Bianca Camargo Martins
(Organizadora)
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4
Atena Editora
2019
2019 by Atena Editora
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APRESENTAÇÃO
“A obra de arquitectura concretiza a síntese entre o pensamento do arquitecto
(ainda que abstrato ideológico) e a realidade. Uma realidade que é antes de mais
num novo equilíbrio. O encontro entre o mundo ideológico do pensamento, o
mundo abstrato do desenho e o mundo da realidade é também encontro com uma
situação histórica, com uma entidade cultural, com uma memória da qual o território
está impregnado e que, julgo, a arquitectura deve reler e repropor através de novas
interpretações, como testemunho das aspirações, das tensões, das vontades de
mudança no nosso tempo”.
Mário Botta, 1996.
A prática da Arquitetura e do Urbanismo está em constante evolução.
A atualização da relação entre arte, técnica e mercado deve se dar não apenas
As ideias desenvolvidas na presente edição do livro “O Essencial da Arquitetura
edifícios e cidades.
instituições de ensino superior, sejam elas particulares ou públicas, distribuídas entre
vários estados do país.
abordados. Boa leitura!
Bianca Camargo Martins
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 1
UM OLHAR SOBRE AS FORMAS DE ENSINAR A DISCIPLINA DE PROJETO
Vanderlei Rotelli
DOI
CAPÍTULO 2 .............................................................................................................. 12
O ANTIGO NO CONTEMPORÂNEO: TRANSFORMAÇÕES ARQUITETÔNICAS NA CHINA E O CASO
DO CONJUNTO HABITACIONAL PARA AGRICULTORES NA VILA DE DONGZIGUAN (DISTRITO DE
FUYANG)
Brenda Mesquita de Araújo
Beatriz de Jesus Bessa Fernandes
Leonardo Oliveira Silva
DOI
CAPÍTULO 3 .............................................................................................................. 45
RELEVÂNCIA CULTURAL DA MODERNIDADE NA VIRADA DO SÉCULO XXI NA ARQUITETURA
BRASILEIRA
Samir Set El Banate
Manoel Lemes Silva Neto
DOI
CAPÍTULO 4 .............................................................................................................. 57
A ARQUITETURA RELIGIOSA MODERNA NO BRASIL
Ana Paula Borghi de Avelar
Luíz Carlos de Laurentiz
DOI
CAPÍTULO 5 .............................................................................................................. 70
CENTRO PARA CULTURA UNDERGROUND
Ernani Simplício Machado
Mauro Santoro Campello
DOI
CAPÍTULO 6 .............................................................................................................. 82
DO MUNDO DE 2014
Silvana Kaster Tavares
Andréa Magalhães Viana
Fábio Bortoli
DOI
CAPÍTULO 7 .............................................................................................................. 93
DE GRAJAÚ, ANTIGO MUSEU DE ARTE SACRA
Maria Paula Fernandes Velten Pereira
Ingrid Rayssa dos Santos Moreira
DOI
SUMÁRIO
CAPÍTULO 8 ............................................................................................................ 104
O CASO DA CAPELA RIBEIRA EM SERGIPE/BR
Eder Donizeti da Silva
Adriana Dantas Nogueira
DOI
CAPÍTULO 9 ............................................................................................................ 120
CELEBRAR A CIDADE:IMAGENS E DISCURSOS SOBRE A CIDADE DE GUARAPUAVA-PR (1960-
1990)
Michel Kobelinski
DOI
CAPÍTULO 10 .......................................................................................................... 136
Ana Maria Sala Minucci
Roberto Righi
DOI
CAPÍTULO 11 .......................................................................................................... 147
Ana Maria Sala Minucci
Roberto Righi
DOI
CAPÍTULO 12 .......................................................................................................... 159
RIO E CIDADE: O DESENHO URBANO ENTRELAÇADO COM A NATUREZA
Claudine Machado Badalotti
Marciano Balbinot
DOI
CAPÍTULO 13 .......................................................................................................... 169
Flavia Pinheiro de Alencar Pinto
DOI
CAPÍTULO 14 .......................................................................................................... 182
