Ferias Com Teologia - Modulo 5
Ferias Com Teologia - Modulo 5
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
AGRADECIMENTO
Foram muitas reuniões, muita agitação e muito conteúdo gerado, gravado, editado,
produzido, para que esse trabalho chegasse até aqui.
Esse projeto transformou o mês de férias, no mês em que mais trabalhamos… Mas com
certeza valeu muito a pena estarmos juntos em cada aula desse projeto.
A cada semana tivemos uma verdadeira imersão em temas essenciais, e a cada novo
módulo, muito conteúdo, e muito aprendizado.
E como resultado final, estamos te entregando esse material didático fantástico com cada
detalhe de todas as aulas que foram tratadas nesse projeto, esperamos que você aprecie
e realmente utilize esse conteúdo em seu ministério.
Nossa ideia desde o primeiro módulo, foi oferecer conhecimento Bíblico e Teológico a
todos os amantes da palavra de Deus.
Esperamos que nesse mês você tenha alcançado a capacitação que necessita para servir
a Jesus da melhor forma!
CONVITE:
Entendemos que essa proposta foi muito além das nossas expectativas, por isso depois
de pesquisar entre os alunos, hoje abrimos vagas para o novo curso nesse formato:
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OUTRAS VANTAGENS:
• Certificado liberado automaticamente (em formato digital) após a última aula.
• Credencial de Aluno FTB já disponível na versão digital.
• Acesso ao material didático de cada módulo contendo todo conteúdo tratado
durante a aula ao vivo. Esse conteúdo pode ser baixado através da plataforma
CENTRALFTB.
• Grupo fechado de alunos. Através do grupo você estará em constante contato
com a FTB durante todo projeto. É pelo grupo que disponibilizamos os links
das aulas, além de tirarmos dúvidas sobre acesso e muito mais.
Nossa esperança e nosso trabalho, é que através de mais esse projeto, o Senhor desperte
e capacite homens e mulheres para o trabalho do Reino, afinal, como disse Nosso Senhor:
“erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” (Jo 4:35).
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INTRODUÇÃO
Porém como a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) é a denominação que levanta essa
causa de forma mais arguta, então trataremos também desse movimento, suas razões e
nos concentraremos especialmente em como a Bíblia trata a questão, afinal, essa é a
nossa forma de abordagem de qualquer tema ou estudo.
Porém antes de mergulhar nesse assunto em si, é importante conhecer o conceito da Lei
de Moisés, suas formas, exigências e expectativas, pois só assim, poderemos ter uma
visão completa sobre como a Bíblia apresenta a questão, e especialmente sobre como
judeus e cristãos se comportam diante desse tema.
Como em cada módulo temos frisado, nesse último ainda reforçaremos que a verdadeira
teologia é feita sempre a partir da Bíblia como máxima revelação de Deus.
Imagino que a essa altura você já tenha entendido o nosso esforço em frisar que fazer
teologia não significa estudar Deus; mas como esse projeto sempre temos novos alunos
ingressando, pela última vez nesse curso lembramos que a FTB tem como premissa,
reconhecer que todas as disciplinas, todo conteúdo teológico, e toda produção elaborado
por nós, são baseados na revelação de Deus.
Entendemos que o homem não pode estudar Deus como a palavra Teologia propõe,
porque Deus não é objeto de estudo de ninguém, e a Bíblia apresenta Deus como sento
insondável. Por isso desde o início deixamos claro que na realidade, nós estudamos a
Revelação.
Tudo que sabemos sobre Deus, é o que Ele quis revelar a nós. A gente só sabe o que Ele
revelou.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
E em cima do que Ele disse sobre cada tema, nós organizamos um discurso para vivermos
com base no que nos foi revelado.
E com base no que Ele deixou revelado nas Escrituras, é que nós trataremos a questão
do Sábado e qual a melhor abordagem diante desse tema.
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SUMÁRIO
01. A BÍBLIA APRESENTA A LEI COMO PARTE DE UM PLANO DIDÁTICO DE DEUS. ................149
06. SE JESUS VEIO CUMPRIR A LEI, NÃO DEVEMOS NÓS TAMBÉM GUARDAR O SÁBADO? ..170
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01.
A BÍBLIA APRESENTA A LEI COMO
PARTE DE UM PLANO DIDÁTICO DE
DEUS.
Em primeiro lugar, precisamos ter em mente a onisciência de Deus e que todos os
movimentos de Deus são realizados a partir da realidade de que Ele sabe de tudo, de
todos o tempo todo, sem necessariamente ter decretado coisa alguma.
