Registro de Pensamentos Disfuncionais
(RPD)
O que é o RPD?
O RPD é uma técnica da Terapia Cognitivo
Comportamental. Sua função é estabelecer a
relação entre o que pensamos, o que sentimos e
como agimos, possibilitando a modificação dos
pensamentos e consequentemente das emoções e
comportamentos. Essa técnica aumenta sua
autonomia sobre seus pensamentos, te guia pelo
processo de identificar e analisar conscientemente
o que pensa, sente e como age. É uma das mais
importantes habilidades de autoterapia.
O pensamento é o que conta:
Uma emoção ou sentimento sempre vem acompanhada
de um pensamento, mesmo que você não perceba.
Diferentes pensamentos resultarão em diferentes estados
ou intensidades de humor. Se você estiver em uma festa
conversando com uma pessoa e perceber que essa pessoa
não está olhando em seus olhos e não está puxando
assunto, você poderá ter alguns pensamentos
acompanhados de alguns estados de humor, vamos ver o
exemplo:
"Acho que minha
conversa não está legal, Tristeza
realmente sou chato"
"Ele deve ser tímido, por
isso não está interagindo Empatia
muito"
A mesma situação gerou emoções diferentes a
depender de cada interpretação (pensamento)
feita.
Não é a situação que determina o que você sente ou
pensa, mas sim a sua interpretação daquela situação.
Mesmo uma situação entendida como universalmente
ruim, gerará pensamentos e sentimentos diferentes.
Perder um emprego é algo ruim e a maioria das pessoas
sentirá tristeza diante dessa situação, mas se a pessoa A
pensar: "estou acabado porque perdi meu emprego, sou
um completo fracasso" além de tristeza, ela se sentirá
um fracasso e possivelmente não irá ter motivação para
procurar outro emprego. Se a pessoa B pensar: "me
sinto triste por ter perdido meu emprego, mas talvez
essa seja uma oportunidade de trabalhar em algo que
realmente gosto" sentirá um misto de tristeza e
esperança e se motivará a buscar outro emprego.
Perder o emprego é ruim, mas a depender de cada
interpretação dada isso aumentará o sentimento de
tristeza ou poderá gerar alguma esperança, impactando
diretamente nas ações de cada pessoa.
Os pensamentos ajudam a definir qual estado de humor
experimentamos em determinada situação.
Depois que um sentimento se instala, passamos a ter
pensamentos que confirmam aquele sentimento.
Vamos a um exemplo:
Quando você sente raiva, você passa a ter
pensamentos e lembranças que reforçam esse
sentimento: lembrar de todas as vezes que foi
injustiçado ou prejudicado. Se está triste, começa a
pensar em todos os aspectos negativos da sua vida.
"tudo sempre dá errado
Tristeza comigo"; "sou tão infeliz no
meu emprego"; "sou um
péssimo marido"
Quando temos uma emoção intensa, estamos mais
suscetíveis a distorcer, descontar ou desconsiderar
informações que contradigam a validade de nossos
estados de humor e crenças.
Quanto mais intensos forem nossos estados de
humor, mais extremos serão nossos pensamentos.
"Não sei muito bem como
Ansiedade nível 3 conversar com pessoas novas, essa
festa me deixará um pouco
desconfortável"
"Não saberei o que dizer, as pessoas
Ansiedade nível 8 irão me achar chata, com certeza
falarei alguma besteira"
Num nível intenso de emoção, você não irá se
lembrar de situações parecidas que deram certo e
você se saiu bem ou conseguiu resolver.
É por isso que é útil estarmos conscientes de nossos
pensamentos. Ter consciência do que pensamos passa por
um processo de aprendizagem, que você começará a
aprender através dessa técnica. No começo, poderá ser
difícil perceber seus pensamentos, mas lembre-se: sempre
estamos pensando alguma coisa. Você está pensando
alguma coisa enquanto lê esse material. Quanto mais você
praticar, mais fácil ficará.
Para identificar seus pensamentos, tente responder a
essas perguntas:
O que está se passando pela minha cabeça agora?
O que eu penso que isso diz sobre mim?
Qual imagens ou lembranças eu tenho nessa situação?
O que temo que possa acontecer?
Qual a pior coisa que pode acontecer?
Como isso afeta meu valor pessoal?
O que estou tentando controlar?
Identificar os pensamentos é a base do Registro de
Pensamentos Disfuncionais.
Através do RPD você pode avaliar aquilo que está
pensando e, a partir disso, desenvolver pensamentos mais
funcionais, que sejam mais condizentes com a realidade,
que te causem bem-estar e que te aproxime de seus
objetivos.
Como preencher o RPD?
Preencher o RPD é super simples. Na primeira coluna você
escreverá a situação, na segunda coluna você colocará seus
pensamentos automáticos, na terceira coluna colocará suas
emoções e na quarta coluna seus comportamentos.
Veja um exemplo:
PENSAMENTO
SITUAÇÃO AUTOMÁTICO
EMOÇÃO AÇÃO
Ir a uma Não sei muito bem Insegurança Não vai à
festa como conversar; Ansiedade festa
Ficarei
desconfortável;
E se eu falar uma
besteira?
Agora é a sua vez, preencha a tabela quando você estiver se
sentindo: ansioso, triste, inseguro, raivoso, irritado,
descontrolado e quando estiver tendo comportamentos
como: procrastinação, impulsividade, choro, evitação, entre
outros.
“Você tem um poder considerável para
construir pensamentos, sentimentos e
ações de autoajuda, bem como para
construir comportamentos
autodestrutivos. Você tem a capacidade,
se usá-la, de escolher pensamentos,
sentimentos e ações saudáveis em vez
de ações prejudiciais à saúde.”
— Albert Ellis
Thamires Sabel Maronezzi
Psicóloga clínica cognitivo-comportamental
CRP 08/28994
Atendimento online
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