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Admin, Gerente Da Revista, Art 7 - As Políticas Fiscal e Monetária

O documento discute as políticas fiscal e monetária implementadas pelo governo Temer no Brasil e seus efeitos sobre a economia brasileira. O governo Temer implementou um agressivo programa de ajuste fiscal estrutural através de reformas como a da Previdência e o teto de gastos. Essas medidas tiveram efeitos recessivos, levando a uma queda do PIB e aumento do desemprego. A política monetária também seguiu uma orientação pró-cíclica e favorável à estabilidade de preços.

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O documento discute as políticas fiscal e monetária implementadas pelo governo Temer no Brasil e seus efeitos sobre a economia brasileira. O governo Temer implementou um agressivo programa de ajuste fiscal estrutural através de reformas como a da Previdência e o teto de gastos. Essas medidas tiveram efeitos recessivos, levando a uma queda do PIB e aumento do desemprego. A política monetária também seguiu uma orientação pró-cíclica e favorável à estabilidade de preços.

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Artigos

As políticas fiscal e monetária


do Brasil no Governo Temer:
deterioração da situação fiscal
e recessão econômica
policies. Economic recession.
P R I S C I L A M A R T I N S D E O. S A N TA N A
Mestre em Economia e graduada
em Ciências Econômicas, pela
Universidade Federal da Bahia A ASCENSÃO ao poder do atual presiden-
(UFBA). [email protected]
te da República, Michel Temer, que ocorreu
L A Í S E S T E FA N Y S A N TO S CO S TA
Graduanda em Economia, pela em 12 de maio de 2016, marca o início de
Universidade Federal da Bahia (UFBA).
[email protected] uma fase de implementação agressiva de
reformas econômicas estruturais no país e
aprofundamento das políticas fiscal e mo-
netária pró-cíclicas (medidas que já tinham
sido tomadas pela presidente Dilma Rou-
seff). Diante do afastamento da presidente
Dilma do cargo, o vice-presidente Michel
Temer tornou-se presidente em exercício
do país, sendo empossado alguns meses
depois, no dia 31 de agosto de 2016. A par-
tir de então, um conjunto de reformas eco-
nômicas estruturais que certamente não
passaria por aprovação eleitoral, passou a
ser adotado no país sem qualquer espaço
para o exercício democrático do debate
com os diversos setores da sociedade.

Para quem conhece o conteúdo do do-


cumento Uma ponte para o futuro, apre-
sentado pelo Partido do Movimento De-
mocrático Brasileiro (PMDB), em outubro

Bahia anál. dados,


Salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
175
Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

de 2015, para determinados setores políticos e econômicos – antes


mesmo da consolidação de Michel Temer no Poder Executivo –, é
possível identificar que as medidas adotadas ao longo do primeiro
ano do Governo Temer já estavam sinalizadas no texto (PARTIDO
DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO; FUNDAÇÃO ULYS-
SES GUIMARÃES, 2015). Vale lembrar que o documento é taxativo
sobre a natureza da crise econômica brasileira, tratando-a meramen-
te como uma crise fiscal que deve ser solucionada unilateralmente,
através de medidas imediatas e sem qualquer discussão com a so-
ciedade, pois “nesta hora da verdade, em que o que está em jogo
é nada menos que o futuro da nação, impõe-se a formação de uma
maioria política, mesmo que transitória ou circunstancial, capaz de,
num prazo curto, produzir todas estas decisões na sociedade e no
Congresso Nacional.” (PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTI-
CO BRASILEIRO; FUNDAÇÃO ULYSSES GUIMARÃES, 2015, p. 2).

Sob a justificativa da necessidade de “resolver” imediatamente o pro-


blema das contas públicas, diversas propostas de mudanças radicais
no âmbito fiscal, tais como a reforma da Previdência, a Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) 87 (BRASIL, 2015)1, a PEC do teto de gas-
tos primários, dentre outras, passaram a expressar, logo nas primeiras
semanas de atuação, os principais objetivos do Governo Temer. Além
disso, a diretoria colegiada do Banco Central (BC) foi entregue a uma
nova equipe econômica, tendo à frente da execução da política mo-
netária um novo presidente, Ilan Goldfajn, e, no Ministério da Fazenda,
Henrique Meirelles2. A nova equipe não trouxe um discurso radicalmente
oposto ao da equipe anterior, mas frisou algumas prioridades, destacan-
do o compromisso em trazer, a qualquer custo social, a inflação para o
centro da meta de 4,5%.