CENTRO
Natália Moretto Basso
Daiane Cláudia Biasi Miranda
Bianca do Amaral Esmelindro
Mariele Zawierucka Bressan
DOI
SUMÁRIO
CAPÍTULO 15 .......................................................................................................... 191
Fernanda Joyce Ferreira Barroso
Rose-France de Farias Panet
Luiz Phelipe de Carvalho Castro Andrès
DOI
CAPÍTULO 16 .......................................................................................................... 200
TROPICAL
Fernanda Miguel Franco
Arthur Guilherme Schirmbeck Chaves
Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira
DOI
CAPÍTULO 17 .......................................................................................................... 212
Carolina Caldas Barducci
Dalva Olívia Azambuja Ferrari
Lucas Farinelli Pantaleão
DOI
SOBRE A ORGANIZADORA................................................................................... 225
ÍNDICE REMISSIVO ................................................................................................ 226
SUMÁRIO
CAPÍTULO 16
IFMT - Instituto Federal de Educação, Ciência e sombreamento e ventilação. As propostas
Tecnologia de Mato Grosso apresentadas como criação de parques
Cáceres-Mato Grosso lineares, arborização e utilização de cortina
IFMT - Instituto Federal de Educação, Ciência e adotadas, pois já são consagradas na literatura
Tecnologia de Mato Grosso
Cáceres-Mato Grosso microclimático dos espaços abertos.
Marta Cristina de Jesus Albuquerque PALAVRAS-CHAVE: Urbanismo
Nogueira sustentável, Conforto Ambiental.
UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso
Cuiabá-Mato Grosso
URBAN BIOCLIMATIC STRATEGIES: AN
APPLICATION TO TROPICAL CLIMATE CITY
RESUMO:
ABSTRACT:
aumentou nas últimas décadas, e a
transformação dos espaços verdes em áreas
transformation of green spaces into built-up
construídas tornou-se uma das principais razões
de Cuiabá está localizada na região Centro-
Oeste do Brasil e tem clima quente na maior
foi realizar análise de paisagens urbanas para
criação de propostas de intervenção utilizando
proposals using urban bioclimatic strategies.
estratégias bioclimáticas urbanas. Realizou-se
um levantamento das estratégias bioclimáticas
que poderiam ser utilizadas na área de estudo,
Four main bioclimatic strategies were selected:
cidade. Então foram selecionadas quatro
Street format and urban grid distribution, green
principais estratégias bioclimáticas: Formato
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 200
performance of open spaces.
KEYWORDS: Green Areas, Sustainable Urbanism, Urban Climate.
1 | INTRODUÇÃO
passaram por uma crescente pressão durante o processo de urbanização, afetando
de forma negativa os serviços ecossistêmicos, o bem-estar e a saúde dos moradores
urbanos.
A transformação de espaços verdes em áreas construídas, tornou-se uma das
foram substituídas por superfícies concretadas e impermeáveis, e os rios canalizados
O urbanismo bioclimático propõe estratégias, para tornar os espaços abertos
meio ambiente. Dentre as principais estratégias, destaca-se o planejamento da infra-
estrutura verde urbana, a mesma permite a conectividade entre os tipos de espaços
qualidade de vida e nos serviços ecossistêmicos (QIAN et al., 2015).
ventos, a largura das ruas interfere na quantidade de radiação solar que é recebida
e irradiada na forma de calor para a população e demais elementos da paisagem.
Assim, o design urbano, pode contribuir para a criação de microclimas mais amenos.
A cidade de Cuiabá está localizada na região Centro-Oeste do Brasil e tem um
quente e seca, e outra quente e úmida. Em ambas as estações estão presentes as
altas temperaturas.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 201
perceptível. (SANTOS, 2013)
criação de propostas de intervenção utilizando informações climáticas e estratégias
Boa Esperança, Santa Cruz e Jardim Universitário.
2 | MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Área de Estudo
De acordo com Amorim (2014), a cidade de Cuiabá surgiu como consequência
considerada.