No determinismo, Deus sabe por que Ele decretou cada movimento dos homens.
Na Onisciência, Deus sabe por que Ele é Deus.
Essa pequena introdução e essa linha divisória entre Onisciência e determinismo, são
muito importantes para compreendermos a forma como a Bíblia apresenta a Lei de Deus.
Aprendemos também que Deus intervém na criação como, quando, e da forma que lhe
convém.
Diferente do Teísmo aberto, nossa teologia é intervencionista, pois cremos que Deus
interage com a criação e com suas criaturas dentro da lógica e da necessidade que só Ele
define.
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Através de Moisés essa lista é pormenorizada em 603 outros mandamentos. E a lista final
é 613 preceitos no total que o Pentateuco (lista dos cinco primeiros livros da Bíblia) deixa
registrado como mandamentos a serem observados.
Obviamente que ninguém nunca conseguiu observar todos eles, aliás, nenhum homem
conseguiu sair ileso da primeira e principal lista contendo 10 mandamentos; nem mesmo
Moisés.
Essa realidade transforma a lei em uma questão mais educacional do que exatamente
funcional!
“Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria
conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu
conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado,
tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de
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concupiscência; porque, sem lei, está morto o pecado. Outrora, sem a lei,
eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. E o
mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me
tornou para morte. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento,
pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou.” (Rm 7:7-11).
Deus não deixou a Lei esperando que alguém a cumprisse em sua totalidade…
Pense em tudo que aprendemos até aqui: Deus é Onisciente, Ele já sabia que ninguém
poderia cumprir todos os 613 mandamentos. Ele já sabia que ninguém conseguiria
cumprir os nem mesmo os 10 mandamentos basilares.
Então porque Ele deu a Lei?
Entendemos à partir dessa realidade, que a Lei veio para demonstrar o caráter ilibado de
Deus, e a partir dela, revelar em nós a verdade de que nós precisamos de ajuda!
A seguir eu deixo alguns textos para reforçar o real significado e a função da Lei de Deus:
“visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em
razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (Rm 3:20)
A Lei serve para mostrar nossa impotência, nossa queda, e o quanto somos falhos, por
isso precisamos de ajuda!
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição;
porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas
as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que,
pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá
pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os
seus preceitos por eles viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção
de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que
recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido. (Gl 3:10-14)
E finalmente, a Lei nos serviu de guia para chegarmos até uma solução verdadeira!
“Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela
encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De
maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de
que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não
permanecemos subordinados ao aio. Pois todos vós sois filhos de Deus
mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados
em Cristo de Cristo vos revestistes.” (Gl 3:23-27)
Fica muito claro que o papel da Lei era didático, para nos conscientizar do nosso pecado,
e especialmente para entendermos o caráter altíssimo de Deus, e buscarmos ajuda.
O papel da Lei era nos mostrar os altos padrões de Deus ao mesmo tempo que nos
mostra os nossos baixos padrões!
Fica claro nesses textos que a Lei de Deus, veio revelar a impotência do homem no
âmbito moral!
Ela veio para nos mostrar que nossa moral é baixa, e que nós somos pecadores não
apenas por causa de Adão, mas por nossas próprias tendências. Especialmente a Lei nos
mostra que sozinhos não temos e nunca teremos condições de estarmos diante de Deus
ou termos a atenção de Deus!
Eles precisavam conviver com o pecado pra ver o quanto a natureza caída podia se afastar
de Deus…
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Era preciso que eles verificassem de forma empírica no dia-a-dia que o sistema humano
por mais bem intencionado que seja, não tem moral, não tem dignidade, não tem
condições de se manter de forma pura…
Em outras palavras, era preciso que eles convivessem tentando se manter puros lendo
uma lei que é tão santa quanto inatingível.
Porque, por mais que tentavam e tentavam, eles esbarravam em uma realidade: QUE
TODOS SOMOS PECADORES, CAÍDOS E IMORAIS!
Por isso Deus esperou que um sistema religioso surgisse com base em Seus
mandamentos…
Por isso Deus esperou que uma nação se levantasse, para propagar Sua Palavra de Seus
mandamentos inatingíveis!
Por isso Deus esperou que essa nação levantasse um Templo para proclamar Deus!