Desde os primeiros dias à frente da Presidência, o que tem referencia-


do a ação de Temer é uma visão estreita de livre mercado, a qual está
apoiada na subserviência ao programa de ajuste fiscal estrutural e na
ideia de que o nível de investimento privado será retomado a partir do
afastamento do investimento público. Entretanto, até o momento, não
há indicação nem tampouco consenso de que a economia brasileira
entrou em processo de recuperação, ao contrário, o que o país en-
frenta é uma recessão caracterizada por uma forte queda do Produto

1 A PEC 87/2015 prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até o ano 2023 e eleva o
percentual a ser desvinculado de 20% para 30%.
2 Tanto o presidente do Banco Central como o ministro da Fazenda estão relacionados aos inte-
resses do setor financeiro. Ilan Goldfajn é um dos sócios do Banco Itaú, e Henrique Meirelles é
Bahia anál. dados, membro do Banco Original.
176 salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

Interno Bruto (PIB) e pelo crescimento do nível de desemprego. Neste Em dezembro


sentido, a visão ortodoxa sobre a momentaneidade de desequilíbrios de 2016, o atual
parece não se sustentar diante do cenário cada vez mais crítico da governo impôs um
economia brasileira. dos principais me-
canismos de ajuste
Com o intuito de analisar algumas das principais medidas – em matéria estrutural sobre a
de políticas fiscal e monetária – implementadas pelo Governo Temer e economia, a saber,
os seus resultados sobre a dinâmica da economia brasileira ao longo a atual EC nº 95
deste primeiro ano de gestão, este artigo organiza-se em duas seções
além desta introdução e das considerações finais. A segunda seção dis-
cute algumas das principais medidas adotadas pelo Governo Temer no
plano fiscal e os efeitos recessivos dessas medidas sobre o dinamismo
da economia. Na seção seguinte, examinam-se algumas iniciativas deste
governo no campo da política monetária e os impactos destas sobre o
arrefecimento do nível de atividade. Por fim, a última seção dedica-se a
apresentar as considerações finais e alguns limites estruturais da econo-
mia brasileira que dificultam ainda mais as possibilidades de retomada
do crescimento econômico para o ano 2018.

A QUESTÃO FISCAL NO GOVERNO TEMER: RETROSPECTIVA


E PERSPECTIVAS

A ação do presidente Temer tem sido claramente orientada por uma


agenda de ajuste fiscal estrutural que começou a ser implementada
logo nos primeiros meses de mandato. Em dezembro de 2016, o atual
governo impôs um dos principais mecanismos de ajuste estrutural so-
bre a economia, a saber, a atual EC nº 95 (BRASIL, 2016), antiga PEC
55. A lógica econômica inerente à EC nº 95, que estabelece um teto
rebaixado para o gasto primário, tem como pretensão a ‘eliminação’ das
incertezas sobre os resultados primários, pois busca reduzir fortemente
a dependência do crescimento das receitas primárias para a obtenção
de resultados superavitários. No entanto, o resultado primário mantém
a ‘inconveniência’ de depender das receitas primárias, as quais depen-
dem de realização futura e não estão sob o controle direto e pleno da
administração pública.

A arrecadação tributária feita pelas três esferas do setor público de-


pende fundamentalmente do nível de atividade econômica. No caso
da União, as principais fontes de receita tributária são o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Renda (IR). Quando a
economia entra em recessão e/ou quando a indústria de transformação
perde dinamismo em relação ao resto da economia, inevitavelmente
ocorre uma queda na arrecadação tributária, comprometendo assim a
capacidade da administração pública de alcançar a meta pretendida de
resultado primário. Bahia anál. dados,
Salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
177
Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

