: noção de que em cada parte está o todo.
Um órgão extraído necessita ser liberado e agradecido. A pessoa
está presa a um morto, e a pessoa diz ao morto: «Eu lhe entrego
este órgão» e ao órgão: «Você por mim». O morto por quem o
órgão morre necessita ser visto e curado; se ele não estiver morto,
ele continua atrapalhando ao vivo, que entregará outra parte sua,
e outra, e outra, até que morra.
OSSO: conflito grave de desvalorização.
OSSO ESFENOIDE: resistência, você precisa ser uma vítima,
fechado a si mesmo. Desespero.
OSSO ETMOIDE: má imagem de si mesmo. Desvalorizar-se.
OSSO FRONTAL: atitude suicida, agitação mental.
OSSO DA MANDÍBULA: medos ou gritos/prantos reprimidos,
raiva reprimida, medo de morder a vida.
OSSO MAXILAR: perda de poder, raiva antiga.
OSSO DO NARIZ: viver no passado.
OSSO OCCIPITAL: preocupação constante, não querer dar-se
alegrias, não ousar dizer não.
OSSO PALATINO: culpa.
OSSO PARIETAL: fobias e hostilidade em relação à injustiça.
OSSO SACRO-ILÍACO DIREITO: medo de ousar.
OSSO SACRO-ILÍACO ESQUERDO: medo de seguir suas
intuições.
OSSO TEMPORAL: sensação de não ser capaz de lidar com a
situação.
OSSO VÔMER: amargura, sensação de ter fracassado com a
vida.
OSSO ZIGOMÁTICO: sensação de não ser capaz de lidar com
a situação. Bloqueio da capacidade de agir, muita vontade, mas
sem força.
OTITE: Fase de resolução. Já não ouço o que não suportava
(ouvido interno), já ouvi a parte de informação necessária para
minha sobrevivência (ouvido médio).
OUVIDO INTERNO: não suportar ouvir: «Não quero ouvir
você».
OUVIDO MÉDIO: não poder ouvir o que necessita ouvir:
«Tomo você como você é, embora não possa me dizer que ...».
OVÁRIO: conflito de perda, morte de um ente querido, de um
filho, culpa, desvalorização como mãe, já não se sente digna de
ser mãe. O ovário é o que melhor representa uma mulher ou a um
ventre materno.
Ovário direito, dor: «Respeito sua sexualidade masculina».
Ovário esquerdo, dor: «Sou uma mulher como você. Assumo
minha sexualidade de mulher ».
PALATO: não estar seguro de pegar sua parte.
PALUDISMO: veja-se Malária.
PÂNCREAS: carência vital ligada à família, injustiça familiar:
«Tomo a carência em meu coração, assumo a carência».
PERICÁRDIO: necessidade de proteger o coração. Quando o
coração não consegue lidar com a dor, o pericárdio intervém,
insensibilizando-o, e a pessoa torna-se dura como uma pedra para
sobreviver sem resolver o conflito, sem enfrentar dor alguma.
PELE: medo de mudanças, do fracasso, medo do abandono.
Epiderme: conflito de separação, medo de ficar sozinho; falta de
comunicação.
Derme: conflito de humilhação. Ou conflito de rompimento,
agressão, perda da integridade física.
Hipoderme: conflito de desvalorização de si mesmo com relação
a alguma parte do corpo não apreciada.
Pele fria e seca, amarelidão: medo de ser abandonado, isolado.
PERNA: incapaz de avançar em sua vida atual (perna direita);
não consegue se separar de seu passado (perna esquerda).
Peso nas pernas: fidelidade ao fardo dos dois ramos, materno e
paterno.
PESCOÇO (veja-se Cervicais): injustiça, humilhação escolar,
hierarquia... Frase de cura: «Honro a dureza da sua sorte».
Lado direito do pescoço doloroso: fidelidade a um homem que
sofreu uma injustiça ou sofre pela dureza de um homem: «Eu
tomo em meu coração a dureza da sua vida». Ou ainda: «Você
foi muito duro comigo».
Lado esquerdo do pescoço doloroso: o mesmo com uma mulher:
«Tomo no coração a dureza de sua vida». Ou: «Você foi muito
duro comigo».
Pescoço rígido: rigidez, apenas vejo do nosso ponto de vista,
fidelidade estrita a alguém que teve uma sorte muito difícil,
expiando como ela. Evitar evocar o passado ou o futuro. A
rigidez mostra a presença da energia assassina, voltada para si e
para o entorno na forma de moralismo e perfeccionismo.
PIORREIA: conflito desencadeante: medo no território, medo
de não poder fazer o que se quer, o que dá sentido; culpa por não
seguir a norma e fazer o que você quer; minhas palavras não têm
peso. Conflito entre pertencimento e autonomia. Dificuldade
para conquistar a autonomia do território, sem renunciar à
pertencimento original. Não consegue tornar a autonomia e o
amor compatíveis, mas tem medo de não poder fazer o que quer,
sente culpa por se separar e ser diferente. Frase sanadora: «Tomo
minha autonomia com amor».
PLEURA: chora uma pessoa morta no lugar de um dos pais.
POLINEURITE: Esta doença é a herança de várias gerações de
ódio de filhas e mães que se odeiam entre si e que odeiam a todos
ao seu redor. Portanto, o sintoma é «poli», é baseado em conflitos
múltiplos de rejeição e ódio a cada ser humano que deles se
aproximou. Cada nervo atacado é a somatização do desprezo, da
insignificância, de alguém, da destruição do projeto de vida de
alguém.