Por isso Deus esperou que essa nação caísse por causa dos seus próprios pecados
previstos nos mandamentos…
Para que chegasse o tempo, em que ficasse claro que sozinho o homem não passa pelo
crivo de Deus!
Para que ficasse óbvio, que você pode até pregar… Mas sozinho você não consegue!
Precisava ficar claro que você e eu precisamos de mais do que um bom advogado!
A Lei não veio para que você se sentisse potente por cumpri-la…
Mas ela veio para que eu e você nos sentíssemos impotentes por não conseguirmos
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
A Lei veio para que os homens reconhecessem sua impotência e clamassem por ajuda!
Essa é explicação do porquê Deus demorou tanto para introduzis Seu filho na história,
já que Ele é o Cordeiro morto antes da fundação do mundo…
Porque a Luz do Evangelho se torna mais eficaz tendo como pano de fundo a escuridão
do pecado do homem! (Nunca se esqueça disso quando você for pregar!)
(Gl 4:4-7)
“vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam
sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque
vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu
Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo, porém
filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.”
Aqui está a síntese do Evangelho, e a razão exata da Lei dada por Deus.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
02.
COMO DEVEMOS ENTENDER OS
DOIS TESTAMENTOS?
A palavra hebraica para Testamento é ( ְבּ ִריתTransliteração: Berít) e significa: Aliança,
Acordo, Pacto, Contrato, ou como conhecemos: Testamento.
A razão básica para essa abordagem, é como vimos acima uma forma didática para que
Deus pudesse alcançar toda humanidade e não apenas uma nação, ou uma família
específica; foi isso que Deus prometeu ao chamar Abrão dizendo que a partir do Seu
Descendente seriam benditas todas as famílias da terra.
Perceba que a promessa de Deus à Abrão, sempre esteve vinculada ao Descendente que
ele teria, e a abordagem nesse caso é no singular, e não no plural.
Isso explica muita coisa nesse assunto, por exemplo o fato de Deus chamar Isaque de
único filho.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Veja que mais uma vez fica muito claro que a Lei não consegue dar vida (21), e aqui
novamente fica claro que a promessa do descendente é anterior à própria Lei.
Diante dessa revelação das Escrituras, entendemos que o Antigo Testamento, foi
orquestrado por Deus já prevendo a incapacidade do homem em cumprir a Lei; por isso,
antes da Lei, foi dito que à partir do descendente (singular) é que seria possível que todas
as famílias da terra seriam abençoadas. Desde o início a única forma do ser humano ser
bendito é através de Jesus.
E para que esse plano fosse possível, Deus celebrou dois Testamentos com a humanidade:
Um com Israel, e outro com a Igreja.
Agora análise com atenção os detalhes revelados sobre essas duas alianças:
• Quando Deus celebrou o Primeiro Testamento com Israel, na verdade não existia
uma nação chamada Israel. A aliança é celebrada com os hebreus depois de 400
anos de escravidão no Egito.
• A Antiga aliança foi celebrada com sangue conforme lemos em (Ex 24:6-8)
E não era apenas esse sangue, mas também (e principalmente) com o sangue
dos cordeiros imolados na primeira páscoa ainda no Egito.
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Jesus. Ele é o nosso Cordeiro Pascal, e Seu Sangue prometido desde antes da
fundação do mundo é o que possibilita a Nova Aliança como Ele disse (Lc 22:20)
“Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da
nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós.”
• A Primeira Aliança é celebrada através de um homem que era pastor, e que sai
do Egito e liberta escravos levando-os para Canaã.
As semelhanças são inúmeras, mas como nosso tempo aqui é escasso, precisamos seguir
em frente com a matéria.
Em Jeremias 31:31-34 Está registrado textualmente que Deus ainda faria uma Nova
Aliança com Seu povo:
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Diante desse Texto tão claro, fica a expectativa de um novo acordo, um novo pacto, um
Novo Testamento…
Já sabemos que cada Testamento é uma Aliança, agora vamos nos entender se uma
substitui a outra ou não. Porque se a Revelação trouxer de forma clara que sim, nesse
momento precisaremos enxergar a Antiga Aliança de forma diferente de como
enxergamos a Nova.
Podemos dar um exemplo claro da nossa experiência com as leis brasileiras: O Brasil está
organizado de baixo de uma lei suprema que nós chamamos de Constituição, todos os
outros códigos de leis, estão de alguma forma subordinados a nossa constituição.
Mas a Constituição que rege toda nossa nação e todo sistema legal que temos, não foi a
primeira a ser produzida, na verdade o Brasil já teve sete cartas constitucionais.