O diagnóstico da Na avaliação de Rezende (2016), o diagnóstico da crise fiscal bra-


crise fiscal bra- sileira deve ser feito na presença de um quadro mais amplo, algo
sileira deve ser negligenciado pela maioria dos defensores de um ajuste fiscal rígido
feito na presença que tende a concentrar suas análises exclusivamente em torno da
de um quadro questão das despesas primárias. Para este especialista, não se deve
mais amplo, algo desprezar do exame da evolução do endividamento do país os impac-
negligenciado tos de outras políticas econômicas, como a política de aquisição de
pela maioria dos ativos do Banco Central, que alcançou 20% do PIB em julho de 2016,
defensores de impactando significativamente a trajetória de crescimento da relação
um ajuste fiscal dívida pública bruta/PIB.
rígido Gráfico 1
Despesas com benefícios previdenciários, pagamento de juros nominais, pessoal e encargos sociais – Brasil – 1999-2015

8,0
(% PIB)

7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
FHC II LULA I LULA II DILMA I

Benefícios Previdenciários (%PIB)


Juros Nominais (%PIB)
Pessoal e Encargos Sociais (%PIB)

Fonte: Elaboração própria, com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (BRASIL, 2017c).

No documento Austeridade e retrocesso (2016)3, vários economistas


apresentam uma análise do comportamento das diversas variáveis fis-
cais e da natureza da atual crise fiscal do país. Os especialistas enfatizam
algumas circunstâncias nas quais o crescimento da dívida pública torna-
-se bastante problemático, provocando forte instabilidade econômica,
quais sejam: 1) quando há incidência de uma taxa de juros muito elevada
sobre a dívida, o que promove uma trajetória explosiva e insustentável
do endividamento e impacta substancialmente o orçamento público; 2)
quando o país tem uma dívida que tem como referência uma moeda que
não é a doméstica, já que a necessidade de se obter moeda estrangeira
envolve dificuldades e custos. Assim, de acordo com o documento, o
comportamento da dívida pública envolve uma complexa relação entre
variáveis distintas, de modo que a dinâmica desta não é afetada exclusi-

3 Documento elaborado pelo GT de Macroeconomia da Sociedade Brasileira de Economia Política


Bahia anál. dados,
(SEP), Fundação Friedrich Ebert, Fórum 21 e Plataforma Social.
178 salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

vamente pelo resultado primário, mas sim por um conjunto de variáveis O que está ocor-
que envolve também a política monetária e a política cambial. rendo é que a
recessão que o país
Isso pode ser constatado quando se observa que, em quase duas déca- tem enfrentado
das, os gastos com benefícios previdenciários aumentaram pouco mais está empurrando o
de 2% do PIB, enquanto as despesas com juros nominais apresentaram investimento (tan-
uma trajetória de alta superior a 3% do PIB em apenas três anos. Assim, to público quanto
embora tenha havido crescimento nos gastos com benefícios previden- privado) para o
ciários, a rubrica que mais cresceu foi a da despesa com juros nominais, nível mais baixo
que saiu do patamar de 2,9% do PIB em 2012 para 6,7% do PIB em 2015 registrado nos
(Gráfico 1), o que indica que o aumento da dívida pública no período re- últimos 16 anos
cente é muito mais devido ao crescimento da despesa com juros do que
ao suposto descontrole dos gastos com a Previdência. Gentil (2006),
que reúne dados e informações oficiais do governo sobre a composição
da Previdência Social, mostra que, ao contrário daquilo que é propaga-
do por alguns analistas, a Previdência Social não se encontra em crise,
tampouco está ameaçada pela futura transição demográfica.

A queda simultânea do investimento público e do investimento priva-


do em 2016 evidencia que o discurso do atual governo, que insiste em
afirmar que o nível de investimento privado será retomado a partir do
afastamento do investimento público e do ajuste fiscal, não se confirma
minimamente quando se verifica a realidade econômica mais recente do
país. Segundo dados do Centro de Estudos do IBMEC (2017), a taxa de
investimento no Brasil em 2016 – em percentual do PIB – foi a mais baixa
dos últimos 16 anos. No ano observado, a taxa de investimento público
correspondeu a 1,8% do PIB – a taxa mais baixa registrada desde o ano
de 2003 –, enquanto que a taxa de investimento privado no mesmo ano
foi de 13,7% do PIB, o nível mais baixo registrado no intervalo de 16 anos.
O que está ocorrendo é que a recessão que o país tem enfrentado está
empurrando o investimento (tanto público quanto privado) para o nível
mais baixo registrado nos últimos 16 anos.