Pudemos ver a origem da rejeição mortal há várias gerações em
uma mãe totalmente presa por um morto que jazia aos seus pés e
impossibilitava que ela visse mais alguma coisa, e é claro que ela
não via sua filha. O ressentimento dessa filha foi crescendo e se
tornou um monstro com o único objetivo de destruir; esta filha
vê sua própria filha como se fosse sua mãe e quer se vingar nessa
filha da ausência de sua mãe, e assim nasce a linhagem de
mulheres destrutivas.
Todas as mulheres estão na mesma dinâmica desde aquela
geração.
PRÓSTATA: conflito de repressão e desvalorização sexual,
juntamente com sentimento de culpa reprimido por um longo
tempo. Expiação por antepassados que desvalorizavam
sexualmente suas mulheres.
PRURIDO (comichão): «Tomo sua vergonha em meu coração.»
Ou «Assumo minha própria vergonha».
PSICOSE: pelo menos duas intrincações com segredos
familiares nos quais a pessoa se identifica com perpetrador e
vítima ao mesmo tempo e a pelo menos dois conflitos na fase
ativa do rompimento emocional.
PSORÍASE: pelo menos dois conflitos de separação. Enquanto
na fase de resolução do primeiro conflito, surge outro conflito de
separação, e sua fase ativa é manifestada por placas de psoríase.
O primeiro conflito pode pertencer a um antepassado. Não tomou
a qualquer dos pais.
PULMÕES: conflito de medo da morte, medo de se perder como
território próprio: «Tenho medo de morrer ou não ter valor», o u:
«Tenho medo que você morra».
QUADRIS: dor nos quadris, conflito com um igual: «Não sou
digno de acolhê-lo, de ir em sua direção; — quadril direito —
para retê-lo; — quadril esquerdo — Você é mais forte que eu».
QUEIMADURAS: expiar, suportar a culpa não assumida de
alguém.
QUISTO ou CISTO: excluído, feto esquecido ou recém-nascido
rejeitado.
RETO: dor, grande decepção, «sujeira» que não pode ser
evacuada: «Nunca lhe perdoarei».
RETENÇÃO DE LÍQUIDOS: reter as emoções, o passado, um
vínculo, uma fidelidade. Medo de perder ao território, de perder
seu lugar.
REUMATISMO: artrite, osteoartrite, gota, doenças do desprezo
e da vingança, na fase ativa despreza a outros, na fase de
resolução passa a se desprezar.
A enfermidade é desprezada e rejeitada como a vítima excluída.
É necessário tanto resolver a complexidade com um excluído
desprezado ou um perpetrador que desprezava, como assumir o
próprio desprezo e o dano causado a outro por esse desprezo. O
desprezo nos leva aos pais, um dos quais foi rejeitado e
desprezado. Pode haver um movimento interrompido, origem do
desprezo.
A enfermidade é desprezada e rejeitada como a vítima, e o
enfermo é quem rejeita como o antepassado perpetrador.
RINITE: conflito de mau cheiro, perigo, angústia, preocupação:
cheira mal para mim. Se for forte na primeira fase, há mucosidade
e o cheiro desaparece. Se a emoção é mais forte, se transforma
em sinusite. Buscar o conflito emocional resolvido no dia
anterior ou nos dois ou três dias anteriores ao aparecimento da
gripe.
RIM: relacionado a momentos críticos e tensos nos quais se deve
lutar ou fugir: medo de um relacionamento, insegurança sexual,
medo de se expressar, medo da sobrevivência, de não ser capaz
de garantir a reprodução da espécie e do sistema.
Relacionado com o status, com a autoconfiança, com o poder
sobre nossa própria vida e com as emoções nas relações sociais.
Apegando-se a velhos padrões emocionais. Medo não
reconhecido ou não expresso.
Indecisão crônica. Incapacidade de tomar uma decisão
importante. Fidelidade a uma vítima: «Não tenho força. Eu não
sei como sobreviver. Tudo foi jogado para cima de mim. Sou uma
vítima como você».
Cálices renais: marcar o território, conflito com alguém que
provoca a perda de um território distante ou futuro.
Canais de coleta: aniquilação, perda de referências. Doença do
desarraigado (desenraizado), do deslocado, daquele que perdeu
tudo.
SACRO: estar ou sentir-se sob o domínio de outro.
SANGUE: a circulação de amor em nosso mundo.
SIBILO («chiado no peito»): na inspiração: peça ajuda; na
expiração: quero afastar-me do perigo.
SINUSITE: grande tristeza (veja-se Rinite). Separação ou grave
ameaça de separação.
Conflito de algo que cheira fatal. Conflito de medo frontal
somado a algo que cheira mal.
Medo de uma ameaça vaga, indeterminada, latente; cheira mal
para mim. Às vezes tem a ver com a hierarquia, com alguém que
está perto de mim.
SISTEMA IMUNOLÓGICO, DÉFICIT NO: expiação ou
fidelidade a vítimas. Não sei distinguir o que é meu do que é dos
outros, não sei eliminar as críticas, os obstáculos ou agressões do
exterior.
Incapacidade de aprender com as experiências e dificuldades do
passado. Sempre tropeço na mesma coisa. Não sei me adaptar,
não recordo o que a vida me ensina. Não respondo aos ataques
para sobreviver.