A constituição de 1988, em vigor, é a sétima adotada no país, as anteriores são de: 1824,
1891, 1934, 1937, 1946 e 1967.
Das sete constituições, quatro foram promulgadas por assembleias constituintes (1891,
1934, 1946 e 1988), duas foram outorgadas - uma por D. Pedro I (1824) e outra por
Getúlio Vargas (1937) - e uma aprovada pelo Congresso por exigência do regime militar
(1967).
Seja como for, é muito óbvio que a constituição em vigor é a de 1988, e que todas as
demais podem ser lidas, pesquisadas e estudadas; porém não terão efeito de validade
diante da atual constituição. Entendemos por exemplo que a constituição em vigor se
valeu de todas as outras para chegar ao texto definitivo aprovado pela assembléia
constituinte de 1988.
Apresentei esse argumento apenas como uma base, mas obviamente a Teologia precisa
estar apoiada nas Escrituras. Então veremos o que a Bíblia diz em Hebreus 8:6-13:
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Diante dessa revelação, fica claro que nós cristãos somos signatários da Nova Aliança e
não da Antiga.
Entendemos que a Antiga Aliança teve sua importância, mas que nós cristãos baseamos
nossa vida na Nova Aliança e não na antiga.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
03.
COMO A IGREJA CRISTÃ
ENXERGAVA O DECÁLOGO, E COMO
SE COMPORTAVA?
Sabemos que a Igreja era formada incialmente por judeus apenas, sem nenhum gentio.
Entendemos que o primeiro gentio a integrar-se à Igreja foi Cornélio e isso só acontece
por volta do ano 36 ou 37 da nossa era. Assim sendo, a Igreja caminhou 100% judaica
por mais de três anos.
Ainda assim, Paulo (que era judeu) sempre manteve um discurso centrado na Graça de
Jesus, e não nas obras da Lei, e essa abordagem é muito clara diante de vários Textos
que já lemos nesse módulo.
Mas veja com atenção como Paulo lidava com a Lei de Deus especialmente ao falar aos
convertidos à Cristo:
(Gl 5:1-4)
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei,
pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão. Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes
circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. De novo,
testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está
obrigado a guardar toda a lei. De Cristo vos desligastes, vós
que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.”
As páginas do Novo testamento são óbvias quanto a lei e sua serventia. Aprendemos a
pouco que a lei fez funcionou como tutora para que finalmente chegássemos à graça. É
claro que a Graça é o ponto final das dois Testamentos.
No Novo Testamento encontramos o Salvador, Aquele que aceita morrer em nosso lugar
de forma única e definitiva proporcionando salvação eterna.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir
a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas,
tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao
aio. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em
Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver
judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem
nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E,
se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e
herdeiros segundo a promessa.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
04.
A GUARDA DO SÁBADO É UM
MANDAMENTO PARA O CRISTÃO?
Não. Basicamente porque não existe uma regra no Novo Testamento para que o Cristão
observe esse mandamento.
01. A guarda do Sábado no Antigo Testamento é uma regra exclusiva dos hebreus (depois
chamados judeus).
Não existe uma ordem ou menção da guarda do Sábado como um mandamento universal.
02. No Novo Testamento não existe ordem para o cristão guardar o Sábado.
Sabemos que a guarda do sábado não é ordenada aos cristãos como mandamentos no
Novo Testamento, também sabemos que a guarda do sábado não é ordenada para a
humanidade no antigo testamento mas apenas aos judeus, com base em tudo que já
vimos, já está claro que a observância do quarto mandamento não deve ser estendida
aos cristãos, mas agora veremos o que a Bíblia diz sobre o Cristão e o Sábado (Cl 2:13-
18)
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
05.
QUAL A RAZÃO DO SÁBADO
CONSTAR NO DECÁLOGO?
Dos dez mandamentos que constam no Antigo Testamento, nove são repetidos de alguma
forma para serem observados pelo cristão, o único que não aparece é a guarda do Sábado.
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APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Não cobiçarás a casa do teu próximo, não Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não
cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o furtarás, não darás falso testemunho, não
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, cobiçarás; e se há algum outro mandamento,
nem o seu jumento, nem coisa alguma do tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu
teu próximo. próximo como a ti mesmo.
Êxodo 20:17 Romanos 13:9
Se nossa teologia é fruto de revelação, então essa razão tem que estar revelada das
Escrituras.