Figura 1
Taxa de investimento (% PIB) – Brasil – 2000-2016

24,0
(% PIB)

19,0 18,6 19,0 18,7 19,0


17,5 17,5
20,0 17,0 16,6 16,1
15,2 15,3 16,1 15,3 15,6 15,7
16,0 13,6

12,0
8,0
4,0 2,1 2,2 2,2 2,3 2,6 2,7 3,2 2,8 2,7 2,7 3,0
1,9 1,6 1,8 1,9 1,9 1,8
0,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Taxa de investimento na economia (em % do PIB) TOTAL


Taxa de investimento na economia (em % do PIB) TOTAL
Bahia anál. dados,
Fonte: extraído de Centro de Estudos do IBMEC (2017). Salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
179
Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

A despesa com ju- A equipe econômica do Governo Temer apresentou para 2017 uma meta
ros e encargos da de déficit para o setor público consolidado de R$ 143,1 bilhões, mas, ten-
dívida, que corres- do em vista o impacto negativo da política de austeridade fiscal sobre
ponde à despesa o nível de atividade econômica do país, o governo propôs uma revisão
financeira do país, da meta de déficit para este mesmo ano, aumentando-a para o valor de
explicita que o R$ 159 bilhões.
principal proble-
ma das contas pú- Enquanto a agenda de austeridade fiscal segue sendo intensificada,
blicas consiste no consolida-se um cenário no qual o setor público vai registrar o quar-
dispêndio finan- to déficit primário consecutivo. Neste contexto, certamente, o governo
ceiro do Estado ampliará o endividamento, emitindo mais títulos para cobrir o déficit or-
çamentário que vem sendo potencializado pela combinação de política
monetária recessiva e austeridade fiscal. Segundo dados do Banco Cen-
tral do Brasil (2017a), a dívida bruta do governo geral alcançou 69,9% do
PIB, em dezembro de 2016, e a dívida líquida, 46,2% do PIB. Em outubro
de 2017, de acordo com a mesma fonte, a dívida pública bruta do país
já se encontrava em níveis próximos a 80% do PIB.

O aprofundamento da recessão brasileira também vem ocorrendo em


grande medida devido à natureza da política monetária4 que o país
tem adotado desde a segunda metade da década de 1990, a qual tem
atuado sempre no sentido de arrefecer qualquer impulso da demanda
agregada. No entanto, a equipe econômica segue fazendo projeções
otimistas e implementando um ajuste fiscal que é cada vez mais estru-
tural. Recentemente, apresentou o Programa de Demissão Voluntária
(PDV) para os funcionários públicos e o incentivo de redução da jor-
nada. A medida de enxugamento da máquina pública propõe desligar
cinco mil servidores e cortar cerca de R$ 1 bilhão anuais da folha de
pagamento, segundo o Ministério do Planejamento. A economia para
o setor público, gerada pelo programa, cobriria uma parte minúscula
da despesa com salários, que hoje consome cerca de R$ 280 bilhões
por ano. Como é possível observar, com base nos dados sobre a execu-
ção orçamentária do ano de 2016, a despesa com juros e encargos da
dívida, que corresponde à despesa financeira do país, explicita que o
principal problema das contas públicas consiste no dispêndio financei-
ro do Estado, oriundo dos efeitos de uma política monetária centrada
em juros elevados.

Do ponto da política fiscal, parece muito nítido que a orientação do


atual governo prossegue no sentido de contingenciar as despesas cor-
rentes e a rubrica investimentos, enquanto mantém os elevados gastos
com o pagamento dos serviços da dívida. Essa dinâmica na condução
da política fiscal atende claramente a uma lógica rentista em detrimento

4 Algo reconhecido, mais recentemente, até pelo economista André Lara Resende, um dos formu-
Bahia anál. dados,
ladores do Plano Real (LIMA, 2017).
180 salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