Ataco minha família, a mim mesmo, e não respondo.
Não sinto que tenho o direito ou a capacidade de ter meu próprio
projeto de vida, aceito o que me foi imposto e vai contra meus
desejos profundos. Não posso usar minhas capacidades, minhas
habilidades, não valho a pena. Me agrido e me culpo em vez de
defender-me dos outros.
SURDEZ: conflito de não querer ouvir, conflito de território. É
insuportável haver perdido seu território ou ouvir o rival
penetrando no território.
SONHO: esquecer, morte. Descanso necessário para que algo se
cure. Desconexão da mente para que o inconsciente possa
processar o que acaba de vivenciar.
TÁLAMO: os transtornos do tálamo manifestam-se após um
trauma violento. Conflito de resignação extrema, sentir-se mal
considerado, acabado, mal julgado: «Melhor que estivesse
morto».
Fase ativa: extrema intranquilidade, insônia, alteração hormonal,
distúrbios do sistema neurovegetativo, mania.
Fase de resolução: normalização hormonal e das taxas
sanguíneas. Regularização do sistema neurovegetativo.
TARTAMUDEZ («gagueira»): separação temporária precoce da
mãe ou do pai. Brigas permanentes entre os pais, e o filho está
no meio. Lealdade a dois antepassados opostos.
TAQUICARDIA: objetivo superior à capacidade da pessoa.
Necessidade de ter objetivos mais humildes. Se sente oprimido,
não consegue, duvida.
TENDÃO: ligeira desvalorização ligada ao esforço muscular
futuro: «Jamais conseguirei».
TENDÕES RÍGIDOS: rigidez.
TESTÍCULOS: já não valho como pai. Culpa. Perda.
TIQUE: estar intrincado em dois movimentos opostos; toda vez
que um tipo de movimento é iniciado por fidelidade a um
antepassado, o movimento oposto é desencadeado por fidelidade
a outro ancestral. Geralmente, é uma dinâmica de compensação
pelo dano causado: ter que ver a um excluído, por fidelidade ao
excluído, provoca o evitar vê-lo, por fidelidade ao perpetrador.
TIREOIDES: impotência quando você tem que agir diante de
um perigo. Essa glândula é como um escudo. Procurando alguma
circunstância relacionada a atravessar uma porta na vida, tomar
uma decisão, passar de uma etapa da vida para outra. O
sofrimento dessa transição dolorosa é arrastado para o interior da
tireoide. Tireoides paratireoides: você tem que ir apressado e
fazer tudo rápido.
TORNOZELO: desvalorização desportiva ou indecisão.
Fidelidade a um avô. Tornozelo direito: não poder ir adiante ou
fidelidade a um avô ou avó do ramo paterno. Tornozelo esquerdo:
não poder soltar o passado ou a fidelidade a um avô ou avó do
ramo materno.
TOSSE COM EXPECTORAÇÃO: fase de resolução, lançar
fora um conflito. Tosse seca: espasmo dos músculos brônquicos.
Rejeita, lança fora, não suporta algo ou alguém.
TRANSTORNO BIPOLAR: fase de resolução. É uma
intrincação com uma situação em que um antepassado profere
uma maldição: «Que todos os seus descendentes morram». O
descendente sofre fases alternativas de identificação com o
antepassado — a fase assassina de mania — e a submissão ao
mandato — a fase depressiva na qual quer morrer.
TRANSTORNO ALIMENTAR: o alimento permite que nosso
corpo funcione. Na cadeia da vida, os jovens sucedem aos velhos,
porque os velhos abrem espaço morrendo. O equilíbrio
biozoológico existe graças ao fato de que cada espécie se
desenvolve por sua própria presença e morte e, ao mesmo tempo,
propicia a vida de outras com sua morte: os insetos servem para
polinizar flores, se alimentam de larvas e servem de alimento
para outras espécies. Cada um é um elo necessário para a
continuidade da vida e, por sua vez, cada um é a manifestação da
vida, em cada momento conectado ao que lhe toca.
O ser humano se relaciona com tudo o que existe, animais,
plantas ou minerais, e se alimenta de tudo. A relação dos seres
humanos com a comida refletirá sua relação com a vida. Se você
tem uma dieta seletiva, também será seletivo com a vida e em
seus relacionamentos. Se para ele existem bons e maus alimentos,
é que também divide os seres humanos em bons e maus. Chama
de bom o que escolhe da vida, chama de mau o que rejeita. É
governado por sua consciência individual. Quando, em sua vida,
deixa o maniqueísmo da moralidade do bem e do mal, pode viver
e se tornar um carnívoro em sintonia com tudo e, em particular,
com o amor do espírito.
Para todo ser humano, a vida é primeiro a mãe. Se tomarmos
incondicionalmente nossa mãe, comeremos de tudo e a
alimentação será um capítulo normal de nossa vida, com seu
prazer e sua necessidade.
Pelo contrário, toda fixação em alimentos — regras, seleção de
alguns alimentos, rejeição de outros, rigidez na preparação,
regimes, jejum — reflete um não tomar a mãe, às vezes um desejo
de mostrar à mãe o que deve ser uma «boa» mãe, então essa
fixação na comida se transforma em uma agressão, um desejo de
suprimir à mãe, às vezes simplesmente de rejeitar a vida e ir para
a morte.