A primeira coisa que temos de fazer é analisar a etiologia da palavra: Sábado vem do
Hebraico: ( ַשׁבָּ תShabbat) e significa primariamente descanso.
2-Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles;
mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada
pela fé naqueles que a ouviram.
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
3-Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito:
Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente,
as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo.
6-Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da
desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas
as boas-novas,
7-de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois,
segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso
coração.
11-Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia,
segundo o mesmo exemplo de desobediência.
13-E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas
as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de
prestar contas.
14-Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que
penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão.
15-Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas
sem pecado.
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Finalmente no verso 9 vemos que diante dos descansos (sábados) apresentados, ainda
resta Um Sábado para o Povo de Deus!
Nós Cristãos entendemos que esse Sábado que Falta é o Senhor Jesus Cristo nos levando
para o Céu.
Essa compreensão cristã de que Jesus Cristo é o Sensius Plênior Sábado, está ligada a
uma promessa de Jesus registrado em Mateus capítulo 11 verso 28 à 30:
Qual é o convite?
VINDE A MIM = Isso é um convite!
Por favor esqueça todo o restante… JESUS ESTÁ FAZENDO UM CONVITE AQUI!
Volte ao Texto:
TODOS OS QUE ESTAIS CANSADOS E OPRIMIDOS!
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Volte ao Texto:
“Eu vos aliviarei…”
Em outras palavras, Jesus está prometendo alívio a todos os cansados que vierem à Ele.
Para a supresa de todos, Jesus não fala sobre descanso físico, folga, ou ficar sem
trabalhar.
Essa é a parte interessante… Pensamos que se a pessoa está cansada, e não consegue
mais caminhar bem, ela precisa de alívio, folga ou descanso físico. …
É uma madeira que se coloca no cangote de dois bois para que pudessem trabalhar no
arado a terra
Geralmente o agricultor escolhia um boi velho que já estava acostumado a arar a terra e
junto colocava touro jovem que lutava, e se contorcia e sofria debaixo o jugo…
Então o touro velho começa puxar pra mostrar pro touro adolescente como é que se faz
para arar a terra direitinho.
E o touro jovem, como nunca arou, ele tenta se livrar do jugo, mas estava preso ao
pescoço…
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
Ele luta…
Ele se contorce…
Ele tenta fugir…
Ele se machuca…
Ele empaca…
Ele fica bravo…
Ele sofre muito…
Ele dá muito trabalho!
Mas, depois de lutar e lutar ele finalmente se rende e passa a arar direitinho!
Jesus que é um mestre, toma essa figura do campo falando com seus discípulos…
Dizendo: Se você está cansado, se você está confuso, se você se sente mal na vida, se
você fica agitado, se você está lutando e se contorcendo na vida, se você não consegue
aceitar as realidades da vida, Eu vou te falar qual é o meu plano:
E só tem um jeito: E vou trazer você para a vaga que tem no meu jugo, e à partir de agora
nós iremos caminhar juntos. E quando você se sentir confuso, olhe para mim, e veja o
que deve ou não deve fazer!
Conclusão: Jesus Cristo ao fazer esse convite, finaliza dizendo: “Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”
Em Colossenses como vimos, o Sábado é sombra do que havia de vir, mas Jesus é o
corpo que projeta a sombra.
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
06.
SE JESUS VEIO CUMPRIR A LEI,
NÃO DEVEMOS NÓS TAMBÉM
GUARDAR O SÁBADO?
Já sabemos que não há uma ordem no antigo testamento que visasse a universalidade
da guarda do Sábado, ou seja a guarda do sábado não é uma ordem para os gentios como
nós.
Também sabemos que nas páginas do Novo testamento não existe uma ordem direta de
Jesus ou um dos seus apóstolos dizendo que o cristão deve-se observar a guarda do
Sábado como uma regra.
Ao invés disso vimos nesse módulo que a Bíblia como revelação de Deus diz que o cristão
não deve ser julgado por guardar ou não o dia de sábado. Sendo assim fica muito clara,
a liberdade que o cristão tem sobre observar ou não o dia de sábado.
Em Romanos 14 por exemplo Paulo diz que existe liberdade para quem quer guardar um
dia como sendo diferente dos demais (Rm 14:1-8)
“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que
de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o
que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o
acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor
está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o
suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada
um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre
dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá
graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a
Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque,
se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos.
Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.”
Portanto fica evidente que a guarda do Sábado não compromete em nada a salvação, o
caráter ou a vida do cristão.