Figura 2
LOA 2016/ Despesas públicas por natureza de despesa
GND (Cod) GND Dotação inicial Autorizado Empenhado Liquidado Pago RP Pago
Pessoal e encargos
1 sociais 277.187.336.063 280.105.526.280 277.254.231.483 276.418.117.551 275.998.762.719 936.104.432
Juros e encargos da
2 dívida 304.101.215.258 273.101.215.258 205.008.766.239 204.891.738.043 204.890.863.485 1.744.882
Outras despesas
3 correntes 1.105.676.228.718 1.157.540.335.709 1.139.278.943.980 1.097.032.324.173 1.080.620.508.071 66.525.441.396
4 Investimentos 45.362.439.406 47.264.058.081 38.122.476.115 17.303.310.217 16.826.190.223 31.225.225.933
5 Inversões financeiras 86.562.503.974 92.385.628.275 76.477.939.681 68.588.739.966 68.581.773.536 6.898.900.277
Amortização/
refinanciamento da
6 dívida 1.044.806.784.485 1.075.806.784.485 925.331.634.467 925.267.553.395 925.258.804.496 18.845.163
Reserva de
7 contingência 89.849.879.404 77.204.010.041 0 0 0 0
Não Aplicável Não aplicável 0 0 0 0 0 0
Não Informado Não informado 0 0 0 0 0 0
Total 2.953.546.387.308 3.003.407.558.129 2.661.473.991.965 2.589.501.783.345 2.572.176.902.530 105.606.262.083
Fonte: Brasil (2017b).
Nota: extraído do sítio do Senado Federal.

do atendimento dos interesses e das necessidades da sociedade, em


especial daqueles setores da sociedade que dependem fundamental-
mente dos serviços públicos disponibilizados pelo Estado.

A lógica rentista que orienta a política fiscal é conduzida de forma mui-


to coesa com os interesses da composição política e econômica que
assumiu o poder no país no último ano. Quando o governo adota um
programa de política econômica como o que está predominando no
país, mantendo o pagamento em níveis alarmantes da despesa com
juros e serviços da dívida, o Estado fica completamente impossibilitado
de atender às demandas sociais, afastando-se, portanto, das bases e
dos princípios políticos de uma sociedade democrática.

A POLÍTICA MONETÁRIA DO GOVERNO TEMER E O


APROFUNDAMENTO DA RECESSÃO

Entre todos os aspectos que contribuíram para o aprofundamento da


recente crise enfrentada pelo país, cabe destacar os efeitos provenien-
tes das resoluções de política monetária que, em grande medida, im-
pactaram o nível de atividade econômica a partir do prolongamento de
um esforço monetário recessivo.

A condução da política monetária manteve-se, pois, submetida à lógica


da ortodoxia econômica por um longo período. A taxa básica de juros
(Selic) foi mantida em nível bastante elevado, o que, por sua vez, reper-
cutiu no aumento da taxa real de juros, na medida em que a inflação
convergiu para níveis mais baixos. Em contrapartida, o Banco Central Bahia anál. dados,
Salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
181
Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

Pode-se identificar só mudou de postura a partir de outubro de 2016, e mesmo assim de


o fraco dinamis- maneira muito limitada ao apresentar uma redução de apenas 0,25 p.p.
mo da economia (de 14,25% para 14%), sendo este o primeiro corte desde 2012.
enquanto prin-
cipal elemento Ao longo do primeiro semestre de 2017, o ritmo de queda da inflação
de contribuição intensificou-se, registrando valores cada vez mais próximos do centro
para a forte queda da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%
no nível geral de a.a.. A expectativa dos analistas de mercado para a inflação em 2017
preços permaneceu em queda após alguns períodos de alta e atualmente en-
contra-se abaixo do piso da meta de 3%.

Gráfico 2
Centro da meta de inflação x inflação efetiva – 1999-2017
12,53

14,00
(%)

10,67
12,00
9,30
8,94

10,00
8,00

7,67

7,60

8,00

6,41

6,29
6,00

6,5
5,97

5,91
5,91

5,84
5,69
5,50

5,9
6,00
4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50

4,50
4,46

4,31
4,00

4,00
3,50

3,14

4,00

2,46
2,00
0,00
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Meta Inflação efetiva

Fonte: Banco Central do Brasil (2017d). Elaboração própria.