Lembremo-nos de que existem apenas dois movimentos na vida:
ir em direção a mais, indo com a vida, e ir em direção a menos,
indo em direção à morte, seguindo a um morto. Um exemplo do
movimento em direção a menos é o de pessoas como os eremitas,
que abandonaram a comida física e só consomem energia. São
pessoas que desprezam a suas mães, às pessoas «comuns» e à
vida, creem-se superiores a tudo, porque superaram as leis
naturais. Rejeitam as responsabilidades e a ação. Estão na morte,
seguindo a vários mortos, ou presos por um morto «mal-morto».
Os transtornos alimentares são uma das manifestações de uma
fixação à fase oral 151, uma fixação que ocorre como consequência
de um trauma precoce que rompeu a simbiose com a mãe, e de
uma fidelidade a um antepassado que foi separado de sua mãe,
pelo que a pessoa continua buscando a essa mãe pelo resto de sua
vida através de diferentes atitudes e comportamentos que
descrevo a seguir:
- Passividade, sentir-se incapaz de ser autossuficiente, incapaz de
alcançar suas próprias satisfações, incapaz de preencher por si
mesmo suas necessidades.
- As atividades preferidas são olhar e receber, com incapacidade
para a ação.
- Tomar, receber, engolir, pedir, exigir, com o sentimento de que
o outro nos deve, que é seu papel dar-nos, ajudar-nos, e que não
temos que dar nada em troca. Comer em excesso: medo de
crescer, só quer tomar da mãe (porque a mãe bloqueia o amor até
o pai), a fidelidade ao pai se expressa no fato de que o filho
151
Conceito da psicanálise, referente à organização psíquica da criança durante os
primeiros meses de sua vida.
adoece ao não tomá-lo.
- Atitude seletiva em frente a uma classe de alimentos: produtos
lácteos, uma série dos quais foram introduzidos após o leite
materno, a rejeição à carne (intimamente ligada ao impulso
«canibal» que o bebê sente ao continuar a mamar quando já tem
dentes), rejeição da alimentação sólida como consequência do
desmame, etc.
- Necessidade de sempre ter algo na boca: chupeta, balas,
cigarros, líquidos etc.
- Interesse (ou rejeição) a ser preenchido com «algo belo», a
estética, a poesia.
- Interesse, bloqueio ou excesso de interesse pela comunicação
com a boca, falar, beijar. A alteração costuma causar bloqueio,
às vezes excesso.
- Alteração da inspiração torácica, do tomar a vida e o amor da
mãe.
- Fascinação ou medo de olhar nos olhos. Estados contemplativos
nos quais a pessoa perde sua identidade.
- Maniqueísmo, bipolaridade, sentimento de que tudo é extremo:
ou tudo ou nada, a pessoa experimenta sucessões de momentos
de euforia com momentos de desespero, de prepotência ou de
impotência e depressão.
- Misticismo, preenchendo o vazio de pais reais por alguns pais
superiores todo-poderosos e superiores. Fetichismo.
Observação de diferentes alterações:
Recusar-se a comer: querer morrer.
Obsessão pela alimentação saudável: rejeição da imperfeição da
mãe.
Bulimia infantil como protetora contra a energia assassina
presente em várias gerações sucessivas, como fidelidade a
situações de violência, abusos e segredos.
Comer por ansiedade e culpa posterior: vínculo com um
perpetrador que não assumiu sua culpa. Com essa compulsão
vivencia a energia assassina (ansiedade) e a necessidade de
expiar do antepassado.
Alimentação seletiva (vegetarianismo, veganismo etc.): rejeitar
à vida como ela é, tomar parcialmente a mãe ou rejeitá-la.
Adicção/Vício: alimentar-se de algo tóxico em fidelidade ao pai
desprezado pela mãe.
TRANSTORNOS MENTAIS :
Ansiedade, nervosismo: fidelidade a uma energia assassina,
dinâmica de ter que matar, com muita culpa. Ambas, a
agressividade por fidelidade e a culpa, estão ocultas, mas a
pessoa sente sua presença.
Medos: fidelidade a vítimas. A única solução é que a pessoa olhe
nos olhos, com amor, à pessoa lhe dá medo, assuma sua própria
culpa e veja a dor oculta por trás da intenção assassina do
perpetrador.
As frases são: «Sou como você. Sim à minha culpa. Assumo as
consequências do dano que causei. Vejo o dano que meus
antepassados fizeram aos seus ancestrais. Obrigado. Por favor (a
Algo Maior)».
Angústia: carregar a emoção de um antepassado, emoção
inassumível para a própria sobrevivência da pessoa.
Fobia: intrincação séria, na qual a mesma pessoa substitui todos
os atores de um crime secreto, geralmente um crime sexual.
Várias gerações podem estar implicadas. Energia assassina e
culpa sem assumir de todos os participantes do segredo.
Quando todos os excluídos são vistos e reincluídos, tudo se
ordena.
TROMPAS DE EUSTÁQUIO: não poder pegar sua parte.
Necessidade de proteger os ouvidos e o que eles contêm.
TUBERCULOSE: essência da fase de resolução, ou doença do
movimento interrompido. Sua missão é sintonizar o enfermo com
sua mãe e com o amor do espírito.
UNHAS: representam nossa energia mais interna e espiritual.
Estão afetadas quando temos mudanças profundas e achamos
difícil nos adaptar e abandonar as crenças.
URETER: conflito de não saber internamente onde estão os
limites, a fronteira. Semelhante ao conflito de identidade.