A cidade de Cuiabá-MT tem clima quente na maior parte do ano, tendo duas
úmido. Sendo assim, faz-se necessário um planejamento urbano voltado para o conforto
ambiental. (SANTOS, 2013)
A área de estudo encontra-se na região leste da cidade. Alguns Parques Urbanos
considerável área de vegetação nativa remanescente.
Figura 01: Localização da área de estudo no município de Cuiabá-MT.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 202
2.2
As soluções bioclimáticas urbanas utilizam projetos de intervenções paisagísticas
e arquitetônicas com o intuito de propiciar conforto ambiental, seja por meio de uso
adequado de arborização ou através de outros elementos e produtos arquitetônicos.
Sendo assim, realizou-se um levantamento, através de
estratégias bioclimáticas que poderiam ser utilizadas na cidade de Cuiabá atendendo
- A orientação e largura
radiação solar direta, favorecendo o conforto ambiental ao nível do pedestre. A geometria
2. Espaços Verdes - A distribuição de espaços verdes no ambiente urbano tem
papel fundamental na redução do desconforto causado pelo aumento da temperatura
centrais, praças e parques. Assim sendo, o design urbano deve considerar o tipo e
através do aumento da umidade. O papel da água é muito importante, pois causa
efeito de resfriamento através da evaporação, favorecendo assim o conforto ambiental
).
Em espaços abertos, a radiação solar
e o vento devem ser controlados para proporcionar conforto térmico e garantir o uso
ou quiosques) ou com disposição de árvores, juntamente com o uso de materiais
Tendo em vista todos esses princípios bioclimáticos, já consolidados e estudados
pelos autores citados, foram propostos alguns pontos de intervenção de paisagem
urbana na cidade de Cuiabá.
3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 203
a presença de vegetação, água e áreas permeáveis. Em contrapartida os fatores que
causam o aumento das temperaturas são área construída e superfície impermeabilizada
Em pesquisa realizada por Franco et al. (2015) na cidade de Cuiabá, em 24
pontos distribuídos no percurso entre os bairros Boa Esperança, Santa Cruz e Jardim
Universitário, foram coletados dados sobre a radiação solar e temperatura do ar para
estudo comparativo. Sendo assim foi observado que os pontos com altas temperaturas
autora descreve uma diferença de temperatura de 1,0°C associado a uma variação da
temperatura do ar, em muitos pontos o sombreamento era realizado pela arborização.
As maiores temperaturas foram encontradas em locais densamente ocupados e com
500 40
Radiação T - Quente-Seco T - Quente-Úmido
38
400
36
Temperatura do ar (°C)
Radiação (W/m )
2
300 34
32
200
30
100 28
26
0
0 5 10 15 20
Pontos do Transecto
Figura 02: Comparação entre radiação solar e temperatura do ar média.
Fonte: Franco et al. (2015)
3.2
Por meio dos dados microclimáticos analisados anteriormente, é possível notar
alguns locais nos bairros estudados que apresentaram elevados índices de radiação
dessas regiões.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 204
3.3 Criação de Parques Lineares
O rio tem um importante papel na paisagem urbana de Cuiabá, pois a colonização
parque linear aproveitando o traçado tortuoso que a natureza providencia. Na área
dimensões e estado de
O planejamento do bairro não levou em consideração a presença do rio, sendo assim
o mesmo é pouco valorizado. A situação atual é de descaso, nas suas margens são
de maneira ilegal é possível notar o lançamento de esgoto doméstico. O principal
problema desse rio é o seu anonimato, um rio visto é também um rio apreciado.
Uma solução interessante para esse caso seria dar acesso ao rio, proporcionando
Fonte: Autores, (2019)
a fornecer um elevado valor de recreação, buscando integrar o rio com a paisagem da
cidade.