Após a melhora das condições de oferta dos alimentos e do restabe-


lecimento dos preços de monitorados em patamar razoável, principais
pressões inflacionárias dos últimos anos, a trajetória da inflação tem
prosseguido em ritmo de queda. Para compreender o processo desin-
flacionário em curso é necessário considerar um amplo conjunto de va-
riáveis, e não apenas um suposto ‘êxito’ da política monetária ortodo-
xa. Ao atentar para as situações reais de que o número de brasileiros
desempregados segue em alta e também o nível de endividamento da
economia, pode-se identificar o fraco dinamismo da economia enquan-
to principal elemento de contribuição para a forte queda no nível geral
de preços, ou seja, há um custo socioeconômico bastante elevado por
trás de todo o processo desinflacionário.

Em junho de 2017, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo


(IPCA) registrou o primeiro resultado negativo em 11 anos, uma deflação
de 0,23%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice encontra-se em
2,46%, resultado este inferior aos 2,71% registrados nos 12 meses ime-
diatamente anteriores. Dessa maneira, o processo desinflacionário tem
sido corroborado, principalmente, pela melhora do comportamento dos
preços dos alimentos que, embora esperada, vem ocorrendo de forma
Bahia anál. dados, mais intensa em virtude das boas safras em 2017. A ausência de eventos
182 salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

Gráfico 3
IPCA – Percentual acumulado em 12 meses – 2013-2017

14,00
(%)

12,00
10,71
10,00 9,56

8,00 6,70 6,37


6,00 6,15
6,56
4,00
2,00 2,46
0,00
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017). Elaboração própria.

climáticos adversos tem participação significativa na composição desse


resultado repercutido no grupo Alimentação e Bebidas que, no mês de
agosto, apresentou uma queda de 0,6 p.p. (de -0,47 para -1,07).

O Gráfico 4 demonstra a trajetória contínua de queda da inflação, que


se intensifica mais precisamente a partir de outubro de 2016. De acordo
com as expectativas dos analistas do mercado financeiro, a inflação de-
verá fechar o ano de 2017 abaixo do centro da meta de 4,5% e, em 2018,
algumas projeções dão conta de que a inflação também ficará abaixo
desse patamar. Na última reunião do Copom, realizada entre os dias 5
e 6 de setembro de 2017, a taxa Selic foi reduzida de 9,25% para 8,25%
ao ano, simbolizando mais uma redução de um ponto percentual na
taxa. Contudo, as decisões dos dirigentes da política monetária sobre a
redução da taxa básica de juros (Selic) não demonstram clareza de que
tal processo seguirá o mesmo ritmo nas próximas reuniões. Segundo
Kliass (2017), além de a taxa Selic estar caindo num ritmo muito mais
lento do que a redução no nível de preços, os spreads bancários em-
butidos nas operações financeiras feitas no país continuam em níveis
extremamente altos, inviabilizando qualquer possibilidade de retomada
do dinamismo da economia.

No âmbito do cenário externo, considerando-se uma melhora relativa


da atividade global sem maiores pressões das condições financeiras
nas economias avançadas, a principal variável que poderia interromper
o atual ciclo de reduções na Selic advém da possibilidade de os EUA
subirem os juros. Ainda que pequeno, um aperto monetário nos EUA,
poderia afetar a economia brasileira de forma a propiciar um processo
de fuga de capitais com o qual, dado a situação atual do país, este não
suportaria. Consequentemente, o quadro de instabilidade do Brasil seria
alavancado e o processo recessivo, prolongado ainda mais.
Bahia anál. dados,
Salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
183
Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

Em dissonância Gráfico 4
Evolução da taxa Selic – 2013-2017
com as trajetórias
da inflação e da 16,00

(% ao ano)
13,75 14,25
taxa nominal de 14,00
13,75
12,25
juros (Selic), o ca- 12,00 11
10,5 10,25
minho da taxa real 10,00 11,25
11,25
9,25
de juros no Brasil 8,00
8,25
ainda continua em 6,00 7,25
tendência de alta, 4,00
embora se verifi- 2,00
quem oscilações 0,00
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
nov.
jan.
mar.
maio
jul.
set.
2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: Banco Central do Brasil (2017e). Elaboração própria.

O Gráfico 5 demonstra a última redução consecutiva da taxa Selic desde


a mudança de postura do Banco Central em outubro de 2016. Contu-
do, essa recente mudança não reflete sinais de melhora da economia
brasileira, muito pelo contrário, o prolongamento ou a manutenção da
política de alta dos juros ao longo dos últimos três anos contribuiu, em
grande medida, para o próprio aprofundamento da crise atual.