Conflito de não saber reconhecer ou marcar as fronteiras do
território.
URETRA: conflito de não poder delimitar internamente seus
próprios limites.
ÚTERO :
Colo: frustração sexual, não escolhida.
Mucosa: conflito ligado aos filhos, à família, ser fora do normal.
O próprio território sexual ou familiar é considerado anormal
pelos outros.
Músculo: desvalorização por não poder ter filhos.
BAINHA NEURAL: querer estar separado. Imposição de um
relacionamento, de um contato.
VARIZES: conflito emocional profundo relacionado com o
dilema de ser capaz de amar-se e nutrir-se a si mesmo e, ao
mesmo tempo, ser capaz de receber amor dos demais.
Nas pernas: a direção que estamos seguindo ou o terreno sobre o
qual nos sustentamos não nos enriquece emocionalmente, mas
resultam confusos e entorpecem nosso movimento emocional.
Estamos indo exatamente na direção que desejamos evitar.
Durante a gravidez: revelam os temores de ter um filho, de
compartilhar o amor, de perder a individualidade ao
repentinamente tornar-se mãe, medo de não receber afeto ou de
perder a capacidade de amar.
Fase de resolução: veias ulceradas se inflamam e tornam-se
tortuosas. Então uma tromboflebite repara a parede venosa e as
varizes permanecem como uma lesão residual.
VEIA: arrastando um peso, uma corrente, ter que eliminar os
problemas. Não posso voltar para casa.
Desvalorização de si mesmo.
Veias das pernas: ter «as pernas atadas», perder a liberdade.
Veias coronárias: frustração profunda. Sentir-se mal-amado,
pouco amado, excluído.
VÉRTEBRAS:
Cervicais: o fardo.
C1: obsessões inúteis.
C2: desprezo, negação de si mesmo.
C3: trabalhar muito para ter o direito de existir, medo de ser você
mesmo, confundir fazer com ser.
C4: raiva, culpa, com autopunição, autodestruição.
C5: medo de dizer algo, de se expressar.
C6: carregar o fardo.
C7: oprimido, não consegue, duvida.
Dorsais: o afetivo.
D1: perdas de memória. Dificuldades para começar, para
alavancar, e depois é difícil parar. Causa emocional: quer, quer
mas não pode, não tem força. Perder, medos, medo da perda, da
falta, tristeza, medo de morrer e medo de viver, medo de ousar.
D2: afogar-se, pressão arterial. Causa emocional: afogar-se.
D3: causa neuralgia. Causa emocional: fobias.
D4: medo de querer, frustração, desvalorização, grande decepção
em relação a um homem (lado direito) ou em relação a uma
mulher (lado esquerdo). Desvalorização.
D5: vida fracassada, grande trauma com perda de tudo anterior
ao mesmo.
D6: provoca sensação de queimação no estômago. Causa
emocional: conflitos familiares, ciúmes.
D7: provoca sensação de queimação no estômago. Causa
emocional: conflitos familiares, farto.
D8: afeta o fígado e a pele. Causa emocional: medo de mudança,
do fracasso.
D9: afeta o fígado e a pele. Causa emocional: medo de abandono.
D10: medo de perder o território, de perder seu lugar.
D11: desvalorização em relação à imagem externa que mostra,
medo de perder o controle, pânico de não poder conseguir.
D12: expiação, perfeccionismo.
Lombar: o que nos mantém em pé, o fundamental, a força e a
dignidade.
L1: insegurança, medo de ser roubado, sentir-se maculado,
humilhado, abusado, desprezado.
L2: provoca diarreia. Causa emocional: humilhação, sentir-se
maculado, humilhado, abusado, desprezado.
L3: centro de gravidade do corpo. Desvalorização em relação a
um acontecimento que afetou a pessoa no que tem de
fundamental. Conflito familiar, traição, vergonha,
desvalorização. Não poder ou não querer dar, retribuir, querer.
L4: rejeição da sexualidade. Carregar o fardo de outros membros
da família, carregar muitas responsabilidades. Patologia da
próstata devido a um conflito de grande desvalorização sexual.
Fase ativa: grande fraqueza, rigidez.
L5: ponto reflexo da enurese. Hérnias. Causa emocional: peso
nos ombros, carregar a cruz dos outros, carregar muitas
responsabilidades. Repressão na expressão do prazer: «não tenho
permissão para desfrutar»; desvalorização sexual: «Não sirvo
como marido/mulher».
L5-S1: desvalorização sexual em relação ao seu entorno. Conflito
muita feiura, ou sexual, de desvalorização. Golpe baixo, traição.
Lumbago, frustração sexual. Repressão na expressão do prazer:
«não tenho permissão para sentir prazer»; desvalorização sexual:
«Eu não valho como marido/mulher».
Sacro: estar ou sentir-se sob o domínio de outro.
VENTRE INCHADO: conflito entre o que se deseja e a
realidade. Barriga inchada, semelhante a uma gravidez:
intrincação com uma mulher rejeitada por estar grávida; com um
bebê morto ao nascer, a descendente o carrega dentro de si,
vivendo seu terror e raiva; com um bebê cujos primeiros passos
na vida foram terríveis e busca retornar ao bem-estar anterior a
seu nascimento, a pessoa está lhe dizendo: «Ofereço a você o
meu ventre», e a cura vem ao devolvê-lo à sua mãe.