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FÉRIAS COM TEOLOGIA | MÓDULO 05
APOLOGIA: A GUARDA DO SÁBADO E SUAS IMPLICAÇÕES
07.
JESUS CRISTO - A LÓGICA
COMPLETA DA REDENÇÃO.
Mt 5:17
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para
revogar, vim para cumprir.”
Já entendemos que o perfil da lei dada por Deus era 100% didático. Isso significa com
base nos textos que apresentamos, que um ser humano não tinha condições de obedecer
todos os preceitos estabelecidos por Deus. Fica claro portanto, que o caráter da lei era
exaltar o caráter de Deus.
A partir dessa concepção, a lei, todos os seus preceitos, todas as suas exigências, e todos
os seus detalhes, apontavam irremediavelmente para Jesus Cristo.
Tudo isso começou no período sem templo, sem a arca da aliança, sem altar e sem
condições de oferecer sacrifício.
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longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos
que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será
exaltado.”
A lógica do sacrifício: Deus era o centro - Já que o homem não conseguia obedecer as
regras e tinha de vir ao sacrifício em busca de perdão que só era possível através do
sacrifício do cordeiro.
A lógica da obediência: O homem é o centro - Os fariseus entendiam que era sim possível
guardar os preceitos e as regras da lei. Assim o homem passa a merecer a salvação.
(Rm 10:1-4)
“Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus
a favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou
testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com
entendimento. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem
de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele
que crê.”
Bem, isso é o ponto de discordância que temos com os judeus e com os demais legalistas.
“- Então, Eu Sou o cumprimento da lei de Moisés eu cheguei, e vim para cumprir a lei de
Moisés!”
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A maioria dos judeus e até dos irmãos, entendem errado essa questão.
Porque entendem que cumprir a lei de Moisés é obedecer tudo que está escrito na lei de
Moisés.
Mas a morte do pecador não resolvia a dívida que era maior do que a vida humana.
Porque se a lei de Moisés matar você, sua morte não pagará o seu próprio pecado. Por
isso não dá pra te ressuscitar.
Então como a lei sabe que não tem como salvar você, o Deus da lei, te permitiu uma
saída: Você mata um animal no seu lugar!
É por isso, que o centro da fé judaica era o sacrifício, e não a guarda da lei.
Em primeiro lugar porque a Bíblia diz que ninguém nunca conseguiu cumprir a lei. E nós
já sabemos que o caráter da lei era didático, porque em Gálatas diz que a lei nos serviu
de tutor até a chegada de Jesus.
Sendo assim, o centro da fé judaica não era a tentativa de guardar da lei, mas a realidade
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do sacrifício!
Veja que a lei nunca tornou um homem propício à Deus, enquanto que o sacrifício fazia
isso o tempo todo, mesmo que provisoriamente!
O problema é que todo sacrifício morria, por isso o homem sempre precisava de um novo
sacrifício para se relacionar com Deus.
Nunca se ouviu de um sacrifício feito e aceito por Deus que voltasse a vida, porque se
isso acontecesse, o pecador continuaria justificado. Pois sacrifícios não ressuscitam.
Cumprir o que a lei significa assumir a pena, e nesse caso a pena é a morte.
E Jesus Cristo cumpriu a Lei morrendo, e por causa da ressurreição, Ele se tornou o
cordeiro que consegue tirar o pecado do mundo.
Porque o sacrifício que foi morto em nosso lugar venceu a morte, por isso nossa
justificação agora é eterna, e não precisamos de outro sacrifício.
(Jo 1:29)
“Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo…”
Porque durante o ministério de Jesus, Ele sempre bateu de frente com os fariseus?
Porque quem oferece sacrifício está admitindo que quebrou a lei. Por isso o centro da lei
na interpretação deles era o estudo e o cumprimento da Palavra.
Eles fizeram isso também porque não havia mais templo, da forma que era antes.
Por isso eles transformaram a fé deles numa forma de obedecer a lei para serem salvos.
O que restava então era obedecer a lei sem errar.
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Por isso, você só pode se considerar salvo, à partir do sacrifício de Jesus Cristo.
Porque desde a eternidade, esse sacrifício está designado.
1Pe 1:18-20
“sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com
efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de
vós”
Por isso o sacrifício de Jesus Cristo programado antes do “Haja Luz” é a única forma de
sermos salvos. E o Sábado é só mais uma das milhares de figuras na Bíblia que apontam
para Ele.
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