Cuiabá.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 205
Fonte: Autores, (2019)
atualmente, seria criada uma área para contemplação e permanência, com destaque
O desenvolvimento do espaço verde ao longo dos rios urbanos poderia mitigar a
a resiliência as inundações.
radical no desenvolvimento da cidade. Houve um grande movimento de união da
Fonte: Adaptado de Reis e Silva 2016.
em Cuiabá- MT, Uma Ruptura de Paradigmas”, Silva e Netto (2008) propuseram uma
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 206
que atualmente se encontra canalizado, transformando as suas margens num local de
No cenário atual, com as questões ambientais e sociais adquirindo maior
compatibilização de cursos de água, tentando, assim, a conciliação dos rios com as
cidades. Os benefícios da implantação de Parques Lineares são diversos e vão além
da preservação das espécies nativas.
3.4 Arborização Urbana
Outra intervenção necessária é a arborização urbana, a utilização dos passeios
sombreados pensando na cidade do ponto de vista do pedestre. A cidade de Mendonza
na Argentina é um oásis no deserto, possui grande concentração de vias arborizadas.
Correa et al. (2012) pesquisaram o conforto proporcionado por corredores
que durante o dia, o controle da radiação solar é fundamental para obter condições
de conforto. Além disso, a estrutura do corredor verde combinado com a morfologia
urbana reduz o resfriamento convectivo.
arborização urbana para a
cidade de Cuiabá se faz imprescindível, pois as características climáticas da cidade
tornam o
Em todas as ruas avaliadas no estudo de Franco et al. (2015) em Cuiabá é
notada a interferência da vegetação. Em locais arborizados a temperatura do ar tendia
a ter um menor índice enquanto em locais sem arborização as temperaturas eram
mais elevadas.
a Avenida Das Torres. A proposta elaborada para a Av. Fernando Correa envolve a
criação de canteiros com espécies rasteiras e o plantio de arvores de médio porte
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 207
Fonte: (A) Google Street View,
Na Avenida das Torres propõem-se a arborização das calçadas com a criação
de canteiros onde seriam cultivadas espécies rasteiras e árvores de médio porte, no
canteiro central é sugerido a criação de uma ciclovia e arborização com árvores de
médio e grande porte, podendo se incluir espécies frutíferas para atração da avifauna,
Figura 8: (A) Imagem da Av. das Torres (B) Croqui de intervenção, arborização e ciclovia.
Fonte: (A) Google Street View,
Em estudo realizado na Turquia por Akpinar (2016) sobre vias verdes, foi
constatado que a arborização viária oferece importantes benefícios, dentre eles,
atividades de saúde, recreação e lazer. Numerosos estudos ilustram os benefícios
urbanas.
3.5 Cortina e Parede Verde
Outro aspecto importante a ser considerado é o uso de materiais na construção
civil, as vias com grande concentração de edifícios tendiam a ter maior temperatura do
comercial ou residencial. O uso do concreto e do aço criam microclimas desfavoráveis,
uso da cortina verde.
A cortina verde se caracteriza pelo plantio e desenvolvimento de uma vegetação
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 208
O arquiteto Bruno Stagno destaca-se na Costa Rica por realizar uma arquitetura
adaptada as condições de clima regional, mais sustentável, com soluções de
que serve de suporte para o crescimento de plantas trepadeiras, que estabelecem um
A cortina verde é uma solução que pode contribuir para diminuir a radiação
mecanismo de evapotranspiração, que ocasiona o aumento dos índices de umidade
relativa, trazendo um maior conforto ao pedestre.
maioria é moradia de estudantes, é necessário criar um microclima agradável para
construção.
Figura 9: (A) Imagem da Rua Vinte, (B, C e D) Croqui de intervenção cortina verde nas
Fonte:
As estratégias acima citadas são apenas algumas de muitas que o poder público
pode fazer uso, tornando assim a cidade mais bonita do ponto de vista estético e mais
confortável do ponto de vista microclimático.
A sustentabilidade ambiental nas cidades depende de ações efetivas e devem
ser aplicadas em conjunto com investimentos, incentivos e aplicação de programas e
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 209
4 | CONCLUSÕES
criar condições onde as pessoas se apropriem dos espaços ao ar livre e se sintam
confortáveis.