Ventre, moléstias, dor: levar a expiação por um grande dano não
assumido, próprio ou alheio: «Tomo sua expiação no meu
coração». Ou «Assumo o dano que lhe causei».
VERRUGA: conflito de separação pontual (epiderme). Conflito
de vergonha com nostalgia. Ligeira desvalorização. Autocrítica
(derme).
VESÍCULA: conflito de desilusão, perda de crenças
importantes, amargura, impotência, decepção com outra pessoa.
Vinculado a um pai fraco, ausente ou rejeitado por sua mãe.
Buscar uma situação em que teve que engolir sua irritação e sua
impotência. Frase sanadora: «Assumo meu ressentimento, minha
amargura, minha desilusão».
VESÍCULA SEMINAL: perda de território sexual.
VIAS BILIARES: raiva, injustiça, rancor, ira.
VISTA, PERDA DE VISÃO: medo de uma ameaça, de um
perigo que vem de detrás.
Não enxergar de longe: o perigo está distante ou no futuro.
Conflito no território, alguém desagradável interfere no meu
território.
Vista deficiente: não ver para não assumir.
VITILIGO: conflito feio ou brutal de separação de um ente
querido ou admirado. Gostaria de ser abraçado e não é possível.
Medo antecipado da humilhação. A mancha aparece onde carece
de mais contato.
ZUMBI: perder, medos, medo da perda, falta, da carência, medo
de morrer e medo de viver, medo de ousar.
ANEXO 1
Lista de emoções
A localização do sintoma, suas características e sua liberação
dependem da precisão com que o terapeuta e o cliente desalojem
a emoção bloqueada. É recomendável o uso de um método de
seleção como radiestesia ou cinesiologia.
A
Abandonar ou retirar-se de algo
Abandono
Admitir suas próprias fraquezas
Agitação
Agressivo
Alucinado
Amargurado
Ameaçado
Ansiedade
Apático
Apego ao passado
Arrogante
Atacado
Audaz
Autocontrole excesivo/insuficiente
B
Burla (engana)
C
Cansado de viver
Casal
Cheio de desejos
Choque
Ciúme
Conflito de identidade
Conflito de perda
Conflito sexual
Conflito territorial
Conformismo
Confuso
Contrariedade
Culpável/culpabilizado
Cúmplice
D
Deprimido
Desanimado
Desconectado de suas necessidades
Desconfiado
Descuidado
Desejo sexual
Desencorajado
Desesperado
Desilusão
Deslocado
Despojado
Desprevenido
Desprezo/desprezado
Desvalido
Desvalorização
Dócil
Dolorido
Dúvidas
E
Egoísmo
Encontrar saída ou saber por onde começar
Enfermo
Enojado
Ensimesmado
Envelhecido
Equivocado
Esgotamento
Esquecido
Estresse
Estupor
Excentricidade
Excitado
F
Falta de Carinho, Discernimento, Energia, Liberdade, Paz
Fastio
Flerte
Fobia
Fracassado
Frustração sexual
H
Hiperativo
Hipersensível
Hipocondria
Hipocrisia
Histeria
I
Imaturidade
Impotência
Imprudente
Impulsivo
Incapaz de conseguir algo
Inconstante
Indiferença
Indignação
Indigno
Ineficaz
Infortunado
Inimigos
Injúria
Injustiça
Insatisfeito
Inseguro
Intrigante
Intrometido
Inveja
Irrealismo
L
Levar a cabo algo
Leviano
Liberar
M
Mal-estar
Mancha de identidade
Medo
N
Não querer algo
Não sabe algo
Não ter tempo
O
Obrigado a algo não desejado
Ocupado, atarefado
Ódio
Opor-se
Opressão
Oprimido
P
Pânico
Perda de algo
Pertencer
Prejuízo
Problema com limites
Problemas com dinheiro
Q
Queixoso, reclamador
Querer algo ou evitar algo
R
Raiva
Rancor
Rejeitado/rejeitar
Renunciar
Reprimido
Repugnância
Resistir
Rígido
S
Se compara com os demais
Segredos
Seguir em ritmo demasiado rápido
Sem apetite
Separação
Servil
Sexualidade
Sofrer
Solidão
Sombrio
Suicida
Supersticioso
Suportar una situação
Surpreendido
T
Teimoso
Tensão
Terror
Timidez
Torturado
Triste
V
Vergonha
Vingativo
Vítima
ANEXO 2
Hierarquia das necessidades biológicas e sua
localização152
01ª. Necessidade de ser o projeto de uma pessoa distinta de si
mesma para poder ser, impulso vital e significado (ligado à
reação da mãe quando ela descobre que está grávida). Na base do
tronco cerebral.
02ª. Necessidades arcaicas de sobrevivência: de um pedaço de
comida garantido, de ar, de reproduzir a espécie. Endoderme:
sistemas digestivo e respiratório; sexual.
03ª. Necessidade de segurança: de proteção contra agressores
predadores. Para controlar a situação trata-se de colocar uma
máscara ou se esconder. Mesoderma antiga.
04ª. Necessidade de conforto, de comodidade: proteção do frio,
do calor, da radiação solar; necessidade de sonho. Mesoderma
antiga.
05ª. Necessidade de crescer, de explorar. Mesoderma novo:
músculos; ectoderma: órgãos dos sentidos e nervos motores.
06ª. Necessidade de dar um valor, um significado, a cada órgão
físico.
07ª. Necessidade de pertencimento, de inclusão em um grupo.