Em dissonância com as trajetórias da inflação e da taxa nominal de ju-


ros (Selic), o caminho da taxa real de juros no Brasil ainda continua em
tendência de alta, embora se verifiquem oscilações. O Brasil apresenta
uma das maiores taxas reais de juros do mundo (6,63%)5. Dessa forma,
esse fenômeno gera implicações ainda mais severas para a retomada do
dinamismo interno por conta do alto custo que causa ao funcionamento
da atividade econômica e ao setor público.

Tendo em vista a manutenção prolongada das despesas com juros no-


minais, um exercício de comparação internacional faz-se importante
e necessário. A ortodoxia sustenta que o aumento das taxas de juros
acompanha o nível de confiança dos agentes econômicos na capacida-
de de solvência do Estado. A Tabela 1, que traz informações comparati-
vas entre as taxas de juros (nominal e real), a taxa de inflação e o nível
de endividamento – este último medido pela razão dívida bruta/PIB,
indicador mais comum em comparações internacionais –, revela que o
Brasil se encontra na liderança do grupo selecionado com a mais alta
taxa real e nominal de juros, mesmo possuindo menor vulnerabilidade
econômica do que muitos desses países elencados.

5 Adotaram-se a taxa de juros referencial como a meta Selic fixada pelo Copom e a inflação como
Bahia anál. dados,
o IPCA acumulado em 12 meses.
184 salvador, v.27, n.2,
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Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

Gráfico 5
Evolução da taxa real de juros – 2013-2017

14,00
(% a.a)

12,00 11,65
9,43 9,8
10,00
8,00 7,41 7,26
6,5
6,00 6,59 4,57 5,02 6,63
4,26 4,23 3,86
4,00
1,33 3,23
2,00
0,00
jun. 09
dez. 09

jun. 11
dez. 11
jun. 10
dez. 10
jun. 08
dez. 08
dez. 03

jun. 05
dez. 05

jun. 13
dez. 13

jun. 15
dez. 15
jun. 06
dez. 06
jun. 07
dez. 07

jun. 12
dez. 12

jun. 16
dez. 16
jun. 17
jun. 04
dez. 04

jun. 14
dez. 14
Fonte: Banco Central do Brasil (2017e), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017).
Elaboração própria.

Tabela 1
Taxas de juros internacionais e dívida bruta/PIB – Dez. 2015
Taxa de juros Dívida bruta
País Inflação Taxa de juros real
nominal (% PIB)
Brasil 14,25% 8,74% 5,51% 66,23%
Costa Rica 1,75% 0,48% 1,27% 62,11%
São Tomé e Príncipe 10,00% 5,50% 4,50% 68,23%
El Salvador 4,33% 0,88% 3,45% 64,16%
Rússia 10,50% 7,20% 3,30% 17,70%
Honduras 5,50% 2,40% 3,10% 44,06%
Paraguai 5,50% 2,90% 2,60% 19,70%
China 4,35% 1,80% 2,55% 43,90%
Polônia 1,50% -0,90% 2,40% 51,30%
Peru 4,25% 2,96% 1,29% 23,00%
África do Sul 7,00% 6,30% 0,70% 50,10%
Índia 6,50% 6,07% 0,43% 67,20%
Zona do Euro 0,00% 0,20% -0,20% 90,70%
EUA 0,50% 0,80% -0,30% 104,17%
Chile 3,50% 4,00% -0,50% 17,50%
Uruguai 9,25% 10,05% -0,80% 62,80%
Colômbia 7,75% 8,97% -1,22% 38,00%
Fonte: Trading Economics (2015). Elaboração própria.

Modenesi e Modenesi (2012) consideram a política monetária brasileira


pós-Plano Real uma grande anomalia. Além da rigidez dessa política
econômica, que tem impactos negativos sobre a taxa de câmbio, as
contas públicas e o nível de atividade da economia, existe uma articu-
lação entre os mercados monetário e de títulos públicos que resulta em
problemas de coordenação entre o Bacen e o Tesouro Nacional, já que
o primeiro utiliza a taxa Selic enquanto instrumento de política mone-
tária, e o segundo tem a sua oferta de títulos referenciada na mesma
taxa. Desse modo, ao comprometer uma parcela considerável do Or-
çamento público, a política monetária vigente no país tem deteriorado Bahia anál. dados,
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Artigos As políticas fiscal e monetária do Brasil no Governo Temer: deterioração da situação fiscal e recessão econômica