O urbanismo bioclimático tem que ser antes de tudo uma proposta sustentável
propondo ferramentas de planejamento e projetos para as cidades e suas
As propostas apresentadas como criação de parques lineares, arborização e
microclimático dos espaços abertos.
REFERÊNCIAS
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, v.16, p.123–131, 2016.
Building
, v. 83, pp. 1-10, 2015.
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, v. 138, p. 118-131, 2015.
, v.
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, v. 6, pp.1-308, 2015.
sobre o microclima: um estudo para cidade de Cuiabá-MT.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 210
Journal
, v. 8, p. 2-16, 2016.
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Bonifácia e Massairo Okamura.
Utilising green and bluespace to mitigate urban
, v.83, pp. 120-128, 2015.
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Urban , v. 14, p.
projeto de restauração. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana. v.8, n.1, pp.113-129, 2016.
REMOA
SEGRE, R. Projeto
Design arquitetura/bruno-
na intervenção urbana. , v. 01, p. 489, 2008.
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 Capítulo 16 211
ÍNDICE REMISSIVO
Arborização urbana 144, 145, 156, 161, 168, 169, , , , , , , , 180, 181,
Arquitetura brasileira 45, , 48, 49, 50, 51, 52, 55, 63, 64, 65
13, 14, , 45, 63, 68
Arquitetura moderna 6, , 42, 45, 46, 48, 49, 50, 52, 54, 55, , 58, 60, 62, 63, 64, 65, 66,
, 68, 69
Centro cultural , , , , , , 80
Cidades verdes 212
Conforto ambiental , 200, 202, 203, , 213, 222
Conservação 61, 62, 93, 94, , 98, 99, 100, 101, 102, 103, 110, 118, , ,
136, 140, 159, 225
191, 192, 193, , 198, 199
Diversidade urbana , 151,
Espaço público 53, 136, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, , 148, 150, 151, 153, 154, 156
Grandes projetos urbanos 82, 83, 84, , 91
Infraestrutura 18, , 31, 49, 51, 52, , 80, 84, 85, 86, , 88, 90, 123, 129, 130, 131, 132,
138, 140, , , , , 182, 183, 184, 185, 189, 192, 193, 196
Metodologia de ensino 1
Mobilidade urbana 18, 31, 90, 164, 182, 183, 184, 185, , 189, 190
Neourbanism 82
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 226
P
Patrimônio 62, , , 93, 94, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 119, 125, 130, 168, , 180, 193, 225
Pesquisa 1, 3, 4, 5, 10, 11, 13, 35, 39, 52, 55, 56, 62, 65, , 83, 91, 94, 128, 142, 151, , 169,
, , , , , 181, 182, 186, , 189, , 198, 203, 204, 212, 214, 215, 222, 223, 224
Planejamento urbano 91, 130, 146, 151, 152, , 159, 163, 169, , 180, 182, 183, 184,
189, 199, 202, 225
Práticas sociais 54, , , 151, 152, 153
Preservação 12, 14, 21, 26, , 30, 41, 51, 93, 94, 96, 99, 100, 101, 102, 103, 125, 130, 131,
165, , 180, 181, 205, , 225
Projeto 1, 2, 3, 4, 5, 6, , 8, 9, 10, 11, 12, 14, 21, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 38, 40, 45, 49, 50,
51, 52, 53, 54, 55, 56, 58, 61, 63, 64, 65, , 68, , , , , 82, 83, 84, 86, , 88, 89, 90,
91, 99, 102, 103, 124, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 148, 150, , , 183, 186, 188,
189, 192, 196, , 198, 206, 211, 213, 214, 221, 222, 224, 225
Qualidade urbana 136, 141, 180
136, 139, , 148, 155, 183
Urbanismo 1, 2, 4, 8, 10, 12, 13, 40, 43, 45, , 50, 55, 56, , , 81, 104, 113, 136, 140, 146,
, 154, 159, , 181, 182, 191, 200, 201, 210, 225
Urbanismo sustentável 200
Vida pública , 151, 153, 154, 155, 156,
O Essencial da Arquitetura e Urbanismo 4 227