Mesoderma novo: glândulas suprarrenais, parênquima renal.
08ª. Necessidade de autoestima, de receber estima dos demais e
de si mesmo. Ser amado e amar-se. Tálamo.
09ª. Necessidade social, relacional: ser reconhecido pelo pai e
pela mãe, pelo chefe, pelos clientes, pelos pacientes, pelo
vizinho, pelo universo inteiro, para alcançar a autonomia.
Ectoderma: reto, epiderme, aparelho digestivo; gônadas
mesodérmicas.
10ª. Necessidade de ter seu lugar: em um território de caça
delimitado e respeitado, e em um território sexual seguro.
Ectoderma: veias, artérias coronárias, bexiga, colo do útero,
brônquios, laringe.
11ª. Necessidade de consciência do passado dentro de si: ser
152
Abraham Maslow, Una teoría sobre la motivación humana, 1943. Christian
Fleche, El cuerpo como herramienta de curación, Ed. Obelisco, 2009.
capaz de nomear o que vive dentro de si, ser consciente disso,
fechá-lo e, assim, curar a as memórias inconscientes da família e
as memórias pessoais que estão em si. Simultaneidade de vários
conflitos ativos.
12ª. Necessidade de ser ouvido até o fim: em todas as emoções,
sentir-se aceito. Aparelho digestivo.
13ª. Necessidade de lamentar o ideal: de si mesmo, do pai, da
mãe que nunca terei, do chefe ideal, do cônjuge ou dos filhos
ideais que nunca terei. Dutos biliares e simultaneidade de
conflitos ativos superficiais, infundados.
14ª. Necessidade de significados, de referências, de
espiritualidade, de que não mude. Sistema urinário,
simultaneidade de vários conflitos ativos.
15ª. Necessidade de criação, de perpetuação, de realização
pessoal, de liberdade, do desconhecido, do espiritual que muda.
Aparelho respiratório e sexual.
16ª. Necessidade de viver no momento presente. Fora dos
conflitos.
17ª. Necessidade de não necessitar de coisa alguma. Fora da
biologia.
ANEXO 3
Classificação das enfermidades segundo a Nova
Medicina153
153
Sobre a Nova Medicina e Nueva Medicina Germânica, vejam-se Giorgio
Mambrettiy Jean Seraphim, La medicina patas arriba. ¿Y si Hamer tuviera
razón?, Ed. Obelisco, 2004; Alessandro Teixidor, Las ocho leyes biológicas,
Ed. Redención, 2010; Salomón Sellam, Origine etprévention des moladles,
Ed. Quin-tessence, 2000; Christian Fleche, El cuerpo como herramienta de
curación, Ed. Obelisco, 2009; y Medina Ortega, La enfermedad y su origen
emocional: bases y fundamentos del Dr. Hamer, Ed. Ecotienda Natural, 2010.
lixeira (se não Extremidades
houver cisto). frias.
Alvéolos pulmonares
Amígdalas
Apêndice / caecum (ceco)
Bexiga
Boca (submucosa)
Brônquios
Ceco
Células germinais
Cólon
Corpo uterino
Duodeno (exceto bulbo)
Endométrio
Epiplon maior ou omento maior
Epitélio intestinal
Esófago (terço inferior esquerdo)
Estômago (curvatura maior)
Faringe
Fígado (parênquima, salvo vias biliares)
Glândulas lacrimais
Glândulas paratireoides
Glândulas parótidas
Glândulas sublinguais
Glândulas tiroides
Gônadas (ovários, testículos)
Grande epiplon
Hipófise (adenoipófise ou hipófise anterior)
Intestino delgado (jejuno, íleo)
Intestino grosso (salvo reto-anus)
Ouvido médio
Ovário
Pâncreas (salvo porção endócrina)
154
Vejam-se os quadros da Nova Medicina Germânica e os trabalhos citados de
Teixidor, Medina, Mambretti ou Fleche.
Paratireoides (parênquima)
Próstata (mucosa)
Reto
Rim (túbulos coletores)
Sigmoide
Submucosa bucal
Testículo
Timo
Tiroides (parênquima)
Traqueia
Trato digestivo (submucosa)
Trompas de Eustáquio
Trompas de Falópio
Túbulos coletores
Umbigo
Ureter
Útero (mucosa do cuerpo)
Vegetações adenoides
155
Veja-se EFT (Emotional Freedom Techniques), de Gary Craig, ou Toques
Mágicos. Las técnicas de la Psicología Energética, de Fred Gallo, Ed. Sirio.
ou os movimentos oculares 156).
A constelação de trauma mais sintética e eficaz, na minha
opinião, é a seguinte. São necessários três representantes; um
para a pessoa, outro para o trauma, sem a necessidade de saber
do que se trata ou com quem aconteceu, e um último
representante para um antepassado a quem esse trauma está
relacionado. É uma constelação do espírito, na qual o constelador
catalisa as forças curativas sem interferir.
Outra opção é a terapia individual de conflito. O terapeuta
procurará primeiro quando, com quem e onde o conflito se
produziu. Frequentemente, o conflito desapareceu do consciente
do cliente, portanto, a maneira mais segura de realizar essa busca
é usando meios como a radiestesia ou a cinesiologia.
Uma vez encontrada essa informação, se busca, novamente com
radiestesia ou cinesiologia, qual é a emoção bloqueada. Para isso,
pode-se utilizar a lista de emoções no Anexo 1 ou qualquer lista
detalhada de emoções como testemunho gráfico. Dessa maneira,
o cliente começa a lembrar ou tomar consciência das emoções
que não pôde enfrentar.