significativamente a capacidade de atendimento do Estado, afetando


diretamente a qualidade dos serviços públicos oferecidos à sociedade
e o volume de investimentos públicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde a Grande Depressão dos anos 1930, especialmente após a contri-


buição da teoria de Keynes, os teóricos da área econômica reconhecem
que, quando a economia entra num cenário recessivo, a retomada do
dinamismo depende cada vez mais da mobilização dos componentes
da demanda agregada, principalmente dos gastos públicos, pois o go-
verno é um agente decisivo na economia. Neste sentido, o ajuste fiscal
é incapaz de sanar os problemas estruturais da economia brasileira. Ao
contrário, ele aprofunda a crise econômica, como os dados da economia
brasileira vêm demonstrando.

Mesmo que hipoteticamente o Brasil consiga engatar uma trajetória de


crescimento a partir de 2018, existem razões para acreditar que será um
crescimento pífio, medíocre. Isso porque a economia do país possui um
conjunto de problemas estruturais que limita seu potencial de cresci-
mento em longo prazo. Podem-se listar os principais problemas estrutu-
rais que limitam o potencial de crescimento, dentre os quais: 1) a desin-
dustrialização precoce, fenômeno que tem acometido a economia nas
últimas duas décadas e que tem impacto negativo sobre o crescimento
em longo prazo por dois canais distintos. Por um lado, a desindustriali-
zação reduz o nível e a taxa de crescimento da produtividade do traba-
lho, uma vez que essa produtividade é, na média, mais alta na indústria
de transformação do que nos setores de serviços e na agricultura, de
forma que uma redução da participação da indústria de transformação
no PIB reduz a produtividade média da economia, e 2) a indústria é a
fonte dos retornos crescentes de escala e do progresso técnico, as-
pectos indispensáveis para o crescimento da produtividade em longo
prazo. Por sua vez, a elasticidade-renda das exportações dos produtos
manufaturados é maior do que a dos produtos primários, de tal forma
que a desindustrialização atua no sentido de criar um desequilíbrio ex-
terno estrutural, tornando o país dependente de poupança externa e,
portanto, do movimento dos mercados financeiros internacionais. Por
fim, o terceiro problema consiste no desequilíbrio fiscal estrutural que
está concentrado no lado das receitas e compromete as finanças do
Estado. Ao contrário do que se pensa, embora haja grande variedade de
tributos no país, que são cobrados em valores muito altos para um país
em desenvolvimento, o grande problema não é o ‘tamanho’ da carga
tributária, mas sim a sua natureza. Nos países considerados mais de-
senvolvidos, o imposto é tributado sobre a renda (o chamado ‘imposto
Bahia anál. dados, direto’), e isso é feito de forma progressiva, ou seja, proporcionalmente,
186 salvador, v.27, n.2,
p.175-189, jul.-dez. 2017
Priscila Martins de O. Santana, Laíse Stefany Santos Costa Artigos

quem tem a maior renda contribui mais na arrecadação de impostos do Os dados eviden-
que quem tem a renda menor. Já no Brasil, a maior parte dos impostos ciam que a produ-
incide sobre o consumo (‘impostos indiretos’), e de forma regressiva, ou ção de biodiesel
seja, os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que
os mais ricos. Além disso, o Brasil é um dos poucos países do mundo
onde o capital não é tributado; por exemplo, os dividendos dos acio-
nistas são isentos de imposto de renda; existe a Lei Kandir, que isenta
determinados setores exportadores, dentre outros graves problemas no
modelo tributário.

No que tange à política monetária, é preciso insistir no fato de que a ma-


nutenção dos juros em patamares elevados por um período prolongado
repercutiu não apenas no aumento do custo do capital, desestimulando
assim os investimentos produtivos, como na retração do crédito (livre e
direcionado), tendo impactado também em valorização da taxa de câm-
bio ao atrair capitais externos interessados apenas em lucrar com o enor-
me diferencial entre os juros internos e externos que, no ano de 2016, che-
garam ao seu maior patamar em dez anos, com 13,73 pontos percentuais.

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