Em seguida, o cliente é solicitado a se lembrar da situação,
revivê-la e comentar, sem drama, mas com autenticidade (para
isso, é recomendável falar em primeira pessoa), tudo o que sentiu
na época e que não externalizou, centrando-se na emoção que o
terapeuta acabou de lhe revelar. É importante não se deixar levar
pelo drama, que nada mais é que emoções secundárias e nos
afastaria da dor primária bloqueada; para evitar entrar nesse
drama, a pessoa vai descrevendo o que sente: «Estou com muita
raiva. Quero matá-lo. Quero desaparecer».
Enquanto o cliente está falando, o terapeuta vai cjecando o que
ele diz: «Continue... por aí... mais..., isso não importa aqui...
volte a falar sobre... você já está lá... já é suficiente».
Quando precisamente se chega à a emoção bloqueada, geralmente
ocorre uma liberação emocional da dor primária: lágrimas
silenciosas ou segundos de soluços.
Então a pessoa se transforma, em poucos segundos seu rosto se
torna luminoso. Todo comentário mental posterior deve ser
156
Fred Friedberg, La técnica de los movimientos oculares. La promesa potencial de
un nuevo avance psicoterapéutico, Ed. Desclée de Brouwer.
evitado. Necessitará descansar em silêncio por alguns minutos
antes de retornar à sua atividade.
Constelar
Não existe protocolo
Quando o constelador se encontra frente à enfermidade de seu
cliente, ele está imerso no mundo sistêmico. Uma vez adotada a
visão sistêmica, não há retorno possível ao pensamento linear e
analítico que vigorava até então. Todas as ordens de saú de estão
interconectadas. Não se trata mais de planejar uma constelação
primeiro sobre isso, depois a outra, e se isso não funcionar,
faremos isso ou aquilo..., mas de nos abrirmos ao fenômeno de
cada enfermo.
Duas coisas entram em jogo. Em primeiro lugar, devemos saber
qual é o elemento-chave cuja ressonância modificará todo o
resto. E esse elemento é diferente para cada um, pois depende de
todas as circunstâncias que envolvem a enfermidade do cliente.
Não podemos acessá-lo racionalmente. Não podemos conhecê-lo
por dedução e deveremos humildemente passar para o sexto
sentido, para a sintonia com as informações do campo, para a
percepção fenomenológica, para saber o que constelar, com que
tipo de constelação, como começar e com quais representantes.
Uma pergunta se apresenta: será suficiente uma única
constelação?
Resposta: não o sabemos.
Constelando uma enfermidade, estamos tanto a serviço da vida
do cliente como a serviço de seu sistema familiar. E será o mesmo
sistema familiar que enviará ao cliente um sinal se outra
constelação se fizer necessária: um novo sintoma, um
agravamento, um pesadelo repetido etc.
Em que intervalo? Não existe regra. Será necessário senti-lo para
cada caso. Um fato que pode ajudar o leitor é que tenho visto nos
últimos anos uma redução no tempo necessário entre uma e outra
constelação. Essa redução é cada vez mais acentuada, como se os
processos engendrados por uma constelação fossem integrados
muito mais rapidamente do que alguns anos atrás. Sobre isso,
arrisco duas hipóteses: uma, a aceleração atual do tempo e de
todos os processos; a outra é que alcançamos a «massa crítica»
de pessoas e sistemas constelados, permitindo que por
ressonância a resistência a mudanças seja cada vez menor.
A segunda questão é algo que eu já apontei anteriormente: o olhar
cria a realidade. Nosso olhar humano está pleno de anseios e
sentimentos, cheio de desejos e rejeições. Esse olhar que aceita e
rejeita incessantemente cria a enfermidade, pois está a serviço da
integridade do clã, portanto da aniquilação do que o ameaça, seja
este clã a família, sua moral, o grupo ideológico afim, a
deontologia profissional, a religião ou a espiritualidade etc.
Nosso olhar cria exclusão e morte. É a fidelidade às desordens
anteriores e ao olhar moral que identifica o cômodo e a saúde
com o bem e com a vida, enquanto confunde o incômodo e a
enfermidade com a morte e o mal.
O olhar do constelador não cria saúde. A presença de outro olhar
é necessária, o observador precisa ser mudado. Esse outro olhar
poderá fazer surgir uma nova probabilidade. É um olhar que não
diferencia o bom e o mau, que necessita de ambos, que nada
espera, porque tudo o criou como é e, como é, está bem. É um
olhar que cria e aceita incondicionalmente tudo e seu oposto,
porque na fusão de opostos está seu amor avassalador. E esse
amor, resultado da fusão dos opostos, é saúde, êxito, abundância.
Portanto, o constelador há de transformar-se em suporte desse
outro olhar, e esse outro olhar, o olhar de Algo Maior, o olhar do
espírito, será o catalisador do campo de criação de uma nova
realidade, sem interferências adicionais do constelador. Esse
campo é o das Novas Constelações, devolvendo a pessoa à vida.
Quanto mais o constelador estiver conectado ao amor do espírito,
mais ele aceitará as coisas como são, seu cliente e a enfermidade
como são, mais energia de cura entrará no campo e maiores serão
as possibilidades de que o enfermo assuma o que se recusava a
assumir e a enfermidade cumpra com sua missão.